euforia das invenções
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A euforia das invenções
1905 – 1960da exposição dos fauves à viragem
dos anos 60
O ano de 1905 assinala, para a
Europa, o fim de uma era de felicidade eAlienação – a do optimismo que
caracterizava a Belle Époque – e o começo
De outra, mais céptica e violenta, marcada pela
escalada de rivalidades e violência que resultou na eclosão do primeiro
conflito mundial – a guerra
De 1914-18.
Travada essencialmente na Europa, a Primeira
Grande Guerra abalou profundamente as
sociedades e o Estados ocidentais. O pós-
guerra foi duro, ocupado com a
gigantesca tarefa de reconstrução material e económica dos países
envolvidos e com a falta de verbas dos governos para os financiamentos
adequados.
A inflação foi galopante e o desemprego
dramático, sobretudo entre os
desmobilizados ou os que tiveram de
reconverter a sua actividade. A agitação
social evoluiu, por isso, num crescendo,
incentivada pelo movimento operário e
pelos partidos de esquerda os quais o
êxito da recente Revolução Socialista Soviética (1917), na
Rússia, viera dar novo alento.
As democracias ocidentais viram-se então a braços com
tremendas dificuldades: enquanto
lutavam pela estabilidade política
ameaçada pela oposição , eram
obrigadas a contrair avultados
empréstimos financeiros para
poderem resolver os problemas
económicos e sociais internos.
O grande credor da Europa foi, nesta época, o
Governo dos Estados Unidos da América que,
sem guerra no seu território, tinha expandido extraordinariamente a sua
economia durante a mesma, abastecendo a Europa e substituindo-a
nos mercados dos outros continentes. Estas
circunstâncias permitiram aos EUA conhecer uma
situação de prosperidade nunca antes vivida, que deu origem ao mito do
american way of life que a Europa procurou copiar.
Este facto, associado às consequências das
resoluções dos tratados de paz que, entre 1918 e 1920, puseram fim ao
conflito bélico, instaurou uma nova ordem política
mundial, na qual a Europa perdeu para os EUA a sua
posição hegemónica.
Contundo, em 1929,o crash súbito da Bolsa de Nova Iorque veio mostrar como a prosperidade dos
anos 20 era frágil e efémera, iniciando a
Grande Depressão, que proveniente da América,
atingiu todos os continentes, comprovando
a mundialização da economia.
Na Europa a Grande Depressão veio travar a recuperação económica
do pós-guerra quando esta ainda se encontrava no
início, agravando drasticamente as
condições de vida e, consequentemente, o descontentamento e a
agitação social e política.Na procura de soluções, o debate político-ideológico
intensificou-se e radicalizou-se, pondo em
risco as democracias parlamentares, de feição liberal, vitoriosas após a
guerra.
A oposição dividia-se entre os novos partidos de esquerda,
marxistas e socialistas, apoiados pelos sindicatos e pelo Komintern (União dos Partidos Comunistas
das nações ex-URSS), e os novos partidos de feição autoritária, como o nacional-socialismo alemão e o
fascismo italiano. A grande instabilidade política e económica,
as frequentes greves e manifestações provocadas pela
agitação operária e o medo que os excessos da Revolução Russa,
então na era estalinista, provocaram na opinião pública dos
países ocidentais explicam a subida de popularidade destes
partidos autoritários e a sua chegada ao poder em países como
a Itália(1922), Portugal (1926), Alemanha (1933), Espanha (1939)
e outros.
Profundamente nacionalistas, estes partidos puseram em
marcha uma política ofensiva que rompeu o equilíbrio internacional e
provocou a Segunda Grande Guerra (1939-45), antecedida pelo sangrento episódio da guerra civil espanhola (1936-39) e terminada por outro ainda mais terrível – o
poder nuclear.
O fim da Segunda Guerra Mundial marcou o começo de um novo
equilíbrio internacional, pautado pela fiscalização da ONU e
bipolarizado no antagonismo entre o mundo capitalista e liberal (EUA) e o comunista (URSS e estados-satélites), entre os quais se gerou
a Guerra Fria.
Espaço de guerra e destruição, atravessado por oscilações
económicas e grandes mutações sociais em que novos
comportamentos se impuseram , este tempo foi também um tempo
de renovação cultural e das mentalidades para os qual as
artes contribuíram significativamente.
No caos político, social e económico que a guerra instaurou,
os valores do pensamento racionalista, optimista e positivista do séc. XIX pareciam já não fazer sentido. A ciência a tecnologia, até
aí tidas como construtoras do progresso e promotoras do bem-estar da Humanidade, mostraram
pela primeira vez o seu lado negativo.
O comportamento humano durante a guerra, com o seu rol de
violência, crueldade, violência, sofrimento, abnegação … tornou
obsoletas certas convicções arreigadas pela tradição. Instalou-
se assim o cepticismo, o relativismo, o sentido do absurdo, a crise de valores e a contestação
sistemática e socialmente provocatória, expressa nas
criações de muitos intelectuais da época. Essa contestação mais
não fazia do que pôr em evidência as mutações silenciosas por que
as sociedades ocidentais estavam a passar, pondo em questão a
religião, as instituições e os costumes, alterando hábitos e mentalidades e instaurando
inconformismos.
Essas mutações ocorreram num novo contexto: o das grandes cidades ocidentais, transformadas, pelo crescimento demográfico e pela
modernização dos modos de vida, em grandes amontoados de pessoas
vivendo e movimentando-se por ritmos semelhantes, numa cultura de massas, que a publicidade e a
propaganda pretendiam manipular no seu interesse e cujos principais
veículos de comunicação foram (para além dos jornais) a rádio e o cinema.Assim, entre a massificação crescente e a alienante da cultura e dos modos
de vida e a velocidade a que as transformações se operavam, a arte ganhou para si um estatuto cada vez mais individualista e independente, reivindicando autonomia e liberdade
em relação à sociedade ou a quaisquer programas ideológicos,
temáticos ou técnicos.
Todavia, reservou-se o direito de sobre ela intervir, ao integrar essas mesmas
transformações ou ao reflectir sobre elas.
Ao questionar a sociedade, a arte questionou também o
seu próprio papel no contexto social e as
relações entre ela e o seu público. A crítica mordaz dos artistas chegou ao
ponto de pôr em causa a própria essência da arte,
revendo o conceito e definição dos fenómenos
artísticos, cuja delimitação se tornou cada vez mais imprecisa e complexa.
As InvençõesAlbert Einstein – a teoria da relatividade (1910), na qual se demonstra que o espaço, o tempo e o movimento não são absolutos, mas sim relativos ao observador e aos seus próprios movimentos no espaço – a concepção positivista da ciência entrou em declínio.
• A psicanálise, fundada por Sigmund Freud.Freud mostrou a importância do inconsciente no comportamento humano, tendo concluído que o comportamento do Homem era comandado por impulsos inconscientes escondidos na profundidade da mente humana.
• O impacto cultural das concepções psicanalíticas deu-se em muitos campos, nomeadamente na arte, na literatura, na religião e nos comportamentos.
• A nível artístico, motivou os escritores e artistas para a exploração do inconsciente na arte.
As Invenções
• No início do séc. XX, dão-se profundas transformações na literatura e nas artes contra a tradição e um desafio à sociedade.
• É a época do Modernismo e das experiências de vanguarda que se caracterizaram por:
a) Rompimento com a arte tradicionalb) Criação de uma linguagem pictórica própriac) concepção da arte como uma investigação permanente (busca
de novas técnicas, novos materiais).
Surge, no século XX, o Movimento das Vanguardas ou Vanguardismo (revolução plástica)
Os artistas vanguardistas assumem-se como os pioneiros, os «avant-garde», tendo por missão inventar o futuro e criar um mundo novo.
Década de prosperidade e liberdade, animada pelo
som das jazz-bands e pelo charme das melindrosas mulheres modernas da
época, que frequentavam os salões e traduziam no
seu comportamento e modo de vestir o espírito da
também chamada Era do Jazz.
LOUCOS anos 20
- As carruagens dão lugar a carros possantes.- Década da ‘liberação’ femina- Década da influência de Hollywood na moda Jazz - “American way of life” - Grandes estilistas (Coco Chanel, Jean Patou
Jacques Doucet)
Os loucos anos 20
Os loucos anos 20