eu quero uma casa no campo onde eu possa compor muitos rocks rurais e tenha somente a certeza dos...

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Page 1: Eu quero uma casa no campo Onde eu possa compor muitos rocks rurais E tenha somente a certeza Dos amigos do peito e nada mais Eu quero uma casa no campo
Page 2: Eu quero uma casa no campo Onde eu possa compor muitos rocks rurais E tenha somente a certeza Dos amigos do peito e nada mais Eu quero uma casa no campo

Eu quero uma casa no campoOnde eu possa compor muitos rocks rurais

E tenha somente a certezaDos amigos do peito e nada mais

Eu quero uma casa no campoOnde eu possa ficar no tamanho da paz

E tenha somente a certezaDos limites do corpo e nada mais

Eu quero carneiros e cabras pastando solenesNo meu jardim

(...)

Page 3: Eu quero uma casa no campo Onde eu possa compor muitos rocks rurais E tenha somente a certeza Dos amigos do peito e nada mais Eu quero uma casa no campo

Eu quero o silêncio das línguas cansadasEu quero a esperança de óculos

Meu filho de cuca legalEu quero plantar e colher com a mão

A pimenta e o salEu quero uma casa no campo

Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapéOnde eu possa plantar meus amigos

Meus discos e livrosE nada mais

Page 4: Eu quero uma casa no campo Onde eu possa compor muitos rocks rurais E tenha somente a certeza Dos amigos do peito e nada mais Eu quero uma casa no campo

Final do século XVIII Origem ITALIANA Surge em oposição ao Barroco e seu

excesso de religiosidade Iluminismo e o poder da razão

Page 5: Eu quero uma casa no campo Onde eu possa compor muitos rocks rurais E tenha somente a certeza Dos amigos do peito e nada mais Eu quero uma casa no campo

Busca da simplicidade Bucolismo (pastoralismo) Imitação da natureza Retomada e inspiração através dos

clássicos Locus amoenus Fugere urbem Inutilia truncat Carpe diem

Page 6: Eu quero uma casa no campo Onde eu possa compor muitos rocks rurais E tenha somente a certeza Dos amigos do peito e nada mais Eu quero uma casa no campo

Diferentemente do Barroco e do Romantismo, que iremos estudar em breve, há no Arcadismo um distanciamento entre a realidade e o imaginário poético.

O eu lírico tem o campo como plano de fundo, mas o autor do poema, embora fale o tempo todo da natureza, do campo, vive na cidade.

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Fundação da Arcádia Lusitana (1756) Despotismo esclarecido (Marquês de

Pombal) Nuel Maria du Bocage é, sem dúvidas, o

maior representante do Arcadismo em Portugal.

Compôs poemas que dividimos em: pré-românticos, satíricos e árcades.

Page 9: Eu quero uma casa no campo Onde eu possa compor muitos rocks rurais E tenha somente a certeza Dos amigos do peito e nada mais Eu quero uma casa no campo

Auto retratoMagro, de olhos azuis, carão moreno,Bem servido de pés, meão na altura,Triste de facha, o mesmo de figura,Nariz alto no meio, e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno, Mais propenso ao furor do que à

ternura;Bebendo em níveas mãos, por taça

escura, De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades(Digo, de moças mil) num só

momento,E somente no altar amando os

frades,

Eis Bocage em quem luz algum talento;

Saíram dele mesmo estas verdades,Num dia em que se achou mais

pachorrento.

Page 10: Eu quero uma casa no campo Onde eu possa compor muitos rocks rurais E tenha somente a certeza Dos amigos do peito e nada mais Eu quero uma casa no campo

Incultas produções da mocidade Exponho a vossos olhos, ó leitores.

Vede-as com mágoa, vede-as com piedade, Que elas buscam piedade e não louvores.

Ponderai da Fortuna a variedade Nos meus suspiros, lágrimas e amores;

Notai dos males seus a imensidade, A curta duração dos seus favores.

E se entre versos mil de sentimento Encontrardes alguns, cuja aparência

Indique festival contentamento,

Crede, ó mortais, que foram com violência Escritos pela mão do Fingimento,

Cantados pela voz da Dependência.

Page 11: Eu quero uma casa no campo Onde eu possa compor muitos rocks rurais E tenha somente a certeza Dos amigos do peito e nada mais Eu quero uma casa no campo

Camões, grande Camões, quão semelhante Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!

Igual causa nos fez, perdendo o Tejo, Arrostar co'o sacrílego gigante;

Como tu, junto ao Ganges sussurrante, Da penúria cruel no horror me vejo;

Como tu, gostos vãos, que em vão desejo, Também carpindo estou, saudoso amante.

Ludíbrio, como tu, da Sorte dura Meu fim demando ao Céu, pela certeza

De que só terei paz na sepultura.

Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!... Se te imito nos transes da Ventura,

Não te imito nos dons da Natureza.