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Supremo Tribunal Federal SrFU,gltaJ

17/07/2017 17:51 0039496

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MINISTRIO PBLICO FEDERAL PROCURADORIA GERAL DA REPBLICA

SUBSECRETARIA DE GESTO DOCUMENTAL E PROCESSUAL DIVISO DE CONTROLE EXTRAJUDICIAL

TERMO DE ABERTURA DE VOLUME

Aos dois dias do ms de maio do ano de dois mil e dezessete, nesta Diviso de

Controle Extrajudicial DCE/SUBGDP/CHEFIAGAB/PGR, procedi abertura do presente

Volume III da Notcia de Fato - PGR . NFPGR 1.00.000.010999/2016 15 fi. 530.

Para constar, lavrei o presente termo, que vai devidamente assinado .

SAMUEL RICARDO

Tcnico

4.

Tcnno de Abertura c Encerramento de Volume 055/2017. Verso 2, de 30107/20 15.

o', (~ 5' . ", ' . ..,

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GAB/PGR

fia. 000530

MINISTRIO PBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPBLICA EM MATO GROSSO

OF/PRlMT/3 NCC/N.o 1078/2017. PR-MT -00008156/2017

Ao Excelentssimo Senhor Dr. Rodrigo Janot Monteiro de Barros Procurador-Geral da Repblica SAF Sul Quadra 4 Conjunto C Braslia/DF - CEP 70050-900

Cuiab-MT, 22 de maro de 2017.

Ref. Encaminha ACORDOS DE COLABORAO PREMIADA

Exmo. Procurador-Geral da Repblica,

Ao tempo em que o cumprimento, encaminho os acordos de

COLABORAO PREMIADA: PR-MT-00008124/2017, PR-MT-00008123/2017,

PR-MT-00008121/2017, PR-MT-00008122/2017 e PR-MT-00008126/2017, para

conhecimento .

Ao ensejo, renovamos a Vossa Excelncia protestos de

elevada estima e distinta considerao .

Vanessa Cristhina Marconi Zago Ribeiro Scarmagnani

Procuradora da Repblica

Av. Estevo de Mendona, 83Q, Edifcio "Green Tower", Quilombo, Cuiab/~1T, CEP: 78.043-705 Telefone (65) 6312-5000 - Fax, (65) 3612-5005

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l -,

GAB/PGi

, GAB I PGR --I '; :8, OOO~32

tigo 37 da Conveno de Mrida e os artigos 4 a 8 da Lei

12.850/2013;

Considerando a existncia de autos de procedimentos investi-

gatrios nos quais foram compilados elementos de prova acerca do

envolvimento de Roseli de Ftima Meira Barbosa na prtica das in-

fraes penais tipificadas no artigo 16, da Lei n 7.492/86; arts. 158,

312, 317 e 359-0, todos do Cdigo Penal; art. 1, V e VI, da Lei

9.613/98; art. 2, da Lei n 12.850/2013 e artigos 89, 90 e 91, da Lei

n 8.666/93, bem como outras tipificaes relacionadas que porven-

tura venham a ser atribudas a COLABORADORA;

Considerando a atuao de Roseli de Ftima Meira Barbosa

na organizao criminosa, em operaes de branqueamento de capi-

tais mediante movimentao financeira em conta bancria de terceiro

(triangularizao), com o depsito de vantagens indevidas recebidas,

com intuito de dissimular sua origem e promover sua reintroduo na

e,conomia formal;

Considerando que no perodo de 2010 a 2014, quando exer-

ceu o cargo de Secretria de Estado de Trabalho e Assistncia Social,

Roseli de Ftima Meira Barbosa no apenas adquiriu conhecimentos

de grande valia sobre a execuo (modus operandi) dos delitos que

praticou, mas tambm sobre os agentes pblicos beneficirios e ope-

radores financeiros dos delitos;

Considerando que sua colaborao tem grande relevncia

para o desmantelamento da organizao criminosa e para o aprofun-

damento de investigaes relativas a formas de dissimulao da ori-

g,m d, "pi,"i< lifei

oGAB/PGR1 ~S.000533 .

o-o ~

Considerando o interesse pblico na efetividade da persecu-

o criminal de outros agentes, na ampliao e aprofundamento das

investigaes de crimes contra a Administrao Pblica, contra o

Sistema Financeiro Nacional, Lavagem de Dinheiro e crimes pratica-

dos por organizaes criminosas, inclusive no que diz respeito sua

repercusso nas esferas cvel, tributria, administrativa, disciplinar e

de responsabilidade;

Considerando o interesse pblico residente na recuperao de

vantagens econmicas ilcitas obtidas em detrimento dos cofres p-

blicos e distribudas entre diversos agentes pblicos e particulares

ainda no identificados;

Formalizam o presente ACORDO DE COLABORACO

PREMIADA, regido pelas seguintes clusulas:

I - OBJETO DO ACORDO

Clusula 1" - A COLABORADORA compromete-se a prestar

todas as informaes teis para a elucidao dos fatos e delitos

executados ao longo do perodo em que ocupou o cargo de Secretaria

de Estado (2010 a 2014), destacando os j apontados nos Anexos deste

termo de acordo, os quais integram os seus termos para todos os

efeitos.

Pargrafo nico - Inclui-se no mbito da colaborao tratada no

caput, em carter no exclusivo, os fatos em apurao nos

procedimentos investigatrios relacionados no Acordo e Anexos, alm

de todos os demais que venham a ser deles originados ou com eles

relacionados, bem como fatos que estejam ou no em apurao que

forem indagados a COLABORADORA e que sejam de seu

conhecimento.

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11 - BENEFCIOS A COLABORADORA

Clusula 2a - Ressalvada a necessidade de homologao

judicial, ficam acordados, cumulativamente, os seguintes benefcios 554 para a COLABORADORA, vinculados ao cumprimento integral das

condies avenadas:

I - Em relao aos crimes que so objeto do presente acordo, a

reduo de 2/3 da pena, nos termos do artigo 4 da Lei n 12.850/2013,

desde que a COLABORADORA:

a) identifique os demais co autores e partcipes da organizao

criminosa e das infraes penais por eles praticadas;

b) revele a estrutura hierrquica e da diviso de tarefas da

organizao criminosa;

c) auxilie na preveno de infraes penais decorrentes das

atividades da organizao criminosa;

d) auxilie na recuperao total ou parcial do produto ou do

proveito das infraes penais praticadas pela organizao criminosa.

II - Em relao aos crimes que so objeto do presente acordo, o

cumprimento das penas se sujeitar ao limite de 07 (sete) anos de

recluso, a serem cumpridos da seguinte forma:

a) priso em regime semi-aberto diferenciado, com

monitoramento eletrnico constante e recolhimento em sua residncia

durante a semana e nos fins de semana, no perodo compreendido

entre as 22h e as 06h;

b) priso em regime aberto diferenciado pelo restante da pena

(05 anos) at o seu total cumprimento, sem tornozeleira eletrnica,

devendo comparecer mensalmente ao juzo da execuo para justificar

as atividades e endereo;

c) o perodo de detrao e/ou remisso decorrente do tempo que

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G.Aa I fi;iH . llI000535 I I

elencados no pargrafo nico da clusula primeira ser computado do

total da pena.

d) durante todo o perodo de cumprimento do Acordo, a

COLABORADORA dever se abster de ocupar cargo pblico na 555 Administrao Direta e Indireta ou com ela contratar, exceo da

concesso dos meios de comunicao dos quais a COLABORADORA

scia.

III - A qualquer tempo, o regime de pena ser regredido para o

regime fechado ou semiaberto, de acordo com os ditames do artigo 33,

do Cdigo Penal, nas hipteses legais de regresso, caso em que o

benefcio concedido neste inciso deixar de ter efeito.

Pargrafo primeiro - O Ministrio Pblico se manifestar

favoravelmente aos pedidos judiciais de restituio de coisa

apreendida formulados pela COLABORADORA, desde que os seus

objetos no estejam abrangidos pelas hipteses dos artigos 91, do

Cdigo Penal; 240, do Cdigo de Processo Penal e Leis n 7.492 e

9.613, bem como no configurem materialidade delitiva, proveito ou

produto de crime.

Pargrafo segundo - Aps a quitao integral do valor da

indenizao prevista na Clusula 3a, o Ministrio Pblico se

manifestar pelo levantamento das medidas restritivas e de bloqueios

eventualmente incidentes sobre algum(ns) does) bem(ns) de

propriedade da COLABORADORA.

Pargrafo terceiro - At a extino das penas, a

COLABORADORA compromete-se a informar aos juzos

competentes qualquer mudana de endereo.

III - PAGAMENTO DE INDENIZAO

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irretratvel, a pagar indenizao em razo dos diversos delitos por ela

praticados, no valor de R$ 2.452.290,22 (dois milhes quatrocentos e

cinquenta e dois mil duzentos e noventa reais e vinte e dois centavos)

a serem revertidos ao Estado do Mato Grosso.

Pargrafo primeiro - A quantia de R$ 2.452.290,22 (dois

milhes quatrocentos e cinquenta e dois mil duzentos e noventa reais e

vinte e dois centavos) ser destinada ao Estado de Mato Grosso, e ser

paga mediante dao em pagamento, com perdimento imediato, dos

seguintes bens imveis:

1) Um terreno localizado no lote 05, quadra 25, no Condomnio Portal

das guas, Lago do Manso, Chapada dos Guimares, com 5.680,78m2,

matriculado sob na 15.991 perante o CRI de Chapada dos

Guimares/MT, avaliado em R$1.250.000,00 (um milho e duzentos e

cinquenta mil reais);

2) Um apartamento residencial, com trs vagas de garagem, loca1.izado

no Edifcio Riviera da Amrica, unidade 1801, Bairro Jardim das

Amricas, CuiablMT, matriculado sob na 82.444 perante o 60 Cartrio

de Registro de Imveis de Cuiab/MT, avalIado em R$ 1.202.290,22

(um milho, duzentos e dois mil, duzentos e noventa reais e vinte e

dois centavos).

Pargrafo segundo - Caso a avaliao dos imveis indicados

acima no seja aceita, por qualquer motivo, pelo Poder Judicirio, os

imveis indicados pela COLABORADORA podero ser submetidos a

nova avaliao judicial s suas expensas.

Pargrafo terceiro - A COLABORADORA se compromete a

guarda e manuteno dos bens arrolados no pargrafo primeiro at sua

alienao judicial. Da mesma forma, compromete-se a manter em dia

as taxas, os tributos neles incidentes, despesas condominiais e demais

despesas de conservao do imvel pelo prazo de 03 (trs) anos

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Pargrafo quarto - A COLABORADORA compromete-se a

apresentar semestralmente os comprovantes de quitao de

pagamentos de taxas, despesas condominiais, tributos e demais

despesas necessrias conservao do imvel. 55 7 Pargrafo quinto - condio para que a dao em

pagamento relacionada aos bens indicados no pargrafo primeiro seja

aceita, que a COLABORADORA entregue os bens mveis e imveis

livres e desembaraados, com localizao certa e precisa.

Pargrafo sexto - invlida e rescinde de pleno direito o

presente acordo a dao em pagamento relacionada aos bens indicados

no pargrafo primeiro se os imveis estiverem localizados em terras da

Unio ou do Estado de Mato Grosso, inclusive terras devolutas, bem

como em terras indgenas, assim entendidas aquelas constantes do

pargrafo primeiro do artigo 231 da Constituio de 1988 e do ttulo

III da Lei 6001/1973, ainda que no homologadas, mas j objeto de

estudos de identificao e delimitao a cargo do rgo competente,

bem como localizados em rea de entorno, no permetro de 10 km de

terras indgenas nas mesmas condies.

Pargrafo stimo - A COLABORADORA se compromete a

no questionar judicialmente, impugnar, ou de qualquer forma discutir

a renncia e ou a destinao dos bens acima, seja em nome prprio ou

por intermdio de outras pessoas, inclusive seus familiares.

Pargrafo oitavo Os bens indicados pela

COLABORADORA sero alienados judicialmente e imediatamente

aps a homologao do presente acordo, sendo que a

COLABORADORA se compromete a se abster de impugnar ou

embargar tais alienaes de qualquer forma, inclusive por intermdio

de seus familiares ou outras pessoas.

Pargrafo nono - A COLABORADORA atesta que todos os

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cantantes do ANEXO patrimonial que parte integrante do premnffi" e=======.I Acordo.

Pargrafo dcimo - A COLABORADORA providenciar no

prazo de 06 (seis) meses a regularizao dos registros de propriedade

dos bens imveis acima nominados no pargrafo primeiro da clusula

terceira para que eles possam ser aceitos como dao em pagamento

ou providenciar sua alienao para pagamento em espcie.

Pargrafo onze - Na hiptese da existncia de bens no

informados no Anexo patrimonial, o MPF, poder, ao seu critrio,

pugnar pela resciso do acordo ou promover as aes legais cabveis,

inclusive penais.

Pargrafo doze - Considerando que as aes penais propostas

e a serem propostas em desfavor da COLABORADORA, relacionadas

ao objeto do presente acordo, possuem reflexo na rea cvel, a

indenizao ora acordada poder ser objeto de compensao com

multas e penas pecunirias impostas em aes civis pblicas, aes de

improbidade administrativa ou aes de reparao de danos. O mesmo

se aplica em caso de eventual acordo patrimonial cvel com o

Ministrio Pblico do Estado de Mato Grosso.

IV - DESISTNCIA DE RECURSOS, EXCEES E

HABEAS CORPUS

Clusula 4" - A COLABORADORA desistir de todos os

habeas corpus impetrados em seu favor, no prazo de 24 (vinte e

quatro) horas, contados da assinatura do presente acordo, desistindo

tambm do exerccio de defesas processuais, inclusive as relacionadas

a competncia, suspeio e arguies de nulidades.

558

Pargrafo nico - A COLABORADORA renuncia ao

exerccio do direito de recorrer das sentenas condenatrias proferidas

em relao aos fatos que so objeto deste acordo, podendo, no entanto,

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- 1 exercit-lo quanto eventual no observncia da reduo de ena--- ..==1

pactuada neste Acordo ou em relao ao regime de cumprimento de

pena que for mais gravoso ou em caso de quebra do acordo por parte

do Ministrio Pblico.

v - CONDIES DA PROPOSTA Clusula 5" - Para que o presente acordo possa produzir os

benefcios nele relacionados, especialmente os constantes na clusula

2", a colaborao deve ser ampla, efetiva, eficaz e conducente para

alcanar ao menos um dos seguintes resultados:

a) A identificao dos autores, coautores, partcipes da

organizao criminosa sob investigao nos feitos objeto deste

Acordo e das infraes penais por ele praticadas ou que

venham a ser do seu conhecimento;

b) A revelao da estrutura hierrquica e a diviso de tarefas da

organizao criminosa;

c) A recuperao total ou parcial do produto e do proveito das

infraes penais praticadas pela organizao criminosa, tanto

no Brasil, quanto no exterior.

Clusula 6" - A COLABORADORA se obriga, sem malcia ou

reservas mentais, a:

a) Esclarecer todos os fatos que tenha conhecimento e lhe forem

indagados, executados ao longo do perodo em que ocupou o

cargo de Secretria de Estado, destacando os j apontados nos

Anexos deste termo de acordo, bem como indicando provas

potencialmente alcanveis;

b) Falar a verdade incondicionalmente, em todas as investigaes

(inclusive nos inquritos policiais, civis e aes civis e

procedimentos administrativos disciplinares e tributrios), alm

de aes penais em que venha a ser chamado a depor na

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condio de testemunha ou interrogado;

GAB/PGRl :,000540 .

c) Cooperar sempre que solicitado, mediante comparecimento

pessoal a qualquer das sedes do Ministrio Pblico Federal,

Ministrio Pblico do Estado de Mato Grosso, da Polcia 560 Federal, da Polcia Judiciria Civil do Estado de Mato Grosso

ou da Receita Federal, para analisar documentos e provas,

reconhecer pessoas, prestar depoimentos e auxiliar peritos na

anlise pericial;

d) Entregar todos os documentos papis, escritos, fotografias,

banco de dados, arquivos eletrnicos e demais meios de prova

de que disponha, estejam em seu poder, ou que a

COLABORADORA tenha confiado guarda de terceiros e que

possam contribuir, a juzo do Ministrio Pblico, para a

elucidao dos crimes que so objeto da presente colaborao;

e) No impugnar, por qualquer meio, o presente acordo de

colaborao, em qualquer dos inquritos policiais ou aes

penais ou civis pblicas, nos quais esteja envolvido, no Brasil

ou no exterior, salvo por fato superveniente homologao

judicial, em funo de descumprimento do acordo ou da lei

pelo Ministrio Pblico ou pelo Poder Judicirio;

f) Colaborar amplamente com o Ministrio Pblico e com outras

autoridades pblicas por este apontadas em tudo mais que diga

respeito aos fatos do presente acordo;

g) Afastar-se de suas atividades delituosas, especificamente no "\\

vindo mais a contribuir, de qualquer form, com as atividades

da organizao criminosa ora investigada;

h) Comunicar imediatamente ao Ministrio Pblico caso seja

contatada diretamente ou indiretamente por qualquer dos

demais integrantes da organizao criminosa.

Clusula 7a - A enumerao de casos especficos nos quais se

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GAB/PGR -/ ~s. 00 054 I

reclama a colaborao no tem carter exaustivo, tenCle:=::i~====~d

COLABORADORA o dever genrico de cooperar com o Ministrio

Pblico e com outras autoridades pblicas por este apontadas, para o

esclarecimento de quaisquer fatos que tenha conhecimento e lhe forem 561 indagados, executados ao longo do perodo em que ocupou de

Secretaria de Estado (2010 a 2014) ou relacionados ao objeto deste

acordo.

Clusula 8" - Cada Anexo deste acordo, assinado pelas partes,

diz respeito a um fato tpico, ou a um grupo de fatos tpicos, em

relao ao qual a COLABORADORA prestar seu depoimento

pessoal, bem como fornecer provas em seu poder e indicar

diligncias que possam ser realizadas para a sua apurao.

Clusula 9a - O sigilo estrito das declaraes ser mantido

enquanto necessrio efetividade das investigaes em curso,

inclusive quanto ao teor do prprio anexo, a juzo do MPF e do Poder

Judicirio, nos termos do enunciado sumular vinculante de n 14 do

Supremo Tribunal Federal.

Clusula 10a - Os depoimentos colhidos sero registrados em

duas vias, das quais no ter cpia a COLABORADORA ou a sua

defesa tcnica, resguardado o direito de receber, a cada depoimento,

um termo atestando que prestou declaraes em determinado dia e

horrio no interesse de determinada investigao.

Clusula n' - A COLABORADORA est ciente de que, caso venha a imputar falsamente, sob pretexto de colaborao com a

justia, a prtica de infrao penal a pessoa que sabe inocente, ou

revelar informaes sobre a estrutura de organizao criminosa que

sabe inverdicas, poder ser responsabilizado pelo crime previsto no

art. 19 da Lei 12.850/2013, cuja pena de recluso, de 1 (um) a 4

(quatro) anos de priso, e multa, alm da resciso deste acordo.

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VI - VALIDADE DA PROVA

I GAB/PGkl Fls. 000542

J I ..

Clusula 12" - A prova obtida mediante a presente avena de

colaborao premiada, aps devidamente homologada, ser utilizada

=J

validamente para a instruo de inquritos policiais, procedimentos 562 administrativos criminais, aes penais, aes cveis e de improbidade

administrativa e inquritos civis e processos administrativos

disciplinares e tributrios, podendo ser emprestada tambm ao

Ministrio Pblico dos Estados, Receita Federal, Procuradoria da

Fazenda Nacional, ao Banco Central do Brasil e a outros rgos,

inclusive de pases e entidades estrangeiras, para a instruo de

procedimentos e aes fiscais, cveis, administrativas (inclusive

disciplinares), de responsabilidade, bem como qualquer outro

procedimento pblico de apurao dos fatos, mesmo que rescindido

este acordo.

VII RENNCIA GARANTIA CONTRA A

AUTOINCRIMINAO E AO DIREITO AO SILNCIO

Clusula 13" - Ao assinar o acordo de colaborao premiada, a

COLABORADORA, na presena de seus advogados, est ciente de

que renuncia ao direito constitucional ao silncio e garantia contra a

autoincriminao, nos termos do ar!. 4, 14, da Lei n 12.850/2013,

em especial no que tange aos depoimentos em que vier a prestar no

bojo da presente colaborao, estando sujeito ao compromisso legal de

dizer a verdade sobre o que vier a lhe ser perguntado.

VIII - IMPRESCINDIBILIDADE DA DEFESA TCNICA

Clusula 14" - Nos termos do ar!. 4, 15, da Lei 12.850/2013,

em todos os atos de confirmao e execuo da presente colaborao,

, COLABORADORA dey,,' '" ,,,;,ti

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GAB/PGR Fls. 000543

--- .. =.I

IX-SIGILO

Clusula 15" - As partes comprometem-se a preservar o sigilo

sobre o presente acordo, seus anexos, depoimentos e provas obtidas

durante a sua execuo.

Pargrafo primeiro - O sigilo ser levantado por ocasio do

recebimento da(s) denncia(s) e exclusivamente em relao aos fatos

nela(s) contemplados.

Pargrafo segundo - Aps o recebimento de denncia

referente a fato abrangido por este acordo, eventuais pessoas

denunciadas com utilizao de meios de prova advindos da

cooperao da COLABORADORA, podero ter vista deste

documento, bem como dos respectivos anexos e depoimentos que

tenham embasado a investigao que ensejou a denncia, mediante

autorizao judicial e sem prejuzo dos direitos assegurados a

COLABORADORA, previstos neste acordo e no art. 5 da Lei n

12.850/2013.

Pargrafo terceiro - Os anexos no relacionados denncia

sero mantidos em sigilo enquanto isso for necessrio para a

preservao da efetividade das investigaes, nos termos do enunciado

sumular vinculante de nO 14 do Supremo Tribunal Federal.

Pargrafo quarto - O sigilo estende-se ao udio e vdeo dos

depoimentos prestados no bojo do presente acordo, inclusive na fase

judicial, caso este meio seja utilizado.

Pargrafo quinto - Ressalvada a necessidade de autorizao

judicial, a COLABORADORA concorda com o levantamento do

sigilo dos depoimentos e provas obtidos em virtude deste termo,

sempre que o MPF reputar tratar-se de medida necessria ao

atendimento do interesse pblico ou efetividade das investigaes.

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, ,

_. ----------

compartilhado com o MINISTRIO PBLICO DO ESTADO

MATO GROSSO, mediante o compromisso de sigilo, cpia dos

anexos apresentados pela COLABORADORA.

Clusula 16" - Dentre os defensores da COLABORADORA

somente tero acesso ao presente acordo e s informaes dele

decorrentes o advogado signatrio ou os advogados que forem por este

substabelecido com poderes especficos.

PARTE X - HOMOLOGAO JUDICIAL

Clusula 17" - Para ter eficcia, o presente termo de

colaborao ser levado ao conhecimento do Juzo competente,

Supremo Tribunal Federal, nos temos do art. 4", 7, da Lei n

12.850/2013, para homologao.

Clusula 1S" - Homologado o acordo perante o Supremo

Tribunal Federal, valer em todo foro e instncia que lhe seja inferior,

restando desnecessria sua homologao perante outras instncias.

Clusula 19" - O Juzo da execuo deste acordo ser o

Supremo Tribunal Federal ou outro por ele delegado.

PARTE XI - RESCISO

Clusula 20 - O acordo ser rescindido nas seguintes

hipteses: "

a) Se a COLABORADORA descumprir, sem justificativa,

qualquer das clusulas, pargrafos, alneas ou itens em relao

aos quais se obrigou;

564

b) Se a COLABORADORA, dolosamente, sonegar a verdade ou

mentir em relao a fatos em apurao, em relao aos quais se

obrigou a cooperar, incluindo a omisso de bens e valores de

sua propriedade ou posse que estejam em seu nome ou em

",m, d",,,,,,,"; ~ ;'iI' l'

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~ 'L

.GAB/PGR Fls. 000545 .' ,

c) Se a COLABORADORA se recusar a prestar

informao de que tenha conhecimento;

. _ ._.=

d) Se a COLABORADORA se recusar a entregar documento ou

prova que tenha em seu poder ou sob a guarda de pessoa de

suas relaes ou sujeito a sua autoridade ou influncia, ou,

diante eventual impossibilidade de obteno direta de tais

documentos ou provas, recusar-se a indicar ao MPF a pessoa

que o guarda e o local onde poder ser obtido;

e) Se ficar provado que, aps a celebrao do acordo, a

COLABORADORA sonegou, adulterou, destruiu ou suprimiu

provas que tinha em seu poder ou sob sua disponibilidade;

f) Se a COLABORADORA vier a praticar qualquer outro crime

doloso aps a homologao judicial da avena;

g) Se a COLABORADORA fugir ou tentar furtar-se ao da

Justia Criminal;

h) Se o Ministrio Pblico no pleitear em favor da

COLABORADORA os benefcios aqui acordados;

i) Se o sigilo a respeito deste acordo for quebrado por parte da

COLABORADORA, pela sua defesa ou pelo Ministrio

Pblico;

j) Se a COLABORADORA no efetuar o pagamento da

indenizao ou no oferecer as garantias avenadas;

k) Se a COLABORADORA, direta ou indiretamente, impugnar os

termos deste acordo;

I) Se no forem assegurados injustificadamente a

COLABORADORA os direitos previstos no art. 5 da Lei

12.850/2013, desde que expressamente alertadas s autoridades

acerca da circunstncia;

m) se ficar comprovado que o colaborador possui outros bens,

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, .

patrimonial previsto na clusula 3', pargrafo onze;

GAB/PGR-

Fls. 000546

n) Em caso de descumprimento de quaisquer das cIailsu as

previstas no presente acordo.

Clusula 21" - Em caso de resciso do acordo por

responsabilidade da COLABORADORA, ele perder direito aos

benefcios que lhe forem concedidos em virtude da cooperao com o

Ministrio Pblico.

Pargrafo 10 - Se a resciso for imputvel ao Ministrio

Pblico ou ao Poder Judicirio, a COLABORADORA poder, a seu

critrio, cessar a cooperao, com a manuteno dos benefcios j

concedidos.

Pargrafo 20 Se a resciso for imputvel a

COLABORADORA, ela perder todos os benefcios concedidos, alm

do patrimnio apresentado como forma de garantia (clusula 3"),

permanecendo hgidas e vlidas todas as provas produzidas, inclusive

depoimentos que houver prestado e documentos que houver

apresentado.

Clusula 22" - A resciso do acordo ser decidida pelo

Supremo Tribunal Federal, mediante a prvia distribuio de

procedimento prprio, notificao das partes e realizao de audincia

de justificao .

XII - DURAO TEMPORAL

Clusula 23" - O presente acordo valer, caso no haja

resciso, at a extino da punibilidade pelo cumprimento da pena em

relao ( s) sentena( s) condenatria( s) em seu desfavor.

XIV - DECLARAO DE ACEITAO

Clusula 24" - Nos termos do art. 6, inc. III, da Lei

,AJ.

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~----------------------------------------------------. --

!- (,

GAB/PGR Fls. 000547

12.850/2013, a COLABORADORA, assistida por seu(s) defens;l;n:ffl;===d

declara a aceitao ao presente acordo de livre e espontnea vontade e,

por estarem concordes, firmam as partes o presente instrumento.

Braslia (DF), 21 de maro de 2017.

f{} Rodrigo Janot Monteiro de Barros

Procurador-Geral da Repblica

4 Roseli de Ftima Meira

Babosa Colaboradora

Dlio Lins e Silva Junior OAB/DF 16.649

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,.

~ .

AIHPGR FlI,000548

568 MINISTR.IO PBLICO FEDER.AL

Procuradoria-Geral da Repblica

OPERAO I LO~ALDE TRAMITE

Arqueiro/Ouro, de Tolo I

7' Vara Criminal da Comarca de Cuiab/MT

AUTOS

Cdigo 387134

CLASSE: ~j~~~~~~~ I A-~ Pen~ -Peculato 'I

l

-Corrupo ativa e i passIva I -Lavagem de

: Dinheiro I [-Fraude licitao

1

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,

GAB/PGRl

AS.:O.OO 5 4 9j

MINISTRIO PBLICO FEDERAL

Procuradoria-Geral da Repblica

ACORDO DE COLABORAO PREMIADA

o MINISTRIO PBLICO FEDERAL (MPF), pelo Procu-rador-Geral da Repblica, e ANTNIO DA CUNHA BARBOSA

FILHO, brasileiro, empresrio, filho de Antnio da Cunha Barbosa

e de Joana da Cunha Barbosa, nascido em 15/02/1965, inscrito no

CPF 483.372.509-68, residente na Rua 4, s/n, Bairro ZH1-001, CEP

78525-000, MatuplMT, devidamente assistido por seu advogado

constitudo, que tambm assina o presente termo.

Considerando o quanto dispem o artigo 129, inciso I, da

Constituio Federal; os artigos 13 a 15 da Lei n 9.807/99; o artigo

1, 5, da Lei 9.613/98; o artigo 26 da Conveno de Palerma; o ar-

tigo 37 da Conveno de Mrida e os artigos 4 a 8 da Lei

12.65012013; f

569 Im

pres

so p

or: 0

53.4

32.5

39-4

6 Pe

t 708

5

Em: 2

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Considerando a existncia de autos de procedimentos i

.GAB/PGk 1 FIS000550.

gatrios nos quais foram compilados elementos de prova acerca do

envolvimento de Antnio da Cunha Barbosa Filho na prtica das in-

fraes penais tipificadas no artigo 16, da Lei nO 7.492/86; arts. 158,

312, 317 e 359-D, todos do Cdigo Penal; art. 1, V e VI, da Lei

9.613/98; art. 2, da Lei n 12.850/2013 e artigos 89, 90 e 91, da Lei

n 8.666/93, bem como outras tipificaes relacionadas que porven-

tura venham a ser atribudas ao COLABORADOR;

Considerando a atuao de Antnio da Cunha Barbosa Filho

na organizao criminosa, atuante na captao de recurso ilcito e em

operaes de branqueamento de capitais mediante movimentao fi-

nanceira em conta bancria de terceiro (triangularizao), com o de-

psito de vantagens indevidas recebidas, com intuito de dissimular

sua origem e promover sua reintroduo na economia formal;

Considerando que no perodo de 2006 a 2014 e 2010 a 2014,

o irmo e cunhado, respectivamente, do COLABORADOR, SILVAL

DA CUNHA BARBOSA e de ROSELI DE FTIMA MEIRA BAR-

BOSA, os quais ocuparam os cargos de vice-Governador e Governa-

dor do Estado de Mato Grosso e Secretria de Estado de Trabalho e

Assistncia Social, Antnio da Cunha Barbosa Filho no apenas ad-

quiriu conhecimentos de grande valia sobre a execuo (modus ope-

randi) dos delitos que praticou, mas tambm sobre os agentes pbli-

cos beneficirios e operadores financeiros dos delitos;

Considerando que sua colaborao tem grande relevncia

para o desmantelamento da organizao criminosa e para o aprofun-

damento de investigaes relativas a formas de dissimulao da ori-

=l

570

r

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GAB/PGR Fls. 000551

l:-;~----,=---:=l Considerando o interesse pblico na efetividade da per cu-

o criminal de outros agentes, na ampliao e aprofundamento das

investigaes de crimes contra a Administrao Pblica, contra o

Sistema Financeiro Nacional, Lavagem de Dinheiro e crimes pratica- 571 dos por organizaes criminosas, inclusive no que diz respeito sua

repercusso nas esferas cvel, tributria, administrativa, disciplinar e

de responsabilidade;

Considerando o interesse pblico residente na recuperao de

vantagens econmicas ilcitas obtidas em detrimento dos cofres p-

blicos e distribudas entre diversos agentes pblicos e particulares

ainda no identificados;

Formalizam o presente ACORDO DE COLABORACO

PREMIADA, regido pelas seguintes clusulas:

I - OBJETO DO ACORDO

Clusula I" - O COLABORADOR compromete-se a prestar

todas as informaes teis para a elucidao dos fatos e delitos

executados ao longo do perodo em que seu irmo e cunhada, SILVAL

DA CUNHA BARBOSA e ROSELI DE FTIMA MEIRA

BARBOSA ocuparam, respectivamente, os cargos de vice-Governador

e Governador do Estado de Mato Grosso e Secretria de Estado de

Trabalho e Assistncia Social, destacando os j apontados nos Anexos

deste termo de acordo, os quais integram os seus termos para todos os

efeitos.

Pargrafo nico - Inclui-se no mbito da colaborao tratada no

caput, em carter no exclusivo, os fatos em apurao nos

procedimentos investigatrios relacionados no Acordo e Anexos, alm

d' todo< o< d,m,i, q", v,"h,m , '" d,\" jf1~ ,\" r

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GAB/P~~l Rs. 0005:J

relacionados, bem como fatos que estejam ou no em apurao que

forem indagados ao colaborador e que sejam de seu conhecimento.

11 - BENEFCIOS AO COLABORADOR

Clusula 2" - Ressalvada a necessidade de homologao

judicial, ficam acordados, cumulativamente, os seguintes benefcios

para o COLABORADOR, vinculados ao cumprimento integral das

condies avenadas:

I - Em relao aos crimes que so objeto do presente acordo, a

reduo de 2/3 da pena, nos termos do artigo 4 da Lei n 12.850/2013,

desde que o COLABORADOR:

a) identifique os demais coautores e partcipes da organizao

criminosa e das infraes penais por eles praticadas;

b) revele a estrutura hierrquica e da diviso de tarefas da

organizao criminosa;

c) auxilie na preveno de infraes penais decorrentes das

atividades da organizao criminosa;

d) auxilie na recuperao total ou parcial do produto ou do

proveito das infraes penais praticadas pela organizao criminosa.

11 - Em relao aos crimes que so objeto do presente acordo, o

cumprimento das penas se sujeitar ao limite de 10 (dez) anos de

recluso, a serem cumpridos da seguinte forma:

a) priso em regime semi-aberto diferenciado pelo prazo de 01

(um) ano e 06 (seis) meses, com monitoramento eletrnico constante e

recolhimento em sua residncia em Cuiab-MT ou em Matup-MT

onde exerce suas atividades empresariais, durante os dias teis da

semana e nos finais de semana;

b) priso em regime aberto diferenciado pelo restante da pena

(08 anos e 06 meses) at o seu total cumprimento, sem tornozeleira

eletrnica, devendo comparecer mensalmente

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r------------------------------- --- ---

para justificar as atividades e endereo;

.GAB/PGRl Fls. 000553 .

c) o perodo de detrao e/ou remisso decorrente do tempo que

o COLABORADOR permaneceu preso provisoriamente nos feitos 573 elencados no pargrafo nico da clusula primeira ser computado do

total da pena.

d) durante todo o perodo de cumprimento do Acordo, o

COLABORADOR dever se abster de ocupar cargo pblico na

Administrao Direta e Indireta ou com ela contratar, a exceo da

concesso dos meios de comunicao dos quais scio.

IH - A qualquer tempo, o regime de pena ser regredido para o

regime fechado ou semiaberto, de acordo com os ditames do artigo 33,

do Cdigo Penal, nas hipteses legais de regresso, caso em que o

benefcio concedido neste inciso deixar de ter efeito .

Pargrafo primeiro - O Ministrio Pblico se manifestar

favoravelmente aos pedidos judiciais de restituio de coisa

apreendida formulados pelo COLABORADOR, desde que os seus

objetos no estejam abrangidos pelas hipteses dos artigos 91, do

Cdigo Penal; 240, do Cdigo de Processo Penal e Leis n 7.492 e

9.613, bem como no configurem materialidade delitiva, proveito ou

produto de crime .

Pargrafo segundo - Aps a quitao integral do valor da

indenizao prevista na Clusula 3", o Ministrio Pblico se

manifestar pelo levantamento das medidas restritivas e de bloqueios

eventualmente incidentes sobre algum(ns) does) bem(ns) de

propriedade do COLABORADOR.

Pargrafo terceiro - At a extino das penas, o

COLABORADOR compromete-se a informar aos juzos competentes

qlliqu" mud;m' d. ,"d.~tf/ c;;I'----

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,---------------_.- - ------- ----

-----

III - PAGAMENTO DE INDENIZAO

GAB/PGR

Fls. 000554

Clusula 3" - O COLABORADOR se compromete, de modo 5 74 irretratvel, a pagar indenizao em razo dos diversos delitos por ele

praticados, no valor de R$ 3.428.488,99 (trs milhes quatrocentos e

vinte e oito mil quatrocentos e oitenta e oito reais e noventa e nove

centavos) a serem revertidos ao Estado do Mato Grosso.

Pargrafo primeiro - A quantia de R$ 3.428.488,99 (trs

milhes quatrocentos e vinte e oito mil quatrocentos e oitenta e oito

reais e noventa e nove centavos) ser destinada ao Estado de Mato

Grosso, e ser paga mediante dao em pagamento, com perdimento

imediato, dos seguintes bens mveis e imveis:

1) Uma rea rural de 1.248,7055 ha, localizada em Peixoto de

Azevedo/MT, denominada Fazenda Lagoa Dourada, matriculada sob

n 6.782 perante o CRI de Peixoto de Azevedo/MT, avaliada em

2.904.488,99 (dois milhes, novecentos e quatro mil, quatrocentos e

oitenta e oito reais e noventa e nove centavos);

2) Um terreno localizado no lote 04, quadra 25, no Condomnio Portal

das guas, Lago do Manso, Chapada dos Guimares, com

2.378,324m2, matr.iculado sob n 15.990 perante o CRI de Chapada

dos Guimares/MT, avaliado em R$ 524.000,00 (quinhentos e vinte e

quatro mil reais).

Pargrafo segundo - Caso a avaliao dos imveis indicados

acima no seja aceita, por qualquer motivo, pelo Poder Judicirio, os

imveis indicados pelo COLABORADOR podero ser submetidos a

nova avaliao judicial s suas expensas.

Pargrafo terceiro - O COLABORADOR se compromete a

guarda e manuteno dos bens arrolados no pargrafo primeiro at sua

alienao judicial. Da mesma forma, compromete-se a manter em dia

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,-------------------------------------------------------- --

GAB/PGR Fls. 000555

despesas de conservao do imvel pelo prazo de 03 (tr~r-ill~. "".C:-.-=1

contados da entrega efetiva do bem ao Estado de Mato Grosso.

Pargrafo quarto - O COLABORADOR compromete-se a

apresentar semestralmente os comprovantes de quitao de

pagamentos de taxas, despesas condominiais, tributos e demais

despesas necessrias conservao do imvel.

Pargrafo quinto - condio para que a dao em

pagamento relacionada aos bens indicados no pargrafo primeiro seja

aceita, que o COLABORADOR entregue os bens mveis e imveis

livres e desembaraados, com localizao certa e precisa .

Pargrafo sexto - invlida e rescinde de pleno direito o

presente acordo a dao em pagamento relacionada aos bens indicados

no pargrafo primeiro se os imveis estiverem localizados em terras da

Unio ou do Estado de Mato Grosso, inclusive terras devolutas, bem

como em terras indgenas, assim entendidas aquelas constantes do

pargrafo primeiro do artigo 231 da Constituio de 1988 e do ttulo

III da Lei 600111973, ainda que no homologadas, mas j objeto de

estudos de identificao e delimitao a cargo do rgo competente,

bem como localizados em rea de entorno, no permetro de 10 km de

terras indgenas nas mesmas condies .

Pargrafo stimo - O COLABORADOR se compromete a no

questionar judicialmente, impugnar, ou de qualquer forma discutir a

renncia e ou a destinao dos bens acima, seja em nome prprio ou

por intermdio de outras pessoas, inclusive seus familiares.

Pargrafo oitavo - Os bens indicados pelo COLABORADOR

sero alienados judicialmente e imediatamente aps a homologao do

presente acordo, sendo que o COLABORADOR se compromete a se

abster de impugnar ou embargar tais alienaes de qualquer forma,

inclusive por intermdio de seus familiares ou outras pessoas.

todos os

575

Pargrafo nono - O COLABORADOR atesta que

$5 f!

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1-, ----GAB/PGR

Fls. 000556

seus bens e valores, em nome prprio ou de interpostas pessoas, so os

cantantes do ANEXO patrimonial que parte integrante do presente

Acordo.

Pargrafo dcimo - O COLABORADOR providenciar no

prazo de 06 (seis) meses a regularizao dos registros de propriedade

dos bens imveis acima nominados no pargrafo primeiro da clusula

terceira para que eles possam ser aceitos como dao em pagamento

ou providenciar sua alienao para pagamento em espcie.

Pargrafo onze - Na hiptese da existncia de bens no

informados no Anexo patrimonial, o MPF, poder, ao seu critrio,

pugnar pela resciso do acordo ou promover as aes legais cabveis,

inclusive penais.

Pargrafo doze - Considerando que as aes penais propostas

e a serem propostas em desfavor do COLABORADOR, relacionadas

ao objeto do presente acordo, possuem reflexo na rea cvel, a

indenizao ora acordada poder ser objeto de compensao com

multas e penas pecunirias impostas em aes civis pblicas, aes de

improbidade administrativa ou aes de reparao de danos. O mesmo

se aplica em caso de eventual acordo patrimonial cvel com o

Ministrio Pblico do Estado de Mato Grosso .

IV - DESISTNCIA DE RECURSOS, EXCEES E

HABEAS CORPUS

Clusula 4a - O COLABORADOR desistir de todos os

habeas corpus impetrados em seu favor, no prazo de 24 (vinte e

quatro) horas, contados da assinatura do presente acordo, desistindo

tambm do exerccio de defesas processuais, inclusive as relacionadas

a competncia, suspeio e arguies de nulidades.

Pargrafo nico - O COLABORADOR renuncia ao exerccio

do direito de recorrer das sentenas condenatrias

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GAB/PGR Fls. 000557

l:::---===--d relao aos fatos que so objeto deste acordo, podendo, no entanto,

exercit-lo quanto eventual no observncia da reduo de pena

pactuada neste Acordo ou em relao ao regime de cumprimento de

pena que for mais gravoso ou em caso de quebra do acordo por parte

do Ministrio Pblico.

v - CONDIES DA PROPOSTA Clusula 5" - Para que o presente acordo possa produzir os

benefcios nele relacionados, especialmente os constantes na clusula

2", a colaborao deve ser ampla, efetiva, eficaz e conducente para

alcanar ao menos um dos seguintes resultados:

a) A identificao dos autores, coautores, partcipes da

organizao criminosa sob investigao nos feitos objeto deste

Acordo e das infraes penais por ele praticadas ou que

venham a ser do seu conhecimento;

b) A revelao da estrutura hierrquica e a diviso de tarefas da

organizao criminosa;

c) A recuperao total ou parcial do produto e do proveito das

infraes penais praticadas pela organizao criminosa, tanto

no Brasil, quanto no exterior.

Clusula 6" - O COLABORADOR se obriga, sem malcia ou

reservas mentais, a:

a) Esclarecer todos os fatos que tenha conhecimento e lhe forem

indagados, executados especialmente no perodo de 2006 a

2014 e 2010 a 2014, vez que o irmo e cunhada do

COLABORADOR, SILVAL DA CUNHA BARBOSA e

ROSELI DE FTIMA MEIRA BARBOSA ocuparam,

respectivamente, os cargos de vice-Governador e Governador

do Estado de Mato Grosso e Secretria de Estado de Trabalho e

577

~ JP 4(

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, '

GAB/PGRl Fls, 000558 !

Assistncia Social;

b) Falar a verdade incondicionalmente, em todas as investigaes

(inclusive nos inquritos policiais, civis e aes civis e

procedimentos administrativos disciplinares e tributrios), alm

de aes penais em que venha a ser chamado a depor na

condio de testemunha ou interrogado;

c) Cooperar sempre que solicitado, mediante comparecimento

pessoal a qualquer das sedes do Ministrio Pblico Federal,

Ministrio Pblico do Estado de Mato Grosso, da Polcia

Federal, da Polcia Judiciria Civil do Estado de Mato Grosso

ou da Receita Federal, para analisar documentos e provas,

reconhecer pessoas, prestar depoimentos e auxiliar peritos na

anlise pericial;

d) Entregar todos os documentos papis, escritos, fotografias,

banco de dados, arquivos eletrnicos e demais meios de prova

de que disponha, estejam em seu poder, ou que o

COLABORADOR tenha confiado guarda de terceiros e que

possam contribuir, a juzo do Ministrio Pblico, para a

elucidao dos crimes que so objeto da presente colaborao;

e) No impugnar, por qualquer meio, o presente acordo de

colaborao, em qualquer dos inquritos policiais ou aes

penais ou civis pblicas, nos quais esteja envolvido, no Brasil

ou no exterior, salvo por fato superveniente homologao

judicial, em funo de descumprimento do acordo ou da lei

pelo Ministrio Pblico ou pelo Poder Judicirio;

f) Colaborar amplamente com o Ministrio Pblico e com outras

autoridades pblicas por este apontadas em tudo mais que diga

respeito aos fatos do presente acordo;

g) Afastar-se de suas atividades delituosas, especificamente no

vindo mais a contribuir, de qualquer forma, com as atividades

=J

578

r dfrf

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.539

-46

Pet 7

085

Em: 2

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/201

7 - 1

4:54

:51

-----------------------------------

da organizao criminosa ora investigada;

GAB/PGR Fls, 000559

.--= h) Comunicar imediatamente ao Ministrio Pblico caso seja

contatada diretamente ou indiretamente por qualquer dos 5 79 demais integrantes da organizao criminosa.

Clusula 7a - A enumerao de casos especficos nos quais se

reclama a colaborao no tem carter exaustivo, tendo o

COLABORADOR o dever genrico de cooperar com o Ministrio

Pblico e com outras autoridades pblicas por este apontadas, para o

esclarecimento de quaisquer fatos que tenha conhecimento e lhe forem

indagados, especialmente no perodo de 2006 a 2014 e 2010 a 2014,

vez que o irmo e a cunhada do COLABORADOR, SILVAL DA

CUNHA BARBOSA e ROSELI DE FTIMA MEIRA BARBOSA

ocuparam, respectivamente, os cargos de vice-Governador e

Governador do Estado de Mato Grosso e Secretria de Estado de

Trabalho e Assistncia Social ou relacionados ao objeto deste acordo.

Clusula 8a - Cada Anexo deste acordo, assinado pelas partes,

diz respeito a um fato tpico, ou a um grupo de fatos tpicos, em

relao ao qual o COLABORADOR prestar seu depoimento pessoal,

bem como fornecer provas em seu poder e indicar diligncias que

possam ser realizadas para a sua apurao .

Clusula 9a - O sigilo estrito das declaraes ser mantido

enquanto necessrio efetividade das investigaes em curso,

inclusive quanto ao teor do prprio anexo, a juzo do MPF e do Poder

Judicirio, nos termos do enunciado sumular vinculante de nO 14 do

Supremo Tribunal Federal.

Clusula 10a - Os depoimentos colhidos sero registrados em

duas vias, das quais no ter cpia o COLABORADOR ou a sua

defesa tcnica, resguardado o direito de receber, a cada depoimento,

um termo atestando que prestou declaraes em determinado dia e

h,,'rio no ln",~~ d, d''',_da ln"r V

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,-~~~~--- ----

, .

GAB/PGk"/ As. 000560 .

Clusula n" - O COLABORADOR est ciente de que, s . __ .=.J

venha a imputar falsamente, sob pretexto de colaborao com a

justia, a prtica de infrao penal a pessoa que sabe inocente, ou

revelar informaes sobre a estrutura de organizao criminosa que

sabe inverdicas, poder ser responsabilizado pelo crime previsto no

art. 19 da Lei 12.850/2013, cuja pena de recluso, de 1 (um) a 4

( quatro) anos de priso, e multa, alm da resciso deste acordo.

VI - VALIDADE DA PROVA

Clusula 12" - A prova obtida mediante a presente avena de

colaborao premiada, aps devidamente homologada, ser utilizada

validamente para a instruo de inquritos policiais, procedimentos

administrativos criminais, aes penais, aes cveis e de improbidade

administrativa e inquritos civis e processos administrativos

disciplinares e tributrios, podendo ser emprestada tambm ao

Ministrio Pblico dos Estados, Receita Federal, Procuradoria da

Fazenda Nacional, ao Banco Central do Brasil e a outros rgos,

inclusive de pases e entidades estrangeiras, para a instruo de

procedimentos e aes fiscais, cveis, administrativas (inclusive

disciplinares), de responsabilidade, bem como qualquer outro

procedimento pblico de apurao dos fatos, mesmo que rescindido

este acordo .

VII RENNCIA GARANTIA CONTRA A

AUTOINCRIMINAO E AO DIREITO AO SILNCIO

Clusula 13" - Ao assinar o acordo de colaborao premiada, o

COLABORADOR, na presena de seus advogados, est ciente de que

renuncia ao direito constitucional ao silncio e garantia contra a

5S0

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~--------------------------- -- ---

GAB/PGR-/ Fls. 0005~J:

em especial no que tange aos depoimentos em que vier a presGll no :=J

bojo da presente colaborao, estando sujeito ao compromisso legal de

dizer a verdade sobre o que vier a lhe ser perguntado.

VIII - IMPRESCINDIBILIDADE DA DEFESA TCNICA

Clusula 14" - Nos termos do art. 4, 15, da Lei 12.850/2013,

em todos os atos de confirmao e execuo da presente colaborao,

o COLABORADOR dever ser assistido por defensor.

IX-SIGILO

Clusula 15" - As partes comprometem-se a preservar o sigilo

sobre o presente acordo, seus anexos, depoimentos e provas obtidas

durante a sua execuo .

Pargrafo primeiro - O sigilo ser levantado por ocasio do

recebimento da(s) denncia(s) e exclusivamente em relao aos fatos

nela(s) contemplados.

Pargrafo segundo - Aps o recebimento de denncia

referente a fato abrangido por este acordo, eventuais pessoas

denunciadas com utilizao de meios de prova advindos da

cooperao do COLABORADOR, podero ter vista deste documento,

bem como dos respectivos anexos e depoimentos que tenham

embasado a investigao que ensejou a denncia, mediante

autorizao judicial e sem prejuzo dos direitos assegurados ao

COLABORADOR, previstos neste acordo e no art. 5 da Lei n

12.850/2013.

Pargrafo terceiro - Os anexos no relacionados denncia

sero mantidos em sigilo enquanto isso for necessrio para a

preservao da efetividade das investigaes, nos termos do enunciado

sumular vinculante de n 14 do Supremo Tribunal Federal.

Pargrafo quarto - O sigilo estende-se ao udio e vdeo dos

cp-- iJ)

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,------------------------------------------------------ ---

11 ,.

GAB/PGR. Fls. 000562 f

t depoimentos prestados no bojo do presente acordo, inclusive na .ao"

judicial, caso este meio seja utilizado.

Pargrafo quinto - Ressalvada a necessidade de autorizao

judicial, o COLABORADOR concorda com o levantamento do sigilo

dos depoimentos e provas obtidos em virtude deste termo, sempre que

o MPF reputar tratar-se de medida necessria ao atendimento do

interesse pblico ou efetividade das investigaes.

Pargrafo sexto - Aps a assinatura do acordo, ser

compartilhado com o MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DE

MATO GROSSO, mediante o compromisso de sigilo, cpia dos

anexos apresentados pelo COLABORADOR.

Clusula 16' - Dentre os defensores do COLABORADOR

somente tero acesso ao presente acordo e s informaes dele

decorrentes o advogado signatrio ou os advogados que forem por este

substabelecido com poderes especficos.

PARTE X - HOMOLOGAO JUDICIAL

Clusula 17' - Para ter eficcia, o presente termo de

colaborao ser levado ao conhecimento do Juzo competente,

Supremo Tribunal Federal, nos temos do art. 4', 7, da Lei n

12.850/2013, para homologao.

Clusula 18' - Homologado o acordo perante o Supremo

Tribunal Federal, valer em todo foro e instncia que lhe seja inferior,

restando desnecessria sua homologao perante outras instncias.

Clusula 19' - O Juzo da execuo deste acordo ser o

Supremo Tribunal Federal ou outro por ele delegado.

PARTE XI - RESCISO

Clusula 20' - O acordo ser rescindido nas seguintes

hiPt'''''~ ~

..

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. "

.J GAfHI?GR hs. o 005 6 3 ;," I- t

a) Se o COLABORADOR descumprir, sem justificativa, qualquer

das clusulas, pargrafos, alneas ou itens em relao aos quais

se obrigou;

b) Se o COLABORADOR, dolosamente, sonegar a verdade ou

mentir em relao a fatos em apurao, em relao aos quais se

obrigou a cooperar, incluindo a omisso de bens e valores de

sua propriedade ou posse que estejam em seu nome ou em

nome de terceiro;

c) Se o COLABORADOR se recusar a prestar qualquer

informao de que tenha conhecimento;

d) Se o COLABORADOR se recusar a entregar documento ou

prova que tenha em seu poder ou sob a guarda de pessoa de

suas relaes ou sujeito a sua autoridade ou influncia, ou,

diante eventual impossibilidade de obteno direta de tais

documentos ou provas, recusar-se a indicar ao MPF a pessoa

que o guarda e o local onde poder ser obtido;

e) Se ficar provado que, aps a celebrao do acordo, o

COLABORADOR sonegou, adulterou, destruiu ou suprimiu

provas que tinha em seu poder ou sob sua disponibilidade;

f) Se o COLABORADOR vier a praticar qualquer outro crime

doloso aps a homologao judicial da avena;

g) Se o COLABORADOR fugir ou tentar furtar-se ao da

Justia Criminal;

h) Se o Ministrio Pblico no pleitear em favor do

COLABORADOR os benefcios aqui acordados;

i) Se o sigilo a respeito deste acordo for quebrado por parte do

COLABORADOR, sua defesa ou pelo Ministrio Pblico;

j) Se o COLABORADOR no efetuar o pagamento da

indenizao ou no oferecer as garantias avenadas;

k) Se o COLABORADOR, direta ou indiretamente, impugnar os

583

J ., ~

termos deste acordo;

I) Se no forem assegurados

.. GAB/PGR

Fls. 000564

injustificadamente o

COLABORADOR os direitos previstos no art. 5 da Lei

12.850/2013, desde que expressamente alertadas s autoridades

acerca da circunstncia;

m) se ficar comprovado que o colaborador possui outros bens,

ainda que em nome de terceiros, no declarados no ANEXO

patrimonial previsto na clusula 3', pargrafo onze;

n) Em caso de descumprimento de quaisquer das clusulas

previstas no presente acordo .

Clusula 21" - Em caso de resciso do acordo por

responsabilidade do COLABORADOR, ele perder direito aos

benefcios que lhe forem concedidos em virtude da cooperao com o

Ministrio Pblico.

Pargrafo 10 - Se a resciso for imputvel ao Ministrio

Pblico ou ao Poder Judicirio, o COLABORADOR poder, a seu

critrio, cessar a cooperao, com a manuteno dos benefcios j

concedidos.

Pargrafo 2 Se a resciso for imputvel o

COLABORADOR, ele perder todos os benefcios concedidos, alm

do patrimnio apresentado como forma de garantia (clusula 3'),

permanecendo hgidas e vlidas todas as provas produzidas, inclusive

depoimentos que houver prestado e documentos que houver

apresentado.

Clusula 22' - A resciso do acordo ser decidida pelo

Supremo Tribunal Federal, mediante a prvia distribuio de

procedimento pr~OtifiCao das partes e realizao de audincia

de justificao. ~ r

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i ., .J

'.

. GAB/PGR

Fls. O O O 5 6 5' .;

XII - DURAO TEMPORAL

Clusula 23" - O presente acordo valer, caso no haja

resciso, at a extino da punibilidade pelo cumprimento da pena em 5 8 5 relao (s) sentena(s) condenatria(s) em seu desfavor.

XIV - DECLARAO DE ACEITAO

Clusula 24" - Nos termos do art. 6, inc. 1II, da Lei

12.850/2013, o COLABORADOR, assistida por seu(s) defensor(es),

declara a aceitao ao presente acordo de livre e espontnea vontade e,

por estarem concordes, firmam as partes o presente instrumento.

An

Braslia (DF), 21 de ".".rnn de 2017 .

Rodrigo Janot 9 elro de Barros Procurador-Geral da Repblica

Dlio Lins e Silva Junior OAB/DF 16.649

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,-------------- ... - -- ------

' .

GAB/PGR Fls. 000566

MINISTIUO PBLICO FEDERAL

Procuradoria-Geral da Repblica

T

OPERAO LOCAL DE TRMITE

-+ -Justia do

Estado

-. ~-

AUTOS CLASSE I CONDUTA , INVESTIGADA

091/2016 --Inq.:;rlto --I-O~gani;~C;opolicial/I Criminosa

Defaz -Conupo ativa e ___ _ _ Jpasshra

586 Im

pres

so p

or: 0

53.4

32.5

39-4

6 Pe

t 708

5

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,

GAB/PGR.

Fls. 000567 J:' . . .. '

MINISTRJO PBLICO FEDERAL

Procuradoria-Geral da Repblica

ACORDO DE COLABORAO PREMIADA

o MINISTRIO PBLICO FEDERAL (MPF), pelo Procu-rador-Geral da Repblica, e SILVAL DA CUNHA BARBOSA, bra-

sileiro, casado, empresrio, ex-Governador do Estado de Mato Gros-

so (gesto 2011/2014), nascido em 26/04/1961, natural de Borraz-

polislPR, filho de Joana da Cunha Barbosa e Antnio da Cunha Bar-

bosa, portador do Registro Geral n. 2020025 SS/PR, inscrito no Ca-

dastro de Pessoa Fsica sob o n. 335.903.119-91, grau de instruo

Superior Completo, residente na Avenida Braslia, n 835, apto 1801,

Bairro Jardim das Amricas, Cuiab/MT, CEP 78045-020, atualmen-

te recolhido no Centro de Custdia da Capital, doravante denomina-

do COLABORADOR, devidamente assistido por seu advogado

""'tituido, qu, "m"'m ,""" o p,~nte "=0. ri R r

587

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I GAB/PGR. tI; Ul10568 f , ~" , Considerando o quanto dispem o artigo 129, inciso I, da ~

Constituio Federal; os artigos 13 a 15 da Lei n 9.807/99; o artigo

1, 5, da Lei 9.613/98; o artigo 26 da Conveno de PaI ermo; o ar-

tigo 37 da Conveno de Mrida e os artigos 4 a 8 da Lei

12.850/2013;

Considerando a existncia dos autos de procedimentos inves-

tigatrios nos quais foram compilados elementos de prova acerca do

envolvimento de Silval da Cunha Barbosa na prtica das infraes

penais tipificadas no artigo 16, da Lei n 7.492/86; arts. 158, 312,

316,317,347 e 359-D, todos do Cdigo Penal; art. 1, V e VI, da Lei

9.613/98; ar!. 2, da Lei n 12.850/2013 e artigos 89, 90 e 91 da Lei

n 8.666/93, bem como outras tipificaes relacionadas que porven-

tura venham a ser atribudas ao Colaborador;

Considerando a atuao proeminente de Silval da Cunha Bar-

bosa na organizao criminosa, na qualidade de deputado estadual,

vice-governador e governador do Estado do Mato Grosso, partici-

pando de crimes de corrupo, peculato, lavagem de capitais entre

outros;

Considerando que, durante nos perodos de 2007 a 2010 e

2011 a 2014, exerceu os cargos sucessivos de vice-Governador e Go-

vernador do Estado de Mato Grosso, Silval da Cunha Barbosa no

apenas adquiriu conhecimentos de grande valia sobre a execuo

(modus operandi) dos delitos que praticou, mas tambm sobre os

agentes pblicos beneficirios e operadores financeiros dos delitos;

Considerando que sua colaborao tem grande relevncia

para o desmantelamento de uma organizao criminosa e para oA? aprofundamento das investigaes relativas a formas de dissimul(jY

o da origem de capitais ilcitos;

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.-------------------------------------------------_.--

.GAB/PGR Fls. 000569:'

Considerando o interesse pblico na efetividade da persecu-

o criminal de outros agentes, na ampliao e aprofundamento das

investigaes de crimes contra a Administrao Pblica, contra o

Sistema Financeiro Nacional, Lavagem de Dinheiro e crimes pratica-

dos por organizaes criminosas, inclusive no que diz respeito sua

repercusso nas esferas cvel, tributria, administrativa, disciplinar e

de responsabilidade;

Considerando o interesse pblico residente na recuperao de

vantagens econmicas ilcitas obtidas em detrimento dos cofres p-

blicos e distribudas entre diversos agentes pblicos e particulares

ainda no identificados;

Formalizam o presente ACORDO DE COLABORAO

PREMIADA, regido pelas seguintes clusulas:

I - OBJETO DO ACORDO

Clusula la - O COLABORADOR compromete-se a prestar

todas as informaes teis para a elucidao dos fatos e delitos

mencionados nos anexos deste acordo, os quais integram os seus

termos para todos os efeitos.

Pargrafo nico - Inclui-se no mbito da colaborao tratada no

caput, em carter no exclusivo, os fatos em apurao nos

procedimentos investigatrios relacionados no presente acordo e

anexos seguintes, alm de todos os demais que venham a ser deles

originados ou com eles relacionados, bem como fatos que estejam ou

no em apurao que forem indagados ao Colaborador e que sejam de

,ru ,"""em,"to.'

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GAB/PGR-

Fls. 000570

11 - BENEFCIOS AO COLABORADOR

Clusula 2" - Ressalvada a necessidade de homologao

judicial, ficam acordados, cumulativamente, os seguintes benefcios

para o COLABORADOR, vinculados ao cumprimento integral das

condies avenadas:

I - Em relao aos crimes que so objeto do presente acordo, a

reduo de 2/3 da pena, nos termos do artigo 4 da Lei n 12.850/2013,

desde que o COLABORADOR:

a) identifique os demais coautores e participes da organizao

criminosa e das infraes penais por eles praticadas;

b) revele a estrutura hierrquica e da diviso de tarefas da

organizao criminosa;

c) auxilie na preveno de infraes penais decorrentes das

atividades da organizao criminosa;

d) auxilie na recuperao total ou parcial do produto ou do

proveito das infraes penais praticadas pela organizao criminosa.

II - Em relao aos crimes que so objeto do presente acordo, o

cumprimento das penas se sujeitar ao limite de 20 (vinte) anos de

recluso, a serem cumpridos da seguinte forma:

a) priso em regime domiciliar diferenciado pelo prazo de 03

(trs) anos e 06 (seis) meses, dele podendo ser detrafdo somente o

tempo em que permaneceu preso provisoriamente nos feitos elencados

no pargrafo nico da clusula primeira, a ser cumprido mediante

recolhimento domiciliar e observao das seguintes condies:

i) no poder se ausentar de sua residncia, exceto mediante

autorizao do Juzo, aps ouvido o Ministrio Pblico;

ii) ficar submetido a vigilncia eletrnica pessoal em tempo

integral, mediante o uso de tornozeleira.

b) priso em regime semiaberto diferenciado por 02 (dois) anos

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GAB/PGR

Fls. 000571

cumpridos com recolhimento em sua residncia no '-=po,-er-;-o"'d"'o====1

compreendido entre as 22h e as 06h, durante os dias teis da semana

os finais de semana e feriados.

c) priso em regime aberto diferenciado pelo restante da pena 591 at o seu total cumprimento, sem tornozeleira eletrnica, devendo

comparecer mensalmente ao juzo da execuo para justificar as

atividades e endereo;

d) durante todo o perodo de cumprimento do Acordo, o

COLABORADOR dever se abster de ocupar cargo pblico na

Administrao Direta e Indreta ou com ela contratar .

e) durante o cumprimento da pena, o COLABORADOR poder

requerer o benefcio de remisso pelo trabalho, consoante o

regramento da Lei de Execuo Penal. Caso o trabalho seja de

prestao de servio comunidade por expressa indicao do juzo da

execuo da pena, o COLABORADOR poder requerer o benefcio da

remisso para ser deduzida do quantum da pena atribuda ao regime

fechado diJerenciado prevista no presente acordo.

m - A qualquer tempo, o regime de pena ser regredido para o regime fechado ou semiaberto, de acordo com os ditames do artigo 33,

do Cdigo Penal, nas hipteses legais de regresso, caso em que o

benefcio concedido neste dispositivo deixar de ter efeito.

Pargrafo primeiro - O Ministrio Pblico se manifestar

favoravelmente aos pedidos judiciais de restituio de coisa

apreendida, formulados pelo COLABORADOR, desde que os seus

objetos no estejam abrangidos pelas hipteses dos artigos 91, do

Cdgo Penal; 240, do Cdigo de Processo Penal e Leis n 7.492 e

9.613, bem como no configurem materialidade delitiva, proveito ou

produto de crime.

Pargrafo segundo - Aps a quitao integral

indenizao prevista na Clusula 3', o Ministrio

do valor da I~ Pblico se L5fJ/

f

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GAB/PGR

Fls. 000572

manifestar pelo levantamento das medidas restritivas e de bloqueios

eventualmente incidentes sobre algum(ns) does) bem(ns) de

propriedade do COLABORADOR. 592 Pargrafo terceiro - At a extino das penas, o

COLABORADOR compromete-se a informar aos juzos competentes

qualquer mudana de endereo.

III - PAGAMENTO DE INDENIZAO

Clusula 3" - O COLABORADOR se compromete, de modo

irretratvel, a pagar indenizao em razo dos diversos delitos por ele

praticados, no valor total de R$ 70.087.796,20 (setenta milhes,

oItenta e sete mil, setecentos e noventa e seis de reais e vinte e dois

centavos), que ser quitado mediante dao em pagamento de bens

mveis e imveis, e em espcie.

Pargrafo primeiro - A quantia de R$ 46.624.690,30

(quarenta e seis milhes, seiscentos e vinte e quatro mil, seiscentos e

noventa reais e trinta centavos) ser destinada ao Estado de Mato

Grosso, e ser paga mediante dao em pagamento, com perdimento

imediato, dos seguintes bens mveis e imveis:

1) Um lote urbano, localizado no Municpio de Sinop/MT, com

2.500 m2, matriculado sob nO 1.167, perante o 1 CRI de Sinop,

avaliado em R$ 860.000,00 (oitocentos e sessenta mil reais);

2) Uma rea rural de 4.114,9550 ha, localizada em Peixoto de

Azevedo, denominada Fazenda Serra Dourada lI, matriculada sob n

9.903 perante o CRI de Peixoto de Azevedo/MT, avaliada em R$

33.144.381,75 (trinta e trs milhes, cento e quarenta e quatro mil,

trezentos e oitenta e um reais e setenta e cinco centavos);

3) Uma rea rural de 1.248,6647 ha, localizada em Peixoto de

Azevedo/MT, denominada Fazenda Lagoa Dourada I, matriculada sob JK n 6.783 perante o CRI de Peixoto de Azevedo/MT, avaliada em R$

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GAB/PGR

Fls. 000574

I dois mil, seiscentos e vinte e um reais e dezoito centavos) acrescido de correo monetria e juros de 1% ao ms a

_~rtir de 1'/03/2017. '

Pargrafo terceiro - Havendo atraso inferior a 60 (sessenta)

dias no pagamento de parcela, incidir multa de 10% (dez por cento)

no valor da parcela corrigida monetariamente.

Pargrafo quarto - Havendo mora superior a 60 (sessenta)

dias na quitao de parcela, o presente acordo de colaborao poder

ser rescindido por iniciativa do Ministrio Pblico.

Pargrafo quinto - Caso a avaliao dos imveis indicados

acima no seja aceita, por qualquer motivo, pelo Poder Judicirio, os

imveis indicados pelo COLABORADOR podero ser submetidos a

nova avaliao judicial s suas expensas .

Pargrafo sexto - O COLABORADOR se compromete a

guarda e manuteno dos bens arrolados no pargrafo primeiro at sua

alienao judicial. Da mesma forma, compromete-se a manter em dia

as taxas, os tributos neles incidentes, despesas condominiais e demais

despesas de conservao do imvel pelo prazo de 03 (trs) anos

contados da entrega efetiva do bem ao Estado de Mato Grosso.

Pargrafo stimo - O COLABORADOR compromete-se a

apresentar semestralmente os comprovantes de quitao de

pagamentos de taxas, despesas condominiais, tributos e demais

despesas necessrias conservao do imvel.

Pargrafo oitavo - condio para que a dao em

pagamento relacionada aos bens indicados no pargrafo primeiro seja

aceita, que o COLABORADOR entregue os bens mveis e imveis

livres e desembaraados, com localizao certa e precisa.

Pargrafo nono - invlida e rescinde de pleno direito o

594

presente acordo a dao em pagamento relacionada aos bens indicados ~

no pargrafo primeiro se os imveis estiverem localizados em terras da ~

5f2- ~

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GAEl/PGR Fls. 000575

Unio ou do Estado de Mato Grosso, inclusive terras devolutas, bem

como em terras indgenas, assim entendidas aquelas constantes do

pargrafo primeiro do artigo 231 da Constituio de 1988 e do ttulo

III da Lei 6001/1973, ainda que no homologadas, mas j objeto de

estudos de identificao e delimitao a cargo do rgo competente,

bem como localizados em rea de entorno, no permetro de 10 km de

terras indgenas nas mesmas condies.

Pargrafo dcimo - O COLABORADOR se compromete a

no questionar judicialmente, impugnar, ou de qualquer forma discutir

a renncia e ou a destinao dos bens acima, seja em nome prprio ou

por intertndio de outras pessoas, inclusive seus familiares.

Pargrafo onze - Os bens indicados pelo COLABORADOR

sero alienados judicialmente e imediatamente aps a homologao do

presente acordo, sendo que o COLABORADOR se compromete a se

abster de impugnar ou embargar tais alienaes de qualquer forma,

inclusive por intermdio de seus familiares ou outras pessoas.

Pargrafo doze - O COLABORADOR atesta que todos os seus

bens e valores, em nome prprio ou de interpostas pessoas, so os

cantantes do ANEXO patrimonial que parte integrante do presente

Acordo .

Pargrafo treze - O COLABORADOR providenciar no

prazo de 06 (seis) meses a regularizao dos registros de propriedade

dos bens imveis acima nominados no pargrafo primeiro da clusula

terceira para que eles possam ser aceitos como dao em pagamento

ou providenciar sua alienao para pagamento em espcie.

595

Pargrafo catorze - Na hiptese da existncia de bens no

informados no Anexo patrimonial, o MPF, poder, ao seu critrio,

pugnar pela resciso do acordo ou promover as aes legais cabveis,

inclusive penais. ~ Pargrafo quinze - Assinado o acordo e passando o ~

Impr

esso

por

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.432

.539

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085

Em: 2

5/08

/201

7 - 1

4:54

:51

GAB/PGR

FIa. 000576

COLABORADOR a colaborar efetivamente no curso das aes penais

e investigaes em trmite, o Ministrio Pblico requerer, aps o

primeiro interrogatrio que se seguir assinatura, em seu favor

medida cautelar substitutiva da priso em estabelecimento de custdia, 596

consistente em priso domiciliar em tempo integral, com uso de

tornozeleira eletrnica, cumulada com o pagamento de fiana.

Pargrafo dezesseis - A fiana referida no pargrafo acima

ser compensada da indenizao estabelecida no presente acordo.

Pargrafo dezessete - Considerando que as aes penais

propostas e a serem propostas em desfavor do COLABORADOR,

relaci.onadas ao objeto do presente acordo, possuem reflexo na rea

cvel, a indenizao ora acordada poder ser objeto de compensao

com multas e penas pecunirias impostas em aes civis pblicas,

aes de improbidade administrativa ou aes de reparao de danos.

O mesmo se aplica em caso de eventual acordo patrimonial cvel com

o Ministrio PblIco do Estado de Mato Grosso.

IV - DESISTNCIA DE RECURSOS, EXCEES E

HABEAS CORPUS

Clusula 4" - O COLABORADOR desistir de todos os

habeas corpus impetrados em seu favor, no prazo de 24 (vinte e

quatro) horas, contados da assinatura do presente acordo, desistindo

tambm do exerccio de defesas processuais, inclusive as relacionadas

a competncia, suspeio e arguies de nulidades.

Pargrafo nico - O COLABORADOR renuncia ao exerccio

do direito de recorrer das sentenas condenatrias proferidas em

relao aos fatos que so objeto deste acordo, podendo, no entanto,

exercit-lo quanto eventual no observncia da reduo de pena J~

pactuada neste Acordo, em relao ao regime de cumprimento de pena t!V q", fm m," ",ov= 00 ,m '"'0 d, qu''''' do ",onlo po, p,rt, dO~

Impr

esso

por

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Em: 2

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/201

7 - 1

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Ministrio Pblico.

GAB/PGRl FlI000577

. 1

v - CONDIES DA PROPOSTA Clusula 5 - Para que o presente acordo possa produzir os

benefcios nele relacionados, especialmente os constantes na clusula

2, a colaborao deve ser ampla, efetiva, eficaz e conducente para

alcanar ao menos um dos seguintes resultados:

a) A identificao dos autores, coautores, partcipes da

organizao criminosa sob investigao nos feitos objeto deste

Acordo e das infraes penais por ele praticadas ou que

venham a ser do seu conhecimento;

b) A revelao da estrutura hierrquica e a diviso de tarefas da

organizao criminosa;

c) A recuperao total ou parcial do produto e do proveito das

infraes penais praticadas pela organizao criminosa, tanto

no Brasil, quanto no exterior.

Clusula 6 - O COLABORADOR se obriga, sem malcia ou

reservas mentais, a:

a) Esclarecer todos os fatos que tenha conhecimento e lhe forem

indagados, executados ao longo do perodo em qne ocupou o

cargo de deputado estadual, vice-governador e governador,

destacando os j apontados nos diversos Anexos deste termo de

acordo e, fornecendo todas as informaes e evidncias que

estejam ao seu alcance, bem como indicando provas

potencialmente alcanveis;

b) Falar a verdade incondicionalmente, em todas as investigaes

(inclusive nos inquritos policiais, civis e aes civis e

procedimentos administrativos disciplinares e tributrios), alm

de aes penais em que venha a ser chamado a depor na

condio de testemunha ou interrogado;

.. =J

591

Impr

esso

por

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.432

.539

-46

Pet 7

085

Em: 2

5/08

/201

7 - 1

4:54

:51

---------------------------------------------------------------

I GAB/PGRl Rs000578 (

c) Cooperar sempre que solicitado, mediante comparecimento -

pessoal a qualquer das sedes do Ministrio Pblico Federal,

Ministrio Pblico do Estado de Mato Grosso, da Polcia

Federal, da Polcia Judiciria Civil do Estado de Mato Grosso

ou da Receita Federal, para analisar documentos e provas,

reconhecer pessoas, prestar depoimentos e auxiliar peritos na

anlise pericial;

d) Entregar todos os documentos papis, escritos, fotografias,

banco de dados, arquivos eletrnicos e demais meios de prova

de que disponha, estejam em seu poder, ou que o

COLABORADOR tenha confiado guarda de terceiros e que

possam contribuir, a juzo do Ministrio Pblico, para a

elucidao dos crimes que so objeto da presente colaborao;

e) No impugnar, por qualquer meio, o presente acordo de

colaborao, em qualquer dos inquritos policiais ou aes

penais ou civis pblicas, nos quais esteja envolvido, no Brasil

ou no exterior, salvo por fato superveniente homologao

judicial, em funo de descumprimento do acordo ou da lei

pelo Ministrio Pblico ou pelo Poder Judicirio;

f) Colaborar amplamente com o Ministrio Pblico e com outras

autoridades pblicas por este apontadas em tudo mais que diga

respeito aos fatos do presente acordo;

g) Afastar-se de suas atividades delituosas, especificamente no

vindo mais a contribuir, de qualquer forma, com as atividades

da organizao criminosa ora investigada;

598

h) Comunicar imediatamente ao Ministrio Pblico Federal caso

seja contatado direta ou indiretamente por qualquer dos demais

integrantes da organizao criminosa.

Clusula 7" - A enumerao de casos especficos nos quais se N n'd=. ",bb~'o 0'0

GAB/PGR

Fls. 000579

COLABORADOR o dever genrico de cooperar com o Minlts""te5-r'j-nio..----

Pblico e com outras autoridades pblicas por este apontadas, para o

esclarecimento de quaisquer fatos que tenha conhecimento e lhe forem

indagados, executados ao longo do perodo em que ocupou o cargo de

vice-governador e governador e/ou relacionados ao objeto deste

acordo.

Clusula 8" - Cada Anexo deste acordo, assinado pelas partes,

diz respeito a um fato tpico, ou a um grupo de fatos tpicos, em

relao ao qual o COLABORADOR prestar seu depoimento pessoal,

bem como fornecer provas em seu poder e indicar diligncias que

possam ser realizadas para a sua apurao.

Clusula 9' - O sigilo estrito das declaraes ser mantido

enquanto necessrio efetividade das investigaes em curso,

inclusive quanto ao teor do prprio anexo, a juzo do MPF e do Poder

Judicirio, nos termos do enunciado sumular vinculante de n 14 do

Supremo Tribunal Federal.

Clusula lO" - Os depoimentos colhidos sero registrados em

duas vias, das quais no ter cpia o COLABORADOR ou a sua

defesa tcnica, resguardado o direito de receber, a cada depoimento,

um termo atestando que prestou declaraes em determinado dia e

horrio no interesse de determinada investigao.

Clusula 11a - O COLABORADOR est ciente de que, caso

venha a imputar falsamente, sob pretexto de colaborao com a

justia, a prtica de infrao penal a pessoa que sabe inocente, ou

revelar informaes sobre a estrutura de organizao criminosa que

sabe inverdicas, poder ser responsabilizado pelo crime previsto no

art. 19 da Lei 12.850/2013, cuja pena de recluso, de 1 (um) a 4

(quatro) anos de priso, e multa, alm da resciso deste acordo. ~

.5?? (

599

Impr

esso

por

: 053

.432

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GAB/PGR. Fls. 000580 ' . .

VI - VALIDADE DA PROVA l--.:....",,--...:._.:1

Clusula 12" - A prova obtida mediante a presente avena de

colaborao premiada, aps devidamente homologada, ser utilizada

validamente para a instruo de inquritos policiais, procedimentos

administrativos criminais, aes penais, aes cveis e de improbidade

administrativa e inquritos civis, processos administrativos

disciplinares e tributrios, podendo ser emprestada tambm ao

Ministrio Pblico dos Estados, Receita Federal, Procuradoria da

Fazenda Nacional, ao Banco Central do Brasil e a outros rgos,

inclusive de pases e entidades estrangeiras, para a instruo de

procedimentos e aes fiscais, cveis, administrativas (inclusive

disciplinares), de responsabilidade, bem como qualquer outro

procedimento pblico de apurao dos fatos, mesmo que rescindido

este acordo.

VII RENNCIA GARANTIA CONTRA A

AUTOINCRIMINAO E AO DIREITO AO SILNCIO

Clusula 13" - Ao assinar o acordo de colaborao premiada, o

COLABORADOR, na presena de seus advogados, est ciente de que

renuncia ao direito constitucional ao silncio e garantia contra a

autoincriminao, nos termos do art. 4, 14, da Lei n 12.850/2013,

em especial no que tange aos depoimentos em que vier a prestar no

bojo da presente co