estudos fenomenológicos, anotações

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  • 7/23/2019 Estudos fenomenolgicos, anotaes

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    Estudos fenomenolgicos, anotaes

    (Introduo recordao amadora)

    Introduo

    O ttulo indica o que a seguinte coleo de reflexes, artigos e observaes gostaria de ser,

    a saber, uma espcie de cadernos de anotaes. Daqueles que como estudantes trocamos,

    para ajuda mtua, recordando o que se ouve nas prelees, semin!rios e leituras, de autores,

    professores e especialistas abali"ados e que bem ou mal conseguimos assimilar e anotar,

    dentro das nossas limitaes de estudantes amadores. #s anotaes aqui recebem

    ocasionalmente forma externa de ensaio, artigo, discurso, apostila e reflexes avulsas eocasionais, feitas durante semin!rios e col$quios. % algumas foram publicadas j! &! muito

    tempo ou recentemente em forma de artigos. 'eja qual for a forma externa que as anotaes

    assumem, todas elas gostariam de ser lidas como anotaes de estudante amador e amante

    na coisa, i. , na causa da filosofia, principalmente da fenomenologia. #notaes de tal

    caderno s$ as entende quem as rabiscou, e quem, ao l()las, tem o mesmo tipo de complexo

    e paixo. *omplexo e paixo de busca da coisa ela mesma da +enomenologia e do seu

    fascnio, sofridos pelo iniciante ou amador. De que complexo e de que paixo se trata, di" o

    sub)ttuloIntroduo recordao amadora.

    Recordao aqui no tem nada a ver com mem$rias do passado longnquo saudoso e-ou

    traum!tico de antan&o, nem com dep$sito de lembranas, reminisc(ncias do passado,

    portanto com arquivo de dados. #ntes, tem a ver com a cordiali"ao, com a re-cordao,

    portanto, com cerne, corao, o fundo oculto, donde nasce, cresce e consuma)se, sempre de

    novo o que aparece, dentro, diante e ao redor de n$s. as ento o que , pois, cerne,

    corao, o fundo oculto, donde nasce, cresce e se consuma o estudo de um amador na

    +enomenologia/ 0or ser ofundo do amador&! ali psicologicamente algo como medo de

    pouco saber, uma espcie de complexo do aprendi" que no especialista, de ser apenas

    iniciante e diletante. as ao mesmo tempo &! tambm ali algo como mpeto da inoc(ncia

    alienada de um grande desejo, vontade de se adentrar, sim de estar por dentro, em casa,

    naquilo que a alma do amador ama, a saber, naquilo que a +enomenologia l&e tem de mais

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    pr$prio e fascinante, sem con&ecer bem a complexidade e exig(ncia de exatido objetiva e

    informativa que o empen&o e o desempen&o de tal empreendimento do saber exige. % a

    tudo isso se acrescente o receio de iludir)se a si mesmo, contentando)se com o saber

    particular, subjetivo, trocando verdade, acuidade e claridade da teoria com paixo e

    sentimento. 1rata)se de um &umor angustiante que toma conta de todo e qualquer estudante

    de +ilosofia que ama a +ilosofia, que se lana a cata de informaes, cada ve" mais

    numerosas, asseguradas, que l&e parecem proporcionar o poder do saber dominante e ao

    mesmo tempo se sente inquieto, como que tocado por outro &!lito de fascnio de uma

    concentrao no pouco essencial, de um aprofundamento para a interioridade de uma

    intuio da verdade origin!ria, onde se vislumbra algo como viv(ncia aventureira e

    singularmente venturosa, sim altamente pessoal de uma dimenso inomin!vel. #s

    exposies que se seguem sofrem da ambiguidade desse &umor angustiante do amador, quesempre permanece iniciante, jamais iniciado, como que estudante inacabado, sempre

    temeroso de estar expondo a sua ignor2ncia. 0or isso, no subttulo a palavra recordao

    indica essa perplexidade psicol$gica, mas ao mesmo tempo esperana de que, mesmo

    tambm nessa perplexidade, possa estar talve" atuando, por menor que seja, um &!lito do

    pensamento da busca da verdade, o toque do vislumbre do sentido do ser, operante nas

    diversas problem!ticas tratadas nas reflexes, no desengono e na impreciso,

    caractersticos de trabal&os de um amador.

    O inter)esse dos termosfenomenolgicoefenomenologia aqui na nossa exposio se refere

    3 corrente filos$fica que &istoriograficamente teve incio com %dmund 4usserl sob a

    denominao de +enomenologia e se manifestou em diversas escolas e inmeros

    movimentos de +enomenologia. 5a infind!vel srie de nomes de fil$sofos e pensadores, de

    tend(ncias filos$fico)fenomenol$gicas, o nosso inter)esse se limita mais a tr(s, a saber,

    %dmund 4usserl, artin 4eidegger e 4einric& 6ombac&, que usualmente so classificados

    como pertencentes 3 escola fenomenol$gica de +reiburg i. 7r. 5o entanto no se fala tantosobre esses autores e seus pensamentos, mas as reflexes que seguem tratam diversos

    assuntos de cun&o filos$fico ou semi)filos$fico como que a partirdo mdium em que se

    ac&a essa corrente fenomenol$gica friburguense, na medida em que, bem ou mal, foi

    assimilada e compreendida pelas reflexes. *om outras palavras, os pensamentos v!lidos

    que ocorrem nas nossas reflexes foram tirados desses autores, certamente quase sempre

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    mal assimilados ou simplificados de modo diletante, ou mesmo falsificados por casa da

    ignor2ncia ou pouco volume do pensar. 0or isso tambm o termo introduono se refere a

    uma exposio &istoriogr!fica acerca dessa escola friburguense de +ilosofia nem de

    apresentao sucinta, na medida do possvel sistem!tica de suas teses, doutrinas e

    ensinamentos filos$ficos, para estudiosos de +ilosofia, ainda no iniciados nessa corrente

    filos$fica contempor2nea. # palavra introduo do sub)ttulo praticamente no tem nada a

    ver com esse tipo de introduo. 0ois nossas reflexes no conseguem reali"ar uma tarefa

    to difcil. 0ara isso, l&es falta tanto o volume de con&ecimentos como o domnio de

    complexos dados &istoriogr!ficos como filos$ficos, que implica qualquer introduo desse

    tipo.

    #qui no sub)ttulo a palavra introduoindica to somente o inter)esse, no propriamente

    de condu"ir os outros para dentro da +enomenologia, mas sim de a prpria reflexo, de

    alguma forma, ser uma tentativa. 1entativa de intuir, i. , de ir para dentro, mesmo que seja

    somente num vislumbre passageiro, do fundo incandescente da coisa ela mesma da

    fenomenologia e ser atingido pela sua fasca, na cintilao do seu aparecer.

    0or isso, os pensamentos, informaes, refer(ncias que por acaso se encontrem nessa

    apostila)caderno de anotaes, se forem usadas, devem ser controladas na sua exatido e na

    sua validade, pois so na sua maioria 8c&utaes9 e simplificaes de um amador. 'e,porm, nessas 8c&utaes9 do amador e amante da causa da fenomenologia, &ouver alguns

    pensamentos v!lidos, quem sabe possam ser teis para os que sofrem das mesmas

    dificuldades e no entanto querem intuir, portanto, ir para dentro daquilo que do fascnio

    da +enomenologia. 5essa perspectiva, as reflexes, nos seus dados informativos, limitam

    ao mnimo a exposio dos con&ecimentos e do saber usual acad(mico sobre a

    +enomenologia, supondo)os como con&ecidos de alguma forma.

    I. Fenomenologia e psicologia

    1. O ttulo !Fenomenologia e psicologia" # uma $uesto

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    O ttulo dessa exposio deveria ser propriamente Espiritualidade e psicologia. 0ois oprop$sito do nosso encontro:, do qual esta exposio a inicial, quer exatamente examinar,embora de modo provis$rio, o relacionamento entre espiritualidade e psicologia. 0or queento falar no incio de tal encontro, deFenomenologia/

    5o incio, antes de toda e qualquer discusso sobre o relacionamento de duas coisas,costumamos primeiro definir o que seja cada uma delas, para somente ento examinar o seurelacionamento. 5o nosso caso, seria, pois, tarefa inicial definir o que seja espiritualidade epsicologia. 0or que essa troca da espiritualidade por fenomenologia/

    Tomemos esse estranhamento acerca do ttulo da nossa exposio como incio de umacolocao da uesto acerca do relacionamento entre espiritualidade e psicologia.

    %m geral, a justaposio de dois termos, um ao lado do outro, ligado pela conjuno 8e9demarca o modo de como expor e abordar o tema. #ssim, no nosso encontro queremossaber de um lado o que a espiritualidade e, de outro, o que psicologia, e ento ver o seurelacionamento. # tarefa, porm, no se resolve assim sem mais desse modo, quando se

    trata de realidade da possibilidade &umana, cujo modo caracterstico de ser implica numatotalidade cada ve" pr$pria que na ;rande 1radio do Ocidente recebe o nome de espritoeps!ch" e muitas ve"es at de ra#o.

    as, aqui, no se trata talve" de implicar com esprito e ps!ch". 1rata)se apenas esimplesmente de examinar o relacionamento entre duas ci(ncias positivas diferentes, j!constitudas, que abordam a exist(ncia &umana e seus fen

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    bem outra coisa e de maneira diferente do que a modo de 8%spiritualidade epsicologia9.0or isso, sob esse nosso ttulo falemos apenas da fenomenologia, e isto no de modo usual,como que informando a modo de tomada de con&ecimento geral sobre a fenomenologia @,mas a partir de uma bem determinada questo, expressa no ttulo 8+enomenologia epsicologia9. *om outras palavras o estudioso da fenomenologia, quando escuta esse ttulo,

    de imediato, se recorda de uma questo todo especial, surgida bem nos incios dafenomenologia, questo essa que longe de estar resolvida, &oje at caiu no esquecimentocomo questo e aparece nas diversas disputas acad(micas e, no raras ve"es em intrigasacad(mico)polticas de escolas como as existentes entre as correntes filos$ficas deorientao fenomenol$gica tradicional e assim c&amada filosofia analtica da linguagem.

    1omemos, pois, essa questo bem determinada e especial como o fio condutor para di"erbrevemente o que devemos ou podemos entender no nosso encontro por fenomenologia. %na medida em que nos acercamos da ess(ncia da fenomenologia, se tornar! mais claro, oumel&or, menos estran&o, por que em ve" de falar da espiritualidade no encontro que querexaminar o relacionamento entre espiritualidade e psicologia, falamos da fenomenologia.0ortanto, de que se trata/ %m que consiste a questo sugerida e recordada no ttulo8+enomenologia e psicologia9/

    1rata)se da fundamentao das ci(ncias modernas e do papel exercido pela psicologia nosincios da fenomenologia nesse problema da fundamentao, e ao mesmo tempo, trata)se daquesto implcita nessa fundamentao das ci(ncias, a saber, a questo da ess(ncia ou serdas ci(ncias.

    #s ci(ncias modernas, na sua acribia crtica, sempre de novo examinam e reexaminam suapr$pria fundamentao. O interesse e a preocupao para a necessidade de fundamentar erevisar as ci(ncias, a partir dos seus posicionamentos b!sicos, comearam a se avivarintensamente no incio do sculo CC, mobili"ados pelo progresso da psicologia

    experimental. % na perspectiva desse interesse da refundao das ci(ncias, o nome0sicologia no somente indicava essa inquietao pela busca da limpide" da cientificidadedo ser cientfico, mas tambm uma autointerpretao da psicologia como a ci(ncia primeirae ltima, i. , como ci(ncia b!sica, a meta)ci(ncia que fundamenta todas as outras ci(ncias,quer naturais quer &umanas, no seu ser cientfico. %ssa autointerpretao da psicologiacomo ci(ncia fundamental de todas as ci(ncias formou uma filosofia que recebeu na pocao nome de psicologismo, que em breve comeou a se des)almar, des)animando a alma paraser o $iosda biologia, e des)vitali"ar o $iospara ser energia da ci(ncia fsico)matem!tica,

    @ 4oje, falar da fenomenologia assim em geral uma misso impossvel, pois &! tantasfenomenologias diferentes quantas existem autores que expem sobre a fenomenologia. %mgeral, costume distinguir fenomenologia como uma espcie de procedimento digamosmais sofisticado de descrever uma realidade simplesmente dada e fenomenologia como umradical retorno 3 questo da ess(ncia da filosofia que na sequ(ncia de autores como%dmund 4usserl, %ugen +in, 4einric& 6ombac& e principalmente em artin 4eideggerreavivou de uma maneira aguda e profundamente filos$fica a questo do sentido do ser, querecebe em 4eidegger E'er e 1empoF o nome de Ontologia +undamental. 0ara informaogeral, cf. verbete)artigosfenomenismo,fen%meno,fenomenologia, escola fenomenolgica,m"todo fenomenolgico, e mo&imento fenomenolgico, em %nciclopdia luso)brasileira,Gogos, vol. HH.

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    recebendo sucessivamente o nome de biologismo e naturalismo ou fisicismo. 0ortanto,repetindo, o psicologismo uma corrente filos$fica que coloca a psicologia modernaexperimental como ci(ncia b!sica que fundamenta todas as outras ci(ncias.

    +enomenologia surge, de incio, como confronto com o psicologismo. De que se trata, emtodos esses Iismos enumerados/ %m que consiste o problema do psicologismo/

    %. O pro&lema do psicologismo

    De uma forma bastante simplificada e talve" at ing(nua, podemos caracteri"ar o problemado psicologismo, mais ou menos da seguinte maneira as ci(ncias, sejam elas naturais ou&umanas, so conjuntos sistem!ticos de con&ecimentos. %nquanto con&ecimentos so atosde inteleco, juntamente ao lado dos atos de volio e de sentimento. Os atos na pocatambm c&amados de viv(ncias so fen

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    # reao de 4usserl ao psicologismo no H volume das In&estiga'es lgicas foi saudadacom simpatia e entusiasmo pelos que na questo da verdade pertenciam ao realismo nateoria do con&ecimento?. O H volume das In&estiga'es lgicasparecia ter retomado aposio do realismo atravs da doutrina da intencionalidade. %m distinguindo claramente ocon&ecimento, entendido enquanto o contedo objetivo e o con&ecimento enquanto o ato

    do con&ecer e resgatando o aspecto objetivo da refer(ncia do con&ecimento 3 realidade,existente em si, independente do ato de con&ecer> a fenomenologia das In&estiga'eslgicas, ao mesmo tempo que combatia o relativismo do psicologismo, mostrando)l&e aimpossibilidade de identificar o contedo objetivo simplesmente com o ato fuga" epassageiro do ato de con&ecer, parecia ter reintrodu"ido o conceito da intencionalidade daescol!stica medieval no mundo acad(mico)filos$fico, dominado pela teoria docon&ecimento de cun&o subjetivo)idealista. %ssa recepo da fenomenologia, feita ao mododo realismo, fomentou a busca cada ve" mais diferenciada na descoberta de diferentes tiposou classes de objetos. *omeou)se assim a distinguir objetos)coisas, objetos)valores,objetos)ideais, objetos)etiol$gicos, estticos etc. e tudo isso em acentuando a 8ocorr(ncia9de todos esses tipos de objetos como 8realidades9 em si, cada qual a seu modo, entendendo)se a palavra realidade num sentido bem lato, no restrito ao modo de ser em si das coisasfsico)corporais. #bre)se assim a possibilidade de uma fenomenologia 8realista9, na qual seaprimora na descrio detal&ada do objeto dado, sob diferentes 2ngulos. # fenomenologiaque permaneceu nesse nvel de colocao realista recebe muitas ve"es o nome defenomenologia descriti&a(.

    ? O problema do psicologismo e a reao da fenomenologia iniciante est! dentro da perspectiva da teoria docon&ecimento, proveniente da definio tradicional da verdade &eritas est adaeuatio rei et intellectusEverdade adequao da coisa e do intelectoF. 'egundo essa definio, um con&ecimento verdadeiro, se &!concord2ncia entre o intelecto e a coisa. %m ve" de intelecto podemos tambm di"er &omem)sujeito,consci(ncia &umana e, em ve" de coisa, objeto. 'e nessa adequao a que se conforma coisa EresF e o que se

    adequa intelecto EintellectusF, temos a predomin2ncia da anterioridade da coisa, da ressobre o intellectusoudo objeto sobre o sujeito temos nesse caso a teoria do con&ecimento do realismo ou do objetivismo. 'e pelocontr!rio, a que se adequa o intelecto, e o que se adequa a coisa, temos ento a teoria do con&ecimento doidealismo ou do subjetivismo. %ntre a posio do realismo e do idealismo ou do objetivismo e dosubjetivismo, pode &aver variantes de acentuao, ora na direo da coisa, ora na direo do sujeito)&omem.#ssim surgem teorias de con&ecimento do conceptualismo, do criticismo etc. %m todas essas tend(ncias a

    posio fundamental permanece igual, a saber todos eles colocam no ato do con&ecer o lugar onde se d! aadequao, mas parece no questionar se possvel a adequao, e como se d! a adequao, o que afinal aadequao e em que consiste o ser do intelecto, do ato e o ser do objeto e da coisa.5a Hdade dia, nessadefinio &eritas est adaeuatio rei et intellectus estavam implicadas duas colocaes, relacionadasmutuamente na din2mica da ao de Deus na *riao. #ssim a definio se lia uma ve" &eritas estadaeuatio rei ad intellectum di&inume outra ve" &eritas est adaeuatio intellectus humanus ad rem. #qui amedida dos entes EcriaturasF est! no intelecto divino> e a medida do intelecto &umano est! na coisa. O quefundamentava a relao entre a coisa e o intelecto era a relao que as coisas tin&am com o Hntelecto Divino.

    M %ntretanto, se torna bastante claro que a adaeuatioda explicao realista docon&ecimento parece ser mais pr$xima e natural, e reprodu"ir a obviedade das nossasviv(ncias da experi(ncia da realidade concreta e simplesmente dada de todos os dias. #sensao de segurana de que as coisas esto ali diante e ao redor de mim, assim como elasso e se apresentam, e que eu capto a coisa ela mesma ali presente em seus v!rios aspectos,parece ser um fato ineg!vel, indubit!vel. #ssim, o realista parece ter ra"o quando afirmaque as coisas existem em si, ocorrem ali dadas simplesmente de antemo, anteriores a todas

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    %ntrementes, na autocompreenso da fenomenologia de si mesma comeou)se a perceberque essa maneira de entender a intencionalidade, no correspondia 3 grande descoberta de4usserl, a qual c&amou de intencionalidade.*om a descoberta da intencionalidade, nosentido todo pr$prio de 4usserl, a fenomenologia rompe com a camisa de fora em que elafoi colocada na autointerpretao inicial, como sendo uma nova teoria de con&ecimento.

    *om a descoberta da intencionalidade 4usserl inaugura uma abordagem do con&ecimento,no mais a partir da teoria do con&ecimento, inteiramente dentro da bitola da definiotradicional da verdade como adaeuatio rei et intellectus, mas a partir e dentro da questodo sentido do ser, a partir da 8ontologia9 toda pr$pria e nova na indagao mais vasta emais radical do ser do pr$prio ato, no mais entendido usualmente como referido ao sujeito,3 consci(ncia, ao intelecto, mas como o modo de ser sui generis como intencionalidade.

    '. intencionalidade

    = sempre difcil entender e di"er adequadamente o que a fenomenologia convencionouc&amar de intencionalidade, livre inteiramente da tend(ncia realista da teoria docon&ecimentoN. 5a tentativa de compreender a intencionalidade fenomenol$gica da mel&or

    forma possvel, mais condi"ente com ela, voltemos 3 obra de +ran" 7rentano, intitulada

    as nossas captaes. 1udo isso, porm, parece ser evidente at certo ponto, quando se tratade captar as coisas sensveis corp$reo)fsicas. as tambm as assim c&amadas coisaspsquicas, coisas espirituais, coisas estticas, coisas valores, coisas ideais etc. se nos do, se

    nos apresentam. 'o todas essas coisas, coisas tambm no sentido das coisas fsicas, algosensvel palp!vel pelos N sentidos, diante de e ao redor de n$s, existentes em si,independente e anteriormente 3 percepo da consci(ncia/ 0or ouro lado, o que significacoisas existentes em si, independentes e anteriormente 3 consci(ncia/ 5o assim que tudode alguma forma %sse processo de 8desmateriali"ao9 da 8coisa &ipostati"ada9 como essebloco)coisa, libera o aparecimento do conjunto como totalidade, dentro e a partir da qualisto ou aquilo tem o seu sentido. #ssim, no lado da 8realidade9 em si, abre)se toda umapaisagem de infindas regies, sub)regies, setores, !reas de conjunto de 8coisas9,constituindo o aparecimento do mundo 8objetivo9 diante e ao redor de mim temos assimpaisagem ou mundo denominado noema> o mesmo processo pode ser feito, agora, tendocomo tema o sujeito con&ecedor, que uma ve" 8dessubstanciali"ado9 se abre como todo ummundo de 8realidades9 sui generis pr$prias com seus variegados atos, noemas e egoidadestemos assim a paisagem denominada noesis, queest! referida 3 consci(ncia, ao ato dosujeito que capta, percebe, valori"a/ ue sentido fa" falar de algo que existe em si,independe e anterior 3 consci(ncia, se essa fala j! uma refer(ncia 3 captao daconsci(ncia/N Hntencionalidade vem do verbo latino intendere, que quer di"er tender em direo a epara dentro de. 5a teoria do con&ecimento de cun&o realista di"emos no ato da intelecoo sujeito tende de dentro de si para fora, em direo 3 coisa, existente em si, fora, diante ouao redor dele.

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    )sicologia so$ o ponto de &ista emprico*, de onde 4usserl intuiu a idia daintencionalidade.

    5a p. ::N da acima mencionada obra di" 7rentano 81odo o fen

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    di"endo)nos mais ou menos 8com os nossos botes9 aqui estou, eu, uma subst2nciaexistente em e por si mesma, diante da qual est! uma coisa c&amada o$+eto, que tambmuma subst2ncia em e por si mesma Eou se no o for realmente existente como coisa fsica,ao menos tida como algoem si a modo de coisa ideal, coisa psquica, coisa esttica, coisa)valor, coisa supra)sensvel etc.F, sobre a qual a subst2ncia)eu se dirige numa ao, i. ,

    numa QcoisaR c&amada intencionarEcon&ecer, representar, julgar, amar, odiar, cobiar etc.F,que no propriamente uma subst2ncia, mas algo que adere como seu acidente a umasubst2ncia. % se algum nos c&ama ateno de que todas essas coisas Esubst2ncias res inseF e semi)coisas Eacidentes res in alioF so como que produtos da ao c&amadao$+eti&ao, representamos a pr$pria objetivao como acidente inerente a uma subst2ncia,c&amada sujeito)&omem, que por sua ve", atravs do acidente)ao, se dirige aos objetos,no nosso caso como p. ex. sujeito eu, o ato da intencionalidade, a saber, representar, julgar,amar, odiar, cobiar etc. % esse processo, cujo esquema o do su+eito-ato-o$+etopode serepetir indefinidamenteV.

    as ento, como entender a frase de 7rentano, onde 4usserl intuiu a ess(ncia daintencionalidade/ Devemos entend()la como acenando para &i&0ncia. #ntes depercebermos a colocao de 7rentano como indicativo da &i&0ncia, uma r!pida observaosobre o ttulo do livro de 7rentano, onde 4usserl leu a QdefinioR do que seja propriamenteintencionalidade. O ttulo do livro de 7rentano soa)sicologia do ponto de &ista emprico.O ttulo nos pode enganar se entendermos a palavra empricona acepo usual &odierna domodo de ser experimental das ci(ncias positivas do estilo das ci(ncias naturais, fsico)matem!ticas. O emprico assim compreendido o oposto do especulati&o, do no-real, dofantasiado, apenas 8fenomenal9U. O emprico, aqui, deve ser tomado no sentido, o mais

    V *f. %61O5, 1&oma".3 &ia de 4hunag-T#u. 0etr$polisTo"es,p. :@S)V *&uang)1"u e4ui)1"u atravessavam o rio 4ao. Disse *&uang 8Teja como os peixes pulam e correm to

    alegremente. Hsto a sua felicidadeW9 6espondeu 4ui 8Desde que voc( no um peixe,como sabe o que torna os peixes feli"es/9 *&uang respondeu 8Desde que voc( no eu,como possvel que saiba que eu no sei o que torna os peixes feli"es/9 4ui argumentou8'e eu, no sendo voc(, no posso saber o que voc( sabe, da se conclui que voc(, nosendo peixe, no pode saber o que eles sabem9.U 1alve" fosse interessante examinar como o especulati&ocomea a receber a conotao doirreal, e aos poucos dosu$+eti&o, ao passo que o emprico, a conotao do real, do o$+eti&o.Psualmente no percebemos como nesse real o$+eti&o, o sentido do real j! est! identificadocom o o$+eti&o, de tal sorte que facilmente aceitamos sem ver a coisa, i. , a causa elamesmada igualao real L objetivo. uando na fenomenologia falamos do real, darealidade, i. , da res, ou mesmo do ente, dosere tambm do %nticoe ontolgiconecess!rio observar essa diferena entre coisa e o$+eto.0or isso, na fenomenologia o termoalemo 5egenstandE;egen L gen> stand L do ste&enF e 6$+e2tEOb, tambm pro> jet L iectL iactare L jectar L lanarF indicam dois modos de o$+eti&ao, i. , do processo atravs doqual o ente se torna presente, vem 3 fala dentro de um determinado &ori"onte. 6$+e2t oente que vem de encontro a n$s, da objetivao que se processa a partir e dentro do&ori"onte das ci(ncias do tipo 8ci(ncias naturais9. 5egenstand o ente que nos vem deencontro no &ori"onte da paisagem que se abre no assim c&amado 8mundo vital circundantenatural9, que muitas ve"es denominado tambm de mundo pr"-predicati&ooupr"-cientfico.0or isso, o que na fenomenologia indicado com pr"-predicati&ooupr"-

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    abrangente possvel de captao imediata, simples, pele a pele I a tentao de di"er I,anterior a toda e ualuer ela$orao.'$ que esse acrscimo desvia a compreenso docar!ter emprico que 4usserl reivindicava para a sua fenomenologia. 0ois di"er anterior atoda e ualuer ela$orao d! a entender que no incio &! o material informe, vago,indeterminado que depois toma forma e concreo> e que o emprico significa captar a

    realidade elementar ainda intacta

    J

    , no seu estado material. #o passo que o emprico nafenomenologia significa s$ e simplesmente o captar, ou mel&or, o colher simples eimediato, sem mais nem menos que est! expresso no slogan coisa ela mesma78. Hstosignifica que, se acaso &ouver, aqui apenas dado como suposto, esse processo de elaboraodo material indeterminado, vago e informe para a gradual coisificao at o processo seconsumar numa &ipostati"ao, a modo de coisa ali presente em si, o captar simples eimediato acol&e cada etapa, cada ligao das etapas, cada crescimento das etapas, cada ve"de novo, cada ve" simples e imediatamente, sem mais sem menos, assim como tudo issoaparece sempre novo e de novo na sua totalidade. 1rata)se da claridade e distino dotornar)se da e)videnciao, algo como o contnuo e renovado abrir)se da claridade, i. , daclarificao::, um surgir incessante, o vir 3 fala, o vir 3 lu". %ssa claridade din2mica da e)videnciao, da presenciao oponto de &ista emprico.#qui o ponto de vista no umponto fixo, a partir do qual se encaixem todas as coisas na perspectiva desse visualpressuposto, mas sim como que ponto nevr!lgico, ponto de toque, o fundo do salto, dentroe a partir do qual continuamente brota o vigor elementar do e-&ideri, a clareira, o olho dalu#que, enquanto condio da possibilidade, e enquanto espao de jogo impregna todos osentes, i. , cada ente, cada em sendo, cada ve" na sua totalidade din2mica:@. 1odo o segredoda compreenso adequada do que seja a intencionalidade fenomenol$gica est! em

    cientficono deve ser identificado com no ela$orado, informe &ago, ou indeterminaoabstrata, espao va"io sem estruturaes, mas sim como concreto, imediatopleno, naturalenuanto nasci&o, nascente, o ue " na flu0ncia do ue &em concreo i. , o em sendo, o

    ente, ofen%meno.J Hsto levou a inmeras aporias que aparecem em perguntas como ) esse material, anterior3s elaboraes, real em si, algo ali existente em si, independente do sujeito que o capta/ )e as formas que o material recebe, donde v(m/> no v(m do sujeito que projeta sobre essa8tela9 va"ia objetiva seus projetos subjetivos/ 0ercebemos que o real, entendido comosu$stratoindeterminado, facilmente nos leva a entender a realidade como espao &a#ioo$+eti&amente i. " matematicamente mensur9&el onde se acham por sua &e# assu$st,ncias a modo de ncleos-9tomos sem propriamente contedo ualitati&o masapenas como ue concentra'es uantitati&as de uma :su$st,ncia; geral ue no "nenhuma realidade :su$+eti&a;,mas sim o$+eti&a homog0nea, 8et"rea9, quase nada.Da,passar para a compreenso da realidade como energiae diferentes variaes deintensificaes e rarefaes dessa realidade energtica &omog(nea, calcul!vel e calculadasegundo preciso e rigor da objetividade matem!tica, um passo. Gogo vemos que essarealidade o$+eti&apouco tem a ver com a realidade concretada captao imediata esimples, dada no nosso cotidiano. #qui podemos ver, por outro lado, como em todas ascolocaes, em geral no analisadas, ainda domina um dogma difcil de ser desmascarado,que o dogma do problema mal colocado do sujeito)objeto, na forma do 8idealismo)realismo9, i. , a colocao equivocada da teoria do con&ecimento.:Arung.

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    compreender com preciso essa e&idenciao, i. , como " o puro ato c&amado captarsimples e imediato. *omo j! foi mencionado, para isso devemos fa"er o processo deentender o modo de ser do con&ecimento como &i&0ncia.

    *omo pois nos recondu"ir 3 viv(ncia, a partir da representao que fa"emos daintencionalidade como relacionamento do sujeito sobre o objeto, atravs do ato c&amadointencionalidade/

    6epetindo, di" 7rentano 8Todo o fen%meno psuico cont"m algo como o$+eto em si ,em$ora no cada um de igual modo. /a representao algo " representado , no +u#o algo "reconhecido ou re+eitado, no amor amado, no dio odiado, na co$ia co$iado9.7rentano no di" eu, o su+eito-homem, me dirijo ao o$+etoatravs do fen se+u#o, a+ui#ado ou +ulgado Erecon&ecido ou rejeitadoF> se amor, amadoetc.Psualmente no esquemasu+eito-ato-o$+etotemos primeiro o o$+etocomo coisa em sifora,

    diante, independente de n$s, existente em si, ali presente na sua ocorr(ncia, pronto para serrepresentado, julgado, amado, odiado, cobiado. O objeto, a coisa em si por assim di"er,enfocada v!rias ve"es, de modos diferentes pelos atos subjetivos, i. , do sujeito,denominados representar, julgar, amar, odiar, cobiar. 5a colocao de 7rentano, o estadoda coisa no mais assim. *ada 8fen%meno psuico9 cada ve", por assim di"er um todoc&amado representao, ju"o, amor, $dio, cobia que cada ve" contm o seu objeto quetem cada ve" o modo de ser que ele, o fen

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    din2micas de estruturaes como totalidade do mundo, diante de 8mim9, ao redor de8mim9, fora de 8mim9, dentro de 8mim9, enfim, essa totalidade, esse mundo que 8me9envolve e envolve todas as coisas. 0ortanto, essa a$ertura, essa presena a min&aess(ncia, eu sou todo inteiro, tout court, de imediato, esse ser-no-mundo, dito de outromodo eu sou essa &i&0ncia. O que aqui denominamos de &i&0nciacoincide com o que

    acima, ao tentarmos di"er em que consiste o significado do ponto de &ista empricocaracteri"amos como captar simples e imediato.

    # tentativa de di"er o que seja propriamente fenomenologia na nossa exposio seconcentra apenas em compreender com preciso esse captar simples e imediato. 0ara isso,a seguir falaremos brevemente do que se convencionou c&amar na fenomenologia dereduo, ideao e constituio. %las so tr(s momentos da intencionalidade, ou mel&or,so processos pelos quais e nos quais se d! a intencionalidade.

    #ntes, porm, de modo provis$rio e sempre interrogativo, repitamos o que seria)sicologiaso$ o ponto de &ista emprico, se entendermos a empiriacomo foi insinuado &! pouco. #almaEpsXc&F agora no seria mais aquela da acepo usual, na qual um dos componentes

    do ser &umano como subst2ncia corpo, alma e esprito.as, ento, seria a &ida comovitalidade biol$gica no sentido Qsom!tico)vegeto)animalR/ Ou ?ida simplesmente na suacompreenso, a mais vasta, a mais profunda e din2mica possvel/ 'eria 1er, no seu sentidoainda origin!rio como presena do abismo de possibilidade, como plenitude inef!vel einesgot!vel do poder ser, sempre novo e renovado, sempre e cada ve" mais origem, arc&,ou mel&or, h!parch", o nada, tinindo na pot(ncia da generosidade de ser/

    'em podermos nem querermos di"er o ue , deixemos abertas todas essas e outrasperguntas, no como interrogaes que tentam ter respostas que fec&am, facilitam,satisfa"em a busca, mas que a a$rem e a mantem como uesto, portanto como busca quese adentra cada ve" mais cordial, generosa e crtica :?na jovialidade at

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    fenomenologia se alcanou a compreenso legtima e aut(ntica do que seria realmente oemprico e o experimental.

    . *eduo

    6epetindo, o nosso objetivo entender de ue se trata, quando falamos defenomenologia.Gembremo)nos do estran&amento que causou a troca do ttulo do tema do nosso encontronessa reflexo. O tema do nosso encontro Espiritualidade e psicologia.O tema dessanossa reflexo parece serFenomenologia e psicologia.5o entanto, nessa exposio inicialfalamos apenas da fenomenologia. % porque falar da fenomenologia e no logo daespiritualidade, isso deveria comear a aparecer, na medida em que examinamos aintencionalidadecomo ess(ncia da fenomenologia. % em QdefinindoR em que consiste, porsua ve", a ess(ncia da intencionalidade, dissemos que aqui se trata de um captar simples acoisa ela mesma de modo imediato na e&id0ncia. % advertimos que no " nada simples &erde ue se trata,uando falamos de captar simples e imediato , i. " na e&id0ncia. 0aravermos cada ve" mel&or e com maior preciso em que consiste esse captar simples eimediato na e&id0ncia, examinemos a intencionalidade enquanto reduo, ideao e

    constituio.

    Reduo ao de redu"ir. 6edu"ir pode significar restringir, diminuir, mas tambmrecondu#ir. = o que mostra o latim reducere. 5a fenomenologia reduo significarecondu"ir, propriamente, recondu"ir 3 coisa ela mesma. Hsso significa que n$s estamosafastados, longe da coisa ela mesma/W O que isso, do qual estamos longe, para o qualdevemos ou queremos ser recondu"idos/ # coisa ela mesmaW/ O que na fenomenologiacoisa ela mesma/ %m ve" de reduo, usamos tambm expresses como p%r entrepar0nteses, suspender a crena na exist(ncia &oltar e permanecer na atitude do espectadorsem pressuposi'es.

    #lguns autores explicam o que a reduo fenomenol$gica, referindo)se 3s expressesacima mencionadas, como sendo 8ao de neutrali"ar o posicionamento da realidade comoexistindo em e por si, fora do sujeito con&ecedor, i. , p no ternen&uma pressuposio prvia, apenas ver a coisa ela mesma. 4oje, teramos a tentao dedi"er transformar a realidade real em realidade virtual. 0ercebe)se imediatamente que essaexplicao expe o que seja fenomenologia j! partindo da posio de que na fenomenologiatrata)se da teoria de conhecimentoe de suas problem!ticas, principalmente do problema dorealismo e do idealismo.#ssim, j! representamos p. ex. o ato de ver uma floresta dequaresmeiras floridas, pondo incont!veis pressuposies, tais como 8ver um atopsicofsico9, 8dentro de mim9, 8captar atravs dos nervos $ticos os estmulos fsico)ondulat$rios provenientes de um organismo vegetal da espcie &erbif$lios etc. % a mais

    abrangente, tena" e persistente pressuposio a de que a coisa c&amada quaresmeiraflorida est! ali diante de mim, ocorrente em si, dada de antemo como realidade objetivaincontest!vel, independente da refer(ncia a mim. 'egundo esses autores, reduofenomenolgicaseria descoisificar, sim, dessu$stanciali#aras coisas assim dadas como sefossem coisa ela mesma, denunciando esses dados como no dados imediatamente, comono aparecendo, no vindo 3 lu" eles neles mesmos:M%sse processo de 8desmateriali"ao9

    :M 0

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    da 8coisa &ipostati"ada9 como esse bloco)cosa, libera o aparecimento do conjunto comototalidade, dentro e a partir da qual isto ou aquilo tem o seu sentido. #ssim, no lado da8realidade9 em si, abre)se toda uma paisagem de infindas regies, sub)regies, setores,!reas de conjunto de 8coisas9, constituindo o aparecimento do mundo 8objetivo9 diante eao redor de mim temos assim paisagem ou mundo denominado noema> o mesmo processo

    pode ser feito, agora tendo como tema o sujeito con&ecedor, que uma ve"8dessubstanciali"ado9 se abre como todo um mundo de 8realidades9 sui generis pr$priascom seus variegados atos, noemas e egoidades temos assim a paisagem denominadanoesis. as tanto a paisagem noemacomo a paisagem noesisso ainda de alguma formacolocadas como 8realidades9 8diante9 ou 8ao redor9 de 8quem9 as percebe. #ssim, dealguma forma, agora de modo menos 8coisificado9 e mais sutil se reitera o esquema dosujeito objeto, postulando)se um su+eito, no mais empricoEsujeito do subjetivismoing(nuoF, mas inteiramente descoisificado, como que pairando sobre todos os sujeitos, amodo de uma imensa !rea de possibilidade de surgimento de infindas paisagens noem!ticasEmundo de noemaF e noticas Emundo de n$esisF que ento recebe a denominao desu$+eti&idade transcendental.'urge assim uma interpretao da fenomenologia que de

    alguma forma identifica a fenomenologia com o modo de ser do idealismo alemo, dando)l&e um cun&o metafsico)transcendental. 5essa perspectiva reduo significa descongelartodas as complexidades de 8realidades9 de diferentes tipos, de diferentes nveis decomposies que tendem a se endurecer como diferentes &ipostati"aes)coisa, em asrecondu"indo 3s suas origens que as constituem a partir e dentro da din2mica dasu$+eti&idade transcendental.# reduo fenomenol$gica assim entendida, coloca, a modometafsico, a subjetividade transcendental como grande pressuposio de toda a suaexplicao, sem mostrar, sem nos fa"er ver 8de que se trata9, quando di"emossu$+eti&idadetranscendental.= que asu$+eti&idade transcendentalda fenomenologia no propriamentenemsu$+eti&idadenem o$+eti&idade, nem transcendentalidadecomo ns as entendamos naFilosofia mas sim apenas simplesmente exclusi&amente captar simples imediato do e-

    &ideri. 1rata)se de uma coisa9 to simples e imediata que se torna dificlimo di"er de que setrata, se no o captamos simplesmente.1entemos, no entanto, di"er da mel&or formapossvel:Nesse captar simples imediato do e&ideri.

    E-&ideri um ato&umano. O ato de captarsimples e imediato o que somos.0or isso, osimples fato de sermos ato de captar simples e imediato e saber de que se trata no captarsimples e imediato. '$ que tudo isso, por ser absolutamente simples, deixa de ser simples

    abrangido dentro dos par(nteses. #ssim, se ten&o diante de mim esta coisa ao lado de outracoisa etc., como existente em si, eu suspendo, pon&o entre par(nteses a suposio prvia deque cada uma dessas coisas existe em si, para deix!)la como que implcita no conjunto emque aparece.:N #qui ocorre um fato 8irrepar!vel9 que se expressa na disjuno ou se v( ou no se v(.0ortanto, o verbo &eraqui na fenomenologia no possui a acepo usual de &er algumacoisa ue est9 diante de mim, que pode ser captado ora o$+eti&amenteorasu$+eti&amente.5o se trata portanto de ver um fato. 1rata)se dafacticidade do &er, ou acordar despertariluminar-se se transmutar para dentro de a$ertura de uma no&a clareira surgimento deum no&o hori#onte.as falar aqui de hori#onteno conveniente, pois hori#onte umtermo que no fundo indica o transcendental.5o se trata de um ato de &er de um su+eito,maso prprio &er ele mesmo exist0ncia humana possi$ilidade da exist0ncia.

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    para n$s agora, pois representamos o :simples fato de ser ato e o ser do ato9 comoocorr(ncia de coisac&amadafato, que implica numa coisa, c&amada &omem, que por suave" fa" uma coisa, c&amada ver, e nesse ver capta uma coisaque se c&ama captar simplese imediato, o e-&ideri. *omo, porm, essesimples fato de ser ato, representado como todoum entrelaamento de diferentes coisas, est! sendo captado por outro &er anterior ue por

    sua &e# o capta simples e imediatamente, pensamos que podemos somente ver esse ltimocaptar, porque o representamos como uma coisa8diante9 de mim.3ssim pensamos ue oato de &er com todas as suas implic,ncias tanto do lado do su+eito do ato @noesisA como dolado do o$+eto do ato @noemaA somente " perce$ido porue " colocado como o$+eto.)ortanto oato como tal no seu ser simplesmente ato de captar simples e imediato seretrai num processo de reduplicao dentro do esuema :su+eito B o$+eto; numa s"rieinfinita de reduplica'es cada &e# ue o tentamos captar. 'urge, pois, uma questo. 5o possvel captar o pr$prio captar diretamente/ 3 e-&id0ncia no " poss&el &0-ladiretamente simples e imediatamenteC 6epitamos a pergunta3 e-&idencia no " poss&el&0-la diretamente simples e imediatamenteC0ercebamos o que dissemosW Dissemos v()laWT()la no " poss&el, pois, poderda e-&id0ncia no precisar colocar)se diante de si comoobjeto, mas ela " e&id0ncia a partir de si e em si e por e para si. 0ortanto aqui na e)vid(ncia, no captar direto simples e imediato. 1rata)se de daautopresena do esprito a simesmo da tautologia da coisa ela mesma da 1el$stgege$enheit7*, *omo di" 4usserl. O serdo ato, ou mel&or, quando oDomem est9 no modo de ser do &er$o7 ele mesmo. *omoutras palavras, o 4omem no seu ser, origin!ria e propriamente, " ato> quando est!impropriamente, su$st,nciana acepo de coisa)bloco)em si. = o que a fenomenologiaquer di"er, quando define o 4omem comoa-sein, i. , ser)aberto, 6ffen-sein. %sseser-a$erto, porm, no deve ser entendido como ser o 4omem uma su$st,ncia ue tem aa$ertura, mas sim como em sendo est,ncia da a$ertura i. " exist0ncia , ou com maiorprecisosist0ncia do ex7G. 0ortanto em sendo no exo &omem ".Dito com outras palavras, aess(ncia do 4omem est! no seu ser)abertura ou ser)na abertura:J. #ssim apenas em sendocaptar simples e imediato se " captar simples e imediatoH e-&id0ncia.Essa a$erturaprimordial esse apriori da fenomenologia se c&ama das 6ffene, o #berto, a *lareira.0erceber que em toda parte, a cada momento, a cada passo somos cada ve" am$i0ncia,m"dium-a$ertura, liberdade da incandesc(ncia da evid(ncia, se chama reduofenomenol$gica. 1oda questo ver tudo isso. #ssim, parafraseando o ttulo do livro de7rentano 80sXc&ologie vom empirisc&en 'tandpunt9, poderamos di"er reduo

    :S 1el$stgege$enheitse compe de duas palavras 1el$st 1elf, a coisa ela mesma, e5ege$enheitL dadidade L a ao de se dar a si mesmo. %m ve" de e)vid(ncia ou1el$stgege$enheitg, di"emos na fenomenologia de prefer(nciafen%meno, o &ir fala, &ir lu# ele mesmo.:V 0or isso, na fenomenologia, o ser ou o ente deve ser captado no gerundivo, a saber,enteem sendo. #ssim o 'er deve ser entendido como ato puro, no isto ou aquilo infinito,supradimencional, absoluto, mas o 8que9 EsicWF de modo mais pr$prio nadada coisa emsi, mas tudoda pot(ncia ou possibilidade de doao de si.:U #qui no se deve entender o exa partir dosistir, mas osistira partir do ex.:J = que abertura aqui no um espao aberto, escancarado, mas sim din2mica dosurgimento e est2ncia do mundo EJeltF. 0or isso o 4omem definido como ser)no)mundo.#qui nopossui conotao de din2mica do crescimento.

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    fenomenol$gica intencionalidade a partir de e fundada na est2ncia, no mdium daclaridade ou clareira.

    #pesar de ser c&ato, vamos insistir um tanto mais em precisar esse captar simples eimediato, o e)videri o Da)sein ue para a fenomenologia " o ser do Domem , a suaess(ncia. #s palavras usadas para caracteri"!)lo so todas inadequadas, porque sempre denovo nos evoca representaes 8substancialistas9. #ssim, p. ex., medium, am$i0ncia,ser noetc. nos fa"em representar um espao fixo, va"io, e mesmo que 8dinami"emos9 o espaocomo 8espao de jogo9, de surgimento e aumento do ser etc., tudo isso aindarepresentao da coisa, por mais movimentada, subtil e desmateriali"ada que ela seja. '$que exatamente aqui que reside o piv< da questo. 3 proi$io de representar decoisificar nos lana de &olta a separarmos o ato do seu o$+eto como se existisse o ato purode um lado e +untamente com ele o ato imprprio de representar ou de coisificar etc. 1udoisso acontece, sempre de novo, porque tentamos entender o ato chamado captar simples eimediato, no tematicamente no seu apresentar-se ou na sua operao no seu seroperati&o mas como ue estando de e por fora do prprio em sendo. *om outras palavras,esse em sendo aparece ali aberto como mundo EYeltF em mil&ares de modulaes evariedades cada ve" como totalidades, que por sua ve" se qualificam como sendo o surgir,crescer e consumar)se de um determinado sentido do sercomo possibilidade de ser, emsuas variegadas estruturaes.

    K de import,ncia decisi&a para a adeuada compreenso da intencionalidade e do seumomento-reduo compreender com preciso em ue consiste o ue a fenomenologiachama de sentido do ser. 'entido do ser no id(ntico com significao da palavra ser.#qui na fenomenologia, sentido propriamente nada tem a ver com signo ou significao,tampouco com conceito, embora ten&a muito a ver com o aceno.'entido na acepo usualindica os cinco sentidos, que por sua ve", de modo no muito claro, se referemambiguamente ao sensorial, ao sensual, ao sensvel, tambm 3 sensibilidade artstica. as

    sentidodi" tudo isso, porque em todas essas refer(ncias est! presente o sentir.% o sentirest! tambm no sentimento. as, ento, o que o sentir/ /o sentir h9 recepo. /arecepo se " afetado pre&iamente por um a priori para ue se rece$a. Las aui no sed9 no h9 o u0 ue afeta. 3 anterioridade do pr"&io do a priori na recepo no "anterioridade factual %ntica de um algo ue ocorre e depois atua de algo ue existe em sie ento age. E tam$"m no " assim ue ento uem o rece$e se+a factualmente um algoue uer passi&a uer ati&amente acolha esse algo e sua atuao anterior. 3ui tanto oanterior como o posterior tanto a doao como a recepo so momentos de uma e mesmaflu0ncia ual atin0ncias pertena ao toue de um aceno ue deixa ser sempre de no&ocada &e# diferente i. " no&a a possi$ilidade do eclodir silencioso da estruturao domundo. 3 finura e disponi$ilidade cordial dessa recepo a preciso da limpide# dessa

    recepo e o ue &em lu# como mundo nessa sintonia do encontro " o sentido do ser> ocaptar simples e imediato " a finura e pure#a dessa recepo ue deixa ser o sentido doserM8.

    @A %ssa recepo no deve ser identificada com intuioou com algo comosentimento dee&id0ncia, ou com o que os alemes gostam de expressar com 3ha-erle$nis, i. , viv(nciado a&aW 1rata)se de acribia e limpide" da crtica, no sentido de continuamente liquidificar ospr)conceitos e pr)jui"os que se estabelecem como sendo o indicativo da realidade, e

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    +. Ideao

    # sintonia do sentido do ser, cada ve" no seu todo, em mil e mil estruturaes, naimplicao e explicao de entrelaamento de paisagens, regies, sub)regies, !reas ecampos e setores dos entes, o que experimentamos como Tida, 'er, 6ealidade. % o4omem no seu ser pr$prio, a limpide" da de)ciso da recepo e ausculta cada ve" maisfiel e precisa das possibilidades do nascimento, crescimento e consumao dasestruturaes doEsF mundoEsF. #ssim estar 8nessa9 " o ser do Domem. 0or isso, a ess(nciado 4omem que antes foi definida como ato intencionalidade como captar simples eimediato ou como a-sein i. " exist0ncia " tam$"m denominada ser-no-mundo pelafenomenologia.

    'e agora, QsentirmosR atentamente essa recepo do sentido do ser, percebemos que &! alidois momentos que vem 3 lu" como duas tend(ncias de um e mesmo movimento. Pmatend(ncia a que acima c&amamos de reduoe sua limpide". %ssa tend(ncia se adentracada ve" mais na ausculta da profundidade e da criatividade do abismo inesgot!vel einsond!vel das possibilidades do vier 3 fala do sentido do ser como mundoEsF. % o fa" na

    contnua vigil2ncia crtica, na liquidificao de todo e qualquer preconceito, pr)julgamentoe dogmatismo que possa instalar e estagnar o movimento da estruturao doEsF mundoEsF.antm)se assim sempre de novo na limpide", na claridade do aberto Edas OffeneF doabismo)nada da plenitude do sentido do ser, que se oculta como profundidade insond!vel @:

    de ser. # outra tend(ncia o crescente desvelamento, o vir 3 lu" das possibilidades dosentido do ser, cada ve" como nascimento, crescimento e consumao doEsF mundosF. #quicomea a se dar, na din2mica da 1el$stgege$eneit, a abertura de diferentes paisagens,regies, !reas, campos e setores do sentido do ser, que cada ve" se estrutura comototalidade da possibilidade dos entes, ou na linguagem fenomenol$gica como ser do entena totalidade. Hsto significa que, no desvelamento que vem das profunde"as do abismo dapossibilidade do sentido do ser, emergem cada ve" de novo e novos, toques do fundo do

    abismo)nada, lanando, rasgando &ori"ontes de um determinado sentido possvel do ser,como que vislumbres genticos de um mundo em surgimento. %sse toque e lance deiluminao, esse vislumbre se di" em grego ou . = a partir e dentro dessevislumbre que se constelam mundos, cada qual na sua identidade e diferena, na suaestruturao ordenada, concreta e viva como que na flu(ncia da pot(ncia do sentido abissaldo ser. anter)se na nitide", clare"a do vislumbre do iluminar)se do &ori"onte daconstituio do mundo se c&ama ento na fenomenologia de ideaoMM.

    manter continuamente no pique da limpide" a reduo, i. , a disposio de apenas ser ocaptar simples e imediato.@: uando esse abismo)nada da plenitude da possibilidade insond!vel do sentido do serno mais captado na pure"a reducional, pode se &ipostati"ar como o significado l$gico doconceito do ser, o mais geral, o mais $bvio, o mais abstrato dos conceitos, que di" o mesmoque nada va"io nadificante.@@ = a ideao que constitui a condio da possibilidade de classificaes das ci(nciaspositivas a partir do vislumbre com)creto do seupositum.OEsF vislumbreEsF concretoEsF evivoEsF da paisagem ou regio dospositaserve de fundamento, donde as ci(ncias positivas&aurem seus conceitos fundamentais. %sses vislumbres so iluminaes que arrancam dasincomensur!veis trevas da imensido e profundidade do retraimento do sentido do ser I que

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    . -onstituio

    *onstituio um momento da intencionlidade ou do captar simples e imediato. 5elatemati"amos o momento de consumao, acabamento ou remate de todo o processo do vir 3lu" dos entes enquanto concrees do sentido do ser como mundos. 5essa estruturaoconcreta, i. , concrescida do mundo como cada ve" ente na sua totalidade, o ente vem 3fala, toma corpo como isto e aquilo, mas no mais isolado, atomi"ado, separado um ao ladodo outro como blocos substanciais, mas sim como consumao da finitude de cada mundocomo possibilidade que veio a si na sua facticidade.

    Facticidade diferente dafactualidade.5esta, cada ente ali est! como fato, como isto e-ouaquilo em si, qual bloco)coisa, sem desvelar nem ocultar a propriedade da sua possibilidadecomo uma bem determinada deciso do surgimento, crescimento e consumao de umdeterminado 8possvel9, i. , do poder do sentido do ser. #ssim, o ente na factualidadeocorre neutra e simplesmente na mon$tona igualdade de ser sob uma viso geral epanor2mica, sem deixar ser a intimidade oculta do seu destinar)se, como aventura e venturado espanto na g(nesis do mundo. 1al visual sofre da amnsia do sentido do ser, como quem

    se esqueceu da sua origem, da sua &ist$ria, do seu destino, sim do seu ser. # reduodesperta o ente dessa perdio no esquecimento do sentido do ser, liquidificando toda equalquer fixao preestabelecida e o recondu" 3 sua g(nesis, tornando)o em sendoconcreo. % a ideaoo fa" se reencontrar e retornar 3 sua identidade, a partir e dentro dovislumbre, do nascimento de um determinado &ori"onte do sentido do ser. 5o movimentoda reduo e da ideao do processo de vir 3 fala do sentido do ser, o ente Z desveladocomo articulao viva e concreta de todo um mundo de percusso e repercusso do sentidodo ser, que em cada ente, em cada em sendo, se torna presente como o abismo inesgot!veldo vigor sempre novo da sua possibilidade. O ente assim captado simples e imediatamente o prprio e-&ideri, cintilao, incandesc(ncia, percusso e repercusso do sentido do ser,que em sendo como tal na finitude da diferena da sua identidade, inclui sempre de novo na

    finitude de ser isto e-ou aquilo, na singularidade da deciso e liberdade de ser cada ve"como seu destinar)se e &istoriar)se na flu(ncia do envio da imensido, profundidade eoriginariedade da possibilidade do abismo do ser. 1al &istoriar)se do lance do surgimento,crescimento e consumao do ente na sua totalidade como mundo o que a fenomenologia

    se oculta, se a)pro)funda cada ve" mais em si, velando, resguardando o frescor, adisposio, a ternura e o vigor das possibilidades do ser I o ente como ecloso do mundo.%nquanto servem de fundamento aospositadas ci(ncias, formam a assim c&amadadimenso pr)cientfica ou pr)predicativa ou at mesmo pr)fenomenol$gica. %ssadimenso se perde ento na profundidade da incomensurabilidade do que antesdenominamos a$ismo insond9&el e inesgot9&el do sentido do serque usualmentec&amamos de Tida, 'er, 6ealidade. +enomenologia , no movimento da reduo e aomesmo tempo da ideao e com ela da assim c&amada constituio, a sondagem dapossibilidade do abismo do sentido do ser no rigor, na nitide" e clare"a da sua estruturaocomo vir 3 fala doEsF mundoEsF, e demarcao das possibilidades das ci(ncias positivascomo ausculta crtica do rigor do surgimento do seu saber e da sua sistem!tica a partir dadimenso pr)cientfica das din2micas genticas das ecloses dos &ori"ontes do sentido doser. = a ideao que no fundo possibilita diferentes tipos de classificao na vida e nasci(ncias.

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    c&ama de facticidade. # concreo consumada da facticidade como ente na sua totalidadese c&ama constituio. %ssa facticidade o in)stante da exist(ncia, a sua in)sist(ncia, o emsendo prvio, o ser)&omem a intencionalidade, i. , o captar simples e imediato.

    . Fenomenologia e psicologia

    # intencionalidade com os seus tr(s momentos fundamentais reduo-ideao-constituiocomo a tentamos esboar de modo muito imperfeitosou eu cada &e# enuanto exist0ncia.%sse 8sou eu, cada &e#9 no significa a egoidade do su+eito-eu-indi&duo na suaautoafirmao aqui, agora, mas sim o modo de ser prprio do Domem, que afenomenologia caracteri"a comoa-sein.1rata)se, pois, do ser, da ess(ncia do 4omem,que a existencialidade. 5o entanto, a expresso 8modo de ser pr$prio do 4omem9 nafenomenologia sempre ambgua. 0ode indicar o modo de ser diferencial do Domememcomparao com o modo de ser dos entes no)&umanos, como p. ex. de animal, de planta,de coisas inanimadas. 0ode tambm significar 8condio da possibilidade9 para que osentido do ser ven&a 3 lu" enquanto identidade diferenciada e diferencial no modo de ser do4omem e dos entes no)&umanos. O 4omem enquanto exist(ncia seria ento clareira do

    sentido do ser, na qual e atravs da qual, emerge o abismo do sentido do ser e se estruturacada ve", todo um mundo de possibilidades, no tempo e no espao, mundo da constituio&ist$rico)epocal da 4umanidade e das suas vicissitudes. Hsto significa que tudo quesabemos, podemos, queremos, sentimos e fa"emos, tudo que no sabemos, no podemos,no queremos, no sentimos e no fa"emos> tudo que construmos e destrumos, tudo queno construmos e pretendemos construir como projeto e prolongamento de n$s mesmos,est! como que por um t(nue fio referido a e sob a responsabilidade da limpide" e atin(nciado nosso captar simples e imediato do nosso e-&ideri ao toue do sentido do ser como ser-no-mundo.

    %sse modo de ser do 4omem como clareira do sentido do ser, como 8condio da

    possibilidade9 doEsF mundoEsF, portanto a intencionalidade ouo captar simples e imediato,com tudo que ele implica como acima mencionamos, o :sa$er; fundamental para todosos outros sa$eres, quer pertenam eles 3 dimenso pr)cientfica, pr)predicativa ou mesmotambm 3 pr)fenomenol$gica. 1al saber recebeu na fenomenologia o nome de ontologiaMN

    fundamentalpor ser ele a investigao do ente no seu ser, que se adentra mais e mais narecepo e sondagem dos toques do sentido do ser que vem do abismo da possibilidade daTida. *omo tal esse saber fundamental, i. , do fundo que oferece 3s ci(ncias a adequaodo seupositum, dando)l&es as possibilidades da formao dos seus conceitos fundamentaise da sua reviso.

    4oje, a psicologia se refere a todo um imenso e complexo sistema do saber denominado

    ci0ncias modernas, que se dividem em ci0ncias naturais e ci0ncias humanas. # psicologia

    @? Ontologia se compe das palavras , ), i. , em sendoe ElogiaF, i. , discurso,ci(ncia, mas tambm, col&eita, ajuntamento, recol&imento. Ontologia no tem aqui aacepo usual tradicional da ci(ncia do ente, concebido como algo ue existe em si comoocorrente simplesmente contraposta 3 antropologia filos$fica, dentro do esquema da teoriado con&ecimento ' O.

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    pertence ora 3s ci(ncias naturais, ora 3s ci(ncias &umanas. Onde busca ela a ra"o da suacientificidade, a ra"o da l$gica do seu saber, a sua fundamentao/

    5o incio da fenomenologia, a palavra )sicologiaevocava a questo do 0sicologismo. #0sicologia experimental e o 5aturalismo, dali decorrente, na sua autointerpretao buscavatornar)se a ci(ncia fundamental, a ci(ncia primeira, a meta)ci(ncia de todas as outrasci(ncias. % &oje, como a 0sicologia se interpreta a si mesma na sua cientificidade/ O queoutrora, a 0sicologia na sua forma do 0sicologismo pretendia, parece que a fenomenologiatenta buscar como ontologia fundamental. 4! &oje, alguma afinidade, algumrelacionamento entre 0sicologia e +enomenologia como ontologia fundamental/ 'e a0sicologia, p. ex., em relao 3 %spiritualidade crist, segundo religiosos cristos, tem algoou at mesmo muito a di"er, em que sentido isso acontece e como se ligam a verdade dapsicologia e da espiritualidade crist/ # fenomenologia, como de modo muito imperfeitoaqui expusemos, tem algo a contribuir nessa questo do relacionamento da 0sicologia e da%spiritualidade/ %sses assuntos e outros mais so o que nos interessam, ainda de modo bemindeterminado nos nossos tr(s dias de encontro.

    -oncluso

    1odas essas questes que nos confundem na nossa vida de busca talve" pertenam a umgrande processo epocal de radicali"ao a que somos submetidos, para que o quec&amamos com muita facilidade de espiritualidade crist retorne 3 seriedade, 3existencialidade de sua identidade, de tal modo que da diferena que incandesce nessaidentidade &aja um real confronto mais finito, concreto e exigente com *i(ncias e +ilosofia,as quais usamos com frequ(ncia como se fossem apenas um instrumento a servio dareligio.

    O que acontece com a nossa exist(ncia crist, a que c&amamos de &ida de F", seFilosofia

    E+enomenologiaF e 4i0ncias E0sicologiaF no so apenas meios ou instrumentos neutrosmas sim exist0ncias todo prprias, tambmradicais na seriedade das suas uest'es/ as,&oje, o so realmente/

    II. O /er simples e imediato e a intencionalidade

    III. 0eneraliao e mostrao formal

    I2. lgica e a alma seca

    2. -i3ncias, Filosofia e 4eologia5

    O interesse dessa reflexo est! delimitado pela situao em que se ac&a um certo grupo depessoas que por vocao e profisso estudam como encargo de sua formao *i(ncias,+ilosofia e 1eologia crist. 1rata)se de um problema que surge dentro do ensino e dosestudos teol$gicos e seus proleg

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    usada muitas ve"es a expressoformao intelectual franciscanae se refere ao ensino e osestudos dos religiosos franciscanos, candidatos ao sacerd$cio, acima mencionados.

    # palavra 4i0nciaaqui no est! sendo usada no sentido unvoco. 1anto a 1eologia como a+ilosofia e as *i(ncias 0ositivas devem ter a sua maneira pr$pria de entender a suacientificidade. 0or isso mesmo, se trata de tr(s nveis de *i(ncias, diferentes, que entramem jogo na nossa formao intelectual. = de import2ncia muito grande, de alguma forma,tentar ver o modo de ser de cada nvel de *i(ncias e sua relao mtua.

    '$ que esse assunto , em primeiro lugar, muito controvertido. 0ois, so tantas as posiesdiferentes na definio do que seja a ess(ncia da 1eologia, da +ilosofia e das *i(ncias0ositivas, que dificilmente se c&ega a um consenso. %m segundo lugar, a busca pelaess0nciada *i(ncia uma questo aberta, dificlima de se abordar e se orientar na direode clare"a e unanimidade de colocao. %, no entanto, apesar dessas dificuldades, necess!rio, ao menos de forma provis$ria e muito imperfeita, refletir acerca desse assunto.%m todo caso, no podemos simplesmente permanecer na ingenuidade irrespons!vel deacreditar que, ajuntando os tr(s nveis de ci(ncias, uma ao lado da outra, damos uma

    formao sistem!tica aos estudantes.

    1. -i3ncia e ci3ncias

    Os documentos eclesi!sticos, ao referir)se 3 formao intelectual do clero, tanto no seumodo de falar, como no uso explcito da palavra 4i0ncia, mostram claramente queentendem tanto a 1eologia como a +ilosofia como *i(ncia. Deixando por ora de lado oquestionamento sobre o que se deve entender aqui por *i(ncia, importante atender bemesse modo de falar, pois ele nos indica a direo para a qual devemos orientar a nossareflexo. % nos convida a pormos de lado uma compreenso usual ing(nua dorelacionamento entre a 1eologia e +ilosofia Ee *i(ncias 0ositivasF.

    Psualmente, consideramos a 1eologia como uma mundi/id3ncia que vem da F#. % a+ilosofia tambm como mundi/id3nciaque vem da rao. *omo 8sabemos9 que tanto aordem sobre)natural como a natural vem de Deus, portanto, tanto a + como a 6a"o vemde um e mesmo *riador, no temos nen&um problema, em di"er que a 1eologia e a+ilosofia Ee *i(ncias 0ositivasF se completam mutuamente.

    %ssa maneira de empostar o relacionamento 1eologia e +ilosofia, &oje, encontra umaresist(ncia muito grande da parte da consci(ncia crtica cientfica moderna, que v( numa talexplicao um crculo vicioso.K ue essa maneira de raciocinar o relacionamento entre aF" e Ra#o +9 " um produto da maneira de pensar da crena em um eus 4riador

    portanto de uma crena teolgica. % se se objetar que no se trata de crena, mas sim deum con&ecimento demonstr!vel pela ra"o, atravs dos argumentos da disciplina filos$ficac&amada na filosofia de 1eodicia, a consci(ncia moderna cientfica de &oje logoresponder! que essa +ilosofia na realidade uma 8+ilosofia9 Eleia)se undivid(nciaF*rist, portanto uma parte da 1eologia. % se insistirmos que se trata de um con&ecimentoreal, objetivo, racional, a *onsci(ncia moderna nos vai perguntar, que con&ecimento real,objetivo e racional esse que s$ tido como con&ecimento certo pelos que de algumaforma creem numa religio, e que f essa que no fundo necessita da 6a"o para confirmar

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    a sua crena/ % se insistirmos ainda, di"endo que a 6a"o e a + no se contradi"em, masuma supre a outra, ou se complementam mutuamente, a consci(ncia cientfica &oje vai nosdi"er que a nossa fala muito ambgua, uma ve" entende)se a 6a"o de um jeito, outra ve"de outro jeito, e a pr$pria compreenso da + no est! clara, e principalmente, que a nossacompreenso da *i(ncia est! inteiramente alienada da compreenso &odierna da ci(ncia.

    %, realmente, aqui reina uma confuso entre n$s. Hndependentemente de quem tem ra"o, sea nossa concepo usual ou a consci(ncia moderna, no nosso modo usual e para n$s to$bvio de explicar o relacionamento 1eologia e +ilosofia Ee *i(ncias 0ositivasF, entram emjogo v!rios nveis de colocaes, dos quais no nos damos conta. 1entemos enumeraralgumas dessas colocaes

    aF +ilosofia como +ilosofia perene, i., um conjunto de doutrinas, que so objetivas,perenemente verdadeiras, sobre Deus, 4omem e Pniverso, que podem ser alcanadas pelara"o natural, e que esto depositadas como doutrinas filos$ficas na assim c&amada+ilosofia *rist e que constituem o )rolegomena 3 1eologia *rist *at$lica Filosofia-rist como -i3ncia *acional.

    bF +ilosofias que no pertencem 3 +ilosofia *rist, p. ex., as +ilosofias modernas,contempor2neas, antigas)pags, como doutrinas no ou menos verdadeiras, como opiniesno objetivas, i., subjetivas, no perenes, i., relativas, &ist$ricas, com outras palavrasFilosofias no6crists como mundi/id3ncias.

    cF *i(ncias 0ositivas como conjunto de con&ecimentos certos do tipo da +ilosofia 0erene,objetivos, verdadeiros, no subjetivo)relativos, embora num estado imperfeito e emrefer(ncia a objetos de nveis diferentes aos da +ilosofia 0erene, portanto -i3ncias7ositi/as como -i3ncia *acional.

    dF 1eologia como um conjunto de doutrinas, que so objetivas, perenemente verdadeiras,sobre Deus, e a partir Dele, sobre o 4omem e o undo, mas num nvel de realidade sobre)natural, no mais alcan!veis pela ra"o natural, mas somente pela +)6evelao. # +como a possibilidade de compreenso, que ultrapassa toda a possibilidade da 6a"o,portanto a + como uma 6a"o elevada ao nvel sobre)natural portanto 4eologia como-i3ncia 8o&re6racional.

    eF # + como experi(ncia pessoal, vivencial, convico, atitude de Tida portanto a F#como mundi/id3ncia.

    %ssas colocaes, aqui expostas de forma simplificada e semi)caricatural, parecem no sermais a nossa posio. 0ois tudo isso parece ter sido tirado de um manual de 1eologiatradicionalista, antes do Taticano HH. 5o entanto, seria interessante examinar se nascolocaes fundamentais, fora os detal&es e as nuances, pensamos &oje diferentemente,quando p. ex. montamos um programa de formao intelectual para o clero.

    5essas colocaes, interessante observar que tanto a 1eologia como a +ilosofia 0erene*rist e *i(ncias 0ositivas so entendidas como doutrinas objetivas, perenes e verdadeirasdo tipo *i(ncia racional, embora de nveis e dimenses diferentes, ao passo que as demaisfilosofias, e tambm as outras religies, so tidas como mundivid(ncias. % a +, enquanto

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    convico, viv(ncia e atitude de Tida, tambm de alguma forma tida comomundivid(ncia.

    #qui parece &aver um entrecru"amento de duas concepes completamente diferentes

    aF De um lado, uma concepo do 'aber e da 6a"o como possibilidade essencial dada ao4omem por Deus, em cujo exerccio adequado, o 4omem pode e deve adquirircon&ecimentos certos, objetivos e verdadeiros acerca da realidade, at alcanar o limite dasua possibilidade, e ento atravs da + levado a adquirir con&ecimentos certos,verdadeiros acerca da realidade, cujo con&ecimento ultrapassa toda e qualquerpossibilidade &umana. %sses diferentes nveis de con&ecimento certo, objetivo, verdadeiro eessencial aparecem gradualmente como *i(ncias, +ilosofia e 1eologia, formando umedifcio &ierarqui"ado do saber racional, i., verdadeiro, essencial, substancial, que obrigasempre, a todos, em todos os tempos. 5esse modo de conceber a 1eologia, a +ilosofia e as*i(ncias como um grande sistema &ier!rquico de saber racional e sobre)racional, onde osobre)racional o ponto de refer(ncia, o m$vel, o princpio coordenador de todo o sistemado saber, podemos talve" vislumbrar, ainda que de uma forma um tanto defasada, uma ideia

    grandiosa deLathesis Oni&ersalis teol$gica, sntese tentada pelos mel&ores espritos dacl!ssica 1eologia %scol!stica edieval. 1rata)se pois de uma concepo teol$gica doPniverso, 4omem e Divindade, i. da totalidade do ser.

    4oje, esta concepo tida como tradicionalista, como o resto da 1eologia edieval.*ertamente, na sua formulao e em diversas precompreenses operantes nessa sntese, ela medieval e tradicionalista. 5o entanto, o que c&amamos de tradicionalista, &oje, nocoincide com o medieval nem com a %scol!stica edieval. # teologia tradicionalista umadefasagem e equvoco moderno da interpretao mal feita da %scol!stica edieval. 5essateologia tradicionalista, usando)se os mesmos termos usados na %scol!stica edieval, estocontrabandeadas inmeras pressuposies da +ilosofia oderna, sem no entanto manter o

    grau de rigor do questionamento que ela possui, e sem conseguir captar a rique"a e avitalidade do ser da Hdade dia, transformando o ingente e profundo empen&o medievalde busca especulativa da Terdade, numa espcie de doutrinas ideologi"adas, que nem soantigas nem modernas.

    0or isso, na nossa formao intelectual franciscana, na qual estudamos intensamente osnossos autores cl!ssicos franciscanos medievais, quer na +ilosofia quer na 1eologia, seriamuito importante nos desvencil&armos do envolvimento com a interpretao travestidatradicionalista acerca desses grandes autores cl!ssicos, para que possamos vislumbrar umaidia deLathesis Oni&ersalisteol$gica de uma envergadura e profundidade, talve", aindamuito mal con&ecida. % se fi"ermos adequadamente e com compet(ncia esse trabal&o,

    talve" surja em n$s uma pergunta ser! que nessa sntese teol$gica, tentada pelos grandespensadores msticos medievais, como um saber universal perene, cuja consecuopermaneceu imperfeita, defasada, e fragment!ria e da qual &oje temos apenas um ecolongnquo, c&eio de interfer(ncias de nossas interpretaes equivocadas, no estaria ocultauma idia de como deve ser a *i(ncia da +, na sua %ncarnao, que penetra todas ascamadas do ser, desde a Divindade at o minsculo p$ do excremento da terra, envolvendocada ente na 7ondade difusiva do #mor Divino/ % talve" uma tal concepo e um talprograma do 'aber Pniversal no sejam mais nem medievais, nem modernos, nem antigos,

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    no sejam nem europeus, africanos, asi!ticos, nem sul)americanos, nem progressistas, nemtradicionalistas, nem 8teol$gicos9 nem 8filos$ficos9, nem cientficos, nem simples, massimples e concretamente 'aber Hntelectual Pniversal do %sprito *risto/

    bF De outro lado, porm, juntamente com essa concepo teol$gica, acima mencionada,mas que interpretada no nvel de uma teologia manualstica tradicionalista, temos, dentrodessa mesma teologia tradicionalista, a concepo de que as +ilosofias que no pertencem aessa sntese teol$gica, ou que no se entendem como um momento desse sistema, no soci(ncias, mas sim apenas mundivid(ncias. % juntamente com tudo isso, se considera, dentrodessa mesma concepo tradicionalista, a + tambm como atitude pessoal, convicoreligiosa etc. etc., i., tambm como mundivid(ncia.

    *om outras palavras, examinando o aF e o bF podemos concluir, que aqui, na maneira comooperamos a nossa formao intelectual nos nossos programas de ensino 1eologia)+ilosofia)*i(ncias 0ositivas, est! atuando uma pressuposio de que, tanto as +ilosofias Ei.,+ilosofiaF como 1eologia Ecomo sntese teol$gico do estilo %scol!stico edievalF somundi/id3ncias, e somente as *i(ncias 0ositivas so -i3ncia. % ao lado dessa

    pressuposio, outra, que mencionada no aF de que somente a grande sntese teol$gica a-i3ncia como tal.

    # nossa confuso usual consiste em no percebermos que estamos operando em duasconcepes do saber, do racional, i., da *i(ncia, inteiramente distintas. 0or no aspercebermos, no pensamos muito, ao falarmos da *i(ncia. #ssim, estando dentro de duasconcepes, em operando nelas, no assumimos tematicamente nem o aF, pois di"emos que uma ideologia tradicionalista do passado, nem bF, pois o consideramos como decad(nciado relativismo &istoricista moderno, ao passo que, ao mesmo tempo, ac&amos que o bF omoderno atuali"ado, e o aF o que todos devem aceitar como o fundamento da identidadecrist.

    0or isso, quando examinamos os documentos eclesi!sticos, que falam na e a partir daconcepo aF, os ac&amos um tanto ou bastante tradicionalistas. %, no entanto, como j! foirapidamente mencionado acima, atr!s dessa impresso, que ali!s pode no ser somenteimpresso, pode estar escondida e pulsando uma autocompreenso interessantssima egrandiosa de como deve ser uma formao intelectual para quem a + de-em Besus *risto eseu %vangel&o tudo, o princpio, o meio e o fim da sua exist(ncia.

    Deixando para mais tarde os detal&es desse assunto, aqui somente assinalemos que acompreenso de -i3nciaque est! nesses documentos, tanto em refer(ncia 3 +ilosofiacomo em refer(ncia 3s *i(ncias 0ositivas, j! est! subsumida, unificada e coordenada a

    partir da 1eologia e da autocompreenso da 1eologia. as nessa autocompreenso, apressuposio que se tem da *i(ncia, seja como for o contedo, no coincide com acompreenso que n$s &oje temos da *i(ncia, a partir das *i(ncias 0ositivas. 9as isto nosignifica $ue essa autocompreenso da teologia acima mencionada como a) secompreenda como mundi/id3ncia, portanto que pertena ao outro extremo do bin

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    5a nossa formao intelectual, como ela exigida nos documentos eclesi!sticos, o estudoda 1eologia Esubsumindo +ilosofia e algumas *i(ncias 0ositivasF no # um estudo, dentroe a partir da mundi/id3ncia. : antes um estudo da -i3ncia sui generis. as no de uma-i3nciano sentido simplesmente moderno da *i(ncia.

    #ssim, surge um grande problema e uma dificuldade inc

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    principalmente isto &oje, na nossa era, que se caracteri"a como cientfica, porque, o que&oje decide que uma ci(ncia seja realmente ci(ncia, no a quantidade de suasinformaes, mas sim a investigao crtica de sua pr$pria fundamentao. 1orna)senaturalmente um desafio muito grande, o como reali"ar esse estudo ao mesmo tempo emque se d! a doutrinao numa *i(ncia.

    %m todo caso, no nosso currculo de formao intelectual, onde alm da 1eologia, temos+ilosofia, se quisermos introdu"ir certas ci(ncias, devemos ter bem claro, que doutrinaralgum numa ou em v!rias ci(ncias e isto em S anos j! quase impossvel e muito maisimpossvel introdu"i)lo no estudo investigador, se no se limitar &em com umadeterminao bem competente de que, o que e como se fa" todo esse estudo. 0or isso umabrincadeira irrespons!vel e alienao total do que seja uma ci(ncia &oje, querer dar cursosde diferentes ci(ncias, conforme as necessidades)modas da publicidade na nossa formaointelectual, num estilo de um enciclopedismo um pouco mel&or do que o do 6eaderRsDigest. 0or isso o estudo p. ex. da 0sicologia, 'ociologia, %conomia etc., deve ser bemexaminado, para que o estudante seja realmente iniciado no esprito cientfico, conforme aseriedade da consci(ncia crtica investigadora das *i(ncias &oje.

    % para a ratio studiorum da nossa formao franciscana, essa diferena entre a ratiostudiorume a ratio doctrinationisdeve ser um constante desafio, que nos incite semprede novo a buscarmos, tanto formadores como formandos, a levantarmos e mantermos onvel da nossa intelectualidade, nos dedicando conscientemente ao modo de ser do estudo,que investigao crtica da fundamentao. % toda essa exig(ncia de distinguir na pr$priadin2mica da *i(ncia dois movimentos, o studiorum e o doctrinarionis, no uma exig(nciade brio e nvel, no sentido de poder e de elite, mas sim, a grande vontade de, &umildemente,de todo o corao, estar na disponibilidade da Terdade.

    '. s teorias das ci3ncias

    4oje, se quisermos saber o que *i(ncia, devemos recorrer a assim c&amada teoria das-i3nciasEJissenschaftstheorie, em alemoF. 0arece que um outro termo para indicar essadisciplina meta-ci0ncia.

    O problema, aqui, porm, ali!s como em toda parte &oje, que existem v!rias teorias das*i(ncias, de diferentes nveis e proced(ncias. 5o entanto, aos poucos, a consci(ncia crticaacerca da pr$pria *i(ncia, surgida dentro das pr$prias *i(ncias, comea a nos di"er o que obsoleto dentro da teoria das *i(ncias. Tamos enumerar uma dessas compreensesobsoletas que pode muito bem povoar tambm as nossas mentes clericais, quando falamosdas *i(ncias &oje, ou da necessidade de estarmos aggiornadospara a nossa era cientfica. O

    que segue est! baseado no artigo de 4einric& 6ombac&, Jissenschaft und )hilosophie,'tudienfue&rer, "ur %infue&rung in das ritisc&e 'tudium der %r"ie&ungs)und'o"ial[issensc&aft, Yissensc&aftst&eorie : :.:.@. Yissensc&aftst&eorie und 0&ilosop&ie,4einric& 6ombac&, p. :@):J, 'c&riften des Yillmann)Hnstituts, uenc&en)YienF. #quidaremos um pequeno resumo de uma pequena parte desse artigo.

    1rata)se de uma concepo das *i(ncias, que poderamos c&amar de teoria ing(nua das*i(ncias. %ssa teoria ing(nua das *i(ncias, embora obsoleta, est! em toda a parte, ainda

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    &oje, ou na nossa compreenso usual e populari"ada, da *i(ncia ou tambm naspublicaes, mesmo especiali"adas sobre o assunto e na mente de muitos cientistas elesmesmos.

    O que caracteri"a a teoria ing(nua das *i(ncias a ingenuidade ou a &oa f#despreocupada com que generali"a e absoluti"a, sim, dogmati"a e fixa um conceitounilateral da *i(ncia. %m geral, esse um conceito unilateral, o teortico ing(nuo das*i(ncias tira)o da *i(ncia, na qual ele especialista. %ssa generali"ao ele a fa", porqueacredita ingenuamente que existe uma nica espcie de cientificidade. *onforme essacrena, tambm &istoricamente existe somente uma nica forma de cientificidade. 0odemse multiplicar con&ecimentos cientficos. 'urgirem novas ci(ncias. %voluir. as todas elastem o mesmo conceito da *i(ncia. # cientificidade em todas elas sempre a mesma. = otpico do modo de pensar de #. *omte, que fala da 8regime dfinitif de la raison &umaine,i., a era da ci3ncia positi/a. = o conceito de *i(ncia do 0ositivismo em todas as suasnuances e variantes. 'egundo essa concepo da *i(ncia, o que est! fora dela ou anterior aela um 8con&ecimento9 relativo e subjetivo, privativo)&ist$rico. #o passo que o sabercientfico objetivo, definitivo, real, absoluto e supra)&ist$rico.

    #ssim, a teoria ing(nua das *i(ncias se caracteri"a pelos seguintes preconceitos

    aF *i(ncia uma forma de saber, determinada, est!vel, constat!vel, sobre a qual se pode darinformaes bem determinadas, est!veis e constat!veis. %stas informaes nos di"em o que objetivamente *i(ncia e nos do a medida geral da cientificidade de toda e qualquerci(ncia.

    bF #ssim, existe propriamente somente uma *i(ncia Ee cientificidadeF. # multiplicidade das*i(ncias surge apenas devido 3 multiplicao dos objetos da *i(ncia. #s *i(ncias na suamultiplicidade so como que diferentes objetos, sobre os quais se empostam as miradas

    cientficas, cuja estrutura e cujo modo de ser nico. 0or isso, quem con&ece uma *i(nciacon&ece a*i(ncia.

    cF 4! certamente evoluo, desenvolvimento nos con&ecimentos cientficos. 4! correturase revises dos con&ecimentos cientficos. 5o entanto, tudo isso ocorre dentro do &ori"ontede uma nica, bem determinada, est!vel e definitiva definio da cientificidade da *i(ncia.0or isso, atravs das 4ist$rias de desenvolvimento dos con&ecimentos cientficos, correuma lin&a contnua e bem definida, do que seja e o que deve ser *i(ncias. O conceito da*i(ncia no tem 4ist$ria. 4ist$ria s$ t(m os con&ecimentos, que dentro desse conceito,evoluem, crescem segundo a cientificidade. # 4ist$ria dos con&ecimentos cientficos se d!dentro de um &ori"onte de cientificidade nico, supra)&ist$rico e imut!vel.

    dF O desenvolvimento e o alargamento dos con&ecimentos cientficos, por diferentes quesejam as ci(ncias, se do dentro de um &ori"onte de cientificidade, de tal sorte que, se podeconstituir um progresso sistem!tico e l$gico sem lacuna. % tudo que no segue esta l$gicaou est! fora dela, s$ tem valor de verdade, enquanto de alguma forma redutvel a ela.

    = interessante observar que essa teoria ing(nua das *i(ncias, que est! no fundo de nossacompreenso usual da *i(ncia, cai num dogmatismo muito semel&ante ao que encontramosna 1eologia, onde a *i(ncia conjunto de con&ecimentos perenes, verdadeiros, atemporais

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    e imut!veis. '$ que, aqui na 1eologia, esse modo de ser do con&ecimento pode no ser umdogmatismo, sendo que o modo de ser dos dogmas, que aparentemente parece serdogmatismo, pode provir do modo de ser pr$prio e adequado da *i(ncia sui generis,c&amada 1eologia> ao passo que nas *i(ncias, que pretendem radicalmente questionar eserem crticas, o maior pecado, que se pode cometer o dogmatismo.

    5$s comeamos a despertar para a consci(ncia crtica da nova teorias das *i(ncias, quandoabandonamos esse dogmatismo camuflado da teoria ing(nua das *i(ncias ecompreendemos que, em diferentes ci(ncias reais, devem se formar e ativar cada ve"diferentes tipos de ci(ncias. % que no existe a ci3ncia, mas ci3ncias. % se podemos falar,de alguma forma, de ci(ncia como uma totalidade, essa totalidade no uma estruturaogeral e nica, segundo a qual as ci(ncias devem ser logici"adas, mas sim um organismodin2mico, complexo e riqussimo de diferenciaes, nveis e dimenses, constitudo pelasci(ncias particulares, que atravs das diferenas de cada tipo de ci(ncia, num movimentodin2mico de confrontos, correturas, entrec&oques, subsumpes mtuos, vai crescendonuma transmutao contnua.

    #ssim, o reinado do absolutismo do conceito unilateral da *i(ncia est! no fim. = o que nosvem demonstrando o progresso das ci(ncias, que progridem, no tanto pelo alargamento equantificao de novos dados e novas descobertas, dentro de um determinado &ori"onte depesquisa, mas pela destruio de suas pressuposies e seus conceitos fundamentais,atravs das crises de seus fundamentos, para abrir)se a um &ori"onte novo, mais profundo,mais vasto e mais origin!rio. #ssim, viemos assistindo a sucessivas quedas da monarquiado conceito racionalstico da *i(ncia nos moldes da atem!tica e da G$gica, do conceitoempirstico)positivista no modelo da +sica e da 7iologia, do conceito materialista nomodelo da umica, do conceito relativista no modelo da 4istoriologia etc. etc. # novaconsci(ncia cientfica &oje tem a tarefa principal de desmascarar essas supersties dodogmatismo, que se infiltram nas ci(ncias. %la, a consci(ncia cientfica nova, nessa tarefa

    de desmascaramento, no vai contra a cientificidade das ci(ncias. 0elo contr!rio, emdesmascarando a absoluti"ao e &ipostati"ao auticientficas dos conceitos unilaterais da*i(ncia, tenta abrir camin&o 3 cientificidade mais &umana e plena de um saber cientficofuturo, que se avia na medida em que, numa reflexo de fundo em direo 3 rai" de cadatipo de ci(ncias, desencadeia um confronto e di!logo universal de todas as ci(nciasmutuamente entre si.

    %ssa nova atitude cientfica da 5ova *onsci(ncia, que comea a despertar por toda partenas ci(ncias, pode ser caracteri"ada mais ou menos da seguinte forma

    aaF 5o &! um conceito da *i(ncia, fixo, parado, portanto, no &! uma forma fundamental

    da 8cientificidade como tal9. # ci(ncia vive em transformaes, tanto no todo da sua formacomo nas formas das suas particularidades. %ntre aquele e estas, se d! iterao mtua deinflu(ncia.

    bbF 5o progresso cientfico no &! um crescimento unvoco e unit!rio do con&ecimento,unilinear, sucessivo e evolutivo. 0or isso, os critrios que decidem o que con&ecimentocientfico e o que no , devem ser examinados cada ve", na medida em que avanam asci(ncias, segundo o estilo de transformao assinalado em aaF acima.

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    ccF 5o &! conceito de *i(ncia, que seja aplic!vel sem mudana a todas as ci(nciasparticulares. *onceitos fundamentais, como experi(ncia, fundamento, fundamentao,causa, prova, demonstrao, mtodo etc. etc., significam diferentemente, em diferentesci(ncias particulares ou em diferentes grupos de ci(ncias.

    ddF *omo existe pluralidade de mtodos das ci(ncias particulares, assim tambm, dentro deuma e mesma ci(ncia particular, pode existir pluralidade de mtodos, que coexistem numaambiguidade complementar. Os mtodos recebem o seu aviamento, a partir do toque deabordagem principal, e assim, dentro de uma mesma ci(ncia particular, podem ocorrer duasou mais abordagens, que efetuam dois ou mais mtodos. %stes, por sua ve", num confrontomtuo, mantendo cada qual a sua diferena, criam uma complementaridade, que no nemajuntamento, nem sntese, nem substituio ou mistura, mas uma tenso, que cont(m aespera de uma descoberta. 0. ex. a abordagem ondulat$ria e a abordagem corpuscular da lu"na +sica. #ssim, a manuteno da pluridimensionalidade um caracterstico dacientificidade das ci(ncias e no a sua negao.

    eeF *ada ci(ncia permanece at 3 rai" de seus fundamentos, dos mais principais e b!sicos,

    em $uesto. esmo as bases confirmadamente v!lidas e 8definitivas9, comprovadas porv!rias ci(ncias, podem ser subversadas como um caso parcial de um todo maior ou comouma aus(ncia de uma diferenciao e aprofundamento mais rigorosos e radicais.

    ffF # 5ova *onsci(ncia cientfica no questionamento dos fundamentos imanentes dasci(ncias, sonda, ao mesmo tempo, sua deciso imanente. as sabe que as regras de jogoimanente 3 pr$pria ci(ncia, provenientes dos fundamentos autoconstitutivos da decisoimanente das ci(ncias, cont(m tambm decises e fundamentaes s$cio)&ist$ricas. #ssim,ao acionar)se como ci(ncia, se sabe partcipe das convices operativas fundamentais doseu tempo e da sua sociedade. 0or isso, no paira ou domina altaneira sobre o seu temponem sobre a sua sociedade. 5o abstrai, mas assume plenamente a pren&e" e pregn2ncia

    situacional s$cio)&ist$ricas. as, ao mesmo tempo, evita de cair no dogmatismo do4istoricismo e do 'ociologismo. 0or isso, no considera a ci(ncia simplesmente comoproduto ou imitao de uma sociedade. Deixa assim de se determinar dentro da ing(nua eirrefletida colocao 8sujeito)objeto9, deixa tanto o objetivismo como o subjetivismo delado, como um dogmatismo no cientfico.

    ggF # contraposio sujeito)objeto, em todas as suas manifestaes como p. ex. 'aber)Objeto, 4omem)6ealidade, 1eoria)0r!xis etc. etc., no mais colocada ingenuamente eexterna e materialmente, mas sim como circulao de mtua iterao. # *i(ncia no est!diante, contra, em frente 3 Tida, 3 6ealidade, mas est! inserida nela. % a vida &umana pr)cientfica no autarquia, mas j! implica comportamentos e modos do pensar cientfico.

    %sta nova compreenso din2mica das *i(ncias, 3 primeira vista, parece dissolver toda anitide" e clare"a da cientificidade a um fluxo, certamente din2mico, mais diferenciado erico, mas confuso, sem contorno e sem determinao, portanto a um relativismo,&istoricismo, a um vitalismo ca$tico, onde tudo, qualquer opinio, pr!xis ou tentativa debusca j! uma ci(ncia.

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    5a realidade, no entanto, no se trata de dissoluo 3 confuso e ao caos relativista. 0elocontr!rio, trata)se de libertar as ci(ncias da infiltrao de vel&os e obsoletos dolos dosdogmatismos e torn!)las claras e distintas EDescartesF, no conforme o totalitarismo de umamedida unilateral absoluti"ada, mas conforme a exig(ncia da pluriformidade epluridimensionalidade de uma 9at;esis

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    percepo direta)imediata simbi$tica da realidade que somos n$s mesmos como atotalidade do mundo.

    5a nova 1eoria das *i(ncias essa realidade da percepo direta e imediata, em sendo comototalidade mundo, se c&ama realidade pr#6cientfica, que a 1eoria ing(nua das *i(nciasdogmati"ada, j! mencionada acima, confunde com mundo primitivo, imerso na obscuridadeda vitalidade irracional, ainda infante e sem consci(ncia. 5a realidade, ela a presena eplenitude da totalidade din2mica da possibilidade da Tida, no nosso viver, em sendo, napregn2ncia da evid(ncia imediata da coisa ela mesma. %ssa realidade na concreo Tida,%dmund 4usserl c&amou de 8Gebens[elt9. %sse termo alemo usado sem traduo nanova 1eoria das *i(ncias, e que poderamos tradu"ir como 8mundo vital circundante9. %ssaPe$ensQelt o espao da plenitude da possibilidade aberto, que poderamos c&amar deInsond=/el &ismo des/elante das possi&ilidades do ser.

    Ora, toda ci(ncia se funda e est! assentada nesse #bismo Desvelante, na Pe$ensQelt, queno um espao escancarado e &omog(neo, mas implicaes de diferentes nveis edimenses de Pe$ensQelte numa conteno, pregn2ncia e din2mica de possibilidades

    genticas infinitamente ricas e pluriformes de ser. = desse #bismo Desvelante que prov(mas diferentes decises de possibilidades epocais da 4ist$ria.

    #s ci(ncia