estudo sobre a agricultura urbana e peri-urbana na cidade...

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i Estudo sobre a agricultura urbana e peri-urbana na Cidade de Maputo Relatorio final Novembro de 2009 Conselho Municipal de Maputo Pelouro de Actividades económicas Universidade Eduardo Mondlane FACULDADE DE AGRONOMIA E ENGENHARIA FLORESTAL

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i  

Estudo sobre a agricultura urbana e peri-urbana na Cidade de Maputo

Relatorio final

Novembro de 2009

Conselho Municipal de Maputo Pelouro de Actividades económicas Universidade Eduardo Mondlane

FACULDADE DE AGRONOMIA E ENGENHARIA FLORESTAL

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ii  

Equipe da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal que realizou o estudo

Nomes  Curso   Supervisor Avaliacao da aptidao do vale do Infulene para producao de hortícolas 

Baptista Rúben Zunguze  

eng Paulo Jorge Sithoe eng Armindo Cambule 

Gonçalves Mário Mandlate  Engº Amândio Muthambe Manuel António Jorge  Engº Amândio Muthambe 

Levantamento e identificacao das principais doenças que afectam as culturas praticadas nas zonas verdes  Acácio Rosse Salamandane  Engº Amândio Muthambe 

Arnaldo Adérito Sambo  Prof. Dr Domingos Cugala Samito Pereira Assamo  Prof. Dr Domingos Cugala 

Identificacao e avaliacao da incidencia das principais pragas que ocorrem nas zonas verdes, e suas medidas de controlo  Edson Vasconcelos Tanga  Prof. Dr Domingos Cugala A comercializacao agricola nas zonas verdes de Maputo  Osvaldo da Cruz Zacarias 

Samo  Prof.Dr  Emílio Tostão  

GESTOR FINANCEIRA: Pedro Bufalo

ASSITENTE DE EDIÇÃO E COMPILAÇÃO: Laura José

COORDENAÇÃO GERAL, COMPILAÇÃO E EDIÇÃO: Prof Dr Emilio Tostao

NOTA

O trabalho aqui apresentado foi realizado pelos estudantes da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal como parte dos seus projectos de fim de curso. Apesar dos supervisores dos estudantes terem se esforçado na correção de erros no decurso do trabalbo dos estudantes, podem ainda substir erros. Quaiquer erros ou omissões são da responsabilidade dos próprios estudantes.

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iii  

ÍNDICE

INTRODUÇÃO GERAL.................................................................................Error! Bookmark not defined. 

CONSTATAÇÕES GERAIS............................................................................Error! Bookmark not defined. 

CAPÍTULO 1.  AVALIAÇÃO DA APTIDÃO DO VALE DO INFULENE PARA PRODUÇÃO DE HORTÍCOLAS.... 9 

RESUMO ............................................................................................................................................ 10 

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 11 

1.1. PROBLEMA E JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 11 

1.2. OBJECTIVOS ............................................................................................................................ 12 

REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................................................. 13 

MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................................................... 18 

RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................................... 31 

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................................................... 59 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................... 61 

CAPÍTULO 2 . IDENTIFICACAO E AVALIACAO DA INCIDENCIA DAS PRINCIPAIS PRAGAS QUE OCORREM NAS ZONAS VERDES, E SUAS MEDIDAS DE CONTROLO ........................................................................ 64 

SUBCAPITULO  2.1.  AVALIACAO DA  INCIDENCIA DAS  PRINCIPAIS  PRAGAS NAS HORTICOLAS  E  AS MEDIDAS DO SEU CONTROLO NO VALE DO INFULENE ..................................................................... 65 

RESUMO ........................................................................................................................................ 66 

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 67 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................................... 70 

MATERIAS E MÉTODOS ................................................................................................................. 75 

RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................................... 78 

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................................... 88 

REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 90 

SUBCAPÍTULO  2.2  AVALIACAO  DA  INCIDENCIA  DAS  PRAGAS  AGRICOLAS MAIS  IMPORTANTES  E MEDIDAS PARA O  SEU CONTROLO, NO DISTRITO MUNICIPAL Nº 4  (ZONAS VERDES), CIDADE DE MAPUTO ............................................................................................................................................ 93 

RESUMO ........................................................................................................................................ 94 

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 80 

REVISÀO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................................... 82 

MATERIAIS E METÓDOS ................................................................................................................ 90 

RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................................... 94 

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................................. 109 

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2  

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 111 

SUBCAPITULO  2.3.  AVALIACAO  DA  INCIDENCIA  DAS  PRINCIPAIS  PRAGAS  DAS  HORTICOLAS  E METODOS  DO  SEU  CONTROLO  NAS  ZONAS  VERDES  DO  DISTRITO  MUNICIPAL  DE  CATEMBE, PROVINCIA DE MAPUTO.................................................................................................................. 113 

RESUMO ...................................................................................................................................... 114 

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 115 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................................. 117 

MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................................. 132 

RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................................... 137 

CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES .............................................................................................. 147 

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 150 

CAPITULO 3. LEVANTAMENTO E IDENTIFICACAO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFECTAM AS CULTURAS PRATICADAS NAS ZONAS VERDES ..................................................................................... 156 

SUB CAPITULO 3.1. LEVANTAMENTO E  IDENTIFICAÇÃO DAS PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFECTAM AS CULTURAS PRATICADAS NAS ZONAS VERDES DE MAPUTO (VALE DO INFULENE)..................... 157 

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 158 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................................. 160 

MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................................. 169 

RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................................... 173 

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................................. 182 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 184 

CAPITULO 4. A COMERCALIZACAO AGRICOLA NAS ZONAS VERDES DA CIDADE DE MAPUTO........... 185 

RESUMO .......................................................................................................................................... 186 

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 187 

1.1 Problema e Justificação......................................................................................................... 187 

1.2. Objectivos............................................................................................................................. 188 

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................................................. 189 

METODOLOGIA................................................................................................................................ 195 

RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................................. 201 

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................................................. 222 

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ....................................................................................................... 224 

ANEXOS 1 EXECUSSÃO FINANCEIRA ................................................................................................... 229 

OUTROS ANEXOS   ............................................................................................................................... 229 

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Lista de abreviaturas, siglas e acronimos

Abreviatura Significado AAcriverdes Associações dos Agricultores das Zonas Verdes da Província de Maputo CEe Condutividade Eléctrica do Extracto Saturado CMM Conselho Municipal da Cidade de Maputo CO Carbono Orgânico CTC Capacidade de Troca Catiónica DEC Declividade DINAGECA Direcção Nacional de Cartografia e Teledetecção DNA Direcção Nacional de Águas ESRI Environmental Systems Research Institute, Instituto de Pesquisas de

Sistemas Ambientais FAEF Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal FAO Food and Agricultural Organization of the United Nations, Organização

das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação GIS Geographic Information System, Sistemas de Informação Geográfica GPS Geographic Positioning System, Sistemas de Posicionamento Geográfico. HR Humidade Relativa IIAM Instituto de Investigação Agrária de Moçambique INIA-DTA Instituto Nacional de Investigação Agrária-Departamento de Terra e Água MADER Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural MO Matéria Orgânica N1 Actualmente Inapta N2 Permanentemente Inapta PBT Percentagem de Bases Trocáveis Prof. Profundidade PST Percentagem de Sódio Trocável S1-0 Altamente Apta S1-1 Apta S2 Moderadamente Apta S3 Marginalmente Apta SIREMO Sistema de Regadio Eduardo Mondlane TEXT Textura TMF Temperatura Média no período de Formação TMG Temperatura média na germinação TMINMED Temperatura Mínima Média ALES Automated Land Evaluation Sistem (Sistema Automatizado de Avaliação

de Terra) TMPC Temperatura Média no Período de Crescimento UEM Universidade Eduardo Mondlane USBR United States Bureau of Reclamation (Serviços de Reclamação de Terra

para Agricultura Irrigada nos Estados Unidos da América) USDA United States Department of Agriculture (Departamento de Agricultura dos

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Estados Unidos da América)

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CONTEXTUALIZAÇÃO 

A agricultura consiste na produção de alimentos em quantidades suficientes a fim de satisfazer as necessidades alimentares sempre crescentes da população (Ivontchik, 1989). Ela é uma actividade primordial pois, por um lado, através da produção vegetal e animal consegue ter comida para a sua alimentação e, por outro lado, proporciona o emprego, ambos bases para a sua subsistência (Owen, 1991).

Agricultura urbana (AU) é uma actividade de produção agrícola realizada em pequenas áreas dentro de uma cidade, ou em seu torno (Peri-urbana), e destinada à produção de culturas para consumo próprio (auto-consumo) ou para a venda em pequena escala, nos mercados locais. Portanto, não é objectivo ou finalidade para a agricultura urbana e/ou Peri-urbana a obtenção de lucro, mas é praticada com uma grande diversidade de culturas.

A chamada cintura verde da Cidade e Província de Maputo (Municípios de Maputo, Matola e Distrito de Boane) com uma população de cerca de 1.873.488 habitantes (Cidade de Maputo: 1.099.102 habitantes; Município de Matola: 675.422 habitantes e Distrito de Boane: 98.964 habitantes), segundo o INE (http://www.ine.gov.mz/populacao2007, dados preliminares do censo geral da população de 2007,), começa a enfrentar problemas, cada vez mais profundos, de pobreza absoluta e de desemprego nos munícipes, a que tem vindo a procurar colmatar à semelhança de outras grandes Cidades de África e do Mundo. Para o efeito, vem planeando e desenvolvendo acções orientadas para a prossecução dos objectivos estratégicos de combate à pobreza e desenvolvimento de uma economia local e social sustentável; paralelamente, desenvolve acções de capacitação profissional, direccionadas a determinados grupos sociais.

A Dinamização da Agricultura Urbana e Peri-Urbana Sustentáveis (DAUS) na Cintura Verde dos Municípios de Matola e Maputo bem como no Distrito de Boane, é uma estratégia adoptada com vista ao melhoramento da qualidade de vida dos munícipes, através da prática de uma agricultura devidamente orientada, na base de orientação técnica, Políticas de Agricultura Urbana e Peri-Urbana (PAU-PU), entre outras formas cada vez mais rentáveis e com baixos custos de produção.

Com efeito, no Distrito de Boane e nas Cidades de Maputo e Matola o abastecimento em produtos agro-pecuários provém de cidades vizinhas; Distrito de Chókwè (a cerca de 210 km), Distrito de Muamba (a cerca de 50 km), etc., e dos países vizinhos, particularmente a África do Sul e a Swazilândia.

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Nas Cidades de Maputo e Matola e no Distrito de Boane, a Agricultura Urbana e Peri-urbana (AU-PU) sustenta cerca de 33 mil famílias e produz volumes importantes de produtos diversos, com maior destaque as hortícolas, mas há dificuldades para competir com os produtos importados. Todavia, é uma agricultura intensiva, em permanente competição com a urbanização para o uso da terra.

Os serviços públicos de apoio a agricultura da Cidade de Maputo (“Gabinete das Zonas Verdes”) estão em via de ser transferido do Governo da Cidade de Maputo (GCM) para o Conselho Municipal de Maputo (CMM). Neste âmbito, o CMM desenvolveu um programa de “Dinamização da Agricultura Urbana Sustentável - DAUS” e está a procura de novas vias para apoiar o desenvolvimento desta actividade económica.

Entretanto, o primeiro obstáculo é a falta de informações precisas e actualizadas sobre AU-PU, particularmente no que diz respeito às potencialidades, produção, produtividade e comportamento do mercado de produtos agro-pecuários. Os dados sobre a AU-PU de Maputo e Matola são escassos e dispersos e, os de Boane precisam actualização, pelo que estes factos (carência e desactualização) dificultam o desenvolvimento de programas eficazes de dinamização deste sector produtivo.

Para fazer face a escassez de informação, o Pelouro de Actividades Económicas (VAE) através do seu Departamento de Actividades Económicas e Empresas (DAEE), à luz da parceria com a ONG Francesa “ESSOR” solicitou apoio técnico da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), para realização de um diagnóstico sobre a agricultura urbana e peri-urbana na Cidade de Maputo, visando avaliar as potencialidades agrícolas dos campos de produção das zonas verdes da Cidade de Maputo. Este relatório apresenta os resultados do referido estudo.

COBERTURA DO ESTUDO 

O estudo cobrir cerca de 16% da população dos três locais (Distrito de Boane, Municípios de Matola e Maputo), isto é, uma área agrícola de 44 430 ha, ocupadas por 33 266 famílias agrícolas (agricultores), nas quais produzem alimentos para sua própria subsistência e abastecimento das Cidade de Maputo, Matola e Distrito de Boane, como indicado na tabela abaixo.

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População Agrícola Local (Zona Agrícola)

População

(Censo 2007)

Área agrícola (ha) Total %

Distrito de Boane 98.964 43.200 13.300 13.44

Cidade de Matola 675.422 205 4.506 0.67

Cidade de Maputo 1.099.102 1.025 15.460 1.41

Total: 1.873.488 44.430 33.266 15.52

Fontes: INE (2007); DDA- Boane; Município de Matola e Gabinete das Zonas Verdes

OBJECTIVOS DO ESTUDO 

Objectivo geral Pretende-se com o presente estudo avaliar as potencialidades agrícolas dos campos de produção das Zonas Verdes da Cidade de Maputo e examinar o comportamento do mercado de produtos agro-pecuárias na Cidade de Maputo. O objectivo final é recolher, analisar e divulgar as informações necessárias para caracterizar a agricultura urbana e periurbana de Maputo, Matola e Boane e para elaborar uma estratégia e um projecto de desenvolvimento deste sector de actividade.

Objectivos específicos 

a) Avaliação da Aptidão do Vale do Infulene para Produção de Hortícolas; b) Identificação e avaliação da incidência das principais pragas que ocorrem nas

zonas verdes, e suas medidas de controlo. c) Levantamento e identificação das principais doenças que afectam as culturas

praticadas nas zonas verdes d) A comercalização agricola nas zonas verdes da cidade de Maputo

Fases da Realização do trabalho • Fase 1: Planificação tripartida do estudo entre o CMM (VAE1), ESSOR e

UEM (FAEF2), incluindo a orçamentação e busca de todo tipo de recursos para a sua operacionalização e, em coordenação com o Município de Matola, a Direcção Distrital de Agricultura do Distrito de Boane e o Gabinete das Zonas Verdes do Governo da Cidade de Maputo;

1 Pelouro de Actividades Económicas 

2 Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal 

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• Fase 2: Elaboração das propostas pelos estudantes da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal;

• Fase 3: Trabalho de campo; • Fase 4: Tratamento, análise e redacção do relatório individual do estudante; • Fase 5: Compilação dos trabalhos dos estudantes

Organização do Relatório 

O presente relatório organiza-se em quatro capítulos. O capitulo 1 apresenta avaliação da aptidão de solos do Vale do Infulene para produção de hortícolas, seguido do segundo capítulo que ocupa-se da identificação e avaliação da incidência das principais pragas que ocorrem nas zonas verdes, e suas medidas de controlo. O terceiro capítulo apresenta o levantamento e identificação das principais doenças que afectam as culturas praticadas nas zonas verdes, seguido do quarto capítulo que se ocupa da comercalização agricola nas zonas verdes da cidade de Maputo.

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Capítulo 1.  Avaliação da Aptidão do Vale do Infulene para Produção de Hortícolas 

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10  

RESUMO 

O Vale do Infulene é uma área de extrema importância do ponto de vista de produção

agrícola, porém, há falta de conhecimento das subclasses de aptidão e principais tipos de uso

e cobertura de terra para servir como ferramentas de tomada de decisões ao nível de maneio e

planificação do uso de terra. Assim, um estudo foi feito no Vale do Infulene com objectivo de

avaliar a aptidão deste para a produção de hortícolas. Para avaliação de terras, foi empregue o

método qualitativo da FAO (Food and Agricultural Organization of the United Nations)

modificado para as condições moçambicanas. Adicionalmente, a classificação não

supervisionada de imagens do Google Earth foi feita com intuito de mapear os principais

tipos de uso e cobertura de terra no Vale. A partir do estudo, foram produzidas duas cartas:

uma de aptidão agrícola e outra dos principais tipos de uso e cobertura de terra. Deste estudo

concluiu-se que, devido a heterogeneidade das unidades de terra, a maior parte das unidades

de terra do Vale apresentavam grande variabilidade de subclasses de aptidão para produção de

hortícolas e que as principais qualidades de terra limitantes para a produção de hortícolas são:

a toxicidade de sais, a disponibilidade de nutrientes, a disponibilidade de oxigénio e factores

alguns climáticos. Concluiu-se também que os principais tipos de uso e cobertura de terra

compreendiam o cultivo e a vegetação natural. Contudo, recomendam-se estudos mais

detalhados de solos para delimitação das zonas de maneio.

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I. INTRODUÇÃO O Vale do Infulene é uma das áreas de extrema importância do ponto vista de produção

agrícola na Cidade de Maputo. Este serve como fonte principal de hortícolas e outros

produtos agrícolas à alguns mercados da Cidade de Maputo e Matola (Macuácua, 2005).

Estima-se que cerca de 3000 pessoas servem-se da produção de hortícolas no Vale do

Infulene como fonte (primária ou secundária) de obtenção de renda e alimentos para as suas

famílias (MADER, 2003).

Pela importância que se dá à horticultura urbana e peri-urbana, o Conselho Municipal da

Cidade de Maputo (CMM) pretende dinamizar a produção de hortícolas. Contudo, para que a

planificação do uso e aproveitamento de terra seja eficaz, esta deve ser suportada por

resultados da avaliação do potencial das terras para os diferentes tipos de uso que nela se

pretendem implementar (FAO, 1976; Voortman, 1985 e Beernaert, 1991).

Vários estudos sobre os solos foram feitos no Vale do Infulene na tentativa de avaliar o

potencial do local para a produção de hortícolas (DHV, 1979; Kauffman e Konstapel, 1980;

Laan et al., 1983e Dykshoorn et al., 1988). Apesar do seu contributo para o conhecimento das

características dos solos do Vale do Infulene, a maioria destes estudos não traz uma

abordagem detalhada sobre a avaliação de terras para os diferentes tipos de uso. Por outro

lado, a informação existente é bastante esparsa dificultando o seu aproveitamento como

instrumento de auxílio à tomada de decisões tanto de nível de maneio, quanto ao nível de

planificação de uso de terra.

A partir do exposto acima, verifica-se uma necessidade de avaliar a aptidão do Vale do

Infulene para a produção de hortícolas. Este processo envolverá a identificação das

potencialidades dos diferentes sistemas de uso de terra, de modo a fornecer informação que

pode contribuir como ferramenta na planificação de uso de terra (FAO, 1976). Por outro lado,

no mesmo processo, serão identificadas as qualidades de terra limitantes para os diferentes

tipos de utilização, contribuindo assim com ferramentas de auxílio à tomada de decisões ao

nível de maneio.

1.1. Problema e Justificativa As hortícolas são as culturas mais produzidas no Vale do Infulene. No entanto, verificou-se

falta de conhecimentos sobre as subclasses de aptidão para diferentes tipos de utilização de

terra no mesmo Vale. O conhecimento das subclasses de aptidão, poderá contribuir como

ferramenta de auxílio à tomada de decisões ao nível de maneio e planificação do uso de terra

(FAO, 1976; 1996).

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Tal como foi anteriormente referido, os estudos até aqui feitos não dão uma visão clara sobre

a maneira como cada hortícola responde as diferentes unidades de terra do Vale em estudo

(DHV, 1975; Kauffman e Konstapel, 1980; Laan et al., 1983 e Dikshoorn et al., 1988).

Adicionalmente, nenhum desses estudos descreve os principais tipos de utilização de terra

para a área de estudo. Conclui-se, deste modo, que a informação sobre os principais tipos de

utilização de terra é imprescindível para o processo de planificação de uso de terra.

A necessidade de avaliar a aptidão agrícola do Vale do Infulene para as diferentes hortícolas,

integrando dados de estudos anteriores com dados mais recentes (de elevação e de

levantamentos de solos), justificaram a execução do presente trabalho.

1.2. Objectivos O presente trabalho enquadra-se no âmbito do programa levado à cabo pelo Conselho

Municipal da Cidade de Maputo, que visa avaliar as potencialidades agrícolas das zonas

verdes para a produção de hortícolas e tem como objectivos os seguintes:

1.2.1. Geral

Avaliar o Potencial aptidão do Vale do Infulene para a produção de hortícolas;

1.2.2. Específicos

Mapear os principais tipos de uso de terra no Vale do Infulene;

Avaliar a aptidão actual do Vale do Infulene para a produção de hortícolas e;

Avaliar a aptidão potencial do Vale do Infulene para a produção de hortícolas.

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II. REVISÃO DA LITERATURA 

2.1. Antecedentes

Devido a sua potencialidade para a produção de hortícolas, o Vale do Infulene vem

merecendo atenção especial por parte de várias entidades há longos anos. O primeiro estudo

feito no Vale do Infulene data desde 1979 (DHV, 1979). O referido estudo visava analisar a

salinidade da água no Vale e efectuar pequenos levantamentos de solos com a finalidade de

avaliar as potencialidades do Vale para a prática da agricultura.

Do estudo feito pela DHV (1979), concluiu-se que o Vale era apto para a prática da

agricultura. Porém, o método usado consistiu em visitas de campo e colecta de um número

muito pequeno de amostras (16 amostras), o que não permitiu ter uma situação mais realística

das potencialidades do Vale do Infulene para a produção de culturas diversas. Porém, este

estudo recomenda a realização de pesquisas mais detalhadas sobre os solos do Vale do

Infulene.

Já em 1980, por requisição da Direcção Nacional de Águas (DNA), o Departamento de Terra

e Água do Instituto Nacional de Investigação Agrária (INIA-DTA) efectuou um levantamento

de solos para avaliar as potencialidades do Vale para a produção de hortícolas. Os

levantamentos de solos foram efectuados à escala de 1:25.000. Nesse estudo, o INIA-DTA

realizou um levantamento em 24 perfis de solo, tendo colhido algumas amostras para análises

laboratoriais (Kauffman e Konstapel, 1980).

A partir do levantamento feito por Kauffman e Konstapel (1980), foi feita a caracterização

das unidades fisiográficas quanto à sua aptidão para a produção de hortícolas, tendo-se

concluído que, no Vale do Infulene, algumas zonas eram aptas para a produção de hortícolas e

outras eram inaptas para o mesmo tipo de uso de terra.

Do trabalho efectuado por Kauffman e Konstapel (1980), foram avançadas algumas

recomendações sobre a necessidade se efectuar estudos mais detalhados, para avaliar a

dinâmica espacial da fertilidade do solo, principalmente o fósforo assimilável, salinidade do

solo, reacção do solo (pH) e profundidade do lençol freático, pois, estas características de

diagnóstico mostraram grandes diferenças entre observações dentro da mesma unidade de

terra (Kauffman e Konstapel, 1980).

Mais tarde, em 1983, foram estudadas as possibilidades de aproveitamento do Vale do

Infulene para a prática da agricultura. A metodologia consistiu de levantamentos em algumas

unidades de solos e compilação de dados de estudos anteriores (Laan et al., 1983). Porém, não

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houve possibilidade de se fazer um estudo mais detalhado que definisse a dinâmica dos

factores que foram considerados críticos no estudo anterior. O estudo resultou na produção de

numa carta de aptidão dos solos do Vale do Infulene na escala 1:10.000 para diversas

culturas.

Um outro estudo foi levado à cabo pelo departamento de terra e Água do INIA em 1988.

Neste estudo foi feito um levantamento mais detalhado dos solos da área de estudo.

Adicionalmente, avaliou-se a aptidão desta área para a produção de diversas culturas

(incluindo hortícolas). Porém, o estudo esteve limitado apenas para a parte baixa do Vale do

Infulene: a parte sul da via rápida para Moamba (Dikshoorn et al, 1988). Adicionalmente, não

foi efectuada uma análise detalhada para tipo de uso de terra. De 1988 até hoje, não são

reportados estudos que tendem a avaliar as potencialidades actuais do Vale do Infulene para a

produção de hortícolas.

Dos parágrafos anteriores, pode-se constatar que muitos estudos já foram feitos no Vale do

Infulene para avaliar a aptidão dos solos para a produção de hortícolas e outras culturas.

Porém, os dados existentes são dispersos, pelo que carecem de uma compilação reavaliação

da aptidão da área em estudo para as diferentes hortícolas. Contudo, todos estes estudos

tiveram grande contributo para o aprimoramento do conhecimento sobre os solos do Vale,

inclusive na delimitação das principais unidades de solos.

2.2. Sistemas de Avaliação de Terras

A avaliação de terras refere-se ao processo de previsão do performance da terra quando

alocada para um determinado tipo de uso (FAO, 1976; Beernaert, 1991 e Grose, 1999). Os

seus resultados constituem-se de ferramentas necessárias para racionalizar o processo de

tomada de decisões sobre o uso da terra, de tal maneira que, os usos propostos, tragam o

máximo benefício para a sociedade, sem degradação da qualidade ambiental (Touber e Noort,

1985).

Existem vários sistemas de avaliação de terras, desde muito gerais até muito específicos.

Apesar de numerosos, estes sistemas baseiam-se em três métodos: métodos de avaliação

qualitativa, métodos paramétricos e métodos de avaliação quantitativa (Landon, 1991 e FAO,

1976).

2.2.1. Métodos de avaliação qualitativa

Nos sistemas que aplicam estes métodos, a aptidão da terra é expressa em termos qualitativos,

não dando detalhes, quer sobre os custos envolvidos no processo produtivo, quer sobre os

retornos do mesmo processo. Nestes métodos encontramos cinco sistemas:

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Sistema de classificação da terra pela capacidade de utilização (USDA);

Sistema de avaliação da terra para agricultura irrigada (USBR);

Sistema de terras da Austrália;

Sistema de avaliação de terras da FAO (1976) e;

Sistema de ponderação potencial de solos (USDA).

a). Sistema de Classificação da Terra pela Capacidade de Utilização

Este sistema foi desenvolvido pela USDA, nos anos 1950 (Manna, 2005). É usado para

avaliação da aptidão geral para a agricultura e outros tipos generalizados de utilização de terra

(florestas, conservação, turismo, etc). Este sistema, dá apenas o potencial de uma determinada

unidade cartográfica para tipos generalizados de utilização, pelo que, não é aplicável para

avaliação da aptidão para tipos específicos de utilização de terra. Na avaliação de terras, este

sistema considera as qualidades edáficas e a topografia do terreno, deixando de fora as

qualidades climáticas da terra (Beernaert, 1991 e Grose, 1999).

O sistema da USDA tem a vantagem de apresentar outras alternativas de utilização de terra

para além da agricultura, por exemplo: florestas, savanas, conservação, turismo, etc.

(Beernaert, 1991). Em contrapartida com este método não é possível fazer a avaliação de

terras para tipos específicos de utilização de terra, pelo que não é apropriado para o presente

estudo.

b). Sistema de Avaliação da Terra para Agricultura Irrigada (sistema da USBR)

Contrariamente ao sistema da USDA, o sistema da USBR é usado na avaliação de terras para

agricultura irrigada. Adicionalmente, no sistema da USBR a avaliação de terras só é feita para

agricultura e não para os outros tipos generalizados de utilização de terra, como ocorre como

sistema da USDA descrito acima (Beernaert, 1991).

O sistema da USBR apresenta a vantagem de reconhecer a importância da rega no processo

de avaliação de terras, sendo o mais difundido para suportar a tomada de decisões de

implementação de projectos de rega. Em contrapartida, para além da agricultura irrigada, este

sistema não prevê a avaliação da aptidão de terras para outros tipos generalizados de

utilização de terra (Manna, 2005 e Beernaert, 1991). Portanto, tal como o sistema da USDA

descrito atrás, não foi seleccionado para o presente estudo.

c). Sistemas de Terras de Austrália

Tal como o nome sugere, este sistema foi desenvolvido na Austrália nos anos 1970. É um

sistema holístico, pois, é baseado na avaliação dos padrões de vegetação, solos, geologia,

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topografia e outros elementos da terra. No início, o sistema foi desenvolvido para

levantamento da aptidão das terras à escala de reconhecimento a partir da análise de imagens

de satélite. Em escalas mais detalhadas, as observações de campo foram incluídas no sistema

(Manna, 2005 e Fernandes e De Lima, 2001).

Tal como referimos acima, este sistema tem a vantagem de valorizar todas as componentes do

sistema terra. Contudo, o mesmo sistema é pouco aplicado no mundo e em Moçambique, em

particular (Beernaert, 1991 e Manna, 2005).

d). Sistema de Avaliação de Terras da FAO (1976)

O sistema de avaliação de terras proposto pela FAO (1976) é o mais usado, especialmente

quando se pretende avaliar a aptidão de terras para tipos específicos de utilização. Neste

sistema, a avaliação pode ser feita para agricultura de sequeiro ou para agricultura irrigada.

O sistema da FAO (1976) encontra-se estruturado em ordens, classes, sub-classes e unidades

de aptidão. As ordens de aptidão indicam se a unidade de terra é classificada como apta (S) ou

inapta (N) para um determinado tipo de uso. Por sua vez, as classes de aptidão reflectem o

grau de limitação em cada unidade de terra (S1, S1-1, S2, S3, N1 e N2). As sub-classes de

aptidão reflectem as limitações mais severas (disponibilidade de água, disponibilidade de

nutrientes, etc.). Finalmente, as unidades de aptidão, tal como no sistema da USDA, agrupam

as unidades de terra com iguais necessidades de maneio e rendimentos potenciais (FAO, 1976

e Beernaert, 1991).

Neste sistema, a avaliação de terra é baseada na comparação entre os requisitos de uso de

terra com as qualidades de terra. Esta comparação é feita com base em critérios de diagnóstico

(Beernaert, 1991).

A principal vantagem do sistema da FAO é que este permite a avaliação de terras para tipos

muito específicos de utilização de terra, sendo mais recomendado para planificação de uso da

terra para fins mais específicos (Voortman, 1985). Adicionalmente, em Moçambique já foram

desenvolvidos critérios de diagnóstico para cerca de 13 hortícolas. Não obstante, o sistema é

flexível e engloba todas as componentes (técnica e económica e ambiental). Estas ilações

fazem com o que este sistema seja o mais usado (Manna, 2005).

Contudo, um dos inconvenientes associados ao sistema da FAO é a necessidade de se

conhecerem os critérios de diagnóstico para cada tipo de utilização de terra, limitando a

avaliação de terras caso estes critérios não se conheçam (Beernaert, 1991 e Manna, 2005).

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As vantagens do sistema da FAO (1976), aliadas à existência de critérios de diagnóstico para

diferentes hortícolas, ditaram a escolha deste método.

e) Sistema de Ponderação Potencial de Solos

Este sistema foi desenvolvido pela USDA em 1983 (Manna, 2005). O sistema centra-se na

comparação do potencial da terra com um solo padrão. Serve basicamente para indicar a

qualidade relativa de terras para um uso particular.

É um sistema usado simplesmente para planificação do uso de terra e não para recomendações

de uso de terra, pois, como foi referido acima, considera apenas um tipo de uso de terra. É

muito pouco usado (Manna, 2005). Adicionalmente, para o caso de Moçambique, não são

conhecidos critérios de diagnóstico para avaliação de terras usando este método.

2.2.2. Métodos Paramétricos

Fazem parte deste grupo de métodos os sistemas semi-quantitativos, nos quais, a relação entre

a produtividade e as características de terras são expressos como factores ponderados numa

função matemática simples. O principal objectivo destes métodos é de avaliar o potencial

duma área específica para diferentes usos (Manna, 2005).

Estes métodos têm como desvantagem principal, o facto de não englobar neles a análise de

sistemas integrados, como ocorre com os sistemas de avaliação qualitativa. Adicionalmente,

para o caso particular de Moçambique, não são conhecidas as funções matemática referidas

acima. Adicionalmente, a relação matemática varia com as condições ecológicas, sociais e

económicas, necessitando de serem adaptadas para satisfazerem à cada cenário.

2.2.3. Métodos de Avaliação Quantitativa

Métodos referidos anteriormente têm como unidades básica de avaliação de terra a unidade de

mapeamento (FAO, 1976; Voortman, 1985 e Beernaert, 1991). Actualmente são conhecidas

várias técnicas de colecta de dados e respectiva representação em formato raster, tornando a

modelação dos fenómenos ambientais mais dinâmica (no espaço e no tempo) (ESRI, 2008). O

enfoque destes métodos é estabelecer relações entre os recursos edafo-climáticos e maneio

para avaliar o potencial das terras (Manna, 1991). Um exemplo destes métodos é o Sistema

ALES (Automated Land Evaluation System), que é usado no INIA-DTA para avaliação de

terras

A principal vantagem destes métodos está associada à sua flexibilidade, pelo que podem ser

usados para estimar o potencial de terras para qualquer local, desde que estejam calibrados

para o mesmo (Manna, 2005). Apesar dessa vantagem, estes métodos não foram escolhidos

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para o presente estudo, pois, neste trabalho não dispúnhamos de dados brutos de levantamento

do solo para produção de dados em formato raster. Adicionalmente, os sistemas baseados nos

métodos quantitativos exigem alta densidade de amostragem das características de

diagnóstico (Grose, 1999).

III. MATERIAL E MÉTODOS 

3.1. Área de Estudo

O Vale do Infulene é uma depressão natural na planície suave e ondulada dos arredores a

Oeste da Cidade de Maputo. Localiza-se entre as latitudes 25º45’41,25’’S e 25º56’06,11’’S e

longitudes 32º30’12,27’’E e 32º35’13,86’’E. Tem um comprimento de cerca de 20 km e cerca

de 0,5 km de largura média, e estende-se na direcção Norte-Sul, cobrindo bairros urbanos e

sub-urbanos da Cidade de Maputo e Matola.

Supõe-se que os solos da área de estudo tenham sido formados na fase transgressiva no

Plistocénio inferior (Dikshoorn et al., 1988). Nas encostas íngremes do Vale do Infulene

encontram-se solos arenosos, constituídos por areias grosseiras a finas, mal consolidadas, com

tonalidade branca. Nas encostas suaves, são proeminentes os solos da Formação da Machava,

que são argilo-arenosos, com artefactos de níveis altos de carbonatos e sais. Já na parte mais

baixa do Vale, predominam depósitos aluvionares representados por argilas escuras fluviais

com intercalações de níveis de carbonatos e sais de origem marinha (DNG, 1995).

No Vale do Infulene, o lençol freático apresenta-se em profundidades variáveis: superficial

nas zonas baixas e profundo nas zonas altas. Para além da variação espacial, a profundidade

do lençol freático na área em estudo apresenta um padrão de variação temporal sendo mais

superficial na época chuvosa (havendo necessidade de drenar algumas zonas) e profundo na

época seca (havendo necessidade de rega) (Kauffman e Konstapel, 1980; Jardim, 2004).

O estudo não abrange todo o Vale do Infulene, pois, na parte norte (depois do actual mercado

grossista de Zimpeto) não se reporta a prática da actividade agrícola. Para além disso, não são

conhecidos dados de levantamentos de solos à uma escala detalhada. A Figura 1 mostra a

localização geográfica do Vale do Infulene (área abrangida e área não abrangida pelo estudo).

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Figura 1. Localização da Área Abrangida (a) e da Área não Abrangida (b)

 

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3.2. Material

Para a concretização dos objectivos traçados foram usados os seguintes materiais:

Sonda, GPS, fita métrica e sacos plásticos para amostras;

Esboços cartográficos de levantamentos de solos à escala 1:5.000 e 1:10.000;

Mapas em formato digital sobre a divisão administrativa, estradas, construções, cursos

de água e curvas de nível, de Maputo Cidade e Matota, à escala 1:5.000.

Programas de GIS (Google Earth, ArcGIS, ArcView).

3.3. Mapeamento dos Principais Tipos de Uso e Cobertura de Terra

O método usado para o mapeamento dos principais tipos de uso e cobertura de terra foi o da

classificação não supervisionada. A escolha deste método prendeu-se com o facto de, a escala

das imagens usadas (1:2.000) permitir a visualização dos padrões de uso e cobertura do Vale

sem necessidade de pontos de controlo. A análise de imagens foi feita no Google Earth, e as

imagens analisadas referem-se ao mês de Setembro de 2007. O fluxograma da Figura 2,

mostra o resumo dos procedimentos usados para mapear os principais tipos de uso e cobertura

de terra no Vale do Infulene.

Figura 2. Mapeamento dos principais tipos de uso e cobertura de terra

A análise consistiu da observação e digitalização manual de imagens dentro do próprio

programa Google Earth. Depois de digitalizados, os polígonos foram exportados para o

formato shapefile, para facilitar o seu processamento e análise nos outros pacote usados neste

trabalho (ArcGIS, ArcView, Excel).

Para o mapeamento, foram consideradas 4 classes de uso e cobertura de terra: terrenos

cultivados, solo sem cobertura, vegetação natural e área habitacional (incluindo construções

grandes e área industrial). Uma classificação similar foi usada pela DINAGECA (1998).

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Foram escolhidas estas classes de modo a separar as áreas com possibilidades para prática de

agricultura da área habitacional e industrial.

Os dados da classificação de uso de terra foram validados pelo método da matriz confusão.

Para tal, foram feitas observações de vegetação em 132 pontos escolhidos com base na

variabilidade dos principais tipos de uso de terra e cobertura (Figura 3). Com auxílio da

matriz confusão, foram calculados os valores da precisão do modelo, do produtor e do

usuário.

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Figura 3. Localização dos pontos de amostragem

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A precisão do modelo diz respeito ao nível de concordância (%) entre os valores previstos

(teóricos) e os valores verdadeiros (resultantes das observações de campo) e foi calculada

usando a equação [1]:

1

k

iii

nG

N==∑

[1]

Onde: iin é o número de observações correctas e N é número total de observações

executadas;

Para o cálculo da precisão do produtor (producers acuracy) foi usada a equação [2]:

.

jj

j

nP

n= [2]

Onde: P é a precisão do produtor; jjn é o número de amostras correctamente classificadas como X; . jn é o número de amostras que foram encontradas no campo pertencendo à classe X.

A precisão do usuário (users acuracy) é expressa matematicamente pela equação [3]:

.

ii

i

nUn

= [3]

Onde: U é a precisão do usuário, iin é o número de observações correctamente classificadas como X; .in é o número total de amostras que se esperava (a partir do modelo) que pertencem à classe X.

A precisão do modelo dá uma visão global do nível de concordância entre o previsto e o

observado. Por sua vez, a precisão do produtor dá uma ideia de até que ponto uma paisagem

pode ser mapeada com sucesso. Finalmente, a precisão do usuário indica o nível de confiança

que o usuário pode atribuir ao mapa (Jenness, 2007). A complementaridade entre os

indicadores de precisão foi a razão que justificou o seu uso simultâneo neste trabalho. A

abordagem proposta por Soltic e Peacock (2006) (Tabela 1), foi usada para classificar o nível

de concordância com base na precisão.

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Tabela 1. Classificação da precisão do modelo, do produtor e do usuário.

Precisão Concordância < 0,05 Sem concordância

0,05 – 0,20 Muito pobre 0,20 – 0,40 Pobre 0,40 – 0,55 Moderada 0,55 – 0,70 Boa 0,70 – 0,85 Muito boa 0,85 – 0,99 Excelente

> 0,99 Perfeita Fonte: Soltic e Peacock (2006)

3.4. Avaliação da Aptidão Agrícola

Para avaliar a aptidão agrícola do Vale do Infulene, foi usado o método qualitativo da FAO

(1976). A escolha deste método prendeu-se, não apenas ao facto de ser o mais usado em

Moçambique, como também, à existência de critérios de diagnóstico desenvolvidos pela FAO

ao longo da década de 1980 e adaptados para Moçambique (Bernaeert, 1991).

Adicionalmente, é um método flexível e integra várias componentes (económica, social e

ambiental).

Foram executados os procedimentos propostos pela FAO (1996) para avaliação de terras.

Estes procedimentos compreendem: o inventário de recursos edáficos, inventário de recursos

climáticos, e comparação das qualidades de terra com os requisitos de uso de terra. Os

critérios de diagnóstico usados encontram-se no ANEXO I. A Figura 4 ilustra os

procedimentos da avaliação de terras segundo FAO (1976, 1996).

Figura 4. Metodologia de Avaliação de Terras

Fonte: Adaptado de FAO (1976, 1996)

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3.4.1. Definição dos Tipos de Uso Qualidades de Terra Relevantes

De um modo geral, o tipo de utilização de terra considerado para este trabalho foi a produção

de hortícolas em sequeiro. Foi considerado o nível médio de tecnologia, pois, no Vale do

Infulene, a agricultura é suportada pela aplicação de pequenas quantidades de pesticidas e

fertilizantes (orgânicos e/ou inorgânicos), uso de algumas variedades melhoradas e mão-de-

obra intensiva (Macuácua, 2005), caracterizando o que Voortman (1985) designa de nível

intermédio de tecnologia.

Com base nos tipos de utilização de utilização de terra considerados, foram escolhidas

qualidades de terra consideradas relevantes para avaliação de terra no Vale do Infulene. A

Tabela 2 mostra as qualidades de terra e suas respectivas características de diagnóstico. As

razões que justificam a escolha destas qualidades de diagnóstico são apresentadas adiante.

Tabela 2. Qualidades de terra e respectivas características de diagnóstico

Qualidade de terra Características de diagnóstico Temperatura média mensal Temperatura média máxima e mínima mensal

Regime Térmico (h)

Temperatura do período de crescimento Textura dos solos Precipitação

Disponibilidade de água (w)

Comprimento do período de crescimento Disponibilidade de nutrientes (n) CTC, PBT, pH, CO Risco de erosão (e) Declive Disponibilidade de oxigénio (o) Profundidade do lenço freático Condições para maturação e crescimento (h) Humidade relativa

Salinidade (CEe) Toxicidade de sais (t) Percentagem de sódio trocável (PST)

Fontes: Voortman (1985) e Beernaert (1991)

O regime térmico é essencial na determinação do rendimento potencial das culturas numa

determina região. Para pequenas áreas, apesar de não haver diferenciação das temperaturas

nas diferentes unidades de terra, o regime térmico é aplicado na determinação do rendimento

potencial para os diferentes tipos de utilização de terra (Voortman, 1985).

Para além do regime térmico, a disponibilidade de água é uma das qualidades de terra mais

importantes na produção de hortícolas (Borrego, 1995), no entanto, ela depende, entre outros

factores, da precipitação, da extensão do período de crescimento e da capacidade do solo em

armazenar água, que é uma função da textura dos mesmos. No Vale do Infulene existe uma

grande diferenciação da textura dos solos (Laan et al., 1983 e Dikshoorn et al., 1988), que

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pode implicar na diferenciação da capacidade de retenção de água. Por sua vez, a precipitação

e a extensão do período de crescimento, determinam a disponibilidade de água no solo, ou

para rega, que são fundamentais no crescimento e desenvolvimento das culturas. Assim

sendo, considerou-se a disponibilidade de água como uma qualidade relevante.

No Vale em estudo, a produção de hortícolas é feita com aplicação de fertilizantes orgânicos e

inorgânicos, com o intuito de garantir produções óptimas (Macuácua, 2005). Contudo, a

disponibilidade de nutrientes para as plantas é determinada por outros factores como pH,

CTC, PBT e teor de matéria orgânica (Wit et al., 2001). As diferentes unidades de terra são

distintas nestas características, pelo que a disponibilidade de nutrientes é uma qualidade de

terra relevante no Vale do Infulene.

No Vale do Infulene reconhecem-se diferentes unidades fisiográficas, umas mais declivosas e

outras menos declivosas (Laan et al., 1983). A declividade dos solos determina o rendimento

das culturas, pois, é um factor que condiciona a erosão e degradação dos solos, provocando o

declínio da fertilidade dos mesmos. Isto fez com que o risco de erosão fosse considerado

qualidade relevante na avaliação de terra para horticultura no Vale do Infulene.

Ainda no Vale do Infulene, o lençol freático varia de superficial nas zonas mais baixas até

profundo nas zonas mais altas. Um lençol freático superficial implica problemas de drenagem,

condicionando a disponibilidade de oxigénio para as raízes. Portanto, a disponibilidade de

oxigénio para as raízes foi considerada uma qualidade de terra relevante para avaliação de

terra no Vale do Infulene.

A maior parte da produção agrícola do Vale do Infulene é direccionada ao mercado

(Macuacua, 2005). Por conseguinte, é importante garantir que o produto final tenha uma

qualidade mínima de modo a assegurar que os produtores do Vale sejam mais competitivos.

Porém, um dos factores que determinam a qualidade do produto final é a humidade relativa na

colheita, a qual, quando em excesso, incita a diminuição do tempo de prateleira do produto

final. Em contrapartida, a humidade relativa do ar condiciona a produção de matéria seca pela

planta, pois, determina a absorção e transporte de água e sais minerais. Isto fez com que esta

característica fosse considerada relevante.

No Vale do Infulene, a salinidade e sodicidade são indicados como os principais limitantes à

produção agrícola (Laan et al., 1983 e Dikshoorn et al., 1988). Por outro lado, as diferentes

unidades de terra apresentam diferenciação tanto na salinidade, quanto na sodicidade. Por

conseguinte, considerou-se a toxicidade de sais como uma qualidade de terra relevante.

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Neste trabalho não foram usadas todas as qualidades de terra e características de diagnóstico conhecidas. A disponibilidade de dados e exiguidade de fundos determinaram a exclusão das outras qualidades de terra e características de diagnóstico. Neste caso, assume-se que as qualidades de terra e características de diagnóstico não usadas, não limitam a produtividade das culturas.

3.4.2. Inventário de Recursos Edáficos

O Fluxograma da Figura 5 ilustra os principais procedimentos executados para inventariação

dos recursos edáficos.

Figura 5. Procedimentos de inventário de recursos edáficos

Para inventariar os recursos edáficos do Vale do Infulene foram usados dados de estudos

anteriores sobre os solos do mesmo Vale. Assim, foram obtidas, georreferenciadas e

vectorizadas duas cartas de solos do Vale do Infulene: uma à escala 1:10.000 (norte da via

rápida Maputo-Moamba) e outra à escala de 1:5.000 (Sul da via rápida Maputo-Moamba).

Estas cartas foram obtidas no Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (INIA-DTA).

Para a georeferenciação das cartas de solos, foi usada a base cartográfica da DINAGECA

(1998) à escala 1:5.000. Esta base cartográfica inclui vias de acesso, cursos de água e

construções. A escala da base plani-altimétrica usada pode ser considerada favorável para o

auxiliar o processo de georeferenciação das cartas de solos. Esta ideia é suportada pela ESRI

(2008), segundo a qual, a escala da base plani-altimétrica deve ser maior ou igual à escala da

imagem que se pretende georeferenciar.

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a) Trabalho de Campo e Cartografia de Solos

O levantamento de solos à escala de 1:10.000 efectuado por Laan et al. (1983) não incluía

dados analíticos referentes à capacidade de troca catiónica (CTC), percentagem de bases

trocáveis (PBT), percentagem de sódio trocável (PST), condutividade eléctrica (CE) e teor de

matéria orgânica. Estas são características de terra incluídas no sistema de avaliação de terras

usado pelo INIA (Beernaert, 1991) e sua determinação é possível dentro dos limites

financeiros propostos para o presente trabalho.

Para preencher as lacunas presentes na carta de solos da parte alta, foram colhidas amostras

para análise laboratorial em pontos escolhidos. Para a escolha dos pontos de amostragem,

foram traçados três transetos na parte Norte da via rápida Maputo-Moamba. A colocação dos

transetos foi feita numa direcção perpendicular ao rio e, eventualmente, às curvas de nível. As

amostras foram espaçadas de 50 metros ao longo dos transetos, como recomenda (Wit et al.,

2001). Adicionalmente, os dados de uso e cobertura de terra foram usados na planificação dos

pontos de amostragem.

As coordenadas dos pontos extraídas e exportadas para um GPS portátil usando o ArcGIS. O

GPS foi usado para a localização dos pontos de amostragem no campo.

As amostras foram colhidas à profundidade de 20 cm, etiquetadas, acondicionadas em sacos

plásticos e levadas ao laboratório da FAEF para análises. No laboratório, foram analisados: a

CTC, CO, CE, PBT e PST.

Nos mesmos pontos, foi medida a profundidade efectiva do solo usando a sonda e fita

métrica. Ainda nos mesmos pontos, foram feitas observações de uso e cobertura de terra. A

Figura 3 mostra a localização dos pontos de amostragem.

Para a parte baixa do Vale os dados analíticos dos levantamentos de solos disponíveis

encontravam-se à escala de 1:5.000. De modo a se efectuar posteriores análises, foi feita a

georeferenciação e digitalização da respectiva carta de solos. Depois da digitalização as

unidades de solos foram generalizadas para a escala de 1:10.000, correspondente à escala do

presente estudo.

A generalização implicou a inclusão de unidades menores (com área menor que a mínima

mapeável), em unidades maiores que as circundavam usando a extensão Edit Tools do

ArcView. O mesmo programa foi usado para o cálculo das áreas das unidades de solos. Para

este efeito foi escolhida a projecção Universal Transversa de Mercator, meridiano central

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32,5º. Por sua vez, a área mínima mapeável foi obtida através da aplicação da equação [4]

proposta por Fernandes e De Lima (2006) e Hengl e Husnjak (2006).

2

8

0,410

EAMM ×=

[4]

Onde: AMM é a área mínima mapeável (ha) e E é o valor nominal da escala de publicação.

3.4.3. Inventário de Recursos Climáticos

Foram usados dados climáticos referentes à estação climatológica de Maputo. A escolha da

estação climatológica de Maputo deveu-se à sua proximidade relativa ao Vale do Infulene e

ter boa qualidade das séries de dados climáticos. Os dados climáticos usados foram: humidade

relativa, precipitação e temperatura.

Os detalhes sobre a natureza destes dados podem ser encontrados na tabela dos critérios de

diagnóstico para cada cultura (anexo I). Adicionalmente, no anexo III encontram-se os dados

climáticos usados no presente trabalho.

A extensão do período de crescimento de referência foi determinada usando dados da FAO

(1998). A figura 6 ilustra o padrão do período de crescimento de referência.

Figura 6. Padrão do período de crescimento de referência Fonte: FAO (1998)

Da figura 6 pudemos constatar que a precipitação é maior que metade da evapotranspiração de referência (ETo) no período compreendido entre a 2ª década de Outubro até a 1ª década de Abril (cerca de 170 dias). Assim, o período de crescimento usado no presente estudo foi de 170 dias.

Fim do C

Início do C

(mm

/mês

)

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3.4.4. Comparação entre qualidades e requisitos de uso de terra

As subclasses de aptidão actual nas diferentes unidades de terra, foram determinadas usando do sistema da FAO (1976) para avaliação de terras. Para tal, as características de diagnóstico encontradas em cada unidade de terra (ANEXO V), foram comparados com os requisitos dos tipos de uso de terra. Assim, foram obtidas as subclasses de aptidão para os diferentes sistemas de uso de terra. Esta comparação foi implementada numa planilha de Excel. As qualidades de terra e características de diagnóstico escolhidas encontram-se na tabela 2.

As subclasses de aptidão não foram determinadas para todas as hortícolas conhecidas. A razão de tal procedimento prendeu-se à falta de critérios de diagnóstico que auxiliem a avaliação de terras para as hortícolas não analisadas (Beernaert, 1991). Assim, as hortícolas seleccionadas para avaliação da aptidão agrícola foram: feijão nhemba, feijão verde, repolho, cenoura, alface, maçaroca, cebola, piri-piri, beterraba, batata-doce, tomate, melancia e batata-reno. Outros detalhes sobre estas hortícolas encontram-se no ANEXO II.

Apesar de não se ter avaliado a aptidão agrícola para todas as hortícolas, algumas hortícolas que foram analisadas podem servir como indicadoras para as hortícolas não analisadas. Por exemplo: o repolho pode servir como indicador para todas as restantes Brassica oleracea e, a cebola, para as restantes hortícolas da ordem Allium (alho, chalota).

Para classificar a aptidão actual das diferentes unidades de terra para as diferentes culturas, foram usadas as classes de aptidão propostas por Beernaert (1991). A Tabela 3 ilustra a correlação entre as classes de aptidão e os rendimentos potenciais possíveis.

Tabela 3. Classes de aptidão e correlação com rendimentos potenciais

Classe (%) do Rendimento Potencial Designação S1-0 95-100 Altamente apta S1-1 85-95 Apta S2 60-85 Moderadamente apta S3 40-60 Marginalmente apta N1 25-40 Actualmente inapta N2 0-25 Permanentemente inapta

Fonte: Beernaert (1991)

3.4.5. Determinação da Aptidão Potencial

Para determinar a aptidão potencial, foram analisadas as possibilidades de eliminar ou diminuir os factores que limitam a aptidão dos solos. Na mesma análise foi feita uma avaliação qualitativa dos custos necessários para a recuperação da aptidão dos solos. Estes custos foram categorizados em altos (A), quando requerem investimentos elevados que podem ultrapassar as capacidades financeiras da maioria dos produtores ou baixos (b), quando

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podem ser implementadas pelos próprios produtores, sem necessidades de grandes investimentos.

Os restantes detalhes para avaliação da aptidão potencial são os mesmos que os usados na avaliação da aptidão actual, que são descritos acima. Por outro lado, tomou-se em conta que existem factores que não podem ser alterados, tais como a textura dos solos, a temperatura do meio ambiente e a humidade relativa do ar. Uma abordagem semelhante foi empregue por Touber e Noort (1985).

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

4.1. Resultados

A partir do estudo efectuado foram obtidos os resultados do mapeamento dos principais tipos

de uso e cobertura de terra, bem como da avaliação da aptidão do Vale do Infulene para a

produção de hortícolas.

4.1.1. Mapeamento dos Principais Tipos de Uso e Cobertura de Terra

Os resultados da validação dos principai tipos de uso e cobertura de terra no Vale do Infulene

são apresentados na Tabela 4. Adicionalmente, na Tabela 5 são apresentadas as áreas

ocupadas pelos principais tipos de uso cobertura de terra por cada unidade de terra.

Tabela 4. Resultados da Validação do Uso e Cobertura de Terra (valores adimensionais)

Categoria Precisão do Produtor Precisão do Usuário

Terreno agrícola 0,93 1,00

Vegetação Natural 0,82 0,86

Solo sem cobertura 0,27 0,64

Área Habitacional 0,86 1,00

A partir da tabela 4 constata-se que a precisão, tanto do usuário, quanto do produtor são altas

para todas as classes de uso e cobertura considerados. Contudo, a precisão para a classe de

solo sem cobertura é baixa.

O resultado do cálculo de áreas para cada unidade de terra mostrou que a maior parte do Vale

do Infulene, encontra-se sob cultivo, contudo, existem unidades de terra nas quais domina a

vegetação natural. A Tabela 5 mostra detalhadamente a área ocupada por cada tipo de uso e

cobertura em cada unidade de terra.

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Tabela 5. Área dos diferentes tipos de uso e cobertura de terra em cada unidade de terra (ha).

Tipos de Uso e Cobertura de Terra

Habitação Cultivo Solo sem cobertura Vegetação natural Total

Unidade (ha) (%) (ha) (%) (ha) (%) (ha) (%) (ha) (%)

B1 219,40 87,34 150,60 32,37 10,70 68,59 63,90 29,26 444,60 46,78

P1 1,70 0,68 3,80 0,82 0,10 0,64 22,60 10,35 28,20 2,97

P2 2,60 1,04 60,30 12,96 1,50 9,62 49,00 22,44 113,50 11,94

P3 0,10 0,04 31,20 6,71 0,80 5,13 7,10 3,25 39,20 4,12

P4 4,80 1,91 12,40 2,66 0,80 5,13 20,50 9,39 38,50 4,05

C2 4,00 1,59 114,10 24,52 0,00 0,00 47,80 21,89 165,80 17,44

C2,1 8,70 3,46 47,80 10,27 0,10 0,64 0,70 0,32 57,30 6,03

C2,2 9,90 3,94 45,10 9,69 1,60 10,26 6,80 3,11 63,40 6,67

Total (ha) 251,20 100,00 465,30 100,00 15,60 100,00 218,40 100,00 950,50

Total (%) 26,43 10,52 48,95 10,52 1,64 10,52 22,98 10,52 100,00

A partir da Tabela 4, constatou-se que os principais tipos de uso e cobertura de terra são:

habitação na unidade B1, vegetação natural nas unidades P1 e P4 e cultivo nas restantes

unidades de terra. Assim, a maior parte do Vale do Infulene (cerca de 49%) é ocupado pelas

áreas cultivadas.

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Figura 7. Principais Tipos de Uso e Cobertura de Terra do Vale do Infulene

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4.1.2. Avaliação de Terras

Depois da avaliação da aptidão do Vale do Infulene para a produção de hortícolas, constatou-

se que as classes de aptidão são variáveis. Esta variação deveu-se principalmente à

heterogeneidade das unidades de solos. Os resultados apresentados nas tabelas a seguir não

espelham tal variação porque considerou-se a classe de aptidão mais elevada em cada unidade

de terra. Esta medida facilitou bastante a avaliação da aptidão potencial.

Na Tabela 6 é apresentado um exemplo de avaliação de terras para alface. Adicionalmente, é

apresentado, na Figura 8, a carta de localização das unidades de terra. Finalmente, na Tabela 7

é apresentada a legenda adicional da aptidão (actual ou potencial) do Vale do Infulene para

diferentes hortícolas.

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Tabela 6. Exemplo de avaliação de terra para Alface

Unidade CTC PST PBT CO CEe DECLIVE PROF TEXT pH TMGERMAptidãoactual

Aptidão Potencial

Limitantesa melhorar

Custos Limitantes

B1 S1-S3 S1-N2 S1-S3 S1-S3 S1-N2 S3 S1-S2 S1 S1-S3 S1 S3 S1 e A

P1 S1 S1-1 S1-1-S2 S1-S1-1 S2-S3 S1-S1-1 S1-S2 S1 N2 S1 N2 N2 n

P2 S1 S1-1-N2 S1-S2 S1 S1-1-N2 S1-S2 S1-S3 S1 S1-N2 S1 S1-1 S1 t A

P3 S1 S2-N2 S1 S1-S1-1 S1-1-N2 S1 S1 S1 S3-N2 S1 S3 S2 n B t

P4 S1 S3-N2 S1 S1 S3-N2 S1-S2 S3 S1 S1-N2 S1 S3 S1 o, t A,A

C2 S1 S3-N2 S1 - S1-1 S1-S1-1 S1-1-N2 S1-S2 S1-1-S2 S2 N2 S1 N2 N2 n

C21 S1 N2 S1 - S1-1 S1 N2 S1 S1-S2 S1-S1-1 S1-N2 S1 N2 N2 t

C22 S1 S2-N S1 - S1-1 S1 S1-N2 S1-S1-1 S1-1-S2 S1-S1-1 S1-N2 S1 S2 S1-1 t A o

e, risco de erosão; n, disponibilidade de nutrientes, o, disponibilidade de oxigénio, t, toxicidade de sais; A, custos elevados; b, custos baixos; S1, altamente apta; S1-1, apta; S2, moderadamente apta; S3 marginalmente apta; N2, permanentemente inapta.

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Figura 8. Localização das unidades de terra

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Tabela 7. Aptidão do Vale do Infulene para diferentes hortícolas

Unidades de Terra Cultura Unidade B1 Unidade P1 Unidade P2 Unidade P3 Unidade P4 Unidade C2 Unidade C2.1 Unidade C2.2 Nhemba S3 S2 N2 N2 S3 S2 S3 S2 N2 N2 N2 N2 N2 N2 S3 S2

w B h n w b h w b h n n t w b n n n d

Feijão verde S3 S2 N2 N2 S3 S2 S3 S2 N2 N2 S3 S2 N2 N2 S3 S2 e A n n w b h w b h o w b h t w b h w b

Repolho S3 S2 N2 N2 S2 S1-1 S3 S2 N2 N2 S2 S1-1 S3 S2 S2 S1-1 e A w n w b d n b h o w b h t A w w b h

Cenoura S3 S2 N2 N2 S3 S2 N2 N2 N2 N2 N2 N2 N2 N2 N2 N2 e A h n w b h n o o t o w b n

Alface S3 S1-0 N2 N2 S1-1 S1-0 S3 S2 S3 S1 N2 N2 N2 N2 S2 S1-1 e A n t A n b t o A n t t A o t A

Maçaroca S3 S2 N2 N2 S2 S1-1 S2 S1-1 S3 S2 S2 S1-1 S3 S2 S2 S1-1 e A w n w b h w b h t h o A h t A h w b h t t o T t A h t n d d

Cebola S3 S2 N2 N2 S2 S1-1 S3 S1-1 N2 N2 N2 N2 N2 N2 S3 S2 e A w n t A h n A w t n t o A h w b h n

Piri-piri S3 S2 N2 N2 S2 S2 N2 N2 N2 N2 N2 N2 N2 N2 S2 S2 e A w n h n t n t h o

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Beterraba S3 S2 N2 N2 S2 S1-1 S3 S1-1 S3 S2 S2 S1-1 S2 S1-1 S2 S1-1 e A w n w b h w b h o A h w b h w b h w b h o A n t A o t A n b t

Batata doce S3 S1-1 N2 N2 S1-1 S1 S3 S1-1 S3 S2 N2 N2 S3 S1-1 S2 S1-1 e A n n n b n b t o A t n t A o o A t t A t A

Tomate S3 S2 N2 N2 S2 S2 N2 N2 N2 N2 N2 N2 S3 S2 S3 S2 e A w n h n n n t A h o A h h o t

Melancia S3 S1-1 N2 N2 S3 S1-1 S3 S2 N2 N2 S3 S2 N2 N2 S3 S1-1 e A h n w b h w b n o w b t t w b h w b o n b o A t o A

Batata reno S3 S1-1 N2 N2 S1-1 S1-1 S2 S1-1 S3 S1-1 S2 S1-1 S2 S1-1 S1-1 S1-1 e A w n h n b h o A h N b w t A d T A o t h h o

A, custos elevados; b, custos baixos; e, risco de erosão; h, factores de clima; n, disponibilidade de nutrientes; N2, permanentemente inapta; o, disponibilidade de oxigénio; S1, altamente apta; S1-1, apta; S2, moderadamente apta; S3 marginalmente apta; t, toxicidade de sais; w, disponibilidade de água;

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a) Unidade B1

Os resultados da avaliação do Vale do Infulene para a produção de hortícolas revelam que a

unidade B1 é marginalmente apta para quase todas as hortícolas analisadas. Os principais

factores limitantes nesta unidade são: a disponibilidade de água e o risco de erosão (Tabela 7).

Adicionalmente, para algumas hortícolas, é possível melhorar a aptidão desta unidade a partir da

suplementação de água através rega, o que para esta unidade, poderá requerer investimentos em

infra-estruturas de rega, pois, ela encontra-se muito distante do rio, pelo que, os custos para o

melhoramento da aptidão da unidade são considerados elevados. Para as outras hortícolas, a

aptidão pode ser melhorada através de medidas de conservação no sentido de evitar a erosão dos

solos.

b) Unidade P1

A partir da análise da aptidão dos solos para a horticultura de sequeiro, verificou-se que esta

unidade é permanentemente inapta para todas as hortícolas em análise. O factor que determina a

inaptidão de terra nesta unidade é o pH, o qual é fortemente ácido (Tabela 7).

c) Unidade P2

Os resultados da avaliação da aptidão agrícola mostraram que unidade P2 apresenta diferentes

graus de aptidão para diferentes hortícolas em análise. Esta unidade apresentou maior

variabilidade de respostas dos rendimentos esperados para diferentes tipos de uso de terra,

quando comparada com a unidade B1 e P1. Porém, as sub-classes mais altas de aptidão de terras

variaram de S1-1 à S3 indicando que esta unidade é mais apta que as unidades B1 e P1 (Tabela

7).

Os principais factores que limitaram a aptidão desta unidade são: a disponibilidade de água, a

disponibilidade de nutrientes, disponibilidade de oxigénio e toxicidade de sais. Porém, a partir da

análise da aptidão potencial, foi possível verificar que a aptidão da unidade P2 pode ser

melhorada através da suplementação de água através da rega, correcção do pH do solo, drenagem

e lavagem de sais (Tabela 7).

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d) Unidade P3

A partir da Tabela 7, pode-se constatar que os resultados da avaliação da aptidão de terras

declaram esta unidade como sendo menos apta que a unidade P2, pois, em nenhuma das culturas

analisadas ela foi classificada como apta, como ocorre com a unidade P2. Contudo, de uma

forma geral, observou-se que esta unidade é mais apta que a unidade B1, pois, existem hortícolas

para as quais as sub-classes de aptidão chegam a ser S2, comparativamente à S3 observada na

unidade B1. Entre os factores que limitam a aptidão desta unidade se encontram: a

disponibilidade de oxigénio, a toxicidade de sais, factores climáticos e disponibilidade de

nutrientes.

Adicionalmente ao exposto no parágrafo anterior, a aptidão desta unidade pode ser melhorada

através da correcção do pH, suplementação de água pela rega e lavagem de sais. Porém estas

medidas são específicas para cada tipo de utilização de terra (Tabela 7).

d) Unidade P4

A avaliação da aptidão agrícola para horticultura considerou esta unidade como tendo aptidão

pobre, variando de marginalmente apta à permanentemente inapta para certas hortícolas (alface,

maçaroca, beterraba e batata-doce e batata-reno) ou permanentemente inapta para as restantes

culturas analisadas. Os principais factores limitantes nesta unidade são: a toxicidade de sais e a

disponibilidade de oxigénio.

Ainda na mesma avaliação, constatou-se que a aptidão desta unidade pode ser melhorada através

da drenagem e lavagem de sais, que normalmente requerem investimentos elevados.

f) Unidade C2

A aptidão desta unidade varia muito entre hortícolas, havendo hortícolas para as quais a classe de

aptidão mais elevada é S2 e outras para as quais a mesma é permanentemente inapta. Os

principais factores limitantes nesta unidade de terra são: a salinidade e sodicidade. Contudo, em

alguns casos, a disponibilidade de água e a disponibilidade de oxigénio podem aparecer como

factores limitantes.

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Adicionalmente, foi constatou-se que a aptidão da mesma unidade pode ser melhorada através da

lavagem de sais e dessodificação, porém, estas actividades poderão requerer investimentos em

obras de drenagem, implicando custos elevados.

g) Unidade C2.1

A avaliação da aptidão de terras mostrou que esta unidade não difere muito da unidade C2 em

termos das classes de aptidão para as diferentes hortícolas. Pelo que, tal como na unidade C2, o

nível máximo de aptidão nesta unidade é S2, existindo hortícolas para as quais a unidade é

permanentemente inapta. Nesta unidade um dos factores limitantes à produtividade das culturas é

a acidez dos solos. Adicionalmente, a salinidade dos solos varia de baixa à alta na mesma

unidade de terra, condicionando a variação das classes de aptidão para o mesmo tipo de uso de

terra (Tabela 7). Em termos de classes de aptidão, esta unidade é equiparável à unidade P4

descrita acima.

As principais medidas que podem promover o melhoramento da aptidão desta unidade são: a

suplementação de rega adicional para o caso da beterraba e lavagem de sais para as restantes

culturas em análise.

h) Unidade C2.2

Os resultados da avaliação de terras mostram que a unidade C2.2 apresenta classes de aptidão

muito variáveis, havendo caso de culturas para as quais a aptidão desta unidade varia de apta à

permanentemente inapta. Entre os principais factores que limitam a produtividade das culturas

nesta unidade podemos citar: disponibilidade de água, toxicidade de sais e disponibilidade de

oxigénio.

A partir da mesma análise, foi possível constatar que a aptidão da mesma unidade pode melhorar

quando forem tomada as medidas correctivas como: suplementação da água por rega, drenagem

e lavagem de sais (Tabela 7).

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4.2. Discussão dos Resultados

4.2.1. Uso e Cobertura de Terra

Os resultados da validação das principais classes do uso e cobertura de terra mostraram que as

classes observadas a partir das fotografias aéreas aproximam-se muito das observadas no terreno.

Os valores da precisão do produtor e do usuário são apresentados na (Tabela 4) e o mapa de uso

e cobertura de terra encontra-se na (Figura 7).

Para além dos indicadores da tabela 4, os resultados da validação mostraram alto nível de

concordância entre os dados interpretados e os dados das observações de campo. A precisão do

modelo foi alta (cerca de 0,85). Neste contexto, o mapa de uso e cobertura de terra pode ser

considerado fiável.

Para o mapeamento das unidades de terra, alguns autores (Fernandes e De Lima, 2006),

consideram que, no processo de mapeamento de características terrestres, uma taxa de inclusão

de 30% por unidade de mapeamento é aceitável. O valor da precisão do modelo (85%), revela

uma taxa de inclusão de 15%, que encontra-se dentro dos limites aceitáveis.

Para além de Fernandes e De Lima (2006), usando os intervalos de precisão propostos por Soltic

e Peacock (2006), pode-se inferir que os resultados obtidos por análise de imagens do Google

Earth podem ser considerados válidos para usos posteriores, pois, as precisão, tanto do produtor,

quanto do usuário são altas, excepto para a classe solo sem cobertura onde obteve-se baixo valor

de precisão do produtor.

A alta precisão do usuário sugere que os mapas podem ser usados com fiabilidade e a alta

precisão do produtor valida os resultados do processo de classificação dos tipos de uso e

cobertura de terra, com recurso à interpretação de imagens gratuitas do Google Earth. A baixa

precisão do produtor para a classe solo sem cobertura, deveu-se, provavelmente, às mudanças de

ocupação entre o tempo que foi tirada a imagem e o tempo que foi efectuada a validação do uso e

cobertura de terra.

A validade dos dados da classificação dos tipos de uso e cobertura de terra permite que estes

sejam usados para planificação do uso de terra. Por outro lado, os resultados da intersecção do

mapa de uso e cobertura de terra com o mapa de solos podem ser usados para determinar a

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disponibilidade de terra e nas diferentes sub-classes de aptidão. A Tabela 5 mostra a contribuição

das classes de uso e cobertura de terra em cada unidade de terra.

A partir dos resultados da intersecção do uso e cobertura com mapa de unidades de terra, pode-se

constarar que a unidade B1 apresentou maior área, porém, a maior parte dela é ocupada por

habitação, sendo cultivados apenas 142,5 ha dos 444,6 ha que a unidade apresenta.

A actividade agrícola é mais intensa nas áreas mais baixas do Vale do Infulene (unidades C2,

C2.1, C2.2). Provavelmente este facto esteja relacionado com a facilidade de rega aliada à boa

fertilidade destes solos, embora a salinidade, sodicidade e pH sejam limitantes em certos casos.

4.2.2. Aptidão Agrícola

Depois da avaliação da aptidão agrícola usando a abordagem da FAO (1976), constatou-se que

os níveis de aptidão variavam dentro da mesma unidade de terra, mesmo para o mesmo tipo de

uso de terra, porém, a partir da classe mais alta de aptidão, foi possível constatar que existem

unidades de terra que se revelaram mais aptas para uns tipos de uso de terra quando comparadas

com as outras.

a) Unidade B1 Estudos efectuados por Laan et al. (1983), consideravam que esta unidade tinha baixo potencial

para a produção de hortícolas em virtude desta ser constituída por solos com bom conteúdo de

matéria orgânica e pH favorável. No presente estudo, encontrou-se um resultado semelhante,

tendo notado que a aptidão da unidade varia de marginal à inapta para todas as hortícolas

analisadas, apesar destes autores não terem usado as qualidades risco de erosão e disponilidade

de água para avaliar a aptidão agrícola.

A classificação da aptidão de terras encontrada para esta unidade é variável para todas as

hortícolas (de S3-N2). Esta variação deveu à heterogeneidade desta unidade. Este facto pode ser

ultrapassado com estudos mais detalhados de solos para mapear: PST, CTC, CO, CE,

profundidade e pH dos solos, que são características de diagnóstico que mostram mais variação à

nível desta unidade de solo.

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O estudo de detalhe referidos acima, poderão fornecer dados que podem permitir a delimitação

de unidades de maneio, segundo sugerem Rodrigues et al. (2002) e Yan-Suil et al. (2006). Uma

constatação idêntica foi sugerida por quase todos os autores que estudaram os solos do Vale do

Infulene (Laan et al., 1983).

Apesar de apresentar aptidão pobre, a suplementação de água através de rega e a prática de

medidas de conservação poderão melhorar bastante a sua aptidão para a maioria das hortícolas,

pois, as restantes qualidades analisadas não se mostraram limitantes.

Provavelmente, a aptidão limitada destes solos faz com que a maior parte dos produtores,

aloquem esta área para habitação, pois, dos 446,6 ha de terra disponíveis nesta unidade, apenas

150,6 ha (33,7%) são usados para cultivo e cerca de 219,4 ha (49,1%) são usados para habitação

(Tabela 5).

b) Unidade P1

Os resultados encontrados para esta unidade de terra coincidem com os resultados obtidos por

Laan et al. (1983), segundo os quais, esta unidade de terra é inapta. Mesmo depois da análise da

aptidão para cada hortícola, não foi possível identificar uma hortícola que se adapte melhor à esta

unidade. Provavelmente, a acidez destes solos condicionou a toxicidade da maioria dos

micronutrientes, a disponibilidade de nutrientes e a diversidade da fauna do solo (Wit et al.,

2001), tornando-a pobre para a horticultura.

Contudo, os custos para a recuperação dos solos desta unidade encontram-se fora dos limites

economicamente aceitáveis. Portanto, alternativas de aproveitamento da mesma tem que ser

estudadas com culturas que toleram a acidez dos solos, tal é o caso do arroz (Salisbury e Ross,

1994). Contudo, as possibilidades de aproveitamento da terra para estas culturas devem ser

estudadas antes de ser tomada qualquer decisão.

Provavelmente, devido à sua baixa aptidão para os tipos de uso de terra em estudo, a maior parte

desta unidade é ocupada pela vegetação natural, que perfaz cerca 22,6 ha (cerca de 80%) dos

28,2 ha disponíveis nesta unidade.

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c) Unidade P2

Resultados idênticos aos encontrados nesta unidade foram alcançados por Laan et al. (1983), que

constaram que, esta unidade apresentava pH do horizonte superficial mais favorável que na

unidade P1, considerando-se os solos desta unidade como pouco aptos para a horticultura.

Porém, tal como nas unidades discutidas anteriormente, nota-se uma generalização da aptidão

dos solos desta unidade por estes autores, os quais consideram-na pouco apta para a horticultura

em geral.

A generalização da aptidão desta unidade não vai de acordo com os resultados encontrados para

algumas hortícolas como alface, batata-doce e batata-reno, nas quais esta unidade é classificada

como apta (S1-1). Por outro lado, existem outras culturas nas quais esta unidade pode ser

considerada moderadamente apta, tal é o caso do repolho, maçaroca, cebola, piri-piri, beterraba e

tomate.

Entre as principais medidas para melhorar a aptidão desta unidade, Laan et al. (1983) referem

que esta medida poderia requerer investimentos consideráveis. Neste estudo constatou-se que,

para a maioria de hortícolas, o melhoramento da aptidão dos solos pode ser feita por

suplementação de rega e correcção do pH dos solos (discutidos acima), que são medidas que

podem estar ao nível da maioria dos produtores.

Devido à sua aptidão para a maioria das hortícolas estudadas, cerca de 53% desta unidade é

ocupada pela produção agrícola, apesar uma fracção considerável (cerca de 43%) ser ocupada

por vegetação natural. Provavelmente, as áreas ocupadas por vegetação natural sejam as

marginais ou inaptas.

d) Unidade P3

De um modo geral, resultados idênticos aos encontrados nesta unidade foram alcançados por

Laan et al. (1983) que consideram-na inapta para a horticultura. Em contrapartida, verificou-se

as constatações feitas por estes autores foran muito grosseiras, pois, para a produção de algumas

hortícolas (feijão nhemba, feijão verde, repolho, alface, batata doce, melancia esta unidade foi

classificada como marginalmente apta (S3), ou mesmo moderadamente apta (S2) para outras

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hortícolas, a citar: maçaroca, beterraba e batata-reno, por serem culturas que toleram a acidez

(Landon, 1991) que é o principal factor limitante nesta unidade.

Adicionalmente, a aptidão desta unidade pode ser melhorada através da correcção do pH dos

solos (Brady, 1974) e suplementação da água através da rega (Lorenz e Maynard, 1988). Estas

medidas correctivas foram discutidas para a unidade B1.

A variação dos graus de aptidão também nota-se nesta unidade, indicando que há necessidade de

estudos mais detalhados dos solos para permitir que a avaliação da aptidão agrícola seja mais

pontual. Uma recomendação similar foi feita por Kauffman e Konstapel (1980) e Laan et al.

(1983).

A maior parte da área desta unidade (cerca de 80%) é ocupada por terrenos cultivados. A

vegetação natural e outros tipos de uso de terra ocupam uma área insignificante, estimando-se

em cerca de 18% e 2%, respectivamente. Provavelmente, a proporção de áreas inaptas seja muito

pequena nesta unidade, justificando a sua ocupação, apesar de ser menos apta que a unidade P2.

e) Unidade P4

Os resultados encontrados para esta unidade convergem com os resultados dos estudos

anteriores. Laan et al. (1983), por exemplo, consideraram a aptidão desta unidade como sendo

limitada. Em parte, as conclusões destes autores vão de acordo com os resultados do presente

estudo (aptidão marginal ou limitada), no entanto, existem algumas culturas para as quais esta

unidade de terra é permanentemente inapta (Tabela 7).

Nos casos em que a aptidão é marginal, a drenagem dos solos e lavagem de sais poderá melhorar

a aptidão destes solos, pois, a drenagem dos solos poderá melhorar a disponibilidade de oxigénio

às plantas e diversidade da fauna do solo, a qual melhora bastante a estrutura dos solos (Berg et

al., 1995 e Perassakli, 1995).

Apesar da sua aptidão para horticultura, a maior parte desta unidade é ocupada pela vegetação

natural. Isto indica que esta unidade tem alto potencial para aproveitamento futuro para

horticultura, pois, convergem nela dois factores importantes: a elevada aptidão e disponibilidade

de terras.

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f) Unidade C2

Tal como nas unidades discutidas acima, os resultados do presente estudo coincidem, em parte,

com os resultados dos estudos anteriores. Dikshoorn et al. (1988) consideram esta unidade como

apta à não apta para a produção agrícola, coincidindo em resultados com o presente estudo,

embora estes autores não tenham usado o sistema da FAO (1976).

A aptidão das unidades que foram consideradas aptas para a produção de hortícolas, pode ser

melhorada por lavagem de sais. Entretanto, para que se promova uma eficiente lavagem de sais,

a dessodificação deve ser acompanhada pela substituição dos iões de Na+ no complexo de troca

por iões de Ca2+ (Dikshoorn et al., 1983). Isto indica que esta medida deve ser acompanhada pela

aplicação de gesso o calcário.

Não obstante aos problemas de disponibilidade de nutrientes, salinidade e sodicidade, os

problemas de drenagem também são evidentes nestes solos. Este facto reforça a necessidade de

dessodificação, pois, alguns autores (Lúcia et al., 1998 e Berg, 1995), referem que a redução do

teor de Sódio no complexo de troca catiónica poderá permitir que o solo fique menos floculado,

melhorando a sua estrutura. Por sua vez, o melhoramento da estrutura destes solos,

provavelmente poderá contribuir para o melhoramento da drenagem dos mesmos.

Devido aos problemas referidos acima, existe um leque de culturas que não são recomendadas

para esta unidade de terra, nomeadamente: feijão nhemba, piri-piri, tomate, alface, cebola,

batata-doce, cenoura, provavelmente devido à sua sensibilidade à acidez dos solos. Este pode ter

sido um passo marcante no presente estudo, dado que nos estudos anteriores (Kauffman e

Konstapel, 1980; Dikshoorn et al., 1988) não foi possível definir as culturas menos adequadas

para as diferentes unidades.

g) Unidade C2.1

Dikshoorn et al. (1988) consideram esta unidade como sendo marginalmente apta para a maioria

das culturas. No entanto, no presente trabalho foram identificadas hortícolas para as quais esta

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unidade é considerada moderadamente apta, nomeadamente: beterraba e batata reno, em virtude

da sua tolerância à salinidade (Beernaert, 1991).

Dikshoorn et al. (1988) sugerem que uma das estratégias para melhorar a produtividade destes

solos para a maioria das hortícolas é através da correcção do pH do solo por calagem. Contudo,

no presente estudo constatou-se que o problema prioritário é a correcção da salinidade dos solos,

pois, ela é que limita a aptidão no nível mais baixo. Porém, a correcção da salinidade dos solos

desta unidade deve ser acompanhada pelo melhoramento da drenagem (Landon, 1991).

Apesar de ser marginal, a maior parte desta unidade é ocupada pelos terrenos cultivados.

Provavelmente, os produtores aplicam correctivos para reduzir as limitações impostas pelo pH,

pois, nesta unidade, Dikshoorn et al. (1988), recomendaram a aplicação de uma camada de areia

proveniente da encosta para melhorar a aptidão destes solos.

h) Unidade C2.2

Nesta unidade, um resultado idêntico foi encontrado por Dikshoorn et al. (1988), os quais

salientaram que a aptidão para horticultura apresenta grandes variações, apesar destes não terem

usado o mesmo sistema de avaliação de terras. Adicionalmente, estes autores referiram estes

solos como marginais para a maioria das hortícolas, principalmente devido à acidez dos mesmos.

Contudo, no presente estudo constou-se que existem hortícolas para as quais esta unidade é apta

(S1-1) e outras para quais a mesma é moderada. Provavelmente, a diferença entre os métodos

usados, poderá ter influenciado nos resultados encontrados.

A aptidão desta unidade pode ser melhorada quando for suprida água de rega em quantidades

suficientes para eliminar o efeito do comprimento do período de crescimento. Esta medida é

válida para melhorar a aptidão desta unidade para algumas hortícolas, a citar: melancia,

beterraba, piri-piri, repolho, cenoura, e feijão verde, pois, a aptidão desta unidade para estes tipos

de uso de terra é limitada por esta característica. Outras medidas que podem ser levadas a cabo

para melhorar a aptidão desta unidade é a lavagem de sais e drenagem, os quais podem requerer

investimentos grandes.

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Dikshoorn et al. (1988) não salientaram a disponibilidade de água como um factor limitante

nesta unidade. Esta lacuna prendeu-se ao facto destes não terem incluído esta qualidade na sua

análise.

Apesar da variação nos níveis de aptidão dos solos da parte baixa do Vale do Infulene, a maior

parte destes solos são usados para o cultivo. Provavelmente, os produtores desenvolveram

experiência para seleccionar as áreas mais aptas para a horticultura.

V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 

5.1. Conclusões

A partir do estudo, concluiu-se que a maior parte do Vale do Infulene encontra-se sob cultivo,

salientando-se, contudo, algumas áreas ocupadas por vegetação natural, principalmente nos solos

da unidade P1.

A maior parte das unidades de terra são heterogéneas, dificultando o estabelecimento de

subclasses pontuais de aptidão para os diferentes tipos de uso de terra. No entanto, foi possível

constatar que há uma diferenciação na aptidão (potencial ou actual) das diferentes unidades de

terra para os diferentes tipos de uso de terra, isto é, existem áreas mais aptas para umas hortícolas

e menos aptas para outras.

Apesar da heterogeneidade das unidades de terra, foi possível concluir que, a aptidão actual das

unidades de terra para os diferentes tipos de uso, é limitada pela toxicidade de sais (salinidade e

sodicidade), disponibilidade de nutrientes (pH), disponibilidade de oxigénio (profundidade do

lençol freático) e disponibilidade de água.

Conclui-se ainda que, de um modo geral, no Vale do Infulene a aptidão potencial para a maioria

das hortícolas pode ser atingida através da correcção do pH dos solos, dessalinização,

desalcalinização, suplementação da água pela através da rega e drenagem. Contudo, existem

alguns casos nos quais, a aptidão actual é estática (i.é., não pode ser melhorara) e outros nos

quais as terras são inaptas para os tipos de uso analisados. Especificamente para a unidade B1, a

implementação de medidas de conservação combinada com a suplementação de água através

rega podem melhorar consideravelmente a aptidão dos solos.

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5.2. Recomendações

No presente trabalho não foi efectuada uma avaliação económica, pelo que, as decisões que

forem tomadas a partir dos resultados deste, devem ser suportadas por uma análise da viabilidade

económica (financeira, social e ambiental). Nesta análise, os resultados da avaliação da aptidão

agrícola devem ser usados apenas para suprir as restantes avaliações de rendimentos indicativos

para os diferentes tipos de uso de terra. Esta análise pode ser feita por uma equipa de

extensionistas.

Para além da avaliação económica, recomenda-se que os resultados da avaliação de terra sejam

confirmados por ensaios nas machambas dos camponeses. Adicionalmente, recomendam-se

estudos mais detalhados para delimitação das zonas de maneio dentro de cada unidade de terra

no Vale do Infulene, principalmente para o caso da salinidade, sodicidade, pH e profundidade do

solo.

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Capítulo 2 . Identificação e avaliação da incidência das principais pragas que ocorrem nas zonas 

verdes, e suas medidas de controlo 

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Subcapitulo 2.1. Avaliação da incidência das principais pragas nas horticolas e as medidas do seu controlo no 

vale do infulene 

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RESUMO O presente trabalho, fruto da parceria entre a Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Conselho

Municipal da Cidade de Maputo (CMM) e uma ONG francesa de ajuda ao desenvolvimento

(ESSOR), foi realizado no Vale do Infulene na zona administrativa pertencente à Cidade de

Maputo no Distrito Municipal Número 5 (DMN 5) entre os meses de Outubro de 2008 à Janeiro

de 2009. Foram efectuadas entrevistas aos agricultores e observação dos seus campos com a

finalidade de obter dados que reportem sobre as pragas aí existentes e as medidas por eles usadas

com vista a reduzir o seu impacto nas suas produções. Trabalhou-se em três zonas de produção

atribuídas como Zona 1 (os bairros de Luís Cabral, Jardim e Inhagóia), Zona 2 (bairros de 25 de

Junho, Bagamoio e Benfica) e Zona 3 (bairro do Zimpeto) e foram abrangidas 9 associações e

um total de 96 agricultores e 154 parcelas observadas de diferentes culturas praticadas.

Feita análise estatística dos dados colectados com vista a identificar as zonas de maior incidência

de pragas, foi possível verificar que não existem diferenças significativas entre as três zonas de

produção nos três parâmetros medidos nomeadamente Percentagem de Plantas Infestadas (PPI),

Densidade Populacional (Dens) e Índice Médio de Ataque (IMA).

A traça da couve Plutella xylostella na couve foi identificada como sendo o inimigo número um

dos agricultores locais, pois as medidas de controlo de pragas e de maneio de pesticidas por eles

adoptados mostram-se ineficazes no seu controlo, levando a que se efectue com maior frequência

a aplicação de pesticidas. Sendo que as outras pragas chegam a ser controladas para níveis que

não causem danos económicos às culturas. Verificou-se ainda que o controlo químico é o único

método de controlo adoptado por todos agricultores sem no entanto integrá-lo com outras formas

de controlo como a resistência varietal, controlo biológico, cultural entre outras.

Os agricultores do Vale do Infulene têm fraco conhecimento científico das pragas que ocorrem

nos seus campos. Isto leva a que se aloque maior parte dos custos produtivos no controlo de

pragas. As dosagens de pesticidas usadas são no geral acima das doses recomendadas e os

intervalos de segurança, segundo as respostas dos agricultores são respeitados condignamente, o

que não é confirmado pelos técnicos extensionistas.

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I. INTRODUÇÃO Em Moçambique as hortícolas são produzidas em vários locais principalmente nos vales dos rios

Incomáti, Umbelúzi e Limpopo (na Zona Sul do país), nas regiões planálticas de Manica

(província de Manica), Angónia (província de Tete) e Lichinga (província de Niassa) e região de

Lioma (província da Zambézia) (Tembe, 2000). O Vale do Infulene, um dos afluentes do rio

Incomáti localizado na fronteira entre a província e Cidade do Maputo, é um dos locais onde

inúmeras famílias moçambicanas empregam seus esforços para produzir a fim de se alimentarem

e fornecer produtos agrícolas aos mercados locais e por vezes de outras províncias do país como

Gaza e Inhambane.

Segundo Sitoe (2008), os produtores do Vale do Infulene têm fraca assistência técnica dos

serviços de extensão, e em função disso usam tecnologias rudimentares de produção e fraca

mecanização. E, Portanto, há um fraco conhecimento sobre o manuseio dos agrotóxicos e outras

formas de combate as pragas e doenças que ocorrem localmente.

No contexto da agricultura pragas são todos organismos ou microrganismos (insectos,

vertebrados-roedores, pássaros, porcos, elefantes, fungos, vírus, bactérias) cuja ocorrência ou

surto causa danos económicos as culturas (MINAG, 2008). A incidência de pragas em campos de

produção de hortícolas contribui para a menor produtividade, que pode superar 60% da produção

total em casos como tomate e repolho (Castelo Branco & Guimarães, 1990). O custo estimado

para o controlo da traça da couve Plutella xylostella, pode chegar a 50% do custo total da

produção (Lim, 1986).

As hortícolas apresentam grande demanda pela aplicação de defensivos agrícolas, pois o controle

químico é a principal táctica de maneio que se adopta no controle de pragas. Entretanto, essa

estratégia pode ser comprometida devido aos efeitos colaterais causados pelo uso excessivo de

insecticidas quando usado incorrectamente. Fora do método químico para o controle de pragas,

vários outros métodos podem ser utilizados tais como culturais, biológico, variedades resistentes,

mecânico e físico quer isoladamente querem através de uma conjuntura integrada (Hill, 1983).

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1.1. Problema de estudo Os agricultores das Zonas Verdes da Cidade do Maputo, concretamente no Vale do Infulene,

usam as margens do rio Mulaúze para o cultivo de várias culturas com a finalidade de consumo

próprio e venda. A produtividade obtida do cultivo das mesmas é relativamente baixa comparada

ao seu potencial produtivo. Tal facto é devido a influência de vários factores tais como a falta de

mercado devido a alta qualidade dos produtos de fora (África do Sul), falta de mecanização,

salinidade dos solos e dificuldades de controlo de pragas e doenças (Sitoe, 2008).

Geralmente é recomendado o controlo químico para o combate de pragas das hortícolas, e os

agricultores do Vale do Infulene usam-no frequentemente elevando significativamente os custos

de produção, que tornam a actividade agrícola menos sustentável.

O manuseio de pesticidas químicos é uma actividade muito perigosa pois dependendo do nível

de toxicidade do produto torna-se cada vez mais exigente o nível de conhecimentos sobre alguns

aspectos como espectro de acção e de actividade do pesticida, impacto sobre o ambiente, ar e

água, intervalo de segurança, persistência do produto, deriva e evaporação. Com estes

conhecimentos pode-se evitar problemas de toxicidade aos mamíferos, impacto sobre o

ambiente, redução dos custos de controlo e com isso tornar a actividade agrícola um processo

ambientalmente correcto, socialmente aceitável e economicamente sustentável.

Diante dos factores supracitados surge desta feita a necessidade de se avaliar a incidência das

pragas nas culturas localmente produzidas, os danos por elas causados e analisar as medidas de

controlo localmente usadas. Desta feita espera-se fornecer informações relevantes para tomada

de decisões económicas e sustentáveis a fim de contribuir na redução do impacto das pragas na

actividade agrícola e o impacto dos produtos usados sobre o ambiente.

1.2. Objectivos  

Geral

Avaliar a incidência das principais pragas das hortícolas no Vale do Infulene;

Analisar as medidas de controlo de pragas localmente implementadas.

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Específicos

Identificar as pragas e os danos causados às culturas produzidas no Vale do Infulene;

Comparar a percentagem de plantas infestadas, densidade populacional, e o índice médio

de ataque das pragas que ocorrem em diferentes zonas do Vale do Infulene;

Descrever as medidas de controlo localmente usadas no controlo de pragas;

Diagnosticar a percepção dos agricultores sobre aspectos importantes a ter em conta no

controlo de pragas.

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70  

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 

2.1. Importância alimentar das hortícolas As hortícolas são importantes fontes de vitaminas e sais minerais, substâncias estas de grande

importância para as actividades funcionais do organismo humano. Elas auxiliam o processo

digestivo e o funcionamento de diversos órgãos, sendo por isso consideradas protectoras da

saúde (Macedo, s/d).

Segundo Macedo (s/d), dado que o organismo humano não tem a capacidade de armazenar

vitaminas e sais minerais, necessários à sua nutrição, aconselha-se a ingestão diária de tais

nutrientes, especialmente provenientes de hortícolas pelos benefícios adicionais devido a

ingestão de fibras. Contudo, deve-se diversificar o consumo de hortícolas para equilibrar a

nutrição vitamino-minerais, dado que a riqueza nutricional das espécies é bastante diferente.

Uma hortaliça pode ser rica em um ou mais nutriente e pobre em outros conforme se indica na

tabela 1.

Tabela 1. Composição da couve, algumas outras hortícolas do género Brássica, alface, cebola,

tomate e cenoura por 100g da porção comestível

Fonte: Tindall, 1986.

Espécies Parte da planta

Água (ml)

Calo-rias

Proteína (g)

Fibra (g)

β-Caroteno

(µg)

Vit. C (mg)

Ca (mg)

P (mg)

Fe (mg)

Couve china Folhas 93 21 1,8 0,7 2160 74 147 33 4,4 Repolho china Folhas 95 15 1,8 0,6 930 66 102 31 7,5 Couve-galega Folhas 84 43 3,5 1,6 900 110 132 77 1,3

Couve-flor Folhas 87 43 4 1,5 600 80 100 2 Rábano Folhas 90 31 2,6 1 2000 68 52 48 1,3

Couve nabo Folhas 90 28 3 0,4 4560 139 158 131 1,9 Raiz 90 34 1 0,7 Traços 25 30 0,4

Repolho Folhas 93 23 1,5 0,8 18 40 40 0,5 Alface repolhuda Folhas 96 14 1 0,4 885 4 18 22 0,4

Cebola Bolbo 87 48 1,5 0,5 Traços 10 30 0,5 Tomate Fruto 93 21 1 0,6 450 26 10 24 0,6 Cenoura Raiz 88 40 0,9 1,4 5480 8 35 38 0,7

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2.2. Factores que afectam a produção das hortícolas

Qualquer produção agrícola é afectada quer por factores bióticos quer por factores abióticos.

Segundo Mathai (1998), citado por Ntemansaka (2006), de todos os factores climáticos (factores

abióticos) que afectam a produção vegetal, a temperatura pode ser considerada a mais importante

porque afecta o crescimento e desenvolvimento (sobrevivência no geral), germinação da

semente, desenvolvimento das partes económicas, floração, polinização, formação do fruto,

produção e armazenamento da semente, dormência, qualidade do produto e a ocorrência de

pragas e doenças.

Outros factores abióticos que afectam em grande escala a produção agrícola são nomeadamente a

precipitação, a velocidade do vento e factores edáficos (propriedades físicas e químicas do solo)

tais como a textura, estrutura, pH e nutrição do solo.

Segundo Melcon (1993) citado por Ntemansaka (2006), cerca de 30% da produção mundial é

perdida devido ao ataque por pragas e doenças (factores bióticos) constituindo uma das

principais causas do baixo rendimento das culturas produzidas.

Tabela 2. Exemplo de algumas pragas de hortícolas em Moçambique

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72  

2.3. Métodos de controlo de pragas

2.3.1. Controlo Químico

O método de controlo mais utilizado para combate de pragas das hortícolas é o químico, no

entanto, isto causa o aparecimento gradativo de populações da praga resistentes aos produtos

comerciais usualmente aplicados (Castelo Branco & Gatehouse, 1997 citados por Carvalho,

2008). Desta maneira, esses problemas têm induzido à utilização de técnicas alternativas como o

uso de substâncias naturais das plantas, devido a sua selectividade, baixa toxicidade e eficiência

contra várias espécies de insectos-praga (Schmutterer, 1987; Saxena, 1989; Neves & Nogueira,

1996; Citados Por Carvalho, 2008).

O emprego de produtos químicos requer os devidos cuidados, como (1) a escolha do insecticida

devidamente registado para o controle da praga, (2) leitura atenta do rótulo da embalagem,

observação do intervalo de segurança (intervalo entre a última pulverização e a colheita), (3)

destino adequado das embalagens vazias e (4) uso de equipamento de protecção individual. Esses

cuidados permitirão ao produtor oferecer ao mercado hortícolas de boa qualidade, diminuindo

também os riscos de contaminação do solo, da água e do produto final, protegendo a

sua saúde, da sua família, trabalhadores e do consumidor final (Jocys & Takematsu, 2008).

O problema com o controlo químico reside no facto de (1) apresentar custos altos de aquisição,

(2) forte poder de contaminação ambiental, (3) custo do equipamento de aplicação e sua

manutenção, (4) risco de envenenamento, entre outros (custos de destruição e sua conservação).

2.3.1.1. Características de alguns pesticidas usados no controlo químico das

pragas

A maior parte dos pesticidas usados na agricultura, não são tóxicos só para as pragas, doenças e

infestantes que controlam como também o são para o homem, animais e ambiente. Estes

produzem envenenamento ao homem (1) por ingestão (via oral), (2) absorção pela pele e (3) por

inalação de vapores (Chiconela et tal, 1999).

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Tabela 3. Exemplos de pesticidas químicos usados no controlo de pragas

Fontes: MINAG (2008) e NEIL e tal (2002)

2.3.2. Pesticidas naturais (botânicos)

Os pesticidas naturais são uma alternativa ao controlo químico a ter em conta por vários motivos

tais como (1) a sua natureza biodegradável, (2) sua especificidade, (3) não são fitotóxicos, (4)

geralmente ocorrem localmente, (5) fácil de preparar, (6) baixo custo, entre outros. A grande

desvantagem deste método é o facto de os resultados não se verificarem tão rapidamente quanto

acontece no método químico, e exige maiores quantidades de material para a preparação da

calda.

Os pesticidas naturais interferem com processos de desenvolvimento, reprodução e alimentação

reduzindo a capacidade de sobrevivência (Segeren, 1993; citado por Rodrigues, 2000). São

Pesticida  Pragas a controlar 

Grupo  Modo de acção  Observações 

Metamidofos 

Ácaros, lagartas, afídeos, roscas e

tripes.

 

Organofosfatos.

Agem como inibidores das enzimas colinesterases, causando o aumento dos impulsos nervosos, assim podendo ocasionar a morte. 

Grupo altamente tóxico; São biodegradáveis, sendo, portanto sua persistência curta no solo, 1 a 3 meses; este grupo é responsável por grande número de intoxicações ocupacionais em campos agrícolas. 

Bacilus thuringiensis var.

kurstaki 

Larvas de lepidópteras. 

Insecticida microbiano

(Biológico). 

Actua como veneno estomacal.

Não tem efeito fitotóxicos, necessário protegê-los da luz e calor assim como fumo e corrosivos

Lambda-cialotrina Lagartas de lepidópteras,

brocas do milho.

Cipermetrina 

Leidópteras de cereais, citrus, hortícolas entre

outros.

Piretróides. 

 

Interfere com o sistema nervoso por contacto ou ingestão. Podem possuir efeito repelente, espantando os insectos ao invés

de eliminá-los.

Grupo tem largo espectro de acção; rápida degradação por microrganismos do ambiente.

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exemplos comuns a seringueira (Melia azedarach, L.) planta arbórea e a margosa (Azadirachta

indica, A. Juss) que possuem propriedades insecticidas (Carvalho, 2008).

2.3.3. Controlo cultural

Segundo Chiconela et al., (1999), o método cultural de controlo de pragas é a manipulação do

meio ambiente tornando-o desfavorável à praga para reduzir a colonização e promover a

dispersão ao mesmo tempo reduzindo a reprodução e sobrevivência da praga. Este método de

controlo de pragas inclui nomeadamente (1) rotação de culturas, (2) consociação, (3)

manipulação das datas de sementeira, (4) manipulação da rega, entre outros.

2.3.4. Inimigos naturais (Controlo biológico)

Os inimigos naturais são os aliados mais importantes e baratos do agricultor, no controle das

pragas. Os predadores, parasitas, e doenças, isto é, os inimigos naturais, eliminam grande parte

das pragas da cultura. O agricultor só nota no campo as pragas que conseguiram escapar dos

inimigos naturais. Em muitos sistemas de cultivo os inimigos naturais são tão eficientes, que

fazem as funções dos insecticidas ou seja, o agricultor não precisa passar pesticida na produção,

porque os inimigos naturais controlam as pragas. Por isso, embora muitos agricultores não

tenham noção disso, quando existe poucas pragas em campos, isto é, quando não é preciso

aplicar insecticida, isso se deve aos inimigos naturais. Para que eles possam cumprir sua função é

preciso preservá-los na lavoura e, portanto, é extremamente importante utilizar produtos

selectivos, que matam só a praga em questão e não matam os inimigos naturais (da Silva et al.,

s/d).

 

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III. MATERIAS E MÉTODOS 

3.1. Descrição da área do estudo

O Vale do Infulene situa-se a Oeste da Cidade de Maputo, possui uma área produtiva de

aproximadamente 334.4 ha. A zona baixa do Vale é uma zona potencialmente produtiva para as

hortícolas (Mutandico, 2004 citado por Zimbombonde, 2007) (vide o mapa da localização

geográfica do Vale do Infulene em anexo A). O Vale do Infulene resulta da ramificação do Rio

Incomáti, próximo à sua foz. O riacho que conforma esta baixa, tem o nome de Rio Mulaúze e

percorre vários bairros periféricos das cidades de Maputo e Matola, numa extensão que

ultrapassa 15 km, antes de desaguar na Baía de Maputo (Sitoe, 2008).

Os solos na zona baixa do Vale do Infulene são pesados e pretos (solos aluvionares), sendo por

isso, difíceis de trabalhá-los à mão. O aproveitamento da zona baixa para a actividade agrícola se

realiza em ambas as margens do riacho, numa extensão longitudinal que raramente ultrapassa

500 metros do riacho. Mais acima se situa a zona alta do Vale do Infulene, onde os solos são

arenosos com pouca capacidade de retenção da água, sendo por isso, usados para o plantio das

culturas de sequeiro (principalmente o milho, mandioca, amendoim e feijão nhemba) (Sitoe,

2008).

O Vale do Infulene possui, segundo censo apurado em 2002, cerca de 1886 agricultores

associados e um número não especificado de agricultores não associados que trabalham

independentemente (Fonte: Casa Agrária do DMN 5).

3.2. Trabalho de campo

3.2.1. Inquérito aos agricultores

A fase de inquérito aos agricultores foi levada a cabo com o intuito de recolher informações

sobre a sua percepção em relação a ocorrência e importância das pragas, as práticas culturais por

eles usadas, entre outros factores que de certa forma poderiam estar ligados à ocorrência das

pragas.

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Segundo Case (1990), para uma população superior a 1000 indivíduos pode-se trabalhar com

pelo menos 5% da população (pelo menos 50 indivíduos). No presente trabalho entrevistou-se

96 agricultores representando um total de 5,3% dos 1886 agricultores da zona.

3.2.2. Recolha de amostras

Neste processo subdividiu-se o Vale do Infulene em três zonas de produção de acordo com a

proximidade dos locais como a seguir se indica:

Zona 1: Luís Cabral, Jardim e Inhagoia

Zona 2: 25 de Junho, Bagamoio e Benfica

Zona 3: Zimpeto

Em cada zona foram abrangidas um total de parcelas (ou campo) conforme descrito em anexo C.

De 50 em 50 metros colectou-se amostras em cada uma das culturas presentes no local. Para

cada cultura seleccionou-se 20 plantas por parcela, usando o modelo X de colecta de amostras,

que foram inspeccionadas e registadas como sendo plantas infestadas ou não, contabilizou-se o

número de indivíduos e estimou-se a percentagem de dano.

Nota: Parcela = 100m2

3.3. Percentagem de plantas infestadas (PPI) A percentagem de infestação foi calculada como sendo a razão percentual entre o número de

plantas infestadas (ou danificadas) e o total de plantas observadas. Para plantas infestadas

atribuiu-se nível um (1) e para as não infestadas nível zero (0).

x100% sobservaçõe de total

infestadas plantas de totalPPI ∑=

3.4. Densidade populacional Foi determinada como sendo o somatório de uma determinada praga numa dada parcela

dividindo pelo total de plantas observadas na respectiva parcela (20 plantas).

observadas plantas de totalindividuos

pop Dens. ∑=

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3.5. Índice Médio de Ataque (IMA) O IMA foi avaliado a partir dos danos visíveis nas folhas de 20 plantas da área útil, através da

estimação de folhas danificadas pelas pragas usando a escala a seguir descrita por Segeren

(1996) :

0 – Ausência de folhas furadas, sem dano;

1 – Planta com 1 – 20% da superfície das folhas furadas, sem dano;

2 – Planta com 21 – 40% da superfície das folhas furadas, dano ligeiro;

3 – Planta com 41 – 70% da superfície das folhas furadas, dano médio;

4 – Planta morta 71 – 100% da superfície das folhas furadas, danos sério.

Para afideos, mosca branca e tripes o nível de dano foi estimado com base numa escala de 5

classes descrita por Segeren (1996) que abaixo se descreve:

0= 0 afídeos

1= 1 a 10 afideos, sem danos;

2= 11 a 100 afideos, dano ligeiro;

3= 100 a 1000 afideos, dano ligeiro;

4= mais de 1000 afideos, dano sério.

Para o cálculo do IMA multiplicou-se cada nível de dano por sua respectiva frequência e dividiu-

se por Pi que é o total das frequências como a seguir se demonstra:

IMA=1*P1+2*P2+3*P3+4*P4/ Pi

Onde: IMA= índice médio de ataque

P1, P2, P3 e P4 = frequência com o nível de infestação 1, 2, 3 e 4 respectivamente

Pi = total de plantas observadas na área útil

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3.6. Análise de dados Os dados do inquérito foram analisados no pacote Excel onde calculou-se a percentagem dos

respondentes em relação as questões submetidas.

Os dados de levantamento de pragas foram analisados no pacote estatístico SPSS 13.0.

Considerou-se como tratamentos as 3 zonas de produção e como réplicas foram consideradas as

parcelas onde se efectuaram os levantamentos. Os dados foram submetidos aos testes de

homogeneidade de variâncias, normalidade e análise de variâncias (P‹ 0.05).

Os dados que não seguiam os pressupostos assumidos (homogeneidade de variâncias e

distribuição normal dos resíduos) foram rectificados segundo a fórmula:

NV= √VR

Onde: NV= nova variável

VR= variável a rectificar

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

4.1. Culturas produzidas no Vale do Infulene Feita a análise do questionário obteve-se o rol de algumas culturas produzidas no Vale do

Infulene, onde verifica-se uma diversidade de culturas de folhas, de frutos, condimentos e raízes

e a frequência dos produtores que normalmente as produzem conforme a tabela 4 a seguir ilustra:

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Tabela 4. Espécies de hortícolas cultivadas no Vale do Infulene.

Nome vulgar

Nome científico

Família

Parcelas (campos) observ.

Frequência de

produtores (%)

Cebola

Allium cepa L. var. Cepa

Aliaceae

2

6

Alho Allium sativum L. Aliaceae 2 8

Cenoura Dacus carota L. Apiaceae 0 8 Alface Lactuca sativa L. Asteraceae 37 96

Couve

Brassica oleracea L. var. acephala

Brassicaceae

46

100

Repolho

Brassica oleracea L. var.

capitata Brassicaceae

2 8

Beterraba

Beta vulgaris L.

Chenopodiaceae

12 42

Abóbora Cucurbita sp. Cucurbitaceae 9 65

Pepino Cucumis sativus L. Cucurbitaceae 6 7

Feijão verde Phaseolus vulgaris L. Fabaceae 7 23

Feijão nhemba Vigna unguiculata L. Fabaceae 19 58

Tomate

Lycopersicon esculentum (Mill)

Solanaceae

0

5

Pimento Capsicum spp. Solanaceae 12 36

A couve e o alface são as culturas mais preferidas pelos produtores pelo facto destas

apresentarem um ciclo mais curto (50 a 80 dias; Morreti, 2004) comparativamente as outras, o

que permite produzi-las até três vezes por ano, garantindo maiores retornos monetários e

segurança alimentar. Para as culturas da cebola, tomate, fora o problema do ciclo relativamente

mais longo (Cebola 4 a 6 meses e tomate 4 a 5 meses; Morreti, 2004) o problema de roubos

torna-se o outro factor limitante para os seus cultivos.

4.2. Descrição das pragas e os danos causados às culturas produzidas no Vale do Infulene As culturas do género Brássica (couve e repolho) é que apresentaram uma maior diversidade de

pragas em relação as outras como demonstrado na tabela que se segue:

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Tabela 5. Pragas identificadas, os danos e sintomas observados

4.3. Comparação da incidência de pragas entre as três zonas de produção. Devido ao facto de algumas culturas ocorrerem apenas numa única zona de estudo e em

pequenas quantidades, aliado ao facto de apresentarem níveis muito baixos de ocorrência de

pragas foram apenas submetidas a análise as pragas das culturas da couve, alface, pimento, feijão

nhemba e abóbora. Estas culturas são as mais produzidas no Vale do Infulene (a par da beterraba

Culturas Pragas Danos e sintomas Limiar Económico

Afídeos da couve (Lipaphis erysimi e

Brevicoryne brassicae)

Presença de pequenos indivíduos esverdeados e/ou verde-acizentados no pecíolo e em ambos lados da folha; algumas plantas murchas.

40-50 Afídeos/planta

Traça da couve (P. xylostella)

Presença de larvas na página inferior das folhas; folhas furadas.

1 Larva/planta

Couve e Repolho

Broca da couve

(Helulla undalis)

Presença de larvas no ápice da planta; ápice da planta destruído; galerias nas nervuras, pecíolos e caule.

Não identificado

Alface e pimento

Mosca branca (Bemisia tabaci)

Indivíduos sobrevoando a área foliar e outros pousados nas folhas. Sinais de sugamento foliar

10moscas/planta

Gafanhoto elegante (Zonocerus elegans)

Folhas roídas e ocorrência de alguns indivíduos sobrevoando a área.

5 a 8 adultos/m2

Abóbora

Larva mineira Liriomyza spp Galerias nas folhas.

Não identificado

Afídeos (Aphis craccivora)

Folhas com fumagina, indivíduos nos caules e folhas.

40-50 Afídeos/planta

Feijão nhemba-folhas

Tripes da folha (Sericotrips occipitalis)

Presença de ninfas e adultos na página inferior das folhas de plantas novas.

2 tripes/flor (tripes da flor)

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onde não se identificou qualquer praga), e apresentaram resultados mais relevantes em termos de

incidência de pragas.

a) Cultura da couve

A traça da couve, P. xylostella na cultura da couve constitui o maior desafio à produção de

hortícolas para os agricultores do Vale do Infulene, pois, sempre que se produz são alocados

maior parte dos custos de produção no seu controlo. Algumas das dificuldades observadas para

seu controlo deve-se ao facto de as áreas de cultivo coexistirem durante todo o ano, com plantas

de idades diferentes proporcionando à praga suprimento abundante e contínuo de alimento

(IMENES et al., 2002 citado por Carvalho, 2008).

Pelo facto de se usar principalmente o metamidofos no controlo da P. xylostella (por

proporcionar adicionalmente um brilho agradável a cultura), suspeita-se que a referida praga

tenha desenvolvido mecanismos de resistência ao pesticida.

O nível económico de dano da P. xylostella reportado no Vale do Infulene aos 28 dias depois do

transplante é de 1.99 lagartas/planta quando aplicado o metamidofos e 1.62 lagartas/planta para o

pesticida Bt e nas Honduras foram recomendadas 1 lagarta/planta (Ulisses, 2009). Segeren

(1994) recomenda aplicar pesticidas assim que se verifique a ocorrência da traça no campo.

Tabela 6. Incidência de pragas na cultura da couve.

Praga  

Variável medida

Zona1 Zona2 Zona3 Significância (p‹0.05)

PPI 40.91 37.35 20.71 n.s. Dens 2.65 1.53 0.56 n.s.

P. xylostella

IMA 0.8 0.79 0.29 n.s.

PPI 12.06 11.76 12.86 n.s. Dens 0.31 0.26 0.47 n.s. H. undalis

IMA 0.18 0.14 0.13 n.s.

PPI 6.1 7.9 2.86 n.s. Dens 1.11 1.37 0.36 n.s.

Afídeos

IMA 0.1 0.15 0.04 n.s.

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n.s. não significativo (p‹0.05)

b) Cultura do alface

Na cultura de alface o problema de pragas (como se vê na tabela 7) não constitui grande barreira

à produção agrícola senão a salinidade dos solos e encharcamento devido a sua relativa

sensibilidade à estes factores. Segundo Zunguze (2009) os principais problemas dos solos do

Vale do Infulene e que limitam a produção de muitas outras culturas são a (1) toxicidade de sais

(salinidade e sodicidade), (2) disponibilidade de nutrientes (pH) e (3) disponibilidade de

oxigénio (baixa profundidade do lençol freático).

Tabela 7. Incidência de pragas na cultura de alface.

Praga   Variável medida

Zona1 Zona2 Zona3 Significância (p‹0.05)

  PPI 8 7.3 12 n.s.

B. tabaci Dens 0.88 0.39 1.3 n.s.

IMA 0.1 0.12 0.15 n.s. n.s. não significativo (p‹0.05) 

c) Cultura do Pimento

A cultura do pimento é mais produzida na zona 2 em relação aos outros locais e, o mesmo

acontecendo com o alface, a mosca branca B. tabaci (tabela 8) registou-se como a praga mais

importante nesta cultura. Segundo Segeren (1994) a mosca branca, os afídeos e a tripes são

importantes vectores de viroses tais como o mosaico-do-tomateiro e enrolamento-da-folha no

tomateiro e pimento capazes de fazer reduzir bastante a produção. Porém, os agricultores não

enfrentam dificuldades no controlo da mosca branca em ambas culturas.

Tabela 8. Incidência de pragas na cultura do pimento

Praga Variável medida

Zona1 Zona2 Zona3 Significância (p‹0.05)

PPI 6.25 21.3 2.5 n.s.

B. tabaci Dens 0.55 1.46 0.19 n.s.

IMA 0.03 0.16 0.02 n.s. n.s. não significativo (p‹0.05) 

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d) Cultura do Feijão nhemba

Nas plantas infestadas por afídeos foi observado a ocorrência de doenças como mosaico-comum-

do-feijão nhemba na zona 2 mas em baixas incidências. Esta doença, quando em altas

incidências, reduz significativamente a produtividade das culturas (Segeren, 1994)

Tabela 9. Incidência de pragas na cultura de feijão nhemba.

Praga Variável medida Zona1 Zona2 Zona3 Significância

(p‹0.05) PPI 7.14 25 10 n.s.

A. craccivora

Dens 0.64 1.88 0.35 n.s.

IMA 0.18 0.38 0.54 n.s. PPI 6.43 7 4 n.s.

S. occipitalis

Dens 0.89 0.86 0.81 n.s.

  IMA 0.09 0.07 0.09 n.s. n.s. não significativo (p‹0.05) 

A diferença não significativa entre as médias das 3 zonas de produção em todas culturas pode ser

explicada pelo facto de as práticas culturais (preparo do solo, plantio, rega, adubação, controlo de

pragas e doenças) serem semelhantes entre as zonas e as recomendações de combate às pragas

serem uniformes. Fora as recomendações dos técnicos extensionistas, os agricultores trocam

experiências entre si que por vezes contribui negativamente no controlo de pragas.

Segundo Zunguze (2009) os solos do Vale do Infulene apresentam uma heterogeneidade quanto

à sua aptidão agrícola, e segundo o mesmo autor, este factor é comum a todas zonas onde se fez

levantamento de pragas. A ocorrência das mesmas pragas, sem nenhuma diferença significativa

entre si, pode ainda ser explicada não só pelo facto de os solos apresentarem essa

heterogeneidade comum às 3 zonas, mas também pelo facto de, segundo Walker et al. (2006), as

zonas pertencerem a mesma região agro ecológica (região agro ecológica número 2) com

precipitações médias anuais entre 600 a 800mm (Sitoe, 2008), e temperaturas médias de 25 a

31oC de máxima e 14 a 22oC de mínima.

A incidência de pragas nas culturas observadas apresentou valores muito baixo em relação aos

meses anteriores. Tomando a traça da couve como exemplo, em estudos efectuados no Vale do

Infulene dois meses antes do presente trabalho, foram observadas densidades de 6.32

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larvas/planta quando aplicado o pesticida metamidofos na couve pura (Ulisses, 2009).

Densidades similares foram observadas no início dos estudos (Outubro e Novembro) porém com

andar do tempo verificou-se uma drástica redução dos níveis de infestação.

O decréscimo nos níveis de incidência das pragas está ligado ao facto de a maior parte do estudo

ter sido realizada durante o período chuvoso dos meses de Dezembro e Janeiro últimos. Pois, A

P. xylostella desaparece quase por completo quando as chuvas persistem nos meses de Dezembro

à Maio e a praga tem maiores probabilidades de ressurgir se houverem períodos secos (Nunes,

2006). E, de acordo com Segeren (1994), altas incidências de precipitação reduzem

significativamente a incidência de muitas outras pragas que ocorrem abundantemente no período

seco tais como afídeos, tripes, mosca branca e ácaros.

4.4. Outras Pragas Registadas Durante a colecta de dados foi possível observar a ocorrência, mas em densidades muito baixas,

de alguns insectos que não constituíam pragas importantes para as culturas onde se abrigavam.

Estes insectos ocorriam igualmente ou separadamente com as principais pragas identificadas nos

canteiros, mas apresentavam níveis muito baixos que não foram consideradas como sendo pragas

importantes sendo que podem ter alguma importância, na medida em que os danos por si

causados são dramáticos quando se apresentam em altas densidades populacionais (Segeren et

al., 1994).

Tabela 10. Outras pragas registadas em campos

Cultura Indivíduo Couve e Repolho

Lagarta invasora (Spodoptra littorais), Mosca branca (Bemisia tabaci), Rosca (Agrotis spp)

Alface

Rosca (Agrotis spp), Rato do campo (Praomis natalensis), Larva mineira (Liriomyza spp)

Feijão-nhemba

Lagarta americana (Hilicoverpa armigera)

Pepino

Mosca do melão (Dacus spp)

Cebola Tripes (Trips tabaci)

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4.5. Medidas de controlo localmente usadas no combate as pragas Os agricultores do Vale do Infulene usam unicamente o controlo químico para o combate de

pragas e doenças nos seus campos. Segundo Castelo Branco et al. (2003); Dias et al. (2004)

citados por Carvalho (2008), o método de controlo mais utilizado em brássicas (hortícolas no

geral) ainda é o químico, pois, aparentemente, é o que traz os melhores resultados, de forma

rápida e eficiente na redução dos prejuízos ocasionados pela praga.

Normalmente a estratégia de controlo implementada é preventiva (mas também usam a curativa)

sendo que as dosagens de um mesmo pesticida e o intervalo de segurança variam de agricultor

para agricultor. O aumento das dosagens ocorrem normalmente quando os agricultores concluem

que o produto não é eficiente, e o intervalo de segurança é bastante influenciado pela persuasão

dos seus clientes (vendedores dos mercados).

A periodicidade de aplicação dos pesticidas varia entre 3 a 7 dias dependendo da cultura e praga

a controlar e da percepção do agricultor. Geralmente, para o controlo da traça da couve (P.

xylostella), os intervalos são mais curtos (3 ou 4 dias) particularmente nos meses de Julho a

Dezembro quando as densidades das larvas são elevadas e os danos são mais severos.

As doses dos pesticidas usados estão acima do que é recomendado. Esta atitude pode facultar às

pragas como a traça da couve o desenvolvimento de resistência aos pesticidas. Segundo Castelo

Branco (2000) pode-se citar como exemplo a capacidade da traça sobreviver a altas doses de

pesticidas. Em estudos efectuados no Brasil em que aplicou-se a dose recomendada da

deltametrina (0.24l/ha) e comparou-se com uma dose de 0.75l/ha (três vezes mais) onde

nenhuma lagarta morreu. Quando tratadas com uma dose de 30 l/ha (125 vezes a dose

recomendada) apenas 70% das lagartas morreram.

Wing et al., (2000) defende que a descoberta e utilização de insecticidas que apresentem novos

modos de acção podem contribuir consideravelmente para a substituição de produtos

tradicionalmente utilizados, como o metamidofos, e favorecer o maneio da resistência de

insectos à insecticidas por meio da rotação de ingredientes activos e mesmo grupo químico

dentro de um programa de maneio integrado de pragas em hortícolas.

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Tabela 11. Pesticidas usados no Vale do Infulene, as doses e intervalos de segurança (I.S.)

1 pesticidas raramente usados; n.i.= não identificado. Fonte: Segeren (1994) e Neil (2002)

4.6. Percepção dos agricultores sobre aspectos importantes a ter em conta no controlo de pragas Foi notório no seio dos agricultores que algumas práticas importantes para o controlo de pragas

tais como a rotação de culturas e o conceito de rotação de pesticidas não são práticas habituais. E

o conhecimento sobre os inimigos naturais é praticamente inexistente o que influenciou

sobremaneira na baixa incidência de alguns inimigos naturais verificadas em campos como

sirfídeos e joaninhas (predadores de afídeos) nas diferentes culturas.

O uso de medidas de protecção individual é um factor muito importante a ter em conta na

aplicação dos pesticidas, pois quando mal implementado coloca em perigo a saúde do aplicador.

Os agricultores do Vale do Infulene valorizam mais o uso de máscaras sem no entanto proteger

devidamente outras partes do corpo. Segundo Chiconela et al I (1999), a contaminação por via

Culturas Pragas Pesticidas usados

Doses usadas

Dose recom. I.S.usado (dias)

I.S. recom.(dias)

Metamidofos 2 a 4ml/l água

1ml/l água 14

Cipermetrina

0.8 a 1.6ml/l água

0.5 a 1ml/l de agua

7 a 14 7

Bt n.i. 0.5 a 1Kg/ha n.i. n.i.

Traça: P. xylostella,

Broca: H. undalis

Lagartas das crucíferas no geral

Lambda-cialotrina

0.8 a 1.6 ml/l água

1ml/l água 7

Metamidofos

1ml/l água

Cruciferas

Afídeos: B. brassicae e L. erysimi

Diazinão1

Diazinão1

1.5ml/l agua

Afídeos: A. craccivora Dimetoato1

2 a 4ml/l água

2ml/l água

14

Feijões Tripes da folha: S. occipitalis

Cucurbitáceas Larva mineira (Liriomyza spp)

Cipermetrina

0.8 a 1.6ml/l agua

0.5 a 1ml/l de

agua

7 a 14

7

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dermal é mais perigosa por apresentar sintomas crónicos o que pode levar ao surgimento de

doenças como o cancro.

Figura 7: Percepção dos agricultores sobre aspectos ligados as pragas

4.7. Outros problemas que afectam a produção agrícola no Vale do Infulene

Fora o problema das pragas, existem outros factores que interferem com o processo produtivo,

sendo que alguns deles também podem estar ligados à ocorrência de pragas. Outros problemas

que afectam directa ou indirectamente a produção estão descritos na figura 8 a seguir:

Figura 8. Outros problemas ligados a produção agrícola enfrentados pelos agricultores do V. do Infulene.

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V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 

5.1. Conclusões

A praga mais importante que ocorre no Vale do Infulene é a traça da couve P. xylostella,

pois ocorre sempre que se produz causando danos económicos às culturas (couve e

repolho) e encarecendo os custos de produção devido ao seu controlo comparativamente

às outras pragas.

Entre as três zonas de produção não foi observada nenhuma diferença significativa entre

as pragas registadas nos três parâmetros medidos (PPI, densidade populacional e IMA).

Este factor é explicado pela homogeneidade das práticas culturais implementadas e pelo

facto de as zonas se situarem na mesma região agroecológica com temperatura e

precipitação média anual homogéneas.

Os produtos usados no controlo de pragas são unicamente os pesticidas químicos

(principalmente o metamidofos e a cipermetrina). A sua conservação é precária porém

aceitável dentro das possibilidades financeiras dos agricultores, pois conservam-nos

enterrados nos respectivos campos.

As dosagens e intervalos de segurança dos pesticidas usados estão no geral fora dos

parâmetros recomendados o que pode trazer problemas de saúde pública por intoxicação

alimentar e agravar a situação da poluição ambiental.

Os agricultores têm fraco conhecimento científico sobre as pragas que ocorrem nos seus

campos e isso afecta sobremaneira na abordagem de como combatê-las. Tal aspecto

deve-se a factores como falta de capacitação adequada e forte apego às práticas

tradicionais de cultivo e controlo de pragas.

5.2. Recomendações

a) Aos agricultores

Seguir com afinco as recomendações dos técnicos extensionistas da área;

Ter noção do impacto que a venda de uma hortícola contaminada ou do impacto que o

uso de um pesticida inadequado pode causar na saúde pública;

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Encarar o rótulo do pesticida como uma lei a ser seguida;

Evitar usar produtos de origem duvidosa e/ou fora do prazo;

Garantir uma melhor conservação dos pesticidas como forma de garantir uma maior

eficácia no controlo de pragas;

Alertar as autoridades competentes assim que identifiquem pragas desconhecidas nos

seus campos;

Fortalecer o espírito de associativismo que afinal de contas é um veículo importante para

uma produção economicamente viável, socialmente aceite e ambientalmente correcta.

b) Às autoridades competentes (Conselho Municipal e MINAG)

Garantir um melhor acompanhamento da actividade agrícola no Vale do Infulene, que

pode ser conseguido aumentando o número de técnicos extensionistas, capacitando-os

regularmente e provendo-os de mais recursos e meios de trabalho;

Sensibilizar e capacitar os agricultores sobre como alternarem o uso frequente de

pesticidas com controlo cultural, biológico e variedades resistentes.

Controlar os vendedores ambulantes de pesticidas no local. E, portanto, tornar a casa

agrária a casa do agricultor onde ele “deve” adquirir o pesticida pretendido e se possível

armazená-lo. Isto pode ser conseguido através de parcerias com as empresas que vendem

insumos agrícolas onde a casa agrária seria o revendedor autorizado;

Criar facilidades no acesso ao crédito agrícola através de mecanismos que permitam que

os agricultores devolverem o mesmo só depois da colheita.

c) Aos investigadores

Intensificar a investigação sobre as formas alternativas de controlo de pragas fora o

método químico, como por exemplo o uso de pesticidas botânicos e variedades de

hortícolas resistentes as pragas, principalmente à traça da couve P. xylostella.

Investigar sobre como preservar os inimigos naturais das pragas nas condições em que os

agricultores do Vale do Infulene produzem.

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93  

 

Subcapítulo 2.2 Avaliação da incidência das pragas agricolas mais importantes e medidas para o seu controlo, no distrito municipal nº 4 (zonas verdes), cidade de Maputo 

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94  

Resumo 

O presente trabalho foi realizado nas zonas verdes da cidade de Maputo, concretamente no

Distrito Municipal no 4, com o principal objectivo de avaliar a incidência das pragas agrícolas

mais importante e medidas para o seu controlo, como forma de minimizar os prejuízos

observados actualmente. As culturas mais produzidas no DMN4 são: Couve, repolho, pimento,

feijão nhemba e alface. São produzidas também em pequena escala, dependendo principalmente

do agricultor, pepino, cenoura, beterraba, cebola. Portanto o levantamento das principais pragas

agrícolas foi efectuado nas culturas mais produzidas no DMN4.

As pragas mais importantes no distrito municipal número 4, na cultura de couve e repolho

destaca-se a traça da couve, a broca da couve, a lagarta da couve, afídeo pardo da couve, e a

lagarta falsa mede palmo. No feijão ocorre o afídeo, no pimento ocorreu a lagarta falsa mede

palmo e a mosca branca na alface.

De uma forma geral em quase todos os casos tanto a densidade, percentagem de plantas

infestadas e o nível de ataque foram elevadas, já para pragas com percentagem baixas, as

condições de campo indicavam uma tendência a subir devido as práticas culturais deficientes,

como por exemplo a aplicação de pesticidas desconhecidos, aplicação de doses cada vez mais

elevadas e não a prática da rotação de cultura.

Para o controlo das pragas identificadas recomendou-se que se respeitasse as dosagens, intervalo

de aplicação e de segurança dos pesticidas, observando-se correctamente a informação do rótulo,

fazer rotação dos pesticidas e enfatizando-se mais os métodos culturais, como a incorporação de

restos culturais no solo e a prática da rotação de cultura.

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I. INTRODUÇÃO Praga Agrícola é qualquer organismo vivo que causa dano económico (redução de quantidade ou

qualidade de produto). As pragas exploram as culturas de várias formas produzindo sintomas

alimentares de diversas maneiras dependendo do hábito alimentar de cada espécie ou grupos de

espécies que se alimentam das culturas da mesma forma (mastigando, sugando) (Segeren, 1996).

A Protecção de plantas pode ser caracterizada como conjunto de actividade de prevenção e

combate aos organismos que provocam danos às culturas. Esta actividade de prevenção e

combate deve ter como base a identificação correcta do organismo e avaliar o nível de dano ou

de ataque para tomar decisões sobre como combater (Segeren, 1996).

A importância de levantamento de pragas no campo por parte de estruturas agrícolas é para ter

dados da situação fitossanitária do local, facilitando a decisão sobre importação de pesticidas,

preparação de campanha de combate as pragas, planificação da investigação na área de protecção

de plantas, e sobretudo para estudar a fenologia geral das pragas para saber em que épocas

normalmente ocorrem (Segeren, 1996).

A identificação de pragas agrícolas e avaliação da sua importância é fundamental para a

elaboração de um plano de controlo com vista a reduzir ou minimizar as perdas de produção

(Chitio, 1994/1995).

Amostragem é um conjunto de procedimentos que visa obter uma amostra, usando uma técnica

de colecta de amostras, para com base nela obter uma estimativa da variável que queremos

medir.

1.1 Problema de estudo e justificação Uma das principais causas que levam a baixos rendimentos nas culturas de subsistência, é a

elevada incidência de pragas durante o seu ciclo de crescimento, constituindo uma das grandes

limitações da produção Agrícola em Moçambique (Nucífera, 1985), citado por Cugala (1993).

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81  

De acordo com Araújo e Watt (1984), citado por Cugala (1993), a importância de uma praga é

determinada pelas perdas económicas que ela causa e a grandeza destas perdas é consequência da

intensidade de ataque da praga e da sua frequência e distribuição.

As zonas verdes da cidade de Maputo são zonas de grande concentração de produtores de

hortícolas, com uma actividade agrícola com limitações. Essas limitações são provocadas por

seguintes problemas: 1) Pouca investigação feita em Moçambique na área de protecção das

hortícolas contra pragas e doenças usando-se em geral recomendações da África de Sul, 2)

Apenas o controlo químico é praticado na protecção de hortícolas contra as pragas, mas com

limitações seguintes: 2.1) Os agricultores não conhecem os produtos recomendados e usam

simplesmente os que estão ao seu alcance, 2.2) As doses recomendadas não são praticadas por

não serem conhecidas, 2.3) Os cuidados necessários na aplicação de pesticidas raras vezes são

observadas por falta de conhecimento sobre a toxicidade desses produtos ou por falta de meios

de protecção do aplicador, 2.4) Não existe uma boa rede de distribuição de produtos químico e a

rede de extensão agrícola existente é ineficiente.

Por isso houve a necessidade de fazer um estudo de avaliação da incidência das principais pragas

agrícolas e medidas para o seu controlo.

1.2 Objectivos

1.2.1 Geral: • Avaliar a incidência das pragas Agrícolas mais importantes e medidas para o seu

controlo, no Distrito Municipal no 4, (Zonas verdes), cidade de Maputo.

1.2.2 Específicos: • Identificar as pragas agrícolas mais importantes encontradas no local

• Avaliar a percentagem de plantas infestadas das pragas mais importantes

• Avaliar o índice médio de ataque das pragas identificadas

• Identificar os factores que favorecem o desenvolvimento de pragas identificadas e

sugerir métodos correctos para o controlo.

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82  

• Avaliar as fragilidades dos actuais métodos de controlo no local de estudo.

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 

2.1 Os insectos como pragas agrícolas

A definição de uma praga pode variar de acordo com o contexto a ser considerado, mas em um

sentido mais amplo uma praga é definida como um insecto (ou organismo) que causa danos ao

homem, suas criações, culturas ou posses (Hill, 1997). Gordh & Headrick (2001) definem uma

praga como qualquer organismo que reduz a qualidade ou a produção de culturas ou outros

produtos.

Em agricultura, o conceito de praga está directamente relacionado com os efeitos económicos

produzidos pelos insectos (Nakano, 1981). Quando o nível de danos alcança um determinado

patamar no qual a perda financeira é significante, então a população de insectos é designada

como uma praga económica, contudo, a decisão de quando o nível de danos é significante é

muito subjectiva, variando de acordo com a praga e o dano em questão (Hill, 1997).

Os prejuízos provocados pelas pragas nas principais culturas do mundo podem ocasionar perdas

na produção, que variam entre 2 a 28% (Andef, 1987). Somente nos Estados Unidos, as perdas

com a produção em potencial são estimadas em cerca de 13%, representando aproximadamente

30 bilhões de dólares anuais (Usbc, 1998 citado por Pimentel et al., 2000). Estimativas recentes

indicam que no Brasil, as pragas podem ser responsáveis por perdas que variam entre 2 a 30%

(média de 7,1%), algo em torno de 2,2 bilhões de dólares ao ano (Bento, 1999).

Os danos causados pelos insectos às plantas podem ocasionar maior ou menor prejuízo

quantitativo e qualitativo, dependendo de variáveis como espécie, densidade populacional,

estágio de desenvolvimento, estrutura vegetal atacada e duração do ataque (Bento, 1999; Gallo et

al., 2002).

As pragas podem causar danos directos quando atacam o produto a ser comercializado; ou

indirectos, quando atacam estruturas vegetais que não serão comercializados, mas que alteram os

processos fisiológicos, reflectindo na produção (Orthoptera, Coleóptera, Diptera, Lepidoptera,

Hymenoptera). Além disso, podem actuar indirectamente injectando substâncias toxicogênicas

durante o processo alimentar ou transmitir patógenos como vírus (Hemiptera, Thysanoptera),

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bactérias e fungos (Coleóptera) (Crocomo, 1990; Hill, 1996; de Lamonica & Ide, 2002; Gillott,

2005).

2.2 Relação praga planta

Para conhecer algumas relações entre insectos e plantas requer o conhecimento de alguns

conceitos básicos, que são usados por pesquisadores, técnicos e produtores. A figura 1 mostra a

relação insecto planta

Fonte : Metcalf & Luckmann, (1982).

Figura 1 : Esquema ilustrando a relação insecto x planta, que caracteriza o conceito de praga

Os insectos fitófagos alimentam-se das plantas para sobreviverem e, como consequência as

plantas deixam de produzir a mesma quantidade de produtos que outras que não foram

danificadas por eles. A planta danificada perde a produção, que pode ser quantificado

monetariamente, recebendo o nome de dano económico, que é qualquer perda económica

decorrente de um dano. Quando esse dano se torna significativo diz-se que esse insecto se tornou

uma praga (Metcalf & Luckmann, 1982).

2.3 Identificação de pragas agrícolas A identificação da praga é o primeiro passo no intuito de solucionar qualquer problema

entomológico na agricultura, tendo em vista que, conhecendo o nome científico do insecto, é

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possível determinar os demais dados bibliográficos sobre o mesmo (Zucchi, et al., 1992; Zucchi

et al., 1993).

Mesmo quando não se conhece a espécie de uma praga e obtém-se uma classificação apenas a

nível da família, muitas informações úteis podem ser obtidas: época de ocorrência, prejuízos,

importância económica, aspectos do ciclo biológico, comportamento, distribuição, métodos de

controlo mais adequados, associando a praga com espécies previamente conhecidas e com ela

relacionada; esta é a hipótese da previsibilidade, considerada a maior utilidade prática da

identificação (Prado, 1980; Zucchi et al., 1993).

2.4 Importância alimentar das hortícolas O valor alimentício e medicinal das hortaliças é sobejamente conhecido por todos. Experimentos

levados a efeito por cientistas de todas as partes do mundo mostraram a necessidade que o

homem tem das vitaminas e sais minerais. Sendo as hortícolas fontes naturais desses elementos,

pode-se avaliar sua necessidade na alimentação. As hortícolas, além de serem ricas nos

elementos citados, apresentam propriedades medicinais que muito as recomendam. Algumas

espécies actuam como calmante, estimulante, diuréticas ou controladoras da atonia das vias

digestivas, etc. Cita-se, a seguir, algumas espécies olerícolas que possuem essas propriedades

alimentícias e medicinais.

• Alface: rica em sais minerais e vitaminas “A”, “B”, “C”, “D”, “E”, é óptimo calmante e

diminui a irritação da conjuntiva;

• Beterraba: rica em açúcares, vitaminas e sais minerais. Actua como diurético;

• Couve-flor: preciosa fonte de vitamina “B”, sais minerais e açúcares;

• Espinafre: óptima fonte de ferro e é indicado no tratamento das diabetes;

• Pimentão: rico em vitamina “C” e propriedades diuréticas,

• Rabanete: rico em enxofre, estimulante quando consumido cru e actua como calmante e

antiescorbútico.

• Repolho: rico em vitaminas “A”, “B”, “C” e é óptima fonte de ferro, cálcio e fósforo.

• Salsa: riquíssimo alimento em vitamina “C”. Ë excitante, diurético e estimulante.

Tomate: óptimo fornecedor de vitaminas “C” e do complexo “B”. E aconselhado no tratamento

de artrite, gota e previne ácido úrico (Yudelman e Nygaard, 1999).

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2.5 Produção em Moçambique

A produção de hortícolas em Moçambique conheceu um grande crescimento nos princípios da

década 70, desenvolvidas por produtores portugueses e chineses. As hortícolas no geral em

Moçambique são cultivadas em maior escala nos vales dos rios Incomáti, Umbeluzi e Limpopo,

no sul do País, nas regiões planálticas de Manica na província de Manica, no planalto de

Angónia na província de Tete, no planalto de Lichinga, na província de Niassa e na região de

Lioma na província da Zambézia (Tembe, 1990).

2.6 Factores limitante na produção de horticolas

2.6.1 Factores abióticos

Dentre os factores climáticos que influenciam a produção de hortícolas, a temperatura é um dos

mais importante. A temperatura tem efeito muito importante no crescimento e desenvolvimento

das hortícolas e também no grau de ataque e desenvolvimento de pragas (Tembe, 1990),

Geralmente o grau de ataque da maioria das pragas é directamente proporcional à temperatura.

2.6.2 Factores bióticos

Um dos grandes problemas que causam baixas produções e consequentemente baixos

rendimentos nas hortícolas são as pragas e doenças, e as perdas causadas por pragas e doenças

são referenciados por vários autores no mundo (Chitio, 1995).

2.7 Principais pragas de algumas hortícolas em Moçambique

2.7.1 Pragas na cultura de couve e repolho

2.7.1.1 Traça da couve (Plutella xylostella)

São lagartas que têm 12 mm de comprimento no máximo, de cor verde-claro, o adulto é uma

borboleta de cor cinzenta acastanhado de 10 mm de comprimento. Encontram-se na página

inferior das folhas onde fazem pequenos furos de 2 a 10 mm de diâmetro (Segeren et al. 1994).

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Os ovos são colocados na folha isoladamente ou em grupos de seis ou mais, é uma praga

problemática nas crucíferas em muitos países (Chitio, 1996). Esta praga tem um ciclo de vida

que varia entre 25 a 50 dias, dependendo da temperatura (Segeren et al., 1996).

2.7.1.2 Broca da couve (Hellula undalis)

São lagartas de 15 mm de comprimento, quando maior tem cor creme, com algumas listras

laterais de cor castanhos avermelhadas. As lagartas penetram nas nervuras, pecíolos, e no ápice

das plantas. Em plantas maiores aparecem dois a quatro novos rebentos algumas semanas após a

destruição do ápice. Nas plantas atacadas as folhas ficam ligadas por teias e no repolho as

cabeças produzidas são pequenas e com valor comercial reduzido (Segeren et al., 1994).

2.7.1.3 Lagartas da couve (Athalia flacca, Crocidolomia binotalis, Spodoptera litoralis)

As lagartas de Crocidolomia binotalis têm 20 a 40 mm, são de cor verde escura com listras claras

de cor castanho clara. As de Spodoptera litoralis têm pontos pretos em cada segmento. As larvas

de A. flacca têm 10 a 20 mm, são de cor verdes escuras e têm 8 pares de patas abdominais.

As folhas ficam completamente roídas e cobertas por teias com os excrementos das lagartas

(C.binotalis) que vivem agrupadas. As lagartas de S.litoralis vivem isoladamente ou em

pequenos grupos, provocando furos nas folhas. Já as larvas de A.flacca vivem em grupos nas

folhas novas, onde provocam grandes danos deixando apenas as nervuras principais (Segeren et

al., 1994).

2.7.1.3 Afídeo da couve (Brevicoryne brassicae e Lipaphis erysimi)

Os afídeos são pequenos insectos redondos de 1 a 2 mm de cor verde ou verde acinzentado,

vivem agrupados nas duas páginas das folhas (Segeren et al., 1996).

Os afídeos propagam-se rapidamente no tempo quente e as ninfas são depositadas nas páginas

inferiores das folhas ou de inflorescência. As duas espécies de afídeos encontram-se distribuídas

em países tropicais e subtropicais (Deiber, 1987).

As plantas gravemente afectadas murcham, porque os afídeos sugam a seiva das plantas (Segeren

et al., 1994).

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2.8.2 Pragas importante na cultura de Pimento

2.8.2.1 Mosca branca (Bemisia tabaci) e Afídeos (Aphis gossypii)

São grupos de insectos pequenos com 0.5 a 2 mm que não provocam directamente muitos

estragos nas plantas, mas são vectores de vírus capazes de condicionarem a diminuição da

produção. São insectos sugadores que quando sugam a seiva das plantas, injectam saliva que

pode ser o veículo de um vírus adquirido numa planta infectada (Segeren et al., 1994).

2.8.3 Pragas importante na cultura de alface

2.8.3.1 Mosca branca (Bemisia tabaci)

O adulto de Mosca Branca mede de 0,8 a 1,0 mm com corpo amarelo, quatro asas membranosas

recobertas por pulverulência branca. Em condições favoráveis sua longevidade pode ser de até

20 dias, sendo mais comum 10dias. Uma fêmea coloca cerca de 252 ovos, dependendo do

hospedeiro e da temperatura.

A mosca branca tem maior resistência a insecticidas, adaptação em diversas regiões e climas

diferenciados, transmissão de vírus diferentes em diversas plantas e diferentes hospedeiros.

Encontrada atacando grande número de plantas (506 espécies em 74 famílias diferentes),

destacando-se soja, algodão, feijão, amendoim, tomate, beringela, pimento, abóbora, pepino,

mandioca, melão, melancia, brócolos, couve-flor, repolho, batata, batata-doce, videira, citros e

várias espécies de plantas ornamentais (Lourenção & Naga, 1994).

2.9 Métodos de controlo

2.9.1 Controle Químico

2.9.1.1 Pesticidas

Pesticidas são produtos químicos usados para controlar pragas. Entre eles estão os insecticidas,

acaricidas, nematicidas, rodenticidas, e outros. Para que um pesticida seja eficaz, ele tem que

interferir no desenvolvimento normal da praga sem causar danos ao hospedeiro. Isto não quer

dizer que todas as pragas serão eliminadas. Na verdade, o seu problema com as pragas pode não

ser grave a ponto de justificar o uso de químicos (Barros, et al., 1993).

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O controle químico é actualmente o método mais utilizado tanto por pequenos, médios e grandes

produtores, e consiste no uso de produtos químicos para se controlar pragas e doenças. Apesar

de sua ação rápida e eficácia, o uso de produtos químicos vem sendo reduzido, pois, na maioria

das vezes, ocasionam o desenvolvimento de populações resistentes do insecto, o aparecimento de

novas pragas ou a ressurgência de outras (Liu et al., 2002).

O controlo químico só deve ser utilizado quando a praga atingir níveis populacionais críticos ou

atingir dano que justifique o custo do tratamento (Barros et al.,1993).

2.9.1.2 Controle Cultural

Caracteriza-se pela utilização de medidas capazes de afectar a disponibilidade de alimento ao

insecto e que pode reduzir a incidência da praga. Tais medidas, como técnicas de preparo do

solo, rotação de culturas, aração e gradagem, época de sementeira, controlo de infestantes,

adubação verde, uso de variedades resistentes, destruição de restos culturais, etc., contribuem de

maneira marcante no combate as pragas de diversas culturas (Thuler, 2006).

2.9.1.3 Controle Biológico

O Controle Biológico é um processo natural que consiste no controle de praga com o uso de

inimigos naturais que podem ser predadores, patógenos e parasitóides. O controlo caracteriza-se

pela manuntenção e preservação dos inimigos naturais existentes através de aplicação de

produtos químico selectivos (Yudelman e Nygaard, 1999).

2.9.3 Nível económico de dano

Nível económico de dano (NED) é a densidade populacional de uma praga capaz de causar um

prejuízo (dano económico) de igual valor ao seu custo de controlo.

Para calcular o NED é necessário saber que a produção da cultura é reduzida à medida que a

densidade populacional da praga ou a seu dano aumenta (Figura 2) (Metcarf & Luckmann,

1982).

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Fonte: Metcarf & Luckmann (1982)

Figura 2: Modelo do efeito do dano provocada por insectos sobre a produção.

Conforme o gráfico a produção será máxima, quando a população da praga estiver próxima de

zero. Para obter isto devemos criar recursos para reduzir a densidade populacional da praga.

Quanto maior valor investido no controle, menor é a densidade populacional da praga e

consequentemente, maior será a produção da cultura (Figura 3) (Metcarf & Luckmann, 1982).

Fonte: Metcarf & Luckmann, (1982).

Figura 3: Relação custo benefício do controlo de pragas, conceituando NED

2.9.4 Importância de avaliação de ataque

Geralmente os agricultores são os que decidem se devem ou não tomar medidas de controlo,

assim, eles deverão ter um fundamento realístico, de modo que as decisões sejam vantajosas. Por

exemplo combater uma praga pela aplicação de pesticidas em todas as plantas enquanto apenas

uma percentagem baixa de plantas está infestada, o valor de custo de controlo pode ser

relativamente maior do que o valor das perdas provocadas pela praga. Por outro lado, um

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agricultor pode esperar com o combate até que a praga cause dano, essa medida não é correcta,

pois os danos podem ser muito elevado que o custo de controlo (Segeren, 1996).

III.MATERIAIS E METÓDOS 

3.1 Descrição da área de estudo

O estudo foi realizado na cintura da cidade de Maputo, conhecida por zonas verdes,

especificamente na baixa do distrito urbano número 4, que compreendendo os bairros de

Albazini, Costa de Sol e Mahotas. O distrito urbano número 4 localiza-se entre as latitudes

25º50´35,12´´S e 25º55´39,53’’S e Longitudes 32º36´17,49’’E e 32º39´58,34’’E.

Os bairros foram divididos em zonas, em que o bairro das Mahotas chamou-se de zona 1, em que

o levantamento de pragas foi efectuado em 9 associações nomeadamente: Associação Eduardo

Mondlane, Joaquim Chissano, Graça Machel, Samora Machel, Tomás Sankara, Massacre de

Mbuzine, Djaulane, Lirhandru, Emílio Armando Guebuza. Zona 2 compreendeu o bairro de

Albazini e zona 3, que compreendeu o bairro de Costa de Sol.

3.2 Clima e hidrografia da área de estudo

O clima do distrito urbano no 4 é tropical chuvoso de savana influenciado pela proximidade do

mar. Caracteriza-se por temperaturas quentes com um valor médio anual de 19o C em Junho

(inverno) e cerca de 26o C em Janeiro (verão) e a temperatura máxima anual é de 31 o C e a

mínima é de 13O C (ANAMM, 2009).

A humidade relativa varia entre 55 a 75 % e a precipitação anual é de 900 mm. A estação chuvosa vai de

Outubro a Abril com 60 a 80 % de pluviosidade concentradas nos meses de Dezembro a Janeiro

(ANAMM, 2009).

3.3 Metodologia

3.3.1 Locais de Amostragens

O levantamento das principais pragas agrícolas foi conduzida no distrito municipal no 4, nas

zonas verdes da cidade de Maputo (Mahotas, Albazini e Costa de sol) 11 Associações foram

seleccionados. A selecção destes locais dependeu de sua acessibilidade e da área cultivada.

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3.3.2 Amostragem

No local de estudo foram seleccionados 11 associações de agricultores. Em cada associação 10

campos foram seleccionados. Em cada campo 20 plantas foram observadas usando o modelo de

amostragem em W. Em cada campo seleccionado as seguintes variáveis foram consideradas:

• Insectos presentes em cada planta

• Danos ou sintomas observados

• Infestação

3.3.3 Percentagem de plantas infestadas (PPI)

A percentagem de plantas infestadas é o número de plantas infestadas na área amostrada em

relação ao número de plantas observadas, e foi estimada usando-se a seguinte fórmula:

observadasldeplantasNumerototaxfestadasantaNumerodeplPPI 100)sin(

=

Fazendo a contagem de todas as plantas com presença de indivíduos e dividindo por 20, que é o

número total de plantas observadas. Em seguida fez-se a média geral, que é o somatório das

médias dividido pelo número total de parcelas observadas na zona.

3.3.4 Avaliação de índice médio de ataque

Para estimar o índice médio de ataque, usou-se a seguinte formula:

PnPNPNPNPNIMA 4*43*32*21*1 +++

=

Onde: IMA, é o índice médio de ataque

N1, Nível de infestação 1 e P1, Total de plantas com nível de infestação 1

N2, Nível de infestação 2 e P2, Total de plantas com nível de infestação 2

N3, Nível de infestação 3 e P3, Total de plantas com nível de infestação 3

N4, Nível de infestação 4 e P4, Total de plantas com nível de infestação 4

4321 PPPPPn +++= , Representa o total de plantas observadas

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3.3.6 Determinação de dano

Na determinação de dano baseou-se nos níveis de zero a quatro, onde:

Nível 0 - sem dano

Nível 1 - 1 a 20 % da superfície da parte atacada

Nível 2 - 21 a 40% da superfície da parte atacada

Nível 3 - 41 a 70 % da superfície da parte atacada

Nível 4 – acima de 70% da superfície da parte atacada

3.3.7 Densidade de infestação

A densidade de infestação foi estimada usando a seguinte fórmula:

observadas plantas de Nr.totalobservadas plantas nas presentes individuos r.deNDi =

Onde: Di é a densidade de infestação

Primeiro calculou-se a média, que corresponde ao somatório de indivíduos das parcelas

seleccionadas dividido por 20, que é o número de plantas observadas na parcela. Em seguida

calculou-se a média geral (somatório das médias dividido por número total de parcelas

observadas na zona).

3.3.8 Levantamento de estratégias localmente usadas para o controlo das principais pragas

O levantamento de estratégias foi feito através de entrevistas semi-estruturadas aos proprietários

dos campos. As entrevistas eram auxiliadas por observação de campo no que diz respeito as

práticas culturais, para verificar os factores que podem influenciar as estratégias usadas no local.

Foram no total entrevistados 90 agricultores, procurando-se saber sobre as pragas agrícolas e os

métodos de combate.

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3.3.9 Análise de dados

Após a colecta dos dados de campo, os dados foram submetidos aos testes de Homogeneidade de

Variância, distribuição normal, e análise de variância usando-se o pacote estatístico SPSS versão

13.0

Usou-se o Microsoft Excel para calcular:

• Densidade de pragas

• Percentagem de plantas infestadas

• Índice médio de ataque

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V. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a recolha de dados nos campos dos agricultores foram de uma forma geral identificados

grupos de pragas em diversas culturas. As pragas mais importantes estão apresentadas na tabela

1, onde de seguida foi avaliada a densidade, a percentagem de plantas infestadas e o índice

médio de ataque para cada praga.

Tabela 1: Pragas mais importantes registadas no DMN4.

Cultura Pragas Registadas (Nome científico) Pragas Registadas (Nome Comum)

Plutella xylostella Traça da couve

Bemisia tabaci Mosca branca

Hellula undalis Broca da couve

Plusia acuta Lagarta falsa mede palmo

Crocidolomia binotal Lagarta da couve

Couve

Lipaphis erysimi Afídeo da couve

Plusia acuta Lagarta falsa mede palmo

Brevicoryne brassicae Afídeo pardo da couve

Lipaphis erysimi Afídeo da couve

Plutella xylostella Traça da couve

Repolho

Bemisia tabaci Mosca branca

Bemisia tabaci Mosca branca Feijão nhemba

Aphis craccivora Afídeo

Alface Bemisia tabaci Mosca branca

Plusia acuta Falsa lagarta mede palmo Pimento

Bemisia tabaci Mosca branca

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5.1. Avaliação da ocorrência de pragas

5.1.1 Cultura da couve

5.1.1.1 Percentagem de plantas infestadas

Na Zona das Mahotas, a Traça da couve (Plutella xylostella) apresentou maior percentagem de

infestação com 42%, seguindo a Lagarta da couve (Crocidolomia binotalis) com 38%, a Broca

da couve (Helula undalis) com 32%, a Plusia acuta com 25% e a Mosca branca (Bemisia tabaci)

com 23% (ver anexo 1) Estes valores indicam que tanto a percentagem de infestação e os danos

são elevados.

Na zona de Albazini as pragas mais importantes são: a Traça da couve (Plutella xylostella) com

59% de infestação Afídeo da couve (Lipaphis erysimi) com 51% de infestação, Broca da couve

(Hellula undalis) com 45% e Lagarta da couve (Crocidolomia binotalis) com 38% de infestação.

Estes valores são elevados, o que indica que a percentagem de infestação e danos são elevados.

Na zona da Costa de Sol as pragas mais importantes são a Traça da couve (Plutella xylostella) e

Lagarta da couve (Crocidolomia binotalis), que apresentaram percentagem de infestação de 81 e

71% respectivamente (ver anexo 1). Estes valores indicam que a infestação e danos são elevados

que pode ser explicado pelo facto de se encontrar elevados números de individuos nas plantas.

A elevada percentagem de infestação observada na Lagarta da couve (Crocidolomia binotalis)

pode ser explicada pelo facto desta praga viver agrupada, causando grande estragos as folhas em

pouco tempo (Segeren et al., 1994).

Segundo Imenes et al., (2002) algumas das dificuldades observadas para seu controle se devem

às áreas de cultivo coexistirem durante o ano todo, com plantas de idades diferentes

proporcionando à praga suprimento abundante e contínuo de alimento.

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Figura 4: Densidade de infestação de pragas registadas na cultura de couve

A Broca da couve (Hellula undalis), nos locais de amostragens foi em média encontrados 6

indivíduos por planta (figura 4). Esta média de número de indivíduos representou uma

percentagem de infestação de 32%. A broca da couve alimenta-se de conteúdos sólidos da planta,

fazendo galerias na planta, principalmente são encontrados no caule, dificultando a translocação

de nutrientes na planta, podendo provocar a morte da planta quando o ataque for muito severo

(Chitio, 1995).

A Lagarta falsa mede palmo (Plusia acuta), ocorre em média 5 indivíduos por plantas,

representando uma infestação de 25%, este valor é moderado mas ela pode subir devido a não

observação de medidas de controlo correcta, e quando controladas os produtos são colocados

para além de recomendado, podendo de certo modo estimular a resistência da praga ao pesticida.

Um dos factores que contribui para existência da praga nos campos após as pulverizações é a não

sincronização das datas de pulverização entre os campos vizinhos, existindo deste modo

disponibilidade de alimento durante o ciclo da praga.

Na zona de Albazini o Afideo da Couve (Lipaphis erysimi) teve uma infestação de 51%, este

valor indica que o dano é muito elevado.

A Mosca branca (Bemisia tabaci) é uma das pragas bem conhecida pelos agricultores das

Mahotas, pelo facto de causar sérios danos as culturas, foram em média encontrados 14

indivíduos por planta, com infestação de 23%.

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5.1.1.2 Índice médio de ataque

Na zona das Mahotas a Traça da couve (Plutella xylostella), o índice médio de ataque foi de 2.6,

que é moderado, a Lagarta da couve (Crocidolomia binotalis), a Broca da couve (Hellula

undalis), e a Mosca branca tiveram em média índices de ataque de 2.2; 2.4 e 2.1

respectivamente. Já para a Lagarta falsa mede palmo (Plusia acuta), o índice médio de ataque foi

de 3,5 que corresponde a um dano sério.

Na zona de Albazini, o índice de ataque mais elevado foi verificado no afídeo da couve

(Lipaphis erysimi) e na Broca da couve (Hellula undalis) com índice 2.7 e 2.5 respectivamente,

um ataque moderado com tendência à severo, enquanto verificou-se um ataque moderado para a

traça da couve e Broca da couve com 2.3 e 1.8 respectivamente. Apesar dos índices de ataque

serem moderado segundo os cálculos, a nível da situação do agricultor essas perdas são elevadas.

Na zona de Costa de Sol o índice médio de ataque foi muito elevado, de aproximadamente 4

para as duas pragas (3.8 para a Traça da couve e 3.6 para a Lagarta da couve), isto significa que

o ataque é muito severo. O gráfico 5 mostra o índice médio de ataque das pragas na cultura da

couve.

Figura 5: Índice médio de ataque de pragas registadas na cultura de couve

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98  

Tabela 2: Resumo de resultados de análise de variância das pragas registadas na couve

Traça da couve Lagarta da couve Broca da couve

Diferenças entre médias

ZONAS Densidade PPI IMA Dens PPI IMA Dens PPI IMA

M – A 3,00 -17,08* 0,267 -3,00* 0,00 -0,29 6,076 37,00 2,18

M – CS 4,00* -18,92* -0,517 -6,00* -32,8* -1,39* - - -

A – CS 1,00 -1,83 -0,783* -3,00* -32,8* -1,10* - - -

*- Significativo a 5% pelo teste DMS (Para Traça e Lagarta) e Teste-t (Para Broca da couve)

M- Mahotas, A- Albazini CS-Costa de Sol PPI- Percentagem de Plantas infestadas IMA- Indice

Médio de Ataque

5.1.2 Cultura de repolho

5.1.2.1 Percentagem de plantas infestadas

Na zona das Mahotas, a Traça da couve (Plutella xylostella) destacou-se como a praga mais

importante com 56% de infestação, seguindo a Lagarta falsa mede palmo (Plusia acuta) com

40% de infestação, o afídeo pardo da couve (Brevicoryne brassicae) com 39% de infestação, e

finalmente a mosca branca com 21% de infestação. A infestação e danos foram elevadas devido

um grande número de indivíduos encontrados por planta, em que em todos casos provocam

danos as plantas (Figura 6), e também pode-se ser devidas as práticas de maneio que não são

adequadas, como por exemplo a aplicação de pesticidas não recomendado e por vezes

obsolectos.

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99  

Figura 6: Densidade de infestação de pragas registadas na cultura de repolho.

Na zona de Albazini as pragas identificadas na cultura de repolho foram: A Mosca branca

(Bemisia tabaci) com uma percentagem de infestação de 23%, o Afídeo da couve (Lipaphis

erysimi) com percentagem de infestação de 78%, a Lagarta falsa mede palmo (Plusia acuta) com

71% e a Traça da couve (Plutella xylostella) com 64%. As elevadas percentagens de infestação

verificadas nessas pragas podem ser condicionadas pela temperatura, uma vez que essas pragas

multiplicam-se mais na época quente, época que coincidiu com a época do levantamento destas

pragas. O gráfico 6 mostra a densidade das pragas encontradas nos locais de amostragem.

Na zona de Costa de Sol foram identificadas na cultura de repolho as seguintes pragas: O Afídeo

da couve (Lipaphis erysimi) que apresentou maior infestação, com cerca de 78%, seguindo a

traça da couve (Plutella xylostella) com 61% e finalmente a Mosca branca (Bemisia tabaci) com

uma infestação de 19%. As elevadas percentagens de ataque podem dever-se principalmente, as

práticas culturais que são deficientes: Não destroem restos das culturas, cultivo sucessivo, isto é

não fazem a rotação de cultura, aplicação tardia dos pesticidas. A figura 6 mostra a densidade das

pragas identificadas.

5.1.2.2 Índice médio de ataque

Na zona das Mahotas, na cultura de repolho o índice de ataque mais alto foi verificado para a

Traça de couve (Plutella xylostella), com índice de 2.9, que é um ataque sério, seguido de Afídeo

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100  

pardo da couve (Brevicoryne brassicae), Lagarta falsa mede palmo (Plusia acuta) e Mosca

branca (Bemisia tabaci) com índices moderados de 2.4; 2.3 e 1.9 respectivamente conforme o

gráfico 7.

Na zona de Albazini O índice médio de ataque na cultura de repolho foi em geral moderado,

tendo a Mosca branca um índice baixo em relacção as demais pragas identificadas conforme

mostra o gráfico 7.

Na zona de Costa de Sol os índices médio de ataque para as pragas identificadas foram severas,

com um índice de 3.1 para a Traça da couve, 3.0 para o Afídeo da couve e 1.4 para a Mosca

branca. A severidade do dano significa que até 70% da superfície da planta está atacado, o que

representa um grande prejuízo para os agricultores.

As elevadas densidades das pragas verificadas nas zonas de estudo podem ser divido aos factores

climáticos, como o caso de temperaturas elevadas, em que nos trabalhos realizados por Oliveira (1971),

Lamborot e Guerreno (1979) e Imenes e Bergamann (1994), apontam que as temperaturas elevadas e

períodos secos favorecem a multiplicação da Traça da couve e Afídeos e que a precipitação diminuiu as

populações dessas pragas.

Figura 7: Índice médio de ataque das pragas registadas na cultura de repolho.

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101  

Tabela 3: Resumo de resultados de Análise de variância das pragas registadas no repolho

Traça da couve Mosca branca

Diferenças entre médias

ZONAS Dens PPI IMA Dens PPI IMA

M-A 21,40* -6,83 0,81* -25,91* -2,33 0,40*

M-CS 22,90* -5,00 0,12 -9,91* 2,00 0,46*

A-CS 1,50 1,83 -0,93* 16,00* 4,33 0,75

*- Significativo a 5% pelo teste DMS M- Mahotas, A- Albazini CS-Costa de Sol

Dens- Densidade PPI- Percentagem de Plantas infestadas IMA- Indice Médio de Ataque

Tabela 4: Resumo de resultados de Análise de variância das pragas registadas no repolho.

Lagarta falsa mede palmo Afídeo da couve

Diferenças entre médias

ZONAS Densidade PPI IMA Densidade PPI IMA

M-A 7,86* 49,69* 2,23* - - -

M-CS - - - - - -

A-CS - - - 48,37* 78,13* 2,45*

*- Significativo a 5% com base no Teste-t M- Mahotas, A- Albazini CS-Costa de Sol

PPI- Percentagem de Plantas infestadas IMA- Indice Médio de Ataque

5.1.3 Cultura de Feijão nhemba

5.1.3.1 Percentagem de plantas infestadas

Na zona de Mahotas, cultura de feijão nhemba foram identificadas a Mosca branca (Bemisia

tabaci) e o Afídeo (Aphis craccivora) com 72 e 39% de infestação respectivamente. A elevada

percentagem de infestação pode-se explicar devido a não tomada de medidas de controlo logo

após o início da infestação e a não aplicação de rega nos campos, o que poderia de certa forma

diminuir a população da praga. Para o caso da Mosca branca, a infestação nos últimos tempos

têm vindo a subir porque os agricultores não destroem os restos da cultura da campanha anterior.

A figura 8 mostra a densidade das pragas identificadas.

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102  

Figura 8: Densidade de infestação de pragas registadas na cultura de feijão nhemba.

5.1.3.2 Índice médio de ataque

Na zona das Mahotas, na cultura de feijão nhemba o índice de ataque foi elevado para a Mosca

branca (Bemisia tabaci) com uma média de 3,5. Este valor representa um ataque sério, onde

medidas de controlo devem ser imediatas para não perder toda a cultura. Já para o afídeo, o

índice de ataque foi moderado, como mostra a Figura 9, isto pode ser devido a presença de seus

inimigos naturais predadores (Três larvas de joaninhas e duas de Serfídeos encontradas em

algumas plantas seleccionadas), que se observava nas plantas em que se fazia o levantamento dos

afídeos.

Figura 9: Índice médio de ataque de pragas registadas na cultura de feijão nhemba.

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103  

5.1.4 Cultura de alface

5.1.4.1 Percentagem de plantas infestadas

Tanto na zonas das Mahotas como Costa de Sol, a cultura de alface foi a que registou poucos

danos como consequência de ataque de pragas, observando a Mosca branca como a principal

praga, com uma percentagem de infestação de 33%, com uma média de 28 indíviduos por planta

nas Mahotas, enquanto na zona de Costa de Sol, verificou-se uma infestação de 22% e com uma

média de 31 indivíduo por planta (Figura 10).

Figura 10: Densidade de infestação de praga registada na cultura de alface.

5.1.4.2 Índice médio de ataque

Tanto na zona das Mahotas como na zona de Costa de Sol o índice médio de ataque para a

cultura de alface foi moderado (Gráfico 11).

Figura 11: Índice médio de ataque de praga registada na cultura de alface

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104  

Tabela 5: Resumo de resultados de Analise de variância da praga registada na alface

Mosca branca

Diferenças entre médias

ZONAS Densidade PPI IMA

M-CS 28,82* 30,00* 1,85*

*- Significativo a 5% com base no Teste-t M- Mahotas, CS-Costa de Sol

PPI- Percentagem de Plantas infestadas IMA- Indice Médio de Ataque

5.1.5 Cultura de pimento

5.1.5.1 Percentagem de plantas infestadas

Na zona das Mahotas as pragas identificadas na cultura de pimento são: a Lagarta falsa mede

palmo (Plusia acuta) com média de 3 indivíduos por planta, com uma percentagem de

infestação de 37% e Mosca branca (Bemisia tabaci) com média de 35 indivíduos por planta e

com uma infestação de 22%.

Na zona de Albazini foram identificadas a mosca branca e a Lagarta falsa mede palmo com

percentagem de infestação de 12 e 42% respectivamente. O gráfico 12 mostra a densidade da

praga.

Na zona de Costa de Sol foram identificadas a Lagarta falsa mede palmo com 40% de infestação

e 14% de infestação para a mosca branca. O gráfico 12 mostra a densidade das pragas

identificadas.

Figura 12: Densidade de infestação de pragas registadas na cultura de pimento.

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105  

5.1.5.2 Índice médio de ataque

Na zona das Mahotas, na cultura do pimento tanto a Lagarta falsa mede palmo como a Mosca

branca, tiveram índice médio de ataque moderado com 2.1 e 2.3 respectivamente.

Na zona de Albazini Para a Mosca branca o ataque foi ligeiro, enquanto que para o caso da

lagarta falsa mede palmo o ataque foi moderado, como mostra a figura 13.

Na zona de Costa de Sol, o índice médio de ataque para a Lagarta falsa mede palmo foi

moderado, enquanto para a mosca branca foi baixo como mostra o gráfico 13.

Figura 13: Índice médio de ataque de praga registada na cultura de pimento.

Tabela 6: Resumo de resultados de Análise de variância das pragas registadas no pimento

Lagarta falsa mede palmo Mosca branca

Diferenças entre médias

ZONAS Densidade PPI IMA Densidade PPI IMA

M-A -1,00 -4,78 0,19 7,00 10,00* 1,09*

M-CS -3,00* -2,78 0,01 14,00* 7,75* 1,085*

A-CS -2,00* 2,00 -0,18 7,00 -2,25 -0,05

*- Significativo a 5% com base no Teste DMS M- Mahotas, A- Albazini CS- Costa de Sol

PPI- Percentagem de Plantas infestadas IMA- Indice Médio de Ataque

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106  

5.2 Caracteristicas das pragas identificadas no DMN4 e medidas para o seu controlo As pragas identificadas estão descritas na tabela 7.

 5.3 Fragilidades dos actuais métodos de controlo de pragas 5.3.1 Percepção dos Agricultores sobre as Principais pragas

Nas zonas verdes da cidade de Maputo, a agricultura é praticada por adultos com idade média de

45 anos, sendo uma agricultura de subsistência. Dados das entrevistas mostram que os

agricultores não conhecem as pragas que atacam as suas culturas, cerca de 90% deles não

conhecem as pragas, somente 10% conhecem. De todos os agricultores entrevistados indicam a

mosca branca, como uma das principal praga que ataca as suas culturas.

5.3.2 Pesticidas aplicados

A aplicação dos pesticidas no DMN4, geralmente é feito com auxílio do pulverizador de dorso

com capacidade de 20 litro. Ninguém recomenda a aplicação de pesticidas aos agricultores, uma

vez que a maioria dos agricultores não conhecem as doses por aplicar, alguns não sabem ler, o

que dificulta de certa maneira na leitura das dosagens correctas recomendadas no rótulo,

aplicando deste modo doses cada vez mais elevadas, o que pode de certa forma criar resistência

das pragas aos insecticidas. A tabela 8 mostra os pesticidas usados nas diferentes zonas.

Tabela 8: Relação entre os pesticidas usados e a percentagem dos agricultores que usam o

produto por zona.

Pesticidas Mahotas Albazini Costa de Sol

Lambda- cialotrina 100% 100% 76%

Metamidofos 100% 0% 100%

Cipermetrina 100% 100% 100%

Mancuzebe 80% 67% 0%

Deltametrina 68% 0% 0%

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107  

Com base nos dados da tabela 8, pode-se visualizar que quase todos os agricultores do DMN4,

aplicam pesticidas nos seus campos. De salientar que todos agricultores aplicam estes pesticidas

a todas culturas presentes nos seus campos. Os agricultores aplicam em média duas a três tampas

de cerca de 5 ml de pesticidas em 20 litro de água. As aplicações são repetidas duas a três vezes

por semanas, dependendo da morte ou não da praga que está sendo combatida.

5.3.3 Principais práticas culturais no DMN4

A preparação de terreno é feito com auxílio de enxada, que é seguida de adudação, em que

depende do agricultor, alguns fazem com adubo orgânico (estérco de galinha e de porco)

enquanto que outros fazem com adubos minerais a base de ureia. A rega é feita basicamente com

regadores com capacidade de 20 litro. A tabela 9 mostra que todos os agricultores fazem conrolo

curativo e não preventivo, isto quer dizer que só aplicam pesticidas quando vê as pragas no

campo.

Tabela 9 : Relação entre as práticas culturais e a percentagem de agricultores que fazem.

Práticas culturais Mahotas Albazini Costa de Sol

Faz rotação de cultura 13% 21% 9%

Não faz rotação de cultura 87% 79% 91%

Aplica adubo 100% 100% 100%

Não aplica adubo 0% 0% 0%

Faz controlo preventivo 0% 0% 0%

Faz controlo curativo 100% 100% 100%

Respeitam intervalo de segurança 15% 5% 8%

Não Respeitam intervalo de segurança 75% 95% 92%

A maioria dos agricultores entrevistado não faz rotação de cultura, nas Mahotas, só 13% dos

agricultores fazem rotação de cultura, 21% fazem rotação no Albazini e apenas 9% dos

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108  

agricultores de Costa de Sol fazem a rotação. Com base nesses dados pode-se afirmar que as

pragas têm disponibilidade de alimento durante todo o seu ciclo, não podendo deste modo

quebrar o seu ciclo.

A primeira atitude quando os agricultores encontram qualquer insecto no seu campo, usam de

imediato qualquer produto químico. Outro ponto importantes que justifica o não controlo eficaz

das pragas no DMN4 é o facto de a maioria dos agricultores comprarem os produtos químicos

com vendedores ambulantes, onde não se verifica a validade do produto e também pelo facto dos

agricultores armazenarem o produto em baixo do solo, o que pode de certo modo influênciar

negativamente a actividade do produto em questão, devido a acção da temperatura.

As pragas existentes são as mesmas campanha pós campanha, e logo quando detectado nos

campos a primeira atitude é controlo químico, sem avaliar se a praga cria prejuízo. A finalidade

dos produtos dos agricultores é a venda e o excedente vai para o consumo.

Com base na tabela 9 nota-se que os agricultores não respeitam o intervalo de segurança dos

pesticidas, deixam de pulverizar uma semana antes de colher o produto, passando água sobre a

cultura os restantes dias, justificando que estão a lavar o pesticida aplicado.

5.3.5 Principais problemas dos agricultores

A maioria dos agricultores prática a agricultura de subsistência, sem capital próprio e sem poder

de compra dos pesticidas uma vez que estes não estão ao alcance dos mesmos. Os agricultores no

geral optam por comprar produtos químicos com ambulantes por estes venderem os produtos

químicos relativamente baratos em relação as lojas com autorização para a venda.

A falta de sistema de abastecimento de água para poderem regar as suas culturas, uma vez que a

planta é atacada por pragas e doenças em tempos de seca, diminui a sua capacidade de realizar a

fotossíntese, o que pode diminuir a sua resistência em sobreviver acabando por morrer.

Não há assistência técnica por parte dos extensionistas das casas agrárias, no que diz respeito a

selecção dos produtos químicos a aplicar quando os campos são atacados por uma determinada

praga, o que faz com que os agricultores apliquem qualquer produto que estiver ao seu alcance.

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109  

VI. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 

6.1 Conclusões As pragas mais importantes na zona verde da cidade de Maputo são a Traça da couve, a Lagarta

da couve, Lagarta falsa mede palmo, o Afideo da couve, a Broca da couve e a Mosca branca nas

culturas de couve e repolho. Estas pragas apresentam elevadas percentagens de infestação.

Na cultura de pimento, destaca-se a Lagarta falsa mede palmo e a mosca branca enquanto no

feijão nhemba destaca-se a Mosca branca e o afideo, causando perdas elevadas devido as

elevadas densidades e ataque. Na cultura de alface, a praga mais importante é a Mosca branca.

Em todos casos, tanto a densidade, a percentagem de plantas infestadas e índice médio de ataque

foram elevados, o que significa que o dano é muito elevado, não sendo sustentável ao agricultor

devido a perda do valor comercial do produto, uma vez que o principal objectivo dos agricultores

do DMN4 é a venda do produto.

Para o combate das pragas identificadas deve-se seguir as doses correctas recomendadas e fazer

rotação dos pesticidas para evitar o fenómeno de resistência das pragas aos pesticidas, aliadas as

práticas culturais como a rotação de cultura, incorporação de restos de cultura no solo.

A ocorrência massiva de pragas nas zonas verdes é devida as práticas culturais deficientes, em

que não se observa a rotação de cultura e a incorporação de restos de cultura no solo e a

aplicação excessiva de pesticidas e por vezes devido a aplicação de pesticidas obsoletos.

O principal método de controlo de pragas no local de estudo é o químico, e não se observa

medidas correctas do seu uso, aplicando-se doses cada vez mais elevados, podendo de certo

modo induzir resistência de pragas aos pesticidas.

6.2 Recomendações

Recomenda-se

Que  mais  estudos  de  avaliação  de  ocorrência  de  pragas  sejam  feitos  no  distrito 

municipal no 4, visto que poucos estudos já foram realizados no local. 

  

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110  

Que  se  faça um  levantamento das pragas em diferentes épocas para  se avaliar a  sua 

ocorrência e evolução.  

 

Aos agricultores, que observem as doses de pesticidas à aplicar nos campos, não aplicar 

de  forma  excessiva,  reparar  as  recomendações  do  rótulo.  Respeitar  os  intervalos  de 

aplicação e de segurança. 

 

 Que compram produtos químicos em  locais reconhecidos e autorizados a venda e não 

devem conservar em baixo do solo. 

 

Aos  agricultores  que  optem  pela  rotação  de  culturas  como  sendo  um  dos meios  de 

controlo de pragas. 

 

Aos  extensionistas  das  casas  agrárias  que  dê mais  apoio  aos  agricultores  no  que  diz 

respeito às práticas culturais, recomendações de pesticidas e modo de aplicação. 

 

A quem é de direito que crie um mecanismo de abastecimento de água para a rega dos 

campos dos agricultores das zonas mais altas. 

 

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21. PRADO, A. P.( 980) do. Importância prática da Taxonomia (ou o papel da Taxonomia para a 

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22. Segeren, P., S., Saifodine, N., Javaid, I. e Mapilele. (1996). 1o Simpósio Nacional sobre o

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23. Tembe, J. (1990). Hortícolas mais produzidas em Moçambique, INIA, edição não publicada,

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24. Yudelman, M. Ratta, A e Nygaard, D (1999) Controlo de pragas e produção

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25. ZUCCHI, R. A. et al., (1993). Guia de identificação de pragas agrícolas. Piracicaba:

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26. ZUCCHI, R. A.; SILVEIRA NETO, S. & BATISTA, G. C. ( 1992). Reconhecimento de

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Subcapitulo 2.3. Avaliacao da incidencia das principais pragas das horticolas e metodos do seu controlo nas zonas verdes do distrito municipal de catembe, provincia de Maputo 

 

 

 

 

 

 

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RESUMO 

O presente trabalho realizado no distrito municipal de Catembe, nomeadamente nos bairros de

Chali, Chamissava, Inguide e Incassane, entre os meses de Outubro de 2008 a Março de 2009, é

resultado de parceria entre a UEM – FAEF, o CMM e a ESSOR. O mesmo baseou-se na

entrevista semi-estruturada, feita aos agricultores pertencentes as associações e cooperativas dos

respectivos bairros e observações de culturas em campo, como forma de obter dados, a fim de se

avaliar a incidência das principais pragas que atacam as hortícolas e os métodos de controlo

usados para fazer face a esta situação. Os dados foram analisados com o auxilio do SPSS 13.0

(Pacote estatístico para Ciências sociais) e do microsoft Excel, com vista a identificar os bairros

de maior incidência das pragas. Feita a análise estatística dos dados, verificou-se que não houve

diferenças significativas entre os bairros, para a Mosca branca (Bemisia tabaci) no tomate, em

relação aos três parâmetros medidos nomeadamente: Dens, PPI e IMA. O Ácaro vermelho

(Tetramichus evansi) no tomate mostrou efeitos significativos somente para densidade. A

cultura da couve mostra-se significativo tanto para a Traça da couve (Plutella xylostella), como

para os Afídeos da couve (Brevicoryne brassicae L. e Lipaphis erysimi). No repolho a Traça da

couve (Plutella xylostella) mostrou efeitos somente para densidade,enquanto que a Broca da

couve (Helula undalis) mostrou efeitos somente para IMA. A Tripes da cebola (Thrips tabaci)

na cebola, apresentou efeitos somente para a percentagem de infestação. Entretanto, a traça da

couve foi a principal na couve e no repolho seguida de broca na couve, ácaro vermelho no

tomate e por fim tripes da cebola na cebola, em função dos danos que estas causam às culturas.

Em relação aos métodos de controlo, os agricultores recorrem somente aos químicos como

soluçãopara fazer face aos prejuízos causados pelas pragas. O maneio das pragas é feito de forma

indiscriminada e as práticas culturais usadas pelos agricultores não têm sido das melhores para o

controlo das pragas, apesar de algumas serem controladas a níveis que não causam danos

económicos às culturas. De um modo geral, a maior parte deles tem pouco conhecimento sobre

outros métodos de controlo como é o caso de controlo biológico, uso de variedades resistentes,

controlo cultural e controlo integrado de diferentes métodos.

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I. INTRODUÇÃO 1.1. Generalidades

As hortaliças são utilizadas na nutrição humana como fonte de vitaminas e elementos essenciais

ao organismo (Carvalho et al, 1998). Em muitos países de África incluindo Moçambique, os

vegetais tem um papel importante na segurança alimentar pela provisão de alimentação

equilibrada e complementam a dieta na base de milho nas zonas rurais e urbanas (ICIPE, 2000

citado por Muchanga, 2008).

De todos os factores climáticos que afectam a produção, a temperatura pode ser considerada a

mais importante, pois ela influencia o crescimento e desenvolvimento dos vegetais sobretudo

afecta o desenvolvimento de partes económicas, a qualidade do produto, a floração e polinização,

formação de fruto, produção e armazenamento da semente (Tembe, 1990). A temperatura

condiciona a ocorrência de fatores biótcos (pragas, doenças e infestantes). Influencia na

velocidade de desenvolvimento (taxa de desenvolvimento), no comportamento (alimentação e

fecundidade) e dispersão dos insectos (Andrewartha & Birch 1954 citados por Rodrigue, et al.,

2004 e Mathai, 1998 citado por Ntemansaka, 2006).

No processo de produção, as hortícolas são afectadas por diversas pragas que comprometem a

produção final de muitas culturas. Vários tipos de organismos como os insectos, ácaros, lesmas e

caracóis, pássaros e ratos prejudicam a produção agrícola, reduzindo dessa forma, a qualidade e a

quantidade dos produtos (Chiconela et al., 1999). Os prejuízos causados pelas pragas variam de

região para região, por variedade, tipo de solo, padrão de culturas e praticas culturais. Em

Moçambique, devido a grande variabilidade das condições existentes torna difícil fazer

recomendações de práticas culturais e métodos de controlo que sejam efectivos de igual forma

em todas as situações (Segeren 1996).

1.2. Problema de estudo e justificação O distrito municipal de Catembe faz parte da cintura verde da província de Maputo, sendo a

agricultura de pequena escala a que se pratica. Os agricultores dedicam-se ao cultivo de diversas

hortícolas, nomeadamente cebola, repolho, couve, alface, pimento, beringela, tomate, cenoura e

pepino, seguidas de leguminosas e cereais para a subsistência.

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A grande parte dos produtos colhidos destina-se ao abastecimento do mercado local, seus

arredores e ao consumo dos próprios agricultores. Assim, a agricultura no Catembe, contribui

para a melhoria de qualidade de vida, a partir de garantia de renda dos agricultores e o

fornecimento de produtos frescos a cidade de Maputo.

Um dos factores que limita `a produção é a incidência de pragas e doenças que causam danos

consideráveis às culturas, trazendo prejuízos aos produtores e consumidores. Segundo Marconi

(1998), cerca de 30% da produção mundial de hortícolas é perdida devido a ocorrência de pragas

e doenças, constituindo deste modo, uma das causas principais de baixos rendimentos. Dois

terços dos prejuizos são devidos aos insectos, constituindo um dos factores bióticos mais

importantes no processo produtivo. Entretanto o fornecimento de hortícolas de qualidade ao

mercado fica comprometido, bem como a renda dos produtores que fica reduzida devido os

ataques sérios de pragas e doenças.

O controlo químico é o método mais usado pelos agricultores, pois eles consideram-no mais

eficiente para o combate das pragas. Com efeito, diversos insecticidas como organofosforados,

carbamatos e piretroides, têm sido usados de forma contínua para o controlo das pragas. Os

agricultores, na sua maioria, desconhecem outros métodos de controlo. Por exemplo o uso de

variedades tolerantes, uso de insecticidas botânicos e/ou selectivos, uso de agentes de controlo

biológico, uso de controlo cultural (consociação, rotação de culturas, manipulação de datas de

sementeira). Aliado a isso, muitos deles aplicam doses elevadassem respeitar os intervalos de

aplicação e de segurança, facto que torna o controlo das pragas cada vez menos eficiente.

Chiconela et al., (1999) e Segeren (1996), apontam como consequência de aplicação contínua e

excessiva dos pesticidas: (1) o aumento de resíduos na vegetação que resultam em intoxicações;

(2) contaminação dos solos e águas subterrâneas; (3) destruição da micro-fauna auxiliar; (4)

aumento de custos de produção e (5) surgimento de populações de pragas resistentes.

Diante deste problema que preocupa as autoridades é importante encontrar uma solução, que seja

viável e sustentável do ponto de vista sócio-económico dos agricultores. A implementação de

maneio integrado de pragas e doenças, partindo dum conhecimento das espécies de insectos

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existentes seria a ideal, visto que esta influencia nas decisões a serem tomadas. Com o estudo

espera-se fornecer informações úteis que ajuda os intervenientes da produção (horticultores,

investigadores e a sociedade no geral) no processo de tomada de decisões, a adoptar medidas e

estrategias de controlo de principais pragas com minimização dos custos de produção e a

maximização da produtividade.

1.3. Objectivos do trabalho 1.3.1. Objectivos Gerais:

♦ Avaliar a incidência das principais pragas que ocorrem nas hortícolas praticadas nas

zonas Verde do Distrito Municipal de Catembe.

♦ Analisar os métodos de controlo usados localmente.

1.3.2. Objectivos específicos:

♦ Identificar as principais hortícolas produzidas na área de estudo;

♦ Identificar as principais pragas dessas hortícolas;

♦ Determinar e comparar a PPI, a Densidade e o IMA das principais pragas por cultura, em

diferentes zonas de produção.

♦ Identificar e descrever os métodos e alternativas de controlo, usados localmente.

♦ Conhecer a percepção dos agricultores sobre aspectos importantes relacionados com a

fitossanidade e seus constrangimentos.

II.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1. A agricultura Urbana e Peri - Urbana (AUPU) e sua importância

A AUPU é uma actividade agrícola praticada dentro de um perímetro urbano (dentro da cidade

ou nas periferias). O objectivo principal da actividade é de entre outros, providenciar alimentos

para auto sustento dos agricultores, gerar receitas através de comercialização dos produtos

obtidos (Machado & Machado, 2002; Feiden et al., 2007).

Segundo os mesmos autores a actividade é de tamanha importância a medida que, contribui de

forma significativa para a segurança alimentar, particularmente no bem-estar da sociedade e

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melhoria da saúde das comunidades. Gera trabalho para as mulheres e outros grupos

marginalizados. Melhora o meio ambiente, através de preservação dos recursos naturais e

minimização do impacto ambiental associado a ocupação humana e acção das comunidades,

fornecendo um ambiente limpo, consequentemente minimiza o surto de doenças.

2.2. Os Principais factores que afectam a produção de hortícolas

2.2.1. Factores abióticos

Segundo Tembe, (1990), a temperatura pode ser considerada a mais importante, porque afecta o

crescimento e desenvolvimento dos hortícolas. De modo geral afecta a sobrevivência,

germinação da semente, das partes económicas, a floração, polinização e formação do fruto,

qualidade do produto e em particular a sua conservação e a ocorrência de factores bióticos como:

pragas e doenças.

A temperatura influencia na velocidade de desenvolvimento, comportamento, alimentação,

fecundidade e dispersão dos insectos (Andrewartha & Birch 1954 citados por Rodrigue, et al.,

2004). A temperatura na qual os insectos são expostos nos estágios embrionário e pós-

embrionário, tem influência directa na taxa de desenvolvimento dos mesmos. Para a maioria das

espécies a faixa tolerável está entre 10ºC e 38ºC; e com o incremento da temperatura até um

determinado limite, a taxa de desenvolvimento e a duração em um estágio específico diminuem

(Pedigo & Zeiss 1996 citados por Rodrigues, 2004).

2.2.2. Factores bióticos

Segundo Marconi (1998), cerca de 30% da produção mundial de hortícolas, é perdida devido a

ocorrência de pragas e doenças, constituindo uma das causas principais de rendimentos baixos. E

dois terços dessa produção, são perdidos somente por insectos, constituindo um dos factores

bióticos mais importantes que causam danos e perdas nas culturas. As perdas causadas por essas,

são elevados e relatados em todo mundo (Chitio, 1995 citado por Celestino, 2000).

2.3. Conceito de Praga

Actualmente considera-se praga de culturas, qualquer organismo vivo que, pela sua actividade,

pode contribuir para a redução quantitativa ou qualitativa da produção, causando prejuizos

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económicos à cultura agrícola (Medeiro, et al., 2007 e Duarte, 2004 citando Amaro, 2004).

Segundo os mesmos autores, os inimigos de culturas, podem ser agrupados dentro de factores

bióticos em pragas (insectos e animais), doenças (fungos, bactérias, vírus, viróides e fitoplasmas)

e plantas infestantes. Todos, podem ser condicionados por factores como: condições climáticas,

cultura e ambiente.

2.4. Descrição de danos e sintomas de pragas de hortícolas comuns em Moçambique

Indivíduos que na fase activa, são lagartas endófagas de comprimento variável. A Chilo partellus

de cor amarela-esbranquiçada, cabeça castanha e corpo com quatro listras longitudinais em

forma de pontos. A Buseola fusca, que toma a cor rosa ou esbranquiçada, com pontinhos pretos

ao longo do corpo. A Sesamia calamistis, com cabeça castanha-escura e o corpo cor-de-rosa-

clara. As lagartas ao se alimentarem penetram nos caules, colmos de plantas através do funil

(parte central do meristema da planta), podem permanecer no campo dentro dos restolhos secos,

até o inicio das chuvas, período em que a fase larval transforma-se em pupas. Os adultos são

borboleta de cor amarela ou castanha, que depositam os ovos em grupos junto a bainha da

superfície da página inferior das folhas.

Danos e sintomas: Plantas com minas ou túneis nos caules, colmos e presença de lagartas, folhas

do funil furadas ou cortadas com pó, resultado da alimentação das lagartas (foto S em anexo 5).

Broca da couve (Helulla undalis)

Na fase activa as lagartas tomam a cor creme, com listras castanha avermelhada.

Danos: As lagartas polífagas, penetram e fazem galerias nos pecíolos, nervuras, caules e ápices.

Destroem completamente a planta, semanas depois surgem novos rebentos em plantas maiores

(fotos T1 e T2).

Distribuição: encontram-se em todo país. A Chilo partellus é a mais importante nas regiões

elevadas com clima fresco, é frequente na zona sul do país.

2.4.2. Lagartas da folhagem

Lagarta americana (Helicoverpa =Heliothis armigera lepidoptera noctuidae)

Spodoptera litoralis e Falsa-lagarta-mede-palmo (Plusia sp., Lamprosema índica)

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A H. armigera de cor variável (verde ou castanha), corpo com listras brancas laterais. A

Spodoptera litoralis, de tamanho variável (1 a 5 cm), toma a cor verde quando jovem e com o

tempo a cor castanha com marcas escuras triangulares sobre o dorso e riscas amarelas laterais e

dorsais. A Plusia sp., verde com riscas claras na região média dorsal e outras nos lados do corpo.

As duas primeiras, colocam os ovos nas folhas, até a eclosão das lagartas, após duas semanas, as

lagartas já desenvolvidas, entram na fase de pupa, no solo ou entre as folhas, passando 20 a 60

dias emergem as borboletas nocturnas.

Sintomas e danos em culturas: Folhas roídas e vagens com furos redondos. As lagartas

Lamprosema índica enrolam-se nas folhas, devorando-as por interior. No fruto de tomate a H.

armigera, faz buracos redondos por onde penetra (foto E, F e O).

Rosca (Agrotis ypsilon Lepidoptera noctuidae)

Lagartas das borboletas nocturnas, enroladas em forma de C, que são colonizadoras de hortícolas

e cereais.

Danos e sintomas: Corte de plantas pelo caule rente ao solo e acamam. Raizes carnudas roidas,

provocando morte das plantas (foto U).

2.4.3. Lagartas da couve

A Traça da couve Plutella xylostella L. (Lepidoptera Yponomeutidae)

As lagartas são de cor verde-claras, toda igual e afunelada nas extremidades. Podem ser

observadas nas páginas das folhas. Quando são perturbadas se contorcem, afastam rapidamente e

deixam-se cair da folha numa linha de seda. Logo que o perigo cessa, voltam a folha escalando

pelo fio de seda, entre as nervuras da página inferior das folhas onde fazem galerias (Catie,

1998).

As pupas de 10 a 12 mm, com uma coloração verde-escuro, fixam-se dentro de um invólucro de

seda branco, sobre a superfície da folha e que torna difícil a sua remoção. O adulto é uma

pequena borboleta (traça), de cor cinzenta ou castanha prateada com 10 mm de comprimento, é

facilmente visível, quando se agitam as plantas muito atacadas. As fêmeas põem ovos nas folhas

isoladamente ou em pequenos grupos (Segeren, 1994).

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O ciclo de vida compreende quatro fases distintas: fase de ovo, larva, pupa e adulto, dura entre

25 a 30 dias, dependendo muito da temperatura, podendo levar até 15 gerações por ano. Com a

temperatura de 15ºC o ciclo completa-se em 28 dias, enquanto a 35ºC o mesmo reduz-se para 11

dias. Na época chuvosa, a precipitação reduz o número de ovos nas folhas e causa afogamento

das larvas. A época seca a mais favorável para o desenvolvimento da praga (Dias et al, 2002).

Danos: As lagartas fazem pequenos furos nas folhas. Presença de lagartas ou pupas nas

superfícies da folha e adulto (pequena borboleta) em volta das plantas. É a principal praga das

crucíferas, distribuída em todo país (fotos A-D).

Crocidolomia binotalis e Atalia flaca

A lagarta Crocidolomia binotalis é de cor verde-escuro ou castanho, com listra clara

lateralmente, a cabeça castanho-clara. A Atalia flaca, de cor verde-escura, com oito pares de

falsas patas abdominais, ambas gregárias.

Danos e sintomas: Roem completamente as folhas e rebentos, presença de lagartas e teias com

excrementos sobre as folhas. No repolho destroem por completo as cabeças.

Hospedeiro: couve, repolho, algodão, feijão, milho, tomate, amendoim, girassol, quiabo, batata-

reno, tabaco e outras culturas. Normalmente as crucíferas são as culturas mais atacadas.

Lagarta mineira (Liriomysa sp.)

Presença de minas com, ou sem individuo, entre o tecido das paginas de folhas, em plantas

jovens as folhas muito atacadas se apresentam coladas, amarelecem e por fim secam.

2.4.4 Afídeos (Aphis craccivora) e afideos da couve (L. erysimi e B. brassicae)

Insectos pequenos, polífagas e que vivem agrupados em colónias nas folhas, pedúnculos, caules

e vagens.

Danos e sintomas: Presença de ninfas e adultos (pequenos organismos verde pálido ou verde-

cinzento) que sugam a seiva na superfície de folhas e pecíolos da plantas. Ataques graves deixam

as plantas raquiticas com folhas murchas e vagens torcidas, mal formadas com presença de

fumangina que se desenvolve na excreção do insecto. São vectores de viroses (mosaico-do-

afídeo-do-feijão-nhemba, mosaico-comum-do-feijão-vulgar, roseta-do-amendoim).

Distribuição: Em todo país, nos regadios da zona sul, os ataques sérios que são registados na

época seca (Outubro a Janeiro), provocam estragos graves no feijão nhemba.

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Hospedeiros: leguminosas (feijão-nheba, feijão-vulgar, feijão-cutilenho, feijão-holoco,

amendoim) e crussiferas.

Tripes da cebola (Thrips tabaci)

Danos e sintomas: Folhas torcidas e prateadas, resultado dos danos causados durante a

alimentação, presença de indivíduos e ninfas nas bainhas de folhas. Ataques severos, tornam as

folhas secas e causam a morte da planta. Podem actuar como agentes de transmissão de doenças

(fotos J, K e L).

2.4.5. Mosca branca (Bemisia tabaci)

Danos e sintomas: Presença de ovos e/ou ninfas amarela nas folhas, indivíduos sobrevoando ou

pousando nas folhas sugam o conteúdo celular, causam a deformação das mesmas. Na cultura de

abóbora, as folhas e os frutos severamente atacadas por B. tabaci tornam-se prateadas ou podem

ficar escurecidas por desenvolverem fumagina (Capnodium sp.) sobre as excreções da praga.

Hospedeiros: Tomate, Beringela, Batata Reno, Abóbora, Alface e Feijões.

2.4.6. Ácaro vermelho (Tetramychus evansi)

Danos e sintomas: Presença de pequenos indivíduos vermelhos, que perfuram as células do

epiderme e sugam o conteúdo das folhas mais velhas, tornam-as amareladas, provocando o

retorcimento e seca. Como consequência os frutos sào mal formados.

2.4.7. Gafanhoto elegante (Zonocerus elegans)

Tanto os adultos como as ninfas são polífagas com pouca mobilidade, expostas nas folhas de

madrugada ou ao pôr-do-sol. As fêmeas depositam ovos em massa no solo (Fevereiro a Abril)

onde desenvolvem, até ao período da eclosão das ninfas (Setembro a Novembro). É uma praga

esporádica na época quente e univoltímetro.

Danos e sintomas: Folhas completamente roídas e esfarrapadas, presença de ninfas e adultos na

folhagem, visíveis de madrugada e ao por do sol.

Hospedeiros: abóbora, algodão, amendoim, batata-doce, banana, couve, feijão, girassol,

mandioca, mapira, milho, mexoeira, tabaco, tomate e outras culturas.

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2.5. Principais métodos de controlo de pragas

2.5.1. Controlo integrado de pragas

A agricultura está em constantes mudanças para responder as necessidades da sociedade. Essas

mudanças têm contribuindo para a intensificação gradual da produção em muitos países. Assim,

problemas desde pesticidas persistentes, surtos de pragas secundárias, redução de hospedeiros

resistentes bem como a poluição ambiental e outros riscos que resultam da intensificação da

agricultura, põe os cientistas da protecção vegetal e de outras áreas preocupados em busca de

medidas e alternativas sustentáveis (Zadoks e Marsh, 1993citados por Dent, 1995).

A solução para os cientistas modernos basea-se no maneio integrado de pragas. Este é

considerado um sistema no contexto socio-económico das explorações agrícolas, associado ao

ambiente e dinâmica populacional das pragas, utilizando técnicas modernas que mantêm a

população de pragas abaixo dos níveis que causam danos económicos (Smith & Reynalds ,1991

citado por Dent, 1995). O Maneio integrado de pragas é muitas vezes considerado como

combinação de métodos de controlo que pode ser atingido através de uma forte coordenação

(Dent, 1995). Cada um dos métodos sozinhos não é capaz de resolver os problemas

fitossanitários, mas por aplicação conjunta de todos os métodos, pode se alcançar um resultado

que não é apenas mais seguro tanto para o aplicador como para a cultura e o meio ambiente, mas

também mais económico (Segeren, 1996).

2.5.2. Controlo Biológico

Consiste em aproveitar a acção dos inimigos naturais ou agentes de controlo biológico pelo

Homem, com objectivo de reduzir a população das pragas nas culturas (Segeren, 1996). A

respeito disto, Medeiro et al (2007) e Smith (1991) citado por Dent (1995) defedem que o uso de

predadores, parasitoides e parasitas entomopatogenicos, nemátodos causam mortalidade das

pragas, regula a população destas a níveis que não causam prejuízos económicos. O controlo

biológico pode ser classificado em três principais tipos designados por, Incremento, Clássico,

Neoclássico e Conservação (Kok & Kok, 1999).

Segundo Medeiro et al (2007) o controlo biológico traz consigo numerosas vantagens

especialmente pela: (i) Especificidade dos inimigos naturais que atingem algumas ou apenas uma

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espécie; (ii) Por isso não causa desequilíbrio, muito pelo contrário, restabelece o equilíbrio

anteriormente perdido; (iii) Não provoca impacto negativo sobre o meio ambiente, pois estes já

fazem parte do ambiente natural, o que não acontece com os agroquímicos empregues em

culturas convencionais.

2.5.2.1. Os princípios ecológicos de controlo biológico

a. Um organismo vivo (agente de controlo biológico) pode ser usado para controlar outro

organismo vivo.

b. Para ser eficaz, o agente do controlo biológico deve ser específico para que não afecte

outros organismos.

c. Agentes de controlo biológico exercem tanto efeito directo como indirecto através das

suas acções. Na acção directa pode atacar e matar a pragas. Na acção indirecta os agentes

do controlo biológico enfraquecem os hospedeiros, que são incapazes de reproduzir no

seu ritmo normal.

d. Os inimigos naturais são organismos vivos que normalmente são encontrados no mesmo

habitat com a praga alvo. São também designados de organismos benéficos.

2.5.3. Controlo Cultural

Consiste no emprego de medidas capazes de afectar a disponibilidade do alimento para a praga.

Normalmente é usado com objectivo de controlar as pragas e obter uma boa produtividade

(garantir a qualidade e quantidade da produção). Segeren (1996), Medeiro et al; (2007) e

Zawadneak et al; (2008) destacam entretantas; 1) Preparação do solo; 2) Espaçamento adequado

entre as plantas e densidade de plantio; 3) Profundidade de plantio; 4) Uso de semente ou

propágulos livres de pragas e doenças; 5) Época de sementeira adequada ou antecipar as datas de

sementeira; 6) Manutenção de infestantes e destruição de restolhos ou restos de culturas no

campo; 7) Consociação e rotação de culturas.

Normalmente a consociação, rotação de culturas e uso de variedades resistentes permite a

redução de infestação por pragas e doenças. É necessário monitorar a cultura em campo

observando-a, regularmente em intervalos de 5 dias e verificar se há sintomas de pragas; Manter

os campos livre de infestantes e restolhos de culturas, visto que são hospedeiras de pragas e

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doenças; Em locais onde os ataques de pragas do solo como a rosca e outras são habituais, é

aconselhável aumentar a densidade de sementeira; A aração do solo após a colheita expõe os

ovos, lagartas e pupas a acção dos raios solares e inimigos naturais; Os viveiros devem ser bem

cuidados e tratados com pesticidas preventivos, as plantas severamente atacadas por doenças são

arrancadas e destruídas.

A data de sementeira de culturas deve ser programada, de tal forma que a sementeira ou

transplante seja feita na época fresca (início de Março à Maio) ou finais da época quente

(Novembro à Janeiro) . Contudo, neste período há baixa incidência de pragas e doenças (Ribeiro

e Rulkens, 1999; Chaisse, 2006 e Isabel, 2008). Assim, quando as pragas surgem já não causam

danos enormes a cultura.

A rega por aspercao é uma das estrategias para controlar grande parte de pragas em horticolas,

visto que a precipitacao reduz drasticamente a densidade dessas. Ora, o mulch, incorporação de

matéria orgânica no solo, pode melhorar a capacidade de retenção de água e reduzir a

evaporação, o que pode evitar o stress hídrico, consequentemente criar condições desfavoráveis

para as pragas. Os diferentes tratos culturais devem ser iniciados a partir de áreas sadias em

direcção aos focos, para não contribuir para a sua disseminação. Depois de manusear as plantas

infestadas, os instrumentos e ferramentas usados deverão ser desinfectados para evitar nova

transmissão.

2.5.3.1. Consociação de culturas

De acordo com Medeiro et al., (2007) considera importante estabelecer algum grau de

diversidade, que é conseguido com a inserção de áreas de refúgio ou cordões de contorno, com

espécies variadas, consorciação com adubos verdes ou plantas repelentes ou atractivas das pragas

e o maneio de plantas infestantes. Entretanto, a manutenção da fertilidade de solo e a sanidade

das culturas, não podem ser mantidas com a monocultura, mas sim dependem da consociação e

da rotação de culturas, de reciclagem da biomassa e, principalmente da diversidade biológica de

culturas em campo. O autor considera a diversidade biológica a principal pilar da agricultura

orgânica e contribui para a manutenção do equilíbrio do ecossistema.

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Segundo Ciro (1988), as hortícolas para salada, sobretudo, o alface e todas as restantes hortícolas

de folha, consociam-se muito bem com todas de raiz. O mesmo acrescenta que, quanto mais

breve for o ciclo vegetativo e menor desenvolvimento aéreo e radicular das plantas hortícolas,

maior são as possibilidades de consociação. Exemplo de possibilidades de consociação de

plantas hortícolas:

a. Tomateiro com batateira, alface cebola e rabanete.

b. Couve-flor com beringela, batateira, tomateiro, alface.

c. Batateira com feijoeiro, abóbora e hortaliças para salada.

2.5.3.2. Necessidade de rotação de culturas

A rotação consiste na sucessão de culturas diferentes na mesma parcela do terreno. Normalmente

constata-se que, em muitos casos, quando uma planta se sucede consecutivamente na mesma

área provoca uma diminuição de produção, muitas vezes graves com persistência de mesmas

pragas (Segeren, 1996 e Medeiro et al., 2007).

Ciro (1988) afirma que, muitas das vezes pode se corrigir os baixos rendimentos devido a fadiga

do terreno, com a alternância de culturas de espécies diferentes, pois utiliza-se ao máximo as

diversas capacidades das plantas para aumentar a fertilidade do solo. Cultivando plantas com um

sistema radicular menos profundo depois de plantas com raízes profundas, consegue-se a

economia de trabalho e simultaneamente explora-se todas as camadas do solo. Uma cultura

menos exigente depois da outra com maiores exigências, se explora no máximo a fertilidade

residual com custos de adubação menos baixos. O autor acrescenta, com a rotação e a

consociação de culturas evita-se sobretudo, desenvolvimento de pragas, doenças e acumulação

no terreno de substâncias tóxicas deixadas pela cultura precedente. Portanto, a rotação e a

consociação de culturas são práticas que contribuem validamente para o sucesso económico das

actividades hortícolas.

Segundo Ribeiro e Rulkens (1999), o programa de rotação deve ser bem desenhado de forma que

uma cultura não deve ser produzida em três anos sucessivos na mesma parcela e deve evitar-se

culturas de espécies da mesma família no mesmo campo, como forma de minimizar os baixos

rendimentos devidos a incidencia de pragas e doenças e, consequentimente, a redução do

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rendimento. Por exemplo, o tomate pode entrar em rotação com as culturas sugeridas na tabela

abaixo. Nenhuma das culturas que hospeda o ácaro vermelho e outras pragas (beringela, batata

reino, algodão, feijões) deve estar presente.

Tabela 8. Programa de Rotação de Hortícolas

Parcela 1 Parcela 2 Parcela 3

1º ano Tomate Couve/Repolho Cebola/Cenoura

2º ano Cebola/Cenoura Tomate Couve/Repolho

3º ano Couve/Repolho Cebola/Cenoura Tomate

Fonte: Ribeiro & Rulkens (1999).

2.5.3.3. Cuidados a ter com os viveiros

Em face de importância que os viveiros têm em hortícolas resume-se, a seguir, a práticas

aconselháveis para obtenção de plantas sãs de que tanto depende do êxito das culturas (Ciros,

1988). Antes de tudo se recomenda a desinfecção das sementes que pode veicular gérmenes, os

produtos preferíveis para este fim devem ser à base de mercúrio. A semente deve ser rala mesmo

nos viveiros dado que as grandes densidades facilitam o desenvolvimento de pragas e doenças.

É necessário prevenir as podridões escolhendo um solo bom, ou seja, na medida do possível,

ainda não voltado a cultura de hortícolas ou pelo menos que não tenha sido cultivado desde há

anos com as plantas que se pretende semear. O estrume deve estar bem curtido, o terriço usado

para constituir a cama para a semente nos estufins quentes, deve ser esterilizado.

Se não for possível dispor de solo são, é indispensável a desinfecção com cloropicrina e com

brometo de metilo para o controlo dos nemátodos. Durante o crescimento das plantas, deve

intervir-se com o tratamento preventivo alternando produtos na base de cobre e acupricos com

eventuais tratamentos insecticidas.

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2.5.4. Controlo Químico

Ciente que as pragas que mais danos causam as culturas são insectos e como forma de combater

os agricultores recorrem aos insecticidas (ou pesticidas), a necessidade de conhecer a

formulação, a toxicidade, modo de acção, intervalo de segurança assim como as outras

características de grupo de insecticidas usados para o controlo de pragas. O uso de pesticidas em

todas formas de pragas tem dominado o maneio destas desde 1950, devido a sua eficácia, custos

relativamente baixos, fácil uso e a sua versatilidade. Portanto, os vários pesticidas: Insecticidas,

fungicidas, rodenticidas, herbicidas e outros, são ainda componentes importantes para o produtor

no controlo das pragas (Dent, 1995; Segeren, 1996).

2.5.4.1. Definição e classificação dos pesticidas

Pesticida é uma substância ou mistura de substância, de natureza química ou biológica, usada

para controlar qualquer agente causador de doença ou praga, ou outras formas de vida animal ou

vegetal prejudicial à agricultura, pecuária e seus produtos, assim como vectores de agentes

causadore de doença para Homem e animais domésticos (Segeren et al, 1994; Chiconela et al,

1999). Os autores agrupam-nos em várias categorias e classificam de acordo com a finalidade ou

pragas que controlam em insecticidas, fungicidas, herbicidas, acaricidas, moluscidas,

nematicidas, avicidas e raticidas ou rudenticidas.

2.5.4.2. Vantagens e desvantagens de uso de pesticidas

Os pesticidas quando bem empregues têm como vantagens o aumento do rendimento e “melhora

a qualidade” dos produtos agrícolas. Contrariamente um emprego excessivo e irracional causa

acidentes de intoxicação, desequilíbrio biológico no ecossistema condicionando deste modo, a

morte ou destruição dos inimigos naturais, resistência das pragas aos pesticidas (Segeren et al.,

1994).

2.5.4.3. Características de alguns pesticidas usados no controlo de pragas

Organofosforados

É o grupo de insecticidas que contem fósforo ( P) como elemento principal na sua constituição.

Distingue-se por um lado, por ser geralmente mais tóxico para os vertebrados relativamente aos

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organoclorados, e por não serem persistentes permitindo o seu emprego na agricultura (Sidumo,

2003).

De acordo com a mesma autora, esse insecticida deve ser tratado com cuidado uma vez que a

dose pode ser cumulativa. Actua inibindo certas enzimas importantes do sistema nervoso,

colinesterase, o organosfosforado liga-se ao colinesterose impedindo desse modo a remoção de

acetilcolina.

Metamidophos

É um insecticida/acaricida chamado comercialmente por Tamaron 58.5 % EC. Pertence ao grupo

dos organofosforados, sistemicos que actua por contacto e ingestão Altamente tóxico com

intervalo de segurança de 21 dias em cruciferas e 14 dias em batata (Muiambo & Kjaer, 1994).

Actua sobre o sistema nervoso bloqueando a enzima acetilcolinesterase perturbando a

transmissão dos impulsos nervosos (Muiambo & Kjaer, 1994). É activo contra várias pragas

incluindo ácaros, lagartas, afideos, roscas, tripes. É um produto altamente tóxico por isso o seu

emprego é recomendado a pessoas devidamente treinadas (Muiambo, 1995).

Piretroides

Esse grupo ataca o sistema nervoso, afectando a transmissão de impulsos eléctricos ao nível de

axónios, afecta o sistema nervoso periférico e central dos insectos, inicialmente estimula as

células nervosas a produzirem descargas repetitivas que se traduzem em perda de coordenação

dos movimentos, protecção, convulsões e morte (Marconi, 1988).

Cipermetrina 20 % EC

É um insecticida do grupo dos piretroides, comercialmente conhecido por Ripcord 20 % EC, não

é sistémico, actua por contacto e ingestão. É activo contra várias pragas. Tem um efeito repelente

contra insectos e é persistente por 2 a 3 semanas, com toxicidade moderada e com intervalo de

segurança de 4 dias em hortícolas (Muiambo & Kjaer, 1994).

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Insecticidas botânicos

São tóxicos derivados de plantas usadas para controlar insectos. Esses quando aplicados sobre

insectos podem ter uma acção directa e causar a sua morte, acção repelente, assim como podem

inibir o crescimento desses organismos. Podem ser tratados na base de extractos de várias partes

de plantas que possuem propriedades de pesticidas que incluem de entre outros flores, sementes,

folhas, caules e raízes pela moenda das partes frescas ou secas da planta ou extracção dos

ingredientes tóxicos que podem ser usados a sós ou em mistura com outros tóxicos (Sidumo,

2003).

Segundo Segeren (1996), muitas plantas tem a capacidade de se defenderem e são realmente uma

“ fábrica” de produtos químicos, constituindo uma fonte quase ilimitada de pesticidas botânicos.

Mais de 6000 espécies de plantas foram investigadas e mais de 2000 destas mostraram ter acção

contra pragas e doenças. Dentre estas espécies destacam-se três grupos de pesticidas botânicos

que tem maior atenção:

Produtos derivados de Tabaco (Nicotiana tabacum, N. rústica). A matéria activa mais conhecida

derivada desta espécie é a nicotina, que actua principalmente contra afídeos, mosca branca e

outros insectos pequenos.

Produto derivado de Piretro (Chrysanthemun cinerariaefolium). Usado no médio oriente à

séculos, a planta é produzida em grande escala na Tanzânia e Quénia. Das flores é extraído um

pó que actua contra lagartas, percevejos, larvas de mosca e outros insectos. Actualmente é usado

para o controlo dos insectos domésticos.

Produtos á base de rotenona, derivados de várias espécies de plantas de géneros Derris,

Longocarpus e Tephrosia. Aparecem em maior concentração nas raízes e nos caules e são

eficazes contra lagartas, afídeos, tripes, coleópteros e ácaros vermelhos. Em muitos países são

conhecidos pela sua capacidade de narcotizar peixes (Segeren, 1996).

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Insecticidas Biológicos

Bacilus thuringiensis (Bt)

Uma bactéria do solo que produz uma toxina sobre determinados insectos, particularmente

lepidopteros e coleopteros. Actualmente é um insecticida biológico mais produzido no mundo e

utilizado como agente de controlo das pragas. Não se trata de produto químico, mas uma

formulação a base Bacilus thuringiensis (Semende, 2006 citando Alves, 1998).

De acordo com Andrews (1984) citado por Semende (2006), o pesticida biológico apresenta

numerosas vantagens: Possui efeitos específicos geralmente considerados benéficos, pois não

apresentam largo espectro de acção, deste modo afecta ligeiramente os inimigos naturais dos

insectos e que também são benéficos na polinização. Portanto o Bt é pouco tóxico ao Homem e

animais domésticos e pode ser usado misturado com outros pesticidas, produzindo várias toxinas

capazes de matar os insectos, alcançando assim um efeito polivalente. Portanto integra-se

eficazmente com o controlo natural, contrariamente aos demais insecticidas.

Porém, o inconveniente deste é de ser susceptível a degradação da luz solar, muitas formulações

persistem sobre as folhas por um período inferior a uma semana depois da aplicação. O facto de

não dar efeitos imediatos sobre a praga, os utilizadores pode incorrer o risco de uso irracional do

pesticida. Os fabricantes apontam a redução da eficácia depois de 2 ou 3 anos de armazenamento

(Andrews).O seu uso é recomendado em condições de alta temperatura e elevadas condições de

humidade no campo, condições essas que favorecem a acção da bactéria. Enquanto temperaturas

baixas permitem maior exposição da bactéria a radiação solar, chuva, etc, reduzindo deste modo

a sua eficácia (Burges & Hussey 1971 citados por Semende).

Dose: O Bacilus thuringiensis é formulado comercialmente como um pó molhavel, contendo 25

milhoes de esporos viáveis por cada grama do produto (2.5%) e 97.5 % de ingrediente inerte

(Dent, 2000 citado por Ntemansaka, 2006).

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Modo de acção da toxina:

Segundo Lambert & Peferow (1992) citado por Semende (2006), a infecção de um insecto

susceptível começa quando esse ingere cristais de Bacilus turingiensis contendo protoxinas que

são solubilizados pelo pH do trato intestinal do insecto que, de seguida são clivados por proteínas

intestinais tornando-se em fragmentos activos. Uma vez activos os fragmentos da protoxina, se

ligam em receptores específicos no epitélio do insecto, como consequência, ocorre a deformação

das células epiteliais do intestino médio e a desintegração da membrana microvilar levando a

desintegração do intestino. Com a alteração do funcionamento do intestino, ocorre uma redução

do pH do fluido intestinal e há liberalização dos nutrientes, os quais criam condições para a

germinação dos esporos de Bacilus turingiensis, ocorrendo deste modo a multiplicação das

células vegetativas que invadem os tecidos das larvas dos insectos que eventualmente

interrompem sua alimentação e causa morte deste. Devido ao processo infeccioso o insecto se

torna mais susceptível a invasões microbianas secundárias que podem acelerar a sua morte. O

ciclo infeccioso é concluído quando o cadáver é consumido e o Bt garante a sua perpetuação no

ambiente na forma de esporos.

III.MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Descrição da área de estudo

O distrito municipal de Catembe localiza-se no extremo sul da província de Maputo entre os

paralelos 26º e 27 º de latitude sul e entre 32°e 33º de longitude Este. A norte é limitado pela baia

e cidade de Maputo, a sul pelo distrito de Matutuine e Ponta de ouro, a Este e banhado pelo

oceano Indico e a Oeste confina com os distritos de Namaacha e Boane.

O clima predominante é do tipo subtropical, com duas estações ao longo do ano (o verão e o

inverno). A temperatura média anual é de 24ºC; a humidade relativa que varia entre 55 a 75% e

observam-se valores médios de precipitação variando entre 600 a 1000 mm. O tipo de solos

predominante, maioritariamente arenoso profundo com boa permeabilidade e fraca capacidade

de retenção. Nas zonas caracterizados por vales fluviais, os solos são aluvionais com elevada

concentração de argila, ocorrendo a intrusão salina, determinando deste modo a ocorrência de

solos salinos (MAE, 2005).

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3.2. Metodologia

3.2.1. Condução do inquérito

Foi conduzida uma entrevista semi-estruturada para a obtenção de informação sobre as principais

hortícolas praticadas, a visualização dos métodos e estratégias usados no controlo das principais

pragas. Através desta entrevista, foi também possível conhecer a percepção dos agricultores em

relação aos aspectos importantes ligados a fitossanidade, sobretudo os cuidados culturais,

principais constrangimentos na produção e entre outros problemas relacionados com a produção.

3.2.2. Procedimento de amostragem

Foram seleccionados agricultores organizados em 6 associações e 7 cooperativas distribuídas em

quatro zonas (bairros) de produção nomeadamente: Chali, Chamissava, Inguide, Incassane, que

representam o distrito. Com efeito 35 agricultores foram inquirídos num universo de 325

associados, número este que perfaz 10% da população. Segundo Case (1990), para uma

população inferior a 1000 indivíduos, pode-se trabalhar com pelo menos 5% do universo

populacional (pelo menos 50 indivíduos).

Em cada bairro de produção foi feita uma amostragem aos agricultor e por parcela (canteiro) que

representa uma cultura. Na tabela do anexo 3, estão representados os números dos entrevistados

e das parcelas observadas em cada associação ou cooperativa. Os números correspondem a 5%

dos universos (número total de membros de cada associação e total de parcelas em campo).

3.2.3. Recolha de dados

Em cada canteiro representando uma cultura, seleccionou-se, de forma aleatória, 20 plantas

usando o padrão de amostragem em diagonal (X). Em cada planta selecionada(unidade

amostral), observou-se cautelosamente a infestação. Para as plantas infestadas foi feito o

levantamento de especies de principais pragas, em função dos danos e sintomas nas culturas e

registou-se os dados na ficha do campo, (anexo 1).

Com base nos dados das fichas, fez-se a avaliação da incidência das principais pragase para

efeito de análise as seguintes variáveis foram consideradas: (1) Densidades de indivíduos, (2)

Número de plantas infestadas e (3) Índice médio de ataque.

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3.2.4. Identificação das espécies

No processo de levantamento através da observação visual (observação directa com lupa), foi

possível contar ou estimar o número de indivíduos de cada espécie presentes na planta ou parte

desta. A identificação das pragas foi feita no campo com auxílio de manuais de identificação.

No caso de dificuldade, a planta foi posta num cartucho de papel e levada ao laboratório de

produção e protecção vegetal da FAEF, da UEM, para a posterior identificação.

3.3.Variáveis analizadas

3.3.1 Densidade de população (Dens)

A avaliação foi directa, através de estimativa ou extracção e contagem directa de indivíduos

duma praga na planta infestada ou parte desta. E foi determinada como sendo a razão do

somatório de número de indivíduos de uma determinada praga num dado canteiro (parcela), pelo

número total de plantas observadas na respectiva parcela (20 plantas por canteiro).

)(.

)(.NoparcelanaobservadasplantasdetotalNr

NiparcelanumapragadeindividuosNrDens = (1)

Onde:

Dens — Densidade de população de praga

3.3.2. Percentagem de plantas infestadas (PPI)

A percentagem de plantas infestadas foi calculada em função da razão percentual entre o número

de plantas infestadas ou danificadas numa parcela por uma praga, e o número total de plantas

observadas na mesma. Para a avaliação, considerou-se planta infestada se se encontrasse nela

pelo menos um indivíduo de uma dada praga, ou sintomas da mesma. Atribuiu-se o nível 1 (um)

para a infestada e 0 (zero) para a não infestada.

100*)(

)(inf(%)NoútilparcelanaobservadasplantastotalNr

NiútilparcelanaplantasNrPPI = (2)

Onde:

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PPI — Percentagem de plantas infestadas

3.3.3. Índice médio de ataque (IMA)

O IMA foi avaliado a partir da estimativa dos niveis de danos visíveis nas folhas atacadas de 20

plantas observadas no canteiro. Com o auxílio de 5 (cinco) classes ou níveis descritos por

Segeren (1996), fez-se a contagem de plantas com as folhas danificadas pela praga e a atribuição

dos respectivos níveis.

3.3.3.1. Níveis de danos ou de ataque

A atribuição dos niveis foi feita com base nos sintomas ou danos criados pela praga, nas partes

atacadas da planta (folhas, peciolos e frutos) e tem-se os níveis seguintes:

0- Sem ataque ou dano;

1- 1 a 20% da superfície da parte atacada, sem dano;

2- 21 a 40 % da superfície da parte atacada, dano ligeiro;

3- 41 a 70% da superfície da parte atacada, dano moderado ou médio;

4- Acima de 70% da superfície da parte atacada, dano sério.

Baseando se também na contagem ou estimativa do número de indivíduos, de acordo com tabela

a seguir.

Tabela 9. Avaliação de níveis de dano ou de ataque.

Nível de ataque Classe

Ácaro e insectos

pequenos (A)

Insectos de tamanho

médio (B)

Nível de danos

0 0 0 Zero, sem dano

1 1-10 1-5 Dano ligeiro

2 11-100 6-10 Dano moderado

3 100-1000 11-15 Dano sério

4 > 1000 > 15 Dano muito sério

(A) Afídeos, cochonilhas, tripes e a mosca branca. (B) Borboletas (lagartas e brocas). Fonte:

Segeren (1996).

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O IMA foi calculado pela seguinte fórmula:

NaNiXi

IMA ∑= )*( (3)

Onde: IMA -Índice médio de ataque

Ni — Nível de dano ou ataque por praga. i = 1, 2, 3 e 4

Xi – Número de plantas com ataque i (frequência de plantas com nível i)

Na – Número total de plantas atacadas na parcela

O resultado do IMA dá-nos a estimativa da severidade de ataque da praga na região, permitindo

deste modo prever perdas de culturas

3.4. Análise de dados

Os dados de inquérito foram analisados no pacote Excel, através do qual se obteve a frequência

das respostas em relação as questões submetidas. E os do levantamento das principais pragas

foram analisados no pacote estatístico SPSS 13.0. Para o efeito, considerou-se tratamentos as

principais pragas em diferentes bairros (Zonas) de produção do distrito e como réplicas, as

diferentes parcelas de culturas por onde se fez o levantamento.

Assumiu-se o modelo do delineamento completamente casualisado (DCC) e os seus principais

pressupostos: o de homogeneidade de variância e de normalidade dos resíduos e análise de

variância (P <0.05). Os dados sem variabilidade regular ou normal, e que não seguiram os

pressupostos do teste de (normalidade de variância e distribuição normal de resíduos) foram

corrigidos seguindo a fórmula Vr = (V+0.5) ^0.5, onde V e Vr são a variável e variável

rectificada respectivamente (Banzatto e Kronka, 2006).

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IV.RESULTADOS E DISCUSSÃO 

4.1. Principais hortícolas produzidas nas zonas de estudo

Culturas hortícolas de folhas, de frutos, de raízes e tubérculos, são produzidas nas zonas

"húmidas" da área de estudo. Com base nas frequências percentuais dos inquiridos e do número

das parcelas observadas, apresentados na tabela 3, são consideradas hortícolas principais: cebola,

couve, repolho, alface, tomate e pimento. Os agricultores produzem de preferência: couve,

repolho, tomate, cebola e alface, por serem consideradas culturas mais rentáveis.

Tabela 10. Espécie das principais hortícolas praticadas na zona de regadio da área de estudo.

Nome Comum Nome Cientifico Família Frequência

(%)

Parcelas

observ.

Cebola Allium cepa L. Aliaceae 94 30

Alface Lactuca sativa L. Asteraceae 74 15

Couve tronchuda

Couve-flor

Repolho

Brassica oleracea L. var. Acephala

Brassica oleracea L. var. botrytis

Brassica oleracea L. var. capitata

Brassicaceae

97

80

45

30

Beterraba Beta vulgaris L. Chenopodiaceae 37 2

Tomate

Pimento

Beringela

Lycopersicon esculetum Mill

Capsicum annuum L.

Solunum melongena L

Solanaceae 51

46

31

25

10

12

Cenoura Dacus carota L Apiaceae 37 -

Abóbora Cucubita sp. Cucurbitaceae 17 6

Feijão verde Phaseolus vulgaris L Fabaceae 26 -

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4.2. Principais pragas em hortícolas produzidas

No processo da avaliação de incidência foram consideradas como sendo principais, as pragas

apresentadas na tabela 4, pelo facto destas causarem danos consideráveis às culturas e apresentar

níveis elevados de infestação. E em densidades relativamente baixos, pragas como; rosca

(Agrotis sp.) lagarta americana (Helicoverpa armigera), lagarta mineira (Liriomyza sp.), lagartas

da couve (Crocidolomia binotalis, Spodoptera litoralis e Athalia flacca). Bem como os danos de

rato do campo (Praomys natalensis) e topeira, foram observadas em diversas culturas.

Tabela 11. As principais pragas identificadas em principais culturas.

Praga por cultura Cultura

Nome comum Nome científico

Traça da couve Plutella xylostella

Afideo da couve Lipaphis eryssimi

Couve

Afideo pardo da couve Brevicorini brassicae

Traça da couve Plutella xylostella Repolho

Broca da couve Helulla undalis

Cebola Tripés da cebola Thrips tabaci

Mosca branca Bemisia tabaci Tomate

Ácaro vermelho Tetramychus evansi

4.5. Comparação de incidência de principais pragas nas zonas de produção.

Na análise de incidência das principais pragas, quatro culturas foram consideradas, pelo facto

destas ocorrerem nas quatro zonas de produção e apresentar níveis elevados de danos. Para o

efeito, fez-se a análise estatística (análise de variância e teste de Tukey para a comparação de

médias) dos valores médios de densidade, percentagens de infestação e índice médio de ataque

das principais pragas (anexo 4).

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Na cultura de couve, a taça da couve e afideos da couve foram as principais pragas e mostraram

efeitos significativos, em alguns bairros, para as três variaveis em estudo (tabela 7).

Tabela 12. Incidência de principais pragas na cultura de couve, em diferentes zonas.

Zonas de produção agrícola Praga Variavel de

resposta Chamissava Chali Inguide Incassane

Resultado

Dens 1.64 b 2.69 a 1.74 ab 2.53 ab S

PPI 85.63 a 87.73 a 64 b 84.55 a S

Traça da couve

(Plutella xylostela)

IMAr 1.68 a 1.56 a 1.32 ab 1.49 a S

Dens 16.61 b 21.73 a 16.12 b 16 b S

PPI 73.18 a 62.22 ab 49 b 55 b S

Afideos da couve

(B. Brassicae e L

erysimi) IMA 1.85 a 1.34 a 1.52 b 1.80 a S

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente, pelo teste de Tukey (p < 0.05).

S- significativo e N.S- não significativo.

A Traça da couve (Plutella xylostella) foi a praga que mais dano causou a cultura de couve e de

repolho. A zona de Chali apresentou maior densidade (2.69) valor este que é estatisticamente

diferente com o registado na zona de Chamissava. Para a PPI, a zona de Inguide registou menor

valor (64), sendo diferente dos restantes. A zona de Chamissava apresentou índice médio de

ataque moderado (1.68) que difere somente com o registado no bairro de Inguide.

Para os afídeos (Brevicoryne brassicae e Lipaphis erysimi) maiores densidades foram observadas

na zona de Chali (21.73), valor que difere estatisticamente dos obtidos nos restantes bairros

(Chamissava, Inguide e Incassane). A maior PPI foi registada no Chamissava (73.18) e o valor

não difere do obtido no bairro de Chali. Os maiores índices médios de ataque foram obtidos nos

bairros de Chamissava e Incassane (1.85 e 1.8) respectivamente. Estes valorees não diferem entre

si, mas diferem com os obtidos no Inguide. Referir que os afídeos, foram as que causaram danos

menores, que reflecte menor incidência relactivamente a traça, apesar de terem sido

significativos nos três parâmetros de comparação. Segeren (1996) considera sem danos

densidades abaixo de 10 indivíduos.

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140  

Tabela 13. Incidência de principais pragas na cultura de repolho, em diferentes zonas.

Zonas de produção agrícola Praga Variável

de

resposta

Chamissava Chali Inguide Incassane

Resultado

Dens 2.5 a 2.25 ab 1.31 b 1.31 b S

PPI 66.25 a 75 a 73 a 79.38 a NS

Traça da couve

(Plutella xylostela)

IMA 1.3 a 1.16 a 1.34 a 1.47 a NS

Dens 1.24 a 1.45 a 1.48 a 1.83 a NS

PPI 71 a 59.29 a 68 a 45 a NS

Broca da couve

(Helulla undalis)

IMA 1.03 b 1.25 a 1.16 ab 1.18 ab S

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente, pelo teste de Tukey (p < 0.05).

S- significativo e N.S- não significativo.

Na cultura de repolho, a traça da couve apresentou efeitos significativos somente para a

densidade (tabela 6). A zona de Chamissava não difere de Chali, tendo registado os valores 2.5 e

2.25 respectivamente. A PPI e a IMA tomaram os valores médios 74.5 e 1.36 respectivamente.

A Broca da couve (Hellula undalis) no repolho apresentou valores significativos de índice médio

de ataque. Sendo estatisticamente diferentes os bairros de Clali e Chamissava. As densidades

médias e percentagens médias de infestação foram 1.5 e 60.76 respectivamente. Contudo, as

densidades médias tanto da broca como da traça da couve foram superiores ao limiar económico

(Threshold económico) das pragas que é de uma lagarta por planta (Andrews, 1984).

Tabela 14. Incidência de principais pragas na cultura de cebola, em diferentes zonas.

Zonas de produção agrícola Praga Variável de

resposta Chamissava Chali Inguide Incassane

Resultado

Dens 2.97 a 3.77 a 2.06 a 3.21 a NS

PPI 71.66 ab 87 a 58 b 70 ab S

Tripes da cebola

(Thrips tabaci)

IMA 1.83 a 1.38 a 1.16 a 1.41 a NS

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141  

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente, pelo teste de Tukey (p < 0.05).

S- significativo e N.S- não significativo.

Para a Thrips tabaci na cebola, somente os valores de percentagem de infestação foram

significativos (tabela 7). O bairro de Chali registou maior percentagem de infestação (87),

enquanto o Inguide registou o menor valor (58). Os dois diferem entre si, mas não diferem das

restantes estatisticamente. Os valores médios de densidade e de IMA foram 3,0 e 1,5

respectivamente.

Tabela 15. Incidência de principais pragas na cultura de tomate, em diferentes zonas.

Zonas de produção agrícola Praga Variável de

resposta Chamissava Chali Inguide Incassane

Resultado

Dens 7.34 a 6.05 a 7.58 a 4.35 ab S

PPI 86.43 a 86.67 a 88.33 a 80 a NS

Ácaro vermelho

(Tetranichus

evansi) IMA 1.88 a 1.68 a 1.89 a 1.27 a NS

Dens 1.85 a 1.43 a 1.6 a 1.61 a NS

PPI 30 a 27.14 a 27.5 a 30 a NS

Mosca branca

(Bemisia tabaci)

IMA 1.63 a 1.52 a 1.54 a 1.46 a NS

Médias seguidas de mesma letra não diferem estatisticamente, pelo teste de Tukey (p < 0.05).

S- significativo e N.S- não significativo.

Na cultura de tomate, somente o ácaro vermelho (Tetranichus evansi) mostrou-se significativo

para densidade. Sendo Inguide o bairro com maior densidade (7.58) e Incassane o de menor

(4.35). O bairro de Inguide não difere estatisticamente do Chali e Chamissava. As médias de PPI

e IMA foram 85 e 1.68, respectivamente. A mosca branca (Bemisia tabaci) foi a praga que

apresentou menor incidência na cultura de tomate. Tendo registado resultados baixos e não

significativos dos três parâmetros em estudo (Densidade, PPI e IMA), os valores médios foram

respectivamente, 1.59, 28.69 e 1.52.

De modo geral, a maior incidência de pragas se registou até a metade do período de estudo.

Facto que, provavelmente se deveu as condições de temperaturas que foram favoráveis para o

desenvolvimento de pragas, neste período. Pois temperaturas situadas entre 20 a 30 º C, em

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142  

períodos secos são consideradas condições óptimas para o desenvolvimento de pragas, em

particular da Plutella xylostella. Segundo Mussury (1997) a temperatura média de 22º C é a

favorável para desenvolvimento da traça da couve.

Medeiros et al., (2003), afirma que ataques da Plutella xylostella em períodos secos e quentes

podem ocasionar perdas totais de produção. Cumbi (1997) no seu estudo sobre a sazonalidade,

observou que o pico de infestação de plantas e elevadas densidades de pragas eram observadas

na terceira semana do mês de Outubro, depois declinava devido a vários factores sendo o mais

importante a precipitação. Estudo feitos pela Catie (1990) enaltece este factor, como sendo

responsável por forte mortalidade da traça da couve e outras pragas, visto que os ovos, larvas e

ninfas ficam expostos as gotas da chuva e ao acumulo de água nas folhas.

A elevada percentagem de infestação, consequentemente o alto índice médio de ataque devem

estar associados as condições de secura. Esta situação é enaltecida por Kassab (1986) que afirma;

a infestação é elevada principalmente na época seca e quente, como consequencia disto, as

plantas podem não atingir 2/3 do tamanho normal, sendo severamente prejudicadas e o

rendimento reduz em cerca de 23%.

A provável causa de baixas densidades de pragas, registadas no último período deste estudo,

pode estar associado ao uso indiscriminado dos pesticidas. Visto que, o controlo químico é dado

como o único e melhor para fazer face a principal praga das brássicas em muitas regiões da

África. Também, as precipitações registadas nos meses de Novembro a Janeiro, podem ter

contribuído de certa forma, para a descida drástica das pragas.

4.2. Percepção dos agricultores sobre aspectos de fitossanidade.

Após a análise do questionário feito, foi possível notar que a horticultura no distrito de Catembe,

ainda não é devidamente programada. Os horticultores enfrentam as mesmas dificuldades. Pode

se ver da figura 1, que 72% deles, não segue a risca as instruções do rótulo dos pesticidas e dos

técnicos, sobretudo as dosagens, o intervalo de segurança e de aplicação, somente 31% têm

formação sobre o manuseio de produtos químicos.

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143  

A conservação destes é precária, mais de 60% guardam entre restolhos de cultura em campo ou

enterrado, procedimento que pode pôr em causa a sua viabilidade, devido as variações de

temperatura. Entretanto todos não fazem rotação de culturas e muito menos a consociação.

Assim, a sucessão de mesmas culturas em mesmas parcelas todos os anos, ou seja, praticam a

monocultura, contribuindo para a eclosão das mesmas pragas e doenças que fustigam as culturas,

condicionam baixos rendimentos e elevados custos de controlo.

Figura 9. Percepção dos agricultores sobre aspectos ligados a fitossanidade.

4.2.1. Alguns constrangimentos que afectam a produção.

Da figura 2, observa-se que, mais de metade dos agricultores, atravessam sérios problemas de

salinidade dos solos e a falta de água. Visto que, não existe um sistema de rega eficiente, 63%

recorrem aos furos abertos nos respectivos campos, 25% situados nas zonas baixas recorrem a

valas ou represas abertas em volta dos seus campos, como alternativa para rega. Essa água sendo

imprópria, contribui para a perpetuação de doenças e consequentemente a redução da

produtividade. 73% deles clamam por falta de acompanhamento nas actividades agrícolas, facto

notório e que deve estar por trás deste problema, é o exíguo número de extensionistas alocados

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144  

para a área, ao nível do distrito. Um outro problema pelo qual 76% foram unanime, é a falta de

apoio de insumos e créditos agrícolas. Também foi notório que os agricultores não têm espírito

de cooperativismo e associativismo.

Figura 10. Constrangimentos dos horticultores no processo de actividades agrícolas.

4.4. Métodos usados pelos agricultores no controlo de pragas na área de estudo

Os horticultores desgastados pela situação dos seus campos de cultura recorrem aos pesticidas

como única alternativa de controlo de pragas. O que não tem sortido efeito, devido a dificuldade

que a maioria tem em adquirir e aplicar devidamente. A aplicação é feita a base de pulverizador

de dorso e de regadores. Usam 2 a 3 tampas de 5 ml aproximadamente ou 2 a 3 colheres de chá

por 10 litros de água, em intervalos que variam de 7 a 15 dias. Mais de 70% dos agricultores

procedem de forma inadequada, misturam pesticidas diferentes sem bases, não observam as

instruções do rótulo e dos técnicos.

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Tabela 16. Alguns pesticidas usados para o controlo de pragas das hortícolas, na área de estudo.

Doses (ml ou g/l de água), I.S (dias)

Recomendado Observado

Químico usado Praga a controlar por

cultura

Dose I. S Dose I.S

Cipermetrin 20 EC Tripes na cebola 1 7 2-3

Dimetoato 40 EC Afideos nos feijões 2 14 2-3 7-15

Abamectn 18 PM Ácaro no tomate e

beringela

ni ni 3-4 7-15

Mancozeb 80 PM * Mosca branca no

tomate e abóbora

2-3 4 4-6 4-6

Tamaron 58,5 EC Lagartas e brocas nas

brássicas

1 21 2-3 7-15

Karate 5 EC Afideos na couve 1 7 2-3 7-15

Dimetoato EC Gafanhotos e outras 2 14 2-3

Ripcord 20 EC

Cymbush 25 EC

Pragas de hortícolas 1 7 2-3 7-15

Malatiao 50 EC 2-3 ni 2-3 7-15

* = Não é comum usar-se para o controlo de pragas, ni = não identificado. Fonte: Segeren

(1994); Muiambo e Kjaer (1994).

Diante das possibilidades, os agricultores alternam diferentes insecticidas, aplicam

Metamidophos, dimetoato, malatiao, lambda-cialotrina, Cipermetrina, Maconzeb, abamectin

(Agromectin), de acordo com a lista da tabela 6. Entretanto, cipermetrina é o pesticida mais

usado para o controlo, seguido de metamidopho e dimetoato, com cerca de 42%, 26% e 18%,

respectivamente.

Segeren et al., (1996) e Tabashnik et al., (1997) citado por Muchanga (2009) defendem que, o

uso intensivo de insecticidas químicos constitui a principal forma de controlo das pragas, tendo

os piretroides e organofosforados como os grupos mais usados. Mas quando a aplicação é feita

sem observância principalmente das dose utilizadas e/ou frequência de aplicação, favorecem o

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146  

surgimento de populações resistentes, que rapidamente se multiplicam e dispersam. Pois o

insecto possui variabilidade genética que permite-o, a adaptar-se aos insecticidas

Na África Oriental, inclusive em Moçambique tornou-se difícil e não sustentável

economicamente, o controlo de pragas, em particular da Plutella xylostella. Devido a utilização

de misturas de insecticidas por parte dos agricultores, que resulta em crescentes custos de

produção, contaminação ambiental, e riscos elevados de saúde devido ao aumento de resíduos de

insecticidas nos produtos agrícolas. (Muchanga, 2008 citando França & Medeiros, 1998; ICIPE,

2000).

Para um controlo sustentável e como forma de aumentar a produtividade com minimização dos

custos de produção, os horticultores com ajuda dos extencionistas e outros intervenientes,

poderiam integrar métodos diferentes, tendo em conta a realidade local e socio-económico.

Portanto é importante dar mais ênfase a exploração dos pesticidas botânicos à base de plantas

(seringueira, margosa, rícinos e outras) existentes localmente e bio pesticidas (abamectina,

Bacilus thurigiensis e outros), pois possuem um certo grau de especificidade para reduzir a

população de pragas.Varela et al., (2003) citado por Filipe (2007) considera importante fazer a

rotação de bio pesticidas para evitar resistência de pragas e permitir a conservação de inimigos

naturais de pragas.

Contudo, é necessário que as pulverizações sejam feitas por operadores treinados e protegidos,

com equipamento adequado, usando o produto correcto na dosagem recomendada pelo

fabricante, que se respeite os intervalos de aplicação e de seguranca dos pesticidas. A

implementação de práticas culturais como a consociação, rotação de culturas e uso de variedades

resistentes, permitem a redução de infestação por pragas e doenças e consequentimente a

valorizar a presença de inimigo naturais de pragas, como é o caso das Joaninhas e Sirfdeos

predadores de afideos, alguns percevejos predadores de ácaros, parasitóides como vespas

parasiticas predadores de ovos, lagartas e pupas (Varela et. al.; 2003 citado por Filipe ;2007 ).

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147  

V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 

5.1 Conclusão

Os horticultores do distrito de Catembe praticam, como hortícolas principais: Cebola,

Alface, Couve, Repolho e Tomate. E em pequenas escala também, cultivam a cenoura,

beringela e pimento.

A traça da couve (Plutella xylostella) foi a praga principal na cultura de couve e repolho,

seguindo os afídeos (Brevicoryne brassicae e Lipaphis eryssime) na couve por último a

broca da couve (Helulla undalis) no repolho. A cultura de cebola e alface tiveram menor

diversidade de pragas relativamente as outras. A Thrips tabaci foi a principal praga da

cebola, enquanto que alface apresentou problemas de doença de podridão negra

(Xanthomonas campestris) e ligeira incidência de Bemisia tabaci, em algumas zonas de

estudo. O tomateiro teve incidência de ácaro vermelho (Tetramichus evansi) e da mosca

branca (Bemisia tabaci) em todos os bairros de produção.

Nas quatro zonas por onde se fez a avaliação, os bairros de Chamissava, Chali e Inguide,

foram as que mostraram efeitos diferentes estatisticamente, em relação aos três

parâmetros estudados (Densidade, PPI e IMA) das pragas. A mosca branca, apresentou

valores baixos de densidade, percentagem de infestação e índice médio de ataque em

todas as zonas. Razão pela qual, os resultados não foram estatisticamente diferentes.

O controlo das pragas é feito somente na base de químicos como: cipermetrina,

metamidofos, dimetoato, malatião, abamectina. O uso destes é feito indiscriminadamente,

visto que a maior parte dos agricultores não obedecem as recomendações de aplicação

dos pesticidas, não respeitam a dosagem, os intervalos de aplicação e de segurança.

Muitos não têm orientação dum técnico ou alguém com conhecimentos sobre o uso dos

produtos. Deste modo, os custos de controlo são elevados e os resultados, não

satisfatórios.

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148  

5.2 Recomendações

As recomendações são dirigidas aos intervenientes do sistema de produção das hortícolas, de

modo que o controlo integrado seja considerado a melhor alternativa sustentável.

5.2.1 Aos agricultores

Devem seguir as recomendações dos técnicos extencionistas, as instruções do rótulo

principalmente a observação da dose recomendada, intervalos de aplicação e de

segurança.

Garantir uma melhor conservação dos pesticidas, com vista a obter uma maior eficácia

dos mesmos, no controlo das pragas. Evitar enterrar os pesticidas ou guardar entre os

restolhos, mas devem guarda-los em lugares seguros e longe das crianças e animais

domésticos.

Evitar o uso indiscriminado de pesticida porque traz consigo, efeitos nefastos ao Homem

e por não ser ecologicamente e ambientalmente saudável.

Evitar manter restos de culturas, ou culturas sem proveito comercial no campo, porque

pode servir de fonte de inoculo das pragas e doenças para a sementeira seguinte.

Devem adoptar outros métodos no controlo das pragas (rotação e/ou consociação de

culturas, uso de variedades resistentes, manipulação de datas de sementeira e uso de

pesticidas botânicos).

5.2.2 Aos Investigadores

Que se façam mais estudos pormenorizados a cerca das potencialidades das culturas

individualmente, em termos de quantidade e qualidade por área, sobre a sazonalidade das

pragas especifica nas zonas de estudo, possibilidades de ocorrência de inimigos naturais

nas condições locais, com vista a fazer-se recomendações de programas de controlo

biológico mais sustentáveis.

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149  

Estudar a possibilidade de síntese e uso de pesticidas botânicos que sejam selectivos e

benéficos aos agentes de controlo biológico e com poucos inconvenientes ambientais,

fazendo aproveitamento de plantas locais com potenciais de pesticidas tais como o

Riccinus communis, Azadirachta indica (margosa) e outras, de modo que se enquadrem

nas componentes de uma estratégia de maneio integrado de pragas aplicáveis nas

condições socio economicas dos agricultores.

5.2.3 As Instituições

Os serviços de extensão devem:

Garantir um melhor acompanhamento das actividades agrícolas no distrito, facto que

pode ser alcançado aumentado o número de técnicos extencionistas, capacitando-os

regularmente, dispondo-os de mais recursos e meios de trabalho.

Providenciar e divulgar informação aos agricultores nas associações, sobre os riscos de

mau uso de pesticidas que vão desde a poluição ambiental, risco a saúde pública,

toxicidade humana, na preservação dos inimigos naturais nos campos de cultivo.

Prestar mais apoio, garantindo a disponibilidade e acessibilidade de insumos agrícolas na

casa agrária do distrito, facto que pode ser conseguido através de parcerias com as

empresas vendedoras de insumos e a casa agrária, onde a ultima seria o intermediário aos

agricultores por meio de extencionistas

Capacitar os agricultores e promover técnicas como: a prática de rotação de culturas,

consociação e a manipulação da época de sementeira; Integrar os métodos: químico,

mecânico e cultural, assim como o monitoramento no seio dos agricultores.

Criar facilidades no acesso ao crédito, através de mecanismos que permitam que os

agricultores desenvolvam suas actividades a longo prazo.

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VI. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

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29. RIBEIRO, J.E.M.M. & RULKENS, A.J.H. 1999. O tomateiro; AJAP & AJAM; Colecção

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30. RODRIGUES, S.M.; BUENO, V.H.; SAMPAIO,V.M. e SOGLIA, Maria C. de M. 2004.

Influência da temperatura no desenvolvimento e parasitismo de Lysiphlebus testaceipes

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(Cresson) (Hymenoptera: Braconidae, Aphidiinae) em Aphis gossypii Glover (Hemiptera:

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31. SEGEREN, P.; OEVER, R. e COMPTON, J. 1994. Pragas, doenças e ervas daninhas nas

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SEGEREN, P. 1996. Os princípios básicos da protecção de plantas. DSV, MAP, Maputo.

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32. SIDUMO, A. 2004. Apontamentos de fitofarmacologia. UEM. FAEF. DPPV. Maputo.

33. TEMBE, J. 1990. Horticolas mais conhecidas em Moçambique. INIA. Edição não publicada.

34. TINDALL, H.D. 1986. Vegetables in the tropics. ELBS edition. Britain: Macmillan Press

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35. WALKER, T.J. 1995. University of Florida Book of Insect Records. Gainesville: University

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Disponível em http://ops.c3sl,ufpr.br/.

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156  

Capitulo 3. Levantamento e identificação das principais doenças que afectam as culturas 

praticadas nas zonas verdes 

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Sub Capitulo 3.1. Levantamento e identificação das principais doenças que afectam as culturas praticadas 

nas zonas verdes de Maputo (vale do Infulene) 

 

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I. INTRODUÇÃO A Cidade de Maputo possui uma área extensa de cintura verde, onde predominam terras

baixas com níveis freáticos mais altos e uma boa aptidão para a prática da actividade agrícola.

Como parte desta área com potencial para a agricultura, a região das zonas verdes que

estende-se desde o vale do Infulene ao vale das Mahotas, vem sendo gradualmente ocupada e

explorada por camponeses familiares, cultivando na sua maioria hortícolas.

Para os produtores das zonas verdes a falta de insumos e baixa tecnologia constituem alguns

dos constrangimentos à produção agrícola, mas o problema mais importante e que contribui

de forma significativa para a baixa quantidade e qualidade de produção são as pragas e

doenças.

É em reconhecimento dos prejuízos que as doenças vêm causando aos produtores das zonas

verdes, que o presente trabalho pretende contribuir com informação sobre as doenças mais

importantes que ocorrem nesta região e estratégias de maneio, por forma a mitigar as perdas

de produção das culturas praticadas.

Este trabalho foi concebido no âmbito do estudo da Agricultura Urbana e Peri-Urbana (AU-

PU) de Maputo (Maputo, Matola, Boane) estabelecido pelo Conselho Municipal de Maputo

(CMM), em parceria com uma ONG francesa ‘ESSOR’ e a Universidade Eduardo Mondlane

(UEM), com vista a recolher, analisar e divulgar as informações necessárias para caracterizar

a Agricultura Urbana e Peri – Urbana de Maputo, Matola e Boane.

1.1. Problema de estudo e justificação 

O Conselho Municipal de Maputo desenvolveu um programa de ‘Dinamização da Agricultura

Urbana Sustentável (DAUS) através do qual está a procura de novas vias para apoiar o

desenvolvimento desta actividade económica.

Entretanto o primeiro obstáculo é a falta de informações precisas e actualizadas sobre AU-PU,

particularmente no que diz respeito às potencialidades, produção, produtividade e

comportamento do mercado de produtos agro-pecuários. Os dados sobre Agricultura Urbana e

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159  

Peri-Urbana (AU-PU) de Maputo, da qual faz parte a agricultura praticada no vale de

Infulene, são escassos e dispersos, facto que dificulta o desenvolvimento de programas

eficazes de dinamização deste sector produtivo.

Face a esta situação, o pelouro de actividades económicas através do seu Departamento de

Actividades Económicas e Empresas (DAEE), à luz da parceria com a ONG Francesa

‘ESSOR’ e com a UEM, realizou um diagnóstico da AU-PU na cidade de Maputo, visando

avaliar as potencialidades agrícolas dos campos de produção das zonas verdes da cidade de

Maputo. Contudo, as doenças de plantas constituem um dos entraves a produção agrícola nas

zonas verdes de Maputo.

Este trabalho vai contribuir, com a informação sobre as doenças mais importantes que

ocorrem nas culturas praticadas nas zonas verdes da cidade de Maputo e as estratégias para o

seu maneio, de modo a reduzir as perdas de produção e melhorar a qualidade de vida dos

produtores desta zona.

1.2. Objectivos 1.3.1. Objectivo geral

Identificar e propor medidas de controlo das principais doenças que ocorrem nas

culturas praticadas nas zonas verdes de Maputo (Infulene).

1.3.2. Objectivos específicos

Identificar as principais culturas praticadas e caracterizar o sistema de produção

nas zonas verdes de Maputo (Infulene).

Conhecer a percepção dos agricultores das zonas verdes de Maputo sobre a

situação fitossanitária das suas culturas;

Identificar as principais doenças, os agentes causadores e a fragilidade dos actuais

métodos de controlo no vale de Infulene;

Recomendar os métodos de controlo das doenças considerando as condições dos

agricultores

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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 

2.1. Agricultura Urbana e Peri – urbana Agricultura urbana é uma actividade de produção agrícola realizada em pequenas áreas dentro

de uma cidade, ou em seu torno (Peri-Urbana), e destinada à produção de culturas para o

consumo próprio ou para a venda em pequena escala, nos mercados locais. Portanto, não é

objectivo ou finalidade para agricultura urbana e/ou peri-urbana a obtenção de lucro, embora

praticada com uma grande diversidade de culturas (CMM, 2008).

Nas cidades de Maputo e Matola e no distrito de Boane, a agricultura urbana e peri-urbana é a

principal fonte de subsistência de cerca de 33 mil famílias e resulta em consideraveis

quantidades de diversos produtos agricolas, com maior destaque para as hortícolas. Todavia é

uma agricultura intensiva, em permanente competição com a urbanização para o uso da terra

(CMM, 2008).

2.2. Produção de hortícolas nas zonas urbanas

A produção de hortícolas com fins de obtenção de lucros começou em forma de pequenos

mercados junto as hortas nas zonas urbanas, que produziam hortícolas de folhas frescas, fruto

e flores ornamentais para os residentes das zonas urbanas mais sofisticadas. Em Moçambique,

antes da independência a produção era exclusivamente para satisfazer os Europeus residentes.

Este facto condicionava somente o cultivo de hortícolas exóticas como a cenoura, couve-flor,

Feijão verde e outras culturas exóticas. Actualmente a produção não restringe-se a horticolas

exoticas mas sim a uma diversidade de hortícolas e em grande escala (Uzo, 1998).

2.3. Factores limitantes a produção de horticolas nas zonas urbanas

Existem varios factores que limitam a produção de horticolas nas zonas urbanas, dentre os

quais pode-se mencionar a falta de fundos para promover a utilização de alfaias agrícolas

mecânicas, má qualidade da terra e a ocorrência de pragas e doenças (Uzo, 1998).

2.4. Doenças das plantas

Algumas definições consideram que a doença resulta de alterações fisiológicas provocadas

exclusivamente por agentes infecciosos/bióticos. Outras incluem causas de natureza não

infecciosa (não parasitária ou abiótica). Mas segundo Gaumann, que dá a definição mais

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161  

aceite pelos fitopatólogos, doença de planta é um processo dinâmico, no qual hospedeiro e

patógeno, em intima relação com o ambiente, se influenciam mutuamente, do que resultam

modificações morfológicas. As condições para a ocorrência de uma doença são: hospedeiro

susceptível, patógeno virulento e condições ambientais favoráveis. Caso um destes três

elementos não exista a doença não vai-se desenvolver (Agrios, 2005).

2.5. Importância das doenças das plantas

As doenças podem limitar o tipo de plantas que podem ser cultivadas numa certa área,

destruindo todas plantas de uma certa espécie susceptível. O tipo e dimensão de perdas

causados por doenças varia com o tipo de planta, patógeno, localidade, ambiente e medidas de

controlo aplicadas, ou combinação destes factores (IAC, 1991).

2.6. Importância do diagnóstico das doenças

A identificação do agente patogénico e consequentemente da doença, mediante o processo

denominado diagnóstico constitui o primeiro requisito para o controle da doença.

Particularmente em horticultura intensiva, o êxito no controlo das doenças depende tanto da

exactidão como da rapidez com que realiza-se o diagnóstico, e são frequentes os casos em que

o fracasso é consequência de um diagnóstico incorrecto. Diagnosticar uma doença não é um

processo trivial, sendo que requer realizar levantamentos de campo e análises laboratoriais

(CEÑA et.al , 1992 ).

2.7. Principais doenças em horticolas

Doenças do feijão nhemba

a) Pústula bacteriana (Xanthomonas campestris)

Esta doença manifesta-se por aparecimento de pequenos pontos salientes, escuros e aguados,

na página inferior das folhas, que se transformam em pústulas. Na página superior aparecem

manchas necróticas castanho-escuras (Figura 1). As folhas seriamente afectadas secam e

caem. Nas variedades susceptíveis aqueles pontos alargam-se formando manchas mais ou

menos circulares. Esta doença espalha-se rapidamente durante o tempo chuvoso e pela rega

por aspersão. A bactéria é transmitida pela semente e recomenda-se o uso de semente de boa

qualidade (Segeren et al,1994).

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Figura1. Sintomas de pústula bacteriana na folha de feijão nhemba

b) Mosaico dourado (Cowpea Golden Mosaic Vírus)

As folhas apresentam manchas grandes, amarelo-brilhantes. Em casos graves toda superfície

foliar fica amarelo-brilhante, folhas torcidas e enrugadas e as plantas raquíticas (figura 2).

Esta virose é apenas transmitida pela mosca-branca (Bemisia tabaci). Para o controlo deve-se

arrancar as plantas infectadas logo que verificarem-se os primeiros sintomas, remover outras

plantas hospedeiras, principalmente leguminosas, utilizar na plantação semente sã, por forma

a diminuir os focos de infecção, usar variedades resistentes e controlar o vector (Segeren et

al,1994).

Figura 2. Sintomas de mosaico dourado no feijão nhemba

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Doenças de couve e repolho

a) Podridão negra (Xanthomonas campestris)

A doença caracteriza-se por amarelecimento das folhas, começando a partir das margens, em

forma de V com vértice voltado para o centro da folha (Figura 3) e as nervuras na área

clorótica tornam-se pretas. Num corte transversal do caule das plantas doentes, pode-se notar

a toda a volta um anel preto, logo abaixo da casca e no caso do repolho a cabeça também pode

ficar parcialmente descolorida. Nas folhas danificadas por insectos as manchas cloróticas

podem também aparecer no meio das folhas. A bactéria causadora desta doença sobrevive nos

restos culturais e nas sementes e é disseminada através da água de rega e da chuva, e das

plantas que vêm dos viveiros. Recomenda-se como método de controlo a rotação de culturas

durante cerca de 2 anos, evitar fazer a cultura nos períodos quentes e húmidos, e fazer

viveiros em solos não contaminados (Vicente, 2004).

Figura 3. Sintomas de podridão negra na folha da couve

b) Podridão mole (Erwinia carotovora )

Esta doença manifesta-se geralmente na fase final da cultura. Os tecidos afectados

transformam-se numa massa mole, viscosa, de cheiro nauseabundo, devido à presença de

microorganismos secundários. No caule, o anel vascular adquire uma coloração acastanhada.

A bactéria causadora desta doença tem capacidade de viver de material orgânico morto na

maioria dos solos, é facilmente disseminada por insectos.

A penetração da bactéria é sempre através de feridas de qualquer natureza e assim aparece por

vezes na sequência da podridão negra, do ataque da traça de couve, da broca de couve ou dos

afídios da couve. Recomenda-se como meios de protecção o uso de compasso largo, a rotação

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de culturas, a incorporação de resíduos da cultura logo depois da colheita para acelerar a sua

decomposição, controlar outras doenças como a podridão negra assim como os insectos (Hill,

1990).

c) Mildio (Peronospora parasitica)

Inicialmente as folhas apresentam numerosas manchas muito pequenas de cor purpúrea. Em

condições de humidade estas manchas alargam-se, sendo amareladas na página superior das

folhas, seguido de uma necrose (Figura 4) e nas zonas correspondentes na página inferior

desenvolvem-se frutificações do fungo que no conjunto tem aspecto pulverulento de cor

branco-acizentada. Nas plantas crescidas o fungo manifesta-se em manchas amarelo-

pardacentes entre as nervuras principais. Para a protecção contra esta doença deve-se escolher

um local bem arejado para os viveiros, distante de outras crucíferas e isento de plantas

espontâneas hospedeiras e árvores (Segeren et al, 1994).

Figura 4. Sintomas de míldio na couve

Fonte: Segeren et al (1994)

Doença de alface

a) Septoriose (Septoria lactucae Pass)

Os sintomas desta doença nas folhas são manchas com contornos irregulares. O tecido

afectado, inicialmente com aspecto desidratado, torna-se pardacento, com numerosos pontos

de cor escura que são os corpos de frutificação do fungo. No limbo foliar aparecem lesões

necróticas que prejudicam o valor comercial do produto (Figura 5). A doença causa seca nas

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folhas devido a coalescência de muitas manchas, resultando em danos na formação das

sementes. O fungo ataca principalmente as folhas, mas pode afectar também a haste e os

órgãos florais (Palma, 2004).

Fonte: Palma (2004)

Figura 5. Sintomas de septeriose na alface

Doença da cebola

a) Mancha arroxeada (Alternaria porri)

No princípio aparecem nas folhas manchas brancas, circulares ou irregulars. Estas manchas

em condições favoráveis aumentam de tamanho, tornando-se purpúreo-acastanhadas (Figura

6), com zonas concêntricas mais escuras, que correspondem às frutificações do fungo. As

folhas muito infectadas murcham e enrugam-se começando pelo ápice. os esporos e o micélio

deste fungo persistem nos restos culturais no solo e são disseminados pelo vento e pela chuva.

Para a protecção contra esta doença deve-se eliminar restos da cultura, fazer rotação de

culturas durante vários anos e escolher campos com boa drenagem ou região com pouca

chuva e não sujeita ao orvalho (Segeren, et al, 1994).

Figura 6. Sintomas de mancha arroxeada na cebola

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Doenças de tomate

a) Mancha concêntrica (Alternaria solani )

Esta doença manifesta-se por aparecimento de lesões necróticas com 0,3-2 cm de cor

pardo-escura com zonas concêntricas, circulares e angulares nas folhas (figura 7), por

vezes com um halo clorótico nas folhas bem desenvolvidas. Lesões idênticas podem

aparecer nos frutos. No caule e nos pecíolos as lesões são alongadas, especialmente graves

quando ocorrem na junção do caule com os ramos, enfraquecendo os ramos que se podem

partir com o peso dos frutos. Os meios de protecção contra esta doença são: evitar fazer a

cultura em zonas baixas, fazer rotação de culturas e utilizar semente sã (Segeren et

al,1994).

 

Fonte: Correia (1991) Figura 7. Sintomas de mancha concentrica na folha de tomateiro

b) Míldio (Phytophthora infestans)

As folhas apresentam manchas aquosas, esverdeadas, que depois tornam-se castanhas ou

quase negras (Figura 8). Estas manchas desenvolvem-se rapidamente e as partes da planta

atacadas vão secando e enrolando. No caule, ramos e pecíolos formam-se manchas

escuras alongadas e nos frutos as manchas são aquosas, oliváceas e castanho-escuras,

deprimidas e irregulares. O fungo causador desta doença sobrevive nos restos das culturas

de tomate, batata e em plantas espontâneas da cultura anterior. Como meios de protecção

recomenda-se fazer rotação de culturas, plantar em lugar alto evitando má drenagem, usar

um compasso largo que permita um bom arejamento, arrancar e queimar as plantas

atacadas (Segeren et al,1994).

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Figura 8. Sintomas de mildio no tomate

Doenças da abóbora

a) Oidio (Erysiphe cichoracearum)

No início do doença aparecem manchas pequenas mais ou menos redondas, com um

crescimento branco pulverulento na página inferior da folha e dos ramos tenros. Mais

tarde as manchas aparecem também na página superior das folhas e nos caules, acabando

por cobrir toda planta (Figura 9). À medida que o fungo desenvolve-se, a área afectada

amarelece e finalmente as folhas secam e morrem, começando pelas folhas mais velhas da

planta. Para a protecção contra esta doença deve-se destruir as cucurbitáceas espontâneas

em volta do campo (Segeren et al,1994).

Figura 9. Sintomas de oídio na folha da abóbora

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b) Míldio (Pseudoperonospora cubensis)

Na página superior das folhas nota-se a presença de manchas pequenas poligonais,

amarelo-claras, limitadas pelas nervuras. Em condições de humidade, na página inferior

da folha estas manchas ficam cobertas por um pó cinzento-purpúreo. Se o ataque for

intenso, as folhas afectadas secam a partir das margens para dentro, iniciando-se sempre

pelas folhas mais velhas. Consequentemente o crescimento da planta afectada será

retardado. Para a protecção contra esta doença sugere-se o uso de variedades resistentes,

evitar fazer a cultura em época com períodos frequentemente sujeitos a orvalho, escolher

sítios altos não sujeitos a acumulação de ar frio e à má ventilação, usar um compasso o

mais largo possível (Segeren et al, 1994).

Doença da beterraba

c) Cercosporiose (Cercospora beticola Sacc )

A cercosporiose manifesta-se em forma de lesões circulares na folha, com esporulação no

centro apresentando inúmeros conídios longos, finos e hialinos. Com o progresso, o tecido

morto no centro da lesão cai, ficando um orifício (Figura 10). O combate à cercosporiose faz-

se com a aplicação de fungicidas específicos ou mistura dos produtos aplicando desde o

aparecimento dos primeiros sintomas até ao dia da colheita, mantendo as folhas sãs, rotação

de culturas e uso de variedades tolerantes (Rommel, 2007).

Fonte: Rommel (2007)

Figura 10. Sintomas de cercosporiose na folha da beterraba

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III. MATERIAIS E MÉTODOS 

3.1. Caracterização geral do estudo Este trabalho foi concebido no âmbito do estudo da AU-PU de Maputo estabelecido pelo

CMM, em parceria com a ‘ESSOR’ e a UEM. O estudo foi realizado na época quente (entre

os meses de Outubro e Dezembro de 2008) nas zonas verdes de Maputo, especificamente no

vale de Infulene, ao redor dos bairros Luís Cabral, Jardim, Inhagoia, 25 de Junho, Bagamoio,

Benfica e Zimpeto, na cidade de Maputo.

O estudo teve 3 componentes, nomeadamente (1) entrevistas aos agricultores e levantamento

nos campos dos agricultores, (2) análises laboratoriais, realizadas no laboratório de

fitopatologia da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF) da UEM, e para

complementar fez-se (3) revisão bibliográfica. Para a recolha de dados no campo foi feita uma

amostragem para definir o número de associações a serem abrangidos pelo estudo, o número

de campos a serem seleccionados por associação e o número de plantas a observar por campo.

3.2. Levantamento de campo

a) Descrição da área de estudo O vale de Infulene estende-se por cerca de 16 km, e a sua largura é bastante variável,

oscilando entre 1500m na zona próxima da foz e 60m nas zonas mais a montante. A

inclinação é menor junto à foz e depois vai até 3m por km nas zonas à montante. O clima das

zonas verdes de Maputo caracteriza-se por possuir duas estações distintas, uma delas fresca e

seca que estende-se desde o mês de Maio até Setembro, com temperaturas médias diurnas e

nocturnas de 21 e 150C, e outra quente e chuvosa que estende-se de Outubro até Março. A

região apresenta uma evapotranspiração (ETP) maior que a precipitação (Chitio, 1995).

b) Amostragem

Para a recolha de dados inicialmente foi feita a definição da amostra, onde foi usado o método

proposto por Case (1990), que sugere 50 amostras para uma população maior ou igual a 500

indivíduos (anexo 4).

O vale do Infulene tem 2000 agricultores organizados em 12 associações como mostra a

tabela 1. Considerou-se como população o número total de agricultores e deste total foram

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seleccionados, aleatoriamente 50 produtores. O número de agricultores seleccionados em cada

associação foi em função da proporção do número de agricultores da associação em relação

ao número total de agricultores. Por exemplo, a associação 25 de Setembro tem 160

agricultores que correspondem 8% em relação ao total, então desta associação foram

seleccionados 8% de 50 (tamanho da amostra), que é igual a 4. A tabela 1 apresenta também o

número de agricultores seleccionados por associação.

TABELA 1: Número de agricultores seleccionados em cada associação NO Nome da associação Número de

membros Número de membros

selecionados 1 25 de setembro 160 4 2 Alivio da pobreza 122 3 3 Sombra das enxadas 208 5 4 Augusto Chirrute 240 6 5 Luisa Diogo 330 8 6 Marcelina Chissano –

Bagamoio 270 7

7 Força do povo 160 4 8 Mata fome 50 1 9 Janet Mondlane 58 2 10 Josina Machel 132 3 11 Centro das mulheres 30 1 12 Marcelina Chissano –

Zimpeto 240 6

TOTAL 2000 50 FONTE: Concelho Municipal de Maputo (2008)

Para efeitos de recolha de dados sobre incidencia e severidade das doenças, subdividiu-se o

vale de Infulene em três zonas a referir, zona 1 - parte do vale que passa pelos bairros Luís

Cabral, Jardim e Inhagoia, zona 2 - parte do vale que passa pelos bairros 25 de Junho,

Bagamoyo e Benfica e a zona 3 - parte do vale que localiza-se no bairro de Zimpeto.

3.2.1. Culturas praticadas, sistema de produção e percepção dos agricultores sobre

doenças de plantas

Para obter a informação sobre as culturas praticadas, sistema de produção e o conhecimento

dos agricultores em relação às doenças, fez-se visitas aos agricultores associados nos seus

campos. No campo, fez-se a observação participante e identificação das culturas praticadas,

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171  

seguido de uma entrevista semi-estruturada aos proprietários dos campos que foram

selecionados para o levantamento, usando o guia de entrevista em anexo 1.

3.2.2. Levantamento das doenças nas culturas

Para cada agricultor foram observados campos cuja área é maior ou igual a 14 m2. Em cada

campo 20 plantas foram observadas percorrendo 2 transectos diagonais. Em cada diagonal

foram observadas 10 plantas, a distância percorrida para observar uma planta dependia do

tamanho do campo e da separação entre plantas. Em cada planta observada foram registados

os sintomas das doenças na ficha em anexo 3. Amostras de plantas com sintomas de doenças

foram colhidas para uma posterior identificação das doenças no laboratório.

a) Quantificação das doenças

A quantificação das doenças foi feita medindo a incidência da doença (anexo 2) e a

severidade (anexo 3) em cada cultura. A Incidência foi calculada com base na seguinte

expressão matemática:

I = [(total de plantas com sintomas) / (total de plantas observadas)] * 100

A avaliação da severidade foi feita medindo os sintomas causados pelo patógeno na planta,

através de escalas qualitativas (percentagem da planta com sintomas) e através de medições

quantitativas do sintoma usando escalas pre-determinadas em função do sintoma causado pela

doença. Foi anotado, separadamente para cada doença, o nível de ataque, segundo uma escala

de 5 classes (anexo 3). Para calcular a severidade foi usada a seguinte expressão matemática:

S(escala) ={[ Σ(classe * frequência)] / [total de plantas observadas]}*100/n

Onde: n é o valor máximo da escala.

b) Análise laboratorial

Amostras de plantas com sintomas de doencas, cuja identificação no campo era dificil foram

colhidas em cartuchos, etiquetadas e levadas para o laboratório de Fitopatologia da Faculdade

de Agronomia e Engenharia Florestal (FAEF). No laboratório fez-se a identificação das

doenças com auxilio dos técnicos de laboratório.

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3.2.3. Procedimentos para recomendar métodos e estrategias de controlo das doenças

Para recomendar-se os métodos e estratégias de controlo das doenças, em primeiro lugar fez-

se a recolha de informação junto aos agricultores, usando o guia de entrevista em anexo 1,

sobre a sua percepção em relação as doenças, as práticas culturais realizadas pelos

agricultores, as técnicas e métodos de controlo em uso. Através dos dados obtidos no

inquérito, em combinação com a informação sobre controlo de doenças de plantas descritos

na literatura, fez-se a recomendação dos métodos e estratégias de controlo de doenças para os

agricultores do Infulene.

3.3. Análise de dados

Os dados obtidos foram organizados e analisados no programa Excel. Para a comparação dos

parâmetros em estudo, foram usadas medidas de tendência central ou de posicão como a

média e em alguns casos a frequência. Serviu-se do Excel para a construção dos gráficos

apresentados neste trabalho.

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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO 

4.1. Principais culturas praticadas e sistema de produção no vale de Infulene

4.1.1. Principais culturas praticadas no vale de Infulene A maioria dos 50 agricultores do vale do Infulene inquiridos no presente estudo praticam

várias culturas, essencialmente hortícolas. As principais culturas praticadas e presentes no

campo no periodo em que decorreu o estudo estão apresentadas na tabela 2.

Tabela 2: Principais culturas praticadas no vale do Infulene

*Zona1 :

Parte do vale de Infulene localizado nos bairros Luis Cabral, Jardim e Inhagoia Zona 2: Parte do vale de Infulene localizado nos bairros 25 de Junho, Bagamoio e Benfica Zona 3: Parte do vale de Infulene localizado no bairro de Zimpeto

Além das culturas presentes no campo (tabela 2) os agricultores do vale de Infulene referiram-

se a outras culturas que praticam, embora não presentes no campo no periodo de estudo,

nomeadamente: alho, cenoura, batata doce, pepino, pimento, feijão vulgar, espinafre. Os

agricultores apontaram para o roubo como um desincentivo para a produção destas culturas.

Culturas praticadas Frequencia

Nome vulgar

Nome científico

No de parcelas

observadas Zona 1* Zona 2* Zona 3*

Couve Brassica oleracea L. 50 100 100 100

Alface Lactuca sativa 50 100 87 76

Repolho Brassica

oleracea var. Capitata

50 80 71 66

Abóbora Cucurbita spp. 50 49 60 66

Beteraba Beta vulgaris L. 50 67 54 52

Feijão nhemba

vigna unguiculata 50 35 40 45

Cebola Allium cepa 50 36 37 34

Tomate Lycopersicon esculentum 50 22 18 13

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A couve e alface são as principais culturas praticadas no vale de Infulene, visto que quase

todos agricultores desta zona praticam estas culturas. No campo, constatou-se ainda que,

acima de 50% da área cultivada por cada agricultor é ocupada por estas culturas e tem como

principal finalidade a comercialização. A seguir a estas duas culturas cultiva-se o repolho e a

beterraba, e com a mesma finalidade. As restantes culturas mencionadas são praticadas com a

finalidade de consumo.

4.1.2. Sistema de produção no vale de Infulene

Os resultados obtidos atraves do inquerito revelaram que dos 50 agricultores inquiridos, 100%

não controla as doenças, prepara o solo manualmente, utiliza adubos e rega atraves de um

regador manual. Mais de 80% utiliza adubos organicos e minerais, e pesticidas como

metamidofos e cypermethrin, direccionados somente ao controlo de pragas, e tambem

incorpora os restos culturais no solo. Apenas 8% tem conhecimentos sobre o uso devido dos

pesticidas. Destes, apenas 4% faz a aquisição dos pesticidas na loja, os restantes compram

nos vendedores ambulantes. Todos 50 agricultores inquiridos não fazem rotação de culturas

(Figura 11)

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Sistema de produção do vale de Infulene

100

98

83

85

100

0

84

16

100

87

8

8

8

4

0

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Preparação do solo manual

Utiliza adubos

Utiliza adubo mineral

Utiliza adubos organico

Faz rega usando regador manual

Faz rotação de culturas

Incorpora os restos culturais no solo

Queima os restos culturais

Não controla as doenças

usa pesticidas

Tem formação para aplicar pesticidas

Observa as dosagens

Observa os intervalos de sgurança

Adquire os pesticidas so na loja

Faz rotação de pesticidas

Prat

icas

Frequencia (%) 

Figura11. Sistema de produção no vale de Infulene

4.1.3. Principais constrangimentos a produção de horticolas no vale de Infulene

Existem varios constrngimentos enfrentados pelos agricultores do vale de Infulene no

orocesso de produção de horticolas, dos quais pode-se mencionar a falta de fundos para

promover a utilização de alfaias agrícolas mecânicas, má qualidade da agua de rega. A

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ocorrência de pragas e doenças constitui um dos maiores constrangimentos a produção das

horticolas no vale de Infulene.

4.2. Percepção dos agricultores sobre a situação fitossanitária das suas culturas

Os resultados (Figura 12) mostram que a maior parte dos 50 agricultores inquiridos, 90%,

não possui conhecimento sobre as doenças das suas culturas, referindo-se a traça da

couve(Plutella xylostela) como o causador de todos problemas nas culturas, somente 10%

sabem distinguir sintomas de doenças, de outros problemas que ocorrem em suas culturas. Os

resultados mostram tambem que, 33% dos inquiridos confundem sintomas de podridão negra

com deficiência de nutrientes e apenas 12% conseguem perceber que o oídio na abóbora não é

provocado pela traça da couve, mas mesmo assim não conhecem a causa do seu

aparecimento.

Figura12. Percepção dos agricultores sobre a situação fitossanitaria

4.3. Principais doenças nas culturas encontradas no campo

As principais doenças que ocorrem nas culturas encontradas em campo no vale de Infulene no

período da realização deste estudo estão apresentadas na tabela 3. As culturas que

apresentaram maior numero de doencças são a couve e o repolho, com míldio e podridões

negra e mole.

Tabela 3. Principais doenças encontradas nas culturas do vale de Infulene

Percepção dos agricultores sobre a situação fitossanitaria

0 20 40 60 80 100

Conhecem sintomas de doenças

Não tem conhecimento sobre doenças

Confudem sintomas de podridão negracom defice de nutrientes

Sabem que o oidio não e provocadopor traça da couve

Frequencia(%)

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Cultura Doença Agente causador

Pústula bacteriana Xanthomonas campestris Feijão nhemba Mosaico dourado Cowpea Golden Mosaic VírusMildio Pseudoperonospora cubensis Abóbora Oídio Erysiphe cichoracearum Podridão negra Xanthomonas campestris Podridão mole Erwinia carotovora

Couve e repolho

Míldio Peronospora parasitica Alface Septoriose Septoria lactucae Pass Cebola Mancha arroxeada Alternaria porri Beteraba Cercosporiose Cercospora beticola Sacc

Mancha concêntrica Alternaria solani Tomate Míldio Phytophthora infestans

4.3.1. Incidência e severidade das doenças no vale de Infulene

A incidência e severidade das doenças para a couve, repolho, alface, feijão nhemba e abóbora,

estão apresentados na tabela 4. Todavia nas culturas de cebola, beterraba e tomate não

determinou-se a incidência e a severidade das doenças que nelas ocorriam, devido ao facto de

que alem de densidades de cultivo muito baixas, as mesmas não eram praticadas em parcelas

exclusivas, estando misturadas umas as outras sem seguir nenhum padrão de disposição,

tornando difícil a sua amostragem.

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Tabela 4. Incidencia e severidade das doenças encontradas no vale de Infulene *Zona1 : Parte do vale de Infulene localizado nos bairros Luis Cabral, Jardim e Inhagoia

Zona 2: Parte do vale de Infulene localizado nos bairros 25 de Junho, Bagamoio e Benfica Zona 3: Parte do vale de Infulene localizado no bairro de Zimpeto

Zona Cultura Doença Incidencia(%) Severidade(%)Podridão negra  42,5 17,5 Podridão mole  22 7,75 Couve

Míldio  11  5,25 Podridão negra  19  7 Podridão mole  8,75  2,19 Repolho

Míldio  11,25  3,44 alface Septoriose 11,25  4,06 

Pústula bacteriana 

17,5  10,63 Feijão nhemba Mosaico dourado  19  7,5 

Oídio  25,83  9,58 

Zona 1*

Abobora Míldio  7  3,5 

 Podridão negra  40 16,9 Podridão mole  17,5 5,63 Couve

Míldio  10  3,13 Podridão negra  18,33  6,04 Podridão mole  4  1 Repolho

Míldio  6,67  2,29 alface Septoriose 11  4 

Pústula bacteriana 

15,83  8,13 Feijão nhemba Mosaico dourado  15,83  6,25 

Oídio  20  2,5 

Zona 2*

Abobora Míldio  6,25  2,19 

 Podridão negra  17 6,75 Podridão mole  10  3,13 Couve

Míldio  8,75  2,5 Podridão negra  17,5  7,19 Podridão mole  2,5  0,63 Repolho

Míldio  2  0,5 alface Septoriose 10  3,33 

Pústula bacteriana 

15  7 Feijão nhemba Mosaico dourado  11,25  5,31 

Oídio  18  7,25 

Zona 3*

Abobora Míldio  5  2,29 

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Segundo Moraes (2007), a incidência das doenças foliares pode não reflectir a severidade da

doença no campo, pois um certo campo pode apresentar todas plantas infectadas mas a

percentagem da área infectada ser muito menor, causando pouco dano. Os resultados

apresentados nos graficos acima mostram haver uma tendência de plantas com maior

incidência apresentarem também maior severidade e vice-versa.

Segundo a escala de classificação usada neste estudo quase todas as doenças encontradas no

vale de Infulene apresentaram baixa severidade. Apenas a podridão negra na couve

apresentou severidade moderarada nas zonas 1 e 2. O periodo da realização do estudo pode

ser considerado como sendo um dos principais factores que contribuiu para a severidade baixa

encontrada, pois este periodo não é apropriado para o cultivo de horticolas, o que causou a

não sincronização entre o ciclo das culturas e o ciclo dos patogenos.

A podridão negra registou os niveis mais altos de incidencia e severidade na couve e repolho,

relativamente a podridão mole e mildio nas mesmas culturas. Este resultado esta de acordo

com os obtidos por Vicente (2004), que mostraram que a podridão negra das crucíferas

causada pela bactéria Xanthomonas campestris pv. campestris, é a doença mais importante

das crucíferas a nível mundial, especialmente no género Brassicae na época quente, em

condições de alta humidade (estação chuvosa) na África tropical, e constitui uma ameaça

constante para estas culturas. Portanto esta doença merece uma atenção especial por parte dos

agricultores do vale de Infulene.

4.4. Métodos de controlo das doenças usados pelos agricultores do vale do Infulene e

suas fragilidades

Como cerca de 90% dos agricultores do vale de Infulene não conhecem as doenças que

ocorrem em suas culturas, não indicaram nenhum método como sendo de controlo das

doenças, isto é, nenhum método de controlo das doenças é aplicado, mesmo pelos 10% que

revelaram ter algum conhecimento. Os químicos usados tem como objectivo principal o

controlo da traça da couve (Plutella Xylostella) embora pensa-se que possa vir a controlar

outros problemas.

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Para o caso de alguns agricultores (33%), que confundiam sintomas de podridão negra com

carência de nutrientes na planta, um pequeno esforço era empreendido para solucionar o

problema, aplicando o adubo inorgânico NPK.

A falta de conhecimento das doenças das plantas pode considerar-se um dos maiores factores

que contribuem para os níveis altos de incidência das doenças encontrados, visto não existir

uma preocupação para o controle das mesmas.

Para todos agricultores do vale de Infulene, 100% de 50 inquiridos, não é habitual

implementar práticas culturais importantes no controlo das doenças, como por exemplo a

rotação de culturas, e segundo os mesmos, só praticam a rotação de culturas nos seguintes

casos:

• Quando há carência de sementes para produzir a cultura pretendida;

• Quando há surtos de cólera na cidade de Maputo, trocando o alface por outra cultura;

• Quando a cultura pretendida não tem aceitação no mercado numa determinada altura

do ano;

• Quando ocorre um ataque severo duma praga ou doença numa determinada cultura;

Assim, pode-se afirmar que, os agricultores não fazem rotação de culturas porque não seguem

nenhuma sequência lógica nem sistematizada para trocar uma cultura por outra. É importante

referir que a cultura de couve é praticada todo o ano devido a sua aceitação e disponibilidade

de mercado em qualquer altura do ano. Portanto o cultivo contínuo da couve ao longo do ano

considera-se como uma das causas dos níveis elevados de doenças encontrados, uma vez que

não se quebra o ciclo das doenças.

Em relação a aplicação dos pesticidas, estes são unicamente dirigidos ao controle de pragas e

não de doenças. No momento em que identifica-se uma determinada praga a maioria dos

agricultores opta por aplicar o pesticida disponível para tal efeito e caso não consiga reduzir o

impacto da praga, estes reduzem o intervalo de aplicação do agroquímico. Caso a redução do

intervalo de aplicação não traga resultados satisfatórios, uma re-sementeira é feita e continua-

se a aplicar o mesmo pesticida para controlar a praga em causa. Para a escolha de um

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determinado pesticida a aplicar, os agricultores geralmente trocam experiências entre si, ou

seguem as recomendações dos extensionistas.

As dosagens são controladas usando tampa dos frascos que contêm o pesticida em causa,

colher de sopa (para pesticidas em pó) ou proveta do próprio pulverizador. Para todos

agricultores que aplicam pesticidas, o Metamidofos é o principal quimico para o controlo de

pragas em todas culturas. Embora também usar-se com pouca frequência o cypermethrin, a

aplicação de um ou outro pesticida depende da disponibilidade financeira do agricultor,

influenciada pelo preço do produto e da disponibilidade do mesmo no mercado local.

4.5. Métodos de controlo que se adequam à situação dos agricultores do vale de Infulene.

De acordo com os dados obtidos ataraves do inquérito mais de 80% dos agricultores usam

pesticidas, embora seja para o controlo da traça-da-couve e não para doenças. Este facto

revela sua capacidade de obtenção de pesticidas, pelo que recomenda-se o uso de pesticidas.

Para o controlo de mildio na couve e repolho pode usar-se o hidróxido de cobre e maconzebe,

para o controlo do mildio na abobora pode usar-se maconzebe e para o controlo do oidio na

abobora pode usar-se benomil, enxofre ou quinometionato.

Para além do uso de pesticidas, alguns dos métodos de controle que devem ser implementados

pelos agricultores deste local incluem:

• a destruição de restos culturais: uma vez feita a colheita os restos da cultura devem

ser retirados do campo e destruídos para que não sejam uma fonte de inóculo das

doenças.

• não incorporação dos restos culturais no solo: os restos da cultura que apresentam

sintomas de doença não devem ser incorporados no solo, visto que estes podem estar

infectados por patógenos que tenham capacidade de sobreviver no solo até a

campanha seguinte.

• eliminação de plantas atacadas ou partes destas: as plantas atacadas devem ser

eliminadas do campo e destruídas para evitar que a doença se alastre de planta para

planta e finalmente se manifeste em todo campo.

• rotação de culturas, evitando plantar, em anos consecutivos, culturas da mesma

familia na mesma parcela.

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V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 

5.1. Conclusões Os agricultores do vale de Infulene praticam várias culturas, na sua maioria hortícolas de

folhas destinadas a comercialização, apesar de servirem tambem para a comercialização. As

mais importantes são a couve, o alface, seguidos de repolho e beterraba.

Com base nos dados do inquerito 90% dos agricultores do vale de Infulene revelaram não ter

conhecimentos sobre as doenças que ocorrem nas suas culturas, confundindo sintomas de

doenças com sintomas de ataque por pragas.

As doenças encontradas nas culturas em campo são podridão negra, podridão mole e míldio

(na couve e repolho), septoriose (no alface), pústula bacteriana e mosaico dourado (no feijão

nhemba), oídio e míldio (na abóbora).

As doenças encontradas no vale de Infulene, duma forma geral apresentaram baixa

severidade. A doença que mostrou ser relativamente mais severa naquele local de produção é

a podridão negra das crucíferas, com uma severidade média de 13,75% na couve e 6,67% no

repolho. Depois desta seguem a pústula bacteriana, no feijão nhemba e o oidio, na abóbora,

com severidades de 8,42% e 6,92%, respectivamente.

Os agricultores do vale de Infulene não controlam as doenças, devido ao pouco

conhecimento que possuem sobre elas e os seus métodos de controlo. Contudo tem a

capacidade de implementar os metodos de controlo culturais assim como o controlo químico.

Recomenda-se o uso de maneio integrado de doenças através da combinação dos pesticidas e

praticas culturas algumas ja implementadas embora o objectivo não seja de controlar doenças

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183  

5.2. Recomendações • Aos investigadores

Recomenda-se um estudo similar no mesmo local, na época fresca para o levantamento das

doenças que ocorrem neste período pois, para alem de ser propicio para o cultivo das

horticolas, algumas doenças que ocorrem na época fresca podem não ocorrer na época quente,

e vice-versa.

• Aos extensionistas locais

Recomenda-se que divulguem mais informações sobre as doenças, seus agentes causadores e

seus sintomas, assim como os métodos de controlo em particular o maneio integrado de

doenças de plantas.

• Aos agricultores

Recomenda-se que implementem o maneio integrado de doenças de plantas através da

combinação de produtos químicos e práticas culturais que contribuem para o controle das

doenças, tais como rotação de culturas eliminação de plantas vivas doentes (roguing),

eliminação ou queima de restos culturais. Que tenham iniciativas de buscar informações sobre

como solucionar os seus problemas, principalmente no que diz respeito às doenças.

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184  

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  1. Agrios, G. N. (2005); Plant pathology; fifth edition;

2. Case, D. D. (1990); The community toolbox: the idea, methods and tools for

participatory assessment, monitoring and evaluation in community forestry field.

Manual 2. FAO, Rome

3. CEÑA, F.; Kuhar, C. (1992); Nueva horticultura; Universidade Hispanoamericana

Santa Maria de La Rabida; Ediciones Mundi-pensa; España, Madred.

4. Chitio, F. M. (1995); Avaliação da importância de pragas e doenças de couve e

seus inimigos naturais no vale de Infulene, cidade de Maputo.

5. Conselho Municipal de Maputo( 2008 ), Termos de referencia para um estudo da

Agricultura Urbana e Peri-Urbana da cidade de Maputo, Pelouro das Actividades

economicas, programa DAUS.

6. Correia, L. G. (1991); Horta doméstica e comunitária; Belo horizonte: EAMATER-

MG. 48p.il.

7. Hill, D. S.; Waller, J. M. (1990); Pests and diseases of tropical crops; Longman

group UK ltd, England.

8. Intenational Agricultural Centre, 1991; 20th International course on plant

protectoin- Mycology; April 15th - July 26th

9. MORAES, S.A.(2007) ; Quantificação de doenças de plantas. Artigo em

Hypertexto. Disponível em:

http://www.infobibos.com/Artigos/2007_1/doencas/index.htm. Acesso em:

11/2/2009

10. Palma, J. (2004); Doenças/problemas de alface (Lactuca sativa L.); Itapuã/Viamão,

RS, Brasil

11. Rommel, C. C.(2007); chaves para controlar a cercosporiose na beterraba de

Sementeira outonal; Brochier, RS, Brasil.

12. Segeren, P.; Oever, R. e Compton, J. (1994); Pragas, Doenças e Ervas Daninhas nas

Principais Culturas Alimentares em Moçambique; INIA; Ministério de

Agricultura; Maputo; 258pp.

13. Uzo, J. O., 1998; Introduction to tropical Agriculture.

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185  

14. Vicente, J. G. (2004); A Podridão Negra das Cruciferas; editor: Gonçalo Lopes;

Ediácão: COTHN Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola; Alcobaça-

Portugal.

Capitulo 4. A comercalização agricola nas zonas verdes da cidade de Maputo 

  

 

 

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186  

Resumo 

Este trabalho analisa a cadeia de comercialização agrícola nas zonas verdes da cidade de

Maputo. O conhecimento da cadeia de comercialização agrícola é importante na contribuição

para o alcance da segurança alimentar e desenvolvimento urbano de Maputo. Os dados usados

neste estudo foram colhidos com base num questionário semi-estruturado. Os resultados

mostram que as principais culturas produzidas são a couve, o repolho, o alface e a cenoura

com rendimentos estimados em 19.09, 69.25, 17.44 e 17.1 ton/há, respectivamente. Os

resultados mostram também que há uma fraca coordenação entre os intervenientes da cadeia

de comercialização e que a produtividade das hortícolas não é determinada pelo tamanho do

agregado familiar, tamanho da área cultivada, quantidade de pesticida usada e nem pela

quantidade de adubo usado, sendo esta determinada pelas sementes usadas, praticas culturais

e o tipo de solo.

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187  

I. INTRODUÇÃO 

A Agricultura em Moçambique é predominantemente rural e de subsistência, contudo as

Zonas Verdes da Cidade de Maputo tem se mostrado atractivas para a prática da horticultura e

são uma das principais fontes de abastecimento de hortícolas vendidas nos mercados da

cidade.

Dado que a Agricultura Urbana (AU) é importante como fonte de alimento e de emprego,

portanto ela é um dos importantes determinantes da segurança alimentar e nutricional dos

habitantes das cidades (Machado, 2002), por isso a prática da agricultura sustentável pode

contribuir substancialmente para a melhoria das condições de vida dos produtores agrícolas

das zonas verdes em particular e da cidade de Maputo em geral.

1.1 Problema e Justificação Moçambique tem cerca de 20.5 milhões de habitantes (INE, 2007), 54% dos quais são pobres

(MPD, 2003). “A pobreza é a impossibilidade por incapacidade ou por falta de oportunidade

de indivíduos, famílias e comunidade de terem acesso as condições mínimas, segundo as

normas básicas da sociedade (PARPA II, 2006)”. De acordo com o Ministério de

Planificação e Desenvolvimento (MPD, 2003) a agricultura constitui principal objecto para

erradicação da pobreza em Moçambique, sabido que cerca de 80% da população

moçambicana vive da agricultura que pode ser rural ou urbana e a erradicação da pobreza é

um dos principais e primeiro objectivo do milénio.

Segundo o INE (2007), cerca de 1099 102 habitantes em Moçambique vivem na Cidade de

Maputo onde a pobreza ainda persiste, tendo a sua incidência aumentado de 47.8 % em

1996/07 (IAF, 1997) para 53.6% em 2002/03 (IAF, 2003, MPD, 2003). As Zonas Verdes

podem contribuir para reduzir a pobreza das famílias que a praticam e de outros intervenientes

da cadeia de comercialização dos produtos agrícolas.

Segundo Dubbeling (2001), o potencial da AU de contribuir para a redução da pobreza só

pode ser realizado quando ela não é marginalizada durante o planeamento de uso dos espaços

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188  

urbanos e a planificação informada do uso dos espaços das zonas verdes requerem um

conhecimento dos principais autores de produção e comercialização do mercado de hortícolas.

1.2. Objectivos  1.2.1 Objectivo Geral

O presente estudo analisa a cadeia de comercialização agrícola nas zonas verdes da

cidade de Maputo como forma de contribuir para a o alcance da segurança alimentar e

desenvolvimento urbano de Maputo.

1.2.2 Objectivos Específicos

Identificar e descrever os diferentes autores na produção e comercialização dos

produtos agrícolas nas Zonas Verdes da Cidade de Maputo;

Estimar o rendimento esperado para as culturas do Repolho, Couve, Alface e Cenoura

nas Zonas Verdes da Cidade de Maputo;

Identificar os determinantes de produtividade agrícola das hortícolas nas Zonas Verdes

da Cidade de Maputo.

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189  

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA  2.1 Conceitos

As definições de cadeia produtiva propostas pela literatura são bastante vastas. Deste modo, o

trabalho ilustra alguns conceitos tirados da literatura sobre cadeias de comercialização:

De acordo com Castro et al. (1996), citado por Hoeflich (2000), cadeia de comercialização é

um conjunto de componentes interactivos, compreendendo os sistemas produtivos agro-

pecuários e agro-florestais, fornecedores de serviços e insumos, indústrias de processamento e

transformação, distribuição e comercialização, além de consumidores finais de produtos e

subprodutos da cadeia.

Cadeia de comercialização é definida também como sendo um conjunto de elementos,

empresas ou sistemas que interagem em um processo produtivo para a oferta de produtos ou

serviços ao mercado consumidor (César da Silva, 2006).

Burnquist et al (1994) citados por Nielki (2002) enfatizam que o estudo de uma cadeia de

comercialização comporta dois aspectos fundamentais:

• Sua identificação (produtos, itinerários, agentes, operação);

• A análise dos mecanismos de regulação (estrutura e funcionamento dos mercados,

intervenção do Estado, planificação).

Os pequenos proprietários em África tem custos de transacção elevados no processo de

produção e de comercialização dos produtos agrícolas devido a natureza dos seus produtos e o

ambiente em que elas operam (Lyne, 1996, Delgado, 1999).

North (1990) define custos de transacção como custos envolvidos em trocas ou comércio

(exemplos: custos de marketing), custos intangíveis (como procura de parceiros), contratos de

monitoria e execução. Além disso, transporte, processamento, armazenamento os seus custos

devem ser incluídos nos custos de transacção para caso dos países da África Sub-Sahariana

(Delgado, 1997).

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190  

Geralmente os custos de transacção podem ser subdivididos em implícitos e explícitos. Os

custos de transacção explícitos incluem os custos de transporte como a taxa paga ao on bus

enquanto que custos de transacção implícitos incluem os custos de oportunidade gastos na

procura de parceiros de comercialização, na espera do comprador entre outros. Os custos

implícitos são geralmente mas altos, e a extensão ou complexidade destes custos depende

fortemente do grau de organização do mercado e o desenvolvimento da infra-estrutura física e

institucional (Gonzalez-Vega, 1993). Os custos de transacção variam de acordo com o tipo de

produtos, tipo de agente de comercialização e tipo de unidade produtiva envolvida. As

transacções ocorrem em condições complexas e são estruturadas por factores ideológicos e

sociais como o género.

Segundo North (1990), instituições são leis formais e convenções informais que influenciam

os custos de transacção e amoldam os benefícios oferecidos pela troca e comercialização dos

produtos.

2.2 Origem e Conceito de Agricultura Urbana.

A expressão “agricultura urbana”, ou “agricultura intra e peri-urbana”, usada originalmente

apenas nos meios académicos e ocasionalmente pelos meios de comunicação, agora vêm

sendo adoptadas amplamente (Smith et al, 1996; FAO, 1996; COAG/FAO, 1999). Essa

popularização torna ainda mais importante que se defina e se especifique melhor o conceito,

pois, somente com maior coerência interna e funcionalidade externa ele poderá tornar-se uma

ferramenta útil e específica que poderemos compreender e utilizar.

De acordo com Mougeot (1999) as definições mais usuais da agricultura urbana se baseiam

nos seguintes determinantes:

• Tipos de área onde ela é praticada;

• Sua escala e sistema de produção;

• As categorias e subcategorias de produtos alimentares e não alimentares;

• A destinação dos produtos bem como a sua comercialização;

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191  

Muitas das definições usuais do que vem a ser a agricultura urbana desprezam uma

característica crítica que a faz ser realmente "urbana". A agricultura urbana é diferente da

agricultura rural (e complementar a ela) justamente por que ela está integrada no sistema

económico e ecológico urbano. A não ser que essa dimensão seja melhor compreendida e

tornada operacional, o conceito continuará sendo pouco útil nos "fronts" científico,

tecnológico e política (Mougeot, 1994).

As palavras “agricultura” e “urbano” sempre significaram coisas opostas. No entanto, nos

últimos anos começou-se a ouvir a expressão “agricultura urbana”. A expressão é

reconhecida pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação) e refere-se a

pequenas áreas situadas dentro de uma cidade e destinadas a cultivos e criação de pequenos

animais (de acordo com a legislação de cada país), para consumo próprio ou para venda em

mercados locais (Cavassa e Júnior, 2007).

De acordo com Machado e Machado (2002) a definição de agricultura urbana refere-se à

localização dos espaços dentro e ao redor das cidades ou áreas urbanas. A área interurbana

refere-se a todos os espaços dentro das cidades que podem ter algum tipo de actividade

agrícola. Podem ser áreas individuais ou colectivas ou ainda áreas públicas dentro e entre

os contornos das cidades, incluindo as vias públicas, praças, parques e áreas ociosas como

lotes e terrenos baldios. A área peri-urbana é mais complexa quanto à definição de sua

localização. Deve estar próxima à cidade, mas o limite pode variar de 10 a 90 km,

dependendo do desenvolvimento da infra-estrutura de estradas e dos custos de transporte.

A agricultura peri-urbana por sua vizinhança com as áreas rurais interfere nas mudanças da

agricultura, de forma geral e pode combinar o trabalho rural com o não rural, o que, em

determinado momento pode ser uma vantagem. Muitas áreas que há pouco tempo eram

consideradas rurais, hoje são áreas de agricultura peri-urbana.

Na verdade pode-se falar em várias agriculturas que ocorrem dentro do perímetro urbano, e

que se diferenciam pelo tamanho de exploração (desde propriedades médias nas periferias

das cidades até plantios em vasos nos jardins caseiros), com objectivo de fazer-se produção

comercial, a complementação de renda, reinserção social, resgate e preservação cultural,

actividade de lazer, busca por alimentos mais sadios, entre outros, com origem em

actividades espontâneas de agricultores, projectos privados ou governamentais, etc.

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192  

2.2.1 Importância da Agricultura Urbana

Entre as principais contribuições da agricultura urbana, podemos destacar três áreas

fundamentais: bem-estar, meio ambiente e economia. O aumento da segurança alimentar, a

melhoria da nutrição e da saúde humana nas comunidades carentes e o ambiente mais

limpo, reduzindo os surtos de doenças que estão relacionados ao bem-estar da população

(Machado e Machado, 2002).

Em relação ao meio ambiente, destacam-se a conservação dos recursos naturais, a

amenização do impacto ambiental decorrente da ocupação humana e a grande acção nas

comunidades, buscando a sustentabilidade. O incremento da reutilização e reciclagem de

resíduos é também de grande importância. Em relação à economia, ressaltam-se o aumento

na geração de empregos e o incentivo aos jovens, adultos e idosos com possibilidades de

trabalho desvinculadas daqueles marginais, que muitas vezes geram insegurança e

violência. Os trabalhos na agricultura urbana fortalecem a base económica, diminuem a

pobreza e fomentam o empreendimento, gerando trabalho para mulheres e outros grupos

marginalizados (Machado e Machado, 2002).

Nas regiões do mundo caracterizadas pelo colapso económico, tais como a África Oriental e a

Meridional, a última década testemunhou um impressionante aumento das áreas urbanas

dedicadas à produção informal de alimentos. Paralelamente, aumentou de modo inédito a

atenção mundial voltada para o tema da agricultura urbana (Bakker et al, 2000; Mbiba, 2001).

Entretanto, o panorama global revela que o reconhecimento formal e a integração da AU no

planeamento urbano e no desenvolvimento das cidades mudaram muito pouco, excepto talvez

pela redução no número de intervenções proibitivas ou directamente contrárias à agricultura

urbana.

Em muitas partes do mundo contribuem de forma significativa para a segurança alimentar das

populações periféricas. A produção urbana de alimentos é muito importante na China, foi

fundamental para a sobrevivência de Cuba após o fim da URSS e está se ampliando nas

periferias das grandes cidades de toda América, inclusive nos Estados Unidos (Cavassa e

Júnior, 2007).

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193  

A iniciativa, muitas vezes parte de organizações não governamentais ou instituições públicas,

que procuram organizar populações carentes e incentivá-las a implantar hortas, em geral

comunitárias, com objectivo de assegurar o auto - abastecimento ou a geração de renda

através da comercialização. Estas iniciativas têm alcançado diferentes graus de sucesso,

alguns positivos, outras são abandonadas quando termina o estímulo externo.

2.3. Alguns Casos Concretos de Implementação da Agricultura Urbana.

Até a primeira metade do século XX, as zonas rurais da América Latina e do Caribe (ALC

concentravam os maiores níveis de pobreza. Entretanto, com o passar dos anos, os pobres

migraram para as cidades buscando mais renda e melhor qualidade de vida. Nos últimos anos a

taxa de urbanização das cidades da América Latina cresceu aceleradamente, e, pela primeira

vez na História, há mais pobres urbanos do que rurais. Entre as estratégias empregadas pela

população urbana mais pobre e pelos governos locais encontra-se a agricultura urbana e a

conservação da biodiversidade (Santandreu et al, 2003).

Qualquer ameaça à produção agrícola na Índia é motivo de grande preocupação. Na Índia, a

agricultura representa um pouco mais de 25% do PIB e cerca de 80% da população depende da

agricultura como modo de vida. Entretanto, muitos consideram a segurança alimentar um luxo e

80% da população urbanizada gasta 70% ou mais de seus rendimentos com a compra de

alimentos (Mougeot, 1994). Apesar de a atenção estar focalizada na área rural, a agricultura

urbana faz uma importante contribuição para atender a crescente demanda urbana de alimentos,

particularmente de oferta de produtos perecíveis, e constitui importante fonte de segurança

alimentar, renda e emprego para os pobres.

Segundo um estudo realizado na Universidade de Botswana por A. C. Mosha (s/d) para o

IDRG, PGU-ALC e ONU - Habitat intitulado “ Focando o crédito na agricultura urbana em

Gaborone, Botswana” alega que embora a pobreza no Botswana seja predominantemente

rural a taxa de urbanização (8,4% por ano) é a maior da África. A migração rural levou à

preocupação crescente quanto às mudanças sociais e físicas que estão a ocorrer nas áreas

urbanas. Uma das redes de segurança social adoptada pelos pobres tem sido a agricultura

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194  

urbana, tanto como forma de sobrevivência quanto de complementação dos baixos

rendimentos, embora também exista quem a pratica em escala comercial.

No mesmo estudo realizado por A. C. Mosha (s/d) conclui-se que cada vez mais pessoas estão

se engajando nas práticas da agricultura urbana, criando ocupação produtiva, melhorando sua

nutrição, gerando renda e reduzindo a pobreza. Existe a necessidade de intervenções de

políticas públicas para melhorar o acesso a fontes de financiamento específicas para a

agricultura urbana, especialmente para os pobres, além de criar e aumentar linhas de crédito

específicas para o sector. E recomenda-se no mesmo estudo que o governo central deve

focalizar os produtores mais comprometidos com a actividade.

No mesmo estudo realizado por A. C. Mocha recomenda-se que Sistemas flexíveis e de apoio

ao crédito devem ser implementados para oferecer aos produtores, especialmente aos de menor

escala, várias opções de crédito e informações metodológicas para que possam desenvolver seus

empreendimentos, inclusive fornecendo treinamento relativo ao controle contabilístico, gestão e

comercialização. Os governos nacionais e locais, o sector privado e as ONG’s devem fornecer,

aos agricultores, apoio na comercialização de seus produtos por meio, por exemplo, da criação

de mercados que liguem directamente produtores e consumidores.

Com um baixo nível de produtividade agrícola e com taxas altas de pobreza, a insegurança

alimentar é um espectro constante para uma porção substancial da população de Moçambique:

64 por cento de todos os moçambicanos, mais de 10 milhões de habitantes, vivem em agregados

familiares com insegurança alimentar. O nível de insegurança alimentar é ainda mais elevado nas

zonas urbanas do que nas zonas rurais. Sessenta e sete por cento dos desagregados familiares

urbanos não têm comida suficiente, comparativamente aos 63 por cento dos habitantes do

campo (Garrett et al, 1996/97). Situação esta que pode ser minimizada nas zonas urbanas

com a prática de uma agricultura urbana através da prática de uma diversidade de cultura

que de ponto de vista ecológico seja sustentável.

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195  

2.4 Rendimentos e comercialização das hortícolas

No caso de culturas hortícolas não existem dados exactos sobre produção mundial, dado que

são produzidas principalmente para o auto – consumo. As quantidades vendidas só são

conhecidas onde existem mercados controlados, como resultado, mesmo para hortícolas mas

importantes, os dados de produção, área cultivadas e rendimentos não são completos.

Tabela 17: Rendimentos referentes a produção das hortícolas

Cultura

Rendimento mundial

(ton/ha) (a)

Rendimento esperado (ton/ha) em

Mocambique (b)

Couve 35 11-18

Repolho 52.3 -

Alface 20 -

Cenoura 20 11.5-20

FONTE : a) Gubben (1977); b) FAO (1994)

III. METODOLOGIA  3.1 Localização da área de estudo

O estudo foi realizado na cintura da Cidade de Maputo, conhecido por Zonas Verdes (ZV),

especificamente na baixa do Distrito Urbano Número 4 (DU4), que compreende os bairros de

Albazine, Costa de Sol e Mahotas e em alguns mercados formais e informais da cidade. E as

ZV localizam-se entre as latitudes 25º50´35,12´´S e 25º55´39,53’’S e Longitudes

32º36´17,49’’E e 32º39´58,34’’E. De acordo com o INE (2007), o distrito urbano número 4

(DU4) possui uma população de cerca de 293768 indivíduos dos quais 48.1 % são homens

que correspondem a um total de 1.413.02 indivíduos e 51.9 são mulheres que correspondem

um total de 1.524.66 indivíduos.

As Zonas Verdes (DU4) representam uma área agrícola de 1766 ha ocupados por 7787

agricultores que produzem alimentos para sua própria subsistência e abastecimento dos

mercados da Cidade de Maputo.

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196  

3.2. Determinação do tamanho da Amostra

A fim de se determinar a proporção dos agricultores e comerciantes em função do sexo, nível

de alfabetização e em categoria ou forma de organização usados na descrição da cadeia de

comercialização e também a fim de se estimar os rendimentos médios que fossem

representativos da população, determinou-se a amostra com base no método probabilístico

que é aquele em que cada unidade estatística tem uma certa probabilidade conhecida de

pertencer a amostra, e esta probabilidade é diferente de zero, usando-se uma amostragem

aleatória.

Deste modo segundo Mulenga (2004), tratando-se duma população finita donde se pretende

colher variáveis nominais e ordinais o tamanho da amostra pode ser aproximada com base na

seguinte fórmula:

Onde n é o tamanho da amostra, N é tamanho da população, Z é o valor crítico, obtido a partir

de um nível de confiança, e é o erro de estimação, p é a proporção da população que produz

pelo menos duas das culturas estudadas e q (1-p) é a proporção da população que produz

apenas uma das culturas estudadas.

Onde segundo Mulenga (2004) citando Levine (2000) quando não se conhece os valores

populacionais de p e q nem os amostrais, substituímos o p e q por 0.5 de modo que o produto

entre estes valores seja máximo há uma margem de erro ou erro máximo de estimativa que

não ultrapasse 5%. Mas devido a restrição financeira do estudo, a dispersão dos agricultores e

o elevado número de agricultores da população estudada assumiu-se os valores de p igual a

0.9 e um grau de confiança de 95% e o erro considerado foi de 5%, e com base nestes

pressupostos obteve-se uma amostra de 136 agricultores num universo de 7787 agricultores

que praticam a agricultura urbana nas zonas verdes da Cidade de Maputo.

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197  

3.3. Colheita e Análise dos Dados

3.3.1 Colheita dos dados

Foram usados questionários semi-estruturados ao nível do produtor e dos comerciantes

grossistas e retalhistas para recolher dados usados para a identificação e descrição dos autores

de produção e comercialização dos produtos agrícolas das Zonas Verdes. Para estimar os

rendimentos pesava se as culturas no momento da comercialização na machamba de cada

agricultor inquerido. E as áreas dos agricultores foram medidas com base num GPS. Para o

caso dos comerciantes a fim de se determinar os preços de venda também fez se pesagens nos

mercados onde estas hortícolas são comercializadas.

3.3.1.1 Colheita dos dados ao nível dos agricultores

Ao nível dos agricultores os dados foram colhidos entre os dias 22.10.08 a 09.11.08. As áreas

dos agricultores foram medidas com base num GPS, neste caso caminhou-se em volta do

campo de cada agricultor entrevistado de forma a se obter o comprimento e a largura da área

útil do campo agrícola para cada uma das culturas em estudo e o mesmo método foi usado

para a medição dos canteiros. Com base na largura e o comprimento das áreas agrícolas

calculou-se as áreas respectivas a cada cultura em estudo.

Os pesos das hortícolas das áreas colhidas foram medidos pesando-as com base numa balança

manual (150 Kg). Como as áreas por agricultor não são enormes, escolheu-se aleatoriamente

um número de canteiros que cobrisse 50% ou mais do número total para cada cultura e

contou-se o número de planta para se estimar o número médio de plantas por canteiro. Depois

no mesmo período pesou-se as embalagens compradas pelos revendedores desses produtos

agrícolas no momento da comercialização para facilitar a estimação dos rendimentos por

hectare a partir da determinação do peso médio de cada planta, visto que na machamba do

agricultor a comercialização é feita por canteiro.

Deste modo tendo se encontrado o número total de canteiros obtido pelo cociente entre a área

total do campo da cultura pela área média do canteiro da mesma cultura, o número de plantas

por canteiro e o peso médio de cada planta calculou-se os rendimentos esperados para cada

uma das hortícolas de folha em estudo usando-se a seguinte fórmula:

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198  

Onde REND é o rendimento médio estimado da cultura em ton/ha, Cn é o número total de

canteiros da cultura n, Nn é o número total de plantas por canteiro da cultura n e Wn é o peso

médio por planta da cultura n em Kg/planta. Os dados recolhidos via inquérito incluem os

custos dos factores produtivos usados para a produção de cada cultura, e os preços de

comercialização dos produtos.

3.3.1.2 Recolha dos dados ao nível dos comerciantes

Nos comerciantes das hortícolas os dados foram recolhidos entre os dias 10.11.08 a 15.11.08.

Para os comerciantes não aplicou se a fórmula da determinação do tamanho da amostra

descrita por Mulenga (2004) por duas razões, a primeira devido a dispersão dos comerciante e

principalmente devido a falta de dados estatísticos do número exacto dos comerciantes que

comercializam os produtos agrícolas provenientes das Zonas Verdes da Cidade de Maputo.

Deste modo para garantir a representatividade dos dados procurou-se de forma aleatória

inquirir o máximo possível dos comerciantes em cada mercado onde os dados foram

recolhidos do total que comercializam os produtos provenientes das Zonas Verdes.

Visto que muitos dos vendedores não usam balanças para comercializar estes produtos

agrícolas vendendo-os em lotes determinados pela experiência desta actividade, pesou-se os

lotes de cada comerciante inquerido e achou-se o peso médio e atribuiu-se o preço do lote ao

peso médio dos lotes para cada cultura em estudo e considerou-se tal preço como preço de

venda.

3.3.2 Identificação e descrição dos autores de produção e comercialização agrícola

A identificação e descrição dos autores de produção e comercialização agrícolas das zonas

verdes foram realizadas com base nos dados qualitativos e quantitativos recolhidos mediante

um questionário semi-estruturado em anexo submetido a cada um desses autores. E para testa

a hipótese de que o sexo dos autores de produção e de comercialização agrícola não está

associado a forma de organização de cada um desses autores, usada na descrição usou se o

teste de X2. E a formula geral de X2 é dada por:

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199  

Onde X2 é o qui-quadrado, O é a frequência observada e E é a frequência esperada. Calculado

o valor de X2cal comparou se com a distribuição X2 com graus de liberdade (n1-1)(n2-1) e o

nível de significância de 5%.

Assim, quando o valor de X2cal fosse superior que o X2

tab então havia evidencias para se

rejeitar a tal hipótese nula. Caso contrário, não se rejeita a hipótese nula acima definida.

Também na descrição dos autores com vista a testar se as hipóteses de que a proporção dos

produtores que produzem a cultura n do sexo masculino não se difere aos do sexo feminino, a

hipótese de que a proporção dos produtores e comerciantes do sexo masculino que sabem ler

e escrever não se difere a do sexo feminino e por fim a testar se também a hipótese de que a

proporção dos produtores e comerciantes com acesso ao credito e que sabem ler e escrever do

sexo masculino não se difere a do sexo feminino, usou se o teste de hipóteses de proporções

ou teste de Z. E a formula geral de Z é dada por:

Onde:

Onde þ1é a proporção da amostra 1, þ2 é a proporção da amostra 2, y1 é o valor total das

observações da amostra 1, y2 é o valor total das observações da amostra 2, n1 é o número total

das observações da amostra 1, n2 é o número total das observações da amostra 2 e o fi é o

estimador. E no teste bilateral só se rejeita a hipótese nula quando Z0> Zœ/2 ou Z0 <-Zœ/2.

3.3.3 Estimação dos rendimentos esperados para as culturas da couve, do repolho, do alface e da cenoura nas zonas verdes

Os rendimentos das culturas foram estimados com base na fórmula (2) descrita no ponto

3.2.1.1 a partir da média dos rendimentos de cada produtor. E a fim de se testar a hipótese de

que o rendimento médio esperado para os produtores do sexo masculino não se difere a dos

produtores do sexo feminino, usou se o teste da diferença de duas media sou teste de T. e a

formula geral de T é dada por:

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Onde:

Onde x1 e x2 são as médias das amostras 1 e 2 respectivamente, s2 é o desvio padrão. E no teste

bilateral só se rejeita a hipótese nula quando T0 > t(n1+n2-2) ou Z0 < -t(n1+n2-2).

3.3.4 Identificação dos determinantes de produtividade agrícola das hortícolas nas Zonas Verdes

Com vista a se identificar os determinantes da produtividade nas zonas verdes dos possíveis

como o tamanho do agregado familiar, tamanho da área cultivada, quantidade de pesticida

usada e quantidade de adubo usado, fez se uma analise dos coeficientes de correlação entre a

produtividade e cada uma destas variáveis. E considerou se como determinante da

produtividade as variáveis que tiverem um coeficiente de correlação (r)> 0.8 ou <- 0.8, por

que segundo Triiola (1999) estas correlações são consideradas fortes e significativas.

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201  

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO   Dos produtos agrícolas estudados (Repolho, Couve, Alface e Cenoura) comercializados em

mercados e feiras da cidade de Maputo (por exemplo; a feira mensal da casa agrária do

distrito urbano n0 4 da cidade de Maputo a fresco) e tendo se em conta a definição de cadeia

de comercialização dada por Silva (2005) como sendo “um conjunto de elementos, empresas

ou sistemas que interagem em processo produtivo para a oferta de produtos ou serviços ao

mercado consumidor”, identificou-se 5 elementos ou segmentos constituintes da cadeia de

comercialização:

1. Fornecedores de factores produtivos;

2. Os agricultores

3. Comerciantes grossista;

4. Comerciantes retalhistas;

5. Mercado consumidor;

Vê-se claramente na cadeia de comercialização destes produtos a ausência dos processadores

pelo facto destes serem comercializados a fresco e por falta de conhecimento de algumas

técnicas de conservação e processamento por parte dos agricultores e de outros segmentos da

cadeia.

Os fornecedores de factores produtivos refere-se a empresas que tem como finalidade ofertar

produtos tais como sementes, fungicidas, herbicidas, maquinaria, implementos agrícolas e

tecnologia, podendo se destacar para o caso do DU4 dois grandes grupos os informais e os e

os formais credenciados. Os fornecedores informais dos factores produtivos são também

conhecidos como vendedores ambulantes, estes levam o produto atem a machamba do

camponês e muitas das vezes não pagam o fisco e comercializam produtos não certificados e

em certos casos produtos não recomendados para o seu uso. E temos a destacar também os

fornecedores formais e credenciados onde temos como principal exemplo a Casa Agrária do

DU4 que vende os factores produtivos aos agricultores do DU4 dentre outras casas existentes

na cidade como a PANNAR, Agrifoccus, etc. É de realçar que para o caso da cultura da couve

81.3 % dos agricultores na du4 produzem as sementes localmente o que reduz de certa forma

os custos de produção dessa cultura.

No DU4 os agricultores que são os agentes cuja função é proceder o uso da terra para

produção agrícola, praticam principalmente a Horticultura e tem como principais culturas a

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202  

couve, o repolho, o alface e a cenoura. De vários factores que levam a prática desta actividade

agrícola podem se destacar as principais como a criação de uma fonte de rendimento, a

sobrevivência e a criação do auto emprego para as famílias que a praticam.

Nesse distrito tem se cerca de 53.55 % dos agricultores do sexo feminino e 46.45 % do sexo

masculino que usam uma mão-de-obra familiar e estes fazem a comercialização dos seus

produtos a fresco nas suas próprias machambas, deixando o papel do escoamento destes

produtos a cargo dos comerciantes que muitas das vezes influenciam na tomada da decisão do

preço. E cerca de 47.4 % do total dos agricultores também vendem os seus produtos agrícolas

em feiras mensais promovidas na casa agrária DU4 pelo CMCM.

Tabela 18: Dados referentes ao número de agricultores e ao local de venda dos produtos por cultura e por sexo

Produtores

que produzem

a cultura

Produtores que

vendem seus produtos

directamente no

mercado e também na

machamba

Proporção dos

agricultores que

produzem a cultura n

por sexo (P)

Homens

(P1)

Mulheres

(P2)

Cultura Nr. % Nr. % Nr. % Nr. % H1 Zcal

Couve 131 85% 66 50% 61 84% 71 87% P1≠ p2 -0.53

Repolho 110 71% 11 10% 55 75% 54 66% P1≠ P2 1.29

Alface 65 42% 35 54% 40 55% 40 49% P1≠ P2 0.75

Cenoura 25 16% 15 60% 11 15% 14 17% P1≠ P2 -0.34

Total de inqueridos = 155, dos quais 73 são homens e 82 mulheres

Nota: p1- proporção dos agricultores do sexo masculino que produzem a cultura n e p2 –

proporção dos agricultores do sexo feminino que produzem a cultura n.

Cerca de 85% dos agricultores do distrito urbano n0 5 dos quais 46.45 % são homens e

53.55% são mulheres cultivam a couve e todos os agricultores que produzem a couve vendem

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203  

os seus produtos na sua própria machamba e cerca de 50 % destes também levam os seus

produtos ao mercado (principalmente ao mercado Romão e a feira agrícola mensal na casa

agrária do distrito).

Do total das mulheres inquiridas apenas 84 % cultivam a couve e do total dos homens

inquiridos apenas 87% cultivam a couve. Deste modo com vista a testar a hipótese de que a

proporção dos homens que cultivam a couve é igual a das mulheres (H0: P1 = P2) usou se o

teste de proporções bilateral de hipóteses a um nível de significância de 5%. Uma vez que o

Zcal = -0.53 que excede o Z0.05 = -1.96 não se pode rejeitar a hipótese nula. Deste modo não há

evidências suficientes para se rejeitar a hipótese de que a proporção dos homens que produz a

couve é igual à das mulheres.

O repolho é cultivado por cerca de 71% dos agricultores do distrito urbano n0 4 dos quais

apenas 10 % levam o produto ao mercado para além de a comercializar na machamba. E cerca

de 75% do total dos homens é que cultiva o repolho e cerca de 66% do total das mulheres é

que produz a cultura do repolho. e com vista a testar a hipótese de que a proporção dos

homens que produz o repolho é igual a das mulheres realizou se um teste de proporções

bilateral donde obteve se um Zcal = 1.26 que não excede o Z0.05= 1.96 , o que mostra que não

há evidencia suficientes para se rejeitar esta hipótese. O que significa, que para a cultura do

repolho a proporção dos homens que a cultiva não se difere da proporção das mulheres.

A cultura da alface é cultivada por cerca de 42 % do total dos agricultores que praticam a AU

no distrito urbano n0 4 dos quais apenas 54% para além de comercializarem na própria

machamba também levam os seus produtos ao mercado. Sendo assim cerca de 55 % do total

dos agricultores do sexo masculino é que cultiva o alface e apenas 49 % do total dos

agricultores do sexo feminino é que produz a cultura do alface. E com vista a testar a hipótese

de que a proporção dos agricultores do sexo masculino que produz o alface não se difere da

proporção dos agricultores do sexo feminino que também produz esta cultura, realizou se um

teste de proporções bilateral donde obteve se um Zcal = 0.75 que não excede o Z0.05 = 1.96 o

que mostra que não há evidências suficientes para rejeitar a hipótese. O que pode se afirmar

que a um nível de significância de 5% não há evidências suficientes para se rejeitar que a

proporção dos agricultores do sexo masculino não se difere da proporção dos agricultores do

sexo feminino que produz a cultura da alface.

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204  

Por fim tem se acultura da cenoura que é praticada por cerca de 16 % dos agricultores do

distrito urbano n0 4 dos quais cerca de 60% destes para além de comercializarem seus

produtos na machamba também levam para comercializar no mercado. Do total dos homens

que praticam a AU no distrito urbano n04 apenas 15% produz a cultura da cenoura e do total

das mulheres apenas 17% produz essa cultura. E com vista a testar a hipótese de que a

proporção dos homens que produzem a cultura da cenoura não se difere da proporção da

mulheres que a produz, usou se o teste de proporção bilateral onde a um nível de significância

de 5% obteve se um Zcal = -0.34 que excede Z0.05 = -1.96 o que mostra que não há evidências

suficientes para se rejeitar esta hipótese.

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

Homes Mulheres

Sexo

% d

e A

gric

ultu

ros

por s

exo

Figura 11: o gráfico ilustra a percentagem dos agricultores do distrito urbano n0 4 por sexo

Do total dos agricultores do distrito urbano n0 4 apenas 29.3 % sabe ler e escrever e estes

vivem em agregados familiares constituído em média por 6 membros variando deste modo de

agregados com um mínimo de 3 membros a um máximo de 12 membros por agregado. Tendo

estes agregados familiares tem um adulto em média, variando deste modo de 2 a 4 adultos em

cada agregado familiar a que os agricultores pertencem, e na sua maioria estes adultos tem

como principal fonte de renda a agricultura urbana. E cerca de 50.6 % destes agregados

familiares tem como chefe de família uma mulher. E, apenas 18.8 % do total dos agricultores

que praticam a AU neste distrito tem acesso ao crédito, quer financeiro querem em factores

produtivos.

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205  

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Sim Nao

nivel de alfabetizacao

% d

e ag

ricul

tore

s

Figura 12: o gráfico ilustra a percentagem dos agricultores do distrito urbano n0 4 por nível de alfabetização (sim – agricultores que sabem ler e escrever, não - agricultores que não sabem ler e nem escrever)

Desta forma, cerca de 28.8 % do total dos homens que praticam a AU no distrito urbano n0 4

sabem ler e escrever e cerca de 2.9.3% do total das mulheres também sabem ler e escrever. E

com vista a testar a hipótese de que a proporção dos homens que praticam a AU que sabem ler

e escrever não se difere da proporção das mulheres com base no teste de proporções bilateral

obteve se um Zcal = -0.069 que excede o Z0.05 = 1.96, o que a um nível de significância de 0.05

o teste não mostra evidencias suficientes para se rejeitar tal hipótese. Com isso pode se

afirmar que segundo este teste não há evidências para se rejeitar que a proporção dos homens

que sabe ler e escrever e que pratica a AU nas ZV não se difere da proporção das mulheres.

Com isso pode se afirmar que o sexo não tem nenhuma influência sobre a educação dos

agricultores.

Os agricultores encontram se organizados em três grandes grupos, o grupo dos agricultores

pertencentes as associações que constituem cerca de 87.1 % do total dos praticantes da AU

nesse distrito urbano, o grupo dos agricultores pertencentes as cooperativas que constituem

cerca de 10.3 % que tendem a reduzir ao longo dos anos dando espaço as associações e por

fim temos um pequeno grupo dos agricultores individuas que constituem cerca de 2.6 %.

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206  

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Coop Ass Ind

organizacao

% d

e ag

ricul

tore

s po

r org

aniz

acao

Figura 13: o gráfico ilustra a percentagem dos agricultores do distrito urbano n0 4 por organização (coop – agricultores organizados em cooperativas, Ass – agricultores organizados em associações, ind – agricultores individuais)

E com vista a testar a hipótese de que não existe nenhuma associação entre a organização dos

agricultores e o sexo com base no teste X2 a um nível de significância de 0.05, obteve se um

X2cal

= 1.4 que não excede o X2CRIT = 5.99, o que mostra claramente que não há evidências

suficientes para se rejeitar tal hipótese. Com isso pode se dizer que de acordo com esse teste

não há evidências suficientes para se rejeitar que não existe nenhuma associação entre a

organização dos agricultores e o sexo.

Estes produtores agrícolas enfrentam inúmeros problemas sendo destacados como os

principais na época quente a falta de água, elevado índice de pragas e doenças, preços baixos

oferecidos pelos revendedores dos seus produtos, o elevado custo dos fitossanitários e o roubo

em suas machambas.

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207  

Tabela 19: Dados dos agricultores referentes ao acesso ao crédito e o nível de alfabetização

por sexo

Nível de alfabetização e o acesso ao credito (%)

Homens Mulher Recebe

crédito Sabem ler Não sabem ler Sabem ler Não sabem ler

Sim 0.185 0.170 0.231 0.3

Não 0.815 0.830 0.769 0.7

Total 1 1 1 1

Cerca de 18.5 % dos homens que sabem ler e escrever e que praticam a AU no DU4 é que

tem acesso ao crédito e apenas cerca de 17 % dos homens que não sabem ler nem escrever é

que tem acesso ao crédito bancário. E para o caso das mulheres que praticam a AU no DU4

tem se cerca de 30 % de mulheres que tem acesso ao crédito dos que sabem ler e escrever e

apenas 16.9 % de mulheres com acesso ao crédito do total das mulheres que não sabem ler

nem escrever.

Com vista a testar a hipótese de que a proporção dos homens que sabem ler e tem acesso ao

crédito que pratica a AU no DU4 não se difere da proporção das mulheres com base no teste

bilateral de proporções a um nível de significância de 0.05obteve se um Z cal = -0.34, que

excede o Z0.025 = -1.96. com isso pode se afirmar que não existe evidências suficientes para se

rejeitar tal hipótese. E com vista a testar a hipótese de que a proporção dos homens que

praticam a AU na ZV que tem acesso ao credito e que não sabem ler nem escrever não se

difere a das mulheres com base no mesmo teste de proporção a um nível de significância de

0.05, obteve se um Zcal = -1.94 que não excede Z0.025= -.1.96. o que mostra que temos

evidencia suficientes para rejeitar a tal hipótese, com isso pode se afirmar que a proporção das

mulheres que não sabem ler nem escrever que tem acesso ao credito é maior que a dos

homens

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208  

Tabela 20: Dados dos agricultores referentes ao uso de pesticidas e fertilizantes por cultura e por sexo

Para os agricultores que praticam a AU o uso de pesticida é generalizado na produção das

culturas da couve, repolho e alface o que significa que todos usam pesticidas para a produção

das mesmas. Para o caso da produção da cenoura os agricultores que praticam a AU na ZV não

usam pesticidas. O adubo inorgânico é usado na produção das culturas por todos os

agricultores praticantes da AU na ZV assim como o estrume.

Tabela 21: Dados dos agricultores referentes ao local de venda dos seus produtos e aos preços de compra dos factores produtivos por cultura e por sexo

 

Uso de pesticida por sexo e por cultura (%)

Uso do adubo por sexo e por cultura (%)

Uso do estrume por sexo e por cultura (%)

Cultura Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres

usam não usam Usam

não usam usam

não usam usam

Não usam usam

Não usam usam

Não usam

Couve 0.984 0.016 0.943 0.057 0.984 0.016 0.944 0.056 0.984 0.016 0.930 0.070 Repolho 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 Alface 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 Cenoura 0 1 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0

Local onde os agricultores vendem os seus produtos por sexo (*100%) Homens Mulheres Preços dos factores produtivos (mt)

Cultura Na

machamba no mercado consumidor

Na Machamba

No mercado consumidor Pesticida

(mt/l) Adubo (mt/Kg)

estrume (mt/ saco de 50 Kg

Semente (mt/Kg)

Couve 54% 46% 46% 54% 247.1 48.937 24.93 Repolho 54% 46% 38% 62% 247.5 50 25 1633 Alface 55% 45% 43% 58% 247.3 50 25 197 Cenoura 55% 45% 29% 71% 50 25 1400

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210  

Cerca de 54 % dos agricultores do sexo masculino do DU4 que cultivam a couve vendem os

seus produtos apenas na sua própria machamba e apenas 45 % é que comercializam os

directamente no mercado para alem de o comercializarem também na sua própria machamba,

e para os agricultores do sexo feminino que produz a couve tem se cerca de 46 % que

comercializam os seus produtos apenas na sua própria machamba e cerca de 54 % dos

agricultores que para alem de comercializarem na sua própria machamba também

comercializam no mercado. Estes agricultores adquirem o pesticida a um preço de 247 mt/l, o

adubo a um preço de 49.937 mt/Kg, o estrume a um preço de 24.93 mt/saco e a semente é

produzida localmente para o caso desta cultura.

Cerca de 54 % dos homens que produzem o repolho comercializam os seus produtos na sua

própria machamba e cerca de 46% comercializam no mercado para além de o

comercializarem na sua própria machamba. E para o caso dos agricultores do sexo feminino

tem se cerca de 38 % que comercializam na sua própria machamba e 62 % destes que para

alem de comercializarem na sua própria machamba também a comercializam no mercado. E

estes agricultores adquirem o pesticida a 247 mt/l, o adubo a 50 mt/Kg, o estrume a 25 mt por

cada saco e a semente a um preço de 1633 mt/100g.

Para o caso da cultura do alface tem se cerca de 55 % dos homens que a produzem e que a

comercializa apenas na sua própria machamba e cerca de 45 % que para alem de a

comercializarem na sua própria machamba também a comercializa no mercado. Para o caso

das mulheres que a produzem tem se cerca de 45 % que apenas comercializam na sua própria

machamba e cerca de 55% que para além de comercializarem na própria machamba também a

comercializa no mercado. E o preço da aquisição do pesticida, adubo e estrume são os

mesmos acima referidos para o repolho e a semente é adquirida a um preço de 197 mt/100g.

E por fim para o caso da cultura da cenoura que é a menos praticada das culturas estudadas

tem se cerca de 55 dos homens a que a cultivam que comercializam apenas na sua própria

machamba e cerca de 55 % comercializa no mercado para alem de a comercializarem na sua

machamba. E para o caso das mulheres que cultivam a cenoura apenas 29 % é que

comercializa este produto apenas na sua própria machamba e cerca de 71 % comercializa no

mercado para além de a comercializar na sua própria machamba. Os agricultores do DU4 não

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211  

usam pesticidas na produção da cenoura e os preços do adubo e estrume que eles usam é

semelhante aos preços acima referidos na cultura do repolho e a semente é adquirido ao preço

de 1400 mt/100g.

De repisar que os agricultores que comercializam os seus produtos no mercado consumidor

cambem comercializam na sua própria machamba. O mercado consumidor a que se refere

para o caso dos agricultores são os mercados do Albazine e as feiras mensais promovidas pelo

CMCM na casa agrária do distrito urbano no. 4, por que estes são os únicos mercados para

onde os agricultores levam os seus produtos.

Tabela 22: Dados dos agricultores referentes as áreas dos canteiros, peso das plantas e preços de venda dos produtos agrícolas por cultura e por área

Área do canteiro

por cultura e por

sexo (m2)

Cultura homens mulheres

Peso de

planta por

cultura

(Kg) Unidade de venda

Preço de

venda do

produtor

Couve 10.7 9.7 0.327322835 mt/canteiro de 10 m2 80.0

Repolho 10.3 10.3 1.631531532 mt/Kg 6.2

Alface 10.3 10.4 0.34625 mt/canteiro de 10 m2 218.6

Cenoura 12.4 12.4 20.88 mt/Kg 12.7

os números a negrito indicam o peso por canteiro

A unidade de venda das culturas da couve e alface é feita com base em canteiros na

machamba do camponês. Deste modo, por consenso, marca-se um preço a cada canteiro que

muitas das vezes é influenciada pelo comerciante visto que os agricultores não têm tanto

tempo para levar o produto ao mercado visto que esses devem cuidar das suas machambas.

Desta forma a couve é comercializada a 80 mt/ canteiro e a alface a 216 mt/canteiro. E, para o

caso das culturas do repolho e da cenoura a unidade de venda é mt/Kg, sendo o repolho

comercializado a 6 mt/Kg e a cenoura a 12.7 mt/Jg.

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212  

No caso de comerciantes dos produtos agrícolas das Mahotas destacam-se três grandes grupos

os grossistas, retalhistas, e grossistas – retalhistas. Os comerciantes grossistas são os grandes

distribuidores que possuem a função de abastecer redes de supermercado, postos de venda e

mercado, tem-se como principal exemplo destes tipos de comerciantes os vendedores do

Mercado Zimpeto que comercializam na sua maioria o Repolho e a Cenoura dos produtos em

estudo proveniente do DU4. Tem-se os comerciantes retalhistas que são os pontos cuja a

função é comercializar os produtos agrícolas (Repolho, Couve, Alface e Cenoura) juntos ao

consumidor final e tem-se como principal exemplo os vendedores destes produtos que fazem

a comercialização nos Mercados do Xipamanine, Janet, Compoune, Xikelene, Central,

Malanga e em artérias da Cidade de Maputo dentre outros mercados, e por fim temos os

comerciantes grossistas - retalhistas que tem a função dos dois tipos de comerciantes

anteriormente descritos e o principal exemplo são os vendedores destes produtos no mercado

Fajardo.

Cerca de 90.4 % do total dos comerciantes dos produtos agrícolas provenientes do distrito

urbano n04 são mulheres e apenas 65.7 % sabem ler e escrever. O imposto a que este grupo de

agente é cobrado depende do mercado a que eles comercializam os seus produtos mas é de

realçar que todos estes agentes pagam algum tipo de imposto pela actividade, por exemplo os

comerciantes grossistas do mercado Zimpeto pagam uma taxa de 50 mt por dia ao CMCM e

para os restantes mercados os comerciantes pagam uma taxa de 3 mt/dia. E do total dos

comerciantes dos produtos agrícolas estudados cerca de 68.16 % são retalhistas, 5.79 % são

grossistas e 20.1 % são retalhistas – grossistas.

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213  

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Mulheres Homens

S e x o

Figura 14: o gráfico ilustra a percentagem dos comerciantes dos produtos agrícolas do distrito urbano n0 4 por sexo

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

90.00

100.00

Sim nao

Nivel de alfabetizacao

% d

e A

lfabe

tizac

ao

Figura 15: o gráfico ilustra a percentagem dos comerciantes dos produtos agrícolas do distrito urbano n0 4 por nível de alfabetização (sim – comerciantes que sabem ler e escrever, não – comerciantes que não sabem ler e nem escrever)

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214  

Cerca de 100 % dos homens que comercializam os produtos agrícolas do DU4 sabem ler e

escrever e para o caso das mulheres que se dedicam a comercialização dos produtos agrícola

do DU4 apenas 66.7 % é que sabe ler e escrever. E com vista a testar a hipótese de que a

proporção dos homens que sabe ler e escrever não se difere da proporção das mulheres que

sabe ler e escrever com base no teste Z de proporções bilateral, a um nível de significância de

0.05 obteve se um Zcal = 1.55 que não excede Z0.025= 1.96 que mostra claramente que não há

evidencias suficientes para rejeitar tal hipótese com isso pode se afirmar que estatisticamente

a proporção dos homens que comercializam os produtos agrícolas no DU4 que sabem ler e

escrever não se difere a das mulheres.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Tipo1 Tipo2 Tipo3categorias

% p

or c

ateg

oria

Figura 16: o gráfico ilustra a percentagem dos comerciantes dos produtos agrícolas do distrito urbano n0 4 por categoria de comerciante (tipo1 – comerciante retalhista, tipo2 – comerciante grossista, tipo3 – comerciante retalhista e grossista)

Com vista a testar a hipótese de que o tipo de organização dos comerciantes não está

associado ao sexo dos comerciantes com base no teste X2 a um nível de significância de 0.05

obteve se um X2cal = 13.84 que excede o X2

0.05= 5.9, o que com isso pode se afirmar que temos

evidencias suficientes para rejeitar a tal hipótese. Com isso podemos afirmar que temos

evidências suficientes para afirmar que o tipo de organização esta relacionado com o sexo.

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215  

Tabela 23: Preços médios praticados em cada mercado por cultura

São inclusos dentro dos comerciantes também os transportadores destes produtos que na sua

maioria pertencem a classe dos proprietários privados que apenas desempenham o papel de

transportadores. O transporte da mercadoria é feita em camiões e paga se o preço único de 15

a 25mt por saco de mercadoria de 50 a 100 Kg a que se chama de chidjunba do bairro

Abazine até ao mercado Xipamanine e 35 – 50 mt ate ao mercado Fajardo e Malanga, que são

os principais mercados grossistas - retalhistas que abastecem os outros mercados da cidade de

Maputo. O mercado Zimpeto é o maior mercado grossista formal da cidade de Maputo e o

produto proveniente do distrito urbano n0 4 que mais se comercializa é o Repolho, e os

comerciantes deste produto pagam 1000 a 1200 mt/ton pelo transporte e comercializam este

produto ao preço mas baixo em relação aos outros mercados da cidade, isto é, no período em

estudo era comercializado há 7 mt/Kg e por sua vez estes adquiriam este produto dos

agricultores a um preço de 5 mt/Kg. E o maior problema que estes transportadores enfrentam

é a fraca via de acesso que liga os campos dos agricultores ao mercado Xipamanine que

contribui negativamente para a conservação dos camiões.

Na sua maioria estes produtos chegam muito pouco e em muitos casos não chegam a serem

comercializados em grandes supermercados e hotéis da cidade optando estes pelos produtos

Sul-Africanos, o que se deve provavelmente pela forma que é transportada em sacos e a falta

de fiscalização de qualidade o que deixa duvidar. E por fim tem-se o mercado consumidor que

é o ponto final constituído pelos comerciantes e consumidores, e este mercado de acordo com

Preço de venda (mt/Kg)

Cultura Mercado

Xikelene

Mercado

zimpeto

Mercado

Fajardo

Mercado

Compoune

Mercado

da

Malanga

Mercado

Janet

Mercado

Central

Couve 15 15 15 20 22.5 25

Repolho 15 7 10 15 12.5 25 30

Alface 10 20 15 15 30 30

Cenoura 17.5 12 15 15 25 30 25

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216  

César da Silva (2005) pode ser classificado como mercado doméstico pelo facto de se

localizar dentro do país especificamente dentro da Cidade de Maputo.

Figura 17. Cadeia de Comercialização dos Produtos Agrícolas (couve, repolho, alface e cenoura) do Distrito Urbano N0 4 da Cidade de Maputo

E estes elementos operam em dois grandes ambientes, o institucional e organizacional. O

ambiente institucional refere-se ao conjunto de leis ambientais, trabalhistas, tributárias e

comerciais bem como as normas e padrões de comercialização portanto são os instrumentos

que regulam as transacções. O ambiente organizacional é estruturado por entidades na área de

influência da cadeia de comercialização tais como agências de fiscalização ambiental,

agências de crédito, universidades, centros de pesquisa e agências credenciadas.

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217  

No DU4 verifica-se muito pouco a presença das agências de fiscalização ambiental o que

acaba perigando a saúde de muitos dos consumidores destes produtos agrícolas visto que os

praticantes desta actividade agrícola usam constantemente os agro - químicos sem nunca ter

tido uma formação para o uso dos mesmos, e associado a esta situação esta o facto de muitos

dos agricultores não saberem ler nem escrever para que possam ler o formulário das

embalagens.

É de referir também que muitos dos agricultores compram agro – químicos com vendedores

informais (ambulantes) não credenciados que vão ao encontro destes nas suas próprias

machambas oferecendo-lhes preços mais baixos comparado aos preços oferecidos pelas casas

formais e credenciadas para a comercialização dos agros – químicos. Em certos casos a

ausência da fiscalização rígida das entidades competentes leva com que os agricultores não

tenham em conta os intervalos de segurança dos fitossanitários que usam e em casos extremos

a aplicação de pesticidas doméstico na agricultura pensando que esta é a solução para o

combate de pragas e doenças resistentes.

Muitos dos agricultores do DU4 não tem o acesso ao crédito quer financeiro ou em factores

de produção por falta de informação sobre as agências de créditos e em alguns casos devido

ao excesso da burocracia exigida e as condições a que lhes são impostas pelas agências como

garantia ao crédito que lhes é concedida que muitas das vezes não é do alcance dos credores.

Um número reduzido de agricultores recebe crédito financeiro do Banco Pró - Credito mas

estes reclamam as elevadas taxas de juro a que lhes é imposta face aos elevados custos de

factores de produção de qualidade no mercado.

Quanto as Universidades e Centros de Pesquisas, os agricultores reclamam o facto de muitos

estudos terem sido feitos mas que não lhes proporcionou mudanças visíveis ou que não

tiveram acesso aos resultados de tantos trabalhos de pesquisa realizados. E por fim temos as

agências credenciadas onde temos a destacar os órgãos públicos como o caso do Conselho

Municipal da Cidade de Maputo que é responsável pela assistência técnica aos agricultores

associados na sua maioria, organização de feiras mensais dos produtos agrícolas, coordenação

de alguns projectos de apoio ao agricultor das Zonas Verdes em particular do DU4, também

se destaca a Direcção da Agricultura da Cidade de Maputo que desempenha também funções

semelhantes. Tem-se também alguns órgãos privados como o caso da União Geral das

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Cooperativas que presta assistência aos agricultores organizados em cooperativas que

constitui a minoria dos agricultores do DU4 visto que muitos dos agricultores tendem a

abandonar este tipo de organização e por fim a União Nacional dos Camponeses. Em alguns

casos estes agentes credenciadas deveriam exercer a função de certificar se um determinado

segmento ou elemento da cadeia atende requisitos para a comercialização, isto ocorre por

exemplo na certificação dos produtos com identidade preservada.

Deste modo para o caso dos agricultores do distrito urbano n0 4que na sua maioria praticam a

horticultura e tendo em conta culturas estudadas as áreas e os rendimentos estimados foram as

seguintes:

Tabela 24: Rendimentos estimados para as culturas da couve, repolho, alface e cenoura no distrito urbano n0 4

Cultura Area ( ha) Rend (ton/ha)

Couve 0.085 19.24

Repolho 0.051 69.25

Alface 0.42 17.44

Cenoura 0.08 17.1

O rendimento médio estimado no distrito urbano n0 4 para a produção da couve foi de

aproximadamente de 19.24 ton/ha que aproxima-se ao rendimento obtido num estudo

realizado por Ferreira et al (2002) em que se analisa os fertilizantes e espaçamento entre

plantas na produtividade da couve da Malásia em que se obteve maior produtividade

biológica a um espaçamento de 30x10 com uma adubação mineral no Brasil e segundo o

mesmo autor, este rendimento aproxima-se muito ao registrado na Malásia e na China onde

esta hortícola é cultivada em larga escala.

Para o caso da cultura do repolho estimou-se um rendimento médio de cerca de 69.25 ton/ha ,

rendimento este que aproxima-se ao rendimento encontrado no estudo realizado por Aquino

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et al (2005) em que se analisa as características produtivas do Repolho em função do

espaçamento e doses de nitrogénio na qual a um nível de adubação com nitrogénio de 150

kg/ha, a um espaçamento de 40*30m2 encontrou-se um rendimento de 73.44 ton/ha que se

assemelha ao facto dos agricultores do DU4 por estes usarem frequentemente compassos

apertados e ureia como principal adubo.

Para o alface estimou-se um rendimento médio de 17.44 ton/ha um rendimento que aproxima-

se ao encontrado por Lima de Oliveira et al (2006) na cultivar taina que foi de 19,9. Por fim

temos a cultura da cenoura que proporciona no DU 4 um rendimento médio de 17.1 ton/ha. O

que mostra que ainda produz-se essa cultura a rendimentos baixos porque segundo Moura et

al (1994) a cenoura produz normalmente em media 20 a 40 ton/ha.

Tabela 25: Dados dos agricultores referentes aos rendimentos e as áreas cultivadas por cultura e por sexo

Rendimento médio

esperado por sexo

(ton/ha)

Área media

estimada por sexo

(m2)

Peso mediu de

planta por sexo

(Kg/planta)

Cultura Homens Mulheres

Hipótese

alternativa

(H0) Tcal Homens Mulheres Homens Mulheres

Couve 18.88 19.44 μ 1≠ μ2 -0.240 848.92 836.36 0.34 0.32

Repolho 69.29 69.09 μ 1≠ μ2 0.006 498.38 509.2 1.65 1.65

Alface 17.01 17.66 μ 1≠ μ2 -0.163 480.63 403.38 0.34 0.36

Cenoura 16.64 17.52 μ 1≠ μ2 -0.194 81.82 78.38 20.25 21.1

A unidade dos numeros a negrito e Kg/Canteiro

Nota: μ 1 – rendimento médio estimado na cultura n produzida pelos produtores do sexo

masculino e μ2 – rendimento estimado na cultura n para os agricultores do sexo feminino.

O rendimento médio estimado para os homens na produção da couve nas ZV foi de 18.88

ton/ha, e de 19.44 ton/há para as mulheres. e de acordo com o teste t ou teste da diferença

entre medias a um nível de significância de0.05 não há evidências suficientes para se rejeitar a

hipótese de que a media de rendimento estimado para a produção da couve nas ZV pelos

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homens não se difere do rendimento estimada para as mulheres ( H0 : μ 1 = μ2 ), visto que o Tcal

=-0.24 que não excede o T0.025 = -1.99 num teste bilateral.

Para a produção da cultura do repolho estimou se para os homens um rendimento de 69.29

ton/ha, e de 69.09 ton/há para as mulheres. Onde de acordo com o teste de T a nível de

significância de 0.05 não há evidencias para se rejeitar a hipótese de que o rendimento médio

estimado na produção do repolho para os homens não se difere do estimado para as mulheres,

visto que num teste bilateral obteve se um Tcal = 0.006 que não excede o T0.025 = 1.99.

Para o caso da produção da cultura de alface estimou se na ZV um rendimento de 17.01

ton/há para os homens e um rendimento de 17.66 ton/há para as mulheres. O que de acordo

com o teste de T a um nível de significância de 0.05 não há evidencias suficientes para se

rejeitar a hipótese de que o rendimento estimado para a produção do alface na ZV para os

homens não se difere com a encontrada nas mulheres, visto que num teste bilateral obteve se

um Tcal = -0.163 que não excede o T0.025 = - 1.99.

E por fim temos a cultura da cenoura onde estimou se na sua produção na ZV um rendimento

de 16.64 ton/há para os homens e de 17.52 para as mulheres. O que de acordo com o teste T

não há evidencias suficientes para se rejeitar que estes rendimentos não diferem, visto que

num teste bilateral obteve se um Tcal =- 0.194 que excedo T0.025 = -1.64. De realçar que para

os dados de rendimento de todas as culturas assumiu se que as variâncias são homogéneas.

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Tabela 26: Grau de relacionamento ou coeficientes de correlação entre a produtividade e o as variáveis tamanho do agregado familiar, área cultivada e a quantidade de uso de pesticida e adubos

tamanho do

agregado

familiar

Area

cultivada

(m2)

quantidade

de

pesticida

usado

(l/ha)

Quantidade

de adubo

inorganico

usado

(Kg/ha)

quantidade

de adubo

organico

usado

(sacos de

50 Kg/ha)

cultura da couve

Produtividade

(ton/ha) -0.01469 0.180238 0.052046 0.0335 -0.08309

cultura do repolho

Produtividade

(ton/ha) 0.101979 0.269927 0.058179 0.059963 -0.06985

cultura do alface

Produtividade

(ton/ha) -0.01469 196.0054 0.06773 0.03354 -0.06696

cultura da cenoura

Produtividade

(ton/ha) 0.070166 0.317249 0 -0.17357 0.23315

Os valores negativos dos coeficientes indicam uma correlação negativa ou seja o aumento de

uma delas reduz a outra e os valores positivos indicam a existência de uma correlação

Positiva o que significa que o aumento duma variável promove consequentemente o aumento

da outra. E os valores do coeficiente variam de -1 a +1, o que significa que quanto mas

próximo de -1 ou +1 mas forte a relação é entre as variáveis e quanto mas próximo de zero

mas fraca é a relação entre elas e quando o coeficiente for igual a zero mostra que não existe

nenhuma relação entre elas e segundo Triola (1999) a correlação é forte e significativa quando

esta for igual ou superior a -0.8 ou a +0.8. e para o caso do DU4 verifica se uma correlação

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muito fraca e quase inexistente entre as variáveis produtividade e as variáveis tamanho do

agregado familiar, área cultivada, quantidade do uso de pesticida e quantidade do uso de

adubos para todas as culturas estudadas sendo esta condicionada pelas sementes usadas,

praticas culturais e o tipo de solo.

V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 

5.1 Conclusões

A cadeia de comercialização das zonas verdes é constituída apenas pelos fornecedores

factores produtivos, produtores agrícolas, comerciantes grossistas, comerciantes retalhistas e o

mercado consumidor. a cadeia caracteriza se uma fraca coordenação e integração entre os

elementos da cadeia, o ambiente organizacional e o ambiente institucional.

a produtividade nas zonas verdes não é determinada pelo tamanho dos agregados familiares,

tamanho da área agrícola, quantidade de adubos usados, e nem pela quantidade de pesticida,

sendo esta determinada pela semente usada, praticas culturais e o tipo de solo. E os

rendimentos estimados para as culturas da couve, repolho, alface e cenoura foram de 19.24,

69.25, 17.44 e de 17.1 ton/há respectivamente.

5.2 Recomendações

Resultados obtidos nesse estudo e em outras partes segura Schush et al (2006) e Zeeuw et al

(2003), mostra a necessidade de se recomendar aos investidores dessa área a desenvolverem

mais projectos de formação dos agricultores em técnicas de mínimo processamento das

hortícolas visto que isso para além de aumentar o valor final do produto também criará mais

fontes de rendimento.

E como esta actividade está muito ligada ao uso dos fitossanitários, a agricultores de baixo

nível de escolaridade como o caso das zonas verdes e pelo facto de se comercializar estas

hortícolas a fresco que por vezes é também consumido a fresco mostra-se também a

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necessidade de se recomendar também a implementação de mais projectos de formação dos

agricultores nas áreas ligadas a utilização correcta, saudável e sustentável dos fitossanitários.

As entidades governamentais ligadas a essa actividade da agricultura urbana recomendam a

adopção e implementação de políticas mais vigilantes de modo a garantir que a população

dessas Zonas Verdes faça uma produção agrícola adequada, saudável e sustentável de modo

que isso não traga consequências futuras indesejadas a saúde pública e ambiental, no sentido

de incrementar as fontes de rendimento dessas populações contribuindo de alguma maneira

para a redução da pobreza.

A população local recomenda-se a participação pratica e activa das mesmas nos projectos

relacionados com as formações técnicas que contribuem para a sustentabilidade dessa

actividade e conservação da natureza minimizando deste modo o risco a saúde pública e

ambiental.

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Anexos 1: Execução Financeira No âmbito da implementação do acordo de parceria celebrado entre a UEM, O Conselho

Municipal e a ESSOR, foram alocados fundos no valor de 93.211,00 (noventa e três mil,

duzentos e onze meticais) para implementação das actividades previstas. A gestão deste

fundo esteve a cargo da Faculdade de Agronomia, o qual era entregue directamente aos

executores das actividades (estudantes do último ano do curso de agronomia), mediante a

apresentação de um plano de trabalho devidamente autorizado pelo supervisor, em duas

tranches, e apresentados posteriormente os justificativos correspondentes às despesas

realizadas.

Assim, todas as despesas efectuadas têm o respectivo suporte documental que se mantêm

disponível, no arquivo da Faculdade, para qualquer consulta. Do mapa demonstrativo que se

anexa fica claro que todo o montante disponível foi gasto, havendo um saldo negativo de

369,00 mt, suportado pela Faculdade3.

3 Faculdade mantém-se aberta a providenciar a informação sobre a execução financeira com o detalhe que for recomendado 

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Tabela 1: Resumo orçamental dos estudos específicos: Pragas, Doenças, Solos, Impacto ambiental e Comercialização

Qty P. Unitário Total Qty P. Unitário Total Qty P.Unitário Total Qty P. Unitário Total Qty P. Unitário Total1. Preparação

Revisão bibliográfica Unidade 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 - Mapas, relatórios, etc. Unidade 2 0 0 3 0 0 3 300.00 900.00 1 0 0 1 0 0 900.00 Elaboração de questionários Unidade 2 0 0 3 0 0 3 0 0 0 0 0 1 0 0 - Planificação / Cronogramas Unidade 2 0 0 3 0 0 3 0 0 0 0 0 1 0 0 -

Sub-total 1: - - 900.00 - - 900.00

2. Trabalho de campoVisitas de reconhecimento Dia - H 10 0 - 15 - - 3 0 - 5 - - 3 0 - - Entrevistas (aplicação do mini-inquérito) Dia - H 4 0 - 12 - - 6 0 - 2 - - 5 0 - - Recolha de amostras Dia - H 10 0 - 90 - - 15 0 - 10 - - 10 0 - -

Sub-total 2: - - - - - -

3. Análise laboratorialIdentificação de espécies 40 100 4,000.00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4,000.00

Análise laborat. Pragas 4,000.00 - 4,000.00 PDA Kg 0 0 0 1.5 2,000.00 3,000.00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3,000.00 NA Kg 0 0 0 1.5 2,500.00 3,750.00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3,750.00 Álcool Lts 0 0 0 1.5 900.00 1,350.00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1,350.00 Javel Lts 0 0 0 3 75.00 225.00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 225.00

Análise laborat. Doenças 0 8,325.00 0 0 0 8,325.00 Determinação de resíduos nos alimentos 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30 240.00 7,200.00 0 0 0 7,200.00 Determinação de resíduos no solo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30 240.00 7,200.00 0 0 0 7,200.00 Determinação de resíduos na água 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30 240.00 7,200.00 0 0 0 7,200.00

Análise laborat. Impacto 0 0 0 720 21,600.00 0 21,600.00 Textura 0 0 0 0 0 90 55.00 4,950.00 0 0 0 0 0 0 4,950.00 Fertilidade: pH, CE, CTC, NPK, Ca, Mg, Na, Al, MO, Acidez trocável 0 0 0 0 0 90 500.00 45,000.00 0 0 0 0 0 0 45,000.00

Análise laborat. Solos 0 0 49,950.00 0 0 49,950.00 Sub-total 3: 4,000.00 8,325.00 49,950.00 21,600.00 - 83,875.00

4. Transporte e comunicaçõesMaputo - DMN4 - Maputo - - - Maputo - DMN5 - Maputo - - - Maputo - Catembe - Maputo - - - Maputo - Matola - Maputo - - - Maputo - Boane - Maputo - - - Maputo - Inhaca - Maputo - - -

Sub-total 4: - - - - - -

5. Material e meios - - - Papel A4 (Impressão) Resma - - - Esferrográfica Unidade - - - Lápis de carvão Unidade - - -

Sub-total 5: - - - - - -

6. Logística: Transporte, Alimentação e Alojamento - - Pragas: 02 Estudantes H 2 5,000.00 10,000.00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10,000.00 Doenças: 03 Estudantes H 0 0 0 3 5,000.00 15,000.00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15,000.00 Solos: 03 Estudantes H 0 0 0 0 0 0 3 5,000.00 15,000.00 0 0 0 0 0 0 15,000.00 Impacto: 01 Estudante H 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 5,000.00 5,000.00 0 0 0 5,000.00 Comercialização: 01 Estudante H 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 5,000.00 5,000.00 5,000.00

Sub-total 6: 2 5,000.00 10,000.00 3 5,000.00 15,000.00 3 5,000.00 15,000.00 1 5,000.00 5,000.00 1 5,000.00 5,000.00 50,000.00 TOTAL (1) 14,000.00 23,325.00 65,850.00 26,600.00 5,000.00 134,775.00 Constrangimentos (5%) 700.00 1,166.25 3,292.50 1,330.00 250.00 6,738.75

TOTAL GERAL 141,513.75

NB:Neste orçamento, 116.513,75 Mts serão disponibilizados pela ESSOR e 25.000,00 Mts Instituição Valor (Metical)pela FAEF no âmbito do acordo estabelecido numa sessão tri-partida na FAEF e que UEM/FAEF: 25,000.00 a FAEF já confirmou a disponibilidade deste valor, prefazendo um total de 141.513,75 Mts. ESSOR: 116,513.75

Total: 141,513.75

Distribuição orçamental pelos contribuíntes

COMERCIALIZAÇÃO

14,700.00 24,491.25 69,142.50 27,930.00 5,250.00

(01 Estudante: x 1)

PRAGAS DOENÇAS SOLOS IMPACTO

(02 Estudantes: x 2) (03 Estudantes: x 3) (03 Estudante: x 3) (01 Estudantes: x 1)N/0 Descrição / Actividade UnidadePRAGAS DOENÇAS SOLOS IMPACTO COMERCIALIZAÇÃO

TOTAL

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Nº ord Nomes Curso  Supervisor Dotação 1ª tranche 2ª tranche Total Saldo1 Saldo Inicial 93,211.002 Acácio Rosse Salamandane Engª Agronómica Engº Amândio Muthambe 12,012.00 9,412.00 2,600.00 12,012.00 81,199.003 Arnaldo Adérito Sambo Engª Agronómica Prof. Dr Domingos Cugala 12,399.50 8,049.50 4,350.00 12,399.50 68,799.504 Baptista Rúben Zunguze Engª Agronómica Doutor Paulo Jorge Sithoe 15,315.30 12,000.00 0.00 12,000.00 56,799.505 Gonçalves Mário Mandlate Engª Agronómica Engº Amândio Muthambe 9,112.00 9,112.00 0.00 9,112.00 47,687.506 Manuel António Jorge Engª Agronómica Engº Amândio Muthambe 9,412.00 9,412.00 2,600.00 12,012.00 35,675.507 Osvaldo da Cruz Samo Engª Agronómica Prof.Dr  Emílio Tostão 9,637.95 9,637.95 2,695.00 12,332.95 23,342.558 Samito Pereira Assamo Engª Agronómica Prof. Dr Domingos Cugala 11,532.50 6,732.50 4,800.00 11,532.50 11,810.059 Edson Vasconcelos Tanga Engª Agronómica Prof. Dr  Domingos Cugala 11,215.00 11,215.00 750.00 11,965.00 ‐154.95

10 Alberto Salomão Nhaca Engª Agronómica Engº Armindo Cambule 215.00 215.00 ‐369.95

Mapa Demonstrativo da alocação de recursos por estudante

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229  

 

 

 

Outros Anexos 

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230  

Lista de anexos do Capitulo 1

ANEXO I. Criterios de diagnostico para hortícolas seleccionadas

ANEXO II. Ciclo e rendimento potencial medio nas culturas analisadas

ANEXO III. Dados meteorologicos usados no estudo

ANEXO IV. Resultados de análises laboratoriais

ANEXO V. Resumo das unidades de solos

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231  

ANEXO I. Critérios de Diagnóstico para as Hortícolas Seleccionadas  

Critérios de diagnóstico para o feijão nhemba

FEIJÃO NHEMBA S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Característica Climática 95-100 85-95 60-85 40-60 25-40 0-25

PPC (mm) 300-350 350-400 400-600 >600 <130 250-300 150-250 100-150 <100

TMPC (ºC) 18-20 16-18 13-16 4,0-13,0 >35 20-22 22-28 28-35 <4

TMG (oC) 7,0-6 6-7,0 5-6,0 4-5,0 <4 26-28 28-30 30-33 >35

HR do PC (%) 50-70 70-80 80-90 >90 <30 40-50 20-40 <20

Características Edáficas S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Declive (%) 0-4 4-8,0 8-16,0 16-30,0 30-50 >50

Imperfeita Moderada Boa Aérea Drenável Ñ Drenável L, SL, LfS LS, SCL SiCs, SC Cv60,Co Cm, SiCo Textura/Estrutura

SiCL S, fS,LcS C><60s C>60v Prof. efectiva (cm) >100 90-100 75-90 60-75 <60 CTC (meq/100g) >24 16-24 <16 (-) <16 (+)

PBT (%) 50-100 35-50 20-35 <20 CO >2 1,2-2 0,8-1,2 <0,8

6,2-6,4 6,0-6,2 5,7-6,0 5,2-5,7 <5,2 pH top-solo 6,4-6,5 6,5-6,6 6,6-6,8 >6,8

CEe (dS/m) 0-1 1,0-2,0 2,0-4,0 4,0-7,0 >7 PST 0-10 10-20 20-35 35-50 >50

Cm, argilaoso pesado; SiCm, Silt argiloso-pesado; C>60v, argila fina com estrutura prismática; C>60s, argila fina com estrutura em bloco, C<60v, argila com estrutura prismática; C<60s argila e estrutura em bloco, SiC, limoso-argiloso com estrutura em bloco; Co, argila, estrutura de oxissolo; SiCL, silt franco argiloso; CL, franco argiloso; Si, solo siltoso; SiL, silt franco; SC, argiloso arenoso; L, franco; SCL, argiloso arenoso franco; SL arenoso franco; LfS, franco arenoso com areia fina; LcS, franco arenoso com areia grossa; fS, areia fina; S, areia.

Fonte: Beernaert (1991)

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232  

Critérios de diagnóstico para o feijão verde

FEIJÃO VERDE S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Caract. Climática 95-100 85-95 60-85 40-60 25-40 0-25

P Anual (mm) 650-1000 550-650 450-550 400-550 <400 1000-1400 1400-1600 >1600

CPC (dias) 60-90 55-60 50-55 40-50 <40 90-110 110-150 150-180 >180

1000-1250 1250-1600 >1600 <300 PPC (mm) 600-1000 300-600 400-500 200-400

TMPC (ºC) 15-20 20-24 24-27 27-30 >30 12—15 10-Dec 8-Oct <8

TMINMEDPC (ºC) 10—15 15-20 20-25 <20 HR da floração (%) 30-50 24-30 20-24 <20

50-75 75-90 >90 HR da maturação (%) 30-50 24-30 20-24 <20

50-75 75-90 >90 n/N no desenv. 0,3-0,6 0,35-3 <0,35

0,6-0,75 <0,75 n/N na maturação >0,7 0,5-0,7 <0,5

Caract. Edáficas S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2

Declive (%) 0-4 4-8,0 8-16,0 16-30,0 >30 Imperfeita Moderada Boa Aérea Drenável Ñ Drenável

Textura/Estrutura C<60, SiC C>60s, SC C>60v, SL LcS, fS Cm, SiCm Co, SiCl C>60v, LfS, LS S cS CL, Si, SiL SCL

Prof. efectiva (cm) >100 75-100 50-75 20-50 >20 CTC (meq/100g) >24 16-24 <16 (-) <16 (+)

PBT (%) 50-100 35-50 20-35 <20 CO (%) >2 1,2-2 0,8-1,2 <0,8

pH top-solo 6,0-6,5 5,8-6,0 5,5-5,8 5,2-5,5 <5,2 6,5-7,0 7,0-7,5 7,5-8,3 >8,3

CEe (dS/m) 0-1 1-1,5 1,5-2 2-4,0 >4 PST 0-2 2-3 5-10,0 10-20,0 >20

Cm, argilaoso pesado; SiCm, Silt argiloso-pesado; C>60v, argila fina com estrutura prismática; C>60s, argila fina com estrutura em bloco, C<60v, argila com estrutura prismática; C<60s argila e estrutura em bloco, SiC, limoso-argiloso com estrutura em bloco; Co, argila, estrutura de oxissolo; SiCL, silt franco argiloso; CL, franco argiloso; Si, solo siltoso; SiL, silt franco; SC, argiloso arenoso; L, franco; SCL, argiloso arenoso franco; SL arenoso franco; LfS, franco arenoso com areia fina; LcS, franco arenoso com areia grossa; fS, areia fina; S, areia.

Fonte: Beernaert (1991)

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233  

Critérios de diagnóstico para o repolho

REPOLHO S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Caract. Climática 95-100 85-95 60-85 40-60 25-40 0-25

CPC (Dias) 120-140 110-120 100-110 <80 140-160 >160 60-90 55-60 50-55 40-50 <40 90-110 110-150 150-180 >180

PPC (mm) 400-500 350-400 300-350 250-300 <250 300-800 800-1000 >1000

TMPC (ºC) 15,0-20 20-24,0 24-30 30-35 >35 13-15 10-13,0 5-10,0 <5

TMEDGERM 25-30 20-25 15-20 5-15,0 <5 30-32 32-35 35-37 >37

HR do PC (%) 75-85 60-75 50-60 30-50 <30

Caract. Edáficas S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Declive (%) 0-4 4-8,0 8-16,0 16-30,0 >30

Textura/Estrutura L, SCL SiC, SL, SC LS, LfS, fS C»60v, S Cm, SiCm C<60s, Co C>60s, LcS CL, SiCL C>60v

Prof. efectiva (cm) >75 60-75 50-60 20-30 >20 CTC (meq/100g) >24 16-24 <16 (-) <16 (+)

PBT (%) 50-100 35-50 20-35 <20 CO (%) >2 1,2-2 0,8-1,2 <0,8

pH top-solo 6,2-6,6 6,0-6,2 5,8-6,0 5,5-5,8 <5,5 6,6-6,8 6,8-7,2 7,2-7,8 7,2-7,8 >7,8

CEe (dS/m) 0-2 2-4,0 4-7,0 7-10,0 >10 PST 0-8 8-15,0 15-20,0 20-25,0 >25

Cm, argilaoso pesado; SiCm, Silt argiloso-pesado; C>60v, argila fina com estrutura prismática; C>60s, argila fina com estrutura em bloco, C<60v, argila com estrutura prismática; C<60s argila e estrutura em bloco, SiC, limoso-argiloso com estrutura em bloco; Co, argila, estrutura de oxissolo; SiCL, silt franco argiloso; CL, franco argiloso; Si, solo siltoso; SiL, silt franco; SC, argiloso arenoso; L, franco; SCL, argiloso arenoso franco; SL arenoso franco; LfS, franco arenoso com areia fina; LcS, franco arenoso com areia grossa; fS, areia fina; S, areia.

Fonte: Beernaert (1991)

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234  

Critérios de diagnóstico para a cenoura

CENOURA S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Caract. Climática 95-100 85-95 60-85 40-60 25-40 0-25

PPC (mm) 200-350 230-300 200-250 130-200 <130 350-400 400-600 600-1000 >1000

TMPC (ºC) 18-20 16-18 13-16 4,0-13,0 >35 20-22 22-28 28-35 <4

TMGERM (ºC) 7,0-26 6-7,0 5-6,0 4-5,0 <4 26-28 28-30 30-33 >35

HR do PC (%) 50-70 70-80 80-90 >90 <30 40-50 20-40 <20

Caract. Edáficas S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Declive (%) 0-4 4-8,0 8-16,0 16-30,0 30-50 >50

Textura/Estrutura L, SL, LfS LS, SCL SiCs, SC Cv60,Co Cm, SiCo SiCL S, fS,LcS C><60s C>60v

Prof. efectiva (cm) >100 90-100 75-90 60-75 <60 CTC (meq/100g) >24 16-24 <16 (-) <16 (+)

PBT (%) 50-100 35-50 20-35 <20 CO (%) >2 1,2-2 0,8-1,2 <0,8

pH top-solo 6,2-6,4 6,0-6,2 5,7-6,0 5,2-5,7 <5,2 6,4-6,5 6,5-6,6 6,6-6,8 >6,8

CEe (dS/m) 0-1 1,0-2,0 2,0-4,0 4,0-7,0 >7 PST 0-10 10-20 20-35 35-50 >50

Cm, argilaoso pesado; SiCm, Silt argiloso-pesado; C>60v, argila fina com estrutura prismática; C>60s, argila fina com estrutura em bloco, C<60v, argila com estrutura prismática; C<60s argila e estrutura em bloco, SiC, limoso-argiloso com estrutura em bloco; Co, argila, estrutura de oxissolo; SiCL, silt franco argiloso; CL, franco argiloso; Si, solo siltoso; SiL, silt franco; SC, argiloso arenoso; L, franco; SCL, argiloso arenoso franco; SL arenoso franco; LfS, franco arenoso com areia fina; LcS, franco arenoso com areia grossa; fS, areia fina; S, areia.

Fonte: Beernaert (1991)

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235  

Critérios de diagnóstico para ervilheira

ERVILHAS S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Caract. Climática 95-100 85-95 60-85 40-60 25-40 0-25

CPC (dias) 100-120 85-100 75-85 65-75 <65 120-140 140-160 >160

PPC (mm) 400-500 500-600 600-800 800-1000 >1000 350-400 300-350 200-300 <200

TMPC (oC) 16-18 18-20 20-23 23-25 >25 14-16 10-14 8-10 <8

TMG (oC) 22-24 20-22 12-20 5-12 <5 24-26 26-28 28-30 >30

Caract. Edáficas S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Declive (%) 0-4 4-8,0 8-16,0 16-30,0 30-50 >50

Textura/Estrutura C<60s, SiC C>60s, SCL C>60v, LfS LcS, fS, S Cm, SiCm Co, SiL, CL C<60v, SC SL, LS SiCL, Si L

Prof. efectiva (cm) >100 75-100 60-75 40-60 >40 CTC (meq/100g) >24 16-24 <16 (-) <16 (+)

PBT (%) 50-100 35-50 20-35 <20 CO (0-20) (%) >2 1,2-2 0,8-1,2 <0,8

pH top-solo 6,2-6,4 6,0-6,2 5,8-6,0 5,5-5,8 <5,5 6,4-6,6 6,6-7,0 7,0-7,5 >7,5

CEe (dS/m) 0-1 1-2 2-3 3-6 >6 PST (%) 0-8 8-15 15-20 20-25 >25

Cm, argilaoso pesado; SiCm, Silt argiloso-pesado; C>60v, argila fina com estrutura prismática; C>60s, argila fina com estrutura em bloco, C<60v, argila com estrutura prismática; C<60s argila e estrutura em bloco, SiC, limoso-argiloso com estrutura em bloco; Co, argila, estrutura de oxissolo; SiCL, silt franco argiloso; CL, franco argiloso; Si, solo siltoso; SiL, silt franco; SC, argiloso arenoso; L, franco; SCL, argiloso arenoso franco; SL arenoso franco; LfS, franco arenoso com areia fina; LcS, franco arenoso com areia grossa; fS, areia fina; S, areia.

Fonte: Beernaert (1991)

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236  

Critérios de diagnóstico para o piri-piri

PIRI-PIRI S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Caract.Climática 95-100 85-95 60-85 40-60 25-40 0-25

CPC (dias) 130-150 120-130 110-120 100-110 <100 150-160 160-180 >180

PPC (mm) 700-900 900-1200 1200-1400 >1400 600-700 500-600 400-500 <400

TMPC (oC) 20-24 18-20 16-18 14-16 <14 24-26 24-30 27-28 >28

TMEDGERM (oC) 20-22 18-20 16-18 15-16 <15 22-24 24-30 30-34 >24

Caract. Edáficas S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Declive (%) 0-4 4-8,0 8-16,0 16-30,0 30-50 >50

Textura/Estrutura SCL, SL, L LfS, SC, Co S<60v, LS C>60v Cm, SiCm SiCL C>60s, Sic C>60s, S

Prof. efectiva (cm) >100 75-100 50-75 30-50 <30 CTC (meq/100g) >24 16-24 <16 (-) <16 (+)

PBT (%) 50-100 35-50 20-35 <20 CO (%) (0-20) >2 1,2-2 0,8-1,2 <0,8

pH top-solo 5,2-5,5 <5,2 6,8-7,2 >7,2

CEe (dS/m) 0-2 2-3 3-5 5-7 >7 PST 0-8 8-15 15-20 20-25 >25

Cm, argilaoso pesado; SiCm, Silt argiloso-pesado; C>60v, argila fina com estrutura prismática; C>60s, argila fina com estrutura em bloco, C<60v, argila com estrutura prismática; C<60s argila e estrutura em bloco, SiC, limoso-argiloso com estrutura em bloco; Co, argila, estrutura de oxissolo; SiCL, silt franco argiloso; CL, franco argiloso; Si, solo siltoso; SiL, silt franco; SC, argiloso arenoso; L, franco; SCL, argiloso arenoso franco; SL arenoso franco; LfS, franco arenoso com areia fina; LcS, franco arenoso com areia grossa; fS, areia fina; S, areia.

Fonte: Beernaert (1991)

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237  

Critérios de diagnóstico para a beterraba

BETERRABA S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Caract.Climática 95-100 85-95 60-85 40-60 25-40 0-25

CPC (dias) >200 180-200 170-180 160-170 <160

PPC (mm) 750-900 600-750 500-600 400-500 <400 >900

TMED mês mais frio(ºC) 14-18 12-14 11-12 10-11 <10

18-21 >21

Caract. Edáficas S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Declive (%) 0-4 4-8,0 8-16,0 16-30,0 30-50 >50

Textura/Estrutura SiCL, SiL C<60s, L C<60s, L C<60v, SCL C>60v, SCL Cm, SiCm CL, SC, SiL C>60s C>60s LS, LcS fS, S, cS

Prof. efectiva (cm) >100 75-100 50-75 25-50 <25 CTC (meq/100g) >24 16-24 <16 (-) <16 (+)

PBT (%) 80-100 50-80 35-50 <35 CO (%) >0,8 0,4-0,8 <0,4

pH top-solo 6,2-6,8 6,0-6,2 5,7-6,0 5,5-5,7 <5,5 6,8-7,0 7,0-8,0 8,0-8,5 >8,5

CEe (dS/m) 0-8 8-10 10-14 14-18 18-24 >24 PST 0-15 15-25 25-35 35-45 >45

Cm, argilaoso pesado; SiCm, Silt argiloso-pesado; C>60v, argila fina com estrutura prismática; C>60s, argila fina com estrutura em bloco, C<60v, argila com estrutura prismática; C<60s argila e estrutura em bloco, SiC, limoso-argiloso com estrutura em bloco; Co, argila, estrutura de oxissolo; SiCL, silt franco argiloso; CL, franco argiloso; Si, solo siltoso; SiL, silt franco; SC, argiloso arenoso; L, franco; SCL, argiloso arenoso franco; SL arenoso franco; LfS, franco arenoso com areia fina; LcS, franco arenoso com areia grossa; fS, areia fina; S, areia.

Fonte: Beernaert (1991)

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238  

Critérios de diagnóstico para a batata-doce

BATATA DOCE S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Caract. Climática 95-100 85-95 60-85 40-60 25-40 0-25

P. anual (mm) 750-1150 650-750 500-650 400-500 <400 1150-1300 1300-1700 >1750

TMPC (oC) 24-26 26-32 32-35 35-40 >40 22-24 20-22 16-20 <16

n/N no desenv. 0,5-0,6 0,35-0,5 <0,35 0,6-0,75 >0,75

n/N na maturação >0,7 0,5-0,7 <0,5

Caract. edáficas S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Declive (%) 0-4 4-8,0 8-16,0 16-30,0 30-50 >50

Textura/Estrutura C<60s, SiC C>60s, SCL C>60v, LS LcS, fS, S Cm, SiCm Co, SiL, CL C<60v, SC LfS SiCL, Si L, S

Prof. efectiva (cm) >100 75-100 50-75 20-50 >20 CTC (meq/100g) >24 16-24 <16 (-) <16 (+)

PBT (%) 50-100 35-50 20-35 <20 CO (%) >3 2-3 1-2 <1

pH top-solo 5,8-6,3 5,5-5,8 5,0-5,5 4,5-5,0 <4,5 6,3-6,5 6,5-7,0 7,0-7,5 >7,5

CEe (dS/m) 0-1 1-3 3-6 6-10 >10 PST 0-8 8-15 15-20 20-25 >25

Cm, argilaoso pesado; SiCm, Silt argiloso-pesado; C>60v, argila fina com estrutura prismática; C>60s, argila fina com estrutura em bloco, C<60v, argila com estrutura prismática; C<60s argila e estrutura em bloco, SiC, limoso-argiloso com estrutura em bloco; Co, argila, estrutura de oxissolo; SiCL, silt franco argiloso; CL, franco argiloso; Si, solo siltoso; SiL, silt franco; SC, argiloso arenoso; L, franco; SCL, argiloso arenoso franco; SL arenoso franco; LfS, franco arenoso com areia fina; LcS, franco arenoso com areia grossa; fS, areia fina; S, areia.

Fonte: Beernaert (1991)

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239  

Critérios de diagnóstico para o tomate

TOMATE S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Caract. climática 95-100 85-95 60-85 40-60 25-40 0-25

CPC (dias) 100-140 90-100 80-90 70-80 <70 140-160 160-180 >180

PPC (mm) 500-600 400-500 300-400 200-300 <200 600-700 700-800 >800

TMPC (oC) 20-24 24-26 26-30 30-35 >35 18-20 16-18 13-16 <13

TMF 18-20 16-18 14-16 12-14 <12 20-22 22-27 27-32 >32

HR no desenv. (%) 30-60 60-80 80-90 >90 24-30 20-24 <20

Caract. edáficas S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Declive (%) 0-4 4-8,0 8-16,0 16-30,0 30-50 >50

Textura/Estrutura SL, L, SiCL C<60s, SCL C>60v, LfS C>60v, LcS Cm, SiCm Si, SiC, Co SL, SC C<60v, LS fS

Prof. efectiva (cm) >150 100-150 75-100 50-75 <50 CTC (meq/100g) >24 16-24 <16 (-) <16 (+)

PBT (%) 50-100 35-50 20-35 <20 CO (%) >2 1,2-2,0 0,8-1,2 <0,8

pH top-solo 6,2-6,4 6,0-6,2 5,5-6,0 5,0-5,5 <5,0 6,4-6,6 6,6-6,8 6,8-7,0 >7,0

CEe (dS/m) 0-3 3-5 5-8 8-10 >10 PST 0-8 8-15 15-25 25-35 >35

Cm, argilaoso pesado; SiCm, Silt argiloso-pesado; C>60v, argila fina com estrutura prismática; C>60s, argila fina com estrutura em bloco, C<60v, argila com estrutura prismática; C<60s argila e estrutura em bloco, SiC, limoso-argiloso com estrutura em bloco; Co, argila, estrutura de oxissolo; SiCL, silt franco argiloso; CL, franco argiloso; Si, solo siltoso; SiL, silt franco; SC, argiloso arenoso; L, franco; SCL, argiloso arenoso franco; SL arenoso franco; LfS, franco arenoso com areia fina; LcS, franco arenoso com areia grossa; fS, areia fina; S, areia.

Fonte: Beernaert (1991)

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240  

Critérios de diagnóstico para a melancia

MELANCIA S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Caract. climática 95-100 85-95 60-85 40-60 25-40 0-25

CPC (dias) 90-110 80-90 70-80 60-70 <60 110-130 130-150 >150

PPC (mm) 500-600 400-500 300-400 200-300 <200 600-700 700-1000 >1000

TMPC (oC) 24-28 22-24 20-22 18-20 <18 HR no desenv. (%) 30-60 24-30 20-24 <20

60-80 80-90 >90

Caract. edáficas S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Declive (%) 0-4 4-8,0 8-16,0 16-30,0 30-50 >50

Textura/Estrutura SL, L, SiCL LfS, SCL C<60s, SiC C>60V Cm, SiCm SC Co, LS, S c>60S

Prof. efectiva (cm) >150 100-150 75-100 50-75 <50 CTC (meq/100g) >24 16-24 <16 (-) <16 (+)

PBT (%) 50-100 35-50 20-35 <20 CO (%) >2 1,2-2,0 0,8-1,2 <0,8

pH top-solo 6,0-6,5 5,8-6,0 5,5-5,8 5,0-5,5 <5,0 6,5-7,0 7,0-7,5 7,5-8,0 >8,0

CEe (dS/m) 0-3 3-4 4-6 6-8 >8 PST 0-8 8-15 15-20 20-25 >25

Cm, argilaoso pesado; SiCm, Silt argiloso-pesado; C>60v, argila fina com estrutura prismática; C>60s, argila fina com estrutura em bloco, C<60v, argila com estrutura prismática; C<60s argila e estrutura em bloco, SiC, limoso-argiloso com estrutura em bloco; Co, argila, estrutura de oxissolo; SiCL, silt franco argiloso; CL, franco argiloso; Si, solo siltoso; SiL, silt franco; SC, argiloso arenoso; L, franco; SCL, argiloso arenoso franco; SL arenoso franco; LfS, franco arenoso com areia fina; LcS, franco arenoso com areia grossa; fS, areia fina; S, areia.

Fonte: Beernaert (1991)

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241  

Critérios de diagnóstico para a batata reno

BATATA RENO S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Caract. Climática 95-100 85-95 60-85 40-60 25-40 0-25 Precipitação (mm) Primeiro mês >60 45-60 30-45 20-30 <20 Segundo mês >100 80-100 65-80 50-65 <50 Terceiro mês >100 80-100 65-80 50-65 <50 Quarto mês 40-100 20-40 <20

>100 TMPC (oC) 16-20 13-16 10-13 8-10 <8

20-24 24-27 27-30 >30

Caract. Edáficas S1-0 S1-1 S2 S3 N1 N2 Declive (%) 0-4 4-8,0 8-16,0 16-30,0 30-50 >50

SL, SCL SC, SiL, Co C>60s, LS C,60v, LcS S, cS Cm, SiCm Textura/Estrutura SiCL, CL LfS C,60s, SiC

Si, SL C>60v, fS Prof. efectiva (cm) >90 60-90 40-60 20-40 <20 CTC (meq/100g) >24 16-24 <16 (-) <16 (+)

PBT (%) 50-80 35-50 <35 80-100

CO (%) >1,5 0,8-1,5 <0,8 pH top-solo 6,0-6,5 5,6-6,0 5,2-5,6 4,8-5,2 <4,8

6,5-7,0 7,0-8,0 8,0-8,5 >8,5 CEe (dS/m) 0-4 4-8 8-12 12-16 16-20 >20

PST 0-15 15-25 25-35 35-45 >45

Cm, argilaoso pesado; SiCm, Silt argiloso-pesado; C>60v, argila fina com estrutura prismática; C>60s, argila fina com estrutura em bloco, C<60v, argila com estrutura prismática; C<60s argila e estrutura em bloco, SiC, limoso-argiloso com estrutura em bloco; Co, argila, estrutura de oxissolo; SiCL, silt franco argiloso; CL, franco argiloso; Si, solo siltoso; SiL, silt franco; SC, argiloso arenoso; L, franco; SCL, argiloso arenoso franco; SL arenoso franco; LfS, franco arenoso com areia fina; LcS, franco arenoso com areia grossa; fS, areia fina; S, areia.

Fonte: Beernaert (1991)

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242  

ANEXO II. Ciclo e rendimento potencial médio nas culturas analisadas

Tabela 27. Ciclo e rendimento potencial médio nas culturas analisadas

Cultura Nome Científico Ciclo (dias) Rendto. Potencial (ton/ha)* Alface Lactuca sativa L. 40-85 6.50-9.10 Batata Solanum tuberosum L. 100-120 16.25-18.20

Batata-doce Ipomea batata L. 365 16.25-19.50 Beterraba Beta vulgaris L. >200 26.00-39.00

Cebola Allium cepa var. cepa 120-140 9.10-13.00 Cenoura Daucus carota L. 60-85 9.10-13.00

Feião nhemba Vigna unguiculata L. 62-120 Não disponível Feijão-verde Phaseolus vulgaris L. 60-90 8.00 – 10.30**

Maçaroca Zea mays L. 90-140 19.50-21.45 Melancia Cucumis lanatus L. 90-110 13.00-17.55 Piri-piri Capsicum annum L. 365 3.90-4.88 Repolho Brassica oleracea var. capitata 120-140 22.75-32.50 Tomate Lycopersicom esculentum Mill. 100-140 35.25-39.00

Fonte: Beernaert (1991) * Rendimentos médios obtidos por conversão para nível médio de inputs (Beernaert, 1991).

** Rendimento potencial encontrado em Bhardwaj et al. (1999).

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243  

ANEXO III. Dados Meteorológicos Usados no Estudo

Temperatura Máxima média mensal (oC)

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 1978 25,5 26,1 26,3 23,3 22,2 18,8 19,1 22,1 21,6 22,1 23,8 24,7 1979 25,7 26,4 25,2 24,3 21,8 19,7 18,3 20,7 21,0 23,2 23,4 24,7 1980 25,3 26,4 25,2 23,5 21,7 19,3 18,4 19,9 20,8 22,0 24,5 26,5 1981 27,8 26,6 25,1 23,7 20,8 18,8 19,4 19,1 20,5 20,9 24,5 24,5 1982 26,5 26,5 25,0 23,0 21,5 19,4 20,1 20,5 21,0 22,0 23,1 26,1 1983 27,0 26,2 25,8 29,7 28,3 21,3 20,0 19,6 22,5 22,5 23,9 25,3 1984 25,5 25,4 24,6 22,7 22,2 18,9 19,4 19,9 21,7 23,0 23,1 26,1 1985 26,8 26,4 26,1 23,9 21,2 19,6 19,8 21,3 22,9 23,8 24,5 25,6 1986 25,9 25,7 25,8 24,5 22,7 20,2 20,3 21,6 21,9 23,1 23,5 25,9 1987 26,4 28,0 26,8 25,2 23,6 19,8 19,5 20,7 21,5 21,4 24,0 27,0 1988 27,3 27,2 26,6 24,7 22,4 19,8 20,2 21,4 22,0 22,3 23,0 24,5 1989 25,6 26,0 26,3 23,7 22,9 20,0 19,9 22,3 21,9 22,9 24,0 25,1 1990 26,1 25,6 25,8 24,1 21,6 19,9 20,1 19,6 20,5 23,2 23,4 25,2 1991 26,1 26,5 25,7 24,0 22,1 19,4 19,8 20,7 22,9 23,4 24,8 24,8 1992 26,9 28,0 26,4 25,5 23,3 21,5 20,3 19,8 22,9 24,0 25,2 27,0 1993 26,6 25,8 25,4 24,9 23,1 19,9 20,1 19,8 22,0 22,6 22,8 25,6 1994 25,5 25,5 25,7 23,7 21,8 20,6 18,8 19,8 21,6 20,6 24,0 24,8 1995 26,1 26,4 25,2 23,5 21,4 19,2 19,5 20,4 22,3 24,1 24,1 24,7 1996 26,1 26,4 24,6 21,8 21,7 19,8 18,3 19,5 22,7 23,3 25,1 26,0 1997 26,2 25,7 25,6 23,3 20,6 20,2 19,3 20,6 22,0 22,0 23,5 24,8 1998 25,9 26,4 26,5 24,7 22,4 20,6 19,9 20,7 22,0 22,1 24,1 25,0 1999 26,6 25,8 26,2 23,9 21,9 20,3 20,0 20,9 21,3 20,9 25,1 26,5 2000 24,8 25,6 25,3 22,7 20,3 20,2 19,1 20,2 21,4 22,3 23,5 24,6 2001 24,9 25,3 25,6 24,5 21,9 20,3 19,3 20,8 21,4 22,9 24,6 25,3 2002 26,3 25,5 26,1 24,6 22,6 19,5 19,1 21,2 21,6 22,6 22,8 25,0 2003 26,6 26,9 26,5 24,8 22,2 19,2 19,2 20,1 21,3 23,3 24,7 26,1 2004 26,5 26,3 25,6 24,5 21,7 19,7 18,4 21,3 21,0 23,2 25,3 26,8 2005 27,2 27,0 25,1 24,0 22,5 21,4 20,0 22,6 23,1 23,6 24,5 24,9 2006 26,5 27,3 25,1 23,5 21,2 19,7 20,3 20,2 21,1 23,4 24,2 26,5 2007 26,8 27,1 26,5 24,0 22,1 20,1 19,6 21,0 22,4 22,2 24,5 24,7

Média 26,2 26,3 25,7 24,1 22,2 19,9 19,5 20,6 21,8 22,6 24,1 25,5 Fonte: INAM (2008)

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244  

Temperatura mínima média mensal (oC)

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ1978 29,0 30,0 30,0 27,8 27,8 23,7 23,6 26,9 26,2 26,2 27,9 28,5 1979 30,2 29,9 29,4 28,6 26,5 25,0 23,1 25,1 25,1 27,5 27,2 28,7 1980 29,2 30,2 29,0 28,2 26,8 24,9 23,4 24,6 25,3 26,2 28,3 30,7 1981 32,2 29,3 29,5 28,2 25,0 24,3 25,0 23,9 25,1 25,4 28,7 28,7 1982 30,7 30,5 29,2 27,2 26,4 24,9 25,3 25,3 25,1 26,3 27,1 30,7 1983 31,1 30,6 30,2 29,7 28,3 26,8 25,5 24,9 27,6 26,7 27,3 29,2 1984 29,6 29,6 28,2 27,2 27,7 24,0 23,9 24,5 26,1 26,8 27,1 31,0 1985 31,0 30,2 30,3 28,4 25,7 24,4 25,0 26,6 28,2 28,0 28,5 29,2 1986 29,5 29,5 30,5 28,7 27,9 25,8 25,8 26,8 26,5 27,3 27,8 29,8 1987 30,2 31,8 30,6 29,7 28,5 25,4 24,7 25,8 27,3 25,5 25,3 30,8 1988 31,4 30,8 30,1 29,0 27,5 25,3 25,3 27,0 27,2 26,4 27,0 28,2 1989 29,4 29,8 30,4 28,4 28,2 25,1 25,2 27,7 27,2 27,7 27,8 28,8 1990 30,1 29,3 29,9 28,0 26,2 25,4 25,0 24,2 24,9 27,5 27,6 28,8 1991 31,3 30,4 29,8 28,6 26,8 24,1 25,2 26,4 28,0 27,3 28,9 28,4 1992 30,7 32,2 30,5 29,9 28,5 26,7 25,2 25,8 28,2 29,1 29,2 31,1 1993 30,8 29,5 27,2 29,4 27,9 25,0 24,5 24,6 26,4 26,0 26,5 29,7 1994 29,2 29,2 29,6 28,0 26,6 26,3 24,6 25,2 26,3 24,4 28,0 28,9 1995 29,9 30,2 28,9 27,9 25,6 24,3 24,8 25,3 26,7 28,3 28,0 28,5 1996 29,6 30,4 28,6 27,0 26,1 25,1 23,4 24,5 27,4 27,5 29,3 29,9 1997 29,7 29,5 29,7 28,0 25,3 26,1 24,0 26,2 25,9 26,0 27,7 29,1 1998 30,0 30,2 31,0 29,2 27,3 26,4 25,1 26,1 27,0 26,0 28,1 29,0 1999 30,4 29,5 29,7 28,0 26,8 25,9 25,2 26,2 26,4 25,6 29,4 30,2 2000 28,5 29,2 29,1 27,2 25,6 25,4 24,5 25,7 26,4 26,5 27,5 30,0 2001 29,1 29,3 29,9 29,0 27,2 25,8 24,4 25,6 26,3 26,8 28,6 29,6 2002 30,6 29,9 30,6 29,2 28,1 24,9 24,9 25,8 26,2 27,0 27,6 28,7 2003 31,0 31,1 30,9 29,2 27,1 23,8 24,7 26,0 26,4 27,8 28,8 30,8 2004 30,7 30,3 29,6 29,2 26,5 25,0 23,4 26,7 26,7 28,5 29,5 31,4 2005 31,6 31,6 29,8 28,8 27,9 26,9 25,5 28,7 28,8 28,7 28,8 29,5 2006 30,6 31,7 29,8 28,2 27,0 24,7 26,6 26,2 26,1 27,8 28,4 30,9 2007 31,6 31,7 31,4 28,8 28,5 25,7 25,9 27,9 27,4 26,3 29,4 29,0

Média 30,3 30,0 30,0 28,1 26,0 24,8 24,8 26,5 27,5 26,6 27,7 30,0 Fonte: INAM (2008)

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245  

Temperatura média mensal (ºC)

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ1978 25,5 26,1 26,3 23,3 22,2 18,8 19,1 22,1 21,6 22,1 23,8 24,7 1979 25,7 26,4 25,2 24,3 21,8 19,7 18,3 20,7 21,0 23,2 23,4 24,7 1980 25,3 26,4 25,2 23,5 21,7 19,3 18,4 19,9 20,8 22,0 24,5 26,5 1981 27,8 26,6 25,1 23,7 20,8 18,8 19,4 19,1 20,5 20,9 24,5 24,5 1982 26,5 26,5 25,0 23,0 21,5 19,4 20,1 20,5 21,0 22,0 23,1 26,1 1983 27,0 26,2 25,8 29,7 28,3 21,3 20,0 19,6 22,5 22,5 23,9 25,3 1984 25,5 25,4 24,6 22,7 22,2 18,9 19,4 19,9 21,7 23,0 23,1 26,1 1985 26,8 26,4 26,1 23,9 21,2 19,6 19,8 21,3 22,9 23,8 24,5 25,6 1986 25,9 25,7 25,8 24,5 22,7 20,2 20,3 21,6 21,9 23,1 23,5 25,9 1987 26,4 28,0 26,8 25,2 23,6 19,8 19,5 20,7 21,5 21,4 24,0 27,0 1988 27,3 27,2 26,6 24,7 22,4 19,8 20,2 21,4 22,0 22,3 23,0 24,5 1989 25,6 26,0 26,3 23,7 22,9 20,0 19,9 22,3 21,9 22,9 24,0 25,1 1990 26,1 25,6 25,8 24,1 21,6 19,9 20,1 19,6 20,5 23,2 23,4 25,2 1991 26,1 26,5 25,7 24,0 22,1 19,4 19,8 20,7 22,9 23,4 24,8 24,8 1992 26,9 28,0 26,4 25,5 23,3 21,5 20,3 19,8 22,9 24,0 25,2 27,0 1993 26,6 25,8 25,4 24,9 23,1 19,9 20,1 19,8 22,0 22,6 22,8 25,6 1994 25,5 25,5 25,7 23,7 21,8 20,6 18,8 19,8 21,6 20,6 24,0 24,8 1995 26,1 26,4 25,2 23,5 21,4 19,2 19,5 20,4 22,3 24,1 24,1 24,7 1996 26,1 26,4 24,6 21,8 21,7 19,8 18,3 19,5 22,7 23,3 25,1 26,0 1997 26,2 25,7 25,6 23,3 20,6 20,2 19,3 20,6 22,0 22,0 23,5 24,8 1998 25,9 26,4 26,5 24,7 22,4 20,6 19,9 20,7 22,0 22,1 24,1 25,0 1999 26,6 25,8 26,2 23,9 21,9 20,3 20,0 20,9 21,3 20,9 25,1 26,5 2000 24,8 25,6 25,3 22,7 20,3 20,2 19,1 20,2 21,4 22,3 23,5 24,6 2001 24,9 25,3 25,6 24,5 21,9 20,3 19,3 20,8 21,4 22,9 24,6 25,3 2002 26,3 25,5 26,1 24,6 22,6 19,5 19,1 21,2 21,6 22,6 22,8 25,0 2003 26,6 26,9 26,5 24,8 22,2 19,2 19,2 20,1 21,3 23,3 24,7 26,1 2004 26,5 26,3 25,6 24,5 21,7 19,7 18,4 21,3 21,0 23,2 25,3 26,8 2005 27,2 27,0 25,1 24,0 22,5 21,4 20,0 22,6 23,1 23,6 24,5 24,9 2006 26,5 27,3 25,1 23,5 21,2 19,7 20,3 20,2 21,1 23,4 24,2 26,5 2007 26,8 27,1 26,5 24,0 22,1 20,1 19,6 21,0 22,4 22,2 24,5 24,7

Média 26,2 26,3 25,7 24,1 22,2 19,9 19,5 20,6 21,8 22,6 24,1 25,5 Fonte: INAM (2008)

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246  

Precipitação Total Mensal (das 09 às 09 horas) (mm)

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 1978 302,3 119,1 212,5 37,2 40,1 1,6 60,5 11,5 9,6 62,6 89,4 87,1 1979 128,9 24,8 153,4 36,2 8,0 16,6 7,6 23,9 15,3 58,1 55,4 85,6 1980 47,5 71,2 73,2 115,3 29,0 0,3 8,1 31,7 97,0 50,3 98,8 44,1 1981 229,4 206,9 97,9 10,8 157,7 10,7 7,3 23,1 78,0 113,9 189,9 56,8 1982 27,1 23,1 59,2 194,2 19,0 3,0 3,4 14,0 12,0 32,9 15,6 46,4 1983 110,9 38,0 29,2 7,9 75,2 9,6 10,6 15,8 6,2 34,7 241,3 72,8 1984 280,7 180,1 359,7 90,1 16,5 26,7 136,3 9,6 29,7 72,4 47,2 12,3 1985 217,6 345,1 109,0 15,9 10,1 2,2 5,8 1,3 20,8 55,1 89,8 86,1 1986 130,6 53,9 25,3 50,4 4,8 5,0 0,4 0,0 17,8 19,9 65,8 110,81987 120,8 7,7 64,1 48,1 8,4 5,3 14,3 49,1 111,0 39,1 49,6 39,9 1988 18,4 69,4 132,4 53,8 4,0 42,3 7,2 3,3 12,4 141,3 24,4 102,91989 37,0 127,4 25,1 32,6 8,5 40,8 5,0 2,7 24,1 27,2 122,5 244,21990 325,6 52,4 163,3 17,5 25,3 1,1 0,4 24,3 1,0 31,5 28,7 210,11991 116,5 103,8 92,6 10,5 18,1 40,2 14,3 0,1 14,0 6,4 58,5 111,51992 44,3 36,0 29,7 1,2 9,8 21,9 8,7 0,5 2,9 6,0 73,0 307,51993 67,2 166,6 163,9 30,8 22,6 12,0 29,8 41,3 1,5 91,6 46,0 99,5 1994 112,2 31,1 47,0 52,3 11,2 7,0 0,1 10,7 14,4 76,8 48,5 46,7 1995 109,7 47,6 66,9 22,6 73,8 13,3 1,3 33,1 1,7 108,0 53,7 109,21996 308,4 189,2 36,4 53,2 84,3 5,3 11,5 11,9 0,8 3,2 44,0 146,11997 129,5 88,2 84,6 27,7 69,0 19,8 71,6 33,0 63,0 79,3 273,0 61,0 1998 365,5 52,1 96,9 37,6 3,0 0,0 4,9 1,7 28,5 73,0 164,6 136,71999 100,4 263,8 97,8 65,8 44,3 14,6 0,0 27,4 77,9 161,5 162,6 124,22000 234,8 502,1 364,8 59,8 30,7 4,5 13,8 2,4 65,1 60,4 150,6 111,62001 76,9 148,6 33,6 32,2 40,5 4,8 10,4 3,5 1,3 69,3 290,9 150,72002 184,8 33,9 12,0 7,4 0,0 5,3 4,8 15,1 9,3 44,1 21,9 46,9 2003 24,3 81,3 38,9 14,5 13,0 81,1 10,7 0,0 28,1 9,8 25,1 33,2 2004 171,6 160,0 112,2 42,0 18,5 24,6 69,9 7,1 17,0 37,2 155,7 44,8 2005 155,3 75,5 73,7 37,1 22,2 4,6 29,1 0,6 5,9 11,5 76,6 42,8 2006 255,6 148,3 69,7 78,5 8,7 4,4 17,5 21,1 39,5 40,5 112,1 119,72007 21,4 47,8 70,7 133,2 0,0 22,2 15,3 2,6 18,0 68,7 83,6 321,9

Média 149 117 100 47 29 15 19 14 27 56 99 107 Fonte: INAM (2008)

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247  

Humidade Relativa Média mensal (%)

ANO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ1978 82 80 82 76 72 74 79 72 74 78 78 76 1979 73 78 77 79 78 70 74 78 76 77 78 75 1980 75 80 77 77 74 69 78 80 76 66 79 74 1981 77 79 77 78 77 71 70 72 74 75 78 76 1982 75 75 79 79 76 73 73 74 76 74 76 73 1983 75 76 77 75 70 72 66 71 75 74 86 78 1984 78 78 81 81 74 80 79 76 79 80 75 72 1985 79 80 77 76 75 77 71 72 74 75 76 77 1986 77 74 75 79 74 70 73 72 74 74 75 73 1987 78 73 76 76 74 66 70 72 81 78 80 78 1988 72 77 80 76 75 70 78 72 72 79 75 75 1989 72 76 74 71 74 75 69 69 70 72 78 80 1990 80 78 78 79 78 72 65 77 74 73 74 79 1991 78 79 77 78 82 76 68 70 71 75 74 77 1992 70 72 71 74 72 67 71 71 74 72 72 77 1993 75 81 80 78 77 74 79 71 79 82 79 78 1994 77 77 78 80 80 66 69 74 78 82 77 78 1995 77 78 78 76 79 76 73 78 80 76 79 77 1996 80 81 78 81 77 70 71 71 71 75 75 78 1997 81 80 79 78 75 69 77 78 80 78 83 79 1998 83 78 80 79 75 76 75 72 74 80 81 82 1999 81 82 82 81 79 72 79 78 76 82 78 80 2000 81 88 86 83 79 82 78 82 79 81 84 85 2001 80 84 81 79 79 80 75 78 77 83 86 83 2002 81 78 75 78 80 76 75 79 75 76 74 79 2003 76 -- 80 78 79 -- 84 69 78 76 75 74 2004 81 82 83 82 81 78 78 80 79 81 81 77 2005 78 78 80 79 77 74 79 72 77 78 79 76 2006 82 80 78 83 68 74 77 72 82 83 83 82 2007 78 78 74 80 69 76 70 66 79 80 76 83

Média 78 79 78 78 76 73 74 74 76 77 78 78 Fonte: INAM (2008)

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248  

ANEXO IV. Resultados de Análises Laboratoriais

Resultados das Análises Laboratoriais

Amostra Unidade Prof. CE MO Ca Mg Na K CTC PST (%) PBT (%) CO 1 B1 83 0,730 1,202 16,0 2,60 6,72 0,440 28 24,0 92,0 0,70 2 B1 65 0,326 0,585 3,4 1,40 0,94 0,350 14 6,7 43,5 0,34 3 B1 120 0,612 0,812 2,8 2,00 2,15 0,230 16 13,4 44,9 0,47 4 P3 >150 0,296 3,755 27,2 4,00 4,13 1,150 38 10,9 96,0 2,18 5 P3 >150 4,070 2,535 20,6 7,20 46,42 4,910 60 77,4 100,0 1,47 6 P3 >150 1,330 6,213 31,8 8,00 14,09 3,970 68 20,7 85,1 3,61 7 P2 54 10,300 23,809 26,8 21,40 39,60 2,010 84 47,1 100,0 13,848 P2 25 1,170 23,553 13,2 8,80 10,07 0,400 96 10,5 33,8 13,699 P2 40 1,690 16,299 33,0 14,80 13,33 5,790 63 21,2 100,0 9,48

10 P4 30 2,050 10,155 33,0 12,40 14,39 5,560 64 22,5 100,0 5,90 11 P4 30 1,200 11,265 19,8 11,40 10,99 5,320 62 17,7 76,6 6,55 12 P4 50 1,220 5,939 19,2 7,60 18,68 3,210 52 35,9 93,6 3,45 13 B1 40 2,660 0,260 4,0 1,00 0,94 0,290 14 6,7 44,5 0,15 14 B1 40 1,710 1,917 14,0 0,40 4,13 2,910 8 51,6 100,0 1,11 15 B1 50 0,255 0,715 3,8 1,40 0,86 0,480 12 7,2 54,5 0,42 16 B1 150 0,531 1,300 3,0 1,00 0,88 0,500 16 5,5 33,6 0,76 17 B1 34 0,396 0,682 10,2 3,80 2,29 0,740 22 10,4 77,4 0,40 18 P2 65 1,310 24,919 10,4 4,80 8,70 0,650 76 11,4 32,3 14,4919 P2 110 0,427 5,718 5,4 2,20 3,04 0,230 40 7,6 27,2 3,32 20 P2 60 0,580 14,081 15,2 8,00 5,97 1,620 60 10,0 51,3 8,19 21 B1 >150 0,198 0,975 5,8 1,80 0,93 0,420 24 3,9 37,3 0,57 22 B1 >150 0,387 1,690 5,0 1,80 0,92 0,650 18 5,1 46,5 0,98 23 B1 >150 0,228 2,145 5,4 1,80 0,57 0,800 18 3,2 47,6 1,25 24 B1 >150 0,133 1,950 2,8 1,00 0,33 0,480 18 1,8 25,6 1,13 25 B1 60 0,487 3,755 2,4 0,80 2,48 0,680 34 7,3 18,7 2,18 26 B1 40 0,970 8,534 3,2 2,00 4,13 1,170 28 14,8 37,5 4,96 27 B1 34 0,670 4,950 3,2 6,40 2,15 1,620 26 8,3 51,4 2,88 28 B1 60 0,178 1,560 2,2 2,20 0,73 0,230 14 5,2 38,3 0,91 29 B1 120 0,342 1,397 4,4 2,20 1,08 0,150 22 4,9 35,6 0,81 30 P1 >150 0,412 12,374 11,4 5,40 3,71 0,660 60 6,2 35,3 7,19 31 B1 >150 0,145 2,112 4,6 1,40 0,50 0,560 20 2,5 35,3 1,23 32 P1 45 1,120 2,735 8,8 3,40 4,13 0,750 68 6,1 25,1 1,59 33 B1 50 0,323 2,632 6,2 4,00 1,32 0,210 28 4,7 41,9 1,53 34 B1 55 0,970 2,210 11,0 3,80 3,30 0,820 22 15,0 86,0 1,28

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249  

ANEXO V. Resumo das Unidades de Solos

Resumo das Unidades de Solos

Unidade CTC (med/100g) PST (%) PBT (%) CO (%) CEe (ds/m) DEC (%) PROF (cm) TEXT pH B1 8,0 - 34,0 1,8 - 51,6 19 – 100 0,15 – 5,0 0,67 - 13,3 0 – 20 40 - 00 Co-S 5,6-7,5 P1 60,0 – 68,0 6,1 - 6,2 25 – 35 1,6 - 7,2 2,1 - 5,6 0 – 8 45 - 00 Co-CS 3,0-4,5 P2 40,0 – 96,0 7,6 - 47,1 27 – 100 3,3 - 14,5 2,14 - 51,2 0 – 10 25-110 Co-C 5,6-7,6 P3 38,0 – 68,0 10,9 - 77,4 85 – 100 1,5 - 3,6 1,48 - 20,4 0 – 2 ≥150 CoC 7,2-8,3 P4 64,0 – 52,0 35,0 - 17,7 77 – 100 3,5 - 5,9 6,0 - 10,3 0 – 15 30,0 CoC 5,6-7,8

C22 48,7 - 72,7 18,0 – 55,0 48 – 70 1,5 - 5,5 2,5 – 19,0 0-10 30-60 SL, C 7,6 - 9,0

C21 48,5 - 90,4 23,0 – 37,0 49 – 91 6,4 – 12,0 9,3 – 13,0 0-2 35-80 SiCL, C 3 - 7,5 C2 47,9 - 100,0 14,0 – 39,0 47 – 90 3,6 - 9,5 1,6 - 26,6 0 – 6 30-60 SiCL, C 5,5 - 8,5

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250  

Anexos do Capitulo 2, Subcapitulo 2.1

Lista de anexos

ANEXO A. Mapa da Localização Geográfica do Vale do Infulene

ANEXO B. Fotos de pragas e os danos causados

ANEXO C. Total de agricultores da área de estudo

ANEXO D. Tabelas de análise de variância das pragas por cultura

ANEXO E. Guia de entrevista

ANEXO F. Ficha de campo

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251  

Anexos do Capitulo 2, Subcapitulo 2.2.

Lista de anexos

Anexo I. Resumo dos resultados de registo das pragas e as respectivas variáveis a medir

Anexo II. Pesticidas recomendados para o controlo de algumas pragas identificadas

Anexo III. Resultados de análise de variância

Anexo IV. Danos provocados por pragas nas culturas

Anexo V. Ficha de registo de observações de pragas no campo

Anexo VI. Guia de entrevista

Anexo VII. Mapa de Localização de zonas de estudo

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252  

Anexo II: Pesticidas recomendado para algumas pragas identificadas.

Pesticidas recomendados para pragas identificadas nas hortícolas. Fonte : Segeren, et

al,(1994).

Inseticidas recomendados para o controle de Aphis craccivora em feijão.

Produto químico Grupo químico dose c.t

midacloprid nicotinóide 250 ml/ 100 kg sem. IV

methamidophos organofosforado 0,5 a 1,0 l/ha II

malathion organofosforado 2,0 l/ha III

acephate organofosforado 1 kg/100 kg sem. IV

dimethoate organofosforado 640 ml/100 l d’água I

Fonte: Agrofit (2002) ct: Classe toxicológica

Produto químico Nome comercial Dose/l Dose/há

Diazinão Basudine 60% EC 2ml 1- 2 l

Malatião Malatião 50% EC 2-3 ml 1-3 l

Pirimofos-metilo Actellic 50% EC 2ml 1-2 l

Lambda-Cialotrina Karate 5% EC 1 ml 0,5 -1 l

Deltametrina Decis 2,5 % EC 1ml 0,5-1 l

Cipermetrina Cymbush 25% EC ou

Ripcord 20% EC 1ml 0,5-1 l

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253  

Anexo III. Resultados de análise de variancia

Densidade de Traça da couve (Plutella xylostella) na couve

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 76,50 38,250 3,146 0,064

Erro 21 255,333 12,159

Total 23 331,833

Percentagem de plantas infestadas da Traça da couve (Plutella xylostella) na couve

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 1954,083 977,042 22,068 0,0013

Erro 21 929,750 44,274

Total 23 2883,833

Índice médio de ataque de Traça da couve (Plutella xylostella) na couve

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 1,935 0,967 3,254 0,039

Erro 21 6,242 0,297

Total 23 8,176

Densidade de Broca da couve (Helula undalis) na couve

Fonte Graus de liberdade Valor de t Probabilidade

Zona 12 15,204 0,054

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254  

Percentagem de Plantas infestadas de Broca da couve (Helula undalis) na couve

Fonte Graus de liberdade Valor de t Probabilidade

Zona 12 18,993 0,066

Índice médio de ataque de Broca da couve (Helula undalis) na couve

Fonte Graus de liberdade Valor de t Probabilidade

Zona 12 15,192 0,057

Densidade de Lagarta da couve (crocidolomia binotalis) na couve

Fonte Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Média dos

quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 123,750 61,875 17,531 0,0001

Erro 17 60,00 3,529

Total 19 183,750

Percentagem de plantas infestadas de Lagarta da couve (crocidolomia binotalis) na couve

Fonte Graus de

liberdade

Soma dos

quadrados

Média dos

quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 4034,40 2017,20 148,839 0,063

Erro 17 230,40 13,553

Total 19 4264,80

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255  

Índice médio de ataque de Lagarta da couve (crocidolomia binotalis) na couve

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 6,553 3,277 22,379 0,074

Erro 17 2,489 0,146

Total 19 9,042

Densidade de Lagarta falsa mede palmo (Plusia acuta) no repolho

Fonte Graus de liberdade Valor de t Probabilidade

Zona 15 7,98 0,0022

Percentagem de infestação de Lagarta falsa mede palmo (Plusia acuta) no repolho

Fonte Graus de liberdade Valor de t Probabilidade

Zona 15 11,85 0,001

Índice médio de ataque de Lagarta falsa mede palmo (Plusia acuta) no repolho

Fonte Graus de liberdade Valor de t Probabilidade

Zona 15 28,625 0,00

Densidade de Traça da couve (Plutella xylostella) no repolho

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 2425,40 1212,70 21,245 0,0018

Erro 17 970,40 57,082

Total 19 3395,80

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256  

Percentagem de plantas infestadas da Traça da couve (Plutella xylostella) no repolho

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 194,117 97,058 2,086 0,155

Erro 17 790,833 46,520

Total 19 984,950

Índice médio de ataque da Traça da couve (Plutella xylostella) no repolho

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 3,059 1,529 12,444 0,00

Erro 17 2,089 0,123

Total 19 5,148

Densidade de mosca branca (Bemisia tabaci) no repolho

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 1641,369 820,684 49,857 0,00

Erro 17 246,909 16,461

Total 19 1888,278

Percentagem de plantas de infestação de mosca branca (Bemisia tabaci) no repolho

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 32,278 16,139 1,453 0,265

Erro 15 166,667 11,111

Total 17 198,944

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257  

Índice médio de ataque de mosca branca (Bemisia tabaci) no repolho

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 0,849 0,424 5,36 0,018

Erro 15 1,188 0,079

Total 17 2,036

Densidade de Afídeo da couve (Lipaphis erysimi) no repolho

Fonte Graus de liberdade Valor de t Probabilidade

Zona 7 4,239 0,004

Percentagem de plantas infestadas de Afídeo da couve (Lipaphis erysimi) no repolho

Fonte Graus de liberdade Valor de t Probabilidade

Zona 7 70,445 0,002

Índice médio de ataque de Afídeo da couve (Lipaphis erysimi) no repolho

Fonte Graus de liberdade Valor de t Probabilidade

Zona 7 14,405 0,001

Densidade de moscabranca (Bemisia tabaci) na alface

Fonte Graus de liberdade Valor de t Probabilidade

Zona 10 34,303 0,00

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258  

Percentagem de plantas infestadas de mosca branca (Bemisia tabaci) na alface

Fonte Graus de liberdade Valor de t Probabilidade

Zona 10 16,867 0,033

Índice médio de ataque de mosca branca (Bemisia tabaci) na alface

Fonte Graus de liberdade Valor de t Probabilidade

Zona 10 24,96 0,02

Densidade de mosca branca (Bemisia tabaci) no pimento

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 593,158 296,579 7,461 0,005

Erro 16 636,00 39,750

Total 18 1229,158

Percentagem de plantas infestadas de mosca branca (Bemisia tabaci) no pimento

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 394,934 197,467 30,162 0,00

Erro 16 104,750 6,547

Total 18 499,684

Índice médio de ataque de de mosca branca (Bemisia tabaci) no pimento

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 5,605 2,802 25,704 0,01

Erro 16 1,745 0,109

Total 18 7,349

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259  

Densidade de Lagarta falsa mede palmo (Plusia acuta) no pimento

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 24,944 12,472 7,795 0,005

Erro 15 24,00 1,60

Total 17 48,944

Percentagem de plantas infestadas de Lagarta falsa mede palmo (Plusia acuta) no pimento

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 76,944 38,472 2,157 0,150

Erro 15 267,556 17,837

Total 17 344,50

Índice médio de ataque de Lagarta falsa mede palmo (Plusia acuta) no pimento

Fonte Graus de liberdade

Soma dos quadrados

Média dos quadrados

Valor de F Probabilidade

Zonas 2 0,128 0,064 0,326 0,727

Erro 15 2,937 0,196

Total 17 3,064

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260  

Anexo IV: Danos provocados por pragas nas culturas.

Ataque sério de afídeo (Aphis craccivora), no feijão nhemba

Fonte: Segeren et al., (1994)

Presença de afídeo verde da couve (Liphaphis erysimi) na couve.

Fonte: Segeren et al., (1994)

Densidade de infestação de afídeo pardo da couve (Brevicoryne brassicae), na cultura da couve.

Fonte: Segeren et al., (1994)

Ataque sério da traça da couve (Plutella xylostella) no repolho

Ataca sério da broca da couve (Helula undalis)

Fonte: Segeren et al., (1994)

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261  

Agregado da lagarta da couve (Crocidolomia binotalis)

Fonte: Segeren et al., (1994)

Fruto de pimentos atacados por Lagarta falsa mede palmo (Plusia acuta). O fruto perde o valor

comercial.

Ataque das folhas de pimento por Mosca branca

Planta de couve atacado pela Lagarta falsa mede palmo na zona das Mahotas.

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262  

Anexo V: Ficha de registo de observações de pragas no campo Parcela no _____ Local____________ Data____/____/____ Associação____________________ Cultura______________ N.Cientifico_________________N.Vulgar_______________

Amostra (planta)

Infestação

No de indivíduos

*Nivel de infestaçao (ou danos)

IMA

Parte atacada

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

Total

* Nível: 0= sem infestação; 1= baixa; 2= moderada; 3= séria; 4= muito séria.

Infestação: sem infestação= 0; Infestado= 1

Danos: nível zero sem danos; 1= 1 a 20% da superfície da parte atacada; 2= 21 a 40% da superfície da parte atacada; 3= 41 a 70% da superfície da parte atacada e 4= acima de 70% da superfície da parte atacada.

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263  

Anexo VI: Guia de entrevista

Agricultor No………. Data: ………de……………….de 2008

Entrevistador: ………………………………………

1. Nome do agricultor……………………………, Idade…….anos,

2. sexo: M…….F……….Nível de escolaridade.....................................

3. A quanto tempo pratica agricultura?

A. <5 Anos B. >5 anos

4. Pratica sempre neste terreno?

A. sim B. Não

5. Como é que faz a preparação do solo?

A. Manual B. Mecanizada C. Tracção animal

6. Utiliza adubos?

A. Sim B. Não

7. Se sim, que tipo de adubos usa?.

A. Orgânico B. mineral

8. Qual é o sistema de rega que usa?

A. Regador B. sulcos C. aspersão

9. Quais são as culturas que pratica? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

10. Faz rotação de culturas?

A. Sim B. Não

11. Conheces algumas pragas?

A. Sim B. Não

12. Quais são as pragas que atacam as culturas? (indicar pragas por cultura)

------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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264  

13. Quando é que as pragas atacam? --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

14. Como se manifestam as pragas que atacam as culturas? (indicar por pragas e por cultura) ------------------------------------------------------------------------------------------------------------

15. Ocorrem as mesmas pragas todos anos?

A. Sim B. Não C. Outra resposta----------------------------------------

16. Faz algum controlo?

A. sim B. Não

17. Tipo de controlo

A. Preventivo B. curativo

18. Qual a primeira atitude que toma logo após a identificação de uma praga?

------------------------------------------------------------------------------------------------------------Que técnicas usa para controlar essas pragas?

A. Pesticidas B. variedades resistentes C. Rotação de culturas D. Outro----------------

19. Se usa pesticidas: onde é que adquire? ----------------------------------------------------

20. Quais são os pesticidas que usa? (indicar por praga e por cultura) -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

21. Como é que adquire? ------------------------------------------------------------------------

22. Qual é o custo de aquisição? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

23. Como é que aplica? -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

24. Qual é a periodicidade de aplicação? ------------------------------------------------------

25. Tem alguma formação sobre como se aplica?

A. sim B. Não

26. Alguma vez perdeu toda a cultura por causa de pragas?

A. sim B. Não

27. Se sim, qual a praga e em que cultura? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

28. Tem alguma pergunta por fazer ou informação adicional para dar? A. sim B. Não

29. Se tem, qual? -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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265  

Anexo VII. Mapa de localização das áreas de estudo

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266  

Anexos do Capitulo 2, Subcapitulo 2.3

Lista de anexos

ANEXO I. Ficha de campo

ANEXO II. Guia de entrevista

ANEXO III. Relação de associados da área de estudo

ANEXO IV. Tabelas de análise das principais pragas por cultura

ANEXO V. Algumas fifuras de dans e sintomas de pragas em culturas hortícolas

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267  

Anexo I. Ficha de campo Local: Distrito de Catembe                       Periodo: Outubro a Novembro de 2008 

PARCELA NO _____ LOCAL____________ DATA____/____/____

ASSOCIACAO___________________________

Amostra (planta)

Nº de individuos

*Nivel de infestaçao (ou danos)

IMA Parte Atacada

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

Total= % inf=

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268  

Nivel de Infestação: 0 - sem infestação; 1 - baixa (1 a 5 indivídos); 2 - moderada( 6 a 10

indivíduos); 3- séria (11 a 15 indivíduos) e 4 - muito séria (mais de 15 individuos).

Nivel de Dano: nível zero - sem danos; 1 – ligeiro (1 a 20% da superficie da parte atacada); 2 –

moderado (21 a 40% da superficie da parte atacada) ; 3 – serio (41 a 70% da superficie da parte

atacada) e 4 – muito serio (acima de 70% da superficie da parte atacada).

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269  

Anexo II. Guia de Entrevista

Local………………Associação………………Data……. /..…../2008

1. Nome do agricultor……………………, Idade…… Nível de escolaridade ...........

2. Há quanto tempo pratica agricultura? A. 1, 2, 3, 4 B. >5 anos

3. Pratica sempre neste terreno? A. Sim B. Não

4. Como é que faz a preparação do solo? A. Manual B. tracção animal, C. mecanizada

5. Utiliza adubos? A. Sim B. não

6. Se sim, que tipo de adubos usa? A. Orgânico (vegetal e animal) B. mineral

7. Onde adquire?...... .....................................................................................................................

8. Qual é o sistema de rega que usa? A. Regador B. sulcos C. aspersão

9. Quais são as culturas que pratica? ...........................................................................................

10. Faz rotação de culturas? A. Sim B. não

11. Se sim, qual é sequência? ................................................................................................

12. Qual é o objectivo da rotação? ............................................................................................

13. Conhece algumas pragas? A. Sim B. não

14. Quais são as pragas que atacam as culturas? (indicar pragas por

cultura).............................................................................................................................................

15. Quando é que as pragas atacam (fase de desenvolvimento da cultura)?

............................................................................................................................................................

16. Ocorrem as mesmas pragas todos anos? A. Sim B. Não

C. Outra resposta...........................................................................................................................

17. Faz algum controlo? A. Sim B. Não

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270  

18.Tipo de controlo: A. Preventivo B. curativo

19. Qual a primeira atitude que toma logo após a identificação de uma

praga?..............................................................................................................................................

20. Que técnicas usa para controlar essas pragas? A. Pesticidas, B. variedades resistentes

C. Rotação de culturas, D.Outro......................................................................................................

21. Se usa pesticidas: onde é que adquire? ....................................................................................

22. Qual é o custo de aquisição? ..............................................................................................

23. Como é que aplica? ..........................................................................................................

24. Quem aplica? .......................................................................................................................

25. Qual é a periodicidade de aplicação? .....................................................................................

26. Como é que controla a dosagem? ..........................................................................................

27. Onde e como armazena os pesticidas? ....................................................................................

28. Consegue controlar as pragas? A. Sim B. Não C. Nem sempre

29. Se não ou nem sempre, porque? ..............................................................................................

30. O que faz para controlar este tipo de praga? ............................................................................

31. Quem recomenda o uso de um determinado produto? .............................................................

32. Tem alguma formação sobre como se aplica? A. Sim B. Não

33. Alguma vez perdeu toda a cultura por causa de pragas? A. Sim B. Não

34. Se sim, qual a praga e em que cultura? .....................................................................................

35. Tabela de intervalo de segurança por cada tipo de produto aplicado e respectivas dosagens por

cultura.

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271  

Pesticida aplicado Dosagem Intervalo de aplicação Intervalo de segurança

36. Qual é a finalidade da produção? A. Consumo B. comercialização C. ambos

37. Se for para comercializar, qual é o local de comercialização? .............................................

38. Tem alguma pergunta por fazer ou informação adicional para dar? A. Sim B. Não

39. Se tem, qual? ............................................................................................................................

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272  

Anexo III. Relação de associados da área de estudo.

Número de agricultores entrevistados por associação e parcelas observadas por bairro.

Bairro Associação e ou Cooperativa

Área húmida

(ha)

Número de membros

Agricultores inqueridos

Parcelas observadas

As. Revolução verde 2.4 30 4 16 Inguide

Coop. Eduardo Mondlane

1 24 - 12

As. Auto-apoio 0.5 15 4 18

Coop. 3 de Fevereiro 1 10 -

Coop. Mao-Tsè-tung 1 24 5 11

Chali

Coop. Acordo de Lusaca

1 12 6 16

As. Marcelino dos Santos

0.6 13 2 12

As. Armando Emílio Guebusa

5.6 78 5 38

As. Agro-jovenil 0.1 17 -

Coop. 20 Setembro 1 20 3 13

Chamissava

Coop. Acordo Incomati 1 24 -

As. Maria de Lurdes Guebusa

2.8 40 3 28 Incassane

Coop. Canimambo Frelimo

1 28 3 17

Total 325 35 181

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273  

Anexo IV. Tabelas de análise das principais pragas por cultura.

CULTURA DA COUVE

Tabela 4. 1. Teste de normalidade dos resíduos da traça da couve (Plutella xylostela). 

Tabela 4. 2. Teste de homogeneidade de variância da traça da couve.

Teste de homogeneidade de variancia (Levene's Test of Equality of ErrorVariances)

a

1,437 3 39 ,247

2,743 3 39 ,056

5,275 3 39 ,0045,842 3 39 ,002

DensidadePercentagem deplantas infestadasIndice medio de ataqueIMAr

F df1 df2 Sig.

Tests the null hypothesis that the error variance of the dependent variable isequal across groups.

Design: Intercept+Trata.

 

 

Teste de Normalidade (One-Sample Kolmogorov-Smirnov Test)

43 43 43 432,1488 83,3721 2,0047 1,5610,97672 13,48372 ,83835 ,26379

,143 ,292 ,242 ,239,143 ,148 ,242 ,239

-,073 -,292 -,154 -,159

,936 1,916 1,584 1,567

,345 ,001 ,013 ,015

NMeanStd. Deviation

Normal Parametersa,b

AbsolutePositiveNegative

Most ExtremeDifferences

Kolmogorov-Smirnov Z

Asymp. Sig. (2-tailed)

Densidade

Percentagemde plantasinfestadas

Indice mediode ataque IMAr

Test distribution is Normal.a.

Calculated from data.b.

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274  

Tabela 4. 3. Analise de  variância da traça da couve. 

ANOVA

9,725 3 3,242 4,167 ,01230,342 39 ,77840,067 42

2181,387 3 727,129 5,199 ,0045454,659 39 139,8637636,047 42

,577 3 ,192 3,198 ,0342,346 39 ,0602,923 42

Between GroupsWithin GroupsTotalBetween GroupsWithin GroupsTotalBetween GroupsWithin GroupsTotal

Densidade

Percentagem deplantas infestadas

IMAr

Sum ofSquares df Mean Square F Sig.

H0: A praga tem o mesmo efeito nas zonas de produção, em termos de Dens, PPI e IMA.

Ha: A praga tem efeito diferente nas zonas de produção, em termos de Dens, PPI e IMA.

Sig. <0,05. Rejeita-se a hipótese nula. O teste F é significativo no nível 5% de probabilidade (p

<0,05). Conclui-se que existe pelo menos dois bairros com efeitos diferentes em termos de Dens,

PPI e IMA, a um grau de confiança de 99% de probabilidade (procedimento usado para todas

pragas que fizeram parte da análise).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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275  

 

Tabela 4. 4. Teste de Tukey para comparação de médias de Dens, PPI e IMA da traça da couve. 

Multiple Comparisons

Tukey HSD

-1,04716* ,34548 ,022 -1,9742 -,1201-,09625 ,45191 ,997 -1,3089 1,1164-,88352 ,34548 ,067 -1,8106 ,04351,04716* ,34548 ,022 ,1201 1,9742,95091 ,47574 ,206 -,3257 2,2275,16364 ,37611 ,972 -,8456 1,1729,09625 ,45191 ,997 -1,1164 1,3089

-,95091 ,47574 ,206 -2,2275 ,3257-,78727 ,47574 ,361 -2,0639 ,4893,88352 ,34548 ,067 -,0435 1,8106

-,16364 ,37611 ,972 -1,1729 ,8456,78727 ,47574 ,361 -,4893 2,0639

-2,10227 4,63209 ,968 -14,5319 10,327321,62500* 6,05921 ,005 5,3659 37,88411,07955 4,63209 ,995 -11,3501 13,50912,10227 4,63209 ,968 -10,3273 14,5319

23,72727* 6,37867 ,003 6,6110 40,84363,18182 5,04278 ,921 -10,3498 16,7135

-21,62500* 6,05921 ,005 -37,8841 -5,3659-23,72727* 6,37867 ,003 -40,8436 -6,6110-20,54545* 6,37867 ,013 -37,6618 -3,4291-1,07955 4,63209 ,995 -13,5091 11,3501-3,18182 5,04278 ,921 -16,7135 10,349820,54545* 6,37867 ,013 3,4291 37,6618

,11976 ,09606 ,602 -,1380 ,3775,36304* ,12565 ,031 ,0259 ,7002,18827 ,09606 ,221 -,0695 ,4460

-,11976 ,09606 ,602 -,3775 ,1380,24328 ,13228 ,271 -,1117 ,5982,06851 ,10457 ,913 -,2121 ,3491

-,36304* ,12565 ,031 -,7002 -,0259-,24328 ,13228 ,271 -,5982 ,1117-,17477 ,13228 ,555 -,5297 ,1802-,18827 ,09606 ,221 -,4460 ,0695-,06851 ,10457 ,913 -,3491 ,2121,17477 ,13228 ,555 -,1802 ,5297

(J) TratamentoChaliInguideIncassaneChamissavaInguideIncassaneChamissavaChaliIncassaneChamissavaChaliInguideChaliInguideIncassaneChamissavaInguideIncassaneChamissavaChaliIncassaneChamissavaChaliInguideChaliInguideIncassaneChamissavaInguideIncassaneChamissavaChaliIncassaneChamissavaChaliInguide

(I) TratamentoChamissava

Chali

Inguide

Incassane

Chamissava

Chali

Inguide

Incassane

Chamissava

Chali

Inguide

Incassane

Dependent VariableDensidade

Percentagem deplantas infestadas

IMAr

MeanDifference

(I-J) Std. Error Sig. Lower Bound Upper Bound95% Confidence Interval

The mean difference is significant at the .05 level.*.

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276  

Tabela 4. 5. Teste de normalidade dos resíduos de afídeos da couve.

Teste de Normalidade (One-Sample Kolmogorov-Smirnov Test)

30 30 3017,9733 62,8333 1,63333,83531 12,84411 ,30210

,134 ,100 ,113,134 ,100 ,113

-,075 -,100 -,089

,731 ,549 ,617

,659 ,923 ,841

NMeanStd. Deviation

Normal Parameters a,b

AbsolutePositiveNegative

Most ExtremeDifferences

Kolmogorov-Smirnov Z

Asymp. Sig. (2-tailed)

Densidade

Percentagemde plantasinfestadas

Indice mediode ataque

Test distribution is Normal.a.

Calculated from data.b.  

 

Tabela 4. 6. Teste de homogeneidade de variância de afídeos da couve.

Teste de homogeneidade de variancia (Levene's Test of Equality of ErrorVariances)

a

,655 3 26 ,587

,408 3 26 ,749

1,440 3 26 ,254

DensidadePercentagem deplantas infestadasIndice medio de ataque

F df1 df2 Sig.

Tests the null hypothesis that the error variance of the dependent variable isequal across groups.

Design: Intercept+Trata.  

 

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277  

Tabela 4. 7. Análise de variância de afídeos da couve.

ANOVA

183,190 3 61,063 6,523 ,002243,389 26 9,361426,579 29

2444,975 3 814,992 9,059 ,0002339,192 26 89,9694784,167 29

1,449 3 ,483 10,488 ,0001,197 26 ,0462,647 29

Between GroupWithin GroupsTotalBetween GroupWithin GroupsTotalBetween GroupWithin GroupsTotal

Densidade

Percentagem deplantas infestadas

Indice medio de ataq

Sum ofSquares df Mean Square F Sig.

 

 

Tabela 4. 8. Teste de Tukey para comparação de médias de Dens, PPI e IMA de afídeos na couve. 

Percentagem de plantas infestadas

Tukey HSDa,b

5 49,00005 55,00009 62,2222 62,2222

11 73,1818,077 ,178

TratamentoInguideIncassaneChaliChamissavaSig.

N 1 2Subset for alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are displayed.Uses Harmonic Mean Sample Size = 6,644.a.

The group sizes are unequal. The harmonic meanof the group sizes is used. Type I error levels arenot guaranteed.

b.

Densidade

Tukey HSDa,b

5 16,06005 16,1200

11 16,60919 21,7333

,988 1,000

TratamentoIncassaneInguideChamissavaChaliSig.

N 1 2Subset for alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are displayed.Uses Harmonic Mean Sample Size = 6,644.a.

The group sizes are unequal. The harmonic meanof the group sizes is used. Type I error levels arenot guaranteed.

b.

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278  

Indice medio de ataque

Tukey HSD a,b

9 1,34445 1,5200 1,52005 1,8000 1,8000

11 1,8455,457 ,107 ,980

TratamentoChaliInguideIncassaneChamissavaSig.

N 1 2 3Subset for alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are displayed.Uses Harmonic Mean Sample Size = 6,644.a.

The group sizes are unequal. The harmonic mean of thegroup sizes is used. Type I error levels are notguaranteed.

b.

CULTURA DE REPOLHO

Tabela 4. 9. Teste de normalidade dos resíduos da traça da couve. Teste de Normalidade (One-Sample Kolmogorov-Smirnov Test)

20 20 201,6900 74,5000 1,3585,77673 9,16228 ,38529

,142 ,222 ,310,142 ,126 ,310

-,101 -,222 -,176

,636 ,992 1,385

,813 ,279 ,043

NMeanStd. Deviation

Normal Parameters a,b

AbsolutePositiveNegative

Most ExtremeDifferences

Kolmogorov-Smirnov Z

Asymp. Sig. (2-tailed)

Densidade

Percentagemde plantasinfestadas

Indice mediode ataque

Test distribution is Normal.a.

Calculated from data.b.  

Tabela 4. 10. Teste de homogeneidade de variância da traça da couve.

Test of Homogeneity of Variances

1,400 3 16 ,279

2,539 3 16 ,093

2,750 3 16 ,077

DensidadePercentagem deplantas infestadasIndice medio de ataque

LeveneStatistic df1 df2 Sig.

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279  

Tabela 4. 11. Analise de variância da traça da couve.

ANOVA

5,427 3 1,809 4,796 ,0146,036 16 ,377

11,463 19474,375 3 158,125 2,258 ,121

1120,625 16 70,0391595,000 19

,237 3 ,079 ,490 ,6942,583 16 ,1612,820 19

Between GroupsWithin GroupsTotalBetween GroupsWithin GroupsTotalBetween GroupsWithin GroupsTotal

Densidade

Percentagem deplantas infestadas

Indice medio de ataque

Sum ofSquares df Mean Square F Sig.

 

Tabela 4. 12. Teste de Tukey para comparação de médias de densidade da traça da couve. 

Multiple Comparisons

Dependent Variable: DensidadeTukey HSD

,25000 ,46910 ,950 -1,0921 1,59211,19000* ,41201 ,047 ,0112 2,36881,18750* ,37612 ,028 ,1114 2,2636-,25000 ,46910 ,950 -1,5921 1,0921,94000 ,44854 ,196 -,3433 2,2233,93750 ,41581 ,151 -,2521 2,1271

-1,19000* ,41201 ,047 -2,3688 -,0112-,94000 ,44854 ,196 -2,2233 ,3433-,00250 ,35014 1,000 -1,0043 ,9993

-1,18750* ,37612 ,028 -2,2636 -,1114-,93750 ,41581 ,151 -2,1271 ,2521,00250 ,35014 1,000 -,9993 1,0043

(J) TratamentoChalinguideIncassaneChamissavanguideIncassaneChamissavaChaliIncassaneChamissavaChalinguide

(I) TratamentoChamissava

Chali

nguide

Incassane

MeanDifference

(I-J) Std. Error Sig. Lower Bound Upper Bound95% Confidence Interval

The mean difference is significant at the .05 level.*.

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280  

Tabela 4. 13. Teste de normalidade dos resíduos da broca da couve (Helulla undalis).

Teste de Normalidade (One-Sample Kolmogorov-Smirnov Test)

26 26 261,5038 60,7692 1,1635,49758 16,89333 ,14204

,157 ,097 ,103,157 ,095 ,074

-,077 -,097 -,103,798 ,495 ,527,547 ,967 ,944

NMeanStd. Deviation

Normal Parameters a,b

AbsolutePositiveNegative

Most ExtremeDifferences

Kolmogorov-Smirnov ZAsymp. Sig. (2-tailed)

Densidade

Pescentagemde plantasinfestadas

Indice mediode ataque

Test distribution is Normal.a.

Calculated from data.b.  

Tabela 4. 14. Teste de homogeneidade de variância da broca da couve.

Teste de homogeneidade de variancia (Levene's Test of Equality of ErrorVariances)

a

,270 3 22 ,846

1,109 3 22 ,367

,647 3 22 ,593

DensidadePescentagem deplantas infestadasIndice medio de ataque

F df1 df2 Sig.

Tests the null hypothesis that the error variance of the dependent variable isequal across groups.

Design: Intercept+Trata.  

Tabela 4. 15. Análise de variância da broca da couve.

ANOVA

,785 3 ,262 1,065 ,3845,405 22 ,2466,190 25

1943,187 3 647,729 2,745 ,0675191,429 22 235,9747134,615 25

,140 3 ,047 2,807 ,063,365 22 ,017,504 25

Between GroupsWithin GroupsTotalBetween GroupsWithin GroupsTotalBetween GroupsWithin GroupsTotal

Densidade

Pescentagem deplantas infestadas

Indice medio de ataque

Sum ofSquares df Mean Square F Sig.

 

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281  

Tabela 4. 16. Teste de Tukey para comparação de médias de IMA da broca da couve. 

Multiple Comparisons

Dependent Variable: Indice medio de ataqueTukey HSD

-,21800* ,07540 ,039 -,4274 -,0086-,13022 ,07182 ,294 -,3297 ,0692-,14400 ,08144 ,315 -,3701 ,0821,21800* ,07540 ,039 ,0086 ,4274,08778 ,06489 ,541 -,0924 ,2680,07400 ,07540 ,761 -,1354 ,2834,13022 ,07182 ,294 -,0692 ,3297

-,08778 ,06489 ,541 -,2680 ,0924-,01378 ,07182 ,997 -,2132 ,1857,14400 ,08144 ,315 -,0821 ,3701

-,07400 ,07540 ,761 -,2834 ,1354,01378 ,07182 ,997 -,1857 ,2132

(J) TratamentoChaliInguideIncassaneChamissavaInguideIncassaneChamissavaChaliIncassaneChamissavaChaliInguide

(I) TratamentoChamissava

Chali

Inguide

Incassane

MeanDifference

(I-J) Std. Error Sig. Lower Bound Upper Bound95% Confidence Interval

The mean difference is significant at the .05 level.*.

Indice medio de ataque

Tukey HSD a,b

5 1,03209 1,1622 1,16225 1,1760 1,17607 1,2500

,235 ,638

TratamentoChamissavaInguideIncassaneChaliSig.

N 1 2Subset for alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are displayed.Uses Harmonic Mean Sample Size = 6,117.a.

The group sizes are unequal. The harmonic meanof the group sizes is used. Type I error levels arenot guaranteed.

b.

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282  

CULTURA DE CEBOLA

Tabela 4. 17. Teste de normalidade dos resíduos da tripes da cebola. Teste de Normalidade (One-Sample Kolmogorov-Smirnov Test)

25 25 25 253,0072 71,6000 1,5056 1,4003

1,30308 16,93861 ,72582 ,21587,168 ,146 ,361 ,328,071 ,099 ,361 ,328

-,168 -,146 -,279 -,253

,842 ,728 1,805 1,642

,478 ,665 ,003 ,009

NMeanStd. Deviation

Normal Parameters a,b

AbsolutePositiveNegative

Most ExtremeDifferences

Kolmogorov-Smirnov Z

Asymp. Sig. (2-tailed)

Densidade

Ppercentagem de plantas

infestadasIndice medio

de ataque IMAr

Test distribution is Normal.a.

Calculated from data.b.  

Tabela 4. 18. Teste de homogeneidade de variância da Tripes da cebola.

Test of Homogeneity of Variances

2,498 3 21 ,088

2,558 3 21 ,083

6,859 3 21 ,0026,253 3 21 ,003

DensidadePercentagem deplantas infestadasIndice medio de ataqueIMAr

LeveneStatistic df1 df2 Sig.

 

 

Tabela 4. 19. Analise de variância da Tripes da cebola.

ANOVA

7,663 3 2,554 1,621 ,21533,090 21 1,57640,753 24

2126,000 3 708,667 3,126 0,04749*4760,000 21 226,6676886,000 24

1,697 3 ,566 1,085 ,37710,947 21 ,52112,644 24

,151 3 ,050 1,089 ,375,968 21 ,046

1,118 24

Between GroupsWithin GroupsTotalBetween GroupsWithin GroupsTotalBetween GroupsWithin GroupsTotalBetween GroupsWithin GroupsTotal

Densidade

Percentagem deplantas infestadas

Indice medio de ataque

IMAr

Sum ofSquares df Mean Square F Sig.

 

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283  

Tabela 4. 20. Teste de Tukey para comparação de médias de PPI da Tripes da cebola. 

Multiple Comparisons

Dependent Variable: Percentagem de plantas infestadasTukey HSD

-15,33333 8,39753 ,290 -38,7400 8,073313,66667 8,39753 ,386 -9,7400 37,0733

1,66667 7,93492 ,997 -20,4506 23,783915,33333 8,39753 ,290 -8,0733 38,740029,00000* 9,52190 ,029 2,4593 55,540717,00000 9,11653 ,273 -8,4108 42,4108

-13,66667 8,39753 ,386 -37,0733 9,7400-29,00000* 9,52190 ,029 -55,5407 -2,4593-12,00000 9,11653 ,563 -37,4108 13,4108

-1,66667 7,93492 ,997 -23,7839 20,4506-17,00000 9,11653 ,273 -42,4108 8,410812,00000 9,11653 ,563 -13,4108 37,4108

(J) TratamentoChaliInguideIncassaneChamissavaInguideIncassaneChamissavaChaliIncassaneChamissavaChaliInguide

(I) TratamentoChamissava

Chali

Inguide

Incassane

MeanDifference

(I-J) Std. Error Sig. Lower Bound Upper Bound95% Confidence Interval

The mean difference is significant at the .05 level.*.

Percentagem de plantas infestadas

Tukey HSD a,b

5 58,00006 70,0000 70,00009 71,6667 71,66675 87,0000

,422 ,242

TratamentoInguideIncassaneChamissavaChaliSig.

N 1 2Subset for alpha = .05

Means for groups in homogeneous subsets are displayed.Uses Harmonic Mean Sample Size = 5,902.a.

The group sizes are unequal. The harmonic meanof the group sizes is used. Type I error levels arenot guaranteed.

b.

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284  

CULTURA DE TOMATE

Tabela 4. 21. Teste de normalidade dos resíduos do ácaro vermelho. Teste de Normalidade (One-Sample Kolmogorov-Smirnov Test)

18 18 186,3361 85,0000 1,6772

2,06653 8,40168 ,42380,147 ,278 ,157,147 ,276 ,157

-,089 -,278 -,116,624 1,179 ,664,832 ,124 ,769

NMeanStd. Deviation

Normal Parameters a,b

AbsolutePositiveNegative

Most ExtremeDifferences

Kolmogorov-Smirnov ZAsymp. Sig. (2-tailed)

Densidade

Percentagemde plantasinfestadas

Indice mediode ataque

Test distribution is Normal.a.

Calculated from data.b.  

Tabela 4. 5. Teste de homogeneidade de variância do ácaro vermelho (Tetramichus evansi). 

Teste de homogeneidade de variancia (Levene's Test of Equality of ErrorVariances)

a

2,571 3 14 ,096

2,145 3 14 ,140

1,822 3 14 ,189

DensidadePercentagem deplantas infestadasIndice medio de ataque

F df1 df2 Sig.

Tests the null hypothesis that the error variance of the dependent variable isequal across groups.

Design: Intercept+Trata.

Tabela 4. 22. Analise de variância do ácaro vermelho (Tetramichus evansi). 

ANOVA

31,730 3 10,577 3,623 ,04040,869 14 2,91972,599 17

180,952 3 60,317 ,829 ,5001019,048 14 72,7891200,000 17

1,220 3 ,407 3,107 ,0611,833 14 ,1313,053 17

Between GroupsWithin GroupsTotalBetween GroupsWithin GroupsTotalBetween GroupsWithin GroupsTotal

Densidade

Percentagem deplantas infestadas

Indice medio de ataque

Sum ofSquares df Mean Square F Sig.

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285  

Tabela 4. 23. Teste de Tukey para comparação de médias de densidade do ácaro vermelho. 

Multiple Comparisons

Dependent Variable: DensidadeTukey HSD

1,29286 1,17902 ,697 -2,1341 4,7198-,24048 1,17902 ,997 -3,6674 3,18642,99286* 1,00043 ,043 ,0850 5,9007

-1,29286 1,17902 ,697 -4,7198 2,1341-1,53333 1,39504 ,696 -5,5881 2,52141,70000 1,24776 ,541 -1,9267 5,3267

,24048 1,17902 ,997 -3,1864 3,66741,53333 1,39504 ,696 -2,5214 5,58813,23333 1,24776 ,088 -,3934 6,8600

-2,99286* 1,00043 ,043 -5,9007 -,0850-1,70000 1,24776 ,541 -5,3267 1,9267-3,23333 1,24776 ,088 -6,8600 ,3934

(J) TratamentoChaliInguindeIncassaneChamissavaInguindeIncassaneChamissavaChaliIncassaneChamissavaChaliInguinde

(I) TratamentoChamissava

Chali

Inguinde

Incassane

MeanDifference

(I-J) Std. Error Sig. Lower Bound Upper Bound95% Confidence Interval

The mean difference is significant at the .05 level.*.

Tabela 4. 24. Teste de normalidade dos resíduos da mosca branca (Bemisia tabaci). 

Teste de Normalidade (One-Sample Kolmogorov-Smirnov Test)

23 23 231,5935 28,6957 1,5230,33855 5,26942 ,19576

,078 ,250 ,161,068 ,228 ,161

-,078 -,250 -,119,375 1,199 ,772,999 ,113 ,590

NMeanStd. Deviation

Normal Parameters a,b

AbsolutePositiveNegative

Most ExtremeDifferences

Kolmogorov-Smirnov ZAsymp. Sig. (2-tailed)

Densidade

Percentagemde plantasinfestadas

Indice mediode ataque

Test distribution is Normal.a.

Calculated from data.b.

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286  

Tabela 4. 25. Teste de homogeneidade de variância da mosca branca. 

Test of Homogeneity of Variances

,093 3 19 ,963

2,059 3 19 ,140

1,505 3 19 ,246

DensidadePercentagem deplantas infestadasIndice medio de ataque

LeveneStatistic df1 df2 Sig.

Tabela 4. 26. Analise de variância da mosca branca. 

ANOVA

,455 3 ,152 1,395 ,2752,066 19 ,1092,522 22

43,012 3 14,337 ,480 ,700567,857 19 29,887610,870 22

,074 3 ,025 ,606 ,619,769 19 ,040,843 22

Between GroupsWithin GroupsTotalBetween GroupsWithin GroupsTotalBetween GroupsWithin GroupsTotal

Densidade

Percentagem deplantas infestadas

Indice medio de ataque

Sum ofSquares df Mean Square F Sig.

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287  

Anexo V. Algumas figuras de danos e sintomas de pragas em culturas hortícolas.

A.

B.

C.

D.

E.

F.

G.

H.

I.

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288  

Cultura de couve com sintomas de dano serio casados por Traça da couve (Plutella xilostella). Fotos A, B,

C e D.

A lagartas amercana (Helicoverpa armigera) e as lagartas (Spodoptera litoralis) causando danos na vagem

de feijão nhemba e na batateira, respectivamente. Imagens E e F, (Segeren, 1994).

Sintomas de doenca podridão negra (Xanthomonas campestris) no alface (fotos G, H, I).

J. K. L.

M. N. O.

P. Q. R.

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289  

Danos sérios de Tripes (Thrips tabaci) e sintomas de doenças de podridões na cultura de cebola (fotos J e

K).

Sintomas de ataque do Tripes da cebola (Thrips tabaci) na folha de cebola. Foto L (Segeren, 1994).

Sintomas de ataque de doenças no tomateiro (fotos M e N).

Dano causado pela lagarta americana (Heliothis armigera) no tomate, foto O (Duarte, 2004)

Ácaro vermelho (Tetramichus evansi) e mosca branca (Bemisia tabaci), causando danos em hortícolas.

Foto P e R (Ciba-geigy, 1994)

Planta de tomate com ataques sérios de ácaro vermelho (Tetramichus evansi). Foto Q (Knapp, 1999)

S.1. 2. 3. 4.

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290  

T.1. 2. 3. 4.

U. V. X.

Colmos de milho severamente danificados por broca do colmo (Busseola fusca) e broca ponteada do colmo

(ChIilo partellus). Fotos S1 e S2 (Segeren, 1994).

Danos da Broca rosada do colmo (Sesamia calamistis) e broca do colmo (Busseola fusca). Fotos S3 e S4

respectivamente, (Ciba-geigy, 1994).

Broca da couve (Hellula undalis) e respectivos danos e sintomas de penetração no ápice do caule da couve.

Fotos T1 e T2 (Segeren, 1994).

A lagarta da couve (Crocidolomia binotalis) e os respectivos estragos na couve, fotos T3 e 4 (Segeren,

1994).

Caule de tomateiro cortada pela rosca (Agrotis sp.) foto U (Segeren, 1994).

Falsa lagarta-mede-palmos (Plusia ocuta) e os danos em frutos novos de tomate, fofo X (Segeren, 1994).

Larva de um sirfídeo predador de afídeos pardo da couve (Brevicoryne brassicae). Foto V (Segeren, 1994).

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291  

Anexos do Capitulo 3, Subcapitulo 3.1

Lista de anexos

ANEXO I. Guia de entrevista

ANEXO II. Ficha de registo de incidência

ANEXO III. Ficha de registo de intensidade de ataque

ANEXO IV. Esquema de amostragem

ANEXO V. Mapa do vale do Infulene

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292  

Anexo 1. Guia de entrevista

Agricultor No……….

Data:………de………………..de 2008

Entrevistador:………………………………………

Nome do agricultor……………………………,Idade……..anos, sexo: M……..F……….

1. A quanto tempo pratica agricultura? A. <5 anos B. >5 anos

2. Pratica sempre neste terreno? A. sim B. Não

3.Como é que faz a preparação do solo? A. Manual

C. Tração animal

B. Mecanizada .

4. Utiliza adubos? A. sim B. Não

5. Se sim, que tipo de adubos usa?. A. organico B. mineral

6.Qual é o sistema de rega que usa? A. regador

C. aspersão

B. sulcos

7. Quais são as culturas que pratica? ---------------------------------------------------------------------------------------

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

8. Faz rotação de culturas? A. sim B. Não

9. qual é o destino dos restos culturais? A. queima B. incorporação no solo

10. Conheces algumas doenças? A. sim B. Não

11. Quais as doenças que conheces e que culturas atacam? (mencionar doença e cultura) -------------------------

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

12. quais são os sintomas? (doença e sintoma)----------------------------------------------------------------------------

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

13. Faz algum controlo ? A. sim B. Não

14. Tipo de controlo A. Preventivo B. curativo

15. Qual a primeira atitude que toma logo após a identificação de uma doença?

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293  

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

----------------------------------------------------------------------------------------------------

16. Que técnicas usa para controlar essas doenças? A. pulverização com Pesticidas

C. rotação de culturas

B. variedades resistentes

D. manipulação de datas de sementeira

E. se outros, mencione ---------------------------------------

-------------------------------------------------------

17. Se usa pesticidas, tem alguma formação sobre

como se aplica?

A. sim B. Não

18. que pesticides usa? (nome do pesticida e cultura/doença) ----------------------------------------------------------

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

19. Tem observado as dosagens? A. sim B. Não

20. Tem observado os intervalos de segurança? A. sim B. Não

Se não, como tem controlado ?

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

21. Onde adquire os pesticides? A.. loja B. vendedores ambulantes

22. Tem feito rotação de pesticides? A. sim B. Não

23. Ocorrem as mesmas doenças todos anos? A. sim B. Não

24. Alguma vez perdeu toda a cultura por causa de

doenças?

A. sim B. Não

25. Se sim, qual a doença e em que cultura? ------------------------------------------------------------------------------

-----------------------------------------------------------------------

26. Qual é a doença que mais problemas causa? (doença e cultura)

------------------------------------------------------------------------------------------------------------

27. Tem alguma pergunta por fazer ou informação

adicional para dar?

A. sim B. Não

28. Se tem, qual?---------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------

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294  

Anexo II. Ficha de registo de incidência de doenças

Doença Nr. Plantas observadas Nr. De plantas infectadas

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295  

Anexo III. Ficha de registo de intensidade de ataque

Parcela no..........

0 = sem sintoma/sinal ;

1 = 0 a 10% ( severidade baixa)

2 =11 a 30% ( severidade moderada)

3 = 31 a 60% ( severo)

4= 61 a 100% ( muito severo)

Planta nº.

Doença

Sintomas

Intensidade de ataque ( 0 a 4 )

1 0 1 2 3 4 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

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296  

Anexo IV. Amostragem segundo o método de Case

AMOSTRA TOTAL AMOSTRA SUGERIDA PERCENTAGEM

100 15 15

200 20 10

500 50 10

1000 50 5

FONTE: Case, 1990

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297  

Anexo V. Mapa do vale de Infulene

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Anexos do Capitulo 4

Lista de anexos

ANEXO I. Inquerito ao agricultor

ANEXO II. Guia de entrevista ao comerciante

ANEXO III. Base de dados

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Anexo I. INQUÉRITO AO AGRICULTOR

Dados pessoas do agricultor

Data da entrevista :

Numero do distrito :

1[ distrito numero 4 2] distrito numero 5

Nome ou código do Agricultor:

Sexo:

1] Masculino 2] Femenino

Sabe ler ou escrever?

1] Sim 2] Não

Bairro:

1] Vale do infulene 2] Mahotas

Qual o tamanho do seu AF4:

1. Você (entrevistado) é? ________________________________________________

1] Proprietário da machanba , 2] trabalhador do proprietário da machanba

4 Agregado Familiar.  

O presente questionário visa a recolha de dados sobre a comercialização dos

produtos agrícolas na cidade de Maputo. Ele tem fins meramente científicos, pelo

que apela-se a sua colaboração.

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2. Você (entrevistado) é?__________________________________________________

1] Pai da família 2] mãe da família 3] filho 4] avo

2.11 Pertence a uma associação/cooperativa? ______________________________

1] Não faz parte de nenhuma associação nem cooperativa, 2] Pertence a uma associação, 3]

pertence a uma cooperativa

3.Quem e o chefe da sua família? ___________________________________________

1] Homem 2] Mulher

4. Quantos adultos (>14) fazem parte do seu agregado?_________________________

5. Quantos membros do seu agregado trabalham na machamba? __________________

6. Quantos membros do seu agregado trabalham fora da machamba? _____________

7. Recebe algum tipo de crédito? ___________________________________________

1] Sim 2] não

7.1 Caso sim, que tipo de credito e de quem? __________________________________

8. quantos dias da semana você trabalha na sua machanba ?

___________________________________________________________________________

9. Quantas horas levas na sua machanba por dia?

10. Quem vende os seus produtos?

11. Para quem vendes os seus produtos?

12. Que quantidade de produto vendes por dia?

_______________________________________________________________________

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13.

Cultivou

1] Sim 2] não Área declarada Área medida Valor pago pelo uso da área Numero de sementeira por ano

Cultura

Couve

Alface

Repolho

Cenoura

14.

Pesticida Adubo

Finalidade 1] venda 2] consumo 3] ambos Fonte da terra

Usa

1]sim 2]não Adquire por

Usa

1]sim 2]não Adquire por

Cultura

Couve

Alface

Repolho

Cenoura

Cebola

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H2O Mão-de-obra Instrumento agrícolas Sementes

Cultura Faz irrigação 1]

sim 2] não Paga pela H2O 1]

sim 2] não

Paga alguém para trabalhar na machamba 1]

sim

2] não Paga algum valor 1]

sim 2] não Obtêm por

Couve

Alface

Repolho

cenoura

Cebola

• Fonte da terra: 1] emprestada, 2] Herança, 3] comprou, 4] oferta, 5] título • Adquire por: 1] doação 2] compra 3] [produz localmente

16. Donde provém os insumos

a) Sementes______________________________________________________________ b) Pesticidas ______________________________________________________________ c) Adubos/fertilizantes/estrume______________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________ d) H2O_______________________________________________________________________ e) Mão-de-obra _______________________________________________________________ f) Instrumentos agrícolas _________________________________________________________________

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PARTE II: levantamento dos custos por cultura:

Pesticida Adubo Semente

Ordem NOME

Quant. Usada

po ciclo Custo

unitário NOME

Quant. Usada po

ciclo Custo

unitário

Tipo 1] semente 2] plantula do

viveiro Custo unitário

1

2

3

4

Qual e o preço de venda do produto

por Kg?

Instrumentos H2O Mão-de-obra

Ordem Nome Custo por ciclo Custo por ciclo Numero de contratados

Custo por contratado por ciclo

1

2

3

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1. Armazena os seus produtos? ____________________________________

1] Sim 2] não

o Caso sim, que tipo de armazenamento faz? ____________________

2. Faz algum tipo de processamento? __________________________________

1] Sim 2[não

o Caso sim, que tipo de processamento faz? ______________________

3. Paga algum tipo de imposto? ___________________________________

1] Sim 2]não

3.1 Caso sim, qual o valor? Em que período? E para que paga o imposto? ______

4. Onde vende os seus produtos? E para quem vende? ____________________

5. Que quantidade espera produzir? __________________________________

6. Quais os problemas que enfrentam na produção e comercialização dos seus

produtos?

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

__________________

7. Como gostaria de resolver os seus problemas? _________________________

 

 

 

 

 

 

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Anexo II: Guia de entrevista para o comerciante

INQUÉRITO AO COMERCIANTE

Dados pessoais do comerciante

Data da entrevista:

Numero do distrito:

1[distrito numero 4 2] distrito numero 5

Nome ou código do comerciante

1] Compra do agricultor e vende directamente ao consumidor, 2 [compra dum comerciante

e vende directamente ao consumidor, 3] compra dum comerciante e vende ao outro

comerciante, 4] compra de um agricultor e vende para um outro comerciante

Sexo:

1] Masculino 2] Femenino

Sabe ler ou escrever?

1] Sim 2] Não

Bairro:

Tipo de comerciante:

1] Grossista 2]retalhista

Qual o tamanho do seu AF5:

1.Onde compra os seus produtos? E por que?_________________________________

2 Para quem vende os seus produtos?______________________________________

5 Agregado Familiar.  

O presente questionário visa a recolha de dados sobre a comercialização dos

produtos agrícolas na cidade de Maputo. Ele tem fins meramente científicos, pelo

que apela-se a sua colaboração.

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1] Directamente ao consumidor 2] a um outro comerciante

3. Em que mercado vende os seus produtos? __________________________________

4. Como fazes o transporte dos seus produtos ao mercado? ____________________

6. que quantidade transportas?___________________________________________

7.Qual a distancia entre o local de compra e de venda dos seus produtos?_________

8. quanto tempo você leva ao transportar os produtos ate ao seu local de venda?___

9. quanto pagas pelo transporte?___________________________________________

10. Paga algum imposto/taxa pela actividade que realizas ?_____________________

1] Sim 2]não

11.fazes algum tipo de processamento? ______________________________________

1] Sim 2]não

11.1 Caso sim, que tipo de processamento?___________________________________

12. Armazena os seus produtos?___________________________________________

1[sim 2[não

12.1 Caso sim, onde e como faz o armazenamento_____________________________

LEVANTAMENTO DOS CUSTOS

Cultura Compra a

(mt/Kg) Vende a (mt/Kg)

A quant comprada

A quant vendida

O valor do

imposto pago

O valor pago pelo transporte

Valor pago pelo local da

venda

Valor pago a outras

despesas

Couve

Alface

Repolho

Cebola

Cenoura

• Valor pago a outras despesas: inclui o valor pago a alguém para fazer o carregamento dos

produtos do local onde o comerciante compra os seus produtos ate ao meio que lhe levara ate ao

mercado assim como o descarregamento do produto no mercado e outras despesas relacionadas

com a comercialização.

8. Quais os problemas que enfrentas no processo de comercialização? ______________

8.1 Como gostaria que fossem resolvidos? ___________________________________

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