estudo prÁtico sobre a aplicaÇÃo da moxaterapia em caso de ...siaibib01.univali.br/pdf/caroline...

26
1 ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ESTRIAS NACARADAS Caroline Stefanes 1 Paula Dutra Neubauer 2 2 Marcela Carolina Machado 3 Resumo Sendo o estado de saúde definido pela OMS como bem estar físico, mental e psicossocial, a autoestima é parte integrante deste estado e neste caso a estria passa a ter grande importância social. Elas ocorrem entre as idades de 10 a 16 anos para o sexo feminino e de 14 a 20 para o masculino. Na mulher adulta saudável a incidência de estrias é de 2,5 vezes mais frequentes que no homem nas mesmas condições. Considerando os vários tipos de tratamento existentes para esta alteração cutânea indesejável na pele, este estudo teve como objetivo avaliar os resultados da aplicação da moxaterapia em caso de estrias nacaradas, visando o processo de cicatrização envolvido, à ação das propriedades terapêuticas da erva Artemísia Vulgaris; que é a matéria prima da Moxa, e seu custo acessível a todos. O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos, um voluntário do sexo masculino de 16 anos e uma do sexo feminino com 27 anos, com estrias do tipo nacaradas geradas em situações distintas, a saber: estiramento da adolescência e gravídicas, respectivamente, as pesquisadoras aplicaram o procedimento de forma a gerar uma hiperemia local visivelmente intensa. A duração média foi de três minutos para cada região e o tratamento foi realizado 3 vezes por semana totalizando 10 sessões. Observou-se uma visível melhora no aspecto geral das estrias tratadas, e concluiu-se que um tratamento prolongado trará resultados mais promissores. Palavras-chaves: moxaterapia, cicatrização, estrias nacaradas. 1 INTRODUÇÃO A evolução na busca pela longevidade e manutenção da saúde tem aumentado significativamente, principalmente no que diz respeito ás Praticas integrativas e complementares (PICS). Sendo o estado de saúde definido pela OMS como bem estar físico, mental e psicossocial a autoestima é parte integrante deste estado. O mundo médico permanece quase que indiferente a estes distúrbios considerando - o quase que exclusivamente estético. Tendo em vista que saúde não é unicamente a ausência de doença, mas sim um bem-estar físico e psicológico, a estria passa a ter grande importância social. (GUIRRO e GUIRRO, 2004). 1 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Florianópolis, Santa Catarina. [email protected] 2 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Florianópolis, Santa Catarina. [email protected] 3 Orientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Florianópolis, Santa Catarina. [email protected]

Upload: ngocong

Post on 15-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

1

ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ESTRIAS NACARADAS Caroline Stefanes1

Paula Dutra Neubauer 22 Marcela Carolina Machado3

Resumo

Sendo o estado de saúde definido pela OMS como bem estar físico, mental e psicossocial, a autoestima é parte integrante deste estado e neste caso a estria passa a ter grande importância social. Elas ocorrem entre as idades de 10 a 16 anos para o sexo feminino e de 14 a 20 para o masculino. Na mulher adulta saudável a incidência de estrias é de 2,5 vezes mais frequentes que no homem nas mesmas condições. Considerando os vários tipos de tratamento existentes para esta alteração cutânea indesejável na pele, este estudo teve como objetivo avaliar os resultados da aplicação da moxaterapia em caso de estrias nacaradas, visando o processo de cicatrização envolvido, à ação das propriedades terapêuticas da erva Artemísia Vulgaris; que é a matéria prima da Moxa, e seu custo acessível a todos. O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos, um voluntário do sexo masculino de 16 anos e uma do sexo feminino com 27 anos, com estrias do tipo nacaradas geradas em situações distintas, a saber: estiramento da adolescência e gravídicas, respectivamente, as pesquisadoras aplicaram o procedimento de forma a gerar uma hiperemia local visivelmente intensa. A duração média foi de três minutos para cada região e o tratamento foi realizado 3 vezes por semana totalizando 10 sessões. Observou-se uma visível melhora no aspecto geral das estrias tratadas, e concluiu-se que um tratamento prolongado trará resultados mais promissores. Palavras-chaves: moxaterapia, cicatrização, estrias nacaradas. 1 INTRODUÇÃO

A evolução na busca pela longevidade e manutenção da saúde tem

aumentado significativamente, principalmente no que diz respeito ás Praticas

integrativas e complementares (PICS).

Sendo o estado de saúde definido pela OMS como bem estar físico, mental e

psicossocial a autoestima é parte integrante deste estado.

O mundo médico permanece quase que indiferente a estes distúrbios

considerando - o quase que exclusivamente estético. Tendo em vista que saúde não

é unicamente a ausência de doença, mas sim um bem-estar físico e psicológico, a

estria passa a ter grande importância social. (GUIRRO e GUIRRO, 2004).

1 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,

Florianópolis, Santa Catarina. [email protected] 2 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,

Florianópolis, Santa Catarina. [email protected] 3 Orientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí –

UNIVALI, Florianópolis, Santa Catarina. [email protected]

Page 2: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

2

De acordo com Timbó e Pesce (2012, p.60-64) ao referenciar Hanasono MM

et al (2004) destacam que as estrias foram referidas na medicina pela primeira vez

em 1773 por Roereder, associada á gravidez, já em 1982 foram descritas como

cicatrizes; porém estudos histológicos de Pieraggi mostraram que a estria é uma

atrofia tegumentar adquirida, de aspecto linear e sinuoso, inicialmente

avermelhadas; evoluindo depois para uma cor esbranquiçada e mais tarde brilhante

e nacarada.

Independente da sua quantidade, as estrias dispõem-se paralelamente uma

ás outras e perpendicularmente ás linhas de fendas da pele, o que significa que

configuram á rigor, uma lesão dérmica.

Além do fator mecânico (provocado pelo estiramento da pele), Leaver (1991)

destaca também que as estrias são causadas pela consequente perda de fibras

elásticas, fatores de natureza endocrinológicos (existindo uma clara influência dos

hormônios esteroidais) e uma predisposição genética e familiar.

De acordo com Schnitzler (1973), as estrias atróficas são encontradas em

ambos os sexos com predominância no feminino, principalmente a partir da

adolescência.

Para Basak (1989) elas ocorrem entre as idades de 10 a 16 anos para o sexo

feminino e de 14 a 20 para o masculino.

De acordo os estudos de Borges e Oliveira (2009) ao referenciar Guirro e

Guirro (2002), as estrias podem ser encontradas em ambos os sexos, mas com

predominância no sexo feminino a partir da adolescência. Nas meninas a maior

incidência ocorre dos 12 aos 14 anos e nos meninos entre os 12 e 15 anos. Ambos

os autores relatam que a mulher saudável apresenta 2,5 vezes mais chances de

desenvolver estrias que o homem nas mesmas condições.

O estudo com a moxabustão será baseado em suas propriedades

analgésicas, vasodilatoras e mediadoras no processo inflamatório, além do fato de

emitir raios infravermelhos e ajudar na cicatrização. Considerando a Moxa uma

técnica Yang e considerando a estria um elemento Yin acredita-se em um bom

resultado no tratamento de estrias nacaradas, sendo ela também um tratamento

seguro e de baixo custo.

Diante do exposto serão abordadas informações importantes e opções de

tratamentos para este problema estético e social tão comum, que como Ribeiro

(2010) destaca são alterações cutâneas indesejáveis na pele.

Page 3: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

3

. Desta forma este trabalho teve como objetivo avaliar os resultados de

aplicação da moxabustão no tratamento de estrias nacaradas

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Estruturas da pele:

Segundo Sampaio (1985) a epiderme é considerada um epitélio estratificado

que apresenta diferentes camadas celulares. É a camada mais superficial da pele,

sendo formado, basicamente de tecido epitelial estratificado córneo, os chamados

de ceratinócitos ou corneócitos.

Na concepção de Pires (2012) o estudo da epiderme começa pela camada

basal onde os queratinócitos estão unidos por pontes intercelulares chamadas

desmossomas, estruturas de adesão que dão suporte ao epitélio. Acima da camada

basal seguem-se a camada espinhosa, a granulosa e por fim a córnea, constituídas

por células anucleadas e compactas (corneócitos). A renovação celular se faz a

partir da camada basal até o estágio final de desprendimento como célula morta,

processo este que leva em média 28 dias, e que chegando ao seu processo final

produz a queratina.

Borges e Oliveira (2009) destacam que a derme esta localizada entre a

epiderme e a hipoderme que é responsável pela espessura da pele,

desempenhando papel importante na aparência estética. Pires (2012) complementa

que a derme é vascularizada, com terminações nervosas, pobre em células,

compreendendo um verdadeiro gel, rico em mucopolissacarídeos, substância

fundamental, fibroblastos e material fibrilar de três tipos: fibras colágenas, fibras

elásticas e fibras reticulares.

O fibroblasto tem intensa atividade metabólica, sendo responsável pela

produção de quase todos os componentes fibrilares da derme, com destaque para o

colágeno, e pela síntese de mediadores inflamatórios e de cicatrização.

A adequada hidratação da pele é fundamental para uma boa atividade dos

fibroblastos. Demonstra-se que o alto teor de água dérmica permite que os

fibroblastos sintetizem mais colágeno, prevenindo estrias e auxiliando a cicatrização;

sendo que são nessas estruturas (epiderme e derme) que ocorre o processo da

formação de estrias.

Page 4: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

4

2.2 Patologia da estria: Na concepção de Guirro e Guirro (2002) as estrias são descritas como

“cicatrizes”, sendo que esta classificação foi totalmente derrubada no estudo

histológico feito por Pieraggi que compara diferentes lesões dérmicas: estria, lesão

senil e cicatriz.

Ele argumenta ainda que a pele estriada apresenta modificações nas fibras

colágenas na substância fundamental amorfa e nos fibroblastos. A forma dos

fibroblastos também varia nas diferentes lesões sendo a forma globular

predominante na estria e a forma estrelada na lesão senil e cicatriz.

Azulay (2004) complementa ainda que a patologia realmente é semelhante a

de uma cicatriz: no entanto, através da microscopia eletrônica, observa-se que os

fibroblastos estão praticamente destituídos de organelas de síntese (complexo de

Golgi e retículo endoplasmático rugoso), enquanto nas cicatrizes estão bem

desenvolvidas.

Após estes estudos, não se pode mais aceitar a analogia entre estrias e

cicatriz, já que se trata de entidade histologicamente diferente.

Já Branco (2004) relata que estria é uma atrofia da pele, em linhas, por um

rápido estiramento que pode atingir dois ou mais centímetro de comprimento de

modo retilíneo, curvilíneo, ou sinuoso, tendo 3 a 5 milímetros de largura.

Borelli (2004) complementa que as estrias são causadas pelo rompimento das

fibras elásticas da segunda camada da pele (derme) e localizam-se principalmente

nas áreas do abdome, mamas, coxas e quadris.

A autora relata ainda que surgem então lesões lineares que podem ter de um

a vários centímetros de extensão.

As estrias são classificadas como uma atrofia adquirida, e possuem várias

outras denominações decorrentes de diferentes idiomas, prováveis etiologias e

aspecto macroscópico da pele tais como: striae, distensae, stretch marks, striae

albicantes, striae gravidarum, estrias atróficas e víbices (GUIRRO e GUIRRO, 2002).

Nos compêndios e revistas de dermatologia pouca atenção é dedicada a

essa afecção e nelas é considerada uma sequela irreversível, podendo ser

amenizada por diversos tipos de tratamentos. (GUIRRO e GUIRRO, 2004).

A estria, além de ser desagradável aos olhos do ponto de vista estético,

acarreta grandes problemas emocionais, que de fato não se pode contestar é

Page 5: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

5

grande incidência dessa afecção, em ambos os sexos especialmente nas mulheres.

(PIERAGGI, 1982).

Branco (2004) relata ainda que nas estrias, ocorre uma atrofia da epiderme

com limite derme epidérmica retificada. A derme, de espessura reduzida, evidencia o

colágeno paralelo á superfície da pele, tumefacto sendo que as fibras elásticas das

lesões recentes apresentam-se estriadas e nas lesões envelhecidas, fragmentam-se

e se concentram em locais isolados. As estrias podem ter uma ligeira depressão e a

textura diferente da pele. Podem ser classificadas em:

• Rosadas ou iniciais: Têm aspecto inflamatório e a coloração rosada da

epiderme é provocada pela superdistensão das fibras elásticas podendo assim

visualizar, por transparência, a intensa circulação capilar da derme subpapilar.

• Atróficas: Aspecto cicatricial, linha flácida central e hipocromia, as fibras

elásticas se apresentam enoveladas e algumas estão rompidas. O colágeno se

apresenta desorganizado e os anexos da pele estão preservados.

• Nacaradas: Flacidez central, recobertas por epitélio pregueado, sendo

desprovidas de pelos e de secreção sudorípara e sebácea. As fibras elásticas estão

na maior parte rompidas e as lesões evoluem para fibrose.

Leaver (1991) destaca que há fortes evidências de que o aparecimento de

estrias na pele seja multifatorial, e que além dos fatores endocrinológicos e

mecânicos, existe uma predisposição genética e familiar. Lee et al afirma que fatores

genéticos estão envolvidos na etiologia da estria, sugerindo que a expressão dos

genes determinantes para a formação do colágeno, de elastina e fibromectina está

diminuída em pacientes portadores de estrias e em decorrência deste fato, existe

uma alteração marcante do metabolismo do fibroblasto. A etiologia da estria é

bastante controversa, existindo alguns fatores que podem levar o aparecimento

delas:

• Predisposição genética: (HILEL, 1995).

• Fatores hormonais: (ESCOBAR, 1999) (HILEL, 1995):

Aumento plasmático dos glicocorticoides;

Uso prolongado de esteroides tópicos e sistêmicos;

Efeito do hormônio do crescimento (adolescência);

Uso de contraceptivos orais em altas dosagens;

Alterações hormonais no período pré-menstrual aumentam de

estrógenos e progesterona na puberdade e gravidez.

Page 6: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

6

• Estiramento (ESCOBAR, 1999), (HILEL, 1995):

Devido à prática de esportes;

Lactação (crescimento das mamas);

Devido o crescimento rápido do adolescente;

Fattening slimming, ou efeito sanfona, por regimes de emagrecimento

repetidos;

Gravidez.

• Doenças (WATSON, 1998)

Síndrome de Cushing;

Síndrome de Marfan;

Diabetes Mellitus.

E Ribeiro (2010), conclui que na verdade é uma associação de fatores como,

por exemplo, a hereditariedade, combinada com fatores endócrinos e estiramento

mecânico da pele, que desencadeiam o aparecimento de estrias, sendo o fator

hormonal o principal deles, pois esta inserido em todas as teorias desencadeantes

de estrias.

2.2.1 Incidências:

De acordo com os estudos de Borges e Oliveira (2009) ao referenciar Guirro e

Guirro (2002), as estrias podem ser encontradas em ambos os sexos, mas com

predominância no sexo feminino a partir da adolescência. Nas meninas a maior

incidência ocorre dos 12 aos 14 anos e nos meninos entre os 12 e 15 anos. A

mulher saudável apresenta 2,5 vezes mais chances de desenvolver estrias que o

homem nas mesmas condições.

O surgimento pode também estar associado ao uso prolongado de

corticoides, tanto por via oral como tópicos, para tratamento de algumas patologias.

Ocorrem com grande frequência, principalmente nas mulheres, porém atualmente

entre os homens tem-se observado o aumento da incidência das mesmas, porém se

alojam nas regiões nas nádegas no abdômen e na região dos ombros.

Page 7: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

7

Figura: Distribuição das incidências das estrias, segundo os fatores etiológicos.

Fonte: Guirro e Guirro, 2004.

2.2.2 Cicatrização

Segundo Thomas (1995) O reparo tecidual é um estado dinâmico que

compreende diferentes processos, entre eles, inflamação, proliferação celular e

síntese de elementos que constituem a matriz extracelular, como colágeno, elastina

e fibras reticulares. Rochkind (1989) complementa que a síntese de colágeno é

processo rápido e harmônico que tem seu início com a lesão intersticial e se estende

até o final da fase de cicatrização, quando ocorre a remodelação dos tecidos.

A capacidade auto regenerativa é um fenômeno universal nos organismos

vivos. Nos organismos unicelulares, está restrita à presença de enzimas

responsáveis pela recuperação de elementos estruturais (como os constituintes do 5

citoesqueleto, membranas e paredes celulares) e de moléculas de alta

complexidade (como proteínas de elevada complexidade estrutural, RNAs e o DNA).

Em organismos superiores, além destes, também ocorre o reparo de tecidos

que pode se dar de duas formas: pela regeneração com a recomposição da

atividade funcional do tecido ou pela cicatrização com restabelecimento da

homeostasia do tecido com perda da sua atividade funcional pela formação de

cicatriz fibrótica.

Danos tissulares de qualquer natureza (física, química ou biológica)

desencadeiam de imediato uma série de eventos que de forma simplista se

traduzem como rubor, tumor, calor e dor. Estes sinais resultam da ativação de

células nervosas, estromais, vasculares e circulatórias por estímulos físicos ou por

sinalização química feita por estruturas das células rompidas (porções da membrana

Page 8: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

8

celular e organelas), fragmentos dos elementos inertes dos tecidos (colágenos,

elastinas, fibronectinas, e outros), proteínas séricas que extravasam dos vasos

rompidos e por ação de mediadores inflamatórios pré-formados (liberados

principalmente dos grânulos das plaquetas, mastócitos e terminações nervosas

periféricas) ou neo-sintetizados (eicosanoides e PAF) (Contran et al., 2001).

Para Shal (1994) os processos de cicatrização e reparo tecidual ocorrem após

trauma ou doença, Clark (1985) afirma ainda que o reparo das feridas e sua

reestruturação constitui um mecanismo complexo, em que vários fatores contribuem

para a criação de diversos tipos de cicatrização, como hipertrofia, atrofia ou

normotrofia da área lesionada.

O processo de cicatrização basicamente ocorre em três fases: inflamação,

formação de tecido de granulação e remodelação. Inicia se com a fase inflamatória,

sendo ela a preparação da ferida para a cicatrização. A inflamação tem inicio de 3 a

5 dias, onde há uma agregação de plaquetas e depósitos de fibrina formando um

coagulo sobre a lesão. O autor complementa ainda que a inflamação é uma etapa

fundamental no processo de cura, e afirma que sem inflamação não haverá

cicatrização, sendo os sinais da inflamação: Hiperemia (que é o aumento do fluxo

sanguíneo da área lesada); Edema (ocorre devido concentração de agentes

inflamatórios na área) e Dor ( é causada pela liberação de fatores químicos irritantes

como a bradicinina, histamina e prostaglandina).

A fase proliferativa é a segunda fase da cicatrização com duração entre 6 dias

a 3 semanas (SANTOS 2000). Para Franco (2006) algumas horas após a lesão têm

inicio a angiogênese com a formação de capilares que migram por entre os tecidos

para se encontrar com outros capilares. A vascularização é refeita, e com isso

favorecendo o fluxo de nutrientes de forma continua para a cicatrização da lesão e

formação do tecido de granulação. Nesta fase os macrófagos e monócitos são

ativados, os fibroblastos proliferam produzindo colágeno extracelular.

Abreu e Marques (2003) complementam que na fase proliferativa acontece o

desenvolvimento do tecido de granulação que é composto de capilares novos, matriz

extracelular e colágeno que são sintetizados pelas células endoteliais, fibroblastos, e

queratinócitos.

A fase reparadora ou de maturação, a terceira fase da cicatrização, tem inicio

por volta da terceira semana após o ferimento e se estende por até dois anos,

Page 9: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

9

dependendo do grau, extensão e local da lesão. Esta fase serve para aumentar a

força tênsil da cicatriz (SANTOS 2000). 2.2.3 Tratamentos: Existem vários tipos de tratamento eletro terapêuticos tendo como princípio

básico a estimulação de mediadores inflamatórios e o processo de cicatrização,

entre eles estão:

Eletrolifting: No entender de Winter (2000) o procedimento técnico consiste na

estimulação das estrias de forma individual, até que sejam obtidos uma hiperemia e

um edema em todo seu trajeto, ocorrendo uma lesão ocasionada pela agulha que

provoca uma necrose por liquefação limitando as células epidérmicas.

Após as sessões de eletrolifting ocorre um acentuado aumento de fibroblastos

jovens, uma neovascularização e um retorno da sensibilidade dolorosa e, como

consequência uma grande melhoria no visual da pele.

Laser: Ribeiro (2010) destaca que existem vários tipos de laser é os mais comuns

utilizados no tratamento das estrias, atua por processo físico que causa lesão na

pele provocando descamação e formação de crosta. A pele ao se recuperar sofre

retração e se torna mais uniforme e a estria, consequentemente, menos visível.

O laser UVB induz a pigmentação local pelo aumento da melanina e

hipertrofia dos melanócitos. O laser cool touch é um laser não abrasivo, portanto não

leva a formação de crosta. Através de uma fonte de luz, o laser gelado é passado

sobre a pele, porém atua nas camadas mais profundas, induzindo a formação de

colágeno e elastina.

Intradermoterapia: De acordo com Borelli (2004), também conhecida como mesoterapia, utiliza

substâncias estimular de um novo colágeno. São aplicadas injeções dentro das

estrias, com a intenção de melhorar seu aspecto.

Microdermoabrasão: È uma técnica que tornas as estrias mais finas e menos aparentes e é

indicada para as estrias antigas, usa-se um aparelho com cristais de óxido de

alumínio para esfoliar a superfície da estria provocando escoriações, a inflamação

Page 10: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

10

que se instala na área estimula a pele se regenerar formando novas fibras de

colágeno e elastina, que tornam as linhas quase invisíveis (BORELLI, 2004).

2.3 Medicina Tradicional Chinesa (MTC):

De acordo com os autores (SCILIPOTI, 1996); (YAMAMURA, 2004), as bases

nas quais se fundamenta a prática da moxabustão são as mesmas usadas na

acupuntura, pois a cauterização, o uso do calor e suas propriedades nada mais são

do que o estimulo dos pontos dos meridianos, ou seja, lugares onde se estabelecem

os percursos energéticos fundamentais.

No ocidente durante muito tempo usou-se esta técnica de moxabustão como

complementar a das agulhas, no entanto deve-se coloca-la com relação à

Acupuntura em plano de estrita igualdade.

No entender de Nakano e Yamamura (2005), a Medicina Tradicional Chinesa

(MTC) nasceu da combinação da pratica da acupuntura, da moxabustão e da

farmacologia natural, realizando um complexo de meios terapêuticos cujos

resultados e efeitos eram precisos e eficazes.

O autor destaca que a MTC concentra-se na observação dos fenômenos da

natureza e no estudo e compreensão dos princípios que regem a harmonia nela

existente. Serão considerados para um breve entendimento os três principais

princípios desta medicina:

• Principio de T´CHI , segundo o professor Neves (1987), é uma força

dinâmica em fluxo constante que circula pelo nosso corpo. Todas as formas e

atividades de vida tanto anatômicas quanto fisiológicas são mantidas pela energia,

ela é a base absoluta de todas as formas de vida e matéria do universo, sendo essa

energia vital, ela permeia tudo e à todos.

• Teoria dos Meridianos é relatada por Gerber (1996), como pontos que

se situam ao longo de um sistema invisível de meridianos que atravessam todos os

tecidos do corpo por onde ocorre uma energia invisível, nutritiva denominada T´CHI,

que chega aos órgãos mais profundos, levando-lhes um alimento vital de natureza

energética sutil. Uma teoria publicada no British Medical Journal, em fevereiro de

1937, por Thomas Lewis complementa ainda que eles são canais que existem sob a

superfície cutânea, cheios de um fluido transparente e incolor e que a energia circula

ao longo do corpo através destes meridianos.

Page 11: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

11

• A teoria YIN e YANG segundo Scilipoti (1996), afirma que todo

fenômeno do Universo é constituído de dois aspectos opostos, que são

denominados YIN e YANG e resultam ao mesmo tempo em conflito e

interdependência.

A oposição de YIN e YANG representa a contraposição e a luta entre

dois opostos de todo o fenômeno. Na cultura oriental a água e o fogo simbolizam as

características fundamentais do YIN e do YANG.

A água (YIN) representa o frio, a direção para baixo a obscuridade, já o

fogo (YANG) representa o calor, a direção para cima a luminosidade, entre outras

condições como demonstrado no quadro abaixo. Em condições normais estes

opostos mantêm o equilíbrio relativo, enquanto que em condições anormais verifica-

se um domínio do YIN ou do YANG.

Sendo assim a doença é a manifestação de um desequilíbrio entre eles e

todos os métodos de terapia deverão visar reconcilia-los e equilibra-los

.

YANG YIN YANG YIN Céu Terra Verão Inverno

Sol Lua Ativo Passivo

Externo Interno Energia Matéria

Circulo Quadrado Homem Mulher

Luminoso Escuro Calor Frio

Quadro: representação do Yin e Yang Fonte: Neves (1989)

2.3.1 Moxaterapia A estria nacarada revela uma condição de natureza Yin, com flacidez central,

sendo desprovidas de pêlos e de secreção sudorípara e sebácea, onde as fibras

elásticas estão na maior parte rompidas e as lesões evoluem para fibrose

(BRANCO, 2004), o que caracteriza uma situação de deficiência energética e

orgânica de acordo com a MTC. Diante deste fato, a Moxaterapia, também chamada

de Moxabustão, se torna uma técnica adequada dentro dos conceitos das Teorias

Básicas Chinesas, por se caracterizar fundamentalmente pela aplicação de calor e

raios infravermelhos (natureza Yang), levando-se em consideração que para se

tratar uma condição Yin utilizam-se técnicas Yang e vice-versa.

Page 12: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

12

No entender do professor (NEVES, 1989), a palavra moxabustão surgiu a

partir da junção da palavra “MOKUSA” que significa erva mais bustão de combustão

formando então o vocábulo moxabustão.

Já Fornazieri (2007), relata que a palavra chinesa correta que designa esse

método de cauterização é “KAO”, porem esse termo japonês “MOXA” introduzido na

Europa por Kaemfer (1651-1716) é o que prevalece ate hoje para falar de

cauterização.

Constatando o quanto era difundido o uso do calor para fins terapêuticos,

surpreende que a moxaterapia seja relativamente pouco conhecida; basta pensar

nas aplicações sobre o corpo de tecidos aquecidos, nas bolsas de água quente, ou,

em um âmbito mais científico, ao recurso, por parte da medicina atual da terapia por

raios infravermelhos. (SCILIPOTI, 1996).

Neves (1987) complementa que no inicio de seu uso as cauterizações eram

feitas em estiletes de metais previamente aquecidos e tocados nos pontos de

acupuntura promovendo a queimadura diretamente sobre a pele. Só há mais ou

menos 1200 anos é que se institucionalizou o uso das folhas de uma erva “Artemísia

vulgaris e sinensis” que produz um aquecimento muito particular com efeitos

profundamente benéficos e terapêuticos no corpo humano.

Fornalzieri (2007) salienta que pode ser encontrada hoje, com certa facilidade

a artemisía que é a matéria básica da moxa, e Scilipoti (1996), complementa que

esta planta que cresce principalmente na China devidamente trabalhada pode ser

usada também no seu estado natural e quando esta incandescente irradia calor e

raios infravermelhos. O autor destaca ainda que clinicamente há três métodos de

aplicação: os cones da moxa, os pequenos bastões e as agulhas aquecidas

podendo ser direta ou indiretamente aplicadas.

A combustão da Artemísia aquece profundamente com propriedades

analgésica, vasodilatadora, e incentivadora dos mediadores do processo

inflamatório, e emite ainda raios infravermelhos ajudando na cicatrização e processo

de regeneração. Como efeitos obtêm-se o aquecimento do QI e sangue dos canais

de energia, o aumento do YANG, o tratamento de doenças provocadas pelo frio e

umidade e o favorecimento das atividades enzimáticas da pele (YAMAMURA, 2005).

Page 13: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

13

2.3.2 Calor: O organismo possui um isolante térmico caracterizado de pele e tecidos

subcutâneos e a gordura dos tecidos subcutâneos, as glândulas sudoríparas e a

rede vascular cutânea atuam ativando a regulação térmica, á medida que um corpo

necessita dissipar calor, os vasos sanguíneos da pele dilatam-se permitindo que

uma maior quantidade de sangue chegue a superfície com uma resultante perda de

calor e água. Este fenômeno é conhecido como termoregulação (GUYTON, 1998).

O aumento do fluxo sanguíneo na circulação cutânea gera um quadro

hiperemia, este efeito é mediado através da ação direta do calor sobre os próprios

vasos e pelo estímulo térmico da inervação vasomotora, ocasionando uma

vasodilatação reflexa (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1995).

Maeda, 1995 destaca que a vasodilatação capilar venosa, aumento do

metabolismo celular e aumento da capacidade de drenagem linfática de fluidos

intersticiais favorecem no processo de cicatrização tecidual.

O calor acelera o metabolismo da célula e o aumento de transporte através

das membranas celulares. Cada grau de aumento de temperatura dentro dos limites

fisiológicos causa aumento da atividade do metabolismo de aproximadamente 13%.

Quando a temperatura se eleva acima dos 42º se produz uma destruição tecidual

(KITCHEN, 1992).

O aumento da temperatura no tecido celular (principalmente colágeno da

pele, músculos, tendões, ligamentos e cápsula articular), criará um incremento da

elasticidade do tecido (LONGO 2000).

2.3.3 Infravermelho: Dover e Arndt,1989 relatam que as radiações infravermelhas são produzidos

em toda a matéria por vários tipos de vibração molecular, o resultado é que qualquer

corpo aquecido emite radiação no infravermelho, na verdade qualquer material que

esteja com uma temperatura acima do zero absoluto emite radiação no

infravermelho.

Embora as radiações tenham uma ampla faixa de diferentes frequências,

estas, na qual a máxima intensidade de radiação é emitida são proporcionais á

temperatura, portanto quanto mais alta a temperatura mais alta a frequência.

Nadler e Erasade, 2003 destacam que a termoterapia pode acelerar a

recuperação dos tecidos através do aumento da circulação e da atividade enzimática

Page 14: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

14

e do aumento da oferta de oxigênio para os tecidos, á custa do aquecimento

superficial ou profundo.

Enwenmeka e Fsicher ,1982 relatam também que o infravermelho produz

vasodilatação mais pronunciada nos vasos sanguíneos cutâneos, onde causam

maior variação de temperatura, e uma dilatação menos pronunciada nos vasos mais

profundos, causando pouca ou nenhuma variação de temperatura.

A radiação com infravermelho sobre o tecido em processo inflamatório pode

gerar uma ligeira elevação da temperatura com notado aumento da atividade celular

(Toyokawa et al.,2003), teorias indicam que a energia gerado pelo aumento da

temperatura é absorvida pelas células através de sua membrana plasmática,

melhorando a circulação local.

Para Schindl (1997), e Inoue(2000), a ação do infravermelho, existente na

terapia com Moxa, possuem efeitos biológicos de regeneração celular, pois causa

uma infiltração de fibroblastos, no tecido subcutâneo, uma maior regeneração de

colágeno na região lesada, capaz de provocar o aumento da angiogênese no local

das lesões e ainda um aumento na força tênsil o epitélio em regeneração, isso

ocorre em todas as faixas de radiação.

3 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo qualitativo com vistas a identificar a ação da

moxabustão no tratamento de estrias nacaradas. Por considerar que esta análise se

da à partir da percepção das pesquisadoras, em relação ao caso em estudo.

Severino (2002), sobre as características qualitativas esclarece que quaisquer

que sejam a distinções que se possam fazer para caracterizar as variam formas de

trabalho cientifico, é preciso afirmar preliminarmente que todos eles têm em comum

a necessária procedência de um trabalho de pesquisa e de reflexão que seja

pessoal, autônomo, criativo e rigoroso.

Lakatos et.al (1986) complementa que no processo de pesquisa qualitativa o

ambiente natural é fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é instrumento

chave, assim como a interpretação dos fenômenos e a atribuição de um significado

é básica no processo deste tipo de pesquisa.

Laville e Dione (1999) define que a denominação refere-se evidentemente ao

estudo de um caso, talvez o de uma pessoa, mas também o de um grupo, de uma

Page 15: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

15

comunidade, de um meio, ou então fará referência a um acontecimento especial,

uma mudança politica, um conflito.

O estudo será realizado em dois indivíduos. Um voluntário do sexo masculino

de 16 anos e uma do sexo feminino de 27 anos com estrias do tipo nacaradas

geradas em situações distintas, a saber: gravídicas, estiramento da adolescência.

Será utilizado o paquímetro da marca Vonder, para acompanhamento das

medidas de comprimento e largura das estrias tratadas. As medidas serão

realizadas antes a primeira aplicação e após a última.

Após a explicação do procedimento a ser realizado e assinado o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO I) e do Termo de Consentimento de

Participação do Sujeito (ANEXO II), os voluntários receberam o tratamento em sua

própria casa entre os dias 24/05/2012 e 16/06/2012. As pesquisadoras aplicaram o

procedimento de forma a gerar uma hiperemia visivelmente intensa. A duração

média foi de três minutos para cada região. O tratamento foi realizado 3 vezes por

semana totalizando 10 sessões.

A avaliação clinica foi realizada pelas pesquisadoras com supervisão do

professor orientador. Utilizou-se também o registro fotográfico para a análise de

dados, com o uso de uma câmera Canon 7D, lente canon 50mm com a configuração

de f 1.8, velocidade 1/60, diafragma f 5.0, ISO 1000, sem flash, no início meio e fim

do tratamento. As fotos foram realizadas sem custo, com a colaboração do fotógrafo

Anderson Pinheiro – monitor do Laboratório de Informática da Univali Unidade Ilha,

no Laboratório de Cosmetologia e Estética da UNIVALI – Unidade Ilha, situada na

SC 401, nº 5025, Business Decor, Bairro Saco Grande – Florianópolis – Santa

Catarina.

4 ANÁLISE DOS DADOS Na Figura 1, é possível observar a hiperemia causada imediatamente após a

aplicação da Moxaterapia. Com o auxílio de um termômetro infravermelho para

mensurar a temperatura cutânea, foi verificada a temperatura máxima de 43,5o

alcançada ao longo do procedimento (Figura 2), o que segundo Kitchen (1992) já

causaria morte tecidual, o que provavelmente incentiva o processo de cicatrização e

regeneração cutânea.

Page 16: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

16

Figura 1: Estria hiperemiada, após a aplicação da Moxa Fonte: Pesquisadoras

Figura 2: Termômetro infravermelho para mensurar a temperatura cutânea

Fonte: Pesquisadoras

Page 17: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

17

Após o período de aplicação da Moxabustão, foi possível observar que a

coloração das estrias do voluntário G. D. R. (Figuras 3 e 4) de nacarada abrilhantada

passaram a uma coloração mais semelhante à cor da pele.

Figura 3: Voluntário G. D. R antes das aplicações Fonte: Anderson Pinheiro

Figura 4: Voluntário G. D. R. após 10 sessões de Moxaterapia Fonte: Anderson Pinheiro

Page 18: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

18

Apesar de se ter tido uma pequena alteração na condição de luz da primeira

para a última foto do voluntário G. D. R, foi possível verificar o resultado.

Com relação às medidas com paquímetro, obteve-se alteração apenas na

largura de uma das estrias do voluntário G. D. R., que iniciou o tratamento com a

largura máxima de 5 mm e passou para 4 mm, 1 mm de redução da largura. As

demais estrias dos dois voluntários permaneceram com o mesmo tamanho.

No modelo masculino observou-se uma melhora na textura das estrias

tratadas. A pele apresentou-se um pouco mais lisa e a coloração de nacarada

abrilhantada a uma coloração mais semelhante à cor da pele do modelo, por um

provável aumento de tecido de granulação local.

Durante o processo de cicatrização o tecido de granulação tem papel

fundamental no desenvolvimento da cicatriz.

A melhora da textura da pele, que antes se apresentava com aspecto rugoso,

tornou-se mais lisa devido o provável aumento do tecido de granulação local, sendo

ele o marco ao processo de cura.

O processo de vascularização é vital para o desenvolvimento dos tecidos, a

vasodilatação em alguns casos proporciona um aporte maior de nutrientes.

A alteração da coloração das estrias do modelo masculino de nacarada

abrilhantada á uma coloração mais semelhante à cor da pele indica os benefícios

proporcionados da intensa vasodilatação local imediatamente após a aplicação da

moxa sobre as estrias. Um tecido com maior aporte sanguíneo desempenha melhor

suas funções devido à oxigenação e aporte nutricional, favorecendo uma

cicatrização mais facilitada.

O processo de renovação celular também percebido no modelo masculino é

provável pelo estimulo da ação do calor e do infravermelho, estimulando assim um

processo de cicatrização.

Já na voluntária P. D. N (Figuras 5 e 6) a qual apresenta estrias bastante

largas, observou-se um clareamento e certo preenchimento da área da estria, o que

pode ser explicado por uma provável neovascularização incentivada pela aplicação

da moxabustão, aumento do aporte de mecanismos reparadores na região e

formação de tecido de granulação.

Page 19: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

19

Figura 5: Voluntária P. D. N antes das aplicações de Moxa. Fonte: Anderson Pinheiro

Figura 6: Voluntária P. D. N depois de 10 aplicações de Moxaterapia Fonte: Anderson Pinheiro

As melhoras da textura da pele que antes se apresentavam com aspecto

rugoso tornaram-se mais lisas devido o provável aumento do tecido de granulação

local, sendo ele o marco ao processo de cura.

O processo de vascularização é vital para o desenvolvimento dos tecidos, a

vasodilatação em alguns casos proporciona um aporte maior de nutrientes.

Para Schindl (1997), e Inoue(2000), a ação do infravermelho, existente na

terapia com Moxa, possue efeitos biológicos de regeneração celular, pois causa uma

infiltração de fibroblastos, no tecido subcutâneo, uma maior regeneração de

Page 20: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

20

colágeno na região lesada, capaz de provocar o aumento da angiogênese no local

das lesões e ainda um aumento na força tênsil do epitélio em regeneração, isso

ocorre em todas as faixas de radiação, portanto é possível extrapolar estas

afirmações para a aplicação de Moxaterapia em estrias nacaradas como explicação

de causa para a melhora considerável nesta condição.

Ambos os voluntários relataram que as sensações durante o tratamento com

a moxa era de ardência no local, certo desconforto, porém completamente

suportável.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que o objetivo deste trabalho foi avaliar os resultados de

aplicação da Moxabustão no tratamento de estrias, percebeu-se que o calor

associado ao infravermelho, proporcionado pelo tratamento da Moxabustão, que se

trata de um método “rudimentar”, antigo foi eficaz no tratamento. É possível concluir

que a combinação dos efeitos do calor e dos raios infravermelhos foi capaz de

contribuir no processo de regeneração cutânea a partir da morte tecidual induzida

pela alta temperatura, como afirma Kitchen (1992).

Esta condição combinada às ações dos raios infravermelhos, que segundo

Inoue (2000) e Schindl (1997) possuem efeitos biológicos de regeneração celular,

por causarem uma infiltração de fibroblastos no tecido subcutâneo, uma maior

regeneração de colágeno na região lesada, capazes de provocar o aumento de

angiogênese no local das lesões e ainda um aumento na forca tênsil no epitélio em

regeneração.

Considerando que as estrias nacaradas são de difícil tratamento, o resultado

obtido tem caráter relevante, apontando a Moxabustão como uma técnica

promissora na área da Cosmetologia e Estética. Uma vez que foi utilizada a

Moxabustão isoladamente e por um curto período de tempo, sugere-se estudos

aplicados por um período mais longo, como também terapias combinadas a fim de

incrementar o resultado.

Page 21: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

21

6 REFERÊNCIAS: ADAM,J.E.CRAIG,G, Striae and their relation to topical Steroid therapy. Can Med.Ass.J.,92,289-91,1965. AREM;A.J; KISCHER,C.W.Analysis of Striae.Plast.Reconstr Surg.,65:22-9,1960. Azulay RD.Dermatologia.Guanabarra Koogan.Rio de Janeiro.1992. BASAK.P.;DHAR,S;KANWAR,A.J.Involvement of the legs in idiophatic striae distensae a case report.Indian J.Dermatol.,34:21-2,1989. BORELLI,Shirley.As idades da pele.São Paulo:Senac,2004. BORGES ;OLIVEIRA,2009, Efeitos comparativos entre a aplicação de eletroterapia e medicação no tratamento de estrias disponível em <http://www.fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/karen_tamires/TCCKaren_Tamires.pdf> BRANCO, K. INTRADERMOTERAPIA: IN: KEDE, Maria Paulina Vilarejo; Sabatovich, Oleg Dermatologia e estética. São Paulo:Atheneu,2004. DE PASQUALE,V,;FRANCHI,M.;GOVONI;,P.Striae albal.a morphological study of the human skin Basic .Histochem.,31:475-86,1987. DOVER, J.S;PHILLIPS,T.J;ARNDT,K.A.Cutaneous effect and therapeutic uses of heat with emphasis on infrared radiation.Jam Acad Dermatol.v20(2Pt 1); p.278-286,1989. ENWEMEKA,CS,BOOTH,CK,FISCHER, ST et al,Decay time of temperature of hot packs in two aplications. Arch Dermatol,1982. FLSON,M.L.Treatment of striae distensae With topical tretinoin.J Dermatol Surg Oncol,16:267-70,1990. FORNAZIERI,Luiz Carlos.Tratado de acupuntura e estética.2.ed.São Paulo:Icone,2007. GERBER, R. Medicina Vibracional. Ed.Cultrix,1996. GUIRRO, Guirro e. Fisioterapia dermato funcional: dermato funcional. 3 ed Barueri: Manole, 2002. GUIRRO, Guirro RRJ.Fisioterapia Dermato-Funcional:fundamentos, recursos,patologias,3ed.rev.ampl.Barueri:Manole;2004.Estrias,391-414. HAR-SHAI,Y.;BARAK,A;TARAN,A;WEISSMAN,A.Striae distensae of augumented breats after oral contraceptive therapy.Ann.Plast.Surg.,42:193-5,1999.

Page 22: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

22

JUNQUEIRA, LC; CARNEIRO,J.Histologia Básica.8 ed Rio de janeiro: Guanabara Koogan,1995.cap 8 p. 108, cap 9, p.151. LEVER,W.F;LEVER,G.S.Histopatologia da pele.Ed.Manole,São Paulo,7edição., 853p.,1991. MAEDA, K. Far Infrared and Medical Revolution,Tokyo: Toopan insatsu Kabushiki,1997. NADLER,SF,STEINER,DJ,ERASADE,GN,HENGEHOLD,DA,WEINGAND,KW. Overnight use of continuos law-level heatwrap therapy for relief of low back pain. Arch Phys Med Rehabil.2003. NAKANO,Maria Assunta Yakanaka;YAMAMURA,Ysao.Acupuntura em dermatologia e medicina estética. São Paulo: Lmp, 2005. NEVES,Bartolomeu.Tratado popular de moxabustão. Rio de Janeiro:Portinho Cavalcanti,1987. PIERAGGI,MT.;JULIAN,M.;DELMAS.;BOUISSOU,H.Striae:morphological aspects of connective.Virchows Arch.Pathol.Anat.,396:279-89,1982. RIBEIRO, Cláudio de Jesus. Cosmetologia Aplicada em Dermoestética. 2. Ed .São Paulo. Editora Pharmabooks, 2010. SHUSTER, S.The cause of striae distensae.Acta.Derma.Venerol.Suppl.Stockho,59 161-9, 1979: TIMBO, Berenice Nogueira Torres; PESCE, Rodrigo Rocco Pires. Prevenção de estrias na gestação. Cosmetics&Toiletries,São Paulo,n.,p.60-64,20 jan 2012. WIENER,K.Skin manifestations of internal disorders(dermadromes).Mosby,St Louis,1947. BORGES; OLIVEIRA, 2009, Efeitos comparativos entre a aplicação de eletroterapia e medicação no tratamento de estrias disponível. http://www.fisio-tb.unisul.br/Tccs/09b/karen_tamires/TCCKaren_Tamires.pdf.

Page 23: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

23

ANEXO I TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

Você está sendo convidado para participar, como voluntário, em uma pesquisa.

Após ser esclarecido sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte

do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é

sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será

penalizado de forma alguma. Não haverá necessidade de pagamento pela pesquisa

e as sessões de aplicação da moxa serão realizadas pelas pesquisadoras.

1. Título do projeto: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA

EM CASO DE ESTRIAS NACARADAS.

Pesquisador responsável: Marcela Carolina Machado

Telefone para contato: (48) 99149386

Pesquisador: Paula Dutra Neubauer

Telefone para contato: (48) 88133786

Pesquisador: Caroline Stefanes

Telefone para contato: (48) 84588661

Esta pesquisa tem como objetivo principal avaliar a ação terapêutica da moxaterapia

em caso de estrias nacaradas.

Inicialmente você passará por uma avaliação (realizada pelas pesquisadoras em

conjunto com a professora orientadora) e ao preenchimento de uma ficha contendo

dados importantes para sua participação, bem como para registros de

acompanhamento melhora no aspecto da estria a ser tratada.

Existem contra indicações para realização da moxaterapia sendo assim, se você

possuir algumas das citadas abaixo não poderá participar da pesquisa.

• Moxa direta em pontos descarnados

• Moxa nas proximidades de uma mucosa

• Cefaléia

• Doenças febris

Page 24: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

24

Você terá direito a 21 (vinte e um) dias de tratamento, realizando 03 (três) sessões

por semana, totalizando 10 (dez) sessões de moxaterapia. O atendimento será

realizado na casa dos voluntários pelas pesquisadoras.

Após análise e discussão dos resultados, a instituição deverá receber a

divulgação dos dados da pesquisa mediante reunião.

Page 25: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

25

No caso de participação a esta pesquisa, você receberá por e-mail a evolução com

todo o resultado obtido pela pesquisa. As pesquisadoras comprometem-se também

a ficar a disposição para contato, caso você necessite de esclarecimentos

relacionados à pesquisa.

O responsável pela instituição e o voluntário serão convidados a participar da

apresentação do Trabalho de Iniciação Científica obtido com os resultados desta

pesquisa.

Paula Dutra Neubauer

____________________________________

Assinatura do pesquisador:

Caroline Stefanes

____________________________________

Assinatura do pesquisador

____________________________________

Marcela Carolina Machado CPF do professor responsável

____________________________________

Assinatura do professor responsável

____________________________________

Nome e CPF da voluntário da pesquisa

____________________________________

Assinatura do voluntário da pesquisa

Page 26: ESTUDO PRÁTICO SOBRE A APLICAÇÃO DA MOXATERAPIA EM CASO DE ...siaibib01.univali.br/pdf/Caroline Stefanes, Paula Dutra Neubauer.pdf · O estudo de caso foi realizado em dois indivíduos,

26

ANEXO II CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO Eu, __________________________________________, RG _____________,

CPF__________________________ abaixo assinado concordo em participar do

Presente estudo como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido sobre a

pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os benefícios decorrentes

de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a

qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu

acompanhamento, assistência ou tratamento.

Local e data: ____________________________________________________

Nome: _________________________________________________________

Assinatura do sujeito ou responsável: _________________________________

Telefone e e-mail para contato: ______________________________________