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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASFaculdade de Engenharia Eletrica e de Computacao
Marcos Vinicios Gomes dos Reis
ESTUDO E IMPLEMENTACAO DE
ESTRATEGIAS DE DETECCAO DE ILHAMENTO
EM INVERSORES PARA SISTEMAS
FOTOVOLTAICOS DE GERACAO DISTRIBUIDA
Campinas2016
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASFaculdade de Engenharia Eletrica e de Computacao
Marcos Vinicios Gomes dos Reis
ESTUDO E IMPLEMENTACAO DE
ESTRATEGIAS DE DETECCAO DE ILHAMENTO
EM INVERSORES PARA SISTEMAS
FOTOVOLTAICOS DE GERACAO DISTRIBUIDA
Dissertacao apresentada a Faculdade de Enge-nharia Eletrica e de Computacao como partedos requisitos exigidos para a obtencao do tıtulode Mestre em Engenharia Eletrica, na Area deEnergia Eletrica.
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Gradella Villalva
Este exemplar corresponde a versao finalda dissertacao defendida pelo aluno Mar-cos Vinicios Gomes dos Reis, e orientadapelo Prof. Dr. Marcelo Gradella Villalva.
Campinas2016
Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CNPq, 831346/1988-4
Ficha catalográficaUniversidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Área de Engenharia e ArquiteturaLuciana Pietrosanto Milla - CRB 8/8129
Reis, Marcos Vinicios Gomes dos, 1989- R277e ReiEstudo e implementação de estratégias de detecção de ilhamento em
inversores para sistemas fotovoltaicos de geração distribuída / Marcos ViniciosGomes dos Reis. – Campinas, SP : [s.n.], 2016.
ReiOrientador: Marcelo Gradella Villalva. ReiDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade
de Engenharia Elétrica e de Computação.
Rei1. Conversores eletrônicos. 2. Geração distribuída de energia elétrica. 3.
Efeito fotovoltaico. 4. Rede - Distribuição. 5. Eletrônica de potência. I. Villalva,Marcelo Gradella,1978-. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade deEngenharia Elétrica e de Computação. III. Título.
Informações para Biblioteca Digital
Título em outro idioma: Study and implementation of islanding detection strategies ininverters for photovoltaic systems of distributed generationPalavras-chave em inglês:Electronic convertersDistributed power generationPhotovoltaic effectNetwork - DistributionPower electronicsÁrea de concentração: Energia ElétricaTitulação: Mestre em Engenharia ElétricaBanca examinadora:Marcelo Gradella Villalva [Orientador]Lourenço Matakas JuniorFernanda Arioli Caseño TrindadeData de defesa: 05-05-2016Programa de Pós-Graduação: Engenharia Elétrica
Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)
Comissao Julgadora - Dissertacao de Mestrado
Candidato: Marcos Vinicios Gomes dos Reis RA: 153881
Data da Defesa: 5 de maio de 2016
Tıtulo da Tese: “ESTUDO E IMPLEMENTACAO DE ESTRATEGIAS DE DETEC-
CAO DE ILHAMENTO EM INVERSORES PARA SISTEMAS FOTOVOLTAICOS DE
GERACAO DISTRIBUIDA”.
Prof. Dr. Marcelo Gradella Villalva (Presidente, FEEC/UNICAMP)
Prof. Dr. Lourenco Matakas Junior (USP)
Prof. Dra. Fernanda Caseno Trindade Arioli (FEEC/UNICAMP)
A ata de defesa, com as respectivas assinaturas dos membros da Comissao Julgadora,
encontra-se no processo de vida academica do aluno.
A Deus, pela vida e pelas oportu-
nidades. Aos meus pais pela total
dedicacao e incentivos.
Agradecimentos
Agradeco,
a Deus, por ter me dado forca e por iluminar meu caminho.
aos meus pais Ana Lucia e Eduardo dos Reis (in memoriam) pelo amor, carinho e apoio
dedicados desde o primeiro dia de minha existencia.
a meus irmaos Andre e Guilherme pelo carinho e amizade.
a minha namorada, Silvia, por todo o apoio e pelo carinho e amor.
ao meu orientador, professor Marcelo Gradella Villalva, com o qual tive o prazer de traba-
lhar durante os dois anos de mestrado. Pela oportunidade, amizade, orientacao e confianca.
aos amigos Tarcio Andre, Adson Moreira, Dante Inga, Rolando Caicedo, Vanessa Teixeira,
Paulo Nascimento, Ramon Rodrigues, Hugo Moreira, Flavio, Juliana, e Tisciane Perpetuo
por participarem de minha caminhada e de muitos momentos importantes.
a Faculdade de Engenharia Eletrica e de Computacao (FEEC) da Universidade Estadual
de Campinas (UNICAMP), pela oportunidade da realizacao da pesquisa. E ao Conselho
Nacional de Desenvolvimento Cientıfico e tecnologico (CNPq) pelo apoio financeiro.
a todos aqueles que nao foram citados, mas que ajudaram para a realizacao desta pesquisa.
O saber a gente aprende com os mestres e os livros.
A sabedoria, se aprende e com a vida e com os
humildes.
Cora Coralina
Resumo
A conexao de inversores para sistemas fotovoltaicos de geracao distribuıda a rede de
distribuicao cria situacoes de risco as cargas que estao conectadas ao ponto de acopla-
mento comum (PAC) e aos funcionarios da concessionaria que fazem a manutencao da
rede eletrica. Uma situacao de risco que deve ser evitada consiste no fornecimento de
energia eletrica, por um ou mais inversores, a rede de distribuicao apos a desconexao da
rede eletrica principal. O isolamento de sistemas de geracao distribuıda que continuam
com a alimentacao da potencia requerida pela carga no PAC e conhecido na literatura
como ilhamento. O ilhamento nao intencional pode ser evitado utilizando tecnicas de de-
teccao de ilhamento. Neste trabalho, e apresentado um estudo detalhado das principais
tecnicas de anti-ilhamento encontradas na literatura e usados nos inversores para sistemas
fotovoltaicos. Para validar o funcionamento de estrategias de deteccao de ilhamento em
uma rede de distribuicao de energia eletrica, dois inversores monofasicos de dois estagios
conectados a rede eletrica foram simulados e construıdos e os metodos de anti-ilhamento
Active frequency drift e Active frequency drift with positive feedback foram implementados
e testados. Tres casos de estudos sao analisados. O primeiro leva em conta o ilhamento
de apenas um inversor. O segundo caso e quando se inclui outro inversor ao PAC. Por
fim, e inserida comunicacao serial entre os dois inversores para melhorar a resposta da
deteccao de ilhamento. Os resultados de simulacao e suas comprovacoes experimentais sao
apresentados ao final.
Palavras-chave: Anti-ilhamento, geracao distribuıda, inversores, sistemas fotovoltaicos.
Abstract
The connection of inverters for distributed generation photovoltaic systems to the distri-
bution network creates situations of risk to the loads that are connected to the point of
common coupling (PCC) and personals who maintain the power grid. A risk that should
be avoided is the supply of electricity, by one or more inverters, to the distribution network
after disconnecting the main power grid. The isolation of distributed generation systems
that continue to supply the power required by the load at the PCC is known in the litera-
ture as islanding. The unintentional islanding can be avoided by using islanding detection
techniques. This work presents a detailed study of the main anti-islanding techniques
found in the literature and used in inverters for photovoltaic systems. To validate the
operation of islanding detection strategies in an electrical power distribution network, two
single phase two-stage photovoltaic systems connected to the grid were simulated and built
and the anti-islanding methods “Active frequency drift” and “Active frequency drift with
positive feedback” have been implemented and tested. Three case studies are analyzed.
The first takes into account the islanding of only one inverter. The second case includes
another inverter to the PCC. Finally, serial communication is incorporated between the
two inverters to improve islanding detection response. The simulation results and their
experimental verifications are presented at the end.
Keywords: Anti-islanding, distributed generation, inverters, photovoltaic systems.
Lista de Figuras
1.1 Estatıstica da geracao de energia eletrica global para varias fontes de energia
entre 1973 a 2010. Fonte: Technology Roadmap. [1, 2] . . . . . . . . . . . . 20
1.2 Estatıstica da geracao de energia eletrica brasileira para varias fontes de
energia de 1973 a 2010. Fonte: Technology Roadmap. [1, 2] . . . . . . . . . 21
2.1 Inversor fotovoltaico monofasico de dois estagios conectado a rede eletrica
e seus sistemas de controle. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.2 Conversor boost. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3 Formas de onda da tensao e da corrente no indutor Lpv e da tensao no
transistor T1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.4 Modelo Thevenin que representa o circuito linear equivalente do dispositivo
fotovoltaico alimentando o conversor boost. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.5 Tensao e corrente no indutor durante a operacao do conversor boost no modo de
conducao crıtico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.6 Tensoes e correntes no indutor e no capacitor. . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.7 Grafico de Bode das respostas em frequencia da funcao de transferencia do
conversor boost em malha aberta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.8 Diagrama de Bode para o compensador tipo 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.9 Diagrama de Bode para o controlador tipo 2 em cascata com a funcao de trans-
ferencia do conversor boost em malha aberta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.10 Inversor monofasico em ponte completa conectado a rede eletrica. . . . . . 39
2.11 Diagrama de Bode para a funcao de transferencia do inversor monofasico em
ponte completa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.12 Diagrama do segundo estagio de conversao, usando a estrategia de controle efe-
tuada com base no MPPT e corrente de saıda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
2.13 Diagrama do segundo estagio de conversao, usando a estrategia de controle efe-
tuada com base na tensao do elo CC e corrente de saıda. . . . . . . . . . . . . 41
2.14 Diagrama de Bode para a funcao de transferencia do inversor monofasico
em cascata com o controlador proporcional ressonante. . . . . . . . . . . . 44
2.15 Malha de controle da tensao do elo CC para o inversor. . . . . . . . . . . . 45
2.16 Diagrama de Bode da malha fechada empregando o controlador Pressonante
com o modelo do inversor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
2.17 Diagrama de Bode do controlador PI em serie com o modelo do inversor a ser
controlado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
2.18 Diagrama do PLL monofasico baseado no SOGI. . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.1 Zona de nao deteccao (ZND) para os metodos de deteccao de ilhamento. . . . . 50
3.2 Diagrama simplificado de um sistema de geracao distribuıda conectado a rede
eletrica alimentando uma carga local no ponto de acoplamento comum (PAC). . 51
3.3 Erro de fase usado na deteccao de salto no angulo de fase. Fonte: [3]. . . . . . . 55
3.4 Zona de nao deteccao para os metodos ativos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
3.5 Metodo de desvio ativo em frequencia - AFD. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
3.6 Fator de corte para o metodo AFDPCF. Fonte: [4]. . . . . . . . . . . . . . . . 59
3.7 Diagrama de blocos ilustrando o funcionamento do metodo ativo de pulo
de frequencia baseado na perturbacao do PLL. . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3.8 Metodo GEFS apresentado em sua forma algorıtmica. . . . . . . . . . . . . . . 61
3.9 Metodo GEVS apresentado em sua forma algorıtmica. . . . . . . . . . . . . . . 63
3.10 Diagrama simplificado de um sistema de geracao distribuıda conectado a rede
eletrica alimentando uma carga local no ponto de acoplamento comum (PAC). . 68
4.1 Bancada experimental construıda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
4.2 Esquemas dos inversores monofasicos e sua conexao com a rede eletrica. . . . . 72
4.3 Placa de controle com o processador TMS320F28335 da Texas. . . . . . . . . 72
4.4 Modulo SKS 27F B6U+B6CI 10 V6 da SEMIKRON, placas de aquisicao e con-
dicionamento de sinais analogicos, entre outros componentes do inversor grid-tie. 73
4.5 Carga RLC conectada ao ponto de acoplamento comum usada para os testes dos
metodos de anti-ilhamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
4.6 Simuladores fotovoltaicos utilizados nos experimentos. Simulador Agilent E4350B
8A, 480 V mostrado a esquerda e simulador TerraSAS ETS 600/25 da AMETEK
a direita. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.7 Teste preliminar do controle da tensao fotovoltaica na entrada do conversor boost
com o uso do controle por histerese. a) C1: Tensao fotovoltaica (Vpv), C2:
Tensao fotovoltaica de referencia (Vpv ref), C3: Tensao do link CC (Vcc) obtidas
experimentalmente usando o simulador fotovoltaico Agilent E4350B 8A, 480V e
b) Diagrama da implementacao em bancada experimental do conversor elevador
de tensao (Rh = 96, 8Ω). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
4.8 Teste do controle do conversor boost em simulacao e experimental. a) Tensao
(Vpv), corrente (Ipv) fotovoltaicas e tensao do link CC (Vcc) obtidas em simu-
lacao e b) C2: Tensao do link CC (Vcc) , C3: Corrente fotovoltaica (Ipv), C4:
Tensao fotovoltaica (Vpv) obtidas em bancada usando o simulador fotovoltaico
Agilent E4350B 8A, 480V e b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
4.9 Teste do controle do conversor boost. C1: Tensao fotovoltaica (Vpv), C2: Cor-
rente fotovoltaica (Ipv), C3: Tensao do link CC (Vcc) obtidas experimentalmente
usando o simulador fotovoltaico TerraSAS ETS 600/25 da AMETEK . . . . . 76
4.10 Teste do controle do conversor CC-CA em simulacao e experimental. . . . . . . 76
4.11 Sistema fotovoltaico com inversor monofasico de dois estagios conectado a rede
eletrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
4.12 Teste das malhas de controle do inversor monofasico de dois estagios conectados
a rede eletrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
4.13 Teste do controle da corrente de saıda do inversor. . . . . . . . . . . . . . . . . 78
4.14 Teste do controle da corrente de saıda do inversor. a) Correntes de saıda dos
inversores - Simulacao e b) C1: Tensao da rede eletrica, C3: Corrente de saıda
do SGD2 e C4: Corrente de saıda do SGD1 - Experimental. . . . . . . . . . . . 79
4.15 Formas de onda de tensao e corrente de saıda e medida da distorcao harmonica
total de 3,48% para o SGD1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.16 Formas de onda de tensao e corrente de saıda e medida da distorcao harmonica
total de 3,04% para o SGD2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
4.17 Formas de onda de tensao e corrente de saıda e medida da distorcao harmonica
total de 2,02% para a rede eletrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
4.18 Formas de onda ilustrando o funcionamento do metodo de Pertubacao e Ob-
servacao para encontrar o ponto de maxima potencia do conjunto fotovoltaico.
A tensao permanece dentro de uma faixa estreita de valores proximos da ma-
xima potencia. C1: Tensao do conjunto fotovoltaico (Vpv), C2: Tensao do link
CC (Vcc), C3: Corrente do conjunto fotovoltaico (Ipv) e C4: Corrente (Isgd1)
injetada pelo SGD1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
4.19 Reproducao da tela do software controlador do simulador TerraSAS mostrando
a operacao do sistema no ponto de maxima potencia. . . . . . . . . . . . . . . 82
4.20 Um sistema de geracao distribuıda conectado ao ponto de acoplamento comum. 83
4.21 Resultados de simulacao obtidos com o ilhamento do sistema de geracao distri-
buıda para a carga RLC com fator de qualidade Qf = 3 - Simulacao. . . . . . . 84
4.22 Resultados de simulacao obtidos com o ilhamento do sistema de geracao distri-
buıda para a carga RLC com fator de qualidade Qf = 1 - Simulacao. . . . . . . 84
4.23 Tensao da rede e correntes dos inversores com o sistema fotovoltaico ilhado com
os metodos passivos de sobre/sub frequencia e sobre/sub tensao. C1: Tensao da
rede eletrica (Vgrid), C2: Corrente da rede eletrica (Igrid) e C3: Corrente de saıda
do SGD2 (Isgd2) - Bancada experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
4.24 Resultados obtidos com o sistema fotovoltaico ilhado com os metodo passivos de
sobre/sub frequencia e tensao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
4.25 Reproducao da tela do software DSP Oscilloscope do PSIM. . . . . . . . . . . 86
4.26 Corrente de saıda do inversor com o metodo AFD para δf = 1, 5. - Simulacao. 87
4.27 O metodo AFD com δf = 0,54 nao conseguiu desviar a frequencia para que a
deteccao do ilhamento do sistema fosse alcancada. As formas de onda mostradas
sao: corrente de saıda do SGD, tensao no PAC, frequencia de saıda do PLL e
sinal de falha da rede eletrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
4.28 O metodo AFD com δf = 1,5 conseguiu desviar a frequencia e o inversor foi
desconectado da rede eletrica. As formas de onda mostradas sao: corrente de
saıda do SGD, tensao no PAC, frequencia de saıda do PLL e sinal de falha da
rede eletrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
4.29 Formas de onda de tensao e corrente e medida da distorcao harmonica total de
corrente de 4,52% para o metodo AFD com δf = 1, 5. . . . . . . . . . . . . . 88
4.30 Resultados experimentais ilustrando a deteccao de ilhamento do sistema pelo
metodo AFD depois de 38 ciclos da rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
4.31 Resultados experimentais ilustrando a deteccao de ilhamento pelo metodo AFDPF
com k = 0,01 depois de 26 ciclos da rede eletrica. . . . . . . . . . . . . . . . . 89
4.32 Resultados experimentais ilustrando a deteccao de ilhamento pelo metodo AFDPF
com k = 0,02 depois de 20 ciclos da rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
4.33 Resultados experimentais ilustrando a deteccao de ilhamento pelo metodo AFDPF
com k = 0,03 depois de 15 ciclos da rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
4.34 Variacao de frequencia causada peelo descasamento de potencia reativa no PAC.
A frequencia de ressonancia da carga RLC ficou em torno de 75 Hz - Bancada
experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
4.35 Deteccao de ilhamento pelo metodo passivo de sub/sobre frequencia depois de 18
ciclos da rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
4.36 Deteccao de ilhamento pelo metodo passivo de sub/sobre frequencia depois de 3
ciclos da rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
4.37 Deteccao de ilhamento pelo metodo passivo de sub/sobre frequencia depois de 2
ciclos da rede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
4.38 Paralelismo de sistemas de geracao distribuıda conectados ao mesmo ponto de
acoplamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
4.39 Ilhamento dos dois sistemas fotovoltaicos conectados ao mesmo ponto de acopla-
mento comum. As formas de onda mostradas sao: corrente de saıda, tensao no
PAC, frequencia de saıda do PLL e sinal de falha da rede eletrica para os dois
inversores. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
4.40 C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: Corrente da rede eletrica (Igrid), C3:
Corrente de saıda do SGD2 (Isgd2) e C4: Corrente de saıda do SGD1 (Isgd1).
Ilhamento de dois sistemas fotovoltaicos no mesmo ponto de acoplamento. . . . 96
4.41 Ilhamento de dois sistemas fotovoltaicos no mesmo ponto de acoplamento. C1:
Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: Corrente da rede eletrica (Igrid), C3: Corrente
de saıda do SGD2 (Isgd2) e C4: Corrente de saıda do SGD1 (Isgd1). . . . . . . . 96
4.42 Frequencia dos dois sistemas - Bancada experimental. . . . . . . . . . . . . . . 97
4.43 Deteccao de Ilhamento com o metodo AFD depois de 6 ciclos da rede eletrica.
As formas de onda mostradas sao: corrente de saıda, tensao no PAC, frequencia
de saıda do PLL e sinal de falha da rede eletrica para os dois inversores. . . . . 98
4.44 Deteccao de Ilhamento com o metodo AFD. C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid),
C2: corrente da rede eletrica (Igrid), C3: corrente de saıda do SGD2 (Isgd2) e C4:
corrente de saıda do SGD1 (Isgd1). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
4.45 Frequencia dos dois sistemas - Bancada experimental. . . . . . . . . . . . . . . 99
4.46 Deteccao de Ilhamento com o metodo AFDPF depois de 25 ciclos da rede eletrica.
C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: corrente da rede eletrica (Igrid), C3:
corrente de saıda do SGD2 (Isgd2) e C4: corrente de saıda do SGD1 (Isgd1). . . . 99
4.47 Frequencia dos dois sistemas - Bancada experimental. . . . . . . . . . . . . . . 100
4.48 Deteccao de Ilhamento com o metodo AFDPF depois de 23 ciclos da rede eletrica.
C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: corrente da rede eletrica (Igrid), C3:
corrente de saıda do SGD2 (Isgd2) e C4: corrente de saıda do SGD1 (Isgd1). . . . 100
4.49 Frequencias dos dois sistemas - Bancada experimental. . . . . . . . . . . . . . 101
4.50 Sistema de geracao distribuıda conectada em diferentes partes da rede. . . . . . 102
4.51 Deteccao de Ilhamento com o metodo AFD. C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid),
C2: corrente da rede eletrica (Igrid), C3: corrente de saıda do SGD2 (Isgd2) e C4:
corrente de saıda do SGD1 (Isgd1). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
4.52 Deteccao de Ilhamento com o metodo AFDPF. C1: Tensao da rede eletrica
(Vgrid), C2: corrente da rede eletrica (Igrid), C3: corrente de saıda do SGD2
(Isgd2) e C4: corrente de saıda do SGD1 (Isgd1). . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Lista de Tabelas
2.1 Parametros usados para o controlador tipo 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.1 Frequencia para o documento IEEE STD 1547 . . . . . . . . . . . . . . . . 64
3.2 Tensao para o documento IEEE STD 1547 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
3.3 Limites de conteudo harmonico de corrente (% da corrente fundamental). . 66
3.4 Frequencia para o documento IEEE STD 929-2000 . . . . . . . . . . . . . . 66
3.5 Tensao para o documento IEEE STD 929-2000 . . . . . . . . . . . . . . . . 66
3.6 Frequencia para o documento ABNT NBR IEC 62116 . . . . . . . . . . . . 67
3.7 Tensao para o padrao ABNT NBR IEC 62116 . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.8 Requisitos da fonte de alimentacao em corrente alternada para o padrao
ABNT NBR IEC 62116 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
4.1 Parametros para o conversor boost. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.2 Especificacao de projeto do sistema fotovoltaico monofasico conectado a
rede eletrica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
4.3 Especificacao da carga RLC para os testes de anti-ilhamento. . . . . . . . . 82
4.4 Tabela com os tempos de deteccao para os metodos de anti-ilhamento refe-
rentes aos resultados experimentais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
4.5 Tabela com os tempos de deteccao para os metodos de anti-ilhamento refe-
rentes aos resultados experimentais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
Lista de abreviaturas e siglas
ADC - Analog-to-Digital Converter (conversor analogico-digital)
AFD - Active Frequency Shift
AFDPF - Active Frequency Shift with Positive Feedback
AFDPCF - Active Frequency Shift with Pulsating Chopping Factor
ABNT - Associacao Brasileira de Normas Tecnicas
CA - Corrente Alternada
CC - Corrente Contınua
CI - Circuitos Integrados
CF - Chopping Factor
CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientıfico e Tecnologico
DAQ - Data Acquisition
DSE - Departamento de Sistemas de Energia
DSP - Digital Signal Processor
FEEC - Faculdade de Engenharia Eletrica e de Computacao
FP - Fator de Potencia
GEFS - General Electric Frequency Shift
GEVS - General Electric Voltage Shift
HI - Harmonic Injection
IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers
I/O - Input/Output (Entrada/saıda)
IEC - International Electrotechnical Commission
MPP - Maximum Power Point
MPPT - Maximum Power Point Tracking
NDZ - Non Detection Zone
PAC - Ponto de Acoplamento Comum
PCB - Printed Circuit Board (Placa de Circuito Impresso)
PJD - Phase Jump Detection
PLL - Phase Locked Loop
PSIM - Power Electronic Simulation Software
PV - Photovoltaic
PWM - Pulse Width Modulation
RLC - Resistencia, Indutor e Capacitor
RT - Real Time (Tempo Real)
SGD - Sistema de Geracao distribuıda
SFS - Sandia Frequency Shift
SMS - Slip-Mode Frequency Shift
STD - Standard
SVS - Sandia Voltage Shift
TDH - Taxa de distorcao harmonica
UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas
USB - Universal Serial Bus
ZND - Zona de Nao Deteccao
Sumario
1 Introducao 20
1.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.2 Foco de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.3 Objetivos e justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2 Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 24
2.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.2 Primeiro estagio - conversor elevador de tensao . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.2.1 Relacao estatica entre as tensoes de entrada e saıda do conversor
CC-CC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.2.2 Modelagem dinamica do conversor CC-CC . . . . . . . . . . . . . . 27
2.2.3 Projeto do controlador da tensao fotovoltaica para o convesor boost 34
2.3 Segundo estagio - inversor monofasico conectado a rede eletrica . . . . . . 38
2.3.1 Modelagem do inversor para a conexao a rede eletrica de distribuicao 39
2.3.2 Projeto dos controladores para o segundo estagio de conversao . . . 40
2.4 Phase-locked loop (PLL) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3 Metodos de deteccao de ilhamento 49
3.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.2 Zona de nao deteccao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
3.3 Metodos locais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.3.1 Metodos passivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.3.2 Metodos ativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
3.4 Requisitos para a conexao de inversores a rede eletrica . . . . . . . . . . . 64
3.4.1 IEEE STD 1547 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
3.4.2 IEC 61727 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
3.4.3 IEEE STD 519-1992 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
3.4.4 IEEE STD 929-2000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
3.4.5 Padrao ABNT NBR IEC 62116 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
3.5 Zona de nao deteccao para os metodos passivos . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.6 Condicoes de teste para os metodos de deteccao de ilhamento . . . . . . . 68
4 Resultados 70
4.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
4.2 Construcao dos dois sistemas monofasicos de dois estagios conectados a rede
eletrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
4.2.1 Estagio boost . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.2.2 Estagio inversor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
4.2.3 Inversor fotovoltaico monofasico de dois estagios conectado a rede
eletrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
4.3 Analise dos metodos de anti-ilhamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
4.3.1 Um sistema fotovoltaico conectado ao PAC . . . . . . . . . . . . . . 83
4.3.2 Paralelismo de sistemas de geracao distribuıda no mesmo PAC . . . 94
4.3.3 Paralelismo de Sistemas de Geracao - Comunicacao entre inversores. 101
5 Conclusao 104
5.1 Trabalhos futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
5.2 Artigos publicados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
20
Capıtulo 1
Introducao
1.1 Introducao
A energia eletrica pode ser gerada por meio de varias fontes de energia. Essas
fontes sao, principalmente, a agua, o carvao, o vento e o sol. A Figura 1.1 ilustra a
geracao de energia eletrica global para diferentes fontes de energia. Observa-se que a
mais empregada continua a ser ainda o carvao. Ao ser queimado, o carvao produz grandes
quantidades de poluentes. O apelo para o aumento da producao de energia eletrica atraves
de fontes renovaveis, que emitem pouco ou nenhum poluente, cresce a cada ano [1].
Gás natural
Gás natural, maré,vento, etc.
Carvão Turfa
Nuclear
Biocombustíveis eresíduos
Bruto, NGL e matérias-primas
Hidro
Calor
Produtos petrolíferos
Geotérmica
Figura 1.1: Estatıstica da geracao de energia eletrica global para varias fontes de energiaentre 1973 a 2010. Fonte: Technology Roadmap. [1, 2]
O Brasil, por causa do seu potencial hıdrico, produz a maior parte de sua energia
eletrica por meio das hidreletricas. Entretanto, a cada ano que passa, aumenta a quanti-
dade de geracao eolica, proveniente dos ventos, e fotovoltaica, proveniente do Sol, o que
Capıtulo 1. Introducao 21
torna a matriz energetica do paıs ainda mais diversificada e sustentavel. A Figura 1.2
apresenta uma estatıstica sobre a geracao de energia eletrica brasileira. Nota-se que a
geracao de energia eletrica nacional e fortemente dependente do seu potencial hıdrico. As
outras fontes de energia representam uma parcela muito pequena [5].
Carvão Óleo Gás Nuclear Hidro Renováveis e resíduos Geotérmica/solar/vento
Figura 1.2: Estatıstica da geracao de energia eletrica brasileira para varias fontes de energiade 1973 a 2010. Fonte: Technology Roadmap. [1, 2]
A inclusao de novas fontes renovaveis de energia na matriz energetica mundial
e motivada pela preocupacao global sobre as emissoes de CO2 pelo uso de combustıveis
fosseis, escassez de energia e substituicao de fontes nao renovaveis. Os sistemas de energia
eletrica sao caracterizados, principalmente, pelo uso de geradores centralizados, que estao
muito distantes dos centros urbanos [2].
Por causa da distancia entre os geradores e os centros de consumo, sao necessarios
altos investimentos com redes de transmissao para que a energia chegue aos consumidores.
Uma forma de diminuir a dependencia que os centros urbanos tem dos sistemas de gera-
cao centralizada e a inclusao de sistemas de geracao descentralizada, tambem chamados
de sistemas de geracao distribuıda (SGDs) ou sistemas grid-tie. Esses incluem tecnologias
de geracao de pequena escala que sao conectados a rede eletrica, permitindo que os con-
sumidores produzam uma parte ou toda energia de que necessitam. A energia produzida
em excesso e injetada na rede eletrica, o que permite a reducao da carga media que a
concessionaria precisa fornecer para os seus consumidores [6].
Os SGDs produzem energia eletrica somente quando a sua fonte energetica base
esta disponıvel, em alguns momentos, o consumidor conectado ao sistema eletrico de po-
tencia recebe energia apenas da concessionaria. Esses sistemas sao caracterizados por
estarem proximos das unidades consumidoras. Em geral, os SGDs estao ligados em tensao
de distribuicao seja na media tensao da ordem de 13800 V, 6600 V, 4000 V ou 2400 V, ou
Capıtulo 1. Introducao 22
na baixa tensao da ordem de 127 ou 220 V [4].
As principais formas de SGDs encontrados sao os sistemas fotovoltaicos e eoli-
cos, porem ainda representam um percentual muito pequeno da energia produzida quando
comparada com as hidreletricas. A capacidade de geracao instalada no Brasil inclui 77 GW
de hidreletricas, 5,2 GW de eolicas e uma quantidade ainda desprezıvel para as fotovol-
taicas. A geracao distribuıda de eletricidade vem ganhando visibilidade apos a aprovacao
da resolucao numero 482 da ANEEL em 17 de abril de 2012, que permite a conexao de
sistemas distribuıdos as redes de baixa e media tensao.
1.2 Foco de estudo
O aumento dos sistemas grid-tie conectados a rede eletrica traz alguns problemas
que devem ser sanados. Um deles e o problema de ilhamento de uma parte da rede eletrica
quando ocorre alguma falha na rede principal (abertura de um disjuntor ou uma falha
qualquer na rede eletrica). Este ilhamento consiste na situacao em que um conjunto de
SGDs de baixa potencia continua a injetar energia na rede eletrica mesmo quando esta nao
estiver funcionando. Para que isso ocorra, e necessario que tenha uma grande quantidade
de SGDs, pois as potencias ativa e reativa do conjunto de SGDs tem que se igualar quase
perfeitamente com a potencia consumida pelas cargas conectadas no ponto de acoplamento
comum. Para sistemas de alta potencia esse problema nao ocorre visto que os sistemas
supervisorios empregados nesses sistemas impedem que a usina de energia fique isolada [4].
A probabilidade de ocorrerem condicoes de ilhamento e muito pequena, porem
e de extrema importancia detecta-las. O principal motivo e o perigo que pode ser pro-
porcionado aos funcionarios da concessionaria, que podem nao notar que uma parte da
rede eletrica pode estar energizada mesmo quando a rede eletrica principal nao estiver
funcionando, oferecendo riscos a vida. O sistema ilhado pode estragar os equipamentos
dos consumidores, pois a concessionaria nao consegue garantir a qualidade da energia
fornecida dentro da ilha energizada. Outro problema e no religamento automatico, que
pode potencialmente causar danos aos geradores, devido a transitorios eletromecanicos,
e aos demais componentes da rede eletrica. Por esses motivos, os SGDs devem detectar
o ilhamento e imediatamente parar de injetar potencia na rede eletrica. A deteccao de
ilhamento e alcancada por meio de metodos que utilizam algum parametro do sistema ou
da rede eletrica para determinar o isolamento do SGD. O tempo de resposta do metodo
depende apenas do algoritmo empregado.
1.3 Objetivos e justificativa
Os objetivos deste trabalho consistem no estudo e na analise de tecnicas de detec-
cao de ilhamento e de inversores para sistemas de geracao distribuıda. Foram modelados,
Capıtulo 1. Introducao 23
simulados e construıdos dois sistemas fotovoltaicos com inversor monofasico de dois esta-
gios conectados a rede eletrica. Tecnicas de deteccao de ilhamento foram implementadas
e testadas nesses inversores. Para melhorar o desempenho dos metodos analisados, foram
incluıdos recursos de comunicacao entre inversores. Esse aspecto e importante para melho-
rar a resposta do metodo e reduzir a zona de nao deteccao para os dois inversores operando
em paralelo. As tecnicas estudadas tiveram o seu desempenho avaliado de acordo com os
criterios de teste do padrao ABNT NBR IEC 62116.
24
Capıtulo 2
Modelagem do inversor para geracao
fotovoltaica
2.1 Introducao
Este capıtulo descreve o inversor fotovoltaico monofasico de dois estagios conec-
tado a rede eletrica que foi implementado neste trabalho. O inversor de conexao a rede
eletrica, apresentado na Figura 2.1, e composto por um estagio CC-CC (conversor boost),
que funciona como uma interface entre o conjunto fotovoltaico e o segundo estagio de con-
versao CC-CA. O controle utilizado no primeiro estagio consiste em um controlador tipo
2, responsavel pelo controle da tensao de entrada do conversor boost [7, 8].
A tensao de referencia da entrada do estagio CC-CC e dada por um algoritmo
de MPPT (maximum power point tracking) que busca o ponto de maxima potencia do
conjunto fotovoltaico. Para este trabalho, foi usado o metodo de MPPT de perturbacao e
observacao (P&O) por ser um dos mais empregados na literatura [9, 10]. Para conectar o
estagio CC-CC ao segundo estagio de conversao, e necessario um capacitor, denominado
elo CC ou barramento CC. O segundo estagio, um inversor CC-CA em ponte completa, e
responsavel por manter a tensao constante desse barramento CC e controlar a corrente de
saıda do sistema [11].
Foram usadas duas malhas de controle para o inversor, uma para controlar a
tensao de entrada no barramento CC e outra para o controle da corrente de saıda. O
controlador de tensao e baseado em um compensador PI e fornece a amplitude da corrente
de saıda do inversor. O controlador de corrente do inversor e baseado em um compensador
P ressonante e controla a corrente que esta sendo injetada no ponto de acoplamento comum
na rede eletrica. Cada parte do sistema e descrita em detalhes nas proximas secoes.
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 25
Conjuntofotovoltaico
Lpv Linv
Vcc
Vpv
Redeelétrica(127V)
Estágio Boost Estágio Inversor
RL
Isgd2
Igrid
Ipv
+
-v
MPPTControle detensão Vpv
Vpv*
S1
A/D
S5 +
-v
Controle detensão Vcc
Controle decorrente Isgd2
PLL
S2
S5
S3 S4
S1
S2 S4
S3
+
-v
+
-v
Vgrid
Proteções de sobre esub frequência
Relé 1
Relé 2 Disjuntor 1
Vpv_d
A/D
A/DA/DA/DA/D
Vgrid_d
Isgd2_d
Vcc_d
Ipv_d
Vpv_d
fgrid
Proteções de sobre/subtensão e sobre/sub corrente
Zgrid1 : 6
Transformador
Figura 2.1: Inversor fotovoltaico monofasico de dois estagios conectado a rede eletrica eseus sistemas de controle.
2.2 Primeiro estagio - conversor elevador de tensao
Para sistemas fotovoltaicos, existem varias topologias de conversores CC-CC en-
contradas na literatura. A melhor escolha depende das caracterısticas de projeto como,
por exemplo, os nıveis de tensao de entrada e saıda do conversor, necessidade de isolacao
galvanica e se o conversor ira trabalhar no modo contınuo ou descontınuo.
O primeiro estagio usado neste trabalho e um conversor CC-CC mostrado na
Figura 2.2. O conversor boost proporciona varias vantagens tais como baixo custo e baixa
complexidade, alem de ser amplamente usado e de facil controle quando comparado as
outras topologias de conversores CC-CC.
O conversor fornece uma tensao de saıda maior do que a tensao de entrada, traba-
lhando como um conversor elevador de tensao. O indutor Lpv e responsavel por armazenar
a energia que sera entregue a saıda (Vcc) e filtrar a corrente de entrada (ILpv), o que permite
o decrescimo da ondulacao (ripple) de corrente. Sua corrente de saıda (ID1) e pulsada de-
vido ao diodo D1. Tanto o diodo quanto o transistor suportam uma tensao igual a tensao
de saıda [12].
Figura 2.2: Conversor boost.
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 26
2.2.1 Relacao estatica entre as tensoes de entrada e saıda do
conversor CC-CC
Para encontrar a relacao estatica entre as tensoes de entrada e saıda do conversor
e necessario o estudo detalhado de cada componente que o compoe. Esse estudo toma
como base as variaveis medias do circuito [13]. A Figura 2.2 mostra a topologia boost.
Quando T1 esta conduzindo, o indutor Lpv e carregado e o diodo D1 esta aberto.
Quando T1 deixa de conduzir, a energia armazenada no indutor e a da entrada sao
transferidas a saıda. O capacitor de saıda, com tensao Vcc considerada constante, recebe
energia atraves do diodo D1. A relacao estatica e derivada da tensao no indutor de entrada
do conversor, mostrada na Figura 2.3, onde T e o perıodo de chaveamento e S1 e o sinal
na porta do transistor T1 [14].
0
1
0
1
00
t
t
00t
ont offt
LpvV T
T
T
1S
dT
dT
dT
A1
A2
00t
T1V
T
ccV
dT
minLpv
ID
Dt
LpvI
LpvpicoI
LpvI
Figura 2.3: Formas de onda da tensao e da corrente no indutor Lpv e da tensao no transistorT1.
Quando o transistor T1 esta conduzindo, a tensao atraves do indutor e descrita
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 27
pela equacao (2.1).
VLpv − Vpv = 0 (2.1)
Isolando VLpv , a equacao passa a ser:
VLpv = Vpv (2.2)
Quando T1 nao esta conduzindo, o conversor e representado pelas equacoes (2.3)
e (2.4). O estagio de saıda recebe a energia do indutor e da fonte de entrada.
VLpv + Vcc − Vpv = 0 (2.3)
Isolando VLpv , a equacao se torna:
VLpv = −(Vcc − Vpv) (2.4)
As equacoes (2.2 e 2.4) sao usadas para determinar o ciclo de trabalho do conver-
sor. Quando o conversor elevador de tensao esta em regime permanente, a tensao media
em cima do indutor e nula. Portanto, as integrais de VLpv quando o transistor esta ligado
e desligado sao iguais. Esta relacao esta descrita pela equacao (2.5) [15].
VpvδT = (Vcc − Vpv)T (1− δ) (2.5)
Organizando a equacao acima, a relacao estatica representada pela equacao (2.6)
e encontrada.
Vcc
Vpv
=1
(1− δ)(2.6)
2.2.2 Modelagem dinamica do conversor CC-CC
O metodo de variaveis medias e empregado para encontrar a funcao de transfe-
rencia que descreve o modelo dinamico da tensao de entrada do conversor com relacao a
variavel de controle. A vantagem dessa abordagem e a eliminacao das componentes de alta
frequencia, o que permite analisar o funcionamento natural do sistema em baixa frequen-
cia [16]. A modelagem dinamica e necessaria para o projeto do controlador. Nesta secao
tambem e apresentado o dimensionamento dos componentes armazenadores de energia do
conversor [17,18].
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 28
Funcao de transferencia do primeiro estagio
O circuito equivalente de Thevenin que modela o conjunto fotovoltaico foi usado
para encontrar a funcao de transferencia para o conversor boost. A Figura 2.4 ilustra essa
topologia. O modelo e apenas valido no ponto de operacao (linearizacao) escolhido para
o conjunto fotovoltaico [19].
pvC
pvcI
Figura 2.4: Modelo Thevenin que representa o circuito linear equivalente do dispositivofotovoltaico alimentando o conversor boost.
Aplicando-se a lei das tensoes de Kirchhoff ao laco 1 do modelo linear do dispositivo
fotovoltaico obtem-se a expressao a seguir:
− Veq + IpvReq + Vpv = 0 (2.7)
Isolando-se a corrente fotovoltaica, a equacao anterior pode ser escrita como:
Ipv =Veq − Vpv
Req
(2.8)
Aplicando-se a lei das tensoes de Kirchhoff ao laco 2, que inclui o indutor, a
equacao (2.9) e encontrada.
− Vpv + VLpv + VT1 = 0 (2.9)
Substituindo (1-δ) por D, a equacao referente a tensao do indutor VL = Lpvdi/dt
e a equacao (2.6) em (2.9), encontra-se:
Lpv
dILpv(t)
dt+ VccD − Vpv = 0 (2.10)
Aplicando-se a lei das correntes de Kirchhoff ao no 1, obtem-se:
Ipv = ILpv + Icpv (2.11)
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 29
Inserindo a equacao do capacitor Icpv = CpvdV/dt, juntamente com a equacao
(2.8) em (2.11), a seguinte relacao pode ser encontrada:
iLpv =Veq − Vpv
Req
− CpvdVpv(t)
dt(2.12)
Ao substituir (2.12) em (2.10), tem-se:
Lpvd
dt(Veq − Vpv
Req
− CpvdVpv
dt) + VccD − Vpv = 0 (2.13)
Considerando o metodo de pequenas perturbacoes, a tensao Veq do modelo linear
do conjunto fotovoltaico e vista como uma perturbacao, podendo ser desprezada [15]. Essa
simplificacao possibilita a simplificacao da equacao:
− Lpv
Req
dVpv
dt− LpvCpv
d2Vpv
dt+ VccD − Vpv = 0 (2.14)
Aplicando a transformada de Laplace, obtem-se:
− Lpv
Req
sVpv(s)− LpvCpvs2Vpv(s) + VccD(s)− Vpv(s) = 0 (2.15)
Tendo o ciclo de trabalho como entrada da funcao de transferencia e a tensao
fotovoltaica (Vpv) do conversor boost como a saıda, a funcao de transferencia e dada por:
Vpv(s)
D(s)= − Vcc
s2 + s 1ReqCpv
+ 1LpvCpv
(2.16)
O conversor boost tambem pode ser representado pelo modelo de espaco de esta-
dos. Podem-se considerar duas variaveis de estado para o conversor boost. As variaveis
sao a tensao no capacitor de entrada (Vpv) e a corrente no indutor (ILpv) e estao descritas
pelas equacoes (2.17), (2.18) e (2.19).
dVpv(t)
dt=
Veq
ReqCpv
− Vpv
ReqCpv
−ILpv
Cpv
(2.17)
dILpv(t)
dt=
Vcc
Lpv
D +Vpv
Lpv
(2.18)
dVpv(t)
dt
dILpv (t)
dt
=
− 1ReqCpv
1Cpv
1Lpv
0
Vpv
ILpv
+
0
Vcc
D (2.19)
Dimensionamento do indutor de entrada do conversor boost
O primeiro elemento a ser dimensionado e o indutor. Este atua como filtro, o que
permite minimizar as variacoes que ocorrem na corrente em torno de seu valor medio. A
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 30
corrente projetada que passa pelo indutor pode fazer com que o conversor estatico funcione
em tres modos distintos: modo de conducao contınuo (MCC), crıtico e descontınuo(MCD).
A escolha do modo de funcionamento depende exclusivamente da aplicacao desejada [20].
Para calcular o valor da indutancia, foram usados dois parametros. O primeiro pa-
rametro leva em consideracao o projeto do indutor a partir do modo de operacao contınuo.
O segundo e a ondulacao da corrente (∆ILpv) de Lpv, na entrada do conversor elevador de
tensao. Para o calculo foram usadas as formas de onda de tensao e corrente mostradas na
Figura 2.3. A tensao de entrada esta representada pela tensao fotovoltaica Vpv e a tensao
de saıda por Vcc.
Quando o transistor esta conduzindo (0 ≤ t ≤ ton), a equacao (2.20) e encontrada.
O parametro ∆ILpv corresponde a diferenca entre as correntes mınima e maxima no indutor
que ocorrem no intervalo ∆t = ton.
Vpv = Lpv
∆ILpv
∆t(2.20)
Substituindo ∆t por δT , tem-se:
δT =Lpv∆ILpv
Vpv
(2.21)
Quando o transistor deixa de conduzir em (δT ≤ t ≤ T ) e sabendo que nesse
intervalo ∆t = T − δT , obtem-se:
Vcc − Vpv =Lpv∆ILpv
T (1− δ)(2.22)
Rearranjando a equacao (2.22):
T (1− δ) =Lpv∆ILpv
Vcc − Vpv
(2.23)
Sabendo que o perıodo de comutacao do transistor e composto pela soma de ton
e toff e e o inverso da frequencia, tem-se:
T =1
fchav= δT + T (1− δ) =
Lpv∆ILpv
Vpv
+Lpv∆ILpv
Vcc − Vpv
(2.24)
Isolando a variavel de interesse Lpv:
Lpv =Vpvδ
fs∆ILpv
(2.25)
Vale lembrar que esta equacao e valida apenas para o modo de conducao contınua.
Deve-se determinar o mınimo valor para a indutancia para garantir que o conversor boost
esteja no MCC. Para isso sao utilizadas a tensao e a corrente mostradas na Figura 2.5.
Para que o conversor opere no limiar, ou seja, no modo de conducao crıtico, a
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 31
Figura 2.5: Tensao e corrente no indutor durante a operacao do conversor boost no modo deconducao crıtico.
variacao da corrente pelo indutor precisa ser o dobro do valor medio da corrente.
∆ILpv = 2ILpvL(2.26)
No modo de conducao crıtico o valor de pico da corrente coincide com a variacao
de corrente pelo indutor (∆ILpv = ILpvpico) e ela e encontrada pela seguinte equacao:
ILpvpico=
VpvδT
Lpv
(2.27)
Substituindo (2.27) em (2.26), e desenvolvendo e resolvendo as equacoes algebricas,
encontra-se a corrente limite:
ILpv =VpvδT
2Lpv
(2.28)
Utilizando a equacao (2.6) e a rearranjando, colocando a tensao de entrada em
funcao do ciclo ativo e inserindo-a na equacao (2.28), tem-se:
ILpv =Vcc(δ − δ2)
2fchavLpv
(2.29)
O valor do ciclo de trabalho ativo que gera um valor de corrente limite maxima
e encontrado atraves da derivada parcial da corrente limite pelo ciclo ativo da equacao
(2.29). Essa afirmacao garante a maxima ondulacao da corrente do indutor em um modo
de conducao crıtico.
∂ILpv
∂δ= δ − δ2 = 0 (2.30)
δ = 0, 5 (2.31)
Optou-se pelo uso de um indutor com indutancia de 5mH, o que garantiu uma
pequana ondulacao e a operacao do conversor no modo de conducao contınua. A frequencia
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 32
de chaveamento para o conversor boost e de fchav = 20 kHz, escolhida com base nas
caracterısticas das chaves semicondutora empregadas. A tensao fotovoltaica de maxima
potencia adotada e de Vpvmpp = 30 V e o valor medio para a corrente ILpv e de 9A, que esta
um pouco acima da corrente de curto circuito do cojunto fotovoltaico, o que proporciona
uma margem de seguranca de projeto [15]. Com esses parametros e possıvel encontrar a
ondulacao de corrente ∆ILpv com a equacao (2.25).
∆ILpv =Vpvδ
fsLpv
=30 · 0, 5
5m · 20000= 0, 15A (2.32)
Dimensionamento do capacitor de entrada do conversor boost
Para controlar a tensao de saıda do conjunto fotovoltaico, e necessaria a inclusao
de um capacitor na entrada do conversor boost. Na realidade, o que esta sendo controlada
e a tensao em cima do capacitor Cpv. O controle de tensao e preferıvel ao controle de
corrente, pois a tensao fotovoltaica sofre menos variacoes do que a corrente fotovoltaica
quando a irradiancia se altera.
Para o calculo da capacitancia utilizam-se as formas de onda apresentadas na
Figura 2.6, onde ILpv e a corrente media no indutor, ILpvmaxe a corrente maxima no
indutor, ILpvmine a corrente mınima no indutor, ic e a corrente no capacitor e Ipv representa
a corrente fotovoltaica.
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 33
Figura 2.6: Tensoes e correntes no indutor e no capacitor.
A corrente no capacitor e a diferenca entre a corrente fotovoltaica e a corrente que
passa pelo indutor (ic = Ipv − ILpv). Para encontrar a variacao da corrente no capacitor,
basta calcular as areas representadas por A1 e A2:
∆Vc =1
Cpv
∫ t2
t1
ic dt =1
Cpv
(Ipv − ILpvmin)
2
(ton + toff )
2(2.33)
Sabendo que ∆ILpv/2 = Ipv − ILpvmine ton + toff = 1/fchav, e reorganizando a
equacao, encontra-se a variacao da corrente no capacitor:
∆Vc =∆ILpv
Cpv · 8 · fchav(2.34)
Adotando o capacitor Cpv = 1000µF e o mesmo valor da ondulacao que foi en-
contrado no dimensionamento do indutor, tem-se o valor da ondulacao ∆Vc.
∆Vc =∆ILpv
Cpv · 8 · fchav=
0, 15
1000µ · 8 · 20000= 0, 0009V (2.35)
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 34
2.2.3 Projeto do controlador da tensao fotovoltaica para o con-
vesor boost
O controle do conversor boost aplicado a sistemas fotovoltaicos normalmente tem
o objetivo de controlar a tensao fotovoltaica (Vpv) de entrada ou a corrente que passa pelo
indutor. Prefere-se controlar a tensao do conjunto fotovoltaico, pois a tensao e a variavel
que sofre menos perturbacoes durante o funcionamento do sistema.
O controle da corrente sofre perturbacoes rapidas, o que forca, de forma mais
intensa, as chaves semicondutoras do conversor [15, 21]. Por este motivo, o parametro
controlado neste trabalho e a tensao de entrada do conversor. Optou-se pelo metodo de
controle tipo 2 que se baseia na metodologia que utiliza o fator kven [22]. Na proxima
secao e descrito o projeto do controlador.
Projeto do controlador para o conversor boost
A escolha do controlador depende da aplicacao. Neste trabalho foi escolhido o
controlador tipo 2 que proporciona uma boa resposta para o controle da tensao de entrada
do conversor boost. Isso e alcancado pela presenca de um zero e dois polos em sua funcao
de transferencia [22]. Um polo se encontra na origem, o que proporciona uma boa resposta
dinamica. O controlador pode sofrer uma defasagem entre - 90° e 0°. Alem de apresentar
um ganho AV em CC que pode melhorar a faixa de resposta [23]. Para implementa-lo e
necessario seguir alguns passos [24].
O primeiro passo consiste na escolha da frequencia de corte desejada em malha
fechada. Esta, por sua vez, para evitar qualquer perturbacao gerada pelo chaveamento
sobre o sinal de controle, deve ser inferior a 1/5 da frequencia de chaveamento. Para o
primeiro estagio a frequencia de corte selecionada e de 98, 2 Hz. A Figura 2.7 apresenta
o diagrama de Bode da funcao de transferencia do conversor boost que esta representada
pela equacao (2.36). Os parametros usados para a funcao de transferencia do conversor
boost sao: tensao de saıda, Vcc = 30V , resistencia equivalente, Req = 1Ω, capacitor,
Cpv = 1000µF e indutor, Lpv = 5mH. A margem de fase que corresponde a essa frequencia
de corte e 23, 5° [13].
Gboost =1, 2 · 107
s2 + 1000s+ 2 · 105(2.36)
O segundo passo consiste na obtencao da margem de fase. Idealmente, ela deve
estar entre 30°a 90°graus. A margem de fase escolhida e de 60°. Sendo assim, e necessario
que o controlador faca um avanco de fase no sistema para alcancar a margem de fase
desejada. O terceiro passo leva em conta a determinacao do ganho do compensador. Isso
e feito a partir da frequencia de corte e do ganho da planta em malha aberta. O ganho
do controlador deve levar a planta a um ganho unitario em malha aberta na frequencia de
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 35
−60
−40
−20
0
20
Mag
nitu
de (
dB)
System: Conversor_boostFrequency (Hz): 98.2Magnitude (dB): 19.4
100
101
102
103
104
−180
−135
−90
−45
0
Pha
se (
deg) System: Conversor_boost
Frequency (Hz): 98.2Phase (deg): −106
Bode DiagramGm = Inf dB (at Inf Hz) , Pm = 23.5 deg (at 380 Hz)
Frequency (Hz)
Figura 2.7: Grafico de Bode das respostas em frequencia da funcao de transferencia doconversor boost em malha aberta.
corte selecionada.
O proximo passo consiste no calculo do avanco de fase requerido pelo sistema. Usa-
se a formula (2.37), onde α e o avanco de fase requerido, M a margem de fase desejada e
P e a defasagem provocada pelo sistema [13].
α = M − P − 90° (2.37)
Por ultimo, e feito o calculo do fator k pela equacao (2.38). Para o controlador
tipo 2, o zero e movido por um fator kven que se encontra abaixo da frequencia de corte,
enquanto o polo fica um fator kven acima da frequencia de corte. Portanto, esta frequencia
consiste na media geometrica entre as posicoes dos polos e zeros. O pico do avanco de fase
ocorrera na fc, o que proporciona uma melhora na margem de fase.
kven = tg(α
2+
π
4) (2.38)
A funcao de transferencia para o compensador tipo 2 esta representada por (2.39).
Como foi descrito anteriormente, este controlador tem dois polos e um zero, sendo um polo
na origem. A frequencia de ocorrencia do zero e quando a impedancia de R2 se aproxima
do valor da impedancia de C1. A frequencia na qual o polo ocorre e quando a reatancia
de C2 e igual em magnitude a impedancia de R2. O par polo e zero cria uma regiao de
ganho zero que consiste em uma regiao de mudanca de fase reduzida.
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 36
Ctipo2 =1 + sC1R2
sR1(C1 + C2 + sR2C1C2)(2.39)
Para calcular os valores de R2, C1, C2 basta utilizar as equacoes a seguir. O
valor de R1 pode ser escolhido arbitrariamente com valores baixos caso a planta seja de
alta potencia e baixa tensao ou valores altos caso a mesma seja de baixa potencia e alta
tensao. Porem, seu valor nao pode ser muito baixo, pois os valores dos capacitores ficam
muito altos. A escolha de valores altos de capacitores aumenta o custo de implementacao
do projeto.
C2 =1
2πfcGkvenR1
(2.40)
C1 = C2 · (k2ven − 1) (2.41)
R2 =kven
2πfcC1
(2.42)
A funcao de transferencia para o controlador tipo 2 foi calculada com base nos
parametros mostrados na Tabela 2.1. Foi incluıda no projeto do controlador a amplitude da
onda triangular (Vs = 2V ). A funcao de transferencia para o controlador esta representada
pela equacao (2.43).
Tabela 2.1: Parametros usados para o controlador tipo 2
Tabela
Parametro Valor
R1 20000Ω
kven 8,14434
C2 9,2857 ·10−8F
C1 6,0664·10−6F
R2 2,1759·103Ωfc 98,2Hz
G 0,1072
Vs 2V
Ctipo2 =0, 0132s+ 1
2, 451 · 10−5s2 + 0, 1232s(2.43)
O diagrama de bode para o compensador tipo 2 esta ilustrado na Figura 2.8.
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 37
−60
−40
−20
0
20
40
Mag
nitu
de (
dB)
100
101
102
103
104
105
−90
−45
0
Pha
se (
deg)
Bode DiagramGm = Inf , Pm = 96.1 deg (at 8.17 rad/s)
Frequency (rad/s)
Figura 2.8: Diagrama de Bode para o compensador tipo 2.
A equacao (2.44) descreve a planta com o controlador tipo 2 em malha aberta. A
Figura 2.9 ilustra a funcao de transferencia do controlador boost compensada pelo contro-
lador tipo 2. E possıvel perceber que a margem de fase e a frequencia de corte desejadas
foram alcancadas.
Gcompensada =1, 584 · 105 + 1, 2 · 107
4, 903 · 10−5s4 + 0, 2954s3 + 256, 2s2 + 4, 927 · 104s(2.44)
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 38
−200
−150
−100
−50
0
50
100
Mag
nitu
de (
dB)
System: G_compensado_tipo_2Frequency (Hz): 98.2Magnitude (dB): −0.0712
100
101
102
103
104
105
106
−270
−225
−180
−135
−90
−45
Pha
se (
deg)
System: G_compensado_tipo_2Frequency (Hz): 98.2Phase (deg): −120
Bode DiagramGm = 18.7 dB (at 348 Hz) , Pm = 59.7 deg (at 98.2 Hz)
Frequency (Hz)
Figura 2.9: Diagrama de Bode para o controlador tipo 2 em cascata com a funcao de transfe-rencia do conversor boost em malha aberta.
2.3 Segundo estagio - inversor monofasico conectado
a rede eletrica
Para que a energia fornecida pelo conjunto fotovoltaico e processada pelo estagio
CC-CC seja enviada a rede eletrica e necessario um outro estagio que faz a conversao
da energia em corrente contınua gerada pelo conjunto fotovoltaico em corrente alternada.
O estagio CC-CA e responsavel por injetar corrente em sincronismo com a rede de dis-
tribuicao. O conversor usado para o segundo estagio de conversao consiste no inversor
monofasico em ponte completa mostrado na Figura 2.10.
O inversor e composto por 4 IGBTs, um filtro indutivo de saıda e um banco
de capacitores na entrada, denominado barramento CC. Para a obtencao da funcao de
transferencia do inversor, as modelagens dinamicas tanto do elo CC quanto do inversor
monofasico em ponte completa precisam ser obtidas. A modelagem e utilizada para o
projeto dos controladores que sao usados para o controle da energia a ser transferida a
rede eletrica. Para o acionamento dos IGBTs S1, S2, S3 e S4, a tecnica de modulacao em
largura de pulso com modulante senoidal (MLP) e aplicada.
Para o sincronismo do inversor fonte de corrente com a rede eletrica, e utilizada a
tecnica de sincronismo chamada de PLL (Phase Locked Loop), que proporciona a referencia
de fase da rede eletrica para o controlador responsavel pelo acionamento das chaves do
inversor. Nesta secao sao descritas as partes integrantes do conversor e seu controle.
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 39
2.3.1 Modelagem do inversor para a conexao a rede eletrica de
distribuicao
Para encontrar a funcao de transferencia do conjunto inversor mais o filtro da
rede, e necessaria a analise do inversor em ponte completa apresentado na Figura 2.10.
Linv RL
S1
S2 S4
S3
Vgrid0Iinv
Vgrid1
Vgrid2
Vt1
Vt2
Vcd/2
Vcd/2
+
-
+
-
Vt
+
-
+
-Malha 1
Figura 2.10: Inversor monofasico em ponte completa conectado a rede eletrica.
A tensao de entrada foi dividida em duas fontes, sendo utilizada como referencia
de terra o ponto medio entre elas. As tensoes Vt1 e Vt2 representam as tensoes nos terminais
de saıda do inversor [14]. As tensoes Vgrid1 e Vgrid2 sao as tensoes nos terminais do lado da
rede eletrica [25]. As seguintes relacoes sao encontradas:
Vt1 = −Vt2 (2.45)
Vt2 = Vgrid2 (2.46)
Vgrid = Vgrid1 − Vgrid2 (2.47)
Para encontrar a funcao de transferencia, basta aplicar a lei das tensoes de Kir-
chhoff na malha do inversor que engloba o filtro, a tensao da rede e as tensoes nos terminais
de saıda do conversor CC-CA. A equacao encontrada esta representada por (2.48) [25].
IinvRL + LdIinvdt
+ Vgrid1 − Vgrid2 + Vt2 − Vt1 = 0 (2.48)
Susbtituindo (2.45) e (2.47) em (2.48), tem-se:
IinvRL + LdIinvdt
+ Vgrid − 2Vt1 = 0 (2.49)
A tensao da rede eletrica e vista como uma perturbacao, podendo ser desprezada
pelo uso do feedforward na malha de controle. O acrescimo do feedforward possibilita
incluir realimentacoes que permitem o desacoplamento da tensao da rede eletrica da malha
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 40
de controle. Rearrumando a equacao (2.49) e colocando a corrente do inversor como saıda
e a tensao Vt1 como entrada, a seguinte relacao e encontrada:
Iinv(s)
Vt1(s)=
2
Linvs+RL
(2.50)
Para o controle do inversor, e utilizada a funcao de transferencia representada
por (2.50). Apenas um braco do inversor em ponte completa e controlado; o outro braco
recebe os sinais complementares. Para o projeto do filtro de saıda, foi usado um indutor de
5 mH, que possui uma resistencia interna em torno de 0, 2 Ω. Substituindo esses valores
em (2.50), a equacao (2.51) e obtida. A Figura 2.11 ilustra o diagrama de Bode para a
funcao de transferencia do inversor monofasico em ponte completa [25].
Iinv(s)
Vt(s)=
2
0, 005s+ 0, 2(2.51)
−10
−5
0
5
10
15
20
Mag
nitu
de (
dB)
100
101
102
103
−90
−45
0
Pha
se (
deg)
Bode DiagramGm = Inf , Pm = 95.7 deg (at 398 rad/s)
Frequency (rad/s)
Figura 2.11: Diagrama de Bode para a funcao de transferencia do inversor monofasico em pontecompleta.
2.3.2 Projeto dos controladores para o segundo estagio de con-
versao
O projeto dos controladores para inversores conectados a rede eletrica que sao im-
plementados com dois estagios de conversao pode se basear em duas abordagens: controle
de corrente e MPPT, mostrado na Figura 2.12, ou controle do elo CC e de corrente, Figura
2.13. Neste trabalho, adotou-se o controle do elo CC e controle de corrente por ser o mais
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 41
empregado na literatura em sistemas fotovoltaicos [26,27].
Conjuntofotovoltaico
Linv RL
ConversorBoost
Inversor
Controladorde tensão
VpvIpv
Rede elétrica
ControladorMPPT
Controladorde corrente
PLL
Vcc
Vgrid
i*
igrid
+
-
Cpv Ccc
I
Figura 2.12: Diagrama do segundo estagio de conversao, usando a estrategia de controle efetuadacom base no MPPT e corrente de saıda.
Conjuntofotovoltaico
Linv RL
ConversorBoost
Inversor
ControladorMPPT
VpvIpv
Rede elétrica
Controladorde corrente
Controladorde tensão
PLLVcc
Vgrid
Vcc*i*
igrid+
-+ -
Cpv Ccc
I
Figura 2.13: Diagrama do segundo estagio de conversao, usando a estrategia de controle efetuadacom base na tensao do elo CC e corrente de saıda.
O balanco de potencia na entrada e na saıda do inversor e empregado o controle de
tensao do elo CC. Durante o dia, na presenca da luz solar, o primeiro estagio de conversao
aproveita a maxima energia do conjunto fotovoltaico e a transfere para o capacitor de
desacoplamento. A medida que o capacitor vai se carregando, sua tensao se eleva, fazendo
com que o controlador aumente a amplitude de corrente de referencia para o controle de
corrente e, assim, abaixar a tensao novamente.
Entretanto, durante a noite, sem a presenca de irradiancia, ou quando ha baixa
producao de energia, insuficiente para manter a tensao no elo CC, o inversor consome
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 42
energia da rede eletrica para mante-lo carregado. O controlador usado e baseado no
compensador proporcional e integral (PI), que processa o erro entre a tensao de referencia
e a tensao medida no capacitor. Com essas informacoes e possıvel, atraves do erro gerado,
obter a amplitude necessaria para o controle de corrente, que por sua vez e baseado em um
compensador proporcional ressonante (Pressonante). A referencia de corrente para esse
controlador e derivada da saıda do controlador de tensao multiplicado pela saıda do PLL,
que fornece uma senoide unitaria. Por fim, a corrente de referencia e comparada com a
corrente medida nos terminais de saıda do inversor. O erro entre as duas e processado
pelo controlador de corrente e aplicado ao PWM para que os sinais de controle, aplicados
aos transistores, sejam gerados. As proximas secoes sao dedicadas ao projeto dos dois
controladores usados para o segundo estagio de conversao.
Projeto do controlador de corrente do inversor monofasico
Inversores para sistemas conectados a rede eletrica se comportam como fontes
de corrente. Sendo assim, o controlador a ser modelado precisa ser capaz de seguir o
sinal de referencia senoidal [28]. Um controlador muito usado e o proporcional ressonante
(Pressonante) que garante ao sistema erro nulo em regime permanente para este tipo de
entrada [29]. A funcao de transferencia deste controlador esta representado por (2.52):
Cc(s) = P +Res = kp +2 · ki · ss2 + ω2
0
(2.52)
A frequencia de ressonancia fres a ser escolhida e a mesma da rede eletrica. No
Brasil, a frequencia de operacao e de 60 Hz e a velocidade angular ω0 e de 377 rad/s. Para
encontrar os valores dos ganhos kp e ki, tem-se que recorrer as equacoes (2.53) e (2.54).
kp =2 · ξ · ωn · L−RL
2(2.53)
ki =ω2n · L2
(2.54)
Para calcular os ganhos, sao necessarios o coeficiente de amortecimento ξ (2.55) e
da frequencia natural ωn (2.56).
ξ =−ln(Mp)√π2 + ln2(Mp)
(2.55)
ωn =4
ξ · ts(2.56)
Onde, Mp e o maximo sobressinal estipulado no projeto e ts representa o tempo
de acomodacao do sinal. Para encontrar o valor de ξ, foi estipulado que o valor do maximo
sobressinal seja de 5 %. Aplicando a equacao (2.55), o valor encontrado e de ξ = 0, 6901.
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 43
Para calcular o valor de ts precisa-se da constante de tempo da planta. Esta emprega o
valor da indutancia e da resistencia do indutor de saıda do inversor. Atraves da equa-
cao T = L/RL, sendo que a indutancia de 5m H e a resistencia de 0, 2 Ω, encontra-se
T = 0, 025 s [15, 25].
A funcao do controlador consiste em estabilizar o sistema de forma mais rapida.
Por causa disso, escolheu-se o tempo de assentamento cinco vezes menor do que a constante
de tempo da planta. Logo, ts = 0, 025/5 = 0, 005 s. O proximo passo consiste
em encontrar o valor da frequencia natural atraves da equacao (2.56), que fornece um
ωn = 1159, 2 s.
Para calcular os valores de kp e ki, as formulas (2.53) e (2.54) sao usadas:
kp =2 · 0, 6901 · 1159, 2 · 0, 005− 0, 2
2= 3, 9 (2.57)
ki =1159, 22 · 0, 005
2= 3359, 6 (2.58)
Substituindo os valores encontrados em (2.52), encontra-se a funcao de transfe-
rencia do controlador proporcional ressonante.
Cc(s) = 3, 9 +2 · 3359, 6ss2 + 3772
=3, 9s2 + 6719s+ 6, 964 · 105
s2 + 142129(2.59)
A Figura 2.14 ilustra o diagrama de Bode da planta em cascata com o controlador
implementado. Observa-se que o sistema possui uma margem de fase de 50, 3°, que garante
um sistema estavel em malha fechada. Outro ponto consiste no pico de ressonancia, que
se encontra na frequencia estipulada no projeto.
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 44
−50
0
50
100
150
200
Mag
nitu
de (
dB)
100
101
102
103
104
105
−180
−135
−90
−45
0
45
Pha
se (
deg)
Bode DiagramGm = Inf , Pm = 50.3 deg (at 2.06e+03 rad/s)
Frequency (rad/s)
Figura 2.14: Diagrama de Bode para a funcao de transferencia do inversor monofasico emcascata com o controlador proporcional ressonante.
Projeto do controlador do elo CC para o segundo estagio
Para a implementacao do controlador do elo CC e utilizado o balanco de energia no
capacitor atraves da variacao da amplitude da corrente injetada a rede eletrica. Quando
o primeiro estagio inicia o processo de fornecimento de potencia, a tensao do capacitor
de acoplamento aumenta. O inversor eleva a corrente injetada na rede para estabilizar
a tensao de entrada do inversor, causando o abaixamento da tensao do elo CC. Esse
procedimento e executado para manter a tensao do elo CC condizente com a referencia de
tensao. Caso a potencia injetada pelo primeiro estagio nao seja suficiente para manter o
capacitor carregado, o inversor utiliza energia proveniente da rede eletrica para estabiliza-
lo [12].
O controlador da tensao do elo CC segue o diagrama da Figura 2.15. Nota-se que
a tensao de referencia e a tensao medida no capacitor Vcc sao elevadas ao quadrado. O erro
dos quadrados das tensoes e processado pelo controlador PI. O sinal corrigido consiste em
uma referencia de potencia [15]. A referencia de potencia e, entao, dividida pela tensao de
pico da rede eletrica. A divisao fornece a referencia de amplitude de corrente eletrica, que
e usada para gerar a referencia de corrente para o controlador proporcional ressonante [25].
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 45
XVcc_d*
Vcc_d*
Erro+
--PI(s)
X
Vcc_d
Vcc_d
.
.
180
Pref I
Figura 2.15: Malha de controle da tensao do elo CC para o inversor.
O primeiro procedimento para o projeto do controlador consiste em encontrar a
funcao de transferencia para a tensao do capacitor do elo CC que sera controlado [24].
Considerando-se o balanco de energia entre os dois estagios, a potencia injetada no ca-
pacitor (Pboost) pelo primeiro estagio deve ser igual a potencia que o inversor injeta na
rede eletrica (Pinv) menos a potencia absorvida pelo capacitor (Pcc). A relacao das tres
potencias esta representada pela equacao (2.60).
Pinv − Pcc = Pboost (2.60)
A potencia Pcc pode ser encontrada por meio da derivada da energia contida no
capacitor CCC , o que proporciona a seguinte relacao:
Pinv −d
dt(CccV
2cc
2) = Pboost (2.61)
A potencia do inversor e vista como uma perturbacao para o sistema de controle
de tensao do capacitor, o que permite despreza-la. Com o uso do metodo de pequenas
perturbacoes, aplicando a transformada de Laplace e rearrumando a equacao (2.61), tem-
se:
V 2cc(s)
Pboost(s)=
−2
Cccs(2.62)
Porem, a funcao de transferencia encontrada para o elo CC nao e suficiente para
o controle de tensao do elo de corrente contınua. Para que o projeto do controlador seja
feito, a funcao de transferencia que inclui a planta do inversor em cascata com o controle
de corrente em malha fechada deve ser colocada em serie com o modelo do capacitor [28].
A funcao de transferencia em malha fechada da primeira malha de controle que inclui o
modelo do inversor e o controlador proporcional ressonante e apresentada por:
H1(s) =7, 8s2 + 1, 344 · 104s+ 1, 109 · 106
0, 005s3 + 8s2 + 1, 415 · 104s+ 1, 137 · 106(2.63)
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 46
A Figura 2.16 apresenta o diagrama de Bode da malha fechada do controlador
Pres com o modelo do inversor. O valor da capacitancia adotado e de 2250 µF (banco de
capacitores do modulo SKS 27F B6U+B6CI 10 V6 da SEMIKRON usado na implemen-
tacao da bancada experimental). Colocando a funcao de transferencia do elo CC em serie
com (2.63), tem-se:
H2(s) =6933s2 + 1, 195 · 107s+ 9, 854 · 108
0, 005s4 + 8s3 + 1, 415 · 104s2 + 1, 137 · 106s(2.64)
−40
−30
−20
−10
0
10
Mag
nitu
de (
dB)
101
102
103
104
−135
−90
−45
0
45
System: H_sFrequency (Hz): 1e+03Phase (deg): −90.1
Pha
se (
deg)
Bode DiagramGm = Inf , Pm = 107 deg (at 370 Hz)
Frequency (Hz)
Figura 2.16: Diagrama de Bode da malha fechada empregando o controlador Pressonantecom o modelo do inversor.
O passo seguinte consiste na escolha do controlador. Para o controle da tensao
do elo CC foi utilizado o controlador proporcional e integral (PI), que tem a funcao de
transferencia (2.65):
CPI = kp +Ki
s(2.65)
Os valores usados para kp e ki que proporcionam a margem de fase desejada de
85° sao 0,49 e 10, respectivamente. Portanto, a funcao de transferencia encontrada para o
controlador PI e apresentada por:
CPI =0, 49s+ 10
s(2.66)
A Figura 2.17 apresenta o controlador PI em serie com a malha fechada do controle
de corrente e o modelo do inversor em serie com o modelo do capacitor. Observa-se que a
margem de fase desejada de 85° foi alcancada pelo controlador.
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 47
−100
−50
0
50
100
Mag
nitu
de (
dB)
100
101
102
103
104
105
−225
−180
−135
−90
Pha
se (
deg)
Bode DiagramGm = 43.1 dB (at 1.02e+04 rad/s) , Pm = 85.3 deg (at 243 rad/s)
Frequency (rad/s)
Figura 2.17: Diagrama de Bode do controlador PI em serie com o modelo do inversor a sercontrolado.
2.4 Phase-locked loop (PLL)
Para sincronizar a corrente de saıda do inversor com a tensao da rede eletrica
sao necessarios mecanismos para a deteccao da fase da tensao da rede eletrica. O phase-
locked loop (PLL) e responsavel por esta deteccao. Existem varios metodos de PLL.
Neste trabalho foi usado o PLL monofasico baseado no SOGI(Second Order Generalized
Integrator). Este utiliza o processo de emulacao de uma segunda fase para a geracao dos
referenciais alfa e beta [25].
A Figura 2.18 ilustra o PLL monofasico baseado no SOGI. A transformada de
Park possibilita a passagem de uma referencia alternada para uma estatica, gerando os
sinais no eixo direto d e em quadratura q. O parametro q indica se a sincronizacao do sinal
fornecido pelo PLL com a rede eletrica esta ocorrendo como deveria. O correto sincronismo
e caracterizado pelo valor nulo de q [25].
Capıtulo 2. Modelagem do inversor para geracao fotovoltaica 48
Figura 2.18: Diagrama do PLL monofasico baseado no SOGI.
A componente q e passada por um controlador que tem como objetivo a reducao do
erro do sinal gerado por q. O proximo estagio consiste no bloco VCO (Voltage Controlled
Oscillator), que inclui uma integral que se reseta a cada 2π. O sinal de saıda desse bloco
tem a finalidade de auxiliar a transformacao de alfa e beta nos referenciais d-q. Em adicao,
o PLL fornece o valor da fase da funcao cossenoide a qual sera usada para gerar a referencia
de corrente do inversor [15,25].
49
Capıtulo 3
Metodos de deteccao de ilhamento
3.1 Introducao
Sistemas de geracao descentralizados (SGDs) garantem uma flexibilidade maior
quanto a producao de energia eletrica, alem de proporcionar alternativas de producao de
energia a partir de fontes renovaveis. A inclusao desses sistemas a rede de distribuicao
precisa respeitar as normas vigentes no paıs. Uma delas e a capacidade do inversor de
detectar situacoes de ilhamento, nas quais um conjunto de consumidores continua a ser
alimentado por um ou mais SGDs sem a presenca da rede eletrica, que foi desconectada
por alguma falha ou interrupcao programada [30–32].
Os metodos de deteccao de ilhamento sao divididos em dois grupos: locais e
remotos [4]. Os metodos locais podem ser passivos ou ativos. Existem varios metodos
para detectar ilhamento descritos na literatura. Os principais sao: sistemas de deteccao
embutidos nos inversores (metodos passivos e ativos), deteccao baseada em dispositivos de
comunicacao instalados na rede eletrica e deteccao baseada em dispositivos externos (para
redes com muitos inversores) [33].
Algumas caracterısticas sao avaliadas como: confiabilidade, seletividade e pertu-
bacao mınima. A confiabilidade se refere a capacidade de deteccao de ilhamento por um
sistema distribuıdo em qualquer condicao da rede [34], nao importando se a rede e fraca ou
forte, com alta concentracao de SGDs ou baixa. O metodo tem que ser capaz de detectar
tais ocorrencias e desconectar o sistema da rede [3]. A seletividade refere-se a diferenciacao
das condicoes de ilhamento de outras perturbacoes da rede eletrica, impedindo que o SGD
deixe de injetar potencia na rede por qualquer falha (transiente). Por ultimo, o SGD deve
degradar a potencia fornecida a rede de distribuicao o mınimo possıvel [35].
Neste capıtulo e mostrada uma visao geral dos metodos descritos na literatura
para a deteccao de condicoes de ilhamento. Por ultimo, e feita uma descricao das normas
utilizadas para sistemas fotovoltaicos conectados a rede eletrica [36].
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 50
3.2 Zona de nao deteccao
Os metodos de anti ilhamento possuem uma area na qual nao se conseguem de-
tectar que o sistema fotovoltaico esta ilhado, denominada zona de nao deteccao (ZND). A
ZND, mostrada na Figura 3.1 pela parte tracejada, e um parametro usado para determinar
a confiabilidade de um metodo com base no descasamento das potencias ativa e reativa [3].
Figura 3.1: Zona de nao deteccao (ZND) para os metodos de deteccao de ilhamento.
A Figura 3.2 mostra um diagrama simplificado de um sistema de geracao distri-
buıdo conectado a rede eletrica alimentando uma carga local no ponto de acoplamento
comum (PAC). Os parametros ∆P , ∆Q, PSGD, QSGD, Pcarga e Qcarga representam a po-
tencia ativa de saıda da rede, a potencia reativa de saıda da rede, a potencia ativa de
saıda do SGD, a potencia reativa de saıda do SGD, a potencia ativa da carga e a potencia
reativa da carga, respectivamente [37].
As equacoes (3.1) e (3.2) descrevem a Pcarga e a Qcarga. Sabe-se que se a potencia
Pcarga da equacao (3.1) for igual a PSGD nao ha nenhum descasamento entre a potencia
ativa produzida pela rede e a potencia ativa produzida pelo sistema fotovoltaico. De modo
analogo, o mesmo ocorre quando a equacao (3.2) for igual a QSGD. O pior caso ocorre
quando ∆P e ∆Q forem iguais a zero, nao havendo nenhuma variacao da magnitude ou
da frequencia da tensao quando ocorre alguma falha na rede e uma parte do sistema se
torna ilhado. E possıvel perceber que pequenas variacoes nas potencias ativas e reativas
do sistema implicam em variacoes muito pequenas na amplitude e frequencia da tensao,
tornando difıcil a deteccao de ilhamento [4].
Pcarga = PSGD +∆P (3.1)
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 51
Figura 3.2: Diagrama simplificado de um sistema de geracao distribuıda conectado a rede eletricaalimentando uma carga local no ponto de acoplamento comum (PAC).
Qcarga = QSGD +∆Q (3.2)
Quando ocorre a desconexao da rede eletrica por algum motivo e a carga no PAC
que determina as variacoes de tensao e frequencia no sistema ilhado. Caso a frequen-
cia ressonante da carga RLC seja a mesma da frequencia da rede, a carga nao consome
nem absorve potencia reativa. A potencia ativa e diretamente proporcional ao quadrado
da tensao da carga aplicada no PAC, que e aquela que esta sendo gerada pelo sistema
fotovoltaico.
A potencia ativa e determinada pela equacao (3.3). Os parametros desta equacao
sao: tensao antes do ilhamento (V ), tensao depois do ilhamento (V′) e kv, definida pela
equacao (3.4). A variavel kv determina qual sera a mudanca na tensao no PAC no momento
do ilhamento. Quando PSGD for maior que Pcarga, a tensao tera um aumento em sua
amplitude (kv sera maior do que um) e caso Pcarga seja maior que PSGD, a tensao sofrera
uma queda em amplitude (kv sera menor do que um). Quando se trata da potencia
reativa, a desconexao da rede eletrica depende da frequencia e amplitude da tensao e
segue a equacao (3.5) [4]. Os parametros desta esquacao sao: potencia reativa da carga
(Q′carga), potencia reativa do SGD (QSGD), velocidade angular (ω
′), indutor da carga (L)
e capacitor da carga (C).
V′= kvV (3.3)
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 52
kv =
√PSGD
Pcarga
(3.4)
Q′
carga = QSGD = (1
ω′L− ω
′C)V
′2 (3.5)
A ZND e calculada pelos limites inferiores e superiores para a frequencia e a
magnitude da tensao, sendo que estas sao determinadas pelas normas de cada paıs. Esse
assunto e detalhado nas proximas secoes.
3.3 Metodos locais
Todos os metodos de anti-ilhamento tem como objetivo minimizar ou ate mesmo
eliminar completatemente a zona de nao deteccao. As tecnicas locais sao divididas em
passivas e ativas. A primeira e caracterizada principalmente por nao reduzir a qualidade
da energia injetada na rede eletrica, o que nao ocorre para os metodos ativos. Esta secao
descreve as principais tecnicas encontradas na literatura para os metodos passivos e ativos.
3.3.1 Metodos passivos
Os metodos passivos sao baseados no monitoramento de uma ou mais variaveis
da rede eletrica. Este monitoramento pode ser feito pelos geradores distribuıdos ou por
algum dispositivo dedicado que esteja fora do SGD. As variaveis que podem ser utilizadas
sao: frequencia, magnitude da tensao, angulo de fase e alguma harmonica especıfica ou a
taxa de distorcao harmonica (THD - Total harmonic distortion ou TDH).
Este tipo de metodo e considerado amigavel a rede de distribuicao, pois nao adi-
ciona nenhum sinal que prejudica a qualidade de energia que esta sendo injetada na rede
eletrica, alem de suportar grandes concentracoes de SGDs. Este metodo funciona bem
para varias condicoes, porem se a potencia dos SGDs se igualar a requerida pela carga,
mantendo a rede eletrica do PAC balanceada com a ausencia da rede principal, os meto-
dos passivos irao falhar, gerando uma ilha nao intencional. Sendo assim, sao considerados
insuficientes como protecao de anti-ilhamento por terem uma zona de nao deteccao rela-
tivamente grande. A ZND para os metodos passivos e determinada com base na carga
conectada ao PAC e pode ser definida analiticamente. A definicao analıtica e apresentada
na proxima secao.
Caso o algoritmo de deteccao identifique alguma mudanca em algum desses para-
metros no PAC, o sistema de geracao e desconectado. Os principais metodos passivos sao:
deteccao de sub/sobre tensao, sub/sobre frequencia, deteccao de salto no angulo de fase e
deteccao de distorcao harmonica [33,38].
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 53
Deteccao de sub/sobre tensao e sub/sobre frequencia
A tensao e frequencia sao impostas pela rede eletrica da concessionaria. Quando
esta deixa de funcionar, os limites impostos pelas normas regulamentadoras de tensao e
frequencia podem ser violados, o que aciona os sistemas de protecao do inversor, inter-
rompendo o fornecimento de potencia. Dependendo da carga no PAC, a frequencia de
ressonancia da carga pode coincidir com a frequencia da rede eletrica ou estar com va-
lores muito proximos. Em adicao, os valores da tensao podem coincidir com os valores
estipulados pela norma [3,32].
Este cenario, onde a frequencia e magnitude da tensao se mantem no momento do
ilhamento, representa o pior caso - ∆P e ∆Q iguais a zero. Este tipo de condicao impede
que o sistema detecte a falta da rede e o SGD continua com o fornecimento de potencia a
carga conectada no PAC. A literatura sugere que a probabilidade de estar na zona de nao
deteccao e significativa em alguns casos [3, 32].
Os metodos Standard Protective Relays e Abnormal Voltage Detection possuem
metodologias similares. A tecnica de protecao por sub/sobre frequencia (OUF) utiliza li-
mites superior e inferior, cujos valores dependem da norma empregada no paıs. O mesmo
ocorre para os valores limites de tensao [39,40]. Esse tipo de metodo de protecao normal-
mente e implementado via software. Caso ∆Q seja diferente de zero, a tensao da carga
mostrara mudanca repentina na fase [4].
Os valores mınimos para ∆P e ∆Q de OUF ou OUV sao determinados analitica-
mente pelas equacoes (3.6) e (3.7), definindo a ZND [4], onde Qf e o fator de qualidade,
fgrid e a frequencia da rede eletrica, Vgrid e a tensao da rede eletrica e fmin e fmax sao as
frequencias inferior e superior estipuladas pela norma do paıs [41].
para OUF:
Qf (1− (fgridfmin
)2) ≤ ∆Q
PSGD
≤ Qf (1− (fgridfmax
)2) (3.6)
para OUV:
(Vgrid
Vmax
)2 − 1 ≤ ∆P
PSGD
≤ (Vgrid
Vmin
)2)− 1 (3.7)
Deteccao de salto no angulo de fase - Phase jump detection(PJD)
Este metodo consiste na verificacao da diferenca de fase entre a tensao e a corrente
de saıda do inversor no PAC. A deteccao do erro de fase e realizada no final de cada ciclo
da tensao da rede eletrica, operando em malha aberta durante o restante do ciclo. Com o
funcionamento normal da rede eletrica, o sincronismo entre a corrente de saıda e a tensao
e feito pelo phase-locked loop (PLL). Caso haja falha no fornecimento de energia pela rede
eletrica, ocorre uma mudanca rapida da fase da tensao. Isso acontece pelo descasamento
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 54
da potencia reativa. A corrente ainda esta seguindo a tensao, que e regulada pela rede
eletrica, porem a carga comeca a fornecer potencia reativa, o que causa a defasagem entre a
corrente e tensao. Quando a tensao cruza o zero a fase e atualizada, permitindo a deteccao
do salto de fase pelo metodo. A mudanca de fase acontece muito mais rapidamente do
que a mudanca da frequencia, o que permite a implementacao de tecnicas mais rapidas de
deteccao de ilhamento [4]. A Figura 3.3 ilustra a deteccao de salto no angulo de fase.
O metodo e de facil implementacao. Como o sistema ja inclui o bloco de PLL,
o sistema precisa se desconectar da rede eletrica quando o angulo de fase sair dos limites
pre estabelecidos. Assim, os limites de defasagem precisam de ser ajustados para que o
metodo seja eficaz e a ZND seja reduzida ao maximo possıvel.
A eficiencia dessa tecnica nao e prejudicada para os casos em que existem pa-
ralelismo de varios SGDs. Alem de nao afetar a qualidade da energia interna da ilha e
nao interferir na dinamica do sistema. Este metodo possui algumas desvantagens. Caso a
carga seja resistiva, nao havera desvio de fase dentro da ilha, impedindo a acao do metodo.
Com isso, essa tecnica e dependente da carga conectada ao barramento. Outra desvanta-
gem refere-se a determinacao dos valores limites de angulo de fase que consigam detectar
o ilhamento de forma a evitar desconexoes por causa de transientes na tensao [33].
Estes transientes podem ser provocados pela partida de cargas como motores,
cargas reativas chaveadas, motores de inducao, etc. Outro problema que impede que esse
metodo seja suficiente, e a inclusao no sistema de PLLs rapidos que tornam o sincronismo
mais robusto. O pulo de fase se torna irrisorio visto que o PLL sincroniza a corrente com
a tensao depois que o ilhamento ocorre, minimizando a defasagem da fase. Este problema
pode ser corrigido com o uso de PLLs lentos em conjunto com PLLs rapidos. Entretanto,
a escolha dos limites do angulo de fase e ainda muito difıcil de ser feita, tornando o metodo
menos confiavel. Como todos os metodos passivos, a zona de nao deteccao nao e zero.
Deteccao de distorcao harmonica
Este metodo monitora a taxa de distorcao harmonica (TDH) da tensao no PAC e
caso o valor ultrapasse o limite pre-estabelecido, o inversor se desconecta da rede eletrica.
Com o funcionamento adequado da rede eletrica, a sua impedancia e muito baixa e a
interacao das correntes harmonicas com a impedancia da rede eletrica causa pequenas
distorcoes na tensao no ponto de conexao do inversor. Todavia, quando o sistema esta
ilhado, a impedancia vista pelo inversor e muito maior, fazendo com que a distorcao da
tensao aumente acima dos limites de TDH estabelecidos, o que permite a tecnica detectar
condicoes de ilhamento [33].
Duas formas de implementacao desse metodo sao possıveis. A primeira consiste na
distorcao harmonica esperada da rede eletrica. A segunda monitora a distorcao que pode
ser produzida por uma harmonica especıfica pela carga local. Se a TDH estiver fora desses
dois parametros significa que o sistema esta isolado. As harmonicas mais importantes que
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 55
Figura 3.3: Erro de fase usado na deteccao de salto no angulo de fase. Fonte: [3].
podem ser monitoradas sao: terceira, quinta, setima, nona e decima primeria. A TDH da
tensao tambem pode ser uma indicadora de ilhamento.
Os limites para a TDH sao difıceis de serem escolhidos pois dependem de va-
rios fatores. O inversor e modelado para ser uma fonte ideal de corrente, porem produz
harmonicas que sao causadas pela comutacao das chaves (harmonicas de alta ordem),
tempo-morto e a queda de tensao nos semicondutores (harmonicos pares) ou ondulacao
da tensao do link CC (harmonicos ımpares). Esta distorcao nao pode ser superior a 5%
pela norma IEEE 1574. Sendo assim, a TDH pode ser reduzida com o uso de filtros im-
plementados por meio de hardware ou mecanismos de compensacao colocados dentro do
algoritmo de controle.
Outro fator trata de cargas com alto fator de qualidade com fortes caracterısticas
de filtro passa baixas, que impedem a deteccao de condicoes de ilhamento pelo metodo.
Caso a energia proveniente do inversor seja de alta qualidade, com baixıssima distorcao
harmonica, o metodo tambem podera falhar [42]. Este metodo requer alto esforco compu-
tacional para a realizacao da avaliacao das harmonicas e o calculo da TDH.
Outra desvantagem trata de cargas nao lineares, que originam correntes com ele-
vado conteudo harmonico, causando falsas deteccoes de ilhamento. Esta tecnica e o unica
que consegue reduzir a ZND a zero, pois nao depende do descasamento da potencia ativa
e reativa produzida pelo sistema fotovoltaico e requerida pela carga conectada ao PAC.
Porem, se os limites forem mal ajustados, a ZND pode ser bem larga [4].
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 56
3.3.2 Metodos ativos
Os metodos ativos, diferentes dos anteriores, produzem pequenas perturbacoes
diretamente na forma de onda gerada pelo inversor, geralmente na magnitude da tensao ou
frequencia. A inclusao dessa perturbacao tem o intuito de reduzir a zona de nao deteccao
dos metodos passivos. Se a rede eletrica estiver em funcionamento, essas perturbacoes
nao afetam o sistema eletrico de potencia, que faz o controle de tensao e frequencia da
rede eletrica [43]. Se a mesma estiver desconectada, a magnitude da tensao ou frequencia
seguira o metodo ativo, acionando as protecoes do SGD. Normalmente, os metodos ativos
em conjunto com os metodos passivos conseguem detectar situacoes de ilhamento sem
ZND [3,44].
A desvantagem dessa tecnica consiste na degradacao da qualidade da potencia
entregue a concessionaria por causa das perturbacoes injetadas na rede eletrica. Quando
o numero de SGDs em paralelo aumenta no mesmo PAC (no mesmo alimentador), a
degradacao e intensificada, aumentando a ZND de todos os metodos ativos [33,42].
Zona de nao deteccao para os metodos ativos
A zona de nao deteccao dos metodos passivos esta situada em torno da origem,
como descrito na secao 3.2. Para os metodos ativos, a ZND esta deslocada em relacao a
origem do grafico ∆Qx∆P . Esta caracterıstica e representada pela Figura 3.4, que mostra
que a ZND pode estar situada em um dos quatro quadrantes do grafico.
Figura 3.4: Zona de nao deteccao para os metodos ativos.
Em regime permanente, pequenas variacoes de frequencia e tensao produzidas pela
desconexao da rede principal possibilitam a atuacao dos metodos ativos de anti-ilhamento.
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 57
Porem, as perturbacoes causadas pelos metodos quando a ilha e formada podem balancear
a potencia da carga local, criando uma zona de nao deteccao.
Desvio ativo em frequencia
O metodo de desvio em frequencia (Active frequency drift method - AFD), cujo
princıpio de funcionamento e ilustrado na Figura 3.5, causa pequenas perturbacoes na
corrente de saıda do inversor. Essa perturbacao e caracterizada pelo aumento de frequencia
quando comparada com o ciclo anterior. Para aumenta-la, a frequencia do ciclo positivo
e negativo da corrente e aumentada por um fator δf . Este fator determina o tamanho do
segmento nulo que e adicionado ao formato da corrente. Como o perıodo da tensao da
rede eletrica e maior do que o perıodo da nova corrente, a diferenca entre as duas consiste
no segmento nulo. Isto e feito para que a corrente de referencia do metodo coincida com
a frequencia do PAC [45,46].
O aumento ascendente da frequencia da corrente provoca o acionamento da pro-
tecao de sobre frequencia do inversor. Caso a rede eletrica esteja em funcionamento, nao
havera o aumento da frequencia. Devido as normas que regulamentam a TDH da corrente
injetada na rede eletrica, que deve ser menor que 5% (padrao IEEE STD 519-1992), o
tempo em que a corrente permanece em zero deve ser ajustado para que a distorcao da
corrente nao passe desse valor [47]. Normalmente, o aumento de frequencia e feito respei-
tando o fator de corte, equacao (3.8), que determina o tamanho do segmento nulo [38,48].
Os parametros para a equacao (3.8) sao: o tamanho do segmento nulo (Tz), o perıodo da
tensao da rede eletrica (Tgrid), o fator de aumento de frequencia (δf) e a frequencia da
rede eletrica (f).
Essa tecnica nao utiliza feedback positivo, o que significa um tamanho fixo para
esse segmento, sendo que δf deve estar no intervalo de 0, 5 a 1, 5 - intervalo recomendado
na literatura. A fase e corrente do inversor para este metodo sao definidas pelas equacoes
(3.9) e (3.10), respectivamente [49]. Dependendo do padrao usado no paıs, o metodo nao
consegue detectar condicoes de ilhamento no tempo determinado pelas normas, pois leva
muito tempo para a frequencia da corrente forcar o aumento da frequencia da tensao ate
alcancar os limites impostos pelas normas [4].
Por causa da distorcao aplicada pelo metodo, ocorre a degradacao da qualidade
de energia do sistema. A ZND nao pode ser reduzida completamente, pois existe ainda
uma dependencia do fator de qualidade da carga LC e do δf , sendo muito proxima da
ZND dos metodos de OUV e OUF para cargas com alto fator de qualidade [50].
cf =2Tz
Tgrid
=δf
f + δf(3.8)
i∗j =√2Isen[2π(fj−1 + δf)]t (3.9)
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 58
θAFD = πfTz =πδf
f + δf(3.10)
0.426 0.428 0.43 0.432 0.434 0.436 0.438 0.44 0.442−20
−15
−10
−5
0
5
10
15
20
Tempo[s]
Cor
rent
e [A
]
AFD − referênciaSem AFD
Figura 3.5: Metodo de desvio ativo em frequencia - AFD.
Desvio ativo em frequencia com realimentacao positiva
Esse metodo foi desenvolvido pela Sandia National Laboratories, subsidiaria da
Lockheed Martin Corporation, que se dedica a pesquisas na area de sistemas de arma
nucleares e e um dos maiores centros de pesquisa do departamento de energia dos EUA,
alem de desenvolver formas para fortalecer a seguranca nacional do paıs [4, 51].
O metodo anterior se baseia em um fator de corte fixo. Dependendo das situacoes
da rede, pode demorar muito tempo para que as condicoes de ilhamento sejam detectadas.
Este metodo, tambem chamado de SFS (Sandia Frequency Shift), soluciona o problema
com a inclusao de um feedback positivo [52]. Para implementa-lo, basta que o fator de
corte esteja em funcao do erro entre a frequencia da tensao medida da rede eletrica com a
medida no ciclo anterior [53].
Sendo que k define a velocidade na qual o metodo detectara o ilhamento e cf0 a
fracao inicial de recorte. A ZND pode ser reduzida a zero para Q < 4, 8, cf0 = 0, 005 e
k = 0, 01 [49]. Para tornar esse metodo mais preciso, adiciona-se o metodo SVS (Sandia
Voltage Shift) para maximizar o desempenho do metodo de anti-ilhamento [50].
cfj = cf0 + k(fj−1 − fgrid) (3.11)
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 59
Desvio ativo em frequencia com fator de corte pulsante - AFDPCF
Diferente das duas variantes anteriores, este metodo utiliza um fator de corte
cf , que se baseia em um pulso alternado, equacao (3.12), representado na Figura 3.6,
o que proporciona um desvio mais rapido na frequencia no momento do ilhamento. A
ideia principal dessa tecnica e o aumento da frequencia em um perıodo e a diminuicao da
frequencia no perıodo seguinte. O metodo pode ser implementado pelo calculo analıtico
atraves de um valor escolhido para a THD da corrente que esta sendo injetada na rede
eletrica.
cf =
cfmax se Tcfmaxon
cfmax se Tcfminon
0 Caso contrario
(3.12)
Figura 3.6: Fator de corte para o metodo AFDPCF. Fonte: [4].
Pulo ativo de frequencia
O metodo por deslocamento de fase que causa o pulo ativo da frequencia tem como
objetivo mudar a fase da corrente em relacao a fase da tensao no ponto de conexao do
inversor, que causa instabilidade na frequencia da rede, para que as protecoes de sub/sobre
frequencia sejam acionadas. Por causa da mudanca de fase, o fator de potencia deixa de
ser unitario (angulo de fase entre corrente e tensao iguais a zero). A ideia desse metodo e
baseada no aumento de fase da corrente mais rapidamente do que a carga com um fator
de potencia unitario na regiao perto da frequencia da rede eletrica [54].
Caso a rede nao esteja funcionando, o inversor nao conseguira manter um ponto
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 60
de operacao estavel de fase e frequencia, proporcionando uma deteccao de ilhamento mais
rapida. O metodo e de facil implementacao, pois altera apenas uma variavel do sis-
tema, sendo bastante eficaz quando o sistema tem varios inversores conectados no mesmo
PAC [55].
Uma opcao se baseia na perturbacao do PLL, Figura 3.7, que e caracterizado
pela adicao de uma frequencia, ωanti−islanding, aquela encontrada pelo PLL. Quando a rede
eletrica esta ativa, a frequencia no ponto de acoplamento comum e mantida no valor im-
posto pelo sistema eletrico. Todavia, quando a mesma deixa de funcionar, ocorre um salto
de frequencia que continua ate atingir a protecao do sistema fotovoltaico. A frequencia
adicional escolhida que define o salto, que pode ser tanto ascendente quanto descendente,
precisa ser ajustada de forma que evite o mınimo possıvel a degradacao do fator de po-
tencia (FP). Como ocorre uma mudanca do FP, idealmente unitario, para um valor menor
que um, a potencia ativa entregue pelo SGD e reduzida [56].
Outra opcao consiste no metodo Slip-mode frequency shift que utiliza realimenta-
cao positiva para mudar a fase da tensao no PAC de forma a desestabilizar o angulo de fase
do inversor [49]. Com isso, quando a rede eletrica parar de funcionar, o inversor aumentara
o erro de fase, amplificando a frequencia de saıda do inversor, causando o acionamento da
protecao OUF [57].
A referencia de corrente do inversor (i∗j) e sua fase (θsmsj) em regime permanente
estao representados pelas equacoes (3.13) e (3.14). Sendo que fm e a frequencia em que
a maxima mudanca de fase ocorre, θm e a maxima mudanca de fase, fj−1 e a frequencia
medida no PAC no instante (j-1) e fgrid e a frequencia de operacao nominal da rede de
distribuicao [50].
i∗j =√2Isen(2πfj−1t+ θsms) (3.13)
θsmsj = θmsen(π
2
fj−1 − fgridfm − fgrid
) (3.14)
Metodo GE de deslocamento de frequencia
Este metodo foi criado pela General Electric Global Reserach Center e se baseia no
desvio ativo de frequencia. Conhecido por General Electric Frequency Shift (GEFS) e reco-
mendado para aplicacoes trifasicas, mas nada impede o seu uso em sistemas monofasicos,
bastando apenas o uso de um eixo virtual q e algumas alteracoes em sua estrutura [58].
A Figura 3.8 ilustra o algoritmo do metodo. O metodo GEFS aumenta a cor-
rente reativa de referencia por meio de um feedback positivo atraves do valor estimado
para a frequencia. Dessa forma, a frequencia, no momento do ilhamento, aumentara ate
alcancar os limites de sobre/sub frequencia. O aumento da corrente reativa esta em torno
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 61
αβ
dq
gridVPark Transform
Saturation Compensator
anti-islanding
Vq
Vd
PLL
H(s)
VCO
Figura 3.7: Diagrama de blocos ilustrando o funcionamento do metodo ativo de pulo defrequencia baseado na perturbacao do PLL.
da frequencia fundamental, o que causa uma THD desprezıvel. Com isso, este medodo
consegue obter uma ZND pequena [4].
Figura 3.8: Metodo GEFS apresentado em sua forma algorıtmica.
Em relacao a sua implementacao, o metodo se torna mais complicado, podendo
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 62
ser implementado apenas em sistemas que utilizam microprocessadores mais sofisticados.
Entretanto, o metodo possui resposta melhor na dinamica do sistema, pois consegue alocar
os polos e zeros do sistema em uma melhor posicao, o que possibilita um desempenho
melhor.
Metodo Sandia de deslocamento de tensao
Este metodo, conhecido como Sandia Voltage shift (SVS), semelhante ao metodo
Sandia Frequency Shift, foi desenvolvido pela Sandia National Laboratories. Entretanto, o
metodo se baseia no desvio ativo de tensao. Sua principal caracterıstica consiste em utilizar
como parametro o fluxo de potencia ativa fornecido pelo inversor, sem se preocupar com a
potencia reativa fornecida e consumida pelo sistema de geracao distribuıda ou pela carga,
o que proporciona ao metodo a nao dependencia do fator de qualidade da carga local
conectada ao PAC [3].
A implementacao do metodo pode ser feita de forma simples, onde apenas a
magnitude da corrente e utilizada. A corrente pode sofrer um incremento ou decremento no
seu valor. Caso a magnitude da tensao no PAC siga a variacao da corrente tanto ascendente
quanto descendente, o sistema detecta essa variacao, fazendo com que a realimentacao
positiva do metodo intensifique ainda mais essa mudanca na tensao ate alcancar os limites
permitidos pelas normas. Por fim, o inversor grid-tie se desconecta da rede eletrica [59].
Por questoes de seguranca do sistema fotovoltaico e da carga local conectada ao
PAC, recomenda-se o uso exclusivamente do decrescimo da corrente e tensao para que
possıveis sobretensoes sejam evitadas. Contudo, a reducao da corrente injetada na rede de
distribuicao faz com que a eficiencia no desempenho do SGD seja menor, pois a reducao
da magnitude da corrente e obtida pela variacao do ponto de operacao do painel da sua
maxima potencia.
A ZND inerente a este metodo tende a ser parecida com a do metodo passivo de
tensao quando a potencia da carga for menor do que a potencia do sistema fotovoltaico
(Pcarga > PSGD). Porem, a ZND passa a ser menor do que a do metodo passivo de tensao
quando as potencias tanto da carga quanto do SGD forem iguais (Pcarga = PSGD), o
que proporciona a esse metodo uma ZND muito pequena e difıcil de ser determinada na
pratica.
Uma opcao para melhorar a sua eficiencia de deteccao e a inclusao do metodo SFS
(descrito na secao 3.3.2). O trabalho em conjunto desses dois metodos faz com que nao
apenas o fluxo de potencia ativa seja usado mas tambem o fluxo de potencia reativa. Caso
ocorra o ilhamento do sistema, o desvio de um metodo reforca o desvio do outro metodo,
garantido uma deteccao mais rapida.
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 63
Metodo GE de deslocamento tensao
Este metodo, como o GEFS (descrito na secao 3.3.2), foi desenvolvido pela General
Electric Global Reserach Center. Seu algoritmo de funcionamento esta ilustrado na Figura
3.9. E possıvel perceber que o metodo utiliza realimentacao positiva para gerar os sinais
de controle sobre as correntes de saıda para provocar o desvio da tensao e assim detectar
possıveis ilhamentos. Essa estrategia e direcionada a sistemas trifasicos, mas tambem pode
ser utilizada em sistemas monofasicos.
Como o GEFS, o metodo GEVS possibilita uma melhor alocacao dos polos e zeros
do sistema, o que garante um desempenho melhor. Entretanto precisa de uma plataforma
micropocessada mais robusta para a sua implementacao.
Figura 3.9: Metodo GEVS apresentado em sua forma algorıtmica.
Metodo da medicao da impedancia harmonica
Este metodo utiliza o mesmo princıpio do metodo passivo de deteccao de distorcao
harmonica. A diferenca consiste no uso de perturbacoes para gerar a distorcao harmonica.
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 64
A perturbacao e a injecao de uma corrente harmonica ou sub-harmonica utilizando o
metodo passivo para detectar o ilhamento. A amplitude da distorcao harmonica produzida
na tensao do ponto de conexao do inversor com a rede eletrica e proporcional a impedancia
da carga na frequencia da corrente harmonica injetada.
Este metodo tem as mesmas desvantagens dos metodos passivos. Porem, algumas
desvantagens podem ser sanadas com o uso de correntes sub-harmonicas. Entretanto, o
uso desse tipo de sub-harmonicas pode causar problemas na rede eletrica. A amplitude
tem que ser pequena para nao causar ma operacao de equipamentos e problemas com
transformadores [48]. A zona de nao deteccao pode ser afetada quando tem muitos inver-
sores no mesmo PAC ou caso exista algum inversor utilizando a mesma frequencia que o
metodo utiliza para detectar o ilhamento [32].
3.4 Requisitos para a conexao de inversores a rede
eletrica
Atualmente existem varias normas tecnicas que abordam sistemas fotovoltaicos.
As entidades IEC e IEEE possuem em torno de 30 normas ou recomendacoes sobre materi-
ais e equipamentos para sistemas fotovoltaicos. Esta secao tem a finalidade de apresentar
os documentos mais importantes e que estao relacionados aos inversores de conexao com
a rede eletrica [21,32,33].
3.4.1 IEEE STD 1547
O documento IEEE STD 1547 descreve a conexao de sistemas de geracao distri-
buıda em sistemas eletricos de potencia, proporcionando recomendacoes quanto a avaliacao
do desempenho de equipamentos que utilizam metodos de deteccao de ilhamento [60]. O
padrao tambem trata dos tipos de ilhamento que sao definidos em duas categorias: ilha-
mento intencional e nao intencional.
O primeiro e caracterizado pelo ilhamento planejado, que e controlado pelo ope-
rador do sistema eletrico de potencia. As principais aplicacoes para ilhamento intencional
sao: UPS e geradores de emergencia. O ilhamento nao intencional consiste em qualquer
falha que cesse o fornecimento de energia pela rede eletrica principal, fazendo com que
parte da rede de distribuicao fique ilhada e alimentada por um conjunto de sistemas de
geracao distribuıda [60].
A serie IEEE STD 1547.4 de 2011 fornece informacoes sobre o projeto, operacao
e a integracao de SGDs ilhados. O fator de qualidade (Qf ) para esse padrao e unitario.
As tabelas 3.1 e 3.2 mostram os valores de frequencia e tensao permitidos pelo padrao em
uma rede de 60Hz [60].
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 65
Tabela 3.1: Frequencia para o documento IEEE STD 1547
Tempo de deteccao de ilhamento
Frequencia(Hz) Tempo de deteccao (em ciclos)
frequencia < 59,3 10
frequencia > 60,5 10
Tabela 3.2: Tensao para o documento IEEE STD 1547
Tempo de deteccao de ilhamento
Faixa de tensao (% do valor nominal) Tempo de deteccao (em ciclos)
Tensao < 50 10
50 ≤ Tensao < 88 120
110 ≤ Tensao < 120 60
tensao ≥ 120 10
3.4.2 IEC 61727
De acordo com este padrao, o fator de potencia do SGD deve ser indutivo e nao
pode ser menor do que 0,85, quando o inversor estiver operando com mais de 10 % da
sua potencia nominal. Caso o conversor esteja acima de 50 % da sua potencia nominal,
o fator de potencia nao pode ser inferior a 0,9. Sabe-se que o inversor conectado a rede
de distribuicao deve preferencialmente operar com fator de potencia unitaria, na maioria
das vezes, variando em torno desse valor por algum erro na leitura dos sensores de tensao
e corrente que sao usados para o controle do sistema.
3.4.3 IEEE STD 519-1992
Este padrao recomenda praticas de controle de harmonicos para os sistemas ele-
tricos de potencia, estabelecendo a maxima taxa de distorcao harmonica da corrente e
tensao do sistema [61]. O padrao requer que a corrente injetada na rede eletrica tenha
uma TDH inferior a 5 % [51]. A tabela 3.3 apresenta os limites maximos para varios
valores de frequencias harmonicas [62].
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 66
Tabela 3.3: Limites de conteudo harmonico de corrente (% da corrente fundamental).
Harmonicos Limite
DHT (todas as harmonicas) 5 %
da 3a a 9a 4 %
da 11a a 15a 2 %
da 17a a 21a 1, 5 %
da 23a a 33a 0, 6 %
acima da 33a 0, 3 %
harmonicos pares 25 % dos limites acima
3.4.4 IEEE STD 929-2000
Este padrao descreve a conexao e deteccao de ilhamento de paineis fotovoltaicos
em redes de distribuicao e fornece informacoes a respeito sobre a qualidade de energia,
seguranca e protecoes necessarias para este tipo de sistema. O fator de qualidade e igual
a 2, 5. As tabelas 3.4 e 3.5 mostram os valores de frequencia e tensao permitidos pelo
padrao [63].
Tabela 3.4: Frequencia para o documento IEEE STD 929-2000
Tempo de deteccao de ilhamento
Frequencia(Hz) Tempo de deteccao (em ciclos)
frequencia < 59,3 6
frequencia > 60,5 6
Tabela 3.5: Tensao para o documento IEEE STD 929-2000
Tempo de deteccao de ilhamento
Faixa de tensao (% do valor nominal) Tempo de deteccao (em ciclos)
Tensao < 50 6
50 < Tensao < 88 120
88 < Tensao < 110 Operacao normal
110 < Tensao < 137 120
137 < Tensao 2
3.4.5 Padrao ABNT NBR IEC 62116
Esse padrao descreve o procedimento de ensaio de anti-ilhamento para inversores
de sistemas fotovoltaicos conectados a rede. Esta norma foi criada pelo comite brasileiro
de eletricidade (ABNT/CB-03) e pela Comissao de Estudo de Conversao Fotovoltaica de
Energia Solar (CE-03:082.01). A norma pode ser usada para outros tipos de sistemas
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 67
conectados a rede eletrica: inversores que utilizam como fonte principal microturbinas
e celulas a combustıvel, maquinas sıncronas e de induncao. Para que esse padrao seja
adotado as referencias normativas a seguir sao imprescindıveis.
IEC 61727 - Sistemas fotovoltaicos - Caracterısticas da interface da rede.
IEC/TS 61836 - Sistemas de energia solar fotovoltaica - termos, definicoes e sımbolos.
As tabelas 3.6 e 3.7 mostram os valores de frequencia e tensao permitidos pelo
padrao ABNT NBR IEC 62116 [64]. A tabela 3.8 apresenta os requisitos da fonte de
alimentacao em corrente alternada. Os inversores ou sistemas que satisfazem todos os
requisitos apresentados nessa norma recebem a certificacao de equipamentos com funcao
anti-ilhamento.
Tabela 3.6: Frequencia para o documento ABNT NBR IEC 62116
Tempo de deteccao de ilhamento
Frequencia(Hz) Tempo de deteccao (em segundos)
frequencia < 58,5 1
frequencia > 61,5 1
Tabela 3.7: Tensao para o padrao ABNT NBR IEC 62116
Tempo de deteccao de ilhamento
Tensao (RMS) Tempo de deteccao (em segundos)
115 % da tensao nominal 2
85 % da tensao nominal 2
Tabela 3.8: Requisitos da fonte de alimentacao em corrente alternada para o padrao ABNTNBR IEC 62116
Requisitos - Fonte de alimentacao CA
Itens Condicoes
Tensao Nominal ± 2, 0 %
Frequencia Nominal ± 0, 1 Hz
THD de tensao < 2, 5 %
3.5 Zona de nao deteccao para os metodos passivos
Como foi visto, a ZND pode ser definida como a regiao na qual o metodo de
deteccao de ilhamento falha na deteccao de condicoes de falha da rede eletrica. Com base
nas equacoes apresentadas na secao 3.3.1 e os valores fornecidos pelos padroes das secoes
3.4.4 e 3.4.5, pode-se encontrar os limites para a ZND dos documentos IEEE STD 929-2000
e ABNT NBR IEC 62116 para os metodos passivos.
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 68
Nas equacoes (3.15) e (3.16), sao mostradas os valores para a potencia reativa
para o documento IEEE STD 929-2000 e ABNT NBR IEC 62116, respectivamente. Em
(3.17) e (3.18), os valores limites para a potencia ativa para os dois padroes.
− 2, 375% ≤ ∆Q
P≤ 1, 646% (3.15)
− 5, 194% ≤ ∆Q
P≤ 4, 818% (3.16)
− 17, 35% ≤ ∆P
P≤ 29, 13% (3.17)
− 24, 38% ≤ ∆P
P≤ 38, 408% (3.18)
3.6 Condicoes de teste para os metodos de deteccao
de ilhamento
A carga RLC, mostrada na Figura 3.10, e definida pelas equacoes (3.19), (3.20),
(3.21) e (3.22). R e a resistencia da carga, C e a capacitancia da carga, L e a indutancia
da carga e P a potencia ativa injetada na rede eletrica pelo sistema grid-tie. Para validar
os metodos de deteccao de ilhamento, a carga RLC deve ser modelada para seguir alguns
requisitos de teste. O primeiro requisito de teste leva em conta a frequencia de ressonancia
que deve estar condizente com a frequencia de operacao da rede de distribuicao [65].
Figura 3.10: Diagrama simplificado de um sistema de geracao distribuıda conectado a redeeletrica alimentando uma carga local no ponto de acoplamento comum (PAC).
Capıtulo 3. Metodos de deteccao de ilhamento 69
O segundo requerimento de teste requer que a tensao no PAC esteja nos intervalos
impostos pela norma do paıs [66]. Respeitando esses requisitos, que representam o pior
caso, onde nao existe variacao na potencia ativa e reativa do sistema e da carga RLC
conectada ao PAC quando a rede eletrica deixar de funcionar, os metodos de deteccao de
ilhamento podem ser testados e validados. A equacao (3.23) apresenta o fator de qualidade
(Qf ) para a carga RLC. O valor para este parametro e definido pelo padrao de teste que
sera adotado para a validacao do metodo de deteccao ilhamento.
R =Vrms
P(3.19)
L =V 2rms
(2πf0QfP )(3.20)
C =QfP
(2πf0V 2rms)
(3.21)
f0 =1
2π√LC
(3.22)
Qf = R
√C
L(3.23)
70
Capıtulo 4
Resultados
4.1 Introducao
Neste capıtulo, apresentam-se os resultados de simulacao e suas comprovacoes
experimentais. Os resultados de simulacao foram obtidos atraves do software PSIM e os
resultados experimentais por meio de um sistema experimental com dois inversores de dois
estagios que foram construıdos em laboratorio. Inicialmente, descreve-se a simulacao e a
construcao dos dois inversores que sao conectados a rede eletrica de distribuicao de baixa
tensao de 127 V . Em seguida, realizam-se analises dos metodos de anti-ilhamento para
diferentes cenarios de operacao.
O primeiro cenario consiste nos testes de anti-ilhamento para a operacao de apenas
um sistema conectado a rede eletrica. No segundo cenario, dois sistemas fotovoltaicos
conectados a mesma carga RLC sao analisados. Por ultimo, avalia-se o resultado da
deteccao de ilhamento com a comunicacao entre os dois sistemas fotovoltaicos conectados
em pontos diferentes da rede eletrica.
4.2 Construcao dos dois sistemas monofasicos de dois
estagios conectados a rede eletrica
A estrutura de dois estagios de conversao foi utilizada por permitir o desacopla-
mento entre a tensao de entrada do estagio CC e de saıda do inversor conectado a rede
eletrica. O estagio CC e responsavel pelo controle da tensao de entrada do conjunto fo-
tovoltaico, o que permite ao conversor CC-CC trabalhar em uma faixa maior de tensoes
de entrada. Outra caracterıstica desse tipo de topologia consiste na modularizacao do
sistema, permitindo que varios conversores CC-CC sejam conectados a um unico estagio
CC-CA. Essa abordagem foi utilizada para facilitar a implementacao do inversor fotovol-
taico monofasico de dois estagios. Para valida-los, cada parte foi simulada e testada em
bancada experimental para garantir que o modelo tenha as especificacoes descritas nos
Capıtulo 4. Resultados 71
capıtulos anteriores.
Na sequencia dos testes, os dois estagios foram acoplados por meio do barramento
CC para serem testados. O ultimo teste foi a inclusao dos metodos de anti-ilhamento no
sistema. Dois sistemas foram construıdos seguindo esses passos. A Figura 4.1 mostra a
bancada experimental construıda. O esquematico da bancada experimental e apresentado
na Figura 4.2, na qual se observam as partes integrantes do inversor conectado a rede
eletrica.
Sistema de geração distribuída 2 Sistema de geração distribuída 1
Figura 4.1: Bancada experimental construıda.
Na Figura 4.3, apresenta-se a placa de controle utilizada. O DSP (Digital Sig-
nal Processing) adotado consiste no TMS320F28335 da Texas Inc. Este DSP proporciona
varias funcionalidades interessantes para a implementacao dos sistemas fotovoltaicos: con-
versor A/D de alta velocidade e boa resolucao, periferico de PWM e alta capacidade de
processamento de dados. Vale ressaltar que cada SGD possui sua propria placa de controle
e DSP.
O modulo de potencia utilizado na construcao dos inversores fotovoltaicos, mos-
trado na Figura 4.4, consiste em um conjunto de chaves de potencia SKS 27F B6U+B6CI
10 V6 da empresa SEMIKRON. Este e constituıdo de um inversor trifasico com banco de
capacitores de 2250 µF com maxima tensao no barramento CC de 350 V . Sua frequencia
de chaveamento e de ate 20 kHz. Os valores nominais para tensao e corrente de saıda sao,
respectivamente, de 240 Vrms e 27 Arms. Um par de IGBTs foi utilizado para a imple-
mentacao do conversor boost e os outros dois pares para o inversor monofasico em ponte
Capıtulo 4. Resultados 72
R L C
2T
4T
5T
3T
6T
Conjuntofotovoltaico 1
Lpv1
Linv1
Vcc1
Vpv1
Estágio Boost Estágio Inversor
RL11 : 6
Isgd1Ipv1
Conjuntofotovoltaico 2
Lpv2
Linv2
Vcc2
Vpv2
Estágio Boost Estágio Inversor
RL21 : 6
Isgd2Ipv2
Igrid2
Igrid1
Igrid
Sistema de geração distribuída 1
Sistema de geração distribuída 2
7T
8T
9T
10T
11T
Redeelétrica(127V)
Disjuntor 1
Zgrid
Figura 4.2: Esquemas dos inversores monofasicos e sua conexao com a rede eletrica.
Figura 4.3: Placa de controle com o processador TMS320F28335 da Texas.
completa.
O banco de capacitores foi utilizado como elo CC. Alem do modulo, e possıvel
observar os indutores usados para cada estagio, o capacitor de entrada do sistema fotovol-
taico e as placas de sensores de tensao e corrente. Foram utilizados os sensores de efeito
Hall LEM LV 25-P e LEM LTS 25-NP para medir as tensoes e correntes, respectivamente.
Na Figura 4.5 apresenta-se a carga RLC utilizada para a analise dos metodos de
anti-ilhamento e o transformador usado para a conexao com a rede eletrica.
Para que os dois sistemas monofasicos de dois estagios conectados a rede eletrica
Capıtulo 4. Resultados 73
Figura 4.4: Modulo SKS 27F B6U+B6CI 10 V6 da SEMIKRON, placas de aquisicao e condici-onamento de sinais analogicos, entre outros componentes do inversor grid-tie.
Figura 4.5: Carga RLC conectada ao ponto de acoplamento comum usada para os testes dosmetodos de anti-ilhamento.
Capıtulo 4. Resultados 74
fossem testados, foram utilizados dois emuladores fotovoltaicos ilustrados na Figura 4.6.
Figura 4.6: Simuladores fotovoltaicos utilizados nos experimentos. Simulador Agilent E4350B8A, 480 V mostrado a esquerda e simulador TerraSAS ETS 600/25 da AMETEK a direita.
4.2.1 Estagio boost
As Figuras 4.7(a), 4.8(a), 4.8(b) e 4.9 apresentam os resultados obtidos em si-
mulacao e experimentalmente. Observa-se que nos quatro resultados o conversor opera
conforme o esperado. Nota-se nas Figuras 4.8(b) e 4.9 a diferenca de resposta dos dois
simuladores fotovoltaicos com a mesma malha de controle, o simulador fotovoltaico Agi-
lent possibilitou melhor resposta com o controlador projetado. Essa diferenca consiste na
forma como os simuladores foram contruıdos. Um sistema com controle por histerese foi
implementado para manter a tensao de saıda do inversor no valor desejado para que o
teste do controle da tensao de entrada fosse feito e testado experimentalmente, conforme
mostra a Figura 4.7(b).
Na Figura 4.7(a) apresenta-se o resultado experimental com o uso do controle
por histerese. Seu funcionamento se baseia no fechamento e na abertura do transistor T5.
Quando a tensao passa do valor desejado de 60, 5V a chave e fechada, fazendo com que
se permita a passagem de uma corrente pelo resistor Rh de 98, 6Ω. Essa corrente causa o
decrescimo da tensao Vcc. Quando esta corrente passa a ser menor do que o valor inferior
de tensao de referencia (59, 5V ), a chave e aberta. O controle por histerese foi utilizado
nos testes preliminares, antes da implementacao fısica do inversor. As Figuras 4.8 e 4.9
mostram os resultados obtidos com o controle do conversor boost, sendo que a tensao de
saıda esta sendo controlada pela malha de controle do inversor. O conjunto fotovoltaico
utilizado nas simulacoes consiste no modelo fısico do painel fotovoltaico fornecido pelo
software PSIM. A Tabela 4.1 mostra os parametros utilizados para os testes de simulacao
e experimentais.
Tabela 4.1: Parametros para o conversor boost.
Parametros Valores
Vpvoc 37 V
Vpvmp 30 V
Ipvsc 6 A
Ipvmp 5 A
VCC 60 V
Capıtulo 4. Resultados 75
50.00ms/div
1MS/s500kS
C1 Vpv
17V/div
C2 C3 VccVpv_ref
17V/div 20.5V/div
(a)
4T
Conjuntofotovoltaico
LpvVcc
Vpv
Estágio Boost
Ipv
Controle porhisterese
Rh
5T
(b)
Figura 4.7: Teste preliminar do controle da tensao fotovoltaica na entrada do conversor boostcom o uso do controle por histerese. a) C1: Tensao fotovoltaica (Vpv), C2: Tensao fotovoltaicade referencia (Vpv ref), C3: Tensao do link CC (Vcc) obtidas experimentalmente usando osimulador fotovoltaico Agilent E4350B 8A, 480V e b) Diagrama da implementacao em bancadaexperimental do conversor elevador de tensao (Rh = 96, 8Ω).
2.4 2.45 2.5 2.55 2.6 2.65 2.7 2.75 2.80
1020304050
Tensão fotovoltaica (Vpv)
Ten
são
[V]
2.4 2.45 2.5 2.55 2.6 2.65 2.7 2.75 2.80123456
Corrente fotovoltaica (Ipv)
Cor
rent
e [A
]
2.4 2.45 2.5 2.55 2.6 2.65 2.7 2.75 2.80
153045607590
Tensão do link CC (Vcc)
Ten
são
[V]
Tempo[s]
(a) (b)
Figura 4.8: Teste do controle do conversor boost em simulacao e experimental. a) Tensao (Vpv),corrente (Ipv) fotovoltaicas e tensao do link CC (Vcc) obtidas em simulacao e b) C2: Tensaodo link CC (Vcc) , C3: Corrente fotovoltaica (Ipv), C4: Tensao fotovoltaica (Vpv) obtidas embancada usando o simulador fotovoltaico Agilent E4350B 8A, 480V e b)
4.2.2 Estagio inversor
O segundo estagio tem como funcao controlar a tensao do link CC e a corrente
de saıda do inversor. O circuito de teste para o inversor e ilustrado na Figura 4.11,
que permitiu avaliar o estagio CC-CA sem considerar a presenca do estagio CC-CC. Na
Figura 4.10 observa-se a acao dos dois controladores. Verifica-se que a tensao do link CC
de referencia foi obtida e os resultados em simulacao e experimental sao similares.
Para diminuir sobrepicos de tensao e corrente, foi utilizada uma rampa de refe-
rencia na tensao do link CC para que o controle funcionasse de forma suave. E importante
mencionar que o PLL entra em operacao e e estabilizado antes do inıcio do funcionamento
Capıtulo 4. Resultados 76
Figura 4.9: Teste do controle do conversor boost. C1: Tensao fotovoltaica (Vpv), C2: Correntefotovoltaica (Ipv), C3: Tensao do link CC (Vcc) obtidas experimentalmente usando o simuladorfotovoltaico TerraSAS ETS 600/25 da AMETEK
da malha de controle do inversor.
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.80
10
20
30
40
50
60
70Tensão do link CC (Vcc)
Ten
são
[V]
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8−2
−1.2
−0.4
0.4
1.2
2Corrente de saída (Isgd2) do SGD2
Cor
rent
e [A
]
Tempo[s]
(a) Tensao do link CC estabilizada em 60 V e acorrente consumida pelo inversor obtidas em simu-lacao.
(b) C1: Corrente medida na saıda do inversor e C2:Tensao do link CC estabilizada em 60 V obtidas embancada experimental.
Figura 4.10: Teste do controle do conversor CC-CA em simulacao e experimental.
4.2.3 Inversor fotovoltaico monofasico de dois estagios conectado
a rede eletrica
Apos a validacao individual dos dois estagios, foi feito o acoplamento do primeiro
estagio com o segundo estagio. Esse acoplamento esta ilustrado em detalhe na Figura 4.11.
Nela o sistema fotovoltaico completo e apresentado.
Capıtulo 4. Resultados 77
Conjuntofotovoltaico
Lpv Linv
Vcc
Vpv
Redeelétrica(127V)
Estágio Boost Estágio Inversor
RL
Isgd2
Igrid
Ipv
+
-v
MPPTControle detensão Vpv
Vpv*
S1
A/D
S5 +
-v
Controle detensão Vcc
Controle decorrente Isgd2
PLL
S2
S5
S3 S4
S1
S2 S4
S3
+
-v
+
-v
Vgrid
Proteções de sobre esub frequência
Relé 1
Relé 2 Disjuntor 1
Vpv_d
A/D
A/DA/DA/DA/D
Vgrid_d
Isgd2_d
Vcc_d
Ipv_d
Vpv_d
fgrid
Proteções de sobre/subtensão e sobre/sub corrente
Zgrid1 : 6
Transformador
Figura 4.11: Sistema fotovoltaico com inversor monofasico de dois estagios conectado a redeeletrica.
Nas Figuras 4.12(a) e 4.12(b), apresentam-se o funcionamento do SGD com a
juncao dos dois estagios de conversao. O SGD comeca em t = 0s com o carregamento do
capacitor do link CC por retificacao, usando os diodos antiparalelos do inversor. Nesse
ponto, o controle do inversor nao esta funcionando. Isso e feito para diminuir o pico de
tensao no barramento CC quando o inversor comecar a operar. Quando o capacitor esta
carregado com uma tensao referente a tensao de saıda do inversor, o controle do mesmo
comeca a atuar em t = 0, 5s para elevar a tensao do barramento. O inversor finaliza a
carga do capacitor seguindo a referencia de tensao do link CC ate alcancar o seu valor de
regime permanente de aproximadamente 60 V em t = 1, 87s. Em t = 2, 47s, o primeiro
estagio inicia o processo de injecao de energia do conjunto fotovoltaico ao barramento CC.
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 50
1020304050
Tensão fotovoltaica (Vpv)
Ten
são
[V]
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 50123456
Corrente fotovoltaica (Ipv)
Cor
rent
e [A
]
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 50
153045607590
Tensão do link CC (Vcc)
Ten
são
[V]
Tempo[s]
(a) Tensao fotovoltaica (Vpv), corrente fotovoltaica
(Ipv) e tensao do link CC (Vcc) - Simulacao.
Roll 500.00 ms/div
100 kS/s500kS30 V/div
C2 C3 Ipv C4 VpvVcc
5 A/div 30 V/div
Início de operação do conversorBoost
Início de operação do Inversor
(b) C2: Tensao fotovoltaica (Vpv) , C3: Corrente
fotovoltaica (Ipv) e C4: Tensao do link CC (Vcc) -
Bancada Experimental.
Figura 4.12: Teste das malhas de controle do inversor monofasico de dois estagios conectados arede eletrica.
Capıtulo 4. Resultados 78
Vale ressaltar que a energia usada para este carregamento e proveniente da rede
eletrica. Depois disso, o primeiro estagio passa a injetar potencia no link CC. Esses passos
foram feitos para garantir a operacao correta do sistema. A Tabela 4.2 apresenta os
parametros do SGD.
Tabela 4.2: Especificacao de projeto do sistema fotovoltaico monofasico conectado a redeeletrica.
Especificacao do sistema de geracao fotovoltaica
Parametros Valores usados
Lpv 5mH
Cpv 1000µF
Linv 5mH
RL 0,12Ω
Ns/Np 1:6
Ccc 2250µF
Pmax 250W
Vpvoc 37V
Vpvmp 30V
Ipvsc 9A
Ipvmp 8A
Vcc 60V
As Figuras 4.13 e 4.14 ilustram o teste do controle da corrente de saıda dos in-
versores. A distorcao harmonica total da corrente injetada pelo SGD1, Figura 4.15, e de
3,48% e do SGD2, Figura 4.16, de 3,04%, ficando no valor estipulado pelo padrao IEEE
STD 519-1992. A THD da tensao da rede, Figura 4.17, no momento das medicoes e de
2,02%.
0 1 2 3 4 5−20
−15
−10
−5
0
5
10
15
20
Tempo[s]
Cor
rent
e [A
]
Corrente de saída do inversor
(a) Corrente de saıda do SGD2 - Simulacao.
Roll 500 ms/div
100 kS/s500kS
C4 Isgd2
5 V/div
(b) C4: Corrente de saıda do SGD2- Experimental
Figura 4.13: Teste do controle da corrente de saıda do inversor.
Capıtulo 4. Resultados 79
0.45 0.46 0.47 0.48 0.49 0.5 0.51−200
−150
−100
−50
0
50
100
150
200
250
300
Tempo[s]
Ten
são
[V] C
orre
nte
[A]
Tensão − V
grid
Corrente − Isgd1
(x20)
Corrente − Isgd2
(x15)
(a) (b)
Figura 4.14: Teste do controle da corrente de saıda do inversor. a) Correntes de saıda dosinversores - Simulacao e b) C1: Tensao da rede eletrica, C3: Corrente de saıda do SGD2 e C4:Corrente de saıda do SGD1 - Experimental.
Figura 4.15: Formas de onda de tensao e corrente de saıda e medida da distorcao harmonicatotal de 3,48% para o SGD1.
Capıtulo 4. Resultados 80
Figura 4.16: Formas de onda de tensao e corrente de saıda e medida da distorcao harmonicatotal de 3,04% para o SGD2.
Figura 4.17: Formas de onda de tensao e corrente de saıda e medida da distorcao harmonicatotal de 2,02% para a rede eletrica.
A Figura 4.18 mostra o funcionamento do metodo P&O para detectar o ponto de
maxima potencia. A tensao dos paineis solares e continuamente regulada pelo metodo e
pelo controlador da tensao de entrada do conversor CC-CC. Para o metodo P&O, foi usado
um degrau ∆v de 0,5V. E possıvel perceber os degraus de tensao na busca da maxima
potencia.
Capıtulo 4. Resultados 81
A amplitude da corrente injetada na rede eletrica segue a variacao da potencia
retirada do sistema fotovoltaico. Foram incluıdos nesta figura degraus de tensao de refe-
rencia de forma a mostrar que o controlador foi capaz de controlar a tensao de entrada do
conversor.
Método P&O habilitado
35.5 V
30 V
25 V20 V
15 V
Início de operação do conversor Boost.
Degraus de tensão
C1 Vpv
40 V/div
C2 Ipv
19 V/div
C4 Isgd1
10 A/div
C3Vcc
6 A/divRoll 10.00 s/div
5 kS/s500 kS
Início de operação do Inversor.
Figura 4.18: Formas de onda ilustrando o funcionamento do metodo de Pertubacao e Observacaopara encontrar o ponto de maxima potencia do conjunto fotovoltaico. A tensao permanecedentro de uma faixa estreita de valores proximos da maxima potencia. C1: Tensao do conjuntofotovoltaico (Vpv), C2: Tensao do link CC (Vcc), C3: Corrente do conjunto fotovoltaico (Ipv) eC4: Corrente (Isgd1) injetada pelo SGD1.
A Figura 4.19 mostra a interface grafica do simulador fotovoltaico TerraSAS. O
software permite em tempo real identificar o ponto de tensao e potencia que o conjunto
fotovoltaico esta trabalhando. E possıvel perceber que o controlador em conjunto com o
metodo P&O conseguiu um aproveitamento de 99,55% da energia gerada.
Capıtulo 4. Resultados 82
Figura 4.19: Reproducao da tela do software controlador do simulador TerraSAS mostrando aoperacao do sistema no ponto de maxima potencia.
4.3 Analise dos metodos de anti-ilhamento
Esta secao mostra os resultados de testes feitos com os sistemas de deteccao de
ilhamento. Os testes sao realizados com a colocacao de uma carga RLC sintonizada no
ponto de acoplamento do inversor com a rede eletrica.
Como foi descrito no Capıtulo 4, e necessario que a carga RLC seja escolhida de
forma que a frequencia de ressonancia fique com valores proximos de 60 Hz e a tensao
fique por volta de 180 V de pico quando a rede eletrica deixar de funcionar. Os valores
encontrados com base nas formulas apresentadas no capıtulo citado para o indutor, capa-
citor e resistencia sao: 178,3mH, 39,47µF e 67,2Ω, respectivamente. Os testes foram feitos
de acordo com o padrao ABNT NBR IEC 62116.
Tabela 4.3: Especificacao da carga RLC para os testes de anti-ilhamento.
Carga RLC
Parametros Valores usados
L 178,3mH
C 39,4µF
R 67,2Ω
Qf 1
A analise dos metodos de anti-ilhamento e feita com os resultados obtidos por
simulacao e experimentalmente. Tres arranjos sao analisados: um sistema fotovoltaico
Capıtulo 4. Resultados 83
conectado ao PAC, dois sistemas fotovoltaicos no mesmo PAC e dois sistemas fotovoltaicos
conectados em diferentes PACs.
4.3.1 Um sistema fotovoltaico conectado ao PAC
A Figura 4.20 ilustra o primeiro cenario analisado. O sistema fotovoltaico e ilhado
por meio do disjuntor 1. A falha e criada manualmente pela desconexao da rede eletrica
por este disjuntor. Inicialmente, o sistema foi testado apenas com os metodos passivos de
sub/sobre frequencia e tensao, e em seguida com os metodos AFD e AFDPF.
2T
4T
5T
3T
6T
Conjuntofotovoltaico 2
Lpv2
Linv2
Vcc2
Vpv2
Estágio Boost Estágio Inversor
RL21 : 6
Isgd2Ipv2
Sistema de geração distribuída 2
R L C
Igrid
Redeelétrica(127V)
Disjuntor 1
Zgrid
Figura 4.20: Um sistema de geracao distribuıda conectado ao ponto de acoplamento comum.
Ilhamento do sistema - Simulacao
Nas Figuras 4.21 e 4.22 verificam-se os comportamentos do sistema de geracao
quando a rede eletrica e desconectada e o sistema fica ilhado. No primeiro caso, cujos
resultados estao na Figura 4.21, usou-se uma carga RLC com fator de qualidade Qf = 3 e
no segundo caso, da Figura 4.22, usou-se uma carga com um fator de qualidade Qf = 1.
Nestes casos, o SGD tem apenas os metodos passivos de tensao e frequencia. E possıvel
notar que a frequencia de ressonancia da tensao foi mantida em valores proximos de 60
Hz. A tensao e mantida pela carga resistiva que esta conectada ao ponto de acoplamento
comum. Os metodos passivos foram incapazes de detectar o ilhamento, pois os valores de
frequencia e tensao continuaram nos valores estipulados pela norma.
Capıtulo 4. Resultados 84
0.95 1 1.05−200
−150
−100
−50
0
50
100
150
200
250
300
Tempo[s]
Cor
rent
e [A
] Ten
são
[V]
Corrente − I
sgd(x4)
Tensão − Vgrid
Sinal de falha (x100)
(a) Corrente de saıda do inversor (Isgd), tensao da
rede eletrica (Vgrid) e sinal de falha da rede eletrica.
0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 250
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
FrequênciaSinal de falha (x65)
(b) Frequencia gerada pelo PLL a partir da rede
eletrica no PAC.
Figura 4.21: Resultados de simulacao obtidos com o ilhamento do sistema de geracao distribuıdapara a carga RLC com fator de qualidade Qf = 3 - Simulacao.
0.95 1 1.05−200
−150
−100
−50
0
50
100
150
200
250
300
Tempo[s]
Cor
rent
e [A
] Ten
são
[V]
Corrente − I
sgd(x4)
Tensão − Vgrid
Sinal de falha (x100)
(a) Corrente de saıda do inversor (Isgd), tensao da
rede eletrica (Vgrid) e sinal de falha da rede eletrica.
0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 250
52
54
56
58
60
62
64
66
68
70
X: 1.93Y: 60.5
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
FrequênciaSinal de falha (x65)
(b) Frequencia gerada pelo PLL a partir da rede
eletrica no PAC.
Figura 4.22: Resultados de simulacao obtidos com o ilhamento do sistema de geracao distribuıdapara a carga RLC com fator de qualidade Qf = 1 - Simulacao.
Ilhamento do sistema - Bancada experimental
Nas Figuras 4.23 e 4.24 apresentam-se os resultados obtidos com testes do ilha-
mento do sistema de geracao na bancada experimental. Observa-se que o sistema perma-
nece ilhado por mais de 16 minutos, quando o SGD tem apenas os metodos passivos de
tensao e frequencia. A frequencia de ressonancia e mantida pela carga RLC em valores
muito proximos de 60 Hz. Os metodos passivos foram incapazes de detectar o ilhamento.
Percebe-se na Figura 4.24(a) distorcoes na corrente Igrid quando a rede eletrica principal
esta em operacao. Essas distorcoes sao causadas pelas harmonicas de baixa ordem geradas
Capıtulo 4. Resultados 85
pelas cargas nao lineares conectadas a rede eletrica. As harmonicas de baixa ordem quando
fluem atraves do capacitor causam distorcoes na corrente da carga RLC. Quando ocorre o
ilhamento essas distorcoes sao atenuadas, pois as harmonicas fornecidas pelo inversor sao
de alta ordem.
Figura 4.23: Tensao da rede e correntes dos inversores com o sistema fotovoltaico ilhado comos metodos passivos de sobre/sub frequencia e sobre/sub tensao. C1: Tensao da rede eletrica(Vgrid), C2: Corrente da rede eletrica (Igrid) e C3: Corrente de saıda do SGD2 (Isgd2) - Bancadaexperimental.
As frequencias de saıda do bloco PLL para todos os ensaios foram obtidas por meio
do DSP Oscilloscope do PSIM, apresentada pela Figura 4.25. Esta ferramenta permite a
obtecao dos dados do microcontrolador em tempo real atraves de comunicacao serial e os
mostra em ambiente grafico.
Desvio de frequencia ativo - Simulacao
O primeiro metodo ativo de anti-ilhamento analisado e o de desvio de frequencia
ativo conhecido na literatura por Active frequency drift ou pela sigla AFD. A Figura 4.26
ilustra a corrente de saıda do inversor. Dois δf foram usados: 0,54 e 1,5. O primeiro
δf nao conseguiu desviar a frequencia da tensao no PAC ate atingir a sobre frequencia,
como mostra a Figura 4.27. Entretanto, para valores maiores o metodo conseguiu desviar
a frequencia. Para δf = 1,5, como mostra a Figura 4.28, o metodo detectou o ilhamento
do sistema em 0,108s (6,5 ciclos da rede eletrica).
Capıtulo 4. Resultados 86
(a) Momento da ocorrencia do ilhamento. C1: Ten-sao da rede eletrica (Vgrid), C2: Corrente da redeeletrica (Igrid), C3: Corrente de saıda do SGD2(Isgd2) e C4: Frequencia gerada pelo PLL - Ban-cada experimental.
(b) Frequencia gerada pelo PLL - Bancada experi-mental.
Figura 4.24: Resultados obtidos com o sistema fotovoltaico ilhado com os metodo passivos desobre/sub frequencia e tensao.
Figura 4.25: Reproducao da tela do software DSP Oscilloscope do PSIM.
Desvio ativo de frequencia - Bancada experimental
A Figura 4.30 mostra o resultado experimental com δf = 1,5. O metodo AFD
conseguiu desviar a frequencia do sistema para que o inversor fosse capaz de detectar a
falha da rede. Com o metodo foram necessarios 38 ciclos da rede eletrica para a deteccao
de ilhamento. Com δf = 0,6, o sistema nao foi capaz de detectar o ilhamento do sistema.
Capıtulo 4. Resultados 87
0.665 0.67 0.675 0.68 0.685 0.69 0.695−20
−15
−10
−5
0
5
10
15
20
Tempo[s]
Cor
rent
e [A
]
Isgd2
Figura 4.26: Corrente de saıda do inversor com o metodo AFD para δf = 1, 5. - Simulacao.
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2−20
0
20
[A]
1 1.2 1.4 1.6 1.8 2−200
0
200
[V]
1 1.2 1.4 1.6 1.8 250
55
60
65
[Hz]
1 1.2 1.4 1.6 1.8 20
1
2
Sin
al
Tempo[s]
Figura 4.27: O metodo AFD com δf = 0,54 nao conseguiu desviar a frequencia para que adeteccao do ilhamento do sistema fosse alcancada. As formas de onda mostradas sao: correntede saıda do SGD, tensao no PAC, frequencia de saıda do PLL e sinal de falha da rede eletrica.
A Figura 4.29 mostra a distorcao total harmonica para δf = 1, 5, ficando em torno de
4,52%.
Capıtulo 4. Resultados 88
0.96 0.98 1 1.02 1.04 1.06 1.08 1.1 1.12−20
0
20
[A]
0.96 0.98 1 1.02 1.04 1.06 1.08 1.1 1.12−200
0
200
[V]
0.96 0.98 1 1.02 1.04 1.06 1.08 1.1 1.1255
60
65
[Hz]
0.96 0.98 1 1.02 1.04 1.06 1.08 1.1 1.120
1
2
Sin
al
Tempo[s]
Figura 4.28: O metodo AFD com δf = 1,5 conseguiu desviar a frequencia e o inversor foidesconectado da rede eletrica. As formas de onda mostradas sao: corrente de saıda do SGD,tensao no PAC, frequencia de saıda do PLL e sinal de falha da rede eletrica.
Figura 4.29: Formas de onda de tensao e corrente e medida da distorcao harmonica total decorrente de 4,52% para o metodo AFD com δf = 1, 5.
Desvio ativo de frequencia com realimentacao positiva - Bancada experimental
Para o segundo metodo de anti-ilhamento, conhecido na literatura por Active
frequency drift with positive feedback ou pela sigla AFDPF, os valores testados para k sao:
Capıtulo 4. Resultados 89
(a) C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid) e C3: cor-rente de saıda do SGD2 (Isgd2), Active frequencydrift com δf = 1,5.
(b) C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: correnteda rede eletrica (Igrid), C3: corrente de saıda doSGD2 (Isgd2) e C4: frequencia do PLL.
Figura 4.30: Resultados experimentais ilustrando a deteccao de ilhamento do sistema pelometodo AFD depois de 38 ciclos da rede.
k = 0, 01, k = 0, 02 e k = 0, 03. Na perda da conexao com a rede eletrica, o metodo
conseguiu aumentar a frequencia da tensao e detectar o ilhamento nos tres casos, como
mostram as Figuras 4.31, 4.32 e 4.33.
Foi observado que para pequenos valores de k, foram suficientes para causar in-
crementos da frequencia quando o sistema esta isolado. Observa-se que ha uma tendencia
dos metodos de anti ilhamento ativos, que proporcionam deteccoes rapidas de falhas da
rede eletrica, de serem mais invasivos ao sistema eletrico de distribuicao.
(a) C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: Cor-rente da rede eletrica (Igrid) e C3: Corrente de saıdado SGD2 (Isgd2).
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.50
10
20
30
40
50
60
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
4 4.2 4.459.5
60
60.5
61
61.5
62
(b) Frequencia do PLL com o metodo AFDPF -Bancada experimental.
Figura 4.31: Resultados experimentais ilustrando a deteccao de ilhamento pelo metodo AFDPFcom k = 0,01 depois de 26 ciclos da rede eletrica.
Capıtulo 4. Resultados 90
(a) C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: Cor-rente da rede eletrica (Igrid) e C3: Corrente de saıdado SGD2 (Isgd2).
8 8.5 9 9.5 10 10.5 11 11.50
10
20
30
40
50
60
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
10.8 11 11.2 11.459.5
60
60.5
61
61.5
62
(b) Frequencia do PLL com o metodo AFDPF -Bancada experimental.
Figura 4.32: Resultados experimentais ilustrando a deteccao de ilhamento pelo metodo AFDPFcom k = 0,02 depois de 20 ciclos da rede.
(a) C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: Cor-rente da rede eletrica (Igrid) e C3: Corrente de saıdado SGD2 (Isgd2).
9 9.5 10 10.5 110
10
20
30
40
50
60
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
10.8 11 11.259.5
60
60.5
61
61.5
62
(b) Frequencia do PLL com o metodo AFDPF -Bancada experimental.
Figura 4.33: Resultados experimentais ilustrando a deteccao de ilhamento pelo metodo AFDPFcom k = 0,03 depois de 15 ciclos da rede.
Ensaio com descasamento de potencia reativa no PAC
A frequencia de ressonancia e dependente dos componentes capacitivos e induti-
vos conectados ao ponto de acoplamento comum. Na Figura 4.34 observa-se a variacao de
frequencia causada pelo descasamento da potencia reativa entre a carga RLC e o sistema
distribuıdo quando a frequencia de ressonancia da carga e diferente da frequencia de ope-
racao da rede eletrica. Para melhor visualizacao, as protecoes de sobre/sub frequencia e
sobre/sub tensao foram desabilitadas, o que permite notar que a frequencia de ressonancia
do sistema ficou em torno de 75 Hz. Com as protecoes habilitadas, o SGD detectaria o
Capıtulo 4. Resultados 91
aumento de frequencia no PAC e se desconectaria.
Figura 4.34: Variacao de frequencia causada peelo descasamento de potencia reativa no PAC.A frequencia de ressonancia da carga RLC ficou em torno de 75 Hz - Bancada experimental.
Ensaios com cargas R, RC e RL - Metodos passivos de sub/sobre frequencia e
tensao
Nos ensaios com cargas R, RC e RL foram usados apenas os metodos passivos de
sub/sobre tensao e sub/sobre frequencia. O primeiro ensaio, Figura 4.35, consiste no uso
de apenas carga resistiva, que origina a potencia ativa da carga conectada ao ponto comum
de conexao. Apos a desconexao da rede, a frequencia aumenta ate atingir a protecao de
sobre frequencia. Isso ocorreu depois de 18 ciclos da rede eletrica. Como a carga e apenas
resistiva, o SGD perde a referencia de fase da rede, o que causa instabilidade no sistema.
Isto faz com que ocorra um rapido deslocamento do ponto de trabalho do conversor para
fora da zona de nao deteccao do metodo.
Capıtulo 4. Resultados 92
(a) C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: Cor-
rente da rede eletrica (Igrid) e C3: Corrente de saıda
do SGD2 (Isgd2).
0 2 4 6 8 10 120
10
20
30
40
50
60
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
Frequência − Sgd2
11.3 11.4 11.5 11.659.5
60
60.5
61
61.5
(b) Frequencia do PLL - Bancada experimental.
Figura 4.35: Deteccao de ilhamento pelo metodo passivo de sub/sobre frequencia depois de 18ciclos da rede.
O segundo ensaio, cujos resultados sao mostrados na Figura 4.36, consiste no uso
de carga RC. A corrente da carga RC esta adiantada devido a potencia reativa absor-
vida pelo capacitor. A frequencia, ao contrario do primeiro ensaio, decresce ate atingir a
protecao de subfrequencia.
(a) C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: Cor-rente da rede eletrica (Igrid) e C3: Corrente de saıdado SGD2 (Isgd2).
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 40
10
20
30
40
50
60
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
Frequência − Sgd2
3.4 3.5 3.658
59
60
(b) Frequencia do PLL - Bancada experimental.
Figura 4.36: Deteccao de ilhamento pelo metodo passivo de sub/sobre frequencia depois de 3ciclos da rede.
O terceiro ensaio, cujos resultados sao mostrados na Figura 4.37, consistiu no uso
de carga RL. A corrente de saıda do inversor que alimenta a carga RL esta atrasada em
relacao a tensao no PAC devido a potencia reativa consumida pelo indutor da carga. Ao
Capıtulo 4. Resultados 93
contrario da carga RC, a carga RL aumenta a frequencia da tensao ate alcancar a protecao
de sobrefrequencia.
(a) C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: Cor-rente da rede eletrica (Igrid) e C3: Corrente de saıdado SGD2 (Isgd2).
0 1 2 3 4 5 6 70
10
20
30
40
50
60
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
Frequência − Sgd2
7.15 7.2 7.25
60
60.5
61
(b) Frequencia do PLL - Bancada experimental.
Figura 4.37: Deteccao de ilhamento pelo metodo passivo de sub/sobre frequencia depois de 2ciclos da rede.
Tabela com os tempos de deteccao para o primeito cenario
A Tabela 4.4 apresenta os tempos de deteccao para os metodos de anti-ilhamento
referente aos resultados experimentais. E possıvel perceber que o metodo AFDPF se
mostrou com melhor desempenho do que o metodo AFD. Os metodos passivos de sobre/sub
tensao e sobre/sub frequencia apresentaram bons resultados quando havia descasamento
de potencias reativa e ativa.
Tabela 4.4: Tabela com os tempos de deteccao para os metodos de anti-ilhamento referentesaos resultados experimentais.
Tabela
Metodo de AI Tempo de deteccao (s)
AFD com δf=0,54 Nao detectado
AFD com δf=1,5 0,63s
AFDPF com k=0,01 0,43s
AFDPF com k=0,02 0,33s
AFDPF com k=0,03 0,25
OUF com carga R 0,3s
OUF com carga RC 0,05s
OUF com carga RL 0,03s
Capıtulo 4. Resultados 94
4.3.2 Paralelismo de sistemas de geracao distribuıda no mesmo
PAC
Figura 4.38 ilustra a configuracao do paralelismo de sistemas de geracao distri-
buıda conectada ao mesmo PAC. Nesta secao sao analisados os efeitos que um sistema
fotovoltaico pode causar na deteccao de falhas da rede eletrica em outros sistemas de ge-
racao. Varios cenarios sao analisados. O primeiro cenario leva em conta dois SGDs com
apenas metodos passivos. O segundo cenario trata de um SGD com o metodo AFD e o
segundo SGD sem metodo ativo. No terceiro cenario, os dois sistemas possuem o metodo
AFD. Os mesmos testes tambem sao feitos para o metodo AFDPF.
R L C
2T
4T
5T
3T
6T
Conjuntofotovoltaico 1
Lpv1
Linv1
Vcc1
Vpv1
Estágio Boost Estágio Inversor
RL11 : 6
Isgd1Ipv1
Conjuntofotovoltaico 2
Lpv2
Linv2
Vcc2
Vpv2
Estágio Boost Estágio Inversor
RL21 : 6
Isgd2Ipv2
Igrid2
Igrid1
Igrid
Sistema de geração distribuída 1
Sistema de geração distribuída 2
7T
8T
9T
10T
11T
Redeelétrica(127V)
Disjuntor 1
Zgrid
Figura 4.38: Paralelismo de sistemas de geracao distribuıda conectados ao mesmo ponto deacoplamento.
Ilhamento dos sistemas de geracao distribuıda - Simulacao
A Figura 4.39 mostra os resultados obtidos pela simulacao de dois sistemas conec-
tados ao mesmo ponto de conexao comum com a rede eletrica. Cada sistema injeta 50 % da
potencia necessaria para que condicoes de ilhamento possam ocorrer. Apos o desligamento
da rede eletrica os dois sistemas ficam ilhados. E possıvel notar que a frequencia dos dois
sao praticamente iguais, pois estao alimentando a mesma carga RLC. Diferentemente da
analise anterior, que tratava apenas de um sistema fotovoltaico, neste caso a frequencia
de ressonancia nao ficou em valores muito proximos de 60 Hz, mas ficou no intervalo que
a norma requer para que o inversor nao se desligue. Os metodos passivos, neste caso, nao
conseguem detectar a falha da rede eletrica.
Capıtulo 4. Resultados 95
0.95 0.9667 0.9833 1 1.0167 1.0333 1.05 1.0667 1.0833 1.1-200-120
-4040
120200
[V][A
]
0.95 0.9667 0.9833 1 1.0167 1.0333 1.05 1.0667 1.0833 1.1-200-120
-4040
120200
[V][A
]
0.95 0.9667 0.9833 1 1.0167 1.0333 1.05 1.0667 1.0833 1.10
20
40
60
80
[Hz]
0.95 0.9667 0.9833 1 1.0167 1.0333 1.05 1.0667 1.0833 1.10
20
40
60
80
[Hz]
Tempo[s]
VpacSinal de
desconexão
Vpac
sgd1Frequência
sgd2Frequência
sgd1I 15´
sgd2I 15´
Figura 4.39: Ilhamento dos dois sistemas fotovoltaicos conectados ao mesmo ponto de acopla-mento comum. As formas de onda mostradas sao: corrente de saıda, tensao no PAC, frequenciade saıda do PLL e sinal de falha da rede eletrica para os dois inversores.
Ilhamento dos sistemas de geracao distribuıda - Bancada Experimental
Com teste em bancada, foi possıvel validar as consideracoes vistas nos resultados
de simulacao. As Figuras 4.40 e 4.41 mostram os momentos antes e depois da perda
da conexao com a rede eletrica. Observa-se na primeira que os sistemas fotovoltaicos
permanecem ilhados por pelo menos 13,3 minutos sem nenhuma deteccao de falha. Os
sistemas mantem nao apenas os valores de tensao, mas tambem os valores de frequencia
para os dois sistemas. Notam-se na Figura 4.41 distorcoes na corrente Igrid quando o
sistema eletrico de potencia esta em operacao. Isso e causado pelas harmonicas de baixa
ordem geradas pelas cargas nao lineares conectadas a rede eletrica. As harmonicas de baixa
ordem quando fluem atraves do capacitor causam distorcoes na corrente da carga RLC.
Quando ocorre o ilhamento essas distorcoes sao reduzidas, pois as harmonicas fornecidas
pelos inversores sao de alta ordem. Figura 4.42 mostra as frequencias do PLL para cada
SGD. A frequencia de ressonancia foi mantida no intervalo de operacao normal estipulado
pela norma.
Capıtulo 4. Resultados 96
Figura 4.40: C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: Corrente da rede eletrica (Igrid), C3:Corrente de saıda do SGD2 (Isgd2) e C4: Corrente de saıda do SGD1 (Isgd1). Ilhamento de doissistemas fotovoltaicos no mesmo ponto de acoplamento.
Figura 4.41: Ilhamento de dois sistemas fotovoltaicos no mesmo ponto de acoplamento. C1:Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: Corrente da rede eletrica (Igrid), C3: Corrente de saıda doSGD2 (Isgd2) e C4: Corrente de saıda do SGD1 (Isgd1).
Desvio ativo de frequencia - Simulacao
A primeira analise trata do uso do metodo AFD com δf = 0,9 implementado
apenas no SGD2. O SGD1 utiliza os metodos passivos de deteccao. A ideia e constatar se
Capıtulo 4. Resultados 97
10 15 20 25 30 3555
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
Frequência − Sgd1
(a) Frequencia do PLL para o SGD1 - Bancada ex-perimental.
10 15 20 25 30 3555
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
Frequência − Sgd2
(b) Frequencia do PLL para o SGD2 - Bancada ex-perimental.
Figura 4.42: Frequencia dos dois sistemas - Bancada experimental.
um sistema distribuıdo consegue desviar a frequencia dos dois sistemas no mesmo PAC.
Observa-se que os dois sistemas continuam conectados e injetando potencia sem a presenca
da rede eletrica. Com o aumento do δf para valores acima do testado anteriormente, o
SGD2 conseguiu desviar a frequencia no ponto de acoplamento comum, fazendo com que
os dois sistemas se desligassem. A Figura 4.43 ilustra os resultados obtidos com o uso do
metodo nos dois SGDs com δf = 1,5. Percebe-se que a deteccao do ilhamento ocorreu
apos 6 ciclos da rede eletrica. Como os dois SGDs utilizam estrategias de deteccao que
aumentam a frequencia, o tempo de deteccao da falha da rede eletrica foi menor, mostrando
que os efeitos das tecnicas dos dois SGDs se somaram.
Desvio ativo de frequencia - Bancada experimental
O metodo AFD implementado nos dois sistemas de geracao conseguiu desviar a
frequencia no PAC e depois de 24 ciclos da rede eletrica, como mostra a Figura 4.44, os dois
inversores se desconectaram. A Figura 4.45 mostra as frequencias para os dois sistemas.
Capıtulo 4. Resultados 98
0.95 0.975 1 1.025 1.05 1.075 1.1 1.125 1.15-200-120
-4040
120200
[V][A
]
0.95 0.975 1 1.025 1.05 1.075 1.1 1.125 1.15-200-120
-4040
120200
[V][A
]
0.95 0.975 1 1.025 1.05 1.075 1.1 1.125 1.150
20
40
60
80
[Hz]
0.95 0.975 1 1.025 1.05 1.075 1.1 1.125 1.150
20
40
60
80
[Hz]
Tempo[s]
VpacSinal de
desconexão
Vpac
sgd1Frequência
sgd2Frequência
sgd1I 15´
sgd2I 15´
Figura 4.43: Deteccao de Ilhamento com o metodo AFD depois de 6 ciclos da rede eletrica. Asformas de onda mostradas sao: corrente de saıda, tensao no PAC, frequencia de saıda do PLL esinal de falha da rede eletrica para os dois inversores.
Figura 4.44: Deteccao de Ilhamento com o metodo AFD. C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid),C2: corrente da rede eletrica (Igrid), C3: corrente de saıda do SGD2 (Isgd2) e C4: corrente desaıda do SGD1 (Isgd1).
Capıtulo 4. Resultados 99
0 1 2 3 4 50
10
20
30
40
50
60
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
Frequência − Sgd1
4.4 4.5 4.6
59.560
60.561
61.5
(a) Frequencia do PLL para o SGD1 - Bancada ex-
perimental.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 90
10
20
30
40
50
60
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
Frequência − Sgd2
8.2 8.4 8.660
60.5
61
61.5
(b) Frequencia do PLL para o SGD2.
Figura 4.45: Frequencia dos dois sistemas - Bancada experimental.
Desvio ativo de frequencia com realimentacao positiva - bancada experimental
O metodo AFDPF (k = 0, 03) foi implementado apenas no SGD2 e o SGD1
tem apenas os metodos passivos, conseguiu desviar a frequencia no ponto de acoplamento
comum, como mostra a Figura 4.46. A deteccao da falha da rede eletrica ocorreu depois
de 25 ciclos da rede eletrica. A Figura 4.47 apresenta as frequencias para os dois sistemas.
Figura 4.46: Deteccao de Ilhamento com o metodo AFDPF depois de 25 ciclos da rede eletrica.C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: corrente da rede eletrica (Igrid), C3: corrente de saıdado SGD2 (Isgd2) e C4: corrente de saıda do SGD1 (Isgd1).
O segundo teste foi com o uso do metodo AFDPF nos dois sistemas com o mesmo
fator k de 0,03. Na Figura 4.48, observa-se a deteccao de ilhamento pelos dois sistemas.
Ambos detectaram a falha da rede eletrica e se desconectaram. As Figuras 4.49(a) e
4.49(b) mostram a frequencia de saıda do PLL. E possıvel notar o aumento da frequencia
ate atingir a protecao de sobre frequencia.
Capıtulo 4. Resultados 100
3 3.5 4 4.5 5 5.5 6 6.5 70
10
20
30
40
50
60
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
6 6.2 6.4 6.659.5
60
60.5
61
61.5
62
(a) Frequencia do PLL para o SGD1 - Bancadaexperimental.
0 0.5 1 1.5 2 2.5 30
10
20
30
40
50
60
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
2.4 2.6 2.859.5
60
60.5
61
61.5
62
(b) Frequencia do PLL para o SGD2.
Figura 4.47: Frequencia dos dois sistemas - Bancada experimental.
Figura 4.48: Deteccao de Ilhamento com o metodo AFDPF depois de 23 ciclos da rede eletrica.C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid), C2: corrente da rede eletrica (Igrid), C3: corrente de saıdado SGD2 (Isgd2) e C4: corrente de saıda do SGD1 (Isgd1).
Tabela com os tempos de deteccao para o segundo cenario
A Tabela 4.5 apresenta os tempos de deteccao para os metodos de anti-ilhamento
referente aos resultados experimentais. E possıvel perceber que o metodo AFDPF se mos-
trou com melhor desempenho do que o metodo AFD. Observa-se que com o uso de metodos
ativos que aumentam a frequencia no PAC nos dois inversores, ocorreu o incremento da
pertubacao e, asssim, a deteccao foi alcancada em um tempo menor.
Tabela 4.5: Tabela com os tempos de deteccao para os metodos de anti-ilhamento referentesaos resultados experimentais.
Capıtulo 4. Resultados 101
0 2 4 6 8 10 12 140
10
20
30
40
50
60
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
Frequência − Sgd1
12 12.2 12.459.5
60
60.5
61
61.5
(a) Frequencia do PLL para o SGD1 - Bancadaexperimental.
0 1 2 3 4 5 60
10
20
30
40
50
60
Tempo[s]
Fre
quên
cia
[Hz]
Frequência − Sgd2
5.1 5.2 5.3
59.5
60
60.5
61
61.5
(b) Frequencia do PLL para o SGD2.
Figura 4.49: Frequencias dos dois sistemas - Bancada experimental.
Tabela
Metodo de AI Tempo de deteccao (s)
AFD com δf=1,5 (Nos dois SGDs) 0,4s
AFDPF com k=0,03 (Apenas no SGD2) 0,42s
AFDPF com k=0,03 (Nos dois SGDs) 0,383s
4.3.3 Paralelismo de Sistemas de Geracao - Comunicacao entre
inversores.
Nesta secao e avaliada a comunicacao entre os dois sistemas de geracao fotovol-
taica. E proposta uma comunicacao serial entre os dois inversores na configuracao ilustrada
pela Figura 4.50. Quando um dos dois sistemas detecta alguma falha, envia uma men-
sagem para o outro inversor para se desconectar. Inicialmente foi feita uma comunicacao
basica, sendo possıvel melhoria quanto a robustez da comunicacao.
Capıtulo 4. Resultados 102
2T
4T
5T
3T
6T
Conjuntofotovoltaico 1
Lpv1
Linv1
Vcc1
Vpv1
Estágio Boost Estágio Inversor
RL11 : 6
Isgd1Ipv1
Lpv2
Linv2
Vcc2
Vpv2
Estágio Boost Estágio Inversor
RL21 : 6
Isgd2Ipv2
Igrid2
Igrid1
Igrid
Sistema de geração distribuída 1
Sistema de geração distribuída 2
R L C
R L C
Conjuntofotovoltaico 2
Disjuntor 2
Disjuntor 3
Redeelétrica(127V)
Disjuntor 1
Zgrid
7T
8T
9T
10T
11T
Figura 4.50: Sistema de geracao distribuıda conectada em diferentes partes da rede.
O primeiro experimento, Figura 4.51, faz a analise do metodo AFD implementado
no SGD2. Este pode sua vez ao detectar o ilhamento do sistema, envia uma mensagem
para que o SGD1 se desligue.
Figura 4.51: Deteccao de Ilhamento com o metodo AFD. C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid),C2: corrente da rede eletrica (Igrid), C3: corrente de saıda do SGD2 (Isgd2) e C4: corrente desaıda do SGD1 (Isgd1).
No segundo teste, Figura 4.52, o metodo AFDPF com k igual a 0,03 implementado
no SGD2 detecta o ilhamento e envia uma mensagem para o SGD1 se desligar.
Capıtulo 4. Resultados 103
Figura 4.52: Deteccao de Ilhamento com o metodo AFDPF. C1: Tensao da rede eletrica (Vgrid),C2: corrente da rede eletrica (Igrid), C3: corrente de saıda do SGD2 (Isgd2) e C4: corrente desaıda do SGD1 (Isgd1).
104
Capıtulo 5
Conclusao
Os objetivos deste trabalho foram o estudo e a analise de tecnicas de deteccao de
ilhamento e de inversores para sistemas de geracao distribuıda. Para validar os conceitos
estudados e analisados, simulacoes foram feitas e suas comprovacoes experimentais foram
obtidas por meio da construcao de dois sistemas fotovoltaicos com inversor monofasico de
dois estagios conectados a rede eletrica utilizando tecnicas de deteccao de ilhamento. As
tecnicas estudadas tem o seu desempenho avaliado de acordo com os criterios de teste do
padrao ABNT NBR IEC 62116.
As simulacoes foram implementadas no software PSIM. Inicialmente, focou-se na
implementacao em simulacao do inversor monofasico de dois estagios conectados a rede ele-
trica. Foram feitos os projetos dos controladores, os dimensionamentos dos componentes
para cada conversor, alem da modelagem matematica de cada estagio de conversao para
a obtencao de suas funcoes de transferencia, necessarias para o projeto dos controladores
do sistema. Posteriormente, estrategias de deteccao de ilhamento foram implementadas
e testadas. Para a construcao dos dois sistemas de geracao distribuıda, foram usados os
parametros projetados e testados nas simulacoes dos conversores e de seus controlado-
res. A bancada experimental foi montada no Laboratorio de Eletronica de Potencia da
FEEC/UNICAMP. As simulacoes realizadas foram utilizadas para gerar os codigos para
o microprocessador TMS320F28335 da Texas Instruments. As simulacoes e o prototipo
construıdo permitiram obter bons resultados experimentais e de simulacao.
Tres casos de estudo foram analisados para os metodos Active frequency drift
(AFD) e Active frequency drift with positive feedback (AFDPF). No primeiro caso, foi
analisada a resposta dos metodos com um sistema conectado ao ponto de conexao comum,
os dois metodos se mostraram eficazes. O metodo AFDPF apresentou melhores respostas
na deteccao de ilhamento. No segundo caso de estudo, foi feita a inclusao de mais um
SGD ao mesmo PAC. Constatou-se melhora na deteccao de falhas na rede eletrica, pois
houve soma das perturbacoes causadas pelos dois sistemas. Fato decorrente do uso pelos
dois SGDs de metodos que aumentam a frequencia da corrente injetada no PAC. No
terceiro caso de estudo, foi adicionado aos dois SGDs um sistema de comunicacao serial,
Capıtulo 5. Conclusao 105
o que permitiu a atuacao dos inversores logo apos a deteccao da falha na rede eletrica. A
comunicacao serial foi implementada de forma simples, portanto, sao necessarios maiores
estudos e melhorias quanto a sua implementacao.
5.1 Trabalhos futuros
Alguns topicos podem ser abordados para a continuacao deste trabalho como:
Simulacao e implementacao em bancada de tecnicas de deteccao de ilhamento base-
adas no desvio de tensao.
Implementacao de diferentes estrategias de controle para sistemas monofasicos de
dois estagios conectados a rede eletrica de distribuicao.
Estudo e implementacao de diferentes estrategias de sincronismo com a rede eletrica
de distribuicao.
Analise em bancada dos metodos de anti-ilhamento para diferentes cargas com fatores
de qualidade diferentes.
Estudo de metodos de comunicacao entre inversores.
5.2 Artigos publicados
1. Marcos V. G. Reis, Marcelo G. Villalva, Tarcio A. S., Adson B. Moreira, Paulo
S. Nascimento Fo., Ernesto Ruppert, Evaluation of Frequency Drift Methods for
Photovoltaic Systems, Sixteenth IEEE Workshop on Control and Modeling for Power
Electronics, Vancouver, Canada (Julho, COMPEL 2015).
2. Marcos V. G. Reis, Marcelo G. Villalva, Tarcio A. S., Adson B. Moreira, Paulo S.
Nascimento Fo., Ernesto Ruppert, Design and Simulation of a Single Phase Pho-
tovoltaic System Using an Active Anti-islanding Method based on PLL Perturba-
tion according to ABNT NBR IEC 62116 Standard, XI Latin-American Congress
on Electricity Generation and Transmission (XI-CLAGTEE), Sao Jose dos Campos,
SP, UNESP (2015).
3. Marcos V. G. Reis, Marcelo G. Villalva, Tarcio A. S., Adson B. Moreira, Paulo
S. Nascimento Fo., Ernesto Ruppert, Sandia Frequency Shift Method for Distribu-
ted Generation, IEEE PES Conference on Innovative SMART GRID Technologies
(ISGT-LA 2015) Latin American, Uruguai.
Capıtulo 5. Conclusao 106
4. Marcos V. G. Reis, Marcelo G. Villalva, Tarcio A. S., Adson B. Moreira, Paulo S.
Nascimento Fo., Ernesto Ruppert, Active Frequency Drift With Positive Feedback
Anti-islanding Method for a Single Phase Two-stage Grid-tied Photovoltaic System,
13th Brazilian Power Electronics Conference, COBEP, 2015.
5. Marcos V. G. Reis, Marcelo G. Villalva, Tarcio A. S., Adson B. Moreira, Paulo S.
Nascimento Fo., Ernesto Ruppert, Evaluation of Active Anti-islanding Methods based
on the ABNT NBR IEC 62116 and IEEE STD 929-2000 standards., 13th Brazilian
Power Electronics Conference, COBEP, 2015.
107
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[4] P. R. Remus Teodorescu, Marco Liserre, Grid Converters for Photovoltaic and Wind
Power Systems. John Wiley and Sons, 2011.
[5] M. Fadaeenejad, A. Saberian, M. Fadaee, M. A. M. Radzi, H. Hizam, and M. Abkadir,
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infrastructure for the smart grid,”Electrical Power Energy Conference (EPEC), 2009
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formances of double-stage grid-connected photovoltaic systems,” IEEE Transactions
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[9] M. I. A. Orozco, J. R. Vazquez, P. Salmeron, S. P. Litran, and F. J. Alcantara,
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International Conference on Renewable Energies and Power Quality (ICREPQ09),
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Computer Science and Communication Networks, pp. 9–16, September 2011.
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ed., Nova York: Springer, 2001.
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niques for photovoltaic systems,” Elsevier, pp. 1–11, November 2014.
[13] J. A. Pomılio, Fontes Chaveadas. Universidade Estadual de Campinas, 2014.
[14] ——, Eletronica de Potencia. Universidade Estadual de Campinas, 2014.
[15] L. R. Oliveira, “Desenvolvimento de um microinversor monofasico para sistema fo-
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Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 2013.
[16] A. Attou, A. Massoum, and M. Saidi, “Photovoltaic power control using mppt and
boost converter,” First International Conference on Electrical Energy and Systems,
October 2013.
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voltaic systems applied to advanced control strategies,” International Conference on
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[19] M. G. Villalva, J. R. Gazoli, and E. R. Filho, “Analysis and simulation of the p&o
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conectado a rede eletrica - tese de doutorado,” Universidade Estadual de Campinas
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photovoltaic system with boost converter and active filtering,” IEEE, pp. 2502–2507,
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techniques for renewable distributed generation systems,”Renew Sustain Energy, pp.
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