estudo de um jato tu r bule n tode térmica, tornava-o menos sensível a pequenas varia çÕes de...
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ESTUDO DE UM JATO TU R BULE N TO EM AMBIENTE ALTAMENTE TU R-
B U LENTO
ARNO BOLLMANN
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PRO GRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRÁU DE MESTRE EM CI:ENCIA (M.Sc.)
Aprovada por:
/ Presidente
~.lh~e l(J... b !ltn-
1 '
RIO DE JANEIRO ESTADO DA GUANABARA - BRASIL
MARÇO DE 1969
i
ii
À meus pais
iii
A G R A D E C I M E N T O S
Ao Prof. Peter Joseph Foster, pela sua constante e dedicada orientação.
Aos Profs. Affonso da Silva Telles e Giulio Mas sarani por suas sugestões.
A Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior (CAPES), ao Banco Nacional do Desenvolvi -mento Econômico (BNDE) e Escola de Engenharia Industrial da
Universidade Federal de Santa Catarina, pela ajuda financeira.
A Albertina pela datilografia.
iv
S U M Á R I O
Introduzindo um jato de ar quente na secçao de
teste dum túnel de vento, no qual há um escoamento com turbu
lência gerada por uma grade, estudamos o efeito desta turbu
lência sôbre o jato, medindo a distribuição de temperatura a
xial e transversalmente.
Equacionando um balanço do fluxo de quantidade
de movimento e de entalpia em secções normais do jato, e ad~
tando a hipótese de similaridade dos perfis adimensionais e
de axissimetria do jato, obtivemos uma expressão analítica -
relacionando a sua espessura e quedas axiais de temperatura
e velocidade.
As medições diretas ainda nos levaram a aduzir
grande influência da turbulência exterior na abertura do ja
to e no comprimento do seu núcleo, comparados com o caso de escoamento paralelo laminar.
Usando a solução da equàção.da difusç.o da pro
priedade de uma fonte fixa e contínua, em ambiente móvel,cal
culamos a difusividade turbilhonar em vários pontos ao longo
da secção de teste do túnel de vento.
Observamos outrossim, uma interessante transi
çao do valor da relação de difusividade turbilhonar térmica
e de quantidade de movimento, de um valor próprio para jatos
V
livres até um correspondente ao encontrado em esteiras, à me
dida que aumentávamos a velocidade dó túnel de vento, fixan
do a do jato.
Sugerimos assim, um estudo dessa transição
que se obtém variando-se simplesmente a relação das velocida
des do túnel de vento e do jato, sem necessidade de modifi
car a geometria.
vi
:Í N D I C E
AGRADECIMENTOS . . . . . . . • . • . . • . . . . . . • . . • • . • • . . • . . . . . • • . . iii
S1JM.ÁR I o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .;t. V
1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2. EQUIPAMENTO - DESCRIÇÃO E OBSERVAÇÕES
2.1 - Critérios de escôlha ........................ 4
2.1.1 - Do gerador da turbulência............ 4
2.1.2 - Das grandezas físicas .....•......... 4
2.1.3 - Da propriedade a ser medida......... 5
2. 2 - Descrição dos elementos • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3 - Variáveis do sistema........................ 10
2.4 - Medições efetuadas.......................... 12
2.5 - Grupos de medições .......................... 12
2.6 - Descrição de uma medição .................... 12
3. EQUAÇÕES DO EXCESSO DO FLUXO DE QUANTIDADE DE MOVI
MENTO E DO EXCESSO DE ENTALPIA.
3.1 - Equação da conservação do excesso do fluxo de
quantidade de movimento ...................... 14
3.2 - Equação da energia.......................... 18
3. 3 - Observaçoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4. APRESENTAÇÃO E COMENTÁRIO DOS RESULTADOS
4.1 - Medidas axiais de temperatura............... 19
vii
4.2 - Queda axial de velocidade................... 20
4.3 - Confronto dos valores de bt medidos, calcula-
dos e teóricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.4 - Perfis adimensionais de temperatura......... 23
4.5 - Relação entre a difusividade turbilhonar de uma grandeza a escalar e de quantidade de mo-
vim.ente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.6 - A Difusividade turbilhonar no túnel de vento.
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES............................ 39
BIBLIOGRAFIA
NOMENCLATURA
......................................
...................................... 42
44
1
I N T R O D U Ç Ã O
O jato que consideraremos será aquêle originado p~
la injeção de um fluido em outro, através de um orifício cir
cular, tendo os dois fluidos, velocidades diferentes, mas pa
ralelas.
Consideraremos os turbulentos e particularmente o
caso de os dois fluidos serem gases, em escoamento incompre~
sível e regime permanente. Esta situação tem as característi
cas de "Turbulência livre não isotrópica", justificando as
sim, a sua análise através das equações da Continuidade e Na
vier Stokes, para os valores instantâneos das grandezas en
volvidas.
Decompondo-se êsses valores instantâneos na soma
do seu valor médio temporal e na sua flutuação corresponden
te, as referidas equações tomam para os valores médios, um
aspecto análogo àquêle do regime laminar, surgindo porém,tê~
mos adicionais envolvendo as flutuações, constituindo as cha
madas correlações. Por sua situação nas equações comparadas
com as do regime laminar, são chamadas também de tensões de
cisalhamento aparente. Assim, às incógnitas típicas do esco~
mento laminar, são acrescidas estas correlações, permanecen
do contudo apenas o mesmo número de equaçoes.
2
Daí então a necessidade de teorias e hipóteses
para compensar o excesso de incógnitas em relação ao
de equaçoes.
, numero
Na turbulência livre as tensões de cisalhamento
aparente são bastante maiores que as tensões de cisalhamento
no escoamento laminar. Assim, comumente estas Últimas
desprezadas na solução da equação do movimento.
-sao
Podemos citar brevemente as seguintes teorias ne
cessárias para a resolução das equações da Continuidade e de
Navier Stokes:
- a do comprimento de mistura de Prandtl e a dos vórtices de
Taylor, ambas relacionando as correlações aos gradientes -
das velocidades médias e à geometria do escoamento;
a do coeficiente de difusividade constante, de Prandtl, su
pondo-a constante em cada secção do escoamento, e propoE -
cional à sua largura e à diferença máxima de velocidades -
na mesma, e
a de Reichardt, propondo uma curva gaussiana como solução
da equação do movimento.
Entre as hipóteses importantes, para facilitar
a resolução das equações, podemos citar a da similaridade(per
fis adimensionais iguais para as diferentes secções do jato),
3
e a da constância do fluxo de quantidade de movimento, ou se
ja, da constância da pressao estática ao longo do escoamento.
A respeito da espessura do Jato, Prandtl propôs
ser =a variação proporcional à flutuação da componente nor-
mal ao eixo principal, obtendo um valor constante para o ân
gulo de abertura do jato em ambiente em repouso.
são numerosas as tentativas de se obter relações
teóricas e empíricas para êste caso particular de turbulên -
eia livre, constituída pelos jatos.
Usando as simplificações acima, Hinze ao resolver
a equação do movimento, encontrou a importante restrição de
que a hipótese de similaridade para diferentes secçoes dum
jato na sua região principal, só pode persistir para v1/v0&;1,
ou v1/v0"?1, onde v1 é a velocidade do escoamento exterior ao
jato, e v0
a velocidade de saída do mesmo. (ver figura 3.1).
Contudo Squire e Trouncer (2), apresentam um per
-fil igual, cossenoidal, para tôdas as secçoes transversais -
na região principal do jato, supondo portanto similaridade.
Os experimentos de Forstalle Shapiro (3) se ajustam bem a ês
te perfil.
As informações precisas que possuímos até hoje,
restringem-se aos casos de ambiente circunvizinho ao jato la
minar, ou de baixa turbulência.
O presente.trabalho pretende estudar a influên-
4
eia da turbulência do escoamento paralelo ao jato sôbre o
mesmo. t uma extensão natural dos estudos relatados acima.ve
rificaremos esta influência em características de grande im
portância no estudo dos jatos, tais como: a queda axial de
temperatura, axissimetria do jato e similaridade dos perfis
de temperatura e velocidade.
Além disso, procuramos prover informações de
ordem prática, pois a situação criada é semelhante às de câ
maras de combustão com geradores de turbulência, que podem
ser grades, ventoinhas ou placas perfuradas.
2 - EQUIPAMENTO - DESCRIÇÃO E OBSERVAÇÕES
A turbulência exterior ao jato é produzida no
túnel de vento por uma grade colocada na entrada da
de teste.
secçao
Impulsionado por um soprador, o jato é intro
duzido no túnel de vento após ter passado pelo rotâmetro e a
quecedor.
2.1 - Critérios de escôlha
2.1.1··- Do gerador de turbulência: a GRADE
Escolhemos a grade pela facilidade de confec
ção mais exata, com tubos de latão, e pelo a
cêrvo de informações sôbre a turbulência atrás
da mesma.
2.1.2 - Das grandezas físicas:
sua ordem de grandeza é tal que atenda a situa
5
ções práticas e que a turbulência do escoamento exter!
or ao jato seja suficientemente intensa para exercer -
influência detestável sôbre o mesmo.
Também nos restringimos às especificações do
equipamento disponível.
As dimensões mecânicas sao tais a garantir a
rigidez do sistema, como por exemplo a do suporte do
termopar, devendo evitar vibrações causadas pela turbu
lência.
2.1.3 - Da propriedade a ser medida
Escolhemos a temperatura, por termos recursos para me
dir mais fàcilmente sua média temporal, evitando o
problema das flutuações típicas da turbulência, que di
ficultariam outras medições, como as de velocidade com
o tubo Pitot, ou as de concentrações com catarômetro.
2.2 - DESCRIÇÃO DOS ELEMENTOS
2.2.1 - A GRADE
As dimensões e especificações podem ser vistas na fig.
2.1. Atendendo a situações práticas, efetuamos as medições
muito próximas à grade, onde não se pode garantir nem
a homogeneidade como a isotropicidade da turbulência
gerada (x/M<lO).
Ainda assim para pequenos trechos podemos considerar a
difusividade turbilhonar constante. Isto, porque, como
6
r"' A
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1 1 1 \"' \"-~ Secção AA°
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d=1/211
d/ M !d = s,3,3
escala:
1: 1 O
UFR<.J COPPE
equ,pamen to para a
6 {u~s ? f '' A-cf. : 11
• ENG. MECA N/C A
tese
,.
"'"'º Bol/maon
N. 2 GRADE PARA A
/,9 2-i.
TURBULENCIA NOV 6/S
veremos adiante, seu valor pode ser obtido por
€ =V?.L onde Ç-:2 -x-l/2 e L -xl/2 ,
2.2.2 - AQUECEDOR DE AR
Elétrico - Resistência de Nichrome, 17ohms.
600w para 6A.
Projeto: fig. 2.2
7
Tempo de estabilização: 2 horas. sua grande capacida
de térmica, tornava-o menos sensível a pequenas varia
çÕes de voltagem, promovendo maior estabilidade numa
determinada temperatura, após atingido o regime perm~
nente.
2.2.3 - MEDIDOR DE TEMPERATURAS
Termopar - cobre-constantan, n. 20
O suporte do termopar, bem como a canaleta
vedada podem ser vistos na fig. 2.3:
Potenciômetro: Marca: Leeds & Northrup
Precisão: o.Ol illV
Faixa utilizada: O a 6mV
2.2.4 - Transformador de voltagem
Marca: VARIAC. Usado para variar a potência do Aque
cedor.
2.2.5 - SOPRADOR
Tipo: centrífugo. Potência do motor: 3CV
2.2.6 - ROTAMETRO
Fischer & Porter CO\ 8 SCFM - Pêso específico: 1
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escala: /:/ SUPORTE DO MEDIDOR N'. .3
e 1,/0V 68
/:. li9. t!:3
•
10
-A correçao da leitura no rota.metro por nao operarmos
em condições idênticas às da aferição, é feita com
onde
a
fórmula ..P, -~ ."1 --./j -A ./}
Jf = densidade do flutuador
.IJ = densidade do gás nas condições de
aferição
~ = Q
densidade do gás
= vazao em /CFM
nas condições rea:is
A fórmula cima é obtida diretamente da expressão do
fluxo de fluído através de um rotâmetro.
2.2.7 - TÚNEL DE VENTO
Secção de Teste: 12 11xl 7"x36"
Velocidade máxima: 120ft/s
Potência: 7,5HP
A parte posterior do Túnel de Vento, envolvendo as te-
las e o injetor maior, foi removida ficando apenas o
injetor menor. Com fumaça foi verificada a não existê~
eia da separação da camada limite na entrada do bocal.
Também a presença da grade favorece a uniformidade da
velocidade de entrada do ar no túnel de vento.
A figura 2.4 apresenta um esquema do conjunto.
2.3 - VARIÁVEIS DO SISTEMA
exterior túnelvento) m = =';.;,:-=-=-,:.,,..::.,;~~......,,..;c._-:....,-~~....::;..:;.;,:..:...:;_;=-.;..;;;:...:;.::..::._,,..:...;;=.::.=..:....::.::.:..:...:. o Jª o
L = distância da saída do jato ao plano central da grade.
T = temperatura de saída do jato. o
3
7
10 li
Fio. 2.4
2
~o
1:- Sec~ão de teste 2.-Tubo do jato
..
3. Suporte do medidor de Jempera turas
4. Aquecedor de ar
5. Rotãmetro
6. Soprador de ar
Esquema do e onjunto.
13
- -
4 1
9
7,- Potencíõmetro e.- Grade
-- - -
2....
9. Transforma dor de volta oem 10. Manômetro
li. Pitot ( pressão er.t. e dln.)
12. Termômetro de mercúrio
13. M anõmetro
- - - -
6 l 12 1
12
Os diferentes valores de m nos darão várias relações
entre a turbulência do jato e a do ar circunvizinho.
2.4 - MEDIÇÕES EFETUADAS
Combinando as variáveis acima, realizaram-se várias me
dições axiais e transversais de temperatura, e para uma
situação especial, também foi medida a distribuição de
velocidades transversalmente, numa linha normal à das me
diçÕes de temperatura.
2.5 - GRUPOS DE MEDIÇÕES ',
Grupo I) L=l4,7d (d é o diâmetro de tubo da grade)
a) medições axiais de temperatura param variando
de 1/6 a 1/1.
b) medições transversais de temperatura, para
m= 1/2, 1/3 ,1/6
Grupo II) L= 25d
a) idênticamente a I)a.
b) medições transversais de Temp. e Velocidades em mesmas secções, em direções ortogonais.
Grupo III) m = 1/1
L variando de 12,8d a 40d
2.6 - DESCRIÇÃO DE UMA MEDIÇÃO
Após estabilizado o sistema (2 horas aprox.) procedemos
as medições de temperatura e pressão estática na entrada
do rotâmetro, na saída do jato e de pressões estática e
dinâmica no interior do túnel de vento.
13
A velocidade v0
de saída do jato (média), é obtida pela
leitura da vazão no rotâmetro. Introduzindo na equaçao da
continuidade as correçoes do rotâmetro e variações de densi
dade, obtemos a fórmula:
VO =; .(!~) 1/2 1/2
G:) . (~) onde K é constante de transformação de unidades
P, e T, são as pressões e temperatura em mmHg e ºK res
pectivamente. O subscrito 1 refere-se às condições de aferi
çso fo rotâmetro, 2 às reais no mesmo e "o" à saída do jato.
Medimos
P2 com manômetro de água;
T2 com termômetro de mercúrio instalado na saída do soprador;
P0
pelo Pitot interno da secção de teste;
T0
pelo potenciômetro.
Obtida a velocidade v0
, calculávamos v1 = m. v0
deter
minando a altura de pressão dinâmica para o Pitot do Túnel de
Vento.
A variação de velocidades era controlada por um re
gistro na entrada do rotâmetro, havendo uma derivação de es
coamento próxima ao soprador.
A temperatura era fixada pelo transformador de voltagem.
Podíamos variar L, graças a uma junta móvel no tubo do jato.
14
O problema da coincidência do eixo do jato com ode
deslocamento do suporte do medidor, foi sanado, fazendo-se
a procura dos pontos de temperatura máxima em cada secção.
3. EQUAÇÕES DO EXCESSO DO FLUXO DE QUANTIDADE DE MOVIMENTO E ENERGIA.
Estabeleceremos duas equaçoes, baseadas na conser-
-vaçao do excesso do fluxo de quantidade de movimento e da ener
gia introduzidas pelo jato. Estas equações nos permitirão re
lacionar os valores de bT,/1vm,.1Tm,onde bT é o raio do ponto
para o qual .ô.T (x ,r) /Ll.Tm ( x ,r) = O, 5, sendo Li T e Av os valores
da temperatura e velocidade do ponto P(x,r), diminuídos dos
respectivos valores no escoamento circunvizinho. O subscrito m
refere-se aos pontos do eixo (fig.3.1)
3.1 - EQUAÇÃO DA CONSERVAÇÃO DO EXCESSO DO FLUXO DE QUANTIDADE DE MOVIMENTO.
Seja o jato com as características da fig. 1.
Baseados na hipótese de a pressão se manter constante em
todo o jato, podemos escrever:
Excesso do fluxo de quantidade de movimento em I =
Excesso do fluxo de quantidade de movimento em II
Supondo axissimetria para o jato, obtemos:
d2 ioO 227To 2 2 _p0 (v0 -v1) -r = .f(r){v (r)-v1 J 2 Trrdr
o
mas /' (r) = ~ (3.3) e então
1Td2 ioD T D (v2-v2) o - fa a
JO o l ,r- - T(r) o
[v2 - v2 ] 21Tr d:t> .
( 3.1)
( 3. 2)
( 3. 4)
'11, , Ta 1-•
-- --- -~;~ :=~,~-
T 1 --- --1 r :Xc
1
L- -~ .. ----1
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1
~ ~ 1
1
1
1 n
FIG.3.1 - O JATO EM COORDENADAS CILINDRICAS
16
A hipótese de similaridade aplicada aos perfis adimensio
nais de velocidade e temperatura, nos permite escrever:
6v(x,r) _ f (7 ) 6,vm (x) - 1 v
(ver fig.3.1)
( 3. 5) e ( 3. 6)
onde (i = ~ (3.9), sendo bi definido anàlogamente à bT.
Para os casos de não haver turbulência exterior, Schlichting
(4) propee:
(3.10)
que apresenta boa concordância com os experimentos de Reicha:rot.
A aplicação da teoria do comprimento de mistura re
Prandtl conduz-nos à seguinte relação entre os perfis de velo
cidade e os de temperatura:
fl (~V) ={f(n)] ( 6)rr/(é,,,.)n: (3.11)
onde (~)rr e (6111\:x sao as componentes do tensor difusividade turbi
lhonar de grandeza escalar e de quantidade de movimento, res
pectivamente, para a secção transversal do jato.
Hinze (l) relata diversos resultados teóricos e
experimentais obtidos por Van der Hegge Zijnen, Corrsin, Keagy
e Weller e outros, fornecendo (&~·). . / (&,..) rr xx
0<: 1. 4 ( 3.12),
aproximadamente constante para tôdas as seccções da região pr:in cipal do jato.
17
Pela própria definição de bi' k = ln2
Tendo em vista (3.10) e (3.11) podemos escrever que
( 3 .13)
Supondo que (3.12) se mantenha também para o nosso ca
so, temos:
Uv.J • .,. U c:J • {"' f • 7; J} °' Na fig. 1 observamos que
e
Com (3.5) ,(3.6) ,(3.13) ,(3.14),
V = v1 +/:J. vm.exp tk7: o<. J
T = Ta+Li Tm.exp tk?;]
obtemos
Substituindo (3.18) em (3.3) e transformando, ficaremos
JQ ~ T
2 -d exp (-k ?r)]
( 3.15)
( 3.16)
(3.17)
( 3 .18)
com
(3.19)
Desenvolvendo a expressão acima em série de Taylor,
excluindo os têrmos de ordem superior à primeira, pois Tn/Ta
<<1, obtemos:
fi. Ta: ( 3. 20)
T
18
Finalmente, substituindo (3.20) e (3.17) em·. (3.4) e
tendo em vista (3.9), obtemos após desenvolvimento das expres-
-soes:
}'0 (1!,/-42
) :/ = 4Pa. ~ /J.AJ-=(J~. exp[k«-1:,tªJ. dr
- t, 7:: 1:.,. [-• (t +!!o<) t · d 1 +
( 3. 21)
As integrais acima são tôdas do tipo:
J oO 2
x.e-ax. dx = (1/~ (3.22)
Resolvidas as integrais (3.22), obtemos finalmente:
f / 2 k. "fq" (4ª_ ,qª)
~OT ) = ___ [_j_f::,.____,;:,__(_ ,1 -J--e-=[ãf--J. -fl-=7:,.,,:-:) ( 3 • 2 3) 4, 8...J./1J-,, -- .,,., +4Ll-<1 ---.-
j. .,.., «- -=rc:- · ( t +o<.) "" t?o(. 1 +eo<. ~
3.2 - EQUAÇÃO DA ENERGIA
Admitindo-se escoamento incompreensível o valor da ental
pia introduzida pelo
1fdo2 He(I) = J'ó' tJõ 4
jato, passando pela secção I (fig.l) será
( 3. 24)
19
E na secção (II)
He (II) = Íf(r)O-(r) 21ír CP (T-Ta)dr (3.25)
Pela conservação do excesso de entalpia, temos:
t) rrd: j.o ro .Jo IL'.1õ -;q:- Cpj1T 0 = _p(r)tJ(r) 27Tr CP (T-Ta) dr ( 3. 26)
Como cp é pràticamente constante para a faixa de temper~
turas por nós abrangida e ainda substituindo_f),.ilv,AT da mes
ma forma como o fizemos na dedução da equação anterior.; obte
mos:
L.\ '""' ~ 'f- LJT,..,) + L\<l;,... {_J_ _ L.\ T-- ] TC'i r1 2Tc. Lt+ot. (2,.oeJ Ta. ( 3. 27)
3.3 - Observações
As equações (3.22) e 3.27) apresentam 3 incógnitas, asa
ber:
bT, À vm, e 11 Tm, constantes em cada sec çao, mas vari~s
de secção em secção, isto é, são funções de x.
A substituição dos valores de~Tm medidos, permite-nos
resolver o sistema de duas equações adLas incógnitas.
O sistema foi solucionado pelo computador IllM 1130 do
Departamento de Cálculo Científico (DCC), pelo método de ite
raçoes.
4. APRESENTAÇÃO E COMENTÁRIO DOS RESULTADOS
4.1 - Medidas axiais de temperatura.
20
A fig. 4.1 apresenta a queda de temp.axial, para diferen
tes razões m=v1/v0
e L,=14,7d.
Para compararmos com resultados existentes no caso de es
coamento laminar no exterior, usaremos os perfis de velo
cidade.
4.2 Queda axial de velocidade.
Estão representadas na fig. 4.2 os pontos relativos às v~
locidades calculadas com as equações (3.22) e (3.27) por
substituição dos valores de .6. Tm medidos, e também as
curvas Ll.v- /Lii;., = x/xc dadas por Forstall e Shapiro ( 3) , p~
ra diferentes valores de m com escoamento paralelo sem
turbulência.
,,Qk.. - , O primeiro'Vque nos chama a atençao e a diferença dos com-
primentos x0
dos núcleos, havendo e não havendo turbulên
eia exterior. No primeiro caso, o núcleo varia bastante
com v0/v1 , o que não acontece para o segundo.
Em consequência disto, há uma queda axial de velocidades,
bem como de temperaturas, muito antes pa~a o caso de ha
ver turbulência exterior. Como no caso (4.1), obserYa.,,se
ainda que a taxa de queda dé velocidade axial aumenta com
vl/vo.
Para uma mesma grade, provàvelmente essa tendência deve
ser geral, pois mantida a mesma geometria, a difusividade
turbilhonar aumenta com m.
As hipóteses de~ Tn/Ta << 1 e a da similaridade, intro-
21
o + + >
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1
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1
0,5 +
Fio, 4.2
: Forstoll e Shapiro (ase. laminar)
1 -----: E q. ( 3·22) e (3·27) paro esc. ext.
1 turbulento
-
Xc = ( 4 + 12 m) do (laminar)
• 1 ,. \ \\ \ '
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1 )(
1 1
l + ,· 1 1 '
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(, -- )( --A- - - - - --A- ______ -A-'! b~6- ____ _
s 10 20 30 X/do
compo ração do quedo de velocidoóe axial, com e eem turbulência exterior
1 "
l\l 1\)
23
duzidas na dedução das equações de excesso da Quantidade
de Movimento e da Energia, restringem a sua aplicabilid~
de para regiões não próximas à origem. A fig. 4.2 apre
senta esta delimitação (x/d>5) com uma linha tracejada.
As curvas de velocidade para ~1/6 aproximam-se para
os dois casos (com e sem turb. exterior), havendo porém,
maior queda axial na situação por nós enfocada.
4.3 - Confronto dos valores de bT medidos, calculados e teóricos.
Na fig. 4.3 observamos o fato importante de estarem os
valores de bT calculados bastante próximos dos medidos
diretamente.
Este fato nos sugere a aplicabilidade das hipóteses de
similaridade e simetria axial.
Apresentamos também no mesmo quadro os valores de bT ca~
culados pela fórmula empírica de Forstall e Shapiro (B).
Pelas mesmas razões apresentadas em 4.2, os resultados
calculados são apenas garantidos dentro da região delimi
tada na figura.
4.4 - Perfis adimensionais de temperatura.
A figura 4.4 apresenta os perfis adimensionais deÃT/LlTm
para diferentes secções do jato em diferentes relações
m x/do
-1- 1/6 15
)( 1/6 20
l> 1 / 3 10
'i7 1/3 25
<:! 1 / 2 20
!:,. 1 / 2 25
+ l>
! V /
X
t> t.
- ~5
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/4
À
-1.0 -0,5
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75
.50
.25
o
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IS
V
+
X
: exp. ((-ln~>11:J
~
<I
0,5 ,p 1,5
C>
o
I A
A<JX~
Fig. 4. 4: Gráfico com pontos medidos diretamente comparados à curva teórica similar para tôdas as secções e dif. •'m"
~
2
"
\
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1 <D C\I rt) (\J rt) <D ~' "D
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o
~'--v---' ,. (.)
sop1p•"' º'2~tinbe rt) ..,. b u.
o .. S> -
E E
26
v0/v1 , comparados com a curva teórica f('7T)= exp[-kl~],
que pela hipótese de similaridade é a mesma para tôdas
as secções do jato.
Os pontos obtidos pelas medições correspondentes a dif~
rentes relações v0/v1 em distintas secções do jato, si
tuam-se aproximadamente numa faixa acompanhando a curva
teórica, sugerindo a aplicabilidade da hipótese de simi
laridade, pelo menos aproximadamente.
4.5 - Relação entre a difusividade turbilhonar de uma grande
za escalar e de quantidade de movimento.
A finalidade desta série de medições foi a de verificar
a relação entre os perfis de velocidade e temperaturas
transversais, dando assim uma idéia da relação entre as
difusividades turbilhonares ~ ... e i-i,
Já vimos que {e,rp {-kvi)l"'= exp {-k,: J (4.1)
onde oC = (Gv )rr/(G.r. )xx =1;4 para jatos com ambiente
circunvizinho não turbulento.
Da expressão
'? 2 OC: /f'J:v2 =
(T
acima, obtemos fàcilmente:
b2 T
7 V
( 4. 2)
Os valores de bT e bv podem ser obtidos tanto em per
fis adimensionais quanto em perfis dos valores em verda
deira grandeza.
27
· A fig. 4.5 mostra os perfis adimensionais para velocida
des e temperaturas medidos, para JD;:1/6,
Para a relação m=l/3 os valores de bT e bv -sao medi-
dos em curvas reais, apresentadas na fig. 4,6 e 4,7 .
Os resultados sao:
m b T bv cC
1/3 6,6 4,9 1,81
1/6 7,2 6,0 1,44
Os valores de bT que adimensionalizaxam as abcissas dos
perfis dados na secção 4.4 foram obtidos de maneira aná
lega à utilizada para o presente caso de m=l/3.
Hinze (1) relata que para perfis adimensionais atrás de
cilindros, ol = 1185, obtido experimentalmente. à medida
que m cresce, aproximamo-nos da condição de predomi
nância das esteiras provocadas pela grade. Os resulta
dos obtidos seguem essa tendência.
Na figu.ra 4.8, sugerimos uma curva de variação de oecom
m, cuja investigação mais detalhada poderia vir a ser
um nôvo trabalho de pesquisa.
Seria interessante estudar as propriedades estatísticas
da turbulência nêste sistema para casos intermediários
"
veloc . .....___ 111 v ~T
Tomp\:" ~Vm L',. Tm
m = 1 /6
X/ d0 = 12
012 li (111 >n)
Fig, 4.5; Gra'ficos adimensionais de velocidades
temperaturas transversais, para obteni:ão
d<Y rela~ão entre as respectivas difusi
vidades turbilhonares.
bv : 6, O
bT = 7,2
2 o(_ = (bT /bv)
N O)
,ro
o ... '"° 1 E ...
HO
_:r, l- ...l-~~~_.LM) .• .L .. ..L -1- ....._ io
o .... 1
E .,o
...
440
L- .L L -J.-_l, __ .L..- ...J_
-ZO -IO
bT ' 6,6
L ' 25 d
m ' l /3
X ' 12 do
l~--'r{m•J
~
10
bT ' ~ 2
L ' 25d
m' 1/6
.L = 12 do
.l -~r (•m)
F I g. 4. 6 Perfis de temperatura em se~ões
transversais do jato
29
o
o
20
8
6 bv• 4, 9
~ e m =l. 3
2 r./d." 12
~ 10 1
~
10
FIG.4.7 VELOCIDADES TRANSVERSAIS NO JATO
-6 -4 -2 o 2 4 6 rCmmJ
1.80 ai
oi
1.60
1.50
1.40
1.85 esteiros
-m:.L 3
x calculados
-m"J. 6 jatos
.1 .2 .3 .4 m
FIG. 4. 9: Passivei transição do valor da relação das
difusividades, de um valor prÓpio poro jo tos
ao de esteiros, obtido coma o variação de"m"
o
30
31
entre jato circular e escoamento tipo esteira. O prese~
te resultado sugere que se pode obter estes estados in
termediários no sistema utilizado, unicamente variando
m, sem alterar a geometria.
Deveese lembrar que os perfis de temperatura e velocida
de dêste ítem, e que nos levaram a calcular o<: , foram
medidos em linhas ortogonais, como consequência do ar
ranjo do equipamento, Portanto, a validade dêste cálcu
lo depende da hipótese de axissimetria, ou ao menos, si
metria para um giro de 90º sôbre o eixo do jato. Esta
Última restrição procede, pois para a região central do
túnel de vento, o sistema realmente possue tal simetria.
Dada a consistência dos,valores calculados com a hipót~
se de axissimetria, é provável que ela exista.
4.6 - A DIFUSIVIDADE TURBILHONAR NO TÚNEL DE VENTO.
4.6.1 - Introdução teórica.
Para v0/v1 = 1 abrangemos a situação de uma
fonte fixa, aproximadamente pontual, emitindo -
continuamente calor num meio turbulento.
Este calor será difundido para o meio, que no
caso passa pela fonte com velocidade média uni
forme v1 .
Supondo difusividade térmica isotrópica e cana-
32
tante, podemos aplicar ao nosso caso, o resulta
do teórico obtido por Carsllaw e Jaeger (5) ,pa~
ticularizado para a difusão da concentração por
Uhl e Gray (6).
A expressão final é:
• X ( 4. 3)
onde: ~ = difusividade térmica total
X = distância do ponto de temperatura Tm à
fonte de calor (saída do jato)
Com dados fornecidos pelas medições do grupo
III de medições, podemos plotar a variação de
/}. T0
/6Tm com x, o que está apresentado nas
figuras 4.9 e 4.10.
Aos pontos de 60 < x < 160, ajustamos uma reta,p~
lo método dos mínimos quadrados, via Computador
IBM 1130, sub-rotina APOL. to trecho para o
qual, aplicando a expressão teórica (4.3), cal
culamos a difusividade turbilhonar, bastando p~
ra tal obter a inclinação da reta ajustada, Na
realidade estamos tomando um valor médio cons
tante para a difusividade, e associando êste va
ler constante para o ponto médio do trecho va-
' 1 1
1 "
1
1 REGIÃO OE OIFUSIVIOAOE 1 TURBILHONAR CONSTANTE
0 1 1
15 1 1
1
5
o 50 60 100 150
FIG. 4. 9 : CÁLCULO OE E V- ATRAVÉS DAS INCLINACÕES ACIMA.
, , ,
, , ,
'
<I L=l2,8d
L=l4,7d
,0,. Ls21,5d
X mm)
tg o
,,
V
15 4
ô. , , , ., .,
, , 'il'' , , , 10 , , ,, , ,
,
I 8 év, X
d 2 -. ,r
L• 25 d
Lr 27,5d L• 40d
<!
,,
:81 :81 :81 :81 ~ o L_.:::_ ___ __.,::-.:.1-·---------,-L-----+----~~
50 60 100 150 200 · X (mm)
Fig. 4.10 CÓI culo de év atravt's da• inclina~õe,. acima
35
riando L, obteremos vários valores de G~, médios
para cada trecho, ao longo da secção do túnel
de vento.
As figuras 4,lla) e b), comparam os valores de
,~ calculado pela expressão
(' \ 62 (:,~ = V ,V • L
para 'turbulência homogênea e isotrópica
de grades, e com Gv = 0,02.v1 .n.VA
( 4, 4)
atrás
(4,5)
para a difusividade no escoamento completamente
desenvolvido em tubos.
l A expressão (4,4), onde v é a flutuação da ve
locidade, e L é a escala de turbulência, surge
nas teorias do comprimento de mistura, como tam
bém foi proposta por Von Karmann (7), \~ Os valores de vv- e L foram extraídos do tra
balho de Dryden (8), próprios para escoamento
atrás de grades.
A fórmula empírica (4,5) é dada por Sherwood e
Woertz (9), onde:
v1 = velocidade média do fluído
D =
tro
rt =
diâmetro do tubo (no caso, usamos o diâme
hidráulico)
dP i d :X:.
f 2 2P1
36
A figura 4,lla) mostra as regiões de validade
das fórmulas utilizadas, e a região por nós a
brangida.
A linha tracejada sugere uma transição de escoa
mento atrás de grades, para escoamento turbulen
to em tubos. (x/D - 50).
A figura 4.llb) é a mesma, com escala dos x am
pliada, realçando a região medida no presente
trabalho.
X
• 1(
X
X
T u s o s G" .. 0.02 ,,.. Dn - - -- - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - - - -- - - - -~------
, , , ,
/
, , ,
I I
/
DRYDEN ---------------~~-----------
X
100 500 X/d 1.000
I I
' I
.,
1,500
Fig. 4.lla) Camparacão de difusivida des turbilhonares,calculadas para situa cões: tubo, tubo com grade na entrada e medicões na
região inicial. da seccão de teste. :,·
T U B O S --------- -- --- - - - --- - - - - -------
)C
5 l(
D R Y D E N - - - - - - - - - - - - - - - - - 1(- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
1( )(
)C
o 20 40 x,6
Fig. 4.11 b): Idênticamente a 4,lla), com escala x/d ampliada.
39.
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES
A turbulência no escoamento paralelo ao jato r~
duz consideràvelmente o comprimento xc do núcleo inicial,pr~
vocando o início da queda de temperatura axial em regiões
bem mais próximas à saída do jato que nos casos de o escoa
mento exterior sem laminar, ou de baixa turbulência. A aber
tura de jato também se torna maior. Esta notável diferença
é de grande interêsse prático em sistemas de combustão.
A taxa de queda de temperatura e velocidadecre~
ce com o aumento de v1/v0
, onde v1 é a velocidade média do
escoamento exterior e v O
a vel.ocidade média de saída do ja
to.
Os cálculos de bT baseados nas equaçoes teóri
cas e as medições dos mesmos, bem como os perfis medidos di
retamente, sugerem boa aproximação dos resultados obtidos ao
se supor axissimetria e similaridade para o presente caso.
Para m-0 o jato aproxima-se da condição de j~
to livre, ou de jato com escoamento exterior laminar para o
qual a relação o( entre a difusividade turbilhonar térmica e
a de quantidade de movimento tende para 1 1 4. Vimos que pa-
ra lll= 1/3 e menos, a razão oC tende para um valor 1.85 que
é o usualmente encontrado para esteiras e jatos planos. Este
40
resultado difere daquêle apresentado por Forstall e Shapiro
(3), para escoamento externo laminar, onde propõe um
valor para oC •
único
Os valores de difusividade turbilhonar me
didos no Túnel de Vento, atrás da grade, variam de um máximo
em x/d = 20 (x/M; 4), decrescendo depois até provàvelmente
tenderem assintoticamente a valor constante aproximadamente
igual à metade do máximo inicial.
Não se conhecem trabalhos de medições de
difusividade nesta região próxima à grade, talvez tipicamen+
te não isotrópica, mas de grande interêsse prático.
Usando as mesmas técnicas de medição, isto
é, tubo Pitot e termopar, seria de interêsse medir perfis de
velocidade e temperatura em vários jatos, para determinar se
a razao entre a difusividade turbilhonar de quantidade de mo
vimento e a de calor é constante para cada jato, ou se varia
ao longo do mesmo.
Para estudar o efeito da geometria no sis
tema será mais fácil fixar uma grade e variar o diâmetro de
saída do jato.
t importante notar que nêste sistema, para
41
uma mesma geometria, é possível se obter razoes de difusivi
dade turbilhonar de quantidade de movimento e de calor, va
riando daquela característica de esteiras para valores inter
mediários até os próprios jatos axissimétricos. Isto pode
ser usado como uma ferramenta para estudar a variação da es
trutura da turbulência entre os dois casos, com o objetivo
de relacionar o transporte de calor e de quantidade de movi
mento às propriedades estatísticas do escoamento. Em parti
cular, as medições de distribuição espectral e correlação e~
pacial com um anemômetro de fio quente, seriam um primeiro -
passo nêste sentido.
42
B I B L I O G R A F I A
1 - Hinze, J. O. Turbulence, "An IIitroduction to i ts Me-
chanism and Theory" - McGraw-Hill Book Company, Inc,
1959, New York.
2 - Squire, H.B., e Trouncer, J. - "Brit. Aeronaut.Research
Council Repts. and Mem." 1944,
3 - Forstall, W., e Shapiro, A,H. - "Journal Applied
nics" 17, 399-408, 1950,
Mecha
4 - Schlichting, H. - "Boundaru Layer Theory", McGraw-Hill
Book Company.
5 - Carlslaw, H.S., e Jaeger, J.C. - "Conduction of Heat in
Solida", Calendon Press, Oxford, 1947,
6 - Uhl, V.W., e Gray, J.B. - "Mixing, Theory and Practice"
Academic Press, New York and London.
7 - Karman, Th.von "J. Aeronautic Sei." 4, 131, 1937.
43
8 - Dryden. H.L.
1, 7-42, 1943.
"Quarterly of Applied Mathematics"
9 - Sherwood, T.K. e Woertz, B.B. "Industrial Engineering ,,
Chemistry, 31, 457, 1939.
44
N O M E N C L A T U R A
b1 raio para o qual a propriedade item a metade do seu
valor máximo na mesma secção do jato; bT para temp~
ratura ç bv para velocidades.
CP calor específico
D diâmetro do duto do escoamento exterior ao jato
d diâmetro exterior dos tubos da grade
d0
diâmetro interno di tubo do jato
L distância da saída do jato ao plano central da grade
M malha da grade
m relação entre a velocidade do túnel de vento e a do
jato
P pressao estática; P0
na saída do jato; P1 de aten
ção do rotâmetro; P2 no rotâmetro
r raio do ponto em coordenadas cilíndricas
T temperatura absoluta; T0
saída do jato; T1 de afe
rição do rotâmetro; T2 no rotâmetro; Ta ambiente;
Tm temperatura no eixo do jato
v velocidade; v0
do jato; v1 do túnel de vento; vm ve
locidade no eixo do jato
x eixo nas coordenadas cilíndricas; xc comprimento do
núcleo do jato
45
S!MBOLOS GREGOS
oC relação entre a difusividade turbilhonar de uma gra~
deza escalar e a de quantidade de movimento
G difusividade turbilhonar; (Gw,)ij componente do ten
sor difusividade turbilhonar de quantidade de movi-
mento; ( f,i ) ij de grandeza escalar
A coeficiente específico de fricção na parede do tubo
'7 .JJ
definido por 'Pi massa específica;
r = ~
j)0
na saída do jato; .,P1 nas con-
diçÕes de aferição do rotâmetro; .,P2 no rotâmetro.