ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA

(EIV)

LANCHERIA, PIZZARIA E RESTAURANTE RECREAÇÃO E LAZER

Rua Barão do Rio Branco, n° 758, Bairro do Parque Farroupilha- RS

Parte do Lote nº 02 e lote nº 03- Quadra 0158

1- APRESENTAÇÃO: O presente Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) objetiva promover uma análise dos possíveis impactos causados na área vizinha ao empreendimento pretendido, no caso comércio e serviço destinado à recreação e lazer (lancheria, pizzaria e restaurante noturno), através do levantamento e avaliação das diferentes variáveis que o compõem, conforme previsto no art. 119, 139 e Anexo 2.2 da Lei n° 3464/2008 do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de Farroupilha (PDDUA). Tal estudo poderá revelar medidas mitigadoras de possíveis impactos causados na vizinhança, previamente à emissão de respectivas licenças de funcionamento, a fim de primar pela qualidade de vida da população vizinha. O EIV analisará os efeitos, positivos ou não, do empreendimento quanto a: I- Adensamento populacional; II- Adequação de equipamentos urbanos e comunitários; III- Uso e ocupação do solo; IV- Valorização imobiliária; V- Geração de tráfego e demanda por transporte público; VI- Ventilação e iluminação; VII- Paisagem urbana e patrimônio natural e cultural. 2- IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA E DA PROPRIEDADE: O imóvel situa-se na Zona Urbana de Farroupilha, mais precisamente na ZAB- Zona Ambiental B, definida como Centro Urbano e Corredores Terciários, lindeira ao centro urbano, onde se verifica potencial para expansão das atividades da ZAA e se incentiva o desenvolvimento de corredores terciários de comércio e de prestação de serviços, em vias arteriais de alguns bairros.

O prédio destinado a escritório, sanitários, depósito e cozinha foi originalmente edificado para uso comercial, obtendo habite-se de 62,90 m2 em 08/03/2007, para abrigar uma revenda de carros, a qual também possuía, na ocasião, telheiros em madeira com cobertura de telhas de fibrocimento, edificados de modo rudimentar e em caráter provisório, para proteção dos veículos contra intempéries.

Telheiros provisórios existentes

Sobre o lote administrativo nº 03, da quadra 0158, com área de 895,50 m2, conforme matrícula foi posteriormente erguido um pavilhão com área de 289,39 m2 dentro do lote. Para efetivação do empreendimento, parte da área do pavilhão destina-se à cozinha (50,67 m2), depósito de bebidas (78,53 m2) e depósito de produtos alimentícios (27,84 m2). Acrescenta-se a área correspondente à sala comercial existente (62,90 m2), toldos (129,04 m2) e telheiros provisórios pré-existentes no interior do lote (115,00m2). O IA (Índice de Aproveitamento) do empreendimento é de 348,98 m2 (incluídos os toldos provisórios) sendo o efetivo do lote de 480,28 m2. A TO (Taxa de Ocupação) do empreendimento é de 463,98 m2, sendo a efetiva do lote de 595,28 m2 (incluídos toldos e telheiros provisórios), restando ainda uma área permeável de 222,52 m2, pavimentada com brita grossa. Segue tabela com índices urbanísticos permitidos para a ZAB.

ÍNDICES PERMITIDO EFETIVO

IA 4- 3.582,00m2 480,28 m2

TO 80 %- 716,40m2 595,28 m2

PERMEABILIDADE Mínimo 10%-89,55m2 221,55 m2

Sobre o recuo de ajardinamento está edificada parte do telheiro provisório, desde a época da concessão da Carta de Habite-se e cuja atual função é de também abrigar e proteger os veículos dos clientes. A provisoriedade justifica-se, em função do tipo de material perecível empregado e do pé-direito baixo, que não permite outro aproveitamento destes telheiros senão como estacionamento coberto, oferecendo conforto ao cliente cuja permanência pressupõe-se breve, já que são servidas pizzas e fast food. O empreendimento resulta também em uma regularização e adequação de uso de parte do pavilhão existente, nos fundos do lote, o qual abriga também uso residencial e depósito no restante da área. Erguido parcialmente em alvenaria de tijolos maciços rebocados e fechamento com telhas de fibrocimento dispostas verticalmente, possui ainda paredes divisórias em madeira, revestidas de PVC na cozinha e depósito adequados, bem como toldos de lona para acomodação de mesas e cadeiras em PVC.

Interior do toldo Área coberta por toldo 3- OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS DO EMPREENDIMENTO: O objetivo principal do empreendimento é destinar-se ao uso como lancheria, pizzaria e restaurante com funcionamento em horário alternativo, principalmente noturno, explorando serviço de refeições do tipo fast food e pizzas. A fim de adequar o uso do pavilhão, foram mantidos os telhados, as paredes externas e os pés-direitos, tendo sido executados forros e divisórias em PVC e realizadas melhorias na estrutura, revestimentos, pintura, pisos e instalações elétricas e hidráulicas para melhor higienização do espaço. Foi também interligada a cozinha e pavilhão com a sala comercial existente.

Paredes de PVC- depósito Ligação entre os espaços

Cozinha-ampliação e adequação Escritório-adequação de sala

A idéia resultou da carência de espaços semelhantes no município e região, que além do serviço de tele-entrega (delivery), atendesse a um público confortavelmente acomodado nas 50 mesas disponíveis no local.

Espaço externo e sob os toldos, destinado às mesas 4-LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA:

5- POPULAÇÃO FIXA E FLUTUANTE: A população fixa do empreendimento é de 10 funcionários, sendo que o atendimento se faz a, aproximadamente, cinquenta clientes em dias úteis e duzentos clientes em finais de semana. 5.1-Área de influência na vizinhança: Sob o ponto de vista de interações com o ambiente circunvizinho, destaca-se que o empreendimento trará muitos benefícios à população local,

possibilitando que comerciários, moradores dos arredores e turistas em geral, possam realizar refeições com comodidade, uma vez que o empreendimento é bem localizado, de fácil identificação e acesso, além de servido por vias urbanas adequadas, de bom gabarito e pavimentadas, em especial a Rua Barão do Rio Branco.

A proximidade com o acesso à RSC-453 também é um importante fator condicionante.

Pelas características já citadas, em especial a localização privilegiada, o empreendimento atuará como pólo atrativo local e regional, principalmente em função do horário diferenciado, (das 18 h às 23 h e 30 min., nos dias úteis e domingos, estendendo até as 06 h às sextas-feiras e sábados) visando atendimento aos freqüentadores e apreciadores de atividades de lazer noturnas e beneficiando um público diversificado e significativo.

6- TRÁFEGO E TRANSPORTE COLETIVO: O trafego local é constante, porém não afeta o empreendimento, que possui ampla área interna de estacionamento e é servido por linha regular de ônibus urbano. As vias do entorno também possuem grande quantidade de vagas de estacionamento (Ruas Barão do Rio Branco, Rua Castro Alves, Rua Giácomo Brutomezzo e Rua José Gasperin), uma vez que o comércio lindeiro atrai pouco público flutuante, por ser formado, na sua maioria, de oficinas mecânicas e empresas de serviços de manutenção, com vagas internas ao lote.

Rua Barão do Rio Branco

Estacionamento – 9:00 hs Estacionamento – 12:00 hs

Rua Barão do Rio Branco Entorno imediato Afora os horários comerciais, o estacionamento livre fica ocioso, principalmente a partir das 19hs e finais de semana, favorecendo o usuário que pretende fazer refeições noturnas no local do empreendimento.

A Rua Barão do Rio Branco é ligada diretamente à RSC-453, no sentido Norte e ERS-122 no sentido Sul, facilitando acesso à estação rodoviária e ao terminal de transporte coletivo urbano, na antiga estação férrea, e corta a cidade como via arterial interna, no sentido Norte-Sul, fazendo a ligação com os principais acessos à cidade e saídas para Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Porto Alegre.

7- VOLUMETRIA DO EMPREENDIMENTO: O restaurante e pizzaria se localizam sob o toldo, sendo o escritório e os sanitários na sala comercial existente e a área de apoio (cozinha e depósito) parcialmente no pavilhão e na área ampliada.

Escritório e sanitários Restaurante e pizzaria Com características típicas de arquitetura comercial, utiliza paredes de alvenaria de tijolos parcialmente rebocados e chapiscados e uma intervenção através de toldo em lona (PVC) sobre estrutura metálica com vãos transparentes, garantindo assim iluminação natural. A carga e descarga para abastecimento é executada internamente, em horários pré-definidos.

Visuais a partir da Rua José Gasperin e ao nível do passeio da Rua

8- INFRAESTRUTURA, SANEAMENTO E ABASTECIMENTO: 8.1-Rede de Esgoto: Todo o esgoto gerado pelo empreendimento é tratado no local com sistema de fossa e sumidouro, conforme habite-se. A via é servida de esgoto pluvial. Quando do asfaltamento da Rua Barão do Rio Branco, a rede pública de coleta de esgoto pluvial passou a ter diâmetro de 100 cm, em frente ao lote. A demanda do empreendimento não afetará a capacidade de esgotamento da rede interna ou externa da propriedade. 8.2-Rede de água Potável: Quanto à rede de abastecimento de água potável, é feita pela CORSAN-Companhia Riograndense de Saneamento, através de canalização pública na via, cuja entrada se dá junto ao portão de acesso à propriedade. Não há necessidade de mudança na rede de abastecimento. 8.3-Rede de Energia Elétrica e Iluminação Pública: A energia é abastecida pela concessionária local (RGE- Rio Grande Energia), sendo por posteação junto ao meio-fio. As áreas adjacentes são perfeitamente iluminadas, não sendo necessárias medidas mitigadoras, atendendo à demanda e à necessidade do empreendimento.

8.4-Pavimentação: Todo entorno é pavimentado por basalto (paralelepípedos), sendo a via principal com pavimentação asfáltica. O interior do lote possui área permeável mantida através de brita no estacionamento e brita ornamental em áreas tratadas paisagisticamente.

8.5-Arborização Urbana: Com a pavimentação asfáltica, a Rua Barão do Rio Branco foi rearborizada, tendo sido plantadas palmeiras nativas do tipo Syagrus romanzoffiana (Jerivás).

8.6-Arborização Interna: O interior do lote é desprovido de vegetação de médio e grande porte, possuindo apenas vegetação exótica e ornamental.

9- MELHORAMENTOS PÚBLICOS: Conforme a proposta do projeto não há melhoramentos públicos previstos para o local, uma vez que são desnecessários para o empreendimento em questão. Não há previsão e necessidade de mudanças na malha viária do entorno do empreendimento, o qual não trará adensamento significativo no fluxo de veículos, tendo transporte coletivo e acessibilidade satisfatórios. Para uma melhor utilização do espaço, sugere-se melhorar a sinalização turística, incluindo o empreendimento no roteiro turístico gastronômico; 10- IMPACTOS NA FASE DE IMPLANTAÇÃO: As obras de reforma não causaram maiores impactos junto à população vizinha, uma vez que não ocasionou grandes movimentos de entulho de materiais de construção, pois á área do lote oportunizou que os trabalhos fossem internos ao mesmo e não utilizassem o passeio. Todas as obras de reforma foram internas, sendo executada reforma parcial no pavilhão dos fundos do lote, visando um mínimo de agressão ao entorno, assim como

racionalidade construtiva, uso dos recursos, buscando o desenvolvimento equilibrado. Não há geração de impactos significativos na fase de obra e de operação, de forma que a implantação não afeta o ambiente no qual está inserido, bem como não causa impacto no entorno próximo. Dessa forma, não se faz necessário programa de monitoramento do empreendimento. 11-POLUIÇÃO AMBIENTAL: Devido à existência de uso residencial no entorno, ainda que em minoria, o efeito dos níveis sonoros deverá ficar dentro dos parâmetros da tabela abaixo, conforme NBR 10151.

Tipos de Áreas Diurno Noturno

Áreas de sítios e fazendas 40 35

Área estritamente residencial urbana /hospitais/escolas 50 45

Área mista, predominantemente residencial 55 50

Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55

Área mista com vocação recreacional 65 55

Área predominantemente industrial 70 60

Eventuais eventos noturnos não poderão produzir ruídos com níveis maiores que o permitido. Do contrário, deverão ser propostas medidas mitigadoras que se adéqüem à NBR 10151, através de laudo técnico e projeto específico de tratamento acústico, elaborado por profissional habilitado, de forma a não descaracterizar o espaço temático e não perturbar a vizinhança. A implantação do empreendimento não deverá provocar mudança na qualidade do ar, bem como produção de ruídos que mude a atual condição do local, onde os impactos são irrelevantes, havendo tão somente ruído de tráfego, mais pronunciado nos horários de pico.

Público noturno- sexta-feira

12- MEDIDAS COMPATIBILIZADORAS E COMPENSATÓRIAS: O empreendimento não aumenta a densidade média prevista para a ZAB, apesar de aumentar a do quarteirão em questão, pois a área, até então estava desocupada. O local é próprio para a atividade pretendida e constitui-se num benefício para o bairro e a cidade, o que compensará a circunvizinhança, trazendo maior valorização imobiliária à área, por valor agregado em detrimento a algum possível prejuízo ao atual “sossego” do local, uma vez que torna o local um espaço “vivo” de convívio. A revitalização do espaço gera um sentimento psicológico positivo de segurança e tranqüilidade aos moradores do entorno e passantes. 13- PATRIMÔNIO: Não há qualquer monumento, sítio ou edificação de caráter histórico, artístico, cultural ou ambiental a ser preservado no entorno imediato, num raio de 200 metros do restaurante. Após esse limite, encontra-se o Parque dos Pinheiros, importante sítio a ser preservado pelo valor ambiental e de paisagem urbana, que, contudo, não sofre qualquer influência do empreendimento. Ao contrário, passa a ser um complemento aos freqüentadores, sobretudo turistas. 14-CONCLUSÃO: Farroupilha carece de espaços diferenciados, atrativos, que absorvam o público jovem e turístico, principalmente em horários alternativos, o que se torna um diferencial para o município. Por estar no roteiro turístico da Serra Gaúcha, o serviço oferecido é necessário e oportuno e, além de suprir uma lacuna no setor gastronômico, contribui para a revitalização do espaço vazio e obsoleto. Também contribuirá para o aumento da oferta de emprego e opções de lazer dos moradores e visitantes. Portanto, este estudo conclui que a atividade de lancheria, pizzaria e restaurante não acarretará maiores impactos à vizinhança local, sendo positiva a sua implantação, qualificando o espaço urbano e o entorno. Farroupilha, 16 de maio de 2011. Arq.Marciaelisa Busetti Eng.Civil Rosangela Pasa