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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO PROJECTO DA PEDREIRA DE AREIA DA BENDADA AZINHEIRA DE BARROS - GRÂNDOLA RESUMO NÃO TÉCNICO (Reformulado) VOLUME I JOAQUIM OLIVEIRA BAIÃO Janeiro de 2007 LUSOAMBIENTE – Serviços e Projectos Ambientais, Lda. Urb. Monte Branco R. das Hortências, Lt. A, Lj. 5, 8005-194 Faro, Tel./fax: 289 425 401, e-mail: [email protected], www.lusoambiente.com LUSOAMBIENTE Serviços e Projectos Ambientais, Lda.

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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO PROJECTO DA PEDREIRA DE

AREIA DA BENDADA

AZINHEIRA DE BARROS - GRÂNDOLA

RESUMO NÃO TÉCNICO

(Reformulado)

VOLUME I

JOAQUIM OLIVEIRA BAIÃO

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RESUMO NÃO TÉCNICO (REFORMULADO) DO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA PEDREIRA DE AREIA DA BENDADA Joaquim Oliveira Baião

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1 – Introdução

Este documento constitui o Resumo Não Técnico (RNT) do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da Pedreira de Areia da Bendada. Pretende-se a implementação desta Pedreira na freguesia de Azinheira de Barros e S. Mamede de Sádão, no concelho de Grândola, distrito de Setúbal. O projecto da Pedreira de Areia da Bendada consiste na exploração de uma pedreira de areia para construção civil, com uma área de 4,9 hectares e o seu proponente é o Sr. Joaquim Oliveira Baião, empresário em nome individual, residente em Santa Margarida do Sado, concelho de Ferreira do Alentejo. O projecto em questão encontra-se em fase de estudo prévio. Foi solicitada em Maio de 2002 uma certidão de localização para a respectiva pedreira à Direcção Regional de Ambiente e Ordenamento do Território do Alentejo (actual Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo). Mas, devido a existir uma pedreira de extracção de areias em laboração a uma distância inferior a 1 km do projecto em questão (Areeiro da Água do Montinho, com o número 5697), o proponente foi informado que seria necessário realizar um processo de Avaliação de Impacte Ambiental, segundo o Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, pois o projecto em questão integrava-se no n.º 2 da alínea a) do Anexo II, deste diploma, devido à soma da área das duas pedreiras exceder os 5 hectares. A 3 de Novembro de 2003 deu entrada na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDR – Alentejo) a Proposta de Definição de Âmbito (PDA) do Estudo de Impacte Ambiental do Projecto da Pedreira de Areia da Bendada. Esta PDA tinha como objectivo inventariar as questões e áreas temáticas de maior relevância, em função dos impactes positivos e negativos que o projecto da Pedreira de Areia da Bendada pudesse causar no ambiente, para serem tratadas e analisadas no Estudo de Impacte Ambiental (EIA). O parecer da Comissão de Avaliação sobre a PDA do projecto da Pedreira de Areia da Bendada caducou em Dezembro de 2005. Contudo, no EIA foram levados em consideração os elementos constantes nessa PDA, bem como o parecer da Comissão de Avaliação. Devido às características da pedreira a criar integrarem-se na alínea a) do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 270/2001, de 6 de Outubro (potência dos meios mecânicos usados na exploração menor de 500 CV, número de trabalhadores menor de 15 e profundidade da exploração menor de 10 m), a atribuição da licença de exploração é da competência da Câmara Municipal da área do projecto, ou seja, neste caso, da Câmara Municipal de Grândola. A autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), nos termos da alínea b) do ponto 1 do artigo 7.º, do Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, na nova redacção conferida pelo Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro, é a CCDR – Alentejo.

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O EIA elaborado teve como objectivo identificar e avaliar os impactes resultantes da implementação do projecto em questão e a definição de medidas minimizadoras para esses impactes, de modo a promover o seu melhor enquadramento ambiental. A sua elaboração decorreu durante um período de 8 meses (entre Outubro de 2005 e Maio de 2006) e foi efectuada pela LUSOAMBIENTE – Serviços e Projectos Ambientais, Lda. Salienta-se que o Plano de Pedreira foi elaborado em simultâneo com o Estudo de Impacte Ambiental do projecto, pelo que integra as medidas de minimização e monitorização preconizadas nesse estudo.

2 – Localização do Projecto A Pedreira de Areia da Bendada situa-se na Herdade da Bendada, na freguesia de Azinheira dos Barros e S. Mamede do Sádão, concelho de Grândola, distrito de Setúbal (Figura 1).

A B C Figura 1 – Localização da área de implementação do projecto. A – Distrito de Setúbal, B – Concelho de Grândola, C – Localização (aproximada) da pedreira na freguesia de Azinheira dos Barros e S. Mamede do Sádão. (sem escala) (adaptado de www.anafre.pt) A Herdade da Bendada apresenta uma área total de 37,7 hectares, dos quais 4,9 hectares correspondem à área prevista para a implementação da pedreira. Esta área confina a Este com o caminho municipal sem classificação que faz a ligação entre o Caminho Municipal CM 1146 (em terra batida), com início na estrada nacional EN 259, e a localidade de S. Mamede do Sádão, a Norte com um caminho agrícola privado que faz a separação entre a área prevista para a implementação da pedreira e a área de exploração da pedreira confinante já lá existente, a Sul com um pinhal constituído essencialmente por pinheiro bravo e arbustos rasteiros e também por um caminho agrícola privado e a Oeste também com um pinhal constituído essencialmente por pinheiro bravo e arbustos rasteiros.

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As povoações mais próximas da área da pedreira (medidas em linha recta) são S. Mamede do Sádão (cerca de 1,2 km a Nordeste), Monte Queimado e Casais (cerca de 1,5 km a Este e cerca de 1,5 Km a Sudeste, respectivamente), Pizão (cerca de 1,9 km a Oeste), Assencada (cerca de 2,3 km a Sul) e Sta. Margarida do Sado (cerca de 3,8 km a Sul). A povoação principal mais perto é Sta. Margarida do Sado (concelho de Ferreira do Alentejo), sendo que as outras indicadas são compostas por habitações isoladas ou consideravelmente espaçadas entre si, encontrando-se desabitadas à excepção de Monte Queimado e São Mamede do Sádão (existe uma casa de férias). O acesso actual ao local faz-se a partir da EN 259. A aproximadamente 30 m da ponte sobre o Rio Sado (sentido Ferreira do Alentejo – Grândola), entre o km 20 e o km 21, segue-se para Norte por uma estrada de terra batida que conduz a S. Mamede de Sádão. Desde o início da estrada de terra batida até à pedreira são aproximadamente 5 km. Na Figura 2 apresenta-se a localização do projecto sobre um extracto da Carta Militar n.º 496, com demarcação da área da pedreira.

Figura 2 – Localização da pedreira de areia da Bendada na carta militar n.º 496 (escala 1:25 000). Verde – Areeiro da Água do Montinho; Amarelo – área da licenciar da Pedreira de Areia da Bendada; Laranja – área a escavar. É de referir que o caminho visível na Figura 2, que atravessa a área do projecto da pedreira da Bendada e o areeiro da Água do Montinho (pedreira junto à área do projecto), e que fazia a ligação entre São Mamede de Sádão e a Água do Montinho, actualmente já não existe, estando, em toda a sua extensão, completamente inutilizado e ocupado por vegetação. 3 – Descrição do Projecto A área total da pedreira a licenciar é de 4,9 hectares. Destes, 3,32 hectares são para a exploração, 1,26 hectares constituem a zona de defesa da exploração e cerca de 0,32 hectares constituem a área destinada ao depósito temporário das terras vegetais e estéreis, à unidade de crivagem, à báscula, às instalações sociais e sanitárias para os trabalhadores e à zona de parqueamento. A produção de areias será de

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aproximadamente 140 000 m3 (225 000 t). O tempo de vida útil da pedreira será de 8 anos sendo retirados anualmente cerca 17.540 m3 de areia, perfazendo uma média de 70 m3 diários. A exploração da pedreira de Areia da Bendada será efectuada em 8 fases, correspondendo cada fase a um ano (cerca de 0,4 hectares). Em cada fase a actividade de exploração será precedida pelas operações de desmatação e decapagem. A desmatação consiste na remoção da vegetação existente na área que será escavada e a decapagem consiste na remoção da terra vegetal, permitindo a sua preservação em pilhas para posterior reutilização na recuperação paisagística da pedreira. O volume total de terra vegetal a remover será de cerca de 6.600 m3. A extracção será a céu aberto, com a frente direccionada de Sudeste para Noroeste, a partir das cotas mais baixas de terreno para as mais altas. O desmonte será efectuado de cima para baixo num único degrau, com uma inclinação não superior a 45º. Considerando que a diferença entre cotas de exploração e o terreno varia entre 0 a 5 m, a altura do degrau será crescente em função do avanço da exploração, atingindo a altura máxima de 5 m. O piso base de exploração vai ficar a uma distância de 1 a 1,5 metros do nível freático. Os taludes (“paredes”) de escavação apresentar-se-ão com uma inclinação com a horizontal de cerca de 30º na configuração final de escavação, valor este inferior ao ângulo de repouso destas areias (variam entre os 32 e os 37º) (Figura 3). A exploração é efectuada por uma escavadora giratória, que realiza a extracção da areia, criando pequenos depósitos junto às frentes. Posteriormente, estas areias são transportadas por pá carregadora para outro depósito junto ao crivo (unidade de selecção e beneficiação de areia – peneiro), para seguidamente entrarem no processo de crivagem, seguindo-se a pesagem e expedição (transporte até ao destino final) (Figura 4). Todas as operações realizadas desde a extracção da areia até à sua expedição não produzem águas residuais.

Figura 3 – Perspectiva da configuração da escavação com os ângulos dos seus taludes. Da crivagem resulta a areia comercializável que será armazenada junto ao crivo para posterior expedição e estéreis (cerca de 0,5% do material crivado) que serão depositados em pilhas para serem utilizados na modelação dos taludes para posterior recuperação paisagística.

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Figura 4 – Esquematização dos principais processos da actividade extractiva Devido ao pouco material disponível para deposição, não será possível repor a topografia original do terreno, sendo efectuado um enchimento mínimo da área escavada que consiste em suavizar o ângulo de inclinação dos taludes e obter um ângulo a rondar os 27º, de forma a facilitar a revegetação destas áreas e diminuir os seus riscos de erosão e ravinamento. Após a deposição dos estéreis, será espalhada terra vegetal (resultante da decapagem), ao longo de toda a área explorada (cerca de 18 cm), de forma a permitir a fixação e o desenvolvimento das espécies vegetais mencionadas no Plano Ambiental e de Recuperação Paisagística (PARP). A recuperação paisagística ocorre em simultâneo com a exploração da pedreira e é desenvolvida em 4 fases. A primeira, segunda e terceira fases da recuperação paisagística correspondem, cada uma, a dois anos de exploração e a quarta fase corresponde à recuperação da área dos últimos dois anos de escavação, da área de acesso às frentes de escavação e das zonas de pargas e anexos (Figura 5). A recuperação irá de encontro ao definido no PDM de Grândola para a área em questão e a revegetação será efectuada com espécies locais, de onde se destacam a azinheira, o sobreiro e o pinheiro bravo. Os camiões de transporte serão propriedade dos diversos clientes da pedreira, pelo que não existe equipamento de transporte afecto à pedreira. Prevê-se uma média de 4 camiões diários em abastecimento.

8 º Ano 7º Ano 6º Ano 5º Ano 4º Ano 3º Ano 2º Ano 1º Ano x – poste eléctrico de média tensão sem escala Figura 5 - Faseamento do PARP em sobreposição ao faseamento da exploração.

Fase 3 Fase 2 Fase 1

Fase 4

Área de anexos de pedreira e depósitos de pargas e estéreis

Áreas de defesa

Lavra

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Os recursos humanos afectos a esta pedreira são um operador de máquinas, um administrativo e um encarregado da pedreira. O período de laboração da pedreira corresponde a um único turno de 8 horas, com um horário de funcionamento da exploração das 8h00 às 17h00 e um intervalo para almoço das 12h00 às 13h00. Os trabalhos ocorrerão durante 5 dias por semana, excepto nos feriados, durante todo o ano. O descanso semanal será ao sábado e domingo. Será construída uma rampa de acesso à frente de exploração. Esta rampa terá uma largura mínima de 6 m e uma inclinação aproximada de 8º. Esta rampa será utilizada durante as 8 fases de exploração. Será também construída uma rede de drenagem periférica, constituída por um conjunto de valas abertas na bordadura da exploração, com o objectivo de impedir o afluxo de águas dos terrenos vizinhos para o seu interior. As instalações auxiliares da pedreira irão incluir um crivo, uma báscula, um edifício modular pré-fabricado onde irão funcionar o escritório de apoio à expedição, a área social e as instalações de higiene, e um pequeno contentor arrecadação. As instalações de higiene estarão ligadas a uma fossa séptica estanque enterrada junto ao edifício pré-fabricado. Existirá ainda um gerador e um depósito de combustíveis. A água que abastece as instalações de higiene será fornecida por um depósito anexado ao edifício pré-fabricado e será periodicamente reabastecido por água da rede pública trazida em depósito cisterna pelo proponente. O abastecimento de combustíveis (gasóleo) utilizados na pedreira será realizado com recurso a um veículo autorizado que se deslocará à pedreira quando requisitado. É de referir que as actividades de manutenção dos equipamentos móveis, incluindo as mudanças de lubrificantes, serão realizadas no exterior da pedreira. Após o término da exploração do maciço na área licenciada, proceder-se-á à desactivação da pedreira. Para tal serão removidos todos os equipamentos, anexos e resíduos introduzidos durante a exploração. 4 – Impactes Ambientais Identificados e suas Medidas de Minimização

Neste ponto serão apresentados os potenciais impactes ambientais resultantes da implementação da Pedreira de Areia da Bendada, face à situação de referência, as suas medidas de minimização e sempre que considerado relevante uma descrição dos elementos ambientais afectados. No EIA foram analisadas duas alternativas: - a evolução de situação de referência na ausência de implementação do Projecto – foi efectuada a projecção da situação actual da área sem o desenvolvimento do projecto, em função das políticas gerais de planeamento em vigor.

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- a implementação do Projecto – com a criação da pedreira. A previsão e avaliação de impactes foi efectuada através da comparação entre os impactes previstos, resultantes da implementação do Projecto no local, com a evolução da situação de referência. No Estudo elaborado não foram consideradas alternativas de localização para o Projecto, em virtude da área onde se pretende a sua implementação representar a fracção do terreno do proponente onde é possível efectuar a exploração de areias de forma rentável, visto ser a que apresenta espécies vegetais de menor valor económico. Assim, o proponente não possui alternativa de localização para o Projecto. A área em questão foi estudada através da caracterização das componentes ambientais potencialmente afectadas pelo projecto, nomeadamente o clima, a geomorfologia e geologia, os recursos hídricos subterrâneos e superficiais, a qualidade das águas, os solos e capacidade de uso dos solos, a paisagem, a flora, fauna e habitats, o ambiente sonoro, a qualidade do ar, o património cultural, a socio-economia, o ordenamento do território, a rede viária e o tráfego. Como impacte consideram-se todas as modificações, em relação à previsível evolução da situação actual, que decorram directa ou indirectamente da implementação, exploração e desactivação do projecto. Atendendo à proximidade do Areeiro da Água do Montinho e à existência de outras pedreiras, foi dado particular destaque aos impactes que podem ser amplificados devido à existência de várias explorações de areia. Os impactes apresentados são classificados, sempre que possível, do seguinte modo: - não importantes, pouco importantes, importantes, muito importantes; - pouco negativos, muito negativos; - pouco positivos, muito positivos; - ocorrem de certeza, podem ocorrer, não devem ocorrer; - minimizáveis, não minimizáveis. As medidas de minimização apresentadas são medidas de âmbito geral e medidas específicas para os vários elementos do ambiente afectados. As medidas de âmbito geral aplicam-se a praticamente todos os descritores e são apresentadas em seguida. As medidas gerais a implementar na fase de exploração são: - cumprir as fases de exploração e de recuperação definidas no Plano de Lavra, de modo a promover a revitalização das áreas intervencionadas no mais curto espaço de tempo possível, e a concentração das actividades em áreas bem delimitadas para que estas não afectem, desnecessariamente, as zonas limítrofes; - implementar uma correcta gestão e manuseamento dos resíduos e efluentes produzidos e associados à pedreira, nomeadamente, óleos e combustíveis, resíduos sólidos e águas residuais, através da sua recolha e condução a destino final adequado, reduzindo a possibilidade de ocorrência de acidentes e contaminações;

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- vedar e sinalizar o perímetro da área de intervenção, de forma a limitar o mais possível a entrada de pessoas e animais e, desta forma, evitar acidentes; - efectuar acções de formação e informação aos trabalhadores da pedreira sobre os procedimentos ambientalmente adequados, sobre a legislação de Segurança e Higiene no Trabalho e sobre as normas e cuidados a ter em conta no decorrer dos trabalhos; - implementar o Plano de Monitorização, de modo a detectar a existência de eventuais desvios aos impactes esperados e proceder à sua atempada correcção. As medidas gerais a implementar na fase de desactivação são: - proceder à remoção e limpeza de todos os depósitos de resíduos ou substâncias perigosas (fossa séptica, depósito de combustível, etc.), garantindo o seu adequado encaminhamento para destino final de acordo com o especificado pelo Instituto Nacional de Resíduos; - proceder à remoção dos apoios instalados e anexos no âmbito de laboração da pedreira e regularização e limpeza de todas as áreas afectadas; - efectuar o desmantelamento e remoção do equipamento existente na pedreira de forma a garantir que, sempre que possível, este seja reutilizado ou reciclado ou, na sua impossibilidade, enviado para destino final adequado; - garantir que todas as áreas afectadas pelas actividades associadas à exploração da pedreira são devidamente recuperadas, de acordo com o PARP definido, procedendo aos necessários ajustes de forma a que exista, no mais curto espaço de tempo possível, uma ligação formal entre a área intervencionada e a paisagem envolvente. 4.1 - Clima A nível local, a exploração da pedreira poderá causar uma redução da evapotranspiração (perda de água pelas plantas para a atmosfera), devido à total eliminação das plantas na zona a explorar. O facto da remoção total das plantas ser efectuada em 8 fases, correspondendo cada fase a um ano, e da recuperação paisagística ser faseada com a exploração, não permite que exista uma grande área sem vegetação durante um grande período, contribuindo assim para a diminuição deste impacte. Pode assim dizer-se que este impacte é pouco importante, pouco negativo, que vai ocorrer de certeza e que é minimizável (em virtude do que foi dito anteriormente). O consumo de gasóleo para o funcionamento dos equipamentos da pedreira poderá contribuir para o aquecimento global do planeta, devido à libertação de gases com efeito de estufa. Contudo, atendendo ao facto de que o número de equipamentos utilizados na pedreira não é elevado e o tempo de duração da pedreira ser relativamente pequeno quando comparado com outras do género (8 anos), considera-se este impacte como não importante. 4.2 - Geomorfologia e Geologia A área de implementação do Projecto é, de um modo geral, bastante aplanada, localizando-se sobre depósitos sedimentares (areias, arenitos e cascalherias do Vale do Sado). A camada superficial do solo revela-se bastante arenosa, por vezes de aspecto dunar. As principais formações representadas no local são as areias e

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arenitos pouco compactados, com espessura entre os 8 e 10 metros, às quais estão subjacentes os depósitos de cascalheiras. As actividades que decorrem da fase de instalação da actividade extractiva, tais como a remoção da vegetação e da terra de cobertura, põem a descoberto uma extensão de solo, facilitando os processos erosivos, o que constitui um impacte negativo. Contudo, tendo em consideração o relevo bastante plano da área de intervenção, a elevada permeabilidade do solo no local e a remoção da vegetação e da terra vegetal de modo faseado (anualmente), conclui-se que este impacte é pouco importante, pouco negativo, ocorre de certeza e pode ser minimizado. A alteração do relevo, devido à extracção é um impacte importante, que ocorre de certeza, contudo, visto que a remoção das areias vai ser efectuada essencialmente em área e com uma profundidade de apenas 5 metros, considera-se como pouco negativo. Em virtude das operações de recuperação decorrerem simultaneamente com o desenvolvimento da exploração, admite-se que o volume de terras e de estéreis em pilhas a céu aberto irá ocupar uma área pequena. O material comercializável após crivagem também não se acumulará durante longos períodos criando grandes depósitos e ocupando largas áreas, em virtude de se prever que ocorra remoção diária para o seu destino final. Os impactes resultantes da deposição de terras (erosão dos materiais e diminuição da infiltração) são pouco importantes, pouco negativos, podem vir a ocorrer e são minimizáveis. Relativamente a valores geológicos, não existem aspectos de interesse particular que importe preservar. A alteração de relevo irá transformar uma área aplanada, numa área com inclinações elevadas, o que tem implicações na segurança de pessoas e animais. Contudo, ao serem colocadas as vedações e sinalizações previstas no projecto e em virtude de a inclinação prevista para os taludes da pedreira ser pequena (30º), a ocorrência de quedas perigosas de pessoas e animais diminui. Quando se verificar a recuperação das áreas exploradas, com a fixação da vegetação, este impacte diminui ainda mais. Assim, pode-se dizer que o perigo de quedas é pouco importante, pouco negativo, que ocorre de certeza e que é minimizável. A presença de várias pedreiras na área, algumas delas sem qualquer protecção em torno da zona de exploração, de modo a evitar a queda de pessoas e animais, vai agravar o perigo de quedas. As medidas de minimização consideradas são: - a realização de um desmonte adequado dos taludes nas frentes em que se efectua a extracção das areias, de modo a garantir a sua estabilidade; - a exploração faseada da pedreira, intercalada com fases de recuperação ambiental e paisagística; - a vegetação dos taludes finais da pedreira, de modo a reforçar a sua estabilidade; - construção de uma rede de drenagem a céu aberto e tendo em conta a topografia, para evitar que as águas da chuva escorram para o interior da zona em escavação;

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- verificação da estabilidade dos taludes durante a exploração; qualquer indício de instabilidade deve ser alvo de intervenção imediata, para evitar roturas. 4.3 – Recursos Hídricos Subterrâneos A área de implementação da Pedreira de Areia da Bendada enquadra-se dentro de um dos maiores e mais produtivos sistemas aquíferos de Portugal Continental, mais precisamente, no extremo Sudeste da denominada Margem Esquerda do Sistema Aquífero do Tejo-Sado. Este aquífero apresenta um alto grau de produtividade, ou seja, tem a capacidade de debitar grandes caudais de água, e a água no seu interior apresenta uma grande mobilidade, pois os materiais que envolvem o aquífero são porosos e muito permeáveis. Devido a esta grande mobilidade existe um grande risco em termos de dispersão de contaminantes no aquífero. A profundidade da escavação (5 m) não permite que seja atingida a superfície das águas subterrâneas, não se verificando alteração do escoamento subterrâneo. Contudo, o Areeiro da Água do Montinho, contíguo à área de implementação da Pedreira de Areia da Bendada apresenta uma profundidade de exploração mais elevada do que a preconizada para a pedreira em estudo e já atingiu a superfície das águas subterrâneas. Assim, neste caso, o escoamento natural do aquífero pode já ter sido afectado. A área de solo a impermeabilizar, associada à colocação das instalações de apoio e do crivo, será extremamente diminuta, não se prevendo diminuições da recarga do aquífero por diminuição da infiltração. Além disso, verifica-se o aumento da infiltração devido à remoção da vegetação e, após o final da exploração, todos os apoios serão retirados não ficando o solo impermeabilizado. O depósito das terras de cobertura, dos rejeitados e do material comercializável também poderá afectar a infiltração, contudo, devido à exploração faseada da pedreira e à frequente saída das areias para destino final, estes depósitos serão pequenos. Assim, classifica-se o impacte associado à diminuição de infiltração como pouco importante, pouco negativo e que pode ocorrer. Na fase de recuperação paisagística da pedreira, não serão utilizados materiais impermeáveis, pelo que não se prevê a diminuição da infiltração na área da pedreira e, consequentemente, a afectação do aquífero. As medidas de minimização consideradas são: - a garantia da gestão adequada dos rejeitados grosseiros e das terras de cobertura removidas nas fases preparatórias dos trabalhos de extracção; - o desmantelamento adequado de todas as estruturas e pavimentos da actividade industrial e das instalações de apoio; Relativamente à hidrogeotecnia, passível de ser afectada pela redução da permeabilidade com a consequente redução de infiltração, o revolvimento dos materiais rejeitados com a areia (em 30 cm de espessura) garantirá a manutenção de valores suficientemente elevados de permeabilidade.

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4.4 – Recursos Hídricos Superficiais Na área do projecto a infiltração das águas predomina sobre a escorrência, não se verificando a existência de nenhuma linha de água sobre a área em questão. Esta zona insere-se na bacia hidrográfica do Rio Sado, ficando o rio apenas a 400 metros. A remoção da vegetação e dos solos de cobertura pode alterar a drenagem superficial e aumentar a quantidade de partículas em suspensão na água. Contudo, visto que estas operações serão realizadas por fases, a área a descoberto é pequena e corresponde apenas à frente a ser explorada. Assim, o impacte resultante da remoção da vegetação e do solo considera-se pouco importante, pouco negativo, deve ocorrer e é minimizável. A construção de uma rede de drenagem vai permitir o controle do nível das águas das chuvas nos locais de escavação e evitar fenómenos de arraste de materiais pelas águas. As medidas de minimzação consideradas são: - a rede de drenagem a construir deve ser executada com auxílio de equipamento adequado, a céu aberto e tendo em conta a topografia; - deve ser efectuada uma manutenção periódica ao estado de limpeza das valas a instalar na periferia das áreas de escavação, e dos acessos às zonas de trabalhos. Esta manutenção deve ser feita sobretudo antes do início do período de chuvas e após a ocorrência de chuvas torrenciais, por forma a evitar o arraste de materiais; 4.5 – Qualidade da Água Águas Subterrâneas O aquífero sobre o qual se encontra a área do projecto é muito vulnerável à contaminação. A manutenção das máquinas será realizada fora da pedreira. Contudo, desenvolvem-se actividades na pedreira que podem vir a causar poluição das águas subterrâneas. Estas relacionam-se com a manutenção do crivo e do gerador, com derrames acidentais de óleos, lubrificantes e combustíveis dos vários veículos e do depósito de combustível, e com derrames acidentais da fossa séptica que será colocada no local. O impacte associado aos derrames é pouco importante e pouco negativo. Contudo, apesar da probabilidade destes episódios se verificarem ser pequena, caso não sejam tomadas as devidas medidas de controlo o impacte pode vir a ser muito importante. O possível impacte associado à contaminação das águas subterrâneas associado a derrames de combustível e/ou lubrificantes, torna-se mais relevante devido ao facto de na pedreira vizinha à área de implementação do projecto já ter sido atingida a superfície das águas subterrâneas em diversos pontos, não existindo assim qualquer camada de solo que possa vir a reter, mesmo que temporariamente, a contaminação.

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Na fase de recuperação da pedreira, não serão utilizados materiais susceptíveis de poluir o lençol freático, pelo que não se preconiza a poluição das águas na área da pedreira e consequentemente a afectação do aquífero. Águas Superficiais A qualidade das águas superficiais, tal como a das águas subterrâneas pode ser afectada pelos vários tipos de derrames que possam ocorrer. Contudo, o aumento de partículas de poeiras na água e de material arrastado pelas chuvas das pilhas de terra e areia também pode afectar a sua qualidade. Em virtude de na área do projecto a infiltração das águas predominar sobre a escorrência, de nenhuma linha de água atravessar a área em questão e dos depósitos de terras serem afastados de linhas de drenagem, o impacte do aumento de partículas na água considera-se pouco importante, pouco negativo, pode vir a ocorrer e é minimizável. Os impactes associados aos derrames, tal como para as águas subterrâneas, são pouco importantes, contudo, se não forem tomadas as devidas medidas de controlo podem ser muito importantes. As medidas de minimização consideradas para a qualidade das águas são: - devem ser tomadas precauções relativamente à introdução acidental de líquidos poluentes, por exemplo, combustíveis, dada a sua persistência e comportamento difíceis de prever, pelo que o armazenamento desse tipo de substâncias deve ser efectuado recorrendo a normas especiais de segurança, nomeadamente com a construção de zonas estanques envolvendo os depósitos; - devem existir recipientes próprios para a recolha separativa de óleos usados e materiais contaminados por óleos e lubrificantes (e.g. desperdícios e embalagens) e para a recolha selectiva dos resíduos sólidos urbanos, que deverão ser expedidos por empresas licenciadas de acordo com o Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro; - deve efectuar-se a manutenção e revisão periódicas da fossa séptica a construir, nomeadamente o seu esgotamento; - todos os trabalhos de reparação e lubrificação dos equipamentos móveis deverão ser efectuados em oficinas especializadas; - deve ser estabelecido um programa de inspecção e manutenção rigoroso dos equipamentos fixos e móveis; - no caso de ocorrer um derrame de combustível ou óleo proveniente das máquinas, a origem do derrame deve ser identificada o mais rápido possível e a camada de solo contaminada deve ser removida e enviada a destino final autorizado; - o depósito de combustível a instalar na pedreira deve cumprir as normas em vigor e quer a zona onde se encontra instalado, quer o local de implementação do gerador devem estar devidamente impermeabilizados e isolados; - o depósito de combustível deve ser desmantelado e encaminhado para destino apropriado;

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- verificar se na área de exploração não existe acumulação de qualquer tipo de resíduos de natureza industrial, como sejam embalagens de combustíveis, lubrificantes ou resíduos metálicos de natureza diversa; - verificar se existem as condições adequadas à drenagem natural dos terrenos intervencionados, não subsistindo quaisquer situações favoráveis à ocorrência de arrastamento de material sólido para as linhas de água ou órgãos de drenagem natural existentes; - verificar se não existem em toda a zona, após a exploração, quaisquer tipo de viaturas, máquinas ou equipamentos abandonados ou qualquer tipo de depósitos de materiais que possam de alguma forma criar riscos para a drenagem superficial, para a qualidade dos solos ou para a qualidade das águas superficiais e subterrâneas. 4.6 – Solos Os solos da área em estudo são solos constituídos por materiais arenosos mais ou menos grosseiros e soltos, com pouca matéria orgânica, com um relevo plano a ondulado suave. São solos com uma capacidade de uso baixa, sujeitos a riscos de erosão muito elevados, não são propícios para a agricultura, apresentam severas a muito severas limitações para pastagens, para exploração de matas e para exploração florestal, e podem destinar-se a vegetação natural ou floresta de protecção ou recuperação. O principal impacte ao nível dos solos resulta da remoção da vegetação e das terras de cobertura da área de exploração, o que conduz a um aumento da degradação dos solos e a fenómenos erosivos na envolvente do Projecto. Contudo, as acções de remoção serão efectuadas por fases, anualmente, e a implementação do PARP também será faseada e avançará simultaneamente com a exploração. Assim, classifica-se este impacte como importante, muito negativo, que ocorre de certeza e minimizável. Os solos após serem retirados são colocados em pilhas de modo a serem utilizados na recuperação paisagística, estando sujeitos a fenómenos erosivos. Contudo, devido a estarem estabelecidas no PARP medidas para a sua protecção, nomeadamente a sua sementeira, classifica-se este impacte como pouco importante, pouco negativo, que poderá ocorrer e minimizável. Em relação à unidade de crivagem prevista e colocação da báscula, a pavimentação do solo será extremamente reduzida e durante a desactivação da pedreira o solo será recuperado. Gera-se assim um impacte pouco importante, pouco negativo e que ocorre de certeza. A circulação de veículos e maquinaria, a instalação dos contentores de apoio à pedreira e o funcionamento da unidade de crivagem poderão conduzir à compactação dos solos. Considera-se este impacte como pouco importante, pouco negativo, que poderá ocorrer e minimizável. A utilização de lubrificantes e combustíveis pode levar à ocorrência de derrames, quer de veículos e equipamentos, quer do depósito de combustível, causando a

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contaminação do solo. Considera-se este impacte como importante, pouco negativo e minimizável.

Está previsto no Plano de Pedreira a adopção de medidas que visam a reposição dos solos através das acções de recuperação paisagística a desenvolver durante e após a actividade extractiva. Estes solos serão enriquecidos devido às sementeiras a efectuar quando estão em pilhas. Trata-se de um impacte pouco importante e pouco positivo. As medidas de minimização consideradas são: - a camada de terra viva será decapada e armazenada em pargas, com altura média de 3 m e coroamento côncavo de 0,3 m de largura, para permitir uma boa infiltração de água, minorar a compactação do solo e permitir um suficiente arejamento. Estas pargas serão localizadas em zonas afastadas das frentes de desmonte e das vias de circulação do circuito produtivo. A remoção dos solos deverá ocorrer se possível no período seco; - as zonas de depósito de terra viva serão semeadas com uma mistura de tremoço ou tremocilha e centeio no Outono, ou com abóboras, na Primavera, de modo a conservar a terra ensombrada e fresca e evitar o aparecimento de infestantes; - os solos provenientes das acções de decapagem serão posteriormente usados na recuperação da área explorada. A terra vegetal será aplicada em camas uniformes sobre as áreas a recuperar, de preferência antes do Outono, para que a sua aderência ao solo-base se faça nas melhores condições, após o que serão efectuadas as plantações e sementeiras previstas no PARP; - descompactação dos solos após retirar apoios e unidade de crivagem; - as zonas do depósito de combustível e do gerador devem ser impermeabilizadas e na zona do depósito de combustível deve ainda ser feita uma bacia de retenção. Caso se verifique contaminação do solo este deve ser removido o mais rapidamente possível e encaminhado para destino final adequado. 4.7 – Paisagem

Verificou-se que a visibilidade da área de escavação é muito reduzida, uma vez que para além de ser uma região bastante aplanada, esta área corresponde a uma zona de clareira envolvida por coberto vegetal muito denso, sobretudo devido a ocupação florestal do solo. Toda a actividade relacionada com a pedreira, nomeadamente as acções de remoção do coberto vegetal, a própria escavação, a colocação de elementos estranhos ao terreno (crivo, contentor, etc.) e até a poeira levantada pelos veículos e máquinas vão alterar a paisagem da zona em questão. Este impacte considera-se importante, pouco negativo e minimizável. Todos os elementos que alteram a paisagem no caso da Pedreira de Areia da Bendada também estão associados às outras actividades extractivas existentes na envolvente, nomeadamente ao Areeiro da Água do Montinho (a cerca de 50 m da área do projecto). Assim, em virtude da presença das duas industrias extractivas a funcionarem ao mesmo tempo a paisagem será mais degradada.

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Visto que a recuperação paisagística da Pedreira de Areia da Bendada vai decorrer simultaneamente com a exploração, ao longo do desenrolar da actividade, prevê-se uma melhoria na qualidade paisagística da zona explorada, devido à plantação de espécies vegetais características da região, como azinheiras, sobreiros e pinheiros, bem como uma grande variedade de arbustos e herbáceas. As medidas de minimização consideradas são: - reconstituição de um solo com fertilidade suficiente para sustentar a reposição/instalação de um ecossistema bem adaptado; - revegetação com as plantas definidas no PARP; - modelação e reflorestação das áreas definidas no faseamento do Plano de Lavra imediatamente após a exploração de cada uma; - revitalização e reflorestação da área de implantação da unidade de crivagem e das instalações de apoio; - toda a vegetação arbustiva e arbórea existente nas áreas não atingidas por movimentos de terras deve ser protegida ou mesmo recuperada ou melhorada, limitando-se o abate de árvores e arbustos ao exclusivamente necessário; - os equipamentos de apoio devem ser construídos em materiais que se enquadrem com a paisagem envolvente; - rega periódica dos acessos e zona de exploração, para evitar o levantamento de poeiras; 4.8 - Flora e Fauna Flora No que respeita à flora verificou-se que na área do Projecto não existem espécies de plantas raras ou ameaçadas de extinção em Portugal, existem contudo espécies com estatuto de protecção legal, nomeadamente o sobreiro e a azinheira. Na área a licenciar apenas uma azinheira se encontra dentro da área de escavação, estando preconizada no PARP a sua transplantação. Os impactes na flora associados ao projecto relacionam-se essencialmente com a remoção da vegetação e com a emissão de poeiras na zona do projecto e no caminho de acesso, que se acumulam nas folhas das plantas reduzindo a sua capacidade fotossintética. Estes impactes são importantes, muito negativos e minimizáveis. A existência de outras pedreiras em actividade na área e com uma expansão sobretudo em área, e não em profundidade, vão amplificar os impactes sobre a destruição e perturbação do coberto vegetal da zona. Na fase de desactivação verifica-se uma diminuição na perturbação das plantas, visto que cessarão os trabalhos de extracção. Com a recuperação da pedreira verifica-se a longo prazo a reposição do coberto vegetal da área. Classificam-se estes impactes como importantes e pouco positivos.

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Fauna A área em estudo apresenta bastante fauna selvagem, que vai ser ameaçada, sobretudo, pela perda de habitat, de local de alimentação e de local de passagem, devido à remoção da vegetação e ao ruído que se vai fazer sentir na zona. Podem ainda ocorrer atropelamentos devido à circulação dos camiões no caminho de acesso à EN 259. Em consequência da área do projecto ser reduzida, quando comparada com a área envolvente, e da destruição da vegetação ser efectuada gradualmente, classifica-se os impactes associados à fauna como importantes, pouco negativos e minimizáveis. A presença de outras pedreiras na zona envolvente vai agravar os impactes identificados sobre a fauna. No entanto, dada a grande extensão da área florestal existente na envolvente da área de intervenção, estes efeitos não deverão ser significativos no contexto regional, uma vez que os areeiros funcionam como pequenas ilhas.

O plano de recuperação paisagística prevê a regeneração do habitat natural actualmente existente, bem como a criação de novos habitats como o pinhal, que a médio prazo poderão significar a reversibilidade dos impactes resultantes da exploração da pedreira. A possibilidade de aparecimento de novos tipos de habitat pode significar a possibilidade de colonização da área por novas espécies animais. Classifica-se este impacte como importante e pouco positivo. As medidas de minimização consideradas para a flora e fauna são: - a remoção do coberto vegetal deve ser efectuada apenas na área estritamente necessária; - circunscrever as instalações de apoio à exploração a uma pequena área, permitindo diminuir a área a recuperar no final da exploração; - prevenir incêndios não permitindo a queima de resíduos; - implementação das actividades de recuperação desde a fase de instalação do projecto; - promover a rega do caminho durante o período seco, de modo a que se reduzam as emissões de poeiras; - interditar os trabalhos de corte e desmatação na época preferencial para reprodução das espécies (entre Abril e Junho); - salvaguardar o núcleo de azinheiras jovens; - salvaguardar o núcleo de sobreiros jovens; - manutenção da vegetação natural nas faixas laterais de protecção; - nas faixas de protecção lateral deverão ser interditas actividades lesivas para a vegetação como a circulação de maquinaria e a deposição de material e/ou excedentes; - minimizar a circulação a pé; - nas áreas mantidas com vegetação natural, as limpezas de matos que possam vir a ocorrer deverão ser selectivas e efectuadas manualmente; - evitar deposição de areia e circulação de viaturas nas faixas laterais de protecção;

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- o processo de exploração deverá processar-se de um modo gradual, possibilitando a migração de algumas espécies de fauna para áreas envolventes; - deve ser realizada a monitorização ambiental no decorrer da exploração, verificando os seus efeitos de modo a que seja possível intervir em caso de se verificarem danos graves para a fauna; - a circulação de veículos deve ser cuidadosa de modo a evitar atropelamentos; 4.9 – Ambiente Sonoro A zona onde vai ser implementada a Pedreira de Areia da Bendada é uma zona rural com alguns aglomerados populacionais dispersos, mas a maioria deles encontra-se abandonada. A habitação ocupada mais próximo da área do projecto situa-se a cerca de 1200 metros a Norte, na localidade de S. Mamede de Sádão.

As fontes de ruído associadas ao Projecto em estudo são a movimentação da maquinaria, o funcionamento do crivo e os camiões de transporte. Foram efectuadas medições de ruído junto do Areeiro da Água do Montinho e em S. Mamede de Sádão, tendo-se verificado que em nenhum dos casos foram ultrapassados os valores permitidos por lei. Através de modelos matemáticos determinou-se que, quer com o funcionamento apenas da unidade de crivagem, quer com o funcionamento das duas pedreiras em simultâneo, em S. Mamede de Sádão continuam a não ser ultrapassados os valores de ruído permitidos por lei e que o ruído associado ao transporte também não vai ser muito incomodativo. Assim pode-se dizer que os impactes associados ao ruído são pouco importantes, pouco negativos e minimizáveis. Durante a desactivação ocorre a cessação imediata da circulação dos veículos de transporte. Contudo, nesta fase irão ocorrer trabalhos de movimentação de terras, associados à execução do PARP. Nesta fase apenas será utilizada a pá carregadora, pelo que é de esperar que os níveis de ruído a gerar sejam semelhantes ou inferiores aos gerados na fase de exploração. As medidas de minimização consideradas são: - aplicação de silenciadores e atenuadores sonoros nos equipamentos potencialmente mais ruidosos; - assegurar uma manutenção regular dos equipamentos, nomeadamente dos órgãos do crivo, do gerador e de todos os equipamentos móveis; - não deverão em caso algum ser realizados trabalhos ruidosos durante o período nocturno (entre as 22h e as 7 h) nem aos fins-de-semana, incluindo o transporte de materiais ou de equipamentos; - os camiões de transporte devem evitar apitar e efectuar outras perturbações sonoras; - os circuitos de transporte deverão evitar a passagem pelo centro de povoações.

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4.10 – Qualidade do Ar Os principais problemas na qualidade do ar devido à implementação do projecto em questão estão associados à emissão de poeiras. Pelos cálculos efectuados verificou-se que a emissão de partículas na área da pedreira e no caminho de acesso à EN 259 vai ser grande. Contudo, regas frequentes, sobretudo no Verão, diminuem bastante a emissão de poeiras. As estimativas de concentrações de poeiras com um pequeno diâmetro (PM10), prejudiciais para a saúde humana, devido ao funcionamento da unidade de crivagem, indicam valores abaixo dos permitidos por lei. As poeiras ao serem levadas pelo vento podem atingir as populações circundantes. O sentido dos ventos mais frequentes e mais intensos irá ditar os trajectos preferenciais das poeiras em suspensão e as distâncias. Na envolvente da área do projecto não existem populações na direcção dos ventos mais frequentes. Apenas se encontra um aglomerado na linha dos ventos de Sul (Monte Queimado), mas não é de esperar que este seja afectado pela emissão de partículas da pedreira em estudo. Contudo, a existência de pedreiras na área pode amplificar este impacte. Assim, o impacte das emissões de poeiras sobre as populações classifica-se como pouco importante, pouco negativo e minimizável. A presença das várias pedreiras na zona vai contribuir para o aumento da quantidade de poeiras, contudo a baixa velocidade dos ventos na área, a orografia, a vegetação e a distância a aglomerados populacionais habitados atenuem este impacte. As medidas de minimização consideradas são: - manutenções periódicas aos veículos, para garantir que não libertam mais gases poluentes do que a quantidade permitida; - a regularização e melhoramento do caminho municipal até à área de intervenção do projecto, quando este se encontrar degradado, por aplicação de uma camada de seixo com posterior compactação; - a implementação regular do procedimento de aspersão de água sobre o acesso; - os camiões de transporte de areias devem circular sempre com a carga devidamente protegida por uma lona; - o trajecto de acesso à frente de escavação deve ser regado, devendo a frequência de rega ser superior nas épocas secas e nos dias de vento forte, contudo deve-se garantir que a água utilizada na rega não se encontra poluída para que não se corra o risco de poluição das águas subterrâneas; - a velocidade de circulação dos veículos deve ser limitada, por forma a evitar a geração de poeiras nos dias secos; - quando a vegetação que deve cobrir os depósitos de material ainda não se encontrar suficientemente desenvolvida deve-se proceder à sua rega, para evitar a erosão pelo vento. Contudo, é necessário assegurar que o teor em humidade da superfície dos depósitos é suficientemente alto para permitir aos materiais finos aderirem a partículas maiores para que não se verifique o seu arrastamento;

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- caso se verifique uma grande emissão de poeiras a partir do crivo, pode-se considerar a colocação de mangas nas correias transportadoras e isolar da atmosfera a zona de queda de areias para as correias transportadoras. 4.11 – Património Cultural Na área de implementação da Pedreira de Areia da Bendada foi efectuado um estudo para determinar se existiam vestígios arqueológicos, não tendo sido verificado qualquer achado. Contudo, é importante que a pedreira seja acompanhada por um arqueólogo durante o seu funcionamento. Foram encontrados alguns elementos patrimoniais classificados na zona envolvente, mas encontram-se bastante longe da área do projecto, tendo em conta as distâncias de protecção para estes elementos definida na legislação. 4.12 – Sócio-Economia Do ponto de vista sócio-económico, a indústria extractiva representa um factor de desenvolvimento importante, quer pelo aproveitamento dos recursos minerais existentes, quer pelas indústrias que alimenta e pelo número de empregos que gera. Os impactes resultantes da criação da Pedreira de Areia da Bendada são pouco positivos e pouco importantes. Contudo se atendermos ao facto da existência de várias pedreiras, estas irão contribuir de modo significativo para o desenvolvimento económico da região. 4.13 – Ordenamento do Território Os solos da área do projecto são classificados quer no Plano Regional de Ordenamento do Território do Litoral Alentejano (PROTALI), quer no Plano Director Municipal (PDM) de Grândola como zonas florestais. Mas, não fazem parte de áreas de Reserva Ecológica Nacional (REN), nem de Reserva Agrícola Nacional (RAN). As actividades de exploração implicam uma alteração no uso actual do solo na área de implementação do Projecto (passa de um solo de uso florestal para um solo de uso industrial). Assim, o impacte resultante da alteração de uso do solo considera-se como pouco negativo e pouco importante, pois a recuperação prevê que os solos sejam recuperados com um sistema florestal de acordo com o definido no PDM de Grândola. A existência de várias pedreiras na zona em áreas onde, de acordo com os instrumentos de ordenamento do território, o uso previsto para o solo não é a indústria extractiva pode levar a uma descaracterização da área, sobretudo, se a recuperação ambiental e paisagística dessas pedreiras não se efectuar de modo a reabilitar as áreas para irem de encontro ao uso previsto nos instrumentos de ordenamento. 4.14 - Rede Viária e Tráfego A pedreira deverá gerar um movimento da ordem dos 4 camiões/dia, valor que pode ser considerado muito baixo. Contudo, a circulação dos camiões pode danificar as vias, nomeadamente o caminho de acesso à EN 259. Considera-se este impacte como pouco negativo, pouco importante, que pode vir a ocorrer e minimizável.

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O tráfego adicional induzido pela pedreira na EN 259 representa um acréscimo da ordem de: - 0,06% (no troço a Oeste de Sta. Margarida) no total de veículos; - 0,6% (no troço a Oeste de Sta. Margarida) no total de veículos pesados; - 0,09% (no troço a Este de Sta. Margarida) no total de veículos; - 0,3% (no troço a Este de Sta. Margarida) no total de veículos pesados. Se atendermos ao facto de estes camiões não seguirem sempre o mesmo trajecto após entrarem na EN 259 e existirem várias alternativas de viagem atendendo ao seu destino, estes valores diluem-se ainda mais nos fluxos de tráfego. Assim, o impacte resultante do tráfego rodoviário é pouco importante, pouco negativo e minimizável. O movimento dos camiões associados às várias pedreiras no caminho de acesso à EN 259 leva a uma maior degradação desta via. A existência de um grande número de pedreiras na região, cuja expedição dos materiais é efectuada, sobretudo, por via rodoviária acresce o número de camiões pesados que todos os dias circulam na região. Classifica-se este impacte como pouco negativo e importante. As medidas de minimização consideradas são: - a saída dos camiões deve processar-se tanto quanto possível fora dos períodos de maior utilização da EN 259, correspondente ao início da manhã e final de tarde; - os camiões de transporte devem circular no caminho de acesso à EN 259 com os fárois ligados em médios durante o dia por forma a se tornarem mais visíveis para os outros utentes dessa via, reduzindo-se assim o risco de ocorrência de acidentes, devido à diminuição da visibilidade associada à emissão de poeiras; - recuperação do pavimento do caminho municipal, por aplicação de uma camada de seixo com posterior compactação. 4.15 - Resíduos As operações de manutenção e reparação dos equipamentos móveis serão efectuadas em oficinas da área, mas a manutenção do crivo e do gerador tem de ser efectuada no local. Assim, apesar de em pequenas quantidades, serão produzidos e armazenados na pedreira (no contentor arrecadação) os resíduos da manutenção do crivo e do gerador. O impacte resultante da produção e armazenamento de resíduos classifica-se como pouco negativo e pouco importante se forem implementadas as medidas de minimização previstas. Contudo, se houver um desleixe e descontrolo sobre a gestão dos resíduos este impacte pode vir a ser muito importante. Os resíduos vegetais resultantes da desmatação, com diâmetro superior a 10 cm, serão removidos e conduzidos a destino final adequado, os de diâmetro inferior serão incorporados nas pargas. Os resíduos decorrentes das operações de decapagem dos solos, bem como os resíduos resultantes da actividade de crivagem, são armazenados na área da pedreira, em pargas, e posteriormente são utilizados nas actividades de

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recuperação paisagística. A quantidade de resíduos a armazenar é bastante diminuta em virtude de as operações de recuperação paisagística terem início pouco tempo após o início da exploração e visto as operações de decapagem se processarem também faseadamente. Assim, a produção de resíduos resultante das operações de desmatação, decapagem e crivagem tem um impacte pouco negativo e pouco importante. As medidas de minimização consideradas são: - acondicionar e armazenar de modo adequado, óleos, combustíveis e outros produtos agressivos para o ambiente, a fim de evitar derrames. No caso de ocorrer algum derrame devem ser tomadas providências para a remoção dos solos afectados para locais adequados; - interditar o manuseamento de óleos e combustíveis fora das áreas impermeabilizadas, de modo a evitar a contaminação acidental dos solos e a consequente contaminação das áreas adjacentes; - armazenar em local adequado, que evite a contaminação dos aquíferos e águas superficiais através da escorrência resultante da precipitação, todo o material resultante das escavações que apresente vestígios de contaminação; - devem existir recipientes próprios para a recolha separativa de óleos usados e materiais contaminados por óleos e lubrificantes (e.g. desperdícios e embalagens) e para a recolha selectiva dos resíduos sólidos urbanos, que deverão ser expedidos por empresas licenciadas de acordo com o Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro; - encaminhar para destino final adequado, por entidade licenciada segundo o Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, todos os resíduos produzidos, incluindo os das instalações sociais. É proibida a sua queima ou enterramento.

5 – Plano de Monitorização O Estudo de Impacte Ambiental inclui um Plano de Monitorização onde se apresentam as medidas que devem ser tomadas para a monitorização dos elementos do ambiente apresentados atrás e que foram considerados como mais sensíveis, nomeadamente, a qualidade das águas, os solos, a paisagem, a flora e fauna e o ambiente sonoro. Seguidamente, apresenta-se de modo resumido como vai ser efectuada a monitorização para cada elemento apresentado: - qualidade das águas - realização de análises fisíco-químicas; - solos - realização de análises fisíco-químicas; - paisagem – observação da implementação das medidas definidas no PARP; - flora e fauna – contagem de indivíduos; - ambiente sonoro – realização de medições acústicas; - qualidade do ar – determinação da concentração de poeiras. Com a monitorização pretende-se a observação e recolha de dados sobre o estado do ambiente, sobre os efeitos ambientais do projecto e a descrição periódica desses

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efeitos através de relatórios, com o objectivo de permitir avaliar a eficácia das medidas apresentadas para evitar, minimizar ou compensar os impactes ambientais decorrentes da execução do projecto. A monitorização permitirá também orientar durante todas as etapas de exploração e desactivação os processos que conduzam à recuperação gradual do valor ecológico da área.