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1 Acadêmico de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus Toledo. E-mail: [email protected]. 2 Professor orientador, Titular, do curso de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus Toledo. E-mail: [email protected] 1 GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL UNIVERSIDADE PARANAENSE, CAMPUS DE TOLEDO/PR TRABALHO FINAL DE CURSO - TFC ESTUDO DE CASO ENTRE FUNDAÇÕES EXECUDATAS EM HÉLICE CONTÍNUA E ESTACA ESCAVADA DE GRANDE DIÂMETRO COM ADIÇÃO DE FLUIDO ESTABILIZADOR, EM UM EDIFICIO RESIDENCIAL DE 19 PAVIMENTOS Renato Rodrigues Nogueira Junior 1 Cristiano Goulart 2 RESUMO O presente trabalho apresenta o estudo de caso entre dois métodos executivos de fundações utilizados no Brasil: A Hélice contínua e Estaca escavada de grande diâmetro com adição de fluido estabilizante (Estaca E.G.D.). No Oeste do Paraná é comum executar fundações seguindo o método construtivo da Hélice contínua. O objetivo é comparar qual das duas fundações é mais viável economicamente e executivamente, para um edifício residencial de 19 pavimentos situado na cidade de Assis Chateaubriand, tendo como base o projeto de locação das estacas, detalhamento das armaduras e formas dos blocos. Extraiu se o volume e o lançamento de concreto, insumos, mão de obra e controle tecnológico aplicado no concreto, comparando os custos e benefícios que cada método proporciona. Mediante as estas análises, Estaca E.G.D. apresentou uma economia de aproximadamente 14,11% no custo final da infraestrutura do Edifício. Este método é empregado em obras de grande porte pois incorpora um custo inicial elevado. Palavras-chave: Métodos executivos. Fundações. Custos. ABSTRACT The present work presents the case study between two executive methods of foundations used in Brazil: The continuous propeller and excavated Stake of large diameter with addition of stabilizing fluid (Stake E.G.D.). In the West of Paraná it is common to execute foundations following the constructive method of continuous propeller. The objective is to compare which of the two foundations is most economically and practically feasible for a residential building of 19 floors located in the city of Assis Chateaubriand, based on the project of lease of the stakes, detailing the armatures and shapes of the blocks. The volume and the launch of concrete, inputs, labor and technological control applied to the concrete were extracted, comparing the costs and benefits that each method provides. Through these analyzes, Stake E.G.D. presented an economy of approximately 14.11% in the final cost of the building's infrastructure. This method is used in large works because it incorporates a high initial cost. Keywords: Executive methods. Foundations. Costs.

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Page 1: ESTUDO DE CASO ENTRE FUNDAÇÕES EXECUDATAS EM HÉLICE ...€¦ · 1 graduaÇÃo em engenharia civil universidade paranaense, campus de toledo/pr trabalho final de curso - tfc estudo

1 Acadêmico de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus Toledo. E-mail: [email protected]. 2 Professor orientador, Titular, do curso de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus Toledo. E-mail: [email protected]

1

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

UNIVERSIDADE PARANAENSE, CAMPUS DE TOLEDO/PR

TRABALHO FINAL DE CURSO - TFC

ESTUDO DE CASO ENTRE FUNDAÇÕES EXECUDATAS EM HÉLICE CONTÍNUA

E ESTACA ESCAVADA DE GRANDE DIÂMETRO COM ADIÇÃO DE FLUIDO

ESTABILIZADOR, EM UM EDIFICIO RESIDENCIAL DE 19 PAVIMENTOS

Renato Rodrigues Nogueira Junior1

Cristiano Goulart2

RESUMO

O presente trabalho apresenta o estudo de caso entre dois métodos executivos de fundações

utilizados no Brasil: A Hélice contínua e Estaca escavada de grande diâmetro com adição de

fluido estabilizante (Estaca E.G.D.). No Oeste do Paraná é comum executar fundações seguindo

o método construtivo da Hélice contínua. O objetivo é comparar qual das duas fundações é mais

viável economicamente e executivamente, para um edifício residencial de 19 pavimentos

situado na cidade de Assis Chateaubriand, tendo como base o projeto de locação das estacas,

detalhamento das armaduras e formas dos blocos. Extraiu –se o volume e o lançamento de

concreto, insumos, mão de obra e controle tecnológico aplicado no concreto, comparando os

custos e benefícios que cada método proporciona. Mediante as estas análises, Estaca E.G.D.

apresentou uma economia de aproximadamente 14,11% no custo final da infraestrutura do

Edifício. Este método é empregado em obras de grande porte pois incorpora um custo inicial

elevado.

Palavras-chave: Métodos executivos. Fundações. Custos.

ABSTRACT

The present work presents the case study between two executive methods of foundations used

in Brazil: The continuous propeller and excavated Stake of large diameter with addition of

stabilizing fluid (Stake E.G.D.). In the West of Paraná it is common to execute foundations

following the constructive method of continuous propeller. The objective is to compare which

of the two foundations is most economically and practically feasible for a residential building

of 19 floors located in the city of Assis Chateaubriand, based on the project of lease of the

stakes, detailing the armatures and shapes of the blocks. The volume and the launch of concrete,

inputs, labor and technological control applied to the concrete were extracted, comparing the

costs and benefits that each method provides. Through these analyzes, Stake E.G.D. presented

an economy of approximately 14.11% in the final cost of the building's infrastructure. This

method is used in large works because it incorporates a high initial cost.

Keywords: Executive methods. Foundations. Costs.

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Brown (2010), a fundação é o elemento de compõe a infraestrutura de uma

obra seja ela uma edificação, ponte, torre, obras industriais ou rodoviárias. Dentro da fundação

existem vários métodos que podem ser empregados. Porém, a melhor escolha para a execução,

vai depender de vários fatores, entre eles a cota de água no terreno, o tipo de solo, prazo de

execução e etc.

Atualmente, na construção civil, o custo de um empreendimento é avaliado de diversas

maneiras, pois o país passa por uma crise política que influencia diretamente os investimentos

de capitais. Com isso os engenheiros civis precisam avaliar todos os custos necessários antes

de iniciar o empreendimento.

O problema será limitado pela escolha da fundação de um Edifício Residencial de 19

(dezenove) pavimentos, situado na Cidade de Assis Chateaubriand - PR. O estudo emprega uma

análise de dois tipos de fundações profundas: estaca em hélice contínua e estaca escavada de

grande diâmetro com fluido estabilizante (Estaca E.G.D.).

Na região oeste do Paraná é comum executar as fundações nos edifícios em hélice

contínua. Neste trabalho, esse o método será comparado com o Estaca E.G.D. Todo

investimento de grande porte necessita de um amplo estudo para escolha do tipo de fundação,

pois é nesse ponto que pode ser gerado uma economia significativa no custo da mesma e, em

se tratando de um empreendimento residencial, diminuir custos é fundamental para o retorno

de capital nas vendas futuras.

Nesse estudo de caso, serão analisados dois projetos de fundação propostos para o

edifício e com base neles, será feito um levantamento de custos, benefícios, logísticas e dados

levantados no canteiro de obras. Para cada projeto serão analisados os seguintes itens: o estudo

bibliográfico sobre fundações, em especial as profundas, abordando brevemente as duas

tecnologias empregadas - Hélice contínua e o Estaca E.G.D.; a descrição da localidade, aspectos

históricos, geológicos e geotécnicos; o levantamento do volume de concreto, das armaduras

dispostas nas estacas, volume de concreto nos blocos e quantidade de aço nos blocos de

coroamento; se o edifício e a cidade oferecem condições para a aplicação das fundações em

estudo; análise e discussão dos resultados obtidos entre os diferentes métodos a fim de

apresentar o mais adequado.

Assim será possível levantar dados que comprovem qual das fundações é mais

vantajosa para o edifício, objeto deste estudo, economicamente.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Fundação é o elemento ou peça pertencente à infraestrutura, responsável pela

transmissão das cargas provenientes da supra estrutura. A transmissão deve ser feita de forma

propícia, ou seja, sem gerar adversidade de qualquer natureza para a estrutura ou terrenos

confinantes. A questão de conceituar fundação como um elemento de transferência de carga é

fundamental, uma vez que se pode ter uma ideia imprecisa de que a fundação deve aguentar ou

reter a carga, ao invés de transmiti-la ao terreno. A forma mais adequada de transmissão da

superestrutura, a infraestrutura, é pela fundação (DANZIGER, 2015).

Para avaliar a viabilidade da escolha do método executivo a ser empregado é

fundamental a análise no processo construtivo de cada método.

2.1 Hélice Contínua

Segundo Antunes e Tarozzo (2012), a execução em hélice contínua é fundamentada no

princípio parafuso giratório de Arquimedes. Sua sequência executiva é segmentada em cravar

a hélice no terreno e escavar até a profundidade especificada em projeto. A máquina programa

um torque na hélice, que por sua vez vai vencer as adversidades existentes no solo que está

sendo perfurado. A Figura 01 ilustra o equipamento de perfuração.

Figura 01: Equipamento de Perfuração da Hélice Contínua

Fonte: Site da empresa Engecon (http://www.engeconfundacoes.com.br/estacas-helice-continua)

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Segundo Penna (1999), sua haste rotativa de perfuração é composta por uma hélice

espiral ao longo de todo o tubo principal do equipamento. Quando a perfuração é em terrenos

mais resistentes, é adicionado uma ponta videa. A produtividade varia de 150 metros à 400

metros, dependendo do diâmetro da hélice em rotatividade, da resistência do terreno e do torque

do equipamento empregado (GEOFIX 1998).

De acordo com Danziger (2015), alcançada a profundidade desejada, o concreto é

bombeado continuamente (sem interrupções) através do tubo central, ao mesmo tempo em que

a haste de perfuração é retirada, sem girar ou girando lentamente no mesmo sentido da

perfuração. A velocidade de extração da hélice deve estar diretamente relacionada com a

pressão expedida pelo bombeamento, ou seja, mantido positivo. A pressão do bombeamento

deve garantir que todos os vazios sejam preenchidos (VELLOSO E LOPES 2010).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR – 6.122:2010, traz que o

concreto empregado no método deve ter resistência mínima de 20 MPa, traço rodado com

bombeamento podendo haver brita 1, com consumo de cimento não inferior a 400 kg/m³, fator

água cimento menor ou igual a 0,6, porcentagem de argamassa em massa menor ou igual a 55%

e abatimento 22 + ou – 3 cm, sendo facultativo a utilização de aditivos.

Segundo Neto (2002), o último passo do processo executivo é a aplicação das armaduras

para combater os esforços de tração gerados no engastamento dos pilares. A armadura é

aplicada após a concretagem, quando a haste rotativa já está totalmente retirada do local da

perfuração. Para executar este processo é necessário um pilão ou vibrador. Sua armação tem

forma de gaiola e é colocada efetuando a compressão da armadura no sentido da perfuração. O

pilão consegue colocar armaduras até 12 metros de profundidade e o vibrador consegue até 19

metros. A armadura é centralizada na estaca com o uso de espaçadores tipo roletes ou circulares,

segundo a norma de fundações (NBR 6.122:1996).

2.2 Estaca Escavada de Grande Diâmetro

Na Estaca E.G.D. com adição de fluido estabilizante, segundo Luiz (2012), o processo

executivo da estaca escavada tem como principal aliado o fluido estabilizante. Temos dois tipos

de fluidos que são bastante empregados na fundação em questão: a lama bentonítica, que é um

mineral e o polímero, que é uma substância química. A bentonita tem agredido o meio ambiente

e com isso seu uso acaba perdendo espaço quando comparado ao polímero. A Figura 02 mostra

o equipamento empregado na perfuração deste tipo de fundação.

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Figura 02: Equipamento de perfuração da Estaca E.G.D.

Fonte: Site da empresa Brasfond (http://www.brasfond.com.br/site/egdiametro.html)

Segundo a NBR – 6.122/2010, a lama bentonítica e polímero têm a mesma finalidade,

ou seja, a estanqueidade das paredes hidrostáticas, suas propriedades de densidade, viscosidade,

teor de areia e seu potencial hidrogeniônico são semelhantes. Estas propriedades físicas

impedem que a água penetre nas paredes das escavações.

A NBR: 6.122/2010, preconiza o princípio da escavação, que deve ser procedido de

cravação da camisa metálica ou em alguns casos a confecção de uma mureta guia, no mínimo

5 cm maior do que o diâmetro da estaca e seu comprimento maior ou igual a 1 metro. Na

escavação podem ser utilizados tanto o balde caçamba quanto uma hélice rotativa para

penetração do solo. O fluido estabilizante é adicionado junto à perfuração.

De acordo com Luiz (2012), as armaduras necessitam ser montadas de acordo com o

projeto de fundação e serem suficientemente rígidas para serem içadas e manuseadas por

guindastes. Para centralizar a armadura na estaca são utilizados os espaçadores, que podem ser

do tipo rolete ou circular.

Segundo a NBR: 6.122/2010, o abatimento do concreto neste tipo de fundação deve

ficar em torno de 23 +/-2 cm. O diâmetro máximo do agregado é de 19 mm (brita 1), fator água

cimento deve ficar abaixo de 0,6, a porcentagem de argamassa em massa inferior ou igual a

55% e resistência mínima de concreto, 20Mpa.

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O Manual de Especificações de Produtos e Procedimentos da ABEF, visa alguns

cuidados que devem ser tomados antes da concretagem submersa, como remover a pasta densa

no fundo da escavação com o próprio equipamento de perfuração, caso estabilizado com a lama

bentonítica um teste deve ser aplicado, conforme preconiza a norma NBR: 6.122/2010, no

anexo I. Quando se usa o polímero, não é necessário o processo de desarenação. Após feitas as

análises do processo de concretagem submerso a ser executado, o tubo tremonha que é disposto

por todo o comprimento da estaca, é iniciada a concretagem que é feita debaixo para cima, ou

seja, de forma submersa. O concreto deve passar no mínimo 50 cm acima da cota de

arrasamento. Segundo a NBR: 6.122/2010, os 50 cm de concreto que foram ultrapassados não

são apropriados para eventual resistência ao atrito lateral na Estaca E.G.D.

3 METODOLOGIA

O trabalho embasou-se numa pesquisa quantitativa e referências bibliográficas.

Segundo Richardson (1999), a pesquisa quantitativa é fundamentada pela quantificação de

dados genéricos ou reais, se faz uso tanto na modalidade de coleta de dados quanto no emprego

de técnicas estatísticas.

O trabalho busca qual fundação empregar no Edifício. Tem-se dois projetos

dimensionados para tais seguimentos. A figura 03 ilustra o projeto com seguimento em Hélice

Contínua.

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Figura 03: Projeto dimensionado para Hélice Contínua

Fonte: Elaborada pela Técnica projetos de engenharia, 2018.

A figura 04, retrata o projeto para o mesmo Edifício, comportando a Estaca E.G.D.

Figura 04: Projeto com seguimento em Estaca E.G.D.

Fonte: Elaborada pela Técnica projetos de engenharia, 2018.

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Este trabalho consolidará a infraestrutura do edifício e as validações dos dados extraídos

na pesquisa serão fundamentadas através do projeto geotécnico e estrutural, disponibilizados

por ele. A figura 05 mostra quais dados serão abordados para comparar as soluções estudadas.

Figura 05: Elementos que fundamentam a pesquisa.

Fonte: O autor, 2018.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Levantamento de dados

A coleta de dados foi feita individualmente para cada elemento construtivo através do

projeto geotécnico. Foram quantificados o número de estacas, diâmetro e disposição das

armaduras. No projeto estrutural foi levantado a armadura disposta em cada bloco e seu volume

de concreto. Com o quantitativo de armadura e volume planilhado, iniciou-se a análise dos

dados.

Também no projeto Geotécnico foi levantado a carga máxima admissível para cada

método de fundação, observa-se uma divergência entre a carga máxima da Hélice contínua e

da Estaca E.G.D. Segundo o Manual CAD/TQS, para cada método de fundação existem

coeficientes diferentes (peso próprio dos elementos), na medida que se alimenta o software ele

gera a carga máxima admissível da estaca.

Na tabela 01 são apresentados os resultados obtidos para a fundação em Hélice contínua.

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Tabela 01: Extração de dados

Fonte: O autor, 2018.

Na tabela 02, são expostos os dados da fundação em Estaca E.G.D.

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Tabela 02: Extração de dados

Fonte: O autor, 2018.

Com base nos dois quantitativos, pode-se concluir que a fundação em Estaca E.G.D.

começa a sobressair quando comparada a Hélice Contínua.

4.1.1 Comparativo de aço entre as fundações propostas

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A figura 06 retrata uma redução no peso de aço das estacas.

Figura 06: Representação dos resultados

Fonte: O autor, 2018

Considerando a fundação principal do Edifício, tem-se uma economia no peso do aço

de 36,06%, quando comparado Estaca E.G.D. com Hélice contínua.

Relativo ao peso do aço nos blocos, a figura 07 mostra a divergências entre os métodos

estudados.

Figura 07: Representação dos resultados

Fonte: O autor, 2018.

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Na armação dos blocos de coroamento tem- se uma economia de 53,62 % quando

confrontada à Hélice contínua com a Estaca E.G.D.

4.1.2 Volume de concreto

Analisando o projeto geotécnico dos dois métodos em análise, conclui-se que no

dimensionamento em Hélice contínua empregam-se estacas de menores diâmetros, diferente do

dimensionamento em Estaca E.G.D., que coaduna diâmetros maiores com profundidades

menores. A figura 08 exibe uma variação no volume de concreto. Com esta variação de

diâmetros pela profundidade, temos uma economia em torno de 15,17% do volume de concreto

quando comparada com a Hélice Contínua.

Figura 08: Representação dos resultados

Fonte: O autor, 2018.

Extrai-se uma economia de 15,17% do volume de concreto. Esta economia demonstrada

na figura 08 é justificada pelo conceito que cada fundação emprega, diâmetros menores são

compensados com profundidades maiores e diâmetros maiores são contrapesados por

profundidades menores.

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Outro ponto proponente na escolha do método construtivo é o volume de concreto nos

blocos de coroamento. No método do Estaca E.G.D., emprega-se um aumento no diâmetro das

estacas, com isso pode- se diminuir o número delas em um bloco. Quanto menor o número de

estacas empregar em um bloco, menor será sua área de coroamento, consequentemente menor

seu volume de concreto. A figura 09 mostra o volume de concreto extraído para as duas soluções

em estudo.

Figura 09: Representação dos resultados

Fonte: O autor, 2018.

A fundação em Estaca E.G.D. possui uma redução de 57,84% no volume de concreto

quando confrontado com a fundação em Hélice Contínua.

4.2 Custo monetário

Expostas as quantidades propostas para cada método de fundação, emprega-se o custo

para cada item discriminado na Tabela 03. Os preços unitários dos insumos e serviços foram

ajustados de acordo com levantamento feito pelo Edifício Las Vegas nas Cidades próxima do

empreendimento.

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Tabela 03. Análise dos custos

Fonte: O autor, 2018

Analisando o item 1 da tabela 03, tem-se uma discrepância entre o custo unitário de cada

equipamento e sua execução. O equipamento de perfuração da Estaca E.G.D. emprega um custo

de 275,65% maior que o equipamento Hélice contínua. Segundo SAES 2002, deve- se ter um

grande volume de concreto e uma alta taxa de armadura para viabilizar o custo do equipamento.

Como o preço do concreto é igual em ambos os casos, têm-se uma economia de 15,17% na

solução em Estaca E.G.D., como mostra a Tabela 03, no lançamento de concreto não se tem

custo algum sobre o volume de concreto na Estaca E.G.D, pois o método não adota

bombeamento. Na compra do aço e na execução da montagem das armaduras, é apresentado

uma economia de 36,64%. No controle tecnológico aplicado no montante de concreto, há uma

economia de 15,37% nos rompimentos de corpo de provas.

A figura 10 mostra o comportamento financeiro das fundações estudadas.

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Figura 10: Desempenho financeira do item 1 da Tabela 03 (Fundação)

Fonte: O autor, 2018

A figura 10 traz a tendência de ambos os métodos. Com isso é possível analisar que

inicialmente o item 1.1 da tabela 03 tende a inviabilizar a escolha da Estaca E.G.D., mas que

no decorrer dos itens ganha competitividade no custo final. Totalizando o item 1 da tabela 03,

o custo global das soluções exemplificadas demonstra que a Hélice contínua é mais viável

quando comparado somente no quesito fundação, como retrata a figura 11.

Figura 11: Subtotal do item1 da Tabela 03 (Fundação)

Fonte: O autor, 2018

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No item 2 da tabela 03 há o comparativo dos blocos de coroamento, como retrata a

figura 12.

Figura 12: Tendência executivo do item 2 da Tabela7 (blocos de coroamento)

Fonte: O autor, 2018

Existe uma economia no custo do concreto e bombeamento de 57,84%, de acordo com

os quantitativos contidos no projeto estrutural. Na aquisição do aço e execução das armaduras

têm-se uma economia de 53,58% na solução proposta em Estaca E.G.D. No rompimento dos

corpos de prova emprega-se uma economia de 57,74%.

A figura 13 retrata a discrepância entre os dois tipos de fundações propostos neste

trabalho, exemplificando o item 2 da tabela 7. Vinculando os dados do item em análise tem-se

uma economia de 31% no custo final.

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Figura 13: subtotal do item 2 da tabela7 (blocos de coroamento)

Fonte: O autor, 2018

Elencando os itens 1 e 2 da Tabela 03, mostra-se que o custo para execução da fundação

em Hélice contínua é de R$ 948.739,81 e o custo global para a Estaca E.G.D. é de R$

814.938,80. Com isso apresenta-se que a solução em Estaca E.G.D. traz o melhor custo

benefício para o Edifício.

Figura 11: Custo final das soluções estudadas

Fonte: O autor, 2018

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5 CONCLUSÃO

Consumados os quantitativos citados e vinculados dentro das limitações expostas pela

localização do edifício, será finalizado o estudo, apresentando de forma objetiva, os custos

globais de cada método construtivo.

De acordo com FELLENIUS (2013) a Estaca E.G.D. traz uma economia satisfatória

para edifícios de grande porte cuja fundação ultrapasse o lençol freático. Nesta pesquisa, a

fundação deferia ultrapassar o nível de água, pois, os pilares descarregavam uma alta carga nas

estacas, com isso pode-se constatar que nesta pesquisa o método da Estaca E.G.D. foi mais

adequado para o edifício.

Foi-se discriminado os insumos e serviços incorporados pelos dois métodos construtivos

e analisados os preços unitários atrelados com as quantidades.

Com base nos dados e gráficos provenientes dos preços unitários e sua quantidade,

conclui-se que a fundação em Estaca escavada de grande diâmetro com adição de fluido

estabilizante, proporciona uma boa economia quando confrontada com a Hélice Contínua.

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ANEXOS/APÊNDICES