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ESTUDO DE CASO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO AO LONGO DO TEMPO NA AGROINDÚSTRIA DA CANA-DE-AÇÚCAR NO PONTAL DO PARANAPANEMA: MUNICÍPIO DE CAIABU-SP Lúcia Iaciara da Silva 1 RESUMO No Pontal do Paranapanema além dos intensos conflitos em torno da questão do uso e da posse da terra, também surge a questão do capital e do trabalho ligados ao setor sucroalcooleiro. Intensificam-se as relações de latifundiários com a agroindústria canavieira. O setor sucroalcooleiro ganhou forças advindas principalmente de políticas públicas setoriais, em especial da metade do século XX até os dias atuais. Nutrido com o discurso de fazer prosperar as regiões onde se instala, o setor acaba atraindo contingentes de trabalhadores com baixa escolaridade e pouca qualificação para o corte da cana ou para suas unidades fabris. O que se indaga neste trabalho são as condições de trabalho a que estes trabalhadores (migrantes ou não) se sujeitam, principalmente no Município de Caiabu-SP, que aqui será tratado. INTRODUÇÃO O texto presente visa trazer uma análise sucinta acerca da importância em pensar nas condições de trabalho na cadeia produtiva do açúcar e álcool, as formas como se dão os vínculos empregatícios, já que sabemos que boa parte dos funcionários é safrista, trabalhando por meio de contratos flexíveis, o que não lhes dá estabilidade no emprego. Outra forma de trabalho, ainda, está baseada na migração de nordestinos para a região do Pontal do Paranapanema,e, no caso de Caiabu, na busca de melhoria de vida, pretendemos verificar o trabalho e o traçado de vida sob essa perspectiva, todavia, obtemos informações mediante história oral. A partir das respostas desses questionamentos faremos, conjuntamente com dados secundários, uma análise histórica para sabermos o contexto político-social em que o Pontal do Paranapanema se encontrava desde essa tomada de força da cana-de-açúcar. É necessário 1 Estudante do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Presidente Prudente, FCT-UNESP, bolsista CNPq.

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ESTUDO DE CASO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO AO LONGO DO TEMPO

NA AGROINDÚSTRIA DA CANA-DE-AÇÚCAR NO PONTAL DO

PARANAPANEMA: MUNICÍPIO DE CAIABU-SP

Lúcia Iaciara da Silva1

RESUMO

No Pontal do Paranapanema além dos intensos conflitos em torno da questão do uso e da

posse da terra, também surge a questão do capital e do trabalho ligados ao setor

sucroalcooleiro. Intensificam-se as relações de latifundiários com a agroindústria canavieira.

O setor sucroalcooleiro ganhou forças advindas principalmente de políticas públicas setoriais,

em especial da metade do século XX até os dias atuais. Nutrido com o discurso de fazer

prosperar as regiões onde se instala, o setor acaba atraindo contingentes de trabalhadores com

baixa escolaridade e pouca qualificação para o corte da cana ou para suas unidades fabris. O

que se indaga neste trabalho são as condições de trabalho a que estes trabalhadores (migrantes

ou não) se sujeitam, principalmente no Município de Caiabu-SP, que aqui será tratado.

INTRODUÇÃO

O texto presente visa trazer uma análise sucinta acerca da importância em pensar nas

condições de trabalho na cadeia produtiva do açúcar e álcool, as formas como se dão os

vínculos empregatícios, já que sabemos que boa parte dos funcionários é safrista, trabalhando

por meio de contratos flexíveis, o que não lhes dá estabilidade no emprego.

Outra forma de trabalho, ainda, está baseada na migração de nordestinos para a região

do Pontal do Paranapanema,e, no caso de Caiabu, na busca de melhoria de vida, pretendemos

verificar o trabalho e o traçado de vida sob essa perspectiva, todavia, obtemos informações

mediante história oral.

A partir das respostas desses questionamentos faremos, conjuntamente com dados

secundários, uma análise histórica para sabermos o contexto político-social em que o Pontal

do Paranapanema se encontrava desde essa tomada de força da cana-de-açúcar. É necessário

1 Estudante do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia de

Presidente Prudente, FCT-UNESP, bolsista CNPq.

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ter em vista que a cada novo governo pode-se mudar as motivações que levam famílias

inteiras a migrarem de uma macrorregião a outra, ou apenas o pai de família que, com a

separação desta, se aventura em busca de melhores salários enquanto a mãe e os filhos ficam

no aguardo para posteriormente ir ao encontro do chefe da casa.

Assim, deveremos apresentar como se dão as relações do capital e do trabalho

envolvida na produção e processamento da cana-de-açúcar, bem como suas implicações nas

condições de trabalho enfrentadas pelos trabalhadores rurais assalariados, principalmente do

Pontal do Paranapanema e focando como exemplo o município de Caiabu-SP. Logo,

queremos demostrar a ainda existente migração inter-regional na busca por melhores

condições de vida, via trabalho-emprego.

O TRABALHO LIGADO À PRODUÇÃO E AO PROCESSAMENTO DA CANA DE

AÇÚCAR NO PONTAL DO PARANAPANEMA

A territorialização do capital advindo da agroindústria canavieira mostra um novo

momento vivido pelo Pontal do Paranapanema em torno da questão do trabalho assalariado no

início do século XXI.

A expansão da cana-de-açúcar em grande parte pode estar atrelada à intervenção

estatal desde o período colonial e de programas governamentais de incentivo à produção de

açúcar e etanol a partir de 1980, como o Proálcool, também a isto se soma discursos de

legitimação do seu cultivo e processamento. Assim, o setor da agroindústria sucroalcooleira

se justifica argumentando que a atividade de produção e/ou de processamento da cana-de-

açúcar fará prosperar a região em que se instala, no sentido de aquecer a economia local

através da oferta de empregos. Discursos que vêm dos grandes latifundiários envolvidos na

agroindústria da cana-de-açúcar, principalmente no Pontal do Paranapanema, região que é

fruto de grandes grilos e sua problemática Reforma Agrária.

Entretanto, o que se verifica é que grande maioria dos trabalhadores se sujeitam à

condições de trabalho que colocam em risco sua saúde, como também sua vida. Assim como

mostra Barreto et. al. (2008):

Todavia, sabemos que os problemas de saúde enfrentados pelos trabalhadores das

agroindústrias não se resumem à queimaduras ou cortes, mas também a outros que

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podem, inclusive, levá-los à morte. Silva (2006) aponta que nem todas as mortes

ocorridas nos canaviais são registradas, pois há aquelas que ocorrem ao longo do

tempo, determinando mortes gradativas, ocorridas por doenças como câncer,

provocado pelos agrotóxicos, pela fuligem da cana, além de doenças respiratórias

(BARRETO et. al., 2008).

O fato da grande maioria dos trabalhadores ligados ao setor da cana de açúcar não

deixarem seus postos de trabalho tem a ver com a baixa escolaridade e pouca qualificação de

sua mão-de-obra, o que não lhes possibilita outra opção. A busca deles está estreitamente

ligada à melhores condições de vida, especialmente para suas famílias, com a adição da

migração de muitos trabalhadores advindos de outros Estados brasileiros para o trabalho no

setor da cana-de-açúcar.

HISTÓRICO DE FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO

Caiabu se formou (IBGE; EMUBRA) a partir do pioneirismo de Henrique Pedro

Ferreira que atualmente dá nome a uma das ruas principais da cidade. Este residia no então

Distrito de Indiana, de onde saiu em busca de novas terras, que hoje formam Caiabu, tendo

sido desmembradas do município de Regente Feijó (segundo Decreto-Lei 14334 de

30/11/1944).

As propriedades, inicialmente, baseavam-se sobretudo, no cultivo de algodão, o que,

após algum tempo, daria o nome ao distrito de Iubatinga, popularizando-se este, então, como

“Ouro Branco”. Atualmente, este nome remonta a tempos de riqueza que viveu a economia

local décadas atrás, segundo a história oral.

De acordo com informações obtidas junto a moradores de Caiabu, no período da

“febre do ouro branco” contingentes foram atraídos para essas terras. Estabeleceu-se um

povoado, primeiramente chamado “Santo Antônio”, já em novembro de 1944 foi alçado a

Distrito de Paz e alterado logo após para Caiabu, possuindo a conotação da língua indígena de

“Terra Queimada”.

Em 30 de dezembro de 1953, Caiabu, juntamente com os Distritos de Boa Esperança

d’Oeste e de Iubatinga, através da Lei Estadual nº 2456, foi emancipado como Município;

atualmente com 62 anos de emancipação político-administrativa.

Entretanto, tudo indica uma situação de estagnação, pois, em termos de

empregabilidade o que se verifica é a dependência em relação ao município de Presidente

Prudente, considerado polo regional, que atrai trabalhadores de vários outros pequenos

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municípios que integram a Região. Desta forma, Caiabu faz parte de uma relação hierárquica

de municípios da região bastante evidente. Isto se dá, principalmente, pela ocupação laboral

na usina Alto Alegre, situada em Ameliópolis, distrito de Presidente Prudente, o que significa

migração pendular para cidades médias2.

As condições físicas iniciais do (futuro) município eram favoráveis. Há registros da

chegada de Tiharu Itimura por volta da década de 1940 (provavelmente 1944), proveniente de

Álvares Machado. Atualmente, seu descendente, Jorge Itimura, tem participação na vida

política do município, tendo sido já seu vice-prefeito.

Tiharu empreendeu forças na atividade econômica do algodão, comprando muitas

terras. Com abundância do produto atraíram-se famílias para o trabalho de colheita em sua

fazenda3.

Como se tratando de um ciclo econômico, houve após as décadas de 1940-50,

aproximadamente, o declínio da cotonicultura e também da produção de amendoim, comum

àquela época. Diminuindo-se os postos de trabalho ou condições de empregabilidade,

diminuem-se também as pessoas residentes. Em 1956, período “auge”, a população municipal

total girava em torno de 12.725 habitantes, sendo que 96% (12.216) residia no campo. Já em

meados da década de 1970 há um notável decréscimo, pois passa a 7.041 habitantes, ainda

mantendo-se rural (cerca de 86% ou 6.055 pessoas). Já em 1996, a população era de 3.136

pessoas, em 2002 de 4.124 habitantes e atualmente, conforme Censo Demográfico do IBGE4

são 4.072 habitantes (vide gráfico 1).

Gráfico 1: Evolução populacional de Caiabu-SP, entre 1970 e 2010

2 Texto baseado em “Os jovens no município de Caiabu–SP: As perspectivas em termos de emprego e vida”,

relatório final da BAAE I (2011-2012), com orientação da Profª Drª Rosângela Ap. Medeiros Hespanhol, bem

como do Relatório de Programa de Formação Complementar (2013) intitulado “Formação histórico-econômica

do Município de Caiabu: Questões de Desenvolvimento Social e Polarização numa Perspectiva Regional”, sob

mesma orientação, ambos de autoria de Lúcia Iaciara da Silva. 3 EMUBRA – Enciclopédia Digital do Oeste Paulista:

http://camarapprudente.sp.gov.br/historia/hist_oeste/cidades/caiabu/. Acesso em 31 de julho de 2013.

4 Os dados são provenientes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disponibilizados no site http://camarapprudente.sp.gov.br/historia/hist_oeste/cidades/caiabu/.

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Fonte: IBGE. Acesso em 2011.

A PRODUÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR

A cultura da cana-de-açúcar cresce exponencialmente. O processo que muda a

paisagem também modifica a própria dinâmica dos homems. Segue-se a uma espécie de busca

pela padronização dos lugares e intensa especialização produtiva. Quanto a isso nos

propusemos pensar esta realidade no município de Caiabu-SP, que vem sofrendo atualmente

com importantes desdobramentos deste processo, em que, através da indústria canavieira Alto

Alegre, também tem se consituído opção majoritária de geração de emprego para o pequeno

município de 4.072 habitantes, sendo a segunda opção, a nosso ver, o funcionalismo público.

De acordo com alguns dados (Tabela 1), Caiabu possui grande dependência dos

próprios repasses do Governo Federal, como também de políticas assistencialistas, tal como o

Bolsa Família, que em 2013 beneficiou 181 famílias5. Foram pouco mais de R$704, em

média, recebidos por família no ano, ou R$ 58,70 ao mês, se supormos uma generalização,

apenas em termos de entendimento de sua importância.

Tabela 1 – Recursos Recebidos do Governo Federal em 2013

Recebidos por área

Encargos Especiais R$ 2.740.123,07

Assistência Social R$ 127.516,00

Educação R$ 52.445,60

Educação

Recebidos por ação

FPM - CF art. 159 R$ 2.524.165,21

5 Vide https://www.beneficiossociais.caixa.gov.br/consulta/beneficio/04.01.00-00_00.asp. Acesso em 11 de

setembro de 2013. Referente ao período de setembro de 2013.

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Cota parte dos Estados e municípios R$ 93.797,32

FUNDEB R$ 61.910,17

Royalties R$ 41.767,47

Apoio à merenda escolar na educação

básica

R$ 25.728,00

Recursos Pagos Direto ao Cidadão

Bolsa Família R$ 127.516,00

Total de recursos recebidos R$ 5.794.968,74 Fonte: http://sp.transparencia.gov.br/Caiabu/ - Acesso em 31/07/13.

Como podemos perceber, do total de R$ 5.794.968,74 repassados a Caiabu, R$

2.524.165,21 foram do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), valor este que

geralmente é entre metade e o dobro da colaboração do município para o governo federal,

dependendo do porte populacional do município. Assim, municípios menores têm maior

dependência desse tipo de repasse para sua manutenção, ao contrário de municípios médios,

com receitas mais diversificadas (Tabela 2).

Tabela 2 – Participação da Receita Própria, FPM, ICMS e demais fontes no total da

Receita Municipal, por grupos de população dos municípios paulistas – Ano 2000

Grupos de

Pop. dos

Municípios

(em

milhares)

Fonte de Receita dos Municípios

Receita

Própria

FPM ICMS Outras

fontes

Total

Índice de Participação no total da receita municipal (%)

0-5 3,22 42,81 30,13 23,83 100,00

5-10 7,74 27,47 35,49 29,30 100,00

10-20 8,63 26,12 31,11 34,14 100,00

20-50 14,55 18,71 31,54 35,20 100,00

50 ou mais 29,88 17,30 27,77 25,04 100,00 Fonte: IBGE: Carlos Silva Pateis, 2003. Sinopse Preliminar/ Censo 2000 (população); Min. da Fazenda

(Finanças).

Os aspectos gerais de Caiabu nos trazem uma perspectiva atual de contínua perda

populacional (Gráfico 1). Em termos de atividades econômicas, a cotonicultura perdeu força,

de modo que a alguns anos passou a haver uma penetração da cana-de-açúcar, se constituindo

em um dos preponderantes usos do solo, tanto na Região Administrativa de Presidente

Prudente, como do município em especial. Os dados do CANASAT/INPE (2013-2012)

demonstram isso.

Tabela 3– Área disponível para colheita (ha) em Caiabu – SP

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Ano Soca (a) Reformada (b) Expansão (c) Total

(a+b+c)

Em reforma (ha) total cultivado (ha)

2003 4122 0 0 4122 1188 5310

2004 3717 1179 160 5056 575 5631

2005 4388 543 47 4978 756 5734

2006 4868 756 820 6444 69 6513

2007 6109 66 70 6245 386 6631

2008 5618 336 547 6501 610 7111

2009 5221 506 461 6188 1526 7714

2010 4380 1486 120 5986 1786 7772

2011 4891 1484 0 6375 1081 7456

2012 5231 960 0 6191 1068 7259

Fonte: http://www.dsr.inpe.br/laf/canasat/cultivo.html. Org. Lúcia Iaciara da Silva.

Através da Tabela 3 e Gráfico 2 observamos, desconsiderando as oscilações de

produção, inclusive nas etapas/classes6, que há um crescimento desde 2003 na área ocupada

por cana-de-açúcar no município. De 2003 até 2012 foram incrementados 1949 hectares na

produção em Caiabu que, de certo modo, forma uma área contínua à área norte de Presidente

Prudente, principalmente, se aproveitando de um relevo menos acidentado, com colinas mais

amplas.

6 A área disponível para colheita inclui a área de cana “soca” (lavouras de cana que já passaram por mais de um

corte, tendo rebrotado de uma planta ou de uma soca; também nesta classe estão lavouras reformadas com cana

de ano); a área de cana “reformada” (cana de um ano-e-meio que foram reformadas na safra anterior e

disponíveis para colheita na safra atual), a área “em expansão” (lavouras de cana que disponíveis para colheita

pela primeira vez; lavouras de cana que passaram a ter outro uso por período igual ou maior a duas safras, e

voltando a serem cultivadas com cana fazem parte também na classe de expansão). Vide ANÁLISE

PRELIMINAR DE UM CENSO AGROPECUÁRIO: PROJETO LUPA NO ESTADO DE SÃO PAULO

(Francisco Alberto Pino), 2009, p.8.

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Fonte: http://www.dsr.inpe.br/laf/canasat/cultivo.html. Org. Lúcia Iaciara da Silva.

Segundo o relatório preliminar do LUPA7, o principal cultivo no Estado de São Paulo

é o da cana-de-açúcar, que ocupava até 2009 a quarta parte da área agrícola paulista. Houve

um crescimento nas unidades produtivas agrícolas – UPAs –, em torno de 42,3% de 1998 a

2009, aproximadamente. Nisto ocorreu um crescimento de 90,5% (de 2.886.312ha para

5.497.139ha).8

História oral temática: a migração nordestina e o trabalho no setor sucroalcooleiro

No mês de outubro de 2013, a fim de validarmos nosso estudo acerca das condições de

trabalho no setor sucroalcooleiro no município de Caiabu, e a dinâmica socioeconômica

construída, realizamos um pequeno apanhado da história que envolve a migração do trabalho

nordestino e a construção do setor sucroalcooleiro no município estudado e região, através do

método da história oral, que faz parte, pode-se dizer, de um conjunto maior de (re) construção

da história, chamada fonte oral.

Como se trata de história oral, apenas dois indivíduos fizeram parte desse processo da

pesquisa, de forma que buscássemos essa reconstrução em dois períodos e contextos distintos

da atuação da usina sucroalcooleira. Justificamos isso pelo fato de que a história oral temática

trata de um universo mais amplo do que uma simples entrevista, sendo dirigida por um roteiro

de questões pré-estabelecido, com o qual o diálogo nos leva a apreender a história coletiva a

partir de relatos (individuais).

Como os resultados foram extensos, optamos por sintetizar algumas informações

relevantes para o propósito desse trabalho.

A entrevista – assim a chamaremos – foi realizada com um senhor que à época tina 74

anos de idade e outro com 38 anos de idade, o qual ambos podemos caracterizar como típicos

“chefes” de família. Para efeito de preservar a identidade de ambos, o denominaremos

oportunamente de entrevistado 1 e 2, respectivamente.

7 Análise preliminar de um Censo Agropecuário: Projeto Lupa no Estado de São Paulo (Francisco Alberto Pino),

2009, p.7. 8 O projeto LUPA e o CANASAT estimam o cultivo de cana-de-açúcar de formas diferentes, o que dificulta a

comparação entre os mesmos. O Projeto LUPA estima a área cultivada total, incluindo cana-de-açúcar para

indústria e cana-de-açúcar para forragem, bem como áreas novas, que não estão em produção. A área total do

CANASAT inclui a área disponível para colheita mais a área em reforma, de forma que, por se tratar de satélite,

o INPE apesar de não propriamente fazer distinção entre cana-de-açúcar para indústria e cana-de-açúcar para

forragem, nem sempre as reconhece por se constituírem áreas menores e separadas das grandes lavouras de

indústrias, já que com visibilidade diferente.

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Entrevistado 1: Relatou-nos trabalhar desde os 7 anos de idade, aproximadamente, como

condição imprescindível para a manutenção da família, devido às “grandes secas” que ainda

atualmente acometem o sertão nordestino, o que inviabilizava a cultura de subsistência

familiar. Veio de família constituída por pai, mãe e quatro irmãos (dentre os quais uma irmã).

Suas origens são de Lagoa do Jardim, município da Paraíba (PB), onde morou com a

família até os 20 anos de idade. Segundo ele, antes dessa idade, por conta de um ano seco,

fora trabalhar na Bahia, na roça de mandioca, ficando lá por 60 dias, sem contato com a

família, enquanto isso, seus pai e irmãos trabalhavam em Pernambuco, retornando à casa da

família na PB, no alto de uma serra, todos os finais de semanas, após seis dias de trabalho,

percorrendo a pé cerca de 12 km. Assim que retornou da BA, juntou-se a eles nesse trabalho

por 6 meses.

Quando tinha ainda 20 anos de idade, por causa das condições difíceis de vida no

sertão da Bahia, migrou com a família para o Estado de Alagoas, município de Santana do

Ipanema. Casado em 20 de janeiro de 1965, aos 25 anos de idade, trabalhou em uma fazenda

por cerca de 20 anos ainda.

Relata ele que, com a situação difícil no sertão do nordeste, veio para a cidade de São

Paulo em 1977, onde trabalhou até 1978. Durante esse tempo empregou-se numa fábrica de

cortinas por seis meses e nove meses na fábrica de bicicletas Caloi, sempre ajudando seus

familiares no Estado de Alagoas financeiramente. Ao saber da possibilidade de emprego na

Usina de açúcar e Álcool através de parentes que já estavam no município de Caiabu há mais

tempo, migrou com o filho mais velho de sete irmãos para o corte da cana-de-açúcar.

Ficou sabendo que pais acompanhados de filhos a partir de dezesseis anos poderiam

trabalhar conjuntamente. Um freteiro da usina “ajeitou” o trabalho, guardou as vagas, antes

mesmo de eles chegarem ao município, num domingo, dia 15 de outubro de 1984, começando

a trabalhar dia 17 do mesmo mês. Dividia o aluguel com uma parenta. Seis meses depois

alugou outra casa, e foi buscar o restante da família.

Em termos de relatar as condições de trabalho, o entrevistado nos contou algumas

coisas importantes, as quais elencaremos em tópicos, a fim de resumi-las.

Começou a trabalhar na segunda safra da usina (em 1984), tendo ela surgido

em 1983 no município de Caiabu (Fazenda Alta Floresta).

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O trabalho do corte da cana, inicialmente, para ele se constitui em contrato de

trabalho temporário/safrista, ou seja, trabalhava durante a safra e era

dispensado na “entressafra”, nesse tempo trabalhando em roças de batata no

município, como boia-fria (a média de tempo desempregado era de 30-45 dias,

mas já chegou a ultrapassar isso para quase o dobro em anos secos).

O transporte de trabalhadores rurais na década de 1980 era feito por

caminhões, como ainda ocorre com boias-frias. Trabalhavam 5 dias integrais

na semana, mais meio período no sábado.

A usina não fornecia equipamentos de segurança, como botas com bico de aço

(estas eram oferecidas apenas para os funcionários internos da usina),

caneleiras ou luvas, isto, juntamente com a responsabilidade de levar água,

ficava a encargo e custo do empregado, caso ela oferecesse, o empregado

pagava por isso. Quem não tinha condições financeiras para comprar um par de

botas trabalhava de chinelas.

Os equipamentos de segurança foram “implementados” realmente a partir de

1997, quando a Usina Alto Alegre foi transferida para o município de

Presidente Prudente, por conta de exigência e pressão do Ministério do

Trabalho.

Havia uma cota de corte da cana queimada pré-estabelecido para que os

funcionários conseguissem manter-se no trabalho (o que era desconsiderado

em caso de doença), em torno de 200m de cana em pé por dia, o que equivalia

a 8 ton. aproximadamente. O salário equivalia em 1984 à diária de 3,500 C$,

no limite estabelecido dentro da cota; em casos de superá-la, como a maioria

dos cortadores conseguia fazer, havia um acréscimo variável, em torno de 5

centavos por cada 10m; um fato interessante é que se caso houvesse grande

produtividade dos cortadores esse valor no dia seguinte poderia cair,

pressionando os salários para baixo, sem nenhum aviso.

O registro em carteira chegou dois anos depois (1986).

Desde 1980 era expressivo o trabalho feminino no corte da cana-de-açúcar. O

maquinário não era presente. E sempre houve uso de agrotóxico, mas há um

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aumento vertiginoso no período mais recente. Uma das frases registradas foi:

“Tem muita árvore seca por aí. Desconfio que seja o veneno”.

Atualmente a tecnificação no cultivo canavieiro é grande. O entrevistado citou

haver na fazenda da usina 20 colhedeiras e 4 máquinas de corte para plantio.

Houve um decréscimo de trabalhadores rurais do corte da cana, difícil de

precisar. Cita-se que num período de dois anos, aproximadamente, restaram 3

ônibus dos 4 utilizados para o transporte de “rurais”, assim, o entrevistado

estima que tenha havido uma redução de 1500 pessoas para cerca de 300 nesse

setor, referente à região (Caiabu, Irapuru, Santo Expedito – o qual ele destaca

como sendo área de grande expansão da cana-de-açúcar –, Adamantina,

Presidente Prudente, Regente Feijó, Taciba, Indiana, Lucélia, etc.).

Era comum pessoas passarem mal neste tipo de trabalho, pela insolação, com

queda de pressão arterial.

Trabalhou no corte da cana-de-açúcar até 2010, sendo realocado, devido à

idade, pela empresa para o trabalho no viveiro de mudas nativas (aroeira,

angico etc.) para reflorestamento, no qual permaneceu até 14 de janeiro de

2013, período em que encontrava-se de férias, e logo mais permaneceu

afastado por motivos de saúde (cirurgia realizada dia 27 de janeiro de 2013), de

modo que, no período da pesquisa, encontrava-se com atestado por tempo

indeterminado9. O interessante é que nesse trabalho seguia-se, em relação a

cursos d’água principais, como o rio do Peixe, pelo menos, as determinações

do Código Florestal, com a demarcação de APPs.

Quanto às expectativas de progressão ou mudança de vida no que condiz ao

trabalho nunca pensou em mudar de função, mas cita que “Uma vez quiseram

me pôr de faxineiro, mas eu não quis não”.

Entrevistado 2: Com 38 anos de idade trabalhava à época dos questionamentos como tratorista

na usina Alto Alegre, estando empregado na unidade fabril desde 2005, residindo no

município de Caiabu, veio a trabalho também na certeza de colocação na indústria, pois um de

seus irmãos já trabalhava. Natural do Estado da Paraíba, residia no Estado da Bahia desde

9 Frisa-se que o entrevistado 1 não retomou suas funções na usina Alto Alegre, vindo a falecer tempo depois

devido a um câncer.

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seus 9 anos , no município de Juazeiro. Relatou-nos que começou a trabalhar com seis anos de

idade na roça para ajudar seus pais.

Entretanto, antes de migrar para Caiabu-SP, também passou por outras localidades,

como nos contou. Ainda quando criança migrava intermitentemente com a família entre os

estados da Paraíba e Bahia (por conta de laços afetivos) até se estabelecerem na BA. Em 2001

veio para a capital de São Paulo com um irmão e esposa, em busca de oportunidades de vida e

reconhecimento, formando uma dupla sertaneja, período em que se apresentou no programa

de TV “Raul Gil”. Neste período trabalhou durante um ano e meio de servente de pedreiro,

depois de marceneiro. Na entrevista disse-nos que trabalhava em barzinhos noite afora, até

mesmo de graça, enquanto durante o dia realizava essas atividades.

A questão familiar, percebe-se, é muito importante, pois para que ele se estabelecesse

em Caiabu, teve apoio tanto de um irmão que já trabalhava na indústria sucroalcooleira, como

de uma tia, residente no município há mais de 20 anos. Inicialmente, trabalhou na sacaria,

carregando e descarregando sacos de 50 kg. de açúcar, onde organizava-os em grandes pilhas,

sempre ajudando financeiramente os familiares no Nordeste. Seus pais vieram para o

município no ano de 2006, e assim ocorreu também com muitos irmãos (dois ajudados por

ele, que retornaram ao Nordeste) e parentes.

Relatou-nos as condições e repercussões atuais do tempo em que trabalhou como

saqueiro (até início desse ano), ocupando a função de tratorista em março de 2013, uma ótima

condição de trabalho de acordo com ele, mas com perspectivas futuras ainda melhores dentro

da indústria.

O trabalho na sacaria é ditado pelo ritmo tecnológico, através de uma esteira. Estima-

se, segundo suas informações, que diariamente eram carregados cerca de 2000 sacos ao longo

de sete horas. E sempre havia gente sofrendo neste tipo de trabalho. As consequências das

condições de trabalho lhe renderam, inclusive, 3 meses de afastamento pelo Instituto Nacional

do Seguro Social (INSS), em 2007. Atualmente, repercutem tendinite, dores em joelhos,

cotovelos e ombros. Como ele próprio falou: “o trabalho foi embora, mas as dores ficaram”.

Quanto ao trabalho no corte da cana-de-açúcar, cita, ainda, que duas irmãs atualmente se

encontram afastadas por conta de problemas de escoliose, causado pelos esforços repetitivos.

Do mesmo modo que o primeiro entrevistado falou-nos, ele corrobora quanto à

questão do problema da dispersão de agrotóxicos, aos danos causados. Também interessante

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saber da diminuição dos postos de trabalho no corte da cana em 2014, com a proibição da

queima e com o aumento da mecanização. Conta ele que a indústria está adquirindo mais

maquinários.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tentando não se estender mais sobre o assunto, queremos apenas enfatizar a

importância de entender de dentro da dinâmica do trabalhador o quadro de expansão da cana-

de-açúcar em Caiabu, e na região de maneira geral, e quais as consequências disso numa série

de aspectos, dentre eles o social. Ambos os entrevistados nos apontaram, através de sua

história de vida, elementos parecidos, como o complexo processo de migração (presente

dentro da região nordeste e depois de lá para a sudeste), o uso de agrotóxicos e o meio

ambiente, a saúde e exploração do trabalhador dentro disso, e a mecanização da cadeia

produtiva etc. Isto apenas confirma nossas hipóteses iniciais.

Abaixo segue o gráfico de categorização da situação dos funcionários da empresa Alto

Alegre/ SA, isto é, os tipos de contrato de trabalho.

Gráfico 3

Fonte: Relatório de Desenvolvimento Sustentável, Alto Alegre, 2011. Disponível em

http://www4.altoalegre.com.br/docs/RELATORIO_SUSTENTABILIDADE_2011.pdf

Vemos que o universo do trabalho é muito mais complexo do que o simples emprego e

a conquista de direitos trabalhistas em termos de segurança em atividades com certo grau de

periculosidade. Ela envolve laços de solidariedade, sobretudo no que diz respeito a essa

migração inter-regional, a qual tentamos destacar através dos dois sujeitos que se dispuseram

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a partilhar parte de sua história de vida. Há, portanto, sonhos e projetos de vida que agregam e

se fortalecem no núcleo familiar. Também fica evidente a nova configuração em termos de

absorção da mão-de-obra, visto que a mecanização\tecnificação é crescente e tem mudado as

relações de trabalho e imposto novos requisitos dos trabalhadores, sobretudo quando

pensamos na flexibilização enquanto forma de adequar número de trabalhadores e demandas

mutáveis da produção em períodos de colheita e plantio, por exemplo, constituindo cada vez

mais um número maior de “safristas”.

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THOMAZ JÚNIOR, Antônio. Disputas territoriais e grilagem no Pontal do

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