estudo das práticas de gestão de qsms aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que,...

158
Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de construção do Complexo Olímpico de Deodoro Vinícius Leonardo Ribeiro Bayeh Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessária à obtenção do título de Engenheiro. Rio de Janeiro Agosto, 2017

Upload: ngodan

Post on 16-Nov-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

Estudo das práticas de gestão de

QSMS aplicadas à obra de construção do

Complexo Olímpico de Deodoro

Vinícius Leonardo Ribeiro Bayeh

Projeto de Graduação apresentado ao

Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessária à obtenção do

título de Engenheiro.

Rio de Janeiro

Agosto, 2017

Page 2: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de construção do

Complexo Olímpico de Deodoro

Vinícius Leonardo Ribeiro Bayeh

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

ENGENHEIRO CIVIL.

Examinada por:

__________________________________________________

Prof. Jorge dos Santos, D Sc.

__________________________________________________

Prof. Ana Catarina Jorge Evangelista

__________________________________________________

Prof. Willy Weisshuhn.

__________________________________________________

Prof. Wilson Wanderley

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

AGOSTO DE 2017

Page 3: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer, em primeiro lugar, aos meus pais, Antônio Celso Bayeh e

Vânia Lúcia Ribeiro Bayeh, meus maiores exemplos nessa vida, pelo apoio e pela

dedicação de uma vida inteira.

Agradeço ao meu irmão, Victor Antônio Ribeiro Bayeh, pela amizade e apoio e a

todos meus familiares que sempre estiveram caminhando ao meu lado.

Aos meus amigos, dos mais novos aos mais antigos, com os quais compartilhei

momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos

como gostaríamos, sempre tive a certeza absoluta que poderia contar quando necessário.

Aos colaboradores do Complexo Deodoro que puderam me auxiliar nas buscas

pelas informações necessárias para a realização deste estudo.

Finalmente, agradeço aos professores e funcionários da Escola Politécnica, pela

formação acadêmica e profissional, possibilitando um dos melhores ensinos possíveis de

se desejar. Um agradecimento especial ao professor Jorge Santos, pela dedicação e por

todos os ensinamentos repassados, que me permitiram alcançar hoje a oportunidade de

apresentar este trabalho.

Page 4: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de construção do

Complexo Olímpico de Deodoro

Bayeh, Vinícius Leonardo Ribeiro

Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra

de construção do Complexo Olímpico de Deodoro / Vinícius

Leonardo Ribeiro Bayeh. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola

Politécnica, 2017.

XV, 143 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Jorge dos Santos

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Civil, 2017.

Referências Bibliográficas: p 139-143.

1. Introdução. 2. QSMS na Construção Civil. 3. Modelos

de conformidade para sistemas de gestão QSMS. 4.

Certificações de Sistemas de Gestão QSMS. 5.

Metodologias de implantação de Sistemas de Gestão QSMS.

6. Estudo de caso. 7. Conclusão. 8. Sugestões para Trabalhos

Futuros. 9. Referencias Bibliográficas

I. Jorge dos Santos II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III.

Engenheiro Civil

Page 5: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como

parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil

Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de construção do

Complexo Olímpico de Deodoro

Vinícius Leonardo Ribeiro Bayeh

Agosto, 2017

Orientador: Jorge Santos

Curso: Engenharia Civil

O mercado da construção civil vem cada vez mais buscando processos que

aperfeiçoem seus serviços de forma que a melhoria contínua sempre esteja em evidência.

O desenvolvimento de um sistema de gestão integrada eficaz é um grande passo para que

haja planejamento, execução e controle dos requisitos das normas ISO 9001, ISO 14001

e OHSAS 18001. O estudo de caso avaliado neste trabalho retorna ao leitor os principais

resultados obtidos com a implantação de um sistema de gestão integrado na obra do

Complexo Olímpico de Deodoro. Baseando-se no estudo de caso, foi possível ter avaliar

como a construtora responsável agiu sobre as questões pertinentes à qualidade, meio

ambiente, segurança e saúde ocupacional em um empreendimento nada comum ao

mercado brasileiro.

Palavras-chave: sistema de gestão integrado, ISO 9001, ISO 14001, OHSAS

18001, QSMS.

Page 6: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment

of the requirements for the degree of Engineer

Study of QHSE management practices applied to the construction of the Deodoro

Olympic Complex

Vinícius Leonardo Ribeiro Bayeh

August, 2017

Advisor: Jorge Santos

Course: Civil Engineering

The construction market is increasingly looking for processes that improve its

services so that continuous improvement is always in evidence. The development of an

effective integrated management system is a great step in planning, executing and

controlling the requirements of ISO 9001, ISO 14001 and OHSAS 18001. The case study

evaluated in this paper returns to the reader the main results obtained with the

Implementation of an integrated management system in the Deodoro Olympic Complex.

Based on the case study, it was possible to evaluate how the responsible construction

company acted on issues related to quality, environment, safety and occupational health

in an enterprise not common to the Brazilian market.

Keywords: integrated management system, ISO 9001, ISO 14001, OHSAS

18001, QHSE

Page 7: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

Sumário

1 - Introdução ...................................................................................................... 1

1.1 - Importância do tema............................................................................................. 1

1.2 - Justificativa .......................................................................................................... 1

1.3 - Objetivo ................................................................................................................ 2

1.4 - Metodologia ......................................................................................................... 3

1.5 - Estrutura da Monografia ...................................................................................... 3

2 – QSMS na Construção Civil .......................................................................... 5

2.1 – Conceito .............................................................................................................. 5

2.2 – Aspectos Históricos ............................................................................................. 5

2.3 – Aspectos Culturais e Influência na Prática de QSMS ......................................... 7

2.4 – Peculiaridades na Implantação ............................................................................ 7

2.4.1 – Sistema de Gestão da Qualidade .................................................................. 8

2.4.2 – Sistema de Gestão Ambiental ....................................................................... 9

2.4.3 – Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho .............................. 10

3 – Modelos de conformidade para sistemas de gestão QSMS ..................... 11

3.1 – Qualidade – ISO 9001 e SiAC – PBQP-H ........................................................ 11

3.1.1 – ISO 9001..................................................................................................... 11

3.1.2 – SiAC – PBQP-H ......................................................................................... 15

3.2 – Segurança e Saúde Ocupacional – BS 8800 E OHSAS 18001 ......................... 18

3.2.1- BS 8800 ........................................................................................................ 18

3.2.2 – OHSAS 18001 ............................................................................................ 20

3.3 – Meio Ambiente – NBR ISO 14001 e Certificações (Leed e Aqua) .................. 22

3.3.1 – NBR ISO 14001 ......................................................................................... 22

3.3.2 – Certificação LEED ..................................................................................... 25

3.3.3 – Certificação AQUA .................................................................................... 28

Page 8: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

3.4 – Sistemas de Gestão Integrados (SGI) ................................................................ 31

4 – Certificações de Sistemas de Gestão de QSMS ........................................ 33

4.1 – Definição ........................................................................................................... 33

4.2 – Abrangência ...................................................................................................... 33

4.3 – Organismos de Certificação .............................................................................. 34

4.4 – Processo de certificação .................................................................................... 37

4.5 – Certificação ISO 9001 ....................................................................................... 38

4.6 – Certificação ISO 14001 ..................................................................................... 41

4.7 – Certificação OHSAS 18001 .............................................................................. 42

4.8 - Panorama das empresas certificadas no Brasil ................................................... 43

5 - Metodologias de Implantação de Sistema de Gestão QSMS ................... 44

5.1 - Introdução .......................................................................................................... 44

5.2 – Implantação de um Sistema de Gestão Integrado na Construção Civil ............. 46

5.2.1 – Composição de um Sistema de Gestão Integrado ...................................... 46

5.3 – Construtoras e os seus respectivos Sistemas de gestão integrada ..................... 61

5.3.1 – Construtora Andrade Gutierrez .................................................................. 61

5.3.2 – Construtora Queiroz Galvão ....................................................................... 62

6 – Estudo de Caso ............................................................................................ 64

6.1 – A Obra ............................................................................................................... 64

6.2- Projeto e Exigências ............................................................................................ 65

6.2.1 – O projeto ..................................................................................................... 65

6.2.2 – Exigências do contratante e do Comitê Olímpico ...................................... 66

6.3 – Execução e Planejamento .................................................................................. 78

6.3.1 – Plano de Ataque .......................................................................................... 78

6.3.2 - Dificuldades executivas e de Planejamento ................................................ 84

6.3.3 - Estrutura organizacional.............................................................................. 86

6.3.4 -Técnicas Construtivas .................................................................................. 92

6.4 - Plano de Sistema de Gestão Integrada ............................................................... 95

Page 9: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

6.4.1 Implantação ................................................................................................... 95

6.4.2 Documentação ............................................................................................... 96

6.4.3 Política, objetivos e metas ............................................................................. 99

6.4.4 Responsabilidades e autoridades ................................................................. 103

6.4.5 Representante da direção ............................................................................. 105

6.4.6 Análise Crítica ............................................................................................. 106

6.4.7 Gestão de Recursos ..................................................................................... 107

6.4.8- Treinamentos .............................................................................................. 108

6.4.9 - Aquisição / Suprimentos ........................................................................... 109

6.4.10 – Auditoria Interna .................................................................................... 112

6.4.11 – Controle de não conformidades, ações corretivas e preventivas ............ 114

6.4.12 - Comunicação Interna e Externa .............................................................. 116

6.4.13 – Realização do produto ............................................................................ 118

6.4.14 – Monitoramento e medição ...................................................................... 125

6.4.15 – Gerenciamento de resíduos..................................................................... 128

6.4.16 – Satisfação do cliente ............................................................................... 133

6.4.17 – Melhoria Contínua .................................................................................. 134

6.4.18 – Auditoria externa e certificação .............................................................. 135

6.5 - Considerações Finais........................................................................................ 135

7 – Conclusão ................................................................................................... 137

7.1 – Sugestões para Trabalhos Futuros .................................................................. 138

8 – Referências Bibliográficas ........................................................................ 139

Page 10: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

Lista de Figuras

FIGURA 1: FAMÍLIA ISO 9000. FONTE: ANTUNES (2008). ........................................................................... 12

FIGURA 2: CICLO PDCA. FONTE: BENITE, 2004.......................................................................................... 14

FIGURA 3: MODELO PARA O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL. FONTE: O AUTOR, 2017. ........................... 25

FIGURA 4: SELOS LEED. FONTE: PLANETA SUSTENTÁVEL, 2017. .............................................................. 26

FIGURA 5: EXIGÊNCIAS PARA A CERTIFICAÇÃO NO PROCESSO AQUA. FONTE: AQUA, 2017. .................... 30

FIGURA 6: CATEGORIAS DO PROCESSO AQUA. FONTE: MARTINS, 2011. ................................................... 30

FIGURA 7: SISTEMAS DE GESTÃO INTEGRADOS E NÃO-INTEGRADOS. FONTE: BENITE, 2004. ..................... 31

FIGURA 8: VANTAGENS DOS SISTEMAS DE GESTÃO INTEGRADOS. FONTE: BENITE, 2004. .......................... 32

FIGURA 9: ESTRUTURA DE ACREDITAÇÃO. FONTE: INMETRO, 2017. ........................................................... 35

FIGURA 10: CRITÉRIOS DE ACREDITAÇÃO DE OAC. FONTE: INMETRO, 2017. ............................................. 35

FIGURA 11: MOTIVOS PARA A OBTENÇÃO DA CERTIFICAÇÃO. FONTE: ANTUNES, 2008............................... 39

FIGURA 12: DESEMPENHO E COMPETITIVIDADE APÓS CERTIFICAÇÃO. FONTE: ANTUNES, 2008. ................. 39

FIGURA 13: ESQUEMA PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO ISO 14001. FONTE: BUREAU VERITAS CERTIFICATION,

2017. .................................................................................................................................................. 42

FIGURA 14: CERTIFICAÇÕES ANDRADE GUTIERREZ. FONTE: AG, 2017. ..................................................... 62

FIGURA 15: CERTIFICAÇÕES QUEIROZ GALVÃO. FONTE: CQG, 2017. ........................................................ 63

FIGURA 16: DOMÍNIO COMUM DO PARQUE RADICAL. FONTE: O AUTOR, 2017. ........................................... 69

FIGURA 17: ESTÁDIO OLÍMPICO DE CANOAGEM SLALOM. FONTE: O AUTOR, 2017. .................................... 70

FIGURA 18: CENTRO OLÍMPICO DE BMX. FONTE: O AUTOR, 2017. ............................................................. 70

FIGURA 19: MOUNTAIN BIKE. FONTE: O AUTOR, 2017. ............................................................................... 71

FIGURA 20: DOMÍNIO COMUM DO PENTATLO MODERNO. FONTE: O AUTOR, 2017. ..................................... 72

FIGURA 21: ARENA DEODORO. FONTE: O AUTOR, 2017. ............................................................................. 73

FIGURA 22: CENTRO OLÍMPICO DE HÓQUEI. FONTE: O AUTOR, 2017. ......................................................... 74

FIGURA 23: CENTRO AQUÁTICO DE PENTATLO MODERNO. FONTE: O AUTOR, 2017. .................................. 74

FIGURA 24: ARENA DE RUGBI E PENTATLO MODERNO: CONFIGURAÇÃO RUGBI. FONTE: O AUTOR, 2017. . 75

FIGURA 25: ARENA DE RUGBI E PENTATLO MODERNO: CONFIGURAÇÃO PENTATLO. FONTE: O AUTOR,

2017. .................................................................................................................................................. 75

FIGURA 26: CENTRO OLÍMPICO DE TIRO ESPORTIVO. FONTE: O AUTOR, 2017. ........................................... 76

FIGURA 27: DELIMITAÇÕES DO COMPLEXO: ZONA A. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017. .. 79

FIGURA 28: DELIMITAÇÕES DO COMPLEXO: ZONA B. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017. .. 79

FIGURA 29: CANTEIRO CENTRAL. FONTE: O AUTOR, 2017. ......................................................................... 80

FIGURA 30: TERRAPLENAGEM ZONA A. FONTE: O AUTOR, 2017. ................................................................ 81

FIGURA 31: ORGANOGRAMA CANTEIRO CENTRAL. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017. ...... 87

FIGURA 32: ORGANOGRAMA CENTRO AQUÁTICO DE PENTATLO MODERNO. FONTE: CONSÓRCIO

COMPLEXO DEODORO, 2017. ............................................................................................................. 87

FIGURA 33: ORGANOGRAMA ARENA DEODORO. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017. .......... 88

FIGURA 34: ORGANOGRAMA BMX. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017. ............................. 88

Page 11: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

FIGURA 35: ORGANOGRAMA DOMÍNIO COMUM DO PARQUE RADICAL. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO

DEODORO, 2017. ................................................................................................................................ 89

FIGURA 36: ORGANOGRAMA DOMÍNIO COMUM DO PENTATLO MODERNO. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO

DEODORO, 2017. ................................................................................................................................ 89

FIGURA 37: ORGANOGRAMA CENTRO OLÍMPICO DE HÓQUEI. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO,

2017. .................................................................................................................................................. 90

FIGURA 38: ORGANOGRAMA MOUNTAIN BIKE. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017. ........... 90

FIGURA 39: ORGANOGRAMA ARENA DE RUGBY. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017. ......... 91

FIGURA 40: ORGANOGRAMA ESTÁDIO DE CANOAGEM SLALOM. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO,

2017. .................................................................................................................................................. 91

FIGURA 41: ORGANOGRAMA CENTRO OLÍMPICO DE TIRO ESPORTIVO. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO

DEODORO, 2017. ................................................................................................................................ 92

FIGURA 42: EXECUÇÃO ESTACA HÉLICE EDIFÍCIO DE APOIO. FONTE: O AUTOR, 2017. ............................... 93

FIGURA 43: CORTINA DE ESTACAS PARA CONTENÇÃO DE TALUDE. FONTE: O AUTOR, 2017. ..................... 93

FIGURA 44: BLOCO DE COROAMENTO EDIFÍCIO DE APOIO: ARMAÇÃO. FONTE: O AUTOR, 2017. ................ 94

FIGURA 45: BLOCO DE COROAMENTO EDIFÍCIO DE APOIO. FONTE: O AUTOR, 2017. ................................... 94

FIGURA 46: PRÉ-MOLDADOS CANAL DE TREINAMENTO SLALOM. FONTE: O AUTOR, 2017. ........................ 95

FIGURA 47: PIRÂMIDE ESQUEMÁTICA DE ESTRUTURA DE DOCUMENTAÇÃO DO SGI. FONTE: CONSÓRCIO

COMPLEXO DEODORO, 2017. ............................................................................................................. 97

FIGURA 48: RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO,

2017. ................................................................................................................................................ 112

FIGURA 49: FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DO CLIENTE. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO

DEODORO, 2017. .............................................................................................................................. 134

Page 12: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

Lista de Quadros

QUADRO 1: REQUISITOS BS 8800. FONTE: BENITE, 2004. ........................................................................... 19

QUADRO 2: REQUISITOS OHSAS 18001. FONTE: BENITE, 2004. ................................................................ 21

QUADRO 3: ESTRUTURA ABNT NBR ISO 14001 – PARTE 1/2. FONTE: O AUTOR, 2017. ............................. 23

QUADRO 4: ESTRUTURA ABNT NBR ISO 14001 – PARTE 2/2. FONTE: O AUTOR, 2017. ............................. 24

QUADRO 5: ÁREAS CHAVES E CRITÉRIOS LEED. FONTE: LEITE, 2011. ...................................................... 27

QUADRO 6: CATEGORIAS DA CERTIFICAÇÃO LEED. FONTE: LEITE, 2011. ................................................. 28

QUADRO 7: COMPARATIVO DE REQUISITOS GERAIS. FONTE: O AUTOR, 2017. ............................................ 47

QUADRO 8: COMPARATIVO DE REQUISITOS DE DOCUMENTAÇÃO. FONTE: O AUTOR, 2017. ........................ 47

QUADRO 9: COMPARATIVO DE CONTROLE DE DOCUMENTAÇÃO. FONTE: O AUTOR, 2017. .......................... 48

QUADRO 10: COMPARATIVO DO COMPROMETIMENTO DA DIREÇÃO. FONTE: O AUTOR, 2017. ..................... 49

QUADRO 11: COMPARATIVO DO FOCO NAS PARTES INTERESSADAS. FONTE: O AUTOR, 2017. ..................... 50

QUADRO 12: COMPARATIVO DOS REQUISITOS DA POLÍTICA DE GESTÃO. FONTE: O AUTOR, 2017. ............... 51

QUADRO 13: COMPARATIVO DOS REQUISITOS DOS OBJETIVOS. FONTE: O AUTOR, 2017. ............................. 52

QUADRO 14: COMPARATIVO DOS REQUISITOS DE RESPONSABILIDADE E AUTORIDADE. FONTE: O AUTOR,

2017. .................................................................................................................................................. 52

QUADRO 15: COMPARATIVO DOS REQUISITOS PARA O REPRESENTANTE DA DIREÇÃO. FONTE: O AUTOR,

2017. .................................................................................................................................................. 53

QUADRO 16: COMPARATIVO DOS ITENS DE COMUNICAÇÃO. FONTE: O AUTOR, 2017. ................................. 53

QUADRO 17: COMPARATIVO DOS ITENS DE COMUNICAÇÃO. FONTE: O AUTOR, 2017. ................................. 54

QUADRO 18: COMPARATIVO DOS REQUISITOS DE ENTRADA PARA A ANÁLISE CRÍTICA. FONTE: O AUTOR,

2017. .................................................................................................................................................. 54

QUADRO 19: COMPARATIVO DOS REQUISITOS DE SAÍDA PARA A ANÁLISE CRÍTICA. FONTE: O AUTOR, 2017.

........................................................................................................................................................... 55

QUADRO 20: COMPARATIVO DOS REQUISITOS PARA PROVISÃO DE RECURSOS. FONTE: O AUTOR, 2017. ..... 55

QUADRO 21: COMPARATIVO DOS REQUISITOS DE COMPETÊNCIA, TREINAMENTO E CONSCIENTIZAÇÃO.

FONTE: O AUTOR, 2017. ...................................................................................................................... 56

QUADRO 22: COMPARATIVO DOS REQUISITOS DE INFRAESTRUTURA E AMBIENTE DE TRABALHO. FONTE: O

AUTOR, 2017. ..................................................................................................................................... 56

QUADRO 23: COMPARATIVO DOS REQUISITOS OPERACIONAIS LIGADOS À REALIZAÇÃO DO PRODUTO OU

SERVIÇO. FONTE: O AUTOR, 2017. ...................................................................................................... 57

QUADRO 24: COMPARATIVO DOS REQUISITOS DE MONITORAMENTO E MEDIÇÃO. FONTE: O AUTOR, 2017. . 58

QUADRO 25: COMPARATIVO DOS REQUISITOS PARA AUDITORIA INTERNA. FONTE: O AUTOR, 2017. ........... 59

QUADRO 26: COMPARATIVO DOS REQUISITOS PARA CONTROLE DE PRODUTO NÃO CONFORME. FONTE: O

AUTOR, 2017. ..................................................................................................................................... 60

QUADRO 27: DEMANDA DE ENERGIA POR INSTALAÇÃO. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017.

........................................................................................................................................................... 77

QUADRO 28: DEMANDA DE ÁGUA POR INSTALAÇÃO. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017. ... 77

Page 13: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

QUADRO 29: OBJETIVOS E METAS SST. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017. ...................... 101

QUADRO 30: OBJETIVOS E METAS MEIO AMBIENTE. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017. ... 101

QUADRO 31: OBJETIVOS E METAS QUALIDADE. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017. ......... 102

QUADRO 32: MATRIZ DE RESPONSABILIDADES PARTE 1/2. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO,

2017. ................................................................................................................................................ 104

QUADRO 33: MATRIZ DE RESPONSABILIDADES PARTE 2/2. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO,

2017. ................................................................................................................................................ 105

QUADRO 34: CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO,

2017. ................................................................................................................................................ 111

QUADRO 35: CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE FREQUÊNCIA E PROBABILIDADE. FONTE: CONSÓRCIO

COMPLEXO DEODORO, 2017. ........................................................................................................... 121

QUADRO 36: CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE SEVERIDADE E GRAVIDADE. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO

DEODORO, 2017. .............................................................................................................................. 122

QUADRO 37: MATRIZ DE AVALIAÇÃO. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017. ........................ 123

QUADRO 38: MEDIDAS DE CONTROLE. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO DEODORO, 2017. ....................... 123

QUADRO 39: PERIODICIDADE DE MONITORAMENTOS AMBIENTAIS. FONTE: CONSÓRCIO COMPLEXO

DEODORO, 2017. .............................................................................................................................. 126

QUADRO 40: PERIODICIDADE DE MONITORAMENTOS SST – PARTE 1/2. FONTE: O AUTOR, 2017. ............. 127

QUADRO 41: PERIODICIDADE DE MONITORAMENTOS SST – PARTE 2/2. FONTE: O AUTOR, 2017. ............. 128

QUADRO 42: CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS CONFORME NBR 10004. FONTE: CONSÓRCIO

COMPLEXO DEODORO, 2017. ........................................................................................................... 130

Page 14: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

LISTA DE SIGLAS

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas

AQUA: Alta Qualidade Ambiental

BS: British Standards

BSI: British Standards Institution

CB: Comitê Brasileiro

CEDAE: Companhia Estadual de Águas e Esgotos

CERTIFIQ: Sistema de Gerenciamento de Certificados

Cgcre: Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro

CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente

CTECH: Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação

DDGI: Diálogo Diário Gestão Integrada

EAP: Estrutura Analítica de Projeto

EOM: Empresa Olímpica Municipal

INEA: Instituto Estadual do Ambiente

INMETRO: Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

ISO: International Organization for Standardization

JIT: Just-in-Time

LEED: Leadership in Energy & Environmental Design

NBR: Norma Brasileira Regulamentadora

OAC: Organismo de Avaliação da Conformidade

OCO: Organismos de Certificação de Obras

OHSAS: Occupational Health and Safety Assessments Series

PBQP-H : Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade na Construção

Habitacional

PDCA: Plan, Do, Check, Act

PSGI: Plano de Sistema de Gestão Integrada

QAE: Qualidade Ambiental do Edifício

QSMS: Qualidade , Segurança, Meio ambiente e Saúde

RECON: Gerente de Contrato

RELAP: Requisitos Legais Aplicáveis

Riourbe: Empresa Municipal de Urbanização

Page 15: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

SGA: Sistema de gestão Ambiental

SGE: Sistema de Gestão do Empreendimento

SGI: Sistema de Gestão Integrada

SGQ: Sistema de Gestão da Qualidade

SGSST: Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho

SiAC: Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras

da Construção Civil

SiMaC: Sistema de Qualificação de Materiais

SINAT : Sistema Nacional de Avaliações Técnicas

SiQ: Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras

SSO: Segurança e Saúde Ocupacional

SST: Segurança e Saúde do Trabalho

TFCA: Indicador de taxa de frequência de acidentes com afastamento

TFSA: Indicador de taxa de frequência de acidentes sem afastamento

TQM: Gestão da Qualidade Total

USGBC: U. S. Green Building Council

WCM: World Class Manufacturing

Page 16: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

1

1 - Introdução

1.1 - Importância do tema

Nos dias atuais, as mudanças que vêm ocorrendo no contexto social, econômico,

político e tecnológico deixam evidente que as organizações possuem a necessidade de

adoção de novas práticas e estratégias empresariais. Benite (2004) cita que a crescente

competição no mercado exige que as empresas, principalmente as construtoras, possam

contar com um diferencial para que possam fazer frente à concorrência e

consequentemente sobreviver ao mercado.

Um caminho de se obter sucesso de um jeito eficaz comprovou-se primeiramente

na implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade, na qual se gerou resultados muito

positivos e uma série de vantagens competitivas que impactaram significativamente no

crescimento do setor da construção civil na década de 1990.

Impulsionados por esse sucesso, as construtoras perceberam que o sucesso não se

baseia somente no lucro, mas sim num conjunto composto por três fatores:

Responsabilidade, Ética e Lucro. Ou seja, a imagem de uma organização perante os seus

clientes e colaboradores é essencial para o sucesso corporativo. Com isso, viu-se a

necessidade da criação de sistemas de gestão de Segurança do Trabalho, de Saúde

Ocupacional e de Meio Ambiente, dando início ao que se conhece como Sistema de

Gestão QSMS (Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde).

Um bom Sistema de QSMS, quando bem implantado, pode trazer inúmeras

melhorias à empresa como redução de custos, melhorias operacionais, aumento de

produtividade, entre outras coisas. Neste contexto, um bom entendimento sobre o tema

faz com que se reflita sobre as vantagens, metodologia e principalmente os resultados

obtidos com a implantação de um Sistema de Gestão QSMS em um empreendimento ou

em uma construtora como um todo.

1.2 - Justificativa

O ano de 2016 passou a ser considerado como um marco na história brasileira

devido à realização dos primeiros Jogos Olímpicos em solo sul americano. Esse marco

teve impacto em grandes setores da economia brasileira, entre esses setores, o da

Construção Civil.

Page 17: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

2

Embalado pela realização de obras grandiosas, como na Copa de 2014, o mercado

da Construção Civil brasileiro viu-se sob os holofotes mundiais novamente e, portanto,

no dever de mostrar ao mundo a sua evolução neste setor. Contudo, o mercado vinha de

uma pequena turbulência causada em 2014. Esta causada principalmente pela falta de

planejamento e gerenciamento na reforma e construção dos estádios de futebol. Esse fato

gerou muitos questionamentos do mercado mundial em relação à qualidade do produto

final (estádios), controle de produção, tratamento adequado aos trabalhadores da

construção civil e os impactos causados ao meio ambiente do país.

Devido a todos esses questionamentos, a indústria da Construção Civil se viu no

dever de provar ao mundo o seu verdadeiro valor e a sua capacidade de adentrar em um

mercado competitivo como o mercado da Construção Internacional.

Para provar aos outros mercados o seu potencial as empresas se viram forçadas a

rever seus conceitos sobre QSMS e aplicá-los de forma organizada e responsável para

consolidar sua imagem junto ao mercado internacional e principalmente deixar para trás

as más impressões causadas pelo legado de 2014.

Com isso, a escolha do tema se deu para que pudesse ser analisada essa evolução

na implantação de um sistema capaz de gerenciar a qualidade, a segurança, o meio

ambiente e a saúde em uma obra de total importância para a história e para a indústria da

Construção Civil do país.

1.3 - Objetivo

Este trabalho tem por objetivo o estudo de caso sobre o desenvolvimento, a

implantação e a manutenção dos Sistemas de Gestão QSMS no Complexo Olímpico

Deodoro. Além disso, também são apresentados resultados obtidos com esta implantação.

Page 18: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

3

1.4 - Metodologia

Visando atingir os objetivos propostos, foi realizada uma revisão bibliográfica de

forma a levantar todas as informações necessárias para que o tema fosse introduzido de

forma clara ao leitor e principalmente para levantar dados suficientes para que houvesse

uma forma de mensurar a eficiência do sistema de QSMS adotado durante a construção

do Complexo Olímpico de Deodoro, objetivo deste trabalho.

Foram estudadas normas, dissertações de mestrado, graduação e especialização,

além de artigos e publicações nacionais e internacionais sobre o referido tema. Esses

estudos foram de total importância para viabilizar e fundamentar o trabalho.

Foi realizado também um estudo de caso, que intitula o presente trabalho. Neste

de estudo de caso foram levantados dados que buscassem expor ao leitor todo o processo

de implantação do Sistema de QSMS aplicado no referido empreendimento desde o seu

início, sua manutenção e sua conclusão.

Por fim, foram feitas considerações finais nas quais o autor analisa os fatores

estudados e os principais resultados obtidos neste estudo.

1.5 - Estrutura da Monografia

Esta monografia contém sete capítulos apresentados de modo que o leitor tenha

um entendimento fácil e claro sobre a aplicação de um sistema de QSMS em um

empreendimento de grande porte, apresentando as vantagens de sua implantação e as

principais dificuldades encontradas para fazê-lo eficaz.

O capítulo um trata da introdução ao tema, apresentando a importância do tema,

sua justificativa, seu objetivo, a metodologia utilizada para o seu desenvolvimento e a

estrutura da mesma.

O capítulo dois trata sobre a conceituação do QSMS na construção civil, aspectos

históricos de seu surgimento e evolução no setor, peculiaridades e influência da

construção na prática do QSMS.

O capítulo três descreve os modelos de conformidade para sistemas de QSMS,

expondo quais são eles, os seus critérios, requisitos e diretrizes aplicáveis na construção

civil, além da influência das certificações no setor estudado. Estuda-se também as normas

que gerem esse processo.

O capítulo cinco faz uma análise das principais metodologias adotadas para a

implantação de um Sistema de QSMS por construtoras. Neste capítulo estuda-se

Page 19: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

4

meticulosamente a forma como há a integração das normas apresentadas anteriormente

para que se chegue a um sistema de QSMS totalmente efetivo e eficaz. Há também uma

pequena exemplificação de empresas que atualmente adotam um sistema de gestão

baseado na integração destas normas.

O capítulo 6 é o estudo de caso do sistema de QSMS aplicado no Complexo

Olímpico de Deodoro. Neste capítulo há uma caracterização do empreendimento, desde

a sua fase de planejamento à sua concretização. Há também o estudo do desenvolvimento,

implantação, manutenção e finalização do sistema de QSMS na referida obra,

apresentando os principais resultados e o comportamento das partes em relação ao sistema

O capítulo sete é o capítulo final da monografia. Nele encontram-se as

considerações e análises finais sobre o trabalho, além de sugestões para futuros estudos

relacionados ao tema.

Page 20: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

5

2 – QSMS na Construção Civil

2.1 – Conceito

Um Sistema Integrado de Gestão QSMS consiste em um conjunto de

procedimentos e diretrizes estabelecidos previamente a partir de mapeamentos e

levantamento de dados referentes à qualidade do produto ofertado, risco de segurança e

saúde dos colaboradores e impactos ambientais, alinhados à políticas, metas e objetivos,

de forma que a melhoria contínua dessas questões passe a ser essencial para o

desenvolvimento e sucesso estruturados de uma empresa. É importante ressaltar, segundo

França (2009) que um Sistema Integrado de Gestão pode incluir vários sistemas de gestão,

entre eles a Gestão da Qualidade (NBR ISO 9001), Ambiental (NBR ISO 14001) e de

Segurança e Saúde no Trabalho (OHSAS 18001).

Qualidade, Segurança, Meio Ambiente, e Saúde Ocupacional são, nos dias atuais,

parte primordial no desenvolvimento sustentável de uma empresa do ramo de construção

civil. Saber gerenciar resíduos, reusar materiais, reduzir o consumo de insumos são

práticas extremamente responsáveis ambientalmente e que agregam valor à imagem de

quem as pratica. Cuidar da saúde e segurança de seus colaboradores também engrandece

à sua imagem, assim como ter qualidade em seus produtos finais. Porém as benfeitorias

não se resumem a isso. Saber como dispor os resíduos oriundos de uma construção, saber

reutilizar resíduos e reduzir insumos podem diminuir consideravelmente custos fixos

antes não analisados. Saber como cuidar da segurança e da saúde de seu colaborador pode

reduzir custos com acidentes, seguros, reposição de mão-de-obra e principalmente

motivar o trabalhador, gerando uma alta produtividade. E, por fim, ter um controle de

qualidade pode, além de reduzir custos com a produção (o que gera uma maior margem

de lucro), garantir a credibilidade da empresa no mercado.

Por esse fato que uma empresa, seja do ramo da construção ou não, se quiser ser

diferenciada em um mercado altamente competitivo como o atual tem a necessidade de

adotar um Sistema de Gestão de QSMS eficaz.

2.2 – Aspectos Históricos

Segundo Costa (2003 apud. Lantelme, 1994), em meados da década de 80, iniciou-

se um crescente interesse pela gestão da qualidade na construção civil, dando início a um

longo processo de implementação de sistemas nesta área. Este movimento foi reflexo da

importância dada à qualidade em todo mundo e também de outros fatores que afetaram,

e ainda afetam esse setor. Grandes exemplos desses fatores são: exigências dos clientes

Page 21: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

6

quanto à qualidade das edificações, escassez de recursos para a construção, organização

e reinvindicação de mão de obra qualificada.

Esse movimento foi responsável também pela introdução de novos conceitos

como flexibilidade com eficiência, sistemas produtivos, redução de estoques, relações

entre colaborativas entre organizações, etc. Baseados nesses conceitos, várias filosofias

gerenciais surgiram, como Just-In-Time (JIT), Gestão da Qualidade Total (TQM),

Reengenharia, Competição Baseada no Tempo, World Class Manufacturing (WCM),

Produção Enxuta e Engenharia Concorrente. Essas filosofias foram adaptadas para a

construção civil na década de 90, dando origem, ao PBQP-H - Programa Brasileiro de

Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional (Costa, 2003).

Segundo Carneiro (2005) o PBQP-H, criado em 1991 e reformulado 1996, teve

como finalidade disseminar os conceitos de qualidade, gestão e organização da produção.

No ano 2000, com o estabelecimento do plano Plurianual e a inclusão das áreas de

infraestrutura e saneamento passou a se chamar Programa Brasileiro de Qualidade e

Produtividade do Habitat. Atualmente o PBQP-H possui como linhas de projetos:

Estruturação e Gestão do PBQP-H; Sistema Nacional de Aprovações Técnicas; Sistema

de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil

(SiAC); Qualidade de Materiais e Componentes; Sistema Nacional de Comunicação e

Troca de Informações; Formação e Requalificação dos Profissionais da Construção Civil;

Qualidade de Laboratórios; Aperfeiçoamento da Normalização Técnica para a Habitação;

Assistência Técnica à Autogestão; Cooperação Técnica Internacional – Brasil e

Mercosul.

Com o passar dos anos e com a introdução do conceito de sustentabilidade na

construção, além da qualidade passou-se a dar ênfase também em outras partes muito

importantes para a construção civil. A preocupação com o meio ambiente e com a

segurança e saúde dos seus colaboradores foi essencial para o desenvolvimento de novas

diretrizes no ramo da construção civil. Portanto, para orientar suas ações, e realizar os

processos de forma eficaz, tendo em vista às leis mais rigorosas em relação ao Meio

Ambiente e à Segurança e Saúde no trabalho, as empresas de construção civil foram

estimuladas a implementar os Sistemas Integrados de Gestão (Carneiro, 2005).

Page 22: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

7

2.3 – Aspectos Culturais e Influência na Prática de QSMS

Segundo França (2009 apud. Almeida, 2006), a indústria da construção civil

brasileira possui imensa dificuldade na implantação de sistemas pois, por aspectos

culturais, nunca objetivou a inovação. Devido esse fato, não há compatibilização

adequada à determinados modelos eficazes de gestão e isso causa um determinado atraso

em relação a outros setores da indústria nacional. Tudo isso propicia uma falta de

evolução no sistema, gerando níveis consideráveis de acidentes e doenças ocupacionais,

pobre qualidade nos métodos e processos construtivos, más condições de higiene e

segurança nos canteiros de obra e má gestão de resíduos.

Tomasi (2003) afirma que a construção sempre foi um setor autossuficiente e

fechado, fazendo com que essas características, de certa forma, moldasse o

comportamento e mentalidade da classe trabalhadora desse setor. Com isso, acredita-se

que a construção civil foi afetada de maneira a apresentar dificuldades na incorporação

de inovações tecnológicas e gerenciais. Essa dificuldade de inovação serviu para que

muitos estudiosos identificassem a indústria da construção civil como atrasada,

principalmente em relação a outros setores produtivos.

Com o passar dos anos, mudanças foram ocorrendo em diversos setores

produtivos e com isso houve uma necessidade de adequação da construção civil. Essa

adequação, como dito anteriormente, impôs uma reflexão quanto à segurança e saúde do

colaborador, à redução de custos, à diferenciação quanto ao produto ofertado, à eficácia

do processo produtivo e principalmente às legislações ambientais. Portanto, foi nesse

momento que a pressão do mercado obrigou esse setor a deixar de lado seus antigos

costumes e a adotar medidas que o equiparassem a setores mais desenvolvidos em relação

a esses quesitos, como o setor automobilístico, por exemplo.

2.4 – Peculiaridades na Implantação

Como citado anteriormente, o sistema de integrado de gestão pode se dividir em

subsistemas de gestão: Sistema de Gestão da Qualidade, Sistema de Gestão Ambiental e

sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho. Todos esses subsistemas possuem

suas próprias peculiaridades em cada setor, e isso não é diferente quando se trata da

Construção Civil. Portanto, ao analisar- separadamente esses subsistemas, pode-se

desenvolver uma visão mais ampla das singularidades em sua implantação na Construção

Civil.

Page 23: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

8

2.4.1 – Sistema de Gestão da Qualidade

Algumas características como grande número de intervenientes no processo

produtivo, uso de técnicas simples e mão de obra de baixa qualificação, organização

complexa e modificação de acordo com o andamento do processo produtivo, faz com que

seja necessário a implantação de um sistema de qualidade capaz de abranger todas as

peculiaridades do setor. Muitos problemas fortemente ligados à construção civil poderiam

ser solucionados apenas com a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade

(SGQ): desorganização, improvisações, desperdícios, falta de planejamento e controle

(França, 2009 apud. Fonseca e Amorim, 2006).

Ao citar Fonseca e Amorim (2006), França descreve que uma das grandes

dificuldades de se atingir o objetivo de um SGQ é o fato de que muitas empresas visam

obter as certificações somente para atender as exigências dos órgãos financiadores, não

desenvolvendo um real comprometimento em relação à causa maior, a qual seria a

implementação de maneira sustentável e eficiente.

A melhoria contínua de um SGQ ou até mesmo a sua implantação de forma eficaz

poderia ser alcançada se as não conformidades detectadas dentro ou fora da empresa, por

meio de pesquisas em outras empresas do setor ou até mesmo resultados de auditorias,

fossem eliminadas através de programas e ações difundidas entre o seu corpo de

colaboradores. Isso resultaria numa implantação dada de forma responsável e minuciosa

de um SGQ, segundo França (2009, apud. Novaes et al., 2007).

De acordo com França (2009, apud. Figueiredo e Andery, 2007), as não

conformidades mais comuns em construtoras são:

a) Competência, conscientização e treinamento – falta de registros de treinamento,

determinação de competências dos cargos e funcionários, evidencias e especificação da

efetividade dos treinamentos;

b) Inspeção e monitoramento de materiais e serviços – falta de procedimentos

documentados para a inspeção final, anterior a entrega da obra e falta de evidencias de

inspeção dos materiais controlados;

c) Controle de dispositivos de medição e monitoramento – falta de dispositivos de

procedimentos para a calibração de seus equipamentos; e

d) Controle de documentos – emissão de documentos antes de sua aprovação

formal falta de listas atualizadas de controle, etc.

Page 24: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

9

2.4.2 – Sistema de Gestão Ambiental

Em relação às questões ambientais, a NBR/ISO 14001:2015 apresenta 2 termos

intimamente ligados, porém com diferentes significados: aspectos ambientais e Impactos

ambientais. De acordo com a ABNT (2015) aspecto ambiental é o elemento das atividades

de uma organização que pode interagir com o meio ambiente. Já impacto ambiental é

qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou não, que possa ser gerada dos

aspectos ambientais de uma organização. A introdução desses termos é de extrema

importância para que haja compreensão das peculiaridades da Construção Civil quando

se trata de questões ambientais.

França (2009 apud. Cardoso; Araújo; Degani, 2006 e Sánches; Dias, 2004)

apresenta aspectos e impactos ambientais relacionados à construção civil. Os Aspectos

Ambientais mais comuns no setor são:

a) Geração de resíduos;

b) Consumo de recursos naturais renováveis e não renováveis;

c) Emissão de ruídos;

d) Emissão de gases e material particulado;

e) Aumento de tráfego (transporte de materiais);

f) Vibrações;

g) Consumo de Grandes quantidades de energia elétrica e

h) Modificações de paisagens

E os Impactos ambientais mais comuns são:

a) Contaminação de solo e água;

b) Redução da disponibilidade de recursos naturais renováveis e não renováveis;

c) Incômodo à vizinhança;

d) Deterioração da qualidade do ar;

e) Maior frequência de congestionamentos;

f) Escassez de energia elétrica e

g) Interferência no modo de vida da população.

Todos esses aspectos e impactos são considerados relevantes para a implantação

de um Sistema de gestão Ambiental (SGA). Por meio de seus estudos é possível adequar

o SGA à filosofia da sustentabilidade presente nos dias atuais e com isso fazer com que a

empresa ganhe credibilidade no mercado através da melhoria da sua imagem, da

conquista da simpatia dos seus clientes e parceiros e ainda gere uma imensa redução de

Page 25: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

10

custos com a redução de desperdícios, consumo de energia e água e nas despesas com

seguros (França,2009 apud. Degani; Cardoso, 2001).

2.4.3 – Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho

França (2009) ao citar Vasconcelos (2006) ressalta que a Indústria da Construção

Civil é extremamente problemática quando o assunto é Segurança e Saúde no Trabalho.

Alta Rotatividade de mão de obra; grande movimentação de trabalhadores, materiais e

equipamentos perigosos; atividades executadas sob intempéries; mão de obra pouco

qualificada; e prazos apertados para a conclusão de obras são fatores que favorecem a

ocorrência de acidentes no ambiente de trabalho.

Para melhor entendimento, França (2009) define acidente como uma ocorrência

não programada que resulta em morte, lesão, dano ou perda. Já incidente é definido como

o evento que originou ou poderia originar o acidente. Ao citar Pozzobon e Heineck

(2005), a autora enfatiza que nas legislações trabalhistas vigentes no país, as doenças

adquiridas em razão das condições ambientais nas quais foram realizadas as tarefas

trabalhistas ou por ação repetitiva de atividade, podem ser consideradas doenças a

acidentes profissionais.

Algumas das principais causas de acidentes se originam das não conformidades

referentes à segurança e saúde ocupacional abaixo:

a) Não uso ou má distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPI);

b) Transporte ou manipulação de materiais ou equipamentos de forma indevida;

c) Sinalização inadequada;

d) Falta de iluminação emergencial;

e) Ausência de profissional e local adequado para atendimento;

f) Ausência de equipamentos de primeiros socorros, veículos para atendimento,

etc.

g) Má distribuição de extintores, hidrantes, etc.

Levando isso em consideração, a implantação de um Sistema de Gestão de

Segurança e Saúde no Trabalho passa a ter uma elevada necessidade, pois com a

prevenção de acidentes e a melhoria das condições de trabalho, além aumentar a

produtividade da mão-de-obra, contribuiria infinitamente com a redução de custos com

seguros, substituição de mão de obra, tratamentos hospitalares, etc. Além da considerável

redução com os custos relativos a passivos trabalhistas.

Page 26: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

11

3 – Modelos de conformidade para sistemas de gestão QSMS

O objetivo deste capítulo é tratar sobre os modelos de conformidade para um

sistema de Gestão de Gestão Integrado na indústria da construção civil, apresentando

características de conformidade para cada subsistema componente de um sistema de

gestão QSMS. Normas e programas utilizados, critérios e requisitos e diretrizes. Como já

dito anteriormente, esses subsistemas se dividem em: Qualidade, Meio Ambiente,

Segurança e Saúde Ocupacional. Ao analisar-se cada subsistema separadamente, dá-se

enfoque nos principais objetivos de cada modelo.

3.1 – Qualidade – ISO 9001 e SiAC – PBQP-H

3.1.1 – ISO 9001

De acordo com Antunes (2008), elaborada pela ISO (International Organization

for Standardization), a série ISO 9000 é um conjunto de normas que tem como principal

enfoque a padronização do setor da qualidade. No Brasil, a ISO tem como representante

oficial a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que através de um comitê

brasileiro, responsável pelas normas desse setor, o ABNT/CB-25 – Comitê Brasileiro de

Qualidade. Este comitê regulamentou a série de normas ABNT NBR ISO 9000:2015, que

é composta pelas seguintes normas:

a) ABNT NBR ISO 9000:2015 – Fundamentos e Vocabulários:

“Descreve os Fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e

estabelece a terminologia para estes sistemas. ”

b) ABNT NBR ISO 9001:2015 - Requisitos;

“Especifica requisitos para um Sistema de Gestão da Qualidade,

onde uma organização precisa demonstrar sua capacidade para fornecer

produtos que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos. ”

c) ABNT NBR ISO 9004: 2015 – Diretrizes para Melhoria de

Desempenho.

“Fornece diretrizes que consideram tanto a eficácia como a eficiência do sistema

de gestão da qualidade. O objetivo desta Norma é melhorar o desempenho da organização

e a satisfação dos clientes e das outras partes interessadas. ”

Page 27: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

12

Figura 1: Família ISO 9000. Fonte: Antunes (2008).

Segundo ABNT NBR ISO 9000:2015, sete princípios regem Série de Normas.

Esses princípios, aplicados de maneira integrada a um sistema de gestão, é capaz de

garantir a eficiência do mesmo. Os princípios são:

a) Foco no cliente

“O foco principal da gestão da qualidade é atender as necessidades dos

clientes e empenhar-se em exceder as expectativas dos mesmos. Entender as

necessidades atuais e futuras dos clientes e de outras partes interessadas contribui

para o sucesso sustentável da organização.”

b) Liderança

“Líderes em todos os níveis estabelecem uma unidade de propósito e

direcionamento e criam condições para que as pessoas estejam engajadas para

alcançar os objetivos da qualidade da organização.”

c) Engajamento das pessoas

“Pessoas competentes, com poder e engajadas, em todos os níveis na

organização, são essenciais para elevar a capacidade da organização em criar e

entregar valor. Reconhecimento, empoderamento e aperfeiçoamento de

competências, facilitam o engajamento das pessoas na realização dos objetivos da

qualidade da organização.”

Page 28: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

13

d) Abordagem de processo

“Resultados consistentes e previsíveis são alcançados de forma mais eficaz

e eficiente quando atividades são compreendidas e gerenciadas como processos

inter-relacionados que funcionam como um sistema coerente. Compreender como

os resultados são produzidos permite que uma organização otimize o sistema e

seu desempenho. ”

e) Melhoria

“As organizações de sucesso têm foco contínua na melhoria. A melhoria é

essencial para uma organização manter os atuais níveis de desempenho, rewagir

às mudanças em suas condições internas e externas e criar novas oportunidades.”

Esta Melhoria Continua tem como principal representante o ciclo PDCA

– Plan, Do, Check, Act. Este ciclo é apresentado na norma com a seguinte

definição de seus elementos:

e.1) Plan – Estabelecer os Objetivos e processos necessários

para fornecer resultados de acordo com os requisitos e políticas da

organização;

e.2) Do – Implementar os processos;

e.3) Check – Monitorar e medir os processos e produtos em

relação às políticas, objetivos e requisitos para o o produto, e relatar os

resultados;

e.4) Act - Executar ações para promover continuamente a

melhoria do desempenho.

A figura 2 ilustra perfeitamente o ciclo PDCA.

Page 29: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

14

Figura 2: Ciclo PDCA. Fonte: Benite, 2004.

f) Tomada de decisão com base em evidência

“Decisões com base na análise e avaliação de dados e informações são

mais propensas a produzir resultados desejados. É importante compreender as

relações de causa e efeito e possíveis consequências não intencionais. A análise

de fatos, de evidências e de dados leva a uma maior objetividade e confiança na

tomada de decisões.”

g) Gestão de relacionamento

“Para o sucesso sustentado, as organizações gerenciam seus

relacionamentos com as partes interessadas pertinentes, como provedores. A

gestão de relacionamentos com suas redes de provedores e parceiros é de

particular importância, pois é capaz de otimizar o impacto sobre o seu

desempenho. ”

Portanto, é de extrema importância que todos esses princípios sejam seguidos na

implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade, pois isso gera benefícios aos Clientes

e partes interessadas, melhoria de desempenho e produtividade e melhores retornos

financeiros. Esse é um ponto chave para o sucesso da implantação de um Sistema de

Gestão da Qualidade.

Page 30: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

15

3.1.2 – SiAC – PBQP-H

Como dito anteriormente, o PBQP (Programa Brasileiro da Qualidade e

Produtividade), criado em 1991, teve como principal objetivo a difusão da qualidade,

organização da produção e gestão. Este, após reformulação no ano de 1998, deu origem

ao PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção

Habitacional), instituído pelo Ministério do Planejamento e Orçamento com a assinatura

da Portaria n. 134 (Antunes, 2008).

Segundo a autora, o Programa teve como ênfase a organização do setor da

construção civil, propondo a organização em torno da qualidade e da modernização

produtiva. Este programa foi o precursor na busca pela melhor qualidade e pelos melhores

custos no combate ao déficit habitacional do país no fim da década de 90. Com a sua

integração ao PPA (Plano Plurianual), no ano 2000, o PBPQ-H passou a englobar as

partes de infraestrutura urbana e saneamento, não somente obras de edificações. Com isso

houve a necessidade de uma mudança em seu escopo e em seu nome, o qual passou a ser

Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat.

Ainda em vigor e com uma nova publicação através da portaria nº 13 de 6 de

janeiro de 2017 o regimento do programa cobre as seguintes especialidades técnicas:

a) Execução de Obras;

b) Execução especializada de serviço de Obras;

c) Gerenciamento de empreendimentos;

d) Elaboração de projetos;

e) Especialidades definidas pela CN (Comissão Nacional) e apreciadas

pelo CTECH (Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação).

A estruturação do PBQP-H se deu por meio de projetos, partir de um modelo

matricial. Cada projeto contribui para o desenvolvimento solucionando problemas

específicos na área da qualidade da construção civil. Todos os projetos têm uma função

especifica no processo e se relaciona direta ou indiretamente. Vale ressaltar que essa

estrutura matricial do programa permite também a inserção e/ou exclusão de projetos na

medida em que se fizer necessário.

Os principais projetos são:

a) Sistema de Avaliação da Conformidade de Serviços e Obras da

Construção Civil – SiAC;

Page 31: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

16

b) Qualificação de Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos -

SiMaC

c) Indicadores de Desempenho

d) Sistema Nacional de Avaliações Técnicas - SINAT

e) Sistema de Formação e Requalificação de Mão-de-obra

f) Assistência Técnica a Autogestão

g) Capacitação Laboratorial

h) Sistema Nacional de Comunicação e Troca de Informação

i) Cooperação internacional

De Acordo com Antunes (2008) o projeto de título SiAC (Sistema de Avaliação

da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil), foi aprovado

através da portaria n. 118, de 15 de março de 2005. Este projeto, na verdade ocorreu em

substituição ao antigo projeto sob o título de SiQ (Sistema de Qualificação de Empresas

de Serviços e Obras), o qual era pelo sistema que levava a certificação dos Sistemas de

Gestão da Qualidade das empresas prestadoras de serviços ou propriamente executoras

das obras: Construtoras, Projetistas, Gerenciadoras, etc. Para as construtoras o SiQ era

denominado SiQ – Construtoras e exigia a implementação de procedimentos de execução

e inspeção para os serviços presentes nas obras. Depois da Substituição em 2005, o SiQ

– Construtoras passou a se chamar SiAC – Execução de Obras.

“O SiAC é um sistema único, definido por um Regimento Geral, Regimentos

Específicos e Referenciais Normativos, adaptados às diferentes especialidades técnicas e

sub-setores da construção civil envolvidos na produção do habitat e possui caráter

evolutivo, ou seja, o regimento estabelece níveis de avaliação da conformidade

progressivos, segundo os quais, os sistemas de gestão da qualidade das empresas são

avaliados e classificados. ” (Antunes, 2008)

De acordo com a página virtual do PBPQ-H, o SiAC possui 2 níveis de

certificação – A e B. Anteriormente possuía 3 níveis, porém com a publicação da portaria

n. 13 do Ministério das Cidades, o nível de Adesão deixou de existir. Outra característica

importante é que o SiAC possui 7 princípios, estes que são grandes responsáveis na

credibilidade do sistema.

Page 32: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

17

São eles:

a) Abrangência Nacional:

Sistema único, definido por regimentos específicos e geral, além de referenciais

normativos, todos adaptados às diferentes especialidades técnicas e subsetores da

construção civil envolvidos na produção do habitat.

b) Caráter Evolutivo

Estabelecimento de níveis de avaliação da conformidade progressivos, segundo

os quais, os sistemas de gestão da qualidade das empresas são avaliados e classificados.

Ao mesmo tempo, induz a implantação gradual do sistema da qualidade, dando às

empresas o tempo necessário para realizar essa tarefa.

c) Caráter Pró-Ativo

Cria-se um ambiente de suporte, que oriente as empresas na obtenção do nível de

avaliação da conformidade almejado.

d) Flexibilidade

Adequa-se às características regionais, às diferentes tecnologias e às formas de

gestão próprias das especialidades técnicas e seus subsetores.

e) Sigilo

Todas as informações referentes a cada empresa são de caráter confidencial.

f) Transparência

Os critérios e decisões tomados devem, necessariamente, ser pautadas pela clareza

e impessoalidade.

g) Independência

Os agentes envolvidos nas decisões têm autonomia e independência.

h) Publicidade

O Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras não

tem fins lucrativos, e a relação de empresas avaliadas em conformidade é pública e

divulgada a todos os interessados.

Page 33: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

18

i) Harmonia com o INMETRO

O INMETRO disponibiliza um Programa de Credenciamento específico, de forma

que os Certificados de Conformidade para diversos níveis só terão validade se emitidos

por Organismos de Certificação de Obras (OCOs), credenciados pelo INMETRO e

autorizados pela Comissão Nacional do SiAC.

Vale ressaltar que a nova publicação do SiAC PBQP-H aborda significativamente

os níveis de desempenho citados na série de normas ABNT NBR 15575 – Edificações

Habitacionais – Desempenho. Para obras de edificações habitacionais, por exemplo, a

empresa construtora deve indicar os níveis de desempenho – mínimo (M), intermediário

(I) ou superior (S), nos seguintes requisitos dos usuários:

a) Desempenho Estrutural;

b) Durabilidade e manutenibilidade;

c) Desempenho Térmico;

d) Desempenho acústico;

e) Desempenho lumínico;

Já para os requisitos a seguir, a empresa define unicamente níveis mínimos,

podendo, a seu critério, definir padrões acima do mínimo:

a) Segurança contra incêndio;

b) Segurança no uso e na operação;

c) Estanqueidade;

d) Saúde, higiene e qualidade do ar;

e) Funcionalidade e acessibilidade;

f) Conforto tátil e antropodinâmico;

g) Adequação ambiental.

3.2 – Segurança e Saúde Ocupacional – BS 8800 E OHSAS 18001

3.2.1- BS 8800

Segundo Benite (2004) a crescente demanda no desenvolvimento de sistemas de

gestão na economia mundial fez com que, na década de 90, empresas públicas e privadas

de diversos países passassem a desenvolver guias, normas e padrões para o

estabelecimento de um SGSST (Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho).

A Grã-Bretanha, como pioneira no desenvolvimento de normas para sistema de gestão

Page 34: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

19

merece um grande destaque nesse processo de desenvolvimento. Por meio de seu órgão

normalizador, o BS – British Standards publicou, em 15 de maio de 1996, a norma BS

8800, desenvolvida pela parceria do Comitê Técnico HS/l e dos principais da sociedade

britânica afetados diretamente pela área de Segurança e Saúde no Trabalho: Sindicatos

trabalhistas, órgãos governamentais, universidades, seguradoras, etc.

Difundida mundialmente, Benite (2004) cita que a norma tem como base 3

objetivos básicos. São eles:

a) Minimizar os riscos para os trabalhadores;

b) Aprimorar o desempenho da empresa;

c) Ajudar as empresas a estabelecerem uma imagem responsável no mercado.

A norma expõe uma série de requisitos genéricos aplicáveis a qualquer tipo de

organização. Portanto para a sua implantação é necessário analisar as peculiaridades em

cada setor, como por exemplo, o tipo de atividade desenvolvida, os perigos existentes na

realização dessas atividades, cultura da organização, etc. Vale lembrar que a norma BS

8800 prescreve um Sistema de Gestão Ocupacional e de Segurança totalmente compatível

com a família ISO, fato que pode ser percebido pela estrutura de seu texto. Esta

compatibilidade permite a unificação e integração com as normas da série ISO 9000,

formando uma poderosa ferramenta de gestão para a organização que a adotar. O Quadro

1 descreve suscintamente os requisitos dessa norma.

Quadro 1: Requisitos BS 8800. Fonte: Benite, 2004.

4.0.1 Generalidades

4.0.2 Levantamento da situação inicial

4.1 Política de SSO (Segurança e Saúde Ocupacional)

4.2.1 Generalidades do Planejamento

4.2.2 Avaliação de Risco

4.2.3 Requisitos Legais e outros

4.2.4 Providências para a gestão da SSO

4.3.1 Estrutura e Responsabilidade

4.3.2 Treinamento, conscientização e competência

4.3.3 Comunicações

4.3.4 Documentação do sistema de gestão da SSO

4.3.5 Controle de Documentos

4.3.6 Controle operacional

4.3.7 Preparação e resposta a emergências

4.4.1 Monitoramento e medição

4.4.2 Ação corretiva

4.4.3 Registros

4.4.4 Auditoria

4.5 Levantamento gerencial

BS 8800 - Requisitos

Page 35: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

20

Benite(2004) destaca o fato de que apesar de ter como modelos as normas da

família ISO, a Norma BS 8800 não permite que as empresas obtenham certificações em

seus SGSST’s por meio de auditorias de organismos certificadores. Isso se dá porque a

norma é composta basicamente por recomendações e não por requisitos mensuráveis e

auditáveis.

3.2.2 – OHSAS 18001

Mesmo após um passo extremamente importante na criação dos SGSST’s, a

criação da norma BS 8800, o mercado internacional não obteve os resultados desejados.

Foi então que, em 1999, a BSI (British Standards Institution) coordenou um grupo com

diversos organismos certificadores internacionais e com entidades normalizadoras da

Irlanda, África do Sul, Espanha, Malásia e Austrália. Este grupo desenvolveu e aprovou

a norma BSI-OHSAS 18001 Occupational Health and Safety Management Systems –

Specification. Essa norma se baseia no conceito de que a organização deve

periodicamente avaliar o seu sistema de gestão SST, de maneira a aplicar a melhoria

contínua de seu sistema, aplicando as ações necessárias para isto. A OHSAS 18001 não

estabelece requisitos absolutos, porém exige que a organização atenda integralmente a

legislação em vigor de forma a aperfeiçoar continuamente seus processos.

Assim como a norma BS 8800, a norma BSI-OHSAS 18001, hoje em dia

conhecida somente por OHSAS 18001, foi desenvolvida de forma a ter total

compatibilidade coma família ISO 9000, conforme o Quadro 2.

Page 36: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

21

Quadro 2: Requisitos OHSAS 18001. Fonte: Benite, 2004.

A norma OHSAS 18001 possui como principais benefícios a criação das melhores

condições de trabalho possíveis em uma organização; identificação de perigos e definição

de controles para gerenciá-los; redução de acidentes e doenças de trabalho, reduzindo

custos e inatividade; engajamento e motivação dos funcionários com condições de

trabalho melhores e mais seguras; e demonstração de conformidade para clientes e

fornecedores.

O ano de 2017 promete ser mais um marco em relação aos SGSST’s, pois se

pretende no primeiro trimestre deste ano a publicar da norma ISO 45001, será a substituta

da norma OHSAS 18001. Esta norma está sendo desenvolvida pelo comitê de projetos

ISO PC 283 em conjunto com 50 países e a OIT (Organização Internacional do Trabalho)

e visa melhorar ainda mais os aspectos de Segurança e Saúde no Trabalho. Pode-se

esperar que a ISO 45001 possua a seguinte estrutura, conforme o ciclo PDCA: 1 – Escopo;

2 – Referências Normativas; 3 – Termos e Definições; 4 – Contexto Organizacional; 5 –

Liderança; 6 – Planejamento; 7 – Recursos; 8 – Operação; 9 – Avaliação de desempenho;

10 – Melhoria.

4.1 Requisitos gerais

4.2 Política de SST

4.3 Planejamento

4.3.1 Planejamento para identificação de perigos, avaliação e controle de riscos

4.3.2 Exigências legais e outras

4.3.3 Objetivos

4.3.4 Programa(s) de gestão de SST

4.4 Implementação e operação

4.4.1 Estrutura e responsabilidade

4.4.2 Treinamento, conscientização e competência

4.4.3 Consulta e comunicação

4.4.4 Documentação

4.4.5 Controle de documentos e de dados

4.4.6 Controle operacional

4.4.7 Preparação e atendimento a emergências

4.5 Verificação e ação corretiva

4.5.1 Medição e monitoramento do desempenho

4.5.2 Acidentes, incidentes, não-conformidades e ações preventivas e corretivas

4.5.3 Registros e gestão de registros

4.5.4 Auditoria

4.6 Análise crítica pela administração

OHSAS 18001 - Requisitos

Page 37: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

22

3.3 – Meio Ambiente – NBR ISO 14001 e Certificações (Leed e Aqua)

3.3.1 – NBR ISO 14001

Criadas em 1993, junto ao Comitê Técnico de Gestão Ambiental (ISO/TC 207), a

série de normas ISO 14000 consolidavam a preocupação das empresas com a proteção do

meio ambiente além de servir como apoio para que as mesmas conhecessem e tratassem

os impactos provenientes de suas atividades. Assim como a Norma da Qualidade, a NBR

ISO 14001 pode ser aplicada a qualquer tipo de organização e especifica os requisitos

necessários para a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (Carneiro, 2005).

Carneiro cita que a aplicação dessa norma abrange qualquer organização que

deseje:

a) Implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental;

b) Assegurar-se de sua conformidade com sua política ambiental definida;

c) Demonstrar tal conformidade a terceiros;

d) Buscar certificação de seu sistema de gestão ambiental por um organização

externa

e) Realizar uma auto avaliação e emitir uma auto declaração de conformidade com

a norma.

Basicamente, a série de normas NBR ISO 14000 é composta por regras

internacionais voltadas para a diminuição do impacto ambiental. Essas regras se

relacionam diretamente com a alocação de recursos, avaliação contínua de práticas,

definição de responsabilidades, avaliação contínua de procedimentos e processos (França,

2009).

França, ao citar Degani e Cardoso (2001) descreve alguns dos principais

benefícios da implantação da NBR ISO 14001 – Sistema e Gestão Ambiental. São eles:

a) Melhoria na imagem da Empresa;

b) Facilidade na obtenção de licenças;

c) Conquista da simpatia de seus Clientes;

d) Melhoria na gestão de riscos ambientais

e) Economia de custos obtida com a redução do desperdício;

f) Economia de custos com o consumo de água e energia;

g) Redução nas despesas com seguros.

Após a publicação da versão 2015, a ISO 14001 ficou estruturada conforme os

Quadros 3 e 4.

Page 38: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

23

Quadro 3: Estrutura ABNT NBR ISO 14001 – parte 1/2. Fonte: o autor, 2017.

1 Escopo

2 Referências Normativas

3 Termos e Definições

4 Contexto de Organização

4.1 Entendendo a organização e seu contexto

4.2 Entendendo as necessidades e expectativas de partes interessadas

4.3 Determinando o escopo do sistema de gestão ambiental

4.4 Sistema de gestão ambiental

5 Liderança

5.1 Liderança e comprometimento

5.2 Política ambiental

5.3 Papéis, responsabilidades e autoridades organizacionais

6 Planejamento

6.1 Ações para obordar riscos e oportunidades

6.1.1 Generalidades (Ações para obordar riscos e oportunidades)

6.1.2 Aspectos ambientais

6.1.3 Requisitos Legais e outros requisitos

6.1.4 Planejamento de ações

6.2 Objetivos ambientais e planejamentos para alcançá-los

6.2.1 Objetivos ambientais

6.2.2 Planejamento de ações para alcançar objetivos ambientais

ABNT NBR ISO 14001:2015

Page 39: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

24

Quadro 4: Estrutura ABNT NBR ISO 14001 – parte 2/2. Fonte: o autor, 2017.

Vale ressaltar também que, assim como a ISO 9001, a Norma ISO 14001 se vale

de uma ideologia de melhoria contínua baseada no ciclo PDCA. A Figura 3 exemplifica

bem esse esquema.

7 Apoio

7.1 Recursos

7.2 Competência

7.3 Conscientização

7.4 Comunicação

7.4.1 Generalidades (Comunicação)

7.4.2 Comunicação interna

7.4.3 Comunicação externa

7.5 Informação documentada

7.5.1 Generalidades (Informação documentada)

7.5.2 Criando e atualizando

7.5.3 Controle de informação documentada

8 Operação

8.1 Planejamento e controle operacionais

8.2 Preparação e resposta a emergências

9 Avaliação de desempenho

9.1 Monitoramento, medição, análise e avaliação

9.1.1 Generalidades (Monitoramento, medição, análise e avaliação)

9.1.2 Avaliação do atendimento aos requisitos legais e outros requisitos

9.2 Auditoria interna

9.2.1 Generalidades (auditoria interna)

9.2.2 Programa de auditoria interna

9.3 Análise crítica pela direção

10 Melhoria

10.1 Generalidades (Melhoria)

10.2 Não conformidade e ação corretiva

10.3 Melhoria contínua

Anexo A Orientação para uso da norma

Anexo B Correspondência entre a norma versão 2015 e a versão 2004

ABNT NBR ISO 14001:2015

Page 40: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

25

Figura 3: Modelo para o Sistema de Gestão Ambiental. Fonte: o autor, 2017.

3.3.2 – Certificação LEED

Antes de se falar sobre esta certificação, deve-se primeiramente introduzir um

termo: Sustentabilidade na Construção. Como já é conhecido, uma edificação gera

resíduos, consome energia, emite gás carbônico, emprega, gera renda e impostos, etc.

Com isso passa a ser um local com alta capacidade de aplicação do desenvolvimento

sustentável. Portanto, de forma resumida, uma construção sustentável é aquela que (Leite,

2011):

a) Garante a qualidade do produto com conforto para o cliente;

b) Favorece a redução do consumo de energia e água;

c) Reduz o impacto ambiental;

d) Reduz o retrabalho e desperdício;

e) Recicla e reutiliza materiais; e

f) Contrata mão-de-obra e utiliza materiais fornecidos formalmente.

Page 41: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

26

Tendo por base a construção sustentável, O USGBC (U. S. Green Building

Council), instituição responsável pela promoção de edifícios sustentáveis e lucrativos,

desenvolveu o LEED (Leadership in Energy & Environmental Design). O sistema LEED

visa avaliar o desempenho ambiental em um empreendimento e leva em consideração o

ciclo de vida de qualquer empreendimento. Receber um Selo LEED significa que a

construção atendeu satisfatoriamente os requisitos de desempenho, como por exemplo:

redução do consumo de energia, água e CO²; qualidade no interior dos ambientes;

utilização de recursos naturais; e redução nos impactos ambientais (Kalbusch, 2006).

O LEED oferece quatro níveis de certificação: Certificação Básica (40 a 49

pontos); Prata (50 a 59 pontos); Ouro (60 a 79 pontos) e Platina (80 ou mais pontos),

conforme Figura 4.

Figura 4: Selos LEED. Fonte: Planeta Sustentável, 2017.

O desempenho ambiental do edifício é avaliado de forma integral de modo a

considerar princípios fundamentais do que constituiria uma construção sustentável. Esse

sistema de pontos adotado varia de acordo com a categoria de certificação escolhida

previamente ao organismo avaliador. Existe um critério mínimo exigido para a avaliação

de edifício, uma pré-seleção de requisitos. Esses requisitos obrigatórios devem ser

atendidos na fase de projeto, determinando se o empreendimento possui elegibilidade

para certificação ou não.

Esse conjunto de critérios de desempenho em áreas chaves são mostradas no

Quadro 5.

Page 42: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

27

Quadro 5: Áreas Chaves e Critérios LEED. Fonte: Leite, 2011.

De acordo com Stefanuto et al (2013), o certificado LEED se aplica a diferentes

categorias de construção, o que faz com que diferentes tipos de construção obtenham

diferentes selos de certificação dados os diferentes pré-requisitos a serem atendidos. O

Quadro 6 descreve de forma sucinta essas categorias.

Page 43: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

28

Quadro 6: Categorias da Certificação LEED. Fonte: Leite, 2011.

Leite (2011) cita que o aumento no custo do empreendimento devido à certificação

LEED varia de 5 a 10% do valor total do empreendimento e que a certificação pode durar

em média 3 meses durante a fase de projeto e se estender até 6 meses após o fim da

construção do empreendimento.

3.3.3 – Certificação AQUA

A certificação AQUA (Alta Qualidade Ambiental) é a versão brasileira da

francesa HQE (Haute Qualité Environmentale) a qual define qualidade ambiental como a

qualidade do ambiente do edifício e de seus equipamentos, conjuntos de operação,

construção ou adaptação que lhe confere a aptidão necessária para a criação de ambientes

interiores confortáveis e sãos e para a satisfação de necessidades relacionadas aos

impactos ambientais sobre o meio exterior (Pinheiro, 2006).

De acordo com a Fundação Vanzolini, responsável pela implantação e adaptação

do processo AQUA no Brasil, O processo tem como principal objetivo a garantia da

qualidade ambiental de um empreendimento a ser construído ou um já existente a ser

reabilitado. A implantação do processo AQUA, segundo a fundação, tem impacto direto

sobre o empreendedor, para o usuário e para a sociedade e meio ambiente. Os principais

benefícios de sua implantação são,

Para o empreendedor:

a) Comprovar a Alta Qualidade Ambiental das suas construções;

b) Diferenciar seu portfólio no mercado;

c) Aumentar a velocidade de vendas ou locação;

d) Manter o valor do seu patrimônio ao longo do tempo;

Page 44: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

29

e) Associar a imagem da empresa à Alta Qualidade Ambiental;

f) Melhorar o relacionamento com órgãos ambientais e comunidades;

g) Ter um reconhecimento internacional.

Para o usuário:

a) Economia direta no consumo de água e de energia elétrica;

b) Menores despesas condominiais gerais – água, energia, limpeza,

conservação e manutenção;

c) Melhores condições de conforto e saúde;

d) Maior valor patrimonial ao longo do tempo;

e) Consciência de sua contribuição para o desenvolvimento sustentável e a

sobrevivência no planeta.

Para a Sociedade e Meio Ambiente:

a) Menor demanda sobre as infraestruturas urbanas;

b) Menor demanda de recursos hídricos;

c) Redução das emissões de Gases de Efeito Estufa;

d) Redução da poluição;

e) Melhores condições de saúde nas edificações;

f) Melhor aproveitamento da infraestrutura local;

g) Menor impacto à vizinhança;

h) Melhor qualidade de vida;

i) Melhor gestão de resíduos sólidos;

j) Melhor gestão de riscos.

Manuel Martins (Fundação Vanzolini, 2011) afirma que o processo de certificação

AQUA se estrutura em dois elementos muito importantes: o SGE (Sistema de Gestão do

Empreendimento); e o QAE (Qualidade Ambiental do Edifício). O primeiro avalia o SGA

implementado, definindo a qualidade ambiental, o comprometimento do empreendedor,

Implantação e funcionamento e gestão do empreendimento. Organizando e controlando

os processos operacionais em todas as fases do programa: Concepção, realização e

operação e uso. Bem executado o SGE, o empreendimento se torna bem gerenciado e

muito mais propício a tingir as metas desejadas.

O QAE avalia o desempenho arquitetônico e técnico do edifício. Ele é subdividido

em 14 categorias e baseado em critérios de desempenho, sendo classificado em 3 níveis:

a) Bom (práticas correntes);

Page 45: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

30

b) Superior (boas práticas);

c) Excelente (melhores práticas).

Para obter a certificação é exigido um número mínimo de categorias em Excelente

e um número máximo em Bom. A Figura 5 ilustra melhor essa exigência.

Figura 5: Exigências para a certificação no processo AQUA. Fonte: AQUA,

2017.

Essas 14 categorias devem satisfazer as exigências em relação ao controle de

impactos sobre o ambiente externo e à criação de um ambiente interno confortável e são.

Essas categorias, de acordo com Martins, podem ser subdivididas em 4 grupos:

Construção, Gestão, Conforto e Saúde. A Figura 6 descreve as 14 categorias citadas

anteriormente.

Figura 6: Categorias do Processo AQUA. Fonte: Martins, 2011.

Page 46: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

31

Leite (2011) descreve que, por fim, para a obtenção do certificado cabe ao

empreendedor utilizar o perfil de desempenho programado nas 14 categorias nas três fases

do processo: Programação, Concepção e Execução. Mantendo-se o SGE, o empreendedor

deve avaliar o perfil da QAE e corrigir os eventuais desvios durante as 3 fases. Ao final

de cada etapa, é realizada uma auditoria e, em caso de sucesso, um certificado é emitido.

3.4 – Sistemas de Gestão Integrados (SGI)

Segundo Benite (2004), apesar de todas as normas e guias apresentarem

características de modo a permitir sua integração, as empresas possuem dois jeitos

distintos de implantar seus sistemas de gestão:

a) Sistemas de gestão não integrados: implantação de seus sistemas de forma

paralela e independente dos sistemas pré-existentes;

b) Sistemas de Gestão Integrados (SGI): integração total dos elementos de

novos sistemas de gestão aos pré-existentes.

Analisando a Figura 7, percebe-se a falta de praticidade e eficiência na hora de se

implementar sistemas gerenciais funcionais separados em uma mesma empresa.

Figura 7: Sistemas de Gestão Integrados e Não-Integrados. Fonte: Benite, 2004.

Um único sistema de gerenciamento integrado pode acelerar e melhorar

consideravelmente o desempenho de uma empresa nas áreas de qualidade, segurança e

saúde e gestão ambiental. Existem muitas razões para que um sistema integrado seja mais

Page 47: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

32

efetivo e eficaz do que um sistema não integrado. Benite, ao citar Gibb (1996), apresentar

algumas dessas razões:

a) Representa o rumo no qual as empresas atualmente fazem negócios;

b) Minimiza o volume, a administração e a manutenção do sistema de

gerenciamento documentado;

c) Provê um uso mais amigável dos elementos em suas aplicações;

d) Promove a coordenação e balanceamento dos três propósitos (Qualidade,

Segurança e Saúde no Trabalho e Meio ambiente).

A figura 8 apresenta de forma sucinta as vantagens dos Sistemas de Gestão

Integrados.

Figura 8: Vantagens dos Sistemas de Gestão Integrados. Fonte: Benite,

2004.

Vale lembrar que apesar de haver uma total integração entre os sistemas de gestão,

essa integração é desenvolvida de acordo com cada organização, visto que não existe uma

norma ISO específica para a integração. Contudo, existem algumas normas específicas

de alguns países que padronizam essa integração. São elas:

a) AENOR UNE 66177 – Sistemas de géstion. Guía para la integración de

los sistemas de gestión. – Utilizada na Espanha.

b) BS PAS 99 – Integrated Management Systems – Utilizada no Reino Unido.

c) AS/NZS 4581 – Management System Integration – Utilizada na Nova

Zelândia e Austrália.

Page 48: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

33

4 – Certificações de Sistemas de Gestão de QSMS

4.1 – Definição

De acordo com a ABNT, certificação é um processo no qual uma entidade avalia

se um produto ou sistema atende às normas técnicas. A certificação serve para garantir

que o produto final siga continuamente dentro da norma, diferentemente de um laudo ou

relatório que apenas garante que uma pequena amostra se enquadra dentro das normas.

As certificações são de extrema importância, pois garantem o diferencial necessário para

que a empresa faça frente às suas concorrentes. Dentre as principais vantagens de se obter

uma certificação pode-se destacar:

a) Simplificação de sistemas e procedimentos;

b) Otimização de recursos para implantação de sistemas distintos;

c) Melhoria do desempenho organizacional;

d) Integração dos objetivos da qualidade, do meio ambiente e da SST à

estratégia da empresa;

e) Estabelecimento de uma estrutura para melhoria contínua dos sistemas

de qualidade, do meio ambiente e da SST.

4.2 – Abrangência

As certificações de um Sistema de Gestão Integrada abrangem qualquer empresa

que possua condições de implantar um sistema deste tipo, seja no ramo alimentício,

industrial ou no ramo da construção, como discutido neste trabalho. Essas certificações

podem ser reconhecidas mundialmente, caso a empresa que as conceda tenha a permissão

para atuar no país em questão. As principais certificações de um SGI (Sistema de Gestão

Integrada) são:

a) Certificação ISO 9001- Sistema de Gestão da Qualidade

b) Certificação ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental

c) Certificação OHSAS 18001 – Sistema de Gestão em Segurança e Saúde

Ocupacional

Em função de não haver uma norma técnica específica para ser aplicada como

modelo de conformidade para a certificação de sistemas de gestão integrado, as

certificações são individualizadas para cada modelo de conformidade. Assim sendo, uma

empresa que tenha desenvolvido e implantado os sistemas de gestão de qualidade com

Page 49: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

34

base na NBR ISO 9001; ambiental com base na NBR ISO 14001 e segurança e saúde com

base na OHSAS 18001, mesmo que de forma integrada, terão três certificações

independentes.

Para minimizar os impactos das auditorias na empresa, os Organismos de

Certificação desenvolvem as denominadas auditorias combinadas. Tratam-se de

auditorias realizadas nos três sistemas de forma individualizadas, mas com avaliações

efetuadas nos mesmos dias, ou seja, quando uma empresa é auditada contra os requisitos

de duas ou mais normas de sistemas de gestão juntas. Esta prática proporciona as

empresas a redução do tempo em que suas unidades e equipes estarão disponíveis durante

a auditoria para a equipe de auditores e certamente reduzirão os custos, notadamente os

administrativos da empresa.

4.3 – Organismos de Certificação

Os processos de certificação são realizados por organismos de certificação que

possuem a acreditação da Cgcre (Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro) que é o

organismo de acreditação de organismos de avaliação da conformidade reconhecido pelo

Governo Brasileiro. Ou seja, a Cgcre é responsável por reconhecer se uma determinada

instituição pode ou não certificar o sistema de gestão das empresas. Portanto, possuir uma

certificação não garante a uma empresa o poder de certificar outras empresas.

O INMETRO é no Brasil o organismo autorizado a executar a acreditação.

Acreditação não significa delegar competência, ou seja, quando o INMETRO acredita,

não significa que que alguém pode realizar essa atividade em nome do INMETRO. A

acreditação é um reconhecimento formal de que a entidade foi avaliada, segundo guias e

normas nacionais e internacionais e tem competência técnica e gerencial para realizar

tarefas específicas de avaliação da conformidade de terceira parte. Essa estrutura pode ser

verificada na figura 9.

Page 50: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

35

Figura 9: Estrutura de Acreditação. Fonte: Inmetro, 2017.

Na figura 10 são definidos os critérios utilizados pelo INMETRO para a

acreditação de organismos de avaliação da conformidade (OAC).

Figura 10: Critérios de acreditação de OAC. Fonte: Inmetro, 2017.

De acordo com o INMETRO, o processo de acreditação é dividido em 6 etapas:

a) Primeira etapa - Solicitação da Acreditação

“O solicitante da acreditação deve obter todos os Documentos Básicos para

Acreditação através do site do Inmetro, preencher integralmente os formulários da

Solicitação de Acreditação e enviá-los ao Inmetro, assinados pelo seu representante

autorizado e acompanhados dos documentos necessários à abertura do processo. Ao

receber a solicitação formal de acreditação, é aberto um processo para a análise preliminar

da solicitação e um auditor/avaliador-líder é indicado.”

Page 51: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

36

b) Segunda etapa - Análise da Documentação

“Se os documentos encaminhados estiverem completos, o auditor/avaliador-líder

seleciona a equipe auditora/avaliadora que será a mesma durante todo o processo. A

análise da documentação, que compreende aspectos legais, financeiros e técnicos, é

realizada pela procuradoria geral, pela equipe auditora/avaliadora e especialistas, quando

necessário, de acordo com o escopo pretendido pelo solicitante. Caso o parecer seja

favorável, a equipe auditora/avaliadora analisa a documentação em conformidade com os

critérios para a acreditação.”

c) Terceira etapa - Auditoria/Avaliação

“Após a análise da documentação, sendo a mesma aprovada, é realizada a

auditoria/avaliação local que abrange as instalações da organização e a auditoria-

avaliação-testemunha em uma ou mais auditorias de empresas clientes do solicitante.

Caso seja necessário, para a conclusão desta fase, pode ser realizada nova auditoria, para

a verificação de pendências.”

d) Quarta etapa - Recomendação da Acreditação

“Ultrapassada a fase de exame dos documentos e da realização da(s) auditoria(s),

o processo é encaminhado à Comissão de Acreditação.

A Comissão de Acreditação avalia a conformidade do processo aos procedimentos do

Inmetro e recomenda ou não a acreditação ao Coordenador Geral de Credenciamento.

Essa Comissão é nomeada pelo Coordenador Geral e tem regulamento e composição

definidos. A Comissão de Acreditação pode solicitar a participação do executivo sênior

da organização em processo de acreditação e de especialista no assunto específico, para

respaldar sua decisão.”

e) Quinta etapa - Decisão sobre a Acreditação

“A decisão da acreditação é do Coordenador Geral, sendo sua aprovação ou não,

formalizada ao solicitante. Nos casos de aprovação é formalizada ao solicitante através

de contrato e certificado de acreditação. A acreditação é formalizada e regida por um

contrato assinado entre a organização credenciada e o Inmetro, com validade de 4 anos.

Concomitantemente é emitido um certificado de acreditação com os respectivos anexos,

onde são relacionados os escopos de acreditação.”

Page 52: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

37

f) Sexta etapa - Manutenção da Acreditação

“A manutenção da acreditação envolve avaliações periódicas, definidas em

contrato, com o objetivo de verificar a permanência das condições que validaram a sua

concessão. O resultado de cada avaliação é submetido à Comissão de Acreditação e pode

se for o caso, resultar na exclusão de serviços credenciados.”

No site do Inmetro é possível consultar os Organismos de Certificação

credenciados (OCC).

4.4 – Processo de certificação

Por definição, auditoria trata-se de um exame cuidadoso e sistemático para

averiguar se um processo, produto, etc. estão de acordo com o planejado ou estabelecido

previamente. As auditorias são, na verdade, uma etapa do processo de certificação de um

SGI. E devido a esse fato, são realizadas por empresas contratadas para tal finalidade.

Portanto, para que uma auditoria seja realizada, é necessário, primeiramente estabelecer

um contrato para o serviço de certificação junto a um organismo certificador.

Resumidamente, esse processo burocrático ocorre da seguinte forma:

a) Primeira etapa - Proposta para obtenção da certificação

Para obter a certificação, primeiramente a empresa solicitante da

certificação entra em contato com o organismo certificador solicitando a certificação.

Neste momento, o organismo certificador elabora uma proposta que, caso seja aceita,

designa uma equipe auditora e define a data de início do trabalho.

b) Segunda etapa - Avaliação da Documentação

O organismo certificador avalia o manual do SGI e demais documentos

pertinentes emitindo um relatório de avaliação que mostra se a empresa solicitante está

pronta para seguir adiante no processo de certificação. Caso a empresa esteja apta, é

nomeada a equipe auditora responsável pelo processo.

c) Terceira etapa - Auditoria de Certificação

Realizada em duas fases. A primeira fase consiste em exames, entrevistas

e observações do SGI implementado pela empresa solicitante. Avaliam-se processos e

procedimentos e realizam-se ensaios a fim de identificar aspectos significativos que

Page 53: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

38

poderão ser considerados não conformes na segunda fase. Após a primeira fase, a empresa

auditada, revê e adequa o seu sistema de forma a reunir condições essenciais para o

sucesso da avaliação na segunda fase do processo. A segunda fase é chamada auditoria

de concessão, onde todas as não conformidades identificadas na primeira fase serão

avaliadas e relatadas formalmente.

d) Quarta etapa – Avaliação e Decisão

Nesta etapa a empresa auditada responde aos relatórios de auditoria,

enquanto o organismo certificador avalia os resultados obtidos com os ensaios e com a

auditoria anteriormente realizada. Caso a empresa auditada não obtenha resultados

satisfatórios, retorna-se à etapa anterior.

e) Quinta etapa - Concessão da certificação

Caso seja aprovada, a empresa é liberada para obter a certificação. Esta

certificação possui a validade 3 anos após sua emissão. Essa validade é padrão para os 3

sistemas de gestão estudados (Qualidade, Meio ambiente e Segurança do trabalho e saúde

ocupacional).

f) Sexta etapa – Acompanhamento e Renovação (Opcional)

Após a certificação é estabelecido um programa de auditorias de

manutenção durante o prazo de validade da certificação. Essas auditorias são realizadas

uma vez ao ano, no mínimo, e garantem a contínua conformidade do Sistema de Gestão

da Empresa solicitante.

Vale lembrar que a certificação representa um custo adicional elevado, portanto a

decisão de realizar ou não o processo deve ser avaliado minuciosamente.

4.5 – Certificação ISO 9001

A certificação ISO 9001 é voluntária, ou seja, não é obrigatória, mas é

extremamente recomendada por constituir uma visão estratégica da empresa, melhorando

sua imagem perante o atual mercado. Para que haja a certificação, a organização contrata

uma empresa imparcial credenciada (acreditada) por organismos nacionais ou

internacionais para avaliar se o SGQ está em conformidade com os requisitos da ISO

9001 (Antunes, 2008).

Page 54: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

39

Segundo Antunes (2008), o CB-25 (Comitê Brasileiro da Qualidade) realizou no

ano de 2005uma pesquisa relacionada aos principais motivos que levaram as empresas a

obter a certificação do SGQ. Esses dados estão apresentados na Figura 11.

Figura 11: Motivos para a obtenção da certificação. Fonte: Antunes, 2008.

Segundo a autora, a mesma pesquisa também avaliou o desempenho e

competitividade das empresas após certificação. Esses dados são apresentados na Figura

12.

Figura 12: Desempenho e competitividade após certificação. Fonte: Antunes,

2008.

Vale lembrar que as empresas que se certificam apenas com propósitos de

mercado ou mesmo aquelas que são forçadas a se certificar por exigência de seus clientes

quase nunca atingem um grau satisfatório devido a seu foco em curto prazo. Em

Page 55: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

40

contramão, uma empresa que realmente se interessa e busca a certificação pelas melhorias

que um sistema de gestão da qualidade eficaz pode trazer, na maioria das vezes atingem

resultados significativos após a implementação das normas (Antunes, 2008 apud.

Gotzamani & Tisiotras, 2002).

Como toda certificação, a certificação ISO 9001 só é concedida após uma

auditoria, na qual se determina o nível e eficácia da implementação do Sistema de Gestão

da qualidade em uma empresa. Após os resultados de uma auditoria interna e da análise

crítica por parte da direção. Após a análise dos resultados obtidos, a equipe de auditores

discute sobre os eventuais pontos fracos constatados. Após relacioná-los em relatórios

(relatórios de não conformidades), estes são entregues no final das auditorias e a empresa

deve definir ações corretivas adequadas e os prazos para a implementação dos mesmos.

Caso não existam não conformidades que comprometam o funcionamento do sistema de

qualidade da empresa os auditores recomendam a certificação à comissão certificadora

(Antunes, 2008).

A autora cita também que em caso de identificação de não conformidades

comprometedoras, ou seja, falha em um procedimento capaz de comprometer o

funcionamento do SGQ, a certificação é adiada até a correção das mesmas serem

implementadas. Depois disso é necessária uma segunda visita para verificar se a não

conformidade foi corrigida ou não.

De acordo com Antunes (2008), além das auditorias de certificação são realizadas

também auditorias de manutenção, as quais são realizadas semestralmente ou anualmente

de acordo com o estipulado em contrato com o organismo certificador. Cada auditoria

reavalia a estrutura do sistema de forma a estabelecer o ciclo de melhoria contínua. Com

essa avaliação, a certificadora recomenda a manutenção do sistema implantado e a

manutenção da certificação da empresa.

O certificado possui validade de 3 anos e próximo ao seu término a empresa

precisa se recertificar. Nesse processo é realizada uma auditoria na qual se verificam as

evidencias de conformidades e não conformidades do sistema de qualidade adotado. Esta

equipe de recertificação recomenda ou não a aprovação da renovação de certificação junto

à comissão.

Page 56: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

41

4.6 – Certificação ISO 14001

A norma ISO 14001 possui apenas requisitos que podem ser auditados para efeitos

de certificação, registro e auto declaração. Seguindo o mesmo modelo da ISO 9001, esta

também não é de caráter obrigatório, ou seja, cabe a empresa ter a iniciativa de participar

ou não do processo de certificação.

Apesar de não ser obrigatória, a certificação ISO 14001 é muito importante para

uma empresa, pois demonstra que a organização está em conformidade com a norma

para todas a s partes interessadas, como, por exemplo, Clientes, Sindicatos, Parceiros,

Proprietários, Fornecedores e até mesmo a sociedade (Ranzani, 2011). O autor, ao citar

Curkovic et al. (2005), afirma que o processo de certificação ISO 14001 força as

organizações a examinarem todas as áreas para determinar potenciais impactos

ambientais e estabelecerem objetivos de melhoria.

Ranzani (apud. Turk, 2009) resume que o grande benefício para uma empresa ao

obter a certificação ISO 14001 é a melhoria da consciência ambiental da organização,

passando pela alta direção, gerência e chegando até os colaboradores. Outros benefícios

importantes são:

a) Proporcionar padronização na gestão ambiental;

b) Proporcionar desenvolvimento sustentável no ambiente;

c) Diminuir os impactos negativos sobre o meio ambiente; e

d) Reforçar a imagem da empresa.

O processo de certificação ISO 14001 ocorre de maneira simples e sistemática.

Os principais passos de um processo de certificação são:

a) Definição do escopo de certificação;

b) Pré-Auditoria (opcional): diagnóstico da posição atual da empresa em

relação à norma;

c) Auditoria de certificação em 2 fases:

1ª fase - verificação se a organização está pronta para receber a verificação

2ª fase – avaliação da implementação, incluindo a eficácia do sistema de gestão

da empresa.

d) Emissão de certificado, válido por 3 anos, logo após aprovação dos

resultados obtidos na auditoria fase 2. Em caso de não aprovação, um período é proposto

pela empresa para que as medidas corretivas sejam adotadas e entrem em vigor. Após

esse período, a auditoria é remarcada e o processo tem início novamente.

Page 57: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

42

e) Auditorias de manutenção são adotadas após a certificação para verificar

se o sistema de gestão continua a cumprir com os requisitos da norma e monitorar a

melhoria contínua do sistema.

f) Após os 3 anos de validade da certificação, é realizado o processo de

recertificação. Este confirma a continuidade da conformidade e eficácia do sistema de

gestão como um todo.

Figura 13: Esquema Processo de certificação ISO 14001. Fonte: Bureau Veritas

Certification, 2017.

4.7 – Certificação OHSAS 18001

A norma OHSAS 18001, apesar de ter a identidade estrutural com a norma ISO

14001, não possui o selo ISO, porém é utilizada mundialmente como modelo para a

estruturação de um SGSST, visto que é composta por requisitos auditáveis e possíveis de

serem auditados. A certificação OHSAS 18001 é adequada a qualquer tipo de empresa

que pretende reduzir os riscos de saúde e segurança aos seus colaboradores, visitantes,

clientes. Esta certificação demonstra que a segurança e a saúde possuem prioridade em

uma empresa.

Os principais benefícios da certificação OHSAS 18001 para uma empresa são:

a) Aumento da conscientização e da motivação dos colaboradores para a

segurança;

Page 58: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

43

b) Garantia do cumprimento dos requisitos legais e oficiais de saúde e

segurança;

c) Prevenção de acidentes;

d) Redução do tempo de inatividade e de interrupções na produção;

e) Redução de custos relacionados a seguros

f) Melhoria da imagem junto a clientes, fornecedores, autoridades e

investidores como um negócio seguro e confiável.

De acordo com Francisco De Cicco (2010), a certificação deve ser tratada como

uma atividade complementar à implantação do sistema de gestão, tendo em vista que o

principal objetivo de uma empresa não é a certificação e sim um sistema de gestão eficaz.

A certificação somente é um reconhecimento externo feito por um organismo

independente.

Por ser uma norma complemente embasada nas normas ISO 9001 e ISO 14001, o

seu processo de certificação segue os mesmos padrões das mesmas. Sendo necessário,

para a sua obtenção, somente ter um sistema de gestão SST que atenda completamente os

requisitos na norma.

4.8 - Panorama das empresas certificadas no Brasil

De acordo com o CERTIFIQ – Sistema de Gerenciamento de Certificados

(INMETRO) atualmente no Brasil existem 13.197 empresas com certificados na ISO

9001 válidos, dentre as quais 1306 são construtoras. Já para a norma ISO 14001 existem

1681 empresas, sendo 109 empresas pertencentes ao ramo da construção civil. Com

relação à certificação OHSAS 18001, os dados não são atuais, porém, para fins de cálculo,

tem-se que em 2013, de acordo com o Anuário de Proteção, o número de empresas

certificadas era de 834, dentre as quais 110 empresas pertenciam ao ramo da construção

civil.

Com isso, não considerando a variação desse último número nos anos

subsequentes devido à falta de dados, teríamos que, se houvesse uma norma técnica

integradora e, consequentemente, uma certificação para esta norma, existiria em torno de

110 empresas com certificadas em seu SGI. Esse número retrata de forma alarmante a

falta de comprometimento das empresas brasileiras em relação à implementação de um

Sistema de Gestão Integrado.

Page 59: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

44

5 - Metodologias de Implantação de Sistema de Gestão QSMS

5.1 - Introdução

Como precursora de todas as normas de gestão, a série ISO 9000 descreve um

modelo para a criação, implementação, desenvolvimento e melhoria contínua de um

sistema de gestão da qualidade. Este modelo apresenta as principais características para

que uma empresa identifique os requisitos necessários para o sucesso de uma implantação

eficiente e eficaz (Antunes, 2008).

Apesar da série ISO 9000 ser composta por normas que objetivam a Qualidade,

as características apresentadas neste modelo de implantação são abrangentes a todas as

normas certificadoras de um SGI, pois, como já dito antes, tanto a ISO 14001 como a

OHSAS 18001 foram desenvolvidas tendo por base a norma ISO 9001. Isso fez com que

a implantação de todos esses sistemas fosse passível de integração, dando origem,

portanto, aos SGI’s.

De acordo com Almeida et al. (2006), um modelo de implantação de um SGI deve

propor uma avaliação em todos os campos de atuação das atividades de uma organização,

analisando os pontos comuns entre as atividades realizadas e as normas dos sistemas de

gestão, e seguindo em rigor a filosofia do ciclo PDCA para uma melhoria contínua do

mesmo.

Um modelo deve ser dividido nos seguintes passos:

a) Passo 1:

Estabelecer e divulgar uma política consistente, que contemple os aspectos da

Qualidade, da Segurança e Saúde Ocupacional, do Meio Ambiente e da responsabilidade

social corporativa;

b) Passo 2:

Mapear os processos construtivos, descrevendo os processos de produção,

identificando as fontes de perigo e avaliando os riscos. Deve-se avaliar o entorno e a

disposição de espaços;

c) Passo 3:

Atender aos requisitos e exigências legais para a implantação. Deve-se reavaliar

se os objetivos estão de acordo com a política previamente estabelecida;

Page 60: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

45

d) Passo 4

Realizar treinamentos para a conscientização de definição de competências dos

colaboradores. Esse passo é crucial para a implantação, pois as pessoas necessitam estar

familiarizadas com os sistemas e suas diretrizes, além de estarem cientes com os riscos e

com as medidas a serem tomadas no gerenciamento desses riscos;

e) Passo 5:

Implantar o SGI e os devidos registros. Os registros e documentações devem ser

gerenciados de forma responsável, pois estes descrevem o sistema, detalham que ações

devem ser tomadas, como devem ser feitas, por quem e quais os registros devem ser

mantidos. A documentação é a fonte de todas as informações do sistema.

f) Passo 6:

Realizar a auditoria, com a finalidade de verificar o andamento do sistema dentro

da empresa. Esta examina como as atividades são realizadas e registradas e identifica em

quais áreas podem estar ocorrendo problemas que poderiam resultar em riscos não

controlados. Neste passo que constatado se a organização está cumprindo seus

compromissos em atingir seus objetivos e metas sem violar a lei ou a política estabelecida.

g) Passo 7:

Aplicar as ações corretivas e preventivas. É de extrema importância relatar os

insucessos neste passo, pois através desses dados pode-se implementar ações adequadas

para prevenir e solucionar problemas com a finalidade de se obter resultados de

desempenho satisfatórios na busca da melhoria contínua. Essas ações estão intimamente

ligadas com os registros e relatórios de monitoramento de desempenho.

O autor divide esses passos em 4 classes: Planejamento (Passos 1, 2 e 3), Execução

(Passos 4 e 5), Verificação (Passo 6) e Ação (Passo 7). Visto isso, percebe-se que

implantação de um sistema de gestão integrada segue perfeitamente o Ciclo PDCA (Plan,

Do, Check, Act).

Page 61: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

46

5.2 – Implantação de um Sistema de Gestão Integrado na Construção Civil

A maior dificuldade na hora de se implantar um sistema de gestão integrado é

justamente realizar essa integração entre os sistemas de gestão. Devido a essa dificuldade,

França (apud. Dias, 2003) conclui que tomar por base a NBR ISO 9001 para analisar as

relações entre as normas é uma ideia totalmente aceitável, visto que a norma inclui

elementos bastante detalhados em relação à gestão.

Picchi (2008) frisa que nessa relação entre as normas, alguns itens podem ser

adaptados e integrados por apresentarem correlação direta entre as normas. Já outros só

se correlacionam parcialmente, gerando uma certa dificuldade em sua integração. Estes

itens podem ser considerados quase integralmente da maneira em que aparecem nas

normas, considerando apenas adaptações e inclusões necessárias.

Para a melhor compreensão dessas correspondências, alguns termos presentes na

ISO 9001 devem ser adaptados para as outras normas, como, por exemplo, clientes, ISO

9001, é equivalente ao meio ambiente e à sociedade para a ISO 14001 e aos trabalhadores

para a OHSAS 18001. Do mesmo modo, produto, ISO 9001, se equivale às operações

relacionadas aos aspectos ambientais para a ISO 14001 e operações e atividades

associadas a riscos para a OHSAS 18001 (Dias, 2003).

5.2.1 – Composição de um Sistema de Gestão Integrado

Para o desenvolvimento de um sistema de gestão integrado é preciso que haja uma

interação entre as normas ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001. Como as certificações,

conforme descrito no capítulo 4, são realizadas por norma, ou seja, há uma certificação

para a NBR ISO 9001, uma para a NBR ISO 14001 e outra para a OHSAS 18001, os

Organismos de Certificação realizam as avaliações em auditorias combinadas. Para

racionalizar o processo de auditoria são avaliados em conjunto para as três normas os

requisitos comuns. Da mesma forma, por ocasião da implantação, em decorrência da

existência de um modelo de conformidade integrado, as empresas identificam os

requisitos comuns nas três normas e desenvolvem diretrizes e práticas também comuns,

nascendo assim o sistema de gestão integrado de QSMS.

Após a seleção dos requisitos a serem integrados, a metodologia adotada segue os

moldes convencionais utilizados para o desenvolvimento e implantação de sistemas de

gestão independentes.

Page 62: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

47

5.2.1.1 - Requisitos Gerais

Quadro 7: Comparativo de Requisitos Gerais. Fonte: o autor, 2017.

Essa integração poderia ser realizada estabelecendo, documentando,

implementando procedimentos específicos, e melhorando continuamente o seu SGI,

obedecendo aos requisitos das normas e determinando como o sistema irá atender a esses

requisitos. Poderia ser definido um quadro, ou planilha, com todos os requisitos de cada

norma para a realização da integração dos sistemas.

5.2.1.2 – Requisitos de Documentação

Quadro 8: Comparativo de Requisitos de documentação. Fonte: o autor,

2017.

Resumidamente, toda a parte de documentação relacionada ao SGI de uma

construtora é: procedimentos gerenciais e procedimentos operacionais, planos de

realização da obra e registros.

Para que haja a integração na documentação é necessário que a documentação do

sistema de gestão inclua declaração documentada da política e dos objetivos. Deve incluir

também registros necessários para assegurar o planejamento, operação e controle dos

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

4.3 - Determinando o Escopo do

sistema de gestão da qualidade

4.4 - Sistema de gestão da qualidade

e seus processos

4.3 - Determinando o escopo do

sistema de gestão ambiental

4.4 - Sistema de gestão ambiental

4.1 - Requisitos Gerais

4.3

- A organização deve determinar os

limites e a aplicabilidade do sistema

de gestão da qualidade para

estabelecer seu escopo;

4.3

- A organização deve determinar os

limites e a aplicabilidade do sistema

de gestão ambiental para estabelecer

seu escopo;

- Estabelecer e manter um SGSST;

- Conformidade com os requisitos

descritos.

4.4

- Estabelecer, implementar, manter e

melhorar continuamente o SGQ;

4.4

- Estabelecer, implementar, manter e

melhorar continuamente o SGA;

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

7.5 - Informação documentada

(Título)

7.5.1 - Generalidades

7.5 - Informação documentada

(Título)

7.5.1 - Generalidades

4.4.4 - Documentação

- Informação documentada requerida

por esta norma;

- Informação documentada

determinada pela organização como

sendo necessária para a eficácia do

SGQ.

- Informação documentada requerida

por esta norma;

- Informação documentada

determinada pela organização como

sendo necessária para a eficácia do

SGA.

- Descrever os principais

elementos do SGSST e suas

interações;

- Orientações sobre a

documentação.

Page 63: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

48

processos. Com as revisões das normas ISO 9001 e ISO 14001 no ano de 2015 não é mais

obrigatória a existência de um Manual de gestão, porém é de extrema importância que

que todas as diretrizes de gestão estejam bem definidas por meio de documentação dos

procedimentos gerenciais e operacionais.

Após a revisão de 2015, todo o SGI que era inteiramente desenvolvido com base

na norma ISO 9001, passou a ter como diretriz a Norma OHSAS 18001, já que esta ainda

sofrerá revisão para adaptação. Desta forma, para que haja a integração, define-se

primeiramente os elementos e documentações referentes ao SST (definidos pela OHSAS

18001) para depois integrar as informações documentadas referentes à outras duas

normas, além das documentações necessárias para a eficácia dos subsistemas de gestão.

É de grande importância também que todas as informações documentadas sejam

bem identificadas e descritas, estejam facilmente localizadas e devidamente protegidas.

Quadro 9: Comparativo de controle de documentação. Fonte: o autor, 2017.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

7.5.2 - Criando e atualizando

7.5.3 - Controle de informação

documentada

7.5.2 - Criando e atualizando

7.5.3 - Controle de informação

documentada

4.4.5 - Controle de documentos e

de dados

4.5.3 - Registros e gestão de

registros

4.4.5

- Localização;

- Analisados e aprovados;

- Disponíveis;

-Arquivados e adequadamente

identificados;

- Obsoletos prontamente

removidos.

4.5.3

- Identificação, manutenção e

descarte de registros;

- Registros legíveis, identificáveis,

arquivados, rastreáveis;

- Permitir rastrear as atividades

registradas;

-Período estabelecido de retenção.

7.5.2

- Ao criar/atualizar informação

documentada deve assegurar:

Identicação e descriçaõ, formato e

meio, análise crítica e aprovação

quanto à adequação e suficiência.

7.5.3

- Informação documentada deve

estar disponível para uso e

devidamente protegida.

7.5.2

- Ao criar/atualizar informação

documentada deve assegurar:

Identicação e descriçaõ, formato e

meio, análise crítica e aprovação

quanto à adequação e suficiência.

7.5.3

- Informação documentada deve

estar disponível para uso e

devidamente protegida.

Page 64: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

49

5.2.1.3 – Responsabilidades da Direção

Ao se definir as responsabilidades e autoridades, é proporcionada maior

efetividade ao sistema de gestão integrada, criando um ambiente de comprometimento.

5.2.1.3.1 – Comprometimento da direção

Quadro 10: Comparativo do comprometimento da direção. Fonte: o

autor, 2017.

A integração deve acontecer de forma que as devidas autoridades definidas

se comprometam no desenvolvimento, na implantação, e na melhoria contínua do SGI. É

necessária a definição da política e dos objetivos e metas; a definição das

responsabilidades e a escolha do representante administrativo; garantia de comunicação

de forma que todos os colaboradores estejam cientes do atendimento aos requisitos legais

e dos clientes; e realização análise crítica com a finalidade de assegurar a disponibilidade

de recursos para o bom funcionamento do SGI.

É de extrema importância que a política esteja comprometida com a

melhoria contínua do SGI.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

5.2 - Política

5.3 - Papéis, responsabilidades e

autoridades organizacionais

5.2 - Política ambiental

5.3 - Papéis, responsabilidades e

autoridades organizacionais

4.2 - Política de SST

4.4.1 - Estrutura e responsabilidade

5.2

- A Alta direção deve estabelecer,

implementar e manter uma política de

qualidade apropriada à organização,

estruturada por objetivos e

comprometida com requisitos

aplicáveis e com a melhoria contínua.

5.3

- A Alta Direção deve assegurar que

as responsabilidades e autoridades

para papéis pertinentes sejam

atribuídas e comunicadas e

entendidas na organização.

5.2

- A Alta direção deve estabelecer,

implementar e manter uma política

ambiental apropriada à organização,

estruturada por objetivos e

comprometida com a proteção do

meio ambiente.

5.3

- A Alta Direção deve assegurar que

as responsabilidades e autoridades

para papéis pertinentes sejam

atribuídas e comunicadas na

organização.

4.2

- Autorizar a política.

4.4.1

- Membro com responsabilidade

específica;

- SGSST adequadamente

implementado;

- Atende aos requisitos.

Page 65: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

50

5.2.1.3.2 – Foco nas partes interessadas

Quadro 11: Comparativo do foco nas partes interessadas. Fonte: o autor, 2017.

Com a revisão 2015 das normas ISO 90001 e ISO 14001, tornou-se mais fácil a

integração das 3 normas, visto que ambas agora possuem objetivos e requisitos

claramente expressos em seu escopo. Na ISO 9001 podem se definir os requisitos dos

clientes, requisitos regulamentares, riscos de oportunidades e satisfação do cliente; na

ISO 14001 definem-se os aspectos e impactos ambientais e requisitos legais relacionados

a esses aspectos; e na OHSAS 18001 identificam-se os perigos, riscos e legislações

vigentes. Feito isso, integram-se as normas de forma que todas as informações referentes

às partes interessadas possam ser controladas e devidamente atendidas.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

5.1.2 - Foco no cliente 6.1.2 - Aspectos ambientais

6.1.3 - Requisitos legais e outros

requisitos

4.3.1 - Planejamento para

identificação de perigos e avaliação

e controle de riscos

4.3.2 - Requisitos legais e outros

requisitos

- A Alta direção deve assegurar a

determinação, entendimento e

atendimento as requisitos do cliente,

estatutários e regulamentares;

- Assegurar os riscos e

oportunidades que possam afetar a

conformidade de produtos e serviços;

- Assegurar o foco no aumento da

satisfação do cliente.

6.1.2

- Identificar os aspectos ambientais;

- Determinar os Aspectos ambientais

significativos;

- Documentar.

6.1.3

- Determinar os requisitos legais e

outros requisitos relacionados a seus

aspectos ambientais.

4.3.1

- Identificação de perigos;

- Avaliação de riscos;

- Medidas de controle;

- Objetivos;

- Documentar.

4.3.2

- Legislação;

- Comunicação.

Page 66: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

51

5.2.1.3.3 – Política de Gestão

Quadro 12: Comparativo dos requisitos da política de gestão. Fonte: o autor,

2017.

A política de gestão deve assegurar que os objetivos e metas da organização sejam

atingidos com a implantação do SGI. Definem-se, primeiramente as políticas dos

subsistemas para depois integra-las de forma que a política do SGI seja apropriada à

organização, foque sempre na melhoria contínua do SGI, atenda aos requisitos legais e

aos requisitos das normas, seja difundida dentro da organização e sofra adequações,

quando necessário.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

5.2.1 - Desenvolvendo a política de

qualidade

5.2.2 - Comunicando a política de

qualidade

5.2 - Política ambiental 4.2 - Política de SSO

5.2.1

- Apropriada;

- Objetivos da qualidade;

- Requisitos aplicáveis;

- Melhoria contínua.

5.2.2

- Documentação;

- Comunicação e aplicação na

organização;

- Disponibilização às partes

interessadas.

-Apropriada;

- Objetivos ambientais;

- Prevenção da poluição;

Requisitos legais;

- Melhoria contínua;

- Documentação;

- Comunicação;

- Disponibilização às partes

interessadas.

- Apropriada;

- Melhoria contínua;

- Documentada, implementada e

mantida;

- Comunicada;

- Disponível;

- Analisada criticamente.

Page 67: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

52

5.2.1.3.4 – Objetivos e planejamento

Quadro 13: Comparativo dos requisitos dos objetivos. Fonte: o autor, 2017.

Na integração deste item, a organização deve estabelecer, implementar e manter

os objetivos documentados para cada função e nível da empresa. Todos os objetivos

devem ser coerentes com a política de gestão e mensuráveis, se possível.

5.2.1.3.5 – Responsabilidade, autoridade e comunicação

Quadro 14: Comparativo dos requisitos de responsabilidade e autoridade. Fonte:

o autor, 2017.

A integração desses itens facilita bastante a gestão em uma construtora. Funções,

responsabilidades e autoridades devem ser claramente definidas, documentadas e

comunicadas à organização. Seja através de fixação em paredes de corredores ou

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

6.2 - Objetivos da qualidade e

planejamento para alcançá-los

6.3 - Planejamento de mudanças

6.2 - Objetivos ambientais e

planejamento para alcançá-los

(Título)

6.2.1 - Objetivos ambientais

6.2.2 - Planejamento de ações para

alcançar os objetivos ambientais

4.3.3 - Objetivos

4.3.4 - Programa de gestão de

saúde e segurança no trabalho

6.2

Os objetivos devem:

- ser coerentes;

- ser mensuráveis;

- levar em conta requisitos aplicáveis;

- satisfazer os o cliente;

- ser monitorados;

- ser comunicados;

- ser atualizados;

- ser documentado.

6.3

- Propósito da mudança;

- Integridade do sistema de gestão da

qualidade;

- disponibilidade de recursos;

- alocação de responsabilidades e

autoridades.

6.2.1

Os objetivos devem:

- ser coerentes;

- ser mensuráveis;

- ser monitorados;

- ser comunicados;

- ser atualizados;

- ser documentado.

6.3

- Propósito;

- disponibilidade de recursos;

- alocação de responsabilidades e

autoridades;

- datas de conclusão;

- Avaliação e monitoramento.

4.3.3

- Documentados;

- Compatíveis com a política de

SST;

- Melhoria contínua;

- Cosiderar os requisitos, perigos e

riscos;

-Partes interessadas.

4.3.4

- Atingir objetivos;

- Responsabilidades, autoridades

meios e cronogramas;

- Revisão periódica.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

5.3 - Papéis, responsabilidades e

autoridades organizacionais

5.3 - Papéis, responsabilidades e

autoridades organizacionais

4.4.1 - Estrutura e responsabilidade

- Bem definidos;

- Documentados;

- Comunicados.

- Bem definidos;

- Documentados;

- Comunicados.

- Definida;

- Documentada;

- Comunicada.

Page 68: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

53

escritórios. O organograma funcional deve ser bem definido e de fácil entendimento aos

colaboradores.

Quadro 15: Comparativo dos requisitos para o representante da direção. Fonte: o

autor, 2017.

Como já relatado anteriormente no item 5.2.1.3.1, a integração deve ocorrer de

forma que seja designado um representante que, independente da função que exerça na

organização, fique responsável pelo estabelecimento do sistema de gestão e de sua

implementação e relate à alta direção o desempenho do mesmo, podendo recomendar

melhorias para o sistema também. É importante que todos os colaboradores tenham

acesso à informação sobre quem realiza esse papel para que em caso de reclamações e

sugestões de melhoria cheguem de forma clara e definida a essa pessoa.

Quadro 16: Comparativo dos itens de comunicação. Fonte: o autor, 2017.

Para a integração desses itens é sugerido que a empresa estabeleça processos de

comunicação apropriados envolvendo todas as partes interessadas, como canais de

comunicação internos e externos que contemplem informações sobre Qualidade, Meio

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

5.3 - Papéis, responsabilidades e

autoridades organizacionais

5.3 - Papéis, responsabilidades e

autoridades organizacionais

4.4.1 - Estrutura e responsabilidade

- A Alta direção deve assegurar que

as responsabilidades e autoridades

para papéis pertinentes sejam

atribuídas e comunicadas na

organização.

- A Alta direção deve assegurar que

as responsabilidades e autoridades

para papéis pertinentes sejam

atribuídas e comunicadas na

organização.

- Responsabilidade da alta

administração;

- Membro da alta administração;

- SGSST de acordo com a OHSAS;

- Relatórios.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

7.4 - Comunicação 7.4 - Comunicação (Título)

7.4.1 - Generalidades

7.4.2 - Comuicação interna

7.4.3 - Comunicação externa

4.4.3 - Consulta e comunicação

Determinar:

- Comunicação interna e externa;

- O que comunicar;

- Quando comunicar;

- Com quem se comunicar;

- Como comunicar;

- Quem comunica.

7.4.1

- Comunicação interna e externa;

- O que comunicar;

- Quando comunicar;

- Com quem se comunicar;

- Como comunicar;

- Quem comunica.

7.4.2

- Comunicar mudanças;

- Assegurar melhoria contínua do

sistema.

7.4.3

Comunicar informações pertinentes

aos requisitos legais e outros

requisitos.

-Partes interessadas;

- Funcionários;

- Análise crítica das políticas e

procedimentos para a gestão de

riscos;

- Informações sobre quais são os

representantes.

Page 69: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

54

ambiente, Saúde e Segurança; Revistas eletrônicas; Intranet; e-mails; murais; e

comunicados e serviços de atendimento ao cliente. É muito importante que as

informações, ao serem atualizadas, sejam comunicadas por meio desses canais para que

não haja equívocos quanto aos requisitos legais e os requisitos definidos pelo cliente.

5.2.1.3.6 – Análise Crítica pela direção

Quadro 17: Comparativo dos itens de comunicação. Fonte: o autor, 2017.

A integração neste item deve ocorrer de forma que o sistema de gestão deve ser

analisado em intervalos planejados, para assegurar sua contínua melhoria e eficácia. Esta

avaliação deve contemplar as avaliações de melhorias, bem como alterações no sistema

de gestão, na política e nos objetivos. É importante que os dados coletados nessa análise

sejam mantidos para comparações futuras.

Quadro 18: Comparativo dos requisitos de entrada para a análise crítica. Fonte: o

autor, 2017.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

9.3 - Análise crítica pela direção 9.3 - Análise crítica pela direção 4.6 - Análise crítica pela

administração

- Intervalos planejados;

- Contínua adequação, suficiência,

eficácia e alinhamento com o

direcionamento estratégico da

organização.

- Intervalos planejados;

- Contínua adequação, suficiência,

eficácia e alinhamento com o

direcionamento estratégico da

organização.

- Funcionários envolvidos;

- Intervalos pré determinados;

- Assegurar conveniência,

adequação e eficácia contínuas do

SGSST.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

9.3.2 - Entradas de análise crítica

pela direção

9.3 - Análise crítica pela direção 4.6 - Análise crítica pela

administração

- Ações de análises críticas

anteriores;

- Mudanças internas ou externas

pertinentes ao SGQ;

- Avaliações de Clientes e partes

interessadas;

- Objetivos alcançados;

- Conformidade de produtos e

serviços;

- Não conformidades e ações

corretivas;

- Resultados de monitoramentos e

medições;

- Resultads de auditorias;

- Desempenhos de provedores

externos;

- Suficiência de recursos;

- Abordagem de riscos e

oportunidades;

- Oportunidade para melhorias.

- Ações de análises críticas

anteriores;

- Mudanças internas ou externas

pertinentes ao SGA;

- Objetivos ambientais alcançados;

- Avaliação de desempenho

ambiental;

- Suficiência de recursos;

- Não conformidades e ações

corretivas;

- Resultados de monitoramentos e

medições;

- Resultads de auditorias;

- Comunicação com partes

interessadas;

- Oportunidade para melhorias;

- Informações necessárias;

- Resultados de auditorias;

- Mudança das circunstânias;

- Comprometimento com a

melhoria contínua.

Page 70: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

55

Na integração desses itens, tem-se o retorno de quais informações são necessárias

para a realização da análise crítica do SGI: ações de análises críticas anteriores; mudanças

de circunstâncias internas ou externas; avaliações de clientes e partes interessadas para

garantir a melhoria contínua; conformidades dos itens de cada subsistema de gestão; não

conformidades e ações corretivas ou preventivas adotadas; desempenho dos processos;

resultados de auditorias; suficiência de recursos; e avaliações do atendimento aos

requisitos.

Quadro 19: Comparativo dos requisitos de saída para a análise crítica. Fonte: o

autor, 2017.

Já na integração desses itens, tem-se o retorno das informações resultantes de uma

análise crítica: ações para atingir a melhoria contínua; alterações na política, objetivos ou

metas; e necessidades de recursos.

5.2.1.4 – Gestão de recursos

Quadro 20: Comparativo dos requisitos para provisão de recursos. Fonte: o

autor, 2017.

A integração de itens como: recursos humanos, financeiros, treinamentos,

informações, infraestrutura, ambiente de trabalho, calibração de equipamentos fornece

recursos essenciais ao SIG e sua melhoria. Portanto a organização deve determinar,

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

9.3.3 - Saídas de análise crítica pela

direção

9.3 - Análise crítica pela direção 4.6 - Análise crítica pela

administração

Decisões e Ações relacionadas a:

- Opostunidades para melhorias;

- Necessidades de mudança no

SGQ;

- Necessidades de recurso.

Decisões e Ações relacionadas a:

- Conclusões sobre contínua

adequação, eficácia e suficiencia do

SGA;

- Oportunidades para melhorias;

- Necessidades de mudança no

SGQ;

- caso não alcançados os objetivos

ambientais;

- Qualquer implicação para o

direcionamento estratégico da

organização

- Informações necessárias;

- Resultados de auditorias;

- Mudança das circunstânias;

- Comprometimento com a

melhoria contínua.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

7.1 - Recursos 7.1 - Recursos 4.4.1 - Estrutura e responsabilidade

- A organização deve determinar e

prover os recursos necessários para

o estabelecimento, implementação,

manutenção e melhoria contínua do

SGQ.

- A organização deve determinar e

prover os recursos necessários para

o estabelecimento, implementação,

manutenção e melhoria contínua do

SGA.

- Fornecer os recursos;

- Implementação, controle e

melhoria do SGSST.

Page 71: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

56

prover e assegurar recursos necessários para a implantação, manutenção e melhoria de

todos os subsistemas de gestão e consequentemente do SGI.

5.2.1.4.1 – Recursos Humanos

Quadro 21: Comparativo dos requisitos de competência, treinamento e

conscientização. Fonte: o autor, 2017.

Na integração dos itens do Quadro 21, deve ser levada em consideração a

competência pessoal para desempenhar tarefas que impactem o SGI. A Empresa deve

fornecer treinamentos e assegurar a conscientização do pessoal de como suas tarefas

podem afetar o SGI contribuindo ou não para atingir os objetivos do mesmo. Registros

sobre os treinamentos devem ser mantidos.

5.2.1.4.2 – Infraestrutura e ambiente de trabalho

Quadro 22: Comparativo dos requisitos de infraestrutura e ambiente de trabalho.

Fonte: o autor, 2017.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

7.2 - Competência

7.3 - Conscientização

7.2 - Competência

7.3 - Conscientização

4.4.2 - Treinamento,

conscientização e competência

7.2

- Determinar competeências;

- Assegurar treinamento necessário;

- Tomar ações para adquirir

competência e avaliar essas ações;

- Reter informação documentada.

7.3

- Conscientizar sobre a política de

qualidade;

- Conscientizar sobre os objetivos da

qualidade;

- Conscientizar sobre a eficácia do

SGQ;

- Conscientar sobre não estar

conforme.

7.2

- Determinar competências;

- Assegurar treinamento necessário;

- Tomar ações para adquirir

competência e avaliar essas ações.

7.3

- Conscientizar sobre a política

ambiental

- Conscientizar sobre aspectos

ambientais significativos;

- Conscientar sobre não estar

conforme.

- Competência;

- Educação;

- Treinamento;

- Experiência;

- Consciências.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

7.1.3 - Infraestrutura 7.1 - Recursos 4.4.1 - Estrutura e responsabilidade

4.4.6 - Controle Operacional

- Edifícios e utilidades associadas;

- Equipamentos, materiais, máquinas

, softwares, etc.

- Assegurar infraestura

organizacional necessária.

4.4.1

- Recursos essenciais.

4.4.6

- Projeto de locais de trabalho,

instalações e equipamentos.

Page 72: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

57

Para esta integração, a organização deve prover infraestrutura e ambiente de

trabalho adequados aos requisitos das normas. Fazendo isso, a empresa impacta na

qualidade final do produto, atende as expectativas dos funcionários, evita riscos de

acidentes de trabalho, evita doenças ocupacionais e reduz impactos ambientais. Ao definir

infraestrutura organizacional necessária, a norma ISO 14001 também engloba em seu

escopo equipamentos e materiais necessários para a implantação do sistema de gestão.

5.2.1.5 – Realização do produto ou serviço

Quadro 23: Comparativo dos requisitos operacionais ligados à realização do

produto ou serviço. Fonte: o autor, 2017.

Anteriormente, os itens apresentados no Quadro 23 eram de grande dificuldade de

integração. Porém, após a revisão de 2015, tornou-se fácil a integração entre as normas,

estabelecendo diferenças entre os itens analisados por cada norma: Requisitos de produtos

e serviços (ISO 9001), requisitos ambientais (ISO 14001) e recursos essenciais (OHSAS

18001).

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

8.1 - Planejamento e controle

operacionais

8.1 - Planejamento e controle

operacionais

4.4.6 - Controle Operacional

- determinar requisitos para produtos

e serviços;

- Estabelecer critérios para os

processos e aceitação de produtos e

serviços;

- Determinar recursos necessários;

- Implementar controle de processos;

- determinar e conservar informação

documentada.

- Estabelecer critérios operacionais;

- Implementar controle de processos;

- Estabelecer controle de requisitos;

Determinar requsitos ambientais para

aquisição de produtos e serviços;

- Comunicar requisitos ambientais

pertinentes para provedores

externos;

- Prover informações sobre

potenciais impactos ambientais

significativos.

4.4.1

- Recursos essenciais.

4.4.6

- Projeto de locais de trabalho,

instalações e equipamentos.

Page 73: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

58

5.2.1.6 – Medição, análise e melhoria

Quadro 24: Comparativo dos requisitos de monitoramento e medição. Fonte: o

autor, 2017.

As avaliações e análises das medições resultam em ações que promovem a

melhoria, o aprimoramento e a adequação contínua do SGI. Com isso, há total integração

entre os itens das 3 normas, de forma que haja uma diferenciação entre os objetivos

principais de cada norma.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

9.1 - Monitramento, medição, análise

e avaliação (Título)

9.1.1 - Generalidades

9.1.2 - Satisfação do cliente

9.1.3 - Análise e avaliação

9.1 - Monitramento, medição, análise

e avaliação (Título)

9.1.1 - Generalidades

4.5.1 - Monitoramento e

mensuração de desempenho

9.1.1

A Organização deve determinar:

- O que deve ser monitorado e

medido;

- Os métodos de monitoramento,

medição, análise e avaliação;

- Quando o monitaramento e

medição devem ser realizados;

- A avaliação do desempenho do

SGQ;

- A retenção de informação

documentada.

9.1.2

A organização deve determinar:

- métodos de obter, moitorar e

analisar criticamente a percepção do

cliente.

9.1.3

- A organização deve analisar e

avaliar dados e informações

provenientes do monitoramento e

medição.

A Organização deve determinar:

- O que deve ser monitorado e

medido;

- Os métodos de monitoramento,

medição, análise e avaliação;

- Os critérios de avaliação de

desempenho ambiental;

- Quando o monitaramento e

medição devem ser realizados;

- A avaliação do desempenho do

SGQ;

- A retenção de informação

documentada.

- A organização deve assegurar que

os equipamentos de monitramento e

medição estjam devidamente

calibrados;

- A organização deve comunicar

interna e externamente informações

sobre o desempenho do SGA.

- Manutenção e calibração de

equipamentos;

- Estabelecer procedimentos;

- Periodicidade;

- Assegurar desempenho do SST,

atendiemnto aos objetivos,

conformidade com requisitos,

monitoramento de acidentes,

doenças e incidentes;

- Registros.

Page 74: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

59

5.2.1.6.1 – Auditoria Interna

Quadro 25: Comparativo dos requisitos para auditoria interna. Fonte: o autor,

2017.

Na integração desses itens a organização deve assegurar que as auditorias internas

sejam realizadas em intervalos planejados para averiguar se o SGI está em conformidade

com os arranjos previamente planejados. Os programas de auditorias devem ser

planejados, estabelecidos, implementados e mantidos pela organização. A seleção de

auditores e a condução das auditorias devem assegurar objetividade e imparcialidade do

processo de auditoria.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

9.2 - Auditoria interna 9.2 - Auditoria interna (Título)

9.2.1 - Generalidades

9.2.2 - Programa de auditoria interna

4.5.4 - Auditoria

- A Organização deve conduzir

auditorias internas em intervalos

lanejados;

- Prover informação se o SGQ está

conforme com os requisitos da

norma e os requisitos da propria

organização;

A organização deve:

- Planejar, estabelecer, implementar

e manter programas de auditoria;

- Definir critérios e escopos para

cada auditoria;

- Selecionar auditores de forma a

garantir a objetividade e

imparcialidade do processo;

- Assegurar que os resultados sejam

relatados para a gerência pertinente;

- Executar correções e ações

coretivas sem demora indevida;

- Reter informação documentada.

9.2.1

- A Organização deve conduzir

auditorias internas em intervalos

lanejados;

- Prover informação se o SGQ está

conforme com os requisitos da

norma e os requisitos da propria

organização e implantado e mantido

eficazmente;

9.2.2

A organização deve:

- Planejar, estabelecer, implementar

e manter programas de auditoria;

- Definir critérios e escopos para

cada auditoria;

- Selecionar auditores de forma a

garantir a objetividade e

imparcialidade do processo;

- Assegurar que os resultados sejam

relatados para a gerência pertinente;

- Executar correções e ações

coretivas sem demora indevida;

- Reter informação documentada.

- Periodicidade;

- Programas;

- Verificar conformidade,

manutenção, implementação,

atendimento à política, e objetivos;

- Informar administração;

- Procedimento de auditoria:

responsabilidades, requisits,

critérios, escopo, frequênciae

métodos;

- Pessoal não responsável pela

atividade auditada.

Page 75: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

60

5.2.1.6.2 – Controle de não conformidades

Quadro 26: Comparativo dos requisitos para controle de produto não conforme.

Fonte: o autor, 2017.

Como itens anteriores, os itens do Quadro 26 possuem, depois da revisão, tal

integração. Levando mais uma vez em consideração os itens a serem declarados como

não conformidades. Separando-os de acordo com as suas respectivas normas. As

principais formas de identificação de não conformidades são: resultados de auditorias e

análises críticas; reclamações das partes interessadas e desvios de indicadores.

Como o nome já diz, as ações corretivas são aplicadas sobre as não conformidades

registradas e as preventivas nas possíveis causas de futuras não conformidades.

NBR/ISO 9001 NBR/ISO 14001 OHSAS 18001

8.7 - Controle de saídas não

conformes

10.2 - Não conformidade e ação

corretiva

8.2 - Preparação e resposta a

emergências

10.2 - Não conformidade e ação

corretiva

4.4.7 - Preparação e atendimento a

emergências

4.5.2 - Acidentes, incidentes, não

conformidades, ações preventivas

e corretivas

8.7

- A organização deve assegurar que

saídas não conformes sejam

identificadas e controladas para

prevenir seu uso ou entrega não

pretendido;

A organização deve reter informação

documentada que:

- Descreva a não confromidade;

- Descreva as ações tomadas,

- Descreva as concessões obtidas;

- Indentifique autridade que decide a

ação com relação à não

conformidade.

10.2

A organização deve:

- tomar ação para controlar e corrigir

a não conformidade;

- lidar com as consequências;

- Avaliar a necessidade de ação para

eliminar a causa;

- Implementar qualquer ação

necessária e analisar a eficácia

dessa ação;

- atualizar riscos e oportunidades e,

se necessário, alterar o SGQ;

- Reer informação documentada.

8.2

A Organização deve:

- Preparar-se para responder pelo

planejamento de ações preventivas;

- Responder a situações de

emergências reais;

- Tomar ações para prevenir

consequências decorrentes de

situações emergenciais;

- Testar periodicamente as ações de

resposta planejadas;

- Periodicamente, analisar

criticamente e revisar os processos e

ações planejados;

- Prover informações pertinetes às

partes interessadas;

- Reter informação documentada.

10.2

A organização deve:

- tomar ação para controlar e corrigir

a não conformidade;

- lidar com as consequências;

- Avaliar a necessidade de ação para

eliminar a causa;

- Implementar qualquer ação

necessária e analisar a eficácia

dessa ação;

- Atualizar riscos e oportunidades e,

se necessário, alterar o SGA;

- Reter informação documentada.

4.4.7

- Identificar o potencial e atender a

incidentes e emergências;

- Prevenir e reduzir doenças e

lesões;

- Planos e procedimentos

analisados criticamente;

- Testar procedimentos.

4.5.2

- Procedimentos,

responsabilidades e autoridades

para tratamento, investigação,

redução de consequênciase

confirmação de eficácia das açoes

adotadas;

- Análise crítica das ações antes da

implementação;

- Registros de mudanças

resultantes de ações corretivas e

preventivas.

Page 76: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

61

5.3 – Construtoras e os seus respectivos Sistemas de gestão integrada

Para este item foram pesquisadas 2 grandes construtoras brasileiras: a Construtora

Andrade Gutierrez e a Construtora Queiroz Galvão. Ambas empresas desempenham

papel fundamental no mercado brasileiro e podem servir como modelos a serem seguidos

nos quesitos relacionados a Sistema de Gestão Integrada.

5.3.1 – Construtora Andrade Gutierrez

Atuante em mais 20 países e atualmente com mais de 900 projetos de Engenharia,

a construtora Andrade Gutierrez é umas das maiores construtoras do Brasil e também

uma das pioneiras no que diz respeito à implantação de Sistemas de Gestão. Na década

de 90, visando garantir inovação e reconhecimento no mercado a construtora recebeu a

primeira certificação ISO 9001, em 1998.

Com a pressão do mercado, em 2003, a construtora implementou em uma obra

piloto o Sistema de Gestão Integrada, realizando auditorias, analisando desempenho, etc.

Com o sucesso do programa, a partir de 2004 a empresa passou a difundir e a implantar

o Sistema utilizado em todos os seus setores. Para que o objetivo fosse alcançado, foi

preciso a participação com afinco de toda a alta direção da empresa, para o programa

fosse consolidado e com sucesso nos âmbitos da construtora. O SGI da Andrade, assim

como o da maioria das construtoras é regido por um setor que tem como única e exclusiva

função o gerenciamento dos sistemas de QSMS da empresa. Esse setor, denominado

Centro de Gestão, é responsável pela implantação, divulgação e monitoramento do SGI

da empresa. É claro que, por participar de obras muito diferentes umas das outras e de

obras em variados países, é necessário que o SGI sofra pequenas adaptações para que o

mesmo se adeque ao tipo de obra e às legislações do país em que está realizando o

empreendimento.

O Sistema de Gestão da Andrade Gutierrez teve como principais motivações para

sua implantação o aperfeiçoamento da gestão, preocupação com impactos ambientais,

preocupação com a segurança e saúde de seus colaboradores e a busca de melhor

desempenho perante o mercado competitivo. Vale lembrar que o sistema foi

implementado de forma simples visando apenas a integração dos itens das normas. Essa

forma de integração gerou excelentes resultados como, por exemplo, melhoria da imagem

da empresa, atendimento às exigências dos clientes e principalmente qualidade do

produto final. Esses resultados aumentaram ainda mais a credibilidade da empresa no

Page 77: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

62

mercado brasileiro, consolidando a ideia de que um bom sistema de gestão é sinônimo de

um desempenho em seus empreendimentos.

A Figura 14 ilustra o sucesso da implantação do Sistema e Gestão Integrado da

construtora Andrade Gutierrez.

Figura 14: Certificações Andrade Gutierrez. Fonte: AG, 2017.

5.3.2 – Construtora Queiroz Galvão

A Construtora Queiroz Galvão, assim como a Andrade Gutierrez, é uma das

principais construtoras brasileiras. Atuante em 23 países, passou a adotar o Sistema de

Gestão Integrado no início dos anos 2000, tendo como principais objetivos, além do

ganho de competitividade no mercado brasileiro, a garantia de um produto final de boa

qualidade, a integridade de seus funcionários e aumento de receita através de

aperfeiçoamento da gestão.

Como relatado anteriormente com a Andrade Gutierrez, a Construtora Queiroz

Galvão possui uma gerência inteiramente responsável pela implantação, divulgação e

manutenção de seu sistema de gestão, a Gerência de QSMS. Esta tem como função

centralizar todos os Sistemas de gestão Integrados das obras da construtora e informá-los

à alta direção. Com isso, ela se torna uma ponte de ligação entre a alta direção e os

empreendimentos, os quais possuem seus próprios sistemas de gestão, porém totalmente

regidos pelo manual de SGI difundido pela gerência.

É de grande importância ressaltar que o estudo de caso deste trabalho foi realizado

em um dos empreendimentos desta construtora. Isso retornou ao autor deste trabalho

grandes aspectos referentes ao Sistema de gestão da construtora, como, por exemplo, sua

forma de implantação no empreendimento, a qual se deu pela total integração das normas

à uma política previamente estabelecida pela construtora. Como citado anteriormente, é

muito comum para empresas construtoras o desenvolvimento de um manual geral de

Page 78: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

63

implantação que se modifica de acordo com o empreendimento a ser executado. Algo que

ocorreu no local de estudo.

Com essa integração entre as obras e a matriz da Construtora fica evidente a

preocupação da alta direção em melhorar continuamente o Sistema de gestão adotado.

Isso faz com que o SGI da Construtora Queiroz Galvão seja reconhecido como modelo

para outras construtoras nacionais e internacionais. A Figura 15 ilustra esse

reconhecimento.

Figura 15: Certificações Queiroz Galvão. Fonte: CQG, 2017.

Page 79: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

64

6 – Estudo de Caso

6.1 – A Obra

O Complexo Olímpico de Deodoro é o segundo maior complexo esportivo dos

Jogos Olímpicos Rio 2016. Construído em Área de Mata Atlântica, localiza-se nos

Bairros de Deodoro e da Vila Militar, possui duas zonas de instalações esportivas, estas

que serviram para abrigar diversas modalidades durante os jogos. Foi construído em uma

área cedida pelo Exército Brasileiro somente para a realização dos Jogos Olímpicos e

Paraolímpicos, sob a condição de devolução de determinadas áreas após o término dos

mesmos. Suas Instalações são divididas em duas áreas, Área Norte e Área Sul. O estudo

deste trabalho é referente à Área Norte, composta por duas zonas: A e B. Na Zona A

localizam-se o Parque Radical de Deodoro e na Zona B o Parque Olímpico de Deodoro.

Na zona A o Parque Radical de Deodoro subdivide-se em 4 setores, são eles:

a) Domínio Comum do Parque Radical – Local de abrigo das principais

instalações referente ao Parque Radical (Imprensa, área médica, Acessos, etc.). Este

também é composto pelo Edifício de Apoio ao Slalom e ao BMX.

b) Pista de BMX – Local das Competições de BMX

c) Pista de Mountain Bike – Local das Competições de Mountain Bike e das

alocações de Staff referentes ao esporte.

d) Estádio de Canoagem Slalom – Local das competições de Canoagem

Slalom. Este que se subdivide em Canal de Canoagem (Pista de treinamento e Pista de

Competição), e Edifício Técnico. O último que abriga as 3 bombas de circulação do canal

de treinamento, as 4 do canal de competição, o sistema de filtragem do Lago e os

respectivos sistemas de comando dos itens citados anteriormente.

Na zona B, O Parque Olímpico de Deodoro subdivide-se em 6 setores, estes são:

a) Domínio Comum do Pentatlo Moderno – Local de Abrigo das principais

instalações do Staff (Acessos, áreas Médicas, imprensa, etc.) das competições realizadas

na Zona B - exceto tiro esportivo.

b) Arena da Juventude - responsável por abrigar o basquetebol

(Masculino/Feminino) e o Pentatlo Moderno (Esgrima)

c) Centro Aquático de Deodoro – responsável por abrigar o Pentatlo

Moderno (Natação).

d) Centro Olímpico de Hóquei – responsável por abrigar o hóquei sobre

grama.

Page 80: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

65

e) Centro Olímpico de Tiro Esportivo – responsável por abrigar todas as

modalidades de tiro esportivo, inclusive as instalações gerais e Staff.

f) Estádio Olímpico de Deodoro – Responsável por abrigar o Rúgbi e o

Pentatlo Moderno (hipismo, corrida e tiro).

Vale Salientar que as únicas construções existentes nessa área eram o Centro de

Tiro Esportivo, construído para os Jogos Pan-americanos de 2007. E o Centro Aquático

que era de propriedade do Exército Brasileiro.

6.2- Projeto e Exigências

6.2.1 – O projeto

O projeto foi desenvolvido pelo Consórcio Vigliecca–Marobal, formado pelas

empresas Vigliecca & Associados, principal responsável pelos projetos de Arquitetura e

a empresa portuguesa Marobal Engenharia, responsável pelos projetos de engenharia em

geral (estrutural, terraplenagem, instalações, etc.). O grande desafio dos projetistas foi

transformar uma área totalmente esquecida, seja por seu baixo potencial turístico ou até

mesmo pela proximidade a áreas consideradas de risco, em um local com estrutura e

instalações capazes de receber atletas e espectadores do todos os cantos do planeta. Os

projetos consistiam basicamente em dois tipos: criação e reforma.

As reformas foram efetuadas no Centro Nacional de Tiro Esportivo Tenente

Guilherme Paraense e no Centro de Pentatlo Moderno Coronel Eric Tinoco Marques. A

criação foi observada na Arena Deodoro, no Centro Olímpico de Hóquei sobre Grama,

no Centro Olímpico de BMX, no Estádio de Olímpico de Canoagem Slalom, Na Arena

de Rúgbi e Pentatlo Moderno e no Parque de Mountain Bike. Estes sendo temporários

somente para os jogos Olímpicos. A grande peculiaridade do projeto foi conseguir

adequar os acessos à enorme quantidade de público que usufruiria do Complexo,

principalmente durante os jogos, pois, apesar das proximidades da Avenida Brasil

(principal avenida da cidade do Rio de Janeiro) e do ramal de trens, os bairros nunca

estiveram preparados para sediar um evento dessa magnitude.

Page 81: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

66

6.2.2 – Exigências do contratante e do Comitê Olímpico

A Licitação para a execução da Obra foi realizada pela Prefeitura do Rio de

Janeiro, por meio da EOM - Empresa Olímpica Municipal e da Riourbe – Empresa

Municipal de Urbanização. O Resultado da licitação para o Setor Norte, o setor em estudo,

foi anunciado no dia 3 de junho de 2014 e teve como vencedor o Consórcio Complexo

Deodoro, formado pelas construtoras Queiroz Galvão S/A (99%) e OAS S/A (1%), único

participante. O objeto contratual (a obra) foi divido em três fases a serem executadas pelo

Consórcio: o programa mínimo de progressão dos trabalhos e do desenvolvimento das

obras (FASE 01), operação dos equipamentos (FASE 02), e adequação para o legado

(FASE 03).

As principais exigências da Riourbe, responsável pela fiscalização da Obra foram

em relação a itens contratuais como forma e prazo de pagamento, prazo de execução da

obra (1.020 dias corridos) obediência ao Cronograma Físico-Financeiro, respeito das

alterações de projeto feitas pelo contratante, prazo de conservação de 180 dias após a

conclusão da obra, executar a obra seguindo as normas relatadas no termo de referência,

etc.

De acordo com a Minuta do contrato, eram obrigações da contratada:

I - Realizar as obras e serviços de acordo com todas as exigências contidas no

Projeto Básico e Executivo (se houver), à Descrição dos Serviços, ao Escopo dos Serviços

e/ou Memorial Descritivo, e a Portaria nº 84 de 24/04/2013;

II - Tomar as medidas preventivas necessárias para evitar danos a terceiros, em

consequência da execução dos trabalhos. Será de exclusiva responsabilidade da

CONTRATADA a obrigação de reparar os prejuízos que vier a causar a quem quer que

seja e quaisquer que tenham sido as medidas preventivas adotadas.

III – Responsabilizar-se integralmente pelo ressarcimento de quaisquer danos e

prejuízos, de qualquer natureza, que causar ao CONTRATANTE ou a terceiros,

decorrentes da execução do objeto deste Contrato, respondendo por si e por seus

sucessores;

IV- Apresentar a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas comprovando a

inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, nos termos da Lei n°

12.440/11, que deverá ser atualizada antes do término do prazo de validade de 180 dias,

conforme art.55, XIII e art.58, III da Lei 8666/93;

V - Responsabilizar-se integralmente pelas penalidades decorrentes da não

apresentação do Responsável Técnico exigido na Cláusula Sétima, Parágrafo Único,

Page 82: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

67

podendo o CONTRATANTE reter o valor equivalente à sanção imposta do montante a

ser percebido no mês pela CONTRATADA;

VI - Atender as determinações e exigências formuladas pelo CONTRATANTE;

VII - substituir, por sua conta e responsabilidade, os serviços recusados pelo

CONTRATANTE, no prazo de 7 (sete) dias;

VIII - se responsabilizar, na forma do Contrato, por todos os ônus, encargos e

obrigações comerciais, fiscais, sociais, tributárias, trabalhistas e previdenciárias, ou

quaisquer outras previstas na legislação em vigor, bem como por todos os gastos e

encargos com material e mão-de-obra necessária à completa realização das obras e/ou dos

serviços (quando for o caso), até a sua entrega perfeitamente concluída ou até o seu

término; Sendo a única e exclusiva responsável pelos ônus trabalhistas gerados pelos

empregados, que venham a ser utilizados pela mesma na execução do presente contrato;

IX - Obedecer às normas trabalhistas vigentes na Consolidação das Leis do

Trabalho (CLT), no que concerne as despesas das contratações do pessoal a ser

empregado na execução das obras e/ou serviços objeto deste contrato, englobando todas

e quaisquer despesas decorrentes da execução dos contratos de trabalho em razão de

horário, condição, ou demais peculiaridades;

X - Responsabilizar-se integralmente pela iluminação, instalações e despesas

delas provenientes, e equipamentos acessórios necessários à fiel execução das obras e/ou

dos serviços contratados;

XI - se responsabilizar integralmente pela qualidade das obras e/ou serviços e

pelos materiais empregados, que devem guardar conformidade com as especificações do

Projeto Básico ou Executivo, ou com as especificações da Descrição dos Serviços, do

Escopo dos Serviços ou do Memorial Descritivo, com as normas da Associação Brasileira

de Normas Técnicas - ABNT, e demais normas técnicas pertinentes, a ser atestada pelo

CONTRATANTE. A ocorrência de desconformidades implicará no refazimento do

serviço ou na substituição dos materiais recusados, sem quaisquer ônus para o

CONTRATANTE e sem prejuízo da aplicação das sanções cabíveis;

XII - manter as condições de habilitação e qualificação exigidas no Edital durante

todo prazo de execução contratual;

XIII - apresentar Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil,

juntamente com o projeto do empreendimento, para análise do órgão ambiental como

condicionante para emissão de parecer técnico conclusivo para licença de obra, em

Page 83: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

68

atendimento ao disposto no Edital, bem como deverá ser observado o disposto no artigo

5º do Decreto n.º 27.078, de 27/09/2006 (Resíduos da Construção Civil);

XIV - utilizar produtos e subprodutos de madeiras que tenham procedência legal;

XV – Apresentar a Declaração de Origem Florestal - DOF do Instituto Brasileiro

do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, ou documento que a

substituir, em relação aos produtos e subprodutos de madeira utilizados, ou prova de que

o documento é dispensado pela legislação federal aplicável, disponibilizando tal

documento à fiscalização sempre que exigido.

XVI – cumprir os requisitos previstos nos incisos XIII e XIV desta Cláusula, sob

pena de rescisão do contrato e aplicação das penalidades cabíveis, sem prejuízo das

implicações de ordem criminal e civil.

XVII- cumprir o estabelecido na Lei nº 5.496, de 1º de agosto de 2012, que dispõe

sobre a obrigatoriedade da reserva de vagas para admissão de detentos em regime

semiaberto.

XVIII – realizar os testes e comissionamento, conforme descrito no Termo de

Referência.

Quanto às principais exigências do Comitê Olímpico, podemos destacá-los pelas

áreas destacadas anteriormente.

Zona A:

a) Domínio Comum do Parque Radical – deveria atender a circulação e

estadia de 40.500 espectadores, havendo 3 acessos. O acesso principal pela Rodovia

Marechal Alencastro, onde deveria haver faixa de desaceleração exclusiva. Os outros dois

acessos pelas ruas Arapuã e Tenente Serafim. Todos os acessos deveriam ser capazes de

atender veículos e pedestres, sendo o principal acesso para os pedestres pela rodovia

Marechal Alencastro. Todos os acessos, passeios e sanitários dentro do parque deveriam

garantir total locomoção e permanência para Portadores de Necessidades Especiais

(PNE). Dentro do parque deveria conter área destinada a estacionamento de veículos

oficiais e de apoio.

Page 84: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

69

Figura 16: Domínio Comum do Parque Radical. Fonte: o autor, 2017.

b) Edifício de Apoio ao Slalom e BMX – deveria abrigar todas as instalações

necessárias ao atendimento dos usuários das instalações esportivas e demais funções

administrativas da operação durante os jogos e também pós-jogos; seguindo a diretriz de

compartilhamento dessas áreas entre os equipamentos de Canoagem Slalom e BMX.

Composto por 4 pavimentos, o edifício deveria conter áreas técnicas, reservatórios de

incêndio e reuso e as respectivas casas de bombas, depósitos e gestão de resíduos,

vestiários masculino e feminino e vestiários PNE exclusivos, lavanderia,

atendimento/aluguel de equipamentos e garagem de barcos (estes últimos apenas para o

odo pós-jogos), Restaurante público, áreas destinadas à família Olímpica, cozinha e copa.

c) Estádio Olímpico de Canoagem Slalom – deveria ser composto por dois

canais, um de treinamento e outro de competição. O revestimento da superfície de cada

canal deve garantir a total segurança dos atletas, evitando acidentes ou mesmo que os

atletas fiquem agarrados em seu fundo após uma queda. Os canais deveriam ser de um

perfil trapezoidal e áreas mais largas deveriam ser providenciadas para permitir

redemoinhos com espaço o suficiente para que certos fluxos de água consigam sair do

fluxo principal de águas. Pontos de acesso e saída deveriam ser dispostos em intervalos

regulares ao longo do percurso. A estação de bombeamento deveria garantir que o fluxo

de água se mantivesse constante mesmo com uma bomba fora de operação. Canal deve

conter uma esteira capaz de transportar os caiaques da piscina de saída para a piscina de

largada. Dentro do canal deveria haver um sistema de ancoragem dos obstáculos, capaz

Page 85: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

70

de fixá-los mesmo recebendo uma grande carga de água. O estádio de canoagem deveria

ser capaz de suportar 8.000 espectadores.

Figura 17: Estádio Olímpico de Canoagem Slalom. Fonte: o autor, 2017.

d) Centro Olímpico de BMX – o circuito deveria atender os elevados

padrões dos competidores internacionais de alto desempenho, dividindo-se em seções:

alta velocidade, grandes obstáculos e traçado técnico. As rampas e lombadas duplas

deveriam ser capazes de proporcionar grandes saltos de forma a garantir segurança nas

aterrissagens. O Centro deveria ser capaz de abrigar 7.500 espectadores.

Figura 18: Centro Olímpico de BMX. Fonte: o autor, 2017.

Page 86: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

71

e) Mountain Bike – o circuito deveria aproveitar ao máximo a topografia do

local, composta por desníveis bem acentuados. Por constituir um circuito de grande

extensão, aproximadamente 6 quilômetros, as instalações deveriam garantir o total acesso

ao público. As arquibancadas deveriam aproveitar a topografia local de forma a dar ao

público a melhor vista possível do percurso. Como o trecho abrangeria a maior área do

parque e deveria ser o local que comportaria o maior público, 25.000 espectadores, era de

extrema importância que as modificações não afetassem fortemente a área de mata nativa,

portanto era de extrema importância que os maciços de vegetação fossem preservados.

Figura 19: Mountain Bike. Fonte: o autor, 2017.

Zona B:

a) Domínio Comum do Pentatlo – Por ser a principal área de circulação,

conexão e convivência do Complexo Esportivo de Deodoro, o setor deveria sofrer uma

grande urbanização para ser capaz de atender uma grande quantidade de público e

conseguir amenizar a existência de dois grandes elementos de ruptura existentes na área:

a linha férrea da Supervia e o rio Marangá. Os equipamentos esportivos que seriam

interligados por essa área comum são: Conjunto Aquático de Pentatlo Moderno

(equipamento existente), Arena de Deodoro, Arena de Pentatlo e Rúgbi (equipamento

temporário) Centro Olímpico de Hóquei sobre Grama e Centro Nacional de Tiro

Esportivo (equipamentos existentes a serem modernizados). Essa área deveria ser capaz

de atender 60.000 espectadores, sendo 30.000 dentro dos equipamentos e 30.000

circulando nas áreas de convivência do domínio comum. A área deveria receber

Page 87: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

72

equipamentos temporários básicos para o público como restaurantes, sanitários, etc. Os

principais acessos deveriam ser pela estação Vila Militar da Supervia (80% do público) e

pela linha BRT Transolímpica/Transbrasil. Para o atendimento da demanda olímpica a

Supervia deveria ser responsável por uma obra de ampliação da estação Vila Militar.

Deveria também ser construída uma plataforma de transposição da ferrovia, com o intuito

de fazer o suporte para o controle e direcionamento dos fluxos gerais do público. Em

relação ao rio Marangá, este deveria ter intervenções de contenção ao longo de suas

margens (descritas no memorial de engenharia) preservando ao máximo a mata ciliar

existente. Os pisos deveriam ser permeáveis, sempre que possível, e contarão com pisos

táteis para acessibilidade.

Figura 20: Domínio Comum do Pentatlo Moderno. Fonte: o autor, 2017.

b) Arena de Deodoro – a arena deveria ser construída com capacidade de

atender um público de 5.829 lugares, sendo 2.111 lugares pertencentes a uma

arquibancada permanente e os outros 3.718 lugares às arquibancadas provisórias. Deveria

conter dois acessos: um para o público e outro para os atletas, a família olímpica e a

imprensa. A arena também deveria garantir o total acesso e permanência de Portadores

de Necessidades Especiais. A área de jogos deveria garantir um espaço de 67,50m x

10,50m, climatizada especialmente para os jogos Olímpicos, por um sistema de ar

condicionado. Como seria uma estrutura permanente, deveria garantir um bom sistema

de ventilação no modo pós-jogos.

Page 88: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

73

Figura 21: Arena Deodoro. Fonte: o autor, 2017.

c) Centro Olímpico de Hóquei – O centro deveria contar com dois campos

descobertos com capacidade de 10.009 e 5.284 espectadores respectivamente, um núcleo

de vestiários, áreas administrativas e funcionais. Todas as áreas deveriam ser

compartilhadas por ambos os campos. O centro deveria conter também um campo de

menor dimensão destinado ao aquecimento dos atletas. Todos os campos deveriam contar

com um sistema de irrigação capaz de diminuir o atrito entre o gramado e a bola usada

em jogo. Os campos deveriam possuir grama sintética azul e dimensões de 62,50m x

102,50m, conforme normas técnicas estipuladas pela federação. No campo 1 deveria

existir uma arquibancada permanente com de 2.576 lugares e as arquibancadas

provisórias completariam a capacidade total de 10.009 lugares. Abaixo da arquibancada

permanente deveriam ser construídos sanitários masculinos, femininos e PNE, quiosques

com finalidade de abastecimento ao público e áreas técnicas para equipamentos elétricos.

O campo 2 deveria ter as mesmas dimensões, porém possuiria apenas duas arquibancadas

temporárias totalizando 5.284 lugares. Nesta área, os sanitários, quiosques, áreas técnicas

seriam provisórias também. Os vestiários deveriam abrigar quatro vestiários, área médica,

dependentes para os gerentes da competição e vestiários de juízes.

Page 89: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

74

Figura 22: Centro Olímpico de Hóquei. Fonte: o autor, 2017.

d) Centro Aquático de Pentatlo Moderno (readequação) – como se tratava

de uma área existente, deveriam ser executadas reformas pontuais e manutenção dos

equipamentos existentes. Não eram necessárias adequações técnicas, porém o local

deveria sofrer alterações com a finalidade de atender 2.000 mil espectadores. Para esta

finalidade foi instalada uma arquibancada provisória.

Figura 23: Centro Aquático de Pentatlo Moderno. Fonte: o autor, 2017.

e) Arena de Rugby e Pentatlo Moderno - seria uma Instalação temporária

e receberia nos Jogos Olímpicos o Rugby Sevens e o Pentatlo Moderno (Provas de

Hipismo e Combinado). Contaria também com o Futebol de 7 no Jogos Paraolímpicos. A

capacidade da Arena seria prevista para atender 20 mil espectadores em arquibancadas

desmontáveis. Estariam previstos serviços de preparo da base e fornecimento de todas as

infraestruturas para receber as instalações temporárias durante os jogos (incluindo sistema

de drenagem para o campo de grama natural - FOP) e também a remoção das mesmas

Page 90: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

75

(incluindo pontos de fornecimento de energia e abastecimento de água) a fim de

estabelecer o uso original da área como campo de Pólo Capitão Erick (modo legado).

Figura 24: Arena de Rugbi e Pentatlo Moderno: Configuração Rugbi.

Fonte: o autor, 2017.

Figura 25: Arena de Rugbi e Pentatlo Moderno: Configuração Pentatlo. Fonte: o

autor, 2017.

f) Centro Olímpico de Tiro Esportivo (readequação) – assim como Centro

de Pentatlo Moderno, o Centro de Tiro Esportivo trata-se de uma área existente onde

deveriam ser realizadas adequações e reformas com a finalidade da realização dos jogos

olímpicos. O processo de readequação consistiria manutenção de alguns itens que

apresentam danos relativos ao tempo, na reforma geral dos ambientes molhados, obras de

acessibilidade, inclusão de conexão acessível entre térreo e primeiro pavimento através

Page 91: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

76

de rampa; e readequação do Estande de Finais para atendimento do requerimento

olímpico com o aumento do pé direito a fim de criar área proporcional para a ampliação,

em caráter temporário, de arquibancadas para espectadores, aumentando a capacidade

deste de 800 para 1.600 espectadores.

Figura 26: Centro Olímpico de Tiro Esportivo. Fonte: o autor, 2017.

Outras exigências do Comitê Olímpico referem-se às demandas de energia e

abastecimento de água. Nos quadros 27 e 28 são apresentados os totais demandados por

cada área para o dimensionamento das redes de água e elétrica pertencentes a cada uma.

Page 92: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

77

Quadro 27: Demanda de energia por instalação. Fonte: Consórcio Complexo

Deodoro, 2017.

Quadro 28: Demanda de água por instalação. Fonte: Consórcio Complexo Deodoro,

2017.

Page 93: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

78

Vale lembrar que a princípio, todas as instalações prediais pertencentes aos jogos

olímpicos necessitavam da certificação LEED por exigência do Comitê Olímpico

Internacional, porém devido ao longo prazo demandado pelo processo essa certificação

deixou de ser uma exigência do cliente1.

6.3 – Execução e Planejamento

6.3.1 – Plano de Ataque

O principal objetivo do plano de ataque era descrever de forma clara as

metodologias, os prazos e as previsões de entrega do contrato a ser atendido. O plano de

Ataque foi dividido em 3 fases:

a) Fase 1 – Construção;

b) Fase 2 - Operação de Equipamentos e;

c) Fase 3 - Adequação para o legado.

Tendo em vista que todas as áreas deveriam ser entregues com 45 dias

antecedentes aos Eventos-Teste, essas fases tiveram a necessidade de serem dividas em

etapas. A primeira fase foi dividida em etapas, foram elas:

Etapa 1 – agosto de 2014

a) Assinatura do Contrato e Reunião;

b) Mobilização de equipe estratégica e das frentes de trabalho;

c) Levantamento Topográfico;

d) Apuração dos quantitativos pelo projeto básico (edital);

e) Pré-Planejamento físico e financeiro.

1 O cliente em questão neste estudo de caso trata-se do grupo formado pelo Comitê Olímpico

Internacional (COI), pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), pela Rio 2016 e pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Este grupo foi representado pela RioUrbe, a qual atuava como órgão fiscalizador.

Page 94: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

79

Figura 27: Delimitações do Complexo: Zona A. Fonte: Consórcio Complexo

Deodoro, 2017.

.

Figura 28: Delimitações do Complexo: Zona B. Fonte: Consórcio Complexo

Deodoro, 2017.

Page 95: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

80

Etapa 2 – agosto a novembro de 2014

a) Construção do Canteiro Central e apoios.

a.1) Canteiro Central – Parque Radical

a.2) Canteiro Avançado I – Centro de Tiro

a.3) Canteiro Avançado II – Entre Parque Aquático e Rio Marangá

b) Liberação parcial dos projetos executivos de terraplenagem

c) Início da 1ª Etapa de terraplenagem

c.1) Domínio Comum do Parque Radical

c.2) Arena Deodoro

c.3) Área de Hóquei

d) Demolições das edificações existentes

e) Mobilização de Equipamentos para Fundação Profunda

e.1) Arena Deodoro

e.2) Arquibancada do Hóquei

e.3) Arquibancada Pentatlo Moderno

Figura 29: Canteiro Central. Fonte: o autor, 2017.

Page 96: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

81

Etapa 3 – novembro de 2014 a maio de 2015

a) Terraplenagem na Zona A

a.1) Estádio Olímpico de Slalom

a.2) BMX

a.3) Mountain Bike

b) Estruturas de Concreto Armado Zona A

b.1) Estádio Olímpico de Slalom

b.2) BMX

b.3) Mountain Bike

c) Início do estaqueamento e Construção dos blocos

c.1) Arena Deodoro

c.2) Arquibancada definitiva e provisória da área de Hóquei

c.3) Arquibancada definitiva e provisória da área de Rúgbi e Pentatlo Moderno

d) Terraplenagem Zona B

d.1) Domínio Comum do Pentatlo Moderno (área de infraestrutura temporária de

apoio).

Figura 30: Terraplenagem Zona A. Fonte: o autor, 2017.

Page 97: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

82

Etapa 4 - junho de 2015 a janeiro de 2016

a) Instalações Hidráulicas, Mecânicas e Elétricas Zona A

a.1) Estádio Olímpico de Slalom

a.2) Edifício de Apoio

a.3) Edifício Técnico

a.4) Casa de Bombas

b) Acabamentos pista/rampa do BMX e Mountain Bike

c) Montagem das estruturas das Arquibancadas temporárias

c.1) Domínio Comum do Parque Radical

d) Pavimentação e iluminação viária

d.1) Parque Radical

e) Paisagismo Zona A

e.1) Domínio Comum do Parque Radical

f) Comissionamento e ajustes dos Equipamentos Esportivos Zona A

f.1) Estádio Olímpico de Slalom

f.2) BMX

f.3) Mountain Bike

g) Acabamentos Pista/Rampa do BMX e Mountain Bike

h) Montagem de Estrutura Metálica, cobertura e fechamentos Zona B

h.1) Arena Deodoro

i) Preparação dos Campos Zona B

i.1) Arenas de Hóquei 01 e 02

i.2) Arena de Rúgbi e Pentatlo Moderno

i.3) Centro Aquático

i.4) Centro Nacional de Tiro

Page 98: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

83

j) Montagem das Estruturas das Arquibancadas Temporárias Zona B

j.1) Arenas de Hóquei e Rúgbi

j.2) Centro Nacional de Tiro

j.3) Centro Aquático

j.4) Pentatlo Moderno

k) Construção da Plataforma de Transposição e praça dos espectadores Zona

B

l) Paisagismo Zona B

l.1) Domínio Comum do Pentatlo

l.2) Arena Deodoro

l.4) Praça dos Espectadores

m) Comissionamento e ajustes dos equipamentos esportivos

m.1) Arena Deodoro

m.2) Arenas de Hóquei 01 e 02

m.3) Arena de Rúgbi e Pentatlo Moderno

m.4) Centro Aquático

m.5) Centro Nacional de Tiro

n) Pavimentação e Iluminação viária

Etapa 5 – janeiro a março de 2016

a) Finalização das Instalações temporárias Zona A

b) Finalização da montagem das arquibancadas temporárias, Praça dos

Espectadores, Luminotécnica das áreas Esportivas Zona B.

c) Finalização das Instalações temporárias na área de Domínio Comum do

Pentatlo Moderno Zona B

Page 99: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

84

A segunda e a terceira fase foram realizadas em somente uma Etapa cada. Foram

elas:

2ª Fase – Operação dos Equipamentos

Etapa 1 – janeiro de 2015 a setembro de 2016

a) Executar monitoramento, correções e manutenção nos equipamentos

esportivos durante o período de teste para as Olimpíadas e Paraolimpíadas RIO 2016

b) Assistência aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos RIO 2016 no período de

agosto a setembro de 2016.

3ª fase – Adequação para o legado

Etapa 1 – setembro de 2016 a junho de 2017

a) Nas áreas das modalidades que após os jogos Olímpicos não foram

utilizadas nos jogos Paraolímpicos tiveram as atividades iniciadas imediatamente ao

término dos jogos olímpicos RIO 2016.

b) Demolição, desmontagem e construção de escopo do legado dos jogos.

c) Desmobilização de equipamentos e equipes de trabalho.

d) Encerramento do Projeto.

6.3.2 - Dificuldades executivas e de Planejamento

Por ser uma obra de grande proporção para um evento de cunho mundial

ocorreram algumas dificuldades na sua execução e no seu planejamento. As principais

dificuldades de execução foram devido ao grande movimento de terra necessário para a

adaptação da área. Isso pôde ser visto nas Áreas do Parque Radical, Estádio de Canoagem

Slalom, Pista de Mountain Bike e Pista de BMX, ambas na Zona A, e na Zona B, na arena

Deodoro, nos campos de Hóquei e na arena de Rúgbi. Por ser uma Obra nunca antes

executada na América do Sul, o estádio de canoagem também apresentou certo grau de

dificuldade, principalmente em relação à terraplenagem realizada para a construção do

lago, o qual deveria obedecer totalmente às premissas do projeto para que não houvesse

prejuízo quanto à dinâmica das águas que iriam circular pela pista de canoagem. Outra

dificuldade executiva se deu pelo fato de ser uma área de mata atlântica então por muitas

vezes houve obstrução dos órgãos ambientais seja pela remoção de vegetação nativa ou

pelos aparecimentos de animais pertencentes à fauna correspondente a esse tipo de

vegetação.

Já nas partes relativas às instalações alguns problemas comuns às obras realizadas

no Brasil ocorreram, como por exemplo, desvio de cabos e maquinários para a

Page 100: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

85

concretização da obra. Problemas também ocorreram nas edificações existentes, por

estarem completamente defasadas em sua manutenção, houve certa dificuldade no

reaproveitamento de suas instalações em modo geral. Por exemplo, vazamentos em

instalações hidrossanitárias, terminais e quadros elétricos sem utilidade, luminárias em

estado de degradação, sanitários em péssimo estado de conservação, etc. Por último, mas

não menos importante, deve-se destacar que, por se tratar de uma área sob o comando do

exército, houve determinada dificuldade em se adequar o cronograma da obra com

algumas atividades militares, como treinamentos de tiro, desarme contra bombas, etc. e

autorizações de acesso e modificações a determinadas áreas.

Quanto à dificuldade de planejamento, além dos atrasos de cronograma causados

pelos fatos previamente citados, houve também uma defasagem com o cronograma

previamente estabelecido graças a alguns atrasos nos envios dos projetos executivos por

parte do cliente. Outro fator muito importante foram os prazos estabelecidos para a

entrega total da obra, considerado por muitos um prazo muito pequeno para o tamanho

das modificações e adequações a serem realizadas. Por fim, porém prevista, foi a grande

quantidade de chuvas enfrentada nos meses de dezembro a março, chuvas as quais

causaram um grande atraso principalmente nas obras de terraplenagem das áreas em

questão. As premissas do cronograma executivo da obra foram as seguintes:

a) Foi assumido o calendário de feriados praticado pela fiscalização

b) Foi assumido apenas um Turno de trabalho das 07:00hs as 17:00hs de Segunda

a Sexta;

c) Foi assumido a utilização do Projeto Básico do Edital para o planejamento;

d) Foi assumido EAP (Estrutura Analítica de Projeto) desenvolvida para os

Trabalhos aprovado pela fiscalização;

e) Foi assumido o uso do Software MS Project 2013 para gestão do cronograma.

PREMISSAS DO CR

ONOGRAMA

Page 101: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

86

6.3.3 - Estrutura organizacional

O Consórcio Complexo Deodoro obteve seus picos de colaboradores e

equipamentos no 2º semestre de 2014, 1º e 2º semestre de 2015. Seguem os quantitativos

para cada período:

2º semestre de 2014 – 1.192 colaboradores e 576 equipamentos

1º semestre de 2015 – 2.064 colaboradores e 823 equipamentos

2º semestre de 2015 – 2.212 colaboradores e 838 equipamentos

As equipes foram divididas por cada frente, ou seja, cada área possuiu seu próprio

organograma funcional. Ao todo foram 10 frentes de serviço, sendo elas:

a) Centro Aquático de Pentatlo Moderno;

b) Arena Deodoro;

c) BMX;

d) Domínio Comum do Parque Radical;

e) Domínio Comum do Pentatlo Moderno;

f) Centro Olímpico de Hóquei;

g) Mountain Bike;

h) Arena de Rugby;

i) Estádio de Canoagem Slalom; e

j) Centro Olímpico de Tiro Esportivo.

É importante lembrar que apesar de certa independência concedida a cada uma

delas, todas as frentes respondem diretamente à diretoria do Consórcio, localizada na Rua

Tenente Serafim, no escritório do canteiro central. Seguem os organogramas do canteiro

Central e de cada frente pertencente ao complexo.

Page 102: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

87

Figura 31: Organograma Canteiro Central. Fonte: Consórcio Complexo Deodoro, 2017.

Figura 32: Organograma Centro Aquático de Pentatlo Moderno. Fonte:

Consórcio Complexo Deodoro, 2017.

Page 103: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

88

Figura 33: Organograma Arena Deodoro. Fonte: Consórcio Complexo Deodoro,

2017.

Figura 34: Organograma BMX. Fonte: Consórcio Complexo Deodoro, 2017.

Page 104: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

89

Figura 35: Organograma Domínio Comum do Parque Radical. Fonte: Consórcio

Complexo Deodoro, 2017.

Figura 36: Organograma Domínio Comum do Pentatlo Moderno. Fonte:

Consórcio Complexo Deodoro, 2017.

Page 105: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

90

Figura 37: Organograma Centro Olímpico de Hóquei. Fonte: Consórcio

Complexo Deodoro, 2017.

Figura 38: Organograma Mountain Bike. Fonte: Consórcio Complexo Deodoro, 2017.

Page 106: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

91

Figura 39: Organograma Arena de Rugby. Fonte: Consórcio Complexo Deodoro, 2017.

Figura 40: Organograma Estádio de Canoagem Slalom. Fonte: Consórcio Complexo

Deodoro, 2017.

Page 107: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

92

Figura 41: Organograma Centro Olímpico de Tiro Esportivo. Fonte: Consórcio

Complexo Deodoro, 2017.

6.3.4 -Técnicas Construtivas

Apesar de ser uma obra de grande porte, a construção do Complexo Olímpico de

Deodoro não contou com técnicas construtivas inovadoras. Por sua grande parte, as

principais utilizadas foram técnicas já há muito tempo presentes no mercado brasileiro e

tidas como usuais. Dentre todas as frentes, o Edifício de Apoio ao Slalom e ao BMX

merece um determinado destaque, pois as soluções mais interessantes foram utilizadas

em sua construção. Em sua fase inicial pôde-se destacar a técnica de cortina em estacas

hélice continua para contenção de talude, como mostram as Figura 42 e 43.

Page 108: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

93

Figura 42: Execução Estaca Hélice Edifício de Apoio. Fonte: o autor, 2017.

Figura 43: Cortina de Estacas Para Contenção de Talude. Fonte: o autor, 2017.

Em sua Fundação, optou-se por solução em estaca hélice contínua devido ao

tempo de execução e ao solo em questão. As estacas seriam interligadas por um bloco de

coroamento que utilizou 600 m³ de concreto fazendo com que sua concretagem fosse feita

com gelo, técnica comum para esses casos.

Page 109: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

94

Figura 44: Bloco de Coroamento Edifício de Apoio: Armação. Fonte: o autor,

2017.

Figura 45: Bloco de Coroamento Edifício de Apoio. Fonte: o autor, 2017.

Outra técnica muito comum utilizada em vários pontos da obra foi a substituição

de solo. Como o Parque Radical possuía, em determinadas áreas, brejos e zonas alagadas,

foi de suma importância a substituição do solo existente (tido como inadequado) para se

construir as estradas de acesso e deslocamento dentro do mesmo. O material de

substituição foi basicamente composto por rachão ou pedra-de-mão, seguida por uma

camada de bloqueio, BGS (Brita Graduada Simples) ou pó de pedra.

Outro destaque fica por conta da utilização de concreto pré-moldado, técnica

amplamente utilizada no mercado brasileiro com a finalidade de reduzir tempo e custos

Page 110: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

95

de execução. Os pré-moldados foram utilizados principalmente na construção do lago de

canoagem e do reservatório de água que atenderia ao Hóquei sobre grama.

Figura 46: Pré-moldados Canal de Treinamento Slalom. Fonte: o autor, 2017.

Por fim, pode-se citar as estruturas metálicas utilizadas na Arena Deodoro e no

Estande de Finais do Centro Olímpico de Tiro, e os centros de energia e cabines elétricas

temporárias, que foram todos construídos em alvenaria estrutural.

6.4 - Plano de Sistema de Gestão Integrada

Apesar de este trabalho estar sendo desenvolvido no ano de 2017, vale ressaltar

que o estudo de caso em questão foi um empreendimento que se iniciou em 2014,

portanto, as normas utilizadas para o desenvolvimento do SGI foram as versões anteriores

às tratadas nos capítulos anteriores. Isso fez com que as metodologias utilizadas para sua

implantação entrem em divergência com as metodologias detalhadas anteriormente,

porém o ideal e a forma de implantação mantêm sua integridade.

6.4.1 Implantação

O Sistema de Gestão Integrada, ou SGI, foi desenvolvido para o Consórcio

Complexo Deodoro, responsável pela execução da obra em questão, baseado no Manual

de Gestão da própria Construtora. Foi de extrema importância que o consórcio adaptasse

o Manual de Gestão para o empreendimento devido as peculiaridades presentes na área

de execução como, por exemplo, a quantidade de colaboradores, área de preservação na

Page 111: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

96

qual o empreendimento foi realizado, grau de notoriedade do empreendimento, etc.

Foram consideradas para o desenvolvimento do SGI as seguintes normas:

a) ISO 9001 / 2008 - Sistema de Gestão da Qualidade

b) NBR ISO 14001 / 2004 - Sistema de Gestão Ambiental

c) OHSAS 18001 / 2007 - Occupational Health and Safety Assessment Series

d) PBQP-H (SiAC) - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do

Habitat – Nível A, (Obras de saneamento e edificações).

Basicamente o SGI foi implantado em todas as frentes de serviço e seguiu os

seguintes passos para sua implantação:

a) Elaboração de um Plano do Sistema de Gestão Integrado da Obra;

b) Identificação dos Procedimentos de Gestão corporativos aplicáveis à

Unidade de Gestão:

c) Elaboração de Procedimentos Específicos aplicáveis às atividades do

empreendimento;

d) Elaboração de uma lista mestra de todos os documentos aplicáveis a

Unidade de Gestão;

e) Elaboração de tabela específica para demonstrar o controle de todos os

registros do SGI;

f) Atendimento aos Requisitos Legais e Outros Requisitos subscritos;

g) Obrigação de manter a ordem e limpeza, buscando implementar o Sistema

de Coleta Seletiva de Resíduos.

6.4.2 Documentação

6.4.2.1 - Estrutura

A estrutura da documentação do Sistema de Gestão Integrado do empreendimento

obedeceu às diretrizes corporativas estabelecidas no Manual de Estruturação da Gestão

Integrada de QSMS da Construtora Queiroz Galvão S. A. Esta estrutura é composta por:

a) Plano do Sistema de Gestão Integrado (PSGI): Plano de Gestão Integrado da

Obra em questão. Documento responsável por descrever as diretrizes do SGI do

Complexo Esportivo de Deodoro / RJ, para assegurar que a política, os objetivos e outros

elementos do SGI, sejam compreendidos, implementados e mantidos.

Page 112: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

97

b) Procedimentos de Gestão (PG): Procedimentos que descrevem as atividades

e responsabilidades relacionadas à gestão da informação, de recursos e de medição,

análise e melhorias dos sistemas.

c) Procedimentos Específicos (PE): Procedimentos que descrevem os processos

necessários à realização do(s) produto(s) ou serviço(s) em um nível operacional.

d) Registros: Registros propriamente ditos.

A figura 47 sintetiza de forma clara a estruturação da documentação do SGI, onde

o PSGI gere os PG’s, estes, por sua vez, gerem os PE’s que, por final, gerem os registros.

Totalizando 4 níveis.

Figura 47: Pirâmide esquemática de Estrutura de documentação do SGI. Fonte:

Consórcio Complexo Deodoro, 2017.

6.4.2.2 - Padrão para elaboração dos Procedimentos Específicos (PE’s)

O empreendimento adotou a padronização para a elaboração de documentos,

conforme descrito em seu Procedimento de Gestão número 1 (PG 01 - Controle de

Documentos e Dados). Cada documento foi elaborado de forma que tópicos foram

obedecidos. Esses tópicos se resumiram em:

a) Objetivo - Definição clara e concisa do objetivo principal do

procedimento.

b) Aplicação - Definição das áreas onde o procedimento deve ser

implementado.

Page 113: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

98

c) Esclarecimentos/ Definições - Descrição clara do significado dos termos,

abreviaturas, siglas e outras situações específicas, bem como, correlação entre siglas que

pode ocorrer na obra.

d) Responsabilidades - Descrição das responsabilidades relacionadas às

atividades descritas no procedimento.

e) Descrição - Descrição das atividades rotineiras do documento.

f) Controle Operacional - Descrição das rotinas, quando aplicável,

relacionadas aos cuidados ou ações a serem tomadas, referentes ao meio ambiente, saúde

e segurança, visando a caracterização do SGI.

g) Registros - Definição dos documentos necessários para demonstrar a

realização das atividades descritas no procedimento, permitindo a rastreabilidade de tais

atividades.

h) Referências - Descrição de normas, procedimentos, diretrizes contratuais

ou outros documentos para demonstrar quais informações foram consideradas no

desenvolvimento do procedimento.

i) Anexos - Tabelas, registros que serão anexados ao procedimento.

6.4.2.3 Controle de Documentos e Dados

O procedimento PG 01 - Controle de Documentos e Dados estabeleceu também a

forma para sistematizar as atividades de identificação, padronização, aprovação, emissão,

distribuição, controle de acesso e manutenção de documentos e de dados relacionados ao

Sistema de Gestão Integrado.

Os documentos do SGI foram disponibilizados em meio eletrônico por meio da

intranet, onde cada colaborador tinha acesso por meio de login e senha próprios. Em caso

de disponibilização de procedimentos e/ou desenhos em meio físico era necessário

carimbar com o texto “Cópia Controlada” e controlar a distribuição por meio do registro

“Controle de Distribuição de Cópias”.

O empreendimento mantinha atualizada uma Lista Mestra de Controle de

Documentos contendo os documentos do Sistema de Gestão Integrado.

Outra informação importante a ser tratada é que a aprovação de procedimentos e

registros relacionados ao SGI era de inteira responsabilidade do Gerente de Contrato

(RECON).

Page 114: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

99

Para o caso de terceirizados, não era necessário que o empreendimento elaborasse

um procedimento específico, em caso de serviços especializados. Com isso, ficava a cargo

da empresa contratada a utilização de seu próprio procedimento. Estes procedimentos

eram anexados à planilha mestra de procedimentos relatada anteriormente.

6.4.2.4 Controle de Documentos e Registros

Os registros eram controlados por meio da TB (Tabela de Controle de Registros),

contendo código do documento do sistema, nome do registro, recuperação, emitente, local

de arquivamento e proteção, tempo de arquivo, local de armazenamento/proteção, tempo

de armazenamento/retenção e disposição/descarte. Tudo estabelecido no Procedimento

de Gestão número 2 (PG 02 – Controle de Registros). Os outros registros do SGI, como

tabelas e planilhas eram controlados por lista mestra elaborada pela Qualidade.

6.4.3 Política, objetivos e metas

6.4.3.1 Política de Gestão Integrada

A Política de Gestão Integrada do empreendimento é única e exprime todos os

valores da empresa. Ela fica exposta em quadros localizados em todos as frentes de obra,

em suas respectivas áreas administrativas.

A Política de Gestão Integrada do Consórcio Complexo Deodoro é:

“No Consórcio Complexo de Deodoro acreditamos que a gestão da Qualidade,

Meio Ambiente, Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional com o aperfeiçoamento

contínuo dos processos, produtos e serviços, são ações estratégicas para alcançar os

objetivos empresariais de forma sustentável, considerando as seguintes diretrizes:

a) Trabalho, confiabilidade, lealdade, qualidade e aprimoramento

profissional.

b) Redução dos riscos na realização das atividades para prevenção de lesões

e doenças ocupacionais, visando à segurança e a integridade física dos nossos

colaboradores.

c) Atendendo a legislação e outros requisitos pertinentes, relacionados aos

perigos no ambiente de trabalho e ao meio ambiente.

d) Contribuição para a melhoria da qualidade de vida das pessoas

promovendo à ética e o desenvolvimento sustentável por meio do uso racional se recursos

naturais.

e) Prevenção dos impactos ambientais, econômicos e sociais adversos.

Page 115: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

100

f) Gerenciamento dos resíduos gerados e a prevenção da poluição

g) Satisfação dos clientes e demais parte interessadas pela realização de

empreendimentos com qualidade e cumprimento dos compromissos assumidos.”

A difusão da política aos diversos níveis da obra foi realizada através de:

a) Treinamento admissional com enfoque no Sistema de Gestão Integrada;

b) Treinamentos periódicos com enfoque no Sistema de Gestão Integrada

conforme cronograma de treinamento específico para a Obra;

c) Treinamento Diário de Gestão Integrada – TDGI.

d) Fixação da Política de Gestão Integrada na recepção, quadros de avisos e

quadros de gestão a vista distribuídos nos Canteiros de obras;

e) Divulgação através de crachás fornecidos a todos os colaboradores.

Aos subcontratados, a Política é divulgada através do treinamento de

integração realizado pela obra e no fechamento do contrato.

6.4.3.2 Objetivos e metas

Foi desenvolvido o programa de objetivos e metas por meio do documento

denominado “Objetivos e Indicadores de Desempenho”, que são quantificados sempre

que exequível. O empreendimento também adotou os objetivos corporativos definidos

pela Construtora Queiroz Galvão S. A. onde e quando aplicável, e para o escopo de

edificações são aplicáveis os indicadores de sustentabilidade do PBQP-H/2012.

Todos os objetivos e metas foram bem definidos para cada setor de atuação (Saúde

e Segurança do Trabalho, Meio Ambiente e Qualidade). Ao todo, se resumem em 7 itens:

2 itens para SST, 3 itens para Meio ambiente e 2 itens para Qualidade.

Page 116: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

101

Quadro 29: Objetivos e metas SST. Fonte: Consórcio Complexo Deodoro, 2017.

Quadro 30: Objetivos e metas Meio ambiente. Fonte: Consórcio Complexo

Deodoro, 2017.

Metas Ações

Conscientização das

boas práticas de

segurança e respeito ao

meio ambiente

dez/16 Diário

Monitoramento e

acompanhamento de

campo

dez/16 Diário

*HHER ( Total de

homem hora de

exposição ao risco)

DDGI – Diálogo de

Gestão Integradadez/16 Diário

SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

ITEM OBJETIVO META INDICADOR FÓRMULAFREQUENCIA

DE COLETAAÇÕES

PRAZOS

1

Monitorar o índice da

Promoção da saúde e

segurança para redução da

TFCA e TFSA

TFCA ≤ 3,0

TFCA – Indicador de Taxa

de Frequência de Acidentes

com Afastamento

TFCA = (N.º de

acidentes com

afastamento x

1x106)/ HHER

TFSA ≤ 3,8

TFSA – Indicador de Taxa

de Frequência de Acidentes

sem Afastamento

TFSA = (N.º de

acidentes sem

afastamento x

1x106)/ HHER

Checklist de

equipamentos e veículosdez/16 Mensal

Mensal

dez/16 Mensal

IHTC – Indicador de horas

de treinamento e

conscientização dos

colaboradores

3

Monitorar o índice de

Treinamento e

conscientização dos

colaboradores

IHTC ≥ 1,5 %

das horas

homem

trabalhadas /

mês

IHTC = % das

horas homem

trabalhadas / mês

Mensal

Treinamentos em

segurança do trabalho /

Meio Ambiente /

Qualidade /

Aprimoramento

Profissional

Metas Ações

'Realizar palestras /

treinamentos e DDGI's para

os colaboradores, visando à

conscientização ambiental

Mensal

Distribuição de coletores da

coleta seletiva na obra

Sempre que

necessário

Distribuição de placas

informativas (M.A) na obra

Sempre que

necessário

'Realizar palestras /

treinamentos e DDGI's para

os colaboradores, visando à

conscientização ambiental

dez/16 Diário

Realizar simulados dos

cenários de emergência

(ambiental)

dez/16 Trimestral

Realizar manutenção

preventiva nos

equipamentos/máquinas

dez/16 Mensal

3

Obter 0 (zero) de embargos,

multas e interdições

ambientais no

empreendimento

0

Indicar que não existem

ameaças graves ao

empreendimento pelo não

atendimento a requisitos

legais relativos ao Meio

Ambiente.

Nº de multas,

interdições e

embargos

ambientais = 0

Mensal

Verificar o atendimento das

legislações ambientais -

RELAP

dez/16 Mensal

1

2

MEIO AMBIENTE

ITEM OBJETIVO META INDICADOR FÓRMULAFREQUENCIA

DE COLETAAÇÕES

PRAZOS

dez/16

Nº de derramamento de

produtos químicos e/ ou

combustíveis < 0,05 m³ (50

litros)

0Derramamento

=0Mensal

Assegurar a destinação de

resíduos de papel, papelão e

plásticos, para a reciclagem

≥1,5T

Prevenção dos impactos

ambientais adversos.

Quantidade de

resíduo reciclado

≥ 2T mês

Mensal

Page 117: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

102

Quadro 31: Objetivos e metas Qualidade. Fonte: Consórcio Complexo Deodoro,

2017.

Todos esses objetivos e metas e seus respectivos indicadores foram de total

importância para mensurar a eficácia do SGI do empreendimento. Através desses

indicadores foi possível acompanhar, analisar, questionar as causas dos problemas e

corrigi-los para que o devido funcionamento do sistema de gestão integrado fosse

mantido.

Atendimento aos objetivos de SST

As metas de TFSA/TFCA foram atingidas ao longo de 2016 mantendo índice

anual de acidentes 0 (zero) atingido nos anos anteriores. Consórcio Complexo Deodoro

iniciou no ano de 2016 a implantação do Programa ACIDENTE ZERO que teve por

objetivo aumentar a conscientização dos colaboradores da obra sobre a importância da

Segurança no dia-a-dia, seja em atividades simples ou complexas, que de alguma forma

interferirá na Saúde e Bem-estar de todos, assim diminuindo os riscos e acidentes de

trabalho, bem como o índice de acidentes. As ações foram: Campanhas de Segurança do

Trabalho, DDGI nas frentes de trabalho, divulgações nas frentes de trabalho e outras

atividades. Os resultados obtidos foram:

a) TFCA ≤ 2,70

b) TFSA ≤ 3,8

Vale ressaltar que o TFCA e o TFSA são indicadores distintos, ou seja, um

acidente com afastamento só é contabilizado em um indicador, não ocorrendo duplicidade

de acidentes nos cálculos. Ambos indicadores são computados conforme o Quadro 29.

Metas Ações

Avaliar junto a equipe de

laboratório os serviços

planejados e realizados

Diário

Acompanhar junto a

produção e os

laboratoristas os serviços

controlados

Diário

Realizar os treinamentos

nos procedimentos de

execução conforme

previsto no cronograma

de treinamento

A Cada

revisão

QUALIDADE

ITEM OBJETIVO META INDICADOR FÓRMULAFREQUENCIA

DE COLETAAÇÕES

PRAZOS

Trimestral

dez/16

2Assegurar e garantir a

satisfação do cliente≥ 70%

(∑ das notas da

avaliação / Total

de parâmetros

avaliados) *100

Trimestral

Índice de Conformidade

dos processos de execução

da obra

Satisfação Cliente

Mediante a entrevista

com o cliente é gerado

um registro de satisfação

com a Obra do Complexo

Esportivo de Deodoro.

dez/16

1Assegurar a conformidade

dos processos de produção≥ 90%

(∑ FVS com itens

em conformidade

/ ∑ FVS

emitidas)*100

Mensal

Page 118: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

103

Com relação aos treinamentos, o consórcio teve índice de aproveitamento de 1,63

(acumulado). E se manteve realizando todos os treinamentos necessários tanto para a

segurança dos seus trabalhadores quanto aos das empresas contratadas junto ao consórcio.

Atendimento aos objetivos de Meio ambiente

a) assegurar a destinação de ≥ 1,5T resíduos de papel, papelão e plásticos, para a

reciclagem;

O Consórcio teve a média de 1,804 toneladas de destinação final de recicláveis

como papel, papelão e plástico no período de janeiro a outubro de 2016. Para assegurar a

meta neste período, foram realizadas palestras, treinamentos e DDGI’s para os

colaboradores visando a conscientização através da Educação Ambiental.

b) número de derramamento de produtos químicos e/ ou combustíveis < 0,05 m³

(50 litros)

O Consórcio não teve derramamento ou vazamento de produtos químicos e/ou

combustível no ano de 2016. Para assegurar a meta, foram realizados treinamentos,

DDGI’s e simulado de emergência ambiental.

c) indicar que não existem ameaças graves ao empreendimento pelo não

atendimento a requisitos legais relativos ao Meio Ambiente.

O Consórcio não teve no ano de 2016 ameaças graves ao empreendimento. Para

assegurar a meta são atendidos todos os requisitos legais aplicáveis ao empreendimento

e são atendidas as condicionantes de licenças ambientais.

Atendimento aos Objetivos de Qualidade

Os atendimentos da qualidade também obtiveram sucesso, atingindo 99% de

conformidade com os processos de produção e obtendo nota 9,93 na satisfação do cliente.

6.4.4 Responsabilidades e autoridades

Todas as funções, responsabilidades, e autoridades dos colaboradores do

empreendimento relacionadas à qualidade, segurança do trabalho, saúde e meio ambiente

foram bem definidas e disponibilizadas na intranet do complexo. Essas responsabilidades

eram repassadas de acordo com o Plano de Sistema de Gestão Integrada (PSGI),

documento este que continha o organograma funcional do empreendimento e também

ficava disponível na intranet. Foram bem expressas na matriz de responsabilidade contida

nos Quadros 32 e 33, onde: P = participa; R = responsabilidade direta.

Page 119: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

104

Quadro 32: Matriz de responsabilidades parte 1/2. Fonte: Consórcio Complexo

Deodoro, 2017.

Page 120: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

105

Quadro 33: Matriz de responsabilidades parte 2/2. Fonte: Consórcio Complexo

Deodoro, 2017.

6.4.5 Representante da direção

Visando atingir os objetivos de um sistema eficaz, no Complexo Esportivo de

Deodoro o representante para os assuntos relacionados ao SGI foi o RECON (Gerente de

Contrato) em cumprimento ao que determina as Normas NBR ISO – 9001:2008, NBR

ISO 14001:2004, OHSAS 18001:2007, e PBQP – H (SiAC). Ele foi escolhido como uma

forma otimizar o SGI, visto que o mesmo se encontrava sempre presente no canteiro e

fazendo incursões frequentemente nas frentes de obra. Era ele o responsável por:

a) Assegurar que os Sistemas da Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e

Saúde, sejam estabelecidos, implementados e mantidos;

b) Relatar o desempenho do Sistema de Gestão Integrado à alta administração

por meio de reuniões de análise crítica, como meio para o aprimoramento do Sistema de

Gestão Integrado;

c) Assegurar a promoção da conscientização sobre os requisitos do cliente

em toda a organização.

Page 121: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

106

Algo muito importante em seu papel foi o fato de que o RECON além de conduzir

eficientemente a sua equipe, fazia com que a mesma identificasse que o SGI era parte da

cultura da empresa. Esse fato facilitou bastante a implementação do mesmo, pois fazia

com que os colaboradores estivessem em contato direto com essa cultura.

6.4.6 Análise Crítica

No empreendimento foram realizadas reuniões de análises críticas

semestralmente, desde o início de execução. Cabia ao representante da administração

definir e informar local, horário, data e duração das reuniões de análise crítica do SGI. Os

participantes das reuniões eram o RECON, o gerente administrativo, o gerente de

engenharia, o gerente comercial, o gerente de produção, e, quando necessário, os

envolvidos diretos pela qualidade, segurança do trabalho e saúde ocupacional e meio

ambiente (técnicos, auxiliares, etc.).

Os dados de entrada das reuniões eram os requisitos relacionados aos 3

subsistemas, como:

a) Resultados de auditorias internas e externas;

b) Realimentação e satisfação do cliente;

c) Comunicações pertinentes provenientes de partes interessadas2 externas,

incluindo reclamações;

d) Resultado da participação e consulta;

e) Análise do desempenho do SGI, incluindo desempenho do processo e

conformidade do produto / extensão no qual foram atendidos objetivos e metas;

f) Avaliação do atendimento aos requisitos legais aplicáveis e outros

requisitos subscritos;

g) Situação das investigações de incidentes, das ações corretivas e ações

preventivas;

h) Mudanças que possam afetar o SGI / Mudanças de circunstâncias,

incluindo alterações em requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos,

referentes aos aspectos ambientais e/ ou segurança e saúde no trabalho;

i) Recomendações para melhoria;

j) Acompanhamento das ações de análises críticas anteriores.

2 As partes interessadas ao empreendimento do Complexo Olímpico eram: comunidades e moradores próximos ao local

das obras, Exército Brasileiro, Prefeitura do Rio de Janeiro, Comitê Olímpico Internacional (COI), Comitê Olímpico Brasileiro (COB),

Rio 2016, Construtora Queiroz Galvão e seus colaboradores.

Page 122: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

107

Os participantes analisavam os dados e identificavam as atividades que

necessitavam de ações corretivas, preventivas ou de melhoria. Para finalizar, eram

geradas atas de reunião com os assuntos discutidos e com as ações a serem tomadas. Esses

dados de saída se resumiam em:

a) Melhoria da eficácia do SGI e de seus processos;

b) Melhoria do produto/serviço em relação aos requisitos do cliente;

c) Necessidade de recursos;

d) Decisões e/ou ações relacionadas a possíveis mudanças no desempenho,

política e objetivos, recursos ou outros elementos do SGI, consistentes com o

comprometimento com a melhoria contínua;

e) Encerramento / Paralisação de Obras / Início;

f) Conclusão Geral.

Ao todo, foram realizadas 5 análises críticas durante a execução do

empreendimento, sendo uma no segundo semestre de 2014, duas no ano de 2015 e duas

no ano de 2016. A última análise crítica realizada foi análise de consolidação dos dados

de SGI, esta análise continha todas as informações necessárias para avaliação dos

resultados obtidos com a implantação do SGI no Complexo Deodoro.

6.4.7 Gestão de Recursos

6.4.7.1 – Provisão de recursos

A provisão de recursos para atender os requisitos legais e outros subscritos, bem

como para implementar, manter e melhorar o SGI foi realizado pela administração, por

meio de reuniões de análises crítica.

6.4.7.2 – Recursos Humanos

A Gestão de Recursos Humanos do empreendimento teve como objetivo alcançar

níveis apropriados de conscientização e de competência dos colaboradores que

executaram atividades que afetavam o SGI, com base em educação, treinamento,

habilidades e experiência apropriada.

Os processos de Admissão, Competência, Conscientização e Treinamento eram

geridos pelo Procedimento de Gestão número 6, PG 06 - Competência, Conscientização

e Treinamento. No empreendimento, em caso de necessidade de contratação de mão de

obra era necessária a avaliação dos requisitos de educação, treinamento, habilidade e

Page 123: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

108

experiência. Para essa avaliação, era preenchido um formulário de Movimentação de mão

de obra. Esse processo de avaliação era submetido à aprovação por parte do RECON.

Caso a avaliação demostrasse o não atendimento a algum requisito de educação,

treinamento, habilidade e experiência esses requisitos eram descritos e encaminhados ao

responsável pelo treinamento para que os mesmos sofressem adequação através de

treinamento.

Após a finalização do processo seletivo e consequentemente a contratação do

candidato, esse funcionário era submetido a uma reunião de integração, onde, através de

apresentações e palestras, era passado ao novo funcionário toda a história e ambientação

do empreendimento, cronograma da Obra, a política de gestão integrada, etc. Todos os

funcionários passaram pela reunião de integração.

6.4.7.3 – Infraestrutura/Ambiente de trabalho

A infraestrutura e o ambiente de trabalho estão relacionados com o espaço de

trabalho, equipamentos e serviços de apoio, e foram planejados durante o processo de

conquista do negócio e de mobilização. O canteiro central do empreendimento tinha

espaço físico adequado ao tamanho da obra, era bem iluminado, climatizado

devidamente, contava com refeitório, área de lazer, e salas técnicas. Possuía rota de fuga

adequada, estacionamento amplo, salas e banheiros devidamente higienizados e

dedetizados. Possuía enfermaria, estação de tratamento de esgoto própria, além de usina

de asfalto e oficina mecânica, visto que os equipamentos eram pertencentes à construtora.

Os demais canteiros avançados contavam com todas essas características exceto a usina

de asfalto. Todos os canteiros foram planejados para atender rigorosamente os três

subsistemas do SGI.

6.4.8- Treinamentos

Os treinamentos eram realizados por pessoal competente e qualificados

internamente ou externamente. Quando apropriado e necessário, para fins de

conscientização, era enfatizado nos treinamentos:

a) A importância da conformidade com a Política do SGI e de atender aos

requisitos e às necessidades e expectativas do cliente e de outras partes interessadas;

b) Os aspectos e impactos ambientais, reais ou potenciais;

c) Os benefícios provenientes da melhoria do desempenho pessoal.

Page 124: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

109

Todo o Processo de treinamento no Complexo era divido em 4 etapas: Verificação

de necessidade de treinamento, realização de treinamento, avaliação do treinamento e

avaliação da eficácia do treinamento.

A primeira etapa era realizada era realizada por meio de avaliação de desempenho

ou pela identificação de necessidades específicas identificadas pelos encarregados ou

responsáveis pelos setores do empreendimento. Essas necessidades eram levantadas e

relacionadas em um cronograma de treinamento que continha as ações a serem

desenvolvidas para cada área e a previsão orçamentária. Por exemplo, no setor de

suprimentos houve a necessidade de implantação de um novo sistema de controle. Visto

isso, o encarregado de compras relacionou todos os funcionários que necessitariam de

treinamento com este sistema de controle. Este cronograma, depois era assinado pelo

RECON para que fosse aprovado. S cronogramas de treinamento, no geral, eram

revisados anualmente.

Na segunda etapa, os treinamentos planejados eram agendados e comunicados a

todos os envolvidos pelo responsável por treinamentos do empreendimento, no caso do

exemplo acima o responsável técnico pela qualidade. Os treinamentos no Complexo eram

realizados pelos responsáveis dos subsistemas do SGI ou, quando necessário, por

empresas contratadas, como no exemplo acima. Vale lembrar que todos os treinamentos

eram registrados com o nome dos participantes por meio de formulário de presenças e,

para treinamentos com carga horária superior 8 horas eram emitidos também certificados

que eram anexadas ao dossiê do colaborador.

A terceira etapa consistia na avaliação dos participantes do treinamento e visava

avaliar a estrutura pedagógica, a participação do grupo, infraestrutura, desempenho do

instrutor e relevância do evento. Era avaliada por meio de um formulário de reação.

A quarta e última etapa era realizada, preferencialmente, pelo responsável

imediato do colaborador, em função da aplicação do conhecimento recebido e dos

resultados obtidos com o treinamento. Essa avaliação era realizada em até, no máximo, 6

meses após a realização do treinamento. Essa avaliação era realizada por meio de

preenchimento de um formulário de avaliação de eficácia do treinamento.

6.4.9 - Aquisição / Suprimentos

As aquisições eram analisadas criticamente antes da sua aprovação e

documentação formal para compra. Essa autorização era aprovada pelo RECON. Os

fornecedores de insumos e serviços eram selecionados e avaliados considerando suas

Page 125: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

110

capacidades em atender às quantidades, especificações, prazos e preços previamente

acordados, dentre outros requisitos.

Todos os fornecedores do empreendimento eram submetidos a uma pré-

qualificação e depois de aprovados eram classificados como fornecedores aceitáveis.

Antes de dar início ao processo de pré-qualificação, era verificado:

a) Se o fornecedor possuía SGI certificado de acordo com as normas ISO

9001:2008, ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:2007;

b) Referências técnicas e comerciais do fornecedor;

c) As instalações e infraestrutura do fornecedor;

d) Histórico de fornecimentos anteriores, junto a outras empresas ou ainda,

ao próprio empreendimento;

e) Se o fornecedor faz parte da lista de fornecedores qualificados pelo cliente.

As empresas que possuíam o SGI certificado eram consideradas aceitáveis

imediatamente. Todos os fornecedores eram reavaliados no mínimo 1 vez a cada 12 meses

e em caso de encerramento de fornecimento antes do encerramento de uma ano, era

realizado realizada avaliação ao término dos respectivos fornecimentos. O Quadro 34

apresenta os critérios mínimos a serem considerados na pré-qualificação dos

fornecedores.

Page 126: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

111

Quadro 34: Critérios de avaliação dos fornecedores. Fonte: Consórcio Complexo

Deodoro, 2017.

O fornecedor era considerado aceitável quando obtinha a nota final > 7,0. Para

obter a nota final da avaliação era realizado o seguinte cálculo:

Nota Final =Soma das notas atribuídas

Quantidade de notas atribuídas

Caso o fornecedor não obtivesse nota fina suficiente, sua permanência dependia

da autorização do RECON. Neste caso eram obrigatórias ações corretivas que poderiam

desencadear, inclusive, visitas de verificação nas instalações do fornecedor em questão.

Os resultados dessas verificações eram documentados em atas de reuniões. A figura 48

exemplifica o relatório de avaliação utilizado no Complexo Deodoro.

Page 127: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

112

Figura 48: Relatório de avaliação dos fornecedores. Fonte: Consórcio Complexo

Deodoro, 2017.

6.4.10 – Auditoria Interna

As auditorias internas ocorriam ao menos 1 vez ao ano e eram baseadas em um

plano de auditoria interna, o qual continha a equipe auditora, a data, áreas e atividades a

serem auditadas. As auditorias eram realizadas por meio de entrevistas, listas de

verificações, questionários com participação do auditado, análise crítica de documentos,

métodos de amostragem e outros métodos acordados entre os membros da auditoria.

Page 128: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

113

Porém, a base da verificação sempre foi o sistema documentado, as normas de referência

e as legislações pertinentes.

As auditorias eram iniciadas sempre por uma reunião de abertura conduzida pelo

auditor líder e pela equipe auditora. Essas reuniões tinham como objetivo confirmar ou

revisar o plano de auditoria, inicialmente proposto, apresentar a equipe auditora e

esclarecer as dúvidas das partes auditada e auditora. Passada a reunião de abertura, os

auditores iam a campo para a busca de evidências, confirmando se os requisitos do SGI

estavam implementados e mantidos. Todas as auditorias evidenciavam os pontos fortes,

as oportunidades de melhoria e as não conformidades encontradas no Complexo Deodoro.

Essas não conformidades eram classificadas em 2 tipos:

a) Tipo A – Não atendimento a requisitos legais e outros ou não

conformidades sistêmicas;

b) Tipo B – Não conformidades pontuais.

Após a busca de evidências as auditorias internas se encerravam por meio de uma

breve reunião a qual eram discutidas as constatações e conclusões da auditoria. Caso

houvesse desacordos por partes dos auditados, era necessário que o assunto fosse

resolvido e caso não fosse resolvido, o mesmo seria registrado no relatório de auditoria

interna.

Após a emissão dos relatórios de auditoria interna, eram abertos relatórios de não

conformidades por parte dos auditados e ações imediatas eram definidas e

implementadas. Após esse processo, auditorias de acompanhamento eram instauradas no

Complexo para acompanhamento das ações adotadas e seus respectivos resultados. Vale

lembrar que esse último procedimento só foi instaurado devido à importância do

empreendimento em questão.

As equipes de auditores eram formadas pelos próprios funcionários do Complexo

ou por funcionários da Própria Queiroz Galvão, visto que o a mesma era mandatária no

empreendimento. A qualificação dos auditores era realizada considerando os seguintes

requisitos:

a) Ter participado de treinamento de auditor interno, com base em uma ou

mais normas de referência do SGI. A comprovação era feita por meio de certificado, no

qual constava a informação de qualificação na norma de referência.

b) Adicionalmente, para auditor líder, conhecer as bases do SGI do

empreendimento.

Page 129: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

114

Durante a realização do empreendimento foi realizada somente uma auditoria

interna. Ela ocorreu dias 02, 03, e 05 de março de 2015 verificando a implantação,

implementação e manutenção do SGI, considerando as normas para Qualidade (ISO

9001:2008 PBQP-H:2012), Meio Ambiente (ISO 14.001:2004) e Segurança e Saúde

Ocupacional (OHSAS 18.001:2007), analisando os seguintes processos: Qualidade,

Saúde e Segurança, Meio Ambiente, Suprimentos, aquisição e contratação, manutenção.

Outra auditoria interna estava agendada para outubro de 2016, porém foi cancelada.

Nessa auditoria interna de 2015, foram evidenciadas no total 17 não

conformidades entre A e B, sendo:

a) Qualidade – 04 não conformidades do tipo A e 01 do tipo B.

b) SST – 05 não conformidades do tipo

c) Meio ambiente – 02 não conformidades do tipo A e 01 do tipo B.

d) SGI – 02 não conformidades do tipo A e 02 do tipo B.

Dois exemplos de não conformidades e suas respectivas medidas corretivas serão

mostrados no item 6.4.11 – Controle de não conformidades, ações corretivas e

preventivas.

6.4.11 – Controle de não conformidades, ações corretivas e preventivas

As Não Conformidades relacionadas ao SGI eram identificadas, documentadas,

codificadas e devidamente notificadas aos respectivos responsáveis por cada atividade.

Qualquer colaborador do Complexo podia identificar a não conformidade, desde que o

mesmo comunicasse ao responsável ou encarregado pela atividade onde foi detectada a

não conformidade. Esse encarregado comunicava ao responsável do subsistema do SGI

que a atividade pertencia e este último dava abertura ao relatório de não conformidade.

As detecções das não conformidades eram identificadas em função de

várias situações e ventos, tais como relacionadas a:

a) Reclamações pertinentes de partes interessadas;

b) Requisitos legais;

c) Monitoramentos e medições;

d) Incidentes, exclusivamente quando identificada a necessidade de ação

corretiva (acidente) u ação preventiva (quase acidente), que não possam ser tratados

apenas com ações de melhoria;

e) Inspeção no recebimento, manuseio, armazenamento e preservação de

materiais ou produtos;

Page 130: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

115

f) Inspeções e testes durante o processo produtivo;

g) Inspeções ou testes finais para comissionamento;

h) Auditorias Internas;

i) Auditorias de certificação;

j) Inspeções do cliente.

Para a identificação e controle das não conformidades os relatórios seguiam o

padrão:

XXX/YYYY, onde XXX – Numeração sequencial a partir de 001 e YYYY – ano

da emissão do relatório. Esses relatórios eram disponibilizados a todas as partes do SGI,

para que estes pudessem aplicar as ações corretivas necessárias.

As não conformidades relacionadas ao SGI eram subdivididas em: não

conformidades reais e não conformidades potenciais. Basicamente ambas possuíam a

mesma forma de tratamento, havendo mudanças apenas em suas correções ou ações

corretivas aplicadas para eliminação dos eventos que as causaram. O tratamento das não

conformidades se resumia a:

a) Registro das não conformidades (reais ou potenciais) e de suas causas,

quando aplicável;

b) Definição de ações de correção, que podiam ser imediatas, e ações

corretivas, quando aplicável, em função das causas reais identificadas;

c) Implementação das ações de correção ou corretivas e análise crítica da

eficácia das ações implementadas.

A grande diferença entre as duas consistia em suas definições, ou seja, no caso

das não conformidades reais o encarregado pelo setor, juntamente com o responsável pela

implementação do SGI avaliavam a situação e decidiam o estabelecimento de uma ação

corretiva para eliminar a causa da não conformidade. Já no caso da não conformidade

potencial, os dois estabeleciam a implementação de uma ação preventiva para eliminar a

causa da não conformidade, visando prevenir a ocorrência de uma não conformidade real.

Dois exemplos de não conformidades e suas respectivas medidas corretivas que

ocorreram no Complexo foram:

a) Não conformidade: Garrafas plásticas armazenando gasolina na oficina

sem etiquetas de informação.

Ação corretiva: Após identificada e registrada a não conformidade, o responsável

pelo SGI, investigou a causa e descobriu que não haviam sido impressas etiquetas

suficientes para identificação de materiais da oficina. Esse fato já havia sido comunicado

Page 131: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

116

pelo responsável, porém ainda não havia sido atendido. Imprimiu as etiquetas e

documentou a ação.

b) Não conformidade: os relatórios de registros de não conformidade estavam

arquivados somente no setor da qualidade, quando na verdade deveriam estar arquivados

em cada área onde a não conformidade foi identificada.

Ação corretiva: Após identificada e registrada a não conformidade, o responsável

pelo SGI, investigou a causa e orientou os responsáveis pelos seus setores sobre o

procedimento correto a ser tomado. Após isso, redistribuiu os relatórios para cada área a

que pertenciam. Em seguida documentou a ação.

Não houve acidentes de trabalho com e sem afastamento para o período de 2016.

O Consórcio Complexo Deodoro intensificou seus treinamentos através de campanhas,

com o foco nas principais atividades da obra. Também monitorou constantemente as

atividades com o grande potencial de acidentes e atuando com boas práticas,

intensificando na sensibilização de todos os colaboradores para o desenvolvimento de

uma consciência coletiva de respeito à integridade física de todos os envolvidos nas

atividades de riscos. Divulgou também análise preliminar de riscos existentes nas

atividades em que os colaboradores desenvolveram.

6.4.12 - Comunicação Interna e Externa

6.4.12.1 - Comunicação Interna

O objetivo da comunicação interna é transmitir a toda Obra, informações

pertinentes à:

a) Política / objetivo do Sistema de Gestão Integrado;

b) Indicadores de desempenho;

c) Conscientização dos colaboradores quanto à pertinência e importância de

suas atividades e de como elas contribuem para atingir os objetivos do SGI;

Com relação aos procedimentos de comunicação interna e externa, os funcionários

são:

a) Consultados quando existem quaisquer mudanças que afetem sua

Segurança e Saúde no local de trabalho por meio da CIPA3 (Comissão Interna de

Prevenção de Acidentes).

b) Representados nos assuntos de Segurança e Saúde;

3 A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais e é composta por representantes dos

colaboradores, não necessitando serem técnicos nos requisitos de SST.

Page 132: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

117

A comunicação interna foi realizada por meio da utilização de correio eletrônico,

quadros informativos, murais, jornal interno, “intranet”, reuniões específicas e de análises

críticas, treinamentos, DDGI (Diálogo Diário de Gestão Integrada), etc. Os responsáveis

diretos pela comunicação interna eram os representantes diretos dos 3 subsistemas do

SGI. Por exemplo, quando se iniciaram os serviços do parque radical, o qual estava

localizado em área de mata nativa, todos os técnicos de meio ambiente se reuniram e

realizaram o DDGI juntamente com os técnicos de SST (estes que eram s responsáveis

pelo DDGI em dias normais). Eles expuseram neste dia todos os perigos que poderiam

surgir no caso de manuseio ilegal de animais silvestres e plantas silvestres, delimitaram

em quais áreas poderiam ser feitas as intervenções, em caso de encontrarem animais

perigosos, quais ações deveriam ser tomadas, etc.

Toda a força de trabalho de trabalho tinha acesso às informações referentes ao

SGI. Essas informações eram divulgadas através de uma plataforma virtual chamada SE

SUITE, a qual possuía, para consulta, a política de SGI e todos os procedimentos

gerenciais e específicos da obra. Quando recebiam crachá de entrada da obra, recebiam

também um cartão no qual estava todo o procedimento necessário para consulta dos

procedimentos anteriormente citados. Havia também um canal interno de denúncia, o

qual o colaborador poderia entrar em contato direto com a gerência relatando abusos u

outros problemas ocasionados dentro do empreendimento.

Mensalmente era realizada reunião com todos os colaboradores onde eles

preenchiam um formulário presença e o RECON e a gerência palestravam sobre o

andamento das obras e escutavam dos próprios colaboradores reivindicações ou sugestões

de melhorias no ambiente de trabalho. Essas reuniões eram documentadas e essas

sugestões eram anotadas para adequações futuras.

6.4.12.2 - Comunicação Externa

No Complexo Deodoro as comunicações externas se resumiam a 2 tipos:

comunicação externa direta e comunicação externa com a mídia e/ou órgão público.

A primeira se resumia a consultas, reclamações, percepções dos vizinhos ou sobre

questões contratuais, ambientais, de segurança ou de saúde do trabalho. O primeiro tipo

de informação era recebido, registrado e analisado pelo RECON ou o designado para a

verificação de sua pertinência. Caso fossem constadas pertinentes, eram encaminhadas a

áreas envolvidas e tratadas como não conformidades no SGI e, então, eram

providenciadas suas ações corretivas ou preventivas. A segunda, quando era envolvida a

Page 133: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

118

representação do empreendimento perante o órgão público ou a mídia local o RECON se

apresentava e dava as devidas explicações pertinentes. Vale lembrar que antes de se

apresentar o RECON avaliava o teor do assunto e sua possível implicação institucional.

Caso houvesse, a Assessoria Jurídica da construtora era notificada antes da apresentação.

O Consórcio sempre respondia sobre qualidade de seus serviços, aspectos

contratuais, cuidados ambientais, segurança operacional, saúde ocupacional e impactos

sociais às partes interessadas por meio de correspondências, telefonemas ou até mesmo

contato pessoal, desde que todas essas informações fossem documentadas

posteriormente. Já a comunicação com o cliente era realizada conforme previsto no

contrato: cartas ou e-mail’s registrados e assinados posteriormente.

A área de comunicação como um todo cumpriu um papel fundamental para o

empreendimento, visto sua relevância de teor mundial. Durante o ano de 2016 as

reclamações do cliente e outras comunicações de partes interessadas recebidas foram

tratadas no Empreendimento de forma satisfatória. Em relação ao SGI, não foram

recebidas comunicações e reclamações no ano de 2016.

6.4.13 – Realização do produto

Para a realização do produto foi considerado a avaliação dos Aspectos e Impactos

Ambientais e Ocupacionais provenientes da realização do produto, identificando ainda,

os requisitos legais e/ou outros aplicáveis conforme procedimento executivos.

6.4.13.1 - Plano do Sistema de Gestão Integrado

O PSGI – Plano do Sistema de Gestão Integrado foi elaborado conforme descrito

anteriormente, de forma a atender os requisitos do Sistema de Gestão Integrada e

estabelecer as diretrizes a serem seguidas pela obra. Em atendimento ao item 7.1.1 do

PBQP-H (Nível “A” do SiAC), destacou-se a relação entre os subitens de referência neste

item e o PSGI, conforme segue:

a) Estrutura organizacional da obra, incluindo definição de responsabilidades

específicas;

b) No que diz respeito às especificidades de execução da obra, destacaram-se

fundamentalmente as execuções dos serviços de saneamento e obras de edificações, cujo

controle, se deu através de procedimentos específicos das atividades;

c) Foram considerados processos críticos para a qualidade da obra e atendimento

das exigências do cliente;

Page 134: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

119

d) A obra possuía algumas máquinas e equipamentos de empresas contratadas,

onde as respectivas manutenções preventivas das máquinas e equipamentos foram

realizadas através de um plano de manutenção preventiva, por equipamento, de acordo

com as horas trabalhadas. Máquinas e equipamentos da construtora, suas manutenções

preventivas serão realizadas na oficina da obra.

e) Programas de treinamento específico da obra foram tratados no Cronograma de

Treinamento;

f) Os objetivos da qualidade específicos para a execução da obra e atendimento

das exigências do cliente estavam associados aos indicadores conforme descrito na

planilha de objetivos e metas;

g) Definição dos destinos adequados dados aos resíduos sólidos e líquidos

produzidos pela obra (entulhos, esgotos, águas servidas), que respeitassem o meio

ambiente, conforme Plano de gerenciamento de resíduos (tratado mais a frente);

Todas as ações implementadas com vistas ao cumprimento do planejamento

realizado, bem como ações não previstas inicialmente, que denotem mudanças, mas,

identificadas como necessárias à melhoria contínua dos processos e de sua gestão, foram

sempre implementadas de forma a garantir a integridade do sistema.

6.4.13.2 - Planejamento da realização do produto

O planejamento geral da obra foi elaborado de forma a atender aos requisitos

contratuais e foi revisado sempre que se fez necessário a otimização da execução dos

serviços contratados e dos recursos utilizados para tal.

Em função do planejamento, foram desenvolvidos, conforme as necessidades

específicas da obra, planos e/ou procedimentos específicos relacionados à qualidade,

meio ambiente, segurança e saúde ocupacional, aquisição (materiais, serviços

equipamentos e produto) e operacionais para a execução dos serviços específicos, como

tratado anteriormente.

O sistema de planejamento e controle do empreendimento apresentou a seguinte

estrutura:

a) Cronograma físico, através de acompanhamento da planilha dos serviços

(previsto/realizados);

b) Programação semanal;

c) Sistema de medição e controle de serviços.

Page 135: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

120

O planejamento geral de Obra foi elaborado para atender aos requisitos

contratuais. Em função do planejamento, foram desenvolvidos planos, procedimentos

específicos relacionados à Qualidade, Meio Ambiente, Segurança e Saúde Ocupacional,

Aquisição (materiais), e operacionais para execução de serviços específicos. O

responsável pelo planejamento é o REPLA (Engenheiro de Planejamento). Vale ressaltar

que o planejamento da obra era revisado semanalmente conforme o andamento da

realização do empreendimento.

6.4.13.3 - Processos relacionados ao Cliente

Durante a fase de conquista do negócio, foram analisados criticamente todos os

requisitos relacionados ao produto e tendo sido apresentadas propostas, durante o

processo de licitação, compatíveis com tais especificações bem como as diretrizes de

trabalho da obra. Sendo este processo anterior ao início da obra não será objeto de maiores

detalhamentos. Portanto, quaisquer alterações nas especificações da Proposta

Técnica/Comercial/Contrato foram apresentadas e renegociadas com o cliente e

formalizadas por meio do “Termo Aditivo”, “Diário de Obra”, “Carta” ou meios

semelhantes.

Esse processo foi de extrema importância para a realização do empreendimento,

pois como era uma área até então desconhecida, muitas soluções não foram consideradas

no estudo preliminar ou até mesmo na fase de proposta. Esses termos foram tratados como

aditivos e colaboraram inteiramente para o sucesso financeiro da obra.

6.4.13.4 - Aspectos e Impactos Ambientais e Ocupacionais

Foram identificados os aspectos e avaliação dos impactos ambientais e

ocupacionais bem como, identificação dos perigos e avaliação dos riscos da ocorrência

de danos, para determinar o grau de significância dos impactos e dos riscos. Para atender

o SGI e facilitar a integração dos documentos necessários para orientar tais identificações

e avaliações, os perigos eram chamados de aspectos ocupacionais e os riscos de danos de

impactos ocupacionais.

Consideravam-se os perigos originados externamente ao ambiente de trabalho,

capazes de afetar diversamente a saúde das pessoas, bem como aqueles perigos originados

na vizinhança do local, por atividades relacionadas ao trabalho sob o controle da Obra.

Os aspectos e perigos eram identificados e listados em uma planilha de controle

considerando as atividades realizadas. Para cada tarefa listada eram identificados e

registrados os aspectos, perigos, impactos e danos na coluna correspondente da planilha,

Page 136: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

121

independentemente do número de aspectos, perigos, impactos e danos identificados, uma

planilha para cada atividade era preenchida.

Os aspectos e perigos eram classificados como diretos ou indiretos. Os aspectos e

perigos diretos eram aqueles que o controle era exercido diretamente pelo consórcio,

enquanto os indiretos eram controlados por meio de contratos, inspeções ou auditorias.

Por exemplo, existia um terreno no qual os moradores jogavam lixos ou outros detritos

próximo ao canteiro, isso se configurava um aspecto indireto, pois era preciso que o

consórcio fiscalizasse para que isso não ocorresse. Além disso, os aspectos e perigos eram

caracterizados por ocorrência, sendo em situação normal ou emergencial. A primeira

eram ocorrências em situações normais de obra e a segunda em caso de incidentes,

colapso de estruturas, equipamentos ou instalações, falha operacional, manifestações da

natureza, etc.

Os impactos eram classificados em benéficos ou adversos. Um exemplo de

impacto benéfico era o caso de algum resíduo alcalino fosse derramado no solo e esse

solo precisasse de redução de acidez. Neste caso era registrado na planilha de controle

um impacto benéfico.

A planilha de controle possuía uma coluna de significância. Essa avaliação de

significância se dava por meio da equação: SIG = (𝐹 𝑜𝑢 𝑃)𝑥(𝑆 𝑢 𝐺), onde: F =

frequência; P = Probabilidade; S = Severidade; e G = Gravidade. Os critérios para

avaliação da frequência ou probabilidade e severidade ou gravidade são descritos nos

quadros 35 e 36, respectivamente.

Quadro 35: Critérios de avaliação de Frequência e Probabilidade. Fonte:

Consórcio Complexo Deodoro, 2017.

Page 137: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

122

Quadro 36: Critérios de avaliação de Severidade e Gravidade. Fonte: Consórcio

Complexo Deodoro, 2017.

Deste modo, quando a severidade do impacto ou a gravidade do dano for igual a

3 ou a pontuação da Significância igual a 6 ou 9, o impacto ambiental é significativo e o

risco é substancial ou inaceitável. O quadro 37 resume a matriz de avaliação, enquanto o

quadro 38 retrata as respectivas medidas de controle.

Page 138: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

123

Quadro 37: Matriz de avaliação. Fonte: Consórcio Complexo Deodoro, 2017.

Quadro 38: Medidas de controle. Fonte: Consórcio Complexo Deodoro, 2017.

Vale lembrar que semestralmente as planilhas de aspectos, impactos, perigos e

danos eram atualizadas devido ocorrências como: Legislações novas, análises de

desempenho, redefinição de prioridades, etc.

6.4.13.5 - Requisitos Legais e Outros Aplicáveis

As identificações e atualizações dos requisitos legais e outros aplicáveis foram

realizada pelo empreendimento após consulta a um banco de dados fornecido pela própria

construtora. Para a identificação e/ ou revisão de outros requisitos aplicáveis ou

subscritos, foram consideradas: licenças, convenções, outorgas, acordos, planos de

controles ambientais, infrações etc. Os requisitos relacionados às normas técnicas foram

Page 139: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

124

fornecidos também pela construtora em função das especialidades das atividades

executadas.

Os requisitos legais aplicáveis eram identificados, registrados e atualizados

mensalmente através da planilha RELAP (Requisitos Legais Aplicáveis). Os seguintes

requisitos foram determinados:

a) Relacionados aos aspectos, impactos, perigos e danos identificados;

b) Os especificados pelo cliente, incluindo para entrega e para atividades de

pós-entrega;

c) Os não declarados pelo cliente, mas necessários para uso especificado ou

intencional;

d) Os estatutários e regulamentares relacionados à obra;

Trimestralmente era realizada a verificação de atendimento aos requisitos legais e

aplicáveis, por meio de lista de verificação pelos responsáveis pelos subsistemas do SGI.

Quando necessário, eram verificadas as comunicações com o setor jurídico e os

monitoramentos realizados para a confirmação do atendimento aos requisitos.

O Complexo também comunicava sempre as informações sobre os requisitos

legais de SST e outros requisitos aplicáveis ao SST, aos trabalhadores sob o seu controle

e outras partes interessadas. Isso também se aplicava ao âmbito da Qualidade e do Meio

ambiente.

A identificação dos requisitos selecionados ao empreendimento ocorreu quando

da elaboração da Proposta apresentada em atendimento ao edital preparado pelo cliente.

O consórcio visando garantir o completo atendimento, analisou criticamente os requisitos

estabelecidos pelo cliente, não apenas antes da elaboração da proposta, mas também antes

da assinatura do Contrato.

Ao final do empreendimento para o atendimento dos requisitos legais aplicáveis

ao empreendimento foram abertas Relatório de Não Conformidades para o tratamento

dos mesmos. Essas não conformidades foram sanadas com o prazo previsto e, portanto,

não houve registros de multa ou interdições para as áreas referentes ao SGI.

6.4.13.6 - Projeto e Desenvolvimento

Todos os projetos do Complexo Deodoro eram oriundos de projetistas

subcontratados pelo cliente, ficando a cargo do consórcio somente o As Built do

Page 140: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

125

empreendimento. O planejamento e o controle do projeto e desenvolvimento do produto

foram realizados, contemplando as etapas de:

a) Análise crítica, verificação e validação do projeto e desenvolvimento do

produto;

b) Definição de responsabilidades e autoridades para projeto e desenvolvimento

do produto;

c) Gerenciamento das interfaces entre os diferentes grupos envolvidos no projeto

e desenvolvimento do produto.

O detalhamento desse processo encontra-se especificado no Procedimento

Específico PE – Controle e Acompanhamento da Distribuição dos Projetos e

Documentos. Neste procedimento era descrito de forma detalhada, como eram recebidos

os projetos, a estruturação para controle, as guias de remessa dos documentos, como

deveriam ser carimbados e a qual responsável deveriam ser entregues os documentos.

6.4.14 – Monitoramento e medição

6.4.14.1 – Monitoramento e medição ambiental

Os monitoramentos e medições foram realizados considerando as exigências

especificadas na Planilha de Requisitos Legais e Outros Aplicáveis (RELAP), a Planilha

de Aspectos e Impactos Ambientais, a de Perigos e Danos Ocupacionais da obra e nas

diretrizes contratuais. Os monitoramentos períodos de acordo com o quadro 39.

Page 141: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

126

Quadro 39: Periodicidade de monitoramentos ambientais. Fonte: Consórcio

Complexo Deodoro, 2017.

Os monitoramentos e as medições foram realizados por empresas terceirizadas, e

por colaboradores do Consórcio Complexo Deodoro, ambos qualificados para a execução

da atividade.

No caso de repetições frequentes de não atendimento aos requisitos legais, eram

ser abertos relatórios de não conformidades e aplicadas ações corretivas nos padrões

legais inerentes ao atendimento emergencial.

Situações onde os resultados analíticos não se enquadrassem nos padrões adotados

pela legislação, em função de fatores estranhos às atividades do Consórcio Complexo

Deodoro, eram comunicadas ao órgão competente, visando à adoção de medida padrão

diversa do convencional ou outras providências cabíveis, desobrigando à abertura de

RNC.

Page 142: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

127

Quando solicitado formalmente, o RECON enviava os resultados dos

monitoramentos e medições aos órgãos solicitantes. Por exemplo, os resultados das

medições dos equipamentos do ciclo diesel, eram encaminhados ao INEA sempre que

medidos, para atualizar os dados junto ao Programa de Autocontrole de Emissão de

Fumaça Preta – PROCON FUMAÇA PRETA.

6.4.14.2 – Monitoramento de saúde e segurança ocupacional

O monitoramento de segurança e saúde ocupacional baseava-se nas exigências

especificadas nos requisitos legais relacionados aos perigos e danos identificados na obra

do Consórcio Complexo de Deodoro. Os monitoramentos e medições analisavam os

seguintes aspectos e obedecia a periodicidade estabelecida pelos quadros 40 e 41.

Quadro 40: Periodicidade de monitoramentos SST – Parte 1/2. Fonte: o autor,

2017.

Page 143: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

128

Quadro 41: Periodicidade de monitoramentos SST – Parte 2/2. Fonte: o autor,

2017.

Os ensaios e os exames inerentes à saúde ocupacional, eram realizados em

laboratórios qualificados. Quando necessário às amostras eram coletadas pelo pessoal do

Consórcio Complexo Deodoro ou empresa contratada, segundo procedimento

apresentado pelo laboratório externo. Os resultados obtidos eram comparados com os

limites legais.

6.4.14. – Controle de Equipamentos de Monitoramento e Medição

Os equipamentos de inspeção, medição e ensaios utilizados na etapa de execução

e fornecimento de serviço, eram identificados, calibrados, selecionados e armazenados.

Cada equipamento possuía uma identificação própria, de forma a possibilitar o controle

individual de sua calibração, que era realizada pela empresa ou por laboratórios

devidamente habilitados e quando apropriado, credenciados por alguma entidade

competente. Os detalhamentos dessas atividades estavam especificados no procedimento

Específico PE - Calibração, controle de equipamentos, monitoramento e medição.

6.4.15 – Gerenciamento de resíduos

Para este empreendimento foi elaborado o Plano de Gerenciamento de resíduo de

construção civil, que orienta a segregação e destinação final dos resíduos gerados. Esse

plano teve por finalidade identificar, classificar e quantificar os resíduos gerados nos

processos, praticando a coleta, manipulação, o acondicionamento, o transporte, o

Page 144: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

129

armazenamento, o tratamento, a reciclagem e a disposição final dos resíduos sólidos,

visando a aplicação dos 5 R’s (reduzir, repensar, reaproveitar, reciclar e recusar). A

metodologia deste plano foi aplicada em todas as frentes de serviços e canteiros de obras

para implantação da Área Norte do “Complexo Esportivo de Deodoro”.

No empreendimento foi adotado o critério de classificação da Resolução

CONAMA n° 307 de 05/07/2002 – Gestão dos Resíduos da Construção Civil, onde os

resíduos são classificados em:

a) Classe A: São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais

como: de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras

de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; de construção,

demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos,

telhas, placas de revestimento e outros), argamassa e concreto; de processo de fabricação

e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios, etc.)

produzidas nos canteiros de obra;

No empreendimento, os resíduos de classe A eram reutilizados internamente,

quando aplicável ou por terceiros, e/ou encaminhados para aterro de construção civil,

sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.

b) Classe B: São os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como:

plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros;

No consórcio os resíduos de Classe B eram reutilizados ou encaminhados a áreas

de armazenamento temporário (Central de Resíduo), sendo dispostos de modo a permitir

a sua utilização ou reciclagem futura.

c) Classe C: São os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias

ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais

como os produtos oriundos do gesso.

Os resíduos de classe C eram armazenados, transportados, reutilizados caso

viável, e/ ou destinados para empresas que recebiam e estavam em conformidade com as

legislações ambientais aplicáveis.

d) Classe D: São os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais

como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde

oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações

industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto

ou outros produtos nocivos à saúde.

Page 145: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

130

Os resíduos de Classe D eram armazenados, transportados e destinados em

conformidade com as normas específicas. Outra classificação importante para os resíduos

do Complexo Deodoro seguia os critérios adotados na NBR 10004. O quadro 42 resume

essa classificação.

Quadro 42: Classificação dos resíduos sólidos conforme NBR 10004. Fonte:

Consórcio Complexo Deodoro, 2017.

6.4.15.1 - Resíduos perigosos

Todos os resíduos classificados resíduo perigoso/ contaminado eram

armazenados, e sua disposição final era feita de acordo com legislações específicas. Eram

incluídos neste grupo alguns resíduos como:

a) Pilhas e baterias: armazenadas temporariamente em coletores e/ou baia

identificados. Estes resíduos eram transportados e destinados por empresas licenciadas

pelo órgão ambiental competente.

b) Lâmpadas Fluorescentes e incandescentes: As lâmpadas fluorescentes e

incandescentes eram acondicionadas em coletor identificado. A disposição das mesmas

feita em empresa especializada em tratar esse tipo de resíduos. O transporte e a destinação

final por empresas licenciadas pelo órgão ambiental competente.

c) Cartuchos de impressoras e toner: Os cartuchos e toners eram armazenados

temporariamente até a empresa terceirizada responsável pela manutenção das impressoras

vir realizar a manutenção nos equipamentos. A empresa terceirizada era responsável pelos

descartes dos tores e cartuchos vazios.

Page 146: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

131

d) Óleos lubrificantes usados: Os óleos lubrificantes usados eram

acondicionados em tambores e encaminhados para empresas de re-refino e/ou outro

processo ambientalmente correto. O transporte e a destinação final por empresas

licenciadas pelo órgão ambiental competente.

e) Embalagens contaminadas de tinta, óleo lubrificante, solventes e luvas e

trapos contaminadas com hidrocarbonetos ou outro contaminantes (Miscelânea de

resíduos contaminados): Estes resíduos eram ser acondicionados em tambores e/ou

caçamba identificados com tampa. O transporte e a destinação final feita por empresas

licenciadas pelo órgão ambiental competente.

f) Passivos Ambientais: Os resíduos provenientes dos passivos deverão ser

transportados, e destinados corretamente, conforme as legislações vigentes aplicáveis.

g) Geração de resíduos proveniente de combate a emergência: Os resíduos

oriundos de material/Área não contaminados, tinham armazenamento, transporte e

destinação conforme os resíduos de Classe IIA e IIB. Já os oriundos de matéria com

substância com produtos perigosos tinham armazenamento, transporte e destinação

conforme os resíduos de Classe I.

6.4.15.2 – Efluentes líquidos

O gerenciamento de efluentes tinha por finalidade identificar, classificar,

transportar e promover a destinação mais ambientalmente adequado para os efluentes

proveniente dos processos, conforme especificado abaixo:

a) Efluente doméstico (banheiros, chuveiros, refeitório, etc.)

Os efluentes proveniente do canteiro principal eram encaminhados a Estação de

Tratamento de Efluente – ETE. Nos canteiros avançados, eram encaminhados às fossas

assépticas. Os efluentes, após passarem por tratamento, seguiam à rede da concessionária

Foz Águas 5.

b) Efluente dos banheiros químicos

Nas frentes de serviços foram utilizados sanitários químicos. Neste caso, os

efluentes eram coletados periodicamente e transportados por empresas terceirizadas

devidamente licenciadas pelo órgão ambiental competente. Os efluentes eram

encaminhados para a CEDAE, acompanhados por um documento de manifesto de

resíduos.

Page 147: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

132

c) Efluente de lavagem de caminhão betoneira e betoneira

O efluente proveniente das lavagens dos caminhões betoneiras, eram direcionados

para um sistema de decantação, o Bate-lastro. Este sistema era formado por tanques

interligados de modo a permitir que o sólido fique retido e possibilite melhor decantação.

A água resultante, após o processo de decantação, era reutilizada para umectação das vias

e os resíduos sólidos eram encaminhado para o “bota-fora” licenciado, junto com os

demais resíduos de classe A. Já o efluente gerado na lavagem das betoneiras era

reutilizado, e o resíduo sólido seguiam para o mesmo destino dos anteriores citados.

d) Efluente da lavagem de máquinas e equipamentos

O efluente proveniente das rampas de lavagens das máquinas e equipamentos

eram encaminhados para o Sistema de Tratamento e Reuso – Ecopost. Este sistema

possibilitara redução dos recursos naturais, uma vez que o efluente fosse tratado e

reutilizado nas novas lavagens.

e) Água oleosa

O efluente proveniente do separador de água e óleo – SAO, era coletado e

transportado por empresa terceirizada devidamente licenciada. A destinação final deste

efluente oleoso era feita em local licenciado pelo o órgão ambiental competente. O

transporte era acompanhado por um documento de manifesto de resíduos.

f) Efluente da caixa de gordura

A gordura da caixa de gordura era coletada e a limpeza realizada periodicamente.

A coleta, limpeza e o transporte era realizada por empresa terceirizada, devidamente

licenciada e seu efluente destinado em locais licenciados pelo órgão ambiental,

acompanhado de manifesto de resíduos.

g) Lodo da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)

Na manutenção geral da ETE o lodo era coletado e transportado por empresa

terceirizada, e destinado adequadamente conforme legislação vigente. As atividades de

transporte e destinação estavam devidamente licenciadas e o resíduo era acompanhado de

manifesto de resíduos.

6.4.15.3 – Disposição final

Os resíduos gerados na obra eram transportados e destinados por empresas licenciadas

pelos órgãos ambientais competentes. Foram mantidas em arquivo, cópias dos

documentos que comprovem esta habilitação. Todos os resíduos que foram destinados

eram encaminhados juntamente com o manifesto de resíduos, que era emitido pelo setor

Page 148: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

133

de meio ambiente. O ciclo de destinação de resíduos era concluído quando o transportador

devolvesse ao setor de Meio Ambiente do Empreendimento a quarta via do manifesto de

resíduo, carimbada e assinada pelo receptor. Esta quarta via era encaminhada ao INEA

quando solicitado. No caso em que o resíduo gerado fosse caracterizado perigoso

(contaminado), o ciclo só era concluído mediante a entrega da quarta via do manifesto

juntamente com o Certificado de Destinação de Resíduo, emitido pelo receptor.

O transporte interno de resíduos era realizado por cada equipe, ou seja, o encarregado

de cada área indicava um colaborador de sua equipe para transportar o resíduo gerado das

frentes de serviços até a Central de Resíduos, assim como também o transporte era

realizado pela equipe de Meio Ambiente.

6.4.16 – Satisfação do cliente

A satisfação do cliente foi avaliada considerando as diretrizes estabelecidas no

procedimento corporativo PG 10 - Avaliações da Satisfação do Cliente. A avaliação no

empreendimento era realizada por meio de entrevistas com o cliente para que este

retornasse, através de um formulário de avaliação, um feedback positivo ou negativo

sobre o empreendimento. A RioUrbe, como órgão fiscalizador, era responsável por essa

avaliação que ocorria trimestralmente e seguia os seguintes critérios:

a) Qualidade do Serviço – Percepção do cliente em relação aos requisitos de

qualidade, que podem ser obtidos por inspeções do próprio cliente;

b) Atendimento – Cumprimento dos prazos contratuais e/ou atendimento às

solicitações pertinentes do cliente;

c) Relacionamento – Relacionamento entre o empreendimento e o cliente,

destacando-se a cordialidade, profissionalismo, e capacidade para solucionar eventuais

discordâncias;

d) Mão de Obra – Capacidade técnica, habilidades, e competências

adequadamente disponibilizadas para a execução das atividades contratadas;

e) Equipamentos – Alocação adequada de equipamentos, máquinas e

ferramentas. Boas condições de uso das mesmas, inclusive calibração, e aferição;

f) Requisitos legais – Atendimento aos requisitos legais relacionados ao SGI.

Os critérios de pontuação seguiam: (01-02) – péssimo; (03-04) – ruim; (05-06) –

regular; (07-08) – bom; e (09-10) – ótimo. Para calcular a nota que correspondia ao nível

de avaliação do cliente era utilizada a seguinte fórmula:

Page 149: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

134

Valor atribuído ao nível de satisfação =∑ notas atribuídas

Quantidade de notas atribuídas

A nota final deveria ser maior que 7,0, caso contrário seria necessário a

investigação das causas que seriam relatadas como não conformidades. No entanto, isso

não ocorreu, pois o empreendimento recebeu notas acima de 7,0 em todas as avaliações.

A figura 49 apresenta o modelo de formulário de avaliação do cliente.

Figura 49: Formulário de avaliação da satisfação do cliente. Fonte: Consórcio

Complexo Deodoro, 2017.

6.4.17 – Melhoria Contínua

Melhorias de desempenho foram definidas no SGI por meio da avaliação da

Política, do programa de objetivos e metas, dos resultados de auditorias e ações corretivas

e preventivas realizadas nas análises críticas do SGI e também, pela análise de dados que

foram relacionadas aos indicadores de desempenho dos processos, incluindo a satisfação

Page 150: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

135

do cliente. O SGI do Consórcio baseava-se inteiramente no ciclo PDCA – Plan, Do,

Check and Act, comprovando assim a sua responsabilidade com a melhoria contínua dos

processos.

Um grande exemplo pode ser visto quando o consórcio optou na mudança dos

projetos de execução das estruturas em concreto armado para estruturas metálicas, em

virtude dos prazos de entrega das obras para realização dos eventos testes previstos no

calendário olímpico.

Com essa mudança foi possível atender com antecedência aos prazos previstos

para entrega das obras e reduzir a geração de resíduos em virtude de o processo de

execução das estruturas metálicas ser limpo, desta forma, associou-se boa técnica de

execução das estruturas aos padrões de desenvolvimento sustentável.

6.4.18 – Auditoria externa e certificação

A auditoria externa de manutenção e de supervisão do SGI ocorreu no período de

17 a 19 de novembro de 2015. Outra auditoria externa, para manutenção dos certificados,

foi prevista para novembro de 2016, porém não ocorreu. Esta auditoria foi realizada pela

empresa BRTUV Avaliações de Qualidade S.A. Não houve registros de não

conformidades, garantindo ao Consórcio as certificações das normas:

a) ISO 9001:2008;

b) ISO 14001:2004;

c) OHSAS 18001:2007;

d) PBQP-H – Nível A – Execução de obras de edificações;

e) PBQP-H – Nível A – Execução de obras viárias;

f) PBQP-H – Nível A – Execução de obras de saneamento básico;

6.5 - Considerações Finais

O bom desempenho na auditoria externa no 2º semestre de 2015 mostrou o

comprometimento entre os colaboradores das diversas áreas para que todos os processos

funcionassem corretamente. E como resultado de um SGI eficaz, pode-se citar alguns

fatores relevantes:

a) Melhoria do produto/serviço em relação aos requisitos do cliente

b) Necessidade de recursos reduzida

c) Encerramento dentro do prazo para realização dos Jogos Olímpicos

Por ter sido um empreendimento composto por várias frentes de obra e um elevado

número de colaboradores houve um pouco de dificuldade na implantação do SGI no início

Page 151: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

136

da obra. Isso ocorreu principalmente porque, devido ao número de funcionários, no início

era necessário um número muito grande de reuniões e treinamentos para que todos

pudessem estar a par da política, procedimentos e processos a serem implementados. Vale

lembrar que o empreendimento foi realizado em uma área de mata, logo houve uma certa

demora para que todas as acomodações do canteiro principal e dos canteiros avançados

pudessem estar dispostas para o treinamento do corpo de mão de obra.

Após a implantação do canteiro e dos primeiros treinamentos, os responsáveis pela

implantação do SGI obtiveram sucesso em seus treinamentos e pôde-se acompanhar os

colaboradores empenhados em seguir a Política de Gestão Integrada. A construção dos

canteiros avançados foi extrema importância para a implantação, pois as frentes de obra

eram distantes entre si, logo era de extrema dificuldade a interação das mesmas,

dificultando a difusão do SGI e sua fiscalização. Com os canteiros avançados, subdividiu-

se a responsabilidade, fazendo com que cada canteiro tivesse sua própria equipe

responsável que reportaria tudo à equipe técnica do canteiro principal.

Por fim, outro fator de extrema importância, foi o comprometimento dos líderes

de produção em difundir a política entre os colaboradores. Isso fez com que a mesma

rompesse a barreira cultural e atingisse com eficácia seus objetivos perante a uma classe

que não está familiarizada a este tipo de política.

O SGI passou por um período de transição e adaptação à nova realidade do

mercado, entretanto, a manutenção das certificações obtidas não foi afetada. Logo, pôde-

se concluir que o Sistema de Gestão Integrado de QSMS foi implementado

adequadamente e mantido. Desta forma, atendeu as necessidades do cliente e das demais

partes interessadas de forma eficaz e assim garantiu à empresa as certificações almejadas.

Page 152: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

137

7 – Conclusão

O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados obtidos com e os aspectos

metodológicos e práticos do sistema de gestão QSMS adotado na obra do Complexo

Olímpico Deodoro.

Após todas as apresentações, pode-se concluir que a implantação do Sistema de

Gestão Integrado nas obras do Complexo Olímpico Deodoro surtiu efeitos satisfatórios

com relação aos resultados obtidos. Apesar de algumas dificuldades ocasionadas por

fatores como prazo estreito para a entrega, quantidade de colaboradores, empecilhos com

relação às questões ambientais e atrasos na fase de licitação, a análise crítica final

realizada pela direção da empresa retornou dados consistentes nos quesitos de Qualidade,

Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional.

Além da análise crítica disponibilizada na entrega da obra, outro fator importante

que comprova o sucesso da implantação e dos métodos utilizados para a mesma são as

certificações adquiridas após o processo de auditorias. Visto isso, pode-se dizer que o

ponto chave para o desenvolvimento do SGI no Complexo Deodoro se deu por meio da

alta qualidade de comunicação entre as partes interessadas. Desde o princípio da obra a

empresa se mostrou extremamente preocupada em difundir a boa política e as boas

práticas relacionadas ao QSMS do complexo. Notou-se a realização de treinamentos

periódicos e todos os dias ao início do expediente eram realizados os chamados DDGI’s

(Diálogos Diários de Gestão Integrada), os quais tinham como principal foco a

conscientização e familiarização dos colaboradores com o Sistema de Gestão Integrado

em vigor no complexo. No entanto o Consórcio Complexo Deodoro não procurou obter

um retorno, por meio de formulários de avaliação, de algumas partes interessadas como,

por exemplo: as comunidades no entorno, os colaboradores interessados no SGI, o

Exército Brasileiro e outros. Este seria um ponto a se reforçar.

Contudo, após todos esses levantamentos, pode-se dizer que, apesar de se estar

longe do ideal, o mercado brasileiro mostra grande evolução nos quesitos Qualidade,

Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional. A implantação, o desenvolvimento e

a certificação de um SGI apenas por exigência do cliente ou para garantir algum tipo de

financiamento, remete a um fator cultural presente no Brasil: “Faço somente porque é

exigido.” Porém, impulsionado por grandes exemplos, como o do Complexo Olímpico

Deodoro, o QSMS no Brasil tende a dar um salto significativo, pois com o sucesso de

Implantação de SGI’s em obras de cunho Internacional e, principalmente, resultados

Page 153: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

138

concretos sendo obtidos, outras empresas seguirão os exemplos e gradativamente irão

desenvolver seus Sistema de Gestão. É de grande importância que a gestão Integrada

passe de apenas uma exigência para uma atividade rotineira dentro de construtoras. Essa

mudança de pensamento fará com que Indústria da Construção Civil brasileira cresça de

maneira organizada, ética e responsável.

7.1 – Sugestões para Trabalhos Futuros

Visto a grande importância que foram os jogos olímpicos Rio 2016 para o Brasil

e para o mundo, e principalmente para a Indústria da Construção Civil brasileira, o tema

sugerido também seria em relação aos Jogos Olímpicos Rio 2016. Não mais em relação

aos Jogos, porém em relação ao Legado Olímpico.

Um ótimo tema a ser discutido seria a manutenção das estruturas dos jogos Rio

2016, levando em consideração patologias que surgiram pela má utilização, sugestões de

utilização para tais instalações, implantação de sistema de gestão para a manutenção

desses empreendimentos, etc.

Outra sugestão se estenderia para as próximas olimpíadas em Tóquio e seria sobre

a aplicação de Sistemas de Gestão QSMS aplicados em um outro país. Neste caso poderia

ser feito um comparativo entre os métodos de implantação, o planejamento e os resultados

obtidos nos dois países. Esse comparativo viabilizaria uma forma acompanhamento da

evolução na implantação de sistemas durante um determinado período de tempo, além de

confrontar os elementos culturais presentes na Construção Civil Brasileira e a Japonesa.

Na conjuntura atual do mercado da construção civil brasileiro, envolvido em

muitos escândalos nos últimos anos, coube às empresas uma mudança de postura com

relação ao que era praticado anteriormente em relação aos requisitos legais. Essa nova

postura obrigou o desenvolvimento de um sistema de gestão pouco difundido

anteriormente: o Sistema de Gestão de riscos. Esse novo sistema de gestão é baseado nas

normas ISO 19600:2014 – Sistema de Gestão de Compliance e ISO 37001:2017 –

Sistemas de Gestão Antissuborno. Algumas empresas já estão incorporando esse Sistema

de gestão de riscos em seus SGI’s. Um estudo baseado nesse novo tipo de integração seria

extremamente interessante, pois traria novas perspectivas e pontos de vista sobre os

Sistemas de Integração existentes.

Page 154: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

139

8 – Referências Bibliográficas

Almeida, Marcos Lacerda; Silva, José Jéferson do Rego e; Ramos, Rubens

Eugênio Barreto; Menezes, José Roberto de; Vasconcelos, Francisco Daniel Leal.

Interface entre Sistemas de Gestão como uma Vantagem Competitiva Sustentável na

Construção Civil. Artigo – XI Encontro Nacional de Tecnologia no Ambiente Construído,

Florianópolis, 2006. Disponível em: <

http://www.infohab.org.br/entac2014/2006/artigos/ENTAC2006_3490_3500.pdf >

último acesso: 21/08/2017.

Andrade Gutierrez. Certificações. Disponível em: <

http://www.andradegutierrez.com.br/ComoFazemos.aspx#premios >. Último acesso:

21/08/2017.

Antunes, Leandra. Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade em

Empresas Gerenciadoras de Obras: Aspectos conceituais e características. Dissertação

(MBA) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

Anuário Brasileiro de Proteção 2013. SST. Disponível em: <

http://www.protecao.com.br/materias/anuario_brasileiro_de_p_r_o_t_e_c_a_o_2013/ge

stao_em_sst/J9y5Ac >. Último acesso: 21/08/2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Certificação.

Disponível em: < http://www.abnt.org.br/certificacao/o-que-e >. Último acesso:

21/08/2017.

-------------. NBR ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental - Requisitos com

orientações para uso, Rio de Janeiro, 2015.

-------------.. NBR ISO 9001: Sistemas de gestão da qualidade - Requisitos, Rio de

Janeiro, 2015.

Auditoria. Definição. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Auditoria >.

Último acesso: 21/08/2017.

Page 155: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

140

Benite, Anderson Glauco. Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho

para Empresas Construtoras. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da

Universidade de São Paulo, Saõ Paulo, 2004.

BRITISH STANDARDS. BS OHSAS 18001: Sistemas de gestão da saúde e

segurança ocupacional – Requisitos, Rio de Janeiro, 2007.

Bureau Veritas Brasil. OHSAS 18001: 2007 - a nova versão. Disponível em: <

http://www.bureauveritas.com.br/home/news/latest-news/news+-+cer+-

+ohsas+18001+2007?presentationtemplate=bv_master_v2/news_full_story_presentatio

n_v2 >. Último acesso: 21/08/2017.

Carneiro, Sérgio Quixadá. Contribuições para a Integração dos Sistemas de

Gestão Ambiental, de Segurança e Saúde no Trabalho, e da Qualidade, em Pequenas e

Médias Empresas de Construção Civil. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal

da Bahia, Salvador, 2005.

Centro da Qualidade, Segurança e Produtividade (QSP). Entrevista com

Francesco De Cicco (2010). Disponível em: < http://www.qsp.org.br/entrevista.shtml >.

Último acesso: 21/08/2017.

Centro da Qualidade, Segurança e Produtividade (QSP). Integração de sistemas.

Disponível em: < http://www.qsp.org.br/biblioteca/integracao_sistemas.shtml >. Último

acesso: 21/08/2017.

COSTA, Dayana Bastos. Diretrizes para Concepção, Implementação e Uso de

Sistemas de Indicadores de Desempenho Para Empresas da Construção Civil. Dissertação

(Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.

França, Nathalie Piccolotto. Sistema integrado de gestão – qualidade, meio

ambiente, segurança e saúde: recomendações para implementação em empresas

construtoras de edifícios. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas,

Campinas, 2009.

Page 156: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

141

Fundação Vanzolini. Processo AQUA. Disponível em: <

https://vanzolini.org.br/aqua/ >. Último acesso: 21/08/2017.

Grupo Queiroz Galvão. Cerificações. Disponível em: <

https://www.grupoqueirozgalvao.com.br/queiroz-galvao/certificacoes/ >. Último acesso:

21/08/2017.

HCB Consultoria. O que é Sistema de Gestão de QSMS. Disponível em: <

http://hcbconsultoria.com.br/site/blog/item/5-o-que-e-o-sistema-de-gestao-de-qsms.html

>. Último Acesso em: 21/08/2017.

INMETRO. Credenciamento. Disponível em: <

http://www.inmetro.gov.br/credenciamento/ >. Último acesso: 21/08/2017.

-------------. Organismos. Disponível em: <

http://www.inmetro.gov.br/organismos/ >. Último acesso: 21/08/2017.

Instituto de Arquitetos do Brasil. Contratação do Consórcio Projetista. Disponível

em: < http://www.iab.org.br/noticias/consorcio-vigliecca-marobal-e-contratado-para-

elaborar-projeto-do-complexo-esportivo-de >. Último acesso: 21/08/2017.

Kalbusch, Andreza; Gonçalves, Orestes Marraccini. Critérios de avaliação de

sustentabilidade ambiental dos sistemas prediais hidráulicos e sanitários em edifícios de

escritórios. Artigo – Boletim Técnico da Escola Politécnica da Universidade de São

Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: <

http://www.pcc.poli.usp.br/files/text/publications/BT_00467.pdf > último acesso:

21/08/2017.

Page 157: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

142

LEED. Definição. Disponível em: <

https://pt.wikipedia.org/wiki/Leadership_in_Energy_and_Environmental_Design >.

Último acesso: 21/08/2017.

Leite, Vinicius Fares. Certificação Ambiental na Construção Civil – Sistemas

LEED e AQUA. Monografia de Graduação – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo

Horizonte, 2011.

MINI CURSO QUALITAS. ISO 14001 em 20 respostas. Disponível em: <

http://www.qualitas.eng.br/qualitas_minicurso_iso14000.html >. Último acesso:

21/08/2017.

Pinheiro, Manuel Duarte. Ambiente e Construção Sustentável. 1 ed. Portugal:

Instituto do ambiente, 2006. Disponível em: <

https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/3779572073143/Aula%209%20Construca

o%20Sustentavel.pdf > último acesso: 21/08/2017.

Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat. Disponível em: <

http://pbqp-h.cidades.gov.br/projetos_siac.php >. Último acesso: 21/08/2017.

Ranzani, Cláudio. Diretrizes para planejamento e implementação de sistema de

gestão integrada em empresas da construção civil. Dissertação (Mestrado) – Universidade

Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Bauru, 2011.

Rede Nacional do Esporte. Jogos Rio 2016. Disponível em: <

http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/noticias/jogos-rio-2016-prefeitura-anuncia-

resultado-da-licitacao-da-regiao-norte-do-complexo >. Último acesso: 22/02/2016.

Rio 2016. Parque Olímpico de Deodoro. Disponível em: <

https://www.rio2016.com/parque-olimpico-de-deodoro >. Último acesso: 22/12/2016.

Stefanuto, Ágata Pâmela Olivari; Henkes, Jair Afonso. Critérios para obtenção da

certificação LEED: Um estudo de caso no supermercado Pão de Açúcar em Idaiatuba/SP.

Page 158: Estudo das práticas de gestão de QSMS aplicadas à obra de ... · momentos muito especiais e que, mesmo não estando presentes em todos os momentos como gostaríamos, sempre tive

143

Artigo – Florianópolis, 2013. Disponível em: <

www.portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/gestao_ambiental/article/.../1005 > último

acesso: 21/08/2017.

Templum Consultora. Benefícios da certificação ISO. Disponível em: <

http://certificacaoiso.com.br/beneficios-da-certificacao-iso/>. Ùltimo acesso:

21/08/2017.

-------------. ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental. Disponível em: <

http://certificacaoiso.com.br/iso-14001/ >. Ùltimo acesso: 21/08/2017.

-------------. OHSAS 18001 – Saúde e Segurança Ocupacional. Disponível em: <

http://certificacaoiso.com.br/ohsas-18001/ >. Ùltimo acesso: 21/08/2017.

Tomasi, Antônio P. N. A modernização da construção civil e os impactos sobre a

formação do engenheiro no contexto atual de mudanças. Artigo – Centro Federal de

Educação Tecnológica de Minas, Belo Horizonte, 2003. Disponível em <

https://periodicos.cefetmg.br/index.php/revista-et/article/view/78 > último acesso:

21/08/2017.

TUVRheinland Consultora. Certificação OHSAS 18001. Disponível em: <

http://www.tuv.com/br/brasil/servicos_br/sistemas_de_gestao/seguranaca_trabalho/ohsa

s_18001_br/ohsas-18001-certificacao.html >. Último acesso: 21/08/2017.