estudo das atividades do licopeno na pele: uma revisÃo

19
1 ESTUDO DAS ATIVIDADES DO LICOPENO NA PELE: UMA REVISÃO SISTEMATICA 1 Nandhara Calegari Brunel 2 Simony Davet Müller 3 RESUMO Introdução: O licopeno é um pigmento carotenoide que confere aos tomates sua coloração vermelha. Apesar de não apresentar função pró-vitamínica, o licopeno é considerado o carotenoide que dispõe da maior capacidade sequestrante de oxigênio singleto. Uma dieta que inclua alimentos fontes de licopeno pode evitar o estresse oxidativo e danos celulares, diminuindo o processo de envelhecimento. Objetivo: objetivo deste estudo foi identificar as atividades que vêm sendo empregadas com o uso do licopeno no tratamento das disfunções da pele no contexto mundial, bem como quais estudos clínicos têm identificado suas ações. Metodologia: Foi realizado levantamento bibliográfico manual e eletrônico na base de dados MEDLINE via Pubmed utilizando os seguintes termos na língua inglesa como descritores e como palavras: licopeno, pele e dermatologia no período de 1997 a 2017. Resultados: identificou-se (18,54 %) estudos de revisão e exploratórios, estudos de caso e relatos de caso, sendo encontrados (11,92%), ensaios clínicos randomizados e controlados, outro estudo (14,56 %) e estudos em animais (23,84 %). Os países de ocorrência dos estudos foram diversificados. Os resultados também evidenciaram que o licopeno é usado, na maioria das vezes, por via oral e em diversas etiologias acometidas da pele, sem contraindicações específicas, sendo efetivo e seguro. Conclusão: Conclui-se que este estudo contribuiu para demonstrar o uso do licopeno nesse período, como fonte de consulta, além de apontar para necessidade de pesquisas com maior rigor metodológico, que proporcionem evidências fortes do seu uso e recomendação. Palavras-Chave: licopeno, pele, dermatológico 1 Artigo apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL como requisito parcial à obtenção do título de Tecnólogo em Cosmetologia e Estética. 2 Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL 5º semestre de 2017A. 3 Professora orientadora do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL 5º semestre de 2017A.

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1

ESTUDO DAS ATIVIDADES DO LICOPENO NA PELE: UMA REVISÃO

SISTEMATICA1

Nandhara Calegari Brunel2

Simony Davet Müller3

RESUMO

Introdução: O licopeno é um pigmento carotenoide que confere aos tomates sua

coloração vermelha. Apesar de não apresentar função pró-vitamínica, o licopeno é

considerado o carotenoide que dispõe da maior capacidade sequestrante de oxigênio singleto.

Uma dieta que inclua alimentos fontes de licopeno pode evitar o estresse oxidativo e danos

celulares, diminuindo o processo de envelhecimento. Objetivo: objetivo deste estudo foi

identificar as atividades que vêm sendo empregadas com o uso do licopeno no tratamento das

disfunções da pele no contexto mundial, bem como quais estudos clínicos têm identificado

suas ações. Metodologia: Foi realizado levantamento bibliográfico manual e eletrônico na

base de dados MEDLINE via Pubmed utilizando os seguintes termos na língua inglesa como

descritores e como palavras: licopeno, pele e dermatologia no período de 1997 a 2017.

Resultados: identificou-se (18,54 %) estudos de revisão e exploratórios, estudos de caso e

relatos de caso, sendo encontrados (11,92%), ensaios clínicos randomizados e controlados,

outro estudo (14,56 %) e estudos em animais (23,84 %). Os países de ocorrência dos estudos

foram diversificados. Os resultados também evidenciaram que o licopeno é usado, na maioria

das vezes, por via oral e em diversas etiologias acometidas da pele, sem contraindicações

específicas, sendo efetivo e seguro. Conclusão: Conclui-se que este estudo contribuiu para

demonstrar o uso do licopeno nesse período, como fonte de consulta, além de apontar para

necessidade de pesquisas com maior rigor metodológico, que proporcionem evidências fortes

do seu uso e recomendação.

Palavras-Chave: licopeno, pele, dermatológico

1 Artigo apresentado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso do Curso Superior de Tecnologia

em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL – como requisito parcial à

obtenção do título de Tecnólogo em Cosmetologia e Estética. 2 Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul de

Santa Catarina – UNISUL – 5º semestre de 2017A. 3 Professora orientadora do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade

do Sul de Santa Catarina – UNISUL – 5º semestre de 2017A.

2

1 INTRODUÇÃO

A investigação de produtos naturais com finalidade terapêutica vem evoluindo

consideravelmente, visando tanto a descoberta de modelos moleculares para a síntese de

novos fármacos quanto a busca de preparações possíveis de serem utilizadas na área

terapêutica (BAUER; BRÖNSTRUP, 2014). Em um levantamento realizado recentemente, foi

demonstrado que entre os 877 protótipos novos introduzidos no mercado mundial como

fármacos, de 1981 a 2014, 61% são substâncias naturais ou derivadas de produtos naturais ou,

ainda, planejadas a partir deles (NEWMAN; CRAGG, 2016).

Dentro deste contexto, destacam-se os nutricosméticos de origem natural. Muitas

mudanças ocorreram no fim do século XX, por exemplo, a valorização da estética passou a ter

maior relevância afetando o comportamento das pessoas em relação a sua beleza (LEWIS,

2008).

Nutricosméticos são definidos como produto de administração oral, formulados e

comercializados especificamente para propósitos de beleza, tornando-se assim conhecidos

pelo conceito de “beleza de dentro para fora” (MELLAGE, 2008; DRAELOS, 2010).

O crescente aumento de interesse pelos nutricosméticos pode estar aliado à forma de

combater as disfunções estéticas sem procedimentos invasivos (HALLIWELL, 2015). Tais

produtos entraram no mercado inicialmente com a função de estimular a drenagem de fluidos

reduzindo o aspecto da celulite, atualmente obtiveram o potencial de diferentes necessidades

da pele, tanto dermocosméticas quanto dermatológicas (RONA; BERARDESCA, 2008).

Muitos fatores levam ao estresse oxidativo como hábitos inapropriados, estado

psicológico, condições ambientais inadequadas. Vários estudos científicos demonstram os

radicais livres como os maiores causadores do envelhecimento, com o aparecimento de rugas

e/ou linhas de expressão, flacidez e perda de luminosidade (SCOTT; VELASCO, 2003;

HALLIWELL, 2015).

Neste cenário atual, encontramos no mercado farmacêutico os nutracêuticos que

contém em suas formulações substâncias de origem natural com propósitos antioxidantes.

Como antioxidante, destaca-se o licopeno, duas vezes mais potente que o betacaroteno em

relação à proteção dos leucócitos de lesão da membrana celular provocada pelos radicais

livres, e vários estudos epidemiológicos já constataram que alimentos ricos em licopeno estão

associados a menores taxas de câncer. Suplementos dietéticos de licopeno também são

3

capazes de reduzir a lesão do DNA nos leucócitos, provavelmente por diminuir a lesão

oxidativa do DNA e das lipoproteínas. (TALBOTT et al., 2010).

O licopeno é um pigmento carotenoide que confere aos tomates sua coloração

vermelha. Apesar de não apresentar função pró-vitamínica, o licopeno é considerado o

carotenoide que dispõe da maior capacidade sequestrante de oxigênio singleto. Dessa forma,

protege as moléculas de lipídios, lipoproteínas de baixa densidade (LDL), DNA e proteínas

contra os radicais livres, tendo atividade antioxidante in vitro duas vezes superior à do

betacaroteno. Uma dieta que inclua alimentos fontes de licopeno podem evitar estresse

oxidativo e danos celulares, diminuindo o processo de envelhecimento e doenças com ele

relacionadas (COSTA et al., 2010).

Considerando a importância de realizar buscas que reafirmem os benefícios e

comprovações de eficácia do licopeno na atividade cutânea, o objetivo deste estudo foi

identificar as atividades que vêm sendo empregadas com o uso do licopeno no tratamento das

disfunções da pele no contexto mundial, bem como quais estudos clínicos têm identificado

suas ações.

1.2 Carotenoides

Os carotenóides são conhecidos como antioxidantes naturais que podem atuar como

seqüestradores de radicais livres, em ações anticarcinogênicas, imunomoduladoras,

preventivas das doenças cardiovasculares e da degeneração macular relacionada à idade,

alguns também podem ser formadores de vitamina A (PIVOTTO, 2011).

São biossintetizados por plantas, algas, fungos, leveduras e bactérias. Sendo os animais

incapazes de biossintetizar, por isso dependem da alimentação para sua obtenção

(RODRIGUEZ-AMAYA; KIMURA; AMAYA-FARFAN, 2008)

Os carotenóides mais pesquisados por seu envolvimento na saúde humana são o β-

caroteno (β,β- caroteno), α-caroteno (β,ε-caroteno), β-criptoxantina (β, β-caroten-3-ol),

licopeno (ψ,ψ-caroteno), luteína (β,ε- caroteno-3,3’-diol) e zeaxantina (β,β- caroteno-3,3’-

diol) (RODRIGUEZ-AMAYA; KIMURA; AMAYA-FARFAN, 2008).

1.3 Envelhecimento

4

No Brasil, o número de idosos cresceu de três milhões em 1960, para sete milhões

em 1975 e 14 milhões em 2002 acredita-se que chegará em 32 milhões em 2020 (COSTA;

VERAS, 2003).

As teorias biológicas do envelhecimento podem ser classificadas em duas

categorias: a primeira, de natureza genética, considera o envelhecimento como algo

controlado pelo organismo, enquanto a segunda, de natureza estoclástica, considera que o

envelhecimento depende de agressões do meio ambiente (FARINATTI, 2002).

Também são definidas nas teorias de envelhecimento intrínseco, sendo algo

inevitável, constituição genética (BAUMANN, 2004; YAAR; GILCHREST, 2011). Há

também o envelhecimento extrínseco, este causado por fatores externos, como exposição

solar, uso de bebidas alcoólicas, fumo e alimentação de forma inadequada (BAUMANN,

2004; YAAR; GILCHREST, 2011).

Existem diferenças de uma pele envelhecida pelo processo natural do organismo e

pelos fatores externos. A pele envelhecida de uma forma intrínseca segundo Baumann (2004,

p. 13) “é lisa e sem deformidades, com linhas de expressão exageradas, mas preservação dos

padrões geométricos normais da pele.” Já a pele envelhecida de uma forma extrínseca

segundo o mesmo autor aparece em áreas que ficam com mais frequência expostas, como

face, sendo o resultado de uma grande exposição à radiação ultravioleta por um longo período

(BAUMANN, 2004). Esta pele definida como foto envelhecida pelas afirmações de

Baumann (2004, p. 13) apresenta “rugas, lesões pigmentadas, como sardas lentigos e áreas de

hiperpigmentação, e lesões despigmentares, como hipomelanose gutata”.

Envelhecer torna-se um processo natural com o declínio das funções fisiológicas,

provocadas por alterações moleculares e celulares, agravado por moléculas instáveis e

reativas conhecidas como radicais livres, juntamente com a perda da capacidade do organismo

de se recuperar dessas agressões (FRIES; FRASSON, 2010). Sabe-se então que exposição

excessiva ao sol e excesso de radicais livres gera o envelhecimento precoce tornando a pele

mais flácida, com pouca tonicidade e pouca elasticidade, sem viço e opaca.

Envelhecer é nada mais do que a redução dos processos de funcionamento

máximo do organismo, incluindo a redução progressiva de órgãos e enzimas (YAAR;

GILCHREST, 2011). O envelhecimento a nível celular reflete as predisposições genéticas,

este envelhecimento natural com a ocorrência do declínio funcional da pele, também pode ser

agravado por fatores externos (YAAR; GILCHREST, 2011).

5

1.4 As espécies reativas de oxigênio

Os efeitos maléficos do oxigênio foram conhecidos no período que corresponde

de 1801 a 1900, posteriormente há aproximadamente cinco décadas que descobriram os

radicais livres que estariam envolvidos nos processos de mutagênese, câncer e

envelhecimento (FERREIRA; MATSUBARA, 1997).

Radical livre significa um átomo ou molécula altamente reativa, contendo número

ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 1990).

Os radicais livres são formados na própria respiração mitocondrial, a mitocôndria libera ATP

e oxigênios reativos, devido à redução incompleta, os elétrons livres se ligam as moléculas de

oxigênio, gerando assim íon superóxido (MAROTTE et al, 2013, tradução nossa). Observasse

então que a oxidação é um processo metabólico que promove a produção de energia

necessária para as atividades essenciais das células, gerando também formação de radicais

livres (ROESLER et al., 2007).

Enquanto alguns radicais livres são altamente reativos no organismo atacando

lipídios, proteínas e moléculas de DNA, outros são reativos apenas com os lipídios, existe

também alguns pouco reativos, que mesmo assim atacam células deixando-as defeituosas

(BARREIROS; DAVID; DAVID, 2006). Nosso organismo sofre ação constante destes

radicais que são geradas em processos inflamatórios, por disfunções biológicas e pela ingestão

de alimentos. As principais espécies reativas ao oxigênio são divididas em dois grupos, os

radicalares e os não-radicalares (BARREIROS; DAVID; DAVID, 2006).

O grupo dos radicalares compõe hidroxila, superóxido, peroxila e alcoxila, e os

não radicalares são formados por oxigênio, peróxido de hidrogênio e ácido hipocloroso

(BARREIROS; DAVID; DAVID, 2006). Reações radicalares formam os radicais livres,

ocasionando a cisão da célula, ou seja, a sua quebra. Ocorrendo a quebra a molécula divide-se

em moléculas menores formando os radicais livres que são átomos instáveis.

Todas as organelas celulares são suscetíveis à ação das espécies reativas ao

oxigênio no estresse oxidativo, porém a membrana é a parte mais atingida em decorrência da

peroxidação lipídica, que acarreta alterações na sua estrutura e permeabilidade (MELLO-

FILHO; HOFFMANN; MENEGUINI, 1984).

Os radicais livres ocasionam danos à saúde humana, os mais graves são quando

estes afetam as moléculas de DNA e RNA, por exemplo, quando ocorre a quebra da cadeia de

DNA, esta pode se ligar em outra posição, neste caso ocorre à mutação, podendo gerar um

posterior câncer. Quando uma enzima tem seus aminoácidos alterados, pode perder sua

6

atividade e até mesmo efetuar outras atividades, já na oxidação da membrana da célula, pode

ocasionar a sua morte (BARREIROS; DAVID; DAVID, 2006).

A pele, por exemplo, sofre um alto nível de estresse oxidativo, causado por fontes

endógenas e exógenas, pois está em contato tanto ao gás oxigênio fornecido da circulação

sanguínea quanto do gás oxigênio derivado do meio ambiente (FONSECA; et al., 2008).

Conclui-se que estresse oxidativo é definido como o desequilíbrio entre a

produção de espécies reativas de oxigênio, nitrogênio e enxofre, entre outras, a posterior

remoção destas células pelos sistemas de defesa antioxidante do organismo e, também, pelo

decorrente reparo das enzimas, das moléculas lesadas (FONSECA; et al, 2008).

A existência deste desequilíbrio no organismo, com o excesso de radicais livres

ou com a deficiência do sistema protetor para remover essas espécies reativas, é conhecida

como estresse oxidativo, conduzindo à oxidação das estruturas celulares (LEITE; SARNI,

2003; SHAMI; MOREIRA, 2004).

3 DELINEAMENTO METODOLÓGICO

3.1 TIPO DE PESQUISA

Esta pesquisa apresentou-se como uma pesquisa teórica, em sentido amplo, na

obtenção de informações de caráter teórico em fontes bibliográficas originais com o propósito

de compará-los identificando semelhanças e diferenças conforme o tema delimitado

(RAUEN, 2015).

A revisão sistemática é um método de síntese de evidências que avalia criticamente e

interpreta todas as pesquisas relevantes disponíveis para uma questão particular, área do

conhecimento ou fenômeno de interesse. Por se tratar de método explícito e sistemático para

identificar, selecionar e avaliar a qualidade de evidências, as revisões sistemáticas são tipos de

estudos produzidos por uma metodologia confiável, rigorosa e auditável (MINISTÉRIO DA

SÁUDE, 2012). Utilizou-se a revisão sistemática, pois permite a apropriação de evidências

que contribuem para tomada de decisão.

3.2 OBJETO DE ESTUDO E AMOSTRA

7

O objeto de estudo escolhido da pesquisa foram artigos que abordaram as atividades do

licopeno na pele avaliadas em estudos clínicos. A amostra consistiu na pesquisa dos estudos

clínicos no período dos últimos 20 anos contidas na base de dados Medical Literature

Analysis and Retrieval Sistem on-line (MEDLINE) via Pubmed.

Como critérios de exclusões não foram utilizados estudos em animais, estudos de

revisões bibliográficas, estudos fora do período delimitado, estudos de caso e estudos que

abordavam outras atividades do licopeno não relacionadas a atividade dermatológica.

3.3 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA A COLETA DE DADOS

A pesquisa para inclusão de artigos desta revisão foi realizada nos meses de outubro e

novembro de 2017, na base eletrônica de dados PubMed, utilizando-se os termos MESH

(Medical Subject Headings) na língua inglesa: ‘Lycopene’ combinado com os termos MESH

'skin' or ‘dematology’.

A busca nas bases de dados e os estudos selecionados foram analisados quanto à

pertinência ao tema de pesquisa, desenho do estudo, resultados, indicações, apresentação do

licopeno e principais conclusões dos autores. Como critérios de inclusão, foram selecionados

estudos dos últimos 20 anos, na língua inglesa na íntegra on-line ou que pudessem ser

acessados manualmente. As etapas seguidas para realização da revisão foram: definição do

problema clínico e critérios para busca; seleção de bases de dados e descritores; elaboração

dos critérios de seleção; ambos realizados por dois pesquisadores e elaboração do quadro de

síntese dos artigos.

O processo de seleção ocorreu em quatro etapas: Primeira etapa: Artigos com títulos

duplicados nas bases de dados foram excluídos. Segunda etapa: Todos os títulos foram lidos e

aqueles que mencionaram termos de buscas definidos (MESH), foram selecionados. Terceira

etapa: os artigos selecionados foram avaliados. Artigos com resumos indisponíveis nas bases

de dados, relatórios de casos, artigos de revisão, resumos que não mencionaram ‘Lycopene’

combinado com os termos MESH 'skin’ or ‘dermatology’ e artigos não acessíveis foram todos

excluídos. Quarta etapa: Todos os artigos selecionados demonstraram conexão com a temática

proposta. Nesta etapa realizamos também uma análise das referências bibliográficas para

identificar novos artigos de potencial interesse. Foram realizadas reuniões de consenso em

caso de divergência sobre os artigos selecionados.

3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NA ANÁLISE DOS DADOS

8

Informações relativas à caracterização dos estudos e estratégias terapêuticas do

licopeno identificadas e adotadas com efeito dermatológico, foram apresentadas no formato

descritivo.

4 RESULTADOS

O quadro abaixo representa os 16 artigos encontrados e a caracterização dos estudos,

quanto aos autores, ano, procedência, base de dados do estudo, método, objetivo,

apresentação do licopeno e principais conclusões dos autores.

Figura 1: Fluxo da busca sistemática da base de dados

Estudos Potencialmente Relevantes

MEDLINE via PUBMED

151

Limite: Revisões e Pré-clínicos

excluídos 129

Limite: Datas excluídas 3

Limite: Títulos excluídos 3

22

19

Incluídos 16

9

Autores/ano/

País

/Procedência

Tipo estudo Objetivo geral Apresentação do

licopeno

Dose

(licopeno)

Número de

participantes

/Duração do

estudo

Conclusão

1 Postaire et al,

1997. França.

Biochem Mol

Biol Int.

PUBMED.

Randomizado,

duplo-cego.

Demonstrar a

modificação do

equilibro redox

celular que ocorre

pela ingestão de

nutrientes

antioxidantes.

Cápsula,

composta por b-

caroteno,

licopeno,

Vitamina E e C.

P = 0

G1 = 2mg

N = 20 / 8

semanas.

Houve a melhora

significativa da

concentração de

melanina na pele,

através da

ingestão de

antioxidantes.

2 Stah et al, 2000.

Alemanha. JN the

journal of

nutrition.

PUBMED.

Randomizado,

duplo-cego

Investigar se o

licopeno protege

contra eritema

induzido por

radiação UV em

humanos.

Pasta de tomate. P = 0

G1 = 16

mg

N= 10 / 10

semanas

Não foi

encontrada

diferença

significativa

relacionado a

proteção contra a

radiação UV.

3 Greul et al, 2002.

Alemanha. Skin

Pharmacol Appl

Skin Physiol.

PUBMED.

Randomizado,

duplo- cego

Investigar o efeito

preventivo e

fotoprotetor da

suplementação

combinada de

antioxidantes.

Capsula composta

por b-carotena,

licopeno, vit C e

E, selênio e

proantocianidinas.

Não

acessível

Não acessível A combinação de

antioxidantes,

pode contribuir na

proteção seletiva

da pele contra a

irradiação

4 Heinrich et al,

2002. Alemanha.

JN the journal of

nutrition.

PUBMED.

Randomizado,

duplo-cego

Avaliar a

atividade de uma

suplementação

com carotenoides

na pele exposta a

radiação UV.

Capsula em gel,

composta por

caroteno,

licopeno e luteína

P = 0

G1 = 8

mg

N= 36 / 12

semanas.

A suplementação

não substitui o

protetor solar, no

entanto contribui

para a defesa ao

dano provocado

pelos raios UV.

Autores/ano/

País

/Procedência

Tipo estudo Objetivo geral Apresentação do

licopeno

Dose

(licopeno)

Número de

participantes

/Duração do

estudo

Conclusão

5 Cesarini et al,

2003. França,

Photodermatol

Photoimmunol

Photomed.

PUBMED.

Randomizado,

duplo cego

Avaliar os efeitos

de um complexo

antioxidante na

pele exposta a

radiação UV.

complexo de

vitaminas:

licopeno, b-

caroteno, a-

tocoferol e se-

lenium

P = 0

G1= 3 mg

V.O

N= 25/ 7

semanas

A administração

oral do complexo

antioxidante

contribuiu

significativamente

contra os danos

oxidantes da

radiação UV.

6 Dorgan et al,

2004. USA.; Fox

Chase Cancer

Center. PUBMED

Randomizado,

duplo-cego

Avaliar a

atividade da

associação de

carotenoides e α-

tocoferol na pré-

disposição do

câncer de pele.

Soro, contendo a-

caroteno, b-

caroteno,

licopeno, luteína,

zeaxantina, β -

criptoxantina, a-

tocoferol

P = 0

G1 = 10,5

%

N= 302/ 8

semanas

Não foi possível

comprovar que o

licopeno

associado a outros

carotenoides pode

prevenir o risco

de melanoma de

alta densidade.

7 Aust et al, 2005.

Alemanhha. Int J

vitam Nutr Res.

PUBMED.

Randomizado,

duplo cego

investigar o

efeitos

fotoprotetor do

licopeno e

comparar com um

extrato de tomate.

Extrato de tomate,

e uma bebida

contendo

licopeno.

P = 0

G1 = 10

mg

N= ? /

12 semanas

Os carotenoides

exibem máxima

de absorção em

luz UV. A

absorção de

protege a pele da

radiação.

8 Heinrich et al,

2006. Alemanha.

Skin Pharmacol

Physiol.

PUBMED.

Randomizado,

duplo-cego

Investigar a

influência de dois

compostos

carotenoides,

relacionados ao

Suplemento

vitamínico

composto por

licopeno, luteína,

b-caroteno, alfa-

P = 0

G 1= 3

mg

G2 = 6

mg

N= 39 / 12

semanas

A rugosidade e a

escala

melhoraram com

a suplementação

composta por

10

envelhecimento

da pele.

tocoferol e

selênio

micronutrientes

antioxidantes a

base de licopeno

Autores/ano/

País

/Procedência

Tipo estudo Objetivo geral Apresentação do

licopeno

Dose

(licopeno)

Número de

participantes

/Duração do

estudo

Conclusão

9 Blume- Peytavi et

al, 2009.

Alemanha.

European Journal

of Pharmaceutics

and

Biopharmaceutics.

PUBMED.

Randomizado,

duplo-cego

Analisar níveis

em diferentes

áreas do corpo de

voluntários sob

uma dieta privada

de licopeno e

monitorar a

distribuição de

licopeno por via

oral na pele e no

plasma.

Capsula composta

por licopeno

P = 0

G1 = 25

mg

N= 25 / 12

semanas

O nível de plasma

de licopeno é

muito sensível a

absorção, com

variação rápida e

dentro de uma

gama alta. Já os

níveis de pele de

licopeno são

menos sensíveis,

com resposta mais

lenta em

comparação com

o plasma.

10 Meinke, 2010.

Alemanha.

European Journal

of Pharmaceutics

and

Biopharmaceutics.

PUBMED.

Randomizado,

duplo-cego

Avaliar a

biodisponibilidade

de carotenóides

naturais na pele

humana em

comparação com

o sangue

Capsula

composta por

luteína, b-

caroteno e

licopeno.

P = 0

G1 = 0,13

mg

N = 22 / 8

semanas

A

biodisponibilidade

dos carotenóides

naturais difere no

sangue e na pele,

sendo, a

distribuição e o

comportamento

de

armazenamento

dessas substâncias

dependem do

local do corpo.

Com tudo o

suplemento

demonstrou

atividade

antioxidante na

pele

Autores/ano/

País

/Procedência

Tipo estudo Objetivo geral Apresentação do

licopeno

Dose

(licopeno)

Número de

participantes

/Duração do

estudo

Conclusão

11 Rizwan, et al,

2010. U.K. BJD

British Journal of

Dermatology.

PUBMED.

Randomizado,

duplo-cego

Examinar se o

licopeno pode

proteger a pele

humana contra os

efeitos induzidos

por UVR.

Pasta de tomate. P = 0

G1 = 16

mg

N=20 / 12

semanas

Licopeno fornece

proteção a longo

prazo

12 Darvin et al, 2011.

Alemanha.

Journal of

Biophotonics.

PUBMED.

Controlado Verificar a

produção de

radicais livres na

pele humana

exposta a radiação

infravermelha.

Uso tópico Não

acessível

N= 12 / 30

minutos.

A radiação

infravermelha

induziu a

formação de

radicais livres na

pele humana e o

licopeno

demonstrou

proteção.

13 Jenkins et al,

2014. U.K.;

International

Randomizado,

duplo cego

Desenvolver e

avaliar o efeito de

um suplemento

cápsula contendo

isoflavona,

licopeno, óleo de

P*=0,

G1=8mg

e G2=3

N=101

mulheres/14

semanas

O suplemento

induziu uma

melhora

11

Journal of

Cosmetic Science.

PUBMED.

alimentar com

licopeno

em rugas de pele

em mulheres pós

menopausa

peixe, Vitamina C

e E

mg

V.O

clinicamente

mensurável na

profundidade das

rugas faciais e a

deposição de

novas fibras de

colágeno

na derme.

Autores/ano/

País

/Procedência

Tipo estudo Objetivo geral Apresentação do

licopeno

Dose

(licopeno)

Número de

participantes

/Duração do

estudo

Conclusão

14 Marini et al, 2014.

Alemanha.

Photodermatol

Photoimmunol

Photomed.

PUBMED.

Randomizado,

duplo-cego

Avaliar a eficácia

do suplemento

nutricional nas

lesões induzidas

por UVA.

Suplemento

nutricional

composto por

licopeno, b-

caroteno, e

lactobacillus

johnsonii

P = 0

G1 = 2,5

mg

N= 60 / 3

meses.

O complexo pode

ser utilizado como

uma possível

fotoproteção na

pele humana

como a

fotodermatose.

15 Hsin-Ti, et al;

2015. China.

Pharmaceutical

Biotechnology.

PUBMED.

Randomizado,

duplo-cego

Avaliar a

atividade do

licopeno via

Sonophoresis em

rugas na pele.

Uso tópico via

Sonophoresis.

Não

acessível

N= 26 / 10

semanas

O licopeno

apresentou

atividade

antioxidante,

diminuindo as

rugas.

16 Sokoloski;

Borges; Bagatin,

2015. Brasil.

Springer-Verlag

Berlin Heidelberg.

PUBMED.

Randomizado,

duplo-cego

Avaliar e

comparar o efeito

fotoprotetor de

licopeno

Capsula e pasta

de tomate.

P= 0

G1 =16

mg.

N= 20 / 10

semanas

Resultados, não

benéficos

significativamente

para proteção

contra eritema

induzido por

radiação UVB na

pele humana.

Tabela 1. Distribuição e caracterização dos estudos

5. DISCUSSÃO

Por meio da análise dos resultados, identificam-se (18,54 %) estudos de revisão e

exploratórios, estudos de caso e relatos de caso, sendo encontrados (11,92%), ensaio clínico

randomizado e controlado (14,56 %) e estudos em animais (23,84 %). Há predomínio de

estudos alemães (58,82 %), porém, foi encontrado um estudo brasileiro (5,88 %) e os demais

foram realizados nos Estados Unidos (5,88 %), China (5,88 %), Inglaterra (11,76%) e França

(11,76 %) e. Os estudos foram analisados nas seguintes categorias:

Categoria 1: Indicações e contraindicações quanto ao uso do licopeno na pele

O licopeno foi utilizado em diversas possibilidades, tais como o efeito de proteção de

radiações UV radiação infravermelha, melhora no bronzeamento, redução de rugas e sinais de

12

envelhecimento por seu forte poder antioxidante (HSIN-TI et al, 2015; DARVIN et al, 2011;

POSTAIRE et al, 1997; MARINI et al, 2014).

Apenas dois estudos relataram que não encontraram diferença significativa, um

relacionado à proteção da radiação UV e o outro relacionado à radiação UVB. (STAH et al,

2000; SOKOLOSKI; BORGES; BEGATIN,2015). Já todos os outros estudos relatam que

existe uma significativa proteção da pele contra a irradiação, e por sua atividade antioxidante

foi obtido uma melhora nos danos cutâneos ocasionados pela radiação UV, porém ele não

elimina o uso de filtro solar (GREUT et al, 2002; HEINRICH et al, 2002).

Quanto a sua ação no antienvelhecimento, deposição de novas fibras de colágeno,

melhora no aspecto de rugas e linhas de expressões também obteve sucesso, tendo resultados

significativos em todos os estudos e classificando o licopeno como um antioxidante de alto

sucesso e composto por micronutrientes essenciais, principalmente quando associado a outras

composições (HEINRICH et al, 2006; JENKINS et al, 2014; MEINKE et al, 2010; HSIN-TI

et al, 2015).

Nenhum estudo avaliado referiu a problemas toxicológicos, e a única contraindicação

foi em voluntários alérgicos e intolerantes as composições (RIZWAN et al, 2010).

Categoria 2: Apresentações do licopeno

O licopeno pode ser utilizado de diversas maneiras e concentrações. As formas que

mais apresentadas foram em capsulas, embora as concentrações em capsulas não fossem

licopeno puro, e sempre associado a outros carotenoides, sendo os principais: b-caroteno, a-

caroteno, selênio, luteína, entre outros. Também foram utilizados licopeno por uso tópico e

soro (DORGAN et al, 2004; GREUL et al, 2002, DARVIN et al, 2011). Já nos estudos que

apresentavam o licopeno puro predominavam pastas e extratos de tomate (STAH et al, 2000;

AUST et al, 2005). Em contrapartida um dos estudos teve como objetivo investigar e

comparar os efeitos do licopeno sintético e do extrato de tomate e foi relatado que ambos

obtêm a máxima absorção, assim não havendo diferença significativa para a preferência de

um ou outro (AUST et al, 2005).

Entre os tipos de estudo, foi predominado, o Randomizado duplo-cego, 93,75% dos

estudos utilizaram essa forma, assim tendo sempre o grupo placebo com 0 mg da

concentração de licopeno, e os outros grupos variando de 0,13 mg até 25mg de concentração

da substância (MEINKE et a, 2010; BLUME-PEYTAVI et al, 2009). E um estudo, do tipo

controlado, no qual não obtivemos acesso à concentração do licopeno (DARVIN et al, 2011).

Os estudos que tinham como objetivo avaliar a eficácia do licopeno como foto protetor a

13

radiação UV, UVA e UVB usaram concentrações de 2,5 mg, 3 mg, 8 mg, 10 mg e 16 mg

(MARINI et al, 2014; CESARINI et al, 2003; HEEINRICH et al, 2002; AUST et al, 2004;

SOKOLOSKI; BORGES; BEGATIN, 2015;). Já os estudos que tinham como objetivo analise

do licopeno como antioxidante e benefícios ao envelhecimento cutâneo da pele trabalharam

com concentrações de 3 mg, 6 mg e 8 mg (JENKINS et al, 2014; HEINRICH et al, 2006.). As

outras quantidades eram analises comparativas entre formas de ingestão, a biodisponibilidade

da substancia, analises de quais regiões prevaleciam o deposito de licopeno e associações

relacionadas a câncer de pele, sendo 10 mg, 0,13 mg, 25 mg, e 10,5% mg respectivamente

(BLUME-PEYTAVI et al, 2009; MEINKE et al, 2010; DORGAN et al, 2004).

Categoria 3: Efetividade e segurança do uso do licopeno na pele

Em questão a efetividade, 13 dos 16 estudos mostraram os objetivos propostos

conquistados, mesmo com as diferenças de concentrações, as possibilidades de aplicação,

sendo, tópico ou oral, as formas de uso e o tempo de analise. Classificado como uma

substância carotenoide, tem forte poder contra as radiações UV e a radiação infravermelha,

melhora a deposição de melanócitos, e diminui o estrago ocasionado pelos radicais livres

(POSTAIRE et al, 1997; DARVIN et al, 2 011; MARINI et al, 2014; HSIN-TI et al, 2015).

Porém, Sokoloski, Borges e Begatin (2015) relataram resultados não benéficos contra

o eritema induzido por radiação UVB. E Stah et al (2000) também relatou que não foi

encontrada proteção a radiação UV. Ambos utilizaram 16 mg de licopeno nos estudos, sendo

um com capsulas e extrato de tomate e o outro só o extrato de tomate e ambos levaram o

tempo de 10 semanas para analise. Já Dorgan et al (2004) que tinha como objetivo avaliar

uma associação de carotenoides na pré-disposição no câncer de pele, também não obteve

comprovação na prevenção do risco de melanoma de alta densidade, foi utilizado soro

contendo 10,5% de licopeno, e o estudo levou 8 semanas.

Já os estudos que encontraram resultados significativos relataram que é um tratamento

a longo prazo para obter os resultados desejados, e que os resultados benéficos quanto a

radiação UV não descarta o uso de filtro solar. Os estudos levaram de 30 min, 8 semanas, 10

semanas, 12 semanas, 14 semanas e até 3 meses. (DARVIN et al, 2011; MEINKE et al, 2010;

HSIN-TI et al, 2015; JENKINS et al, 2014; HEINRICH et al 2002; RIZWAN et al, 2010;

MARINI et al, 2014).

Não foi relatado em nenhum estudo o desconforto ou maleficio ocasionado pelos

compostos. Em alguns estudos eram eliminados o uso da ingestão de tomates ou alimentos

carotenoides para avaliar o resultado de forma mais precisa (BLUME-PEYTAVI et al, 2009)

14

já outros diziam que a ingestão de tomate numa refeição não tinha poder significativo para

mudança de analises, até porque as maiores concentrações de licopeno são obtidas quando há

o cozimento do tomate, ou em extratos e molhos (MEINKE et al, 2010).

5 CONCLUSÃO

Constatou-se a efetividade do licopeno na ação de proteção de radiação UV E UVA,

na radiação infravermelha e na ação antienvelhecimento, sendo um consagrado antioxidante.

Porém não foi definido um padrão de formas e apresentação para o uso do produto, assim

predominando as cápsulas, suplementos, extratos, pastas e sucos de tomate. O licopeno

mostrou ser seguro em todos os estudos, não apresentando nenhuma reação desconfortável ou

diferente a nenhum voluntário.

Quanto a analise de evidencia dos artigos nota-se uma preocupação dos autores quanto

ao desenvolvimento, portanto há a necessidade de serem desenvolvidos estudos com maior

rigor metodológico como ensaios clínicos controlados randomizados, para avaliar com maior

precisão a efetividade do licopeno na pele humana. Também se recomendam estudos

farmacológicos que analisem o tempo de estabilidade do licopeno, a fim de definir o tipo de

armazenamento e de uso contribuindo para melhores resultados.

Ao finalizar esta etapa de pesquisa, verificou-se que o tema possui características

importantes no que se refere as potenciais fontes de dados para a elaboração de uma revisão

sistemática com a metanálise. Segundo, Rodrigues et al (2010), a metanálise é uma técnica

estatística adequada para combinar resultados provenientes de diferentes estudos produzindo,

assim, estimativas que resumem o todo, chamadas de estimativas metanalíticas. Para que o

resultado de uma metanálise tenha significado aplicado, os estudos que compõem os dados da

metanálise devem ser o resultado de uma revisão sistemática.

Portanto como perspectiva, desta pesquisa, pretende-se ampliar as consultas

bibliográficas através das buscas nas bases de dados Science direct, Literatura Latino-

Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Portal de Evidências com foco na

Cochrane (COCHRANE); Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud (IBECS) e

Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL). Adicionalmente

coletar os dados numéricos, como média e desvio padrão, dos estudos incluídos na futura

pesquisa.

ABSTRACT

Introduction: Lycopene is a carotenoid pigment that gives tomatoes their red coloration.

Although it has no pro-vitamin function, lycopene is considered the carotenoid that has the

15

greatest sequestering ability of singlet oxygen. A diet that includes food sources of lycopene

can prevent oxidative stress and cell damage, slowing down the aging process. Objective: To

identify the activities that have been used in the treatment of skin dysfunctions in the global

context, as well as which clinical studies have identified their actions. Methods: A manual

and electronic bibliographic survey was performed on the MEDLINE database using Pubmed

using the following terms in English as descriptors and as words: lycopene, skin and

dermatology from 1997 to 2017. Results: it was identified (18.54 (11.92%), randomized and

controlled clinical trials, another study (14.56%) and animal studies (23.84%). The countries

of the studies were diversified. The results also showed that lycopene is used, most of the

time, orally and in several aetiologies affected of the skin, without specific contraindications,

being effective and safe. Conclusion: It was concluded that this study contributed to

demonstrate the use of lycopene in this period, as a source of consultation, besides pointing to

the need for research with greater methodological rigor, which provide strong evidence of its

use and recommendation.

Key words: lycopene, skin, dermatological

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