infecção pele

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PELE Compõe-se, essencialmente, de três grandes camadas de tecidos: Epiderme Células anucleadas queratinizadas Derme fibras colágenas, elásticas e reticulares. Hipoderme ou TCS células repletas de gordura. É sede das porções secretoras das glândulas apócrinas ou écrinas e de pelos, vasos e nervos. É depósito nutritivo de reserva, participa do isolamento térmico e da proteção mecânica do organismo às pressões e traumatismos externos e facilita a motilidade da pele em relação às estruturas subjacentes Infecções da Pele e Tecidos Moles -As infecções de pele e partes moles constituem infecções comuns, principalmente na faixa etária pediátrica -Responde por 9% de todas as infecções ncontradas em consultas médicas. -Pode variar de quadros leves à rapidamente progressivos e fatais. -incluem uma grande variedade de doenças, inicialmente semelhantes em sua apresentação, mas, causadas por agentes distintos e com diferentes desfechos. A pele íntegra é uma barreira anatómica eficaz contra a infecção. A flora residente da pele é de baixa virulência, estável e raramente condiciona doença. Os principais causadores de infecção são os microorganismos que colonizam ocasional e transitoriamente a pele como: Staphylococcus aureus , Streptococcus pyogenes , bactérias entéricas Gram negativas e Cândida albicans.

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Infecção pele e tcs

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PELECompe-se, essencialmente, de trs grandes camadas de tecidos: EpidermeClulas anucleadas queratinizadasDermefibras colgenas, elsticas e reticulares. Hipoderme ou TCSclulas repletas de gordura. sede das pores secretoras das glndulas apcrinas ou crinas e de pelos, vasos e nervos. depsito nutritivo de reserva, participa do isolamento trmico e da proteo mecnica do organismo s presses e traumatismos externos e facilita a motilidade da pele em relao s estruturas subjacentes

Infeces da Pele e Tecidos Moles

-As infeces de pele e partes moles constituem infeces comuns, principalmente na faixa etria peditrica-Responde por 9% de todas as infeces ncontradas em consultas mdicas.-Pode variar de quadros leves rapidamente progressivos e fatais.-incluem uma grande variedade de doenas, inicialmente semelhantes em sua apresentao, mas, causadas por agentes distintos e com diferentes desfechos.

A pele ntegra uma barreira anatmica eficaz contra a infeco. A flora residente da pele de baixa virulncia, estvel e raramente condiciona doena.Os principais causadores de infeco so os microorganismos que colonizam ocasional e transitoriamente a pele como: Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, bactrias entricas Gram negativas e Cndida albicans.

O diagnstico clnico, sendo que os exames complementares, quando indicados, so utilizados apenas para identificar o grau de acometimento e se h formao de abscessos.

-H numerosas espcies de estafilococos no patgenos residentes na pele, sendoos mais comuns Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus hominis e Staphylococcussaprophyticus.-As bactrias gram negativas como Escherichia coli e espcies de Enterobacter,Klebsiella, Proteus e Acinetobacter podem ser encontradas em reas intertriginosas.As infeces bacterianas da pele podem representar um processo patognico cutneo primrio ou uma manifestao cutnea secundria infeco inicial de outro rgo.

Podem ser supurativas, decorrentes da proliferao das bactrias na pele, ou podem ser decorrentes de hipersensibilidade a antgenos bacterianos.

Mecanismos de defesa da pele infeco-caractersticas da camada crnea- no penetrada por bactrias presentes na pele e o baixo pH. -substncias constituintes da secreo sebcea - cidos raxos insaturados, que so dotados de propriedades antibacterianas. -o fenmeno da interferncia bacteriana, isto , o efeito supressor de cepas bacterianas sobre outras.

Na patognese da infeco bacteriana da pele devem ser considerados, como fatores determinantes do comportamento clnico da infeco- a patogenicidade do microorganismo- a porta de entrada do germe - a resposta do hospedeiro infeco

A penetrao do germe diretamente na pele, habitualmente, produz inflamao e supurao e a partir desta, colonizao cutnea primria. Pode determinar disseminao da bactria via hematognica como bacteremia e septicemia. Por outro lado, quando a infeco primria ocorre em outro rgo, atravs da disseminao hematognica, as bactrias atingem a pele, determinando comprometimento das paredes dos vasos cutneos, onde ocorre trombose vascular com hemorragia e por vezes necrose do territrio cutneo correspondente ao vaso ocludo.

Virulncia do microorganismo-potencial invasivo da bactria, geralmente determinado pela presena de elementos antifagocitrios na superfcie do microorganismo-da sua capacidade de produzir toxinas. -As toxinas bacterianas podem ser responsveis por sintomas sistmicosobservados em algumas infeces, como, choque, febre, anorexia, caquexia e coagulao intravascular disseminada.

Impetigo uma infeco altamente contagiosa da epiderme que acomete com freqncia crianas entre dois e cinco anos de idade, entretanto, pode ocorrer em qualquer faixa-etria.

- leso bolhosa, circular, de crescimento centrfugo que se torna uma ulcerao superficial recoberta por uma crosta amarelada

EPIDEMIOLOGIANa infncia, a infeco bacteriana de pele mais comum e a terceira quando considerado todas as idadesUsualmente transmitida pelo contato direto.A incidncia aumenta nos meses de vero e a infeco ocorre com freqncia em reas de pouca higiene e em ambientes fechados.

ETIOPATOGENIA E APRESENTAO CLNICAO impetigo usualmente ocorre em reas expostas, como face e extremidades.Causado por Streptococcus -hemoltico e/ou Staphylococcus aureus.

Existem dois tipos de apresentao do impetigo, o no bolhoso (70% dos casos) e o bolhoso :Impetigo no bolhoso comea como uma mcula vermelha ou ppula que rapidamente se transforma em vescula. A vescula se rompe facilmente e forma uma eroso cujo contedo forma uma crosta amarelada que pode ser pruriginosa. Causado pelo Staphylococcus aureus isoladamente ou em associao com Streptococcus. A leso se espalha para a rea circundante pela autoinoculao bacteriana. Tende a afetar reas prximas a trauma, principalmente extremidades e face. Resoluo espontnea, sem cicatriz, ocorre em algumas semanas, mesmo sem tratamento.

*Obs: Um subtipo do impetigo no bolhoso o impetigo comum ou secundrio. Pode ser uma complicao de doena sistmica como diabetes e imunodeficincia adquirida.Picadas de inseto, varicela, herpes simples e outras condies que envolvem quebra da barreira cutnea podem predispor seu aparecimento. A apresentao similar ao impetigo no bolhoso primrio

Impetigo Bolhoso neonatos, mas tambm pode ocorrer em qualquer idade. causado por toxinas produzidas pelo Staphylococcus aureus e uma forma localizada da sndrome da pele escaldada estafiloccica Manifesta-se como vesculas superficiais que evoluem rapidamente para bolhas friveis, com margens acentuadas e quando se rompem, permanece uma crosta amarelada Surge mais em reas de fraldas, axilas e pescoo. Sintomas sistmicos no so comuns, mas podem incluir astenia, febre e diarria. Tambm so casos autolimitados e as leses desparecem em algumas semanas. O impetigo bolhoso parece ser menos contagioso que o impetigo no bolhoso e os casos so espordicos

DIAGNSTICOClnico. Cultura de secreo no realizada.-O impetigo no bolhoso faz diagnstico diferencial com dermatite atpica, candidase, dermatite de contato, dermatofitoses, ectima, herpes, picadas de inseto, pnfigo foliceo, escabiose e varicela. -O impetigo bolhoso pode ser confundido com eritema bolhoso multiforme, pnfigo bolhoso, picadas de inseto, pnfigo vulgar, necrlise epidermide txica e varicela. TRATAMENTOtratamento voltado para ambos os agentes etiolgicos: Streptococcus e Staphylococcus

O tratamento bem conduzido da maior importncia para se evitar as infeces recidivantes e, s vezes, necessrio se proceder a descolonizao dos focos infecciosos no prprio paciente, como fossas nasais, axilas, regio umbilical e genital e em seus contactantes ntimos. Para esta descolonizao, se utiliza localmente o cido fusdico ou o mupirocin nessas regies por cinco dias, associado ou no a sabonetes anti-spticos.

A antibioticoterapia oral deve ser feita naqueles pacientes com leses extensas ou com sinais sistmicos de infeco, por um perodo de 10 dias.Naqueles com doena restrita a uma pequena regio a escolha teraputica pode recair sobre antibitico tpico por trs a cinco dias.Antibioticoterapia - penicilinas com inibidor de betalactamase e as cefalosporinas de primeira gerao Tratamento tpico em doena limitada- mupirocina

PROGNSTICO E COMPLICAESO impetigo uma doena benigna, porm recorrente e contagiosa. Uma vez iniciado o tratamento, a resposta clnica rpida e efetiva.- complicaes raras incluem sepse, osteomielite, artrite, endocardite, pneumonia, celulite, linfangite ou linfadenite, psorase gutata, sndrome do choque txico e sndrome da pele escaldada estafiloccica.

Celulite Bacteriana um processo inflamatrio piognico agudo e extenso que acomete derme e tecido celular subcutneo.A rea acometida, usualmente membros inferiores, dolorosa, quente, eritematosa e edemaciada, fazendo uma pobre demarcao com a pele s.EPIDEMIOLOGIAAbrange cerca de 14% dos atendimentos hospitalares e 4 a 7% das internaesETIOLOGIAA grande maioria dos casos de celulite tem o Streptococcus -hemoltico como agente etiolgico, porm, vrios outros microorganismos podem causar essa doena em condies especficas.FATORES PREDISPONENTESO surgimento da celulite quase sempre est associado a condies que fragilizam localmente as defesas naturais da pele, como obesidade, edema por insuficincia venosa ou obstruo linftica. A causa da quebra de barreira cutnea pode ser trauma, feridas operatrias, picadas de inseto, mordedura de animais, outras infeces bacterianas como impetigo, ulceraes, fissuras e maceraes por infeco fngica, dermatites como o eczema.Ocasionalmente, pode surgir em pele aparentemente integra, como resultado de bacteremia.Procedimentos cirrgicos que interrompem abruptamente a drenagem linftica so os mais associados a celulite, tais como venectomia, mastectomia com retirada de linfonodos e outras cirurgias oncolgicas, especialmente quando associadas a radioterapia.

Pode acometer qualquer parte do corpo, porm, as reas mais freqentemente envolvidas so -membros inferiores (39,9%)-seguidos de face-membros superiores-tronco, pescoo e ndegas.

MANIFESTAES CLNICASrea hiperemiada de rpida propagao e tnue contorno, associada a edema e aumento da temperatura local. Algumas vezes acompanhada de linfangite e aumento dos linfonodos regionais.Vesculas, bolhas e hemorragia cutnea na forma de petquias e equimoses podem aparecer na pele inflamada e esto mais associadas infeco grave e toxemia.As manifestaes sistmicas so comumente brandas, mas febre, taquicardia e hipotenso esto presentes em alguns casos, pouco tempo depois do surgimento da leso cutnea.

DIAGNSTICOAlteraes hematolgicas, como a leucocitose e elevao da velocidade de hemossedimentao (VHS)Exames radiolgicos so desnecessrios na maioria dos casos de celulite, exceto quando h dificuldade em fazer diagnstico diferencial com outras doenas como fascite necrosante (FN), caso em que a ressonncia magntica deve ser solicitada.A ultrassonografia e tomografia computadorizada podem ser teis na deteco de abscesso subcutneo, uma complicao comum da celulite, alm de guiar a drenagem da coleo purulenta

TRATAMENTOStreptococcus - betalactcmicos so as drogas de escolha, tais como as cefalosporinas de primeira gerao ou amoxicilina com clavulanato-tratamento feito via oral, porm a antibioticoterapia endovenosa iniciada para pacientes com celulite de rpida evoluo, leses em face e em reas de articulao, acometimento amplo, sinais sistmicos de toxemia ou pacientes que no toleram o uso da medicao oral.-Cefalosporina de primeira gerao, como a cefazolina, uma boa opo de tratamento-Pacientes alrgicos a betalactmicos podem usar clindamicina ou vancomicina.

O antibitico deve ser mantido por ao menos trs dias aps a resoluo do processo inflamatrio.Medidas adjuvantes incluem compressa fria, analgesia e imunizao antitetnica.Quando o acometimento for de extremidades, a elevao do membro proporciona drenagem gravitacional do edema e de substncias inflamatrias.

PROFILAXIACada episdio de celulite causa inflamao linftica, o que pode levar a danos permanentes, como linfedema. Medidas para reduzir a recorrncia de celulites incluemtratamento de maceraes interdigitaishidratao adequada de pele xerticaadotar medidas contra o edema crnico.

Pacientes com mais de dois episdios de celulite no mesmo segmento apesar das medidas preventivas, recomenda-se antibioticoterapia profiltica, que reduz cerca de 17% das recorrncias.

Alm de linfedema, outras complicaes possveis so linfangite, erisipela, abscesso e fascite necrosante.

TRATAMENTO

Erisipela uma celulite superficial aguda.Ocorre comumente nos extremos de idade e em indivduos imunocomprometidos. A infeco acomete epiderme e derme superficial, principalmente em face e membros inferiores e pode atingir os vasos linfticos.

EPIDEMIOLOGIAA incidncia vem aumentando desde 1980. Ocorre igualmente entre os grupos raciais e pode afetar indivduos de diversas classes sociais. Picos nos extremos de idadeRisco aumentado em indivduos imunocomprometidos, incluindo pacientes com histria recente de quimioterapia, uso de corticide e infeco por HIV.A mortalidade menor de 1% em pacientes que recebem tratamento adequado.

ETIOPATOGENIAA patogenia da erisipela comea com a quebra de barreira da pele, permitindo a entrada do agente causador da infeco.Essa quebra acontece freqentemente aps abraso, infeco pelo herpes vrus, tinea interdigital, picadas de inseto, lceras, mordeduras puntiformes, ps vacinao, uso de drogas injetveis ou em coto de cordo umbilical.Uma vez ocorrida a invaso, a infeco se espalha rapidamente e pode mostrar um extenso envolvimento linftico, com linfonodomegalia local.O Streptococcus -hemoltico do grupo A o agente etiolgico mais comum, sendo menos freqentes os grupos B, C e G. Staphylococcus aureus raramente encontrado como causador de erisipela, assim como Streptococcus pneumoniae, Klebsiella pneumoniae, Yersinia enterocolitica e Haemophilus influenzae.

CARACTERSTICAS CLNICASA leso tpica da erisipela inicia-se como uma faixa eritematosa que evolui rapidamente com uma rea de edema, endurao, pele brilhosa, bordos levemente elevados e bem demarcados com a pele circundante Pode progredir em poucos dias para uma infeco mais grave, com formao de bolhas, lceras e necrosesevera sobre a placa eritematoedematosa.

Em recm nascidos, freqentemente a leso periumbilical, com eritema que se espalha pela parede abdominal.Os achados cutneos sempre vem acompanhados de sinais sistmicos como febre, calafrios e astenia. Toxemia pode estar presente nos pacientes com infeco avanada e requer tratamento agressivo

DIAGNSTICO E DIAGNSTICO DIFERENCIALO diagnstico da erisipela clnico.Alguns exames laboratoriais podem ser solicitados para confirmar a doena e afastar alguns diagnsticos diferenciais.

Na fase inicial, a erisipela pode ser facilmente confundida com a celulite. A diferenciao feita com a evoluo da doena. Na erisipela a leso forma um contorno bem distinto com a pele s, diferentemente da celulite em que o eritema termina em uma borda tnue. Enquanto a erisipela uma infeco superficial, a celulite acomete planos mais profundos.

A fascite necrosante, tambm no inicio de sua apresentao clnica, faz diagnstico diferencial com erisipela, porm evolui rapidamente para formao de bolhas e necrose da pele, assim como os sinais sistmicos da doena so bem mais marcantes.

Outro diagnstico diferencial a ectima gangrenosa, causada pela Pseudomonas aeruginosa, que se inicia como uma mcula eritematosa que evolui para pstulas, ndulos necrticos e bolhas.

TRATAMENTO

PROGNSTICO E COMPLICAESNa era pr antibitico era uma doena fatal, atualmente responde bem a antibioticoterapia e se resolve sem complicaes.Possveis complicaes podem ocorrer, incluindo sepse, meningite, endocardite, fascite necrosante e sndrome do choque txico estreptoccico.

Fascite NecrosanteFascite necrosante (FN) a infeco bacteriana destrutiva e rapidamente progressiva do tecido subcutneo e fscia superficial, associada a altos ndices de morbimortalidade.EPIDEMIOLOGIAIncidncia aumentando com os anosETIOLOGIAStreptococcus -hemoltico e Staphylococcus aureus, isoladamente ou em sinergismo, so os mais freqentes agentes iniciadores da FN.

-No entanto, outros patgenos aerbios e anaerbios podem estar presentes, incluindo Bacteroides, Clostridium, Peptostreptococcus, Enterobacteriaceae, coliformes, Proteus, e Klebsiella.-Pseudomonas um importante agente em pacientes com neutropenia.

CLASSIFICAO

FATORES PREDISPONENTESDoenas crnicas (doenas cardacas, doena vascular perifrica, doenas pulmonares, insuficincia renal e diabetes mellitus)abuso de lcoolcondies imunossupressoras (uso de corticide sistmico, doenas do colgeno, infeco pelo HIV, transplante de rgos slidos e doenas malignas em tratamento)uso de drogas endovenosascirurgialceras isqumicas e de decbitopsorasecontato com pessoas infectadas por Streptococcustraumas cutneos penetrantes e fechados ou at mesmo mnimos.

CARACTERSTICAS CLNICASA FN inicia como rea eritematosa, dolorosa e localizada que aumenta em horas ou dias, associada a edema tecidual importante.Em seguida, ocorre cianose local e formao de bolhas de contedo amarelado ou avermelhado escuro A rea envolvida torna-se rapidamente demarcada, circundada por borda eritematosa e recoberta por tecido necrtico. Nesse momento, desenvolve-se anestesia da pele que recobre a leso devido destruio do tecido subcutneo subjacente e trombose dos vasos nutrientes, causando necrose das fibras nervosas. A pele inicialmente poupada, mas, com a extenso do processo necrtico, torna-se comprometida. Comumente o edema pode ser observado antes de outros sinais cutneos aparecerem. A dor muito intensa desproporcional, mesmo aps o incio do tratamento um indcio importante de FN

A necrose da fscia tipicamente mais extensa do que sugere o aspecto clnico.Com o acometimento de planos mais profundos, pode ocorrer formao de crostas necrticas extensas Sem tratamento possvel haver envolvimento secundrio da camada muscular, resultando em miosite ou mionecrose.Quanto ao stio primrio mais comum da infeco, os membros inferiores representam cerca de 50% dos casos, seguidos por membros superiores (29%), tronco (9%), regio perineal (8%) e face (1%)

Exames radiolgicosA radiografia pode ser utilizada para visualizao de gs no subcutneo. Emcontraste, a tomografia computadorizada proporciona excelente visualizao dapresena e extenso do gs anormal, alm de evidenciar necrose com espessamentoassimtrico da fscia.26 Tambm ajuda no diagnstico diferencial pela evidncia decomprometimento muscular que sugerem mionecrose.

DIAGNSTICO E DIAGNSTICO DIFERENCIALNos estgios iniciais a FN e a celulite so dificilmente distinguveis. Alm da FN iniciar com celulite e bolhas, a celulite bolho-hemorrgica assemelha-se muito a FN.Ambas so condies dolorosas, com potencial para evoluir para necrose e gangrena, possuem os mesmos fatores predisponentes e agentes etiolgicos (Streptococcus pyogenes). Na celulite, a infeco comea na juno entre derme e fscia superficial, enquanto na FN inicia-se entre tecido subcutneo e fscia profunda. Portanto, na fase inicial, h poucas manifestaes em pele.

Indcios para o diagnstico da FN incluem dor desproporcional aos achadosclnicos, edema inelstico, cianose, palidez, e hipoestesia subcutnea, crepitao,fraqueza muscular, odor ftido de exsudados, ausncias de linfangite, rpida progressoda infeco e falta de resposta antibioticoterapia convencional. Manifestaessistmicas de sepse esto usualmente presentes.21,23Em exames laboratoriais verifica-se anemia, provavelmente hemoltica,leucocitose encontrada em 64% dos pacientes ou leucopenia. Estudos evidenciam quetrombocitopenia e aumento do tempo de coagulao podem ser os primeiros achados decoagulao intravascular disseminada, complicao que ocorre em 28% dos casos.Podem apresentar ainda alteraes da funo heptica, hipocalcemia, hipoalbuminemiae aumento dos nveis de creatinina.22Testes bacteriolgicos a partir do exsudado da ferida, fluido das bolhas, tecidoexcisado, material aspirado do subcutneo e sangue so essenciais para o diagnsticoapropriado. Exames radiolgicos so teis para o estabelecimento do diagnstico einterveno cirrgica. O diagnstico definitivo feito explorao cirrgica, pelapresena de necrose da fscia, tecido subcutneo acinzentado e secreopurulenta

TRATAMENTOO tratamento bem sucedido envolve o diagnstico precoce, debridamento cirrgico radical de todo o tecido necrtico, antibioticoterapia parenteral de amplo espectro e medidas gerais de suporte agressivas.O debridamento cirrgico imediato, poucas horas aps o incio da antibioticoterapia, imprescindvel se o eritema no regredir. Estudos mostram que debridamento cirrgico agressivo est associado a mortalidade em 4,2% dos casos versus 38% naqueles casos no qual houve atraso na interveno cirrgica

A antibioticoterapia isolada no efetiva, devido o comprometimento da concentrao da droga no local da infeco, prejudicada pela necrose e trombose dos vasos sanguneos. Porm to importante quanto a fasciotomia.

PiomiositePiomiosite definida como uma infeco bacteriana aguda de msculo esqueltico, secundria a uma infeco contgua, trauma penetrante, insuficincia vascular ou disseminao hematognica.O agente habitualmente Staphylococcus aureus. a chamada piomiosite tropical por ser mais frequente nestas regies.

Decorre habitualmente em trs estdios:1 Estadio invasivo (entrada da bactria no msculo) inicio insidioso com dorprofunda, com ou sem febre. H edema localizado, por vezes duro, regra geral poucoou no doloroso.2 Estadio purulento ou supurativo (desenvolvimento da coleco purulentadentro do msculo) Febre, arrepios, geralmente dr a nvel do msculo afectado, porvezes discreto eritema cutneo na regio afectada.3 Estadio (generalizao da infeco) dr intensa no local afectado, que seapresenta eritematoso, por vezes com flutuao. Sinais sistmicos, febre alta, porvezes choque. 5

Quando o agente etiolgico Streptococcus pyogenes o quadro clnico de evoluo mais varivel mas com maior probabilidade de evoluo aguda e maligna com grande envolvimento sistmico. A drenagem cirrgica da massa diagnstica e teraputica adjuvada pelo tratamento antimicrobiano.

DIAGNSTICO E DIAGNSTICO DIFERENCIALVrias condies clnicas fazem parte dos diagnsticos diferenciais dapiomiosite, entre elas, osteomielite, artrite sptica, trombose e outras afecesmusculares, como hematoma ps trauma.

TRATAMENTO

Infeco em stio cirrgicoAbscessos cutneosO abscesso uma coleo de pus entre a derme e tecido profundo. Usualmente cursa com dor, calor local e ndulos eritematosos flutuantes. tipicamente polimicrobiano, contendo bactrias da flora normal da pele combinados com microorganismos da membrana mucosa adjacente. O Staphylococcus aureus est presente como agente isolado em menos de 25% dos abscessos.A formao do abscesso dolorosa e pode estar associada a adenopatia regional, febre e mal estar.

O cisto epidermoide contm bactrias da flora normal da pele em um material caseoso. A inflamao e a ruptura da parede desses cistos promove a extruso desse material para a derme, formando um abscesso.Tratamento efetivo do abscesso a inciso com retirada do material purulento e explorao da cavidade para romper loculaes. Antibioticoterapia raramente necessrio,exceto nos casos em que h mltiplas leses e condies imunossupressoras.

Furnculos e CarbnculosOs furnculos e carbnculos so leses foliculares que podem se originar de uma foliculite precedente ou podem surgir inicialmente a partir de um ndulo eritematoso perifolicular profundo. Esse ndulo tende a sofrer uma necrose, formando o furnculo, um pequeno abscesso no tecido subcutneo. Com a supurao, h a ruptura e descarga de um cerne central de tecido necrtico e destruio do folculo.Os locais de predileo so as reas pilosas da face, pescoo, axilas, virilhas e ndegas.Leses satlites e outros furnculos em stios distantes, secundrios a auto-inoculao, so freqentes.A dor pode ser intensa se a leso for situada em uma rea onde a pele relativamente fixa, como no meato acstico externo ou sobre cartilagens nasais.Pacientes com furnculos usualmente no tm sintomas constitucionais, mas, bacteremia pode ocorrer ocasionalmente.Os carbnculos consistem a forma mais profunda da foliculite, tendo mais de um folculo envolvido, interligados entre si, com mltiplos pontos de drenagem, acompanhados por alterao inflamatria do tecido conjuntivo.Pode ser acompanhado por febre, leucocitose e bacteremia.O agente causador usualmente o S. aureus, que penetra atravs da pele perifolicular escoriada. Condies que predispem formao de furnculo incluem obesidade, hiperidrose, macerao, atrito, dermatite preexistente, baixos nveis de ferro srico e imunossupresso.