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0 FACULDADE PITÁGORAS ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIO EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE SOLUÇÕES GEOTÉCNICAS EM MINERAÇÃO E HIDROENERGIA Bárbara Alves Couto Camilla Magalhães da Silva Fabiane Santos Pedrosa Paula Brígida Arantes Rafael de Souza Oliveira

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ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIOS EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE SOLUÇÕES GEOTÉCNICAS EM MINERAÇÃO E HIDROENERGIA

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FACULDADE PITÁGORAS

ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIO

EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE SOLUÇÕES

GEOTÉCNICAS EM MINERAÇÃO E HIDROENERGIA

Bárbara Alves Couto

Camilla Magalhães da Silva

Fabiane Santos Pedrosa

Paula Brígida Arantes

Rafael de Souza Oliveira

Belo Horizonte

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2012Bárbara Alves Couto

Camilla Magalhães da Silva

Fabiane Santos Pedrosa

Paula Brígida Arantes

Rafael de Souza Oliveira

ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE

PORTFÓLIO EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE

SOLUÇÕES GEOTÉCNICAS EM MINERAÇÃO E HIDROENERGIA

Monografia apresentada à Faculdade Pitágoras como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro de Produção.

Área: Engenharia Organizacional/Gestão de Projetos

Orientador: Prof. Fábio de Oliveira Alves

Belo Horizonte2012

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DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a todos aqueles que acreditam que é possivel alcançar seus sonhos e

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batalham por eles, mesmo que isso lhes custe alguma renúncia momentânea.

AGRADECIMENTOS

À Deus, por sempre nos fortalecer e sustentar em todas nossas buscas e

necessidades;

Aos nossos familiares, por sempre nos compreender, apoiar e ajudar em todos os

momentos, inclusive nossas ausências durante toda jornada;

Ao professor Fábio de Oliveira Alves, por ter acreditado em nosso potencial, nos

dado força e determinação na execução deste trabalho;

Ao gestor Fabrício da empresa FRP Engenharia, por ter disponibilizado o rico

material obtido com o desenvolvimento do produto usado na elaboração deste

trabalho;

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.

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EPÍGRAFE

“Todo ato de criação é, em primeiro lugar, um ato de destruição.”

Pablo Picasso

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RESUMO

Em uma economia cada vez mais globalizada e com o mercado mais competitivo, a

capacidade de gerenciar uma carteira de projetos, em prazos reduzidos, é

fundamental para a sobrevivência das organizações. A qualidade na entrega do

produto, priorizando sempre o prazo, as garantias dadas pelas empresas e o bom

desempenho do produto perpetuam sua marca. Com esse foco, o estudo de caso

demonstrou algumas ferramentas e metodologias que auxiliam o processo de

implantação da gestão de portfólio. Este processo faz referência ao gerenciamento

centralizado de um ou mais portfólio, que abrange identificação, priorização,

autorização e controle de projetos e programas para atingir objetivos de negócios

estratégicos específicos. São apresentadas ferramentas que concentram os

esforços e ideias da equipe de projetos, com o intuito de formar um processo

integrado de desenvolvimento. São demonstrados também os resultados obtidos

com a implantação, tais como a melhoria significativa na alocação dos recursos,

melhor equilíbrio dos investimentos e o aumento de participação de mercado. Cabe

ressaltar que este estudo está apoiado em um manual de referência do PMI, o

PMBOK®: Guia do conhecimento em gerenciamento de projetos, 4ª ed., 2008, como

base literária de estudos.

Palavras chave: Gestão de Portfólios, Projetos, Gerenciamento.

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ABSTRACT

In an increasingly globalized world and competitive market, the ability to manage a

portfolio of projects under tight deadlines, is essential for the survival of

organizations. The quality of product delivery, always prioritizing the deadlines, the

assurance given by the companies and the good product performance perpetuate the

brand. With this aim, the case study shows some tools and methodologies that assist

the process of implementing portfolio management. This process refers to the

centralized management of one or more portfolio, which covers identification,

prioritization, approval and control of projects and programs to achieve specific

strategic business objectives. The tools presented here compile the project team's

efforts and ideas in order to form an integrated process of development. Results

obtained with implementation are also shown here, such as the significant

improvement in resource allocation, better balance of investments and increased

market share. It should be noted that this study is supported by a reference manual

PMI, the PMBOK Guide: Project Management Body of Knowledge, 4th ed., 2008, as

bibliographical basis of studies.

Keywords: Portfolio Management, Projects, Management

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: O ciclo de vida do projeto subdividido em fases características.............16

FIGURA 2: Processo integrado de gerenciamento de projetos.................................20

FIGURA 3: Processos de seleção de projetos..........................................................27

FIGURA 4: Funil de Clark e Wheelwright - Processos de seleção de projetos..........29

FIGURA 5: Processo do stage-gate..........................................................................30

FIGURA 6: Alinhamento e Monitoramento e Controle - Processos de análise de

portfólio......................................................................................................................31

FIGURA 7: Governança de portfólio e gerenciamento de riscos - Processo de análise

de portfólio.................................................................................................................32

FIGURA 8: Processo de Iniciação do projeto............................................................42

FIGURA 9: Processo de Planejamento.....................................................................43

FIGURA 10: Ficha de Abertura do Projeto................................................................45

FIGURA 11: Plano do Projeto....................................................................................47

FIGURA 12: Controle de despesas do projeto..........................................................51

FIGURA 13: Lições Aprendidas.................................................................................56

GRÁFICO 1: Eficiência dos prazos............................................................................57

GRÁFICO 2: Faturamento FRP Engenharia..............................................................58

GRÁFICO 3: Margem de Contribuição......................................................................59

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DRE - Demonstrativo de Resultado do Exercício

EAP – Estrutura Analítica do Projeto

PMBOK® - Project Management Body of Knowledge

PMI - Project Management Institute (Instituto de Administração de Projetos)

PMO – Project Management Office

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................11

1.1 Problema de pesquisa......................................................................................................12

1.2 Objetivos...........................................................................................................................12

1.2.1 Objetivo Geral................................................................................................................12

1.2.2 Objetivos Específicos.....................................................................................................12

1.3 Justificativa.......................................................................................................................13

1.4 Estrutura do trabalho........................................................................................................14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................15

2.1 Gerenciamento de Projetos..............................................................................................15

2.1.1 Escritório de Projetos.....................................................................................................21

2.2 Gerenciamento de Portfólios............................................................................................24

2.2.1 Conceitos e funções do Gerenciamento de Portfólios...................................................24

2.2.2 Estratégias de gerenciamento de Portfólio....................................................................25

2.2.2.1 Seleção de projetos....................................................................................................26

2.2.2.2 Processos de gerenciamento do portfólio..................................................................28

2.2.2.3 A abordagem de gerenciamento de portfólio do PMI.................................................30

2.2.3 A necessidade da implantação do gerenciamento........................................................33

2.2.4 Benefícios do Portfólio...................................................................................................35

3 METODOLOGIA.....................................................................................................37

3.1 Caracterização da Pesquisa.............................................................................................37

3.2 Estratégia da Pesquisa.....................................................................................................37

4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E RESULTADOS..............................................40

4.1 Apresentação da empresa e identificação do negócio.....................................................40

4.2 Diagnóstico do problema..................................................................................................40

4.3 Implantação do gerenciamento de portfólio na empresa..................................................41

4.4 Ferramentas e etapas da implantação para o gerenciamento de portfólio na empresa. .43

4.4.1 Iniciação........................................................................................................................44

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4.4.2 Planejamento................................................................................................................46

4.4.3 Execução e Controle.....................................................................................................53

4.4.4 Encerramento...............................................................................................................55

4.5 Resultados obtidos após a implementação das rotinas do gerenciamento de portfólio...57

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................60

REFERÊNCIAS.........................................................................................................62

ANEXOS....................................................................................................................64

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1 INTRODUÇÃO

A gestão de projetos tem recebido um grande enfoque nos últimos anos e diversas

empresas dos mais variados setores tem se estruturado para desempenhar suas

atividades por meio de projetos.

O PMBOK® (2008, p. 11) define projeto “como um esforço temporário empreendido

para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”. Diante dessa definição

percebe-se que se faz necessário adotar um sistema adequado para coordenar todo

processo de elaboração e execução dos projetos. Neste âmbito, “a gestão de

projetos constitui a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas

às atividades dos projetos a fim de atender aos seus requisitos” (PMBOK®, 2008, p.

12), sendo por isso, fundamental para uma boa gestão e, consequentemente, para o

crescimento da empresa.

Nesse sentido, Kerzner (2006, p. 15) afirma que “o desafio para quem não quer ser

apenas mais uma empresa no mercado está em gerenciar atividades nunca

realizadas no passado e que podem jamais vir a se repetir no futuro.” O autor

ressalta, ainda, que essas organizações buscam a diferenciação de seus produtos e

serviços para a obtenção de vantagens competitivas no mercado cada vez mais

acirrado.

Para implantação da gestão de portfólio é necessário que a empresa defina um

processo estratégico de negócios com a decisão de qual deve ser o conjunto de

projetos de produtos que deve vigorar. Deve haver coesão entre as estratégias e o

portfólio, sendo assim:

O gerenciamento do portfólio de projetos ajuda a determinar a exata combinação de projetos e o correto nível de investimento para cada projeto. O resultado disso é um maior equilíbrio entre projetos em andamento e novas iniciativas estratégicas (KERZNER, 2006, p. 244).

O mercado atual exige das empresas características como maior flexibilidade

modularidade, capacidade de adaptação e uma estrutura voltada para projetos.

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Percebe-se que muitas dessas corporações apresentam uma grande quantidade de

projetos que na maioria das vezes, são mal geridos devido a falhas de planejamento

e má priorização, dentre diversos outros problemas (KERZNER, 2006). Fica claro,

ainda, que administrá-los isoladamente torna-se inviável e por tal motivo encontra-se

em evidência à prática de gerenciamento de portfólios de projetos.

1.1 Problema de pesquisa

Este trabalho tem a proposta de demonstrar como a implantação do gerenciamento

de portfólio pode contribuir para a redução de falhas no planejamento de projetos e

para melhoria da execução das atividades de gestão de projetos?

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Estudar a implantação da metodologia de gestão de portfólio, a fim de possibilitar

uma gestão integrada dos investimentos e recursos (financeiros, humanos,

tecnológicos) disponibilizados nos projetos.

1.2.2 Objetivos Específicos

Identificar o negócio da empresa FRP Engenharia, para análise dos benefícios

qualitativos e quantitativos com relação à implantação de Gestão de Portfólio;

descrever as ferramentas e etapas da implantação do Gerenciamento de

Portfólio na empresa;

apresentar os resultados obtidos após a implementação das rotinas do

Gerenciamento de Portfólio.

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1.3 Justificativa

Uma das grandes dificuldades enfrentadas pelas empresas é a falta de uma visão

mais clara a respeito de quais são as estratégias para definir os projetos a serem

executados na organização. Esse problema ocorre devido às constantes mudanças

das prioridades e por nem sempre existir um acompanhamento efetivo dos projetos

a serem realizados, o que resulta na falta de clareza sobre o retorno que os projetos

desenvolvidos trazem para a organização.

O objetivo da Gestão de Portfólio é agregar valor aos produtos por meio de uma

avaliação detalhada de todas as propostas. A avaliação não seria possível sem essa

importante ferramenta de gestão que se baseia em informações estratégicas e

prioridades, visando reduzir o desperdício e a alocação ineficiente de recursos,

oferecendo benefícios para a tomada de decisão. Do contrário, as escolhas das

opções e diretrizes aconteceriam de acordo com as necessidades do momento, o

que não geraria uma base sólida para permanência e o sucesso da empresa no

mercado. O resultado da implantação de um correto gerenciamento de portfólios

propiciará uma gestão mais eficiente e equilibrada, que proporcionará a

administração e o alinhamento de seus projetos às direções estratégicas já

estabelecidas. Deste modo, o portfólio de projetos irá concretizar a estratégia da

empresa, o que resulta na definição correta de prioridades, e estabelece níveis

corretos de investimentos (KERZNER, 2006).

A implantação dos processos de Gerenciamento de Portfólio é de suma importância

para se realizar a ligação entre estratégia e operação organizacional. Por tal motivo

tem ganhando importância como meio de ajuda para as empresas realizarem o

trabalho de uma maneira mais organizada. Isso ocorre porque esse processo

determina os investimentos que a organização realizará e permite uma seleção dos

projetos, embasada na avaliação de critérios mais explícitos, o que permite decisões

mais transparentes e a rastreabilidade dos benefícios almejados em cada projeto.

Com isso, essas soluções possibilitam, ainda, que os gestores tenham uma visão

holística de todos os processos da empresa.

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1.4 Estrutura do trabalho

Este estudo de caso está organizado em cinco capítulos a partir dos quais é possível

encontrar um desenvolvimento da implantação de gestão de portfólio, assim como

os benefícios das aplicações desta metodologia em um processo real de

desenvolvimento.

O primeiro capítulo destaca, por meio do problema de pesquisa, a necessidade da

implantação da gestão de portfólio em organizações que executem projetos.

Demonstram-se, ainda, os objetivos que serão desenvolvidos no trabalho bem como

aspectos que justifiquem a necessidade organizacional da implantação dessa

metodologia.

Em seguida, no capítulo 2, é apresentado todo referencial teórico que sustenta o

estudo de caso explanado no capítulo 4, com intuito de acentuar os principais

autores que estudaram este tema e que garantem as informações aqui descritas.

Já no capítulo 3, é apresentada a metodologia de pesquisa que orientou este

estudo, bem como o roteiro seguido, no qual se procurou mostrar uma linha de

desenvolvimento, cujo destaque foi a importância do planejamento em cada etapa

do desenvolvimento.

No quarto capítulo, é apresentado o estudo da implantação da metodologia de

Gestão de Portfólio e seus resultados, sendo utilizado um caso real de sua

implantação. Esta demonstra os passos seguidos, desde a definição estratégica do

projeto até a capacidade de melhoria da administração de riscos ligados aos

projetos. É demonstrado também como é latente e primordial a definição de quais

serão os processos estratégicos de negócios e o conjunto de projetos dos produtos

que tenham a possibilidade de vigorar.

Em seguida, são apresentadas as considerações finais deste estudo, bem como os

resultados relativos à implantação da metodologia de gestão de portfólio.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Gerenciamento de Projetos

Nas empresas, os projetos, quando implementados com sucesso, criam soluções

que maximizam as oportunidades ou minimizam os impactos das falhas, ou ainda,

identificam as oportunidades e ameaças. A partir de um Planejamento Estratégico é

possível prever recursos necessários para alcançar o objetivo dos projetos e

preparar para futuras eventualidades.

Previamente à apresentação da metodologia e interfaces da Gestão dos Projetos é

necessário depreender o que é considerado projeto e a necessidade de um

Gerenciamento metódico. Segundo Verzuh (2000), todos os projetos obtêm duas

características: Início e um fim, resultando em um produto singular. Essa descrição

subentende que, para ser um projeto, precisa ter um prazo limitado e resultado final

diferente das atividades rotineiras da empresa.

Outra definição do projeto é apontada pelo Project Management Institute (PMI –

Instituto de Administração de Projetos) como “um esforço temporário empreendido

para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo” (PMBOK®, 2008, p.11).

O Gerenciamento de projetos refere-se à organização, planejamento, direção e

controle de recursos organizacionais num dado empreendimento, levando-se em

conta tempo, custo e desempenho estimados. O PMBOK® (2008) ressalta que o

gerenciamento de projetos envolve aplicação de conhecimento, habilidades,

ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos.

Aplicar-se o conhecimento, habilidades, técnicas e ferramentas em atividades do projeto são algumas das práticas de uma gerência de projeto, a fim de satisfazer ou exceder às necessidades e expectativa dos stakeholders. (QUARTAROLI E LINHARES, 2004, p. 40).

Uma das vantagens do Gerenciamento de Projetos é ser flexível e adaptável a

qualquer empreendimento trazendo resultados positivos. Planejar projetos também

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evita surpresas desagradáveis durante a execução de suas fases, permitindo assim

que as ações preventivas e corretivas sejam consolidadas antes que essas

situações virem problemas reais (VARGAS, 2009).

Segundo o PMBOK® (2008), as principais características dos projetos são:

temporariedade e individualidade. Elas se referem, respectivamente, ao fato de que

todo projeto deve ter duração finita e deve se tratar de um produto ou serviço que

ainda não foi desenvolvido.

As fases do ciclo de vida são determinadas pela entrega, ou finalização, de um

produto/trabalho. Essa entrega deve ser tangível para que se identifique o término

de uma fase e o início de outra. Conforme detalhado na FIG.01 o ciclo de vida do

projeto subdivide em cinco fases:

FIGURA 1: O ciclo de vida do projeto subdividido em fases característicasFonte: VARGAS, 2006, p.13.

O ciclo de vida do projeto define as técnicas de trabalho que serão utilizadas em

cada fase, sendo estas:

Iniciação: É a fase onde inicia o projeto.

Planejamento: É a fase responsável por detalhar tudo que será realizado pelo

projeto.

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Execução: É a fase que materializa tudo aquilo que foi planejado

anteriormente.

Monitoramento e controle: É a fase que acontece paralelamente as de

Planejamento e Execução.

Encerramento: É a fase que formaliza a aceitação do projeto ou fase e

encerra-se de uma forma organizada, o projeto solicitado.

Cada um desses processos de conhecimento tem um detalhamento específico e

uma compreensão própria, porém está integrado, a todo o momento, com os

demais, formando um todo único e organizado. O PMBOK® (2008) define nove áreas

de conhecimento para o gerenciamento de projetos, as quais abordam,

respectivamente, o gerenciamento dos seguintes aspectos do projeto:

Integração

Escopo

Tempo

Custos

Qualidade

Recursos humanos

Riscos

Comunicações

Aquisições

Apresenta-se a seguir um breve esclarecimento sobre cada área, conforme

Quartaroli e Linhares (2004).

i - Gerenciamento de Integração: envolve processos necessários para garantir que

os diversos elementos envolvidos no projeto sejam precisamente coordenados. Este

processo é composto por três áreas: Desenvolvimento do Plano do projeto, a sua

execução e controle geral das mudanças.

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ii - Gerenciamento de Escopo: inclui processos necessários para certificar que o

projeto contemple todo o trabalho exigido, para que o projeto possa ser um sucesso.

A gerência de Escopo é composta por cinco processos:

Iniciação: é um processo que autoriza um novo projeto, ou prosseguir para

uma fase subsequente de um projeto em andamento na organização. Para

que ocorra esta autorização formal de iniciação do projeto, é criado o Termo

de Abertura do Projeto.

Planejamento: tem como objetivo elaborar uma documentação do escopo do

projeto com base para decisões futuras do projeto.

Detalhamento: determinar melhorias nas estimativas de custos, tempo e

recursos e também nas atribuições de funções.

Verificação: é feita no final de cada fase visando à aprovação do escopo do

projeto.

Controle de mudanças do escopo: Influência dos fatores que causam

mudança no escopo e controlam essas mudanças para que elas sejam

favoráveis.

iii - Gerenciamento de tempo: Administra os processos para assegurar que o projeto

encerre dentro do prazo previsto. Em sua extensão compõem-se de cinco

processos:

Definição das Atividades: Este processo é responsável por identificar

atividades que devem ser executadas para produzir os diversos subprodutos

identificados na Estrutura Analítica do Projeto (EAP).

Sequenciamento das Atividades: Envolve identificar e documentar

recomendações lógicas entre as atividades para que suporte o

desenvolvimento de um cronograma real.

Estimativa da Duração das Atividades: Coleta informações sobre o escopo e

os recursos no projeto e, posteriormente, desenvolve um prazo que será

considerado no cronograma.

Desenvolvimento do Cronograma: Determina as datas de início e fim de cada

atividade. Caso não sejam reais, o projeto não terminará como planejado.

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Controle do Cronograma: Controlar mudanças no cronograma para garantir

que as mudanças sejam aprovadas.

iv - Gerenciamento de Custos: Inclui os processos necessários para garantir que o

projeto será concluído dentro do orçamento aprovado. Este engloba quatro áreas.

Planejamento de recursos: Envolvem quais, quantos recursos físicos

(Pessoas, equipamentos e materiais), e quando serão necessárias para

realização das atividades do projeto.

Estimativa dos custos: Visa avaliar os custos dos recursos necessários para

implementação das atividades.

Orçamento dos custos: Efetuar orçamentos dos custos alocando as

estimativas dos custos globais das atividades individuais ou de pacotes de

trabalho.

Controle dos custos: Acompanhar o desempenho do custo para identificar e

entender as variações do plano do projeto.

v - Gerenciamento da Qualidade: Ressalta que o processo da qualidade deve ser

direcionado tanto para gerenciamento do projeto quanto para seu produto, no intuito

de evitar falhas. É Composta por três processos: Planejamento da qualidade,

Garantia da qualidade e Controle da qualidade.

vi - Gerenciamento de Recursos Humanos: Inclui os processos requeridos para

possibilitar o uso mais efetivo das pessoas envolvidas com o projeto. Envolve três

processos: Planejamento Organizacional, Recrutamento Pessoal e Desenvolvimento

do Time.

vii - Gerenciamento de Riscos: É uma área que pode ocorrer sob a forma de

ameaças ou de oportunidades, que influenciam o objetivo do projeto negativamente

ou positivamente. Dividi-se em cinco processos: Planejamento de Riscos,

Identificação dos Riscos, Análise Qualitativa dos Riscos, Análise Quantitativa dos

Riscos e Planejamento de Respostas aos Riscos.

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viii - Gerenciamento de Comunicações: Inclui os processos solicitados para garantir

a geração, a coleta, a distribuição, o armazenamento e o controle básico das

informações do projeto. Existem quatro processos usados para fazer essa área bem

sucedida: Planejamento das Comunicações, Distribuição de Informações, Relatórios

de Desempenho e Encerramento Administrativo.

ix - Gerenciamento de Aquisições: Consiste no processo de cuidar das compras e

aquisições de produtos, serviços ou resultados necessários para a realização do

trabalho. Envolve Seis processos: Planejamento de Suprimentos, Planejamento de

processo de Aquisiçao, Processo de Aquisição, Seleção de Fornecedores,

Administração de contratos e Encerramento de Contratos.

A FIG. 2 sintetiza as nove áreas apresentadas.

FIGURA 2: Processo integrado de gerenciamento de projetosFonte: VARGAS, 2006, p. 21.

As nove áreas do Gerenciamento de Projetos são interligadas. O Gerenciamento da

Integração, propositalmente apresentado no centro da FIG. 2, é a área que busca

este inter-relacionamento.

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2.1.1 Escritório de Projetos

As empresas têm reconhecido os efeitos positivos que a gestão de projetos exerce

sobre a lucratividade, gerando resultados relevantes e otimizando seus processos e

recursos (KERZNER, 2006). Nessa perspectiva, Barcaui e Quelhas (2004) afirmam

que o escritório de projetos (PMO – Project Management Office) tem como principal

foco apoiar a corporação e as equipes de gerenciamento, centralizando e

controlando as informações relativas ao portfólio de projetos para sustentar o

planejamento estratégico estabelecido.

Vargas (2009) destaca que o crescente interesse pela adoção dessas estruturas de

gerenciamento é decorrente de várias razões como, por exemplo, a inexistência de

padrão para se medir desempenho de produtividade, o aumento na complexidade e

dinâmica dos projetos e a falta de documentação das lições aprendidas para

composição de diferenciais competitivos. Ainda na concepção desse autor, a

implantação de um escritório de gerenciamento de projetos em uma organização

tem como principal objetivo aumentar o nível de maturidade organizacional,

planejando, conduzindo, controlando e finalizando as atividades dos projetos.

Nesse contexto, alguns benefícios do amadurecimento organizacional, são

ressaltados por Valeriano (2005, p. 101) como “maior alinhamento dos projetos com

as estratégias e objetivos da organização”. Esse tipo de benefício pode otimizar a

execução de qualquer trabalho a ser executado, pois uma gestão de projetos

integrada e reconhecida como profissão pela corporação maximiza o desempenho

de todas as atividades (KERZNER, 2006).

Além da importância da integração, Barcaui e Quelhas (2004) destacam que a

implementação do escritório de projetos deve ser conduzida como um projeto dentro

da organização, devendo ocorrer de forma progressiva e ser atualizada conforme o

crescimento do nível de maturidade da empresa. Com o crescimento e a difusão da

gestão de projetos, o surgimento destas estruturas organizacionais passou a ganhar

força e aplicabilidade, garantindo o cumprimento de metas e objetivos determinados.

Dentro dessa perspectiva, Kerzner (2006, p. 267) afirma que “as organizações

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começaram a identificar todas as atividades críticas relacionadas com gestão de

projetos e as colocaram sob a supervisão do escritório de projetos”.

Nesse âmbito, Vargas (2009) afirma que para um projeto ser considerado bem

sucedido, ele deve perseguir um eficiente planejamento de prazo, custo e qualidade

alinhados a um bom gerenciamento dos processos de trabalho. O mesmo autor

ainda destaca que parâmetros como a utilização eficiente dos recursos, a obtenção

de qualidade e desempenho almejados, o mínimo possível de alteração de escopo e

excelente aceitação pelo cliente ou contratante são essenciais para excelência de

qualquer projeto.

Com o objetivo de controlar o desempenho de todos os projetos geridos dentro da

unidade, o escritório de projetos trabalha em conjunto com um gestor de projetos,

que tem como principal função realizar todo o planejamento, controle, liderança e

realização da gestão do desenvolvimento dos resultados entregáveis de cada

projeto (VERZUH, 2000). Nesse sentido, Vargas (2009) evidencia que o gerente de

projetos deve se dedicar em tempo integral ao projeto e com total autonomia,

inclusive perante a equipe integrada aos projetos da organização. Além disso, outras

características apontadas como indispensáveis a esse profissional são:

habilidade para diagnosticar problemas e garantir ações corretivas para

solucioná-los;

gerenciar a distribuição do trabalho no tempo;

alocar recursos adequadamente;

conhecer os elementos acessórios ao projeto (serviços e fornecedores); e

delegar responsabilidades aos níveis amoldados, dentre outros.

Vargas (2009) afirma que o escritório de projetos pode estar estruturado dentro da

organização dedicado a um único projeto, que permite o foco para alcance de um

objetivo singular, ou pode estar dedicado a vários projetos, que necessitam de maior

equilíbrio, uma vez que possuem finalidades e objetivos distintos. Nesse âmbito os

escritórios de projetos podem ser agrupados de acordo com características comuns

e esse autor define três modelos de escritórios de acordo com seus desígnios e com

a forma de atuação almejada pela organização, sendo eles:

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23

Escritório de Projetos Autônomo: Sua função é gerenciar um programa

específico ou um único projeto, sendo utilizado em uma área separada da

corporação.

Escritório de Suporte a Projetos: Promove as interfaces organizacionais,

apoia projetos simultâneos e realiza planejamento, controle de custo, prazo,

escopo e qualidade.

Escritório de Projetos Corporativo: Atua diretamente no gerenciamento

estratégico de todos os projetos. Suas atribuições são o planejamento

estratégico dos projetos e o gerenciamento dos projetos da empresa como

um todo e entre os departamentos.

Kerzner (2006) também agrupa os escritórios de projetos de acordo com suas

finalidades, mas considera os tipos descritos a seguir:

Escritório de Projeto Funcional: Objetiva gerenciar um conjunto crítico de

recursos dentro de uma área ou departamento de uma organização.

Escritório de Projetos de Grupo de Clientes: Tem o desígnio de gerenciar e

realizar uma melhor comunicação com o cliente. Reúne projetos comuns para

facilitar melhores relações.

Escritório de Projetos Corporativos: Tem como principal foco o atendimento à

organização, desenvolvendo as questões estratégicas e corporativas.

Apesar de apresentarem algumas diferenças quanto às definições de alguns tipos

de escritórios de projetos, todos eles podem ser aplicados, desde que seja

observado o contexto dos projetos a serem gerenciados.

Dentro do contexto geral dos escritórios de projetos, conclui-se que para

sobrevivência das organizações em um mercado extremamente competitivo, não

basta habilidades, recursos e tecnologias para o gerenciamento projetos. É

necessário também o desenvolvimento de competências essenciais como o valor

percebido pelo cliente, a diferenciação de mercado e a capacidade de expansão

(VALERIANO, 2005). Kerzner (2006) ainda ressalta que o potencial de benefícios

trazidos por uma metodologia de projetos bem aplicada juntamente com a

implantação de um departamento de projetos, é bem maior do que inicialmente

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24

previsto como possível. Dessa forma, a implantação dos escritórios de projetos

dentro das organizações corporativas pode ser vista como um recurso vantajoso

para a melhoria da produtividade das mesmas.

2.2 Gerenciamento de Portfólios

2.2.1 Conceitos e funções do Gerenciamento de Portfólios

De acordo com o PMBOK® (2008), portfólio de projetos refere-se a um conjunto de

projetos ou programas e outros trabalhos, agrupados para facilitar o gerenciamento

eficaz desse trabalho a fim de atingir os objetivos estratégicos de negócios. Os

projetos ou programas do portfólio podem não ser necessariamente

interdependentes ou diretamente relacionados.

Kerzner (2006) define a gestão de portfólio como um processo de tomada de

decisões que busca o melhor para a organização como um todo, ressaltando que

essas decisões não são tomadas aleatoriamente. A decisão geralmente está

relacionada com outros projetos e diversos fatores, tais como reservas financeiras

disponíveis e a alocação de recursos.

O PMBOK® (2008) declara que o gerenciamento de portfólios se refere à gestão

centralizada de um ou mais portfólios, que inclui identificação, priorização,

autorização, controle de projetos, programas e outros trabalhos relacionados, para

atingir objetivos estratégicos específicos de negócios. O gerenciamento de portfólio

se concentra em garantir que os projetos e programas sejam analisados a fim de

priorizar a alocação de recursos para que seja consistente e estejam alinhadas as

estratégias organizacionais.

A gestão de portfólio é um processo dinâmico de decisão, pelo qual uma lista de

projetos de novos produtos ativos do negócio é constantemente atualizada e

revisada. Nesse processo, novos projetos são avaliados, selecionados e priorizados,

os projetos existentes podem ser acelerados, abortados ou ter suas prioridades

alteradas, os recursos podem ser alocados e realocados nos projetos ativos. Este

processo implica o comprometimento da alta administração, processo formal de

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25

desenvolvimento e definição clara de resultados esperados dos produtos para

avaliação.

O PMBOK® (2008) ressalta que a função da gestão de portfólio é maximizar o valor

dos benefícios capturados por meio da minimização dos riscos envolvidos na

execução das iniciativas. Com isso permitirá um planejamento mais eficiente dos

recursos empregados e assim reduzir o número de iniciativas redundantes

proporcionando uma seleção de alta atratividade.

2.2.2 Estratégias de gerenciamento de Portfólio

Os projetos são normalmente utilizados pelas organizações como um meio para

atingir os seus objetivos estratégicos (PMBOK®, 2008). Para saber qual conjunto de

projetos pode trazer maior valor agregado à organização e facilitar a realização de

tais objetivos, faz-se necessário que as estratégias estejam bem claras e

declaradas. Atualmente existem diversas ferramentas que auxiliam no

desenvolvimento da estratégia organizacional. Uma delas é a Análise das Forças,

Fraquezas, Oportunidades e Ameaças, também conhecida como Análise SWOT –

Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats (TARAPANOFF, 2001). Essa

ferramenta auxilia na definição dos objetivos que a organização deverá atingir para

maximizar forças, minimizar fraquezas, aproveitar oportunidades e tratar as

ameaças.

De uma forma mais ampla, pode-se dizer que a gestão de um portfólio envolve as

atividades de identificação, priorização, autorização, monitoração e controle de

projetos, programas e outros trabalhos, visando assegurar que os investimentos

alcancem os objetivos estratégicos definidos pela organização. Por outro lado, a

gestão de projetos envolve a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas e

técnicas ligadas às atividades do projeto, possibilitando o alcance de contribuições

individuais aos objetivos estratégicos (KERZNER, 2006).

O correto gerenciamento de portfólio requer, obrigatoriamente, que sejam adotadas

estratégias específicas para tal, pois, devido a falhas, principalmente na seleção dos

projetos, ocorrem grandes impactos nos custos da empresa bem como em inúmeros

projetos ineficientes. Diante desta afirmação, percebe-se que gerir corretamente o

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26

portfólio de projetos, torna-se vital para a saúde da empresa, além de possibilitar o

desenvolvimento de produtos melhores, de forma mais eficaz e eficiente, ou seja, de

modo mais competitivo (MIGUEL, 2008).

Para se obter um gerenciamento bem sucedido, a alta administração da empresa

deve estar compromissada e bem engajada com este procedimento. Nesse sentido,

“cabe à alta administração, basicamente, definir e comunicar claramente as metas e

objetivos do portfólio de projetos, bem como os critérios e condições considerados

para a seleção dos projetos que constarão no portfólio” (KERZNER, 2006, p. 245),

além é claro de definir, a estratégia de negócios adotada pela empresa.

Ao se adotar um modelo para o gerenciamento de portfólio, as organizações devem

considerar os mais diversos aspectos, desde as características do seu próprio

negocio até mesmo os contextos ambientais e culturais de cada organização

(NEGREIROS e ROCHA, 2009).

2.2.2.1 Seleção de projetos

No processo de gerenciamento de portfólios, demonstrado na FIG. 3, novos projetos

são selecionados e avaliados. Após esta análise, aqueles que se mostrarem

estrategicamente vitais para serem executados, seja pela vertente tecnológica ou

mercadológica, além é claro de apresentarem uma viabilidade econômica, serão

priorizados (MIGUEL, 2008).

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27

FIGURA 3: Processos de seleção de projetosFonte: COOPER et al., 1993 apud MIGUEL, 2008.

A FIG. 3 representa o processo de análise de seleção dos projetos. Como podem

ser verificados os projetos passam por filtros ou “gates” onde é analisado se o

mesmo se encaixa na estratégia de negócio da empresa. Em caso afirmativo, é

verificado se o projeto entra na lista de prioritários e assim os recursos são alocados

para desenvolvimento do mesmo. Caso seja verificado que o projeto não se

enquadre em alguma das etapas, o mesmo é encerrado e não entra no portfólio da

empresa.

Archer e Gahsemzadeh (1999, p. 208) afirmam que:

Um dos maiores desafios de um modelo de gestão de portfólios, considerando que haja uma definição de metas estratégicas consensadas para a organização, talvez seja a seleção dos projetos componentes deste portfólio.

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28

Além disso, a “definição de uma metodologia para a seleção de projetos é um

processo estratégico que deve ser feito antecipadamente a outros processos

relacionados à seleção de projetos no portfólio” (ARCHER E GAHSEMZADEH,

1999, p. 208), a fim de proporcionar o alinhamento estratégico dos projetos.

Entretanto, diversos outros processos de tomada de decisão devem ser

considerados, como a inclusão de revisões periódicas do portfólio de todos os

projetos, ou seja, a comparação dos projetos em si para verificar se continuam

alinhados estrategicamente com os objetivos da empresa, decidindo-se pela

continuação ou não de tais projetos. O processo é complementado pela decisão de

alocação dos recursos disponíveis nos projetos priorizados (MIGUEL, 2008).

2.2.2.2 Processos de gerenciamento do portfólio

O processo de gerenciamento inicia-se com a seleção dos projetos que irão compor

o portfólio. A literatura existente apresenta vários processos para a seleção dos

projetos, sendo que se destacam o funil de desenvolvimento apresentado por Clark

e Wheelwright (1993), conforme FIG. 04, e o stage-gate (Cooper, (1993) apud

Miguel (2008)).

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29

FIGURA 4: Funil de Clark e Wheelwright - Processos de seleção de projetosFonte: Adaptado de WHEELWRIGHT; CLARK, 1992.

No modelo ideal do funil de desenvolvimento, como pode ser visto na FIG. 04, a fase

um (mais ampla) inicia-se de forma expandida para estimular uma maior e melhor

geração de ideias. Aquelas que se enquadrarem nos perfis estratégicos pré-

definidos são detalhadas e analisadas, sendo tomada a decisão de continuidade ou

não do projeto (fase dois). Na segunda seleção “os projetos aprovados são providos

de pessoal e movidos a uma rápida introdução através de esforço focado (fase três)”

(KLEMENT e MORALES, 2009, p. 14).

O stage-gate proposto por Cooper (1993 apud Miguel (2008)) é um processo mais

amplo que traz uma abordagem onde o desenvolvimento do projeto é dividido em

estágios discretos e identificados, que melhorarão a qualidade das informações

geradas no projeto. Isso auxiliará os gestores nas tomadas de decisões,

especificando melhor os critérios de escolha e seleção de um projeto, possibilitando

assim, um gerenciamento do portfólio de forma mais eficaz. Como pode ser

verificado na FIG. 05, “cada um dos estágios é desenvolvido para obter as

informações para que o projeto possa progredir para o estágio seguinte, antes

passando por um ponto de decisão denominado de gate, que precede cada estágio”

(MIGUEL, 2008, p. 394).

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30

FIGURA 5: Processo do stage-gateFonte: MIGUEL, 2008, p. 400.

De acordo com a FIG. 05, os gates servem como pontos de verificação e decisão

até a homologação (aprovação) do projeto, pois neles são realizadas análises de

continuidade ou aborto do projeto, sendo que para tal devem-se seguir critérios e

atividades pré-definidas (MIGUEL, 2008).

2.2.2.3 A abordagem de gerenciamento de portfólio do PMI

Na literatura são encontrados diversos modelos de gerenciamento, sendo o Padrão

de Gerenciamento de Portfólio do PMI o mais utilizado. Este Guia traz uma

abordagem mais sistemática e completa, estabelecendo os processos por uma

sequencia lógica de realização, além de apresentarem agrupamento por

similaridades e áreas de conhecimento (PADRÃO DE GERENCIAMENTO DE

PORTFÓLIOS, 2008). Na abordagem por similaridades os processos de

gerenciamento são divididos em dois grupos, sendo definidos como de alinhamento

e de monitoramento e controle, conforme detalhado na FIG. 06.

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FIGURA 6: Alinhamento e Monitoramento e Controle - Processos de análise de portfólioFonte: PADRÃO DE GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIOS (2008)

Como demonstrado na FIG. 06, e confirmado por Negreiros e Rocha (2009, p. 13)

“os processos de alinhamento são responsáveis por determinar como os

componentes serão identificados, categorizados, avaliados, selecionados e incluídos

no portfólio”. Para tal, devem ser disponibilizadas as informações dos projetos que

irão compor o portfólio, como recursos a serem alocados, custos, tempo de

execução dentre outros, isso considerando as metas estratégicas pré-determinadas

para o portfólio. Cabe ressaltar que na fase de seleção dos projetos, os processos

do funil de Clark e Wheelwright e o stage-gate de Cooper, são amplamente

utilizados, sendo que este último pode ser usado, também, nas demais fases do

projeto.

O grupo de processos de monitoramento e controle é responsável pela revisão e

verificação dos indicadores do portfólio, analisando se os componentes estão

alinhados com as estratégias estabelecidas e trazendo benefícios à instituição. As

atividades deste grupo avaliam se o portfólio está com um desempenho geral

suficiente para atingir as metas organizacionais (PADRÃO DE GERENCIMENTO DE

PORTFÓLIO, 2008).

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32

O Padrão de Gerenciamento de Portfólios (2008) traz ainda outra divisão, onde os

processos descritos na FIG. 06 são apresentados por áreas de conhecimentos,

sendo estas a área de governança de portfólio e a de gerenciamento de riscos,

conforme FIG. 07.

Área de Conhecimento

Processos de Alinhamento

DescriçãoProcessos de

Monitoramento e Controle

Descrição

Governança do Portfólio

4.1Identificar os componentes

Criar uma lista de componentes para o

portfólio.

4.9Revisar e informar o

desempenho do Portfólio.

Comparar indicadores de desempenho e os critérios

utilizados e manter os stakeholders informados.

4.2Categorizar

componentes

Organizar os componentes da lista em grupos

relevantes para o negócio.

4.10Monitorar mudanças

estratégicas

Analisar mudanças na estratégia e garantir o

alinhamento do Portfólio.

4.3Avaliar

componentes

Coletar informações dos componentes visando a

preparação para o processo de seleção.

4.7Comunicar ajustes

no Portfólio

Prover aos stakeholders o entendimento das

mudanças no portfólio em função da estratégia.

4.4Selecionar

componentes

Definir os componentes do portfólio baseado em

critérios de seleção.

4.5Priorizar

componentes

Classificar os componentes para sua

realização de acordo com critérios.

4.6Balancear Portfólio

Criar um mix de componentes que

maximize e alcance os objetivos estratégicos.

4.8Autorizar

componentes

Alocar recursos e comunicar decisões de

balanceamento.

Gerenciamento dos Riscos do Portfólio 5.1

Identificar Riscos do Portfólio

Determinar e documentar os riscos que possam

afetar o portfólio.

5.4Monitorar e

controlar Riscos do Portfólio

Rastrear riscos identificados ou residuais, identificar novos e avaliar

a eficácia dos planos estabelecidos.

5.2Analisar Riscos do

Portfólio

Avaliar e priorizar os riscos identificados.

5.3Desenvolver

Respostas aos Riscos do Portfólio

Desenvolver ações para potencializar riscos

positivos e minimizar o impacto dos negativos.

FIGURA 7: Governança de portfólio e gerenciamento de riscos - Processo de análise de portfólioFonte: PADRÃO DE GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIOS (2008)

Como pode ser verificado na FIG. 07, na área de governança de portfólio estão os

processos necessários para seleção, monitoramento e comunicação relacionados

aos investimentos realizados, além de assegurar que os mesmos continuem

alinhados aos objetivos estratégicos da empresa (PADRÃO DE GERENCIAMENTO

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33

DE PORTFÓLIOS, 2008). Nesta área ainda estão os processos para seleção e

avaliação dos projetos.

Negreiros e Rocha (2009, p. 14) afirmam que “a área de conhecimento de riscos diz

respeito a análise de condições ou eventos que, uma vez ocorridos, possam causar

efeitos positivos ou negativos a pelo menos um objetivo estratégico do portfólio”. O

objetivo da gestão de riscos é maximizar a probabilidade de eventos positivos e

minimizar fatores que possam influenciar negativamente o portfólio (PADRÃO DE

GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIOS, 2008).

Nessas duas abordagens os processos de gerenciamento de portfólio são descritos

de forma clara e simplificada, por meio de atividades, praticamente subsequentes.

Alinhando as duas figuras (FIG. 06 e FIG. 07) percebe-se que a área de governança

é composta por atividades relacionadas aos processos de alinhamento e

monitoramento e controle, voltadas para a identificação, seleção e manutenção do

projeto junto a estratégia organizacional. Já a área de gerenciamento de riscos,

composta por algumas atividades de alinhamento, tem por finalidade potencializar

riscos positivos e minimizar os negativos.

2.2.3 A necessidade da implantação do gerenciamento

A busca de melhoria da produtividade nas empresas e organizações tem gerado

uma procura por soluções em gestão de portfólio de projetos. Essa busca

proporcionará aos gestores uma visão holística dos processos e otimização dos

produtos gerados pelos projetos.

A gestão de portfólio proporciona benefícios constantes para as decisões a serem

tomadas na empresa porque se baseia em informações estratégicas. Outro fator

importante que demonstra os benefícios da adoção dessa prática de gestão é a

capacidade de melhoria da administração de riscos ligados aos projetos. Esse

processo gera uma forma de escolha, priorização, autorização e gerenciamento de

todo o trabalho da organização, e seus objetivos. Esses objetivos que englobam a

qualidade de seus serviços se resumem ao nível em que essa empresa deseja

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34

alcançar na escala de mercado. A empresa que visa alcançar um posicionamento de

destaque dentre as demais, disponibiliza uma grande parte do seu tempo e

orçamento desenvolvendo o planejamento estratégico.

Pelo fato de os recursos financeiros e tempo não poderem ser desperdiçados é

importante definir, por meio da gestão de portfólio, quais projetos oferecem

resultados para a empresa. De acordo com Cooper et al. (1998, apud Cheng, 2000),

a gestão do portfólio é um processo dinâmico de decisão, pelo qual os projetos são

atualizados e revisados constantemente. Depois verificam-se quais são os projetos

vitais para serem executados.

Dentro desse contexto, Cheng (2000) explica que a possibilidade estratégica

engloba o alinhamento das metas e objetivos da empresa e considera as

particularidades do seu negócio, com o conjunto de projetos que estão sendo

desenvolvidos. Além disso, a possibilidade estratégica é uma tentativa constante de

adequar as necessidades do mercado às competências tecnológicas e

organizacionais, permitindo continuidade no negócio da empresa.

Cooper (1993, apud Cheng, 2000) é enfático ao demonstrar a necessidade das

empresas em melhorarem seu processo de desenvolvimento através do

gerenciamento da sua carteira de projetos, da melhoria da sua estrutura de trabalho

e utilização de técnicas que facilitem o desenvolvimento de um novo serviço ou

produto. Isso possibilita que as empresas desempenhem seus serviços de maneira

mais satisfatória e mais eficiente, tornando-se competitivas no mercado.

Na busca de eficiência no gerenciamento de projetos será necessário determinar o

alinhamento estratégico da empresa. Este pode ser alcançado por meio de uma

adequada gestão de portfólio de projetos, implementação de estrutura na forma de

escritórios e também da construção de competências de gestão em âmbito

organizacional (PMBOK®, 2008). Destaca-se ainda que o gerenciamento de portfólio

de projetos gera condições para que as empresas sustentem suas vantagens

competitivas, garantindo oportunidades de maior crescimento no mercado

(GARFEIN, 2004).

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35

2.2.4 Benefícios do Portfólio

As empresas e organizações que efetuam projetos baseiam-se em uma

necessidade organizacional. Este processo é oriundo do Planejamento Estratégico

onde são definidas as metas organizacionais para os próximos períodos. A partir

desse desenvolvimento, é possível gerar uma visão de meta organizacional que

possibilitará mais produtividade e ganhos.

Outros benefícios do gerenciamento de portfólio, conforme Pereira (2006), são:

a melhoria significativa na alocação de recursos;

mudança de foco dos custos para investimentos que são firmados em

decisões baseadas no valor arrecadado pelos projetos;

alocação de recursos de projetos prioritários;

melhor equilíbrio dos investimentos e o aumento de participação de mercado.

Consoante Kerzner (2006) o principal objetivo do gerenciamento de Portfólio é iniciar

e manter os projetos que sejam necessários e sustentáveis, de maneira a atender

aos objetivos estratégicos da organização. Para Archer (1999, apud Pereira, 2002),

a definição e gestão de um portfólio de projetos almejam transferir o processo de

gerenciamento bem como de desenvolvimento de um estado crítico para um

gerenciável por meio de estratégias que estabeleçam a execução de menos projetos

em áreas prioritárias. De acordo com Otto e Holmes (2000), a gestão do portfólio

tem por objetivo a integração de forma planejada das oportunidades de mercado e

as capacidades técnicas da organização. Esta abordagem gera uma potencialização

das competências essenciais existentes de forma que seja fortalecido o

posicionamento competitivo da organização.

Já Patterson (1999) defende que o reconhecimento, implantação e gerenciamento

de um portfólio de projetos visam converter o plano estratégico da empresa em

projetos de inovação e de desenvolvimento de capacidade técnica. Além disso, se o

plano estratégico de gerenciamento de portfólio de projetos for aplicado em toda a

empresa, os setores precisarão operar de maneira mais coesa já que os interesses

e objetivos são comuns.

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Cooper et al. (1998, apud Cheng, 2000) afirma que se a organização utilizar a

gestão de portfólio para alocar recursos de forma apropriada, alcançará os objetivos

corporativos de desenvolvimento de novos projetos. Esses objetivos serão

convertidos em estratégias tecnológicas de mercado previamente estabelecidas

pelos stakeholders da organização.

O gerenciamento de Portfólio proporciona uma grande contribuição para os gestores

das empresas e instituições, de forma clara e detalhada, das dimensões estratégicas

que darão direcionamento de como organizar a carteira de projetos. Isso permite

uma priorização eficaz dos projetos e cria ferramentas de controle e descarte desses

projetos.

De acordo com o que foi abordado sobre os benefícios do portfólio, destaca-se a

importância da gestão de projetos entre a formação das estratégias da organização

e a operacionalização dos projetos em desenvolvimento. Esta gestão contribui

diretamente para o aumento da produtividade a redução dos custos e para a

eliminação da alocação ineficiente de recursos e investimentos.

Page 38: ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIOS EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE SOLUÇÕES GEOTÉCNICAS EM MINERAÇÃO E HIDROENERGIA

37

3 METODOLOGIA

3.1 Caracterização da Pesquisa

Para se realizar uma pesquisa científica, inicialmente, faz-se necessário definir seu

objeto de estudo e, a partir daí, delimitar o universo a ser estudado e construir o

processo de investigação e análise. A definição deste objeto de estudo deve iniciar-

se com a identificação do problema e posteriormente com a definição da

metodologia adequada para condução da pesquisa e possível solução. Marconi e

Lakatos (2003, p. 115) afirmam que “a pesquisa pode ser considerada um

procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um trabalho

científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir

verdades parciais”.

Nesse contexto, o trabalho adotou o método de estudo de caso, que segundo Gil

(2005) pode ser definido como um estudo sistemático de um ou mais objetos, sendo

que por meio de uma investigação, busca-se ampliar o conhecimento ou confirmar

um já existente. Este método de pesquisa envolve um profundo estudo, que

permitirá, posteriormente, o amplo e detalhado conhecimento do assunto

pesquisado.

A adoção de uma metodologia adequada é fator preponderante para o sucesso da

pesquisa, pois conforme Gil (2005), os procedimentos metodológicos indicarão o

caminho a seguir durante a pesquisa. Para tanto, deve-se focar nos métodos

particulares de cada modelo de pesquisa, pois esses apresentam as atividades que

permitirão alcançar o objetivo proposto, identificando pontos de melhoria e

auxiliando nas decisões dos pesquisadores (MARCONI e LAKATOS, 2003).

3.2 Estratégia da Pesquisa

O estudo de caso foi desenvolvido ao longo dos meses de fevereiro a junho de

2012. Neste período foi realizada uma análise dos resultados obtidos com a

implantação da Gestão de Portfólio em uma empresa que atua na área de

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consultoria e projetos para a mineração a céu aberto e subterrânea, sondagem,

geologia de engenharia e hidroenergia.

A coleta de dados foi realizada na empresa FRP Engenharia para verificar de que

forma é exercido o gerenciamento de portfólio dos projetos, sendo necessário

investigações exploratórias de documentos, registros, arquivos, entrevistas e

observações. Para isto, foram realizadas quatro reuniões para coleta de dados. Na

primeira reunião foi realizada uma apresentação da empresa, bem como de seu

processo de gerenciamento. O gerente da organização explicitou o modelo de

seleção de projetos e ainda forneceu informações de forma a possibilitar uma maior

compreensão do processo de gerenciamento desenvolvido. Durante a segunda

reunião, a equipe iniciou a coleta de dados por meio de uma entrevista com o

gerente de planejamento. Após a análise destas informações, foi possível perceber

os impactos decorrentes de uma gestão deficiente.

Em uma terceira reunião na empresa com os representantes da área de gestão de

portfólio, foi elaborado um questionário baseado em cinco etapas: inicial,

planejamento, preparação, coleta e análise, sendo levantadas questões como:

qual o padrão de gerenciamento do portfólio adotado pela empresa;

quais os critérios adotados para alocação dos recursos nos projetos;

quais as ferramentas utilizadas no gerenciamento dos projetos, dentre outras.

Durante toda a entrevista foram feitas anotações frequentes com o intuito de

entender o processo de gerenciamento de portfólio e conhecer quais produtos

faziam parte da carteira de projetos.

Foi realizada, ainda, uma quarta reunião para que a equipe consolidasse os dados

coletados, sendo constatado que são utilizadas ferramentas para controle dos

prazos, custos e escopo. Algumas das ferramentas desenvolvidas foram o Plano de

Projeto, Cronograma Físico e Financeiro, sendo que esse último, tem o objetivo de

controlar os custos, receitas e lucratividade de cada projeto. Todas as ferramentas

utilizadas e desenvolvidas pela empresa tem o objetivo de auxiliar principalmente na

previsibilidade do faturamento, na priorização/seleção dos projetos e na geração de

informação à alta administração.

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39

As informações foram obtidas ao longo destas quatro reuniões, com a participação

do grupo de estudo, o que possibilitou a análise crítica do desenvolvimento do

trabalho. Nestas reuniões, o estudo de caso foi auxiliado por um questionário, e

todas as questões foram embasadas na teoria deste trabalho e estruturadas com

foco no objetivo da pesquisa.

Após obter todos os dados, o grupo de estudo, realizou uma leitura rápida do

material para analisar se foi suficiente para a pesquisa ou não. Depois foi realizada a

leitura seletiva, com o objetivo de determinar os fatos relevantes. Em seguida foi

feita uma leitura analítica, para compatibilizar e resumir as informações e, por último,

uma leitura interpretativa dos dados selecionados. Ressalta-se que alguns dados da

FRP Engenharia são sigilosos e não serão apresentados neste estudo.

4 APRESENTAÇÃO DOS DADOS E RESULTADOS

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40

4.1 Apresentação da empresa e identificação do negócio

A empresa estudada está localizada na cidade de Belo Horizonte, possuindo sede

própria, com atuação em toda a América Latina. Suas atividades foram iniciadas no

ano de 1986 atuando como um escritório de prestação de serviços de consultoria em

geologia de engenharia, geomecânica em mineração e projetos hidrelétricos. Com o

crescimento da demanda, a empresa ampliou sua atuação na área de geotécnica

aplicada a projetos de mineração e hidroenergia, por meio de estudos que abrangem

a concepção de projetos e soluções integradas com áreas de suporte ou

complementares, tais como hidrologia, hidráulica, hidrogeologia, manejo de resíduos

e água, se estabelecendo, assim, como uma das líderes em seu segmento.

A empresa avalia estrategicamente a eficiência da execução e a partir disso é

tomada a decisão de desenvolvimento dos projetos em função das necessidades

dos clientes, sendo que para isso se mantêm um contato constante junto a eles.

Desta forma a empresa produz projetos “customizados” que irão atender a real

necessidade de seu cliente. Os projetos são desenvolvidos buscando-se a

excelência e mantendo um alto nível de qualidade, sendo para tal, realizada uma

pesquisa “pós-projeto” para se mensurar o nível de satisfação do cliente.

4.2 Diagnóstico do problema

É importante destacar como os projetos eram desenvolvidos antes da implantação

do Gerenciamento de Portfólio. Em 2009, a empresa pesquisada visualizou a

necessidade de ter um processo claro que permitisse a efetuação de uma gestão

dos produtos, melhoria dos resultados operacionais e financeiros bem como a

ampliação do seu negócio. Naquela ocasião, foi realizado um diagnóstico para

identificar a eficiência da gestão dos projetos. Este diagnóstico foi antecedente ao

processo de implantação do portfólio, porém, fundamental para direcionar as ações

para tal processo.

O diagnóstico foi realizado por uma equipe formada pela Direção, Gerências e

Coordenadores de Projetos e teve como objetivo identificar as deficiências do

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41

gerenciamento e direcionar as ações para as etapas da implantação do

gerenciamento de portfólio.

Entre as deficiências encontradas após a avaliação, destacam-se:

ineficiência na identificação do volume de projetos/produtos;

incerteza de faturamento;

não cumprimento de prazo;

nenhuma previsibilidade de faturamento;

incerteza de entrega dos produtos intermediários;

incerteza quanto ao prazo de encerramento dos projetos/produtos;

desenvolvimento de projetos sem contrato com impactos diretos nos

resultados financeiros;

retrabalho;

má gestão dos documentos e produtos do projeto;

insatisfação do cliente.

A partir das falhas descritas, foi desenvolvido um plano de ação para implantação do

gerenciamento de portfólio, sendo composto pelas seguintes etapas:

mapeamento do Processo de Seleção dos Projetos;

definição de metodologia de projetos;

ferramentas para apoio na execução da implantação e medição dos

indicadores.

definição de indicadores de controle e desempenho.

4.3 Implantação do gerenciamento de portfólio na empresa

Durante a implantação foi importante definir o processo macro que possibilitaria o

gerenciamento do portfólio de projetos alinhado aos objetivos estratégicos da

empresa. Isso objetiva garantir um mix de projetos equilibrado, bem como uma

seleção de projetos passíveis de gerenciamento e aderentes a sua expertise. O

processo ficou definido conforme apresentado na FIG. 8. Destaca-se que em todo o

método utilizado houve o envolvimento do cliente e da empresa.

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FIGURA 8: Processo de Iniciação do projetoFonte: FRP ENGENHARIA, 2012

Conforme ilustrado na FIG. 8, o cliente determina sua ideia ou necessidade e

demanda à empresa a definição do trabalho por meio de uma especificação técnica

(problema, requisitos, premissas, restrições). A empresa, por meio da área comercial

e da equipe técnica, analisa a demanda a fim de garantir uma seleção eficiente dos

projetos. Uma vez selecionado o projeto, apresenta-se uma proposta comercial que

compreenda os requisitos definidos pelo cliente na especificação do serviço e

posteriormente a solução apresentada é compreendida numa proposta técnica.

Aliada a esta proposta, a área comercial desenvolve o orçamento do projeto com

base em homem-hora previsto para desenvolvimento do projeto e aplica estratégias

comerciais (parcelamento, ciclo financeiro, preço) que são refletidos em proposta

comerciais. A proposta “entra” em momento de negociação com o cliente para

aprovação e contratação do projeto. Assim o processo de seleção encerra-se

iniciando o desenvolvimento do projeto (nascimento do projeto).

Paralelamente ao macro processo de seleção de projetos foi desenvolvida uma

metodologia que tem como objetivo ampliar a satisfação do cliente, evitando o

retrabalho. Com isso é garantido o cumprimento de prazos e gerada a possibilidade

de quantificação (valor monetário) do produto para previsibilidade de faturamento.

Essa metodologia foi desenvolvida com base em quatro fases (suficiência de dados

básicos, concepção, plano de projeto e reunião de equipe), conforme demonstrado

na FIG.9. Além dessas fases, são utilizados gates que têm a finalidade de controle

de qualidade. O gate é um momento de verificação do produto/documento gerado

pela fase e também um momento de envolvimento do cliente para validação do

produto. Como consequência dessa validação, é evitado o retrabalho além de

proporcionar o atendimento às exigências do cliente gerando satisfação em relação

ao serviço prestado. O gate tem também um papel importante nos aditivos

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contratuais por eventuais alterações do escopo que ocorram no momento de

validação do produto.

FIGURA 9: Processo de PlanejamentoFonte: FRP ENGENHARIA, 2012

Na fase de suficiência de dados, são levantadas com o cliente e todos os

envolvidos, as informações necessárias para o início do projeto. Após uma análise

(gate 1) verifica-se se estes dados são suficientes e se inicia a fase de concepção,

onde tais dados são estudados, juntamente com o escopo do projeto, bem como as

alternativas a serem adotadas para execução do mesmo. Se o projeto estiver

alinhado (gate 2), inicia-se a elaboração do plano de projeto e cronograma, onde são

descritas as atividades que farão parte do escopo do projeto, bem como

determinado os prazos para execução dos mesmos. Caso os documentos sejam

aprovados (gate 3), é realizada uma reunião de equipe para início da execução do

projeto.

4.4 Ferramentas e etapas da implantação do gerenciamento de portfólio na

empresa

Para auxiliar no gerenciamento de portfólio a empresa desenvolveu ferramentas

próprias que são utilizadas em todas as fases do ciclo de vida do projeto. Foram

desenvolvidas planilhas de controle e documentos que auxiliam o gerenciamento e

servem como base para o controle dos projetos que estão em fase de execução.

Apresentam-se, a seguir, estas ferramentas, de acordo com as fases do

gerenciamento de projetos, apresentadas no item 2.1.

4.4.1 Iniciação

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A fase de iniciação tem como objetivo envolver todos os participantes que atuarão

no ciclo de vida do projeto e que irão influenciar diretamente no resultado final. Esta

etapa estabelece o escopo do projeto, os recursos a serem utilizados e os processos

a serem seguidos.

Para que o projeto seja realmente oficializado é criado o termo de abertura,

conforme FIG. 10. O Termo de Abertura do Projeto (TAP) ou Project Charter é o

documento que autoriza formalmente um projeto, é ele que reconhece sua

existência e outorga ao gerente de projetos a autoridade para aplicar os recursos

organizacionais nas atividades do projeto. O gerente de projetos sempre deve ser

denominado antes do início do planejamento e, de preferência, enquanto o termo de

abertura do projeto estiver sendo desenvolvido.

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FIGURA 10: Ficha de Abertura do ProjetoFonte: FRP ENGENHARIA, 2012

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Como ilustrado na FIG. 10, os dados que contemplam a ficha de abertura são:

nome e número do projeto; cliente; objeto; datas de aprovação do projeto, início e término; líder do projeto; dados do projeto (valor, despesas, homem hora); marcos principais.

4.4.2 Planejamento

Na fase de planejamento é realizado o detalhamento do escopo com todas as

informações obtidas pelo cliente em paralelo com o líder do projeto, onde as

atividades da equipe são detalhadas. Nesta etapa é desenvolvido o plano de projeto,

o qual deve ser apresentado em uma reunião de equipe para o envolvimento de

todos os colaboradores participantes do projeto. A FIG 11 ilustra o modelo de plano

de projeto utilizado pela empresa FRP Engenharia.

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Dados Iniciais

Projeto: Cliente:

Objeto:

Aprovação da proposta: Início: Término: Prazo:

Tipo de projeto: Líder do Projeto:

Gestor do Projeto (BVP Engenharia): Prazo para Aprovação de Documentos: 5 Dias úteis Medição/Emissão da NF:

Entregas

Produto Marco Entregue? Medido? Formato Qtde % Faturamento Data

1 5,0%

1 7,5%

1 10,0%

1 10,0%

2 5,0%

2 5,0%

2 5,0%

2 5,0%

3 5,0%

3 10,0%

3 10,0%

4 5,0%

4 10,0%

4 7,5%

100,0%

PLANO DE PROJETO

N° do Projeto

Risco (O quê?)

Contramedida (Como?)

Responsável (Quem?)

Prazo (Quando?)

Impacto

Término Responsável

Lista documentos / Valor do Projeto:

Pendências, Riscos e Ações Corretivas

Macroplano

Atividade Início

FIGURA 11: Plano do ProjetoFonte: FRP ENGENHARIA, 2012.

O plano de projeto é um documento que congrega as informações do termo de

abertura do projeto ou Project Charter comtemplando o escopo, os objetivos

detalhados, as metas e os principais marcos do projeto. Sua função é formalizar

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parte do planejamento e permitir o acompanhamento periódico e sistemático do

projeto para garantir que haja aderência entre o serviço vendido e o serviço prestado

pela empresa, comparando os valores previstos versus valores realizados.

O plano tem como objetivo viabilizar a necessidade da empresa em mensurar os

resultados por projeto e enriquecer a percepção com relação à lucratividade de cada

projeto, e visualização do cumprimento de prazos. A finalidade do plano é criar um

planejamento para que o gestor de projeto possa acompanhar o progresso de sua

equipe.

Para elaboração do plano de projeto são necessários os seguintes dados:

nome e número do projeto;

cliente;

objeto;

datas de aprovação da proposta, início e término;

tipo de projeto;

líder e gestor do projeto;

prazo para aprovação de documentos;

número da medição e data da emissão da nota fiscal;

lista de desenhos e documentos a serem executados no projeto e emitidos ao

cliente (formatos A0, A1, A2, A3 e A4);

valor do projeto;

entregas/produtos principais do projeto;

quantificação dos marcos;

pendências, riscos e ações corretivas ;

macroplano contendo atividade, início, término e responsável.

Após a criação do Plano de Projeto é elaborado um cronograma de atividades,

conforme ilustrado no ANEXO A.

Esse cronograma é utilizado para realizar o planejamento do projeto no que se

refere ao detalhamento das atividades e suas interdependências durante um tempo

estimado. Essa ferramenta deve estar aderente ao escopo contratado pelo cliente e,

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também alinhada com a proposta técnico-comercial. Após sua realização é feito um

estudo de viabilidade do conteúdo, atividades e prazos planejados antes da

aprovação final. Embasada no PMBOK® (2008), a FRP Engenharia definiu que as

finalidades do cronograma são:

formalizar o planejamento das atividades e prazos do projeto;

identificar as atividades críticas, que não possuem folga e as atividades

“gargalos”, ou seja, se houver atrasos comprometem um conjunto de

atividades subsequentes que dependem de sua conclusão;

identificar atividades conclusivas para determinadas etapas ou entregas

parciais, os principais marcos do projeto;

internamente, visa ampliar o conhecimento da equipe sobre os prazos para

realização das tarefas e responsabilidades sobre elas

possibilita que seja realizado um acompanhamento do projeto quando se

compara a linha de base do cronograma (retrato do planejamento original do

projeto) com o que está sendo efetivamente realizado, podendo ocorrer

reprogramações conforme necessidade.

O cronograma apresenta uma expectativa de entregas, contempla informações

necessárias para o bom andamento do projeto, e necessita de acompanhamento

periódico.

Posteriormente à criação do cronograma é realizado o planejamento da Gestão de

Fornecedores. O processo do planejamento de compras e aquisições em projetos

consiste na definição de quais produtos ou serviços tem a necessidade de serem

adquiridos externamente, para que as entregas previstas no projeto sejam

efetivamente cumpridas.

O plano de Gestão de fornecedores, desenvolvido pela empresa FRP Engenharia e

apresentada no ANEXO B, auxilia no processo da empresa em realizar aquisições

de produtos e serviços de acordo com as necessidades do projeto. A planilha reúne

todas as informações sobre serviços terceirizados contratados pela empresa,

permitindo a visualização e controle do valor contratado, valor medido mensalmente

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e saldo do valor global da contratação. O gerenciamento de aquisições do projeto é

composto pelos seguintes processos:

planejar compras e aquisições;

planejar contratações;

solicitar cotações de fornecedores;

selecionar fornecedores;

administrar contratos;

encerrar contratos.

No caso da empresa estudada, os tipos de serviços terceirizados adquiridos são

ensaios de laboratório, sondagem, consultoria externa e serviços de topografia.

A FRP Engenharia utiliza, também, a planilha de controle de despesas do projeto,

conforme FIG. 12, para discriminar as despesas pertinentes a cada projeto.

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Dados Iniciais

PROJETO CLIENTE

SALDO INCIAL DE DESPESA VALOR CONSUMIDO SALDO

Despesas previstas

Consumo das despesas

MED 1 MED 2 MED 3 MED 4 MED 5 MED 6 MED 7 MED 8 MED 9 MED 10 MED 1150,00R$ 20,00R$ 10,00R$ 30,00R$ 35,00R$ 35,00R$

95,00R$ 85,00R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$

Previsão de reemboso

MED 1 MED 2 MED 3 MED 4 MED 5 MED 6 MED 7 MED 8 MED 9 MED 10 MED 1150,00R$ 20,00R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ 10,00R$ 30,00R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$

-R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$

60,00R$ 50,00R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$ -R$

180,00R$

CONTROLE DE DESPESAS DO PROJETO

Responsável pelo PagamentoReponsável por providenciar

Cliente

N° do Projeto

-R$ (180,00)R$

OBSERVAÇÃO

Cliente

Tipo de despesa

AlimentaçãoTransporteLava Rápido

Tipo de despesa

000

00

Lava Rápido0

AlimentaçãoTransporte

000

00

00

000

000

TOTAL

000000

000000

TOTAL

Tipo de despesaAlimentaçãoTransporteLava Rápido0

FIGURA 12: Controle de despesas do projetoFonte: FRP ENGENHARIA, 2012.

No controle de despesas devem ser consideradas as despesas previstas com

diárias, alimentação e deslocamento de profissionais atuantes no projeto. A previsão

de recursos é uma ferramenta utilizada para gerenciamento de despesas de

colaboradores, parceiros e equipamentos envolvidos nas diversas fases dos

projetos. É uma ferramenta essencial, pois faz todo controle de alçadas, limites,

aprovações, cobráveis e não cobráveis (para repasse ou não ao cliente final), conta

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corrente (adiamentos e reembolsos). Essa previsão é necessária para assegurar à

empresa uma estrutura financeira equilibrada que não a coloque em risco a curto e

longo prazo.

Diretamente ligada a esse controle de despesas, está a alocação de recursos da

empresa, que é realizada a partir da definição das atividades que serão

desenvolvidas pelos setores/departamentos, aos quais os recursos disponíveis

serão empregados. Trata-se de um processo, durante o qual todo recurso

necessário é transferido de um setor para outro, sendo distribuído de forma justa,

dentro de um prazo determinado, visando a realização dos projetos.

Essa distribuição é realizada de maneira a atender todas as necessidades possíveis,

obedecendo às regras de mobilização de pessoal e equipamentos que se fizerem

necessárias, e de forma abrangente. A alocação só será viável se a meta desejada

estiver dentro das possibilidades dos recursos financeiros disponibilizados pela

empresa. Deve-se, portanto, antes de tudo, avaliar um orçamento para a meta

desejada, considerando-se os recursos (não somente financeiros) disponíveis e as

restrições previstas no contrato vigente, sendo assim:

Após serem determinados os recursos que serão empregados no projeto, é preciso que esses recursos sejam atribuídos a cada atividade do projeto. É um processo trabalhoso e demorado, mas é a base de todo o cálculo de orçamentos e custos do projeto, bem como a única maneira de gerenciar a disponibilidade/alocação de cada recurso do projeto, calcular os estoques e gerenciar o recurso humano do projeto (VARGAS, 2009, p. 169).

Portanto alocar corretamente os recursos é de extrema importância para o

gerenciamento do portfólio da empresa, possibilitando, assim, uma visão mais clara

de tudo que será necessário para o desenvolvimento do projeto.

Nesse contexto, um dos objetivos almejados na FRP Engenharia é obter o máximo

de retorno com menor volume de recursos, o que caracteriza sua exigência por

maior qualidade na alocação de recursos. Os pontos selecionados para avaliação da

qualidade percebida na empresa foram:

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confiabilidade: capacidade de prestar o serviço de forma segura, precisa e

consistente;

rapidez: velocidade de atendimento e prontidão para atender o cliente;

tangibilidade: a aparência das instalações físicas, dos funcionários, dos

materiais de comunicação;

empatia: cordialidade, cuidado e atenção individual fornecida ao cliente;

flexibilidade: capacidade de mudar e adaptar o serviço para se ajustar às

necessidades dos clientes;

acesso: facilidade de entrar em contato ou acessar fisicamente o serviço.

Por meio desses indicadores é possível perceber que a alocação de recursos está

diretamente ligada à possibilidade de oferecimento de níveis de qualidade mais

propícios ao mercado e de maior valor agregado.

Após a criação do plano de projeto, cronograma, gestão de fornecedores e controle

de despesas do projeto, é realizada uma reunião para envolvimento da equipe de

execução e apresentação do planejamento do projeto utilizando essas ferramentas.

4.4.3 Execução e Controle

A fase de Execução e controle tem como finalidade acompanhar o desempenho do

projeto, passando este a ser ressaltado e medido periodicamente para identificar

desvios em relação ao Plano do Projeto. Se variações forem identificadas, ações

corretivas são adotadas para garantir a eficiência do projeto.

De acordo com o PMBOK® (2008) os principais objetivos da fase de execução e

controle são:

cumprir o Plano do Projeto;

desenvolver a equipe;

distribuir informações;

selecionar fornecedores;

selecionar contratos;

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domínio integrado de alterações;

verificar o escopo e possíveis alterações;

controlar o cronograma;

controlar os custos;

descrever o desempenho do projeto;

controlar o monitoramento dos riscos;

administrar aquisições, dentre outros.

Para tal é utilizada ferramenta de Status Report, conforme apresentada no ANEXO

C, sendo que essa visa resumir e comunicar a situação e andamento do projeto ao

cliente. Emitido periodicamente, podendo ser semanalmente, quinzenalmente ou

mensalmente, esse tipo de relatório permite a visibilidade tanto para o cliente quanto

para o executor do projeto, perceberem se o que foi inicialmente planejado está

sendo realizado.

A planilha de status report, apresentada no ANEXO C, comtempla informações

referentes aos dados do projeto, como nome do projeto, cliente, objeto do projeto,

início, término, etc.

O relatório status report contempla, ainda, as seguintes informações:

atividades desenvolvidas no período;

produtos entregues no período;

atividades para o próximo período;

avanço financeiro;

avanço físico (gráfico que demonstra previsto versus realizado);

pendências, riscos e ações corretivas.

Alinhado ao status report e finalizando a fase de execução e controle, elaboram-se o

Boletim de Medição-Cliente, conforme ilustrado no ANEXO D, e o Boletim de

Medição-Fornecedor, no ANEXO E. Estas são ferramentas que tem por objetivo

quantificar os serviços prestados, bem como definir o valor a ser pago à parte

prestadora de serviços. Os valores medidos devem constar percentuais do que foi

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efetivamente executado ou a quantidade de horas de profissionais gastas em cada

entrega de um produto e/ou etapa do projeto.

Caso seja necessário ocorrer o replanejamento do projeto, utiliza-se a planilha

apresentada no ANEXO F, pois a mesma tem como objetivo aplicar as decisões do

controle de mudanças no projeto, a abordagem e o escopo das mudanças

contempladas em cada um dos processos.

O replanejamento visa rever o escopo do projeto com a finalidade de recuperá-lo,

sendo revistas as nove áreas do PMBOK®, ou seja, revisão de todo o projeto.

Entretanto, deve-se ter muito cuidado com as alterações, tendo em vista a linha de

base, sendo que, havendo mudanças, deve-se estabelecer uma nova linha de base,

podendo, assim, se tornar inviável.

4.4.4 Encerramento

O encerramento é a etapa que finaliza formalmente todas as atividades do projeto.

Nele, todas as entregas de serviços e produtos, juntamente com a análise de

desempenho do projeto, são sintetizadas e os desvios verificados em relação ao que

foi planejado são destacados para que não aconteçam em projetos futuros.

Os registros do encerramento do projeto são descritos em uma matriz de Lições

Aprendidas, conforme FIG. 13. Essa matriz reúne todos os pontos positivos e

negativos de aspecto gerencial, bem como, os de aspectos técnicos. As causas

desses pontos negativos são evidenciadas e um plano de ação é realizado para que

não ocorra em outros projetos.

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56

FIGURA 13: Lições AprendidasFonte: FRP ENGENHARIA, 2012.

A FIG. 13 é um modelo de documento para registro das lições aprendidas. É

necessário que a empresa tenha este banco de conhecimentos, pois é um auxílio

para se aprender com erros e acertos, verificando o que deu certo e errado. Essa

ferramenta deve ser utilizada com intuito de aumentar a assertividade em projetos.

Os dados documentados devem ser simples, claros, rastreáveis, relevantes e

contextualizados e se possível, devem conter informações visuais. O objetivo das

lições aprendidas é criar um banco de conhecimento, pois isto será um diferencial

para futuros projetos da empresa.

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57

4.5 Resultados obtidos após a implementação das rotinas do gerenciamento de portfólio

Após a implementação do gerenciamento de portfólio, verificou-se ser necessário

medir a eficiência das ferramentas e processos utilizados sendo, para isso, definidos

alguns indicadores de controle e desempenho, sendo estes:

prazo;

faturamento;

orçado/realizado;

aderência da metodologia aos projetos do portfólio.

Após definidos os indicadores, se iniciou o estudo dos impactos gerados pelos

mesmos. Quanto aos prazos foi verificado que o volume dos projetos em atraso

ficou bastante reduzido, conforme ilustrado no GRAF. 1, que apresenta dados do

ano de 2010.

GRÁFICO 1: Eficiência dos prazosFonte: FRP ENGENHARIA, 2012

Durante o ano de 2010, que foi o pioneiro da implantação, ocorreu o

acompanhamento dos indicadores de eficiência. Neste período, se atingiu 83% dos

projetos no prazo, 12% dos projetos com desvio de até 15 dias de atraso e 5% dos

projetos com desvio acima de 15 dias de atraso.

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Ainda no primeiro ano de implantação o principal indicador acompanhado foi o de

faturamento e naquele ano a empresa tinha uma meta de faturamento de R$ 13

milhões contra R$ 9,5 milhões de 2009. Esse faturamento, que atingiu R$ 13,7

milhões, influenciou positivamente no lucro líquido e fluxo de caixa da empresa. O

GRAF. 2 ilustra este resultado.

GRÁFICO 2: Faturamento FRP EngenhariaFonte: Elaborado a partir dos dados da pesquisa, 2012

O indicador de orçado/realizado é fundamental para apoiar a gestão do negócio da

empresa, pois, garante no demonstrativo de resultado do exercício (DRE) a

contribuição de cada projeto. Este indicador é fundamental para identificar o sucesso

financeiro do projeto, tendo também a finalidade de ampliar a margem de

contribuição do projeto. O GRAF. 3 ilustra a proporção de projetos dentro do

orçamento previsto e aqueles com menor gasto em relação ao seu orçamento.

Page 60: ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIOS EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE SOLUÇÕES GEOTÉCNICAS EM MINERAÇÃO E HIDROENERGIA

59

GRÁFICO 3: Margem de ContribuiçãoFonte: FRP ENGENHARIA, 2012

Como demonstrado por meio do GRAF. 3, ao final do ano de 2011 tinha-se 68% dos

projetos aderentes ao orçamento previsto no comercial e 32% dos projetos com o

custo total realizado abaixo do orçado, isto é, ampliando a margem de contribuição.

O indicador de aderência de metodologia foi o balizador para melhorias no processo

e intensificação dos treinamentos dos colaboradores. Em 2010, 61% dos projetos

foram aderentes; em 2011, 78%, e até maio de 2012, atingiu 83% aderência.

Page 61: ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIOS EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE SOLUÇÕES GEOTÉCNICAS EM MINERAÇÃO E HIDROENERGIA

60

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implantação da metodologia de gerenciamento de portfólio tem se tornado um dos

processos-chave para a competitividade. Devido ao aumento da concorrência,

rápidas mudanças tecnológicas e maior exigência por parte dos clientes, as

empresas precisam gerir melhor seu portfólio para, assim, terem maior agilidade,

produtividade e elevarem a qualidade dos serviços prestados. Busca-se, ainda, por

meio da implementação dessa metodologia, uma maior satisfação dos clientes, bem

como o atendimento aos objetivos da organização e dos stakeholders.

Foi possível identificar, por meio da revisão bibliográfica, que existem algumas

alternativas para o gerenciamento do portfólio, sendo necessário que a empresa

adeque seus processos às metodologias que atendam às suas necessidades

específicas. A bibliografia existente embasou, ainda, a análise de todas as

informações coletadas na FRP Engenharia, mostrando ser importante e totalmente

aplicável a empresas voltadas ao desenvolvimento de projetos.

Por meio desta pesquisa, foi possível identificar o tipo de negócio da FRP

Engenharia, sendo isso de fundamental importância para a análise da implantação

da metodologia de gerenciamento de portfólio. No estudo foram descritos os

processos que compõem tal gerenciamento.

Constatou-se que a empresa adotou ferramentas para gerenciar seus projetos,

sendo realizadas análises críticas ao final de cada fase do projeto. Nessas análises,

toda equipe tem o papel de assegurar que o projeto não siga para a próxima fase

com algum desvio que possa trazer prejuízos ao seu resultado final. Para tal, foram

utilizadas ferramentas comuns a qualquer tipo de projeto, além de serem criadas

algumas, para atender à FRP especificamente, o que potencializou de forma

significativa o gerenciamento de seu portfólio.

A realização deste estudo de caso permitiu identificar o processo de gerenciamento

de projetos em todas as suas fases, as técnicas de controle de projeto e a análise

crítica de seus produtos-fim. De acordo com o diagnóstico feito e metodologia

Page 62: ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIOS EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE SOLUÇÕES GEOTÉCNICAS EM MINERAÇÃO E HIDROENERGIA

61

apresentada, o resultado esperado é que a empresa possa ter uma visão

sistemática de todo o seu portfólio. Isso permitirá a adoção de ações antecipadas

quanto ao gerenciamento, fazendo com que a equipe se adeque à nova metodologia

reduzindo o tempo de trabalho e otimizando o desenvolvimento de seus produtos,

sem perder a qualidade no processo. Sendo assim, proporcionará uma maior

credibilidade da empresa frente aos seus clientes.

Verificou-se qualitativa e quantitativamente os diversos benefícios proporcionados

por um bom gerenciamento de seu portfólio, sendo que tais práticas se mostraram

extremamente eficazes, proporcionando um crescimento no volume de projetos da

empresa, ocasionando uma maior lucratividade e ascensão da empresa no

mercado. A implantação da metodologia de gerenciamento de portfólio mostrou-se

ser de suma importância para a manutenção da qualidade dos projetos, bem como

para o crescimento da empresa.

Foi identificado, ainda, com a realização desta pesquisa, que o desafio da aplicação

dessa metodologia é agregar as várias visões parciais do processo, pois cada

integrante tem uma visão influenciada pela sua formação técnica. Cabe ao gestor

conseguir agregar estes valores, propiciando uma sinergia que traga resultados

positivos para o projeto.

Para o processo se tornar eficaz, o cliente tem a oportunidade de acompanhar o

projeto durante todo o seu desenvolvimento, participando das reuniões. O estudo da

implantação mostra que a metodologia de gerenciamento de portfólio facilita este

contato, pois sempre haverá um especialista em sua respectiva área para somar

informações. Dessa forma, a documentação é elaborada com a participação de toda

a equipe, tanto da empresa quanto a do cliente.

Por fim, sugere-se o desenvolvimento de outras pesquisas relacionadas ao tema,

tendo em vista que a metodologia de gerenciamento de portfólio se mostrou muito

ampla. Podem ser abordados os processos de gerenciamento de riscos do portfólio,

bem como o aprofundamento em áreas como qualidade, recursos humanos e

aquisições.

Page 63: ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIOS EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE SOLUÇÕES GEOTÉCNICAS EM MINERAÇÃO E HIDROENERGIA

62

REFERÊNCIAS

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63

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Page 65: ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIOS EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE SOLUÇÕES GEOTÉCNICAS EM MINERAÇÃO E HIDROENERGIA

64

ANEXOS

Page 66: ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIOS EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE SOLUÇÕES GEOTÉCNICAS EM MINERAÇÃO E HIDROENERGIA

65

ANEXO A - Cronograma

Fonte: FRP ENGENHARIA, 2012

ANEXO B - Gestão de Fornecedores

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Fonte: FRP ENGENHARIA, 2012

ANEXO C - Status Report

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Fonte: FRP ENGENHARIA, 2012

ANEXO D - Boletim de Medição - Cliente

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ANEXO E – Boletim de Medição – Fornecedor

N° Doc.: Rev.: 0 Página: 1/1

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MED 6 MED 16 MED 26

MED 7 MED 17 MED 27

MED 8 MED 18 MED 28

MED 9 MED 19 MED 29

MED 10 MED 20 MED 30

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Ass. Contratada Ass. Responsável Técnico Ass. Gestor Data:_______/________/_________ Data:_______/________/_________ Data:_______/________/_________

MED 1 a MED 30

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Público-alvo: Gestores, Resp. Técnico, Financeiro e Contratada

Nº PROJETO:

Objeto:Gestor:

Responsável Técnico:

Saldo

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Medição Acumulada

VALOR CONTRATUAL INICIAL (R$)

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Avanço Financeiro

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ITEM MEDIÇÃO

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DATA TÉRMINO DO CONTRATO

DATA INÍCIO CONTRATO

SALDO CONTRATUAL (R$)

VALOR MEDIDO ACUMULADO (R$)

VALOR CONTRATUAL ATUAL (R$)

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DADOS DO CONTRATO

MEDIÇÃO Nº:Empresa contratada:

MED 1

C. CUSTO:

BOLETIM DE MEDIÇÃO MENSAL- Fornecedor INSERIR LOGOMARCA FORNECEDOR

Classificação: PÚBLICO

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Responsável Contratada:

PERÍODO: 16/10/2011 a 15/11/2011

1

Data

Contrato Nº

18/06/12

_______________ ____________ ___________________________________

Fonte: FRP ENGENHARIA, 2012

ANEXO F - Replanejamento do Projeto

Page 71: ESTUDO DA IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIOS EM UMA EMPRESA QUE ATUA NO RAMO DE SOLUÇÕES GEOTÉCNICAS EM MINERAÇÃO E HIDROENERGIA

70

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Fonte: FRP ENGENHARIA, 2012