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Estudo da Doutrina Espírita Material de Apoio RESUMÃO do LIVRO DOS ESPÍRITOS - I Espiritismo & Espiritualismo: Todo espírita é necessariamente espiritualista, mas nem todos os espiritualistas são espíri- tas. O Espiritualismo é uma filosofia que se opõe ao Materialismo. O materialista crê somen- te na matéria, ou seja, naquilo que ele pode ver; para ele, portanto, em relação ao ho- mem, tudo se acaba com a morte. Alma, Princípio Vital e Fluído Vital: Alma: chamamos alma ao ser imaterial e individual que existe em nós e sobrevive ao corpo; Médiuns: intermediário entre os espíritos e os homens; faculdade que quase todas as pessoas possuem de sentirem a presença de espiritos. Em algumas pessoas essa faculda- de é latente e manifesta-se esporadicamente. Em outras pessoas temos a chamada me- diunidade ostensiva que necessita ser disciplinada e educada para que possa ser equilib- rada. É atributo do Espirito . A mediunidade existe independentemente das condições morais da pessoa , entretanto, uma boa condição moral, pela lei de afinidade, facilita atrair Espiritos cada vez mais adiantados. Nada mais são do que criaturas dotadas de uma característica peculiar que as torna intermediárias entre os espíritos e o mundo ma- terial, corporal; ou seja, onde se encontrem há uma facilitação na transmissão de infor- mações do plano espiritual para o nosso (das mais diversas formas - visão, audição, efei- tos físicos e outras). Princípio Vital: princípio que dá nascimento à vida material e orgânica de todos os seres (plantas, animais, homens...); é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz quando a matéria se encontra em determinadas circunstãncias; O princípio vital se en- contra no Fluído Vital, universalmente espalhado do qual cada ser absorve e assimila uma parte durante a vida, como vemos os corpos inertes absorverem a luz. A Doutrina e seus contraditores: "Como quer que seja, as mesas girantes representarão sempre o ponto de partida da Doutrina Espírita." Allan Kardec ( "O Livro dos Médiuns") Embora as experiências com as mesas girantes já ocorressem desde o começo da idade moderna (e até mesmo antes), é a partir de 1850 que surge um aumento na freqüência por todo o mundo. A princípio, encarado como brincadeira (era um evento social, como ir ao cinema ou a uma roda de amigos), coube a Allan Kardec observar que por de trás daquela situação havia a atuação de inteligências extra-corpóreas (os espíritos desencarnados); o que deu início às suas pesquisas (basicamente: perguntas e respostas a estas inteligências) levando-o à constata- ção de um mundo não visível normalmente (o mundo espiritual) povoado por essas inte- ligências e a possibilidade de comunicação com elas. Das observações extraídas desses contatos, passadas pelo crivo da razão, emergiu um corpo doutrinário: a doutrina espíri- ta. Manifestações Inteligentes: Se os fenômenos de que nos ocupamos se restringissem ao movimento dos objetos, teri- Compilado por Carlos Alberto de Lima | 05/03/14 1 - 28

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Estudo da Doutrina EspíritaMaterial de Apoio

RESUMÃO do LIVRO DOS ESPÍRITOS - I

Espiritismo & Espiritualismo:

• Todo espírita é necessariamente espiritualista, mas nem todos os espiritualistas são espíri-tas.

• O Espiritualismo é uma filosofia que se opõe ao Materialismo. O materialista crê somen-te na matéria, ou seja, naquilo que ele pode ver; para ele, portanto, em relação ao ho-mem, tudo se acaba com a morte.

Alma, Princípio Vital e Fluído Vital:

• Alma: chamamos alma ao ser imaterial e individual que existe em nós e sobrevive ao corpo;

• Médiuns: intermediário entre os espíritos e os homens; faculdade que quase todas as pessoas possuem de sentirem a presença de espiritos. Em algumas pessoas essa faculda-de é latente e manifesta-se esporadicamente. Em outras pessoas temos a chamada me-diunidade ostensiva que necessita ser disciplinada e educada para que possa ser equilib-rada. É atributo do Espirito. A mediunidade existe independentemente das condições morais da pessoa, entretanto, uma boa condição moral, pela lei de afinidade, facilita atrair Espiritos cada vez mais adiantados. Nada mais são do que criaturas dotadas de uma característica peculiar que as torna intermediárias entre os espíritos e o mundo ma-terial, corporal; ou seja, onde se encontrem há uma facilitação na transmissão de infor -mações do plano espiritual para o nosso (das mais diversas formas - visão, audição, efei-tos físicos e outras).

• Princípio Vital: princípio que dá nascimento à vida material e orgânica de todos os seres (plantas, animais, homens...); é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz quando a matéria se encontra em determinadas circunstãncias; O princípio vital se en-contra no Fluído Vital, universalmente espalhado do qual cada ser absorve e assimila uma parte durante a vida, como vemos os corpos inertes absorverem a luz.

A Doutrina e seus contraditores:

• "Como quer que seja, as mesas girantes representarão sempre o ponto de partida da Doutrina Espírita." Allan Kardec ( "O Livro dos Médiuns") Embora as experiências com as mesas girantes já ocorressem desde o começo da idade moderna (e até mesmo antes), é a partir de 1850 que surge um aumento na freqüência por todo o mundo. A princípio, encarado como brincadeira (era um evento social, como ir ao cinema ou a uma roda de amigos), coube a Allan Kardec observar que por de trás daquela situação havia a atuação de inteligências extra-corpóreas (os espíritos desencarnados); o que deu início às suas pesquisas (basicamente: perguntas e respostas a estas inteligências) levando-o à constata-ção de um mundo não visível normalmente (o mundo espiritual) povoado por essas inte-ligências e a possibilidade de comunicação com elas. Das observações extraídas desses contatos, passadas pelo crivo da razão, emergiu um corpo doutrinário: a doutrina espíri-ta.

Manifestações Inteligentes:

• Se os fenômenos de que nos ocupamos se restringissem ao movimento dos objetos, teri-

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am permanecido no domínio das ciências físicas; mas não aconteceu assim: estavam destinados a nos colocarem na pista dos fatos de uma ordem estranha.

• As primeiras manifestações inteligentes verificaram-se por meio de mesas que se moviam e davam determinados golpes, batendo um pé, e assim respondiam, segundo o que se havia convencionado, por “sim” ou por “não” à questão proposta.

• Esse meio de correspondência era demorado e incômodo O Espírito e esta e também uma circunstância digna de nota, indicou outro. Foi um desses seres invisíveis quem aconselhou a adaptar-se um lápis a uma cesta ou a um outro objeto.

• Por que os Espíritos usam ou usaram muito o expediente das manifestações físicas? Para chamar a atenção dos encarnados para o mundo, para nós, invisível, pois era che-gada a hora de conhecermos O Consolador prometido.

• O que são os sonhos? Vamos encontrar em “O Livro dos Espíritos” a afirmação de que aqueles que tiveram sonos ou sonhos inteligentes mais facilmente se integrarão aos pla-nos espirituais superiores após o desencarne. Referem-se os espíritos aos sonhos onde ocorre o desprendimento espiritual e o indivíduo participa ativamente de trabalhos no plano extrafísico tornando útil ao espírito este período da vida. Os sonhos comuns são as impressões que o nosso cérebro registrou durante o dia, portanto impressões conscien-tes, que vêm à superfície durante o sono. Todas as nossas emoções psicológicas ou sen-sações físicas agradáveis e desagradáveis vividas durante o dia afloram no período do sono, muitas vezes sem ordem cronológica tampouco ordem de locais e pessoas. Os so-nhos reflexivos constituem o segundo grupo.Estes sonhos são mais significativos para o nosso auto-conhecimento. Produzem-se como reflexos de nosso inconsciente presente (registros desta vida) bem como do inconsciente pretérito (arquivos espirituais de vidas passadas).

Psicografia:

• Mais tarde reconheceu-se que a cesta e a prancheta nada mais eram do que apêndices da mão, e o médium, tomando diretamente o lápis, pôs-se a escrever por um impulso involuntário e quase febril. Por esse meio as comunicações se tornaram mais rápidas, mais fáceis e mais completas: é esse hoje, o meio mais comum, tanto que o número de pessoas dotadas dessa aptidão é bastante considerável e se multiplica dia-a-dia. A expe-riência, por fim, tornou conhecidas muitas outras variedades da faculdade mediúnica, descobrindo-se que as comunicações podiam igualmente verificar-se através da escrita direta dos Espíritos, ou seja, sem o concurso da mão do médium nem do lápis.

• O papel do médium nas respostas e a parte que nelas tomava, mecânica e espiritual-mente. Duas circunstâncias capitais, que não escapariam a um observador atento, po-dem resolver a questão. A primeira é a maneira pela qual a cesta se move sob a sua in-fluência, pela simples imposição dos dedos na borda; o exame demonstra a impossibili-dade de um médium imprimir uma direção à cesta. Essa impossibilidade se torna sobre-tudo evidente quando duas ou três pessoas tocam ao mesmo tempo na mesma cesta; seria necessário entre elas uma concordância de movimentos realmente fenomenal; se-ria ainda necessária a concordância de pensamentos para que pudessem entender-se sobre a resposta a dar.

• As respostas, em certos casos, revelam um teor de sabedoria, de profundeza e de opor-tunidade, pensamentos tão elevados e tão sublimes, que não podem vir senão de uma inteligência superior, impregnada da mais pura moralidade. De outras vezes, são tão le-

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vianas, tão frívolas e mesmo tão banais que a razão se recusa a admitir que possam vir da mesma fonte. Essa diversidade de linguagem não se pode explicar senão pela diversi-dade de inteligências que se manifestam. Essas inteligências são humanas ou não? Esse é o ponto a esclarecer e sobre o qual se encontrará nesta obra a explicação completa, tal como foi dada pêlos próprios Espíritos.

• Qualquer espírito que deseja se comunicar pode satisfazer essa necessidade através da psicografia? Falando-se de mediunidade dentro da Doutrina Espírita, qualquer espí-rito pode se comunicar por meio da Psicografia. Entretanto, para que ocorra uma comu-nicação mediúnica, seja do tipo que for; será sempre necessário que o espírito que se comunica seja merecedor; assim como deve ser merecedor o médium. Outro fator im-portante para que ocorra a comunicação mediúnica é a afinidade entre ambos.

• Pode um espírito manifestar-se através da psicografia em um médium que fala outra língua? Pode sim. Mas para isso ocorrer é necessário que se trate de médium mecânico - aquele que escreve independentemente de sua vontade.

• Qual o valor que devemos dar a determinada psicografia que não esteja de acordo com a codificação espírita? Ao recebermos uma mensagem que possa num primeiro momento nos parecer estranha, devemos guardá-la e solicitar a outras casas espíritas que questionem a espiritualidade quanto ao assunto em questão, deixando que ela - a espiri-tualidade - se manifeste a respeito.

• Existindo sempre uma parcela de influência do médium nas manifestações, como podemos atestar a veracidade de uma mensagem através da escrita (assinatura, por exemplo), de um determinado espírito? Esta influência não alteraria a forma da es-crita? No caso do médium mecânico podem ocorrer mensagens com caligrafia e assina-tura muito semelhante àquelas do Espírito comunicante. Entretanto, o que vale mais para se reconhecer a veracidade das mensagens psicografadas é o conteúdo dessas men-sagens; os detalhes e as entrelinhas que ali aparecem. De fato todas as comu nicações mediúnicas sofrem influência do médium. Um mesmo espírito poderia passar uma men - sagem psicografada por meio de um médium, com uma característica rebus cada na lin - guagem gramática e, por outro, com pobreza nessa linguagem. Aqui o que identificaria o Espírito comunicante, seria sempre o conteúdo e a essência de sua mensagem.

• Como se processa a psicografia no médium consciente e no inconsciente? No caso da psicografia inconsciente, o que ocorre é uma interação de fluidos entre médium e Es-pírito comunicante de tal ordem que o Espírito passa a comandar os braços e mãos do médium; de forma que este não conhece o conteúdo daquilo que está escrevendo. O médium consciente, por sua vez, mistura seus fluidos com os do espírito comunicante, mas de forma a receber seus pensamentos. Nesse caso, é o médium quem comanda a escrita, grafando aqueles pensamentos que não são seus, mas conhecendo-os desde o momento em que lhe chegam à mente.

A Doutrina Espírita:

• Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.

• Criou o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimados, materiais e imateriais.

• Os seres materiais constituem o mundo visivel ou corporeo, e os seres imateriais, o mun-do invisivel ou espirita, isto é, dos Espiritos.

• O mundo espirita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a

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tudo.

• O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espirita.

• Os Espiritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade.

• Entre as diferentes espécies de sêres corpóreo, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos Espiritos que chegaram a certo grau de desenvolvimento, dando-lhe "su-perioridade moral e intelectual sobre as outras”.

• A alma é um Espirito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envoltório.

• Há no homem três coisas:

• O corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo principio vital;

• A alma ou ser imaterial, Espirito encarnado no corpo;

• O laco que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.

• Tem assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cu-jos instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espiritos.

• O laço ou perispírito, que prende ao corpo o Espirito, é uma especie de envoltório semi-material. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o se-gundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós, no estado normal, porém que pode tornar-se acidentalmente visivel e mesmo tangível, como sucede no fenômeno das "aparicoes”.

• Tendo o Espirito que passar por muitas encarnações, segue-se que todos nós temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, quer em outros mundos.

• A encarnação dos Espiritos se dá sempre na espécie humana; seria erro acreditar-se que a alma ou Espírito possa encarnar no corpo de um animal.

• As diferentes existências corpóreas do Espirito são sempre progressivas e nunca regressi-vas; mas, a rapidez do seu progresso depende dos esforços que faça para chegar à per-feição.

• As relações dos Espiritos com os homens são constantes. Os bons Espiritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo ver-nos e assemelhar-nos a eles.

• As comunicações dos Espiritos com os homens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as boas das mas inspirações. As comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumentos.

• A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações.

• O verdadeiro Espírita não é o que crê nas manifestações, mas aquele que faz bom pro-

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veito do ensinamento dado pelos Espíritos. Nada adianta acreditar se a crença não faz com que se dê um passo adiante no caminho do progresso e que não o faça melhor para com o próximo.

• O egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ambição, a cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme, a ma-ledicência são para a alma, ervas venenosas das quais é preciso a cada dia arrancar algu-mas hastes, e que têm como contraveneno: a caridade e a humildade.

• A importância que o homem atribui aos bens temporais está na razão inversa de sua fé na vida espiritual; é a dúvida sobre o futuro que o leva a procurar suas alegrias neste mundo, satisfazendo suas paixões, ainda que às custas do próximo.

• O essencial não é orar muito, mas orar bem. Certas pessoas crêem que todo o mérito está na extensão da prece, enquanto fecham os olhos para seus próprios defeitos. A pre-ce é para eles uma ocupação, um emprego do tempo, mas não uma análise de si mes-mos.

• Aquele que pede a Deus o perdão de seus erros não o obtém senão mudando de con-duta. As boas ações são a melhor das preces, pois os atos valem mais que as palavras.

• A prece é recomendada por todos os bons Espíritos; é, além disso, pedida por todos os Espíritas imperfeitos como um meio de tornar mais leves seus sofrimentos.

• A prece não pode mudar os desígnios da Providência; mas, vendo que há interesse por eles, os Espíritos sofredores se sentem menos desamparados; tornam-se menos infelizes; ela exalta sua coragem, estimula neles o desejo de elevar-se pelo arrependimento e re-paração, e pode desviá-los do pensamento do mal. É nesse sentido que ela pode não só aliviar, mas abreviar seus sofrimentos.

• Cada um ore segundo suas convicções e o modo que acredita mais conveniente, pois a forma não é nada, o pensamento é tudo; a sinceridade e a pureza de intenção é o es-sencial; um bom pensamento vale mais que numerosas palavras, que se assemelham ao barulho de um moinho e onde o coração não está.

• A fortuna é uma prova mais arriscada que a miséria, porque é uma tentação para o abu-so e os excessos, e porque é mais difícil ser moderado que ser resignado.

• A caridade é a lei suprema do Cristo: "Amem-se uns aos outros como irmãos; - ame seu próximo como a si mesmo; perdoe seus inimigos; - não faça a outrem o que não gosta-ria que lhe fizessem"; tudo isso se resume na palavra caridade.

• A caridade não está só na esmola pois há a caridade em pensamentos, em palavras e em ações. Aquele caridoso em pensamentos, é indulgente para com as faltas do próximo; caridoso em palavras, não diz nada que possa prejudicar seu próximo; caridoso em ações, assiste seu próximo na medida de suas forças.

• O pobre que divide seu pedaço de pão com um mais pobre que ele é mais caridoso e tem mais mérito aos olhos de Deus que o que dá o que lhe é superfluo, sem se privar de nada.

• Homens de todas as castas, de todas as seitas e de todas as cores, vocês são todos ir -mãos, pois Deus os chama a todos para Ele; estendam-se pois as mãos, qualquer que seja sua maneira de adorá-lo, e não atirem o anátema, pois o anátema é a violação da lei de caridade proclamada pelo Cristo.

• O objetivo essencial do Espiritismo é o melhoramento dos homens. Não é preciso pro-curar nele senão o que pode ajudá-lo para o progresso moral e intelectual.

• O verdadeiro Espírita não é o que crê nas manifestações, mas aquele que faz bom pro-

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veito do ensinamento dado pelos Espíritos. Nada adianta acreditar se a crença não faz com que se dê um passo adiante no caminho do progresso e que não o faça melhor para com o próximo.

• A importância que o homem atribui aos bens temporais está na razão inversa de sua fé na vida espiritual; é a dúvida sobre o futuro que o leva a procurar suas alegrias neste mundo, satisfazendo suas paixões, ainda que às custas do próximo.

• As aflições na terra são os remédios da alma; elas salvam para o futuro, como uma ope-ração cirúrgica dolorosa salva a vida de um doente e lhe devolve a saúde. É por isso que o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, pois eles serão consolados.

• Nas suas aflições, olhe abaixo de você e não acima; pense naqueles que sofrem ainda mais que você.

• O desespero é natural para aquele que crê que tudo acaba com a vida do corpo; é um contra-senso para aquele que tem fé no futuro.

Encarnação dos espíritos:

• A Lei de Deus lhes impõe a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição. Para uns é uma expiação; para outros é uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, devem sofrer todas as tribulações da existência corporal: é a expiação.

• A encarnação tem também um outro objetivo: dar ao Espírito condições de cumprir sua parte na obra da criação.

• Todos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida cor-poral. Deus, que é justo, não podia fazer só alguns felizes, sem dificuldades e sem traba-lho e, por conseguinte, sem mérito.

• As almas são os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível e se revestem temporariamente de um corpo carnal para se purificar e se esclarecer.

• O laço que une o corpo à alma é semimaterial, ou seja, de natureza intermediária entre o Espírito e o corpo. É preciso que assim seja para que possam se comunicar um com o outro. É por esse princípio que o Espírito age sobre a matéria e vice-versa.

• O princípio intermediário ou perispírito, substância semimaterial que serve de primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo físico. São como num fruto: a semente, o perisperma e a casca.

• O corpo pode existir sem a alma; porém, desde que cesse a vida no corpo, a alma o abandona. Antes do nascimento, não há união definitiva entre a alma e o corpo; ao pas-so que, depois que essa união está estabelecida, só a morte do corpo rompe os laços que o unem à alma, que o deixa. A vida orgânica pode animar um corpo sem alma, mas a alma não pode habitar um corpo em que não há vida orgânica.

• A alma não está aprisionada no corpo como um pássaro numa gaiola. Irradiante, ela bri-lha e se manifesta ao redor dele como a luz através de um globo de vidro ou como o som ao redor de um centro sonoro. É desse modo que se pode dizer que é exterior, mas não é o envoltório do corpo. A alma tem dois envoltórios ou corpos: um sutil e leve, que é o primeiro, chamado perispírito; o outro, grosseiro, material e pesado, que é o corpo carnal. A alma é o centro de todos esses envoltórios, como o germe o é numa se -mente, como já dissemos.

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Esquecimento do passado:

• Deus esconde o passado para não nos ofuscar com a verdade.

• Se lembrasse do passado, não haveria mérito àquele que pratica o bem, pois o faria de caso pensado.

• Quando já no plano espiritual, o indivíduo lembra-se do seu passado e pede nova vida para repará-lo.

• As tribulações que passamos são escolhidas para reparar nossas faltas e ensinar a não mais falhar.

• A voz da consciência é, muitas vezes, a lembrança intuitiva do passado que freia os nos-sos erros do presente.

• A lembrança do passado poderia humilhar-nos ou exaltar nosso orgulho, tudo sem utili-dade para a existência atual.

• Estamos sempre junto daqueles que convivemos no passado, seria difícil perdoar um an-tigo assassino, mesmo que hoje estivesse na forma de pai, ou nos humilharia a presença dos que haveríamos ofendido.

• Deus já nos deu o necessário, a consciência, e tira-nos o que atrapalha, que é a lemb-rança total do passado.

• O homem traz, ao nascer, aquilo que adquiriu, mas de forma inconsciente e indireta.

• Não importa saber o que se foi, o que importa é aproveitar a atual existência e corrigir as más tendências que todos possuímos.

• O esquecimento do passado só existe na vida corpórea, pequena interrupção, logo ven-cida.

• Deus nos permite a revelação do passado, mas sempre com um propósito, nunca por pura curiosidade.

• As revelações vãs e casuísticas devem ser vistas com cuidado.

• Podemos saber muito do passado estudando o presente.

Perseverança e Seriedade:

• Se quereis respostas sérias, sede sérios vós mesmos, em toda a extensão do termo, e mantende-vos nas condições necessárias: somente então obtereis grandes coisas. Sede, além disso, laboriosos e perseverantes em vossos estudos, para que os Espíritos superio-res não vos abandonem, como faz um professor com os alunos negligentes.

• Os fenômenos espíritas, porém, baseiam-se na ação de inteligências dotadas de vonta-de própria, que pensam conforme suas conquistas intelectuais acumuladas.

• O estudo do Espiritismo deve ser feito com perseverança, seriedade, sem conceitos pre-viamente estabelecidos, com método e motivado pela firme e sincera vontade de che-gar a um resultado. Questões complexas podem surgir, exigindo estudo de outras, preli-minares ou complementares.

• Deve-se tomar um ponto de partida e acompanhar o encandeamento e o desenvolvi-mento das idéias, para que a conclusão não seja incompleta nem ininteligível ou pareça absurda e contraditória.

• Os Espíritos Superiores somente às sessões sérias comparecem. Por sessões sérias deve-

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mos entender aquela em que reina perfeita comunhão de pensamentos e de sentimen-tos para o bem. Afastam-se sempre que percebem qualquer tipo de leviandade ou questões ociosas. Nestes casos, a ação dos espíritos mentirosos e frívolos é que prevale-ce. Recomenda o Codificador que, para se obter comunicações sérias, os participantes da reunião devem se portar com seriedade e com a intenção na prática do bem, além de perseverarem no estudo. Somente assim pode-se obter comunicação de um Espírito Superior.

Intervenção dos Espíritos no mundo corporal:

• Os Espíritos têm grande influência na vida dos encarnados. Eles os influenciam bem mais do que se pensa. Estamos constantemente sob a influência dos Espíritos desencar-nados, e se bem analisarmos, notaremos que estamos também sob grande influência dos nossos companheiros encarnados, em todos os lados em que nos movimentamos.

• O médium espírita consciente dessas influências passa a perceber com mais intensidade pelas suas sensibilidades, a presença do mundo espiritual a guiá-lo, e entre ele e os seus guias espirituais estabelece-se uma corrente permanente de comunicações, de maneira que as idéias se fundem, prevalecendo as do ser superior. É bom que o instrumento ter-reno se prepare por todos os meios, para que possa ajudar o mundo espiritual a difun-dir as verdades eternas.

• Os seres humanos ainda são ignorantes no que tange ao Espírito. Pode-se dizer que nada sabem, pois ignoram até o próprio corpo que usam como instrumento de evolu-ção. A Doutrina Espírita é uma força da Luz, que tem a missão de influenciar a humani-dade, em um grande empenho para que os povos possam modificar suas estruturas ínti-mas, desde o gesto mecânico até às batidas rítmicas do coração, desde a vida celular ao conjunto orgânico.

• Em cada passo que damos, estamos acompanhados por numerosos Espíritos que nos ajudam, observando o que fazemos ou atrapalhando nossas idéias. A escola é comple-ta; não falta o de que precisamos, entrementes, se trabalharmos no campo interno, se-meando o bem, o amor e a fraternidade, certamente que o mal em torno de nós desa-parecerá, por não ser atraído pelos nossos pensamentos. Assim morrerão as paixões in-feriores e, com elas, o orgulho e o egoísmo.

• Podemos dizer que existem duas fontes de pensamentos, que surgem nas mentes dos encarnados e desencarnados. Uma aparece nos horizontes das nossas mentes, outros, nos são sugeridos por Espíritos com os quais nos afinizamos.

• Quanto mais o Espírito evolui, mais os intervalos de pensamentos diminuem. Pensa-mento contínuo, somente os altos Espíritos que estão ligados à verdade o têm.

• Necessário se faz que tenhamos muito cuidado para conhecermos os pensamentos alheios que chegam a nós. Se, porventura, forem pensamentos superiores, devemos acatá-los e exercitá-los na função do bem e da caridade. Se forem pensamentos negati-vos, devemos esquecê-los. Isso acontece todos os dias.

• A própria obsessão não passa dessa arte dos Espíritos inimigos ou brincalhões, que se aproximam dos seres encarnados. Convém estudar com atenção os livros que se refe-rem a esse assunto, para encontrar sempre soluções para desarticular idéias que são su-geridas e que não têm condições de elevar ninguém ao encontro da paz espiritual.

• Todos os pensamentos exteriores chegam à mente pela força da semelhança, por atra-ção dos iguais, e é por isso que muitas vezes não se pode distinguir os sugeridos dos

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próprios, por se estar acostumado a pensar daquela forma.

• Todo cuidado é pouco, para não cairmos em novas tentações.

• Existem igualmente as sugestões dos encarnados, que são bastante fortes, principalmen-te quando se conversa com eles. As idéias passam para outro cérebro pelos canais do verbo, interferindo na própria vida. Deve-se, por isso, ter um bom senso ativo, para se-lecionar o que se ouve e os gestos daqueles com quem se conversa.

• Vivemos em um mundo de sugestões, onde a oração e a vigilância não devem faltar para que possamos ter um amparo e sair ilesos das provocações de todos os dias.

• A influência dos Espíritos na mente encarnada é muito maior do que se pensa, assim como existem influências das idéias dos encarnados sobre a mente dos desencarnados, conforme a ligação e a escala a que pertencem, um e outro.

• Compete a nós outros cuidar de nós mesmos em todas as situações em que nos encon-tremos, que a ajuda do mais alto não faltará entre os nossos esforços de cada dia.

• A natureza não pode isolar as mentes da comunicação de uns para com os outros, pois isso é vida gerando vidas, isso é paz gerando paz, isso é compreensão gerando com-preensão, isso é saber gerando sabedoria. O que devemos fazer é cuidar sempre dos ataques do que for mal e nos afinizar sempre com o bem, no sentido de sermos ajuda-dos pela lei dos afins.

• Para distinguir os pensamentos que vêm de fora dos nossos, é necessário que tenhamos um pouco de discernimento. Quem não conhece suas próprias idéias, como saberá identificar as idéias dos outros?

• Se Deus deixa que os Espíritos brincalhões nos sugiram pensamentos duvidosos, é para que provemos as nossas decisões. Devemos lutar todos os momentos com esses pensa-mentos e mesmo com os nossos, que surgiram porque nos faltou vigilância.

• Precisamos compreender muito e saber fazer uso da energia mental que nos vem de Deus.

• Deves ter muito cuidado com a palavra escrita e falada, usando o bom senso na sele-ção, como fazes com o que comes todos os dias. Tudo o que existe pode ser lícito, mas nem tudo nos convém assimilar.

• O cuidado maior deve ser de não emitirmos pensamentos inferiores. Somos responsá-veis por eles, pois são sementes na lavoura dos outros, que podem dar frutos deteriora-dos, e a responsabilidade é de quem plantou.

• Os pensamentos sugeridos em tua mente devem ser filtrados, levados ao fogo da razão.

• Cuidemos dos nossos pensamentos, analisando todos os dias o que pensamos.

• Procurarmos nos instruir por dentro é nosso maior dever, no entanto, abençoemos o que existe fora de nós, pois a força exterior é obediente à interna, de modo a nos falar em todas as direções que somos filhos de Deus, sujeitos à Sua influência, e certificando-nos de que nada nos falta para a nossa felicidade.

• Nem sempre os primeiros impulsos são os certos. Todos os pensamentos que surgirem em nossa mente carecem de análise, de modo a saber de onde eles vêm e quais são as suas induções espirituais.

• Se o primeiro impulso mental for de amor e de caridade, de paz e de honestidade, cer-tamente que devemos alimentá-lo, todavia, se ele for voltado para o mal, em várias insi-nuações de tal diretiva, convém expulsá-lo do convívio da mente, enquanto é tempo,

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para que não faça parte da nossa vida.

• Estamos no meio de ondas mentais diversas, mas atraímos o que somos. precisamos “vi-giar e orar” constantemente acerca das nossas intenções e sugestões.

• A caridade faz ambiente de luz, de sorte que os maus pensamentos não encontrem am-biente para morar na cidade da mente.

• É fácil distinguir os pensamentos bons dos maus, bastando um pouco de razão, para que possamos entender. No entanto, se estamos acostumados às coisas vãs, percebe-mos que os pensamentos são inferiores, mas a ligação deles com os nossos escapa à vi-gilância, de modo que eles nos dominam os sentimentos.

• As palavras que vêm nos são inspiradas, e, se são boas colaboram com a nossa grande-za, com o nosso crescimento espiritual.

• O melhor meio de ajudar a quem não sabe pensar é dar-lhe o exemplo das qualidades nobres, pela vivência dia-a-dia.

• Os Espíritos inferiores nos induzem ao mal por ignorância. Se eles conhecessem a ver-dade, iriam ajudar cada vez mais aos seres encarnados. Percebendo a lei da justiça, buscariam cumpri-la pelos canais do amor. Se é semeando que colhemos o que planta-mos, certamente que o Espírito consciente desta verdade não iria semear coisas inferio-res.

• Aos sofredores, dizemos que esperem com paciência, que lutem sem violência para conquistar a harmonia espiritual. Uma mente em paz são valores acumulados no cora-ção. O bem somente penetra em nosso íntimo quando acha sintonia em nossos cora-ções.

• Os Espíritos inferiores sugerem maus pensamentos por inveja, que, igualmente, é uma doença gerada pela ignorância. Eles não suportam que haja seres felizes em seus cami-nhos.

• Se damos a esses irmãos o nome de Espíritos imperfeitos, é porque a linguagem huma-na é ainda restrita. Não existe imperfeição em nada que Deus criou. Os Espíritos nesta escala tem em estado latente as suas qualidades espirituais. Tudo que as mãos de Deus tocaram tem o sinal da perfeição. É indispensável que compreendamos a lei de amor que vibra no centro de todas as coisas e de todos os seres.

• Deus permite que os Espíritos ignorantes influenciem os encarnados para provar sua constância no bem. O Senhor não criou tudo de uma vez; Ele dá seqüência à Sua cria -ção e está constantemente criando, enquanto nós outros não sabemos o modo pelo qual Ele cria.

• Deus permite que os Espíritos atrasados persigam os encarnados e por vezes se apos-sem de suas faculdades com o fim de os instruir, bem como de melhorar esses Espíritos com a presença de quem já aprendeu as lições do perdão e do amor. Esse encontro dos Espíritos do mal com os propensos ao bem é para despertar nos que são influenciados mais amor no coração e mais paz para o seu caminho.

• Não percamos as oportunidades, pois elas passam e podem não voltar. Estudemos os infortúnios, estudemos os problemas que venham ao nosso encontro, porque é deles que tiramos as lições mais profundas sobre nossa paz de consciência.

• O homem pode defender-se das sugestões dos Espíritos de má índole, quando não mais sintonizar com o mal; por isso deve buscar no Evangelho a luz do caminho, para que o coração possa fortalecê-lo em todos os rumos da inteligência e do amor.

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• Todos foram feitos iguais, e iguais em tudo. Não existe purificação de um dia para ou-tro; a iluminação da alma obedece à fieira do tempo.

• Nós chamamos pelos nossos desejos os Espíritos correspondentes, que pensam e têm desejos idênticos aos nossos. Este pode ser traduzido como o “Pedi e obtereis”.

• A nossa defesa, nós temos que criar e, para tanto, os grandes Espíritos que vieram à Ter-ra nos ensinar a verdadeira fraternidade nos legaram um somatório de meios e métodos enriquecidos na prática, no sentido de nos apoiarmos nesses bastões de luz, como se-gurança para os nossos caminhos de libertação.

• Os Espíritos inferiores, quando acham resistência no campo humano em que atacam, certamente que recuam, no entanto, não podes relaxar a vigilância, porque eles ficam na tocaia, esperando oportunidades para de novo investir com todas as suas forças, mormente quando se trata de Espíritos inimigos.

• Verdadeiramente, os Espíritos perseguidores não sabem o que fazem. Se tivessem no-ções das leis estabelecidas por Deus, não fariam e nem praticariam a maldade com os seus semelhantes. Se estás sendo vítima dos Espíritos ignorantes, perdoa sempre.

• No mundo dos homens, infelizmente, há muito ambiente para o intercâmbio com as sombras, e essas semeiam sempre a discórdia e a violência, o orgulho e o egoísmo.

• O modo pelo qual podemos neutralizar a influência dos Espíritos ignorantes é, certa-mente, fazendo o bem. O bem é força poderosa contra o mal, é o antídoto da influên-cia do mal.

• O Espírito, em certa fase na sua vida, fica propenso às más radiações, por encontrar dentro de si paixões inferiores acesas, e como o semelhante atrai os semelhantes, Espíri-tos equivocados dele se aproximam. Mesmo que o sugestionado esteja se esforçando para se desligar das inferioridades, ele ainda é afetado pelos resquícios que tem das pai-xões inferiores. A pureza espiritual é demorada para ser adquirida; podemos gastar vári-as reencarnações a fim de conhecermos a verdade e ela nos tomar livres.

• Ao deitar, o homem não deve esquecer a oração e ao se levantar, deve fazer o mesmo.

• O mal não procede de Deus. Os Espíritos que induzem o homem para as paixões infe-riores o fazem por conta própria, pela liberdade que desfrutam. Os agentes do mal não são missionários. Missionários, somente o são os benfeitores espirituais, que em cada passo se empenham em fazer o bem, amando a todas as criaturas.

• Os maus Espíritos induzem o homem ao mal e os benfeitores espirituais o permitem para testar suas forças, e permitir-lhe conhecer o verdadeiro valor do bem que nunca passa.

• Se Deus, que é sempre amor, o permite, é porque tem algo de amor no que chamamos e achamos que é o mal. Passamos por certa fase em que muitas coisas são ainda incom-preensíveis para a humanidade. Os próprios livros mais chegados à verdade, não têm a verdade total; somente um ser a tem na sua plenitude: Deus.

• Jesus nos mandou amar aos que nos caluniam e nos perseguem, quem nos ofende e maltrata, e ainda orar por eles, porque é nesse teste que o ignorante nos ajuda a com-preender a bondade e a misericórdia do Criador. Porém, quando o mal chegar às tuas portas, compete a ti procurar, por meios certos, livrar-te dele, pelos recursos que a lei te oferece.

• Quando, de repente, sentimos uma satisfação por viver, quando assoma em nós um prazer por tudo, que não sabemos de onde parte, isso é uma inspiração dos benfeitores

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espirituais, a nos induzir para a vida, nos ajudando, desta forma, a vencer os percalços dos caminhos.

• Quando experimentamos uma sensação diferente em nossos caminhos interiores, a ra-zão vai nos dizer de onde vem. Se boa, alimentemo-la, para que cresça essa vida em nós, nos dando mais vida para compreender melhor as leis de Deus palpitando no nos-so universo interior. A melhor das alegrias é aquela que se irradia na cidade do coração para o munido dos nossos sentimentos.

• Os Espíritos que cercam os homens, que são inúmeros, sempre os influenciam, em constante troca de idéias, mais do que se pensa. Os de má índole aproveitam as opor-tunidades de invigilância e de falta de oração, para influenciarem do mesmo modo como pensam e agem, e quando não acham momento oportuno, eles criam situações para que o homem possa cair nas armadilhas dos seus desequilíbrios. Isso sucede com todos os seres, sem exceção.

• Quando na carne, a abertura para os pensamentos indesejados é maior, notando-se em toda parte criaturas de grande nobreza de caráter, vez por outra sendo envolvidas com idéias completamente fora do seu ambiente de viver e, por vezes, apegando-se a elas de maneira inacreditável.

• Os Espíritos que gastam seu tempo em fazer o mal estão, no fundo, procurando o bem, que hoje ou amanhã encontrarão, porque todos somos feitos para e pelo amor.

• Quando os pensamentos inferiores se apossarem da tua cabeça, ora pelos que te insi-nuam essas idéias; ajuda-os a compreender e aceitar outros caminhos, que ser-te-ão dadas novas forças para que possas ensinar e instruir.

Da Lei Divina ou Natural:

• A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta. O sofri -mento da humanidade é, pois, o afastamento da lei de Deus. O homem a conhece mais pela intuição, dependendo dos seus sentimentos.

• Quando Jesus disse: "batei e abrir-se-vos-á", mostrou-nos os caminhos para o conheci-mento de todas as leis da criação. Bater às portas espirituais é buscar com interesse de aprender, é aplicar o esforço próprio todos os dias, é orar e vigiar. As intenções muito valem no aprendizado de cada criatura de Deus.

• A lei de Deus, além de ser eterna, é imutável. Ela não muda com as mudanças huma-nas. Somente a lei do Criador não obedece ao progresso, porque é ela que rege a to-dos e a tudo, inclusive o próprio progresso. A sua configuração espiritual é a mesma em todos os tempos, em todos os mundos.

• Deus fez tudo perfeito, desde o princípio das coisas. O que chamamos de evolução ou progresso, é sinônimo de despertamento espiritual.

• Não existe o que não tenha sido feito por Deus. Quantos vivem iludidos com a falsa sa-bedoria! Se o sábio soubesse que nada sabe, teria mais humildade. Muita gente enver-gando a roupagem da vaidade e do orgulho se arma das singelas letras que aprendeu e decorou nos bancos das escolas, para combater o Evangelho, porque nos mostra as leis na sua mais profunda simplicidade. Como se enganam essas criaturas!

• Para escrever, e mesmo pensar, mentes invisíveis nos ajudam em tudo o que ideamos e fazemos. É do conjunto que nasce a perfeição. Se o sábio estuda as leis da natureza, o

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santo estuda e pratica as leis da alma, de maneira que, com o passar dos tempos, o acervo de experiências vai chegando às novas gerações, doando-Ihes, por misericórdia, o descobrimento dos caminhos mais fáceis para serem trilhados.

• As leis universais são as mesmas para toda a criação. É por isso que elas são assim cha-madas, por pertencerem à unidade divina. Deus é somente UM para todas as humani-dades, no entanto, essas mesmas leis se expressam em cada mundo de acordo com à sua evolução espiritual, e os que ali vivem compreendem essas leis com a capacidade desenvolvida que possuem. Isso é a justiça, o amor que faz o Senhor conhecido por to-dos os seres.

• Devemos sempre consultar o Evangelho de Jesus, que logo notamos o que é Deus, ante a Sua paternidade Universal. Deus facultou a todas as criaturas conhecerem as leis cria-das por Ele.

• As religiões têm esse dever de tornar visíveis as leis de Deus e induzir os homens à sua prática, para que esses sejam mais felizes.

• É claro que não podemos generalizar, porquanto existem muitos Espíritos encarnados que compreendem as leis de Deus bem mais lucidamente do que muitos dos Espíritos fora da carne. Isso, como já dissemos, depende da sua elevação, mas, no comum, a carne esconde os poderes da alma, e faz que ela esqueça o que traz na consciência profunda.

• A lei de Deus se encontra escrita na consciência; o Senhor a escreveu com todo o Seu amor, na qualidade de Pai que ama profundamente Seus filhos.

• Deus confiou a certos homens a missão de ajudar a humanidade a sentir e compreen-der as leis imutáveis que garantem a vida e sustentam a paz em todos os reinos, e essas leis devem ser respeitadas pelas criaturas. Em todos os tempos, houve homens que tive-ram essa tarefa de revelar as leis já estabelecidas pelo Criador.

• Todos nós sabemos que o falso profeta é responsável pelas sementes que semeia nas mentes que o escutam, bem assim pela sua presença enganadora; não obstante, o falso somente tem sintonia com o seu semelhante.

• O verdadeiro profeta é de caráter nobre, dentro da nobreza de Deus, porque somente fala a verdade, e por vezes ela lhe custa a própria vida física, como sucedeu ao Divino Amigo Jesus.

• É fácil de ser reconhecido o homem de bem, pela sua vida, que ajuda outras vidas. É ele o homem que ama e em todos os seus passos ele prega e vive o amor. Todas as reli-giões são dignas de respeito, alguns dos religiosos é que são falsos dentro da própria co-munidade.

• O Mestre dos mestres é, realmente, o modelo no qual todos os homens devem se inspi-rar, no sentido de caminhar com passos firmes em direção à luz.

• A moral é uma regra de bem proceder, e torna-se uma seqüência de valores onde o ho-mem encontra a paz de consciência. Todo o Evangelho de Jesus fundamenta-se na edu-cação dos seres humanos; portanto é uma escola de moralidade divina.

• Para a criatura humana que começa a se educar dentro da regra moral do Evangelho, a sua vida vai mudando, pela transformação que se opera no seu íntimo, e a conseqüên-cia é a transformação do seu comportamento exterior.

• Deus é bondade, é amor, e não iria deixar Seus filhos sofrerem as conseqüências dos erros sem conhecimento da verdade. Todos os que estão encarnados têm conhecimen-

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to do bem e do mal, uns mais, outros menos, mas todos, sem exceção os reconhecem.

• Se queres saber qual o caminho do bem, o que fizeres, faze-o às claras. Desde quando escondes os teus feitos, é porque alguma coisa dentro de ti assinala avisos de que não deves fazê-lo. Quando duvidas se uma ação é boa ou má, isto não passa de irradiação do subconsciente, expedindo sinais para a consciência ativa.

• O engano entre o mal e o bem, para os de boa vontade, para os que procuram Deus em tudo que fazem, é mais difícil. Necessário se faz crer em Deus porque, acreditando n'EIe como Pai de amor, estaremos sempre à procura das Suas leis, para que possamos vivê-las.

• Quem se aproveita do ambiente propício ao mal e o pratica, recebe da lei as corrigen-das; se vive pensando na desarmonia dos outros, certamente ela passa a ser gerada dentro de si mesmo.

• Pensamento é vida. Aquilo que nós pensamos, nós o vivemos. A ciência, há milênios, estuda a mente do homem e ainda se encontra nas primeiras letras, no que tange à função dos pensamentos.

• Não há no mundo quem não possa fazer o bem. Em qualquer situação em que esteja o Espírito, tem ele sempre oportunidade de ser útil às criaturas, e mesmo às coisas. Se não existe nada morto, tudo carece de ser ajudado, na altura em que poderemos servir.

• Vejamos o que pode ser o amor e suas manifestações: ele é a maior de todas as virtu-des somadas, é o perdão, a fraternidade; é a confiança, é a caridade, é a sabedoria, a santidade e a fé; enfim, todas as virtudes, como divisões, são ramificações do amor. E cada coisa e cada alma o compreende de acordo com a sua elevação espiritual.

Da Lei de Adoração:

• Se queres adorar a Deus, não deves esquecer a caridade. Desde o momento em que te levantares do teu leito, começa o dia ajudando. As oportunidades não faltam. Não dei-xes de orar pela tua compreensão em todos os minutos em que estiveres em contacto com os teus semelhantes e para nunca perder a paciência diante de tantos problemas, que sabemos existir. Faze-te surdo quando ofendido, não revidando com as mesmas ar-mas do ofensor.

• Os impulsos de fazer justiça, que nascerem dentro de ti, não deves alimentá-los.

• Adorar a Deus é um sentimento inato na criatura, reconhecendo Aquele que a protege por todos os meios. É uma gratidão dos que já reconhecem ou despertaram para a rea-lidade.

• O perigo da adoração exterior é atrair gente que somente pelos lábios mostra, por vai-dade, que está adorando a Deus.

• Crer em Deus é saber que Ele existe; as formas de reconhecer essa paternidade são di-versas, de acordo com a evolução já alcançada.

• Se tens alguma gratidão por pessoas que te fazem o bem, o que, diante de Deus é um simples dever, como não ser grato Àquele que te deu a vida?

• Um método de adorar a Deus dentro da maior dignidade é pelo trabalho. Tudo que fi-zeres, faze-o com perfeição. A perfeição é digna de mostrar o Senhor, em todos os nos-sos gestos, na fala e nos atos. Se por vezes não compreendes certas leis naturais, não deves deixar de ter cuidado com blasfêmias ante o desconhecido. Espera e trabalha,

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que a compreensão poderá chegar mais breve do que pensas.

• Não deves criticar os adoradores de Deus que se servem dos meios materiais para fazê-lo. Se já conheces o Pai e sentes a necessidade de adorá-Lo pela gratidão, na pureza do amor, faze-o, pela tua altura espiritual já conquistada. Quem mais aprendeu deve ter mais tolerância para com os ignorantes. Um professor não deve exigir de um aluno nos primeiros cursos o que os universitários já conhecem. A lei dos afins são as melhores em todos os campos de vida. O aprendizado é gradativo.

• A adoração verdadeira nasce do coração, envolvendo todos os sentimentos.

• A adoração pode ser individual ou coletiva. O seu valor não está na quantidade, de menos ou mais pessoas e, sim, na sinceridade de propósitos. Tudo que fazes, deves fa-zê-lo com dignidade. O propósito é que expressa o seu valor.

• A prece de coração, com a maior dose de amor e humildade, atrai para junto de quem a faz, energias sutis, capazes de harmonizar todo o ser, e ainda beneficiar aos que nele pensam e aos em que ele pensa. É um comportamento espiritual livre e fascinante, é um degrau a mais que o Espírito atinge na urdidura do seu amor; quanto mais amor, mais força a alma possui na oração.

• Certamente que a prece é um ato de adoração, seja ela na linguagem em que for dita, desde que seja pelo coração. Seja ela ensinada por essa ou aquela religião, orar é reco-nhecer um poder Supremo, é ato de gratidão Àquele que nos fez e nos governa a to-dos.

• A prece torna melhor o homem, desde que esse homem compreenda a eficácia da ora-ção, fazendo-a no seu sentido real. As preces decoradas, onde somente a boca fala, sem que o coração par ticipe, são vazias e não passam de sons que o verbo articula.

• A tua oração deve ser sentida .

• Orar bem é trabalhar constantemente no auto-aperfeiçoamento espiritual.

• O essencial não é orar em demasia, maquinalmente, na inconsciência; é orar com sen - timento de ternura, é colocar o coração para falar antes da boca.

• Há muitas religiões que asseguram e têm esperança de que Deus perdoa todas as faltas cometidas, por apenas um simples arrependimento. Como se enganam esses irmãos! Não há perdão de faltas para ninguém; se assim fosse, seria para todas as criaturas, pois todos são filhos do mesmo Deus, e como Ele é amor, não poderia perdoar uns e deixar outros sob o peso das conseqüências que são geradas das faltas.

• Somente o ofendido é que deve perdoar ao ofensor, e isso não faz com que o ofensor se liberte das faltas cometidas; a lei cobra dele o ato de desamor para com seu irmão em caminho. Se o ofendido não perdoar, o revide faz com que ele entre na faixa do ofensor e com ele se afinize nas suas inferioridades.

• As preces não podem mudar todos os destinos humanos, contudo, elas têm forças des-comunais que os próprios homens desconhecem. A oração, pelo modo que ensinou Je-sus, pelo exemplo, é um transformador espiritual das vidas; quem sabe orar, sabe viver bem.

• Devemos sempre orar pelos Espíritos desencarnados, principalmente pelos sofredores que ignoram a bondade de Deus. Mesmo que seja uma alma devedora em todas as cir-cunstâncias, violenta em todas as suas atividades, devemos a ela um gesto cristão, ofe-recendo as nossas orações, o nosso carinho, para que possa modificar suas intenções e despertar em seu coração o interesse de ser útil aos que sofrem igualmente.

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• A oração tem o poder de levar ao desesperado a paciência; ao violento, a calma, ao odiento, o amor, ao sofredor, o alívio.

Da Lei do Trabalho:

• O trabalho, sendo lei da natureza, constitui uma necessidade de todos os povos, sendo o sustentáculo de todas as civilizações do mundo.

• O trabalho não deve se fixar somente nas coisas materiais, mas se estender em todas as direções daquilo que o homem sabe ou precisa saber.

• Mesmo quem já se encontra fora das leis dos homens, sem trabalhar para sobreviver, que ajude a quem precisa, e que são muitos, velhos, crianças e doentes, pois esse é um trabalho com Deus, sob a direção de Jesus.

• O trabalho é conseqüência da vida material animal. Com a elevação da alma, ele vai se modificando, dada à pureza do Espírito. No mundo espiritual elevado, o progresso atinge a modalidade do trabalho, de modo a oferecer ao trabalhador os meios confor-me sua elevação espiritual.

• Árvores e animais trabalham, em sentido mais profundo, não somente para se mante-rem vivos; todas as divisões da natureza laboram crescendo. Em tudo que existe, Deus depositou algo mais importante para ser despertado.

• Fugir do trabalho é isentar-se dos meios pelos quais vêm os ensinamentos espirituais. Trabalhar é viver; tudo no mundo se agita, em se formando belezas imortais.

• O maior dom da vida humana e do Espírito é o pensamento, cuja força manejada com amor faz prodígios.

• Ninguém se encontra isento da lei do trabalho, pois, se ele se multiplica ao infinito, Deus não iria deixar de aplicar a Sua lei a todas as criaturas, somente por que algumas delas possuem bens materiais.

• Quanto mais cresce a alma, mais obrigações a sua consciência lhe impõe.

• Inutilidade; não existe esta palavra no dicionário divino. Ninguém é inútil para traba-lhar; alguém pode não fazer o serviço que desejava realizar, no entanto, como o traba-lho se estende em ramificações diversas, as lides são muitas e pode escolher aquela que as suas forças têm a capacidade de realizar.

• Os pais têm a obrigação de cuidarem de seus filhos, pois a eles foi outorgado esse de-ver, de modo que as suas consciências os ativam para tal empenho divino, de educar e instruir seus descendentes. Por outro lado, os filhos têm o dever sagrado de cuidar de seus pais, quando estes já são idosos ou estejam presos ao leito, por uma enfermidade. É uma troca de auxílio, para o bem e a tranqüilidade de consciência de todos.

• Se abusamos da autoridade, fazendo os nossos subordinados trabalharem com excesso, responderemos por isso. O comando não é para violência e, sim, para harmonia do meio onde fomos chamados a operar.

• O homem idoso tem o direito de viver no meio da sociedade, porque ele já deu a con-tribuição das suas forças e do que aprendeu no preparo junto àqueles que com ele conviveram.

• Jesus disse com propriedade: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Quem não passar por mim, não entrará no reino dos céus." O reino dos céus referido pelo Mestre é a tranqüilidade social, é a paz de consciência do dever cumprido.

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Da Lei da Reprodução:

• Sem a reprodução, o mundo das formas pereceria, pois em tudo há o germe da multi-plicidade. Começando pelas plantas, observamos o poder das sementes, a extraordiná-ria força de multiplicação das espécies. Assim ocorre com os animais e com os seres humanos.

• O "crescei e multiplicai" é lei de Deus em todos os quadrantes da natureza. Somente o Espírito é que não reproduz Espírito, porque esse vem da fonte maior que é Deus. O corpo físico é a maior maravilha de todos os tempos. Se podemos chamá-lo assim, ele é o maior milagre divino, em se falando da Terra.

• O ser humano só está se voltando para perceber o despertar da vida, sem contudo compreender, na profundidade, o que é a vida. Se ainda não pode compreender me-lhor o que é Deus, que não O culpe por seus infortúnios; se Ele é a inteligência maior do Universo, sabe o que faz com a Sua casa e os Seus filhos.

• Observemos a lei da reprodução nos nossos pensamentos; eles também crescem e se multiplicam. Este é um ponto sutil das nossas deduções. Os pensamentos são sementes que lançamos em todos os solos das mentes que nos ouvem, levando a chancela da nossa responsabilidade. O que escrevemos são sementes igualmente, e responderemos por elas. Nada poderia existir sem a reprodução dos valores.

• Procuremos saber semear, para que não derramemos lágrimas na colheita.

• Pelo que se nota do crescimento da população, parece que nesse ritmo de aumento tornar-se-á difícil a vida na Terra, pelo excesso de pessoas e de animais. Mas, na verda-de, Deus, consciente de tudo que se passa em Sua casa universal, tanto olha e sabe as necessidades dos vermes como as dos homens, tanto dos Espíritos simples e ignorantes, como dos angélicos. Nada falta na criação. O amor de Deus são sementes de luz que a tudo servem e transmutam nas nossas necessidades espirituais e físicas. Se Ele criou e domina o Universo, como não saberia manter o equilíbrio da população que deve ter o planeta, grão de areia na criação?

• Quando observamos uma violenta tempestade, chegamos a temer suas conseqüências, no entanto, ela é um higienizador que limpa e purifica o ambiente. Assim as chuvas, assim as próprias catástrofes.

• Notadamente, é necessário, que se compreenda o que é pedir em nome de Jesus. Não é somente movimentar os lábios, nem ficar em certas posturas; é pedir pelo exemplo do comportamento, pedir pela caridade e pelo amor. Assim, as tribulações e os infortú-nios cessarão e as próprias dores se transformarão em luzes para os nossos caminhos. Até mesmo o progresso crescente das populações permanecerá no ritmo que podemos observar, sem assustar nossos corações, pela confiança que poderemos ter em Deus.

• Várias raças povoaram a Terra, em lugares diferentes, em conformidade com os climas do ambiente terreno e a vontade d'Aquele que tudo fez. Todas as coisas da Terra obe-decem a uma direção espiritual. No entanto, é da vontade igualmente do Senhor que elas se fundam umas nas outras, caldeando suas qualidades e entrosando sentimentos. A própria fraternidade encontra expansão no encontro das mesmas.

• A Grande Inteligência que planejou o aparecimento da Terra já a fez com abundância de certas coisas em certos países e escassez de outras, para que se realizassem as per -mutas. Por trás esse comércio nasce o amor, a amizade e a fraternidade.

• Nós atraímos para junto de nós o que pensamos e desejamos. A mente é dotada de força poderosa, e a sua fixação em ponto determinado torna-se um pedido que Deus

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atende, desde quando observa lições valiosas para educar Seus filhos.

• O racismo é ignorância dos povos. O Espírito é o mesmo, ainda que esteja em variados níveis de despertamento espiritual. A Terra é uma escola de Deus, e cada nação, uma sala de aula que se divide até o lar, como célula da sociedade. É bom anotar que todos somos irmãos e que mesmo os animais devem ser vistos como tais nos nossos cami-nhos.

• Os corpos dos ancestrais humanos eram muito mais grosseiros que os dos atuais, e os corpos que estão sendo preparados para as gerações futuras serão mais sutis que os corpos atuais. São raças se fundindo em raças e corpos se fundindo em corpos, para que no amanhã estejamos elevados para a glória de Deus, bebendo do néctar da vida, de modo que a esperança nos mostrará bem de perto o reino da felicidade, se traba-lharmos com amor.

• Tudo na natureza busca o equilíbrio, usando de todas as formas possíveis, e o homem deve observar a lei natural suave e harmoniosa.

• A regulagem da reprodução, em certos casos, pertence aos homens, a quem cabe estu-dar e procurar meios para que a reprodução em excesso não lhes cause mal. É claro que essa regulagem não deve vir pela força da vaidade, nem inspirada pelo egoísmo. É bom que se desenvolva nos corações da Terra o bom senso em tudo que é feito, para que se garanta a paz de consciência.

• Há muitos laços que prendem a alma às paixões inferiores, como os variados processos que à sensualidade usa para a sua satisfação, embriagando os sentimentos em sensa-ções grosseiras. É, pois, nesse sentido que o Espírito é considerado animal, mesmo com vestimentas diferentes destes, no entanto, as suas investidas no campo dos desregra-mentos são as mesmas ou, por vezes, piores.

• O homem, quando olha somente para baixo, esquece de sentir o Espírito que domina a matéria. Ele é animalizado, ocupando a sua mente com a apologia de que a carne precisa de carne, e que as satisfações inferiores o distraem. Não estamos aqui contra a prática do sexo que sabemos ser força de continuação da espécie, mas, somos somente contra o desregramento do mesmo, que pode levar à loucura e ao fascínio. O excesso das sensações pode embriagar a alma em caminhos de difícil recuperação.

• Não inventemos meios ilícitos para uma coisa tão séria como o é a reprodução, e não desmoralizemos seus valores para a nossa própria satisfação; a natureza tudo fez sob as bênçãos de Deus, para a glória da vida. Se os nossos pensamentos estão soltos no cam-po da sensualidade, procuremos Jesus, que Ele nos dará orientações concernentes ao nosso equilíbrio moral e espiritual.

• Não podemos dizer que o casamento é indissolúvel; separar o que Deus ajuntou é bem diferente de separar o que os instintos inferiores uniram. O problema sério do ca-samento é a sintonia por afinidade espiritual. Os que se unem por amor verdadeiro, nada no mundo faz separar, nem mesmo a desencarnação, pois os Espíritos continuam juntos por vibrações espirituais.

• A indissolubilidade do casamento é imposição humana, contrária à lei da natureza, porque tudo se encontra movendo em mutações variadas.

• Há muitos casamentos de provas, há casamentos por interesses e há casamentos por missão.

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Da Lei de Conservação:

• O instinto de conservação é lei da natureza, agregado ria consciência, para se defender a vida em expansão em todas as latitudes da criação. Ele se manifesta em uns maqui-nalmente e noutros já dominando o raciocínio.

• É de grande importância observarmos nos animais como funcionam os instintos. Eles sentem o que podem comer, por onde andar, e percebem outras coisas para as quais os homens são distraídos. É esse mesmo instinto que, com o perpassar dos tempos, se ilumina com a razão, e no decorrer dos milênios avança em busca da intuição. Mas, tudo vem de Deus, o Grande Foco gerador de todas as coisas e dispensador de toda a vida.

• É preciso compreender que tudo é regido pelas leis divinas e cada ser evolui em seu ritmo próprio. Muitas vezes, o ser humano não alcança a compreensão dessa lei uni-versal da conservação, esse amor de Deus para com todas as criaturas, que em uns se expressa como instinto, em outros como razão, e em outros como intuição, e no mais alto com outras faculdades ainda inimagináveis.

• Se quem semeia colhe, basta isso para que possamos operar nas coisas nobres da vida.

• Se meditarmos sobre o assunto, constataremos que o instinto de conservação é neces-sário para a vida, para que ela cresça e prospere, e que essa força divina vá desabro-chando e se modificando em novos aspectos da sua própria grandeza.

• Os meios de sobreviver foram criados por Deus, para que a humanidade encontrasse o necessário para a conservação da espécie. Com pouca observação, podemos analisar como a terra é dadivosa e boa; as sementes entregues à sua intimidade produzem fru-tos sem que os homens disso participem, a não ser indiretamente. Vejamos que os pás-saros não plantam e nem colhem, ajuntando em celeiros como os homens, entretanto, nunca passam fome. Assim é com todos os viventes que se espalham em todo o plane-ta, em se falando das águas e terras.

• E o Pai ama tanto a Seus filhos que, acima do necessário, a terra é doadora em abundância, sempre ultrapassando aquilo que bastaria aos homens e animais. Assim é que os habitantes do mar não reclamam mais alimentos, como os dos ares, e mesmo os da terra, a não ser os homens, que violam as leis, e desviam os seus celeiros.

• Não é preciso violentar a natureza; ela sabe o seu trabalho e o faz com presteza e exa -tidão.

• O que faz o homem passar necessidade das coisas, não é a falta de tais ou quais ali-mentos, nem de vestes; é a usura, é a ganância do ouro. Ele deseja ajuntar cada vez mais, esquecendo-se do que Jesus nos adverte: “Louco, esta noite pedirão a tua alma; e o que tens guardado, para quem será?” (Lucas, 12:20)

• O Espírito, ao passar para a vida espiritual, não leva nem o próprio corpo de carne que usou por misericórdia de Deus. E qual o resultado do que ajuntou?

• Deve-se comer para viver, e não viver para comer; deve-se vestir para viver com sim-plicidade, e não transformar as vestes em luxo, complicando-se a vida.

• Deve-se morar para se resguardar das intempéries da natureza, e não transformar a moradia em palácio, de maneira que o apego se lhe prenda a ela, mesmo depois do túmulo.

• A abundância sempre nos cerca por todos os lados e em toda parte, no entanto, neces-sário se faz que procuremos o de que precisamos nos lugares certos.

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• "Buscai e achareis". A abundância existe, mas é preciso que seja buscada, e depois, nos nossos domínios, saber usá-la na medida das nossas necessidades.

• São muitos os estudiosos do Evangelho, os teóricos, mas poucos os que vivem os seus ensinamentos, buscando exemplificar as verdades eternas.

• Tudo existe com abundância, visando manter o equilíbrio de todos os povos. O que falta, é por invigilância dos próprios homens. Deus deu às criaturas todos os meios de encontrarem a sua própria felicidade, convertendo-a em conquista, mas os homens ainda não entenderam essas bênçãos.

• Existem dois tipos de alimentos no mundo: o material e o espiritual. A princípio, so-mente é conhecido o material, e todos o buscam, no entanto, o Espírito preparado in-teressa-se mais pelo alimento espiritual, pois servindo-se dele, nunca mais terá fome ou sede.

• A felicidade não pode ser doada; a parte que toca à alma deve ser conquistada pelo esforço próprio, como sendo o salário do trabalhador.

• A necessidade de alimentar-se existe em todos os mundos, no entanto, cada mundo habitado tem a sua alimentação específica; tudo é de acordo com a evolução já alcan-çada.

• Em mundos superiores, o organismo já obedece a um sistema de assimilação mais espi-ritualizada, de modo que o corpo ingere uma comida mais fluídica, o que não aconte-ce na Terra, onde se enche o estômago de vísceras de animais, peles torradas, e mesmo o sangue dos seus irmãos menores.

• Matar o animal nos dias atuais já se encontra no plano do condicionamento e não mais por necessidade insuperável de se alimentar.

• Hoje o homem já pode viver sem as vísceras dos animais à mesa, porque o milho e a soja as substituem, havendo também a abundância de vegetais comestíveis em toda a Terra.

• O homem vive fisicamente porque come, e se comer bem, viverá bem.

• A felicidade está na harmonia mental .

• Deus colocou na matéria atrativos para os homens, no sentido de ensinar-lhes a saber usá-los educando seus impulsos nas investidas dos instintos, como também, para que eles sentissem um pouco de bem-estar e passassem a gozar dos seus próprios esforços, no aperfeiçoamento das coisas em seu benefício. O objetivo dessa atração quase irre-sistível é para que o homem passe a educar, como já dissemos, as forças em luta dentro de cada criatura e daí surgirá a luz, sendo que o entendimento mostrar-lhe-á o cami-nho mais acertado para a sua paz de consciência.

• Os homens já saíram da faixa animal, por isso que o sexo não é livre na sua dimensão. A liberdade, neste caso, e na evolução em que os homens se encontram, lhes faz mais mal do que bem.

• O sexo, para a grande maioria dos homens, é um prazer incomparável, mesmo mo-mentâneo, e por enquanto não tem substituto na concepção deles; no entanto, a cons-ciência está ativa, para discipliná-lo nos moldes que o verdadeiro amor nos concita.

• A força poderosa que alinha as criaturas para o equilíbrio é o tempo; ele é luz do pro-gresso para todos os Espíritos, porém, cabe a todos estimular seus dons espirituais e ca-pacitar-se naquilo que for da sua ordem fazer. Deus nos deixou a nossa parte, e so-mente nós mesmos poderemos realizá-la. Convém ao homem estudar, meditar e traba-

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lhar sem esquecer o exemplo de Jesus.

• Todo exagero traz consigo sofrimentos, e o "conhece-te a ti mesmo" é o melhor para o Espírito saber usar os bens da vida, vivendo em paz consigo mesmo. Isso é amor, que tem o poder de desdobrar-se em variados caminhos para educar e instruir os filhos de Deus.

• O supérfluo é o grande desastre de todas as sociedades do mundo atual. Ele esconde o pão, a veste e o teto do carente e acumula onde não se precisa mais. Isso se chama egoísmo e orgulho, a dupla responsável pela miséria em todas as nações conhecidas.

• A natureza traçou os limites e o homem não quis entender; queria aproveitar a vida, no dizer dos que ignoram, passando esse desregramento de geração a geração, mal que se espalhou no mundo inteiro.

• O corpo físico tem as suas necessidades, oriundas da sua constituição, e o Espírito que se serve dele é obrigado a cuidar do que ele precisa.

• No momento da refeição, mesmo os mais carrancudos se alegram, quando têm fome, porque o alimento é abençoado e carrega consigo as energias para abastecer o corpo. Mas é bom não esquecer que o alimento deve ser orientado na quantidade e na quali-dade, de acordo com a idade da criatura.

• Muitos legisladores formaram certos preceitos, um dos quais é a abstenção de certos alimentos, deduzindo que quem deles se alimentasse passava a ter a mesma natureza do ingerido, assim como certos povos primitivos acreditavam que, devorando seu ir-mão guerreiro, herdavam a sua bravura.

• 0 homem pode alimentar-se de tudo que não o prejudique. Cada organismo é um mundo com as suas necessidades diferentes, de acordo com o despertamento da alma. Uma lei que obriga a todos indistintamente àquilo que o Espírito individual poderia se-lecionar, deve cair, pela força do progresso.

• A abstenção, por algum tempo, foi para fazer parar o abuso daquelas tribos inconscien-tes que procuravam adorar ao Senhor com o sangue derramado dos animais. A absten - ção que devemos fazer é do ódio, da inveja, do ciúme, da prepotência, do orgulho e do egoísmo. Comer isso ou aquilo, ou deixar de comer, não ilumina nem atrasa nin-guém, desde quando se use de discer nimento . Somente o equilíbrio faz nascer a tran-qüilidade na cidade da alma.

• Não é, por exemplo, um pedaço de carne animal que vai perder a alma, que vive no mundo da mesma carne.

• Dada a vossa constituição física, a carne alimenta a carne, do contrário o homem pere-ce. Não se pode generalizar certos regimes; eles devem ficar á solta para as consciênci-as escolherem se devem segui-lo.

• O alimento animal, com o progresso, deverá ceder lugar à alimentação vegetariana. O homem já está nessa procura. Se a carne tem proteínas indispensáveis à saúde huma-na, podemos perguntar: de onde vêm elas? Será que não podem ser encontradas em outras fontes?

• Se a organização fisiológica de alguém requer carne animal, este pode enfraquecer se não comê-la e não deve deixá-la; mas, se o organismo já rejeita a alimentação animal, para que usá-la? Tudo no mundo está certo, somente o que não é certo é usarmos o que não nos convém, por tais ou quais circunstâncias.

• Não o compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar,

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porque não lhe entra no coração, mas no ventre e sai para lugar escuso? E assim consi-derou Ele puro todos os alimentos. Se Jesus considerou puros todos os alimentos, nós outros é que vamos condená-los?

Da Lei de Destruição:

• O que chamamos de destruição são processos que Deus usa sob a forma de progresso para tudo que existe. Nada no mundo se faz sem a permissão de Deus, e Ele somente permite o que é necessário para o progresso dos seres viventes. Se assim não fora, sen-do o Senhor a Inteligência Suprema, não iria Ele permitir que as coisas e os seres fos-sem destruídos.

• O que se vê com mais evidência, são as matanças dos animais com o objetivo de ali-mentação das criaturas. Criam-se estes para matar e, se não fosse o comércio, o inte-resse se desfaria e atrasaria o progresso dos animais. Os homens servem de instrumento para esse comportamento, homens esses na escala mais baixa da evolução humana.

• Por que os seres vivos se destroem reciprocamente? Há uma finalidade, e quem sabe mais do que nós todos reunidos, é Deus, que nos criou para passarmos por esses cami-nhos. Tudo deve se transformar; as mudanças são constantes no palco da vida.

• Certas criaturas se assombram com os processos de destruição, as pestes, a fome, e as guerras, mas se esquecem que morrem muito mais seres humanos pelos vícios, que muitas vezes são mantidos sorrindo. Esse é o suicídio lento, porém, é usado para, igual-mente, educar as almas e despertá-las para a vida maior.

• O medo da morte, comum aos homens, é uma proteção para que eles não venham a sair da Terra antes do tempo, onde alguns deles poderiam, com desespero, fugir ao ins-tinto de conservação, acabando por se auto-destruir. Esse procedimento podem lhes custar muito caro, em reparos dolorosos, tanto no mundo dos Espíritos, quanto mesmo na volta à Terra em novas vestes, com a marca que usaram para dela sair.

• Se vem a dor para impulsionar o Espírito para a frente, despertando-o, vem o remédio em várias outras modalidades de tratamento para regular essa dor, de maneira a nos dar esperança e não sermos impedidos de todo no trabalho. Por enquanto, a humani-dade precisa da destruição mais acentuada para crescer, e muitas vezes isso é um agui-lhão que espanta aos que não estão preparados.

• O que chamamos de mal é o agente educador que se transforma em peças de luz, como portador da verdadeira paz.

• Entre os homens da Terra há, por enquanto, necessidade de destruição violenta, por-que eles ainda continuam com a dureza dos corações e, nessa situação, somente a des-truição violenta pode acordá-los. Essa necessidade se enfraquece à medida que o Espí-rito desperta para o amor.

• O homem não tem direito ilimitado sobre os animais; esse direito é regulado pelas suas necessidades de se alimentar, e os animais, com esse direito limitado, passam igual-mente por processos de despertamento espiritual, pois para tanto foram criados.

• Ainda se tratando dos flagelos, é bom considerar que aparentemente são desastres, mas, sua utilidade se estende em muitas direções, entretanto, somente as gerações fu-turas poderão falar da sua utilidade. Todas as catástrofes, se bem estudadas, põem ter-mo a certos desregramentos morais, abrindo novas perspectivas para as futuras gera-ções, alinhando caminhos onde verdadeiramente se justificam, sem que a consciência

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acuse nossos fatos.

• Quando acontece uma catástrofe muito grande na Terra, todas as nações se unem pela influência da fraternidade, e é nessa união que começa a surgir o amor de umas para com as outras, porque antes não existia essa união. Eis o porquê desses abalos que quando não surgem pelas mãos dos homens, a natureza faz aparecer.

• As nações foram divididas, não para aumentar e alimentar o egoísmo, mas, sim, para aperfeiçoar os conhecimentos de todas as ciências, trocando depois experiências umas com as outras. O comércio existe para mostrar aos homens o quanto vale a fraternida-de.

• Os povos da Terra estão à beira de uma provação coletiva, cabendo aos homens lemb-rar que podem usar de algum socorro na reforma dos costumes, mas, nos parece, as paixões nesta época são ativadas pelas trevas, fazendo os povos se esquecerem das suas obrigações espirituais.

• Os povos belicosos são os mais atrasados espiritualmente; eles desconhecem a fraterni-dade, que faz ligar todos os povos uns amparando os outros, pelos fios do amor, em nome da caridade.

• Por trás de todos os movimentos belicosos, os benfeitores espirituais estão agindo, mu-dando idéias e fazendo com que as nações em litígio aproveitem as lições pelo agui-lhão da dor. É a lei do semelhante curando o semelhante.

• Os países que suscitam guerras para proveito próprio são os grandes culpados, e res-ponderão pelos desastres que provocarem, dos flagelos que torturam os povos. Dizia Jesus: "É necessário o escândalo, mas ai daquele que provocar o escândalo."

• Grande crime é o assassínio, diante das leis da vida, no entanto, é lógico observar que não é somente quem mata que agiu contra a lei, mas também quem sucumbiu, igual-mente, por ter provocado ao que se tornou assassino.

• Sempre encontramos seres cruéis no meio de povos civilizados. Isso ocorre pela bon-dade de Deus, permitindo que Espíritos primitivos reencarnem no meio de outros ele-vados, para aprenderem com os bons. Entretanto, a prova passa a ser para eles um peso a mais, por não suportarem uma vida mais pura, em comparação à sua, e deixam predominar o mal.

• A lei da caridade é universal, e circula em todos os mundos, porque salva todas as coi-sas, em se expressando como o verdadeiro amor. Com o tempo, a crueldade se trans-forma em gema de luz para a felicidade de todas as criaturas de Deus.

Da Lei de Justiça, de Amor e de Caridade

• A lei de justiça manifesta-se de maneira diferente entre os homens face à mistura das paixões e dos interesses pessoais e de grupos, que os caracteriza. Basicamente, ela con-siste em cada homem respeitar os direitos do outro, conforme o ensinamento cristão: "Fazei aos outros o que quereríeis que vos fizessem."

• A propriedade mais primária que o indivíduo possui, como direito natural, é a vida. Deve respeitá-la ao máximo, em si e no seu semelhante, e torna-se réu quando atenta contra a sua ou a do seu próximo, comprometendo-lhe a existência corporal.

• A verdadeira propriedade é aquela que foi adquirida sem o prejuízo de outrem, de-vendo o homem contentar-se com o que possui, e não deixar-se levar de maneira des-vairada, acumulando bens materiais, que no mais das vezes servem para estabelecer

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grandes lutas fratricidas entre os herdeiros.

• Faz mais caridade quem gera emprego e trabalho do que quem distribui bens de con-sumo. É mais caridoso dar ao homem meios para lutar pelo seu próprio pão do que encher-lhe o estômago com a esmola que avilta, deseduca, torna dependente e aco-modado quem a recebe. "Quando quiseres dar alguma coisa a alguém, dá-lhe a cana em vez do peixe."

Da Perfeição Moral - as Virtudes e os Vícios

• Para o homem comum, virtude é toda a resistência voluntária ao arrastamento dos maus pendores. A sublimidade da virtude é o sacrifício dos interesses pessoais a favor do bem do próximo.

• A moral sem as acções é o mesmo que a semente sem o trabalho. De que vos serve a semente se não a fazeis dar frutos que vos alimentem?

• A paixão é a concentração de energia que proporciona um exagero de acção. Ela faz parte da natureza humana e, quando é bem direccionada, pode levar o homem a grandes realizações, como o pode levar também a grandes derrocadas.

• O egoísmo é o pior de todos os vícios, e é de onde deriva todo o mal; é a verdadeira chaga da sociedade, porque é a anulação do amor ao semelhante. O egoísmo é o mai-or neutralizador das demais qualidades do homem; é a hipertrofia do interesse pessoal.

• O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade é a de todas as virtudes.

• A reflexão sobre todos esses elementos leva-nos, fatalmente, ao autoconhecimento. E é por este tipo de conhecimento que iremos aumentar o raio de ação da nossa consciên-cia, agindo de maneira eficaz contra os males, fruto da nossa ignorância e da falta de prática das leis morais.

• Conhecendo e praticando as leis morais, de maneira sistemática e ordenada, acrescen-tamos em nós os valores eternos e permanentes da perfeição moral, que nos levarão à pureza espiritual, para a qual fomos talhados, fechando o ciclo de evolução.

Da Lei de Igualdade

• Todos os homens são iguais perante Deus, que os criou simples e ignorantes, e perante a lei natural, pois os direitos são para todos.

• A desigualdade que vemos entre os homens é fruto da sua própria evolução e esforço, baseada no facto de cada um ser herdeiro de si mesmo ao longo de sua trajectória evo-lutiva, onde forja a sua superioridade espiritual.

• O que à primeira vista pode parecer uma injustiça - a variedade e desigualdade de ap - tidões - é a prova maior da harmonia divina, expressa na sua lei do progresso, que co-loca espíritos de condições evolutivas diferentes uns ao lado dos outros, com a finalida-de de que o que estiver em situação pior encontre um modelo que lhe sirva de meio e estímulo para a sua melhoria.

• A diversidade de aptidões facilita o desenvolvimento da solidariedade entre todos, pois aquilo que um não faz, faz o outro, e no final todos precisam uns dos outros, enten-dendo-se que só na troca é que se desenvolve o amor fraterno e o respeito mútuo.

• É utopia a igualdade absoluta das riquezas , porque a diversidade das faculdades e dos caracteres logo a desfaria, pela força dos acontecimentos. O importante não é uma

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igualdade absoluta, mas uma distribuição equitativa, baseada na lei da justiça, de amor e de caridade, únicas capazes de anularem o egoísmo e o orgulho.

• Tanto a prova da riqueza como a da miséria são concedidas por escolha do próprio es-pírito, que frequentemente nelas sucumbe.

• Enquanto o pobre se perde em queixas, na revolta e até no crime, como tentativa de reparar uma injustiça social, o rico não menos se compromete espiritualmente, quan-do, esquecendo que quanto mais poder exerce maiores deveres e obrigações tem para com os seus semelhantes, apenas cuida de aumentar o seu património material, tor-nando-se egoísta, orgulhoso e insaciável. "Deus experimenta o pobre pela resignação, e o rico pelo emprego que dá aos seus bens e ao seu poder".

• A Terra não é rica nem pobre. Quem estabelece os valores às coisas somos nós, de acordo com nossos interesses e necessidades. Assim, o ouro vale mais do que o ferro, vale mais do que a água, etc. Para a natureza, tudo tem o mesmo valor, porque todos o elementos são importantes na estrutura material do planeta.

• Perante Deus e a lei natural o homem e a mulher têm direitos iguais, pois a ambos foi concedida a inteligência e a consciência de escolha do bem e do mal e também a fa-culdade de progredir.

• A inferioridade com que a mulher é tratada provém de preconceitos milenares de que o homem, sendo muscularmente mais forte, tem o direito de oprimir e dominar a sua fragilidade.

• Perante a natureza, a importância da mulher é maior, porque ela cumpre o papel de fornecer aos descendentes as primeiras noções da vida.

• Deus não cria coisas e formas prontas . Deus cria princípios. Sendo assim, Deus cria o princípio material, “fluído cósmico”, e o princípio inteligente, “espíritos” simples e ig-norantes. A estes deu atributos especiais, entre os quais inteligência e livre-arbítrio, para que, com o passar do tempo, pudessem construir os outros atributos necessários ao progresso, até atingirem a perfeição.

• Sendo assim, nada do que existe na Terra é propriedade de seus habitantes, estando todos

• responsáveis pela conservação e utilização em caráter provisório. Somos meros usufru-tuários dos bens existentes e colocados em nossas mãos, sejam grandes ou pequenos esses bens.

Livre- Arbítrio

• O livre-arbítrio é uma das questões mais polêmicas e paradoxais de todos os tempos.

• Para a Doutrina Espírita não há destino, não há predestinação, não há sorte ou azar. O futuro é cons truído todos os dias . Através de pensamentos e ações, o espírito e seu gru-po cultural escolhem e determinam seus caminhos, exercitando uma característica in-dissociável do ser inteligente: o livre-arbítrio.

• A evolução é o fundamento da vida e ocorre pela aquisição de conhecimentos em sen-tido amplo: técnico, afetivo, emocional, moral, filosófico, científico, religioso.

• O espírito adquire conhecimentos novos através das experiências, vivências e convi-vências acumuladas ao longo de sucessivas situações pelas quais passa, tanto no polis-sistema espiritual como no material.

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• Ao somar conhecimentos novos, o ser modifica a visão que tem de si mesmo, dos ou-tros, do mundo e de Deus, ou seja, amplia a sua consciência, evolui. O conhecimento e o comportamento resultantes das situações enfrentadas delimitam um caminho pró-prio para cada ser inteligente.

• Entretanto, como as experiências vividas são limitadas, o que o espírito sabe também é limitado. As dificuldades apresentadas na superação de algumas situações indicam as limitações do espírito.

• Como consequência natural do poder escolher, temos a responsabilidade pela escolha como característica básica deste momento evolutivo. Por isso, essa faculdade só pode ser conquistada pelo ser pensante no momento em que ele se acha maduro para tal.

• O livre-arbítrio é sempre proporcional à condição evolutiva do ser.

• Um dia, no curso dos milênios, o nosso livre-arbítrio se harmonizará plenamente com a verdade to tal , com as deliberações superiores. Nesse dia saberemos executar, com fi-delidade, o pensamento do Cristo, Mestre e Senhor Nosso.

• Mas, temos que estudar muito esses assuntos (livre-arbítrio e destino), para não dizer-mos tolices sobre eles. Alguns acham que, por Deus saber o nosso futuro, o nosso des - tino já está determinado para nós, e que, portanto, não há livre-arbítrio. E chegam até a dizer que quem acredita em livre-arbítrio, não pode acreditar em Deus. Isso é um absurdo, pois, por Deus saber o nosso futuro, isso não significa que Ele quer o que acontecerá conosco.

• É verdade que existe um destino para nós. Mas ele é feito por nós mesmos, já que co - lhemos o que plantamos. A colheita é, pois, o nosso destino ou carma bom ou mau, e que é conhecido por Deus, sim.

• Ao livre-arbítrio opõe-se à filosofia do determinismo, segundo a qual tudo que aconte-ce com a natureza e o homem já está determinado por uma causa.

• Ao determinismo ligam-se coisas muito importantes, como o destino e a fatalidade, que só existem enquanto expiações (carmas) e provações oriundas do nosso próprio li-vre-arbítrio. E há os deterministas de várias categorias: os econômicos, para os quais fa-tores econômicos causam todos os problemas da humanidade.

• De acordo com Allan Kardec, na pergunta 851 de O Livro dos Espíritos, a fatalidade não existe senão para a escolha feita pelo Espírito, ao encarnar-se, de sofrer esta ou aquela prova física; ao escolhê-la, ele traça para si uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra.

• No tocante às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir.

• Nesse sentido, o Espírito Emmanuel, nas perguntas 132 a 139 de O Consolador, retrata as relações entre o determinismo divino e o livre-arbítrio da seguinte forma: Diz-nos que esses dois termos coe xistem na vida , sendo o primeiro absoluto nas mais baixas ca - madas evolutivas e o segundo amplian do-se com os valores da educação e da experi - ência.

• A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que possam cumprir, com a ajuda de ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confiou; ela é ne -cessária a eles mesmos porque a atividade que são obrigados a desempenhar ajuda o desenvolvimento de sua inteligência.

• Bem & Mal : Não tem eles o livre-arbítrio? Deus não criou Espíritos maus; criou-os sim-

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ples e ignorantes, ou seja, tão aptos para o bem quanto para o mal; os que são maus, assim se tornaram por sua vontade.

• Sem dúvida temos nossos compromissos reencarnatórios. Eles nos dão a direção a se-guir, o que precisamos fazer, priorizar, em nossas reencarnações. Mas, podemos, pelo livro arbítrio, não seguir o planejado, pois quando mergulhamos na carne é que real-mente avaliamos nossas reais qualidades. É na carne que trabalhamos o que temos de bom e vencemos o que temos de ruim. E pode ocorrer de falirmos.

• A escolha das provas, de maneira livre e consciente pelos espíritos desencarnados, só é possível quando o espírito tem um certo grau de conhecimento, discernimento e quali-dades morais para tal.

• Na realidade, não haveria necessidade nenhuma de que os espíritos pudessem, na er-raticidade, "escolher" provas e expiações, pois a Lei de Causa e Efeito, a Lei de Ação e Reação, a Lei de Justiça já registraram no perispírito e na mente do espírito as energias e tendências que o farão enfrentar as provas e expiações que necessite passar. Isso é automático e faz parte da justiça Divina e da Lei Natural.

• Infelizmente, muitos espíritas "estudam" espiritismo apenas pela "metade", não estudam o conjunto da obra de Kardec, e tomam romances como livros ou obras básicas, o que não é verdade. O livro "Nosso lar", por exemplo é fantástico, que trouxe novos conhe - cimentos, mas é um romance, descreve apenas uma situação, uma pequena parte da realidade, que não pode ser extrapolada para todo o plano espiritual.

• Respondendo objetivamente a pergunta, ninguém pode escolher como prova fazer o mal, pois a pessoa que quer, conscientemente, praticar o mal, tem o mal dentro de si, e enquanto estiver neste estado, não escolherá suas provas e expiações na erraticidade. Elas serão determinadas automaticamente pelo registro energético no perispírito e pelo registro moral na inteligência, ou seja, pelo "karma" daquele espírito.

• A liberdade é a condição necessária da alma humana que, sem ela, não poderia cons-truir seu destino.

• À primeira vista, a liberdade do homem parece muito limitada no círculo de fatalida-des que o encerra: necessidades físicas, condições sociais, interesses ou instintos. Mas, considerando a questão mais de perto, vê-se que esta liberdade é sempre suficiente para permitir que a alma quebre este círculo e escape às forças opressoras.

• Para todo Espírito, por pequeno que seja o seu grau de evolução, a Lei do dever brilha como um farol, através da névoa das paixões e interesses.

• Se a liberdade humana é restrita, está pelo menos em via de perfeito desenvolvimento, porque o progresso não é outra coisa mais do que a extensão do livre-arbítrio no indi-víduo e na coletividade. A luta entre a matéria e o espírito tem precisamente como ob-jetivo libertar este último cada vez mais do jugo das forças cegas.

• Para sermos livres é necessário querer sê-lo e fazer esforço para vir a sê-lo, libertando-nos da escravidão da ignorância e das paixões baixas, substituindo o império das sensa-ções e dos instintos pelo da razão.

• Escolhendo tal família, certo meio social, ele sabe de antemão quais são as provações que o aguardam, mas compreende, igualmente, a necessidade destas provações para desenvolver suas qualidades, curar seus defeitos, despir seus preconceitos e vícios. Es-tas provações podem ser também conseqüência de um passado nefasto, que é preciso reparar, e ele aceita-as com resignação e confiança, porque sabe que seus grandes ir-mãos do Espaço não o abandonarão nas horas difíceis.

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• Tudo o que se eleva para a luz eleva-se para a liberdade.

• O homem é o obreiro de sua libertação.

• O estado completo de liberdade atinge-o no cultivo íntimo e na valorização de suas potências ocultas. Os obstáculos acumulados em seu caminho são meramente meios de o obrigar a sair da indiferença e a utilizar suas forças latentes. Todas as dificuldades materiais podem ser vencidas.

• Somos todos solidários e a liberdade de cada um liga-se à liberdade dos outros .

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