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VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - Pará – Brasil _______________________________________________________ Estudo Comparativo sobre o Gerenciamento de Resíduos Sólidos Municipais e Reciclagem entre as Cidades de São Paulo e Londres Alexandre Pereira (KING’S COLLEGE LONDON) Pesquisador Arquiteto e Urbanista, Doutorando do Brazil Institute [email protected] Resumo Este estudo compara a gestão de resíduos urbanos e processos de reciclagem de duas metrópoles: Londres e São Paulo. Seu objetivo é determinar, através de análise de dados secundários, em que medida a gestão dos resíduos sólidos urbanos dessas cidades contribuem para a melhoria ambiental e social de suas populações. A discussão reflete sobre as diferenças existentes entre o gerenciamento de resíduos em cidades em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento, e aponta questões críticas para São Paulo, como por exemplo a escassez de informação publicada sobre o gerenciamento de resíduos, a transferência de tecnologia e a questão do trabalho informal. Esse debate é fundamental num momento onde a Política Nacional de Resíduos Sólidos, proporcionará o enquadramento legal necessário para avançar soluções para a questão dos RSU no Brasil.

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VI Encontro Nacional da Anppas 18 a 21 de setembro de 2012 Belém - Pará – Brasil _______________________________________________________

Estudo Comparativo sobre o Gerenciamento de Resíduos Sólidos Municipais e Reciclagem entre as Cidades de São

Paulo e Londres

Alexandre Pereira (KING’S COLLEGE LONDON) Pesquisador Arquiteto e Urbanista, Doutorando do Brazil Institute

[email protected]

Resumo Este estudo compara a gestão de resíduos urbanos e processos de reciclagem de duas metrópoles: Londres e São Paulo. Seu objetivo é determinar, através de análise de dados secundários, em que medida a gestão dos resíduos sólidos urbanos dessas cidades contribuem para a melhoria ambiental e social de suas populações. A discussão reflete sobre as diferenças existentes entre o gerenciamento de resíduos em cidades em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento, e aponta questões críticas para São Paulo, como por exemplo a escassez de informação publicada sobre o gerenciamento de resíduos, a transferência de tecnologia e a questão do trabalho informal. Esse debate é fundamental num momento onde a Política Nacional de Resíduos Sólidos, proporcionará o enquadramento legal necessário para avançar soluções para a questão dos RSU no Brasil.

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1 Introdução

Metrópoles em países desenvolvidos e metrópoles de países em desenvolvimento tem

experimentado diferentes realidades no gerenciamento de seus resíduos sólidos urbanos. A

literatura tem mostrado que enquanto as mais ricas tem trabalhado com emprego de tecnologias

avançadas, incentivos de mercado para recuperação de material reciclado e de energia, metas de

sustentabilidade e legislação focada nas mudanças climáticas, além de teorias de crescimento

econômico dissociado de degradação ambiental; as demais têm enfrentado problemas de

restrições orçamentárias, dificuldade em controlar os resíduos despejados clandestinamente e

crescente mercado informal.

Nas últimas décadas, vários pesquisadores (Gandy, 1994; Visvanathan e Trankler, 2003; Chen,

2008; Glawe et al., 2005; Asase et al., 2009; Troschinetz e Mihelcic, 2009; UN-Habitat, 2010;

Zhang et al., 2010) têm empregado diferentes métodos e gerado importantes conclusões sobre a

comparação dos dilemas da gestão de resíduos em diferentes contextos urbanos. O estudo de

casos comparativos, usando cidades ou países como unidades de análise, é um valioso método

de investigação, que ajuda a lançar luz sobre dinâmicas particulares, limitações ou omissões

gerados por diferentes experiências urbanas do mesmo processo (Robinson, 2011: p.6; Maxwell,

1998: p.21 citado em McFarlane, 2006: p.19). Porém, é necessário refletir sobre o significado das

diferenças entre terminologias como desenvolvido ou em desenvolvimento (McFarlane, 2006: p.6).

Cidades de diferentes regiões apresentam diferentes particularidades socioeconômicas, culturais,

geográficas e históricas. Sendo assim, é importante salientar que lições raramente podem ser

transferidas diretamente, geralmente do mais desenvolvido para o menos desenvolvido.

Este estudo compara a gestão de resíduos urbanos e processos de reciclagem de duas

metrópoles: Londres (situada em um país desenvolvido) e São Paulo (situada em um país em

desenvolvimento). O objetivo da pesquisa é determinar em que medida a estrutura e organização

da gestão de resíduos sólidos urbanos (RSU) e processos de reciclagem dessas cidades contribui

para a melhoria ambiental e social das suas populações.

O trabalho está organizado da seguinte forma: após a apresentação da metodologia, desenvolve-

se uma breve síntese das principais característica da gestão dos resíduos sólidos em São Paulo e

Londres. Posteriormente é discutida e analisada comparativamente a gestão nessas duas cidades,

destacando pontos importantes como por exemplo, o acesso à informação sobre o gerenciamento

dos RSU, o mercado informal de recicláveis, a transferência de tecnologia e governança; e

finalmente a conclusão.

2 Metodologia

As duas metrópoles foram escolhidas pois ambas possuem similaridades nas suas características

populacionais, importância regional e destaque em seus países no desafios de soluções urbanas.

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Atualmente, Londres é a mais populosa das capitais europeias e tem um dos mais altos padrões

de vida no mundo, com um PIB per capita de U$ 67.791 (Eurostat, 2011). A população da cidade

é caracterizada pela mistura de etnias - cerca de 33% de seus habitantes são de diferentes

nacionalidades – além de receber milhões de visitantes a cada ano, tornando-a centro financeiro e

cultural mundial (EA, 2010). Durante sua longa história, que abrange mais de dois milênios, a

capital teve que lidar com diversas crises decorrentes de condições insalubres, como o surto de

peste bubônica em 1349 que dizimou metade da população e a poluição do rio Tamisa, que

atingiu proporções extremas por meados do século 19.

São Paulo está localizada no Sudeste do Brasil, é a maior cidade do Brasil e uma das mais

povoadas do mundo. A metrópole apresenta enorme desigualdade social: apesar ser o principal

centro industrial e financeiro da América Latina, aproximadamente 12,6% de seus domicílios

(382,296 residências) estão localizados em favelas (IBGE, 2010). Os seus 27 bairros exibem

enormes disparidades socioeconómicas, com grandes diferenças de taxas de ocupação e

crescimento populacional: enquanto as áreas centrais de alta renda com estilo de vida próximos

aos padrões europeus e norte-americanos registram taxas de crescimento decrescente, as áreas

periféricas ocupadas por população de baixa renda têm expandido dramaticamente nas últimas

décadas (SELUR/ABLP, 2010, p. 17). Apesar dessas diferentes condições urbanas, a Limpurb

(Departamento de Limpeza Urbana), órgão responsável pela administração dos RSU e limpeza

pública em São Paulo, afirma que a coleta de lixo doméstico cobre a totalidade cidade, e a coleta

recicláveis cerca de 50% dos bairros.

As duas cidades começaram suas coletas de resíduos domiciliares no final do século XIX. Em

Londres está prática tem início com o Public Health Act em 1875 (Gandy, 1994: p.39), já São

Paulo assinou seu primeiro contrato de coleta de resíduos, limpeza de ruas e serviços de

incineração com um empreiteiro privado em 1893 (Miziara, 2008: p.6). Atualmente, ambas as

cidades têm sistemas muito diferentes de gestão de RSU. Londres tem uma administração

descentralizada, que delega responsabilidades para os conselhos locais e setores privados

(Selur/ABLP, 2010), ao passo que São Paulo conta com a gestão centralizada na Prefeitura e

concessão dos serviços para dois empreiteiros privados (Prefeitura/SP, 2011). Enquanto São

Paulo gasta cerca de R$ 760 milhões por ano para gerenciar seus resíduos, o sistema de Londres

custa cerca de R$ 1.7 bilhão por ano (GLA, 2010: p.31).

3.1 Gerenciamento de RSU em Londres A gestão dos RSU de Londres é um complexo sistema que envolve responsabilidades entre

autoridades locais, empresas do setor privado, e quangos (organizações não governamentais

quase autónomas) (Gandy, 1994: p.38). Os conselhos locais individuais que gerenciam o RSU

têm o dever legal de escolher os melhores níveis de serviço para a população em suas áreas

(WRAP, 2009: p.3). A cidade é dividida em trinta e três bairros, dos quais doze têm autonomia na

gestão de resíduos e os outros vinte e um estão organizados em quatro autoridades legais de

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gestão de RSU (fig.1). Os contratos são organizados independentemente e cada conselho local

tem suas regras próprias, com diferentes tipos de prestação de serviços, métodos de coleta e

destinação, tipo e classificação de recipientes e periodicidade de coletas (Ibid.: p.3). Essa

diversidade contribui para uma certa confusão entre os londrinos sobre o que representa um

serviço de coleta eficiente (Ibid.).

Fig.1: Divisão política da Grande Londres por bairros e autoridades responsáveis pelo

gerenciamento de RSU.

Fonte: Ilustração do autor adaptada do mapa da GLA (2009)

De acordo com dados do Defra (GLA, 2009: p.134), Londres gerou cerca de 22 milhões de

toneladas de resíduos em 2008, sendo cerca de 19% (aproximadamente 4.2 milhões de

toneladas) de responsabilidade das autoridades públicas; e o restante de responsabilidade

privada: sendo 10.4 milhões de toneladas do setor de construção e demolição e 7.5 milhões de

toneladas de resíduos comercial e industrial.

Em 2010 cerca de 3.745 milhões de toneladas de RSU foram coletados, das quais 80% (2.99

milhões de toneladas) de resíduos doméstico (Defra, 2011). Desse total, 46% (1.74 milhão de

toneladas) foram enviados para aterros, 23% incinerados (863 mil toneladas) e 28% enviados

para reciclagem e compostagem (1.06 milhão de toneladas). O restante (4%) recebeu outras

formas de tratamento e destino (Ibid.).

O dados dos órgãos oficiais mostram que a cidade apresentou melhorias significativas nos últimos

dez anos. A Fig.3 mostra que em 2001/2002 foram coletados 4.438 milhões de toneladas de RSU;

uma média de 993 kg por domicílio (Defra, 2011). Este volume diminuiu gradualmente e em 2010,

quando foram coletadas 3.791 milhões de toneladas (618 kg por domicílio) (Ibid.), uma redução de

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quase 38%. No início desse período, os londrinos enviavam 3.2 milhões de toneladas de resíduos

para aterros (72%) e apenas 344 milhões toneladas (8%) eram recicladas. No final da década, a

quantidade de resíduos enviados para aterros diminuiu para 1.738 milhões toneladas (46%),

enquanto 1.062 milhões de toneladas foram para reciclagem (28%) (Defra, 2011). Esse

desempenho em parte, é resultado das políticas nacionais, campanhas do governo e melhorias

nos sistemas de coletas. Esses números revelam uma evolução significativa, principalmente

quando comparada com as projeções negativas do final dos anos 90 (Gandy, 1994; Read, 2000;

IWM, 2002; Defra, 2008: p.49).

A cidade possui dois aterros sanitários, que recebem aproximadamente 20% dos resíduos

coletados. A capacidade desses aterros está diminuindo e tem previsão de funcionamento até

2025 (Ibid.: p.52). Aproximadamente 80% dos resíduos de Londres são enviados para aterros em

municípios vizinhos (EA, 2010: p.47). Esses resíduos viajam longas distâncias e para isso a

cidade conta com dezessete estações de transferência. O custo do transporte, a resistência

crescente dessas cidades vizinhas em receber os resíduos de Londres, além do aumento do

imposto por tonelada de resíduos enviados para aterros, demonstram que esse é um método

desvantajoso para eliminação de resíduos (GLA, 2010: p.22). A Landfill Tax (Taxa de Aterro) foi

criada em 1996 para corrigir a distorção do custo relativamente baixo de enviar resíduos a aterros

sanitários e incineradores (Selur/ABLP, 2010: p.28). Ela é cobrada das empresas e as autoridades

locais para que essas busquem alternativas mais eficientes de disposição dos resíduos, como por

exemplo, a reciclagem e a compostagem.

Embora o prefeito, tivesse afirmado que não haveria mais incentivos para a construção de

incineradores, um terceiro incinerador começou a operar no ano de 2011, aumentando a

capacidade de recuperação de energia da queima de resíduos (GLA, 2010: p.28). Enquanto isso,

incineradores antigos em Lewisham e Edmonton continuam a operar, mesmo sofrendo várias

reclamações por parte dos moradores locais e acusações de ineficiência por não utilizar a

quantidade total de calor gerado e emitir uma quantidade significativa de CO2 (Ibid.: p.20).

Apesar do percentual de reciclagem de Londres vir crescendo gradativamente, ainda é o menor

entre as regiões do Reino Unido e seus números estão abaixo do desempenho de outras grandes

capitais, como Berlim (41%) e Nova York (34%) (GLA, 2010: p.20). Além disso, existe uma

enorme variação nas taxas de geração de resíduos entre os bairros de Londres (EA, 2010: p.50),

devido às diferenças de ocupação urbana e métodos de coleta. Por exemplo, enquanto o bairro

de Bexley tem taxa de reciclagem em torno de 50,7%, o bairro de Lewisham recicla apenas 16,8%

(Defra 2011). O sistema de kerbside – onde, inicialmente os resíduos são separados pelos

moradores - facilita a separação dos resíduos em diferentes compartimentos do caminhão de

coleta (GLA, 2010: p.162). Esse tem sido um importante fator para a redução dos volumes de

resíduos e aumento das taxas de reciclagem.

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As melhorias descritas acima são resultado de uma série de medidas contidas nas legislações

Waste Strategy for England e da European Waste Directive (GLA, 2010: p.15), que tem por

objetivo reduzir a quantidade de resíduos e maximizar a recuperação de valores dos resíduos

através da reciclagem, compostagem e incineração. Entre os principais instrumentos nacionais

vale a pena citar os Indicadores Nacionais (NIs), introduzidos em 2008, que possibilitam

acompanhar o desempenho das autoridades locais de acordo com os compromissos nacionais; e

a Landfill Allowance Trading Scheme (LATS - Regime de Comércio de Licenças para Aterros)

estabelecida para permitir que as autoridades locais possam negociar resíduos orgânicos

destinados a aterro com outras autoridades (DEFRA, 2011).

Outro foco importante que domina cada vez mais o processo legislativo europeu, está relacionado

as questões de infraestrutura de gerenciamento de RSU com baixa emissão de carbono e

controle de gases de efeito estufa nos aterros. Em 2010 a prefeitura de Londres lançou um

ambicioso plano para enviar ‘lixo zero’ para aterros até 2025 com metas de reciclagem de até

60% para 2031 (GLA, 2010: p.10).

3.2 Gerenciamento de RSU em São Paulo A fim de melhorar a condição do gerenciamento dos RSU na cidade de São Paulo, em 2002 a

Limpurb assinou a concessão com duas empreiteiras privadas para coleta e destinação de RSU

do município. As empresas Loga e Ecoburbis ficaram responsáveis durante o período de 20 anos

pelos serviços de coleta, tratamento e destinação final dos resíduos domiciliares e de saúde do

município (fig.2), além da administração das estações de transferência, dois aterros sanitários e

três aterros de inertes (Prefeitura/SP, 2011). Jacobi e Besen (2011) explicam que estes contratos

foram assinados com perspectiva da adoção da Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares (TRSD)

introduzida em 2003. No entanto, a revogação desse imposto em 2005 comprometeu a qualidade

do serviço contratados (Jacobi e Besen, 2010; Selur/ABLP, 2010: p.18).

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Fig.2: Divisão política do município de São Paulo por bairros e pelo zoneamento da concessão de

gerenciamento de RSU com as empreiteiras privadas.

Fonte: Ilustração do autor adaptada do mapa da Limpurb (2006)

Apesar da prefeitura estar aumentando a participação de condomínios residenciais nos programas

de reciclagem (Prefeitura/SP, 2011), em geral, a maior parte da população coloca os seus

resíduos em sacos de lixo ou sacos de supermercado. Esses são deixados nas ruas a espera do

caminhão de coleta. Os sacos acabam sendo arrastados pelas chuvas, bloqueando os bueiros e

contribuindo para enchentes (Jacobi e Besen, 2011).

São Paulo recolhe cerca de 6.3 milhões de toneladas de resíduos por ano, o que compreende os

resíduos domiciliares, de mercados de rua, de limpeza pública, hospitalar e grande quantidade de

resíduos de construção civil, e outros diversos. Quase a totalidade desses resíduos é depositada

em aterros: cerca de 4.8 milhões de toneladas (74,7%) são enviados para aterros sanitários e

mais de 1.5 milhão de toneladas (24,7%) para aterros inertes municipais (Limpurb, 2010). No

entanto, a Limpurb ainda não tem dados concretos sobre a quantidade de resíduos descartados

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como por exemplo, a logística reversa e a responsabilidade compartilhada no ciclo de vida do

produto, trás definições importantes para organizar a questão dos resíduos dos setores de

construção e demolição, a proibição dos lixões, a priorização da inclusão de cooperativas de

catadores na coleta de resíduos recicláveis e incentivos econômicos para o desenvolvimento de

projetos e programas de prevenção e redução de resíduos geração (PNRS, lei 12.305/2010).

Todas essas medidas estão se desenvolvendo no momento no Brasil e devem impulsionar uma

significante transformação nas atividades relacionadas aos resíduos gestão n o país.

4 Discussão

Como foi apresentado anteriormente, os anos de 2002/2003 marcaram melhorias significantivas

no gerenciamento dos RSU para ambas as cidades, enquanto Londres lançava seu primeiro

Municipal Waste Management Strategy (Plano Municipal de Gestão de Resíduos, GLA, 2003),

São Paulo assinava a atual concessão para a coleta e destinação de RSU, introduzindo o

programas de reciclagem.

Fig.3: Comparação da evolução da quantidade de RSU gerenciados em Londres e São Paulo

entre 2001-2010

Fonte: Adaptado do Defra (2011) e da Prefeitura/SP (2010)

A análise comparativa dos resultados alcançados pela administração dos RSU dessas duas

cidades na última década demonstra trajetórias contrastantes (Fig.3): Londres conseguiu diminuir

seu volume de RSU em torno de 14,4%; São Paulo, por outro lado, registrou um aumentou do

volume de resíduos gerados superior a 22%. Em 2010, Londres reciclou mais de 1 milhão de

toneladas (28% dos seus 3.745 milhões de toneladas de RSU) (DEFRA, 2011), enquanto o

sistema formal paulistano, reciclou cerca de 36.865 toneladas (menos que 1% dos 4.463 milhões

de toneladas de RSU) (Limpurb, 2010).

Essas diferenças podem ser explicadas por vários fatores. Primeiramente, o Reino Unido tem

empregado inúmeras medidas tanto para motivar a população a reduzir a geração de resíduos e

melhorar os níveis de reciclagem; como para criar instrumentos de mercado para impulsionar o

setor de geração de energia e materiais reciclados vinculados a estratégias de melhoria contínua.

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Por outro lado, o sistema de gestão de RSU no Reino Unido é dispendioso. Para atender as

metas de infraestrutura de baixo carbono e objetivo de envio de 'Lixo Zero' para aterros, o seu

sistema requer infraestrutura com tecnologia avançada e desenvolvimento constante de

pesquisas, o que demanda um investimento intensivo de capital (Mazzanti e Zoboli, 2008: p.1233).

É importante notar que no sistema industrializado do gerenciamento de resíduos Londrino não

existe o trabalho informal.

Em contraste, de acordo com a pesquisa realizada pela ABRELPE (2010: p.138), o aumento de

resíduos no Brasil é resultado de um período de melhoria econômica, aliado à falta de políticas

públicas destinadas a redução da geração de resíduos. São Paulo segue um padrão de gestão de

RSU que é característica de outras metrópoles de países menos desenvolvidos, com restrições

financeiras e uma infraestrutura incapaz de atender às demandas geradas pelo seu crescimento

populacional (Jacobi e Besen, 2011; Wilson et al. 2006: p.798). As pesquisas de Medina (2000:

p.5) e de Mavropoulos (2010, p.8) também descrevem outras características de gerenciamento de

RSU em países em desenvolvimento que podem ser citadas nesse caso, como exemplo: a

abordagem centralizada da administração dos resíduos, que não leva em conta as disparidades e

as variações dentro da cidade; soluções administrativas verticais com pouca participação da

sociedade; busca de técnicas e métodos importados de países 'desenvolvidos' com soluções

predominantemente baseadas nos setores privados, "negligenciando a existência e as possíveis

contribuições do setor informal", que como foi citado anteriormente, acaba gerando um sistema de

competição entre os setores formal e informal.

Ao comparar as políticas dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, Werlin (2003: p.329)

afirma que o problema dos RSU nos países menos desenvolvidos está ligada a questão de má

governança de recursos, processos de monitoramento ineficientes e políticas públicas

inadequadas, que não solucionam o grave problema das desigualdades sociais. Alguns

estudiosos afirmam que os administradores da cidade não investem na resolução das reais

restrições que sua sociedade enfrenta (Jacobi e Besen, 2011), e que os interesses econômicos

privados, envolvidos no RSU, garantem que as políticas sejam concebidas para beneficiar

algumas elites (Andrade, 2008: p.61). Outro problema grave é a descontinuidade dos programas

ao início de cada nova gestão, após cada eleição (Selur/ABLP, 2010: p.51).

Um problema observado a partir desta pesquisa é a enorme diferença na quantidade e qualidades

das informações disponibilizadas e publicadas por ambas administrações. Enquanto Londres

mantém dados detalhados e frequentemente atualizados; em São Paulo as informações são

escassas e imprecisas, não representando a total realidade do problema. Por exemplo, no Reino

Unido é possível acompanhar o desempenho das autoridades responsáveis pelo gerenciamento

dos resíduos através da publicação dos relatórios e dos Indicadores Nacionais atualizados

trimestralmente nos sites do governo. Nesse caso, é interessante notar, que os registros da

geração de resíduo de construção e de demolição e resíduos industriais em Londres tem volumes

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muito superiores aos números apresentados em São Paulo. A administração de Londres tem o

monitoramento das quantidades desses resíduos, enquanto que, em São Paulo, além da Limpurb

não ter o controle total dos resíduos produzidos por grandes geradores e dos resíduos

descartados clandestinamente, não existem dados consistentes sobre a coleta informal de

recicláveis. Londres também tem um problema do descarte ilegal de resíduos, porém, isso é

monitorado e publicado pelos organismos públicos, que impõe severas multas para o descarte

irregular (Defra, 2010). Além disso, Andrade (2008: p.108) critica a postura das prestadoras de

serviços, quanto a restrição na divulgação de informações, em geral utilizadas seletivamente para

promover seus serviços. Esses serviços são pagos pela sociedade que tem o direito ao acesso a

suas informações. Esse problema acontece também nos países europeus onde grandes

corporações multinacionais acabam dominando os mercados gestão de resíduos em vários

países, porém as legislações europeias possuem instrumentos de controle mais eficazes para

defender os interesses da sociedade. Na Inglaterra os órgãos públicos e privados são obrigados

por lei a publicar suas informações. A divulgação de tais informações é crucial permitindo que a

sociedade e o poder público possam monitorar os serviços e avançar políticas públicas para

melhorar as condições de vida na cidade. A falta de conhecimento limita a capacidade de

planejamento estratégico, para que pesquisadores, políticos e sociedade em geral, compreendam

os problemas e possam implementar um quadro legislativo que atenda as necessidades reais da

população (Thomas, 2004: p.9; Andrade, 2008: p.110). A publicação de informações permite uma

distribuição mais realista e equitativa dos recursos públicos (UNFPA, 2007). Apesar do fato de

que os municípios alegam falta de recursos, obviamente, a falta de informação favorece os

interesses do status quo, beneficiando certos grupos no poder.

Uma outro tema a ser discutido nos países em desenvolvimento é a questão da falta de tecnologia.

Esse debate é fundamental num momento onde a Política Nacional de Resíduos Sólidos,

proporcionará o enquadramento legal necessário para avançar soluções para a questão dos RSU

no país. Investimentos serão necessários para permitir o desenvolvimento de pesquisas e busca

de novas tecnologias para de métodos de gestão de resíduos, processos ambientalmente mais

eficientes e projetos de produtos mais recicláveis (MMA, 2010). Governos regionais estão sendo

chamados para buscar soluções para o gerenciamento de seus resíduos, porém muitas vezes, ao

tentar resolver os problemas de gestão locais, administradores acabam buscando métodos bem-

sucedidos, importando tecnologia avançada, em geral de países industrializados para solucionar o

défice de seus programas. A transferência de tecnologia direta pode se mostrar inadequada, cara

e apresentar vários perigos. Além de aumentar a dependência tecnológica em relação às nações

industrializadas, torna os países em desenvolvimento incapazes para resolver o problema do

setor informal, característico do Brasil e de outras economias em desenvolvimento. Sendo assim,

no caso de São Paulo, a fim de melhorar suas condições ambientais e sociais, a administração da

cidade deve encontrar também soluções para a questão da população marginalizada do mercado

informal. Também no contexto acadêmico, se tais diferenças regionais não são levadas em conta,

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o processo de pesquisa pode contribuir para a tendência de transferência de modelos de países

europeus e norte-americanos para o resto do mundo, ajudando a manter o padrão de

dependência que aumenta as desigualdades sociais.

Muitos autores salientam que o setor informal em São Paulo não pode ser negligenciado no futuro

planejamento de RSU (Wilson et al., 2006; Jacobi e Besen, 2011). Alguns autores (Freitas e

Fonseca, 2011, p.47; Medina, 2004 citado em Troschinetz e Mihelcic, 2009, p.919) salientam que,

além de economizar recursos públicos, o investimento em iniciativas de catadores tem o potencial

de aumentar as oportunidades de emprego e o aproveitamento do potencial dos resíduos,

reduzindo assim a pobreza e a degradação ambiental. A pesquisa Un-Habitat (2010: p.207) cita

exemplos de cidades em países em desenvolvimento que obtiveram altas taxas de reciclagem

com a participação do setor informal, tais como Bangalore 28% (Índia) e Nairóbi 24% (Quênia).

Em Délhi (Índia), por exemplo, o setor informal é responsável por 27% de todos os resíduos

reciclados, que de outra forma seria dispendioso para o município gerenciar (Ibid. p.ixx). Porém,

na maior parte dessas regiões os catadores ainda trabalham em condições desumanas,

separando manualmente os materiais sem equipamentos de proteção, cuidados com a saúde e

segurança, ou direitos trabalhistas. No entanto, os planejadores municipais e a sociedade

precisam reconhecer o valor do serviço prestado pelos catadores, criando meios de remuneração

e qualificação mais adequados (Freitas e Fonseca, 2011, p.31). No entanto, a integração dos

setores informal e formal é uma tarefa difícil. Nalini (2008: p.115) afirma que a rentabilidade do

mercado de RSU deve crescer no futuro, devido à crescente quantidade de resíduos gerados,

escassez de áreas para a construção de novos aterros e evolução da legislação ambiental. Por

outro lado, os contratos continuam limitados a algumas empresas privadas, que por sua vez,

exercem forte influência sobre as decisões políticas.

Sendo assim, o governo precisa apoiar as iniciativas do setor informal e implementar políticas de

emprego adequadas que ofereçam oportunidades para a inclusão social de catadores, reduzindo

as desigualdades. Com isso, as economias em desenvolvimento enfrentam não só um desafio,

mas também uma oportunidade; em vez de importar máquinas e copiar métodos das nações

industrializadas, os políticos nos países em desenvolvimento tem a oportunidade de amenizar os

problemas sociais associados ao trabalho informal. Dessa forma a Política Nacional dos Resíduos

Sólidos deve desempenhar um importante papel, já que, uma característica fundamental dessa

política é o reconhecimento dos RSU como um bem econômico de valor social, gerador de renda

e cidadania, através da priorização da inclusão das cooperativas de catadores na coleta de

resíduos recicláveis e nos programas de Logística Reversa.

A análise das informações coletadas em Londres e São Paulo, nessa pesquisa, sugere que,

mantendo-se as tendências atuais, o contraste entre essas metrópoles se agravará nas próximas

décadas. A administração de Londres tem conseguido alcançar as metas para minimizar o volume

de resíduos gerados e aumentar as taxas de reaproveitamento dos recursos dos resíduos (GLA,

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2010: p.107), permitindo o crescimento econômico futuro dissociado da geração de resíduos.

Esse fato desempenhará um papel chave em uma economia que visa alcançar um PIB per capita

de £ 95.266 até 2025 (White, 2011). Por outro lado, se São Paulo mantiver suas tendências atuais,

a cidade experimentará um crescimento econômico insustentável, com aumento da geração de

resíduos, das desigualdades sociais e da degradação ambiental. Isso restringirá o crescimento

econômico e colocará um pesado ônus sobre seus habitantes, especialmente os mais vulneráveis.

5 Conclusão

Confirmando a hipótese inicial de que existem enormes diferenças entre cidades em países

desenvolvidos e países em desenvolvimento para gerenciar seus RSU. O estudo de caso dessas

duas cidades sugere que Londres tem alcançado constante melhoria na solução do problema dos

seus resíduos, contribuindo para o desenvolvimento social e ambiental. Porém o sistema de

gerenciamento de RSU é caro e depende de tecnologia avançada provida pelo setor privado. Em

São Paulo, além do crescente volume de resíduos gerados e do problema da destinação

adequada, há também a questão da crescente informalidade. A quantidade de resíduos é enorme,

vindo crescendo ano após ano, e as questões socioambientais são extremamente complexas.

Sendo assim, a fim de melhorar as condições ambientais e sociais, a administração dessa cidade

tem que encontrar uma solução para integrar a enorme porção informal da sociedade. São Paulo,

portanto, precisa aproveitar a introdução da PNRS e o momento econômico e histórico favorável

pelo qual passa o país, coordenando esforços e elaborando um planejamento de longo prazo

capaz de reverter o quadro negativo apresentado até o momento. Porém a situação atual é grave,

sendo necessário uma ação condizente na implantação dessa legislação. A PNRS tem o potencial

para trazer mudanças positivas significativas para o atual e lamentável estado de gestão de

resíduos no Brasil. Portanto, a implantação de projetos para aumentar a atividade das

cooperativas de catadores para melhorar gestão de RSU, oferece uma oportunidade sem

precedentes para a cidade.

Além disso, a gestão dos RSU de ambas as sociedades precisam de maior participação pública,

principalmente em relação a conscientização da população da sua responsabilidade sobre a

geração de resíduos pós-consumo. Medidas focadas apenas em soluções do setor privado,

acabam mantendo suas populações dependentes do mercado e de tecnologias caras, podendo

aumentar as desigualdades sociais.

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