estrututra legal e regulatória para a implementação da girh. cap... · ter uma primeira noção...
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Meta e objetivos do capítulo
Meta
A meta deste capítulo é apresentar abordagens alternativas de solução de
conflitos que podem ser incorporadas em políticas e práticais de GIRH.
Objetivos
Compreender que os conflitos são parte integrante da interação, e nem
sempre precisam ser resolvidos no tribunal
Ter uma primeira noção sobre duas abordagens alternativas para a resolução
de conflitos: negociação e mediação
Reconhecer os papéis básicos, as responsabilidades e os principais passos
necessários para a resolução de conflitos
Entender as habilidades de comunicação básicas reforçadas para a gestão
de conflitos.
Apresentação Geral
Introdução
Complexidade da implementação da GIRH
GIRH e gestão de conflito
Resolução Alternativa de Conflito (RAC)
Habilidades de comunicação
Exigências para uma resolução de conflito bem
sucedida
Introdução (1)
A implementação da GIRH exige uma abordagem de
negociação…
Mudança de atitude de trabalho
Considerar um esquema mais amplo e perceber que suas
ações não ocorrem independentemente das ações dos outros
(incluindo usos competitivos da água)
Práticas democráticas descentralizadas
Participação
Tomada de decisão no nível mais baixo
possível
A implementação da GIRH exige uma abordagem de negociação
Visão setorial Visão integrada
De cima para baixo Equilíbrio ou acordo entre setores
Uma estrutura proposta para a resolução de conflitos na
gestão de recursoso hídricos: os Princípios de Dublin
Introdução (2)
Abordagens e instrumentos de negociação
para a GIRH. Por quê? Onde?
O processo de implementação da GIRH está baseado em
negociações de uma série de pactos coletivamente
assumidos:
•Políticas de recursos hídricos (estruturas legal e
institucional)
•Planejamento de recursos hídricos (acesso à informação,
“ferramentas de apoio à tomada de decisão”, equilíbrio de
opiniões: especialistas + grupos de interesse)
•Processos de intervenção (projetos de infraestrutura)
•Resolução de conflitos da água (coordenação)
A complexidade de implementar a GIRH (1)
Os princípios e ferramentas da GIRH são compostos de
pressupostos:
1.Aceitação da interdependência dos diferentes atores sociais
2.Identificação de problemas comuns (em oposição aos
privados ou setoriais)
3.Disposição para falar e aprender
4.Busca de soluções sustentáveis (em oposição a ocasionais)
5.Múltiplas vozes e responsabilidades
Problemas associados na prática:
Captura de espaço de negociação pelos poderosos
(áreas política e econômica)
Falta de participação dos muito ricos e dos muito
pobres
Exclusões forçadas (alguns grupos são deixados fora
da discussão)
Autoexclusões (há coisas melhores para fazer)
Situações não negociáveis
Agendas ocultas
A complexidade de implementar a GIRH (2)
O conflito está presente quando duas ou mais partes percebem que
seus interesses são incompatíveis, expressam atitudes hostis ou
perseguem seus interesses por meio de ações que prejudicam
as outras partes.
Tais interesses incluem:
Acesso aos recursos e sua distribuição
Controle de poder e participação em tomadas de
decisão ligadas a políticas
Identidade (cultural, social e políticas das comunidades)
Situações, particularmente as incorporadas em sistemas de governo,
religião ou ideologia
GIRH e gestão de conflito (1)
O conflito desempenha um papel positivo
se tivermos a necessária habilidade para
criar a sinergia para o bem-estar de todas
as partes em conflito
GIRH e gestão de conflito (2)
Resolução de conflitos: mapa de situação
Quais são os
temas do
conflito?
Quais são os grupos de interesse?
Quem são os
líderes?
Quais são
seus
interesses?
Que posições
adotaram?
Que outras
posições
poderiam servir
a seus
interesses?
Qual é o
contexto
legal/
institucional?
Quanto de
poder e que
tipo de poder
detêm?
O que se sabe
sobre os
aspectos
técnicos do
conflito?
Qual é o
contexto
legal/
institucional?
POSIÇÕES:
O que nós dizemos, nós
queremos
INTERESSES: O que realmente queremos
NECESSIDADES:
O que temos de
ter
Ferramenta cebola
Advogado:
representa e
defende um
interesse particular
Árbitro: toma uma
decisão a partir de
solicitação de
partes interessadas
Iniciador: inicia,
avalia e esboça o
processo
Perito: fornece
informação útil para
a solução do
conflito
Responsável pela
decisão: tem
autoridade para
tomar decisões
Mediador: parte
neutra apoiando as
partes interessadas
Negociador: participa
da representação de um
interesse especial
Partes interessadas:
pessoas ou grupos
afetados pelo conflito
Papéis e Responsabilidades
NEGOCIAÇÃO
As partes em conflito se reúnem
para chegar a uma solução aceita
por ambas
Não implica a participação de
terceiro
Só participam as partes envolvidas
e seus representantes
Eles apresentam propostas para
chegar a um acordo
É um processo privado
Não tem caráter legal (“coisa
julgada”)
As decisões são tomadas pelas
partes
A decisão não é compulsória
Resolução Alternativa de Conflito [ADR] (1)
ADR – ênfase na busca de resultados consensuais
Resolução Alternativa de Conflito [ADR] (2)
FACILITAÇÃO
Uma pessoa imparcial participa
na concepção e condução das
reuniões de resolução de
problemas para ajudar as partes
a diagnosticar, criar e executar
soluções em conjunto.
Processo frequentemente usado
em situações que envolvem
várias partes, questões e grupos
de interesse.
O facilitador:
* Auxilia na concepção da reunião
* Ajuda a manter a reunião no rumo
certo
* Esclarece e aceita a comunicação das
partes na negociação
* Aceita e reconhece sentimentos
* Enquadra o problema de forma
construtiva
* Sugere procedimentos para se chegar a
um acordo
* Resume e esclarece a direção
* Engaja-se em testes de consenso
* Não julga nem critica
* Não impõe as próprias ideias
MEDIAÇÃO
As partes escolhem um mediador
aceitável para orientá-los na
concepção de um processo e para
chegar a um acordo com uma
solução aceita por ambos.
A mediação é flexível, informal e
confidencial.
O mediador:
Pode ser pessoa, grupo ou
instituição
É neutro e não pode tirar
conclusões nem tomar decisões que
afetem as partes
Cria um ambiente seguro
Tem a capacidade de criar confiança
As partes decidem se aceitam as
sugestões do mediador
Resolução Alternativa de Conflito [ADR] (3)
ARBITRAGEM
Processo em que uma parte
externa neutra, ou um painel,
reúne-se com as partes em
conflito, ouve os argumentos de
cada lado e chega a uma
decisão
O árbitro toma uma decisão, aceita
pelas partes
O árbitro é escolhido pelas partes,
com exceções
Suas decisões são compulsórias para
as partes
A decisão, que tem implicações
legais, tem de ser acatada
A arbitragem tem normas pré-
estabelecidas
As partes concordam em não levar
o problemas a tribunais comuns
antes da decisão por arbitragem
(julgamento por um ábitro)
Resolução Alternativa de Conflito [ADR] (4)
São três os problemas típicos para a realização
de uma comunicação eficaz:
As partes em conflito podem não estar se
falando, nem estar dispostas a fazê-lo.
Cada parte pode não ouvir o que a outra está
tentando comunicar.
Pode haver um mal-entendido geral.
Habilidades de comunicação e facilitadores de
conflitos(1)
Um comunicador eficiente:
É um ouvinte ativo
Fala de modo claro e preciso
Demonstra compreensão e trabalha para que haja
clareza e compreensão
Reformula a sua posição e a da outra parte
Separa a pessoa do problema
Habilidades de comunicação e facilitadores de
conflitos(2)
Ouvir ativamente
Objetivos de ouvir ativamente:
Mostrar a quem fala que a mensagem foi recebida
Conseguir clareza quanto ao conteúdo e a emoção da mensagem
Ajudar os que falam a se expressar e encorajá-los a explicar em detalhes sua compreensão e seus sentimentos quanto à situação
Criar um ambiente em a pessoa se sinta livre e segura para falar sobre a situação
Ouvir ativamente
A audição ativa se dá em quatro níveis:
“A Cabeça”: ouvir os fatos e outras informações
“O Coração”: ouvir os sentimentos. É comum o conflito estar
associadio a sentimentos fortes como raiva, medo, frustração e
desapontamento. Tais sentimentos podem bloquear o caminho
para discussões racionais e, assim, precisam ser identificados e
contornados antes de se chegar à discussão de matérias
substantivas.
“O Estômago”: ouvir as necessidades básicas. Identificar que
necessidades básicas norteiam o conflito
“Os Pés”: ouvir qual é a intenção ou o desejo. Identificar em
que direção as pessoa ou grupo está se movendo e qual a
intensidade de seu compromisso.
Características da resolução de conflito bem
sucedida
Disposição de participar
Oportunidade de ganho mútuo
Oportunidade de participação
Identificação dos interesses
Devenvolvimento de opções
Chegando a um acordo