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Governança Regulatória: tendências futuras
EBAPE/FGVSeminário Governança regulatória: diagnóstico e
reformas
Luiz Alberto dos SantosCasa Civil da Presidência da República
Rio de Janeiro, 14 de dezembro de 2012
Custos da “burocracia”
A burocracia empurra o Brasil para o 179º lugar no ranking global com 183 países
• País é o mais lento dos Brics para abertura de empresas• Apesar de melhora de 20% em cinco anos, abrir negócio leva 120 dias. Estrangeiro precisa
dar endereço de companhia, mas que só pode sair após registro do executivo no país.• O tempo que se leva para abrir uma empresa no Brasil encolheu 20% nos últimos cinco
anos, mas segue entre os maiores do mundo, segundo dados do Banco Mundial.• Os atuais 119 dias de processo já foram 152 em 2007. Apesar da melhora, somente quatro
países exigem hoje mais paciência dos futuros empresários: Guiné Equatorial (137 dias), Venezuela (141), República do Congo (160) e Suriname (694 dias).
• A burocracia empurra o Brasil para o 179º lugar no ranking global com 183 países. E em último entre os emergentes chamados Brics, grupo que inclui ainda Índia (29 dias), Rússia (30), China (38) e África do Sul (19 dias).
• (...) • Folha de São Paulo, 15.02.12
IBOPE
O Ranking da burocraciaFonte: Pesquisa CNI - IBOPE, dezembro de 2008
MD+D MF+F
Pedir aposentadoria ou pensão 61% 15%Abrir uma empresa 57% 13%Fechar uma empresa 52% 17%Tirar carteira de motorista, licenciar ou transferir um carro 46% 29%Comprar ou alugar um imóvel 45% 28%Obter empréstimo ou financiamento em banco 42% 35%Tratar dos trâmites de um funeral 37% 30%Receber FGTS, PIS e seguro desemprego 32% 44%Fazer procurações, tirar certidões e atestados em cartório 29% 44%Tirar autorização de viagem para filhos menores 24% 39%Tirar CPF, identidade e passaporte 23% 63%Fazer crediário para comprar bens como TV, geladeira e móveis 18% 65%Registrar um nascimento 6% 80%
Mais
difíceisM
ais fáceis
IMD World Competitive Yearbook
(IMD Institute for Management Development World Competitive Yearbook)
Doing Business 2013 -Facilidade em se fazer negócios
TOPICOS DO RANKING DB 2012 RankDB 2013
RankMudança de
posições no Rank
Abertura de empresas 122 121 + 1
Obtenção de alvarás de construção 130 131 -1
Obtendo eletricidade 61 60 +1
Registro de propriedades 105 109 -4
Obtenção de crédito 97 104 -7
Proteção de investidores 79 82 -3
Pagamento de impostos 154 156 -2
Comércio internacional 123 123 SEM MUDANÇA
Execução de contratos 120 116 +4
Resolução de Insolvência 139 143 -4
Fonte: www.doingbusiness.org/dqtq/exploreeconomies/brazil. Dados ajustados.
Fiesp, 2010 – Relatório “Burocracia: custos econômicos e propostas de combate”
• Se o Brasil reduzisse em 0,3 pontos seu índice de burocracia, chegando um nível igual à média dos países Selecionados de 0,27, o produto per capita do país passaria a US$ 9.147, ou seja, um aumento de quase 17% na média do período 1990-2008 (equivalente a 1,45% ao ano). Isto corresponde a um custo médio anual da burocracia estimado em R$ 46,3 bilhões, equivalente a 1,47% do PIB (valores de 2009).
• O custo econômico anual da burocracia de R$ 46,3 bilhões representou no Brasil: – 10,1% do investimento (FBCF) privado (2009) – Quase 300% do gasto privado em P&D (2008)– 2,8% da receita líquida de vendas da indústria de transformação
(2007) – 2,3% do consumo final das famílias (2009)
Avaliação geral das agências reguladoras no Brasil: Pesquisa AMCHAM – VOX POPULI
(2012)
Base: 100% dos entrevistados
1,0%
26,8%
36,1%34,0%
2,1%
NS/NRSatisfeitoNem satisfeito/neminsatisfeito
InsatisfeitoMuito insatisfeito
V30 - Avaliação geral acerca das agências reguladoras no Brasil
Pensando na regulação no Brasil, você diria que está:
AGREGADO %Insatisfeito 36,1%
Nem satisfeito/nem insatisfeito 36,1%
Satisfeito 26,8%
NS/NR 1,0%
TOTAL 100,0%
Principais pontos POSITIVOS da regulação no Brasil (resposta múltipla e espontânea)
Base: 100% dos entrevistadosNa sua opinião, quais são os principais pontos positivos da regulação no Brasil? (O que isso traz de bom para o país?) (Resposta espontânea)
16,1%
10,9%
10,2%
10,2%
8,8%
7,3%
4,4%
4,4%
3,6%
2,9%
2,2%
6,6%
11,7%
0,7%
Promove maior segurança ao consumidor
Maior controle dos produtos/serviços
Garantia de produtos de qualidade
Maior credibilidade das empr/prod. junto ao consumidor
Equilíbrio entre as partes envolvidas (emp/agênc/socied)
Abertura ao merc.externo/país no cen. internac.
Existência de leis/regulamentação
Benefícios (diversos) p/ empresas
Maior credibilidade junto ao governo
Profissionalização na área técnica valoriza a negociação
Cresc.da atuação das agências/boa competição entre agências
Outros
Nenhum aspecto positivo
NR
V31/V32 - Principais pontos positivos da regulação no Brasil (resposta múltipla e espontânea)
19,0%
18,1%
15,5%
13,8%
7,8%
6,9%
2,6%
14,7%
1,7%
Lentidão/morosidade em processos (diversos)
Excesso de burocracia nos processos (diversos)
Interferência política/governamental
Faltam invest. em capacit.profissional/recursos humanos
Falta clareza/inform/diálogo nos processos e negociações
Falta fiscalização/ cumprim.das leis
Órgãos despreparados/ estrut.ineficiente/pouco atuantes
Outros
Nenhum
V33/V34 - Principais pontos negativos da regulação no Brasil (resposta múltipla e espontânea)
Base: 100% dos entrevistadosNa sua opinião, quais são os principais pontos negativos da regulação no Brasil? (resposta espontânea)
Principais pontos NEGATIVOS da regulação no Brasil (resposta múltipla e espontânea)
Avaliação geral da qualidade das agências reguladoras
Base: 100% dos entrevistados
7,2%
29,9%36,1%
21,6%
5,2%
Concorda totalmenteConcordaNem concorda/nemdiscorda
DiscordaDiscorda totalmente
V35 - Avaliação geral da qualidade das agências reguladoras
Índice: 37,1%
As agências reguladoras atendem às funções para as quais foram
criadas de maneira satisfatória
AGREGADO %
Discorda 26,8%
Nem concorda/nem discorda 36,1%
Concorda 37,1%
TOTAL 100,0%
Atributos de qualidade das agências reguladoras Ba
se: 1
00%
dos
ent
revi
stad
os
2,1%3,1%1,0%1,0%7,2%3,1%11,3%6,2%
37,1%
25,8%
42,3%
33,0%
32,0%
42,3%
33,0%
34,0%
16,5%24,7%11,3%
25,8%
5,2%1,0%1,0%
Concorda totalmenteConcordaNem concorda/nem discordaDiscordaDiscorda totalmenteNS/NR
V36 A V39 - Atributos de qualidade das agências reguladoras
Índice: 25,8% 12,3% 21,7%25,7%
1 2 3 4
1 - São órgãos eficientes no exercício de seus poderes e atividades de regulação com a edição de regulamentos claros e coerentes2 - São órgãos ágeis que atendem à dinâmica do mercado (...)3 - Tendo em vista o atual marco legal, os atos regulatórios expedidos pelas agências garantem um bom nível de competição entre os
agentes4 - Na interpretação dos contratos, regulamentos e na fiscalização do setor, as agências são imparciais em relação aos agentes
envolvidos (...)
Aspectos das agências reguladoras (atividade fiscalizatória e atos/decisões)
Base
: 100
% d
os e
ntre
vist
ados
1,0%6,2%5,2%
22,7%20,6%
41,2%51,5%
27,8%22,7%
1,0%
ÓtimoBomRegularRuimPéssimoNS/NR
V40 A V41 - Aspectos das agências reguladoras (atividade fiscalizatória e atos/decisões)
Índice: 22,7% 28,8%
1 - Em relação à defesa de um ambiente regulatório estável e promotor de investimentos, como você avalia a atividade fiscalizatória das agências reguladoras?
2 - E quanto à fundamentação dos aspectos técnicos, como você avalia os atos e decisões das agências reguladoras?
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Cresce a importância dos valores tradicionais e novos como indicativos da efetividade e desempenho das instituições
públicas
Determinações e Recomendações do TCU (Acórdão 2261/2011)
• Boas práticas capazes de aprimorar a governança regulatória:– estabelecimento de um período de quarentena de no mínimo 1 (um) ano
para os dirigentes das agências reguladoras;– estabelecimento de rol taxativo de hipóteses de perda de mandato dos
dirigentes das agências reguladoras;– normatização de prazos para indicação, sabatina e nomeação de dirigentes
dos entes reguladores; – criação de mecanismos/instrumentos formais que propiciem maior
estabilidade e maior previsibilidade na descentralização de recursos;– caracterização das agências em órgãos setoriais, desvinculando seus
orçamentos dos respectivos ministérios vinculadores;– estabelecimento de requisitos mínimos de transparência do processo decisório das
agências, tendo por parâmetro os procedimentos adotados pela ANEEL;– padronização mínima dos institutos das audiências/consultas públicas entre as
agências;
Reforma Regulatória para o desenvolvimento inclusivo
• Ambiente de negócios é crucial para a geração de emprego e renda e o desenvolvimento econômico e social
• Regulação como contribuição para a maior produtividade e competitividade na economia – OCDE: “aplicar os princípios de política regulatória ao preparar regulações que implementem políticas
setoriais, e se esforçar para garantir que as regulações sirvam ao interesse público promovendo e beneficiando o comércio, a concorrência e a inovação, reduzindo os riscos do sistema na medida do possível”
• Combate aos cartéis, monopólios e práticas abusivas• "Smart, calculated regulation may not be an inspiring dream or a call to arms - but if it's done
right, good regulation can be a comparative advantage."- Robert Slater, Chair, Regulatory Governance Initiative Canada
• Smarter regulation: Regulação de qualidade e não excessiva. Qualidade para quem? Que tipo de qualidade?
– Simplificação burocrática e regulação proporcional à capacidade das empresas de cumprir com requisitos– Regulação orientada para o cidadão e a inclusão social
• Planejamento regulatório• Maior abertura à participação social no processo regulatório • Redução da assimetria de capacidades no processo regulatório
Reforma Regulatória e Agilidade Estratégica
• Reforma regulatória está correlacionada com outras dimensões da Governança Pública
• Regulação e política regulatória integradas ao ciclo de políticas públicas, considerando-se políticas, instituições e ferramentas como um todo, em todos os níveis de governo e em todos os setores
• Celeridade, objetividade e confiabilidadeOCDE: “manter uma capacidade estratégica para garantir que a política regulatória continue a ser relevante e efetiva e que possa se ajustar para responder aos desafios emergentes.”
• Regulação baseada em evidências• Qualidade da resposta em situações de crise – enforcement e
regulação preventiva, e não reativa
Suécia, 2012: Calculadora Regulatória• Apoio aos agentes
públicos/rulemakers/legisladores para estimar custos administrativos quando elaboram avaliações de impacto.
• “Regelräknaren” torna mais fácil descrever em avaliações de impacto os custos administrativos das propostas regulatórias.
• Agências podem acessar base de dados para considerar quando e como dirigir seus esforços para desenhar regras menos onerosas para as empresas.
• Com base nessa análise e em discussões com a comunidade de negocios, medidas podem ser identificadas para ajudar o governo a atingir a meta geral de criar uma mudança sensivel em suas operações no dia a dia.
Profissionalização, Ética, Abertura e Transparência
• Profissionalização, Ética e Transparência– Processos de seleção para dirigentes– Ampliar meritocracia nas agências– Reduzir exposição à captura, corrupção e tráfico de influências– Ampliar mecanismos de prestação de contas
• Melhorar capacitação técnica e compreensão da complexidade dos mercados
• Aderência às diretrizes do Governo Aberto: informação, transparência ativa e acessibilidade
• Ampliar uso da AIR e processos de consulta pública• Conflito de Interesses e quarentena – uniformidade de regras,
abrangência e período
Enforcement da Regulação• “The enforcement of regulations affects businesses at least
as much as the policy of the regulation itself. Efficient enforcement can support compliance across the whole range of businesses, delivering targeted, effective interventions without unreasonable administrative cost to business. Inflexible or inefficient enforcement increases administrative burdens needlessly, and thereby reduces the benefits that regulations can bring.”
Phillip Hampton, Reducing administrative burdens: effective inspection and enforcement, The Hampton Review – Final Report, UK, 2005.
Enforcement da Regulação• Melhorar monitoramento dos agentes em mercados regulados;• Monitorar o impacto da regulação e dos processos regulatórios;• Aperfeiçoar indicadores de desempenho e processos internos de
sanção;• Aperfeiçoar supervisão regulatória – ministerial e no Centro de
Governo • Compor, qualificar e orientar equipes na área de fiscalização;• Agir com celeridade e objetividade na fiscalização- fiscalização
baseada em evidências e com motivação suficiente• Integrar análises de risco nos processos para direcionar fiscalização e
assegurar eficiência e resultados;• Incentivar condutas positivas e acima de obrigações / divulgação de
benchmarkings;• Responsabilização da pessoa jurídica (PL 6826/2010).
Cooperação em Reforma Regulatória
• Participação de Organismos de supervisão regulatória e agencias reguladoras nas policy networks e policy communities.
• Cooperação objetivando intercâmbio de melhores práticas e aprendizagem institucional– OCDE: Desenvolver incentivos para promover a coordenação
horizontal entre as jurisdições para eliminar os entraves ao funcionamento contínuo dos mercados internos e limitar o risco de práticas de competição regulatória, desenvolvendo mecanismos adequados de resolução de litígios através das jurisdições locais;
• Ampliar cooperação interfederativa;• Capacitação e tecnologias compartilhadas.
Governança Inclusiva e Prestação de Serviços: desafios para as agências reguladoras
• Assegurar competitividade e qualidade dos serviços prestados aos cidadãos;
• Promover ambiente favorável à ampliação dos mercados e provedores de serviços;
• Intensificar uso da tecnologia (TIC, Governo Eletrônico, “Mobile Government”) para prestar serviços e orientar atuação – governança centrada no usuário– OCDE: “Empregar tecnologia da informação e adotar atendimento
unificado para as licenças, autorizações e outros requisitos processuais, tornando a prestação de serviços mais simples e focada no usuário.”
– Reduzir custos de transação• Papel mediador, mas sobretudo de agente do Estado – neutralidade
é relativa.
Fonte: OECD, 2012.
Perspectivas e Desafios• Fortalecimento e valorização da regulação como
instrumento a serviço da sociedade;• Integração com políticas públicas;• Abordagem sistêmica – governo como um todo• Credibilidade e legitimidade dependem da
qualidade da gestão e transparência- integridade, imparcialidade, probidade, legalidade e
mérito- eficiência, transparência, diversidade e orientação
para o usuário
Obrigado!
LUIZ ALBERTO DOS SANTOS
www.regulacao.gov.br