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Abril

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO

BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

ABRIL 2016

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

4 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

SIGLAS E ACRÓNIMOS

ACES Agrupamento dos Centros de Saúde

AML Área Metropolitana de Lisboa

AUGI Área Urbana de Génese Ilegal

BCE Banco Central Europeu

CAOP Carta Administrativa Oficial de Portugal

CCDR Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional

CE Comissão Europeia

CERCIMB Cooperativa de Educação e Reabilitação de Crianças Inadaptadas da Moita e do Barreiro

CET Cursos de Especialização Tecnológica

CH4 Metano

CMB Câmara Municipal do Barreiro

CO2 Dióxido de Carbono

CRIPS Circular Regional Interna da Península de Setúbal

CUF Companhia União Fabril

DGERT Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho

DGPC Direção Geral do Património Cultural

E.P.E. Entidade Pública Empresarial

ED Equipas Domiciliárias

EEM Estrutura Ecológica Municipal

EN Estrada Nacional

EPBJC Escola Profissional Bento de Jesus Caraça

ER Estrada Regional

ESTB Escola Superior de Tecnologia do Barreiro

ETAR Estação de Tratamento de Águas Residuais

FISIPE Empresa produtora de fibra acrílica

FMI Fundo Monetário Internacional

GAE Gabinete de Apoio ao Empresário

GEE Gases Efeito de Estufa

GEP Gabinete de Estratégia e Planeamento

IC Itinerário Complementar

ICNF Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas

IEFP Instituto de Emprego e Formação Profissional

INE Instituto Nacional de Estatística

IP Itinerário Principal

IPCTN Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional

IPS Instituto Politécnico de Setúbal

MNMC Mata Nacional da Machada

N2O Óxido Nitroso

OMS Organização Mundial de Saúde

PDM Plano Diretor Municipal

PE Parque Empresarial

PIB Produto Interno Bruto

PMOT Plano Municipal de Ordenamento do Território

POLIS Projeto do Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente

PROTAML Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa

RSI Rendimento Social de Inserção

S.A. Sociedade Anónima

SAD Serviço de Apoio Domiciliário

SAU Superfície Agrícola Utilizada

SIMARSUL Sistema Integrado Multimunicipal de Águas Residuais da Península de Setúbal, S.A.

TC Terminal de Contentores

TCB Transportes Coletivos do Barreiro

TTT Terceira Travessia do Tejo

UCP Unidade de Cuidados Continuados

UE União Europeia

ug/m3 Microgramas por Metro Cúbico de Ar

UTA Unidade de Trabalho Ano

VAB Valor Acrescentado Bruto

Z. I. Zona Industrial

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 5

ÍNDICE

0. NOTA INTRODUTÓRIA .................................................................................................................................................. 7

1. ÂMBITO, OBJETIVOS E MODELO DE ABORDAGEM ................................................................................................ 11

1.1. ÂMBITO E OBJETIVOS DA ESTRATÉGIA.......................................................................................................... 13

1.2. MODELO DE ABORDAGEM METODOLÓGICA .............................................................................................. 13

2. DIAGNÓSTICO PROSPETIVO ..................................................................................................................................... 17

2.1. CONTEXTO FÍSICO, FUNCIONAL E ESTRATÉGICO ...................................................................................... 19

2.1.1. CONTEXTO FÍSICO ..................................................................................................................................... 19

2.1.2. CONTEXTO FUNCIONAL .......................................................................................................................... 19

2.1.3. CONTEXTO ESTRATÉGICO REGIONAL .................................................................................................. 21

2.2. SUSTENTABILIDADE DEMOGRÁFICA ................................................................................................................ 22

2.3. DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO ................................................................................................................ 26

2.3.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DO BARREIRO ....................................................... 26

2.3.2. ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DO BARREIRO ...................................... 27

2.4. DESENVOLVIMENTO SOCIAL ............................................................................................................................ 38

2.4.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO BARREIRO.................................................................... 38

2.4.2. ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO BARREIRO .................................................. 39

2.5. DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL ..................................................................................................................... 60

2.5.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL DO BARREIRO ............................................................ 60

2.5.2 ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL DO BARREIRO ............................................ 61

2.6. DESENVOLVIMENTO CULTURAL ........................................................................................................................ 87

2.6.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO BARREIRO ............................................................... 87

2.6.2 ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO BARREIRO ............................................... 88

2.7. DIAGNÓSTICO PROSPETIVO SÍNTESE ............................................................................................................ 96

3. CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO ........................................................................................................................ 101

3.1. ABORDAGEM METODOLÓGICA ..................................................................................................................... 103

3.1.1. ETAPAS DO PROCESSO DE CENARIZAÇÃO ......................................................................................... 103

3.1.2. TENDÊNCIAS INTERNAS ESTRUTURANTES DO BARREIRO ATÉ 2030 ................................................ 105

3.1.3. GRANDES TENDÊNCIAS CONTEXTUAIS COM IMPACTE NO BARREIRO ATÉ 2030....................... 107

3.1.4. GRANDES PROJETOS IMPACTANTES NO TERRITÓRIO ATÉ 2030 ..................................................... 108

3.1.5. CENÁRIOS DE REFERÊNCIA ...................................................................................................................... 108

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

6 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

3.2. AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DAS TENDÊNCIAS CONTEXTUAIS E DOS PROJETOS IMPACTANTES ..... 109

3.2.1. OS EFEITOS CONTEXTUAIS NAS DINÂMICAS INTERNAS ................................................................ 109

3.2.2. OS EFEITOS DOS PROJETOS IMPACTANTES NAS TENDÊNCIAS..................................................... 110

3.3. CENÁRIOS DE REFERÊNCIA BARREIRO 2030 .................................................................................................... 111

3.3.1. GRAUS DE INTERVENÇÃO E DE LIDERANÇA PÚBLICA ........................................................................ 111

3.3.2. BARREIRO, ÁREA CENTRAL DA REGIÃO METROPOLITANA EURO-ATLÂNTICA............................... 112

3.3.3. BARREIRO, PÓLO REGIONAL ESTRUTURANTE LOGÍSTICO NACIONAL .......................................... 113

3.3.4. BARREIRO, CENTRALIDADE ESTRUTURANTE DO ARCO RIBEIRINHO ................................................ 114

3.3.5. BARREIRO, SHRINKING CITY ................................................................................................................... 116

3.4. PROJEÇÕES DEMOGRÁFICAS BARREIRO 2030 ............................................................................................... 116

3.4.1. BARREIRO, ÁREA CENTRAL DA REGIÃO METROPOLITANA EURO-ATLÂNTICA............................... 117

3.4.2. BARREIRO, PÓLO REGIONAL ESTRUTURANTE LOGÍSTICO NACIONAL .......................................... 118

3.4.3. BARREIRO, CENTRALIDADE ESTRUTURANTE DO ARCO RIBEIRINHO ................................................ 119

3.4.4. BARREIRO, SHRINKING CITY ................................................................................................................... 120

4. REFERENCIAL ESTRATÉGICO ...................................................................................................................................... 121

4.1. DO CENÁRIO À VISÃO ESTRATÉGICA ........................................................................................................... 123

4.2. OBJETIVOS PRIORITÁRIOS................................................................................................................................. 124

5. MODELO TERRITORIAL E ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS TERRITORIAIS ........................................................... 133

5.1. PRINCÍPIOS PARA O DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL ............................................................................. 135

5.2. SÍNTESE DO MODELO TERRITORIAL ................................................................................................................ 136

5.3. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS TERRITORIAIS .............................................................................................. 137

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

DIAGNÓSTICO PROSPETIVO | OUTUBRO.14 7

0. NOTA INTRODUTÓRIA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO BARREIRO 2030

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 9

0. NOTA INTRODUTÓRIA

O presente documento constitui o Relatório do Referencial Estratégico e Modelo de Desenvolvimento Territorial,

da Estratégia de Desenvolvimento: BARREIRO 2030, elaborado pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento Regi-

onal e Urbano, Lda. (CEDRU), para a Câmara Municipal do Barreiro.

Este estudo visa definir as linhas estratégicas de desenvolvimento territorial do Barreiro para o próximo decénio,

servindo de referencial orientador do processo de revisão do Plano Diretor Municipal do Barreiro (PDM) e de

outros instrumentos de planeamento que venham a ser desenvolvidos no município, estando fortemente articulado

com os restantes estudos e documentos que a autarquia está a realizar no âmbito deste processo.

O presente documento resulta da concretização das tarefas metodológicas previstas para as duas primeiras fases

do estudo e tem como objetivos principais, a um tempo, caraterizar de forma sistemática e estruturada as dinâmi-

cas territoriais do concelho do Barreiro, nomeadamente ao nível do desenvolvimento económico, social, ambi-

ental e cultural e, a dois tempos, estruturar o referencial estratégico e o modelo de desenvolvimento territorial

para o concelho, tendo como horizonte temporal 2030.

A caraterização e as propostas realizadas tiveram como base os diagnósticos prospetivos produzidos pela au-

tarquia no âmbito da revisão do PDM, complementados por leituras estatísticas atualizadas e pela auscultação

de um amplo leque de atores locais das mais diversas naturezas.

Após uma década de relativa estagnação económica, de enfraquecimento do mercado de trabalho e de perda

de competitividade internacional, Portugal enfrenta desde 2011 uma crise social e económica sem precedentes no

regime democrático. Os impactes e as transformações geradas pela implementação do Programa de Assistência

Económica e Financeira, acordado em maio de 2011 entre as autoridades portuguesas e a Comissão Europeia

(CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), são ainda pouco conhecidos As vari-

áveis sociais (demografia, emprego, pobreza, acesso à saúde…), económicas (consumo, mobilidade,…) e urba-

nísticas, revelam transformações muito significativas que irão marcar a evolução dos territórios na próxima dé-

cada.

As profundas alterações contextuais e as fortes restrições ao investimento público – em todos os níveis da admi-

nistração – reforçam a necessidade de definir novas estratégias de desenvolvimento local, não só de resposta

aos novos quadros de desafios socio-territoriais, mas de criação de condições para um novo ciclo de crescimento

económico suportado na valorização do potencial endógeno e na qualificação do capital humano e claramente

orientado para as exportações de bens e serviços transacionáveis.

Por outro lado, durante este período de crise – não só nacional, mas também europeia – a União Europeia (UE),

através do trabalho conjunto da CE e dos Estados Membros, preparou o novo período de programação de Fun-

dos Estruturais 2014-2020, com um papel central na concretização da estratégia “Europa 2020” para um Cresci-

mento Inteligente, Sustentável e Inclusivo da União. Esta estratégia, definida em 2010, estabeleceu metas concre-

tas a atingir durante o próximo decénio em áreas como o emprego, a educação, a utilização da energia e a

inovação, a fim de ultrapassar o impacte da crise económica e voltar a colocar a Europa na via do crescimento.

Respondendo a estes desafios, o Acordo de Parceria - Portugal 2020, adotado pela CE, consagra a política de

desenvolvimento económico, social, ambiental, cultural e territorial que procurará estimular o crescimento e a

criação de emprego nos próximos anos em Portugal e que será concretizada através de sete programas opera-

cionais regionais e de quatro programas operacionais temáticos.

A Estratégia de Desenvolvimento: BARREIRO 2030 parte deste contexto social, económico, ambiental, cultural e

político, e do novo quadro de problemas e de oportunidades que se colocam ao município, para definir as novas

linhas estratégicas de desenvolvimento territorial que permitam não só retomar o protagonismo económico do

concelho, mas especialmente criar um quadro de vida económica, social, ambiental e culturalmente sustentável.

De forma a suportar a construção deste novo referencial estratégico e o modelo de desenvolvimento territorial,

este documento integra uma ampla e profunda análise da situação de referência, observando as dinâmicas seto-

riais e territoriais ocorridas no concelho do Barreiro (a leitura ao nível da freguesia é anterior à reorganização

territorial em consequência da aplicação da lei n.º 22/2012, de 30 de maio). Posteriormente, o novo referencial

estratégico e o modelo de desenvolvimento territorial apresentados foram construídos a partir de um processo

de ampla participação pública e envolvimento de stakeholders, quer de auscultação e de rec61

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

10 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

olha de Informação, quer, também, de validação, de discussão e de participação.

Desta forma, foi organizado em seis partes principais, incluindo a presente nota introdutória:

Âmbito, Objetivos e Modelo de Abordagem

Apresentam-se os motivos, os objetivos e a forma como foi desenhado o modelo de abordagem meto-

dológica para caraterização e diagnóstico prospetivo do Barreiro e desenho do referencial estratégico

e modelo de desenvolvimento territorial.

Diagnóstico Prospetivo

Apresenta-se uma leitura sintética do contexto físico, funcional e estratégico do Barreiro, da evolução

populacional recente, bem como da evolução da base económica, social, ambiental e cultural do conce-

lho. Sistematizam-se, por fim, as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, a partir da leitura realizada

nestes drivers (matriz de análise SWOT).

Cenários de Desenvolvimento

Apresentam-se cenários prospetivos de desenvolvimento, suportados na análise e na avaliação das va-

riáveis potencialmente estruturantes para a mudança a ocorrer no concelho do Barreiro nos próximos

quinze anos.

Referencial Estratégico

Apresenta-se a visão estratégica para o Barreiro em 2030 e o quadro de princípios que deverão nortear

as opções de conceptualização estratégica, organizado em torno das quatro dimensões chave do mo-

delo de desenvolvimento (económico, social, ambiental e cultural).

Modelo Territorial e Orientações Estratégicas Territoriais

Apresenta-se a conceção do modelo de desenvolvimento territorial para o concelho, definindo os es-

paços estratégicos e os elementos orientadores para a espacialização da estratégia para a elaboração

do Programa de Execução.

As conclusões formuladas neste documento apenas vinculam a equipa técnica, que agradece à Câmara Municipal

do Barreiro e a todos aqueles que colaboraram na elaboração deste documento, transmitindo as suas expetativas

e leituras sobre a situação atual do concelho e sobre os desafios que irá enfrentar nos mais diversos domínios.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

DIAGNÓSTICO PROSPETIVO | ABRIL.16 11

1. ÂMBITO, OBJETIVOS E

MODELO DE ABORDAGEM ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO BARREIRO 2030

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 13

1. ÂMBITO, OBJETIVOS E MODELO DE ABORDAGEM

1.1. ÂMBITO E OBJETIVOS DA ESTRATÉGIA

A Lei n.º 31/2014, de 30 de maio, que estabelece as bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do

território e de urbanismo, prevê que o plano diretor municipal defina a estratégia de desenvolvimento territorial

municipal, o modelo territorial municipal, as opções de localização e de gestão de equipamentos de utilização

coletiva e as relações de interdependência com os municípios vizinhos.

Atendendo a este enquadramento, e não dispondo o município do Barreiro de um referencial estratégico atuali-

zado em que se apoiem os modelos de ordenamento e de intervenção a propor no âmbito da revisão do PDM,

decidiu a autarquia proceder à elaboração de um documento de enquadramento da política municipal de desen-

volvimento territorial, tendo como horizonte o ano de 2030.

A Estratégia de Desenvolvimento: BARREIRO 2030 parte deste contexto e da oportunidade ditada pela revisão do

PDM, procurando definir o novo quadro estratégico de desenvolvimento territorial do concelho, devendo a sua

elaboração concretizar os seguintes objetivos específicos:

Analisar os principais fatores caraterizadores do concelho do Barreiro em 2015, identificando os aspetos

que configuram forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para o desenvolvimento deste território;

Propor uma estratégia de desenvolvimento territorial e setorial (domínios estratégicos) para o concelho

do Barreiro, tendo como horizonte de referência o ano de 2030;

Propor um modelo estratégico territorial que decline para as diversas unidades territoriais as principais

linhas estratégicas;

Definir um programa de execução através do qual seja concretizada a estratégia de desenvolvimento

proposta para o Barreiro;

Conceber um modelo de acompanhamento, monitorização e de avaliação da estratégia dos modelos de

ordenamento e de intervenção que permita um acompanhamento claro, objetivo, credível da implemen-

tação do PDM;

Dinamizar um processo de discussão e participação pública, que garanta a transparência do exercício

de planeamento e, também, que contribua para a mobilização das diferentes instituições e agentes do

desenvolvimento ambiental, económico, social e cultural do concelho.

1.2. MODELO DE ABORDAGEM METODOLÓGICA

O modelo de abordagem seguido para caraterizar a situação de partida do concelho do Barreiro e para definir

o referencial estratégico e o modelo de desenvolvimento territorial está suportado num conjunto de premissas e

de prioridades que visam oferecer um quadro ajustado à estratégia de desenvolvimento sustentável que se pre-

tende prosseguir no Barreiro.

Assim, a principal premissa assenta na ideia de que o modelo de desenvolvimento territorial a concretizar no

Barreiro até 2030 deve assegurar o equilíbrio entre as dimensões económicas, sociais, ambientais e culturais. Este

racional está na base do desenvolvimento sustentável e serve de referência à estratégia territorial do Barreiro

para que este concelho se afirme como um território atrativo para viver, investir e visitar e revitalize o seu papel

estruturador na Área Metropolitana de Lisboa, na Península de Setúbal e no Arco Ribeirinho.

Consequentemente, a prossecução de cada uma das dimensões fundamentais do desenvolvimento sustentável do

Barreiro deve incidir, prioritariamente, sobre os principais problemas, oportunidades e desafios que se colocam

ao Barreiro – no imediato e no futuro próximo – e que têm um papel central no desenvolvimento e na qualificação

do território.

Deste modo, o modelo de desenvolvimento que o concelho do Barreiro deve ambicionar, deve resultar de uma

resposta integrada e abrangente às múltiplas necessidades de realização de cada um dos seus cidadãos, promo-

vendo:

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

14 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

A criação de emprego e a geração de riqueza;

A criação de condições qualificadas para crescer, viver e envelhecer no Barreiro;

A qualificação do ambiente urbano, o uso eficiente dos recursos e a preservação do património natural;

A valorização da identidade, da diversidade e dos patrimónios como fatores de pertença, tolerância e

dinamização da criatividade.

Neste contexto, a Estratégia de Desenvolvimento do BARREIRO 2030 é definida por um sistema de 18 domínios

chave de atuação das políticas públicas locais que visam concretizar a Visão de desenvolvimento económico,

social, ambiental e cultural do concelho.

A concretização dos objetivos de cada um destes domínios deverá ser alcançada com ações que incidam sobre

os seus fatores motrizes (drivers), potenciando forças, aproveitando oportunidades, eliminando estrangulamentos

e mitigando ameaças.

[Conceito de Desenvolvimento: Domínios chave e drivers]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 15

A Estratégia deverá ser prosseguida de forma integrada, visando os princípios do crescimento, da inclusão, da

sustentabilidade e da resiliência, assegurando o equilíbrio entre as dimensões económicas, sociais, ambientais e

culturais:

O desenvolvimento económico do Barreiro até 2030, considerando a sua integração na AML, no país e

na Europa, deverá visar posicionar o Barreiro na economia do conhecimento, assumindo como domínios

chave do seu desenvolvimento: i. o capital humano e a sua capacitação, não só na ótica de curto prazo

e de resposta às necessidades imediatas, mas também aos desafios de longo prazo; ii. a investigação e

desenvolvimento, suportada em instituições de ensino superior e na forte interação entre as empresas

locais e o sistema cientifico e tecnológico regional; iii. o tecido produtivo local, a sua especialização

atual, o saber-fazer históricos e as oportunidades criadas pela localização do Barreiro;

O desenvolvimento social do Barreiro até 2030 deverá assentar na construção de sociedade com maior

equidade no acesso aos serviços e bens públicos, maiores níveis de inclusão social e oferta de condições

que promovam um quadro de vida qualificado para nascer, crescer e envelhecer, assumindo como domí-

nios chave do seu desenvolvimento: i. a inclusão social, oferecendo respostas sociais ajustadas às neces-

sidades dos cidadãos e que concorram para a inclusão de grupos e de comunidades desfavorecidas; ii.

a educação, garantindo a participação e a formação plena do individuo; iii. a saúde, respondendo aos

novos desafios societais em termos de saúde; iv. As condições de habitabilidade e de acesso à habitação;

O desenvolvimento ambiental do Barreiro até 2030 deverá visar a criação de qualidade ambiental impar,

assente na valorização do ambiente urbano, na preservação dos recursos e no aumento da eficiência na

utilização dos recursos, assumindo como domínios chave do seu desenvolvimento: i. a qualificação do

ambiente urbano; ii. o incremento da mobilidade sustentável e da melhoria das acessibilidades; iii. o au-

mento da resiliência aos riscos ambientais e tecnológicos; iv. o uso mais eficiente da energia e à promo-

ção de uma mobilidade ajustada às necessidades locais, mas que seja também mais eficiente; v. a conser-

vação da natureza e da biodiversidade; vi. a promoção da pequena produção agrícola local e à pre-

servação dos melhores solos;

O desenvolvimento cultural do Barreiro até 2030 deverá assentar na valorização da cultura e da criati-

vidade como uma dimensão essencial para o modelo de desenvolvimento do Barreiro, assumindo como

domínios chave do seu desenvolvimento: i. a qualificação da oferta de espaços culturais e dos elementos

patrimoniais, enquanto plataformas de desenvolvimento; ii. a valorização da produção cultural e dos

seus agentes, como veículo formativo dos indivíduos e como setor económico estratégico; iii. a promo-

ção da fruição cultural assente em eventos e espetáculos, que concorrem para preservar tradições e

projetar a imagem do Barreiro como destino de turismo cultural no contexto metropolitano; iv. a valori-

zação do associativismo e das estruturas comunitárias e da sociedade civil como catalisadores de per-

tença e de promoção do desenvolvimento local.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 17

2. DIAGNÓSTICO PROSPETIVO

ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO BARREIRO 2030

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 19

2. DIAGNÓSTICO PROSPETIVO

2.1. CONTEXTO FÍSICO, FUNCIONAL E ESTRATÉGICO

2.1.1. CONTEXTO FÍSICO

A singularidade geográfica do Barreiro, defi-

nida pela sua situação peninsular e por uma ex-

tensa frente ribeirinha constitui, a um tempo, um

fator histórico estruturante do povoamento e

do perfil de atividades económicas que aqui se

têm desenvolvido, e, a outro tempo, uma forte

condicionante da inserção física e funcional do

concelho no território metropolitano e no arco

ribeirinho sul.

O perfil biofísico e a riqueza ecológica do

concelho são, por isso, definidos pela presença

dos rios Tejo e Coina, que têm uma marca forte

e indelével na identidade da paisagem conce-

lhia.

A extensa mancha florestal no setor central po-

ente do concelho, estruturada pela Mata da

Machada, constitui outra importante unidade

biofísica e paisagística distintiva deste territó-

rio.

[Sistema Biofísico, Revisão do PDM do Barreiro, 2010]

2.1.2. CONTEXTO FUNCIONAL

O concelho do Barreiro localiza-se na Área

Metropolitana de Lisboa (AML), desempe-

nhando um papel estruturante no sistema ur-

bano do arco ribeirinho sul, em resultado da

sua importância económica e dos serviços pú-

blicos de nível supramunicipal de que dispõe.

A sua situação geográfica, a ligação fluvial a

Lisboa e a ligação ferroviária ao sul do país,

conferiram ao Barreiro vantagens locativas

únicas, enquanto espaço de interface logístico.

Estas condições foram essenciais para a sua

afirmação como um dos principais polos da in-

dustrial nacional, acolhendo o empreendi-

mento da Companhia União Fabril (CUF).

Ao longo dos últimos 20 anos, as profundas

transformações na rede de acessibilidades me-

tropolitana e o sistemático adiamento da cons-

trução da travessia entre Chelas e o Barreiro,

conduziram à perda de atratividade do setor

norte do concelho, estruturado pela cidade do

Barreiro e pela área industrial da Quimiparque.

Ao mesmo tempo, verificou-se o desenvolvi-

mento do setor sul, que beneficiou de melhores

acessibilidades rodoferroviárias a Lisboa.

[Estrutura Polinucleada de Centralidades Metropolitanas, PROT

AML, 2002]

[Modelo Territorial da Proposta de Revisão PROT AML, 2011]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

20 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Como mencionado, o Barreiro faz parte da AML

e está inserido no conjunto de concelhos locali-

zados na margem sul do rio Tejo pertencentes a

esta entidade regional. Já ao nível sub-regional

(NUTS III) o Barreiro está associado à NUTS Pe-

nínsula de Setúbal. O concelho é composto por

quatro freguesias, resultado da reorganização

territorial em consequência da aplicação da lei

n.º 22/2012, de 30 de maio, relativa à reorgani-

zação administrativa territorial autárquica.

Neste sentido, procedeu-se à união do Barreiro

e Lavradio, à união de Alto do Seixalinho, Ver-

derena e Santo André e à união de Palhais e

Coina. A freguesia de Santo António da Char-

neca foi a única que se manteve inalterada.

Os órgãos autárquicos têm competências em di-

versos domínios procurando garantir e melhorar

a qualidade de vida das populações, ao mesmo

tempo que asseguraram a prestação de serviços

públicos de qualidade. Deste modo, a CMB tem

responsabilidades ao nível da gestão em diver-

sos setores estratégicos à escala local.

Não obstante, existem alguns organismos da Ad-

ministração Central com influência neste territó-

rio. No setor da Justiça, as recentes mudanças

relacionadas com o novo mapa judiciário resul-

taram na integração da Comarca do Barreiro no

Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa.

Os equipamentos afetos ao serviço nacional de

saúde estão enquadrados na Região de Saúde

de Lisboa e Vale do Tejo e os centros de saúde

locais fazem parte do agrupamento de centros

de saúde do arco ribeirinho.

O Centro Regional de Segurança Social do Bar-

reiro faz parte do Centro Distrital de Lisboa do

Instituto da Segurança Social. Já o Serviço de

Emprego é parte da Delegação Regional de Lis-

boa e Vale do Tejo do IEFP.

No que diz respeito ao ensino, o Barreiro está

integrado no território afeto à Direção-Geral

dos Estabelecimentos Escolares - Direção de

Serviços Região de Lisboa e Vale do Tejo.

Para além destas, existem outras entidades que

devem ser consideradas na abordagem ao con-

celho, nomeadamente, a Administração do Porto

de Lisboa, com responsabilidades na frente de

rio dos 11 concelhos do estuário do Tejo, e o Mi-

nistério da Defesa Nacional devido à localiza-

ção da Escola de Fuzileiros e do Centro Trans-

missor da Cinciberlant.

[Enquadramento do concelho do Barreiro na Área Metropolitana de Lis-

boa, elaboração própria a partir da CAOP 2013]

[Organização Administrativa do concelho do Barreiro, elaboração pró-

pria a partir da CAOP 2013]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 21

2.1.3. CONTEXTO ESTRATÉGICO REGIONAL

O Plano de Ação Regional 2014-2020 constitui o atual

instrumento estratégico de referência para a Região

de Lisboa.

A sua abordagem dá continuidade à Estratégia Regio-

nal de Lisboa 2020, assumindo a sua visão de longo

prazo de desenvolvimento económico, social e ambi-

ental e de afirmação internacional da Região.

O Plano está ainda fortemente articulado com os

Objetivos Temáticos e as Prioridades de Investimento

definidas no Quadro Estratégico Comum (2014-2020) e

comprometido com as prioridades europeias de cres-

cimento inteligente, sustentável e inclusivo, assumindo

quatro grandes visões para 2020:

Região cosmopolita e competitiva no sistema das

regiões europeias, suportada na criatividade, no

conhecimento e na inovação e no reforço da in-

termediação nacional e internacional apoiada

num sistema logístico competitivo e em atividades

de perfil tecnológico avançado;

Região de elevada qualidade ambiental e patri-

monial, com um sistema urbano policêntrico apoi-

ado numa mobilidade ecoeficiente e harmoniosa-

mente interligado com espaços naturais, criando

um ecossistema urbano equilibrado e resiliente às

alterações climáticas e aos diversos riscos natu-

rais;

Região coesa e solidária, assegurando condições

de igualdade de oportunidades, de equidade so-

cial e territorial e de diálogo intercultural, de con-

trolo e prevenção dos fatores de exclusão e de

procura incessante de novas respostas de inclusão

social, promovidas por comunidades capacitadas,

resilientes e participativas, apoiadas por redes de

parceria concertadas na ação coletiva;

Região com forte aposta na modernização da ad-

ministração para a facilitação da interação com

os cidadãos e as empresas; na criação de ganhos

de eficiência com o funcionamento em rede; na

inovação dos processos de gestão; na participa-

ção dos cidadãos; na melhoria e ampliação dos

processos de planeamento e avaliação.

Este documento é complementado pela Estratégia de

Inovação Regional para a Especialização Inteligente

(estratégia RIS3) da Região de Lisboa, elaborada no

âmbito da preparação da estratégia de desenvolvi-

mento regional 2014-2020. Este documento identificou

como domínios temáticos prioritários para o novo ci-

clo de investimentos comunitários o turismo e hospita-

lidade; a mobilidade e transportes; os meios criativos

e indústrias culturais; a investigação, tecnologias e

serviços saúde; a prospeção e valorização de recur-

sos marinhos; e os serviços avançados às empresas.

[Plano de Ação Regional de Lisboa 2014-2020, CCDR LVT,

2014]

[Estratégia de Inovação Regional para a Especialização Inte-

ligente (RIS3) da Região de Lisboa, CCDR LVT, 2014]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

22 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

2.2. SUSTENTABILIDADE DEMOGRÁFICA

Estagnação demográfica nas últimas três décadas

Até à década de 70 do século XX, o Barreiro re-

gistou um crescimento populacional significa-

tivo, tendo chegado a atingir os 88.052 habitan-

tes em 1981.

Porém, ao longo das últimas três décadas, tem-

se registado uma estagnação no número de ha-

bitantes. Entre 1991 e 2011, a tendência de cres-

cimento inverteu-se e passou-se a registar uma

dinâmica de perda populacional.

Os dados do INE indicam que, durante o perí-

odo intercensitário de 1991 a 2001, registou-se

um decréscimo populacional na ordem dos 8%.

Entre 2001 e 2011, observa-se uma estabilização

(-0,3%).

[Evolução da população residente, entre 1940 e 2011 (N.º), INE]

População estrangeira representa 4% do total de residentes

Em 2011 a população de nacionalidade portu-

guesa representava 94% dos residentes no Bar-

reiro. Ainda assim, 4% dos habitantes possui na-

cionalidade estrangeira e 2% tem dupla nacio-

nalidade.

Em 2011, a população com nacionalidade do

continente africano constituía a parte mais signi-

ficativa da população estrangeira em Santo An-

tónio da Charneca (77,1%), Alto do Seixalinho

(57,3), Verderena (66,7), Lavradio (59,5) e Bar-

reiro (55,2%). Os residentes de nacionalidades

provenientes do continente americano eram

mais numerosos em Santo André (40,4%) e Pa-

lhais (42,9%).

Os estrangeiros de nacionalidade europeia têm

um peso relativo forte em Coina (65%), ao

passo que as nacionalidades asiáticas têm uma

expressão mais reduzida, sendo que a sua di-

mensão mais significativa ocorre no Barreiro,

com pouco mais de 9%.

[População residente de nacionalidade estrangeira por freguesia,

em 2011 (N.º), INE]

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Barreiro

Lavradio

Palhais

Santo André

Verderena

Alto do Seixalinho

Santo António da Charneca

Coina

Europa África América Ásia

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 23

Distribuição espacial da população apresenta acentuadas disparidades

A distribuição espacial da população residente

apresenta acentuadas assimetrias espaciais, re-

fletindo a evolução do povoamento e do cresci-

mento urbano no concelho do Barreiro.

A freguesia do Alto do Seixalinho regista uma

forte concentração populacional, detendo

pouco mais de um quarto dos residentes do Bar-

reiro (25,4%), logo seguida de Lavradio (18,3%),

Santo André (14,6%), Santo António da Char-

neca (14,6%), Verderena (13,1%) e Barreiro

(9,4%).

No extremo oposto, encontram-se as freguesias

de Coina e de Palhais (que beneficiou de grande

crescimento na última década), com menor nú-

mero de habitantes com, respetivamente, 2,2% e

2,4% dos residentes no concelho.

[População residente por freguesia, em 2011, e taxa de variação

populacional entre 2001/2011 (%), INE]

Evolução demográfica inversa à da Região e do País nos últimos 20 anos

A dinâmica populacional registada no Barreiro

entre 1991 e 2011, foi oposta à tendência de va-

riação verificada na Península de Setúbal, da

AML, e do país.

Neste período o concelho perdeu 8% dos habi-

tantes, enquanto as demais unidades territoriais

registaram aumentos populacionais considerá-

veis (22% na Península de Setúbal, 12% na AML e

7% a nível nacional).

Entre os anos de 2001 e 2011, embora não se te-

nha verificado uma alteração destas tendências,

verificou-se uma atenuação da perda populacio-

nal no concelho (-0,3%), ao passo que as restan-

tes unidades territoriais apresentaram acrésci-

mos demográficos menos acentuados (9,1% na

Península de Setúbal, 6% na AML e 2% em Portu-

gal).

[Variação populacional, nos períodos 2001/2011 e 1991/2011 (%),

INE]

-20

0

20

40

60

Barr

eiro

Lavra

dio

Palh

ais

Santo

André

Verd

ere

na

Alto d

o S

eix

alin

ho

Santo

Antó

nio

da C

harn

eca

Coin

a

%

População residente (%)

Taxa de variação populacional (%)

-0,3%

9,1%

6,0%

2,0%

-8,2%

21,7%

11,9%

7,0%

-20

-10

0

10

20

30

Portugal Área

Metropolitana

Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2001-2011 1991-2011

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

24 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Estrutura etária pautada pelo agravamento do envelhecimento demográfico

As alterações na estrutura etária do concelho

entre 2001 e 2011 evidenciam os sinais de enve-

lhecimento demográfico.

A população idosa foi o grupo etário que regis-

tou, na última década, o crescimento mais expres-

sivo, passando de 16% para mais de um quinto da

população residente (22%), com destaque para

o facto dos muito idosos (75 ou mais anos) cons-

tituírem 9% dos residentes.

O grupo etário dos jovens registou um ténue

crescimento, de 13% para 14%, insuficiente para

compensar a dinâmica de envelhecimento. Por

outro lado, a população em idade ativa registou

um decréscimo considerável, passando de 71%,

2001, para 64%, em 2011.

[População residente por grupos de idades e sexo, em 2011 (%),

INE]

Estrutura etária intra-concelhia com contrastes relevantes

A estrutura etária das diversas freguesias apre-

senta contrastes relevantes à escala intra-con-

celhia, designadamente, nos extremos da pirâ-

mide etária, com a população em idade ativa a

apresentar-se, em geral, constante.

A freguesia de Palhais é a mais jovem, tendo a

maior proporção de jovens residentes (17%). É

também nesta freguesia que o peso dos jovens

é superior ao dos idosos, já que estes consti-

tuem apenas 15% da população residente.

As restantes freguesias apresentam uma popula-

ção idosa superior à população jovem. Todavia

o envelhecimento é mais notório nas freguesias

de Verderena e do Barreiro, onde a população

idosa supera significativamente a população jo-

vem.

[Estrutura etária, por grandes grupos etários, por freguesia, em

2011 (%), INE]

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Barreiro

Lavradio

Palhais

Santo André

Verderena

Alto do Seixalinho

Santo António da Charneca

Coina

0-14 15-64 65 ou mais

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 25

Perfil de envelhecimento associado a uma maior autonomia dos idosos

A população idosa tem registado um con-

junto de melhorias na sua qualificação que

contribuem para a sua integração social e

autonomia.

De facto, 2% da população com 65 ou mais

anos de idade exerce ainda uma atividade

e 0,3% encontra-se a frequentar um curso

de ensino.

Pouco mais de 6% dos idosos do concelho

residem com os familiares, valor inferior

aos idosos que residem sozinhos, uma vez

que as famílias clássicas unipessoais de

pessoas com 65 ou mais anos de idade

constituem mais de 11% do total de famí-

lias do Barreiro.

É também notória alguma autonomia física

neste escalão etário que contribui para

uma maior longevidade da sua indepen-

dência, já que a proporção de idosos com

dificuldades motoras impeditivas de cami-

nhar ou subir degraus constitui menos de

3%.

[Perfil de envelhecimento no Barreiro, em 2011 (%), INE]

Envelhecimento demográfico do Barreiro acompanha as tendências regionais e nacionais

O envelhecimento populacional que afeta o

concelho enquadra-se na tendência demo-

gráfica estrutural da sociedade portuguesa,

em resultado do aumento da esperança mé-

dia de vida e da forte diminuição da natali-

dade.

Porém, entre 2001 e 2011, o Barreiro registou

uma tendência de envelhecimento demográ-

fico mais acentuada (122,5% para 151,6%)

do que a verificada na Península de Setúbal

(93,4 e 113,2), na AML (103,4 e 117,4) ou no

país (102,2 e 127,8).

A tendência de envelhecimento do concelho

cria novos desafios sociais e urbanísticos de

resposta às necessidades desta população

na ótica da promoção da inclusão e de uma

cidadania participativa.

[Índice de envelhecimento, em 2001 e 2011 (%), INE]

122,5%

93,4%

103,4%102,2%

151,6%

113,2%117,4%

127,8%

40

80

120

160

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2001 2011

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

26 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

2.3. DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO

2.3.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DO BARREIRO

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 27

2.3.2. ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DO BARREIRO

-

Estrutura de qualificações marcada pelo predomínio de baixos níveis de escolaridade

A estrutura de qualificações da população ativa

do Barreiro carateriza-se pelo predomínio de

ativos com níveis de qualificação relativamente

baixos, face aos desafios que se colocam à

crescente integração económica global da AML

suportada na economia do conhecimento.

Para além da persistência de população sem

qualquer nível de escolaridade ser reduzida

(4,5%, em 2011), a população ativa apresenta

uma estrutura de qualificações débil, predomi-

nando a população com o ensino básico (54%).

A população ativa com qualificação superior

representava, em 2011, 17,5% dos indivíduos.

[População residente ativa perante o nível de escolaridade, em 2011

(%), INE

Repartição da estrutura de qualificações marcada por assimetrias territoriais pouco significativas

Embora se assinalem assimetrias internas na estru-

tura de qualificações, o padrão das freguesias é

tendencialmente homogéneo.

No entanto, Coina destaca-se como a freguesia

com um capital humano menos qualificado, uma

vez que 10% da população ativa residente não

apresentava em 2011 nenhum nível de escolari-

dade e a maioria (60%) apenas completou o en-

sino básico.

Por outro lado, as freguesias de Barreiro e Pa-

lhais apresentam o posicionamento mais favorá-

vel em matéria de qualificações, detendo os ní-

veis mais elevados de concentração de popula-

ção ativa com ensino superior (29% e 30%, res-

petivamente, em 2011).

[População residente ativa perante o nível de escolaridade, por fregue-

sia em 2011 (%), INE]

4,5%

29,3%

7,6%

17%

23,1%

1%

17,5%

Nenhum nível de escolaridade Ensino básico - 1º ciclo

Ensino básico - 2º ciclo Ensino básico - 3º ciclo

Ensino secundário Ensino pós-secundário

Ensino superior

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Barreiro

Lavradio

Palhais

Santo André

Verderena

Alto do Seixalinho

Santo António da Charneca

Coina

Nenhum nível de escolaridade Ensino básico - 1º ciclo

Ensino básico - 2º ciclo Ensino básico - 3º ciclo

Ensino secundário Ensino pós-secundário

Ensino superior

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

28 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Estrutura de qualificações da população ativa alterou-se substancialmente na última década

Na última década, registou-se uma evolução glo-

balmente positiva na estrutura de qualificações

da população ativa residente no Barreiro.

Por um lado, os ativos sem qualquer nível de es-

colaridade e com apenas o 1.º ciclo do ensino

básico registaram uma diminuição no seu con-

junto de quase 6%. No caso do ensino secundá-

rio, também se verificou, em 2011, uma diminuição

de aproximadamente 4% face a 2001.

Porém, é notório o aumento da população ativa

com o ensino superior, que passou dos 13,7%, em

2001, para os 17,5%, em 2011, bem como da po-

pulação ativa com a escolaridade obrigatória,

uma vez que o 3.º ciclo do ensino básico registou

um crescimento de 6% (11% em 2001para 17% em

2011).

[População residente ativa perante o nível de escolaridade, no Bar-

reiro, em 2001 e 2011 (%), INE]

Menor percentagem de população ativa com ensino superior face ao padrão regional

A estrutura de qualificações da população ativa

residente no Barreiro em 2011 reproduz, em ge-

ral, o padrão da AML e do país.

Todavia, o concelho apresenta atualmente um

perfil de qualificações dos ativos menos qualifi-

cado que a médio da AML ou da Península de

Setúbal, concentrando uma menor percentagem

de população ativa com ensino superior.

Esta situação constitui uma desvantagem territo-

rial relevante para a atração de atividades

económicas e é reflexo, por um lado, da perda

de população jovem ao longo das últimas déca-

das e, por outro, da menor atratividade residen-

cial do concelho.

[População residente ativa com ensino superior, em 2011 (%), INE]

4,5%6,2%

29,3%32,9%

7,6%8,2%

17,0%11,0%

23,1%27,0%

1,0%1,1%

17,5%13,7%

2001 2011

Nenhum nível de escolaridade Ensino básico - 1º cicloEnsino básico - 2º ciclo Ensino básico - 3º cicloEnsino secundário Ensino pós-secundárioEnsino superior

17,5%18,1%

25,0%

19,0%

0

10

20

30

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2011

Page 29: ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO · CRIPS Circular Regional Interna da Península de Setúbal CUF Companhia União Fabril DGERT Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho

ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 29

Oferta educativa do ensino profissional com três cursos

O ensino profissional no concelho é assegurado

pela Escola Profissional Bento de Jesus Caraça –

delegação do Barreiro (EPBJC) e por duas esco-

las públicas (Escola Alfredo da Silva e Padre Abí-

lio Mendes). A EPBJC foi criada em 1989 através

de um contrato-programa assinado entre a Con-

federação Geral dos Trabalhadores Portugue-

ses – Intersindical Nacional e o Ministério da

Educação, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26/89 de

21 de Janeiro.

No ano letivo 2014/2015, a oferta educativa na

delegação do Barreiro era composta por três

cursos: Técnico de Gestão e Programação de

Sistemas Informáticos (três turmas); Animador

Sociocultural (três turmas); - Técnico de Higiene

e segurança no trabalho e Ambiente (uma turma).

No total, as turmas de 10.º, 11.º e 12.º anos,

abrangem cerca de duas centenas de alunos. Es-

tes cursos profissionais possibilitam o acesso ao

ensino superior e têm no seu Plano Curricular um

Estágio (Formação em Contexto de Trabalho)

que complementa a qualificação profissional.

[Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, Delegação do Barreiro,

número de turmas 2014/2015]

Oferta formativa em áreas diversificadas

Paralelamente à EPBJC, existem no concelho,

três empresas certificadas para formação:

CERCIMB - Cooperativa para a Educação e

Reabilitação de Crianças Inadaptadas da

Moita e Barreiro CRL; Feelgood Portugal - Es-

colas de Formação Profissional, Lda.; Power Pi-

ece - Consultoria, Formação e Coaching, Lda.

Estas empresas estão certificadas para dar for-

mação nas seguintes áreas: Engenharia e técni-

cas afins; Agricultura, silvicultura e pescas; Ser-

viços pessoais; Saúde; Serviços pessoais; De-

senvolvimento pessoal; Formação de profes-

sores/ formadores e ciências da educação; Ci-

ências empresariais.

[Áreas de educação e formação nas empresas certificadas para dar

formação no Barreiro, 2015, DGERT]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

30 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Especialização do emprego no comércio e reparação, indústria transformadora e saúde e apoio social

As transformações verificadas na economia da

UE e em Portugal, ao longo das últimas décadas,

com a perda de importância do setor secundário,

são igualmente evidentes no Barreiro. Ainda as-

sim, o Barreiro continua a destacar-se na AML

pela especialização na indústria transformado-

ras que agregava, em 2012, 10,4% do pessoal ao

serviço, 3,9% das empresas e 16,9% do VAB.

Por outro lado, a sua situação geográfica, em

particular a distância a Lisboa, favoreceram a

terciarização e o crescimento do emprego no

comércio por grosso e a retalho e na reparação

automóvel.

Numa trajetória oposta, destacam-se os serviços

de saúde e de apoio social, que beneficiam da

localização no concelho de equipamentos de sa-

úde de nível superior e do crescente envelheci-

mento populacional. Em 2012, estas atividades

registaram a mais rápida taxa de crescimento do

emprego, agregando já 17,5% do pessoal ao

serviço, 10,2% das empresas e 20,8% do VAB.

[Taxa de Crescimento Anual do Emprego (2000/2012) e Quocientes

de Localização do Emprego, elaboração própria a partir de dados

do GEP/MTSS]

Forte dinâmica de destruição de empresas e, consequentemente, de emprego

O número de empresas localizadas no concelho

do Barreiro tem vindo a diminuir desde 2008, o

que é revelador dos impactos locais da crise so-

cioeconómica e do período recessivo que mar-

cou a economia nacional nos últimos seis anos.

Este fenómeno foi acompanhado pela redução

do número de trabalhadores ao serviço nestas

empresas (-10,6% no período 2006/2012).

Este desempenho é coerente com a evolução na-

cional. Na indústria transformadora, a quebra foi

mais acentuada (-28,4% do pessoal ao serviço),o

que revela reestruturação produtiva deste setor

e a sua perda de importância empregadora no

concelho. [Evolução do pessoal ao serviço e do número de empresas

(2006/2012), INE]

0

6.000

12.000

18.000

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

N.º

Pessoal ao serviço nas empresas (n.º)

Pessoal ao serviço nas empresas da indústria

transformadora (n.º)Número de empresas

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 31

Tecido empresarial caraterizado pela pequena dimensão

O tecido empresarial do Barreiro é composto

essencialmente por micro e pequenas empresas.

A representatividade das empresas em nome in-

dividual era, em 2011, superior a 77% e, das em-

presas com menos de 10 trabalhadores, de 97,6

% (2012).

Apesar da diminuição considerável do número

de empresas (733 nos últimos 8 anos), a densi-

dade empresarial permanece elevada (162,6

empresas por km2, em 2012).

Em 2012, das 5.916 empresas existentes, apenas

quatro tinham mais de 250 trabalhadores. A FI-

SIPE-Fibras Sintéticas de Portugal SA é o maior

empregador do concelho, com mais de três cen-

tenas de trabalhadores, dedicando-se à produ-

ção de fibra acrílica.

[Dimensão do tecido empresarial 2004/2012, INE]

Atividades no subsetor da saúde humana com sobre representação face ao contexto regional e nacional

As atividades do subsetor da saúde humana e do

apoio social apresentaram crescimentos signifi-

cativos em termos de pessoal ao serviço

(+19%) e número de empresas (+16%), no pe-

ríodo 2004/2012.

Apesar do decréscimo do VAB neste período (-

14%), estas atividades são as que produzem

maior riqueza, com 20,8% do VAB total, secun-

darizadas pelo comércio e reparação (18,3%)

e indústria transformadora (16,7%).

A presença do Hospital de Nossa Senhora do

Rosário e de atividades conexas, bem como o

aumento dos equipamentos de apoio social re-

lacionados com o envelhecimento populacional

e com o apoio à infância, concorrem para os

elevados valores concelhios e para o seu des-

taque, comparativamente com a média nacional

e da AML.

[% VAB em atividades de saúde humana e apoio social, INE]

90

92

94

96

98

100

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

%

0

2.000

4.000

6.000

8.000

N.º

Número de empresas

Empresas com menos de 10 pessoas ao serviço (%)

4,7% 5,0%6,0%

19,4%

8,2%

20,8%

6,7%7,5%

0

5

10

15

20

25

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2004 2012

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

32 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Instabilidade económica global com reflexos na capacidade exportadora

A taxa de crescimento das exportações foi mais

expressiva no período 2009/2010. O volume de

exportações das atividades localizadas no Bar-

reiro tem sofrido oscilações nos últimos anos,

atingindo o seu valor mais elevado em 2010/2011,

com as exportações das empresas concelhias a

atingirem o valor de 139.519 milhares de Euros.

Estas oscilações resultam essencialmente da ins-

tabilidade verificada nos mercados globais e, es-

pecialmente, do mercado europeu, em resultado

da crise do sistema financeiro de 2008 e da crise

das dívidas soberanas de Estados europeus entre

2011 e 2012.

As quatro maiores empresas do Barreiro são res-

ponsáveis por cerca de 30% do volume de negó-

cios, o que revela uma excessiva concentração

da capacidade exportadora num número redu-

zido de unidades empresariais.

[Crescimento e volume das exportações, 2006-2012, GEE-M. Econo-

mia]

Balança comercial do concelho ligeiramente deficitária

Globalmente, a balança comercial concelhia é

deficitária em resultado do volume de importa-

ções das empresas com sede no Barreiro ser su-

perior às suas exportações.

O valor máximo da taxa de cobertura verificou-

se em 2011, quando o valor das exportações foi

1% superior ao das importações, o que coincide

com um pico exportador.

O volume de negócios das empresas diminuiu

para 756.478.935 €, em 2012 (-18,8%, face a

2004). Na indústria transformadora a redução

foi superior a 15%.

[Comércio internacional das empresas com sede no Barreiro, 2006-

2012, GEE-M. Economia]

0

40.000

80.000

120.000

160.000

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

0

40

80

120

Importações (milhares de euros)

Exportações (milhares de euros)

Taxa de cobertura

%Milhares de euros

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 33

Ligeiro acréscimo das exportações das empresas do Barreiro, mas com ritmo inferior ao da AML

As vendas para o mercado externo aumentaram

significativamente no período entre 2006 e 2012

em Portugal (27%) na AML (56%) e na Península

de Setúbal (35%).

Embora seguindo a mesma trajetória o compor-

tamento das empresas do Barreiro foi menos ex-

pressivo (+9%), dando sinal de um perfil de

produção globalmente ainda pouco orientado

para o mercado exterior. Em 2012, as exporta-

ções concelhias atingiram os 127.766 milhares

de euros.

[Evolução das Exportações 2006-2012, GEE-M. Economia]

35.640

9.798

3.332119

4.482128

15.257

45.324

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

2006 2012

Milhões de euros

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

34 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Disponibilidade de espaços de acolhimento empresarial potenciadores de novos investimentos

O concelho dispõe de quatro espaços de aco-

lhimento empresarial. No setor norte, destaca-

se o Parque Empresarial Baía Tejo, SA, uma das

maiores áreas de acolhimento empresarial da

AML e com condições únicas para a operação

logística em resultado da sua localização ribei-

rinha.

No setor sul, nas freguesias de Coina, Palhais e

Santo André, localizam-se a Zona Industrial de

Coina (N10), o Rebelas Park e a Zona Industrial

de Sete Portais, respetivamente.

Com exceção do Parque Baía Tejo (284 ha) os

restantes espaços de acolhimento empresarial

têm uma dimensão pequena ou média (Rebelas

Park 15ha; Sete Portais 8 ha; Coina 86 ha).

[Espaços de acolhimento empresarial no Barreiro, CMB]

Parque Empresarial da Baía do Tejo, âncora estratégica da atração de novas atividades económicas

O Parque Empresarial da Baía do Tejo (ex. Qui-

miparque) localiza-se numa área onde funcio-

nou o maior complexo industrial do país (CUF).

O legado industrial permanece com forte pre-

sença, destacando-se das três centenas de em-

presas instaladas, as unidades produtivas da FI-

SIPE, Adubos de Portugal, Companhia de Petro-

química do Barreiro, SOVENA, ATLANPORT e

TANQUIPOR.

Para este espaço está em curso a elaboração

de um Plano de Urbanização, que irá possibilitar

a alteração do uso do solo e a criação de con-

dições para a sua regeneração, nomeada-

mente, possibilitando a instalação de atividades

de elevado valor acrescentado, com maior

grau de incorporação tecnológica e menores

impactes no ambiente. A sua localização ribei-

rinha e a acessibilidade à rede ferroviária naci-

onal permitem dispor de condições únicas para

a operação logística.

[Parque Empresarial Baía do Tejo, ex. Quimiparque, elaboração

própria]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 35

Perda de atratividade da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro (ESTB)

A Escola Superior de Tecnologia do Barreiro

(ESTB) é uma das cinco escolas do Instituto Po-

litécnico de Setúbal (IPS) e o único estabeleci-

mento de ensino superior localizado no conce-

lho.

O seu funcionamento teve início no ano letivo

1999/2000, com o curso de engenharia civil. Em

finais de 2012, a oferta formativa compreendia

licenciaturas, mestrados, Cursos de Especializa-

ção Tecnológica (CET) e pós-graduações ori-

entados sobretudo para os domínios da cons-

trução civil e engenharias civil e química.

Nos últimos anos, a ESTB tem vindo a registar

uma redução do número de alunos. No ano le-

tivo de 2013/14 estavam matriculados 499 alu-

nos, cerca de -28% face ao ano de 2010/11, em

que se inscreveram 692 alunos.

A área de influência da ESTB abrange a AML

uma vez que 76% dos alunos provêm do distrito

de Setúbal e 18% de concelhos do distrito de

Lisboa.

[Cursos da EST do Barreiro e n.º de alunos em 31/12/2012, Instituto

Politécnico de Setúbal (IPS)]

Rede de parcerias da ESTB suportada na estruturação dos planos de estudos, estágios e formação online

A ESTB celebra regularmente parcerias de co-

operação (protocolos ou convénios) com enti-

dades públicas e privadas, nacionais e interna-

cionais. Através do Interface Empresas-Politéc-

nico, o IPS disponibiliza serviços às empresas,

como serviços especializados e consultoria,

formação à medida e disponibilização de espa-

ços e utilização de laboratórios.

Os principais parceiros da EST são, as Câmaras

Municipais, Escolas do Ensino Secundário, enti-

dades do Ensino Superior Público e outras insti-

tuições públicas, com 3 parcerias cada. Estas

constituem as principais tipologias das entida-

des parceiras embora também existam colabo-

rações com entidades internacionais (2) com es-

colas do ensino profissional (2), e do ensino su-

perior privado (1).

[Tipologia de entidade parcerias da ESTB (N.º), Instituto Politécnico

de Setúbal]

Pós-Graduação em Conservação

e Reabilitação do Edificado

CET Técnicas de Laboratório

CET Construção e Obras Públicas

Mestrado em Construção Civil

Licenciatura em Gestão da

Construção

Licenciatura em Engenharia

Química

Licenciatura em Engenharia Civil

Alunos do sexo feminino Alunos do sexo masculino

318

81

76

45

41

21

10

1

2

2

3

3

3

3

Ensino Superior Privado

Internacionais

Escolas do Ensino Profissional

Ensino Superior Público

Escolas do Ensino Secundário

Câmaras Municipais

Outras Instituições Públicas

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

36 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Cerca de três dezenas de entidades, sobretudo empresas privadas, acolhem estagiários da ESTB

Através do Gabinete de Inserção na Vida Ativa

da ESTB, cerca de três dezenas de entidades

colaboram com a ESTB sob a forma de proto-

colos de estágio, maioritariamente nos domí-

nios da construção civil e engenharia.

As ofertas de estágios e empregos são essenci-

almente provenientes de empresas privadas

(76%), localizadas no Barreiro (10%) e em con-

celhos vizinhos da Península de Setúbal (45%).

Nos restantes concelhos da AML situam-se 28%

das empresas.

[Áreas de intervenção das empresas privadas com protocolos de

estágio estabelecidos com a ESTB, em 2014 (%),Instituto Politécnico

de Setúbal]

17%

9%

9%

17%

48%

Outros

Projectos de Urbanismo

e Arquitectura

Engenharia/Construção

Engenharia

Construção Civil

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 37

Reduzidos volumes de investimento em atividades de investigação e desenvolvimento

O Inquérito ao Potencial Científico e Tecnoló-

gico Nacional (IPCTN) destaca, em 2014, ape-

nas duas entidades no Barreiro pelo volume de

investimento em atividades de I&D: a FISIPE - Fi-

bras Sintéticas de Portugal, S.A. (I&D no domí-

nio das fibras sintéticas) e o Centro Hospitalar

Barreiro Montijo, E.P.E. (I&D no domínio das ci-

ências da saúde e medicina clínica).

Entre 2007 e 2014, os seis projetos localizados

no Barreiro aprovados no âmbito do COM-

PETE - Programa Operacional Fatores de Com-

petitividade dizem respeito a duas empresas:

FISIPE, com cinco projetos de I&DT; CAR-

MONA - Gestão Global de Resíduos Perigo-

sos SA, com um projeto de SI Qualificação.

[Projetos de empresas do Barreiro aprovados no âmbito do COM-

PETE por instrumento financeiro, COMPETE, Outubro de 2014]

1

5

SI Qualificação

PME/Projectos

Individuais e de

Cooperação

I&DT

Empresas/Projectos

Individuais

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

38 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

2.4. DESENVOLVIMENTO SOCIAL

2.4.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO BARREIRO

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 39

2.4.2. ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO BARREIRO

Primeira década do Século XX marcada pelo aumento do número edifícios e de alojamentos

A estrutura habitacional do Barreiro carateriza-

se pelo predomínio dos alojamentos familiares

clássicos. O parque edificado do Barreiro inte-

grava, em 2011, 11.008 edifícios de habitação

familiar clássica e 41.682 alojamentos familiares

clássicos.

Entre 2001 e 2011, o parque habitacional regis-

tou uma dinâmica positiva graças ao aumento

dos edifícios de habitação familiar clássica e

dos alojamentos familiares clássicos, que cres-

ceram, respetivamente 7 e 11%.

Neste período, é de assinalar a tendência ob-

servada na dinâmica do parque habitacional

que registou uma dinâmica inversa à da dinâmica

populacional. Enquanto o primeiro cresceu 7%,

o segundo sofreu um ligeiro decréscimo (-0,3%),

o que reflete a forte dinâmica do mercado imo-

biliário do concelho.

[Parque habitacional no Barreiro, em 2001 e 2011 (N.º), INE]

Parque habitacional caraterizado pelo predomínio do regime de ocupação de proprietário/coproprietário

Em 2011, o regime de ocupação dominante nos

alojamentos familiares clássicos de residência ha-

bitual do Barreiro era o de ocupação do proprie-

tário ou coproprietário (71,8%).

O regime de arrendatário ou subarrendatário,

embora constituindo o segundo regime de ocupa-

ção mais relevante, representava apenas 23,3%

do regime de ocupação do Barreiro. Esta situação

é sintomática da persistência na opção de aquisi-

ção de habitação e da fraca dinâmica do mercado

de arrendamento concelhio.

As outras formas de regime de ocupação assumem

uma fraca expressão no concelho, não chegando

a representar 5% das formas de ocupação da ha-

bitação.

[Alojamentos familiares clássicos de residência habitual, segundo o

regime de ocupação, em 2011 (%), INE]

37.613

11.008

41.682

10.298

2001 2011 2001 2011

Edifícios de habitação

familiar clássica

Alojamentos familiares

clássicos

Alojamentos familiares clássicos de residência habitual,

segundo o regime de ocupação (%)

71,8%

23,3%

4,5%

0,4%

Proprietário ou coproprietário

Proprietário em regime de propriedade

coletiva de cooperativa de habitaçãoArrendatário ou subarrendatário

Outra situação

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

40 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Dinâmica imobiliária recente com variações espaciais bastante díspares

A evolução dos alojamentos familiares clássicos

de residência habitual teve, entre 2001 e 2011,

uma variação positiva de 11,3%.

Porém, esta variação apresenta uma distribuição

espacial bastante díspar. Em 2011, o Alto do Sei-

xalinho e o Lavradio eram as freguesias com

maior número de alojamentos familiares clássicos

de residência habitual, com 8.608 e 5.887, respeti-

vamente, o que correspondia a 44% do total des-

tes alojamentos no concelho.

No período entre 2001 e 2011, houve comporta-

mentos distintos: Palhais registou um grande cres-

cimento, na ordem dos 68%, ao passo que na fre-

guesia do Barreiro se observou uma perda de

3,3%. As restantes freguesias registaram cresci-

mentos que vão desde os 2% em Verderena aos

22% no Lavradio. Esta evolução heterogénea

pode ter implicações nas dinâmicas internas das

freguesias

[Variação dos alojamentos familiares clássicos de residência ha-

bitual, entre 2001 e 2011 (%), INE]

Predominância de edifícios térreos ou de dimensão reduzida de habitação familiar clássica

Na freguesia de Santo António da Charneca lo-

calizam-se 23,5% dos 11.008 edifícios do conce-

lho, em 2011.

A leitura do perfil da tipologia de edifícios do

concelho, ao nível das freguesias, permite verifi-

car a existência de situações contrastadas. As

freguesias de Coina (91,8%), Santo António da

Charneca (85,7%) e Barreiro (72,8%) são aque-

las em que os edifícios até 2 pisos são dominan-

tes. Em contraste Verderena e Alto do Seixalinho

apresentam uma edificação onde predomina cla-

ramente a edificação com 3 ou mais. As restantes

freguesias apresentam tecidos edificados hete-

rogéneos. [Edifícios segundo o número de pisos (n.º), INE, 2011]

Variação dos Alojamentos Familiares Clássicos de Residência

Habitual

22%

68%

13%

2%

10%

16%

19%

-3%Barreiro

Lavradio

Palhais

Santo André

Verderena

Alto do Seixalinho

Santo António da

Charneca

Coina

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Barreiro

Lavradio

Palhais

Santo André

Verderena

Alto do Seixalinho

Santo António da Charneca

Coina

1 e 2 pisos 3 e 4 pisos 5 pisos ou mais

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 41

Diminuição dos alojamentos vagos, numa trajetória oposta à dinâmica regional e nacional

O Barreiro apresentava, em 2011, 12,5% de alo-

jamentos familiares clássicos vagos.

Na década anterior, a proporção de alojamen-

tos familiares clássicos vagos decresceu 1,6%,

contrariamente ao observado na região e no

país, onde os alojamentos vagos assumiram uma

importância crescente.

Apesar desta tendência, em 2011, a proporção

de alojamentos familiares clássicos vagos no Bar-

reiro era igual à verificada na AML (12,5%) e

bastante semelhante à do país (12,6%) e da Pe-

nínsula de Setúbal (11,7%). Esta diminuição de

alojamentos vagos significou uma aproximação

aos valores médios, uma vez que a situação do

Barreiro, em 2001 (14,1%) era bastante mais

grave.

[Variação dos alojamentos familiares clássicos vagos, entre 2001

e 2011 (%), INE]

14,1%

10,8% 10,9%

11,6%

12,5%12,6%

11,7%

12,5%

8

12

16

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2001 2011

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

42 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Relativa estabilização da intensidade de construção desde a década de 80

Os edifícios construídos até 1970 representam

metade (49,4%) do parque edificado no Bar-

reiro, em 2011, o que é indicativo de um tecido

construído bastante envelhecido.

O período entre os anos de 1961 e 1980, foi de

particular atividade no setor da construção civil,

uma vez que foram erguidos 41,6% dos atuais

edifícios (21,2% destes foram construídos entre e

1961 e 1970, ao passo que entre 1971 e 1980 se

criou 20,4% do edificado atual).

Em 2011, os edifícios com menos de trinta anos re-

presentavam 30% do edificado concelhio.

Este edificado relativamente envelhecido consti-

tui um desafio de reabilitação urbana no Bar-

reiro.

[Edifícios por época de construção (%), INE]

Melhoria global do estado de conservação do parque edificado

No que diz respeito à conservação do edifi-

cado, no período entre 2001 e 2011, em termos

relativos assinalou-se uma evolução positiva do

estado de conservação dos edifícios, motivada

essencialmente pelo aumento do número de no-

vas construções. Assim, neste período, registou-

se uma melhoria dos edifícios sem necessidade

de reparação, que passaram dos 45,7% para os

57%, o que representa um crescimento da pro-

porção dos edifícios em bom estado de mais de

11%.

Em 2011, 40% dos edifícios apresentavam neces-

sidades de reparação e apenas um pequeno

segmento se encontrava muito degradado

(2,6%).

A prevalência de um regime de ocupação de

propriedade manifesta-se particularmente favo-

rável ao predomínio de edifícios sem necessida-

des de reparação, pelas implicações positivas

que tem na gestão e conservação do parque ha-

bitacional.

[Estado de conservação dos edifícios no Barreiro, entre 2001 e

2011 (%), INE]

Edifícios

13,9% 14,2%

21,2%20,4%

10,4%9,4%

10,4%

Até 1945 1946-60 1961-70 1971-80 1981-90 1991-00 2001-11

Estado de Conservação dos Edifícios, 2001/2011 (%)

45,7% 44,0%

3,8%

57,0%

40,4%

2,6%

Sem necessidade

de reparação

Com necessidade

de reparação

Muito degradado

2001 2011

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 43

Freguesias de Barreiro e Verderena destacam-se pelo pior estado de conservação do edificado

À escala das freguesias, em 2011, o estado de con-

servação do parque edificado revela uma signifi-

cativa heterogeneidade.

Nas freguesias de Santo António, Palhais e Santo

André registavam-se as menores necessidades de

reparação do edificado, em que, respetivamente,

70%, 69% e 62% dos edifícios não apresentava

necessidades de reparação.

Por sua vez, as freguesias de Verderena, Barreiro,

Coina e Alto do Seixalinho têm aproximadamente

metade do seu edificado a registar necessidades

de reparação (53%, 49%, 47% e 46%, respetiva-

mente).

A freguesia do Barreiro era onde se registava a

situação mais crítica, uma vez que é aí que se en-

contra a maior proporção de edifícios em pior es-

tado de conservação (8%), resultado da antigui-

dade do seu edificado.

[Estado de conservação dos edifícios por freguesia, em 2011 (%),

INE]

Permanência do destaque do Barreiro ao nível da degradação do edificado

A dinâmica de conservação dos edifícios tem re-

gistado uma evolução positiva. Entre 2001 e 2011,

o número de edifícios com necessidades de repa-

ração decresceu 6,7% no Barreiro.

Esta trajetória está em linha com a tendência ve-

rificada na Região e no país no decurso da última

década.

Não obstante esta melhoria, a percentagem de

redução de edifícios em mau estado de conserva-

ção foi menor no Barreiro (-6,7%) do que Penín-

sula de Setúbal (-9,1%), na AML (-10,6%) e na mé-

dia do país (-10,7%).

Da mesma forma, apesar da evolução positiva, a

proporção de edifícios com necessidade de re-

paração é bastante superior no Barreiro compa-

rativamente com as realidades regionais ou naci-

onais, uma vez que em nenhuma das outras unida-

des territoriais esse valor ultrapassa os 28,3%

(AML) ao passo que no concelho se situa acima

dos 40%.

[Edifícios com necessidades de reparação, entre 2001 e 2011 (%),

INE]

Estado de conservação dos edifícios, 2001/2011 (%)

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Barreiro

Lavradio

Palhais

Santo André

Verderena

Alto do Seixalinho

Santo António da Charneca

Coina

Sem necessidade de reparação

Com necessidade de reparação

Muito degradado

47,0%

38,4%

36,0%38,4%

40,4%

27,2% 26,9%28,3%

20

30

40

50

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2001 2011

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

44 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Forte participação e mobilização da população aquando da realização de eventos associados à saúde e

solidariedade social

Juntamente com outras iniciativas para a promo-

ção de hábitos de vida saudável, o município pro-

move anualmente, no mês de abril, a Quinzena da

Saúde, da Solidariedade e do Voluntariado.

Em parceria com entidades e instituições das áreas

da saúde e ação social, como a Escola Superior

de Saúde de Setúbal, o ACES Arco Ribeirinho e a

Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, reali-

zam-se workshops e seminários, de modo a pro-

mover a atividade física e estimular a prática de

estilos de vida saudáveis, contribuindo para a me-

lhoria da qualidade de vida da população.

Ao envolver as entidades e agentes locais, é pos-

sível apreender os problemas e conhecer os pro-

jetos das instituições, divulgando boas práticas e

aprendizagens para uma maior prevenção de do-

enças e promoção da saúde.

Entre as ações promovidas, aquelas que reúnem

um maior número de participantes são as “cami-

nhadas” e as aulas abertas.

[Participantes na “Quinzena da Saúde”, e atividades/ações de-

senvolvidas, 2012-2015, (N.º), CM Barreiro]

Importância e reconhecimento dos eventos promotores da prática regular de atividade física pela popula-

ção sénior

Procurando promover o envelhecimento ativo, a

CMB realiza, desde 2010, o Programa “Mexe Com

a Idade”.

Dirigido à população sénior com mais de 55 anos

em situação de inatividade profissional, abrange

um conjunto de classes de atividades físicas, desig-

nadamente Ginástica, Hidroginástica e Caminha-

das Sénior. Todas estas modalidades são orienta-

das por um professor e são concretizadas através

de aulas com a duração de 45 m., realizadas em

todas as freguesias do concelho.

O Programa “Mexe Com a Idade” tem promovido

a prática regular de atividade física, conside-

rando que uma vida ativa tem um papel importante

na prevenção de várias doenças e permitindo um

envelhecimento com melhor saúde e melhor quali-

dade.

[Participantes no “Programa mexe com a idade”, atividades de

ginástica e hidroginástica “2010/11-2013/14, (N.º), CM Barreiro]

Page 45: ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO · CRIPS Circular Regional Interna da Península de Setúbal CUF Companhia União Fabril DGERT Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho

ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 45

Emergência de novos segmentos de idosos com maior autonomia

A dinâmica demográfica do concelho tem pro-

porcionado o aumento da população idosa mais

autónoma e capacitada (13% não apresenta ne-

nhum nível de escolaridade e 1% tem o ensino su-

perior). Na análise por freguesia, é notória a

predominância do ensino básico neste estrato da

população. Ainda assim, na freguesia do Bar-

reiro, mais de 9% e 10% dos idosos têm o ensino

secundário e superior concluído, respetivamente.

Esta situação representa o surgimento de novos

segmentos de idosos, em que as faixas etárias de

menor idade apresentam níveis de escolaridade

mais elevados, já que a maioria dos idosos sem

nenhum nível de escolaridade tem 75 ou mais

anos (67%).

Este quadro reforça a noção do surgimento de

uma população idosa mais autónoma e funcional-

mente mais competente graças à melhoria no seu

nível de qualificações.

[Perfil de qualificações da população idosa por freguesia, em 2011

(%), INE]

Diversificação das respostas sociais dirigidas aos idosos

Devido à crescente valorização da manutenção

dos indivíduos na respetiva residência, em detri-

mento da sua institucionalização, fomentou-se o

aumento de novas respostas sociais, como cen-

tros de dia, centros de convívio e, mais recente-

mente, serviços de apoio domiciliário. A oferta

disponível em centros de convívio encontra-se

totalmente preenchida, resultado da procura

crescente de atividades que promovam o com-

bate ao sedentarismo, ao isolamento e que pro-

porcionem momentos de convívio, numa lógica

de envelhecimento ativo e saudável.

As respostas sociais orientadas para a popula-

ção idosa (lares de idosos, serviço de apoio do-

miciliário, centros de convívio e centros de dia)

apresentam-se insuficientes face à procura regis-

tada, com listas de espera na ordem das 8 cente-

nas nos lares, das 3 centenas no SAD, cinco de-

zenas nos centros de convívio. Nos centros de

dia verifica-se que os acordos de cooperação

são inferiores à capacidade instalada dos equi-

pamentos.

[Oferta e procura nas respostas sociais orientadas para idosos

existentes no Barreiro, Revisão da Carta Social do Barreiro, 2013

(N.º)]

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Barreiro

Lavradio

Palhais

Santo André

Verderena

Alto do Seixalinho

Santo António da Charneca

Coina

Nenhum nível de escolaridade

Ensino básico

Ensino secundário

Ensino superior

Oferta e procura nas respostas sociais actualmente

existentes para a população idosa, no Concelho (N.º)

340

130

278

220

328

259

190

130

Centro de

Convívio

Centro de Dia Lar de Idosos Serviço de

Apoio

Domiciliário

Capacidade total (N.º)

Total de utentes (N.º)

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

46 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

As respostas sociais mais inovadoras apresentam um padrão locativo mais concentrado

Territorialmente, a oferta de serviço de apoio

domiciliário apresenta-se concentrada nas fre-

guesias do Alto do Seixalinho, Santo André, Bar-

reiro, Coina e Santo António da Charneca, em-

bora a área de influência do serviço se alargue a

todas as freguesias do concelho.

Os lares de idosos podem ser encontrados nas

freguesias de Barreiro, Lavradio, Alto do Seixali-

nho e Santo André.

Na freguesia do Alto do Seixalinho é notória

uma concentração das respostas sociais para

idosos, com oferta das valências, centro de dia,

SAD, lar de idosos, e uma unidade de cuidados

continuados.

[Distribuição das respostas sociais mais inovadoras para idosos,

por freguesia, em 2013 (N.º), Revisão da Carta Social do Bar-

reiro]

Ausência de escolaridade é um fenómeno mais incidente entre os mais idosos

A estrutura de qualificações da população idosa

tem vindo a alterar-se ao longo dos últimos anos.

Em 2011, na população com 65 ou mais anos veri-

ficava-se que a ausência de níveis de escolari-

dade aumentava significativamente com a idade.

Nesse ano, 10,4% da população sem nenhum ní-

vel de escolaridade tinha entre 65 e 69 anos,

sendo progressivamente maior nos estratos etá-

rios mais envelhecidos (23,4% da população en-

tre os 70 e 74 anos e 66,2% dos indivíduos com 75

ou mais anos).

A tendência observada no Barreiro é semelhante

à verificada na AML, Península de Setúbal e no

país. Esta situação é sintomática de uma mudança

no nível de escolaridade da população idosa,

que começa a apresentar níveis de qualificação

mais elevados que os registados nas gerações

anteriores. Esta tendência torna este estrato po-

pulacional socialmente mais funcional.

[População sem nenhum nível de escolaridade, em 2011 (%), INE]

Distribuição das respostas sociais mais inovadoras para

idosos, por freguesia (N.º)

11

39

23

165

40

0

100

0

35

135

0

70

Barreiro

Lavradio

Santo André

Alto do Seixalinho

Santo António da

Charneca

Coina

Capacidade do Serviço de Apoio Domiciliário (N.º)

Lar de Idosos (N.º)

66,2%65,4%66,0%68,8%

23,4%23,1%22,5%22,4%

10,4%11,5%11,5%8,8%

0

20

40

60

80

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

75 ou mais 70 a 74 65 a 69

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 47

Universidade da Terceira Idade do Barreiro forte procura por parte da população sénior

A Universidade da Terceira Idade do Barreiro é um

projeto da responsabilidade da CMB.

De natureza gratuita, é dirigido para a população do

concelho com mais de 50 anos.

As aulas são realizadas em vários locais no concelho

e promovidas por várias entidades, através de Proto-

colos estabelecidos com Associações, Coletividades

e Agrupamentos de Escolas.

A formação e o ensino são assegurados por cerca de

50 formadores e o programa escolar é composto, no

ano letivo 2013/2014, por 35 disciplinas.

[Evolução do número de alunos da UTIB, e rácio alunos/turma,

nos anos letivos 2010/11-2013/14, (N.º), CM Barreiro]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

48 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Rede de cuidados de saúde composta por cuidados primários e diferenciados

O Barreiro apresenta uma rede de cuidados de

saúde diversificada, com um total de 11 equipa-

mentos, o que permite cobrir vários níveis de

atendimento e cuidados de saúde.

A rede de cuidados de saúde primários é a mais

extensa, sendo composta por quatro unidades de

saúde familiares, três unidades de cuidados de

saúde personalizados, uma unidade de recursos

assistenciais partilhados, uma unidade de saúde

pública e uma unidade de cuidados na comuni-

dade, uma vez que estes constituem equipamen-

tos de proximidade e integram o Agrupamento

dos Centros de Saúde (ACES) do Arco Ribeiri-

nho.

Já a rede de cuidados de saúde diferenciados é

constituída por um hospital (Hospital Nossa Se-

nhora do Rosário – Centro Hospital Barreiro

Montijo EPE), o que representa uma oferta dife-

renciadora e com elevada capacidade de pola-

rização.

[Equipamentos de saúde no Barreiro, em, 2011 (N.º), Ministério

da Saúde]

Maior oferta de cuidados de saúde nas freguesias urbanas

A distribuição espacial dos equipamentos da

rede de cuidados de saúde primários evidencia

uma concentração no setor norte e centro do

concelho.

A freguesia do Barreiro dispõe de dois equipa-

mentos, ao passo que no Lavradio se encontram

três equipamentos. Isto representa, no seu con-

junto, 50% da oferta.

As restantes extensões dos centros de saúde es-

tão distribuídas pelas freguesias de Santo André,

onde se podem encontrar duas extensões de sa-

úde, e em Santo António, Coina e Palhais, todas

com uma resposta de cuidados de saúde.

No Alto do Seixalinho situa-se a unidade hospi-

talar, prestadora de cuidados de saúde diferen-

ciados.

[Rede de cuidados de saúde primários e diferenciados por fre-

guesia, em, 2011 (N.º), Ministério da Saúde]

Equipamentos de saúde, 2012 (N.º)

1

1

1

1

3

4

Unidade de Recursos Assistenciais

Partilhados

Unidade de Saúde Pública

Unidade de Cuidados na

Comunidade

Hospital

Unidade de Cuidados de Saúde

Personalizados

Unidade de Saúde Familiar

Rede de cuidados de saúde, primários e diferenciados, por

freguesia (N.º)

1

1

1

1

2

2

3

Santo António da Charneca

Coina

Palhais

Alto do Seixalinho

Barreiro

Santo André

Lavradio

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 49

Rede de cuidados continuados composta por unidade de internamento e equipas domiciliárias

A organização da rede de prestação e cuidados

de saúde tem vindo a alterar-se de modo a ga-

rantir o acesso generalizado aos serviços espe-

cializados de apoio continuado. A rede de cui-

dados de saúde continuados é composta por uma

unidade de internamento e por duas equipas do-

miciliárias.

A unidade de internamento é constituída por uma

unidade de cuidados paliativos (UCP) localizada

no Centro Hospitalar Barreiro-Montijo e visa o

acompanhamento, tratamento e supervisão clí-

nica de doentes em situação clínica complexa e

de sofrimento decorrentes de doença severa

e/ou avançada, incurável e progressiva.

As duas equipas domiciliárias (ED), que prestam

cuidados e apoiam os doentes na sua residência,

localizam-se no Barreiro (ACES do Arco Ribeiri-

nho) e no Alto do Seixalinho (no Centro Hospi-

talar).

[Rede de cuidados continuados no Barreiro, em 2014 (N.º), Minis-

tério Saúde)]

Dotação de médicos no concelho, bastante inferior à média da região e do país

A evolução do número de médicos por 1.000 ha-

bitantes registou um aumento no concelho, ainda

que bastante ténue. Em 2002, existiam 2,3 médicos

por cada 1.000 habitantes, tendo este valor pas-

sado para 2,7, em 2012.

Em termos comparativos, este aumento foi seme-

lhante ao registado na Península de Setúbal, que

apresenta um valor inferior ao do Barreiro.

Ainda assim, a número de clínicos por habitante

no concelho é inferior ao da AML e do país. Ao

nível nacional, registou-se, no período em ques-

tão, o aumento de um médico por cada 1.000 ha-

bitantes (de 3,2 para 4,2), valor que, para a AML

é ainda mais elevado, tendo-se situado, em 2012,

nos 5,7 (5 em 2002).

[Médicos por 1.000 habitantes, em 2002 e 2012 (N.º), INE]

3,2

5

2,2 2,3

4,2

5,7

2,6 2,7

0

2

4

6

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

N.º

2002 2012

Page 50: ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO · CRIPS Circular Regional Interna da Península de Setúbal CUF Companhia União Fabril DGERT Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho

ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

50 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Heterogeneidade de grupos desfavorecidos acentua a complexidade do desafio de inclusão social

Existe um número significativo de residentes que

beneficiam de transferências sociais do Estado,

designadamente, beneficiários do Rendimento So-

cial de Inserção e pensionistas que constituíam,

respetivamente, 5% e 33% dos residentes em 2011.

A taxa de desemprego estava um pouco acima dos

15%, o que deve também ser salientado devido

aos impactes sociais associados a este fenómeno.

Também se observa uma presença acentuada de

famílias clássicas unipessoais com 65 ou mais anos

de idade (11,5%, em 2011), o que representa um

desafio pelo facto de pessoas de idade mais avan-

çada se encontrarem em situação de isolamento.

É também de assinalar a elevada proporção de nú-

cleos familiares monoparentais (17,1%, em 2011),

o que constitui um potencial de maior privação

económica e psicoemocional das crianças e jovens

desses agregados.

[Grupos desfavorecidos prioritários, em 2011 (%), INE]

Aumento do desemprego de longa duração e dos desempregados com idade entre os 35 e 54 anos

A crise económica recente teve reflexos na es-

trutura do desemprego do Barreiro.

De 2008 para 2014, o desemprego de longa du-

ração passou dos 39,4% para os 43,5%, o que

reflete as dificuldades sentidas no processo de

reemprego.

O perfil etário sofreu também alterações. No

escalão entre os 25 e os 34 anos deu-se uma di-

minuição de quase 5% do número de desempre-

gados, também verificada para aqueles com 55

ou mais anos de idade, embora de forma mais li-

geira (2,7%).

Ainda assim, nas idades entre os 35 e 54 anos ve-

rificou-se um aumento de mais de 6,5%, o que

acentua a problemática social do desemprego

neste escalão etário, que representa quase me-

tade do total de desempregados (48%) do Bar-

reiro.

[População desempregada segundo o tempo de inscrição e a

idade dos inscritos, em 2008 e 2014 (%), IEFP]

41,3%

20,6%26,1%

12,1%

39,4%

60,6%

48,0%

21,4%17,9%12,8%

43,5%

56,5%

0

20

40

60

80

< 1 ano

Inscrição

> 1 ano

Inscrição

< 25

anos

25-34

anos

35-54

anos

55 e +

anos

TEMPO DE

INSCRIÇÃO

IDADE DOS INSCRITOS

%

2008 2014

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 51

Famílias monoparentais com um padrão espacial tendencialmente homogéneo

O fenómeno dos núcleos familiares monoparen-

tais no concelho do Barreiro apresentam um per-

fil espacial tendencialmente homogéneo.

A freguesia do Barreiro destaca-se pela maior in-

cidência deste tipo de famílias, seguida da fre-

guesia de Verderena (com 18,8% e 18,7%, respe-

tivamente, em 2011).

A freguesia com menor percentagem destes nú-

cleos familiares é a freguesia de Palhais, com

13,1%.

[Núcleos de famílias monoparentais, em 2011 (%), INE]

Aumento dos beneficiários de RSI, à semelhança da Região e do País, mas com uma expressão mais grave

A conjuntura recessiva que tem afetado a socie-

dade portuguesa não é dissociável do aumento

do número de indivíduos em situação de vulnera-

bilidade económica, entre os anos de 2007 e

2012, onde se incluem os beneficiários da medida

de RSI.

No Barreiro, a proporção de beneficiários do

RSI era de 3,5% em 2007 e de 5,2%, em 2012, o

que representa um aumento substancial.

O acréscimo particularmente acentuado deste

grupo vulnerável acompanhou a tendência regis-

tada na envolvente regional (47,2% na Península

de Setúbal e 62% na AML). Esta realidade regio-

nal representa um cenário bastante mais crítico

do que o observado no país, em que o aumento

se situou nos 13,9%.

[Beneficiários do Rendimento Social de Inserção, em 2011 (%), INE]

13,1%

15,0%

16,5%

16,6%

16,8%

17,9%

18,7%

18,8%

Palhais

Santo André

Coina

Lavradio

Santo António da Charneca

Alto do Seixalinho

Verderena

Barreiro

3,5%

2,4%

2,8%

3,5%

4,0%

3,8%4,0%

5,2%

2

4

6

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2007 2012

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

52 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Quatro áreas urbanas desfavorecidas de intervenção socio-urbanística prioritária

Destacam-se quatro áreas urbanas desfavoreci-

das no concelho.

O núcleo histórico do Barreiro, símbolo do patri-

mónio cultural concelhio, apresenta uma malha

ortogonal paralela à frente ribeirinha e com vo-

lumetria predominante de dois pisos, com edifí-

cios em deficiente estado de conservação e mai-

oritariamente devolutos.

O Bairro das Palmeiras carateriza-se pela malha

pouco estruturada e organizada segundo um

conjunto de vias paralelas entre si, correspon-

dendo a um bairro operário pobre e descarate-

rizado, predominando os edifícios de um piso e

em mau estado.

A Quinta da Amoreira tem caraterísticas de pe-

queno aglomerado rural, com edificações com

reduzidas condições de habitabilidade.

O Bairro da Quinta da Mina/Cidade Sol apre-

senta uma estrutura urbana difusa, com um nú-

mero significativo de edifícios degradados.

Áreas urbanas desfavorecidas, Revisão do PDM do Barreiro

Áreas urbanas desfavorecidas apresentam uma matriz comum de problemáticas

As áreas urbanas desfavorecidas, embora com

caraterísticas urbanísticas distintas, apresentam

um conjunto de problemáticas sociais comuns.

No núcleo histórico, os principais problemas es-

tão relacionadas com o edificado e com a exis-

tência de bolsas de população idosa isolada.

No Bairro das Palmeiras e Quinta da Amoreira,

os principais problemas estão relacionados com

as reduzidas condições de habitabilidade, situa-

ções de desemprego e baixas qualificações dos

residentes.

[Problemáticas sociais nas áreas urbanas desfavorecidas, em 2011

(%), INE]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 53

Aumento considerável dos pedidos de habitação no decurso da última década

Os impactes da recente crise social e económica

fizeram-se sentir de forma expressiva no aumento

das dificuldades no acesso ao mercado de habi-

tação. No concelho do Barreiro entre 2003 e

2013, os pedidos de habitação à autarquia au-

mentaram significativamente, passando de 2 para

112 pedidos.

A freguesia do Barreiro é onde se regista o maior

número de pedidos relacionados com esta pro-

blemática social, tendo passado de 1 para 33 pe-

didos, no período em questão.

Já no que diz respeito a Palhais e Coina, foi onde

registaram pedidos pontuais de habitação (5 e 10

pedidos, respetivamente, entre 2003 e 2013).

[Pedidos de habitação no Barreiro, entre 2003 e 2013 (N.º),

CMB]

Decréscimo dos contratos de arrendamento de habitação social à semelhança da região e do país

Apesar do aumento dos pedidos de habitação,

no que diz respeito aos contratos de arrenda-

mento de habitação social tem-se registado

uma quebra no seu volume. No concelho, essa

diminuição foi de 3,6%, entre 2009 e 2011, (o

que significa uma redução de 357 para 344 pe-

didos).

Esta tendência segue a dinâmica verificada no

contexto regional que se verificou uma diminui-

ção de, respetivamente, 5,3% e 4,3% na Penín-

sula de Setúbal e na AML. Já a nível nacional

essa redução cifrou-se nos 1%.

[Contratos de arrendamento de habitação social, entre 2009 e 2011

(%), INE]

N.º Total de Pedidos de Habitação, no Concelho

2

15

46

100

86

101

85 84

112

2003 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

-1,0%

-4,3%

-5,3%

-3,6%

-10

-5

0

Portugal

Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal Barreiro

% 2009/2011

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

54 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Oferta de equipamentos sociais fortemente orientada para as crianças e jovens

A oferta de equipamentos sociais concelhia

constitui uma das primeiras linhas de resposta às

necessidades da população residente. A esse ní-

vel, existem no Barreiro 58 equipamentos sociais,

responsáveis por 28 respostas sociais.

A grande maioria destes equipamentos está ori-

entada para as crianças e jovens (37). Os equi-

pamentos orientados para a população idosa e

em situação de dependência, compõem a se-

gunda tipologia de equipamentos mais expres-

siva com 17 unidades (9 dos quais Lares de ido-

sos).

A restante oferta, pela sua especificidade, tem

quantitativos menores repartindo-se pelos múlti-

plos públicos-alvo: família e comunidade (13),

população com deficiência (5), e pessoas com

doença mental do foro psiquiátrico (1).

[Equipamentos sociais por tipologia de público-alvo, em 2013 (N.º),

Revisão da Carta Social do Barreiro]

Melhor dotação da oferta de equipamentos verifica-se na área da infância e juventude

A melhor dotação da oferta de equipamentos so-

ciais ocorre no domínio das crianças e jovens,

estando disponíveis 24 creches, com uma capaci-

dade de 1.098 lugares e uma procura de 859 cri-

anças, em 2013.

Embora a taxa de ocupação seja de 78,2%, ob-

servam-se desigualdades territoriais, coincidindo

as taxas mais elevadas com as freguesias em que

a oferta da rede solidária é superior, (Palhais,

Coina, Santo André e Verderena). Em 2013, en-

contravam-se 333 crianças em lista de espera

para os equipamentos da rede solidária. A fre-

guesia do Lavradio distingue-se pela maior capa-

cidade instalada, com uma oferta total de 300 lu-

gares (265 da Rede privada lucrativa e 35 da

Rede solidária), e pelo maior número de equipa-

mentos (7). A taxa de cobertura concelhia é de

51,7%, distinguindo-se Palhais com a maior taxa

de cobertura (319%). Por oposição, Alto do Sei-

xalinho (12%) e Verderena (39,5%) apresentam

os mais baixos níveis de cobertura.

[Resposta social creche, (N.º), Revisão da Carta Social do Bar-

reiro, 2013]

1

5

13

17

37

Pessoas com Doença Mental do

Foro Psiquiátrico

População com Deficiência

Família e Comunidade

População Idosa e Pessoas em

Situação de Dependência

Infância e Juventude

0

100

200

300

400

500

600

Barr

eiro

Lavra

dio

Alto d

o S

eix

alin

ho

Santo

André

Verd

ere

na

Palh

ais

Coin

a

Sto

. A

ntó

nio

da C

harn

eca

N.º

0

50

100

150

200

250

300

350

%

Crianças dos 0 aos 2 anos (n.º)

Capacidade de resposta creche (n.º)

Taxa de cobertura (%)

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 55

Elevadas taxas de ocupação dos principais equipamentos sociais

As principais respostas sociais registam elevadas

taxas de ocupação, mais acentuadas no que res-

peita às respostas direcionadas para a população

idosa.

Os 9 lares existentes têm uma capacidade de 278

lugares e possuem 259 utentes. A lista de espera,

para dois dos quatro lares com ocupação máxima,

localizados na freguesia do Alto do Seixalinho

atingia os 767 idosos, em 2013, constatando-se que

a resposta é insuficiente.

[Taxa de cobertura e Taxa de ocupação das principais respos-

tas sociais, Revisão da Carta Social do Barreiro, 2013]

Excedente de lugares em creches idêntico ao verificado no contexto regional e nacional

Com 24 equipamentos de creche, o Barreiro apre-

senta uma capacidade instalada de 3.457 lugares,

embora registe apenas 2.854 utentes, o que repre-

senta um excedente de 27,6% dos lugares disponí-

veis.

A oferta ainda disponível em creches no Barreiro

é consideravelmente superior aos valores regista-

dos ao nível do distrito (18,7% correspondente a

um excedente de 1.627 lugares) e ao nível de Por-

tugal Continental (19,3% equivalente a 19.982 dis-

poníveis).

Esta disponibilidade de lugares em creche no con-

celho do Barreiro pode funcionar como um fator

de atratividade para as famílias jovens.

[Excedente de lugares em creche, em 2014 (N.º), elaboração

própria a partir da Carta Social MSSS]

96,5%93,2%

74,3%78,2%

2,0%1,6%

8,8%

51,7%

Creche CATL Lar de Idosos SAD

Taxa de ocupação (%) Taxa de Cobertura (%)

27,6%

18,7%19,3%

0

10

20

30

Portugal

continental

Distrito Setúbal Barreiro

%

2014

Page 56: ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO · CRIPS Circular Regional Interna da Península de Setúbal CUF Companhia União Fabril DGERT Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho

ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

56 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Ampla oferta de equipamentos educativos dirigidos a todos os níveis de escolaridade

A oferta de equipamentos educativos do Bar-

reiro, composta por 60 equipamentos, 34 dos

quais pertencentes à rede pública, é extensa e

diversificada, cobrindo uma grande variedade

de valências, existindo equipamentos dirigidos a

todos os níveis de escolaridade.

Os equipamentos de nível inferior e de maior

proximidade (jardim de infância e escolas do 1.º

ciclo do ensino básico) constituem a maioria da

oferta (68%) municipal.

A Escola Superior de Tecnologia do Barreiro,

equipamento do ensino superior público constitui

uma oferta diferenciada e altamente qualificante

e um elemento chave da estratégia de qualifica-

ção do capital humano no concelho e um par-

ceiro essencial da estratégia de competitividade

concelhia.

[Equipamentos de ensino da rede pública no Barreiro (N.º), Revi-

são da Carta Educativa do Barreiro, 2013]

Concentração da oferta de equipamentos educativos no Alto do Seixalinho

A oferta de equipamentos educativos da rede

pública do Barreiro concentra-se no Alto do

Seixalinho, onde se localizam 10 equipamen-

tos. Este desempenho é resultado não só do

facto de aqui se concentrarem, em 2011, mais

de 25% dos residentes no concelho, como do

efeito de centralidade.

Nas freguesias de Coina e Palhais verifica-se a

situação oposta, existindo apenas um equipa-

mento em cada freguesia, em coerência com a

menor expressão demográfica (2,2% e 2,4%,

respetivamente).

[Distribuição dos equipamentos de ensino (N.º) da rede pública,

por freguesias, revisão da Carta Educativa do Barreiro, 2013]

5

13

5

1

1

3

2

2

2

Jardim de Infância EB 1º Ciclo + Jardim de Infância

EB 1º Ciclo EB 2º e 3º Ciclos

EB 2º e 3º Ciclos e Secundária EBI

Escola Secundária EB 3º Ciclo e Secundária

Ensino Superior

Distribuição dos equipamentos de ensino, por freguesias

(N.º)

1

1

3

4

4

5

6

10

Coina

Palhais

Barreiro

Santo André

Verderena

Lavradio

Santo António da Charneca

Alto do Seixalinho

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 57

Predominância do ensino público na oferta de equipamentos

O setor público é dominante na oferta de

equipamentos de ensino no Barreiro, reunindo

o maior número de alunos matriculados em to-

dos os níveis de ensino. Ao nível do ensino pré-

escolar existe um maior equilíbrio da oferta de

equipamentos, o número de alunos matricula-

dos em estabelecimentos do setor privado re-

presenta 49% da procura. Não obstante o

continuado reforço das respostas públicas,

face ao aumento da procura da educação pré-

escolar, a oferta pública mantém-se insufici-

ente, abrindo oportunidade à iniciativa pri-

vada. Nos restantes níveis o setor privado tem

uma relevância muito exígua, apenas se desta-

cando no 1.º ciclo do ensino básico onde tinha

9,6% do total de alunos matriculados no con-

celho. Com base no diagnóstico da Carta Edu-

cativa (2014), a rede pública, no ano letivo

2012/2013, contempla 11.989 alunos, distribuí-

dos pelo pré-escolar (999), 1º ciclo (3.315), 2º

e 3º ciclo (4.914) e secundário (2.761).

[Alunos matriculados segundo o nível de ensino ministrado (N.º),

2012/2013, Revisão da Carta Educativa do Barreiro, 2014]

Crescente procura de cursos profissionais segue as tendências nacionais

A tendência nacional de crescimento da pro-

cura de cursos profissionais no ensino secun-

dário regista-se igualmente no Barreiro.

No entanto a evolução recente no Barreiro

destaca-se comparativamente com a reali-

dade nacional ou regional pela maior intensi-

dade desse crescimento.

A taxa de participação concelhia nestes cur-

sos era residual, no ano letivo de 2004/2005, e

muito inferior à observada no país ou na AML.

Porém, no ano letivo 2010/2011, a participa-

ção em cursos profissionais registou um

grande aumento (de 2,5% para 21,4%), supe-

rando os valores registados na AML ou na Pe-

nínsula de Setúbal (20,8% e 20,5%, respetiva-

mente), aproximando-se da média nacional.

[Taxa de participação em cursos profissionais no ensino secundá-

rio regular, nos anos letivos 2004/2005 e 2010/2011 (%), INE]

2.761

5.053

3.658

1.961

Ensino

Secundário

2º e 3º Ciclo do

Ensino Básico

1º Ciclo do

Ensino Básico

Educação Pré-

Escolar

Público Privado

2,5%

4,8%

7,3%

9,8%

21,4%20,5%20,8%

25,1%

0

10

20

30

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2004/2005 2010/2011

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

58 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Evolução muito positiva da taxa de abandono escolar nas últimas duas décadas

A taxa de abandono escolar no Barreiro apre-

sentava-se bastante residual, em 2011, (1,78%).

Esta situação é resultado de uma trajetória po-

sitiva verificada ao longo das últimas duas dé-

cadas, nas quais se observou um decréscimo

contínuo do abandono escolar (3,89%, em 1991,

2,17%, em 2001, e 1,78%, em 2011), em linha com

a trajetória verificada na globalidade do terri-

tório nacional e regional.

Este desempenho, com grande importância para

um crescimento inclusivo, é resultado dos fortes

investimentos realizados na melhoria dos equi-

pamentos e na qualificação do sistema educa-

tivo, mas também dos ganhos intergeracionais

na qualificação do capital humano.

No entanto, importa relevar que a desacelera-

ção verificada no ritmo da redução é revela-

dora de um certo esgotamento das políticas pú-

blicas e da persistência de bolsas de exclusão.

[Taxa de abandono escolar no Barreiro, entre 1991 e 2011 (%),

INE]

Os indicadores de sucesso escolar refletem a necessidade de prosseguir os esforços recentes

A taxa de retenção e de desistência no ensino

básico regular no Barreiro decresceu ao longo

da última década, embora de forma pouco

significativa nos últimos anos.

A taxa de transição/conclusão no ensino secun-

dário regular registou uma progressão acentu-

ada, revelando no entanto a persistência de

uma franja significativa de jovens que não con-

segue concluir este nível de escolaridade obri-

gatória.

Estes indicadores, mesmo refletindo melhorias

recentes no sucesso escolar dos jovens barrei-

renses, são sintomáticos da necessidade de in-

tensificar os esforços realizados na última dé-

cada de melhoria da qualidade do ensino no

Barreiro, tendo em vista responder aos desafios

locais e metropolitanos de competitividade

económica.

[Taxa de retenção e desistência no ensino básico regular e taxa

de transição/conclusão no ensino secundário regular, no Bar-

reiro entre 2004/05 e 2010/11 (%), INE]

3,9%

2,2%1,8%

0

2

4

6

1991 2001 2011

%

12,9% 11,7%

63,2%

75,1%

0

25

50

75

100

%

Taxa de retenção e desistência no ensino básico regular

Taxa de transição/ conclusão no ensino secundário regular

2004/2005 2010/2011

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 59

Taxa de abandono escolar apresenta uma incidência espacial ligeiramente heterogénea

A taxa de abandono escolar por freguesia

apresentava, em 2011, uma variação espacial

heterogénea.

A situação mais negativa do concelho verifica-

se em Coina, com uma taxa de abandono esco-

lar de 3,2%, seguida da Verderena e do Alto do

Seixalinho, com 2,4% e 2%, respetivamente.

No extremo oposto encontra-se Palhais, que

não apresenta qualquer caso de abandono es-

colar. Uma situação particularmente positiva,

uma vez que, em 2001, esta freguesia registou a

maior taxa de abandono escolar (8,5%).

Esta trajetória deverá ser objeto de estudo

aprofundado, para que esta dinâmica possa ser

alargada às restantes freguesias.

[Taxa de abandono escolar por freguesias, em 2011 (%), INE]

Evolução positiva da taxa de retenção e desistência no ensino básico regular

A taxa de retenção e desistência no ensino bá-

sico regular no Barreiro apresentou uma diminu-

ição entre os anos letivos de 2004/2005 e

2010/2011, em linha com os valores registados

no país, na AML e na Península de Setúbal.

Ainda assim, apresentou uma tendência de dimi-

nuição bastante ténue quando comparada com

as restantes unidades territoriais. Enquanto no

ano letivo de 2004/2005, esta situava nos 12,9%,

ou seja, pouco abaixo do valor verificado na

Península de Setúbal (13,5%), no ano letivo

2010/2011, registou-se uma taxa de 11,7%, bas-

tante superior aos valores do país, da AML ou

da Península de Setúbal (7,5%, 8,9% e 9,5%, res-

petivamente).

[Taxa de retenção e desistência no ensino básico regular em

2004/2005 e 2010/2011 (%), INE]

1,4%

1,5%

1,8%

1,9%

2,0%

2,4%

3,2%

0,0%Palhais

Lavradio

Santo André

Santo António da Charneca

Barreiro

Alto do Seixalinho

Verderena

Coina

Taxa de abandono escolar

7,5%

8,9%9,5%

11,7%11,8%12,3%

13,5%12,9%

4

8

12

16

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2004/2005 2010/2011

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

60 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

2.5. DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL

2.5.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL DO BARREIRO

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 61

2.5.2 ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL DO BARREIRO

Cobertura total do sistema de abastecimento de água, embora com uma rede envelhecida e suscetível a ruturas

O sistema municipal de abastecimento de água

serve praticamente a totalidade da população resi-

dente no Barreiro.

O abastecimento público faz-se a partir de 11 cap-

tações subterrâneas inseridas no sistema aquífero

“Bacia Terciária do Tejo-Sado/ Margem Esquerda”.

A reserva e adução apoiam-se em sete reservató-

rios, com uma capacidade de 12.750 m3 de água,

duas estações elevatórias e 16,1 km de condutas

adutoras.

As condutas da rede de distribuição são maioritari-

amente em fibrocimento (64,7%) e apresentam al-

guns problemas, nomeadamente a ocorrência de ro-

turas relacionadas com a sua antiguidade (idade

média é de 31 anos).

A sua reabilitação tem sido progressiva, tendo em

2011 sido intervencionados cerca de 1,63 km de con-

dutas.

[População servida por sistemas de abastecimento de água, em 2001 e

2009 (%), INE]

Elevada cobertura do sistema de drenagem de águas residuais

Ao longo dos últimos anos, assistiu-se a um incre-

mento significativo da população servida por siste-

mas de drenagem de águas residuais. Em 2011, a taxa

de atendimento no concelho do Barreiro era de

97,5%, ficando apenas fora do sistema as AUGI

(2,5%).

Desde o final de 2012 que quase a totalidade do ter-

ritório está ligado ao sistema em alta (97,3% em

março de 2016, estando em falta as mencionadas zo-

nas não servidas por rede de drenagem municipal

(AUGIS), assim como algumas pequenas áreas que

ainda tem as suas ligações por construir.

Fora desta apreciação, encontra-se a área da Baia

do Tejo, já que se trata de um território privado,

servido de infraestruturas próprias de drenagem.

A rede, na sua maioria, com uma idade superior a 25

anos, inclui 11 estações elevatórias, aproximada-

mente de 46km de emissários gravíticos e 190km de

rede de drenagem. Existem três sistemas principais

(Barreiro/Moita, Penalva e Coina), que drenam

para três sistemas distintos em “alta”, de transporte

e tratamento da SIMARSUL (empresa intermunicipal

responsável pela recolha, tratamento e rejeição de

efluentes), cada um servido por uma ETAR distinta:

ETAR Barreiro/Moita, ETAR da ZI Autoeuropa e

ETAR da Quinta do Conde.

[População servida por sistemas de drenagem de águas residuais, em

2001 e 2009 (%), INE]

90%

99%

98%

100%

96%

100%

99%

100%

88

92

96

100

Portugal

(continente)

Área

Metropolitana

deLisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2001 2009

88%

93%

97%

72%

96%

93%

96%

84%

70

80

90

100

Portugal

(continente)

Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2001 2009

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

62 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Cobertura do abastecimento de água e de drenagem de águas residuais sem assimetrias significativas intra concelhias

A cobertura territorial dos sistemas de abaste-

cimento de água e de drenagem de águas resi-

duais não revelam assimetrias significativas. A

globalidade das freguesias apresenta níveis de

atendimento muito elevados.

Todavia, nas freguesias do setor sul, com me-

nores densidades urbanas, o abastecimento

domiciliário ainda apresenta algumas falhas,

nomeadamente nos espaços não planeados e

de maior fragmentação e desestruturação ur-

bana, como as AUGI.

Esta situação afeta especialmente as freguesias

de Palhais e Coina, onde os níveis de atendi-

mento dos sistemas de abastecimento de água

e de drenagem de águas residuais são meno-

res.

[Alojamentos familiares de residência habitual com água e com esgotos,

2011 (%), INE]

Boa qualidade da água e melhorias significativas no desempenho dos sistemas de abastecimento e drenagem

A qualidade das águas para consumo humano

tem melhorado nos últimos anos no Barreiro,

tendo o cumprimento dos valores paramétricos

de qualidade da água sido de 99,9%, em 2012.

A perda de água é um dos problemas do sis-

tema. Em 2011, as perdas totais de água foram

significativas, na ordem dos 2.527.172m3, o que

representa cerca de 37,2% (estimando-se cerca

de 25% de perdas reais). Outro problema está

relacionado com o balanço de reservas que

apresenta um défice nos vários setores de abas-

tecimento, designadamente, 3.000m³ no Setor

Norte 1, 4.000m³ no Setor Norte 2 e 4.500m³ no

Setor Central.

Apesar das debilidades atuais em alguns domí-

nios, as estimativas de evolução dos indicado-

res de desempenho dos sistemas de abasteci-

mento de água e de drenagem de águas residu-

ais1 apontam, para uma evolução positiva nos

próximos anos.

[Desempenho do sistema de "abastecimento de água" e "drenagem de

águas residuais", Plano Geral de Águas e Saneamento do Concelho do

Barreiro]

1 Plano Geral de Águas e Saneamento do Concelho do Barreiro, CMB.

97,5%

98,1%

99,2%

99,3%

99,8%

99,8%

99,8%

99,9%

98,0%

98,4%

99,3%

99,5%

99,8%

99,8%

99,9%

99,9%

Coina

Palhais

Santo António da Charneca

Barreiro

Santo André

Verderena

Alto do Seixalinho

Lavradio

Alojamentos com água Alojamentos com esgotos

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 63

Excelente qualidade da água para consumo humano e um desempenho acima da média nacional

Nos últimos anos, a Câmara Municipal do Bar-

reiro melhorou a prestação de serviço no

abastecimento de água, assegurando uma ex-

celente qualidade de água para consumo hu-

mano. Desde 2012, a água potável é total-

mente segura (em 2004 era de 99%), corres-

pondendo a um desempenho acima da média

nacional.

A água controlada e classificada como de boa

qualidade revela o cumprimento da frequência

de amostragem e os valores paramétricos fixa-

dos na legislação.

[Água segura entre 2004 e 2012 (%), INE]

84%

98%98%99%

100%100%

98%

100%

80

90

100

Portugal

(continente)

Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2004 2012

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

64 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Melhoria da qualidade ambiental em resultado da criação e recuperação de espaços verdes

O Barreira apresenta um conjunto de parques e

jardins de referência, com destaque para o Par-

que Catarina Eufémia (1939), o Jardim dos Fran-

ceses (1918-1922), o Jardim da Av. Bento Gonçal-

ves (anos 30 séc. XX), o Parque da Cidade (2000),

os espaços verdes do Convento da Madre de

Deus da Verderena (1995) e o Parque Recreativo

da Cidade - POLIS (2008).

A criação e renovação de espaços verdes tem

contribuído para a melhoria da qualidade do am-

biente e das condições de vida dos barreirenses,

fomentando novas vivências e uma maior fruição

do espaço público.

O Parque da Cidade (inaugurado em 2000), com

14,9 ha e vocacionado para o lazer e prática de

desporto, substituiu, em termos de maior procura

e frequência de utilização, o Parque Catarina Eu-

fémia, situado no centro da cidade.

[Parques e jardins públicos no Barreiro, revisão do PDM do Barreiro]

Melhoria da qualificação ambiental através da arborização urbana

A qualificação ambiental por via da arboriza-

ção em meio urbano tem sido uma das apostas

do município. Para além de dar sombra, as ár-

vores, contribuem ainda para uma amenização

da temperatura e para ajudar a controlar os

efeitos da poluição atmosférica.

Regularmente, e ao longo do período compre-

endido entre 2009 e 2013, foram plantadas pelo

concelho cerca de 1.246 árvores.

Têm sido utilizadas espécies endémicas da Eu-

ropa e sul da Europa (Celtis Autralis, Cratae-gus Monogyna, Cupressus sempervirens, Acer pseudoplatanus, etc.) e introduzidas novas es-

pécies originárias do continente americano

(e.g., Acer Negundo e Jacaranda), continente

asiático (ex.: Prunus Serrulata e Pyrus Calle-ryana) e ilhas do Oceano Pacífico (Metroside-ros tomentosa).

[Arborização dos espaços públicos entre 2009 e 2013 (N.º), CMB]

236

366

273

217

154

42

166185

99

268

2009 2010 2011 2012 2013

Plantações Abates

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 65

Boa dotação de espaços verdes principalmente nas freguesias mais urbanizadas

Em coerência com os maiores níveis de urbani-

zação e concentração populacional, a fregue-

sia do Alto do Seixalinho é a que dispõe de uma

maior extensão de espaços verdes. Para esta si-

tuação contribui a localização do Parque da

Cidade, nos Casquilhos. Trata-se do maior par-

que urbano do concelho.

Por sua vez a freguesia do Barreiro destaca-se

pela concentração do maior número de espa-

ços verdes, tais como o Parque Catarina Eufé-

mia, o Jardim dos Franceses e o Jardim da Av.

Bento Gonçalves.

O Parque Recreativo da Cidade - POLIS, que

abrange as freguesias de Alto do Seixalinho,

Santo André e Verderena, é o mais recente do

concelho. É um projeto desenvolvido por fases

e no âmbito do Programa POLIS, estando ape-

nas concluída a 1.ª fase que representa cerca de

40% da área total. No futuro, será o maior par-

que urbano ribeirinho do concelho, com 11.700

m2.

[Área ocupada por parques e jardins nas freguesias do Barreiro, 2013

(%), elaboração própria]

Forte aposta em espaços de recreio e lazer

Em 2012, a superfície do solo concelhio reser-

vada para equipamentos e parques urbanos

nos instrumentos de ordenamento municipais

era de 18,6%, bastante superior à média da

AML (4,6%) e da Península de Setúbal (2,3%).

Esta situação é reveladora do esforço da au-

tarquia ao longo da última década na criação

de espaços públicos de recreio e lazer, en-

quanto prioridade de intervenção para a me-

lhoria da qualidade de vida dos munícipes e

para a qualificação dos espaços urbanos.

[Superfície do uso do solo para equipamentos e parques urbanos

identificado nos PMOT, 2005-2012 (%), INE]

0,2%

0,2%

0,9%

1,3%

1,7%

2,0%

3,4%

7,3%

Coina

Palhais

Santo António da

Charneca

Lavradio

Barreiro

Santo André

Verderena

Alto do Seixalinho

3,2%

18,6%

2,2%

4,6%

18,6%

2,3%

0

10

20

Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2005 2012

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

66 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Necessidade de consolidação e reequilíbrio do sistema urbano

O sistema urbano do Barreiro carateriza-se pela

existência de quatro tipos de situações urbanas:

Espaços urbanos centrais: espaços urbanos de

centralidade no sistema urbano concelhio, in-

tegrados no sistema de transportes coletivos,

com grande relevância populacional e funcio-

nal, mas com uma crescente perda de vitali-

dade social e económica;

Espaços urbanos consolidados: Espaços urba-

nos onde predomina a função residencial, em

alguns casos de expansão recente, onde a fun-

ção residencial ainda não foi totalmente

acompanhada pela dotação de equipamentos

de proximidade e de espaços verdes de re-

creio e de lazer;

Espaços urbanos a estruturar: espaços urbanos

de edificação fragmentada, debilmente inte-

grados no sistema urbano municipal, com ca-

rências de comércio, serviços e equipamentos

de proximidade, espaços verdes e de lazer;

Áreas de intervenção prioritária: espaços ur-

banos consolidados que, no seu conjunto,

apresentam edificações em mau estado de

conservação e onde persistem situações de

exclusão social.

[Situações Urbanas no Barreiro em 2013, Revisão do PDM do Barreiro]

Existência de 36 áreas urbanas de génese ilegal delimitadas

No Barreiro existem 36 Áreas Urbanas de Gé-

nese Ilegal (AUGI), localizadas nas freguesias

de Santo António (26), Coina (4), Santo André

(3), Palhais (2) e Lavradio (1), com um total de

269 hectares, divididos em 3.753 lotes.

Destas AUGI, 10 foram já infraestruturadas e as

edificações legalizadas, tendo sido dado por

concluído o processo de reconversão e o seu

alvará emitido.

[Situação do processo de reconversão das AUGI no concelho do Bar-

reiro, 2014 (nº), CMB]

10

12

14

Reconversão

concluída

Reconversão

em curso

Reconversão

pendente

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 67

Maior incidência de AUGI no sul do concelho

O fenómeno das AUGI incide com maior expres-

são no setor sul do concelho do Barreiro, mais

concretamente na freguesia de Santo António

da Charneca, onde se localizam 26 AUGI

(178,5ha).

É igualmente neste setor, que se localiza a prin-

cipal AUGI do concelho do Barreiro, nomeada-

mente na freguesia de Coina (Covas de Coina I

e II).

A reconversão e integração das AUGI passa

pelo preenchimento de espaços vazios, au-

mento da sua urbanidade, dotação de equipa-

mentos e de espaços verdes e revitalização das

atividades económicas.

[Área das freguesias ocupadas por AUGI, 2013 (ha), elaboração pró-

pria com base em elementos fornecidos pela CMB]

Povoamento concentrado e reduzida relevância da população dispersa

A elevada concentração populacional (62% da

população residia em dois lugares: Barreiro e

Quinta da Lomba, em 2011), acentuou-se durante

o último período intercensitário.

Em 2001, os nove aglomerados concelhios com

menos de 2.000 habitantes representam somente

9,5% da população residente. Contabilizando

os isolados, essa representatividade acresce

para 11,1% do total, revelando um povoamento

concentrado e relativamente compacto.

Esta proporção, similar à da AML, manifesta-se

bastante reduzida quando comparada com os

valores médios nacionais (45,1%, em 2001 e

39%, em 2011).

[População residente em lugares com menos de 2.000 habitantes, INE)

0,9ha

9,5ha

13,6ha

66,7ha

178,5ha

Lavradio

Palhais

Santo André

Coina

Santo António da

Charneca

17,6%

45,2%

11,1%15,1%

17,8%

10,0%12,1%

39,0%

0

20

40

60

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2001 2011

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

68 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Níveis de poluição atmosférica reduzidos

Apesar da redução das emissões de poluentes

na última década, subsistem no concelho focos

de poluição difusa e de contaminação de so-

los, fortemente associados à grande expressão

que a indústria pesada deteve no Barreiro.

A indústria é, por isso, um dos setores que mais

contribuiu para as emissões de Partículas

(PM10) e Amônio (NH3).

Segundo estudo da OMS sobre poluição at-

mosférica (2011), o Barreiro apresenta valores

de emissões de partículas PM10 e PM2.5 (partí-

culas mais pequenas) acima do limite recomen-

dado (PM10: média anual 20 ug/m3, no Barreiro

é de 42 ug/m3; PM2.5: média anual 10 ug/m3, no

Barreiro é de 11 ug/m3).

[Emissões de poluentes incluindo fontes naturais no Barreiro em

2005 e 2009 (ton/km²), APA]

Presença de algumas unidades industriais contribui para emissões elevadas

Um dos gases que mais contribui para o Efeito

de Estufa é o Dióxido de Carbono (CO2), que

no concelho, apesar das emissões terem dimi-

nuído (2005/2009), é o poluente que apresenta

valores mais elevados.

No Barreiro, as emissões estão relacionadas

sobretudo com o tráfego automóvel, produ-

ção de energia, combustão na indústria e pe-

quenas fontes de combustão.

As emissões de Óxido Nitroso (N2O) no Bar-

reiro são das mais elevadas do país, em parte

devido à presença de unidades da indústria

química. Em relação ao Metano (CH4), cujas

emissões aumentaram, a sua origem resulta da

deposição de resíduos no solo e as águas resi-

duais.

Apesar destes problemas, a qualidade do ar é

globalmente boa, cumprindo os padrões legais

em todo o concelho.

[Emissões de GEE - CO2 em 2005 e 2009 (ton/km²), APA]

[Emissões de GEE - N2O e CH4 (ton/km2), APA]

619,1ton/km^2

73,7ton/km^2

85,8ton/km^2

42,0ton/km^2

173,1ton/km^2

51,0ton/km^2

53,5ton/km^2

9,1ton/km^2

32,9ton/km^2

26,2ton/km^2

Óxidos de Enxofre (SOx)

Óxidos de Azoto (NOx)

Amónia (NH3)

Emissões de Compostos Orgânicos

Voláteis (NMVOC)

Partículas (PM10)

2005 2009

Dióxido de

Carbono

(CO2)

2005 2009

74.753ton/km^2

14.086ton/km^2

88,4ton/km^2

10,8ton/km^2

79,6ton/km2

25,1ton/km^2

Óxido Nitroso

(N2O)

Metano (CH4)

2005 2009

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 69

Principais setores poluentes são a produção de energia e os transportes rodo/ferroviários

A produção de energia e os transportes, so-

bretudo rodoviários, são responsáveis por

cerca de 4/5 das emissões registadas no con-

celho.

Apesar do declínio da atividade industrial, a

combustão na indústria representava cerca de

12,2% das emissões por tipo de fonte, em 2009.

A conclusão da central de cogeração do Bar-

reiro permitiu encerrar a central termoelétrica

do Barreiro, sendo expectável a redução das

emissões de CO2 e NOx para a atmosfera.

[Emissões por tipo de fonte no Barreiro em 2009 (ton/km2), APA]

Relevância do CO2, no total de emissões poluentes, com valores superiores à média nacional e regional

Em 2009, as emissões de CO2 em Portugal resul-

taram, na sua maioria, dos setores de ativi-

dade: “Transportes Rodo/Ferroviários”, 32%;

“Produção de Energia”, 31%; “Combustão In-

dustrial”, 24%.

Estes três setores contribuíram com quase 9/10

para o total de emissões de CO2.

No Barreiro, as emissões de CO2, têm uma re-

presentatividade muito elevada no total de

emissões poluentes, com valores superiores à

média nacional e regional, embora entre 2005

e 2009 tenha registado uma dinâmica de redu-

ção muito superior à da Península de Setúbal

ou do país.

[Peso das emissões de CO2 no total de emissões de poluentes entre 2005

e 2009 (%), APA]

0,1%

0,1%

0,2%

0,4%

0,4%

0,4%

6,9%

12,2%

23,9%

55,3%

Fontes Móveis (Fora de Estrada)

Emissões Fugitivas

Águas Residuais

Uso de Solventes

Deposição de Resíduos no Solo

Processos Industriais

Pequenas Fontes de Combustão

Combustão na Indústria

Transportes Rodo/Ferro

Produção de Energia

96,7%

97,7%

98,6%

97,6%

97,4%

97,6% 98,1%

97,4%

95

100

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Peninsula de

Setúbal

Barreiro

%

2005 2009

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

70 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Reutilização da SAU para uma produção mais extensiva

A alteração da ocupação cultural da SAU, con-

cretamente com a diminuição das terras aráveis e

o aumento das pastagens permanentes, modifi-

cou a paisagem agrícola concelhia.

Observou-se no concelho do Barreiro uma maior

utilização de sistemas de produção mais extensi-

vos, com as pastagens permanentes a ocuparem

praticamente metade da SAU, e uma grande di-

minuição das terras aráveis.

A SAU concelhia corresponde, em 2009, a 169

ha.

[Variação da composição da SAU entre1989 e 2009, INE- RGA]

Estima-se que as hortas urbanas ocuparão uma parte importante da superfície concelhia

As hortas urbanas espontâneas são uma reali-

dade no concelho, tendo surgido como forma de

colmatar as carências económicas das famílias.

De modo a valorizar e promover a agricultura em

contexto urbano, o município pretende imple-

mentar uma rede de 11 hortas urbanas, subdividi-

das em 1348 talhões, com uma área total de

57.462 m2.

A maioria dos talhões (53%) está prevista para a

freguesia de Barreiro e Lavradio. Em Santo Antó-

nio e “Palhais e Coina”, a área ocupada é quase

idêntica.

O projeto inclui, igualmente, Hortas Comunitá-

rias, de Recreio e Pedagógicas.

Para além do auto consumo, pretende-se atrair

uma nova população para estas atividades e in-

tegrar e aproveitar economicamente os espaços

de maior valor agrícola e ambiental.

Criar um território sustentável, com pequenos ni-

chos produtivos poderá complementar os rendi-

mentos familiares e promover laços de sociabili-

dade.

[Distribuição prevista das hortas urbanas por freguesia, elaboração

própria a partir de dados da CMB]

0

10.000

20.000

30.000

Barreiro e

Lavradio

Santo

António da

Charneca

Palhais e

Coina

Alto do

Seixalinho,

Santo André

e Verderena

m2

0

200

400

600

800

N.º

Dimensão da Parcela (m2)

Talhões (N.º)

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 71

Maior diminuição da SAU comparativamente ao contexto regional e nacional

Numa década (1999-2009), cerca de 1/4 das

explorações agrícolas nacionais encerraram

atividade.

Comparativamente às restantes unidades ter-

ritoriais em causa, no Barreiro, concelho ur-

bano por excelência, a atividade agrícola de-

tém uma importância muito reduzida, continu-

ando a perder relevância económica.

Com apenas 33 explorações recenseadas em

2009, na última década o concelho perdeu

cerca de uma centena de explorações.

[Variação da superfície das explorações, INE]

-60,3%

4,5%

-4,6%-2,4%

-29,7%

-7,1%-8,8%-9,2%

-80

-60

-40

-20

0

20

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

1989/1999 1999/2009

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

72 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Maior aproveitamento agrícola das explorações

A SAU média por exploração no concelho do

Barreiro é de 5 ha, existindo discrepâncias à es-

cala da freguesia.

Santo André e Palhais surgem com uma maior di-

mensão da SAU, em contraponto a Santo Antó-

nio da Charneca, onde uma maior variedade no

dimensionamento das explorações tem como

consequência a redução do valor médio.

Em todas as freguesias, a SAU média aumentou na

última década, em parte como resultado da in-

corporação de pequenas explorações nas de

maior dimensão.

[Superfície agrícola utilizada média por exploração, por freguesia,

1989,1999 e 2009, INE-RGA]

Principais indicadores laborais revelam uma menor importância do emprego agrícola

Em relação direta com a reduzida dimensão mé-

dia das explorações, o tempo de trabalho por

exploração é bastante mais reduzido no Barreiro

(todas as explorações estão abaixo dos 50ha).

A Unidade de Trabalho Ano (UTA) é inferior aos

valores nacional, metropolitano e da Península

de Setúbal.

Por oposição, e por questões de eficiência, o

tempo de trabalho necessário para explorar 100

ha de SAU é inversamente proporcional à dimen-

são da exploração, sendo necessárias 22 UTA,

valor que revela uma melhoria relativamente a

1999.

[UTA média por exploração, 1989/2009, INE-RGA]

2,5ha

2,5ha

5,9ha

4,6ha

0ha

1,7ha

5,9ha

4,8ha

0ha

2,3ha

0ha

1,7ha

16,2ha

11,0ha

8,8ha

8,3ha

3,7ha

2,4ha

Santo André

Palhais

Lavradio

Coina

Barreiro

Santo

António da

Charneca

1989 1999 2009

1,4

0,6

1,21,1

1,4

1,5 1,5

1,4

0

1

2

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

UTA*

1989 2009

*1 UTA = 240 dias de trabalho a 8 horas por dia

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 73

Ressurgimento da atividade piscatória, sobretudo de caráter lúdico

Recentemente, as antigas docas e cais (ex. doca

da CP, cais da praia Barra-a-Barra) assistem ao

regresso da atividade piscatória, por razões lú-

dicas/desportivas, mas também por força das si-

tuações de carência económica das famílias.

O rio menos poluído, resultado de investimentos

de natureza ambiental (ETAR), tornou-se mais

apelativo, observando-se o renascimento da

pesca como atividade económica, mas também

lúdica.

No que respeita à pesca lúdica, o Barreiro in-

sere-se na área de jurisdição da Capitania do

Porto de Lisboa. Na zona do Barreiro, além dos

pescadores diretamente licenciados para essa

capitania, pescam os licenciados pelas áreas de

jurisdição das capitanias de Cascais e Setúbal.

A Delegação Marítima no Barreiro da Autori-

dade Marítima Nacional tem registo de 18 em-

barcações de pesca profissional de proprietá-

rios residentes no concelho.

[Licenças locais para pesca lúdica, nas áreas de jurisdição de Cascais, Lis-

boa e Setúbal, em 2013 (N.º), DGRM]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

74 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Inserção concelhia numa zona de suscetibilidade sísmica elevada

A distribuição espacial das suscetibilidades sís-

micas revela que a AML se enquadra na zona

de elevada suscetibilidade ao risco sísmico.

A totalidade do concelho enquadra-se na

zona de suscetibilidade sísmica elevada à se-

melhança da quase totalidade da AML. A gra-

vidade de uma ocorrência sísmica é potenci-

ada devido à forte concentração populacio-

nal, de infraestruturas e de atividades econó-

micas.

Este cenário reforça a importância do equilí-

brio do modelo territorial no sentido de serem

minimizadas as consequências resultantes da

ocorrência de um episódio sísmico.

[Suscetibilidade sísmica na AML, PROT AML, 2010]

Identificam-se dois tipos de suscetibilidade de inundação por cheias (rápidas e progressivas)

Face à sua localização ribeirinha o risco de

cheia constitui uma das maiores vulnerabilida-

des do concelho do Barreiro. Estes são fenó-

menos naturais extremos e temporários, ten-

dencialmente provocados por chuvas intensas,

gerando um aumento significativo dos caudais

dos cursos de água.

No caso das cheias rápidas, fenómenos que

geralmente afetam pequenas bacias hidrográ-

ficas de reduzido tempo de concentração, a

zona de maior suscetibilidade verifica-se no

setor sul do concelho, na bacia do Rio Coina.

Releve-se a inexistência de histórico de cheias

no Barreiro (nem rápidas nem progressivas).

Os episódios de alagamento que pontualmente

se verificam nalguns locais dizem respeito ao

deficiente dimensionamento de algumas infra-

estruturas de drenagem que, em situação de

chuvas fortes e longas, coincidentes com maré

alta, provocam o transbordo, nomeadamente

no lado norte do município (mais urbano) que

confronta diretamente com o rio (frente ribei-

rinha mais exposta).

[Suscetibilidade de inundação por cheia na AML, PROT AML, 2010]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 75

Elevada suscetibilidade à contaminação dos aquíferos

Grande parte do território da Península de Se-

túbal encontra-se sobre o maior e mais impor-

tante sistema aquífero português, o sistema

aquífero da Bacia do Tejo-Sado/Margem Es-

querda que integra 53% das reservas de águas

subterrâneas extraíveis em Portugal Continen-

tal.

As principais ameaças à contaminação deste

sistema são a deposição de resíduos industriais

sólidos e líquidos, bem como os impactes de-

correntes das atividades agropecuárias, indus-

trial e doméstica.

No Barreiro, à semelhança de grande parte do

território que compõe a Península de Setúbal,

a suscetibilidade de contaminação dos aquífe-

ros é elevada. Este risco, pelas suas implica-

ções ambientais dificilmente reversíveis, deve

ser observado numa perspetiva preventiva e

de valorização e proteção territorial.

[Suscetibilidade à contaminação de aquíferos na AML, PROT AML, 2010]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

76 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Conjugação de perigos tecnológicos particularmente acentuada

A AML apresenta um assinalável potencial de

ocorrência de acidentes industriais, envol-

vendo substâncias perigosas. Este risco está

fortemente associado ao funcionamento de in-

dústrias, o que é particularmente relevante no

caso da AML, uma vez que apresenta a maior

concentração de estabelecimentos industriais

com potencial para despoletar este tipo de

acidentes, à escala nacional.

No contexto concelhio, o Barreiro integra os

concelhos da AML em situação de maior risco.

Isto deve-se à presença de 3 estabelecimentos

industriais perigosos a Norte do concelho, no-

meadamente no Parque Empresarial Baía do

Tejo, e pelo atravessamento de um gasoduto

no setor sul do concelho.

Apesar deste risco se apresentar bastante lo-

calizado não deve ser desconsiderado, uma

vez que, em caso de ocorrência, pode ter for-

tes consequências na estrutura económica lo-

cal.

[Perigos tecnológicos na AML, PROT AML, 2010]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 77

Quebra acentuada do consumo de energia pela indústria e forte acréscimo no setor público

O consumo global de energia no Barreiro sofreu

uma forte quebra, em linha com a diminuição da

atividade industrial e dos estabelecimentos e em-

presas instalados.

O consumo destina-se atualmente, na sua maior

parte, ao uso doméstico. A importância do uso

“não-doméstico”, com uma quota de 26% no con-

sumo total, em 2012, revela a forte terciarização

do tecido empresarial.

O setor público (iluminação de vias e edifícios pú-

blicos) obteve o segundo maior incremento no

consumo (1994/2012), atingindo uma quota de

11%, em 2012, e revelando a importância da Ad-

ministração Pública no concelho.

O declínio das atividades industriais evidencia-se

no forte recuo do seu contributo para o consumo

energético, reduzindo-se de 65% para cerca de

30%, entre 1994 e 2012.

[Consumo de energia elétrica no Barreiro; INE]

Tendência recente para a estabilização do n.º de consumidores e do consumo de eletricidade

Em 2011, os 47.309 consumidores instalados no

concelho do Barreiro consumiram um total de

250.357kWh de energia.

A média de consumo por cliente baixou significa-

tivamente, sendo em 2011 de 5.291,9KWh, en-

quanto dez anos antes atingiu os 9.880,8 kWh.

A redução do tecido industrial e uma maior efici-

ência energética nas empresas e administração

pública, aliada a uma maior sensibilização e mu-

dança comportamental da sociedade para a im-

portância de diminuir os consumos energéticos,

podem justificar esta redução.

[Consumidores e consumo médio de energia elétrica, INE]

44.000

45.500

47.000

48.500

201120092007200520032001

N.º

0

3.000

6.000

9.000

12.000

kWh/cons

Consumidores (n.º) kWh/Consumidor

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

78 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Capitação do consumo de energia residencial com decréscimo acentuado

A quebra acentuada verificada no consumo glo-

bal de energia elétrica resultou, em parte, da re-

dução do consumo energético residencial.

O consumo de energia elétrica por habitante era

de 6.225,0 kWh/hab, em 2004, e de 3.388,8 em

2011 (menos 2.836 kWh/hab). Apesar da diminui-

ção da população residente (com contributo re-

levante para esta evolução), este indicador tem

vindo a reduzir-se significativamente, sobretudo

em resultado da diminuição do consumo e dos

consumidores industriais. O consumo de energia

elétrica por consumidor era de 10.486,6

kWh/cons, em 2004, e em 2011 de apenas 5.560,8

kWh/cons.(menos 4.925,8 kWh/cons).

[Indicadores de consumo de energia elétrica, INE]

Tendência mais acentuada, no contexto regional e nacional, de declínio do consumo de energia elétrica da ati-

vidade industrial

A terciarização da economia, aliada à redução

das grandes indústrias transformadoras (com pro-

cessos de produção exigentes em termos energé-

ticos) e a uma maior eficiência energética, gerou

um decréscimo generalizado do consumo de ener-

gia pela indústria.

Em 2001, o Barreiro destaca-se pela maior impor-

tância da atividade industrial (67% do consumo de

energia respeita a consumidores industriais, a mé-

dia nacional ficava-se nos 41,4%).

Comparando com a média regional e nacional, o

declínio foi bastante mais acentuado no Barreiro,

reduzindo-se a menos de metade num curto perí-

odo temporal (2001-2011), comportamento díspar

ao da Península de Setúbal que permaneceu inal-

terado nestes 10 anos.

[Consumo energia elétrica pelos consumidores industriais, INE]

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

20112010200920082007200620052004

kWh/cons.

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

kWh/hab

kWh/ cons.

kWh/ hab.

32,5%

67,0%

51,9%

41,4%

29,5%

36,0%

51,9%

30,3%

20

40

60

80

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

%

2001 2011

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 79

Grande diversidade dos sistemas de paisagem da Estrutura Ecológica Municipal

-A EEM integra o Estuário do Tejo, o

Sapal de Coina, a Várzea de Coina, a

Frente Ribeirinha, Áreas Verdes der

Proteção e de Enquadramento, Parques

e jardins Urbanos, Espaço Agrícola, Es-

paço Florestal e Corredores de Cone-

tividade.

Os seus espaços são potencialmente

estruturadores de funções e atrativos

para o desenvolvimento de novas ativi-

dades.

Como exemplo, a frente ribeirinha, ali-

ada ao estuário do Tejo, pode assumir-

se como espaço-motriz para a qualifi-

cação do território e atração e fixação

de novas funções e atividades, um es-

paço de excelência, potenciador de

novas procuras e de fruição pelos bar-

reirenses.

[Esquema conceptual da EEM - Rev. PDM Barreiro, 2011]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

80 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Existência da Reserva Natural Local do Sapal do rio Coina e Mata da Machada

Com uma área de 800 hectares, a Reserva Na-

tural Local do Sapal do Rio Coina e Mata da

Machada foi criada em outubro de 2012, nos

termos do artigo 15º do Decreto-Lei nº

142/2008, de 24 de Julho, com os seguintes

objetivos: a) A conservação da natureza e da

biodiversidade e a valorização do património

natural e paisagístico como pressupostos de um

desenvolvimento sustentável; b) A promoção

das atividades de educação ambiental como

pressuposto de uma relação mais harmoniosa

entre o homem e o ambiente; c) A promoção

da investigação científica indispensável ao co-

nhecimento dos valores naturais em presença,

numa perspetiva de educação ambiental; d) A

criação de áreas de recreio ao nível local,

promovendo o repouso e atividades ao ar li-

vre, em equilíbrio com os valores naturais sal-

vaguardados.

A Mata Nacional da Machada (MNMC) e o

Sapal do Rio Coina constituem emblemas con-

celhios, devido ao seu grande valor ecológico,

histórico, social e paisagístico.

[Reserva Natural Local do Sapal do Rio Coina e Mata da Machada,

Regulamento da RNL, 2012]

A Mata da Machada é um local privilegiado para atividades de desporto, recreio e lazer

A Mata Nacional da Machada é constituída pelo

Pinhal de Vale do Zebro e pela Quinta da Ma-

chada. A superfície arborizada corresponde a

124ha, sendo que o pinheiro bravo em associação

com o pinheiro manso é a espécie principal (30%

desta área), seguidos do sobreiro e do eucalipto.

É constituída por património fundiário perten-

cente ao domínio privado do Estado, sujeita ao

Regime Florestal Total por força dos Decretos

dos anos de 1901 e 1903. Administrada pelo do

Instituto de Conservação da Natureza e Florestas

(ICNF), possui uma área total de 387 ha, sendo

que o Plano de Gestão Florestal correspondente

incide em 237 ha. Os restantes 150 ha respeitam

ao centro de comunicações da NATO e à sua

mancha envolvente.

Esta Mata periurbana está dotada de parques de

merendas, fontanários, percursos pedestres e de

BTT (circuitos de manutenção), uma estação ar-

queológica e um Centro de Educação Ambiental,

criado em 2005, com o intuito de valorizar, do

ponto de vista ecológico, a Mata e o Sapal.

[Circuitos da Mata da Machada, CMB, 2015]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 81

Sapal do Rio Coina, uma zona húmida que constitui um ecossistema altamente produtivo

O Sapal do Rio Coina é uma zona húmida li-

gada ao corredor da REM do PROT no con-

texto de continuidade regional, que constitui

um ecossistema altamente produtivo, assu-

mindo uma enorme importância como zona de

alimento e nidificação para a avifauna e con-

tribuindo para a conservação da biodiversi-

dade.

Localiza-se entre as Reservas Naturais do Es-

tuário do Tejo e do Estuário do Sado, colo-

cando-se desta forma na rota de várias aves

migratórias. Aqui é possível encontrar aves

de rapina como a águia-pesqueira e a águia-

sapeira, observando-se com frequência espé-

cies limícolas alimentando-se nas águas lodo-

sas, como o maçarico-real e o flamingo, mas

também o colhereiro, o perna-verde, o maça-

rico-das-rochas e o pilrito-de-bico-com-

prido.

Os sapais prestam vários serviços de ecossis-

temas, incluindo a depuração de águas resi-

duais e escorrências superficiais e a proteção

contra as marés.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

82 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Estrutura Ecológica Municipal com maior expressão no centro do concelho

A proposta de EEM Fundamental abrange uma

área de 1.238,38 ha e 777 ha, com e sem a com-

ponente rio, respetivamente. Por sua vez, a

EEM Complementar proposta ocupa uma área

de 513,21ha.

A EEM inclui os seguintes sistemas de paisagem:

Estuário do Tejo, Sapal de Coina, Várzea de

Coina, Frente Ribeirinha, Áreas Verdes der

Proteção e de Enquadramento, Parques e jar-

dins Urbanos, Espaço Agrícola, Espaço Flores-

tal e Corredores de Conetividade, onde deve

ser promovida e/ou reforçada a arborização.

[Proposta da Estrutura Ecológica Municipal, Rev. do PDM do

Barreiro]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 83

Principais infraestruturas de acessibilidades conferem uma boa integração territorial

O Barreiro dispõe de boas acessibilidades fer-

roviárias, rodoviárias e fluviais. Com uma esta-

ção no concelho (Coina), a ligação ferroviária

entre Lisboa (Roma-Areeiro), e Setúbal, efetu-

ada através da Linha do Sul/Eixo Ferroviário

Norte-Sul e mediante o atravessamento da

Ponte 25 de Abril, confere a Coina uma grande

centralidade. A linha do Alentejo estabelece a

ligação entre as estações do Barreiro (termi-

nal Rodo-Ferro-fluvial, Barreiro A e Lavradio)

e Évora, permitindo ainda a ligação a Beja. A

articulação estabelecida na Estação do Bar-

reiro com o atravessamento fluvial nas liga-

ções a Lisboa (Est. Sul e Sueste/T. Paço) confe-

riu a esta ferrovia um papel fundamental nas li-

gações entre as duas margens do Tejo, e uma

importância vital nas ligações nacionais e regi-

onais ao Sul do País. As principais ligações ro-

doviárias que servem o Barreiro são o IP7, IC21

e o IC32. Subsistem algumas dificuldades nas li-

gações intermunicipais com o Seixal.

A ligação fluvial a Lisboa-Terreiro do Paço é

assegurada por Catamarã em 20 minutos, com

interface ao Metro de Lisboa. O modo fluvial

continua a assumir uma elevada competitivi-

dade nas deslocações pendulares (procura es-

timada de cerca de 6,13 milhões de passagei-

ros, em 2012).

[Principais acessibilidades ao concelho do Barreiro, elaboração pró-

pria]

Melhorias significativas das acessibilidades rodoviárias

A densidade da rede rodoviária é bastante

elevada, com especial relevância para as vias

não classificadas. Destacam-se o IP7, princi-

pal acesso ao exterior; o IC21, a "via rápida

do Barreiro" e eixo estruturante fundamental

da rede concelhia, que permite o acesso local

ao IP7; o IC32 - CRIPS, que permite a ligação

às regiões Norte e Centro através da “Ponte

Vasco da Gama”; a EN10, que servem direta-

mente o Sueste do território, na freguesia de

Coina; as antigas EN10-3, que desempenha

funções relevantes no âmbito das desloca-

ções internas e da estrutura da rede concelhia

e EN11-1 e EN11-2 (desclassificadas no PRN)

que servem as acessibilidades intermunicipais

ao concelho da Moita.

[Densidade da rede viária no concelho do Barreiro em 2013 (km/km²),

CMB]

0,0km/km^2

0,1km/km^2

0,2km/km^2

0,3km/km^2

0,3km/km^2

0,6km/km^2

6,7km/km^2

Itinerário Principal (IP)

Estrada Nacional (EN)

Estrada Nacional Desclassificada

(ant. EN)

Estrada Municipal (EM)

Caminho Municipal (CM)

Itinerário Complementar (IC)

Vias Não Classificadas

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

84 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Rede de percursos cicláveis ainda com reduzida expressão territorial

Existem atualmente oito percursos cicláveis,

com uma extensão total de 5,2 km: a pista ci-

clável da Quinta do Machinho – Quinta da

Lomba (530 m); a pista ciclável da Avenida da

Liberdade (1.130 m); a pista ciclável do Pas-

seio Augusto Cabrita (730 m); a pista ciclável

da Rua Ferreira de Castro (320 m); a pista ci-

clável da Rua do Clube Naval Barreirense

(420 m); as pistas cicláveis da Rua 6 – Cidade

Sol (280 m); as vias banalizadas da Av. Bento

Gonçalves (900 m); as vias banalizadas da

Rua Miguel Pais (870 m).

Os percursos cicláveis localizam-se nos cen-

tros urbanos, mas também nas marginais ribei-

rinhas dos rios Coina e Tejo.

Estas infraestruturas cicláveis, cuja implemen-

tação resultou da realização de operações

de requalificação de espaços públicos, têm

uma utilização sobretudo lúdica e recreativa

e apresentam uma grande descontinuidade

entre si, o que inibe o aproveitamento das

vantagens inerentes a este modo de trans-

porte, tornando-se evidente a necessidade

de planear uma rede de percursos cicláveis

coerente, contínua e funcional.

Na Rede Ciclável do Barreiro, aprovada em

2015, está planeada a concretização de uma

Encontra-se a ser desenvolvido um projeto de

planeamento da rede ciclável do Barreiro,

que visa desenvolver uma rede de percursos

cicláveis coerente, contínua e funcional para

todo o município, constituída por 87 troços ci-

cláveis (com 65,7 km de extensão global li-

near) e 62 locais de estacionamento para bi-

cicletas, a qual visa promover a integração

da bicicleta no sistema de deslocações urba-

nas.

No quadro metropolitano, o município apre-

senta uma densidade de percursos cicláveis

mais elevada.

[Densidade da rede de percursos cicláveis em 2015 (km/km²),

extraído de www.ciclovia.pt e da Rede Ciclável do Barreiro]

0,070,030,05

0,0

0,2

0,4

Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

km/km2

2014

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 85

Crescimento significativo do automóvel como meio de transporte nos movimentos pendulares

Em 2011, o meio de transporte mais utilizado pelos

barreirenses nos movimentos pendulares foi o au-

tomóvel. A utilização deste meio de transporte so-

freu um forte incremento na primeira década do

século XXI tendo a sua utilização aumentado

cerca de 5 pontos percentuais.

A utilização do autocarro, neste mesmo período,

sofreu uma forte redução, passando de primeiro

meio de transporte para quarto, sendo utilizado

em 2011 por 15% dos residentes nos seus movimen-

tos pendulares.

Releve-se, porém, que mais de metade movimentos

pendulares diários (52%) do Barreiro eram reali-

zados com recurso a modos de transporte mais

sustentáveis (transportes coletivos e a pé).

O transporte fluvial assumia em 2011 uma grande

importância nas ligações a Lisboa (60% da deslo-

cações para a cidade), nomeadamente para os

residentes no setor norte do concelho. Entre 2001

e 2011, a representatividade da utilização deste

modo de deslocação sofreu um acréscimo, pas-

sando 14,3% para 16,1%.

A proporção da população residente empregada

ou estudante cuja duração média dos movimentos

pendulares era, em 2011, inferior a 31 minutos re-

presenta 63,2% no Barreiro (83,4%, em Portugal).

[Meios de transporte utilizados nas deslocações trabalho/es-

tudo da população residente (mov. de saída + mov. intracon-

celhios) entre 2001 e 2011 (%), INE]

Forte diminuição na venda de veículos novos, contrapondo com um aumento do consumo de combustível automóvel

A crise económica financeira teve igualmente re-

flexos nas vendas de veículos automóveis no Bar-

reiro, tendo registado uma quebra acentuada

nos últimos anos.

O envelhecimento do parque automóvel teve im-

pactes negativos no ambiente, concretamente

nas emissões de GEE, uma vez que os veículos au-

tomóveis são uma das principais fontes de emis-

são de dióxido de carbono (CO2).

O consumo de combustível automóvel por habi-

tante sofreu um ligeiro aumento, em linha com o

aumento da sua utilização enquanto meio de

transporte preferencial nas deslocações pendu-

lares.

[Veículos novos vendidos e consumo de combustível automó-

vel no Barreiro entre 2007 e 2012, INE]

0,2%

25,9%

5,2%

25,5%

3,8%

1,1% 2,4% 0,8%

14,3%

21,1%

15,0%

11,9%

30,2%

2,7%

1,1%2,7%

0,6%

0,2%

16,1%19,4%

0

10

20

30

40

A p

é

Aut

om

ove

l (co

ndut

or)

Aut

om

ove

l (pass

ageirto

)

Aut

oca

rro

Trans

port

e c

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tivo (em

pre

sa/esc

ola

)

Metr

opolit

ano

Com

boio

Moto

cicl

o/Bic

icle

ta

Barc

o

Out

ro

%

2001 2011

0

0,5

1

2007 2009 2012

tep/hab.*

0

10

20

30

N.º

Veículos novos vendidos por 1000

habitantes (N.º) Consumo de combustível automóvel por

habitante (tep/ hab.)

*Tonelada equivalente de petróleo/ Habitante

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

86 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Diminuição dos passageiros transportados pelos Serviços Municipalizados de Transportes Coletivos do Barreiro

O transporte público de passageiros urbanos no

Barreiro é assegurado pelos Serviços Municipaliza-

dos de Transportes Coletivos do Barreiro (TCB),

que transportaram, em 2013, cerca de 9 milhões de

passageiros. Nos últimos 3 anos verificou-se uma di-

minuição de 24,6% no volume de passageiros trans-

portados, em resultado do aumento da utilização

do transporte individual,

Os 68 veículos urbanos que compõem a frota asse-

guram a total cobertura territorial, numa rede com-

posta por 18 linhas. O acesso à rede fica sempre a

uma distância inferior a 500 m. de qualquer aglome-

rado populacional concelhio.

O Barreiro é também servido pelo operador TST,

que realiza ligações interurbanas, beneficiando

principalmente o Lavradio e o terminal fluvial.

[Evolução dos passageiros transportados pelos TCB entre 2010 e

2013 (N.º), CMB]

Maior importância do automóvel nas deslocações, embora abaixo dos valores regional e nacional

Nos últimos dez anos, a utilização do automóvel nas

deslocações pendulares conheceu um incremento

generalizado em termos nacionais e regionais. A

melhoria considerável das infraestruturas rodoviá-

rias foi um dos principais motivos associados a esse

acréscimo.

Por outro lado, a utilização dos transportes coleti-

vos diminuiu significativamente a sua importância

face ao transporte individual. Em 2011, o transporte

individual em automóvel ligeiro sustentava mais de

40% dos movimentos pendulares no Barreiro.

Ainda assim, o Barreiro é o concelho de Portugal em

que há maior percentagem de movimentos pendula-

res realizados em transportes públicos e o segundo

concelho que menos depende do automóvel.

Comparativamente as restantes realidades (Penín-

sula de Setúbal, AML, média nacional), a importân-

cia da utilização do automóvel no Barreiro é menor

(42,2%, em 2011, face aos 61,6%, de Portugal), de-

vido em muito à relevância de outros meios de trans-

porte, como o barco e o autocarro, com um peso de

16% e 15%, respetivamente, no total dos meios de

transportes utilizados nos movimentos pendulares.

[Utilização do automóvel nos movimentos pendulares entre 2004 e

2012 (tep./hab.), INE]

9.915.243 9.135.415

11.732.18212.108.228

2010 2011 2012 2013

0,7

0,6

0,40,4

0,5

0,60,7

0,5

0,0

0,5

1,0

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Seúbal

Barreiro

tep./hab.

2004 2012

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 87

2.6. DESENVOLVIMENTO CULTURAL

2.6.1. DRIVERS DO DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO BARREIRO

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

88 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

2.6.2 ANÁLISE SÍNTESE DO DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO BARREIRO

O concelho do Barreiro apresenta um número relativamente reduzido de imóveis patrimoniais classificados

Ao nível patrimonial existem no Barreiro, de

acordo com a Direção Geral do Património Cul-

tural, sete imóveis que constituem património

classificado.

Dos elementos que compõem o património imóvel

destaca-se o Pórtico da antiga Igreja de Palhais

classificado como Monumento Nacional, o único

do concelho.

Entre os restantes elementos do património clas-

sificado, identifica-se um Imóvel de Interesse Pú-

blico (a Real Fábrica de Vidros de Coina), quatro

imóveis de Interesse Municipal (Convento da Ma-

dre de Deus da Verderena, Portal Manuelino da

Ermida de São Sebastião, Edifício dos Paços do

Concelho do Barreiro e Igreja da Misericórdia

do Barreiro) e um Monumento de Interesse Pú-

blico (Igreja de Santa Maria, adro envolvente e

antigo edifício dos serviços paroquiais).

[Património Imóvel Classificado no Barreiro, por tipologias, 2013

(N.º), DGPC]

Destaque arqueológico para os moinhos de maré e para os vestígios do legado industrial

Em termos arqueológicos, de acordo com a Dire-

ção Geral do Património Cultural, existem um to-

tal de 21 sítios de interesse no concelho do Bar-

reiro.

Estes sítios arqueológicos repartem-se segundo

dez tipos de sítios arqueológicos, entre os quais

se destacam os moinhos de maré. Esta situação re-

flete a importância ribeirinha na edificação de en-

genhos moageiros (hidráulicos e eólicos), entre

os séculos XV e XIX.

Neste contexto, assumem também relevância o

complexo industrial (vestígios da importante Real

Fábrica de Vidros Cristalinos de Coina mandada

edificar em 1719 por D. João V).

[Sítios Arqueológicos no Barreiro, por tipologias, 2013 (N.º),

DGPC]

1

1

1

4

Monumento Nacional

Imóvel de Interesse

Público

Monumento de Interesse

Público

Interesse Municipal

1

1

1

1

1

1

1

1

2

10

Cidade

Canhão

Cais

Estaleiro Naval

Complexo Industrial

Olaria

Forno

Casco

Achado(s) Isolado(s)

Moinho de maré

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 89

Oferta de equipamentos culturais é diversificada, mas sem atratividade regional

Atualmente, o Barreiro dispõe de 49 equipamen-

tos culturais, 12 dos quais com gestão municipal.

Destacam-se pela maior representatividade as

valências: salas polivalentes (31); as salas de ex-

posição (8) e os auditórios (7).

Existe uma lacuna no domínio das artes visuais,

não existindo, para além da Galeria Municipal,

nenhum outro espaço com as condições necessá-

rias para acolher exposições de grandes dimen-

sões no centro da cidade.

As artes performativas são as que oferecem maior

resposta à procura existente

A oferta de museus e património é extensa, em-

bora não existam equipamentos com maior atrati-

vidade de escala regional.

[Equipamentos culturais no Barreiro, em 2013 (N.º), Carta Cultural

do Barreiro

Ligeiro crescimento da procura de espetáculos ao vivo no concelho

A procura de espetáculos ao vivo no concelho do

Barreiro apresentava valores relativamente bai-

xos, especialmente se comparados numa perspe-

tiva regional.

Ainda assim, a ténue procura de espetáculos ao

vivo observada em 2012 (0,4 espectadores de es-

petáculos por habitante), sofreu um ligeiro au-

mento face ao valor registado em 2005 (0,2).

Em 2012, o Barreiro encontrava-se em linha com a

procura registada na Península de Setúbal (0,4),

porém inferior à observada à escala da AML (1,1).

A procura registada nesta unidade territorial é su-

perior à que se regista a nível nacional (0,8).

[Espectadores de espetáculos ao vivo por habitante, em 2005 e 2012

(N.º), INE]

Título do gráfico

1

4

4

4

4

5

7

8

8

31

1Anfiteatro

Espaço museológico

Salas de Cinema

Salas de Teatro

Salas de Espetáculo

Museus

Bibliotecas

Auditório

Património

Salas de Exposição

Salas Polivalentes

0,9

1,3

0,7

0,2

0,8

1,1

0,4 0,4

0

1

2

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

N.º

2005 2012

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

90 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Oferta de equipamentos culturais é diversificada, mas sem atratividade regional

Atualmente, o Barreiro dispõe de 49 equipamen-

tos culturais, 12 dos quais com gestão municipal.

Destacam-se pela maior representatividade as

valências: salas polivalentes (31); as salas de ex-

posição (8) e os auditórios (7).

Existe uma lacuna no domínio das artes visuais,

não existindo, para além da Galeria Municipal,

nenhum outro espaço com as condições necessá-

rias para acolher exposições de grandes dimen-

sões no centro da cidade.

As artes performativas são as que oferecem maior

resposta à procura existente

A oferta de museus e património é extensa, em-

bora não existam equipamentos com maior atrati-

vidade de escala regional.

[Equipamentos culturais no Barreiro, em 2013 (N.º), Carta Cultural

do Barreiro

Ligeiro crescimento da procura de espetáculos ao vivo no concelho

A procura de espetáculos ao vivo no concelho do

Barreiro apresentava valores relativamente bai-

xos, especialmente se comparados numa perspe-

tiva regional.

Ainda assim, a ténue procura de espetáculos ao

vivo observada em 2012 (0,4 espectadores de es-

petáculos por habitante), sofreu um ligeiro au-

mento face ao valor registado em 2005 (0,2).

Em 2012, o Barreiro encontrava-se em linha com a

procura registada na Península de Setúbal (0,4),

porém inferior à observada à escala da AML (1,1).

A procura registada nesta unidade territorial é su-

perior à que se regista a nível nacional (0,8).

[Espectadores de espetáculos ao vivo por habitante, em 2005 e 2012

(N.º), INE]

Título do gráfico

1

4

4

4

4

5

7

8

8

31

1Anfiteatro

Espaço museológico

Salas de Cinema

Salas de Teatro

Salas de Espetáculo

Museus

Bibliotecas

Auditório

Património

Salas de Exposição

Salas Polivalentes

0,9

1,3

0,7

0,2

0,8

1,1

0,4 0,4

0

1

2

Portugal Área

Metropolitana

de Lisboa

Península de

Setúbal

Barreiro

N.º

2005 2012

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 91

Oferta cultural diversificada por parte de produtores culturais com diferentes origens e escalas de atuação

A produção cultural apresenta uma ampla diversi-

dade de conteúdos, suportada no trabalho dos inú-

meros agentes culturais locais, mas contando, tam-

bém, com o trabalho de produtores de âmbito na-

cional/internacional. Em 2014, o município traba-

lhou com cerca de 50 produtores.

Enquanto principais produtores locais merecem re-

levo: Teatro de Ensaio do Barreiro; Arte Viva –

Companhia de Teatro do Barreiro; Teatro Ensaio

da Sociedade Filarmónica Lavradiense; Projéctor;

Colectivo Vigilâmbulo Caolho; Escola de Dança

“Os Franceses”; Effetive Crew; Companhia de

Dança Marina Popova; Estrofes em sonetos; Dance

Up Ballet; Russkii klub.

Entre os produtores nacionais destacam-se: Vo-

arte; A menina dos Meus Olhos; Passos e Compas-

sos; Teatro Fórum de Moura; Companhia Teatral

Musical; Peripécia Teatro; Zero em comporta-

mento; Circulando; Lemon; Companhia de Dança

Olga Roriz; Sola do sapato; UAU.

[Frequência anual de novas produções dos principais produto-

res/agentes culturais com atuação no município, (n.º), CM Bar-

reiro]

1

1

1

1

1

1

1

2

3

3

3

3

3

4

4

4

0 1 2 3 4 5

Banda da URCD de Coina

Coro da UTIB

Projéctor - Grupo de Teatro

Teatro de Ensaio do Barreiro

Vigilâmbulo Caolho

OUT.RA - Associação Cultural

Hey! Pachuco

Camerata Musical do Barreiro

Arteviva - Comp. de Teatro do

Barreiro

Estrofes em Sonetos

Dance up ballet

Comp. de Dança Maria Popova

TESFAL

Coral TAB

Banda Municipal do Barreiro

Escola de Jazz do Barreiro

N.º

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

92 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Oferta cultural regular de espetáculos concorre para uma fruição cultural constante

Anualmente, são apresentados shows e espetácu-

los de fim de ano letivo pelas companhias e escolas

do concelho, nomeadamente pela Arte Viva- Com-

panhia de Teatro do Barreiro, Estrofe em Sonetos,

Escola de dança “Os Franceses”, Dance Up Ballete

Companhia de Dança Marina Popova.

Com incidência no concelho, são realizados outros

espetáculos com frequência anual, tais como: Ma-

ratona da Dança, Maratona do Teatro, Maratona

da Música, Concerto Pedagógico da PSP, espetá-

culos de âmbito do Serviço Educativo – para pú-

blico escolar-, no Mês do Teatro e da Música, Con-

certo de Natal e Concerto de Ano Novo.

[Espetáculos de fim de ano letivo das companhias e escolas do

concelho, (n.º), CM Barreiro]

1

1

1

20

0 5 10 15 20 25

Estrofes em Soneto

Dance up Ballet

Companhia de Dança Marina

Popova

Arteviva - Companhia de Teatro

do Barreiro

N.º

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 93

Agenda cultural municipal com eventos regulares com grande adesão da população

O município possui uma programação cultural rele-

vante, organizando eventos regulares que procuram

compatibilizar diversas sensibilidades e gostos cultu-

rais multigeracionais.

Nos três últimos anos (2011-2014) destacam-se o:

Mês da Dança, Mês do Teatro, Mês da Música,

Palmo e Meio, Festas do Barreiro, Dia da Poesia,

Festa da Marioneta, iniciativa Espaços Vivos, Dia da

Cidade.

O Município do Barreiro é responsável pela progra-

mação do Auditório Municipal Augusto Cabrita, do

Auditório da Biblioteca Municipal, da Capela do

Convento da Madre de Deus da Verderena, do Es-

paço Memória e outros espaços não convencionais

(parques, praças, escolas, mercados entre outros es-

paços públicos do concelho), numa política de des-

centralização cultural. É ainda associado do projeto

de cooperação cultural Artemrede.

[Participantes nos principais eventos municipais, 2015 (N.º), CM Bar-

reiro].

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

94 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Existência de um vasto número de coletividades com atividade e finalidades diversas

Atualmente o concelho do Barreiro dispõe de

mais de centena e meia de coletividades, o que

reflete a forte dinâmica do associativismo local.

A maioria das coletividades em funcionamento

foi fundada nos últimos 25 anos, evidenciando a

grande dinâmica verificada na sociedade civil

após o 25 de Abril de 1974, que marcou uma forte

mudança na formalização e constituição de cole-

tividades, bastante limitada até então.

Entre estas distinguem-se dois tipos de associa-

ções, aquelas cuja principal finalidade é a reu-

nião e o convívio, e aquelas com valências cultu-

rais e desportivas ao serviço da comunidade

(91). Entre estas últimas, predominam as associa-

ções de natureza desportiva e cultural.

A expressão deste tecido local faz com que se

constitua como um importante parceiro para o

desenvolvimento socioeconómico local.

[Valências dos equipamentos/espaços com gestão associativa, em

2013 (%), CMB]

Repartição espacial do tecido associativo local abrange todo o concelho, mas com maior incidência a norte

A distribuição generalizada das coletividades

por todo o concelho é sintomática do associati-

vismo local enquanto forma de participação e in-

tervenção cívica.

Observa-se contudo uma maior concentração

destas coletividades a Norte, principalmente nas

freguesias mais populosas do Barreiro, Alto do

Seixalinho e Lavradio.

[Equipamentos e espaços com gestão associativa por freguesias, em

2013 (N.º), CMB]

Título do gráfico

20,9%

67,0%

22,0%Outras

Cultura

Desporto

Título do gráfico

3

6

10

12

15

16

26

3Coina

Palhais

Verderena

Santo António da Charneca

Santo André

Alto do Seixalinho

Lavradio

Barreiro

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 95

Predomínio dos recintos e salas informais e dos polidesportivos na oferta de equipamentos desportivos

O concelho apresenta uma ampla diversidade de

equipamentos/espaços com valências desportivas.

Entre estes, destacam-se, pelo seu maior número, os

espaços geridos pelo tecido associativo, seguidos

dos equipamentos de gestão municipal e de gestão

privada. Para além dos recintos/salas informais

(82), os polidesportivos/mini-campos são os mais

representativos com 53 unidades. A oferta de equi-

pamentos é diversificada, existindo tipologias mais

específicas, como as instalações de apoio náutico

ou os campos de ténis.

Os equipamentos desportivos com gestão munici-

pal/Juntas de Freguesia são 44, dez dos quais com

mais do que uma valência, distribuídos por 8 tipolo-

gias: Polidesportivos/Mini-campos (17); Piscinas

Cobertas/Descobertas (2); Pavilhões Desportivos

(1); Pequenos Campos de Jogo (1); Instalações

Apoio Náutico (1); Campos Ténis (1); Outros (13).

As duas tipologias mais representativas estão asso-

ciadas à cedência de instalações por estabeleci-

mentos de ensino básico. Na categoria “outros” in-

cluem-se os circuitos de fitness de ar livre, uma

Rampa de Skate, Pistas Cicláveis, e as valências as-

sociadas ao Parque da Cidade e Mata da Ma-

chada.

A tipologia “outros” inclui Ciclovias, Hipódromos, Picadeiros, Circuitos e Espaços de Manutenção

e/ou Fitness, Desportos Radicais, Percursos Diversos, Parede Escalada e Rampa Skate

[Equipamentos desportivos segundo o tipo, em 2013 (N.º)]

Peso das despesas municipais com desporto nas despesas correntes superior à Região e ao País

Em 2012, as despesas em jogos e desportos efetu-

adas pela CMB correspondiam a 3,4% do total de

despesas correntes da autarquia.

Apesar do sintomático protagonismo que é atri-

buído a este tipo de atividades, a proporção des-

tas despesas no conjunto das despesas correntes

camarárias é relevante quando comparado com

outras realidades.

O peso das despesas com jogos e desportos da

CMB é superior ao verificado na Península de Se-

túbal (2,6%), em Portugal (3,2%) e ainda mais ele-

vado quando comparado com o valor médio re-

gistado para a AML (1,4% no total das despesas

correntes).

[Despesas das Câmaras Municipais em jogos e desportos no total

das despesas correntes, em 2012 (%), INE]

15

1

2

2

4

6

6

9

9

10

17

20

53

82

Outros

Pistas Atletismo

Instalações Tiro c/ Armas Fogo

Instalações Tiro s/ Armas Fogo

Campos Ténis

Grandes Campos Jogos

Piscinas Cobertas/Descobertas

Pequenos Campos Jogos

Instalações Apoio Náutico

Pavilhões Desportivos

Salas Polivalentes

Ginásios

Polidesportivos/Mini-campos

Recintos/Salas Informais

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

96 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Vasta oferta desportiva por parte do tecido associativo desportivo local

Em 2015, a produção de eventos desportivos esteve

a cargo de 33 entidades, denotando uma relevante

diversidade de agentes e instituições do tecido as-

sociativo local (coletividades), com dinâmica e ati-

vidades regular de apoio e orientação para a prá-

tica desportiva.

Destacam-se, pelo maior número de iniciativas de-

senvolvidas, o Clube de Xadrez do Barreiro e o A.

C. Fidalbike, que promoveram, respetivamente, 11

eventos de xadrez e 10 eventos de BTT/ciclotu-

rismo.

[Principais entidades promotoras de eventos desportivos no Bar-

reiro, segundo o número de iniciativas promovidas, 2015, (n.º),

CM Barreiro]

Atividades desportivas com elevada adesão por parte dos munícipes

O número de utentes inscritos em modalidades des-

portivas, proporcionadas pelo tecido associativo

desportivo local, ascende a quase nove mil pes-

soas, pertencentes principalmente aos grupos etá-

rios dos 15 aos 44 anos.

As modalidades/atividades que as associações,

clubes e coletividades proporcionam à população

são variadas. No entanto, distinguem-se, pelo

maior número de utentes, o karaté, o futebol, a na-

tação, a ginástica e o basquetebol, com mais de

cinco mil inscritos (59% dos utentes). As atividades

de fitness, atletismo, gerontomotricidade, futsal e

danças têm, cada uma, acima de 200 utentes.

Releva-se, igualmente, a prática desportiva infor-

mal (caminhadas e corridas), com forte adesão da

população me espaços emblemáticos do município,

como a Mata da Machada ou a frente ribeirinha.

[Utentes inscritos nas principais modalidades desportivas, Carta

Desportiva do Barreiro, (n.º), CM Barreiro]

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 97

Agenda desportiva diversificada, apresentando uma distribuição anual regular

Ao longo do ano de 2015, realizaram-se 102 eventos

desportivos, com preponderância nos meses de pri-

mavera/verão (março a junho), que concentraram

54% dos eventos promovidos.

As principais atividades desenvolvidas abrangeram

maioritariamente o atletismo (corta-mato, circuitos

de atletismo, corridas noturnas), fins-de-semana des-

portivos (aulas e aeróbica, yoga, zumba), xadrez e

passeios de BTT/Cicloturismo, mas também os des-

portos de combate/artes marciais (Aikidô, Karaté,

Judo).

O Município do Barreiro esteve presente na organi-

zação e/ou apoio à totalidade destas atividades

desportivas, sendo um parceiro fundamental dos clu-

bes e coletividades municipais no estímulo e desen-

volvimento de práticas desportivas salutares para o

bem-estar e qualidade de vida dos barreirenses.

[Eventos desportivos, 2015 (n.º), CM Barreiro].

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

98 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

2.7. DIAGNÓSTICO PROSPETIVO SÍNTESE

2.7.1 ANÁLISE SWOT DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DO BARREIRO

PONTOS FORTES

PONTOS FRACOS

Apetência para a instalação de atividades portuárias e

logísticas

Disponibilidade imediata de espaços de acolhimento

para investimentos estratégicos e estruturantes

Oferta educativa em todos os níveis de ensino, com des-

taque para a existência de ensino universitário

Melhoria dos níveis de qualificação da população e re-

dução da taxa de abandono escolar concelhia

População jovem com um bom nível de qualificação

Tendência para a concentração da população ativa no

setor terciário

Declínio da atividade do setor industrial, historicamente

importante no concelho

Elevada fragmentação do tecido empresarial local que

se encontra fragilizado e com baixa capacidade de in-

vestimento

Dinâmica de encerramento de empresas com impacte no

número de desempregados

Dependência da capacidade das empresas exportadoras

do concelho

Reduzida presença de empresas intensivas em conheci-

mento tecnológico Taxa de abandono escolar ainda elevada em algumas

freguesias

Diminuição acentuada no número de inscritos na Escola

Superior de Tecnologia do Barreiro

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

Localização geoestratégica, designadamente no posici-

onamento na AML

Importância do legado industrial e a possibilidade de re-

generação territorial para atração e fixação de novas

atividades e funções económicas

Disponibilidade da Bacia do Tejo para local de estabe-

lecimento de novas atividades e funções urbanas

Acréscimo das exportações das empresas do concelho,

especialmente no contexto da AML

Reconfiguração do sistema logístico na AML, em favor da

Península de Setúbal, beneficiando o eixo Coina-Penalva

Reaproveitamento de património industrial e ferroviário

com especificidades únicas no País e em bom estado de

preservação

Melhoria das qualificações da população, que se traduz

numa maior capacitação da mão-de-obra disponível

Relacionamento entre o tecido empresarial local e os es-

tabelecimento de ensino, públicos e privados, desde o 3º

ciclo, destacando-se a Escola Superior de Tecnologia do

Barreiro

Potencial endógeno para a atividade turística ligada ao

Estuário do Tejo, bem como ao património industrial e

ferroviário

Agravamento do contexto social e económico global,

com reflexos no aumento do desemprego

Baixo investimento das empresas do concelho em ativi-

dades de I&D

Desaproveitamento de potenciais valores culturais e am-

bientais

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 99

2.7.2. ANÁLISE SWOT DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DO BARREIRO

PONTOS FORTES

PONTOS FRACOS

Densidade populacional elevada

Equipamentos desportivos do concelho de tipologia di-

versificada

Rede de cuidados de saúde composta por cuidados pri-

mários e cuidados diferenciados

Coexistência de coletividades atuantes em vários domí-

nios com distribuição homogénea pelo concelho

Presença de associações de imigrantes que promovem a

integração social destes grupos Surgimento de novos grupos de idosos funcionalmente

mais capazes Melhoria do estado de conservação do parque edifi-

cado concelhio

Decréscimo populacional ao longo das últimas décadas,

ainda que tenha estabilizado no último período intercen-

sitário

Envelhecimento populacional acentuado

Distribuição desequilibrada da população residente pe-

las várias freguesias

Estrutura etária intra concelhia bastante heterogénea

Elevada heterogeneidade dos grupos desfavorecidos

Concentração de equipamentos em algumas freguesias

Variação díspar do número de alojamentos familiares

clássicos de freguesia para freguesia

Existência de tipologias urbanas com uma matriz com-

plexa de problemáticas

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

Importância do associativismo e coletivismo local na es-

fera social concelhia e em vários domínios socialmente

relevantes

Aumento do número de desempregados de longa dura-

ção

Aumento do número de beneficiários do RSI

Aumento do número de pedidos de habitação social

Desequilíbrios à escala da freguesia no rácio de crianças

por creche

Instabilidade social como consequência da falta de

oportunidades e do prolongamento da crise económica Idade avançada do tecido edificado, o que pode resultar

numa deterioração acentuada do estado de conserva-

ção

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

100 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

2.7.3 ANÁLISE SWOT DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL DO BARREIRO

PONTOS FORTES

PONTOS FRACOS

Povoamento concentrado

Boa qualidade da água para utilização e consumo hu-

mano

Recuperação de espaços verdes com reflexos na melho-

ria da qualidade ambiental

Diversificado mosaico de espaços verdes urbanos com

diferentes caraterísticas ecológicas e tipológicas

Mobilidade, cobertura territorial e conjunto de ligações

proporcionadas pelos diversos modos de transporte co-

letivo, com forte tradição nos hábitos de utilização con-

celhios

Melhorias significativas das acessibilidades rodoviárias

Elevado potencial ciclável

Integração na principal ligação fluvial do sistema fluvial

metropolitano da AML

Movimentos pendulares diários maioritariamente reali-

zados com recurso a modos de transporte mais sustentá-

veis (Transportes Coletivos + A pé)

Extensão ribeirinha do Barreiro, acolhedora de pessoas

e de atividades e com relevante potencial económico,

social e ambiental Estrutura Ecológica Municipal, com espaços de grande

valor paisagístico e ambiental

Rede de percursos cicláveis com reduzida expressão ter-

ritorial e descontínua

Aumento da utilização do automóvel como meio de

transporte para os movimentos pendulares

Inserção concelhia num território em que o risco de ocor-

rência de fenómenos ambientais e tecnológicos de ele-

vado potencial destrutivo é elevado 26 AUGI, com maior incidência no Sul do concelho

Diminuição da superfície agrícola concelhia

Mau estado de conservação das infraestruturas de águas

e saneamento, o que se traduz num mau desempenho e na

necessidade de intervenções urgentes de reabilitação

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

Aposta em espaços de recreio e lazer enquanto forma de

valorização territorial e requalificação ambiental

Ganho previsível de importância dos espaços verdes ur-

banos, sustentáveis, de proximidade

Espaços de elevado valor ecológico com potencial mul-

tifuncional

Promoção da requalificação das áreas urbanas e das in-

fraestruturas, beneficiando da proximidade das frentes

ribeirinhas Aumento da quota do transporte público e dos modos su-

aves nas deslocações urbanas quotidianas

Peso considerável do CO2 no total de emissões poluentes

Redução no número de passageiros transportados pelos

TCB

Crescente importância do automóvel nas deslocações

urbanas

Aumento do consumo de energia elétrica no setor pú-

blico

Subida do nível médio da água do mar

Existência de um território industrial degradado de gran-

des dimensões face à escala do concelho, contaminado

e cuja gestão não é de responsabilidade municipal

2.7.4 ANÁLISE SWOT DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO BARREIRO

PONTOS FORTES

PONTOS FRACOS

Disponibilidade de equipamentos culturais com níveis de

atração supramunicipais Equipamentos desportivos de tipologia diversificada Coletividades atuantes em vários domínios com distribui-

ção homogénea pelo concelho

Concentração de equipamentos em algumas freguesias

Perda de dinamismo do associativismo local

OPORTUNIDADES

AMEAÇAS

Reaproveitamento de património industrial e ferroviário

com especificidades únicas no País e em bom estado de

preservação

Potencial endógeno para a atividade turística ligada ao

Estuário do Tejo, bem como ao património industrial e

ferroviário

Desaproveitamento de potenciais valores culturais e am-

bientais

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

DIAGNÓSTICO PROSPETIVO | OUTUBRO.14 101

3. CENÁRIOS DE DESENVOLVI-

MENTO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO BARREIRO 2030

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 103

3. CENÁRIOS DE DESENVOLVIMENTO

3.1. ABORDAGEM METODOLÓGICA

3.1.1. ETAPAS DO PROCESSO DE CENARIZAÇÃO

A construção de cenários prospetivos de desenvolvimento no âmbito da Estratégia de Desenvolvimento BARREIRO

2030 pretende promover uma análise e uma avaliação sobre as variáveis potencialmente estruturantes para a

mudança a ocorrer no concelho nos próximos quinze anos.

Esta leitura fundamenta-se na perceção de que o futuro não é um mero prolongamento das tendências do pas-

sado, neste caso, as tendências identificadas no diagnóstico prospetivo, num contexto caraterizado, por um lado,

por profundas transformações das dinâmicas mais estruturantes da sociedade atual e, por outro lado, de concre-

tização de projetos e iniciativas impactantes, em ambos os casos com um forte impacte potencial sobre o concelho

do Barreiro.

Assim, a definição de cenários de desenvolvimento suporta-se na identificação das variáveis motoras da mudança

e na organização de um conjunto de possibilidades plausíveis da sua evolução, no horizonte temporal de 2030.

No âmbito deste processo de planeamento estratégico, pretende-se, principalmente, que o processo de cenari-

zação permita orientar os esforços das autarquias locais do Barreiro no sentido de atingir um cenário desejável,

simultaneamente ambicioso e exequível, realista e mobilizador.

Tendo como referência este pano de fundo, com a elaboração do Diagnóstico Prospetivo, foram estabelecidas

as bases do processo de cenarização e do modelo estratégico a seguir, englobando três etapas sequenciais:

Definição do modelo de desenvolvimento pretendido e das ambições de futuro

Definiu-se o referencial de desenvolvimento pretendido e respetivas ambições no horizonte temporal de

2030: o Barreiro deverá promover um modelo de desenvolvimento sustentável que compatibilize o cres-

cimento económico, com a coesão social e a proteção e utilização eficiente dos recursos, criando con-

dições de realização pessoal, familiar e comunitária no presente sem comprometer as oportunidades e

aspirações das gerações futuras.

Identificação dos drivers de desenvolvimento e dos respetivos fatores críticos

Identificaram-se, para cada domínio de desenvolvimento – económico, social, ambiental e cultural –, os

drivers de maior pertinência para um diagnóstico prospetivo do Barreiro, bem como os respetivos fatores

críticos.

Análise da situação de referência por driver

Analisaram-se drivers e os principais fatores caraterizadores do concelho em 2014, identificando os as-

petos que configuram forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para o seu desenvolvimento no hori-

zonte temporal 2030.

Concretizou-se o processo de cenarização, através de um processo sequencial de identificação das variáveis

fundamentais, de avaliação dos seus efeitos e impactes, do desenho dos vários futuros possíveis, balizando cená-

rios mais positivos e negativos, englobando as seguintes sete etapas:

Identificação das tendências internas estruturantes do concelho do Barreiro

Da análise do diagnóstico prospetivo, identificaram-se os fenómenos com expressão continuada no

tempo ou com grande intensidade recente que, com maior ou menor expressão, terão impactes no terri-

tório ou condicionarão as políticas públicas locais ao longo dos próximos quinze anos.

Identificação das grandes tendências externas/contextuais

Da análise bibliográfica (OCDE, World Bank, Economist, National Intelligence Council, Comissão Euro-

peia,…) e da análise dos estudos estratégicos regionais recentes (PAR 2014-2020, PET 2015-2019, …),

identificaram-se as grandes tendências com potenciais impactes territoriais no Barreiro e que, por essa

razão, poderão igualmente condicionar as políticas públicas locais em igual período.

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104 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Identificação dos grandes projetos diretamente impactantes no território

Da análise das expetativas de investimento, público e privado, previstas para o concelho do Barreiro no

horizonte temporal de 2030, identificaram-se os projetos impactantes no funcionamento e nas dinâmicas

territoriais internas e que, também por essa razão, condicionarão as políticas públicas locais no período

de referência.

Avaliação dos efeitos contextuais nas dinâmicas internas

Da análise das tendências contextuais, avaliou-se a relevância que os seus efeitos podem assumir na tra-

jetória evolutiva que carateriza o Barreiro nas dimensões centrais do processo de desenvolvimento ter-

ritorial.

Avaliação dos impactes dos projetos impactantes nas dinâmicas internas

Da análise dos projetos impactantes, avaliou-se a relevância que os seus impactes podem assumir na tra-

jetória evolutiva que carateriza o Barreiro nas dimensões centrais do processo de desenvolvimento ter-

ritorial.

Desenho dos cenários de desenvolvimento do BARREIRO 2030

Da concretização das etapas anteriores de construção do processo de cenarização, desenharam-se

quatro cenários de referência para o Barreiro em 2030.

Elaboração de Projeções Demográficas para o BARREIRO 2030

Da análise e avaliação dos três cenários de referência, elaboraram-se as projeções demográfica para

o Barreiro até 2030.

O esquema seguinte sintetiza as várias etapas do processo de cenarização.

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3.1.2. TENDÊNCIAS INTERNAS ESTRUTURANTES DO BARREIRO ATÉ 2030

Do diagnóstico prospetivo realizado, foi possível identificar dezanove grandes tendências internas nos domínios

do desenvolvimento económico, social, ambiental e cultural que se configuram fenómenos que apresentarão im-

pactes no território ou condicionarão as políticas públicas.

No âmbito do Desenvolvimento Económico, identificaram-se as cinco grandes tendências internas seguintes:

E1. Melhoria dos Níveis Médios de Qualificação da População Ativa

Tendência de evolução positiva na estrutura de qualificações da população ativa residente, em resultado

do aumento do sucesso educativo e da redução do abandono escolar, com o aumento dos ativos com o

ensino profissional e superior.

E2. Desindustrialização do Tecido Empresarial

Tendência de dinâmica de destruição de empresas e, consequentemente, de emprego na indústria trans-

formadora.

E3. Crescimento das Atividades do Setor Terciário

Aumento nas atividades do setor terciário (designadamente no subsetor da saúde humana e do apoio

social), resultante do envelhecimento demográfico.

E4. Prevalência de Empresas de Pequena e Micro Dimensão

Tendência para a prevalência das micro e pequenas empresas na estrutura empresarial, após um período

de crescimento significativo e de perda significativa de dimensão das grandes empresas, observado nos

dois últimos decénios.

E5. Persistência do Fraco Investimento Empresarial em I&D

Tendência para persistirem os reduzidos volumes de investimento em atividades de investigação e de-

senvolvimento por parte das empresas, tal como observado nos dois últimos decénios.

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No âmbito do Desenvolvimento Social, identificaram-se as seis grandes tendências internas seguintes:

S1. Envelhecimento da Estrutura Etária

Tendência para uma transição demográfica caraterizada pelo contínuo envelhecimento da estrutura etá-

ria, tal como observado nos três últimos decénios

S2. Emergência de Novos Perfis de Idosos

Tendência para uma transição demográfica caraterizada pela emergência de novos perfis de idosos,

designadamente com o surgimento da 4.ª idade e com a população idosa com maior autonomia – física

e intelectual –, mas mais isolada.

S3. Diminuição da População

Tendência de quebra da natalidade com consequente diminuição populacional, designadamente nas fre-

guesias mais envelhecidas (Barreiro e Verderena).

S4. Persistência do Desemprego de Longa Duração

Tendência para persistir o desemprego de longa duração e do número de desempregados com idade

entre os 35 e 54 anos.

S5. Redução dos Mecanismos de Proteção Social e Persistência da Dificuldade de Acesso ao Mercado

de Trabalho

Tendência para persistir a pobreza material, pela redução dos mecanismos de proteção social, por um

lado e pela dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, por outro.

S6. Agravamento das Dificuldades de Acesso a Habitação

Tendência de aumento das dificuldades de acesso ou manutenção de habitação, nomeadamente por jo-

vens, famílias de menores rendimentos ou em situações de transição (desemprego, viuvez, divórcio,…).

No âmbito do Desenvolvimento Ambiental, identificaram-se as cinco grandes tendências internas seguintes:

A1. Estagnação do Mercado Imobiliário

Tendência de estagnação do mercado imobiliário, da construção de novos edifícios e de pressão para

aumentar a área urbanizável.

A2. Reconversão e Integração das AUGI

Tendência de reconversão e integração urbanística das AUGI, com a dotação de equipamentos e de

infraestruturas.

A3. Agravamento do Estado de Conservação do Edificado

Tendência para o agravamento do estado de degradação do edificado em freguesias com menor vitali-

dade social e económica (Barreiro e Verderena), alastrando potencialmente a outras áreas de constru-

ção mais recente.

A4. Melhoria do Ambiente Urbano, da Qualidade do Ar e da Dotação de Espaços Verdes

Tendência para a melhoria significativa dos parâmetros da qualidade do ar, da dotação de espaços

verdes e de espaços públicos qualificados.

A5. Prevalência do Uso do Automóvel como Meio de Transporte Principal nos Movimentos Pendulares

Tendência para prevalecer o uso do automóvel como meio de transporte nos movimentos pendulares.

No âmbito do Desenvolvimento Cultural, identificaram-se as três grandes tendências internas seguintes:

C1. Diversificação na Procura e na Oferta Cultural

Tendência para a diversificação da procura cultural, como resultado da melhoria dos níveis médios de

qualificação da população, e da oferta cultural, acompanhando a alteração na procura.

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REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 107

C2. Promoção e Melhor Aproveitamento da Oferta Patrimonial Municipal

Tendência para uma promoção crescente e melhor aproveitamento da vasta oferta patrimonial existente

no concelho, designadamente a associada ao património cultural classificado, arqueológico, industrial,

ferroviário e ambiental e aos equipamentos culturais (espaços museológicos).

C3. Perda de Dinamismo do Associativismo Local

Tendência para perda de dinamismo do associativismo local, apesar da existência de um vasto número

de coletividades com atividade e finalidades diversas.

3.1.3. GRANDES TENDÊNCIAS CONTEXTUAIS COM IMPACTE NO BARREIRO ATÉ 2030

Da análise bibliográfica e da análise dos estudos estratégicos de âmbito regional recentes, foi possível identificar

dez grandes tendências com potenciais impactes territoriais no Barreiro no horizonte temporal de referência,

designadamente:

1. Envelhecimento da Estrutura Demográfica da Área Metropolitana de Lisboa e do País

Tendência para a transição demográfica na AML e no país (tendência para o envelhecimento, para a

quebra da natalidade e para a redução dos quantitativos populacionais).

2. Aumento da Internacionalização da Economia Portuguesa e Orientação para Mercados Exteriores,

Suportada em Bens e Serviços Transacionáveis

Tendência para uma maior integração de Portugal na economia global, orientação da economia para o

mercado externo, reforço das exportações de bens e serviços transacionáveis e orientação do investi-

mento público para a apoiar a internacionalização.

3. Capacidade de Competitividade Económica Dependente da Investigação & Desenvolvimento e da

Criatividade

Tendência para a importância crescente do conhecimento na economia global, num contexto em que a

competitividades dos países estará, cada vez mais, suportada no seu investimento em I&D.

4. Crescimento do Turismo na Área Metropolitana de Lisboa tendo como Polo Central a Cidade de Lis-

boa

Tendência para o crescimento do volume de turistas, do aumento da atratividade turística de Lisboa, do

reforço de Lisboa no segmento de city/short-breaks e para uma maior diversidade de mercados, com

predomínio do europeu.

5. Crescimento do Mercado de Arrendamento e maior Dinâmica de Proprietários e de Instrumentos de

Política para Apoiar a Reabilitação Urbana

Tendência para a continuidade nas alterações no mercado imobiliário pós-2008/2011, com uma maior

dificuldade de acesso ao crédito e para haver uma maior dinâmica do mercado do arrendamento e da

reabilitação e regeneração urbanas, incentivadas pelas políticas pública.

6. Prioridade das Politicas Públicas à Eficiência Energética e Crescente Instabilidade nos Preços dos Com-

bustíveis Fósseis

Tendência para um aumento tendencial do custo do petróleo e do carvão (efeito do aumento do con-

sumo global) e uma manutenção dos preços do gás (efeitos do gás de xisto), de acordo com as projeções

conhecidas. Contudo, os compromissos europeus relativos às alterações climáticas obrigarão a uma

maior eficiência energética e à redução das emissões (com impactes, sobretudo, nos transportes e na

indústria).

7. Maior Instabilidade nos Preços dos Bens Alimentares e Aumento das Produções Locais

Tendência para o aumento (efeito do aumento da procura) e volatilidade (efeitos climáticos e globali-

zação) dos preços alimentares por um lado e emergência da procura e da produção local (circuitos

curtos, hortas urbanas, km0), por outro lado.

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108 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

8. Aumento do Sedentarismo e das Doenças Associadas

Tendência para o aumento do sedentarismo (e das doenças associadas como a hipertensão arterial, di-

abetes, obesidade, ansiedade, colesterol, infarto do miocárdio).

9. Aumento da Procura de Modos de Vida Saudáveis

Tendência para o aumento da prática desportiva informal e da valorização dos modos de vida saudáveis.

10. Implicações das Alterações Climáticas (Fenómenos Climáticos Extremos, Ondas de Calor, Precipita-

ção, Subida do Nível das Águas do Estuário)

Os efeitos das alterações climáticas ao nível do aumento da temperatura ou da redução da precipitação

não serão especialmente evidentes durante a primeira metade deste século, mas é previsível a ocorrência

com maior regularidade de fenómenos climáticos extremos.

3.1.4. GRANDES PROJETOS IMPACTANTES NO TERRITÓRIO ATÉ 2030

A análise das expetativas de investimento, público e privado, previstas para o concelho do Barreiro no horizonte

temporal de 2030, permitiram apontar seis projetos ou iniciativas verdadeiramente impactantes no funcionamento

e nas dinâmicas territoriais, designadamente:

1. Terceira Travessia do Tejo

Não incluída no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+). Pressupondo o

início da sua construção em 2021 e uma estimativa de 3,5 anos para ser concluída (bem como os respetivos

acessos), consideram-se que os impactes potenciais ocorrerão entre 2025 e 2030. Poderão existir impac-

tes ex ante, resultantes da decisão da sua construção, a partir de 2022.

2. Terminal de Contentores

Pressupondo uma decisão em 2017, o início da sua construção em 2019 e uma estimativa de 2 anos para

ser concluído, consideram-se que os impactes potenciais ocorrerão entre 2021 e 2030. Poderão existir

impactes ex ante, resultantes da decisão da sua construção, a partir de 2019.

3. Travessia Rodoviária Barreiro - Montijo

Não incluída no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+). Pressupondo o

início da sua construção em 2021 e uma estimativa de 1,5 anos para ser concluída (bem como os respetivos

acessos), consideram-se que os impactes potenciais ocorrerão entre 2023 e 2030.

4. Travessia Rodoviária Barreiro - Seixal (sobre o Rio Coina) + ER 11.2

Não incluída no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+). Pressupondo a

sua construção com a ER 11.2, para servir novo Terminal de Contentores, previsto para 2021, consideram-

se que os impactes potenciais ocorrerão entre 2021 e 2030.

5. Metro Sul do Tejo (2.ª e 3.ª Fases)

Não incluído no Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas 2014-2020 (PETI3+). Pressupondo a

concretização da 2.ª fase entre 2021 e 2024 e da 3.ª fase entre 2025 e 2027, consideram-se que os impactes

potenciais ocorrerão entre 2027 e 2030.

6. QUIMIPARQUE

Pressupondo a realização de investimentos condutores ao seu desenvolvimento territorial até 2022, de-

signadamente os previstos pela Baia do Tejo S.A., consideram-se que os impactes potenciais ocorrerão

entre 2022 e 2030.

3.1.5. CENÁRIOS DE REFERÊNCIA

A partir das várias etapas de construção do processo de cenarização, foram definidos quatro cenários de refe-

rência para o BARREIRO 2030, tendo por base os seguintes pressupostos:

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REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 109

Barreiro, Área Central da Região Metropolitana Euro-Atlântica

Até 2030, são concretizados todos os projetos impactantes de acordo com os pressupostos referidos e

verificam-se a globalidade dos impactes positivos e negativos associados às tendências externas e inter-

nas do concelho do Barreiro, nomeadamente os que pressupõem um bom aproveitamento das oportuni-

dades geradas.

Barreiro, Pólo Regional Estruturante Logístico Nacional

Até 2030, apenas são concretizados o Terminal de Contentores e os investimentos na QUIMIPARQUE e

verificam-se com alguma intensidade os impactes positivos e negativos das tendências externas e internas

do concelho do Barreiro, com um aproveitamento da maioria das oportunidades criadas.

Barreiro, Centralidade Estruturante do Arco Ribeirinho

Até 2030, não será concretizado qualquer grande projeto impactante no desenvolvimento do Barreiro e

verificam-se com alguma intensidade os impactes positivos e negativos das tendências externas e internas

do concelho do Barreiro, com um aproveitamento da maioria das oportunidades criadas.

Barreiro, “Shrink City”

Até 2030, não será concretizado qualquer grande projeto impactante no desenvolvimento do Barreiro e

não são aproveitadas a globalidade das oportunidades criadas por tendências externas e internas do

concelho do Barreiro.

3.2. AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DAS TENDÊNCIAS CONTEXTUAIS E DOS PROJETOS IMPACTANTES

3.2.1. OS EFEITOS CONTEXTUAIS NAS DINÂMICAS INTERNAS

Nos últimos anos, conforme evidenciado no diagnóstico prospetivo, observaram-se diversas transformações no

concelho do Barreiro, embora muitos dos problemas estruturais se tenham mantido ou agudizado, gerando dinâ-

micas evolutivas com graus de persistência tendencialmente superiores.

Concomitantemente, assistiu-se, no último decénio, ao surgimento de novas oportunidades, tendências e preocu-

pações, a outras escalas territoriais (nacionais e ao nível da AML), cujos reflexos, embora ainda incipientes ou

inexistentes no Barreiro, deverão a prazo ser impactantes no desenvolvimento multidimensional do concelho. Em

alguns casos, esse impacte terá um efeito de aceleração/desaceleração ou inversão de dinâmicas que atualmente

marcam o território (tendências internas).

O quadro seguinte ilustra a relevância que a conjuntura externa (tendências contextuais), pode assumir na traje-

tória evolutiva que carateriza o Barreiro nas dimensões centrais do processo de desenvolvimento territorial.

Conclui-se que a generalidade dos efeitos contextuais aprofundam tendências internas, mas globalmente de

forma pouco significativa. A internacionalização da economia portuguesa e a orientação para o mercado ex-

terno (reforço das exportações de bens e serviços transacionáveis) e o aumento da competitividade económica

suportada na Investigação & Desenvolvimento terão um papel positivo na melhoria dos níveis médios de qualifi-

cação da população ativa barreirense, na diminuição do desemprego de longa duração e na redução do peso

do emprego no setor industrial e progressiva terciarização da base económica, podendo contribuir para contra-

riar a persistência para os reduzidos volumes de investimento em atividades de investigação e desenvolvimento

por parte das empresas, tal como observado nos dois últimos decénios. O crescimento do mercado de arrenda-

mento e da reabilitação urbana concorrerá para uma melhoria do estado de conservação do edificado e melho-

ria do ambiente urbano. O crescimento do turismo na AML e a prioridade a conceder à eficiência energética, em

termos de política energética nacional, contribuirão para a melhoria do ambiente urbano e da qualidade do ar

no concelho.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

110 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Domínios Tendências

Internas

Tendências Contextuais Sentido das tendências

contextuais sobre a ten-

dência interna 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Desenvolvimento

Económico

E1 -- + + + + ↑

E2 + + ↑

E3 + + + + ↑

E4 + + ↑

E5 + + ↑

Desenvolvimento

Social

S1 -- ↓

S2 + + + + ↑

S3 -- ↓

S4 -- ++ + + - + ↑

S5 -- + - ↑

S6 -- - ++ ↓

Desenvolvimento

Ambiental

A1 -- + + ++ - ↑

A2 + + ↑

A3 -- + ++ ↑

A4 + ++ ++ ++ ++ - ↑

A5 - + ++ + ↑

Desenvolvimento

Cultural

C1 + + + + - ↑

C2 + ++ + ↑

C3 ++ + + ↑

Escala (impacte) Sentido da tendência

++ Impacte positivo elevado ↑ Positivo

+ Impacte positivo Nulo

Nulo ↓ Negativo

- Impacte negativo

-- Impacte negativo elevado

3.2.2. OS EFEITOS DOS PROJETOS IMPACTANTES NAS TENDÊNCIAS

A alteração na trajetória evolutiva de algumas dinâmicas territoriais (tendências internas, observadas nos últimos

decénios), nomeadamente as que configuram problemáticas estruturais fortemente impactantes para o desenvol-

vimento futuro do Barreiro, resultará, em parte, da emergência ou concretização e melhor aproveitamento de um

quadro de projetos estruturantes à escala local, regional e nacional.

Gerando novas oportunidades de desenvolvimento, a considerar pelas políticas municipais de planeamento e de

ordenamento do território, os seus efeitos nas tendências será diferenciado em função da sua natureza e da ca-

deia de impactes multisetoriais que estabelece, a diferentes escalas.

Da análise do quadro seguinte, releva-se a existência de dois projetos com efeito muito forte na inversão ou no

acentuar das tendências internas: Terceira Travessia do Tejo (TTT) e Terminal de Contentores (TC).

Contemplando valências ferroviárias e rodoviária, a TTT concorrerá para desenvolver a “cidade a duas mar-

gens”, aproximando o Barreiro de Lisboa em termos de distância-tempo e reduzindo a distância-custo, contribu-

indo para a melhoria do sistema de mobilidade metropolitano e, consequentemente, conferindo uma maior inte-

gração e atratividade ao Barreiro na atração e fixação de pessoas, atividades e novas funções (grande centra-

lidade metropolitana).

Embora com um impacte menor, também o TC terá um papel central na transformação urbana e económica, so-

bretudo da área central/ribeirinha do Barreiro. A criação de emprego e a oportunidade de estruturação e rege-

neração urbana da envolvente próxima conferem a este projeto uma relevância acrescida na revitalização eco-

nómica e demográfica do concelho.

4.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 111

Domínios Tendências

Internas

Trajetória

tendencial

Projetos Impactantes (efeito na tendência/trajetória)

TTT T Content. T B/M T B/S Metro Quimip.

Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não

Desenvolvimento

Económico

E1 ↑ ↑ × × × ↑ × ↑ × ↑ × ↑↑ ↓

E2 ↑ ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ↑

E3 ↑ ↑ × ↑ × ↑ × ↑ × ↑ × ↑ ↓

E4 ↑ ↑↑ × ↑↑ × ↑ × ↑ × ↑ × ↑↑ ↓

E5 ↑ ↓ ↑ × × ↓ ↑ ↓ ↑ ↓ ↑ ↓↓ ↑

Desenvolvimento

Social

S1 ↓ ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ↑

S2 ↑ ↑ × × × ↑ × ↑ × ↑ × ↑ ×

S3 ↓ ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ↑

S4 ↑ ↓ × ↓↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ×

S5 ↑ × × × × × × × × × × × ×

S6 ↓ ↓ × × × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ×

Desenvolvimento

Ambiental

A1 ↑ ↓ × × × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ×

A2 ↑ × × × × × × × × × × × ×

A3 ↑ ↓ × × × ↓ × ↓ × ↓ × ↓ ×

A4 ↑ ↓ × ↓ × ↓ × ↓ × ↑ × ↑↑ ×

A5 ↑ ↑↑ × × × ↑↑ × ↑↑ × ↓↓ × × ×

Desenvolvimento

Cultural

C1 ↑ ↑ × × × ↑ × ↑ × ↑ × ↑↑ ×

C2 ↑ ↑ × × × ↑ × ↑ × ↑ × ↑↑ ×

C3 ↑ × × × × × × × × × × × ×

Escala (efeito de aceleração da tendência) Escala de Impacte no Município

↑↑ Aceleração positiva elevada Positivo

↑ Pequena aceleração positiva Nulo

× Sem efeito Negativo

↓ Pequena aceleração negativa

↓↓ Aceleração negativa elevada

3.3. CENÁRIOS DE REFERÊNCIA BARREIRO 2030

3.3.1. GRAUS DE INTERVENÇÃO E DE LIDERANÇA PÚBLICA

A definição dos pressupostos de suporte à construção da Visão Estratégica e à configuração de cenários con-

trastados de evolução territorial, independentemente do grau de incerteza associado, confere um elevado sig-

nificado ao potencial de intervenção municipal e ao posicionamento do Município perante um quadro de deter-

minantes contextuais e à efetivação de alguns projetos impactantes. Neste quadro, a trajetória evolutiva do Bar-

reiro resultará, em parte, da proatividade da administração pública local (designadamente da Câmara Munici-

pal), dada a capacidade de liderar processos e mobilizar atores, em função das opções de desenvolvimento que

estabelece e do quadro de competências e atribuições que possui.

Para além do forte impacte nas dinâmicas futuras, a resposta das políticas públicas municipais, fortemente inter-

dependentes entre si, é determinante para a configuração de cenários evolutivos do município e para estruturar

e gerar soluções adequadas e atempadas de adaptação dos atores e agentes que gravitam no território do Bar-

reiro.

A efetivação de cada um dos quatro cenários de referência contribui para a ocorrência de um quadro de opor-

tunidades e ameaças, para o qual, em função das atribuições e das competências que possui, mas também face ao

seu papel de liderança na prossecução de uma estratégia de desenvolvimento de base local, o Município deverá

estabelecer uma resposta de maior ou menor intensidade e assumir um posicionamento temporalmente diferenci-

ado (antecipativo vs reativo).

O quadro seguinte sintetiza um exercício de confrontação entre alguns dos domínios específicos de intervenção

municipal e os cenários de referência previamente estabelecidos, concorrendo para a geração de micro cenários

associados ao maior ou menor voluntarismo público de resposta.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

112 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Domínio

Especifico

de Intervenção

Municipal

Cenários de Referência

Barreiro, Área

Central da

Região Metropoli-

tana Euro-atlântica

Barreiro, Pólo Regional

Estruturante Logístico Nacio-

nal

Barreiro, Centralidade

Estruturante do

Arco Ribeirinho

Barreiro, “Shrink City”

C11

Adapta-

ção

C12

Antecipa-

ção

C21

Continui-

dade

C22

Adapta-

ção

C23

Antecipa-

ção

C31

Conti-

nuidade

C32

Adapta-

ção

C33

Anteci-

pação

C41

Continui-

dade

C42

Adapta-

ção

C43

Antecipa-

ção

Educação +++ ++ ++ +++ + ++ ++ ++ ++ ++ +

Ação Social +++ ++ ++ ++ + ++ ++ +++ ++ +++ +++

Transportes +++ +++ ++ +++ ++ ++ ++ ++ ++ ++ +

Urbanismo +++ +++ ++ +++ ++ ++ +++ +++ ++ +++ +++

Ambiente +++ ++ ++ +++ + ++ +++ ++ ++ ++ +

Cultura +++ ++ ++ ++ + ++ ++ ++ ++ ++ ++

Escala (Grau de intervenção/voluntarismo)

+++ Muito elevado

++ Elevado

+ Reduzido

Conclui-se, pela importância da intervenção municipal em qualquer dos cenários, sendo essa intervenção sobre-

tudo relevante num quadro adaptativo e integrado de resposta às problemáticas/oportunidades geradas pela

maior ou menor concretização dos projetos impactantes.

3.3.2. BARREIRO, ÁREA CENTRAL DA REGIÃO METROPOLITANA EURO-ATLÂNTICA

O que carateriza este cenário, que naturalmente se destaca como sendo o cenário desejável, é o grande impulso

de desenvolvimento possibilitando pela concretização, a diferentes tempos, dos vários projetos e iniciativas im-

pactantes.

Neste cenário, esses projetos e iniciativas impactantes – designadamente a TTT, o Terminal de Contentores e os

investimentos na QUIMIPARQUE – permitirão consolidar o potencial logístico do Barreiro, renovando-se e rege-

nerando-se os espaços económicos (releve-se o Parque Empresarial da Baía do Tejo S.A. e a integração dos seus

terrenos na área urbana do Barreiro).

Com a concretização dos projetos impactantes e a manutenção de algumas tendências contextuais (internacio-

nalização da economia, maior importância do conhecimento na economia global e maior investimento público

como estímulo à inovação tecnológica), é previsível um crescimento do número de empresas, com ativos mais

qualificados. O tecido empresarial deverá diversificar-se, aumentando a sua dimensão média, bem como as em-

presas com maior investimento em I&D e com maior relevância das exportações nas suas vendas.

A evolução na estrutura de qualificações da população ativa residente, com o aumento dos ativos com o ensino

profissional e com o ensino superior, ajustar-se-á às necessidades da estrutura produtiva.

A melhoria do quadro de acessibilidades rodoferroviárias, com a TTT, com a travessia rodoviária Barreiro –

Montijo, com a travessia rodoviária Barreiro - Seixal (sobre o Rio Coina), com a construção da ER 11.2 (e outros

investimentos associados, designadamente em matérias de acessos rodoviários a estes projetos) e com a concre-

tização da 3.ª fase do Metro Sul do Tejo possibilitará uma alteração relevante do posicionamento do Barreiro

no contexto metropolitano, com maior integração territorial.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 113

O envelhecimento populacional representará uma oportunidade de crescimento para o tecido empresarial asso-

ciado às atividades do subsetor da saúde humana. Mas a TTT poderá resultar numa diminuição da importância

dos serviços de saúde e de apoio social no emprego concelhio, pela maior proximidade a Lisboa, sobretudo nas

freguesias no norte do concelho.

Com a concretização dos projetos impactantes e a manutenção de algumas tendências contextuais, designada-

mente o crescimento do mercado de arrendamento e dinamização da reabilitação urbana, o Barreiro conhecerá

um forte dinamismo imobiliário, caraterizado, simultaneamente, pela construção de novos imóveis, pelo aumento

da reabilitação dos imóveis existentes (melhoria do estado de conservação do parque edificado) e pela diminu-

ição do significativo parque atual de alojamentos vagos. Paralelamente, proceder-se-á à reabilitação de áreas

urbanas desfavorecidas do concelho, designadamente no núcleo histórico do Barreiro.

Neste cenário, o Barreiro conhecerá uma inversão do processo de decréscimo populacional que carateriza o

concelho desde a década de 80 do século passado, designadamente com o aumento de população ativa e o

rejuvenescimento da estrutura etária e com uma diminuição das assimetrias territoriais na distribuição dos quanti-

tativos populacionais.

Os compromissos europeus relativos às alterações climáticas obrigarão a uma maior eficiência energética, com

reflexos muito significativos na diminuição dos custos de produção e na redução das emissões (impactes mais

relevantes no setor industrial ao nível da produção de energia e dos transportes).

Em síntese, em 2030, o Barreiro será um território:

Em que os projetos impactantes – designadamente a TTT, o Terminal de Contentores e os investimentos

na QUIMIPARQUE – permitirão consolidar o seu potencial logístico, renovando-se e regenerando-se os

espaços económicos;

Com mais empresas e ativos mais qualificados. Onde o tecido empresarial deverá diversificar-se, aumen-

tando a sua dimensão média, com empresas com maior investimento em I&D e maior relevância das ex-

portações nas suas vendas;

Com maior integração territorial, por via da melhoria do quadro de acessibilidades rodoferroviárias;

Com mais reabilitação de imóveis e maior dinamismo imobiliário;

Com uma inversão do processo de decréscimo populacional e uma diminuição das assimetrias territoriais

na distribuição da população.

O posicionamento temporal, a assunção da efetivação do quadro contextual e o maior ou menor voluntarismo

público de resposta, concorrem para dois micro cenários: de adaptação e de antecipação.

Num contexto de resposta de adaptação a posteriori (micro cenário C11), a intervenção municipal será muito

elevada em todos os domínios específicos de intervenção municipal, com implicações financeiras relevantes.

Numa opção de resposta antecipada (micro cenário C12), o voluntarismo municipal deverá focar-se, com maior

intensidade, nas dimensões dos transportes e do urbanismo. Este micro cenário exige um claro e inequívoco reco-

nhecimento do reforço do papel motor do Barreiro no quadro de desenvolvimento metropolitano, residindo a

alavanca deste processo na capacidade de concertação com os atores regionais e nacionais para a concretiza-

ção de um projeto de âmbito regional. Esta capacidade de gestão local assenta num apoio ao nível da adminis-

tração central, de modo a preparar adequadamente o território concelhio para os projetos impactantes, signifi-

cativamente alteradores da realidade atual. Uma articulação de competências entre a autarquia e a administra-

ção central assegura a necessária cooperação para gerir as decisões sobre o território, da forma mais adequada.

3.3.3. BARREIRO, PÓLO REGIONAL ESTRUTURANTE LOGÍSTICO NACIONAL

Neste cenário, o Terminal de Contentores e os investimentos na QUIMIPARQUE permitirão consolidar o potencial

logístico do Parque Empresarial da Baía do Tejo, renovando-se e regenerando-se o espaço económico, acele-

rando-se a recuperação de um território com significativo passivo ambiental e integrando-se os respetivos terre-

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

114 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

nos na área urbana do Barreiro. Os investimentos na QUIMIPARQUE possibilitarão, simultaneamente, a qualifica-

ção e valorização parcial da frente ribeirinha, criando um espaço privilegiado de lazer, recreio e visitação da

frente ribeirinha, bem como o reforço do posicionamento do Barreiro na metropolização dos lazeres.

A concretização destes dois projetos impactantes permitirá um crescimento do número de empresas, com ativos

mais qualificados, contribuindo para a diversificação do tecido empresarial, aumentando a sua dimensão média,

bem como as empresas com maior investimento em I&D. Também a evolução na estrutura de qualificações da

população ativa residente, com o aumento dos ativos com o ensino profissional e com o ensino superior, ajustar-

se-á às necessidades da estrutura produtiva.

Por outro lado, a sua concretização resultará, também, num aumento significativo da densidade de tráfego auto-

móvel e de transportes pesados de mercadorias na proximidade e, potencialmente, de problemas de congestio-

namento das vias e dificuldade de escoamento do tráfego urbano e de conflitualidade entre transportes de pas-

sageiros e transporte de mercadorias.

O Barreiro conhecerá um dinamismo imobiliário moderado, designadamente pelo aumento da reabilitação dos

imóveis existentes (melhoria do estado de conservação do parque edificado) e pela diminuição do significativo

parque atual de alojamentos vagos, com crescimento e dinamização do mercado de arrendamento. Paralela-

mente, proceder-se-á à reabilitação do núcleo histórico do Barreiro.

Neste cenário, o Barreiro conhecerá uma inversão do processo de decréscimo populacional que carateriza o

concelho desde a década de 80 do século passado, com o aumento moderado de população ativa e o rejuve-

nescimento da estrutura etária.

Em síntese, em 2030, o Barreiro será um território:

Em que o Terminal de Contentores e os investimentos na QUIMIPARQUE permitirão consolidar o poten-

cial logístico do Parque Empresarial da Baía do Tejo, a sua renovação e regeneração;

Com mais empresas e uma maior diversificação do tecido empresarial;

Com uma maior qualificação e valorização dos valores patrimoniais e dos espaços nobres da Cidade;

Com potenciais problemas de congestionamento das vias e dificuldade de escoamento do tráfego ur-

bano;

Com mais reabilitação de imóveis e com maior dinâmica do mercado do arrendamento;

Com uma inversão do processo de decréscimo populacional.

O posicionamento temporal, a assunção da efetivação do quadro contextual e o maior ou menor voluntarismo

público de resposta, concorrem para três micro cenários: de continuidade, de adaptação e de antecipação.

Na ausência de uma resposta dirigida e gradual (micro cenário 21) ou num contexto de resposta de adaptação a posteriori (micro cenário 22), a intervenção municipal será elevada ou muito elevada, em todos os domínios,

estando condicionada pela disponibilidade financeira da autarquia.

Numa opção de resposta antecipada (micro cenário 23), o voluntarismo municipal deverá focar-se com maior

intensidade nas dimensões dos transportes e do urbanismo. Este micro cenário exige, também, um reconhecimento

do reforço do papel motor do Barreiro no quadro de desenvolvimento metropolitano, pela relevância dos dois

projetos impactantes. Esta capacidade de gestão local assenta num apoio ao nível da administração central, de

modo a preparar adequadamente o território concelhio para a sua concretização, designadamente do TC.

3.3.4. BARREIRO, CENTRALIDADE ESTRUTURANTE DO ARCO RIBEIRINHO

Neste cenário, moderadamente pessimista, não serão concretizados quaisquer projetos, observando-se com al-

guma intensidade alguns dos impactes positivos e negativos das tendências externas e internas.

O Barreiro tenderá a diminuir ligeiramente o seu quantitativo populacional, mas com tendência para continuar

com o envelhecimento da sua estrutura etária e para o consequente agravamento do estado de conservação do

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 115

parque edificado, bem como para o aumento dos alojamentos vagos e para o potencial aumento de pedidos de

habitação social.

Contudo, a tendência para uma maior dinâmica do mercado de reabilitação e regeneração urbanas, incentivadas,

também, pelas políticas públicas, contribuirá para a reabilitação de imóveis e melhoria do estado de conservação

do parque edificado, minimizando os efeitos que o contínuo envelhecimento populacional provocarão nesta di-

mensão.

O envelhecimento da estrutura etária poderá revelar-se uma oportunidade de crescimento do tecido empresarial

associado às atividades do subsetor da saúde humana, dando continuidade ao significativo aumento observado

no último decénio (subsetor com a taxa média anual de crescimento mais elevada do concelho).

A tendência de internacionalização da economia portuguesa e orientação para mercados exteriores represen-

tará uma oportunidade para a consolidação do potencial logístico do Barreiro, nomeadamente do Parque Em-

presarial da Baía do Tejo, para a renovação e regeneração de alguns dos espaços económicos do concelho,

para a criação de empresas e para a internacionalização de algumas das PME existentes.

A procura de modos de vida saudáveis e o aumento da prática desportiva informal contribuirão para dinamizar

do tecido associativo local, designadamente das associações desportivas, contrariando uma tendência recente

para a perda de dinamismo, apesar da existência de um vasto número de coletividades com atividade e finalidades

diversas. Contribuirão também, simultaneamente, para promover a inclusão social e uma melhor qualidade de vida

e maior autonomia dos idosos, tornando necessário um maior investimento na criação e estruturação de espaços

de lazer e recreio, de modo a dar resposta a esta procura crescente.

A maior instabilidade nos preços dos bens alimentares, associada ao envelhecimento da estrutura etária e redu-

ção dos mecanismos de proteção social resultará numa maior propensão para a atividade agrícola de subsistência

pelos idosos/reformados e para o aumento das hortas urbanas, bem como no aparecimento de pequenos negó-

cios associados à produção hortícola local.

Em síntese, em 2030, o Barreiro será um território:

Com uma estrutura etária mais envelhecida e com reduções populacionais inter freguesias significativas;

Com maiores dificuldades na manutenção do edificado privado (agravamento do estado de conserva-

ção do parque habitacional), aumento dos alojamentos vagos e potencial aumento de pedidos de habi-

tação social;

Em que o tecido empresarial associado às atividades do subsetor da saúde humana tenderá a crescer;

Com a consolidação do potencial logístico do Barreiro, nomeadamente do Parque Empresarial da Baía

do Tejo;

Em que a procura de modos de vida saudáveis e o aumento da prática desportiva informal resultarão em

consequências positivas para o tecido associativo local, para a promoção da inclusão social e para uma

melhor qualidade de vida e maior autonomia dos idosos;

Com uma maior propensão para a atividade agrícola e para o aparecimento de pequenos negócios

associados à produção agrícola local (maior empreendedorismo agrícola).

Também neste cenário, o posicionamento temporal, a assunção da efetivação do quadro contextual e o maior ou

menor voluntarismo público de resposta, concorrem para três micro cenários: de continuidade, de adaptação e

de antecipação.

Na ausência de uma resposta dirigida e gradual (micro cenário 31) ou num contexto de resposta de adaptação a posteriori (micro cenário 32), a intervenção municipal será elevada ou muito elevada, em todos os domínios,

estando condicionada pela disponibilidade financeira da autarquia.

Numa opção de resposta antecipada (micro cenário 33), o voluntarismo municipal deverá focar-se com maior

intensidade nas dimensões da ação social e do urbanismo. Uma resposta imediata às necessidades resultantes do

envelhecimento demográfico pode passar por criar algumas condições socio-urbanísticas que concorram para

um envelhecimento ativo, saudável e participativo da população idosa (novas respostas sociais, pequenas ações

que promovam a interação social e a densificação de relações de proximidade). Por outro lado, importa, iniciar

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

116 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

um processo de regeneração de espaços urbanos socio-urbanisticamente desqualificados, desenvolvendo pe-

quenas iniciativas emblemáticas e demonstrativas.

3.3.5. BARREIRO, SHRINKING CITY

Este cenário, o mais pessimista, carateriza-se pela quase ausência de impulsos de desenvolvimento, num contexto

de não concretização de projetos impactantes e de reduzido aproveitamento das oportunidades geradas por

tendências externas.

A incapacidade de consolidar o potencial logístico do Barreiro, de renovar e regenerar os espaços económicos

e urbanos originará um decréscimo do número de empresas e do emprego. O tecido empresarial, pouco diversi-

ficado e com reduzido investimento em I&D, inviabilizará uma evolução positiva da estrutura de qualificações da

população ativa residente. Acresce que a manutenção do atual quadro de acessibilidades não permitirá uma

alteração do posicionamento do Barreiro no contexto metropolitano.

Neste cenário, o Barreiro conhecerá um agravamento do fenómeno de decréscimo populacional que marca o

concelho nos últimos decénios. O envelhecimento populacional e a reduzida capacidade financeira, pública e

privada, para desenvolver processos de reabilitação urbana, conduzirá a um fraco dinamismo imobiliário e a um

agravamento do estado de conservação do parque edificado.

Em síntese, em 2030, o Barreiro será um território:

Com uma acentuada redução de efetivos populacionais e um elevado envelhecimento das estruturas etá-

rias;

Com uma forte dinâmica de destruição de emprego e empresas na indústria transformadora;

Incapaz de diversificar a base económica e de renovar e regenerar os espaços económicos;

Com um ambiente urbano progressivamente menos atrativo, nomeadamente através de um desinvesti-

mento na reabilitação do edificado (degradação do parque habitacional e abandono de habitações).

O posicionamento temporal, a assunção da efetivação do quadro contextual e o maior ou menor voluntarismo

público de resposta, concorrem para três micro cenários: de continuidade; de adaptação e de antecipação.

Na ausência de uma resposta dirigida e gradual (micro cenário 41) ou num contexto de resposta de adaptação a posteriori (micro cenário 42), a intervenção municipal será elevada ou muito elevada, sobretudo nos domínios da

ação social e do urbanismo. A capacidade do município responder ao paulatino agudizar de alguns problemas

estruturais, poderá estar condicionada pela disponibilidade financeira existente. A definição de prioridades de-

verá ter como preocupação central, uma resposta adequada nos domínios que concorrem para o quadro de

condições básicas de vida dos cidadãos, nomeadamente o direito a habitação digna e o direito à inclusão social

da população mais idosa.

Numa opção de resposta antecipada/de curto prazo (micro cenário 43), o voluntarismo municipal deverá focar-

se, com maior intensidade, tal como no cenário anterior, nas dimensões da ação social e do urbanismo. Uma

resposta imediata às necessidades resultantes do envelhecimento demográfico, pode passar por criar algumas

condições socio-urbanísticas que concorram para um envelhecimento ativo, saudável e participativo da popula-

ção idosa (novas respostas sociais, pequenas ações que promovam a interação social e a densificação de rela-

ções de proximidade). Por outro lado, importa, iniciar um processo de regeneração de espaços urbanos socio-

urbanisticamente desqualificados, desenvolvendo pequenas iniciativas emblemáticas e demonstrativas.

3.4. PROJEÇÕES DEMOGRÁFICAS BARREIRO 2030

A componente demográfica assume um papel relevante enquanto um dos pilares de sustentação do modelo de

desenvolvimento territorial. Prospetivar os quantitativos populacionais futuros para se identificarem, atempada-

mente, as carências e os desafios que daí resultam, é uma das dimensões centrais de sustentação do modelo.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 117

As diversas alterações observadas no Barreiro nos últimos anos, nomeadamente a perda relativa das atividades

industriais em detrimento das terciárias, aliada à menor capacidade de gerar emprego, refletem-se nas caraterís-

ticas de repulsão populacional e envelhecimento das estruturas demográficas. Neste quadro, manifesta-se uma

elevada correlação entre as dinâmicas da população e as dinâmicas de desenvolvimento, sobretudo económicas,

promovidas pelos atores locais/regionais.

O exercício de cenarização anteriormente apresentado comporta pressupostos de base com efeito significativo

nas componentes demográficas, considerando a sua relevância numa dupla perspetiva: mão-de-obra e mercado

de consumo. Por outro lado, o maior ou menor grau de concretização dos projetos impactantes terá efeitos signi-

ficativos na resolução dos problemas existentes na base demográfica – e na geração de emprego –, concorrendo

para a prossecução de um modelo de desenvolvimento em que a melhoria da qualidade de vida e bem-estar

socioeconómico das populações representa uma dimensão nuclear.

O modelo adotado para as estimativas populacionais –cohort survival aberto – possui como pressuposto a ca-

pacidade de sobrevivência de um grupo de indivíduos que sofre o mesmo tipo de acontecimentos demográficos,

no decorrer de uma determinada unidade temporal (no presente caso, entre 2001 e 2011). Neste quadro, para o

exercício de projeção demográfica realizado, por grupos etários decenais, calculou-se a probabilidade que

cada grupo etário tinha (em 2011), de sobreviver e passar a constituir o grupo etário seguinte, nos próximos

decénios (2021 e 2030).

No cenário tendencial (Barreiro, “Shrink City”), admitiu-se que a generalidade dos fenómenos demográficos ob-

servados no último período intercensitário (2001-2011) teriam comportamentos semelhantes nos dois decénios

seguintes (natalidade, mortalidade, saldos migratórios, mortalidade infantil, …).

No cenário otimista, mais expansionista (Barreiro, Área Central da Região Metropolitana Euro-Atlântica), assu-

miu-se um incremento significativo em algumas variáveis-chave do modelo: taxas de natalidade e movimentos imi-

gratórios, dada a maior atratividade do concelho, sobretudo por jovens e casais em idade fértil (associada à

forte dinâmica de geração de emprego e a um impulso acentuado na dinâmica de edificação e de reabilitação).

Nos cenários intermédios, expansionista moderado (Barreiro, Pólo Regional Estruturante Logístico Nacional) e

recessivo moderado (Barreiro, Centralidade Estruturante do Arco Ribeirinho), adotaram-se alguns critérios de

base, que sustentam alterações em variáveis como a taxa de natalidade e os saldos migratórios, no primeiro ce-

nário, em função da natureza e efeito significativo que os projetos impactantes TTT e TC representarão para a

geração de emprego e atração de população ativa metropolitana e de outras regiões nacionais, no segundo

cenário, em função do aproveitamento de algumas oportunidades associadas às tendências externas e internas

mais impactantes.

3.4.1. BARREIRO, ÁREA CENTRAL DA REGIÃO METROPOLITANA EURO-ATLÂNTICA

A concretização de todos os projetos impactantes, pressupondo, também, um bom aproveitamento das oportuni-

dades geradas, terá um efeito muito significativo na atratividade do Município, nomeadamente na melhoria do

posicionamento do Barreiro no contexto metropolitano (maior integração territorial).

Neste contexto, o Barreiro conhecerá um impulso demográfico assinalável (atração e fixação de um número

elevado de novos habitantes), compensando as perdas observadas no concelho desde a década de 80 do século

passado. O aumento de população ativa e o rejuvenescimento da estrutura etária serão dimensões centrais na

sustentação do processo de desenvolvimento económico a empreender.

No exercício de estimativas demográficas elaborado, em função dos pressupostos referenciados, é assumido,

por um lado, que a taxa de natalidade na globalidade do concelho sofrerá um incremento assinalável (entre os

0,6‰ e os 4‰, conforme as freguesias em causa) e, por outro lado, que se irá observar um aumento significativo

na taxa migratória específica expectável (que varia entre os 20% e os 300%, consoante a freguesia em análise).

Simultaneamente, neste cenário, assume-se que as taxas de mortalidade, por grupo etário, irão estacionar, man-

tendo-se praticamente inalteradas durante a década (não é expectável que nos próximos anos, face ao nível

atingido em termos de cuidados de saúde e assistência médica, bem como nos índices globais de qualidade de

vida, que a esperança média de vida se venha a alterar significativamente - tal facto é aliás corroborado pela

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

118 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

evolução recente das taxas brutas de mortalidade no país e no concelho, observando-se uma clara tendência

para a estabilização nos últimos anos).

No exercício de estimativas demográficas elaborado, em função dos pressupostos referenciados, é assumido,

por um lado, que a taxa de natalidade na globalidade do concelho sofrerá um incremento assinalável (entre os

0,6‰ e os 4‰, conforme as freguesias em causa) e, por outro lado, que se irá observar um aumento significativo

na taxa migratória específica expectável (que varia entre os 20% e os 300%, consoante a freguesia em análise).

Estes valores resultaram da ponderação e calibração resultante do potencial (e diferenciado) impacte demográ-

fico dos projetos impactantes inter freguesias – potencial de atração e fixação de jovens casais, em idade fértil

(fertilidade e imigração) vrs realidade das variáveis nos momentos censitários anteriores, Simultaneamente, neste

cenário, assume-se que as taxas de mortalidade, por grupo etário, irão estacionar, mantendo-se praticamente

inalteradas durante a década (não é expectável que nos próximos anos, face ao nível atingido em termos de

cuidados de saúde e assistência médica, bem como nos índices globais de qualidade de vida, que a esperança

média de vida se venha a alterar significativamente - tal facto é aliás corroborado pela evolução recente das

taxas brutas de mortalidade no país e no concelho, observando-se uma clara tendência para a estabilização nos

últimos anos).

Barreiro, Área Central da Região Metropolitana Euro-Atlântica:

População Residente (1981-2011) e Estimativas Populacionais (2021-2030)

A população tenderá, neste cenário (contexto de resposta de adaptação a posteriori; micro cenário 11), a sofrer

um acréscimo significativo, contabilizando-se o aumento, em 2030, em torno dos 14,7% (mais 11.600 residentes,

aproximadamente, face ao contabilizado em 2011). Num contexto de antecipação, de proatividade municipal na

criação de condições de base, as diferenças nestes quantitativos não serão significativas.

Em termos absolutos, esse crescimento demográfico observa-se sobretudo nas freguesias do Barreiro, Lavradio e

Alto do Seixalinho, territórios que, em função da potencial localização dos principais projetos impactantes e

consequente reforço da sua centralidade metropolitana, serão porventura alvo de maiores e mais céleres impac-

tes demográficos.

3.4.2. BARREIRO, PÓLO REGIONAL ESTRUTURANTE LOGÍSTICO NACIONAL

A concretização do Terminal de Contentores e dos investimentos na QUIMIPARQUE, amplamente geradores de

emprego, terão um papel importante de atração populacional.

A consolidação do potencial logístico do Barreiro, gerando mais empresas e uma maior diversificação do tecido

empresarial (com efeito significativo na criação de emprego), aliada à regeneração e reabilitação urbana e uma

maior dinâmica do mercado imobiliário e de arrendamento, contribuirão para um impulso demográfico positivo.

No exercício de estimativas demográficas, é assumido que: i) a taxa de natalidade na globalidade do concelho

sofrerá um incremento (entre os 0,2‰ e os 2‰); ii) a taxa migratória específica expectável irá aumentar (entre os

10% e os 200%, consoante a freguesia em análise); iii) as taxas de mortalidade, por grupo etário, irão estacionar.

72000

74000

76000

78000

80000

82000

84000

86000

88000

90000

92000

1981 1991 2001 2011 2021 2030

Po

pu

lação

Resid

en

te

-20

-10

0

10

20

30

40

50

60

Taxa d

e V

ari

ação

Po

pu

lacio

nal (%

)População Residente Tx Variação Populacional

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 119

Assim, neste cenário expansionista moderado, adotaram-se alguns critérios de base, que sustentam alterações em

variáveis como a taxa de natalidade e os saldos migratórios, em função da natureza e efeito significativo que os

projetos impactantes QUIMIPARQUE e Terminal de Contentores (TC) representarão para a geração de emprego

e atração de população ativa metropolitana e de outras regiões nacionais. Deve ressalvar-se que alguns dos

projetos impactantes que sustentam este cenário apenas apresentarão impactes significativos após 2021. No caso

da QUIMIPARQUE, pressupondo a realização de investimentos condutores ao seu desenvolvimento territorial até

2022, designadamente os previstos pela Baia do Tejo S.A., consideram-se que os impactes potenciais ocorrerão

entre 2022 e 2030. No caso do TC, pressupondo uma decisão em 2016/2017, o início da sua construção em 2019 e

uma estimativa de 2 anos para ser concluído, consideram-se que os impactes potenciais ocorrerão entre 2021 e

2030 (poderão existir impactes ex ante, resultantes da decisão da sua construção, a partir de 2019).

Neste cenário (contexto de resposta de antecipação; micro cenário 23), a população concelhia, em 2030, ron-

dará os 85.400 habitantes. Num contexto de ausência de resposta municipal dirigida (tendência de continuidade),

ou através de uma resposta adaptativa a posteriori, as diferenças nos quantitativos não serão relevantes.

Barreiro, Pólo Regional Estruturante Logístico Nacional:

População Residente (1981-2011) e Estimativas Populacionais (2021-2030)

Conforme referenciado, neste cenário, a população no concelho do Barreiro, em 2021, cifrar-se-á nos 79.236

habitantes (acréscimo de 0,6% face a 2011, aproximando-se dos valores registados em 2001) e, em 2030, nos

85.397 habitantes (incremento na ordem dos 8,4%, face a 2011, aproximando-se dos valores registados em 1991).

Em termos absolutos, esse crescimento demográfico observa-se sobretudo na freguesia sede de concelho, terri-

tório que, em função da potencial localização dos projetos impactantes (Terminal de Contentores e QUIMIPAR-

QUE) será alvo de maiores e mais céleres impactes demográficos.

3.4.3. BARREIRO, CENTRALIDADE ESTRUTURANTE DO ARCO RIBEIRINHO

Neste cenário, onde não serão concretizados quaisquer projetos impactantes, uma resposta adequada e eficaz

às tendências recentes irá produzir efeitos positivos em algumas dimensões-chave do desenvolvimento concelhio

(por exemplo, crescimento do tecido empresarial associado às atividades do subsetor da saúde humana; conso-

lidação do Parque Empresarial da Baía do Tejo; renovação e regeneração de alguns dos espaços económicos).

Neste quadro, o Barreiro tenderá a diminuir ligeiramente o seu quantitativo populacional, mas com tendência

para continuar com o envelhecimento da estrutura etária.

Neste cenário que prioriza uma resposta por antecipação (micro cenário 33), a população concelhia, em 2030,

rondará os 78.500 habitantes. Num contexto de ausência de resposta municipal dirigida (tendência de continui-

dade), ou através de uma resposta adaptativa a posteriori, as diferenças nos quantitativos não serão relevantes.

74000

76000

78000

80000

82000

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86000

88000

90000

1981 1991 2001 2011 2021 2030

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nal (%

)

População Residente Tx Variação Populacional

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

120 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Barreiro, Centralidade Estruturante do Arco Ribeirinho:

População Residente (1981-2011) e Estimativas Populacionais (2021-2030)

3.4.4. BARREIRO, SHRINKING CITY

Se os anos 60 do século passado assumem um papel importante ao nível demográfico, associado à construção da

Ponte 25 de Abril, da Autoestrada do Sul (A2) e da via rápida para o Barreiro e, paralelamente, de forte desen-

volvimento da atividade industrial no concelho, designadamente pela CUF, o período de maior dinamismo demo-

gráfico ocorreu na década seguinte. Nas três últimas décadas, (entre 1981 e 2011), o Barreiro diminuiu a sua

população em cerca de 10 mil habitantes, reduzindo a sua importância demográfica no contexto metropolitano.

A não concretização de qualquer grande projeto impactante no desenvolvimento do Barreiro contribuirá para a

manutenção da tendência de perda demográfica patenteada nos últimos decénios. A população tenderá, neste

cenário, a manter uma evolução negativa, contabilizando-se a diminuição, nos próximos 15 anos, em torno dos

5% (menos 3.800 residentes, aproximadamente). Não obstante, registam-se diferenças significativas entre esca-

lões etários. Se, por um lado, se observa um forte acréscimo na população com mais de 70 anos, por outro lado,

regista-se uma redução significativa das idades que compõem a base da pirâmide etária concelhia, bem como do

grupo decenal dos 30 aos 39 anos, fator de extrema importância e preocupação, num contexto em que é neste

grupo etário que se encontram a maioria dos indivíduos com idade e propensão para ter filhos.

O gráfico seguinte representa esta evolução populacional global, num contexto de ausência de resposta munici-

pal dirigida (tendência de continuidade). Num quadro de maior voluntarismo e proatividade municipal, as dife-

renças nestes quantitativos não serão significativas.

Barreiro, Shrinking City:

População Residente (1981-2011) e Estimativas Populacionais (2021-2030)

72000

74000

76000

78000

80000

82000

84000

86000

88000

90000

1981 1991 2001 2011 2021 2030

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nal (%

)

População Residente Tx Variação Populacional

65000

70000

75000

80000

85000

90000

1981 1991 2001 2011 2021 2030

Po

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te

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20

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Taxa d

e V

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ação

Po

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nal (%

)

População Residente Tx Variação Populacional

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

DIAGNÓSTICO PROSPETIVO | OUTUBRO.14 121

4. REFERENCIAL ESTRATÉGICO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO BARREIRO 2030

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 123

4. REFERENCIAL ESTRATÉGICO

4.1. DO CENÁRIO À VISÃO ESTRATÉGICA

No âmbito dos cenários de desenvolvimento no âmbito da Estratégia de Desenvolvimento BARREIRO 2030, foram

desenvolvidos quatro cenários prospetivos, que procuraram promover uma análise e uma avaliação sobre as va-

riáveis potencialmente estruturantes para a mudança a ocorrer no concelho nos próximos quinze anos.

A definição desses cenários de desenvolvimento suportou-se na identificação das variáveis motoras da mudança

e na organização de um conjunto de possibilidades plausíveis da sua evolução, no horizonte temporal de 2030.

A Visão para o BARREIRO 2030 tem como referência a evolução que poderá ocorrer balizada pelos cenários

“Barreiro, Pólo Regional Estruturante Logístico Nacional” e “Centralidade estruturante do Arco Ribeirinho Sul” e

está organizada em torno das quatro dimensões chave do modelo de desenvolvimento (económico, social, ambi-

ental e cultural). Neste cenário – em que são concretizados o Terminal de Contentores e os investimentos na

QUIMIPARQUE e verificam-se com alguma intensidade os impactes positivos e negativos das tendências externas

e internas do concelho do Barreiro, com um aproveitamento da maioria das oportunidades criadas –, a visão para

o Barreiro em 2030 é a de um território próspero, inclusivo, sustentável e social, económica e ambientalmente

resiliente às mudanças.

Visão Estratégica BARREIRO 2030

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

124 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Visão Estratégica Territorial BARREIRO 2030

4.2. OBJETIVOS PRIORITÁRIOS

A concretização da Visão para o BARREIRO 2030 é prosseguida através da concretização de 63 objetivos priori-

tários estruturados nas quatro dimensões chave do modelo de desenvolvimento (económico, social, ambiental e

cultural), que se apresentam seguidamente.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 125

Visão Barreiro 2030

O Barreiro afirmar-se-á como um polo económico e tecnológico estrutu-

rante da competitividade metropolitana, com uma base económica diver-

sificada, inovadora e criativa, suportada no setor portuário e logístico, na

indústria, na área social e da saúde e nas atividades associadas ao lazer,

ao desporto, à cultura e ao ambiente.

O potencial humano será mais qualificado e beneficiará de uma crescente

e mais eficiente articulação entre o sistema educativo e formativo e a es-

trutura empresarial do concelho.

A frente ribeirinha renascerá no seu protagonismo económico, mas tam-

bém social e ambiental, criando novas oportunidades para todo o conce-

lho, estimulando relações de complementaridade com os municípios vizi-

nhos.

Domínio Especialização Produtiva

01 Concretizar o potencial portuário-logístico-industrial do Barreiro

02 Criar condições para a criação e atração de iniciativas empresariais inovadoras, criativas e intensivas

em conhecimento

03 Integrar o Barreiro na visitação turística da Área Metropolitana de Lisboa, a partir da ligação fluvial a

Lisboa e apoiada em fatores distintivos como a paisagem e a cultura industrial e operária

04 Posicionar o Barreiro como um polo de lazer regional, associado ao Tejo, ao ambiente, à cultura, ao

comércio e à restauração

05 Consolidar o Barreiro como um centro de serviços regional nos setores da saúde e do serviço social,

nomeadamente orientados para o apoio aos idosos

Domínio Capital Humano

06 Promover a melhoria da estrutura de qualificações da população ativa do Barreiro

07 Criar condições promotoras da aprendizagem ao longo da vida e o acesso a recursos culturais e edu-

cativos

08 Promover uma maior articulação entre o sistema formativo e a estrutura produtiva e empresarial do

concelho

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

126 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Domínio Investigação & Desenvolvimento

09 Reforçar o papel da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro como polo de inovação, modernização

do tecido produtivo e empresarial e qualificação dos ativos

10 Incentivar o investimento das empresas em atividades de investigação e desenvolvimento

11 Reforçar fortemente a cooperação entre as empresas do concelho e o sistema científico e tecnológico

regional

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 127

Visão Barreiro 2030

O Barreiro assumir-se-á uma comunidade diversa, inclusiva, solidária e ge-

radora de oportunidades de participação social, económica e cívica e de

realização para as crianças e os jovens, para os idosos e para as famílias.

As áreas de intervenção prioritária serão espaços de implementação de

novas soluções de inovação social.

As áreas urbanas mais envelhecidas e com níveis de desqualificação física

mais acentuados serão requalificadas, promovendo operações integradas

que mobilizem a atuação de todos os atores.

A tolerância, a criatividade, a diversidade e as condições territoriais qua-

lificadas serão um atrativo para que população jovem aqui resida.

Domínio Inclusão Social

01 Valorizar a diversidade cultural e étnica do Barreiro como um recurso social e económico e um patri-

mónio comunitário

02 Ampliar a oferta de respostas estruturantes de apoio às famílias e às crianças, respondendo às necessi-

dades e reforçando a atratividade do Barreiro para os jovens

03 Regenerar e reabilitar as áreas urbanas desfavorecidas, criando condições físicas promotoras da inclu-

são social e da pertença ao território e à comunidade

04 Criar condições socio-urbanísticas (respostas sociais, lazer e mobilidade urbana) que promovam o en-

velhecimento ativo, saudável e participativo da população idosa

05 Criar condições que permitam melhorar a mobilidade e a acessibilidade, nomeadamente pela popula-

ção idosa e pelos indivíduos com deficiência

06 Promover a inclusão dos grupos desfavorecidos, estimulando o desenvolvimento de projetos que pro-

movam a empregabilidade, a qualificação educativa e profissional, o combate à pobreza, a inclusão

social e a redução do abandono e do insucesso escolar

07 Incentivar a intergeracionalidade e o relacionamento intercultural

Domínio Educação

08 Qualificar a oferta de equipamentos educativos, melhorando as suas condições de funcionamento de

forma a responder aos novos desafios da aprendizagem

09 Dar continuidade à redução do abandono escolar precoce

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

128 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Domínio Saúde

10 Assegurar uma oferta qualificada e acessível a cuidados de saúde primários

11 Assegurar uma oferta hospitalar suportada num conjunto alargado de valências, com funcionamento de

excelência na qualidade de serviço

12 Diversificar e aumentar as respostas sociais dirigidas à população sénior, estimulando o envelhecimento

ativo e promovendo o bem-estar físico, social e mental

13 Criar condições urbanísticas promotoras do exercício físico, associado à mobilidade pedonal e ciclável

e à prática desportiva informal

14 Incrementar a atividade desportiva em contexto escolar

15 Qualificar e ampliar a rede de equipamentos desportivos

Domínio Habitação e Condições de Alojamento

16 Incentivar a conservação do edificado privado e criar uma cultura de reabilitação e conservação re-

gular dos imóveis particulares

17 Requalificar as áreas urbanas mais envelhecidas e com níveis de desqualificação física mais acentuados,

promovendo operações integradas que mobilizem a atuação de todos os atores

18 Qualificar o parque habitacional municipal e contribuir para a oferta de soluções transitórias de habi-

tação em situações de emergência social

19 Criar condições de facilitação do acesso à habitação e de dinamização do mercado de arrendamento

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 129

Visão Barreiro 2030

O Barreiro assumir-se-á um território de qualidade ambiental, onde se pri-

vilegiará o uso eficiente dos recursos (solo, água e energia). Será estru-

turado por um sistema urbano policêntrico, adequadamente articulado por

um sistema de transportes públicos e por uma rede de percursos cicláveis

e de percursos pedonais que incentivarão a modos de vida saudáveis.

Os sistemas naturais estarão preservados e valorizados, nomeadamente a

frente ribeirinha, os corredores ecológicos definidos pela rede hidrográ-

fica e as grandes manchas florestais (Reserva Natural Local do Sapal do

Rio Coina e Mata Nacional da Machada).

Domínio Ambiente Urbano

01 Privilegiar a renovação, a regeneração e a reabilitação urbana em detrimento da expansão do solo

urbano, contendo a urbanização dispersa e fragmentada

02 Qualificar o espaço urbano central, valorizando os espaços públicos, criando ambientes urbanos cria-

tivos (atividades e espaços), atrativos (viver/trabalhar/investir) e vibrantes, onde o comércio, o terciá-

rio, as indústrias criativas e o turismo encontrem condições de sucesso

03 Criar uma estrutura verde urbana contínua e uma rede de espaços verdes de proximidade dirigidas aos

idosos e às crianças, assegurando um acesso fácil e seguro

Domínio Conservação da Natureza e Biodiversidade

04

Preservar a estrutura ecológica municipal, qualificando e protegendo os espaços com maior valor pai-

sagístico e ambiental (frentes ribeirinhas, Várzea de Coina, Sapal de Coina, Mata Nacional da Ma-

chada, corredores ecológicos, arborização, ...), assegurando a sua continuidade e o funcionamento

dos sistemas

05

Promover a valorização lúdica, educativa e turística da estrutura ecológica municipal, prevendo a sua

articulação harmoniosa com os espaços edificados para que possam desempenhar funções ecológicas

de amenização ambiental e de desafogo das áreas compactas e ter uma utilização continuada para o

recreio e lazer, a visitação, a investigação e a interpretação e educação ambiental

Domínio Riscos Ambientais e Tecnológicos

06 Resolver os passivos ambientais prevalecentes de anteriores atividades industriais

07 Promover a adaptação do território às alterações climáticas, nomeadamente as relacionadas com fe-

nómenos extremos (forte precipitação ou ondas de calor) ou associados à sobrelevação das águas do

mar

08 Monitorizar a poluição atmosférica, bem como promover a diminuição da redução do tráfego automó-

vel em áreas centrais e residenciais

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

130 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Domínio Energia

09 Reduzir os consumos de energia primária na administração local, aumentando a eficiência energética

nas infraestruturas públicas, implementando medidas de promoção da eficiência energética e de racio-

nalização dos consumos

10

Promover a mobilidade urbana sustentável que reduza as emissões de CO2, dinamizando sistemas de

mobilidade urbana mais sustentáveis apoiados nos transportes públicos de passageiros -TCB e na inte-

gração de sistemas inteligentes que os tornem mais atrativos, numa rede articulada de percursos ciclá-

veis coerente, contínua e funcional e na intermodalidade

Domínio Produção Local

11 Criar condições favoráveis para a produção hortícola em contexto urbano ou de âmbito social utili-

zando a criação de hortas como um instrumento de urbanismo tático para utilização transitória de es-

paços desocupados ou devolutos, evitando, simultaneamente, as hortas espontâneas

12 Incentivar a produção local, criando condições para que ocorram mercados locais, nos espaços cen-

trais do sistema urbano local, nomeadamente a venda de primores e hortícolas de qualidade

Domínio Mobilidade

13

Reforçar a integração do Barreiro no Arco Ribeirinho Sul, viabilizando novas e mais eficientes ligações

aos concelhos vizinhos - Moita, Palmela e Seixal - e à estrutura viária regional e nacional, mantendo,

igualmente, a viabilidade de ligação à margem norte na solução de atravessamento designada por cor-

redor central, como alternativa à ponte 25 de Abril e à ponte Vasco da Gama

14 Melhorar as acessibilidades internas, eliminando dificuldades prevalecentes de ligação entre áreas ur-

banas e dificuldades de acesso às principais infraestruturas de circulação e de transporte, incorporando

sistemas inteligentes de transporte e melhorando, também, o estacionamento

15 Promover a mobilidade sustentável, adotando soluções que encorajem a mobilidade velocipédica, ci-

clável e pedonal, valorizando e qualificando o espaço público, mas também o uso do transporte público

em sítio próprio, aumentando a sua densidade, eficácia e conforto

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 131

Visão Barreiro 2030

A Cultura desempenhará um papel chave no desenvolvimento social, am-

biental e económico da população do Barreiro, sendo o pilar de uma iden-

tidade local diferenciadora e inclusiva, uma alavanca de uma nova eco-

nomia criativa e inovadora e a base de uma cidadania participada, soli-

dária e eco responsável contemporânea de uma urbanidade sustentável.

A produção artística, o usufruto cultural e a atividade física e desportiva

fortalecerão o Barreiro como um polo cultural e criativo metropolitano,

incentivado a visitação a par de outros ativos, como a memória e o patri-

mónio histórico.

Domínio Espaços e Elementos Culturais

01 Valorizar e preservar os elementos urbanos notáveis, nomeadamente do património industrial, ferrovi-

ário e ribeirinho

02 Ampliar a valorização dos ativos culturais locais como catalisadores da atividade cultural

03 Integrar a dinamização cultural e a criação de espaços criativos locais nas estratégias e planos de re-

generação urbana

04 Qualificar e ampliar a oferta museológica concelhia, valorizando a memória e a identidade local e

criando novos polos de atração turístico-cultural, integrados em circuitos de visitação

Domínio Agentes e Instituições Culturais

05 Afirmar o Barreiro como um território de excelência para a fixação de agentes e de atividades criativas,

dinamizando espaços e equipamentos desativados, que potenciem o aparecimento de polos de criati-

vidade, produção e consumo cultural

06 Potenciar e valorizar os recursos materiais, imateriais e humanos com apetência para serem dinamiza-

dores de indústrias criativas

07 Apoiar a profissionalização das estruturas artísticas locais ativas

08 Apoiar os agentes e as instituições culturais locais a utilizarem a cultura como suporte da inovação e

inclusão social

09 Fortalecer o tecido associativo local como espaços culturais de proximidade

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

132 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Domínio Eventos e Espetáculos

10 Promover o Barreiro como uma marca criativa, suportada no património, nos agentes culturais e criati-

vos e nas diversas formas de expressão cultural e artística

11 Desenvolver uma estratégia integrada de promoção e de comunicação consistente da agenda cultural,

artística e desportiva local

12 Dar visibilidade à produção e à formação criativa e artística feita no Barreiro

13 Desenvolver a realização de eventos culturais distintivos e de grande notoriedade, ancorados nos es-

paços urbanos de excelência

14 Integrar a cultura na revitalização e na animação dos espaços urbanos centrais, criando espaços urba-

nos vibrantes

15 Promover a diversidade cultural e étnica do Barreiro e valorizar as múltiplas expressões culturais e ar-

tísticas dos diversos bairros

Domínio Associativismo

16 Dinamizar o associativismo local, promovendo a sua modernização e reorientação para os novos de-

safios societais

17 Dinamizar a economia cívica e a realização de iniciativas de inovação social a partir das organizações

da sociedade civil

18 Dinamizar a atividade desportiva, dando continuidade à melhoria e renovação dos equipamentos e

apoio às coletividades locais

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | JUNHO.15 133

<

5. MODELO TERRITORIAL E

ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS

TERRITORIAIS ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO BARREIRO 2030

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 135

5. MODELO TERRITORIAL E ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS TERRITORIAIS

5.1. PRINCÍPIOS PARA O DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL

O modelo territorial deve permitir, simultaneamente e de forma sinóptica, uma leitura do presente e uma projeção

do futuro, possibilitando analisar as grandes tendências de desenvolvimento do território, destacando os aspetos

mais decisivos para o Ordenamento do Território.

A análise realizada nos capítulos anteriores permite propor um modelo de organização que reflete as suas dife-

rentes vocações e aptidões, com o objetivo de alcançar, no horizonte temporal 2030, uma valorização integrada

de todo o concelho, incrementando a sua competitividade e a sua coesão territorial.

O modelo territorial a propor para o Barreiro procura traduzir a incidência do referencial estratégico de desen-

volvimento, configurando uma ideia de organização dinâmica do território concelhio suportada, num primeiro

tempo, na situação de referência analisada e, num segundo tempo, nos processos de transformação instalados e

emergentes expectáveis.

A promoção e o desenvolvimento de um novo modelo territorial estratégico para o Barreiro devem ter subja-

cente uma série de princípios que norteiem a conceção das propostas de intervenção e de ação. Esses princípios

devem decorrer do paradigma de desenvolvimento sustentável do território, resultando de um progresso equili-

brado de três grandes prioridades: o crescimento económico, a equidade social e a sustentabilidade ambiental.

Neste contexto, propõem-se nove princípios orientadores do modelo estratégico para o Barreiro, que suportam

a construção da matriz territorial no âmbito do processo de revisão do PDM.

9 Princípios para o Desenvolvimento Territorial do Barreiro

01 Promover um sistema urbano policêntrico que favoreça a equidade no acesso a bens e serviços públicos

e que valorize o quadro de vida de proximidade

02 Estruturar o desenvolvimento urbano a partir de espaços urbanos compactos, com usos mistos e grande

densidade populacional e funcional, que favoreçam a sustentabilidade e a interação social

03 Privilegiar a construção do novo urbano sobre o urbano desqualificado e degradado, dando prioridade

à reabilitação, regeneração e renovação urbana

04 Criar um ecossistema urbano equilibrado, articulando os sistemas ecológicos com os espaços edifica-

dos, contribuindo para a melhoria do ambiente urbano, para amenização climática, para a valorização

paisagística e para a proximidade dos espaços abertos às áreas residenciais

05 Valorizar a frente ribeirinha como principal ativo ambiental, social e económico do concelho, promo-

vendo a sua multifuncionalidade e concretizando as suas diferentes vocações

06 Promover a mobilidade urbana sustentável suportada nos transportes públicos, num sistema de vias e de

percursos cicláveis e num espaço público que permita a mobilidade pedonal com conforto e segurança.

07 Maximizar a flexibilidade a longo prazo no uso e ocupação do solo, promovendo a adaptação às al-

terações climáticas

08 Promover uma economia urbana dinâmica, diversificada e integrada nos espaços urbanos

09 Incentivar novos modos de vida sustentáveis, afirmando o Barreiro como uma referência numa nova

cultura ecológica urbana

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

136 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

5.2. SÍNTESE DO MODELO TERRITORIAL

Considerando os princípios enunciados, o modelo territorial estratégico para 2030 tem necessariamente subja-

cente uma categorização dos espaços estratégicos e da rede rodo e ferroviária, que tem como objetivos:

Identificar áreas com caraterísticas semelhantes, considerando vários critérios, designadamente: funções

urbanas; problemas urbanísticos; aspetos socioeconómicos da população residente; atividades econó-

micas; relevância ambiental para o concelho e para a AML;

Definir espaços homogéneos em termos de forças/fraquezas/ameaças/oportunidades, com vista à ação;

Identificar espaços para os quais a estratégia de desenvolvimento territorial possa propor abordagens

específicas e/ou articulações.

Com base na avaliação dos critérios supra referidos, do trabalho desenvolvido nas fases anteriores do processo

de revisão do PDM e do processo de auscultação realizado, foram identificadas as seguintes categorias de es-

paços estratégicos:

Espaço Urbano Central: Espaço urbano central no sistema urbano concelhio, inerente à concentração de

funções municipais e supramunicipais, com grande relevância populacional e funcional, mas com uma cres-

cente perda de vitalidade social e económica;

Espaços Urbanos Consolidados: Espaços urbanos onde predomina a função residencial, em alguns casos

de expansão recente, onde a função residencial ainda não foi totalmente acompanhada pela dotação

de equipamentos de proximidade e de espaços verdes de recreio e de lazer;

Espaços Urbanos a Estruturar: Espaços urbanos de edificação fragmentada, debilmente integrados no

sistema urbano municipal, com carências de comércio, serviços, infraestruturas e equipamentos de proxi-

midade, espaços verdes e de lazer;

Polos Económicos Motrizes: Espaços com relevância à escala supramunicipal e municipal, onde se con-

centram maioritariamente as funções consumo e produção, mas com algumas debilidades em termos de

acessibilidades e de qualificação;

Polo de Equipamentos Desportivos: Conjunto de equipamentos desportivos de relevância municipal que

configuram o Complexo Desportivo Alfredo da Silva, do Grupo Desportivo Fabril do Barreiro, desta-

cando-se o Estádio Alfredo da Silva e o Pavilhão Vitor Domingos;

Estrutura Ecológica: Espaços de reserva maioritariamente associados aos sistemas ecológicos da AML e

sistemas naturais a valorizar;

Frente Ribeirinha Multifuncional: Extensão ribeirinha do Barreiro, ao longo do rio Tejo e do rio Coina,

acolhedora de pessoas e de atividades e com relevante potencial económico, social e ambiental;

Núcleos Urbanos Antigos: Espaços urbanos consolidados (núcleos antigos) onde predomina a função

residencial que, no seu conjunto, apresentam edificações em mau estado de conservação;

Áreas de Intervenção Prioritária: Espaços urbanos consolidados que, no seu conjunto, apresentam edifi-

cações em mau estado de conservação e onde persistem situações de exclusão social;

Áreas de Oportunidade: Grandes espaços vazios ou disponíveis (Cidade de Coina), com boas acessibi-

lidades ou com extensas áreas com usos obsoletos (QUIMIPARQUE, corredor ferroviário e Quinta do

Braamcamp), com potencial para a atração de novas atividades passíveis de contribuírem para a diver-

sificação do tecido socioeconómico e ambiental e para afirmação do Barreiro como uma centralidade

metropolitana.

A caraterização síntese de cada uma destas tipologias de espaço no concelho do Barreiro apresenta-se segui-

damente, sob a forma de fichas, sintetizando-se, antes, o modelo territorial proposto para o BARREIRO 2030.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 137

Modelo Territorial BARREIRO 2030

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

138 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

5.3. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS TERRITORIAIS

Espaço Urbano Central

Espaço urbano central no sistema urbano concelhio, inerente à concentração de funções municipais e supra-

municipais, com grande relevância populacional e funcional, mas com uma crescente perda de vitalidade social

e económica

Desafios Estratégicos de Valorização Territorial

→ Valorização dos espaços públicos, através da requalificação urbana

→ Revitalização social e económica, de modo a atrair população jovem para viver neste espaço

Orientação Estratégica Global

→ Consolidar e reforçar a sua centralidade, aumentar a sua atratividade, promover a sua regeneração

social e económica e reabilitar o espaço público

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 139

Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)

BARREIRO-CENTRO/ALTO DO SEIXALINHO/ VERDERENA

Pano de Fundo Orientação

Espaço com grande acessibilidade e

elevada densidade populacional,

mas com uma população envelhe-

cida e vitalidade socioeconómica

em perda

Aproveitar a sua centralidade, con-

jugando-a com intervenções de rea-

bilitação urbana e de revitalização

social e económica, incluindo a ex-

pansão para a área do território da

QUIMIPARQUE

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

140 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Espaços Urbanos Consolidados

0

Espaços urbanos onde predomina a função residencial, em alguns casos de expansão recente, onde a função

residencial ainda não foi totalmente acompanhada pela dotação de equipamentos de proximidade e de espa-

ços verdes de recreio e de lazer

Desafios Estratégicos de Valorização Territorial

→ Preenchimento dos espaços urbanos expectantes

→ Qualificação dos espaços públicos, dotando-os de infraestruturas e de equipamentos

Orientação Estratégica Global

→ Consolidar o processo de urbanização, completando remates urbanos, qualificando o espaço público

e reforçando a rede de equipamentos de proximidade e os espaços de lazer e de recreio equipados

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 141

Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)

1. LAVRADIO/QUINTA DA LOMBA/ QUINTA DOS FIDALGUINHOS

Pano de Fundo Orientação

Espaço de média densidade, com

bolsas disponíveis para construção e

uma boa rede de equipamentos de

proximidade e de espaços de lazer

e de recreio

Consolidar o processo de urbaniza-

ção, completando remates urbanos,

qualificando o espaço público

2. PALHAIS/VILA CHÃ/SANTO ANTÓNIO/ COINA

Pano de Fundo Orientação

Espaços de baixa densidade, com

bolsas disponíveis para construção e

bons acessos rodoviários

Consolidar o processo de urbaniza-

ção, completando remates urbanos,

qualificando o espaço público e cri-

ando equipamentos de proximidade

e espaços de lazer e de recreio

equipados

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

142 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Espaços Urbanos a Estruturar

Espaços urbanos de edificação fragmentada, debilmente integrados no sistema urbano municipal, com carên-

cias de comércio, serviços, infraestruturas e equipamentos de proximidade, espaços verdes e de lazer

Desafios Estratégicos de Valorização Territorial

→ Qualificação dos espaços públicos, dotando-os de infraestruturas, equipamentos e serviços

→ Preenchimento dos espaços vazios e aumento da sua urbanidade

→ Criação de condições favoráveis para a produção hortícola em contexto urbano

Orientação Estratégica Global

→ Qualificar o espaço público, reforçar a dotação de infraestruturas, equipamentos e serviços e melhorar

a articulação com o restante território concelhio em termos urbanísticos e paisagísticos

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 143

Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)

SUDESTE DO CONCELHO

Pano de Fundo Orientação

Espaços maioritariamente de génese

ilegal e de urbanização recente de

edificação fragmentada, com carên-

cias em termos de equipamentos de

proximidade, qualificação do es-

paço público e de espaços verdes e

de lazer

Desenvolver estudos urbanísticos

que preparem a evolução de médio-

longo prazo da morfologia urbana e

que permitam integrar as diversas

malhas urbanas (AUGI + urbaniza-

ções recentes), preencher vazios,

aumentar a sua urbanidade, dotar de

equipamentos e de espaços verdes e

revitalizar as atividades económi-

cas, compatibilizando esses usos

com a atividade agrícola (produção

hortícola em contexto urbano ou de

âmbito social)

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

144 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Polos Económicos Motrizes

Espaços com relevância à escala supramunicipal e municipal, onde se concentram maioritariamente as funções

consumo e produção, mas com algumas debilidades em termos de acessibilidades e de qualificação

Desafios Estratégicos de Valorização Territorial

→ Aprofundamento do processo de reconversão industrial e de reordenamento do espaço afeto às ativi-

dades económicas

→ Renovação e qualificação territorial e valorização da paisagem

→ Melhoria das acessibilidades viárias

Orientação Estratégica Global

Melhorar a acessibilidade viária, criar condições para que se possam renovar/qualificar, acolhendo

novas vagas de investimento privado (do armazém ao parque empresarial/centro de negócios), que

representem desejavelmente uma atualização em termos de inovação e de competitividade para o te-

cido económico local

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 145

Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)

1. QUIMIPARQUE

Pano de Fundo Orientação

Espaço onde se localizava a Quimi-

gal, atualmente Parque Empresarial,

onde será concretizado o Plano de

Urbanização do Território da QUI-

MIPARQUE e Áreas Envolventes

Concretizar o PU da QUIMIPAR-

QUE, diversificando as atividades

económicas e regenerando o terri-

tório

2. TELHA VELHA / SETE PORTAIS / QUINTA DAS REBELAS / CONTINENTE

/SANTO ANTÓNIO / CABEÇO VERDE

Pano de Fundo Orientação

Espaços constituídos por várias par-

celas autónomas, ocupados predo-

minantemente por unidades industri-

ais de pequena e média dimensão e

por médias superfícies comerciais

Promover a infraestruturação e a re-

qualificação, atraindo novos investi-

mentos

3. N10 / COINA

Pano de Fundo Orientação

Espaço de localização de atividades

económicas, onde predominam o

grande comércio a retalho e algu-

mas unidades industriais

Aproveitar a grande acessibilidade

metropolitana e os investimentos ro-

doviários em curso e desenvolver um

importante polo económico (comér-

cio e serviços) no sul do concelho

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

146 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Polo de Equipamentos Desportivos

Conjunto de equipamentos desportivos de relevância municipal que configuram o Complexo Desportivo Al-

fredo da Silva, do Grupo Desportivo Fabril do Barreiro, destacando-se o Estádio Alfredo da Silva e o Pavilhão

Vitor Domingos

Desafios Estratégicos de Valorização Territorial

→ Requalificação do espaço público circundante ao Complexo Desportivo

→ Integração do Complexo Desportivo com a cidade

Orientação Estratégica Global

→ Promover a integração do Complexo Desportivo com a cidade, requalificando o espaço público e me-

lhorando a acessibilidade rodoviária

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 147

Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)

1. COMPLEXO DESPORTIVO ALFREDO DA SILVA

Pano de Fundo Orientação

Principal conjunto de equipamentos

desportivos do Barreiro, de relevân-

cia municipal e na proximidade do

espaço urbano do Barreiro, Alto do

Seixalinho e do Lavradio, com boas

acessibilidades rodoviárias

Requalificar o espaço público cir-

cundante ao Complexo Desportivo

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

148 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Estrutura Ecológica

Espaços de reserva maioritariamente associados aos sistemas ecológicos da AML e sistemas naturais a valori-

zar

Desafios Estratégicos de Valorização Territorial

→ Definição de uma rede fundamental de áreas, corredores e ligações ecológicas, de valorização paisa-

gística e ambiental do sistema territorial concelhio

→ Qualificação da Mata Nacional da Machada, reforçando a dotação de equipamentos para atividades

de recreio e lazer

Orientação Estratégica Global

→ Valorizar paisagística e ambientalmente estes territórios, enquanto espaços de descompressão, sorve-

douros de carbono, dotados, sempre que adequado, de condições para o lazer

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 149

Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)

1. MATA NACIONAL DA MACHADA

Pano de Fundo Orientação

Espaço de riqueza ecológica e pai-

sagística, principal mancha verde e

“pulmão da cidade”

Proteger e valorizar a sua diversi-

dade ecológica e paisagística, privi-

legiado para atividades de recreio

e lazer

2. ÁREAS VITAIS (Baixa da Vala Real, Coina, …)

Pano de Fundo Orientação

Áreas sem aptidão construtiva, mas

com grande relevância no âmbito

dos sistemas ecológicos da AML

Arborização das grandes manchas

sem aptidão para edificação, valori-

zando a paisagem e o ambiente do

concelho

3. ESPAÇOS CANAIS

Pano de Fundo Orientação

Espaços dominados por infraestrutu-

ras rodoviárias de grande capaci-

dade, constituindo barreiras que

segmentam o contínuo urbano e li-

nhas de águas, enquanto corredores

complementares

Valorização paisagística da cidade,

através da arborização dos grandes

espaços canais (IC21, antiga EN10-

3, antiga EN11-2, IC32) e valoriza-

ção das linhas de água

4. ARBORIZAÇÃO URBANA

Pano de Fundo Orientação

A autarquia tem promovido um pro-

cesso progressivamente mais inten-

sivo de arborização dos espaços

públicos, quer nas áreas urbanas

centrais ou noutras mais recentes

Reforço da arborização urbana, em

especial na malha urbana consoli-

dada e criação de pequenos espa-

ços verdes de recreio e de lazer

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

150 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Frente Ribeirinha Multifuncional

Extensão ribeirinha do Barreiro, ao longo do rio Tejo e do rio Coina, acolhedora de pessoas e de atividades

e com relevante potencial económico, social e ambiental

Desafios Estratégicos de Valorização Territorial

→ Aproveitamento do potencial económico, valorizando as funções portuárias, logísticas e industriais

→ Aproveitamento do potencial social, valorizando a frente ribeirinha como um espaço social e desafogo

urbano

→ Aproveitamento do potencial ambiental, preservando os sistemas naturais

Orientação Estratégica Global

→ Valorizar e preservar a frente ribeirinha, adequando-a aos seus diversos potenciais (económico, social

e ambiental)

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 151

Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)

1. PARQUE BAIA TEJO

Pano de Fundo Orientação

Frente ribeirinha do espaço onde se

localizava a Quimigal, onde será

concretizado o Plano de Urbaniza-

ção do Território da QUIMIPARQUE

e Áreas Envolventes e onde deverá

localizar-se o Terminal de Conten-

tores de Águas Profundas da AML

Valorizar as funções portuárias, lo-

gísticas e industriais, concretizando

a grande oportunidade deste terri-

tório.

2. FRENTE URBANA

Pano de Fundo Orientação

Frente ribeirinha de grande exten-

são, limitando o concelho a norte e

a oeste, até Palhais, com grande di-

versidade paisagística, mas presen-

temente subaproveitado para ativi-

dades de recreio e de lazer

Valorizar a frente ribeirinha como

um espaço social e desafogo ur-

bano, privilegiando a qualificação

do espaço público, o lazer e o de-

senvolvimento de atividades ligadas

aos desportos náuticos, reforçando

a aposta estratégica do recreio e

dos lazeres no contexto metropoli-

tano.

3. PALHAIS-COINA

Pano de Fundo Orientação

Frente ribeirinha de grande exten-

são ao longo do rio Coina, de

grande riqueza ambiental e paisa-

gística

Preservar os sistemas naturais e per-

mitir a sua visitação e interpretação.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

152 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Núcleos Urbanos Antigos

Espaços urbanos consolidados (núcleos antigos) onde predomina a função residencial que, no seu conjunto,

apresentam edificações em mau estado de conservação

Desafios Estratégicos de Valorização Territorial

→ Revitalização social e económica, de modo a atrair população jovem para viver neste espaço

→ Valorização dos espaços públicos, através da requalificação urbana

Orientação Estratégica Global

→ Promover a sua regeneração social e económica, criando condições para melhorar o estado de con-

servação do edificado e reabilitar o espaço público

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 153

Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)

NÚCLEO HISTÓRICO

Pano de Fundo Orientação

Espaço com uma malha ortogonal

paralela à frente ribeirinha e com

volumetria predominante de dois pi-

sos, com edifícios em deficiente es-

tado de conservação e maioritaria-

mente devolutos

Área urbana a regenerar e a reabi-

litar, intervindo no espaço público e

no edificado

LAVRADIO

Pano de Fundo Orientação

Espaço de média densidade, com o

parque edificado degradado e com

elevado número de alojamentos de-

volutos/ vagos

Aproveitar a sua proximidade da

QUIMIPARQUE, (beneficiando das

intervenções previstas no PU), pro-

movendo a reabilitação urbana

SETE PORTAIS

Pano de Fundo Orientação

Espaço bem dotado em termos de

acessibilidades, equipamentos e es-

paço público

Desenvolver e estruturar a malha ur-

bana, beneficiando da proximidade

da frente ribeirinha

SANTO ANTÓNIO DA CHARNECA

Pano de Fundo Orientação

Espaços de baixa densidade, com

bons acessos rodoviários

Consolidar a sua atratividade junto

de segmentos de nível superior

PALHAIS/COINA

Pano de Fundo Orientação

Espaços de baixa densidade, com

forte caráter identitário e com o

parque edificado degradado

Valorizar a sua dinâmica e identi-

dade local, promovendo interven-

ções de reabilitação urbana

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

154 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Áreas de Intervenção Prioritária

Espaços urbanos consolidados que, no seu conjunto, apresentam edificações em mau estado de conservação

e onde persistem situações de exclusão social

Desafios Estratégicos de Valorização Territorial

→ Regeneração e reabilitação das áreas urbanas, promovendo condições físicas promotoras da inclusão

social e da pertença ao território, através de operações integradas que mobilizem a atuação de todos

os atores

→ Qualificação do parque habitacional municipal

Orientação Estratégica Global

→ Promover a sua reabilitação do espaço público e dotar o parque habitacional das condições de habi-

tabilidade conducentes ao bem-estar dos residentes

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 155

Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)

1. NÚCLEO HISTÓRICO

Pano de Fundo Orientação

Espaço com uma malha ortogonal

paralela à frente ribeirinha e com

volumetria predominante de dois pi-

sos, com edifícios em deficiente es-

tado de conservação e maioritaria-

mente devolutos

Área urbana a regenerar e a reabi-

litar, intervindo no espaço público e

no edificado

2. QUINTA DA AMOREIRA

Pano de Fundo Orientação

Espaço com caraterísticas de pe-

queno aglomerado rural, com edifi-

cações com reduzidas condições de

habitabilidade

Área urbana crítica a regenerar e a

reabilitar, melhorando as condições

de habitat precário

3. BAIRRO DA QUINTA DA MINA

Pano de Fundo Orientação

Espaço com uma estrutura urbana di-

fusa, de hierarquia indefinida, sem

centralidades, com graves proble-

mas construtivos e estruturais, com

ocupação indevida dos espaços pú-

blicos e existência de barracas e de

edifícios com caráter provisório

Área urbana crítica a regenerar e a

reabilitar, melhorando as condições

de habitat precário, de qualidade

dos espaços públicos, infraestrutu-

ras, equipamentos

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

156 REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16

Áreas de Oportunidade

Grandes espaços vazios ou disponíveis (Cidade de Coina), com boas acessibilidades ou com extensas áreas

com usos obsoletos (QUIMIPARQUE, corredor ferroviário e Quinta do Braamcamp), com potencial para a

atração de novas atividades passíveis de contribuírem para a diversificação do tecido socioeconómico e am-

biental e para afirmação do Barreiro como uma centralidade metropolitana

Desafios Estratégicos de Valorização Territorial

→ Regeneração dos espaços com usos obsoletos

→ Atração de novas atividades, diversificadoras do tecido socioeconómico e ambiental

Orientação Estratégica Global

Concretizar as intenções de investimento, realizando as potencialidades associadas à acessibilidade e

às boas condições de edificabilidade, para a atração de novas atividades, passíveis de contribuírem

para a diversificação do tecido socioeconómico e para afirmação do Barreiro como uma centralidade

metropolitana.

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ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO | BARREIRO 2030

REFERENCIAL ESTRATÉGICO E MODELO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL | ABRIL.16 157

Orientações Estratégicas Específicas (Territorialização)

1. NORTE DO BARREIRO

Pano de Fundo Orientação

Espaço da Quinta do Braancamp,

único complexo rural em plena ci-

dade do Barreiro e de Alburrica; es-

paço da localização da antiga Qui-

migal, atualmente Parque Empresa-

rial, onde será concretizado o Plano

de Urbanização do Território da

QUIMIPARQUE e Áreas Envolventes;

corredor ferroviário sul-sueste

Aproximar a cidade da zona ribeiri-

nha, aproveitando melhor as poten-

cialidades dos rios Tejo e Coina,

concretizar o PU da QUIMIPARQUE,

diversificando as atividades econó-

micas e regenerando o território;

pensar o corredor ferroviário como

espaço integrante da cidade, elimi-

nando o efeito de barreira divisória

2. CIDADE DE COINA

Pano de Fundo Orientação

Área expectante com grande apti-

dão urbanística, caraterizada por

excelentes condições de acessibili-

dade

Aproveitar a disponibilidade de solo

e a rede de acessibilidades – rodo-

viárias e ferroviárias – para a cons-

trução de uma nova cidade no sul do

concelho

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