estratÉgias de projeto · ser um importante elemento de ... existente como a já implantada, de...

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1 - REDE DE CONEXÕES A proposta urbanística e paisagística propõe uma malha de caminhos que atravessam e circundam toda a área do Parque Estadual do Rio Cocó (01). A ideia foi estabelecer uma rede de conexões urbanas qualificando percursos já existentes e propondo novos percursos alternativos, fazendo com que o Parque do Cocó passe a ser um importante elemento de articulação urbana, interligando as principais vias urbanas da região por meio de uma malha peatonal e cicloviária (02). Além disso, foram consideradas para o projeto, tanto a malha cicloviária existente como a já implantada, de forma a potencializar este meio de transporte tão importante para a cidade. Foram ainda considerados e interligados à rede de conexão urbana os mais importantes equipamentos localizados no entorno imediato do parque, como a Câmara Municipal, o Shopping Iguatemi e o Centro de Convenções, a Unifor e a Assembléia Legislativa. A rede de conexões proposta é composta de: 1.1 - Calçadões no contorno do Parque. Propõe-se a requalificação dos passeios já existentes e cuja pavimentação de blocos intertravados de concreto foi implantada há relativamente pouco tempo. Nesses casos, a proposta é a de alargar os passeios na direção do parque preservando integralmente o conjunto do passeio já implantado e a largura existente das pistas de rolamento. A configuração proposta para o novo calçadão inclui uma ciclovia com dois metros e meio de largura na faixa mais próxima ao parque, uma faixa de um metro e meio de circulação de pedestres adequada aos padrões de acessibilidade universal, com sinalização podotátil para deficientes visuais e piso antiderrapante, e ainda uma faixa de um metro de largura junto ao meio fio para o posteamento, arborização e tampas de redes de infraestrutura urbana. Ainda nesta faixa de serviços, propõe-se, nos trechos em que o calçadão acontece em ruas de pouco movimento e em bairros residenciais, como no Aerolândia ou no Jardim das Oliveiras, bancos e lixeiras no mesmo padrão proposto para toda a área do parque, sob a arborização já implantada. Para as árvores já implantadas, são propostas golas de concreto pré-fabricado. Nos trechos em que a arborização urbana apresenta descontinuidades ou nos trechos em que não há arborização, propõe-se o plantio de espécies nativas próprias à arborização de vias, com golas em concreto pré-fabricado. Nos trechos em que não há passeios pavimentados ou a pavimentação está inadequada, propõe-se a implantação do calçadão seguindo os mesmo padrões construtivos e as mesmas dimensões das áreas em que ele foi requalificado. Nos trechos em que os calçadões passam em pontes já existentes, foi prevista a ampliação do passeio por meio de estrutura auxiliar, aparafusada nas vigas laterais das pontes, criando uma faixa de ciclovia independente. Para a transposição das vias de maior movimento, foram criadas passarelas elevadas, com altura de aproximadamente 5 metros, com rampas com inclinação suave, de 5%, o que dispensa patamares de descanso e com largura que inclui tanto a faixa de pedestres como de bicicletas. 1.2 - Trilhas ecológicas atravessando o Parque. Para os caminhos que atravessam o Parque do Rio Cocó nos mais diferentes pontos, propõe-se a implantação de trilhas ecológicas, ampliando e qualificando a experiência que já acontece nas áreas próximas ao Parque Adahil Barreto (área 04) e ao Parque do Cocó (área 06). Nesses locais já existem hoje trilhas ecológicas que interligam alguns pontos do parque e que já contribuem no sentido da educação ambiental da população. Para criar percursos que estejam disponíveis não somente para fins de turismo ecológico, mas que também contribuam com os percursos cotidianos da população local, inclusive em períodos de chuva, propõe-se que as trilhas tenham três metros de largura e que tenham piso com placas pré-fabricadas de concreto drenante (permeabilidade de 90%). Ao longo das trilhas, serão instaladas lixeiras em concreto pré- fabricado, no padrão adotado para todo o parque. Nos encontros entre trilhas dentro do parque, foram previstas ilhas com bancos e tótens de sinalização visual, ambos em concreto pré-fabricado, no padrão geral do parque. Para as travessias sobre os cursos d’água, foram previstas passarelas com estrutura, piso e guarda-corpos de madeira, com três metros de largura. 2 - REQUALIFICAÇÃO AMBIENTAL A proposta urbanística e paisagística para o Parque do Cocó inclui um Plano de Requalificação Ambiental para toda a área, considerando tanto a recomposição da cobertura vegetal do parque como o sistema hidrológico do Rio Cocó. Para a recomposição vegetal do parque, foram consideradas cada uma das três grandes unidades geoambientais que estão presentes na área do parque e suas respectivas coberturas vegetais pioneiras: a Faixa Litorânea, com sua cobertura vegetal típica de planície litorânea; as áreas de dunas fixas e semi-fixas, com sua vegetação característica e as áreas de planícies fluvio-marinhas e sua vegetação de mangue. No projeto de todas as dezessete áreas de intervenção direta do Parque do Cocó, foi prevista a recomposição vegetal nativa tanto com espécies arbóreas como também com espécies rasteiras e de forração. Para as demais áreas do parque também foi prevista a recomposição vegetal por meio de um plano geral, em nível de diretrizes paisagísticas. (ver prancha 04/15). A melhoria da qualidade ambiental do Rio Cocó é importante tanto para a requalificação ambiental da área como para a exploração do potencial turístico do parque. Para isso, propõe-se no nível de diretriz urbanística, a implantação de redes interceptoras de esgoto em algumas áreas específicas do entorno do parque com ocupações irregulares, já consolidadas ou potenciais, localizadas à jusante das redes públicas de saneamento ou em áreas sem qualquer tipo de infraestrutura urbana de esgoto (03). Propõe-se ainda, também em nível de diretriz urbanística, com a finalidade de aumentar o controle de cheias do Rio Cocó nos períodos chuvosos, um sistema de bacias de detenção na sua margem direita (04). Aproveitando grandes áreas não urbanizadas localizadas no bairro Jardim das Oliveiras e imediações, são propostos campos de futebol rebaixados em relação às cotas altimétricas das vias urbanas do entorno, capazes de absorver grandes volumes de água de chuva antes de atingirem o leito do Rio Cocó. 3 - SUPERFÍCIES TOPOLÓGICAS As áreas de intervenção propostas no presente concurso constituem, em sua grande maioria, extensas áreas urbanas terraplanadas ou com inclinações muito suaves. Como forma de gerar maior diversidade de apropriação funcional e simbólica desses espaços públicos, foram propostas pequenas elevações do terreno natural, redesenhado como uma superfície topológica. As elevações, todas universalmente acessíveis, ora abrigam espaços de uso específico como áreas com brinquedos ou pistas de skate, ora geram pontos de observação à distância. As alturas máximas dessas elevações chegam à 1,20 e 1,60 m em relação ao nível da praça em que estão inseridas, o que contribui para criar maior variedade espacial no espaço público, sem comprometer sua segurança com a criação de barreiras visuais (05). A conformação lateral dessas elevações acontece na forma de jardineiras, contidas por placas de concreto pré-fabricado, que por sua vez geram bancos e arquibancadas em alguns trechos específicos. ESTRATÉGIAS DE PROJETO Apresenta-se aqui, o Plano Geral para o Parque, baseado em um Diagnóstico Ambiental da área, contendo diretrizes gerais da proposta, um plano de articulação do parque com a cidade e sua malha viária, diretrizes de mobilidade e acessibilidade e princípios gerais de sustentabilidade ambiental para as intervenções. 4 - SOMBRA E LUZ O projeto paisagístico para as dezessete áreas de intervenção propostas pelo concurso toma como base a ideia de espaços públicos com o máximo de sombreamento durante o dia e com a melhor condição de iluminação durante a noite. Considerando as características climáticas de Fortaleza e o regime de incidência solar a que uma cidade de baixa longitude está sujeita, somente espaços adequadamente sombreados e com boa ventilação natural são capazes de garantir qualidade ambiental para a apropriação adequada. Para isso, foram propostas para as praças três estratégias: a manutenção integral dos indivíduos arbóreos existentes; o plantio de novos indivíduos, privilegiando as espécies nativas e as características de copa com alta capacidade de filtragem de luz e radiação solar; a criação de elementos de sombreamento na forma de pérgolas, com características físicas que garantem tanto a atenuação da incidência solar direta sobre os espaços de permanência, com a sua adequada ventilação, aproveitando os ventos que sopram praticamente o ano todo vindo das direções Leste e Es sudeste (06). Para a iluminação das dezessete áreas urbanas para os calçadões de contorno do parque, foi proposta uma iluminação com postes metálicos de 3,5 metros de altura e luminárias com lâmpadas de LED. Em todos os equipamentos esportivos, campos de futebol, quadras e pistas de skate, foram propostos refletores com lâmpadas multivapores metálicos (HQI) em postes altos de concreto pré-fabricado. A ideia aqui é a de garantir o uso noturno das praças para atividades de esporte e lazer e também a circulação geral das pessoas nos caminhos de maior fluxo, por meio de uma iluminação adequada, melhorando a sensação de segurança urbana dos espaços públicos e aumentando seu potencial de utilização. 5 - ROBUSTEZ E LEVEZA A proposta de intervenção nas dezessete áreas usa duas estratégias distintas na definição dos materiais e sistemas construtivos dos principais elementos urbanísticos e paisagísticos. Todos os elementos no nível do chão, mais próximos ao contato diário com as pessoas e, portanto, mais sujeitos a ações de degradação e vandalismo, precisam ser elementos robustos, sólidos, de maior durabilidade e menor custo de manutenção. Propõe-se que estes elementos sejam constituídos predominantemente de concreto pré-fabricado, como já acontece com diversos elementos e mobiliários urbanos presentes nos espaços públicos de Fortaleza. Os quiosques para instalação de pequenos comércios, postos da Polícia Militar e para sanitários foram pensados utilizando um módulo básico de concreto pré-fabricado. Também foram pensados utilizando esse mesmo material os elementos de contenção as jardineiras e bancos, bem como as lixeiras e os pilares das pérgolas e das edificações. Já para as partes desses mesmos elementos urbanos que ficam distantes do chão e sem contato direto com ele, foi utilizada a madeira certificada, de reflorestamento, mais leve, gerando menor sobrecarga. Isso acontece tanto nos três edifícios propostos como nas pérgolas criando uma imagem mais adequada à inserção em uma área de preservação ambiental (07). 6 - FACILIDADE E AGILIDADE DE CONSTRUÇÃO Os elementos urbanos presentes nas dezessete áreas de intervenção e nos calçadões de contorno e trilhas ecológicas foram todos pensados a partir da premissa de facilidade de transporte até o canteiro e simplificação construtiva. Todos os pisos propostos são constituídos por elementos pré-fabricados: pisos intertravados nas áreas pavimentadas das praças, seguindo o padrão já existente em algumas calçadas do entorno do parque, e placas de concreto drenante nas trilhas, todos possíveis de serem transportados manualmente. Os elementos pré-fabricados de contenção das jardineiras e os bancos que sobre eles se assentam nas praças, são todos constituídos por placas de concreto de 70x40x40 cm, facilmente transportáveis com carrinhos de mão até o local onde serão instalados (08). Da mesma forma, as lixeiras, os bicicletários e tótens de comunicação visual são elementos que dispensam transporte mecanizado para sua instalação. Somente os módulos com os quiosques necessitam de algum tipo de içamento mecânico, mas todos se localizam em áreas próximas à vias urbanas, facilitando a sua instalação com um caminhão-guincho (munck). Para facilitar o seu transporte, as medidas destes módulos de concreto foram pensadas em função das medidas de uma carroceria típica de caminhão (09). Além da facilidade construtiva, o uso predominante de elementos industrializados na proposta urbanística contribui para uma maior padronização visual das intervenções em todo o extenso perímetro do Parque do Cocó e possibilita uma reposição mais fácil ao longo dos anos. (01) Rede de Conexões Urbanas proposta para o Parque do Cocó, em cinza, com calçadões em tons alaranjados e trilhas ecológicas em tons verdes. (02) Rede de Conexões Urbanas proposta para o Parque do Cocó em tons alaranjados, articulados com a malha viária existente, em preto. (03) Redes de esgoto propostas, em marrom, sob vias urbanas e trilhas ecológicas. (04) Em laranja, sistema de bacias de detenção proposto como diretriz na sua margem direita do rio Cocó aproveitando grandes áreas não urbanizadas localizadas no bairro Jardim das Oliveiras e imediações. (05) Elevações propostas criam maior variedade espacial no espaço público, sem comprometer sua segurança com a criação de barreiras visuais. conformação lateral dessas elevações geram bancos e arquibancadas em alguns trechos específicos. (06) Pérgolas garantem a atenuação da incidência solar direta sobre os espaços de permanência com a sua adequada ventilação, aproveitando os ventos que sopram praticamente o ano todo. (07) Tanto para as praças (esquerda) como para os edifícios (direita), duas estratégias distintas foram adotadas: todos os elementos no nível do chão (em preto), mais sujeitos a degradação, propõe-se o uso do concreto pré- fabricado, já para as partes dos elementos que ficam distantes do chão, foi utilizada madeira certificada. (08) Os mobiliários pré-fabricados são facilmente transportáveis com carrinhos de mão até o local onde serão e dispensam transporte mecanizado para sua instalação (09) As medidas dos módulos de concreto de quiosques, únicos que necessitam de algum tipo de içamento mecânico, foram pensadas em função das medidas de uma carroceria típica de caminhão Vista do Batalhão da Polícia Ambiental, na área 9 - Caça e Pesca - Desde o rio Cocó 02 081

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1 - REDE DE CONEXÕESA proposta urbanística e paisagística propõe uma malha de caminhos que atravessam e circundam toda a

área do Parque Estadual do Rio Cocó (01). A ideia foi estabelecer uma rede de conexões urbanas qualificando

percursos já existentes e propondo novos percursos alternativos, fazendo com que o Parque do Cocó passe a

ser um importante elemento de articulação urbana, interligando as principais vias urbanas da região por meio de

uma malha peatonal e cicloviária (02). Além disso, foram consideradas para o projeto, tanto a malha cicloviária

existente como a já implantada, de forma a potencializar este meio de transporte tão importante para a cidade.

Foram ainda considerados e interligados à rede de conexão urbana os mais importantes equipamentos localizados

no entorno imediato do parque, como a Câmara Municipal, o Shopping Iguatemi e o Centro de Convenções, a

Unifor e a Assembléia Legislativa.

A rede de conexões proposta é composta de:

1.1 - Calçadões no contorno do Parque. Propõe-se a requalificação dos passeios já existentes e cuja pavimentação

de blocos intertravados de concreto foi implantada há relativamente pouco tempo. Nesses casos, a proposta é a

de alargar os passeios na direção do parque preservando integralmente o conjunto do passeio já implantado e a

largura existente das pistas de rolamento. A configuração proposta para o novo calçadão inclui uma ciclovia com

dois metros e meio de largura na faixa mais próxima ao parque, uma faixa de um metro e meio de circulação de

pedestres adequada aos padrões de acessibilidade universal, com sinalização podotátil para deficientes visuais e

piso antiderrapante, e ainda uma faixa de um metro de largura junto ao meio fio para o posteamento, arborização

e tampas de redes de infraestrutura urbana. Ainda nesta faixa de serviços, propõe-se, nos trechos em que o

calçadão acontece em ruas de pouco movimento e em bairros residenciais, como no Aerolândia ou no Jardim

das Oliveiras, bancos e lixeiras no mesmo padrão proposto para toda a área do parque, sob a arborização já

implantada. Para as árvores já implantadas, são propostas golas de concreto pré-fabricado. Nos trechos em

que a arborização urbana apresenta descontinuidades ou nos trechos em que não há arborização, propõe-se o

plantio de espécies nativas próprias à arborização de vias, com golas em concreto pré-fabricado. Nos trechos em

que não há passeios pavimentados ou a pavimentação está inadequada, propõe-se a implantação do calçadão

seguindo os mesmo padrões construtivos e as mesmas dimensões das áreas em que ele foi requalificado. Nos

trechos em que os calçadões passam em pontes já existentes, foi prevista a ampliação do passeio por meio de

estrutura auxiliar, aparafusada nas vigas laterais das pontes, criando uma faixa de ciclovia independente. Para a

transposição das vias de maior movimento, foram criadas passarelas elevadas, com altura de aproximadamente

5 metros, com rampas com inclinação suave, de 5%, o que dispensa patamares de descanso e com largura que

inclui tanto a faixa de pedestres como de bicicletas.

1.2 - Trilhas ecológicas atravessando o Parque. Para os caminhos que atravessam o Parque do Rio Cocó nos

mais diferentes pontos, propõe-se a implantação de trilhas ecológicas, ampliando e qualificando a experiência que

já acontece nas áreas próximas ao Parque Adahil Barreto (área 04) e ao Parque do Cocó (área 06). Nesses locais

já existem hoje trilhas ecológicas que interligam alguns pontos do parque e que já contribuem no sentido da

educação ambiental da população. Para criar percursos que estejam disponíveis não somente para fins de turismo

ecológico, mas que também contribuam com os percursos cotidianos da população local, inclusive em períodos

de chuva, propõe-se que as trilhas tenham três metros de largura e que tenham piso com placas pré-fabricadas

de concreto drenante (permeabilidade de 90%). Ao longo das trilhas, serão instaladas lixeiras em concreto pré-

fabricado, no padrão adotado para todo o parque. Nos encontros entre trilhas dentro do parque, foram previstas

ilhas com bancos e tótens de sinalização visual, ambos em concreto pré-fabricado, no padrão geral do parque.

Para as travessias sobre os cursos d’água, foram previstas passarelas com estrutura, piso e guarda-corpos de

madeira, com três metros de largura.

2 - REQUALIFICAÇÃO AMBIENTALA proposta urbanística e paisagística para o Parque do Cocó inclui um Plano de Requalificação Ambiental para

toda a área, considerando tanto a recomposição da cobertura vegetal do parque como o sistema hidrológico

do Rio Cocó. Para a recomposição vegetal do parque, foram consideradas cada uma das três grandes unidades

geoambientais que estão presentes na área do parque e suas respectivas coberturas vegetais pioneiras: a Faixa

Litorânea, com sua cobertura vegetal típica de planície litorânea; as áreas de dunas fixas e semi-fixas, com sua

vegetação característica e as áreas de planícies fluvio-marinhas e sua vegetação de mangue. No projeto de todas

as dezessete áreas de intervenção direta do Parque do Cocó, foi prevista a recomposição vegetal nativa tanto com

espécies arbóreas como também com espécies rasteiras e de forração. Para as demais áreas do parque também

foi prevista a recomposição vegetal por meio de um plano geral, em nível de diretrizes paisagísticas. (ver prancha

04/15).

A melhoria da qualidade ambiental do Rio Cocó é importante tanto para a requalificação ambiental da área

como para a exploração do potencial turístico do parque. Para isso, propõe-se no nível de diretriz urbanística, a

implantação de redes interceptoras de esgoto em algumas áreas específicas do entorno do parque com ocupações

irregulares, já consolidadas ou potenciais, localizadas à jusante das redes públicas de saneamento ou em áreas sem

qualquer tipo de infraestrutura urbana de esgoto (03). Propõe-se ainda, também em nível de diretriz urbanística,

com a finalidade de aumentar o controle de cheias do Rio Cocó nos períodos chuvosos, um sistema de bacias de

detenção na sua margem direita (04). Aproveitando grandes áreas não urbanizadas localizadas no bairro Jardim

das Oliveiras e imediações, são propostos campos de futebol rebaixados em relação às cotas altimétricas das

vias urbanas do entorno, capazes de absorver grandes volumes de água de chuva antes de atingirem o leito do

Rio Cocó.

3 - SUPERFÍCIES TOPOLÓGICASAs áreas de intervenção propostas no presente concurso constituem, em sua grande maioria, extensas áreas urbanas

terraplanadas ou com inclinações muito suaves. Como forma de gerar maior diversidade de apropriação funcional

e simbólica desses espaços públicos, foram propostas pequenas elevações do terreno natural, redesenhado como

uma superfície topológica. As elevações, todas universalmente acessíveis, ora abrigam espaços de uso específico

como áreas com brinquedos ou pistas de skate, ora geram pontos de observação à distância. As alturas máximas

dessas elevações chegam à 1,20 e 1,60 m em relação ao nível da praça em que estão inseridas, o que contribui

para criar maior variedade espacial no espaço público, sem comprometer sua segurança com a criação de barreiras

visuais (05). A conformação lateral dessas elevações acontece na forma de jardineiras, contidas por placas de

concreto pré-fabricado, que por sua vez geram bancos e arquibancadas em alguns trechos específicos.

ESTRATÉGIAS DE PROJETOApresenta-se aqui, o Plano Geral para o Parque, baseado em um Diagnóstico Ambiental da área, contendo diretrizes gerais da proposta, um plano de articulação do parque com a cidade e sua malha viária, diretrizes de mobilidade

e acessibilidade e princípios gerais de sustentabilidade ambiental para as intervenções.

4 - SOMBRA E LUZO projeto paisagístico para as dezessete áreas de intervenção propostas pelo concurso toma como base a ideia de

espaços públicos com o máximo de sombreamento durante o dia e com a melhor condição de iluminação durante

a noite. Considerando as características climáticas de Fortaleza e o regime de incidência solar a que uma cidade

de baixa longitude está sujeita, somente espaços adequadamente sombreados e com boa ventilação natural

são capazes de garantir qualidade ambiental para a apropriação adequada. Para isso, foram propostas para as

praças três estratégias: a manutenção integral dos indivíduos arbóreos existentes; o plantio de novos indivíduos,

privilegiando as espécies nativas e as características de copa com alta capacidade de filtragem de luz e radiação

solar; a criação de elementos de sombreamento na forma de pérgolas, com características físicas que garantem

tanto a atenuação da incidência solar direta sobre os espaços de permanência, com a sua adequada ventilação,

aproveitando os ventos que sopram praticamente o ano todo vindo das direções Leste e Es sudeste (06).

Para a iluminação das dezessete áreas urbanas para os calçadões de contorno do parque, foi proposta uma

iluminação com postes metálicos de 3,5 metros de altura e luminárias com lâmpadas de LED. Em todos os

equipamentos esportivos, campos de futebol, quadras e pistas de skate, foram propostos refletores com lâmpadas

multivapores metálicos (HQI) em postes altos de concreto pré-fabricado. A ideia aqui é a de garantir o uso noturno

das praças para atividades de esporte e lazer e também a circulação geral das pessoas nos caminhos de maior

fluxo, por meio de uma iluminação adequada, melhorando a sensação de segurança urbana dos espaços públicos

e aumentando seu potencial de utilização.

5 - ROBUSTEZ E LEVEZAA proposta de intervenção nas dezessete áreas usa duas estratégias distintas na definição dos materiais e

sistemas construtivos dos principais elementos urbanísticos e paisagísticos. Todos os elementos no nível do chão,

mais próximos ao contato diário com as pessoas e, portanto, mais sujeitos a ações de degradação e vandalismo,

precisam ser elementos robustos, sólidos, de maior durabilidade e menor custo de manutenção. Propõe-se

que estes elementos sejam constituídos predominantemente de concreto pré-fabricado, como já acontece com

diversos elementos e mobiliários urbanos presentes nos espaços públicos de Fortaleza. Os quiosques para

instalação de pequenos comércios, postos da Polícia Militar e para sanitários foram pensados utilizando um

módulo básico de concreto pré-fabricado. Também foram pensados utilizando esse mesmo material os elementos

de contenção as jardineiras e bancos, bem como as lixeiras e os pilares das pérgolas e das edificações. Já para

as partes desses mesmos elementos urbanos que ficam distantes do chão e sem contato direto com ele, foi

utilizada a madeira certificada, de reflorestamento, mais leve, gerando menor sobrecarga. Isso acontece tanto

nos três edifícios propostos como nas pérgolas criando uma imagem mais adequada à inserção em uma área de

preservação ambiental (07).

6 - FACILIDADE E AGILIDADE DE CONSTRUÇÃOOs elementos urbanos presentes nas dezessete áreas de intervenção e nos calçadões de contorno e trilhas

ecológicas foram todos pensados a partir da premissa de facilidade de transporte até o canteiro e simplificação

construtiva. Todos os pisos propostos são constituídos por elementos pré-fabricados: pisos intertravados nas

áreas pavimentadas das praças, seguindo o padrão já existente em algumas calçadas do entorno do parque, e

placas de concreto drenante nas trilhas, todos possíveis de serem transportados manualmente. Os elementos

pré-fabricados de contenção das jardineiras e os bancos que sobre eles se assentam nas praças, são todos

constituídos por placas de concreto de 70x40x40 cm, facilmente transportáveis com carrinhos de mão até o local

onde serão instalados (08). Da mesma forma, as lixeiras, os bicicletários e tótens de comunicação visual são

elementos que dispensam transporte mecanizado para sua instalação. Somente os módulos com os quiosques

necessitam de algum tipo de içamento mecânico, mas todos se localizam em áreas próximas à vias urbanas,

facilitando a sua instalação com um caminhão-guincho (munck). Para facilitar o seu transporte, as medidas destes

módulos de concreto foram pensadas em função das medidas de uma carroceria típica de caminhão (09). Além da

facilidade construtiva, o uso predominante de elementos industrializados na proposta urbanística contribui para

uma maior padronização visual das intervenções em todo o extenso perímetro do Parque do Cocó e possibilita

uma reposição mais fácil ao longo dos anos.

(01) Rede de Conexões Urbanas proposta para o Parque do Cocó, em cinza, com calçadões em tons alaranjados e trilhas ecológicas em tons verdes.

(02) Rede de Conexões Urbanas proposta para o Parque do Cocó em tons alaranjados, articulados com a malha viária existente, em preto.

(03) Redes de esgoto propostas, em marrom, sob vias urbanas e trilhas ecológicas.

(04) Em laranja, sistema de bacias de detenção proposto como diretriz na sua margem direita do rio Cocó aproveitando grandes áreas não urbanizadas localizadas no bairro Jardim das Oliveiras e imediações.

(05) Elevações propostas criam maior variedade espacial no espaço público, sem comprometer sua segurança com a criação de barreiras visuais. conformação lateral dessas elevações geram bancos e arquibancadas em alguns trechos específicos.

(06) Pérgolas garantem a atenuação da incidência solar direta sobre os espaços de permanência com a sua adequada ventilação, aproveitando os ventos que sopram praticamente o ano todo.

(07) Tanto para as praças (esquerda) como para os edifícios (direita), duas estratégias distintas foram adotadas: todos os elementos no nível do chão (em preto), mais sujeitos a degradação, propõe-se o uso do concreto pré-fabricado, já para as partes dos elementos que ficam distantes do chão, foi utilizada madeira certificada.

(08) Os mobiliários pré-fabricados são facilmente transportáveis com carrinhos de mão até o local onde serão e dispensam transporte mecanizado para sua instalação

(09) As medidas dos módulos de concreto de quiosques, únicos que necessitam de algum tipo de içamento mecânico, foram pensadas em função das medidas de uma carroceria típica de caminhão

Vista do Batalhão da Polícia Ambiental, na área 9 - Caça e Pesca - Desde o rio Cocó

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