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ESTRATÉGIAS DE MONITORAMENTO E MANEJO DE PERCEVEJOS NAS FASES INICIAIS DE DESENVOLVIMENTO DO MILHO SAFRINHA Rodolfo Bianco Eng. Agr. Dr. / Entomologia - Instituto Agronômico do Paraná

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ESTRATÉGIAS DE MONITORAMENTO E MANEJO

DE PERCEVEJOS NAS FASES INICIAIS DE

DESENVOLVIMENTO DO MILHO SAFRINHA

Rodolfo BiancoEng. Agr. Dr. / Entomologia

- Instituto Agronômico do Paraná

Reconstruindo

o Manejo

Integrado de

Pragas (MIP)

Situação desejada Situação real

PRAGAS

DE

SOLO

Scaptocoris carvalhoi

(5 a 6 mm)

Scaptocoris castanea

(7 a 9 mm)

Percevejo castanho

Ataque de percevejo castanho na soja

Ataque de percevejo castanho no algodão

PERCEVEJO MARROM

(Euschistus heros)

Testemunha

Euschistus

Dichelops

Nezara

Tempo de PBV (1/planta) PM (2/planta)

alimentação Peso seco1 UR% Peso seco UR%

0 1,10 100,0 1,10 100,0

2 0,86 78,2 1,04 94,5

4 0,41 37,3 0,97 88,2

8 0,24 21,8 0,56 50,9

16 0,11 10,0 0,25 22,7

1 - média de 4 repetições (peso da parte aérea de uma planta)

Danos do PBV (Dichelops) e do PM (Euchistus) em milho. IAPAR 2011.

PERCEVEJO BARRIGA VERDE

(Dichelops melacanthus)

Alimento em grande escala

Abrigo

Foto: Passini (UEL)

Falhas na Dessecação

Fatores que influenciam na população de percevejos

Trapoeraba (Commelina virginica)

• Controle inadequado de ervas daninhas

• Plantio de milho na seqüência da colheita da soja

(soja ainda por ser colhida)

• Área de milho sempre inferior à da soja (1: 2,5)

• Maior dificuldade de controlar Dichelops na soja

desenvolvida

• Alta população de percevejo no final do ciclo da

soja

Dificuldades para o manejo do PBV

Percevejo Barriga Verde - PBV

Base para o manejo de pragas:

MONITORAMENTO

OLHO VIVO !

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

0 1 2 3 4 5 6 7

Nº de insetos / amostra de 0,5 x 0,5m (0,25m2)

y = 0,8533 (1 - e-0,8174x)

r 2 = 0,873

e = 2,7182818

Pro

po

rção

de a

mo

str

as i

nfe

sta

das (

Pai)

NC = 1 percevejos/m2

Fonte: Adaptado de Bianco( 2004 )

0,25

Ajuste entre a porcentagem de amostras infestadas (Pai) e a média de

percevejos por amostra. Londrina-PR 2002.

MONITORAMENTO DO PERCEVEJO BARRIGA VERDE

Preparo da isca: - Medir 500 ml de soja (± 300 g)

- umedecer a soja por 15 minutos (água com sal)

- deixar escorrer e dividir em 10 amostras

- colocar as 10 amostras (íscas) / talhão

- deixar a ísca por 48 horas antes de avaliar

Decisão: - Se encontrar 2 amostras ou mais com insetos, a área será considerada infestada

Semeadura direta a campo Semeadura em vasos enterrados

Opção de isca para monitorar

Nº de íscas

com insetosNível de risco Estratégia de manejo

até 1 baixo TS com carbamato ou diamidas

TS com neonicotinoide ou

pulverizações iniciais

(se encontrar 2 ou mais íscas com

insetos, pulverizar novamente)

altoacima de 5

moderadode 2 a 5

- Repetir monitoramento 7 a 10 DAE

- TS + Pulverização 2 - 3 DAE

Monitoramento do percevejo com iscas (10 unidades)

Fotos : Bianco, R

Percevejo barriga verde no milho (Dichelops melacanthus)

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

110,0

0 0,5 1 2 4 8 12 16

Número de percevejos por 10 plantas

Pro

du

ção

em

sac

as /

ha

Produção/ha

Perdas/ha

*

Nível de dano do percevejo barriga verde em milho 2ª safra 2013. IAPAR 2013

Potencial de dano:

0%

0

Planta isenta de

dano

Potencial de dano:

0%

1

Planta com poucas

pontuações sem

redução no porte

Potencial de

recuperação: 100%

Potencial de dano:

1 - 2%

2

Plantas com muitas

pontuações, leve

redução no porte

Potencial de

recuperação: 90% *

Potencial de dano:

10 - 20%

3

Planta com cartucho parcialmente

danificado, algum perfilhamento e

moderada redução no porte

Potencial de

recuperação: 50-60% *

Potencial de dano:

20 - 40%

4

Planta com forte

redução de porte

(altura), perfilhada

e/ou com cartucho

encharutado

* Maior certeza de recuperação dos danos ocorre quando se tem chuvas regulares e adubação nitrogenada complementar

Escala de notas de injúrias do Percevejo-Barriga-Verde

M I P não se faz exclusivamente

com táticas de controle das

pragas, mas também com boas

práticas agrícolas.

Acréscimo na produção do milho devido ao tratamento de sementes com Thiamethoxam, para diversos cultivares. IAPAR 2002/03

Cultivar Acréscimo (Sacas / ha)

Pionner 3041 8,03

Pionner 30F33 12,63

PRS 1010 12,73

Ag 6018 13,82

IPR 115 13,90

DOW 8460 16,10

NB 6210 17,55

DKB 350 17,81

0

5

10

15

20

25

30

35

40

To

tal d

e p

erc

eve

jos e

m 1

0 a

mo

str

as (

0,5

x 0

,5m

)

+

73%

Adulto AdultoNinfa Ninfa

Área dessecada

Avaliação da população do PBV sob dois manejos diferentes

(Área dessecada vs Pousio) Safra 2014

Área em Pousio

Fonte: Sawada (Syngenta)

Herbicida sistêmico

Herbicida contato

Trapoeraba seca(8 dias)

Efeito de herbicidas do tipo sistêmico e de contato na

velocidade de dessecação da trapoeraba.

Área 2 = Área infestada com ervas daninhas (9 -10%) = 7,9 percevejos/m2

Sucessão de cultivos: Milho / soja / milho

Área 1 = Área com poucas ervas daninhas (<1%) = 1,8 percevejos/m2

Sucessão de cultivos: Trigo / soja / milho

Necessidade de controle do PBV : Somente Tratamento de Sementes (TS)

Necessidade de controle do PBV : TS + 2 pulverizações iniciais

Fazenda Cocatto. Cambé-PR. 2015/2016

Dose em função do tamanho da semente. IAPAR/Londrina-PR. 2000.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

16 18 20

% P

lan

tas D

an

ific

ad

as

Tamanho da Semente (peneira)

Dose do produto

Testemunha

Normal (210 gia/100 Kg)

Corrigida (42 gia/60000 sementes)

Efeito inicial do TS

Pulverizar se encontrar 1

percevejo vivo para cada

10 plantas

Vistoriar a lavoura logo após a emergência do milho

Contato Tarsal

Ingestão

Contato Direto

Tipos de contaminação do percevejo via pulverização

Fotos: Sawada 2006

Tratamentos Época Aplicação

% Eficiência de Controle

Sem TS1 Com TS2

Neonicotinóide + Piretroide Pré - Emergência 25,65 76,97

Fosforado Pré - Emergência 5,56 69,73

Neonicotinóide + Piretroide Pós - Emergência 59,87 82,23

Fosforado Pós - Emergência 61,85 80,26

Testemunha - 0 60,52

1 - Sem TS - Sem Tratamento de sementes, 2 - Com TS - Com Tratamento de sementes.

Eficiência de controle do Dichelops melacanthus, em função de diferentes tratamentos.

Fazenda Saltinho. Ibiporã, PR. 2011. (Adaptado de Brustolin & Bianco, 2012)

2,3

4,7

1,3

3,2

4,1

0

1

2

3

4

5

06:00 09:00 12:00 15:00 18:00

de p

erc

evejo

s (

*)

Horário* Média de 10 plantas

Nº de percevejo em 4 lineares de milho (20 plantas), em função do horário.

IAPAR/Safrinha 2009.

Pulverização X Idade da planta

Recuperação de danos do percevejo barriga verde utilizando Nitrogênio e Quantis.

IAPAR. Milho safrinha 2015.

TratamentoProdução (sacas/ha)1

Sem inseto Dif.2 Com inseto3 Dif.4 PPI5

Testemunha 171,83 a - 85,50 b - 23,3

80 kg de N/ha 178,50 a 6,7 137,17 a 51,7 3,3

Quantis (2 litros/ha) 2x 172,16a 0,3 133,50 a 48,0 6,7

Média 174,16 118,72 55,4

CV% 7,59

1 - Média de 3 repetições. Mesma letra, iguais entre si (Tukey 10%)

2 - Diferença (sacas/ha) em relação a testemunha sem inseto

3 - 10 insetos aos 2 DAE + 5 insetos aos 9 DAE (Total 15 insetos/10 plantas)

4 - Diferença (sacas/ha) em relação a testemunha com inseto

5 - Porcentagem de Plantas Improdutivas (sem espigas)

1. Em áreas com presença de ervas daninhas, deve-se aplicar um dessecante 7 a 10 dias

antes da semeadura do milho;

2. Realizar o tratamento de sementes (TS), quando encontrar acima de 1 inseto por m2 de

palhada;

3. Os produtos para TS são altamente solúveis, portanto, em situações de alta precipitação,

no período que vai da semeadura até os 10 dias da emergência, a atenção quanto ao

monitoramento e controle do percevejo deve ser redobrada;

4. Após a emergência do milho (2-3 dias) avaliar a lavoura e, se encontrar 1 percevejo

vivo/10 plantas, realizar a pulverização complementar ao TS;

5. Reavaliar 5-7 dias após. Encontrando novamente 1 percevejo vivo/10 plantas, reaplicar;

6. Usar bico cone ou duplo leque espaçados de 50 cm, com vazão de 150 l/ha ou mais. A

altura da barra não deve passar dos 50 cm do solo;

7. Em função do período de maior exposição do percevejo, aplicar das 7:00 as11:00 e das

16:00-19:00 horas, evitando os horários de alta temperatura;

8. Evitar aplicações em dias frios e/ou com baixa umidade relativa;

9. Nunca esperar o aparecimento dos sintomas de dano para controlar a praga, pois poderá

já ser tarde;

10. Prover boa nutrição do milho. O nitrogênio ajuda na recuperação das plantas com

sintomas de dano, quando aplicado entre 10 e 15 dias da emergência das plantas;

11. Áreas com histórico de altas infestações: realizar manejo de população no sistema

produtivo, procurando melhorar o controle dos percevejos no cultivo anterior.

Manejo do PBV / Milho

V1 - V7 R5.1 - R5.3R1/R2

Vegetativo Reprodutivo ReprodutivoVegetativo

V1 V3

1 PBV / 10 plantas

Pulverizar

Dessecação +

inseticida

TS

TS

Manejo das ervas daninhas

Manejo

das ervas

daninhas

Manejo do Percevejo Barriga Verde – PBV,

no sistema soja/milho.

Faça o monitoramento

OLHO VIVO !

Não durma de touca

Obrigado pela

atenção!

Rodolfo BiancoE-mail: [email protected]

Telefone 43 – 3376 2307