estratÉgia e tÁtica: estudo da aplicaÇÃo...

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ESTRATÉGIA E TÁTICA: ESTUDO DA APLICAÇÃO DOS CONCEITOS MILITARES NA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO CAROLINA MAIA DOS SANTOS (CEFET/RJ ) [email protected] JULIO CESAR VALENTE FERREIRA (CEFET/RJ ) [email protected] De origem militar, o termo estratégia, hoje, é aplicado em muitos outros segmentos e com isto seu conceito original sofreu transformações, como o utilizado na engenharia de produção. Tal fato, dificulta o desenvolvimento e o avanço das inveestigações neste setor, diferentemente do que ocorre nas organizações militares, onde o termo estratégia possui uma conceituação definitiva. Neste trabalho, isto será evidenciado através de estudos de caso tanto no campo militar como na abordagem da engenharia de produção. Palavras-chaves: Conceito de estratégia, Estudos estratégicos, Administração estratégica XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos Salvador, BA, Brasil, 08 a 11 de outubro de 2013.

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ESTRATÉGIA E TÁTICA: ESTUDO DA

APLICAÇÃO DOS CONCEITOS

MILITARES NA ENGENHARIA DE

PRODUÇÃO

CAROLINA MAIA DOS SANTOS (CEFET/RJ )

[email protected]

JULIO CESAR VALENTE FERREIRA (CEFET/RJ )

[email protected]

De origem militar, o termo estratégia, hoje, é aplicado em muitos

outros segmentos e com isto seu conceito original sofreu

transformações, como o utilizado na engenharia de produção. Tal fato,

dificulta o desenvolvimento e o avanço das inveestigações neste setor,

diferentemente do que ocorre nas organizações militares, onde o termo

estratégia possui uma conceituação definitiva. Neste trabalho, isto será

evidenciado através de estudos de caso tanto no campo militar como

na abordagem da engenharia de produção.

Palavras-chaves: Conceito de estratégia, Estudos estratégicos,

Administração estratégica

XXXIII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos

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1.Introdução

Os conceitos de estratégia aplicados em diversos segmentos atualmente são oriundos dos

estudos e práticas das organizações militares. Entretanto, suas definições e propósitos de

utilização foram apropriados de maneira distinta àquelas já existentes, ocasionando uma

diferenciação entre o conceito de estratégia na sua origem e a empregada nas diversas áreas,

entre elas a engenharia de produção.

Assim, o objetivo principal deste trabalho é discutir os conceitos para o termo estratégia,

confrontando os referenciais adotados em sua origem militar com aqueles transpostos para a

engenharia de produção, através do relato de casos referentes a cada uma das áreas citadas.

2. Referencial teórico

Junto ao surgimento das primeiras civilizações, notou-se o emprego de métodos primitivos de

combate que se conduziam “em um único plano, aquele referente ao preparo e à condução de

combates e engajamentos, correspondente ao que hoje se denomina nível tático.” (PINTO,

2007, p. 2).

Todavia, devido à evolução tecnológica, ao crescimento populacional, às mudanças dos

regimes políticos e ao maior conhecimento geográfico, tem-se o surgimento de novos níveis

de luta armada. Porém, o andamento do estudo da guerra não ocorreu da mesma maneira em

que se deu a série progressiva de transformações desta.

2.1 Estratégia no campo militar

Antes do século XIX, poucos foram os escritores a tratar da estratégia. Entre os mais

expressivos que contribuíram para a evolução do pensamento estratégico militar até este

período, estão os descritos no Quadro 1.

2.1.1 Século XIX

O modo de pensar sobre a guerra teve grande incremento no século XIX (PROENÇA JR. et.

al., 1999). A existência de condições industriais vai permitir o início do grande

desenvolvimento da artilharia que modificaria para sempre o cenário das guerras, não somente

no sentido dos armamentos, mas também no deslocamento de tropas.

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Quadro 1 – Autores sobre estratégia militar antes do século XIX

Fonte: O autor

Este novo panorama concede à guerra um maior grau de complexidade. Neste momento há o

aparecimento dos primeiros autores que tratam dos meios táticos e estratégicos no estudo da

guerra, como apresentado no Quadro 2.

Para escrever suas obras, Jomini e Clausewitz fundamentaram-se em Vegetius e como este

tem muitas idéias similares às estabelecidas por Sun Tzu, os Quadros 3 e 4 mostram como

também é possível relacionar as semelhanças entre os trabalhos do século XIX e o general

chinês.

Pelo Quadro 3, nota-se que, mesmo as duas obras adotando um caráter prescritivo, estas

possuem abordagens distintas. Jomini elaborou princípios da guerra para que sua obra fosse

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utilizada como um manual com regras para vencer uma guerra. Sun Tzu confeccionou um

conjunto de ensinamentos e conselhos utilizados pelo mesmo durante um conflito.

Através do Quadro 4, percebe-se que apesar dos autores citarem a defesa como principal

forma de guerrear, os mesmos diferem-se pela forma como tratam do assunto. Sun Tzu

prefere vencer mantendo intacto o maior número possível de bens e também com o conceito

de que "É preferível capturar o inimigo a destruí-lo". Ao contrário deste, Clausewitz advogava

o uso da defesa, mas com a existência do confronto.

Quadro 2 – Jomini e Clausewitz

Fonte: O autor

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2.1.2 Século XX

No século XX, Liddell-Hart e Beaufre destacam-se no estudo dos níveis de estratégia.

Liddell-Hart concebia a existência de uma “estratégia superior” ou “grande estratégia”, a qual

o termo anteriormente designado somente como estratégia é referido por este como

“estratégia pura” ou “estratégia militar”, estando em um nível abaixo. Beaufre definia a

existência da “estratégia total”, que seria equivalente à “grande estratégia” citada por Liddel-

Hart, subordinada ao Governo, e, logo abaixo desta, a “estratégia geral” a qual estaria

relacionada aos setores militar, político, econômico e diplomático. Mais estritamente ao

campo militar, haveria a estratégia operacional, que corresponderia ao conceito de estratégia

de Clausewitz.

Quadro 3 - Comparação das idéias de Jomini e Sun Tzu.

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Fonte: O autor

Quadro 4 - Comparação das idéias de Clausewitz e Sun Tzu.

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Fonte: O autor

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Percebe-se, então, que no decorrer do século XX, a evolução do termo estratégia distancia-se

aos poucos da condução de guerra e orienta-se para o ponto mais alto de decisão nacional

(CAMINHA, 1982).

2.2 Estratégia na esfera corporativa

2.2.1 As diversas definições da estratégia

Atualmente, estratégia é um dos termos mais empregados na vida empresarial. Acredita-se

que a dispersão do termo no meio corporativo tenha acontecido somente na década 70. O

Quadro 5 apresenta as principais definições para o termo no âmbito corporativo, onde se

revelam pontos concordantes e discordantes (NIICOLAU, 2001).

Dentre estes autores, destacamos Michael Porter e Henry Mintzberg como as principais

referências da estratégia no âmbito corporativo.

Quadro 5 - As diversas definições para estratégia

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Fonte: Nicolau, 2001

2.2.2 Mintzberg e sua percepção sobre a estratégia

Mintzberg et. al. (2003) afirma a não existência de uma definição única sobre estratégia. Por

isto, o autor apresenta “os cinco Ps para estratégia”, como apresentado no Quadro 6. Neste

cenário, ainda expressa quatro tipos de estratégia as quais são esquematizadas na Figura 1.

Como observado, estas perspectivas relacionam-se de tal maneira que, a estratégia pretendida,

ou seja, o planejamento inicial daquilo que se pretende fazer para alcançar determinado ponto,

não é contemplado na íntegra, uma vez que aparecem as estratégias emergentes, que são

planos e ações que surgem no meio do caminho até a obtenção do objetivo estipulado. Estas,

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em conjunto com a parte da estratégia pretendida que não se perde, formam a estratégia

deliberada que levam a obter a estratégia realizada.

Quadro 6 – Os cinco P’s para estratégia e suas características

Fonte: O autor

Figura 1 - Esquema das estratégias de Mintzberg

Fonte: Adaptado de Mintzberg et. al. (2003)

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2.2.3 Michael Porter e sua abordagem estratégica

Michael Porter (2004) define indústria como um conjunto de firmas que produzem

produtos/serviços substitutos semelhantes entre si, e alega a existência de “cinco forças

competitivas básicas”, que seriam responsáveis pela concorrência e rentabilidade de uma

indústria, conforme apresentadas no Quadro 7.

Quadro 7 - As cinco forças competitivas de Porter

Fonte: O autor

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Com o objetivo de criar uma posição de defesa a longo prazo e ultrapassar a concorrência,

Porter (2004) identifica três aspectos conhecidos como estratégias competitivas genéricas, que

são apresentados no Quadro 8.

Para a escolha do emprego de uma das estratégias competitivas, vale ressaltar que a utilização

destas depende do tipo de produto/serviço oferecido e também das condições de mercado,

indústria e características da própria firma, principalmente das capacidades e limitações desta.

Quadro 8 – As estratégias competitivas genéricas

Fonte: O autor

Porter (2004) ainda sugere que a análise da concorrência é fundamental para a definição da

estratégia de uma firma insinuando que o objetivo desta ação é “desenvolver um perfil da

natureza e do sucesso das prováveis mudanças estratégicas que cada concorrente possa a vir

adotar”.

3. Método

Uma vez que o presente trabalho trata de um tema ainda pouco abordado no âmbito da

engenharia de produção, de acordo com Gil (2008) e Vergara (2010), este artigo pode ser

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definido com uma pesquisa exploratória. Este trabalho baseia-se em dois relatos de casos, um

militar e outro corporativo, obtidos a partir da pesquisa ex post facto com a coleta de dados

feita a partir de pesquisas documental e bibliográfica, através de fontes primárias e

secundárias, uma vez que este estudo visa observar uma situação já ocorrida (ex post facto)

para compará-las entre si sobre o método de abordagem e emprego dos conceitos sobre

estratégia.

4. Estudos de caso

No século XX, no âmbito militar, a estratégia passou a estar cada vez mais próximo do nível

de decisão nacional, distanciando-se do nível tático de condução da guerra, conforme

ilustrado na Figura 2. Este novo nível foi chamado de operacional, sendo um plano

intermediário, com a intenção de promover a ligação dos objetivos estratégicos com as ações

táticas. Todavia, no âmbito corporativo, existe um diagrama de hierarquia de planejamento

estratégico similar à situação militar mais recente. São utilizadas as mesmas designações,

porém diferindo-se o posicionamento dos níveis, conforme ilustrado na Figura 3.

Figura 2 - Evolução da percepção teórica da existência de níveis de guerra

Fonte: Pinto, 2007

Figura 3 - Níveis de planejamento estratégico corporativo

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Fonte: Chiavenato e Sapiro, 2009

4.1 Área militar: A invasão francesa de 1711 no Rio de Janeiro

Na noite de 11 de setembro de 1711, [...] Duguay Trouin, ordenou o início da

invasão ao porto do Rio de Janeiro [...]. Nesta noite, surgiu o vento forte que a

esquadra invasora por vários dias aguardava. [...] [A invasão] ocorreu como foi

planejada. Na manhã de 12 de setembro, a esquadra [...] invadiu a Baía de

Guanabara. [...] A cidade pouco resistiu ao poder bélico do invasor, que assumiu

por dois meses o controle [...] A população da cidade somente viu partir os

franceses após o pagamento do devido resgate [...]. (MARTINS, 2006, p. 80).

4.1.1 Referencial

A cobiça francesa

A descoberta do ouro em território brasileiro por volta de 1560 e a multiplicação destas

jazidas em 1693, chamou a atenção dos europeus e, em especial, dos franceses. (MARTINS,

2006). Em 1710, o corsário francês Jean-François Duclerc invadiu a cidade com

aproximadamente mil soldados em uma expedição mal sucedida que resultou na prisão dos

franceses e no assassinato de Duclerc de forma misteriosa.

A princípio, o motivo da viagem de Duguay Trouin seria vingar o ocorrido com Durclec.

Mas, o corso de 1711, patrocinado pelo rei Luís XIV, tinha na verdade outros objetivos além

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daqueles declarados. Por vários anos e muito antes da invasão, a grande cobiça francesa já

havia custeado muitas empreitadas e promovido inúmeras viagens à costa brasileira para

conseguir informações e mapas.

O sistema de defesa do Rio de Janeiro

Desde a chegada das caravelas de Pedro Álvares Cabral até por volta de 1549, o Brasil não

possuía qualquer sistema de defesa. Este panorama passa a se modificar com o aumento

demográfico que faz nascer as primeiras vilas.

Com a expulsão dos franceses em 1567, Mem de Sá transferiu a cidade de São Sebastião do

Rio de Janeiro para o morro de São Januário que passou a ser chamado morro do Castelo após

a construção, em taipa de pilão, da fortaleza (ou castelo) de São Sebastião e também do que,

no futuro, seria o forte de São Tiago. Já em 1585, Anchieta descreve em sua carta anual que a

cidade também já era defendida pelo Forte de Santa Cruz e o Forte de Nossa Senhora da Guia,

que mais tarde seria chamado de Santa Cruz da Barra (FERREZ, 1972). Estas obras eram bem

primitivas, todas feitas de barro e madeira.

Ao longo dos anos até a invasão de 1711, muitos foram os documentos enviados à Metrópole

com pedido de ajuda em relação à defesa do Rio de Janeiro. Devido a sua situação precária,

eram requeridos homens, armas e munição, solicitações que, em sua maioria, nunca foram

atendidas, pois Portugal também não os possuía devido ao seu estado de falência ocasionado

pela União Ibérica.

De acordo com Martins (2006), alguns documentos, apesar de contraditórios, relatam que a

cidade possuía cerca de duzentas bocas de fogo e que, na primeira linha de defesa haviam,

cerca de setenta armas quando Duguay Trouin chegou na cidade. Enquanto isso, os franceses

formavam, aproximadamente, 5780 homens armados com 742 bocas de fogo, afirmando a

exacerbada discrepância entre o invasor e o invadido.

4.1.2 Análise dos dados

No século XVIII, o “De Re Militari” já era conhecido na Europa e algumas modificações

estavam sendo feitas seguindo-se os preceitos desta obra.

Para a invasão de 1711, coube à França e, consequentemente, seu reino, tratar do

planejamento do uso das forças militares a partir da constatação de que elo mais fraco dos

portugueses eram suas colônias.

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Duguay Trouin antes de partir fez uso dos documentos e conhecimentos adquiridos

anteriormente por seus compatriotas, os quais também revelavam características e

propriedades das fortalezas existentes no Rio de Janeiro. Prova disso é que o primeiro navio a

entrar na Baía de Guanabara era conduzido por Couserac, o qual conhecia a entrada do porto,

e não por Duguay Trouin. Outra evidência é a espera da esquadra para penetrar pela Baía de

Guanabara. Os franceses aguardaram com muita cautela os “ventos reinantes” da região que

tornariam a entrada muito mais fácil.

Duguay Trouin utilizou-se dos conhecimentos da “manobra” ao preparar sua frota. Ao invés

de ele mesmo organizar e armar todas as embarcações em um mesmo porto, o corsário

preferiu ordenar que outras pessoas fizessem isso em outros portos, jamais alegando o motivo

real dos preparativos. Desta forma, as embarcações comandadas por Duguay Trouin somente

se uniram no próprio trajeto em direção ao Brasil.

Aliado às noções prévias, estava o ótimo arranjo francês de disciplina e poder bélico, uma vez

que a desigualdade de forças não estava somente no número de armas e soldados. A

superioridade técnica da artilharia francesa era tão forte que servia de exemplo para as demais

nações européias; sendo, por muitas vezes, imitadas por elas.

Em Portugal, as condições de guerra eram bem diferentes. Devido à falta de recursos

ocasionada pela União Ibérica, a artilharia portuguesa passou a ser formada por peças de

várias nacionalidades, ocasionando, diversas vezes, na falta de munição para muitas delas

(MARTINS, 2006). Logo, as fortalezas do Rio de Janeiro estavam em situação semelhante ou

pior, pois as armas que aqui se encontravam também tinham sido conseguidas após o

aprisionamento das armas dos diversos navios europeus que por aqui estiveram.

4.2 Área corporativa: “A estratégia militar no mundo dos negócios”

4.2.1 Referencial

O artigo publicado por Torres e Muniz (2010) expõe que a competição das empresas no

mercado possui princípios similares a uma guerra e que a adoção de uma estratégia é crucial

para a sobrevivência de uma companhia. O trabalho inicia-se afirmando que a “guerra do

mundo dos negócios” também se utiliza de estratégias que são similares às estratégias

militares. O artigo propõe-se a evidenciar os pontos em que a estratégia destas duas áreas

pode relacionar-se e contribuir para a manutenção da competitividade de uma empresa. Desta

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forma, o artigo apresenta alguns conceitos da área militar, citando Sun Tzu e, principalmente,

manuais de campanha e operações do exército brasileiro, dos quais identificam os princípios

básicos de condução de guerra. Logo em seguida, os autores buscam relacionar as estratégias

então mencionadas às aplicações do mundo dos negócios com a intenção de confirmar a

presença dos elementos militares. Para isto, utilizam-se de dois estudos de caso: o primeiro,

que analisa uma reportagem e relata o fato da Coca-Cola ter que enfrentar uma nova

concorrente, a Ebba, proprietária das marcas de suco Maguary e Dafruta; e a outra, sobre o

lançamento de um novo produto da cervejaria Schincariol, a Devassa, a qual tenta ganhar

market share diante de suas concorrentes.

4.2.2 Análise dos dados

Torres e Muniz (2010) apresentam no início de seu trabalho, uma possível semelhança entre

um campo de combate militar e uma competição no mundo dos negócios; e que, por isso, “o

conceito de estratégia militar também pode ser empregado à realidade empresarial”, sendo

que “a diferença básica entre a estratégia militar e as empresariais é a dinâmica do cenário a

ser empregado”, já que as guerras não acontecem todos os dias e que as organizações lutam

diariamente umas com as outras a fim de manterem-se no mercado. Com base nestas

informações, os autores citam que os dois tipos de estratégia visam o alcance de um mesmo

ideal, ou seja, para “os objetivos propostos para o futuro, mantendo-se em uma posição

vantajosa perante o oponente” (TORRES e MUNIZ, 2010). Dessa maneira, o texto força o

leitor a compreender a existência de uma possível analogia entre os conceitos e até da maneira

em que estes princípios são empregados.

Todavia, as guerras militares em nada se comparam as disputas de mercado, até porque o

termo “guerra” está intimamente ligado a “luta armada” e “arte militar”. Também não é

possível afirmar que os propósitos de combate militar sejam iguais aos marcos travados por

companhias nas competições de mercado, já que estas transformam o lucro em objetivos e a

estratégia em uma ferramenta do administrador para alcançar determinado patamar, estando

bem longe das organizações militares, as quais, tomadas por uma ação estratégica; exercem

suas atividades para chegar a certo propósito fixado, fazendo da estratégia uma maneira de

pensar e agir.

Reforçando ainda esta tendência de confundir conceitos, os escritores empregam o termo

estratégia em assuntos que pertencem ao nível tático, com a utilização dos preceitos de

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manuais do exército, os quais se referem a operações militares e que, no artigo, são

comparados às decisões ditas estratégicas das empresas. Um dos tópicos intitulado de “Tipos

de estratégias militares”, por exemplo, trata na verdade de operações de combate, isto é,

táticas de guerra, citando fundamentos e tipos de operações ofensivas e defensivas constantes

em manuais de operação do exército.

Por isto, diferentemente do estabelecido na obra, aqui será feita uma análise dos

procedimentos adotados pelas empresas estudadas no texto com a área de estratégia

empresarial.

Análise das reportagens

Na primeira reportagem tratada por Torres e Muniz (2010), duas bem conceituadas empresas

do ramo de bebidas aliaram-se, formando uma mega companhia que, com certeza, teve a ação

de analisar a sua maior concorrente. Desta avaliação, a Ebba pôde concluir que a Coca-Cola,

ao unificar suas marcas (Del Valle, Minute Kid e Kapo), perdeu um grande espaço no

segmento de sucos prontos e que, por isto, este seria um ponto fraco. Para ganhar vantagem

diante disto, a Ebba resolveu que a colocação de escritórios da empresa onde sua adversária

havia perdido mercado poderia ser uma oportunidade de ter espaço em lugares onde antes não

se atuava, evitando, também regiões onde sua concorrente possuía mais força.

Ademais, este caso é um bom exemplo de um dos pilares das “cinco forças competitivas”

estabelecidas por Porter, a intensidade da rivalidade, uma vez que a inserção de um novo

produto por uma companhia promoveu o desbalanceamento dos lucros de outra.

Já na reportagem sobre a cerveja Devassa, um dos primeiros aspectos a notar-se é a

necessidade de preservação de qualquer tipo de informação sobre o lançamento do novo

produto, a qual proporcionou o envolvimento da menor quantidade de pessoas possível e

assinatura de um termo que assegurava o não vazamento de informações. Nesta situação,

também se pode citar o fato da “surpresa” para o concorrente, uma vez que isto inibiria uma

ação rápida de resposta ao lançamento da nova cerveja.

Com o surgimento da Devassa, a Schincariol pretendia atingir públicos ainda não

conquistados com os produtos do grupo já existentes, investindo pesado em marketing. Com

isto, seguindo os preceitos de Porter sobre “estratégias competitivas genéricas”, foi adotada a

estratégia do enfoque, pois a empresa focalizou-se em estar presente somente em determinado

nicho (classes A e B), sendo necessário, para isto, um bom estudo de mercado.

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Avaliando os trabalhos de Mintzberg, enxerga-se o método dos “cinco P’s para estratégia” e

que um destes “P’s” esteve presente durante o projeto de desenvolvimento da Devassa porque

a Schincariol traçou um plano não somente de concepção do produto, mas também de

lançamento, confidencialidade e projeção de mercado.

5. Conclusões

O desenvolvimento das várias formas de guerrear associado à evolução da sociedade e

tecnológica fez com que os primitivos combates táticos transformassem-se em

acontecimentos de longo alcance e destruição e que ainda pudessem ser considerados de

amplitude estratégica, operacional ou tática. Entretanto, de início, poucos foram os

pesquisadores que se envolveram neste tema.

Os estudos sobre estratégia militar que foram essenciais para o aperfeiçoamento deste campo

de pesquisa fundamentaram-se nos escritos de Vegetius, que teve grande relevância até o

século XIX, quando se tem o surgimento de Jomini e Clausewitz e um grande avanço na área.

Vale ressaltar que, independente da época em que o autor tenha vivido ou que a obra tenha

sido produzida, as idéias sobre estratégia no conceito militar são similares e dirigidas para um

mesmo foco. Tem-se como um grande exemplo o caso das obras de Sun Tzu e Vegetius.

No primeiro caso abordado, nota-se que na área militar, a estratégia e o estudo deste segmento

mostraram-se existentes. A verificação disto baseia-se nas tantas visitas, mapas, pesquisas e

estudos franceses na costa brasileira muitos anos antes de Duguay Trouin conseguir com

sucesso invadir o Rio de Janeiro. Mesmo alguns historiadores, ainda hoje, atribuírem a fácil

conquista da cidade ao mau tempo, é provado que toda estrutura militar da França, seja de

embarcações, armas e homens, era superior não só em quantidade, mas principalmente em

preparo. Aliado a estes pontos, estava a falta de recursos de Portugal produzida pelo fim da

União Ibérica o que promove a impossibilidade de pensar-se em nível estratégico para

atuação.

Após a década de 1970, percebe-se que a estratégia tratada por Jomini e Clausewitz sofreu um

desvio e começou a ser empregada também em setores até então alheios as suas aplicações. A

estratégia recebeu diversas definições distintas daquelas já empregadas na área militar e virou

sinônimo da função gerencial das companhias, sendo responsável pelo planejamento a longo

prazo, competitividade do mercado e estando diretamente relacionada as metas

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organizacionais. Porém, diferentemente da estratégia militar, estes conceitos e definições são

dispersos e variam de acordo com as ênfases adotadas pelos autores, gerando uma mistura de

idéias e uma falta de consenso final, o que torna possível afirmar, segundo estes próprios

estudiosos, que não há uma definição única para o termo.

No caso corporativo apresentado, vê-se que esta falta de conceituação sobre estratégia na

administração é capaz de ocasionar uma comparação forçada de meios táticos militares a

atitudes ditas estratégicas das empresas. De início, vale evidenciar os níveis de confronto

destas idéias, pois, no âmbito militar, os temas táticos são totalmente distintos dos

estratégicos. Esta relação de igualdade imposta no artigo, além de receber críticas demasiadas

por parte dos estudos estratégicos, também acaba por confundir ainda mais o que seria o foco

de análise da administração estratégica e impede que o estudo e pesquisa deste segmento

avancem.

Não há como negar a validade da abordagem estratégica no âmbito empresarial, até porque, já

existem disciplinas que tratam do assunto no currículo dos cursos acadêmicos. Entretanto, a

analogia criada entre a estratégia e a tática nos dois cenários discutidos neste trabalho assim

como a utilização da obra de Sun Tzu para o estudo da estratégia empresarial prejudicam a

área por comparar e querer trazer concepções estritamente militares e de guerra para um

panorama de disputa comercial, onde os objetivos diferem-se de um conflito militar.

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