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1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ESTRATÉGIA DE CONTEÚDO E ABORDAGEM DA AROEIRA HOME NO FACEBOOK CURITIBA 2014

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1

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

ESTRATÉGIA DE CONTEÚDO E ABORDAGEM DA AROEIRA HOME

NO FACEBOOK

CURITIBA

2014

2

CRISTINE RODRIGUES

JORGE EDUARDO MANFRINI

MARINA LEONARDI FIAMONCINI

ESTRATÉGIA DE CONTEÚDO E ABORDAGEM DA AROEIRA HOME

NO FACEBOOK

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão da Comunicação Pública e Empresarial, da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito para obtenção do grau especialista. Orientador: Prof. Aldo Antonio Schmitz, MSc

CURITIBA

2014

3

RESUMO

Este trabalho trata das estratégias de conteúdo e abordagem da marca Aroeira

Home no Facebook. O estudo surgiu da necessidade em identificar quais são as

melhores estratégias em mídias sociais para relacionamento com esse novo

consumidor digital que surgiu e se desenvolve diariamente. Pretende-se identificar o

perfil dos fãs da Aroeira Home no Facebook e analisar qual a melhor forma de

abordar esse público com base em suas necessidades e desejos. Foi realizada uma

pesquisa quantitativa com consumidores e possíveis consumidores da marca,

através de um questionário online, aplicado conforme conveniência do entrevistado.

E também foi usada pesquisa bibliográfica para entender como agir em cada

situação identificada. A análise das respostas permitiu analisar o comportamento

dos consumidores e seu relacionamento com a marca Aroeira Home. Os resultados

indicam que o conteúdo utilizado pela marca no Facebook agrada seus seguidores e

também indica quais os conteúdos devem ser reforçados na comunicação da marca

e quais devem ser deixados em segundo plano.

Palavras-chave: Comunicação nas organizações. Comunicação Estratégica. Mídias

Sociais. Facebook

4

ABSTRACT

This work deals with content strategies and approach to social media, in particular

the brand Aroeira Home on a case study of Facebook. The study arose from a need

to identify what are the best strategies for social media relationship with this new

digital consumer who came and develops daily. It is intended to identify the profile of

fans on Facebook Aroeira Home and analyze how best to approach this audience

based on their needs and desires. Quantitative research with consumers and

potential consumers of the brand was conducted via an online questionnaire, applied

as convenience of the interviewee. It was also used literature to understand how to

act in every situation identified. The analysis of responses allowed us to analyze

consumer behavior and its relationship with the brand Aroeira Home. The results

indicate that the content used by the brand pleases her followers on Facebook and

also indicates what content should be strengthened in brand communication and

which should be left in the background.

Keywords: Communication in organizations. Strategic communication. Social Media.

Facebook

5

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 07

1.1 OBJETIVOS ................................................................................................... 08

1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................ 08

1.1.2 Objetivos específicos .................................................................................... 08

1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 08

1.3 METODOLOGIA DE PESQUISA .................................................................. 08

1.3.1 Tipos de pesquisa ......................................................................................... 08

1.3.2 População e amostra .................................................................................... 09

1.3.3 Coleta de dados ............................................................................................ 10

1.3.4 Tratamento dos dados .................................................................................. 10

1.3.5 Limitações da pesquisa ................................................................................ 10

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ..................................................................... 11

2 HISTÓRIA DA INTERNET ............................ ................................................. 13

2.1 INTERNET NO MUNDO ................................................................................ 13

2.2 INTERNET NO BRASIL ................................................................................ 14

2.3 INTERNET E AS REDES SOCIAIS .............................................................. 16

2.4 FACEBOOK: SURGIMENTO E APRESENTAÇÃO DA REDE ..................... 17

2.5 INTERNET COMO MÍDIA ............................................................................. 18

3 DO MARKETING AO MARKETING DIGITAL .............. ............................... 21

3.1 OS 8 PES DO MARKETING DIGITAL .......................................................... 23

3.2 CONSUMIDOR DIGITAL ............................................................................... 25

3.3 ATENDIMENTO, RELACIONAMENTO E INTERAÇÃO NO MEIO DIGITAL 27

4 MARCAS NA WEB 2.0 .............................. ................................................... 29

4.1 BRANDING .................................................................................................... 32

5 REDE SOCIAL .................................... ......................................................... 34

5.1 REDE SOCIAL ONLINE ............................................................................... 34

6 MÍDIA SOCIAL ................................... .......................................................... 36

6.1 RELACIONAMENTO É PRIORIDADE NAS MÍDIAS SOCIAIS .................... 36

6.2 ENGAJAMENTO E FIDELIZAÇÃO: COMO MANTER O CLIENTE FÃ ........ 37

6.3 LINGUAGEM ................................................................................................ 38

7 PLANEJAMENTO E PLANO DE COMUNICAÇÃO ............ ......................... 40

7.1 POSICIONAMENTO DE MARCA ................................................................. 42

6

7.2 COMO PLANEJAR NAS MÍDIAS SOCIAIS .................................................. 43

8 A MARCA AROEIRA HOME ............................ ............................................. 45

9 ANÁLISE DA PESQUISA ............................. ................................................ 47

10 CONCLUSÃO ...................................... .......................................................... 51

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 53

APÊNDICES ............................................................................................................ 57

7

1. INTRODUÇÃO

Um estudo sobre as melhores estratégias e abordagens aos consumidores

que utilizam as mídias sociais, mais especificamente neste estudo, os consumidores

da marca Aroeira Home, que seguem as atualizações e postagens realizadas pela

marca na rede social Facebook.

A marca Aroeira Home, de Balneário Camboriú, desenvolve produtos para o

lar e atua há quatro anos no país. O design é feito no Brasil, mas a produção conta

com a parceria de fornecedores indianos e chineses. Com a ideia de agregar novos

produtos a partir do ano de 2012, bem como a reestruturação da marca, percebeu-

se a necessidade de profissionalizar o setor de comunicação. Com o advento da

internet e a popularização de redes sociais, a marca já aderiu a essas estratégias de

comunicação.

A comunicação por meio do Facebook era feita sem um planejamento de

conteúdo. O departamento de comunicação, percebendo a falta de personalidade no

conteúdo gerenciado e na forma de se relacionar com consumidores ou admiradores

da marca, pensou em rever a estratégia. Trazendo a gestão desses meios de

comunicação para dentro da empresa, por um profissional que entenda o conceito

que deve ser exposto, espera-se que essa comunicação traga mais resultados para

a imagem da marca e seu conceito.

O problema de pesquisa encontrado para o estudo em questão se resume

em: Como se comunicar com os consumidores da marca Aroeira Home por meio do

Facebook e consolidar a marca nessa plataforma? Este estudo deverá servir de

base para a construção do plano de comunicação. Utilizando um questionário base

com usuários de redes sociais e consumidores da Aroeira Home, além de autores e

referências, acredita-se na profissionalização desta ação, que ainda é novidade no

mercado e não possui meios totalmente eficazes de atingir o público.

Mais do que experimental, o uso dessas ferramentas são uma forma de

chegar ao consumidor final, ouvir sua opinião e manter um relacionamento

constante. A divulgação da marca e construção de sua imagem na mente das

pessoas pode atrair ainda mais admiradores, ainda que num primeiro momento

ainda não se tornem fiéis à marca. Para isso, a elaboração de um plano com base

nos ideais da empresa, tentando passar a esses usuários aquilo que se deseja

divulgar. Sem necessariamente pensar na ampliação de venda, que é na maioria

8

dos casos o objetivo das empresas, a comunicação deve criar um vínculo com o

consumidor, trazer novos admiradores para a marca e planejar uma imagem em

longo prazo que deve ser constantemente monitorada.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Desenvolver as melhores estratégias de conteúdo e abordagem para a marca

Aroeira Home no Facebook.

1.1.2 Objetivos específicos

Identificar o perfil dos fãs da Aroeira Home no Facebook.

Analisar qual a melhor forma de abordar esses públicos com base em suas

necessidades e desejos segundo as respostas do questionário.

Verificar como as marcas cases de sucesso em redes sociais tem atuado

para desenvolver conteúdo eficaz.

1.2 JUSTIFICATIVA

A falta de conhecimento das empresas e agências de comunicação da região

para lidar com conteúdos de redes sociais. Por ser um tema em constante evolução

e sem técnicas ou regras decididas, muitas vezes os objetivos da ferramenta se

perdem em meio a interesses errados do mercado, justamente pela falta de

conhecimento.

Este trabalho tem ainda o papel de contribuir com a área da comunicação

através de um case em desenvolvimento, incluindo suas falhas, para que sirvam de

reflexão para profissionais que desejam ampliar seu conhecimento nessas

ferramentas.

1.3 METODOLOGIA DE PESQUISA

1.3.1 Tipos de pesquisa

9

Os tipos de pesquisa utilizados foram quantitativos e bibliográficos. Foram

utilizados em momentos distintos, visando primeiramente fundamentar teoricamente

o conteúdo através de autores referência no conteúdo e posteriormente analisar,

através de aplicação de questionário, como é construído o conteúdo e abordagem

da Aroeira Home com seus consumidores via Facebook,

O estudo descritivo estatístico, ou quantitativo, buscará uma análise quantitativa das relações de consumo, respondendo a questão “quanto?”, para cada objetivo do projeto de pesquisa que tenha adotado esta metodologia. Daí a necessidade de esses estudos serem realizados a partir da elaboração de amostras da população, utilizando-se estatística para este fim, pois o que se pretende é extrapolar os resultados obtidos na amostra em estudos para determinada população. (SAMARA e BARROS, 1997, p. 26).

O principal objetivo com este tipo de pesquisa é de se obter um resultado

mensurável e representativo, conforme defende Malhotra (2001, p. 155) dizendo que

“a pesquisa quantitativa procura quantificar e aplicar alguma forma de análise

estatística”.

1.3.2 População e amostra

Segundo Malhotra (2001, p. 301) “uma população é o agregado, ou soma, de

todos os elementos que compartilham algum conjunto de características comuns [...]

já a amostra é um subgrupo de uma população, selecionado para participação no

estudo”.

Na pesquisa quantitativa, foi utilizado um banco de dados com e-mail de 500

consumidores da marca. O questionário também foi repassado a usuários de redes

sociais por meio desses canais (banco pessoal)

Já a ideia básica de amostragem, segundo Mattar (2005, p. 264) “está em que

a coleta de dados em alguns elementos da população e sua análise podem

proporcionar relevantes informações de toda a população”.

No projeto foi utilizado o procedimento de amostragem não probabilístico, em

que “a seleção dos elementos da população para compor a amostra depende, ao

menos em parte, do julgamento do pesquisador. Não há nenhuma chance conhecida

de que um elemento qualquer da população venha a fazer parte da amostra”.

(MATTAR, 2005, p. 271).

10

A amostra foi intencional, ou não probabilística, por julgamento que consiste

em dizer que “com um bom julgamento e estratégia adequada, podem ser

escolhidos os casos a serem incluídos e, assim, chegar a amostras que sejam

satisfatórias para as necessidades da pesquisa” (MATTAR, 2005, p. 275).

1.3.3 Coleta de dados

Foi utilizado o método pessoal de coleta de dados, por ser de acesso mais

fácil ao público, além de contar com a vantagem de os dados serem de alta

confiabilidade.

A pesquisa quantitativa com entrevistas pessoais tem algumas vantagens em relação a outros tipos de quanti: permite a utilização de materiais de apoio [...]; acredita-se que os respondentes sejam mais fidedignos em suas respostas [...]; facilita a seleção da amostra (TRUJILLO, 2001, p.74).

Para MATTAR (2005, p. 82) “a forma mais tradicional e corriqueira de

obtenção de dados em pesquisa é através da comunicação com o detentor de

dados, e sua principal característica é que o dado é obtido através de declaração do

próprio respondente”.

1.3.4 Tratamento dos dados

Para o tratamento dos dados e para a elaboração do questionário foi

utilizado o Google Docs, já que as entrevistas quantitativas foram feitas de forma

online. O resultado é apresentado em forma de gráficos com comentários

descritivos.

1.3.5 Limitações de pesquisa

A limitação está em que, por tratar-se de uma pesquisa não probabilística

os resultados não podem ser generalizados para toda a população de

consumidores. E também pelo fato de ser selecionada apenas uma empresa para

análise, não se pode projetar resultados para outras empresas.

11

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Os conteúdos desenvolvidos na pesquisa bibliográfica tratam sobre o

universo online em que os utilizadores das mídias sociais estão inseridos:

Como primeiro capítulo, um breve histórico sobre a Internet no mundo e no

Brasil, seu surgimento e seu desenvolvimento, e também sobre as redes sociais,

dando ênfase ao Facebook que é objeto de estudo. Classificação da internet como

mídia e como ela pode (e deve) ser utilizada para esse fim, a favor do

desenvolvimento das marcas.

O segundo capítulo trata sobre o marketing desde sua conceituação, até o

desenvolvimento do marketing digital, conceitos e formas de utilização desse

conceito que se desenvolveu com o boom trazido pelas novas tecnologias. Para

tanto, tem-se o desenvolvimento dos chamados “pês” do marketing digital, assim

como no marketing tradicional, que orientam as decisões e estratégias das marcas

perante seus públicos. Além disso, não se deve esquecer de estudar o próprio

consumidor digital, que é totalmente diferente do consumidor tradicional. Ele tem

acesso facilitado à informação, exige retornos rápidos que o meio digital é capaz de

proporcionar, entre outras ações que devem ser utilizadas de maneiras acertivas

com esse público específico.

No terceiro capítulo, como as marcas agem e devem agir na web 2.0, no meio

digital. O que fazer para se tornar uma marca “amada” pelo consumidor, criando um

relacionamento diferenciado e tratando o consumidor como a própria marca, como

se fosse parte dela. Para isso é necessário entender um pouco sobre o conceito de

branding, que é a gestão da marca, como trabalhar a marca para o consumidor, para

o mercado e para a concorrência.

O terceiro e quarto capítulos trata sobre redes e mídia digitais, a diferença

entre as nomenclaturas, como deve ser o relacionamento e o que é prioridade para

as marcas nas mídias sociais. Como criar uma marca engajada com seu público e

consequentemente manter um cliente fiel e fã da página. E de nada adianta saber

como agir com o cliente, se o conteúdo e a linguagem não tiverem um tratamento

especial. É necessário conhecer o consumidor da marca, para saber como tratar ele

em todas as situações das mídias sociais.

O capítulo seguinte trata sobre a ação de planejamento e sobre o plano de

comunicação em si, entender a diferença entre os dois é essencial. Desenvolver o

12

planejamento de uma marca requer muito estudo e estratégia, é um estudo analítico

onde tudo deve ser observado. Todo tipo de público ou ponto de contato que a

marca possa ter deve ser levado em conta. Posicionar a marca perante esse

mercado e seus públicos é outro ponto importante. Se isso não for feito da forma

mais acertiva possível, todo o investimento da marca pode acabar sendo em vão. E

nas mídias sociais não é diferente. O universo de impactos da marca é ampliado

exponencialmente e precisa ser tratado e controlado por pessoas especializadas e

bem treinadas.

Por fim, os dois últimos capítulos tratam sobre a empresa. O primeiro para

conhecer a empresa especificamente. Entender seus valores, visão e missão e sua

política de existência. No capítulo final é hora de analisar os dados que a pesquisa

trouxe para o estudo, entender o que o consumidor Aroeira Home procura nas

mídias sociais da marca, quais os conteúdos que mais e menos atraem esse público

e o que deve ser feito para melhorar, modificar ou incrementar a comunicação da

marca nesse meio, especificamente o Facebook que é o objetivo de estudo de caso.

13

2 HISTÓRIA DA INTERNET

2.1 INTERNET NO MUNDO

Depois de vivermos durante muitos anos em um mundo que se pode dizer,

era totalmente analógico, a internet chegou para mudar este cenário. Tudo o que

encontrávamos antes apenas em livros, revistas ou documentos impressos,

músicas, fotos informações dos mais diversos tipos, passou a ser encontrado ali.

As origens da internet podem ser encontradas na Arpanet, uma rede de computadores montada pela Advanced Research Projects Agency (ARPA) em setembro de 1969. A ARPA foi formada em 1958 pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos com a missão de mobilizar recursos de pesquisa, particularmente do mundo universitário, com o objetivo de alcançar superioridade tecnológica militar em relação à União Soviética na esteira do lançamento do primeiro Sputnik em 1957 (CASTELLS, 2003, p. 13).

Vieira (2003, p.15) diz que os cientistas responsáveis pela criação da hoje

chamada Internet, enviaram da UCLA uma mensagem que dizia: “Você está

recebendo isto?”. E minutos depois, os computadores que estavam interligados

começaram a enviar mensagens positivas a pergunta: “Sim!”. E foi então que viram

que era realmente possível se comunicar à distância e enviando arquivos e textos de

um computador para outro através desta rede.

Desde então, esta conexão entre computadores veio crescendo e acabou por

se espalhar pelo mundo todo. Segundo Vieira (2003, p. 20), no ano de 1973 o

governo americano assumiu a administração dos pontos da Arpanet que havia

espalhados pelo país. Neste período, ainda surgiram outras ferramentas como o

FTP, que nada mais era do que a troca de arquivos entre um computador e outros,

que ainda existe até hoje, além do que foi aperfeiçoado até chegarmos ao tão usado

e-mail. Criaram também a Usenet, que era uma espécie de rede paralela que servia

para o tráfego de boletins eletrônicos de informação. A internet ficou conhecida

como WEB e vinha crescendo a cada dia.

A história da criação e do desenvolvimento da Internet é a história de uma aventura humana extraordinária. Ela põe em relevo a capacidade que têm as pessoas de transcender metas institucionais, superar barreiras burocráticas e subverter valores estabelecidos no processo de inaugurar um mundo novo. Reforça também a ideia de que a cooperação e a liberdade de

14

informação podem ser mais propícias à inovação do que a competição e os direitos de propriedade (CASTELLS, 2003, p. 13).

Porém, como ainda acontece nos dias de hoje, as mais diversas tecnologias

ficam obsoletas de forma muito rápida. E com a Arpanet não foi diferente. No ano de

1990, ela foi retirada de rede. Foi então que a Internet agora como passou a ser

chamada, surgiu com toda sua força. No início, os Estados Unidos ainda

continuaram com a administração, mas logo isso mudou. As informações e o fato de

isso estar se popularizando rapidamente, fez com que a internet fosse privatizada.

Neste período a maioria dos computadores já estava em rede.

A partir de então, a Internet cresceu rapidamente como uma rede global de computadores. O que tornou isso possível foi o projeto original da Arpanet, baseado numa arquitetura em múltiplas camadas, descentralizada, e protocolos de comunicação abertos. Nessas condições a Net pôde se expandir pela adição de novos nós e a reconfiguração infinita da rede para acomodar necessidades de comunicação. (CASTELLS, 2003, p. 15).

Assim o cenário mundial começou a se modificar. Pessoas que estavam

longe, agora poderiam se falar e trocar informações através de computadores. A

velocidade com que as coisas passaram a acontecer passou de rápida, para muito

rápida. Não só os equipamentos relacionados a esta tecnologia evoluíram. As

pessoas passaram a entender melhor o que era esta rede e assim, puderam fazer

melhor uso dela. Ou seja, evoluíram também. E desde a criação da Arpanet com a

primeira mensagem de testes, até os dias de hoje, se pode dizer que a internet está

em constante evolução.

2.2 INTERNET NO BRASIL

No Brasil, a internet chegou um pouco mais tarde. Apenas no ano de 1988 é

que se teve contato com ela por aqui. Segundo Eduardo Vieira, o primeiro contato

com a internet foi quando a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São

Paulo (Fapesp), ligada a secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, realizou a

primeira conexão à rede através de uma parceria com um dos mais importantes

centros de pesquisa dos Estados Unidos.

O governo federal entrou na onda em 1992, com a criação da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

15

A RNP, coordenada pelo cientista Tadao Takahashi, criou uma gigantesca infraestrutura de cabos para suportar a rede mundial de computadores, chamada de espinha dorsal (ou backbone), que recebia o link internacional. Também espalhou pontos de conexão pelas principais capitais do país e começou a operar a infraestrutura de funcionamento da Internet, distribuindo o acesso a rede à universidades, fundações de pesquisa e órgãos governamentais espalhados pelo território nacional (VIEIRA, 2003, p.9).

Juntamente com a evolução da rede no Brasil no que diz respeito à tecnologia

em si, veio a evolução dos serviços ligados a esta parte da comunicação. Empresas

começaram a interessar-se por fazer a distribuição do sinal para este serviço. Até o

presente momento da história, a empresa Embratel reinava sozinha nesta área, já

que era a única a ter os serviços de linhas telefônicas interurbanas e internacionais.

Ou seja, a Embratel estava em via de formar um monopólio. Mas isso durou pouco

tempo. Pois no ano de 1995, com a presidência de Fernando Henrique Cardoso,

tudo passou a ser diferente.

Em maio daquele ano, uma declaração conjunta do MC e do MCT determinou que as operadoras estatais não poderiam oferecer o serviço de acesso à Internet ao usuário final, tarefa que caberia à iniciativa privada. Segundo a decisão do governo, as operadoras poderiam atender somente ao mercado corporativo, com o dever de fornecer a infraestrutura e os recursos necessários para viabilizar a montagem dos provedores de acesso (VIEIRA, 2003, p. 11).

Já no ano de 1996, nasceu também o comitê gestor de Internet, que é

formado por pessoas de universidades, ONG’s, ministério de ciência e tecnologia

entre outros órgãos. E tudo o que diz respeito à Internet no Brasil até os dias de

hoje, passa por este comitê. Porém, ainda antes da criação deste comitê no Brasil, a

internet (não só aqui como em todo o mundo) teve no ano de 1995, um marco

histórico, que foi a criação da primeira livraria virtual e do primeiro site de buscas,

respectivamente Amazon.com e Yahoo!.

Um ano mais tarde, o Yahoo! Contabilizava quase 100 milhões de páginas vistas por mês e 40 milhões de dólares a mais na conta bancária, investidos pelo Softbank e pela Visa (ainda que na surdina). Pouco depois, em 12 de Abril de 1996, foi a vez de a empresa abrir seu capital na bolsa de valores de Nova York. Na abertura do pregão da Nasdaq daquele ensolarado dia de primavera, as ações do Yahoo! Começaram a ser negociadas por 24,50 dólares cada. Uma hora mais tarde valiam 43 dólares (VIEIRA, 2003, p. 12).

16

Já a livraria digital Amazon.com vinha se destacando não somente pelos

números financeiros, mas também pelos acessos. Quando foi criada, tinha cerca de

2 mil acessos diários. Um ano depois, esses acessos cresceram para 50 mil. E em

seu início, tinha sua sede em uma garagem. Passado esse um ano, a empresa já

estava instalada em um dos prédios mais modernos que havia no centro de Seattle.

Enquanto Yahoo! E Amazon.com ditavam as regras da Internet comercial na condição de pioneiros da indústria nos Estados Unidos, a Web brasileira acompanhava com atenção o surgimento de centenas de pequenos provedores de acesso a rede. A venda de computadores pela primeira vez ultrapassa a de aparelhos de TV e o consumo de linhas telefônicas aumentou gradualmente, até a explosão observada após a privatização do setor em 1998 (VIEIRA, 2003, p. 16).

A partir daí, o Brasil com relação à Internet começou a criar a forma que

temos hoje. Os bancos passaram a aderir suas operações na rede, revistas e jornais

e alguns outros meios de comunicação impressos, passaram a ter agora sua versão

on-line. A eliminação do papel vem acontecendo até hoje, ainda que de forma

gradativa. Mas, já se pode perceber uma grande evolução a esse respeito. A maioria

das coisas que antes eram feitas em lojas físicas, hoje já podem ser facilmente

encontradas em versão digital.

A prova definitiva de que a Internet havia chegado realmente para valer na vida das pessoas foi a criação da declaração on-line do Imposto de Renda, pela qual a Receita Federal conseguiu praticamente eliminar o uso do papel. Hoje, nada menos do que 97% das declarações são enviadas pela Web. Nesse meio tempo, a indústria digital brasileira foi sendo construída a partir das ideias e do suor de empreendedores que tiveram a coragem de se dedicar a algo muito pouco conhecido- e de futuro completamente incerto (VIEIRA, 2003, p. 16).

2.3 INTERNET E AS REDES SOCIAIS

Com a popularização da internet, diversas ferramentas foram surgindo para

cada vez mais facilitar a vida das pessoas. Assim como os serviços básicos

(compras, por exemplo), algo relacionado à diversão e entretenimento também

precisou ser pensado, já que atualmente a maioria das pessoas passa sua maior

parte do dia em frente ao computador ou outros aparelhos que tenham acesso à

Internet.

17

Uma rede social é definida como um conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós da rede) e suas conexões (interações ou laços sociais). Uma rede é a metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores. A abordagem de rede tem, seu foco na estrutura social, onde não é possível isolar os atores sociais nem suas conexões (RECUERO, 2009, p. 24).

O sucesso que as redes sociais vêm fazendo no Brasil é algo impressionante.

Porém, assim como uma rede está em alta hoje, amanhã já pode ter perdido

diversos usuários. Quando uma nova rede chega apresentando características

melhores e mais modernas do que as que já estão em evidência, a mudança

acontece rapidamente e uma rede que estava com milhares de perfis, acaba

morrendo. Um dos principais objetivos das redes sociais é fazer com que o usuário

encontre um grupo de pessoas que se assemelha a ele em se tratando de assuntos

relacionados à música, compras, filmes, livros e personalidades.

Em outros casos, essas redes on-line tornam-se formas de “comunidades especializadas”, isto é, formas de sociabilidade construídas em torno de interesses específicos. Como as pessoas podem facilmente pertencer a várias dessas redes, os indivíduos tendem a desenvolver seus “portfólios de sociabilidade”, investindo diferencialmente, em diferentes momentos, em várias redes com barreiras de ingresso e custos de oportunidades baixos. Disso decorre, por um lado, extrema flexibilidade na expressão da sociabilidade, à medida que indivíduos constroem e reconstroem suas formas de interação social (CASTELLS, 2003, p. 110).

No Brasil, as redes sociais que fizeram mais sucesso são: Orkut, Facebook e

Twitter. O Orkut, por ser uma das primeiras mídias sociais a serem criadas, servindo

inclusive como base para as que vieram em seguida, acabou morrendo. Perfis

abandonados e ferramentas sem qualquer utilidade para a disseminação da

informação importante a quem se conecta na internet, fizeram com que a maioria de

seus usuários migrassem para o Twitter e para o Facebook.

2.4 FACEBOOK: SURGIMENTO E APRESENTAÇÃO DA REDE

O Facebook é a rede social que está em evidência no momento. Segundo

Mezrich (2010, p. 20), a rede foi criada em 4 de fevereiro de 2004, porém só a partir

do ano de 2010 ficou conhecida e passou a ser mais bem utilizada no Brasil. Com

diversos botões, interface moderna, aplicativos, além de uma mescla de todas as

outras redes juntas, vêm fazendo o maior sucesso entre os brasileiros. A criação de

18

um perfil é realizada através de uma conta de e-mail já criada pelo usuário. E a partir

disso, o perfil começa a tomar forma. Lembrando que as configurações e regras da

rede permitem que apenas pessoas com idade superior a 13 anos criem seu perfil.

Nome, idade, estado civil, grau de parentesco com outros usuários, páginas

de pessoas famosas que o usuário possa vir a gostar, páginas de empresas ou sites

de compras utilizadas pelo mesmo são ferramentas disponíveis do Facebook. Existe

também um aplicativo que permite o usuário ter um perfil no Twitter e suas

mensagens postadas lá aparecem de forma automática no seu perfil do Facebook. É

quase como um 2 em 1. Poupa-se a atualização manual de uma rede, sem deixá-la

de lado (MEZRICH, 2010, p. 38).

O diferencial desta rede é o botão curtir, o qual permite o usuário a dizer se

gostou ou não de qualquer publicação colocada nesta rede. O Facebook vive em

constante aperfeiçoamento e agora já conta também com informações como se o

usuário é ou não doador de órgãos e também links de outros sites e blogs. Isso é

algo que facilita a disseminação da informação, já que o usuário não necessita estar

navegando em certo blog ou site para ter acesso ao conteúdo dele. Consegue-se

fazer praticamente tudo pelo Facebook.

Aplicativos de mapas e localizadores também ganharam seu espaço. De um

aparelho celular ou ate mesmo um computador portátil, eh possível colocar no perfil

a localização exata de onde se esta postando, ilustrando com fotos e ainda com a

opção da marcação e identificação de amigos que também tenham o perfil. Nesta

rede, as empresas vêm se destacando, com a criação de perfis dinâmicos e cheios

das mais diversas informações e inclusive sorteios, os quais atraem “curtidores” da

sua página (MEZRICH, 2010, p. 43).

2.5 INTERNET COMO MÍDIA

Todo avanço tecnológico e desenvolvimento que a Internet apresentou

durante os anos, faz com que ela se torne um ponto importante de contato com os

consumidores. Assis (2006, p.17) destaca que “a internet tem papel fundamental na

tomada de decisões e de posicionamento da marca – uma vantagem competitiva

sustentável inestimável para qualquer empresa”. Isto justifica o fato de que a marca,

para ter um bom índice de lembrança, deve estar presente nos mais variados meios

e atingindo seu público alvo da melhor maneira possível, o que é totalmente possível

19

e mensurável com a utilização da Internet. Com tantas possibilidades e informações

que a Internet proporciona, a probabilidade de acertar em cheio o consumidor é

grande, sendo justificado pela afirmação de Assis (2006, p.20) que diz que “a

Internet é um meio com ampla riqueza de informação, o que facilita qualquer ação

de planejamento, pesquisa e levantamento de dados”.

Além dos investimentos tradicionais em mídia na Internet, a integração com a

explosão das redes sociais é algo que deve ser pensado e, quando uma vez

utilizado, a empresa/marca acaba se tornando refém desse investimento, pois

percebe-se a importância das estratégias de comunicação para estas redes no

planejamento de marca da empresa (MÍDIA DADOS, 2012). A diversidade de

opções e o desenvolvimento de estratégias de alguns anunciantes na Internet é

destacada por informações do Mídia Dados (2012), afirmando que “se muitos

anunciantes ainda estão tateando no emprego da web como mídia, outros têm

conseguido desenvolver estratégias mais sofisticadas, explorando melhor os

diferenciais da plataforma”. Isso normalmente se deve ao fato dos anunciantes

serem mais ousados e perceberem que os consumidores da sua marca estão

consumindo informação e propaganda também em outros meios e que é importante

que ela esteja presente para este consumidor, assim como estabelecer um novo

canal de comunicação com os consumidores online, criando um gerenciamento da

marca nas mídias digitais e evitando crises que possam prejudicar a imagem da

marca.

Anunciantes e agências de propaganda percebendo o desenvolvimento e a

importância que a Internet proporcionou para o meio digital, aumentam seus

investimentos em propaganda ano a ano, percebendo um retorno positivo sobre

esses investimentos. Segundo dados publicados no site IDGNow (2012):

Os investimentos mundiais em propaganda na web seguem crescendo rapidamente. De acordo com números da Nielsen, no primeiro trimestre desde ano, a publicidade online aumentou 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado. A Internet foi aúnica mídia com dois dígitos de expansão.

Pesquisas recentes realizadas com o consumidor brasileiro revelam um

aumento significativo na utilização da Internet, superando até mesmo o aumento de

consumo da televisão; o brasileiro também consome internet em todos os lugares

durante todo o dia.

20

Outra pergunta deu a dimensão do que a web vem representando para os brasileiros. A questão ‘se você tivesse 15 minutos livres para usar no dia, qual seria a atividade preferida’ trouxe como primeira resposta a navegação na Internet. Essa foi a escolha de 33% dos entrevistados. Em seguida, ficou a utilização das redes sociais, com 13%. Ver TV atingiu 11% das preferências. Somadas as respostas que implicavam em algum uso online, 62% das pessoas gostariam de dedicar esses 15 minutos livres ao consumo de meios digitais. [...] a internet é a mídia mais utilizada em todos os lugares, como escola e trabalho, e situações de um dia típico. [...] A pesquisa indica que, de manhã, 14% das pessoas consomem jornal. O percentual para a web, nesse momento do dia, é de 69%. À noite, 78% dos entrevistados disseram que navegam na internet (PROXXIMA, 2012).

Diante dos dados, é perceptível que os anunciantes devem implantar ou

reforçar seus investimentos em mídia digital, incluindo estes esforços em seu mix de

comunicação com o objetivo de realizar uma comunicação integrada, atingindo seus

públicos da melhor maneira possível.

21

3 DO MARKETING AO MARKETING DIGITAL

Segundo Yanaze (2006, p.34), marketing é o planejamento adequado da

relação produto mercado, ou seja, engloba as estratégias de uma organização para

a colocação de um determinado produto ou serviço no mercado. O objetivo é

atender e satisfazer as necessidades de seu público-alvo. Tavares (2007, p.132) vai

além e inclui ainda que o marketing deve cuidar da imagem de uma empresa,

orientando-a para novos mercados.

As novas tecnologias possibilitam um novo modelo de negócios. Para Lemos

(2012, p.42) “a internet é um meio que permite (entre outras coisas), medição de

resultados, velocidade de divulgação, direcionamento da mensagem, interação,

compartilhamento e convergência”. Conhecer os clientes parece ser um tema banal.

No entanto, isso pode ser muito mais importante para o negócio dele do que ações

para angariar fãs, por exemplo. Lemos (2012, p.45) indica saber os hábitos dos

clientes na internet e quais os interesses deles. O conhecimento do público-alvo traz

junto consigo várias possibilidades de ação e oportunidades até então

desconhecidas – de leads, de vendas, de aumento de participação de mercado, até

mesmo de novas utilidades para um produto.

Segundo Sheth (2002, p.14-15), o marketing como função corporativa objetiva

a satisfação do cliente e a internet propiciou uma visão radical de como a missão

básica do marketing é realizada. Embasando-se neste conceito, podemos verificar

três mudanças de paradigmas fundamentais:

a) na era industrial, os profissionais de marketing iniciavam e controlavam o

processo de troca. Já na era da internet os clientes definem de que informações

necessitam, qual a melhor oferta e a que preços que estão dispostos a pagar, por

determinado serviço, e ou produto para atender as suas necessidades (Lemos,

2012, p.50);

b) em segundo lugar, os clientes estão mais exigentes, procurando produtos

de qualidade a preços razoáveis, e serviços mais rápidos e melhores. Desta

maneira, a tradicional troca entre eficácia e eficiência já não é tão relevante. O que

se espera do profissional de marketing na era da internet é satisfazer todas as

necessidades presentes e futuras dos clientes de maneira eficaz e eficiente. Em

terceiro lugar, as empresas comvisão no futuro, estão focandoa satisfação dos

clientes, surgindo o “Espaço de Mercado”.

22

Um espaço de mercado é o contexto no qual os clientes estão ligados não só a produto, mas ao sistema por inteiro, e no qual as empresas podem fornecer um conjunto completo de serviços com valor agregado, comomecanismo para obter vantagem competitiva sustentável sobre suas concorrentes (SHETH, 2002, p.14-15).

O objetivo do marketing digital é basicamente o mesmo do marketing

tradicional, porém focando suas ações e estratégias no meio Internet, onde os

consumidores e organizações buscam por interação e relacionamento e realizam a

troca de informação de forma rápida, personalizada e dinâmica. Este pensamento é

defendido por Oliveira (2000, p.4) quando afirma que “web marketing ou marketing

digital, corresponde a toda concentração de esforços no sentido de adaptar e

desenvolver estratégias de marketing no ambiente Web”.

Limeira (2003, p.9) também defende o princípio do marketing digital,

afirmando que:

Com a evolução da tecnologia da informação e da comunicação, especialmente a internet, o marketing evoluiu para o chamado marketing eletrônico, e – marketing ou marketing digital, conceito que expressa o conjunto de ações de marketing intermediadas por canais eletrônicos como a internet, em que o cliente controla a quantidade e o tipo da informação recebida.

Vários fatores são importantes quando se fala em marketing digital, em

planejar ações para esta ferramenta. No marketing digital é de suma importância

contar com a colaboração dos consumidores para que as ações surtam algum efeito,

e o investimento despendido para tal não seja perdido. “Sempre que for planejar

uma ação online, esqueça os computadores e os softwares e pense nas pessoas [...]

Crie sempre formas de ouvir os consumidores online e de dar importância a cada um

que escrever ou comentar” (TORRES, 2009, p. 35-37).

Para se atingir os objetivos do marketing digital, utiliza-se de recursos digitais

de comunicação e distribuição para a promoção de produtos, marcas, ideias e

demais ações; como Internet, web sites, blogs, mídias sociais, mobile e diversos

formatos que surgem a cada dia. Segundo informações extraídas da palestra de Luiz

Alberto Ferla (2012) empresário de um grupo de empresas 100% digitais com

escritórios em Florianópolis, São Paulo e Brasília, o controle das ações de marketing

digital depende de um fluxograma muito bem estruturado para que os responsáveis

consigam entender e atuar em todas as fases do processo.

23

O fluxograma proposto por Ferla está estruturado da seguinte forma: para

começar, o marketing digital deve ter um bom conteúdo. De nada adianta levar o

cliente através d publicidade, se o site não tiver um bom conteúdo ele vai embora;

um bom SEO também é fundamental. É necessário ter uma boa indexação no

Google para que as pesquisas levem o consumidor ao seu site; o portal principal

deve ser muito funcional para que quando o cliente visite o portal, encontre

facilmente o que procura; também é importante estar das redes sociais,

conversando com o seu público e mantendo uma informação positiva; deve-se fazer

campanha de e-mail marketing, pois nem todos os brasileiros estão nas redes

sociais, mas quem tem internet, tem um e-mail e pode ser impactado por esta

ferramenta; é necessário ter um lead de qualidade, uma boa base de dados a fim de

identificar os consumidores potenciais e direcionar os esforços de marketing; sem

uma estratégia digital bem definida, todos os esforços podem ser em vão. É

necessário planejar antes de colocar qualquer ação em prática; e por fim é essencial

que se faça um monitoramento das ações de marketing digital, para que se possa

corrigir ou adequar qualquer informação que esteja fora do padrão ou que esteja

adequada de forma que o consumidor não compreenda.

3.1 OS 8 PÊS DO MARKETING DIGITAL

O marketing digital, como o marketing tradicional, também tem seus

respectivos pês, que devem ser minuciosamente trabalhados e planejados para

obter um melhor resultado sobre os esforços destinados ao meio digital. De acordo

com Vaz (2010, p.167) “os 8 Pês do marketing digital constituem um processo cíclico

que se renova a cada período, fazendo com que a empresa tenha um resultado

cada vez melhor a cada dia”.

O primeiro dos 8 pês é relacionado a pesquisa sobre o consumidor, onde é

fundamental saber todos os detalhes sobre o público alvo de determinada marca,

para quem ela está comunicando e com quem ela está interagindo. Sobre o primeiro

“P” Vaz (2010, p.168) reforça a ideia de conhecimento do consumidor afirmando que

“você tem que saber o que ele quer ouvir, como ele compra, qual o ciclo de vendas,

qual sua idade, qual sua escolaridade, qual sua renda, o que ele considera como

quesitos fundamentais para que compre com você, o que ele quer ver em seu site

etc”.

24

O segundo “P” é relacionado ao planejamento, onde deve ser definido como a

empresa se comportará nesse meio digital e qual será a estratégia adotada pela

marca diante das informações adquiridas sobre o consumidor. Vaz (2010, p. 170)

afirma que “a partir do momento em que você descobriu os hábitos de busca de seu

consumidor [...] é preciso reunir essa informação e fazer um planejamento de

marketing digital”.

A produção caracteriza o terceiro “P” do marketing digital, que é a fase onde

deve ser desenvolvida a plataforma que será utilizada pelos consumidores, e que

requer pessoal qualificado para seu desenvolvimento. “A construção de uma

plataforma interativa [...] requer uma dose de conhecimento que extrapola o

departamento de tecnologia” (VAZ, 2010, p. 250).

O quarto “P” está relacionado à publicação dos conteúdos na mídia,

reforçando a importância de tratar com cuidado o assunto publicado, assim como a

facilidade para o consumidor encontrar o que precisa. O autor (2010, p. 173) destaca

essa importância em três pilares que são “a encontrabilidade, porque o conteúdo é

fundamental para que seu site seja encontrado; a vendabilidade, por causa dos

textos persuasivos; e a credibilidade, devido ao conteúdo que inspira segurança e

confiança no usuário”.

O quinto “P” é uma fase do processo que envolve a promoção, que pode

gerar um resultado bem interessante para a marca perante seus consumidores,

gerando interatividade, lembrança e conhecimento de marca. “Uma boa promoção

utilizando ferramentas da web 2.0 podem dar um resultado bem acima do esperado

e muito lucrativo” (VAZ, 2010, p.175).

“A rede fale de sua empresa de maneira positiva estimulando o boca-a-boca

no ambiente web para que sua marca ganhe credibilidade e alcance maiores

margens”. (VAZ, 2010, p.176). O sexto “P” do marketing digital diz respeito à

propagação da marca no meio digital, onde deve ser valorizada a “viralização” da

informação, fazendo com que os consumidores falem sobre a marca no ambiente

web.

O sétimo “P” diz respeito à personalização da comunicação perante os

consumidores do meio digital, a valorização da informação deixada pelo consumidor

quando ele acessa as informações de determinada marca e o cuidado que se deve

ter em trabalhar com essa informação potencial. Para tanto, Vaz (2010, p.176)

defende que “para cada contato de e-mail deixado por um visitante de seu site, você

25

ganha um contato direto com alguém que já entrou em contato com sua marca e,

portanto, é um cliente potencial”.

E como último “P” tem-se a precisão, que nada mais é que as ferramentas

que a marca tem a sua disposição para mensurar resultados de todo o planejamento

feito até então. De nada adianta planejar várias ações para a marca, se não há um

controle disso, se os erros e acertos não são percebidos, podendo assim modificar

positivamente o planejamento das próximas atitudes digitais da marca. “Quais as

ferramentas de mensuração, como extrair delas dados relevantes para seu negócio,

como interpretar tais dados e transformá-los em informação pertinente e como

transformar tais informações em conhecimento para descobrir quais os próximos

passos a seguir”. (VAZ, 2010, p.177)

3.2 CONSUMIDOR DIGITAL

No marketing digital o ponto mais importante de qualquer planejamento é

entender, ouvir e atender às necessidades do consumidor digital. As marcas

possuem uma importante ferramenta de comunicação em mãos, que se mal utilizada

pode causar sérios danos à mesma, caso desagrade o consumidor. Um ponto

importante a ser observado é que o consumidor digital é sedento por informação e

também é considerado um grande formador de opinião (positiva ou negativa para a

marca), assim como defende Telles (2010, p. 154) quando afirma que “o

comportamento do consumidor atual com a Internet deixou de ser um simples

receptor da comunicação para se tornar retransmissor e formador de conteúdo”.

O próprio marketing já vem mudando seus conceitos em meio a um mundo

em que as pessoas querem e gostam de ser ouvidas. Kotler (2010, p.5) já defende

que “os consumidores são seres humanos completos, cujas outras necessidades e

esperanças jamais devem ser negligenciadas. [...] o marketing 3.0 complementa o

marketing emocional com o marketing do espírito humano”. Além disso, ele também

defende que o novo marketing é centrado nos valores de cada pessoa e tem um

nível de interação e colaboração com os demais consumidores muito alto. Essa

forma de colaboração nos conteúdos surgiu com o avanço tecnológico e o advento

das mídias sociais, conforme também destaca Kotler (2010, p.7) onde explica que

“desde o início do ano 2000, a tecnologia da informação penetrou o mercado

mainstream, transformando-se no que consideramos hoje a nova onda de

26

tecnologia. Essa nova onde abrange uma tecnologia que permite a conectividade e a

interatividade entre indivíduos e grupos”. O consumidor digital, com todas estas

novas ferramentas em mãos, começou a fazer muitas coisas ao mesmo tempo,

sendo que onde ele encontra informação, também pode encontrar diversão e

amigos. “O consumidor, como internauta, assumiu o controle de sua própria vida por

meio das chamadas mídias e redes sociais e passou a gerar conteúdo, se informar,

se divertir e se relacionar, tudo ao mesmo tempo.” (TORRES, 2009, p.40)

Torres (2009, p.30) enfatiza os três desejos e necessidades que o consumidor

busca na Internet: “O consumidor, quando está conectado à Internet, tem

basicamente três desejos, três necessidades, que são como um farol-guia e nos

ajudam a entender seu comportamento. Essas três necessidades, criadas e

satisfeitas pelo próprio consumidor, são: informação, diversão e relacionamento.” A

Internet é uma grande fonte de informação e o consumidor sabe disso e da

facilidade em encontrar o que procura através das mais variadas ferramentas de

busca. Na procura por diversão, o consumidor encontra uma infinidade de

informações, tais como jogos online, sites de vídeos, além dos grandes portais de

entretenimento disponíveis na rede. E por fim a necessidade de se relacionar com

amigos, familiares, contatos profissionais através das redes sociais e da

comunicação instantânea, que encurtam distâncias e facilitam os contatos com

pessoas que estão distantes.

Este tipo de consumidor é diferente de um consumidor de mídia off-line, além

de pesquisar muita coisa ele também busca informações de credibilidade. Então é

de suma importância que o planejamento virtual da marca seja bem trabalhado, para

que transmita a credibilidade que o consumidor digital procura, fazendo com que

haja um contato, uma interação saudável para ambos os lados. O conteúdo de

credibilidade e o atendimento personalizado são defendidos por Vaz (2010, p. 141):

O consumidor está navegando nos mais diversos espaços virtuais e está disposto a procurar por suas necessidades, seja em uma empresa pequena, seja em uma empresa grande, desde que lhe transmita credibilidade e lhe preste um bom atendimento, além de fazer por ele aquilo que as corporações não conseguem fazer: personalização.

Como as formas de se comunicar com esse novo tipo de consumidor se

modificam muito rapidamente, é preciso que os profissionais estudem

constantemente o perfil do consumidor, como já destacado no planejamento de

27

qualquer ação digital. Uma ferramenta que hoje é super moderna e super utilizada,

amanhã pode ser esquecida e trocada por uma nova. Outro ponto que dificulta o

relacionamento com o consumidor online é que pessoas de todas as idades

acessam a Internet, o perfil de consumidor do meio digital é muito parecido em todas

as faixas etárias. Por isso é necessário estar atento a todas as informações que

surgem referentes ao consumidor das ferramentas digitais.

3.3 ATENDIMENTO, RELACIONAMENTO E INTERAÇÃO NO MEIO DIGITAL

As regras de atendimento ao cliente na web seguem as mesmas regras do

marketing offline. Portanto, manter o cliente já existente é muito mais importante do

que angariar outros. Além do mais, sabe-se muito mais sobre eles do que os ainda

desconhecidos. O atendimento pelo meio online requer o mesmo cuidado que uma

resposta por telefone ou por escrito. Porém, pode-se usar de outros artifícios. Sterne

(2000, p.50), cita que “talvez a melhor esperteza mercadológica na World Wide Web

possa ser a de oferecer um poderoso serviço de atendimento ao cliente”. Como a

maioria das publicações do começo do século, ele traz exemplos de sites, mas que

podem servir também para a linguagem de mídias sociais, afinal ambos são “sítios”

no meio virtual.

Se sua nova ferramenta de jardinagem é apoiada com um website cheio de dicas, truques e ciladas de jardinagem, isso terá mais valor do que se ele contiver apenas uma tabela de preços (Sterne, 2000, p. 5).

Este autor vai além e garante que, na dúvida entre produtos e preços

parecidos, o cliente vai comprar da empresa que oferecer mais vantagem. Logo, se

conter informações sobre como usar aquele produto, como resolver problemas e ter

um canal direto de comunicação com a marca, por exemplo, esses pontos vão

contar.

A internet é um meio rápido de comunicação, logo as respostas aos clientes

deve ser dada com rapidez. Para o autor a expectativa geral nesse meio é de um

ciclo de resposta de 24 horas. Márcio Chleba (1999, p.47) cita como uma das forças

do marketing digital a interatividade. Porém, para ele, de nada adianta interatividade

se o usuário não encontrar a informação que deseja. O estudo do público que a

28

marca pretende interagir é de extrema importância para suprir essas necessidades

do cliente e usar a interatividade a seu favor.

Conhecer o público é essencial porque o atendimento em massa é um tiro no

escuro no marketing digital. Para Castro (2000, p. 7), o atendimento precisa ser

individual, já que “a internet não é um mercado de massa”. Parece contraditório,

diante da diversidade que a internet abrange, mas justamente por isso que a

personalização é aliada da estratégia. A internet permite isso, algo que o

atendimento em uma loja física não ateria condições, a não ser que se contratassem

inúmeros funcionários. A nova mídia tem múltiplos formatos de distribuição de

informação, não é um caminho de mão única diferente dos meios tradicionais, onde

a comunicação é unilateral e uniforme.

Castro (2000) diz que a web é a única mídia, em se tratando de televisão e

rádio, que permite que o processo de vendas seja atendido do princípio ao fim.

De fato, as outras mídias falham quando o processo passar a precisar de algum tipo de feedback do consumidor, ou interatividade com este. Com isto, perdemos um canal de atendimento e uma possível venda futura, pois não há como construir fidelização, e valiosas informações dos nossos consumidores. A internet nos oferece meios de anunciar nossos produtos, vendê-los, responder a solicitações dos nossos consumidores, estudá-los, finalmente fideliza-los (CASTRO, 2000, p. 3).

Entre os temas que chamam a atenção desse consumidor estão a palavra

“grátis”, sejam serviços ou brindes. Gostar de manter sua individualidade, ou seja,

sabe que não haverá retaliações. Justamente por isso o cliente de internet como um

dos mais difíceis de tratar porque acumula todas as frustrações dos clientes normais

mediante a um atendimento ruim, mas com a chance de reclamar estando protegido

por um computador. Não gosta de ser tratado como um número e possui bom

sentido da qualidade, talvez por ser formada principalmente por classes A e B.

29

4 MARCAS NA WEB 2.0

A marca é o primeiro contato da organização com seus públicos, e deve ser

perfeitamente planejada e articulada para criar um relacionamento e uma

diferenciação perante a grande concorrência que se tem no mercado atualmente.

Tavares (2008, p.9) utiliza a definição da American Marketing Association que diz

que uma marca “é um nome, termo, signo, símbolo ou design, distinto ou combinado

com a função de identificar bens ou serviços de um fornecedor ou grupo de

fornecedores para diferenciá-los da concorrência”.

Além disso, a marca é algo que pode ser comprado pelo consumidor, e não

se resume apenas ao nome ou símbolo, e sim a todo um conjunto de fatores que

identificam o produto/empresa no mercado. Ogilvy citado por Strunck (2003, p.19)

esclarece que “marca é a soma intangível dos atributos de um produto; seu nome,

embalagem e preço, sua história, reputação e a maneira como ele é promovido”. E

neste mesmo contexto a marca também é muito influenciada pelo comportamento

dos seus consumidores, onde comentários podem salvar os destruir marcas com

muita facilidade. Por isso a importância de se cuidar muito bem da marca e atender

ao máximo as expectativas dos clientes, fazendo com que eles vivam experiências

boas com as marcas e se tornem consumidores frequentes. Nesta linha de

pensamento, novamente Ogilvy citado por Strunck (2009, p.19) declara que “a

marca é também definida pelas impressões dos consumidores sobre as pessoas

que a usam; assim como pela sua própria experiência pessoal”.

Ainda relacionando marca aos bens tangíveis e intangíveis de uma

empresa/organização, ela é um dos elementos que possui a capacidade de

influenciar as pessoas na compra e ainda gerar valor para o produto/empresa em

questão. “É a união de atributos tangíveis e intangíveis, simbolizados num logotipo,

gerenciados de forma adequada e que criam influência e geram valor. Trata-se de

um sistema integrado que promete e entrega soluções desejadas pelas pessoas”

(MARTINS, 2006, p. 8).

Uma marca bem planejada e ao mesmo tempo com uma comunicação

diferenciada e que atraia a atenção do consumidor, tem destaque na mente do

consumidor, se tornando uma marca forte no mercado e gerando lealdade desse

público. Strunck (2003, p.19) defende essa ideia de marca forte e dos benefícios à

empresa/organização, afirmando que “uma marca forte dá ao seu possuidor três

30

condições básicas para a sua permanência no mercado: vendas, lealdade do

consumidor e lucro”.

No processo de compra, o consumidor reage de acordo com as marcas que

ele mais lembra, sempre associando a compra a alguma campanha que viu na TV,

ou porque um famoso estava na comunicação, ou até mesmo pelo conhecimento

que outras pessoas conhecidas transmitem para esse consumidor. E o prazer em

comprar determinado produto/serviço é liberado nesse momento de compra, onde o

consumidor encontra a satisfação por conseguir adquirir tal produto/serviço. Essa

afirmação é comprovada por Strunck (2003, p.19) que explica que “as marcas que

guardamos em nossas memórias servem como um facilitador das escolhas que

fazemos em nosso dia-a-dia, detonando, com graus diferentes de entusiasmo e

felicidade, toda a carga de informação que tenhamos adquirido sobre tudo o que

consumimos”.

Conforme defende Aaker (2000, p.13) “a identidade da marca nítida e eficaz,

que promova a compreensão e adesão de toda a organização, deve estar vinculada

à visão da empresa e à sua cultura e aos valores organizacionais”. Por isso é

importante que a marca possua uma identidade bem definida e de fácil

compreensão do consumidor, assim como de seus públicos internos, e que essa

marca transmita a essência da empresa.

Uma marca de serviço deve ter um cuidado muito maior, ainda mais quando

se trata de marcas que oferecem um serviço relacionado ao lazer dos consumidores.

Uma marca de serviço “são atividades, benefícios ou satisfações colocadas à venda.

São intangíveis, inseparáveis, variáveis e perecíveis. Normalmente exigem maior

controle de qualidade, credibilidade do fornecedor e adaptabilidade” (KOTLER apud

MARTINS, 2006, p. 59). A marca de serviço depende de uma série de fatores para

poder manter uma boa imagem perante seus consumidores. Por isso é importante o

relacionamento realizado com a cadeia de fornecedores, público interno e terceiros,

para que o consumidor final utilize o serviço e fique satisfeito, utilizando o mesmo

por mais vezes e possivelmente criando laços de fidelidade com a

empresa/organização.

Graças a internet e as tecnologias digitais foi possível que essas

transformações acontecessem. A Web 2.0 (O’REILLY, 2005), possibilitou ainda aos

internautas uma postura mais colaborativa, já que ela parte da premissa de que os

31

sistemas evoluem na medida em que mais pessoas os utilizam e contribuem para o

seu melhoramento.

A junção entre convergência dos meios de comunicação, cultura participativa

e inteligência coletiva permitiu a ascensão de uma Cultura da Convergência

(JENKINS, 2008, p. 28) que, longe de ser apenas de âmbito tecnológica, “representa

uma transformação cultural”.

É nesse contexto de convergência que podemos compreender como os

consumidores (ou nesse caso, os fãs), apropriam-se das mídias digitais para

produzir e distribuir conteúdos sobre seus filmes, séries, livros e marcas preferidas.

Estabelecer uma relação de fidelidade entre consumidor e marca é um dos atuais

desafios dos profissionais de marketing, cujas estratégias “procuram expandir os

investimentos emocionais, sociais e intelectuais do consumidor, com o intuito de

moldar os padrões de consumo” (JENKINS, 2008, p. 96).

Nesse sentido, a chamada economia afetiva, ao procurar “entender os

fundamentos emocionais da tomada de decisão do consumidor como uma força

motriz por trás das decisões de audiência e de compra” (JENKINS, 2008, p. 94),

também se configura como um importante aspecto a ser analisado na Cultura da

Convergência, na medida em que as empresas começam a perceber que os fãs são

os consumidores mais “valiosos” dentro da indústria, pois prestam mais atenção aos

anúncios, tendem a comprar mais os produtos e, principalmente, fazem questão de

contribuir e de colaborar para a divulgação e o melhoramento das marcas que

veneram. Mas, como uma pessoa se torna fã de alguém ou de alguma coisa?

O conceito de Lovemarks (ROBERTS, 2005, p. 143) nos ajuda a

compreender esse processo, pois representa o passo seguinte às marcas de

confiança. Segundo o autor, Lovemarks são casos de amor entre marca e

consumidores e, por isso, são capazes de despertar o sentimento de “fidelidade

além da razão”. É importante ressaltar que Lovemarks são pessoais e, por isso,

podem ser qualquer coisa que despertem esse lado emocional nas pessoas:

cosméticos, países, personalidades, carros, roupas etc. Defendendo a ideia de que

boa parte das decisões de compra baseia-se nas emoções, Roberts (2005) afirma

que as empresas devem investir em estratégias de marketing que promovam

experiências multisensoriais e multimídia a fim de estabelecer maior conexão e

identificação com os consumidores.

32

4.1 BRANDING

O branding é considerado um modelo de gestão de marcas, pois é uma forma

de construir marcas que tenham mais valor para clientes, funcionários e

investidores. Para efeitos de classificação, Tavares (2008, p.10) define branding

como “o processo de gestão de marca em suas relações com o consumidor e

demais públicos de uma empresa, fortalecendo-a e valorizando-a como um

diferencial competitivo”. Para isso, o branding estabelece uma gestão de marca

focada em todas as manifestações que a marca possui, seja ela com

produto/serviço, com os vendedores que estão no ponto-de-venda apresentando

esse produto/serviço aos consumidores, especificamente a embalagem desse

produto, como ele é apresentado ao consumidor, a sua comunicação se é clara e

compreendida, e também acaba trabalhando com a história da empresa/organização

perante a sociedade, perante os demais concorrentes, enfim, uma visão geral de

todas as formas de contato da marca com seu público externo e interno.

O branding cria estruturas e processos organizacionais para garantir a gestão

da marca. Também formaliza uma identidade e posicionamento – daquilo que a

marca pretende significar. E depois desenvolve programa de construção de marca –

que garantam essa gestão. Com toda essa estrutura planejada da marca, ela acaba

se tornando parte do dia-a-dia das pessoas, deixa de ser uma simples marca e

passa a influenciar as pessoas e suas atitudes diárias; o que é defendido por Martins

(2006, p.8) que esclarece que:

Branding é o conjunto de ações ligadas à administração das marcas. São ações que, tomadas com conhecimento e competência, levam as marcas além da sua natureza econômica, passando a fazer parte da cultura, e influenciar a vida das pessoas. As ações com a capacidade de simplificar e enriquecer nossas vidas num mundo cada vez mais confuso e complexo.

Outro ponto de extrema importância é que o branding seja algo contínuo para

a evolução de marca, que não seja aplicado somente uma vez, e quando a marca

atinge um ponto de “conforto”, deixar de planejar e executar todos os esforços para

fixação da marca. De acordo com Martins (2006, p.44) “o branding precisa de

recursos e esforços intensos de marketing e comunicação para ser adequadamente

implementado, não apenas em uma determinada ocasião da vida das marcas, mas

durante toda a sua existência”.

33

Para se fazer branding, o gestor da marca deve ter em mente três pontos de

suma importância: priorizar sempre a verdade sobre a marca; criar uma

diferenciação perante os concorrentes diretos e indiretos que estão no mercado e os

que constantemente entram em determinado segmento; e tornar a marca relevante

para os consumidores, fazendo com que ela não seja uma simples marca, mas sim

aquela que vai agradar e satisfazer a vontade desse consumidor. Pamplona (2011,

p.47) defende que o “branding assume o controle da marca de modo estratégico,

determinando o que ela deve representar aos olhos do cliente. Partindo da verdade

da marca, o branding cria uma identidade de marca”.

Outro ponto a ser considerado no branding é que cada opção estratégica que

for desenvolvida traz certo nível de investimento para que ela se torne real, assim

como certo tempo para que realmente faça a diferença e se torne eficaz. Ainda

utilizando Pamplona (2011, p.61) “o branding depende de boas análises, cabeças

estratégicas e coragem para inovar”. Pois é sabido que não existe uma única

estratégia considerada correta, muito pelo contrário, existem várias possibilidades

que podem ser trabalhadas para que se tenha êxito naquilo que se pretende

alcançar.

34

5 REDE SOCIAL

As pessoas estão inseridas na sociedade por meio das relações que

desenvolvem durante sua vida. São essas relações que fortalecem a esfera social.

Nas redes sociais, assim como na sociedade, cada indivíduo tambémtem sua função

e identidade cultural. Sua relação com outros indivíduos vai formando

essasociedade paralela, que representa a rede. Para Tomaél (2005, p.93)

configuração em rede faz parte da natureza do ser humano. É comum ele procurar

se agrupar com seus semelhantes e estabelecer relações de interesses que podem

ir se modificando conforme a sua trajetória. “As redes sociais constituem uma das

estratégias subjacentes utilizadas pela sociedade para o compartilhamento da

informação e do conhecimento, mediante as relações entre atores que as integram”.

As redes sociais, segundo Marteleto (2001, p.72) representam “um conjunto de

participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses

compartilhados”.

5.1 REDE SOCIAL ONLINE

A era moderna das redes sociais começou em 2002 quando Jonathan

Abrams lançou o Friendster inspirado na Match.com. A ideia era que o Friendster

fosse um site de relacionamento, sem necessariamente se configurar em namoro. O

site não deu certo, recusou uma oferta milionária do Google e acabou no

esquecimento. Depois vieram outras redes que deram certo como Fotolog e o

Friendster, LinkedIn, MySpace, Flickr, o Orkut e o Facebook — umas das mais

populares, incluindo a maior de todas até hoje. Segundo Telles (2011), os sites de

relacionamento, ou redes sociais, são ambientes que reúnem pessoas inscritas, que

expõem seus dados pessoais, além de interagir com outros membros.

As redes sociais são os sites mais populares entre adolescentes e jovens. A

pesquisa da Ofcom (Oficina de Comunicaciones del Reino Unido), segundo Botero

(2010, p.16), mostra que uma quinta parte (22%) de usuários de internet tem mais

de 16 anos e quase a metade (49%) das crianças, entre 8 e 17 anos, que usam

internet construíram seu próprio perfil em uma rede. Quanto aos adultos, a

preferência por construir seu perfil em uma rede social é alta entre os 16 e 24 anos

(64%) e vai diminuindo com o aumento da idade.

35

Para Reed (2012, p. 164) pode-se classificar uma rede social se ela tiver a

capacidade de:

Criar um perfil pessoal com informações a seu respeito (...), atualizar seu status (...), adicionar amigos, criar um grupo, página ou lista de interesses, criar e gerenciar eventos, adicionar e compartilhar fotos e vídeos, adicionar funções extras mediante aplicativos, promover produtos ou serviços por meio de propagandas.

As redes sociais online revolucionaram a maneira de se utilizar a web, já que

a população se comunicação mais por elas do que por e-mails, por exemplo. Para

Reed (2012, p. 164) a vantagem e utilizá-las nas empresas se deve ao fato de criar

conexões, desenvolver listas, produzir o boca a boca e gerar confiança.

Em meio a toda essa transição, é notório que as pessoas através das redes

sociais também queiram se aproximar das suas marcas favoritas e vivenciar os

melhores prazeres de consumo. Afinal, “ter e não poder levar para casa” não faz

parte desse público, fortemente exigente e imediatista (NOVAES, 2011, p. 23).

As redes sociais precisam ser tratadas como o espaço estratégico para criar o vínculo de admiração e respeito, engajar, ter propósitos transparentes, responder as questões da comunidade de forma participativa, acatar opiniões, críticas e sugestões, falar com a mesma autenticidade com todos os participantes, sem dar privilégios ou regalias aos mais fervorosos e lembrar-se todos os dias de que reconhecimento é necessário.

36

6 MÍDIA SOCIAL

Nesta fase de web participativa, onde foi possível uma Cultura de

Convergência (JENKINS, 2008) foi possível também a ascensão das chamadas

mídias sociais, fundamentais nesse processo de convergência. Sendo “ferramentas,

plataformas e práticas usadas para o compartilhamento de opiniões e experiências

via internet” (SPYER, 2007, p. 16), podemos compreender as mídias sociais como

um poderoso instrumento dos consumidores contemporâneos, já que possibilitam

que eles expressem e propaguem a sua devoção ou o seu rancor a determinada

marca ou produto.

6.1 RELACIONAMENTO É PRIORIDADE DAS MÍDIAS SOCIAIS

Antes da web 2.0, as empresas pouco faziam para conversar com seus

clientes, até mesmo porque as possibilidades de comunicação entre as pessoas

também eram poucas. Na metade da década de 80 que começaram a surgir no país

centrais de atendimento ao cliente que, por telefone, mantinham uma conexão com

muitos clientes, um para um. Em 2008, o governo federal assinou o decreto nº

6.523, regulamentando o atendimento destas já numerosas centrais. É a famigerada

Lei do SAC2, que obriga as empresas a cumprir algumas regras e prazos que,

teoricamente, garantiriam qualidade ao atendimento ao cliente (SALGADO, 2012,

p.7).

Porém, esse método não combina muito com o novo padrão de

relacionamento trazido pelas redes sociais online. O atendimento aos clientes por

esse meio precisava de diretrizes próprias para nascer, mas não foi o que

aconteceu. As diretrizes nasciam ao mesmo tempo em que as estruturas eram

criadas nas empresas – e muitas das organizações se aproveitaram das estruturas

já estabelecidas nos SACs. O que não é de todo errado, mas é preciso de algumas

adaptações.

SAC, na maioria dos casos, é a verbalização da máquina, um humano-robô que lê scripts. E não é isso que o cliente conectado espera da empresa. O cliente espera voz humana, porque é assim que ele usa mídias sociais e porque isso é o natural. As redes sociais são a conexão entre as pessoas, um universo muito multidisciplinar para ser reduzido a SAC ou a publicidade. Posicionar a empresa

37

em redes sociais requer, sobretudo, capacidade de entender de pessoas (SALGADO, 2012, p. 7).

6.2 ENGAJAMENTO E FIDELIZAÇÃO: COMO MANTER O CLIENTE FÃ

Carolina Lima (2012, p. 41), diz que não se deve focar apenas na marca:

Adoramos ser ouvidos e sentir que alguém está interessado no que estamos falando. O mesmoserve para o lado empresarial. Sua empresa pode ser a mais interessante do mundo e possuir os produtos mais diferentes do que qualquer outro, mas falar apenas de você e do que você faz não trará resultados [...], a regra aqui é escutar mais e falar menos”.

Vender nas mídias sociais não é o foco do seu conteúdo. Esse tipo de

ferramenta prioriza o relacionamento, por isso que as vendas nesses canais são

consequência de uma comunicação bem-sucedida. Carolina Lima (2012) lembra

que, falar em primeira pessoa do singular é um erro no perfil empresarial. Quem fala

é a empresa e não a pessoa que está digitando. Segundo Mello (2012), “aumenta o

número de empresas cujo foco no ambiente digital se resume em fazer ofertas e

liquidações. As principais plataformas criadas por grandes varejistas, por exemplo,

tem como foco principal a venda direta”.

Na rede social, no entanto, a venda não pode ser direta. Tem que ser criado um relacionamento, uma conversa para aproximar a marca de seu target. Mais do que nunca, as pessoas não querem se relacionar com marcas sem propósito e sem assunto. Ninguém fala sozinho ou de um tema que não tenha interesse. As empresas precisam ter um propósito em comum com seus clientes, e promover conteúdo sobre ele. Será que o profissional de Marketing ainda não percebeu que seus potenciais consumidores não suportam mais tanta mensagem publicitária? (MELLO, 2012).

As marcas estão aproveitando o boom das mídias sociais para marcar seu

espaço entre os consumidores. Para isso é necessário um excelente planejamento

estratégico e se preparar para receber críticas e comentários negativos ou ainda ser

comparada com marcas concorrentes. A ascendência das plataformas colaborativas

despertou o interesse do consumidor global a participar de campanhas, promoções

e atividades lúdicas on-line. A autora e pesquisadora Charlene Li (2010)

desenvolveu um estudo ao qual nomeou pirâmide do engajamento, onde relaciona

as atividades com as quais os consumidores mais se envolvem nessas novas

plataformas digitais.

38

O primeiro item estudo por Li (2010, pg.23) é a ação de moderar. Esse tipo de

usuário está no topo da pirâmide e classifica a menor quantidade de usuários das

plataformas digitais. São aqueles usuários extremamente engajados que criam

comunidades e fóruns de discussão sobre vários assuntos, determinam as regras de

postagens e conteúdos desses canais e controlam o conteúdo produzido pelos

outros usuários. Estão nas plataformas digitais para, de certa forma, organizar as

ideias dos demais usuários, a fim de criar uma plataforma coesa e que as pessoas

continuem contribuindo e seguindo seu conteúdo. O segundo item apresentado por

Li refere-se aos usuários que produzem conteúdo e interagem diretamente com as

plataformas digitais. Criam e produzem textos, vídeos e áudios para alimentar seus

próprios ambientes, como os blogs, e esses conteúdos se espalham pela web

através dos demais usuários que replicam o que acha interessante.

Os próximos três itens estudados por Li (2010) concentram a maior

quantidade de usuários da plataforma digital: os usuários que avaliam ou fazem

críticas sobre produtos ou serviços, comentam em outros blogs e contribuem com

fóruns ou comunidades online; usuários que tem uma adesão razoável às

plataformas sociais interagem com conteúdo produzido em diferentes formatos e

encaminham para os amigos por e-mail ou através de ferramentas de

compartilhamento e dificilmente produzem conteúdo próprio; e usuários que leem

blogs, leem avaliações sobre produtos ou serviços, ouvem podcasts, assistem

vídeos de outros usuários e agindo como meros telespectadores dos conteúdos da

plataforma digital.

O Scup criou um guia básico do que ser postado no Facebook para engajar o

usuário (Gasparini, 2013):

Usar citações, elas inspiram e dialogam diretamente com o lado pessoal dos usuários. Estimular a participação do público - isso traz liberdade ao visitante e mostra a intenção da marca em ouvir o que se tem a dizer; posts curtos (mas com mensagem relevante) chamam mais atenção e datas comemorativas importantes para o público são bem-vindas, mesmo que elas nada tenham a ver com o negócioé uma chance de divulgar a imagem que a marca deseja passar; bom humor e brincadeira sempre fazem bem. Proponha participação do público em atividades criativas, com enquetes, imagens cativantes e informação relevante.

6.3 LINGUAGEM

Para Fernanda Fabian (2011, p.50) a linguagem corporativa na web sempre

39

trouxe grandes polêmicas. Ao mesmo tempo em que se busca uma humanização

(sem respostas prontas como um robô), deve-se analisar a forma como seu público

conversae ficar atento aos tempos verbais e formas gramaticais - sim, aquela aula

de português do ensino médio ainda é importante.

Quando uma pessoa posta em sua rede social é comum ela falar em primeira

pessoa do singular, afinal é o único dono daquele canal. Porém, com as marcas a

situação muda:

A não ser que estejamos falando de uma organização composta por uma única pessoa esta situação não é plausível. As organizações são, em sua maioria, compostas por várias pessoas. Os trabalhos, os resultados são um conjunto de esforços (ALEXANDRIA, 2011, p. 52).

Salgado (2010, p.29) afirma que “o posicionamento da empresa nas mídias

sociais deve espelhar seu posicionamento real”. A informalidade é a regra, porque

afinal todos são pessoas. Ele cita que, se um cliente fala com abreviações e smiles,

deve-se responder assim também.

40

7 PLANEJAMENTO E PLANO DE COMUNICAÇÃO

Antes de iniciar um planejamento ou um plano de comunicação, é necessário

entender algumas etapas deste trabalho. É muito comum o plano de comunicação

ser chamado de plano de comunicação e marketing, planejamento estratégico em

comunicação integrada de marketing, entre outros. A palavra marketing está

totalmente ligada à comunicação, que é uma das estratégias do marketing. Porém,

marketing e comunicação são atividades diferentes, mas trabalham em colaboração.

Embora sejam palavras parecidas, o plano de comunicação se difere do

planejamento. Este último é o processo de planejar. Já o plano, é a materialização

deste processo. Sendo assim, o plano é o documento escrito, o processo formatado

(TAVARES, 2007, p.46).

Quanto ao planejamento, deve-se analisar primeiro o problema de mercado e

depois as ferramentas para solucioná-lo. Para Vasconcelos (2009, p. 23-24)

O conhecimento de que uma empresa tem o melhor produto não garante que ela vencerá, pois o mais importante é como o consumidor a vê, ou seja, como funciona essa batalha de percepções na mente do público-alvo [...] Planejar a comunicação é apresentar uma mensagem de forma a despertar no público-alvo a percepção desejada para a conquista do retorno objetivado.

Para Kunsch (2003, p.27) o planejamento possui três partes: informativa, de

análise e estratégica. A autora indica doze etapas básicas para a sua: identificação

da realidade situacional; levantamento de informações; análise dos dados e

construção de um diagnóstico; identificação dos públicos envolvidos; determinação

de objetivos e metas; adoção de estratégias; previsão de formas alternativas de

ação; estabelecimento de ações necessárias; definição de recursos a serem

alocados; fixação de técnicas de controle; implantação do planejamento e avaliação

dos resultados.

Segundo Pinheiro e Gullo (2008, p.43) antes de qualquer planejamento ou

plano de comunicação, primeiramente uma empresa deve definir suas estratégias de

marketing. Para isso se constrói um briefing, que é que um resumo das informações

de mercado de determinado produto ou marca, detalhando seus objetivos. Entre os

itens que devem ser respondidos estão: histórico da empresa/marca, ameaças e

oportunidades, mercado, consumidor, concorrência, descrição de seu produto.

41

Mesmo levantando o maior número de dados possíveis, é utopia construir um

briefing completo, segundo Luppetti (2007, p.125), já que ele não é praticado por

agências de comunicação nem por grandes empresas. Apesar de muitos gestores

de comunicação achar que o briefing completo é “coisa acadêmica”, muitos não

sabem o que ele contém. Além de dados técnicos, “conhecer o comportamento das

empresas, sua política de ação, seus limites e sua filosofia fazem parte desse

briefing” (LUPPETTI, 2007, p.127).

Só depois desse briefing, de acordo com Pinheiro e Gullo (2011, p. 47) é que

se começa um roteiro de planejamento estratégico de comunicação contendo outros

elementos que vão ajudar a compor o plano como: imagem da marca, públicos-alvo,

diferencial do produto, razão da promessa, definição de um tema e de um conteúdo

para todas as peças de comunicação, ferramentas de comunicação que serão

utilizadas, produção - de que forma falar, através de quais peças, tom das peças de

comunicação e finalizando com ações de comunicação.

O planejamento da comunicação vai além de decidir em que meio

determinada campanha vai ser veiculada, ou decidir o melhor veículo para divulgar a

mensagem planejada. É um processo analítico que deve estudar todo o cenário do

problema e do cliente e aí sim decidir qual é o melhor caminho a seguir. Essa ideia é

defendida por Vasconcelos (2009, p.16) quando descreve que a função do

planejamento é “analisar e diagnosticar corretamente um problema específico e

encontrar uma solução estratégica, potencializando o mercado em estudo por meio

das mais variadas ferramentas do composto de comunicação”.

Tavares (2007, p.96) ajuda a entender o significado correto do plano de

comunicação, afirmando que “é a formatação de objetivos e metas; o

desenvolvimento de estratégias de comunicação, avaliados através de processos e

indicadores; orçados de acordo com as necessidades e possibilidades do negócio”.

Outro autor que reforça a ideia de que o planejamento de comunicação deve

otimizar a verba do cliente é Vasconcelos (2009, p.15) quando afirma que “a função

do planejamento é obter o máximo retorno possível de uma comunicação,

otimizando o investimento realizado, qualquer que seja ele”.

Mafei e Cecato (2011 p. 51) fazem um alerta quanto à elaboração do plano,

visando os interesses do cliente:

Em todas as fases de sua elaboração, é importante ter em mente como a

42

empresa quer ser percebida pelos seus públicos em temas considerados prioritários pelos seus colaboradores ou executivos. Essas respostas o ajudarão a dosar o investimento em tempo, equipe e dinheiro, o que será feito por meio das mensagens trabalhadas e das ferramentas e ações adequadas a cada público. [...] Cada atividade prevista no plano de comunicação é desdobrada em um plano de ação específica.

Vasconcelos (2009, p. 35) cita alguns itens que devem contar no plano, como

por exemplo: introdução, situação atual e mercado do produto; do produto no

mercado; as metas da empresa e seus objetivos de mercado, qual a estratégia,

orientação para a mensagem, finalizando com orçamento, conclusão e

recomendações finais.

7.1 POSICIONAMENTO DE MARCA

O posicionamento refere-se a como a marca vai se comportar no mercado.

Como ela vai se relacionar com seus públicos e com seus concorrentes, é realmente

mostrar a essência da marca, os valores, definindo qual o seu papel no mercado em

que está inserida. Strunk (2003, p.36) defende essa ideia de posicionamento,

afirmando que “é a síntese da concepção estratégica da marca, a criação e o

desenvolvimento de diferenciais competitivos perfeitamente percebidos pela

sociedade e pelos consumidores”.

Reforçando a ideia de como uma marca deve se posicionar perante o

mercado que ela irá atuar, transmitindo o valor para todos os públicos de

relacionamento, temos a definição de Tavares (2008, p. 180), onde o autor explica

que o “posicionamento pode ser definido como o desenvolvimento de uma

proposição de valor e o estabelecimento de como a empresa se propõe a entregá-la

aos clientes de maneira diferenciada da concorrência”.

Dentro dessa proposição de valor que o posicionamento se propõe a aplicar,

existe uma série de dados que precisam ser analisados para aplicar um

posicionamento certeiro e guiar a marca ao reconhecimento do mercado. Strunk

(2008, p.46) deixa claro quais são estas questões que devem ser analisadas na

definição do planejamento, citando “produto ou serviço a ser trabalhado, público-alvo

e sua segmentação, diferenciais competitivos, vantagens e benefícios, concorrência

e suas características, percepções de qualidade e preço”.

43

O posicionamento aproveita as vantagens das mudanças que ocorrem nos dados demográficos, na tecnologia, nos ciclos de marketing, nas tendências dos consumidores e nas brechas do mercado, para encontrar novos meios de chamar a atenção do público (WHEELER, 2008, p. 46).

Com isso podemos perceber que o estudo relacionado ao posicionamento de marca

deve analisar todas as lacunas do mercado, concorrência e consumidores para

melhor definir por onde atuar e atacar.

7.2 COMO PLANEJAR NAS MÍDIAS SOCIAIS

Novaes (2010, p.24) diz que “se tratando de uma rede de relacionamento,

onde consumidores acompanham os acontecimentos em tempo real e se tornam até

porta-vozes, não há espaço para a empolgação e muito menos para os erros”. Por

essa razão as marcas devem se preparar para ingressar neste modelo trazendo no

seu plano de ações um ingrediente obrigatório: ouvir sempre os usuários e

participantes, pois eles não são apenas consumidores, são embaixadores damarca

e automaticamente os construtores da própria rede de relacionamento.

Para Pompéia (2011, p. 28), “primeiro, é importante considerar que a

inserção de suas marcas nas mídias sociais não é algo que sua empresa tem poder

de definir”. Ou seja, é muito provável que as menções às marcas já estejam nas

redes sociais, levadas pelo público consumidor, a partir de experiências boas e ruins

com a marca. Assim, em muitos casos, a empresa não tem mais escolha e o

planejamento em mídias sociais é o primeiro passo para inserção de suas marcas

de forma estruturada.

“Não existe uma receita pronta para todos os casos, mas perguntas-chave ajudam no direcionamento da construção de um planejamento específico e customizado para cada marca. Sendo assim, a primeira pergunta é ‘O que a sua empresa quer nas mídias sociais? Por que investir nas mídias sociais?’” (POMPÉIA, 2011, p.32)

Nas mídias sociais, as empresas não devem buscar audiência, mas interação,

relacionamento, número de menções positivas, boa repercussão e o engajamento

de seu público. O planejamento de campanha para as mídias sociais não tem uma

receita pré-definida. Tudo vai depender do segmento em que a marca está inserida,

o público com o qual se vai trabalhar, a mensagem que se deseja transmitir e

principalmente o momento digital em que a marca se encontra. Fazer um estudo do

44

impacto digital da marca no momento é de suma importância. Contudo, algumas

ações devem ser realizadas para facilitar o planejamento das ações da marca nas

mídias sociais.

Para Danila Dourado (2012, p.25) o primeiro passo é “realizar um benchmark

dos seus concorrentes e da sua área de atuação”. Para saber de que forma atuar é

necessário saber o que a concorrência fez e continua fazendo para atingir os

consumidores. Mas é preciso que seja feita uma análise do macro, ou seja, de todo

o segmento que a marca atua e não só dos concorrentes diretos. O segundo passo

é realizar um estudo sobre a reputação da marca nas mídias sociais, se o que o

consumidor está falando da marca está de acordo com aquilo que a marca

realmente aplica e irá aplicar em futuros relacionamentos (DOURADO, 2012, p.26).

Junto disso também deve ser realizado o estudo completo do comportamento do

consumidor, importante em qualquer planejamento de marca, e não é diferente no

planejamento online. Não adianta aplicar a marca sem entender como o usuário age

no meio virtual, o que pode fazer com que todo o esforço seja em vão. Dourado

(2012, p.27) também afirma “elabore uma estratégia simples e não siga a corrente,

seja criativo”, onde não adianta uma ideia complexa se o público não vai interagir

com a marca; é importante também ser criativo, diferente e não seguir o que todo

mundo faz. Uma marca criativa tem atenção e interação do consumidor digital.

E por fim é necessário estruturar a divulgação dessa campanha, delegando

tarefas e otimizando o tempo e atuação da campanha nas mídias sociais. Além

disso, é necessário que se desenvolvam formas de controle e medição de todas as

ações realizadas pela marca, para que se possa ter um retorno do que foi aplicado e

continuar com a estratégia acertiva ou modificar de acordo com o que for necessário

(DOURADO, 2012, p.27).

45

8 A MARCA AROEIRA HOME

Há duas décadas a Aroeira Home tem sido uma constante nas casas

brasileiras. Líder de mercado no segmento de tapetes, a produção, que começou

artesanal, hoje dispõe de uma equipe voltada especialmente ao design. Como

principal característica, o carinho: o mesmo cuidado com que Dona Ana Lúcia Luz

tecia seus primeiros modelos em 1988 é o que norteia o desenvolvimento da equipe

de criação.

Com o crescimento da empresa, em 1991, Ana Lúcia e Paulo Luz iniciaram a

importação de tapetes dos Estados Unidos e Índia através da gestora Studio Trama.

Em 1993, abriram a primeira loja, mudando-se de São Paulo para Santa Catarina e

instalando-se em Balneário Camboriú. Trazendo as novidades do mundo ao Brasil

por nove anos, surgiu a necessidade de voltar a criar os próprios tapetes, e em 2003

criam o departamento de criação interno. Como estratégia, servir-se do design como

forma de agregar valor e fortalecer a marca. Atualmente, desenvolver produtos que

sejam voltados às sensações é de suma importância.

E no design da Aroeira Home há harmonia entre diferentes fibras, cores,

tamanhos e texturas; pesquisa para ampliar horizontes; controle de qualidade para

garantir o melhor produto e ousadia para surpreender e conquistar.

O direcionamento das pesquisas tem foco no bem-estar das pessoas e,

inspirados nas coisas simples da vida, transformam casas em lares. Em um mundo

em que fronteiras não significam mais barreiras, a Aroeira Home dedica-se à

pesquisa e desenvolvimento no Brasil desde 2003, tendo sua produção baseada na

Índia e, a partir de 2007, incluiu em seus fornecedores a China.

A gestão da marca Aroeira Home é feita pela holding Studio Trama, também

responsável pela distribuição em todo o Brasil através de seus canais de venda.

Tanto o conceito como a qualidade técnica dos tapetes são únicos no mercado,

resultado de anos de experiência e dedicação a levar conforto a cada casa.

A marca tem como missão “criar e levar às pessoas produtos com os quais

elas se sintam bem em suas casas”. Essa é a razão de existir da marca, que quer

levar o bem-estar e a moda para a casa dos consumidores. Como visão, a marca

prega a ideia de “ajudar cada consumidor a tornar sua casa um lar”, sendo que esse

a o principal objetivo da marca para o futuro.

46

Para cumprir com sua missão e visão a Aroeira Home, classifica uma série de

atributos que contribuem para os objetivos da marca:

a) Simples e autêntica: a beleza está na simplicidade, autenticidade e

naturalidade;

b) Cosmopolita e rica: vivemos e pensamos no mundo inteiro, e não nos

satisfaz algo que não seja aceitável nesse âmbito. Todos os costumes e valores são

legítimos. Encontramos na combinação de estilos a riqueza do mundo e

transformamos a diversidade em elegância, sofisticação, descontração e jovialidade;

c) Inovadora e determinada: Aroeira Home não se contenta com o status quo

de seus produtos, processos e relações. Estamos sempre procurando melhorar e

criar modelos com determinação e inovação, em uma constante transformação

necessária para seu desenvolvimento e progresso;

d) Humana: o ser humano é que faz a diferença – e é nele o nosso foco e

para o qual direcionamos nossa energia. Acreditamos que todos devem ser tratados

com igualdade e que produtos, tecnologia e processos servem aos Homens;

e) Anfitriã dedicada, cuidadosa e carinhosa: entregar-se de corpo e alma ao

que fazemos é ter paixão, cuidado e capricho pelo nosso trabalho. Procuramos

oferecer sempre o melhor através de cada detalhe, valorizando o bem-estar e o bem

receber.

f) Cuca legal: ter cuca legal não é apenas ser saudável fisicamente, é ter uma

cabeça flexível e aberta a novas possibilidades e estar atento a pequenos detalhes

que proporcionam o bem-estar e a felicidade.

47

9 ANÁLISE DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada com 336 pessoas por meio de um banco de e-mails

de clientes da Aroeira Home e com usuários da rede social no Facebook. Por meio

de 16 perguntas, foram questionados dados pessoais dos participantes que são

importantes para criar a estratégia de conteúdo, bem como opiniões quanto ao que

gostariam de ler nesse canal de comunicação com o cliente.

A idade dos pesquisados foi, em sua maioria, de 25 a 34 anos, representando

46% do público. Essa idade, inclusive, é o público-alvo da marca na rede social, o

que gera um resultado ainda mais importante. Percebe-se, portanto, que a marca

está falando com a faixa etária escolhida.

Em seguida vem “usuários de 18 a 24 anos”, representando 21% do total.

Apesar de esse público não ser o alvo da marca, é natural que ele apareça na

pesquisa, porque vai de acordo com a faixa etária dos usuários da rede social.

Já o público de 45 a 65 anos foi minoria. Essa faixa é importante para a

marca, mas entende-se o baixo acesso justamente porque é uma idade menos

adepta de uso da internet que as demais registradas.

A maioria dos entrevistados conheceu a marca pela internet ou por meio da

loja virtual (37%), um ponto positivo se for avaliado que a página no Facebook tem

total ligação com o e-commerce, promovendo links e levando a promoções nesse

canal de vendas.

O sexo dos usuários é feminino em 83% do total. A alta porcentagem das

mulheres se reflete na cultura de cuidado com a casa e decoração, onde elas têm

mais interesse, e no alto poder de decisão delas nesses assuntos. Porém, não se

pode menosprezar a parte masculina, que apesar de baixa (17%) merece atenção, a

medida que o mercado de cama, mesa e banho tem se voltado cada vez mais a

esses consumidores.

Metade do público tem ensino superior e outros 30% pós-graduação. O que

caracteriza o público como altamente informado e com alto grau de instrução para

consumir esse tipo de produto.

O salário dos entrevistados varia em sua maioria de R$1.244,00 a

R$6.220,00. Esse dado demonstra que o poder aquisitivo não interfere diretamente

na hora de investir em artigos para casa ou simplesmente admirar esses produtos.

Esse resultado é ótimo para a marca, pois apesar de se classificar como direcionada

48

ao público A, percebe-se que ela consegue despertar o desejo em outras classes.

Mais do que proporcionar a venda, a rede social tem a função de estar na mente dos

consumidores, independente do poder de consumo.

Foi perguntado se o participante da pesquisa utilizava o Facebook, já que

muitos questionários foram enviados por e-mail para uma lista de clientes

cadastrados na loja virtual da marca. Deles, 95% responderam que sim e 85%

afirmaram que acompanhavam páginas de marcas.

Dos entrevistados, 92% disseram que conheciam a marca e 70% garantiram

serem fãs dela no Facebook ou conheciam (ou já ouviram falar) da página. Essas

perguntas foram uma forma de garantir a qualidade das respostas, levando em

consideração que o objetivo era justamente a opinião dos que interagiam na página.

Quando perguntados quais marcas vinham à cabeça, a Aroeira Home teve

12% das respostas, um número alto se comparado às demais marcas citadas como

Coca-cola (3%), Nike (2%) e Greenleaf (3%) – pertencente ao mesmo grupo da

Aroeira Home. Porém, entende-se que os entrevistados poderiam ter sido

influenciados pela própria marca que lhe enviou o questionário.

Outras marcas que tiveram 1% das menções foram: Apple, Guaraná

Antarctica, Skol, Gol, Dafiti e Farm. Em geral as citações foram bem variadas nessa

pergunta: 67% das menções foram de “outros” - que não representaram nem 1%

cada. A grande porcentagem de menções de outras marcas bem variadas

demonstra uma dificuldade em chamar a atenção deste público diante de uma

grande concorrência de conteúdo oferecido.

Entre as características de páginas de marcas no Facebook que os

pesquisadores mais apreciavam, “Publicações de assuntos do meu interesse” foram

maioria: 67%. Em seguida vieram “Interação com o usuário” (51%); “Sorteios e

promoções” (47%); “Responder com agilidade às dúvidas” (37%), “Linguagem leve e

moderna” (34%), “Bom humor na comunicação” (26). “A grande quantidade de fãs

ou assinantes” não foi prioridade, tendo 0% de interesse.

Esse dado é muito importante para criar estratégias da marca na rede social,

já que a maioria disse que publicações de seu interesse são o que os levam a gostar

da marca. Entender qual é o interesse desse público é justamente o objetivo dessa

pesquisa.

49

Outro resultado que se encaixa nesses dados é da pergunta “O que o leva a

acompanhar a rede social de uma marca?”. A resposta mais escolhida foi “O

conteúdo das mídias sociais da marca ser de meu interesse” (28%).

Bem próximo disso veio “Ser consumidor da marca” (26%). Em seguida

“Apreciar a marca, mesmo não sendo consumidor” (19%). “A marca ter interação

frequente com o usuário (14%)” e “A marca realizar sorteios e promoções nesses

canais” (13%) obtiveram menos votos.

Quando perguntados ao que menos gostavam na página de uma marca, “A

falta de atualização frequente” ficou em primeiro lugar (52%). Em seguida vieram

“Propaganda excessiva da marca e assuntos referentes só a ela” (50%). Empatados

ficou a “Falta de interação com os usuários” e “Conteúdo irrelevante para mim”

(28%).

Em compensação, “Conter muitos sorteios, promoções ou ações com o claro

intuito de conseguir mais seguidores” ficou em último lugar (12%), contrariando a

perguntando anterior, onde os entrevistados deixaram a questão de sorteios e

promoções como última opção de interesse. Ou seja, eles não fazem questão disso,

mas também não se incomodam tanto com o fato.

Foi perguntado ainda como os usuários e clientes viam a marca. Bom gosto e

Qualidade empataram em primeiro lugar (44%), Bem-estar em casa veio em seguida

(40%). Moda/Tendência para a casa (39%), Beleza (34%) e Sofisticação (23%)

vieram depois.

Foi perguntado sobre as características que os usuários viam na rede social

da marca. “Linguagem acessível” teve 66% dos votos na resposta “Sim, vejo essa

característica claramente”. Isso demonstra que o público tem entendido a

informação que a marca deseja passar.

A característica “Contemporânea” veio em seguida, com 58% dos votos

afirmando que viam essa característica. “Humana” veio em seguida, com 54% dos

votos afirmando que viam essa característica. “Cosmopolita” ficou em quarto lugar

como a característica mais expressa pela marca na rede social (46%), depois veio

“Interação” (33%).

Nas características vistas como “ruins”, como “Repetitiva”, 33% disseram não

ver essa característica, contra 13% que disseram ver. Ou seja, a maioria acredita

que as publicações respeitam um período de intervalo de tempo e o conteúdo não é

sempre o mesmo.

50

Já na “Autopromoção”, 22% afirmaram ver essa característica claramente, e

29% afirmaram “mais ou menos”. Se for levado em conta que a publicidade nesse

meio é algo visto como se a marca estivesse se “aproveitando” e utilizando a

ferramenta de forma errada, é um dado importante para rever a estratégia.

Por fim, foi perguntado sobre os conteúdos que mais atraíam os usuários na

rede social da marca. Os conteúdos melhores avaliados pelos usuários da marca

foram: “Dicas de bem-estar em casa” com 71% de usuários afirmando que gostam

muito; “Dicas e novidades de decoração em geral” onde 75% dos usuários disseram

que gostam muito desse tipo de conteúdo na página. Outro item muito importante

para o gerenciamento de conteúdo e planejamento da marca, é que 69% dos

usuários afirmaram que gostam muito dos lançamentos da marca Aroeira Home, o

que deixa claro que é um público fiel, que está sempre querendo produtos e

informações novas sobre a marca.

“Dicas para bem-receber em casa” também foi bem avaliado pelos

entrevistados, com 65% de avaliação positiva. A marca atua fortemente com essas

dicas de bem-receber, bem-estar e decoração voltadas para a casa, e o consumidor

está reconhecendo essa estratégia de conteúdo.

Outros itens abordados na página da Aroeira Home também tiveram

avaliação positiva, porém uma porcentagem dos entrevistados avaliou o conteúdo

como nem tão relevante: “Receitas de comidas e bebidas” onde 45% afirmaram

gostar muito, mas 31% responderam que gostam mais ou menos; “Passo-a-passo /

Faça você mesmo” teve 51% dos entrevistados afirmando que gostam muito, porém

28% disseram que gostam mais ou menos. Esses dois itens devem ser mais bem

trabalhados para reverter os números de entrevistados que não gostam tanto desse

tipo de assunto. Talvez uma abordagem diferenciada ou desenvolvimento de outras

estratégias.

Um dos itens da pesquisa teve um equilíbrio muito grande entre respostas

“Não me interessa”, “Gosto mais ou menos” e “Gosto Muito”. Isso aconteceu com o

item sobre os bastidores do desenvolvimento dos produtos da marca Aroeira Home,

onde 39% disseram que gostam muito, 35% mais ou menos e 11% não tem

interesse. É um ponto a ser trabalhado pela gestão da marca, se realmente é

necessário postagens nesse sentido, se é melhor desenvolver conteúdo bem

esporádico ou se é melhor não se desenvolver assuntos sobre esse tema para

divulgar aos seguidores da marca na rede social.

51

10 CONCLUSÃO

A Internet e as mídias sociais estão cada vez mais presentes no dia a dia da

população mundial. Com isso, as empresas tem um novo canal de contato com seus

consumidores e precisam entender e se especializar a comunicação nesses novos

canais. É um contato mais pessoal do que se imagina e é necessário um

gerenciamento constante de conteúdo e relacionamento com o cliente aprimorado,

pois é um canal que exige retornos rápidos para questionamentos e para

oportunidades de comunicação.

Com os conteúdos desta monografia conhecemos o lado histórico da Internet

e das mídias sociais, particularmente do Facebook que foi o canal utilizado pela

marca Aroeira Home neste estudo; também conceituamos tudo relacionado ao

marketing digital, a fim de entender como construir um relacionamento com o

consumidor através de abordagens e conteúdos especializados e de interesse do

público que utiliza essa plataforma digital.

O objetivo principal da monografia foi adquirir conhecimento através da

pesquisa bibliográfica e conhecer o público da Aroeira Home através da pesquisa

quantitativa, para que possamos desenvolver e/ou adaptar as melhores estratégias

de conteúdo e abordagem da marca no Facebook.

Alcançamos os resultados esperados com os objetivos específicos, onde

primeiramente identificamos o perfil principal dos fãs da marca Aroeira Home no

Facebook, que podemos classificar como prioritariamente feminino, entre 25 e 34

anos, com ensino superior e com renda acima de R$ 2.000,00.

Analisamos através do conteúdo utilizado pela marca no Facebook se é a

melhor forma de se comunicar com o consumidor digital e identificamos que os

assuntos abordados na fanpage agradam o público. Dentre os motivos para

acompanhar uma página destacaram que é importante que o conteúdo que a marca

dispõe seja do interesse do público e que ele já seja consumidor da marca e goste

de continuar acompanhando novidades e tendências.

Em outro objetivo conhecemos as características positivas e negativas em um

fanpage no Facebook. Grande parte dos usuários preza por publicações que sejam

do seu interesse e que as páginas gerem interação com o seu público. O

consumidor online é sedento por conteúdo colaborativo, então é importante que a

marca construa conteúdo tomando por base as necessidades desse público a fim de

52

somar curtidores e adoradores do seu conteúdo. O que as marcas não devem

podem fazer no meio digital é deixar a página sem atualização, pois isso gera

imagem negativa e faz com que o usuário pare de acompanhar e contribuir com o

conteúdo da marca gerando queda em vendas e em reconhecimento de marca.

Outro ponto importante é relacionado à propaganda excessiva. A marca deve usar a

plataforma pra se promover perante o usuário, mas não deve desenvolver isso

falando somente de si mesma. O usuário é curioso por novos e relevantes

conteúdos.

As agências de comunicação e as próprias empresas que fazem

gerenciamento do seu conteúdo internamente, ainda sofrem com a adaptação às

mídias digitais. O marketing digital é um tema que exige aperfeiçoamento constante,

pois as ferramentas mudam a todo o momento e se tornam obsoletas facilmente. A

falta de conhecimento sobre o canal de comunicação pode prejudicar o

relacionamento da marca com seu público. Muitas empresas utilizam o Facebook

por ser uma ferramenta “gratuita”, e com isso não se preocupam em gerenciar o

conteúdo postado e se relacionar com o consumidor. Isso pode causar um problema

de imagem de marca sem tamanho e pode levar a um investimento muito mais alto

para reverter a situação.

Com isso esta monografia quer contribuir para a área de comunicação e

marketing principalmente das empresas, para que os gerenciadores do conteúdo

saibam quais caminhos devem seguir e como devem desenvolver o relacionamento

com seus consumidores digitalmente, a fim de gerar a venda e a fidelização. De

acordo com nossa amostra o conteúdo da pesquisa pode ser aplicado/utilizado

parcialmente por outras empresas, pelo fato do foco ser a Aroeira Home e o

segmento de produtos que ela trabalha (bem-estar para o lar). Porém toda pesquisa

bibliográfica pode ser utilizada para qualquer empresa que está no ambiente digital

ou que pretende planejar sua entrada nesse ambiente em que os usuários são

peças fundamentais para a construção e desenvolvimento da marca.

Agora, nosso papel é aprimorar o planejamento digital da marca Aroeira

Home que de acordo com a pesquisa já está bem engajado com o consumidor, mas

precisa de algumas adaptações para modificar alguns conteúdos e melhorar os

contatos com o público-alvo. Além disso, dar início à ampliação da presença da

marca no meio digital, partindo para outras mídias sociais e outros meios de

interação com os usuários.

53

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YANAZE, Mitsuru Higuchi. Gestão de marketing e comunicação. São Paulo: Saraiva,

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57

APÊNDICE A – GRÁFICOS DE RESULTADO DA PESQUISA

GRÁFICO 01 – IDADE

GRÁFICO 02 – COMO CONHECEU A AROEIRA HOME

58

GRÁFICO 03 - SEXO

GRÁFICO 04 - ESCOLARIDADE

59

GRÁFICO 05 – FAIXA SALARIAL

GRÁFICO 06 – USO DO FACEBOOK

60

GRÁFICO 07 – ACOMPANHAR PÁGINA AROEIRA NO FACEBOOK

GRÁFICO 08 – CONHECE A MARCA AROEIRA HOME

61

GRÁFICO 09 – É FÃ DA AROEIRA HOME NO FACEBOOK

GRÁFICO 10 – TOP 10 MARCAS

62

GRÁFICO 11 – CARACTERÍSTICAS DAS PÁGINAS

GRÁFICO 12 – MOTIVOS PARA ACOMPANHAR PÁGINAS

63

GRÁFICO 13 – O QUE NÃO GOSTA NAS PÁGINAS

GRÁFICO 14 – COMO VÊ A MARCA AROEIRA HOME

64

GRÁFICO 15 – CARACTERÍSTICAS NA REDE SOCIAL DA AROEIRA HOME

Detalhes das Características:

Humana: sinto que a marca se preocupa comigo, com os outros usuários e com o

bem-estar em casa dos consumidores.

Contemporânea: sempre há publicação de novidades na área de decoração e bem-

estar em casa que se encaixam na minha realidade.

Linguagem acessível: consigo entender tudo que é publicado e compartilho

facilmente as dicas, sinto como se a marca falasse “a minha língua”.

Cosmopolita: a marca parece estar preocupada com tudo o que acontece no mundo

e se deixa influenciar por essas dicas sem preconceitos. Fico informado (a) de

tendências ao redor do mundo.

Interação: já fui atendido pela marca nas mídias sociais senti essa aproximação, (ou)

frequentemente vejo a marca conversando com outros usuários.

Repetitiva: as publicações não respeitam um limite de tempo e/ou o conteúdo se

repete muito.

Autopromoção: a marca procura se autopromover nas mídias sociais divulgando

seus produtos e lançamentos.

65

GRÁFICO 16 – O QUE MAIS AGRADA NA REDE SOCIAL DA AROEIRA HOME