estradas e aeroportos (e ferrovia) 1° semestre/2012 prof.eng. ary franck cordeiro, m.sc. aula n. 3:...
TRANSCRIPT
ESTRADAS E AEROPORTOS (E FERROVIA)1° semestre/2012
Prof.Eng. Ary Franck Cordeiro, M.Sc.
Aula n. 3: Projetos Geométrico das vias de transporte
CENTRO TECNOLÓGICODEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
EA 861J - TEORIAEC6P30/EC7P30
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
MÊS DIA AULA ASSUNTO
Fevereiro
7/8 1 Introdução ao Curso. Visão geral do transporte. Modelos de sistemas de transporte
14/15 2 Análise de capacidade do transporte. Planejamento e avaliação do transporte.
21/22 Feriado 28/29 3 Estudos de Traçado de vias de transporte
Março
6/7 4 Elementos geométricos 13/14 5 Projeto geométrico de vias de transporte 20/21 6 Exercícios
27 7 Dúvidas 28 7 NP1
Abril
3 / 4 8 Investigações Geotécnicas 10/11 9 Terraplanagem – Parte I 17/18 10 Terraplanagem – Parte II 24/25 11 Projeto estrutural das vias de transporte – Rodovia
Maio
1 / 2 12 1 feriado/ Projeto estrutural das vias de transporte – Aeroporto 8/9 13 Projeto estrutural das vias de transporte – Ferrovia
15/16 14 Drenagem 22/23 15 Exercícios
29 16 Dúvidas 30 16 NP2
Junho 5/6 17 Considerações Finais
12/13 18 A definir 19/20 19 EXAME
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
1 – Introdução
Esta aula aborda o projeto geométrico da vias de transporte das modalidades
rodoviária, aeroviária e ferroviária;
Será apresentado o projeto geométrico de rodovia para a modalidade
rodoviária, da via férrea para a ferroviária, e das pistas de pouso e decolagem e de
rolamento para a modalidade aeroviária.
Em cada caso, as características dos usuários, dos veículos e das vias são
utilizados para harmonizar os diversos elementos da via.
Por exemplo, a distância mínima de visibilidade exigida para uma rodovia é
utilizada para definir o comprimento mínimo de uma curva vertical. Da mesma forma,
para a modalidade aeroviária, o grupo de aeronaves de projeto para o qual o aeroporto
está sendo projetado é utilizado. E, para a modalidade ferroviária, os comprimentos das
curvas verticais dependem do tipo de serviço esperado que a via transportará.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2 – Classificação das vias de transporte
O projeto de qualquer infraestrutura viária de transporte é baseado em como
ele é classificada, cujas bases diferem de uma modalidade para outra, mas o princípio
básico utilizado é que as infraestruturas viárias de transporte devem ser agrupadas de
acordo com suas respectivas funções em termos das características do serviço que
estão oferecendo. Por exemplo, o sistema rodoviário e a atribuição lógica de
responsabilidades entre diferentes jurisdições
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas
A Associação Americana dos Órgãos Rodoviários e de Transporte (American
Association of State Highway and Transportation Officials – AASHTO) desenvolveu o
sistema de classificação utilizado para rodovias.
Classificação funcional de rodovias
URBANAS RURAIS
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas
Desta forma, tem-se:
a) Rodovias Radiais: são aquelas que partem de Brasília, em qualquer direção, para
ligá-la às capitais estaduais ou a pontos periféricos importantes do País. Ex.: BR-040.
(Brasília - Rio de Janeiro).
b) Rodovias Longitudinais: aquelas que têm direção predominantemente Norte-Sul e
que, por força de sua grande extensão (maior que 200 km), constituem, em geral, vias
de ligação nacional. Ex.: BR-116 (Fortaleza - Jaguarão).
c) Rodovias Transversais: São as que têm direção predominantemente Leste-Oeste e
que, normalmente, possuem extensão maior que 200 km. Ex.: BR-230
(Transamazônica).
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas
Desta forma, tem-se:
d) Rodovias Diagonais: possuem direção oblíqua em relação aos paralelos, ou seja,
direções Nordeste-Sudoeste ou Noroeste-Sudeste. Assim, podemos ter:
· Diagonais Ímpares: têm direção geral nordeste - sudoeste (NE-SO). Ex. BR-319
(Manaus - Porto Velho).
· Diagonais Pares: têm direção geral noroeste-sudeste (NO-SE). Ex.: BR-316 (Belém -
Maceió).
e) Rodovias de Ligação: em geral essas rodovias ligam pontos importantes das outras
categorias. Embora sejam estradas de ligação, chegam a ter grandes extensões, como
a BR-407, com 1251 km. Já a BR-488 é a menor de todas as rodovias federais, com
apenas 2,9 km de extensão. Esta rodovia faz a conexão da BR-116 com o Santuário
Nacional de Aparecida, no Estado de São Paulo.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas
Em seguida, as vias são, então, classificadas separadamente para áreas
urbanas e rurais.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas2.1.1 – Quanto à função (classificação funcional)
Há uma outra forma de classificar as rodovias, na qual não importa suas
localizações ou disposições geográficas, mas sim o tipo de serviço que elas oferecem.
Essa forma de classificação das rodovias, denominada de Classificação
Funcional, parte do reconhecimento de que o tipo de serviço oferecido por uma rodovia
pode ser determinado a partir das funções básicas de mobilidade e de acessibilidade
que a rodovia propicia.
Rodovias Arteriais: proporcionam alto nível de mobilidade para grandes
volumes de tráfego. Sua principal função é atender ao tráfego de longa distância, seja
internacional ou interestadual.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas2.1.1 – Quanto à função (classificação funcional)
Rodovias Coletoras: atende a núcleos populacionais ou centros geradores de
tráfego de menor vulto, não servidos pelo Sistema Arterial. A função deste sistema é
proporcionar mobilidade e acesso dentro de uma área específica.
Rodovias Locais: constituídas geralmente por rodovias de pequena extensão,
destinadas basicamente a proporcionar acesso ao tráfego intramunicipal de áreas rurais
e de pequenas localidades às rodovias mais importantes.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas2.1.1 – Quanto à função (classificação funcional)
Relação entre as funções de mobilidade e de acesso
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas2.1.2 – Quanto à proximidade de aglomerados populacionais
• Rodovias Urbanas;
• Rodovias Rurais.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas2.1.2 – Quanto à finalidade
Comerciais: são as estradas que tem objetivo econômico, as quais
proporcionam a circulação de riquezas, facilitando a troca de utilidades e o tráfego de
passageiros.
Estratégicas: são as estradas que tem interesse militar, político e/ou de
integração; embora projetadas e construídas para outros fins, podem funcionar (e
normalmente funcionam) como estradas de interesse econômico.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas2.1.2 – Quanto à jurisdição
FEDERAIS: é em geral, uma via arterial e interessa diretamente à Nação, quase
sempre percorrendo mais de um Estado. São construídas e mantidas pelo governo
federal;
ESTADUAIS: são as que ligam entre si cidades e a capital de um Estado. Atende as
necessidades de um Estado, ficando contida em seu território. Tem usualmente a
função arterial ou coletora;
MUNICIPAIS: são as construídas e mantidas pelo governo municipal. São de interesse
de um município ou de municípios vizinhos, atendendo ao município que a administra,
Principalmente;
VICINAIS: são em geral estradas municipais, pavimentadas ou não, de uma só pista,
locais, e de padrão técnico modesto. Promovem a integração demográfica e territorial
da região na qual se situam e possibilitam a elevação do nível de renda do setor
primário. Podem também ser privadas, no caso de pertencerem a particulares.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas2.1.2 – Quanto às condições técnicas
• Relacionam-se diretamente com a operação do tráfego (velocidade, rampas, raios,
larguras de pista e acostamento, distância de visibilidade, níveis de serviço, etc).
• O tráfego constitui a principal finalidade da rodovia.
• Recomenda-se adotar, como critério para a classificação técnica de rodovias, o
volume de tráfego que deverá utilizar a rodovia no 10º ano após sua abertura ao
tráfego.
• Além do tráfego, a importância e a função da rodovia constituem elementos para seu
enquadramento em determinada classe de projeto.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas2.1.2 – Quanto às condições técnicas
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas2.1.2.1 – Níveis de serviço
Está associado às diversas condições de operação de uma via, quando ela
acomoda diferentes volumes de tráfego.
É estabelecido em função da velocidade desenvolvida na via e da relação
entre o volume de tráfego e a capacidade da via.
Qualquer seção de uma via pode operar em diferentes níveis de serviço,
dependendo do instante considerado.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas2.1.2.1 – Níveis de serviço
NÍVEL A: condição de escoamento livre, acompanhada por baixos volumes e altas
velocidades. A densidade do tráfego é baixa, com velocidade controlada pelo motorista
dentro dos limites de velocidade e condições físicas da via. Não há restrições devido à
presença de outros veículos;
NÍVEL B: fluxo estável, com velocidades de operação a serem restringidas pelas
condições de tráfego. Os motoristas possuem razoável liberdade de escolha de
velocidade e ainda tem condições de ultrapassagem;
NÍVEL C: fluxo ainda estável, porém as velocidades e as ultrapassagens já são
controladas pelo alto volume de tráfego. Portanto, muito dos motoristas não tem
liberdade de escolher faixa e velocidade.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas2.1.2.1 – Níveis de serviço
NÍVEL D: próximo à zona de fluxo instável, com velocidades de operação toleráveis,
mas consideravelmente afetadas pelas condições de operação, cujas flutuações no
volume e as restrições temporárias podem causar quedas substanciais na velocidade
de operação;
NÍVEL E: é denominado também de nível de capacidade. A via trabalha a plena carga e
o fluxo é instável, sem condições de ultrapassagem;
NÍVEL F: descreve o escoamento forçado, com velocidades baixas e volumes abaixo
da capacidade da via. Formam-se extensas filas que impossibilitam a manobra. Em
situações extremas, velocidade e fluxo podem reduzir-se a zero.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.1 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas2.1.2.1 – Níveis de serviço
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.2 – Sistema de classificação de rodovias e de vias urbanas2.1.2.1 – Níveis de serviço
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.2 – Elementos Geométricos das Estradas
• Eixo de uma estrada é o alinhamento longitudinal da mesma. Nas estradas de
rodagem, o eixo localiza-se na região central da pista de rolamento;
• A apresentação de um projeto em planta consiste na disposição de uma série de
alinhamentos retos, concordados pelas curvas de concordância horizontal;
• Um alinhamento caracteriza-se pelo seu comprimento e pela sua posição relativa
(quando se refere à deflexão) ou absoluta (quando se refere ao azimute).
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.2 – Elementos Geométricos das Estradas
ELEMENTOS GEOMÉTRICOS
AXIAIS
TRANSVERSAIS
PLANIMÉTRICOS
ALTIMÉTRICOS
TANGENTES
CURVAS HORIZONTAIS
GREIDES RETOS
CURVAS VERTICAIS
SEÇÕES EM ATERRO
SEÇÕES EM CORTE
SEÇÕES MISTAS
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.2 – Elementos Geométricos das Estradas
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.2 – Elementos Geométricos das Estradas2.2.1 - Azimutes e Ângulos de Deflexão
Calcula-se os azimutes e comprimentos dos alinhamentos a partir de suas coordenadasretangulares (N, E); Os azimutes obtidos estão compreendidos entre 0º e 180º porque o traçado das estradas é uma poligonal aberta e nos projetos seus alinhamentos têm desenvolvimento da esquerda para direita.
E
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.2 – Elementos Geométricos das Estradas2.2.1 - Azimutes e Ângulos de Deflexão
O princípio fundamental para o cálculo das coordenadas retangulares de uma poligonal de estudo é o seguinte:
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.2 – Elementos Geométricos das Estradas2.2.1 - Azimutes e Ângulos de Deflexão
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.2 – Elementos Geométricos das Estradas2.2.1 - Azimutes e Ângulos de Deflexão
De posse do primeiro azimute e considerando os elementos da figura, os demais azimutes são calculados da seguinte maneira:
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.2 – Elementos Geométricos das Estradas2.2.1 - Azimutes e Ângulos de Deflexão
Da expressão acima também se deduz que o ângulo de deflexão entre dois
alinhamentos de azimutes conhecidos é igual à diferença entre eles, sendo a deflexão
direita ou esquerda, se o resultado for positivo ou negativo, respectivamente:
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
2.2 – Elementos Geométricos das Estradas2.2.1 - Azimutes e Ângulos de Deflexão
Exercícios
01 - Calcular os comprimentos e os azimutes dos alinhamentos da figura abaixo. Calcular também os ângulos de deflexão.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
02 - Supondo que, na figura seguinte, o azimute do alinhamento AO seja Az AO = 67°12’30” e que o comprimento desse alinhamento seja de 107,23 m, calcule expressando todos os ângulos em GRAUS, MINUTOS e SEGUNDOS.(a) as coordenadas do vértice A, admitindo que as coordenadas do vértice O sejam:
X0 = 100,00 m e Y0 = 100,00 m.(b) o valor do azimute e o valor do rumo do alinhamento AB , supondo que o ângulo tA seja igual a 103° 13’ 15”.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
03 - Calcular os comprimentos e os azimutes dos alinhamentos da figura abaixo. Calcular também os ângulos de deflexão.
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
04 - Considere o trecho de estrada apresentado a seguir, onde foi feito o lançamentodo eixo da poligonal, na Fase de Exploração:
Considerando que o ponto A corresponde à Estaca 234, pede-se apresentar o
estaqueamento do referido trecho, incluindo as Estacas dos pontos de mudança de
direção (pontos B e C) e a Estaca do ponto final do trecho considerado (ponto D).
Departamento de Engenharia Civil – ESTRADAS E AEROPORTOS
05 - Calcule os comprimentos, os azimutes e os rumos dos alinhamentos da Figuraapresentada a seguir. Calcule também o ângulo de deflexão entre os dois alinhamentos apresentados. Expresse todos os ângulos em GRAUS, MINUTOS, SEGUNDOS. Considere o NORTE na posição vertical.