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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS E AMBIENTAIS CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL ESTIMATIVA DE RECARGA DE AQUÍFERO EM SUB- BACIAS PARCIALMENTE FLORESTADAS NO RIO GRANDE DO SUL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Cristiane Graepin Frederico Westphalen, RS, Brasil 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS E AMBIENTAIS

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

ESTIMATIVA DE RECARGA DE AQUÍFERO EM SUB-

BACIAS PARCIALMENTE FLORESTADAS NO RIO

GRANDE DO SUL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Cristiane Graepin

Frederico Westphalen, RS, Brasil

2014

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ESTIMATIVA DE RECARGA DE AQUÍFERO EM SUB-

BACIAS PARCIALMENTE FLORESTADAS NO RIO

GRANDE DO SUL

Cristiane Graepin

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia

Ambiental, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como

requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Ambiental.

Orientadora: Malva Andrea Mancuso

Co-orientadores: Mariza de Camargo e José Luiz Silvério da Silva

Frederico Westphalen, RS, Brasil

2014

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Universidade Federal de Santa Maria

Departamento de Ciências Agronômicas e Ambientais

Curso de Engenharia Ambiental

A comissão Examinadora, abaixo assinada,

aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

ESTIMATIVA DE RECARGA DE AQUÍFERO EM SUB-BACIAS

PARCIALMENTE FLORESTADAS NO RIO GRANDE DO SUL

elaborado por

Cristiane Graepin

como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Ambiental

COMISSÃO EXAMINADORA:

Malva Andrea Mancuso, Drª.

(Presidente/Orientadora/UFSM)

Patrícia Rodrigues Fortes, Drª. (UFSM)

Raphael Corrêa Medeiros, Dr. (UFSM)

Frederico Westphalen, 16 de janeiro de 2014

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Alivar Graepin e Gilasia Lucia Graepin, ao meu

irmão Alessandro Graepin e ao meu namorado Venicios de Ramos, meus maiores

incentivadores nessa etapa de minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me guiado no decorrer desse estudo.

Aos meus pais, meu irmão e meu namorado, que sempre me apoiaram e incentivaram,

a não desistir nos momentos difíceis dessa caminhada.

Agradeço a minha orientadora Malva Andrea Mancuso e meus co-orientadores Mariza

de Camargo e José Luiz Silvério da Silva pelos incentivos e colaborações.

A minha colega Francéllwika de Azevedo, que esteve me auxiliando no decorrer desse

estudo, minha amiga Francieli Neuhaus e o professor Leônidas Luiz Volcato Descovi Filho

que sempre se prontificaram a ajudar nos momentos em que precisei.

Aos amigos e colegas pelo incentivo.

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Conquistas sem riscos são sonhos sem méritos.

Ninguém é digno dos sonhos se não usar suas

derrotas para cultivá-los.

(Augusto Cury)

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RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso

Departamento de Ciências Agronômicas e Ambientais

Universidade Federal de Santa Maria

ESTIMATIVA DE RECARGA DE AQUÍFERO EM SUB-BACIAS PARCIALMENTE

FLORESTADAS NO RIO GRANDE DO SUL

AUTORA: CRISTIANE GRAEPIN

ORIENTADORA: MALVA ANDREA MANCUSO

CO-ORIENTADORES: MARIZA DE CAMARGO E JOSÉ LUIZ SILVÉRIO DA SILVA

Data e Local da Defesa: Frederico Westphalen, 16 de janeiro de 2014.

Os usos diferenciados da água crescem cada vez mais, e a água subterrânea vem assumindo

importância relevante como fonte de abastecimento, devido a vários fatores que restringem a

utilização das águas superficiais, como escassez ou qualidade. Assim, o uso e ocupação dos

solos acabam por ser importantes, pois podem alterar a qualidade e quantidade de água, além

de influenciar o armazenamento de água subterrânea ou recarga. Os processos hidrológicos

são muito importantes na recarga de aqüíferos. Neste trabalho monitorou-se a recarga de

aquífero fraturado de duas Sub-bacias hidrográficas, associando-as com seu uso e ocupação

dos solos. Selecionou-se duas Sub-bacias em condições diferentes de uso e ocupação dos

solos, monitorando-se o escoamento subterrâneo, através do método Medida Direta e o

método Medida de Velocidade e Área, também monitorou-se nas Sub-bacias parâmetros

físico-químicos como potencial hidrogeniônico, oxigênio dissolvido, condutividade elétrica,

potencia redox, temperatura e turbidez, e uso e ocupação do solo nas Sub-bacias. Estimou-se

o Balanço Hídrico nas Sub-bacias, de acordo com o uso e ocupação dos solos. A Sub-bacia 2

comparando-a com a Sub-bacia 1, obteve uma maior recarga do aquífero, devido ao baixo

escoamento superficial. O aumento do escoamento superficial na Sub-bacia 1, associado a um

menor percentual de cobertura vegetal, acarretou numa diminuição no escoamento

subterrâneo, contrariamente ao comportamento da Sub-bacia 2, com maior percentual de

vegetação, resultando em um menor escoamento superficial e maior escoamento subterrâneo.

Os parâmetros físico-químicos nas Sub-bacias apresentaram-se dentro dos padrões

recomendados que caracterizam a água das duas Sub-bacia de boa qualidade da água.

Palavras Chave: Recarga. Vazão. Aquífero Fraturado. Bacia Hidrográfica. Floresta

Temperada.

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ABSTRACT

Final Paper

Graduation in Environmental Engineering

Santa Maria Federal University

ESTIMATE AQUIFER RECHARGE IN PARTIALLY HARVESTED

WATERSHED IN RIO GRANDE DO SUL

AUTHOR: CRISTIANE GRAEPIN

MASTERMIND: MALVA ANDREA MANCUSO

CO-MASTERMIND: MARIZA DE CAMARGO AND JOSÉ LUIZ SILVÉRIO DA SILVA

Date and Place of Defense: FredericoWestphalen, January 16, 2014.

The different uses of water grow larger, and groundwater has assumed great importance as a

source of supply, due to several factors that restrict the use of surface water, such as scarcity

or quality. Therefore, the use and occupation of the soil turn out to be important because they

can change the quality and quantity of water, besides influencing the storage or groundwater

recharge. Hydrological processes are very important in aquifer recharge. In this work we

monitored the fractured aquifer recharge in two sub-basins, and connect it with its use and soil

use. We selected two sub-basins in different conditions, soil use, by monitoring the

groundwater flow through the Direct Measurement method and measurement of speed and

area method, we also monitored the sub-basins physico-chemical parameters such as

hydrogen potential, dissolved oxygen, conductivity, redox power, temperature and turbidity,

and the use and occupation of land in the sub-basins. We estimated the water balance in the

sub-basins, according to the use and occupation of the soil. The sub-basin 2 comparing it to

the sub-basin 1, got a larger aquifer recharge due to low runoff. Increased runoff in sub-basin

1, associated with a lower percentage of vegetation cover, caused a decrease in groundwater

flow, contrary to the behavior of the sub-basin 2, with a higher percentage of vegetation,

resulting in less surface runoff and higher groundwater flow. The physico-chemical

parameters in the sub-basins were within the recommended patterns that characterize the

water of the two sub-basin of good water quality.

Keywords: Recharge. Flow. Fractured Aquifer. Watershed. Temperate Rainforest

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Processos hidrológicos em áreas florestadas ........................................................... 15

Figura 2 - Mapa preliminar dos sistemas hidrogeológicos do Estado do RS ........................... 17

Figura 3 - Localização das Sub-bacias, vista regional e usos da terra...................................... 24

Figura 4 - Delimitação da Sub-bacia 1, município de Frederico Westphalen .......................... 25

Figura 5 - Delimitação da Sub-bacia 2, município de Frederico Westphalen .......................... 25

Figura 6 - Exutório da Sub-bacia 1 (30/07/13) ......................................................................... 28

Figura 7 - Exutório da Sub-bacia 2 (30/07/13) ......................................................................... 28

Figura 8 - Coleta da amostra no curso d‟água da Sub-bacia 1 (09/07/13) ............................... 30

Figura 9 - Localização das Sub-bacias com percentual de uso e ocupação dos solos .............. 33

Figura 10 - Cultivo da soja na Sub-bacia 1 (08/01/13)............................................................. 34

Figura 11 - Área sem cultivo na Sub-bacia 1 (em descanso) (07/05/13) ................................. 35

Figura 12 - Cultivo do trigo na Sub-bacia 1 (18/06/13) ........................................................... 36

Figura 13 - Cultivo da soja na Sub-bacia 2 (08/01/13)............................................................. 37

Figura 14 - Área sem cultivo na Sub-bacia 2 (em descanso) (07/05/13) ................................. 38

Figura 15 - Cultivo do trigo na Sub-bacia 2 (16/07/13) ........................................................... 39

Figura 16 - Gráfico da Vazão subterrânea (l/d/m2) versus Precipitação pluviométrica (mm). 40

Figura 17 - Balanço Hídrico Normal Mensal para a área agrícola (Setembro/2012 a

Agosto/2013) ............................................................................................................................ 42

Figura 18 - Balanço Hídrico Normal Mensal para a área com vegetação (Setembro/2012 a

Agosto/2013) ............................................................................................................................ 42

Figura 19 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus Turbidez (NTU) da Sub-bacia 1 ............... 45

Figura 20 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus Turbidez (NTU) da Sub-bacia 2 ............... 46

Figura 21 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus CE (µS/cm) da Sub-bacia 1 ...................... 47

Figura 22 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus CE (µS/cm) da Sub-bacia 2 ...................... 47

Figura 23 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus pH da Sub-bacia 1 ..................................... 48

Figura 24 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus pH da Sub-bacia 2 ..................................... 49

Figura 25 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus OD (mg/L) da Sub-bacia 1 ........................ 50

Figura 26 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus OD (mg/L) da Sub-bacia 2 ........................ 50

Figura 27 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus Temperatura (ºC) da Sub-bacia 1. ............. 51

Figura 28 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus Temperatura (ºC) da Sub-bacia 2 .............. 52

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Série histórica de vazão para as nascentes monitoradas.......................................... 19

Tabela 2 - Uso e ocupação do solo na área agrícola da Sub-bacia 1 ........................................ 33

Tabela 3 - Uso e ocupação do solo na área agrícola da Sub-bacia 2 ........................................ 36

Tabela 4 - Volumes utilizados para o cálculo do balanço hídrico ............................................ 43

Tabela 5 - Condições e padrões estabelecidos para águas doces de Classe 1 (CONAMA No

357/05) e médias das análises ................................................................................................... 53

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11 2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 13

2.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 13 2.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 13 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 14 3.1 Estimativa de recarga de aquífero fraturado em bacias hidrográficas ............. 14 3.2 Uso e ocupação do solo ........................................................................................... 20

3.3 Balanço hídrico ....................................................................................................... 22 4 METODOLOGIA ...................................................................................................... 23 4.1 Levantamento bibliográfico ................................................................................... 23

4.2 Área de estudo ......................................................................................................... 23 4.3 Caracterização da área de estudo ......................................................................... 26 4.4 Detalhamento das determinações quantitativas .................................................. 27 4.5 Detalhamento das determinações físico-químicas ............................................... 29 4.5.1 Coleta das amostras ............................................................................................... 29 4.5.2 Técnicas analíticas ................................................................................................. 30

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 32 5.1 Uso e ocupação do solo ........................................................................................... 32 5.1.1 Uso agrícola do solo da Sub-bacia 1 ..................................................................... 33

5.1.2 Uso agrícola do solo da Sub-bacia 2 ..................................................................... 36

5.2 Recarga do aquífero ............................................................................................... 39

5.3 Balanço hídrico ....................................................................................................... 41 5.4 Qualidade das águas ............................................................................................... 45

6 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 54 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 55

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1 INTRODUÇÃO

A disponibilidade hídrica em corpos d‟água é fundamental para o desenvolvimento

das atividades agropecuárias nas áreas rurais, para o abastecimento público de centros

urbanos, para a produção industrial e para a geração de energia (RAMOS et al., 2004 apud

SILVA et al., 2008).

A água é um componente essencial à vida, sendo foco principal para várias propostas

de uso, estudos e base para a caracterização e proteção dos ecossistemas. Além de servir a

diversos usos, a água é indicador de qualidade do manejo da terra pelo homem, entretanto, a

degradação dos recursos naturais, principalmente solo e água, vêm crescendo de forma

alarmante, atingindo níveis críticos que refletem no assoreamento dos cursos d'água e na

deterioração do meio ambiente (JUNIOR et al, 2007).

Devido a esta importância da água, neste trabalho pretende-se estimar as taxas de

recarga (reservas reguladoras) do aquífero fraturado da Formação Serra Geral, que se

apresenta livre na zona alterada da rocha, e confinado em profundidade, de duas Sub-bacias

localizadas na cabeceira do Rio Lajeado Pardo. A pesquisa, comparativa, visa avaliar a

influência de áreas remanescentes de floresta de Mata Atlântica, na recarga do aquífero. As

Sub-bacias selecionadas contribuem para o Rio da Várzea, que integra a região hidrográfica

do Rio Uruguai.

Observa-se na área pesquisada que as práticas agrícolas, estão sendo desenvolvidas em

locais inadequados, não se respeitando as áreas de Preservação Permanente (APP), previstas

no Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), podendo-se afirmar que há um percentual baixo de

APP em torno dos cursos d‟água e nascentes das Sub-bacias analisadas, podendo ocasionar

problemas ambientais futuros.

Assim a qualidade da água vem sendo deteriorada, devido à crescente ocupação

humana no meio ambiente, através de atividades como desmatamento de mata ciliar e outras

matas, crescimento populacional, gerando uma necessidade maior de alimentos, ocasionando

um uso extensivo do solo para atividade agropecuária e um aumento na geração de esgotos

industriais e domésticos em corpos d‟água.

Algumas medidas preventivas para a conservação do solo nas áreas de recarga dos

aquíferos são importantes para evitar a contaminação das águas subterrâneas, principalmente

em áreas que são utilizadas para o consumo. A determinação da recarga do aquífero em

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12

termos de quantidade e qualidade é um fator importante para caracterizar a situação atual e

posteriormente indicar medidas para a minimização de eventuais problemas relacionados às

reservas de águas subterrâneas.

Estudos relacionados aos recursos hídricos possuem como espaço fundamental de

análise a bacia hidrográfica, local onde se encontra a água, sendo esta entendida como uma

área delimitada por divisores topográficos, drenada por um rio principal e seus afluentes, estes

originando subdivisões denominadas de Sub-bacias hidrográficas (DAMBRÓS, 2011).

No âmbito da bacia hidrográfica as águas se distribuem em superfície e subsuperfície,

sendo que, a recarga dos sistemas subterrâneos é de grande importância para a manutenção do

equilíbrio hídrico superficial, principalmente nos períodos de estiagem. Nesse sentido os

aquíferos livres, que contribuem com a drenagem e manutenção da vazão das nascentes,

dependem das condições de infiltração das bacias para serem alimentados pelas águas pluviais

(POZZEBON, 2000, apud HORN, 2012).

O gerenciamento de recursos hídricos na bacia hidrográfica deve ser analisado do

ponto de vista da recarga de aquífero, sendo a outorga de rios um elemento importante, pois

são dependentes do escoamento de base para permanecerem perenes ao longo do tempo,

sendo muito importante o estudo de processos hidrológicos nas bacias (ALBUQUERQUE,

2009).

O uso e ocupação do solo no gerenciamento dos recursos hídricos apresenta-se como

uma influência na quantidade e qualidade da água nas Sub-bacias hidrográficas estudadas,

havendo diferença nos resultados entre as mesmas.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Estimar a recarga do aquífero fraturado em duas Sub-bacias hidrográficas

parcialmente ocupadas por florestas de Mata Atlântica, submetidas a práticas agrícolas

intensivas.

2.2 Objetivos específicos

- Selecionar duas Sub-bacias hidrográficas com remanescentes de Mata Atlântica, que

permitam a medição de vazão, para a determinação da recarga do aquífero, próximo à zona de

nascente de um curso de água perene;

- Delimitar a área de contribuição hídrica das Sub-bacias hidrográficas selecionados

para o estudo;

- Elaborar a cartografia de uso e ocupação dos solos das Sub-bacias hidrográficas

selecionadas e realizar o monitoramento do uso do solo durante o monitoramento hidrológico;

- Realizar o monitoramento periódico da vazão, com vista à quantificação do

escoamento subterrâneo das Sub-bacias selecionadas, durante um ano hidrológico;

- Realizar o balanço hídrico das duas Sub-bacias selecionadas;

- Monitorar os seguintes parâmetros físico-químicos: Condutividade Elétrica (CE),

potencial hidrogeniônico (pH), potencial redox (Eh), Turbidez, Temperatura e Oxigênio

Dissolvido (OD) das águas superficiais das Sub-bacias durante o período de monitoramento

hidrológico.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Estimativa de recarga de aquífero fraturado em bacias hidrográficas

Os usos diferenciados da água crescem cada vez mais, e a água subterrânea vem

assumindo importância relevante como fonte de abastecimento, devido a uma série de fatores

que restringem a utilização das águas superficiais, como sua escassez ou qualidade

(VIVACQUA, 2005 apud MENEZES et al., 2009). Para que os diferentes usos sejam

sustentáveis, torna-se importante compreender como ocorrem os processos que promovem a

recarga subterrânea dessas águas, e os fatores que influenciam, para uma melhor gestão desses

recursos (MENEZES et al., 2009).

Segundo Vivacqua, (2005) devido à grande extensão territorial do Brasil, ocorrem

elevadas variações no regime climatológico e hidrológico. Com exceção do nordeste, as

demais regiões possuem disponibilidades pluviométricas em quantidades suficientes para a

execução das atividades humanas. Porém, a grande concentração da população em alguns

pontos, falta de saneamento, lançamentos de águas domésticas e industriais sem nenhum

tratamento em grande maioria dos corpos d‟água, resultam em uma extensa degradação da

qualidade destas águas, ocasionando sua escassez.

Um grande avanço para o gerenciamento de bacias hidrográficas foi a Lei nº

9.433/1997 (BRASIL, 1997), que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, e criou,

no Brasil, o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, trazendo a bacia

hidrográfica como unidade de planejamento, os usos múltiplos da água, o conhecimento de

que a água é um bem finito e dotado de valor econômico.

A Política Nacional de Recursos Hídricos (BRASIL, op. cit.), estabeleceu que a bacia

hidrográfica é “uma unidade territorial para sua implementação e atuação no Sistema

Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos”. Essa Lei não define o termo bacia

hidrográfica, porém esta pode ser conceituada como uma área delimitada por divisores

topográficos e drenada por um curso d‟água e seus afluentes, que conduzem as águas

superficiais para uma seção fluvial de saída, denominada exutório (CALIJURI; CUNHA,

2013).

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15

Os processos hidrológicos são muito importantes na recarga de aquíferos, pois

representam todas as formas de circulação de água no meio ambiente. A precipitação,

escoamento superficial, evaporação, transpiração, infiltração e a interceptação podem ser

citados como exemplo de processos hidrológicos, sendo apresentados na Figura 1

(BITTENCOURT, 2000 apud CARVALHO, 2011). Tais processos em uma bacia

hidrográfica possuem dois caminhos de fluxo, um vertical, representado pela precipitação,

evapotranspiração e infiltração, e um caminho horizontal, representado pelo escoamento.

Tendo a vegetação um papel importante em todo o processo hidrológico da bacia

hidrográfica, principalmente na interceptação e evapotranspiração (TUCCI; CLARKE, 1997).

Figura 1 - Processos hidrológicos em áreas florestadas Fonte: Adaptado de www.aracruz.com.br apud CARVALHO, 2011

Os processos hidrológicos são de suma importância também no balanço hídrico, onde

o mesmo é o resultado da aplicação do princípio de conservação de massa, expresso pela

equação da continuidade, , na qual se considera o balanço dos componentes

do ciclo hidrológico em uma área e o intervalo de tempo específico. Esse conceito consiste na

análise quantitativa do ciclo hidrológico que é realizada por meio de métodos que

simplesmente quantificam as entradas e saídas do sistema ou que desenvolvem uma complexa

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modelagem dos processos que transformam as entradas em saídas de água (CALIJURI;

CUNHA, 2013).

As águas subterrâneas constituem uma porção do sistema circulatório de água da Terra

conhecido como ciclo hidrológico. Este ocorre devido às formações da crosta terrestre

portadoras de água, atuar como condutos para a transmissão e como reservatórios para o

armazenamento de água. A água penetra nestas formações através da superfície do terreno ou

de corpos d‟água superficiais, após isso percorre devagar distâncias variáveis até o seu retorno

á superfície por ação de fluxo natural, das plantas ou do homem. Pode-se dizer que uma

grande parcela da água subterrânea se origina de água superficial, sendo que as principais

fontes de reabastecimento natural incluem a precipitação, cursos d‟água, lagos e reservatórios.

Já a descarga das águas subterrâneas ocorre quando a água emerge do subsolo, sendo que a

maior parte das descargas naturais ocorre como fluxo para elementos de água superficial,

como cursos d‟água, lagos e oceanos, e o fluxo de água superficial aparece como uma

nascente (TODD, 1967).

Segundo Machado e Freitas (2005), a Figura 2 apresenta o sistema hidrogeológico do

Estado do RS, onde se observa através da localização do município de Frederico Westphalen,

indicado pelo retângulo no mapa, que as Sub-bacias estudadas classificam-se como “aquíferos

fissurais Serra Geral”. Define-se como “aquíferos fissurais Serra Geral” os aquíferos

descontínuos relacionados aos derrames de lavas básicas e ácidas da Formação Serra Geral.

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17

Figura 2 - Mapa preliminar dos sistemas hidrogeológicos do Estado do RS Fonte: MACHADO; FREITAS (2005)

Nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, a proporção de

aproveitamento das águas subterrâneas do Sistema Aquífero Serra Geral (SASG) é muito

maior do que aquela do Aquífero Guarani. É importante levar em consideração que, ao

contrário do caráter quase totalmente confinado deste, as águas do Serra Geral são exploradas

através de poços relativamente rasos e normalmente têm ligação direta com as águas da

superfície. Isto as torna muito mais acessíveis, mas também muito mais vulneráveis aos

processos de contaminação (SCHEIBE; HIRATA, 2008).

Com relação à vulnerabilidade à contaminação, a mesma é considerada uma

propriedade intrínseca do meio aquífero e depende das suas características hidrogeológicas.

Na qualidade de fraturado, o aquífero Serra Geral tem capacidade de armazenar água apenas

nas fraturas, podendo elas estar associadas às superfícies de contato entre derrames, a

processos secundários, como juntas de resfriamento das rochas ou, ainda, à atividade tectônica

(FREITAS et al., 2012).

Carvalho et al. (2000) em um estudo no Ribeirão do Feijão, na região de São Carlos,

oeste do estado de São Paulo, afirmam que no Índice de Qualidade da Água (IQA) foi

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18

observado valores inferiores no verão, e melhores no inverno, sendo um efeito atribuído à

precipitação pluviométrica, que ao contrário de diluir a concentração de resíduos, aumentaria

o escoamento superficial do solo, resultando num IQA menor e diminuindo a qualidade da

água.

Considera-se que a recarga das águas subterrâneas, processo pelo qual ocorre a entrada

e disponibilidade de água na zona saturada (FREEZE; CHERRY, 1979 apud DAMBRÓS,

2011) depende principalmente da interação de fatores climáticos e ambientais, dentre eles o

tipo de uso e ocupação do solo. Pinto et al. (2004) também destacam que a quantidade e

qualidade de água das nascentes de uma bacia hidrográfica podem ser alteradas por diversos

fatores, entre eles a declividade e o tipo de solo e o seu uso, principalmente nas áreas de

recarga, pois influenciam no armazenamento da água subterrânea e no regime das nascentes e

dos cursos da água. Os autores destacam também a importância de desenvolver estudos que

permitam entender melhor a interação entre os recursos naturais e as ações antrópicas no

âmbito das bacias hidrográficas, pois a conservação da água está diretamente relacionada à

conservação dos recursos naturais.

Gouvêa (2009) determinou a influência da precipitação e das características do solo na

variação do nível da água subterrânea, concluindo que não existe uma relação imediata entre a

variação mensal do nível da água e da precipitação mensal acumulada, sendo necessária a

análise em períodos menores, para observar uma correlação maior e um padrão de

sazonalidade. O autor afirma que a evapotranspiração tem maior influência do que a

porosidade na variação do nível da água.

Dambrós (2011) também concluiu que estudos referentes à recarga de um aquífero

livre (com nível freático) são fundamentais para o gerenciamento sustentável dos recursos

hídricos em nível de bacia hidrográfica.

Junior et al. (2007), realizando um estudo com o monitoramento do comportamento

hidrológico de duas nascentes numa Sub-bacia hidrográfica, associando o uso e ocupação do

solo e a variabilidade espacial dos seus atributos físico-hídricos nas áreas de recarga das

nascentes, durante os anos de 2004 e 2005, concluiram que o porte da área de recarga, o uso

do solo e o estado de preservação das áreas de recarga das nascentes influenciaram no valor e

no comportamento temporal do rendimento específico das mesmas. A Tabela 1 apresenta os

valores encontrados pelo estudo.

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Tabela 1 - Série histórica de vazão para as nascentes monitoradas

Vazão (L/s)

Ano 2004

Nascente 10/abr 11/jun 5/ago 1/out 5/nov

Mata 7,300 4,920 3,237 2,579 3,098

Pastagem 0,214 0,101 0,053 0,032 0,113

Vazão (L/s)

Ano 2005

Nascente 22/abr 3/jul 21/set 20/out -

Mata 6,563 4,324 2,411 1,532 -

Pastagem 0,106 0,023 0,010 0,007 -

Fonte: JUNIOR et al., 2007

Razini (2004 apud CARVALHO, 2011) em um estudo referente à avaliação de três

poços piezométricos, com localização em uma microbacia, onde a cobertura vegetal é a Mata

Atlântica, registrou que o nível do lençol freático apresenta-se perto da camada superficial e

logo após a precipitação acabar o lençol freático desce rapidamente.

Carvalho (2011) em um estudo nos anos de 2008 a 2010, em quatro poços

piezométricos, concluiu que a profundidade do lençol freático variou em função das

características hídricas em cada ano de monitoramento, verificando que houve recarga do

lençol freático ao longo dos anos de 2008, 2009 e 2010.

Castro et al., (2001, apud JUNIOR, 2007) citam o exemplo das nascentes da

comunidade rural de Paraíso, Estado de Minas Gerais, que nos anos 60 eram responsáveis

pelo abastecimento de água da cidade de Viçosa. As nascentes dessa região secaram à medida

que houve a substituição de pastagens pelo aumento progressivo da regeneração natural de

florestas secundárias, atribuindo à ocupação intensiva e sem controle das árvores nas partes

baixas e na meia encosta aumentando a evapotranspiração localizada.

Lima (1986 apud JUNIOR, 2007), aponta que em termos de nascentes, quando se

estuda o efeito da floresta sobre a água subterrânea não é possível ter-se uma conclusão

generalizada, uma vez que os fatores envolvidos na origem e na dinâmica da nascente são

complexos e poucos são os trabalhos disponíveis abordando este assunto. Além disso, é

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fundamental considerar a variabilidade espacial dos atributos do solo e suas influencias na

dinâmica da água nas áreas de recarga.

Segundo Carvalho (2011) numa mesma intensidade de chuva, os solos, de acordo com

seu uso e ocupação, podem apresentar diferentes índices no escoamento de água da chuva

superficialmente, devido a sua declividade ou manejo dos solos, como exemplo da discagem,

plantio direto, entre outros.

3.2 Uso e ocupação do solo

Estudos referentes ao uso e ocupação do solo em áreas de recarga são escassos

(JÚNIOR, 2006 apud MENEZES et al., 2009), porém, são cada vez mais necessários. O uso

do solo pode alterar a qualidade e quantidade de água, além de influenciar o armazenamento

de água subterrânea (PINTO et al., 2004).

Albuquerque (2009) afirma que está ocorrendo quedas significativas de precipitação e

vazão com o decorrer dos anos hidrológicos, onde tal fato pode ser devido à crescente

utilização do solo pela agricultura, com a utilização de pivôs e pecuária extensiva. Devendo

haver uma preocupação com escassez de água.

Segundo Carvalho et al. (2000), tanto a agricultura quanto a pecuária têm uma

necessidade imediata, o espaço físico, fazendo do desmatamento a primeira consequência

prejudicial ao meio ambiente. Com isto o solo desnudo fica exposto à lixiviação superficial e

a lixiviação profunda, portanto aos aspectos erosivos e até de movimento de massas.

A ocupação e uso do solo pelas atividades agropecuárias alteram sensivelmente os

processos biológicos, físicos e químicos dos sistemas naturais. Através do ciclo hidrológico as

chuvas precipitadas sobre as vertentes irão formar o deflúvio superficial, também chamado de

escoamento superficial, que irá carrear sedimentos e poluentes para a rede de drenagem. Desta

forma, o rio é um integralizador dos fenômenos ocorrentes nas vertentes da bacia, que pode

ser avaliado pelos parâmetros de qualidade da água (MERTEN; MINELLA, 2002).

Existe um consenso geral que a atividade agropecuária conduz uma importante função

na contaminação dos mananciais, a mesma é considerada uma atividade com elevado

potencial degradador, e que a qualidade da água é um reflexo do uso e manejo do solo das

Sub-bacia hidrográficas (MERTEN; MINELLA, 2002).

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O progresso nas diferentes áreas da tecnologia, como o uso intensivo de máquinas

agrícolas/florestais e a aplicação indiscriminada de produtos químicos, como o exemplo de

adubos e agrotóxicos, têm servido para uma maior e mais acelerada intervenção sobre os

ecossistemas naturais, afim de torná-los mais produtivos e economicamente rentáveis.

Entretanto, o uso da tecnologia vem interferindo progressivamente no equilíbrio dos

ecossistemas naturais e tem provocado uma crescente degradação também das áreas

cultivadas, acelerando os processos de poluição do ar e a degradação física, química e

biológica do solo e dos recursos hídricos (STAPE et al., 1998).

O novo Código Florestal, Lei nº 12.651/2012 (BRASIL, 2012) traz avanços na

proteção dos recursos hídricos e da vegetação nativa. O mesmo aborda a delimitação das

Áreas de Preservação Permanente (APP), proteção das áreas verdes urbanas, e um ponto

muito importante em relação ao uso agrícola, trazendo um direcionamento adequado para a

supressão de vegetação para o uso alternativo do solo, com o Cadastro Ambiental Rural.

Segundo Bacellar (2005), as florestas exercem um amplo papel no controle de erosão e

qualidade da água, porém ainda há muitas dúvidas a respeito do papel das mesmas na

produção de água para os cursos d‟água em função da quantidade e qualidade.

Tradicionalmente, a floresta é vista como adequada na estabilização das vazões dos cursos

d‟água. O mesmo autor afirma que há na literatura um grande acervo de dados, referente ao

monitoramento de bacias hidrográficas. Esses dados trazem que as vazões anuais e o fluxo de

base decrescem com o reflorestamento e crescem com o desmatamento, devido à vegetação

de maior porte possuir maior capacidade de evapotranspiração do que as de menor porte,

como arbustos e uma grande parte das culturas agrícolas.

As florestas plantadas constituem-se uma forma adequada do uso do solo, são menos

impactantes do que quaisquer outras culturas intensivas, contudo, precisam estar em harmonia

com as prioridades ecológicas e sociais da região. Ecologicamente constituem-se em áreas de

sucessão secundária, controlada e dirigida pelo silvicultor e mantida sempre na fase juvenil de

elevada produtividade (STAPE et al., 1998).

Segundo Menezes (2009) em um estudo sobre funcionamento nas áreas de recarga

com diferentes uso e ocupação do solo, concluiu que o uso do solo nas áreas de recarga

influenciou o valor e a dinâmica temporal do rendimento específico das mesmas.

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22

3.3 Balanço hídrico

O balanço hídrico é o resultado da aplicação do princípio de conservação de massa,

expresso pela equação da continuidade, na qual se considera o balanço dos componentes do

ciclo hidrológico em uma área e intervalo de tempo específico (CALIJURI; CUNHA, 2013).

Segundo Cavalcanti (2002) as entradas e saídas de água do sistema e as direções de

fluxo fazem parte do modelo conceitual. A recarga resulta da precipitação, a partir de corpos

d‟água superficiais e do tratamento sanitário. Já as saídas de água do sistema referem-se à

evapotranspiração, aos corpos d‟água superficiais e aos poços de abastecimento.

O cálculo do balanço hídrico destina-se à avaliação de aspectos como: comportamento

hidrológico das bacias hidrográficas, impactos de mudanças climáticas, efeitos da mudança de

uso do solo e padrões espaciais e temporais de oferta e demanda hídrica. Afirma-se ainda, que

o balanço hídrico envolve a quantificação dos componentes do processo de transferência de

água através da bacia (TUCCI; BELTRAME, 2004 apud CALIJURI; CUNHA, 2013).

O comportamento natural da água quanto as suas ocorrências, transformações e

relações com a vida humana é bem caracterizada através do ciclo hidrológico. O ciclo

hidrológico tem início com a evaporação da água dos oceanos. O vapor que resulta é

transportado pelo movimento de massas de ar. Em determinadas condições, o vapor é

condensado, formando as nuvens, que podem resultar em precipitação. Essa precipitação que

ocorre sobre a terra é dispersa de várias formas. A maior parte fica temporariamente retida no

solo próximo de onde caiu e após retorna à atmosfera por evaporação e/ou transpiração das

plantas. Uma parte restante da água escoa sobre a superfície do solo, ou através do solo para

os rios, e a outra parte penetra no solo, onde vai suprir o lençol d‟água subterrâneo

(VILLELA; MATTOS, 1975).

Para Horn (2012) em bacias hidrográficas com características rurais, parte da

precipitação é retida pela vegetação, outra se infiltra no subsolo e o que resta escoa sobre a

superfície de forma gradual, gerando uma variação de vazão lenta e com picos de enchentes

moderados.

O balanço hídrico pode ser determinado segundo a metodologia de Thornthwaite &

Mather (1955), em que pode-se determinar a Evapotranspiração potencial (ETP=16.((ti/I)a)),

Evapotranspiração real (Se P-ETP>=0 (ETR=ETP); Se P-ETP<0 (ETR=P-ALT)),

armazenamento (ARM=CAD.e(Neg.Ac./CAD)

) e Deficiência hídrica (DEF= (ETP-ETR)).

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4 METODOLOGIA

4.1 Levantamento bibliográfico

Com o objetivo de buscar aprofundamento teórico na área da pesquisa realizou-se o

levantamento bibliográfico sobre a avaliação de recarga em bacias hidrográficas e a influência

do uso e ocupação do solo nas vazões e na qualidade das águas de nascentes de Sub-bacias

impactadas por práticas agrícolas intensivas.

4.2 Área de estudo

A área pesquisada localiza-se no município de Frederico Westphalen, localizado no

planalto meridional, norte do Rio Grande do Sul (RS), com coordenadas de 27°21‟S e

53°23‟W. O município possui um relevo de patamares estruturais, com topografia suavemente

ondulada, com altitudes entre 300 a 600 metros acima do nível médio do mar (IBGE, 1985

apud GIOVENARDI et al., 2008).

Foram pesquisadas duas Sub-bacias cujos cursos d„água fazem parte da bacia

hidrográfica do Rio Lajeado Pardo, pertencente à bacia hidrográfica do Rio da Várzea, da

região hidrográfica do Rio Uruguai. A Bacia Hidrográfica da Várzea situa-se ao norte do

Estado do Rio Grande do Sul, entre as coordenadas geográficas 27°00‟ a 28°20‟ de latitude

Sul e 52°30‟ a 53°50‟ de longitude Oeste. Abrange a Província Geomorfológica Planalto

Meridional. Possui área de 9.463,46 km², abrangendo municípios como Carazinho, Frederico

Westphalen, Palmeira das Missões e Sarandi. Os principais usos da água na bacia se destinam

à irrigação, à dessedentação animal e ao abastecimento humano (SECRETARIA DO MEIO

AMBIENTE, 2010).

Para a realização deste estudo foram selecionadas duas Sub-bacias parcialmente

florestadas, próximas uma da outra. As duas Sub-bacias sem nome específico, serão chamadas

de Sub-bacia 1, com exutório nas coordenadas 27º24‟8”S e 53º25‟33”W, e área de 0,8517

km2; e de Sub-bacia 2 com exutório nas coordenadas 27º23‟55.”S e 53º25‟14”W, e área de

0,1228 km2. Observa-se na Figura 3 a localização das duas Sub-bacias estudadas. Os cursos

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d‟água de ambas as Sub-bacias são classificados como perenes, ou seja, há disponibilidade de

água de superfície durante o ano todo.

Figura 3 - Localização das Sub-bacias, vista regional e usos da terra Fonte: Google Earth (2007)

A Figura 4 apresenta a delimitação da Sub-bacia 1 e a Figura 5 apresenta a delimitação

da Sub-bacia 2, com seus divisores de águas superficiais, exutório, cotas topográficas e cursos

d‟água. Na Sub-bacia 1 observa-se na carta topográfica do Exército Brasileiro, de Frederico

Westphalen, escala 1:50.000, SG.22-Y-C-II-3, MI-2885/3, a mesma apresentava apenas um

curso d‟água. Assim, acrescentou-se mais um curso d‟água, o qual foi delimitado através de

pontos geográficos com auxílio de GPS (Global Position System, GPS Garmin) utilizando

Sistemas de Coordenadas Universal Transversa de Mercator (UTM), datum Córrego Alegre –

Minas Gerais.

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Figura 4 - Delimitação da Sub-bacia 1, município de Frederico Westphalen Fonte: Carta Topográfica do Exército, na escala 1:50.000, SG.22-Y-C-II-3, MI-2885/3 modificada por

GRAEPIN, C. (2013)

Figura 5 - Delimitação da Sub-bacia 2, município de Frederico Westphalen Fonte: Carta Topográfica do Exército, na escala 1:50.000, SG.22-Y-C-II-3, MI-2885/3 modificada por

GRAEPIN, C. (2013)

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O clima da região é descrito como subtropical úmido (Cfa), com chuva bem

distribuída durante o ano e temperatura média do mês mais quente superior a 22°C (IBGE,

1985 apud GIOVENARDI et al., 2008 ). Possuindo uma precipitação média anual de 1.828,1

mm.

O solo é classificado como latossolo vermelho aluminoférrico típico, de textura

argilosa, ou seja, solos profundos, porosos, bem drenados, bem permeáveis mesmo quando

muito argilosos, assim favorecendo a infiltração da água (EMBRAPA, 2007).

O Rio Grande do Sul caracteriza-se por ser uma região bem regada e com uma

distribuição uniforme das chuvas durante o ano, não possuindo uma estação seca bem

definida, ou seja, ocorrem precipitações durante todos os meses do ano e não há grande

diferença quantitativa (SOTÉRIO et al., 200?).

A área possui um bioma caracterizado como Mata Atlântica, e possui um alto índice

pluviométrico, devido às chuvas de encosta, causadas pelas montanhas que barram a

passagem das nuvens (IBGE, 1985 apud GIOVENARDI et al., 2008).

Existem dois tipos principais de aquíferos no Estado do Rio Grande do Sul

(MACHADO; FREITAS, 2005), o aquífero poroso intergranular e o aquífero poroso por

faturamento. Ressalta-se que na área de estudo predomina o aquífero fraturado em rochas

vulcânicas da Formação Serra Geral ou Sistema Aquífero Serra Geral (SASG) (SCHEIBE;

HIRATA, 2008). O sistema aquífero Guarani ocupa mais de 55% da área do estado,

apresentando uma grande variabilidade de potencialidade e qualidade das águas,

predominantemente doces e potáveis. No Norte do Estado do Rio Grande do Sul, a região

denominada de Alto Uruguai possui grande potencialidade, devido ao seu condicionamento

geológico, sendo estrutural favorável (MACHADO; FREITAS, 2005).

4.3 Caracterização da área de estudo

Na área da pesquisa caracterizou-se a geomorfologia, o uso e ocupação do solo das

Sub-bacias hidrográficas selecionadas, com o auxílio de cartografia (mapas planialtimétricos

pré-existentes) e mapeamento a campo. O levantamento foi realizado com a utilização de

Differential Global Positioning System (DGPS) e, com auxílio do software QuantumGIS

1.8.0, definiu-se a rede de drenagem da Sub-bacia até o exutório utilizado no monitoramento,

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o limite das áreas de florestas e de uso agrícola, a área das Sub-bacias, assim como o divisor

de águas superficiais das bacias.

Em relação à declividade das Sub-bacias, a área da Sub-bacia 1 encontra-se entre as

cotas 480 e 550 e a Sub-bacia 2 entre 480 e 520, utilizando-se Datum Horizontal Córrego

Alegre – Minas Gerais. Segundo a fórmula de Kirpich (YOSHIZANE, 2006) o tempo de

concentração das Sub-bacias apresentam-se como 16,92 minutos para a Sub-bacia 1 e de

cerca de 5,62 minutos para a Sub-bacia 2

A variação do uso e ocupação do solo foi monitorada utilizando ferramentas de

Sistema de Informação Geográfica (SIG) e interpretação visual das culturas implantadas em

cada uma das Sub-bacias monitoradas, ao longo de um ano hidrológico.

Os dados da variação temporal da precipitação, nas Sub-bacias, durante o período de

monitoramento hidrogeológico, foram coletados através do site do Instituto Nacional de

Meteorologia - INMET (http://www.inmet.gov.br/portal/).

Mediante o método Balanço Hídrico Normal por Thornthwaite & Mather (1955)

elaborou-se o balanço hídrico das áreas da pesquisa para o período analisado. Foram

realizados dois balanços hídricos, um balanço hídrico para a área agrícola e florestada da Sub-

bacia 1 e um balanço hídrico para a área agrícola e florestada da Sub-bacia 2 de forma a

considerar a variabilidade de evapotranspiração em função do uso do solo em cada uma das

Sub-bacias, em que pode-se determinar a Evapotranspiração potencial (ETP=16.((ti/I)a)),

Evapotranspiração real (Se P-ETP>=0 (ETR=ETP); Se P-ETP<0 (ETR=P-ALT)),

armazenamento (ARM=CAD.e(Neg.Ac./CAD)

) e Deficiência hídrica (DEF= (ETP-ETR)).

4.4 Detalhamento das determinações quantitativas

As medições de vazão do curso d‟água foram realizadas em 5 repetições nos exutórios

definidos nos cursos de água de cada Sub-bacia, com periodicidade semanal. As medições

foram realizadas na ausência de precipitação, considerando, após cada evento, um tempo

superior ao Tempo de Concentração (Tc) para a realização da medição de vazão em cada Sub-

bacia. Dados empíricos (de observação em campo) também foram utilizados para confirmar a

ausência de escoamento superficial no momento da medição. A Figura 6 apresenta o exutório

da Sub-bacia 1 e a Figura 7 apresenta o exutório da Sub-bacia 2.

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Figura 6 - Exutório da Sub-bacia 1 (30/07/13)

Fonte: GRAEPIN, C. (2013)

Figura 7 - Exutório da Sub-bacia 2 (30/07/13)

Fonte: GRAEPIN, C. (2013)

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As medições foram feitas através de dois métodos, os quais foram selecionados em

função da disponibilidade de água no dia da medição de vazão. A escolha do método foi

definida pelo volume de escoamento, sendo este dependente das precipitações ocorridas

previamente à coleta. Seguindo a metodologia de Pinto et al., (2010), selecionou-se um dos

seguintes métodos para a medição de vazão, no dia da coleta:

1) Medida Direta: verifica-se qual o tempo necessário para acumular um determinado

volume em um reservatório natural ou artificial, não havendo descarga de saída, ou num

continente menor que pode ser mesmo uma bacia. A razão desse volume para o tempo, para

atingi-lo, fornece sua vazão. Este método foi utilizado em períodos de baixa vazão.

2) Medida de velocidade e área: a vazão em uma determinada seção transversal de um

curso d‟água (Q), definida como sendo o volume de água que passa nessa seção na unidade de

tempo, pode ser medida pelo produto da área da seção (A) pela velocidade média da água que

atravessa a mesma (V), ou seja, Este método foi utilizado quando a medição da

vazão pelo método de medição direta era comprometida em função do elevado volume de

escoamento.

Posteriormente, analisou-se a correlação entre as vazões observadas, as características

físico-químicas das águas de drenagem superficial, a precipitação do período e os usos do

solo.

O cálculo da recarga do aquífero foi determinado através do balanço hídrico

simplificado, considerando-se o escoamento subterrâneo nas Sub-bacias estudadas para a

determinação da recarga. Tal determinação foi elaborada dessa maneira, devido a não haver

dados suficientes para a determinação da recarga profunda do aquífero nas Sub-bacias.

4.5 Detalhamento das determinações físico-químicas

4.5.1 Coleta das amostras

As amostras foram coletadas semanalmente em cada Sub-bacia, no exutório

selecionado para o monitoramento da vazão e qualidade físico-química da água. Junto com a

medição de vazão, realizou-se a coleta da amostra de água para análise físico-química, de

acordo com a Figura 8.

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Figura 8 - Coleta da amostra no curso d‟água da Sub-bacia 1 (09/07/13) Fonte: GRAEPIN, C. (2013)

4.5.2 Técnicas analíticas

As amostras coletadas durante a medição de vazão foram submetidas a análises físico-

químicas dos seguintes parâmetros: Condutividade elétrica (CE), potencial hidrogeniônico

(pH), potencial redox (Eh), Oxigênio Dissolvido (OD), Turbidez (TURB) e Temperatura (T).

As metodologias empregadas para ambos os parâmetros foram de acordo com o Standard

Methods For the Examination of Water & Wastewater (2005).

Os equipamentos utilizados para a realização das análises foram os seguintes: a análise

de condutividade elétrica foi realizada através do aparelho Conductivitymeter (marca: Bel

Engineering); para a determinação de pH e Eh utilizou-se o aparelho pHmetro T-1000 (marca:

Tekna); para a análise de oxigênio dissolvido foi utilizado um Medidor de Oxigênio

Dissolvido Digital Portátil, modelo MO-900 (marca: Instrutherm); para determinação de

turbidez, foi utilizado um Turbidímetro TB 100p (marca: MS Tecnopon); e para a

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determinação da Temperatura, foi utilizado um termômetro de álcool. Todos os medidores

foram constantemente calibrados com soluções padrões.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Uso e ocupação do solo

De acordo com a interpretação visual realizada semanalmente na área de estudo de

ambas as Sub-bacias, o mapeamento a campo e a cartografia (mapas planialtimétricos pré-

existentes), pode-se definir o percentual de área florestada e o percentual de área com uso

agrícola (Quadro 1), o mesmo permaneceu igual ao início do estudo. Ou seja, as áreas

agrícolas não passaram a ser florestadas, nem as florestadas passaram a ser agrícolas (Figura

9).

Sub-bacia

Uso e

ocupação

Sub-bacia 1 Sub-bacia 2

km2 % km

2 %

Área Agrícola 0,70119 82,33 0,0937 76,31

Área com

vegetação 0,15051 17,67 0,0291 23,69

Total 0,8517 100 0,1228 100

Quadro 1 - Uso e ocupação do solo das Sub-bacias estudadas

As áreas florestadas em ambas as Sub-bacias continuaram intactas como no início do

estudo, de acordo com a interpretação in loco, não se apresentou nenhuma mudança nas

mesmas.

As áreas agrícolas tiveram mudanças no cultivo de grãos no decorrer do ano

hidrológico de estudo. Diferentes culturas foram cultivadas de acordo com as estações do ano.

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Figura 9 - Localização das Sub-bacias com percentual de uso e ocupação dos solos Fonte: Google Earth (2007)

5.1.1 Uso agrícola do solo da Sub-bacia 1

Na Tabela 2 observa-se o uso e ocupação do solo na área agrícola da Sub-bacia 1,

havendo o cultivo de culturas de inverno e verão.

Tabela 2 - Uso e ocupação do solo na área agrícola da Sub-bacia 1

Período Uso Agrícola

Agosto/2012 – Novembro/2012 Trigo (cultura de inverno)

Dezembro/2012 – Março/2013 Soja (cultura de verão)

Abril/2013 – Maio/2013 Sem cultivo (descanso do solo)

Junho/2013 – Agosto/2013 Trigo (cultura de inverno)

23,69 % área florestada

82,33 % área agrícola

17,67 % área florestada

76,31 % área agrícola

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34

Observa-se na Tabela 2 que na Sub-bacia 1 ocorreu o cultivo de duas culturas no

decorrer da pesquisa. No mês de agosto/2012 observou-se o cultivo de trigo. Posteriormente à

colheita, no mês de novembro/2012, já se iniciou o plantio da soja, de acordo com a Figura

10.

Figura 10 - Cultivo da soja na Sub-bacia 1 (08/01/13) Fonte: GRAEPIN, C. (2013)

Em março/2013 ocorreu a colheita da soja, após houve um período de pousio, sem

cultivo, até o mês de maio/2013, conforme apresenta a Figura 11.

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35

Figura 11 - Área sem cultivo na Sub-bacia 1 (em descanso) (07/05/13) Fonte: GRAEPIN, C. (2013)

No mês de junho/2013, ocorreu o plantio do trigo, de acordo com a Figura 12.

Observa-se que o cultivo está em fase inicial, ou seja, poucos dias após o plantio.

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36

Figura 12 - Cultivo do trigo na Sub-bacia 1 (18/06/13) Fonte: GRAEPIN, C. (2013)

5.1.2 Uso agrícola do solo da Sub-bacia 2

Na Tabela 3 observa-se o uso e ocupação da área agrícola da Sub-bacia 2, havendo o

cultivo de culturas de inverno e verão.

Tabela 3 - Uso e ocupação do solo na área agrícola da Sub-bacia 2

Período Uso Agrícola

Agosto/2012 – Novembro/2012 Trigo (cultura de inverno)

Dezembro/2012 – Março/2013 Soja (cultura de verão)

Abril/2013 – Maio/2013 Sem cultivo de culturas (descanso do solo)

Junho/2013 – Agosto/2013 Trigo (cultura de inverno)

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37

Na Sub-bacia 2 o cultivo ocorreu semelhantemente à Sub-bacia 1, também havendo o

cultivo de duas culturas. No início do estudo, em agosto/2012 havia o cultivo do trigo. No

mês de novembro/2012 ocorreu a colheita do trigo, e posteriormente o plantio da soja no

mesmo mês, de acordo com a Figura 13.

Figura 13 - Cultivo da soja na Sub-bacia 2 (08/01/13) Fonte: GRAEPIN, C. (2013)

No mês de março/2013 ocorreu a colheita da soja, havendo um período sem o cultivo

de culturas na área, de acordo com a Figura 14.

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38

Figura 14 - Área sem cultivo na Sub-bacia 2 (em descanso) (07/05/13) Fonte: GRAEPIN, C. (2013)

No mês de junho/2013 ocorreu novamente o cultivo das culturas de inverno, de acordo

com a Figura 15.

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39

Figura 15 - Cultivo do trigo na Sub-bacia 2 (16/07/13)

Fonte: GRAEPIN, C. (2013)

5.2 Recarga do aquífero

No que se refere aos valores de escoamento subterrâneo (Esub), de acordo com as

medições de vazão dos cursos d‟água (Apêndice A), realizadas na ausência de precipitação e

escoamento superficial, observa-se que a Sub-bacia 2 apresentou descarga subterrânea de

117.244,8 m3/ano e a Sub-bacia 1 de 496.130,4 m

3/ano (Figura 16). Assim, considerando-se

as áreas das Sub-bacias, obtêm-se um escoamento subterrâneo de 0,95476 m3/ano/m

2 para a

Sub-bacia 2 e 0,58252 m3/ano/m

2 para a Sub-bacia 1, havendo uma variação de 0,37224

m3/ano/m

2 entre as Sub-bacias. Não foi considerado neste balanço hídrico simplificado a

recarga profunda do aquífero fraturado da formação Serra Geral.

As maiores vazões subterrâneas por área na Sub-bacia 2, ocorreram devido ao

percentual de vegetação nesta Sub-bacia ser maior que o da Sub-bacia 1, acarretando em uma

taxa de infiltração mais elevada que a Sub-bacia 1. Em áreas com vegetação as águas das

chuvas ficam retidas nas folhas, caule das árvores, evitando que chegue diretamente no solo e

escoe por escoamento superficial nos terrenos. Salienta-se também que em áreas florestadas,

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40

há menor compactação dos solos, do que em áreas agrícolas, devido ao tráfego das máquinas

para realizar o cultivo. Observa-se que a Sub-bacia 2 possui elevados picos de escoamento

subterrâneo, devido a mesma estar localizada mais próxima da nascente da bacia do Rio

Lajeado Pardo, do que a Sub-bacia 1, o aquífero localiza-se próximo a superfície do solo,

assim quando ocorre a precipitação, a água infiltra e chega ao aquífero rapidamente.

Quando há um aumento da precipitação, o escoamento subterrâneo aumenta também,

devido a recarga do aquífero através da infiltração.

Figura 16 - Gráfico da Vazão subterrânea (l/d/m2) versus Precipitação pluviométrica (mm).

Lal (1981) e Lawson et al., (1981) (apud TUCCI; CLARKE,1997) em um estudo de

comparação de bacias hidrográficas observaram que na área onde foi mantida a vegetação,

praticamente não registrou-se escoamento superficial.

Pruski et al., (2003 apud CARLESSO et al., 2007) afirmam que quanto maior for a

porcentagem de cobertura vegetal e a evapotranspiração da planta, maiores serão as taxas de

infiltração de água no solo quando ocorrer uma precipitação e, consequentemente, menores

serão as perdas por escoamento superficial.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

900,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

09/08/12 07/11/12 05/02/13 06/05/13 04/08/13 02/11/13

Pre

cip

itaçã

o (

mm

)

Vazã

o s

ub

terr

ân

ea (

l/d

/m2)

Data

Sub-bacia 1 Sub-bacia 2

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41

5.3 Balanço hídrico

O balanço hídrico das Sub-bacias hidrográficas 1 e 2 envolveu a quantificação dos

componentes simplificados do processo de transferência de água.

Para o cálculo utilizou-se uma relação da diferença de entradas e saídas de água na

bacia, sendo a entrada caracterizada pela Precipitação (P) e a saída caracterizada pelo

somatório entre a Evapotranspiração (ETR), o Escoamento Superficial (Esup) e o Escoamento

Subterrâneo (Esub). Assim, a estimativa de recarga subterrânea foi realizada com base na

seguinte equação simplificada de balanço hídrico:

(Eq. 1)

Onde:

P = Precipitação no período (m3/ano)

ETR = Evapotranspiração real no período (m3/ano)

ESub = Escoamento subterrâneo no período (m3/ano)

ESup = Escoamento superficial no período (m3/ano)

Para a obtenção do volume total de cada elemento envolvido no balanço hídrico,

conforme Tabela 4, foi considerada a área total de cada Sub-bacia hidrográfica, sendo 0,8517

km2 a área da Sub-bacia 1 e de 0,1228 km

2 a área da Sub-bacia 2.

Para a obtenção da evapotranspiração real, levou-se em consideração o uso e ocupação

do solo da Sub-bacia, sendo definido para a área com vegetação o valor de CAD (capacidade

de armazenamento) 350 mm (Thornthwaite e Mather, 1957) e 78,8 mm (Thornthwaite e

Mather, 1955) para a área agrícola, referente à cultura de trigo e soja (Figuras 17 e 18). No

Apêndice B observam-se os valores finais obtidos para a Precipitação (P), ETR,

Evapotranspiração potencial (ETP), déficit hídrico (DEF) e armazenamento (ARM) de água

ao longo do ano de monitoramento. Observa-se que no Balanço hídrico para a área agrícola há

um pequeno déficit hídrico no mês de novembro e para o balanço hídrico da área com

vegetação não há déficit hídrico.

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42

Figura 17 - Balanço Hídrico Normal Mensal para a área agrícola (Setembro/2012 a

Agosto/2013)

Figura 18 - Balanço Hídrico Normal Mensal para a área com vegetação (Setembro/2012 a

Agosto/2013)

0

50

100

150

200

250

300

350

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Qu

an

tid

ad

e (m

m)

Precipitação ETP ETR

0

50

100

150

200

250

300

350

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Qu

an

tid

ad

e (m

m)

Precipitação ETP ETR

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43

Tabela 4 - Volumes utilizados para o cálculo do balanço hídrico

Sub-bacia Precipitação (P) Evapotranspiração real

(ETR)

Escoamento

subterrâneo (ESub)

Sub-bacia 1 1.780.908, 879 m3/ano 790.030,673 m

3/ano 496.130,4 m

3/ano

Sub-bacia 2 256.896,057 m3/ano 114.028,969 m

3/ano 117.244,856 m

3/ano

Aplicando-se os dados na equação 1, obtém-se para a Sub-bacia 1:

1.780.908, 879 m3/ano = 790.030,673 m

3/ano + 496.130,4 m

3/ano + ESup

ESup = 494.747,806 m3/ano

Aplicando-se os dados a Equação 1, obtém-se para a Sub-bacia 2:

256.896,057m3/ano = 114.028,969 m

3/ano + 117.244,856 m

3/ano + ESup

ESup = 25.622,232 m3/ano

Considera-se que aproximadamente 44,3% da precipitação pluviométrica da Sub-bacia

1 evapotranspira, através da evapotranspiração real, enquanto cerca de 27,9% escoa, por meio

do escoamento subterrâneo e 27,8% escoa superficialmente.

Observa-se na Sub-bacia 2 que aproximadamente 44,4% da precipitação pluviométrica

evapotranspira, por meio da evapotranspiração real, enquanto cerca de 45,6% escoa, por meio

do escoamento subterrâneo e 9,9% escoa superficialmente.

Salienta-se que o percentual de área florestada é menor na Sub-bacia 1, que apresenta

valores semelhantes de escoamento superficial e subterrâneo (da ordem de 27%). Ao

contrário, na Sub-bacia 2, com percentual ligeiramente maior de área florestada em relação à

área total, durante os períodos de recessão observou-se uma taxa de escoamento subterrâneo

consideravelmente maior, de 46%, sendo de 10% o valor calculado de escoamento superficial.

Carlesso et al. (2007), em um estudo sobre estimativa de escoamento com diferentes

classes de solo, concluiu que em latossolos, em média, 25% da quantidade de precipitação

escoa através do escoamento superficial, estando próximo aos resultados obtidos para

escoamento superficial na pesquisa realizada na Sub-bacia 1, onde a área de estudo possui a

mesma classe de solo.

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44

Albuquerque e Chaves (2011) em um estudo sobre a recarga da Bacia do Rio das

Fêmeas, no estado da Bahia, estimaram para a bacia estudada uma vazão de 24,26% da

precipitação média anual, resultado este que se aproxima do resultado obtido pela pesquisa,

estando em 27,8% para a Sub-bacia 1.

Na Sub-bacia 1 houve um escoamento superficial consideravelmente elevado

comparando-se com a Sub-bacia 2. Tal fato ocorre porque o percentual de vegetação é menor

na Sub-bacia 1, consequentemente uma quantidade menor de infiltração também ocorrerá,

diminuindo a vazão subterrânea.

Segundo Tucci e Clarke (1997) a alteração da superfície de Sub-bacias possuem

impactos significativos sobre o escoamento. Os solos com superfície desprotegida que sofrem

a ação da compactação, a capacidade de infiltração pode diminuir de forma dramática,

ocasionando um elevado escoamento superficial. Os mesmos autores afirmam que culturas

anuais envolvem a mudança da cobertura anualmente com diferentes plantios de culturas,

sendo o plantio um processo que necessita de preparação do solo em determinadas épocas do

ano, provocando uma falta de proteção do solo e consequentemente ocorrendo processos

erosivos. Assim recomendam-se práticas com melhores condições para a infiltração, como

plantio direto, que não revolve a terra e é realizado sobre o que restou do plantio anterior e,

práticas conservacionistas, que utilizam o terraceamento, que acompanha as curvas de nível,

direcionando o escoamento superficial de maneira adequada.

Na Sub-bacia 2 ocorreu uma quantidade de escoamento considerada baixa, quando

comparada a Sub-bacia 1, devido a mesma possuir um maior percentual de vegetação,

ocasionando uma infiltração maior consequentemente. Tucci e Clarke (1997) afirmam que em

bacias com vegetação, as precipitações com baixa intensidade não geram escoamento, porém

após um período chuvoso de grande intensidade, quando a capacidade de interceptação da

bacia é atingida, o escoamento superficial aparece, havendo uma diferença com relação ao

volume escoado em bacias sem vegetação, sendo valores maiores.

Segundo Fujaco e Leite (2013), em áreas com pouca vegetação de cobertura,

encontram-se percentuais de evapotranspiração menores do que em áreas com maiores

percentuais.

Segundo Tucci e Clarke (1997), quando as condições de infiltração ficam deterioradas,

por exemplo, o solo fica compactado pelas atividades impostas ao mesmo, a capacidade de

infiltração pode ficar reduzida e aumentar o escoamento superficial, ocasionando uma

redução na alimentação do aquífero.

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45

5.4 Qualidade das águas

No Apêndice C apresenta-se os resultados das análises das águas realizadas nas Sub-

bacias hidrográficas 1 e 2. No Apêndice D destacam-se as médias mensais dos parâmetros

físico-químicos da Sub-bacia 1 e 2.

De acordo com as Figuras 19 e 20, observa-se em ambas as Sub-bacias, na maioria das

vezes, a vazão possui uma grande relação com a turbidez, na medida que a vazão aumenta ou

diminui, a turbidez acompanha esse aumento ou declínio. Tal fato ocorre devido à ocorrência

da precipitação na Sub-bacia, ocasionando o escoamento superficial, o qual carrega partículas

de dimensões silte (0,062 a 0,002mm) e argila (0,002 mm) para o curso d‟água. A turbidez

mensal na Sub-bacia 1 ficou em uma faixa de 7,16 NTU (Agosto/2013) – 17,04 NTU

(Dezembro/2012), e na Sub-bacia 2 numa faixa de 5,64 NTU (Janeiro/2013) – 20,36 NTU

(Agosto/2013). Comparando as Sub-bacias estudadas, a Sub-bacia 1 apresenta uma média

anual de 13,08 NTU e a Sub-bacia 2 uma média anual de 12,57 NTU, sendo uma qualidade da

água melhor para o parâmetro de turbidez da Sub-bacia 2, de acordo com a Resolução do

CONAMA 357/05.

Figura 19 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus Turbidez (NTU) da Sub-bacia 1

0

5

10

15

20

250

2

4

6

8

10

12

14

16

18E

sco

am

ento

Su

bte

rrâ

neo

(L

/s)

Tu

rbid

ez (

NT

U)

Escoamento Subterrâneo Turbidez

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46

Figura 20 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus Turbidez (NTU) da Sub-bacia 2

Segundo Ribeiro et al. (2005) em seu estudo, os valores obtidos de turbidez foram

baixos, indicando que no período estudado a água apresentou boa qualidade. A variação da

turbidez esteve entre 3,88 e 1,82 NTU.

Em relação à média mensal da condutividade elétrica com as médias mensais do

escoamento superficial, na maioria das vezes ocorreu a mesma relação descrita anteriormente

na Sub-bacia 1 para o parâmetro da turbidez, quando a vazão do curso d‟água aumenta, a

condutividade elétrica aumenta também. Na fase de declínio ocorre o mesmo, conforme

apresenta a Figura 21. Porém, na Sub-bacia 2 na maioria das vezes não ocorre a mesma

situação, ou seja, quando a vazão do curso d´agua aumenta a condutividade elétrica diminui.

A condutividade elétrica mensal da Sub-bacia 1 ficou na faixa de 55,99 µS/cm (Janeiro/2013)

– 104,36 µS/cm (Agosto/2013), e na Sub-bacia 2 em uma faixa de 73,3 µS/cm (Agosto/2013)

– 117,61 µS/cm (Dezembro/2012), com valores mais elevados, conforme Figura 22.

Comparando as duas Sub-bacias conclui-se que a Sub-bacia 1 possui uma menor

condutividade elétrica que a Sub-bacia 2, sendo a média anual para a Sub-bacia 1 de 65,61

µS/cm e para a Sub-bacia 2 uma média anual de 102, 13 µS/cm.

Segundo Silva et al (2008) a precipitação favorece ao aumento da condutividade

elétrica. A mesma pode ser influenciada pelo volume de precipitações (ESTEVES, 1998).

Como observou-se anteriormente na Figura 16, na medida que a precipitação aumenta ou

diminui, o escoamento subterrâneo acompanha tal mudança.

0

2

4

6

8

10

12

140

5

10

15

20

25

Esc

oa

men

to S

ub

terrâ

neo

(L

/s)

Tu

rbid

ez (

NT

U)

Escoamento Subterrâneo Turbidez

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Figura 21 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus CE (µS/cm) da Sub-bacia 1

Figura 22 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus CE (µS/cm) da Sub-bacia 2

De acordo com as Figuras 23 e 24, observa-se que a média do potencial

hidrogeniônico mensal apresentou-se para ambas as Sub-bacias com valores constantes

próximos a 7, variando na faixa de 6,92 (Agosto/2013) – 7,37 (Fevereiro e Março/2013), para

0

5

10

15

20

250

20

40

60

80

100

120

Esc

oa

men

to S

ub

terr

ân

eo (

L/s

)

Co

nd

uti

vid

ad

e el

étri

ca (

µS

/cm

)

Escoamento Subterrâneo Condutividade Elétrica

0

2

4

6

8

10

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140

20

40

60

80

100

120

140

Esc

oa

men

to S

ub

terr

ân

eo (

L/s

)

Co

nd

uti

vid

ad

e el

étri

ca (

µS

/cm

)

Escoamento Subterrâneo Condutividade Elétrica

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48

a Sub-bacia 1 e na faixa de 6,80 (Agosto/2013) – 7,37 (Fevereiro/2013) para a Sub-bacia 2.

Comparando as Sub-bacias obtêm-se médias anuais bem próximas, sendo 7,25 para a Sub-

bacia 1 enquanto que 7,14 para a Sub-bacia 2, caracterizando como um pH neutro para ambas

as Sub-bacias.

Segundo Maier (1987) uma pequena diminuição no pH pode estar associado ao

aumento no teor de matéria orgânica, a mesma afirma que o pH dos cursos d‟água brasileiros

variam de neutro a ácido, podendo se alterar no decorrer do curso d‟água.

Figura 23 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus pH da Sub-bacia 1

0

5

10

15

20

256,6

6,7

6,8

6,9

7

7,1

7,2

7,3

7,4

7,5

Esc

oa

men

to S

ub

terr

ân

eo (

L/S

)

pH

Escoamento Subterrâneo pH

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Figura 24 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus pH da Sub-bacia 2

Na Sub-bacia 1 a média mensal das concentrações de oxigênio dissolvido ficou na

faixa de 7,52 mg/L (Janeiro/2013) – 9,00 mg/L (Outubro/2012), sendo que esta média teve

relação com a vazão, na maioria das vezes, quando a mesma aumentava ou diminuía, o

oxigênio dissolvido acompanhava esse aumento ou declínio, conforme Figura 25. Na Sub-

bacia 2 a média mensal ficou na faixa de 6,80 mg/L (Outubro/2012) – 8,53 mg/L (Maio/2013),

sendo que diferentemente da Sub-bacia 1, os valores de oxigênio dissolvido aumentavam,

quando a vazão diminuía, conforme Figura 26. Comparando as duas Sub-bacias estudadas

obtêm-se uma média anual de 8,17 mg/L para a Sub-bacia 1 enquanto que em 7,95 mg/L para

a Sub-bacia 2. Os valores apresentam-se próximos, porém para esse parâmetro a Sub-bacia 1

destaca-se com uma qualidade da água melhor.

Segundo Silva et al (2008) a precipitação favorece o aumento do oxigênio dissolvido.

As condições de hipoxia (baixas concentrações de oxigênio dissolvido) em cursos d‟água

podem causar a mortandade de peixes. Sendo o parâmetro bem variável em suas

concentrações durante o dia (ESTEVES, 1998).

0

2

4

6

8

10

12

146,5

6,6

6,7

6,8

6,9

7

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7,2

7,3

7,4

7,5

Esc

oa

men

to S

ub

terr

ân

eo (

L/s

)

pH

Escoamento Subterrâneo pH

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50

Figura 25 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus OD (mg/L) da Sub-bacia 1

Figura 26 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus OD (mg/L) da Sub-bacia 2

Observando as Figuras 27 e 28 destaca-se que a média mensal da temperatura dos

cursos superficiais, ficou na faixa de 14,7 ºC (Agosto/2013) – 22,5 ºC (Dezembro/2012) para

a Sub-bacia 1, e para a Sub-bacia 2 na faixa de 14,8ºC (Julho/2013) – 25 ºC

(Dezembro/2013). A mesma variou de acordo com as estações do ano, havendo um declínio

0

5

10

15

20

256,5

7

7,5

8

8,5

9

9,5

Esc

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Escoamento Subterrâneo Oxigênio Dissolvido

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Escoamento Subterrâneo Oxigênio Dissolvido

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51

dos valores em meses mais frios em função do número de horas de insolação e de sua

inclinação.

A maioria das espécies animais e vegetais têm exigências definidas quanto às

temperaturas máximas e mínimas toleradas, onde as variações de temperatura da água fazem

parte do regime climático natural, influenciando o metabolismo de comunidades aquáticas

(MATHEUS et al., 1995 apud DONADIO et al., 2005).

Figura 27 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus Temperatura (ºC) da Sub-bacia 1.

0

5

10

15

20

250

5

10

15

20

25

Esc

oa

men

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L/s

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ºC)

Escoamento Subterrâneo Temperatura

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52

Figura 28 - Escoamento Subterrâneo (L/s) versus Temperatura (ºC) da Sub-bacia 2

A média mensal do parâmetro Eh (potencial redox), para a Sub-bacia 1 ficou entre -

22,3 mV (Novembro/2012) – 0,8 mV (Agosto/2013), enquanto que na Sub-bacia 2 entre -11,5

mV (Fevereiro/2013) – 6,0 mV (Outubro/2012). Obtendo-se uma média anual para a Sub-

bacia 1 de -4,05 mV e para a Sub-bacia 2 -12,35 mV. Concluindo-se a baixa presença de Ferro

na amostra de água.

Segundo Mortimer (1971) a redução do Eh indicam associação direta na natureza das

descargas que contém material particulado e orgânico, que causam a diminuição do oxigênio

dissolvido.

Destacando-se a grande importância da classificação dos corpos d‟água perante a

qualidade da água, elaborou-se através do monitoramento da qualidade da água realizado na

pesquisa a classificação dos corpos d‟água. Segundo a Resolução do CONAMA 357/05 que

dispõe sobre a classificação dos corpos da água, as águas doces de classe 1, destinadas ao

abastecimento para o consumo humano, a proteção das comunidades aquáticas, recreação de

contato primário e irrigação de hortaliças que são consumidas cruas, devem seguir condições

e padrões conforme indicado na Tabela 5:

0

2

4

6

8

10

12

140

5

10

15

20

25

30

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Tem

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atu

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ºC)

Escoamento Subterrâneo Temperatura

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53

Tabela 5 - Condições e padrões estabelecidos para águas doces de Classe 1 (CONAMA No

357/05) e médias das análises

Condições e Padrões estabelecidos Médias das Análises

Parâmetro Valor

CONAMA* Média Sub-bacia 1 Média Sub-bacia 2

Turbidez (NTU) 40* 7,16 - 17,04 5,64 - 20,36

Oxigênio Dissolvido (mg/L) Superior a 6* 7,52 - 9,00 6,80 - 8,53

pH 6,0 – 9,0* 6,92 - 7,37 6,80 - 7,37

Fonte: CONAMA 357/05 (BRASIL, 2005)

De acordo, com os intervalos de médias apresentadas nos parágrafos anteriores,

observa-se que os cursos da água avaliados em ambas as Sub-bacias hidrográficas,

apresentaram-se com uma qualidade boa, enquadrando-se nas águas doces de classe 1,

segundo essa Resolução.

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6 CONCLUSÕES

As características gerais das Sub-bacias selecionadas mostraram-se apropriadas para a

pesquisa, sendo que os resultados comprovam que o uso do solo provoca um considerável

impacto sobre o comportamento hidrológico das Sub-bacias com maior percentual de área

para o uso agrícola. Nas Sub-bacias pesquisadas a Sub-bacia 1 tem um percentual de 82,33 %

de área agrícola e 17,67 % de área com vegetação e, a Sub-bacia 2 tem um percentual de

76,31 % de área agrícola e 23,69 % de área com vegetação. Assim, deve-se haver a

necessidade de existir uma visão mais atenciosa com a preservação dos recursos hídricos nas

áreas agrícolas, evitando-se que impactos negativos venham a ocorrer nas Sub-bacias

hidrográficas.

A Sub-bacia 2 comparando-a com a Sub-bacia 1, obteve uma maior recarga do

aquífero, determinado através do escoamento subterrâneo. Sendo, o uso do solo uma grande

influência para o resultado, ou seja, a Sub-bacia 1 por possuir um elevado percentual de área

agrícola e menor área com cobertura vegetal, possui uma menor infiltração da água,

consequentemente uma recarga de aquífero menor.

O balanço hídrico apresentou-se coerente com o esperado, havendo na Sub-bacia 1 um

maior escoamento superficial, ou seja, um percentual de 27,8 % enquanto que, para a Sub-

bacia 2 um percentual de 9,9 %. Em relação ao escoamento subterrâneo, o mesmo ocorreu de

forma contrária, para a Sub-bacia 1 27,9 % e para a Sub-bacia 2 45,6 %, devido ao baixo

percentual de vegetação da Sub-bacia 1, o que pode diminuir a infiltração de água. Os valores

de evapotranspiração real apresentaram-se próximos, sendo para a Sub-bacia 1 um percentual

de 44,3 % e para a Sub-bacia 2 44,4 % da precipitação total.

A qualidade da água em ambas as Sub-bacias de modo geral apresentam-se de boa

qualidade, classificando-se como corpos d‟água de classe 1. Porém, havendo algumas

variações em determinados momentos, devido à influência da precipitação.

Os métodos utilizados foram suficientes e satisfatórios para o alcance dos objetivos da

pesquisa, porém aconselha-se em uma nova oportunidade a utilização de métodos mais

sofisticados, como por exemplo, o uso de piezômetros na determinação da recarga do

aquífero, para um aprimoramento dos resultados.

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APÊNDICE

APÊNDICE A – VAZÕES SUBTERRÂNEAS

Tabela 1.A - Vazões Subterrâneas das Sub-bacias 1 e 2 (L/s)

Data Sub-bacia 1 Sub-bacia 2

22/08/2012 5,76989 0,04157

29/08/2012 6,23810 0,22824

06/09/2012 5,08476 1,83914

11/09/2012 5,27651 0,08241

17/09/2012 4,03992 0,03058

27/09/2012 4,95613 0,09611

04/10/2012 - 5,33740

09/10/2012 13,31912 1,26109

16/10/2012 12,99254 2,68614

24/10/2012 16,03454 5,20659

29/10/2012 37,71325 22,98469

06/11/2012 35,49357 23,47934

12/11/2012 22,26972 0,52123

22/11/2012 9,44493 0,22339

26/11/2012 15,04656 4,47573

05/12/2012 21,79875 17,76212

14/12/2012 27,04102 17,58014

17/12/2012 12,00198 2,39003

04/01/2013 22,58838 2,13399

11/01/2013 23,76350 3,24074

15/01/2013 18,00374 0,82342

21/01/2013 13,01430 0,08145

28/01/2013 10,94968 0,03846

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Tabela 1.A – (Continuação) Vazões Subterrâneas das Sub-bacias 1 e 2 (L/s)

Data Sub-bacia 1 Sub-bacia 2

08/02/2013 20,26523 0,63309

13/02/2013 11,34810 0,10747

19/02/2013 10,06293 0,21524

27/02/2013 6,76550 0,04372

07/03/2013 6,18653 0,08315

13/03/2013 35,45867 15,28906

22/03/2013 13,21503 0,10002

27/03/2013 14,10330 4,21342

02/04/2013 28,32794 6,13660

08/04/2013 24,61623 3,77493

16/04/2013 25,57264 4,09203

23/04/2013 17,56767 0,62130

30/04/2013 17,30637 0,31407

07/05/2013 13,41231 0,14100

14/05/2013 12,16352 0,17633

21/05/2013 12,27290 1,23490

28/05/2013 20,24993 2,57522

04/06/2013 23,62023 9,20470

11/06/2013 15,05547 1,20674

18/06/2013 12,96024 0,56303

27/06/2013 28,56937 10,50891

02/07/2013 23,61478 3,81344

09/07/2013 26,41939 6,41426

16/07/2013 17,19544 1,23928

23/07/2013 13,33142 0,89132

30/07/2013 12,03214 0,62534

08/08/2013 6,56132 3,18143

16/08/2013 7,42345 3,16212

27/08/2013 6,60423 3,04242

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APÊNDICE B – BALANÇO HÍDRICO

Tabela B.1 - Balanço Hídrico nas áreas agrícolas

MÊS P

(mm)

ETP

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

ARM

(mm)

Jan 105,6 122,2 120,5 1,6 63,82

Fev 173,6 104,1 104,1 0,0 78,75

Mar 218,6 83,2 83,2 0,0 78,75

Abr 165,6 65,5 65,5 0,0 78,75

Mai 110,0 44,5 44,5 0,0 78,75

Jun 192,6 33,4 33,4 0,0 78,75

Jul 57,0 30,8 30,8 0,0 78,75

Ago 304,6 30,9 30,9 0,0 78,75

Set 98,2 72,6 72,6 0,0 78,75

Out 326,6 109,0 109,0 0,0 78,75

Nov 66,4 110,6 100,2 10,4 44,90

Dez 272,2 131,2 131,2 0,0 78,75

Total 2091,0 938,05 926,0 12,0 896

Tabela B.2 - Balanço Hídrico nas áreas com vegetação

MÊS P

(mm)

ETP

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

ARM

(mm)

Jan 105,6 122,2 121,8 0,4 333,83

Fev 173,6 104,1 104,1 0,0 350,00

Mar 218,6 83,2 83,2 0,0 350,00

Abr 165,6 65,5 65,5 0,0 350,00

Mai 110,0 44,5 44,5 0,0 350,00

Jun 192,6 33,4 33,4 0,0 350,00

Jul 57,0 30,8 30,8 0,0 350,00

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Tabela B.2 – (Continuação) Balanço Hídrico nas áreas com vegetação

MÊS P

(mm)

ETP

(mm)

ETR

(mm)

DEF

(mm)

ARM

(mm)

Ago 304,6 30,9 30,9 0,0 350,00

Set 98,2 72,6 72,6 0,0 350,00

Out 326,6 109,0 109,0 0,0 350,00

Nov 66,4 110,6 108,0 2,7 308,45

Dez 272,2 131,2 131,2 0,0 350,00

Total 2091,0 938,05 935,0 3,1 4142

APÊNDICE C – ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS

Tabela C.1 – Análise das águas da Sub-bacia 1

Data Turb(NTU) CE

(µS/cm) pH

Eh

(mV)

OD

(mg/L)

T

(ºC)

16/10/2012 11,30 57,00 7,13 -1,90 9,00 -

24/10/2012 10,47 64,77 7,06 -2,30 - -

29/10/2012 16,33 66,97 7,21 -4,90 - -

06/11/2012 16,03 59,97 7,24 -22,50 9,00 -

12/11/2012 14,93 59,20 7,46 -22,80 7,00 -

22/11/2012 12,93 53,87 7,21 215,60 7,70 -

26/11/2012 12,40 62,93 7,35 -21,60 7,90 19,00

05/12/2012 16,67 58,70 7,37 -24,30 7,80 -

14/12/2012 20,30 87,10 7,11 -2,90 8,10 22,00

17/12/2012 14,17 67,30 7,27 -9,40 7,70 23,00

04/01/2013 15,40 60,57 7,22 -9,90 7,90 -

11/01/2013 13,03 62,67 7,21 -3,30 7,90 20,00

15/01/2013 13,17 55,00 7,42 -13,30 6,90 22,00

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Tabela C.1 – (Continuação) Análise das águas da Sub-bacia 1

Data Turb(NTU) CE

(µS/cm) pH

Eh

(mV)

OD

(mg/L)

T

(ºC)

21/01/2013 11,67 49,27 7,39 -21,30 7,10 22,00

28/01/2013 4,70 52,47 7,39 -17,60 7,80 20,00

08/02/2013 11,13 60,57 7,45 -17,90 7,90 20,00

13/02/2013 9,16 55,93 7,38 -18,00 7,80 22,00

19/02/2013 12,53 60,7 7,26 -19,30 7,50 22,00

27/02/2013 5,96 56,20 7,40 -19,10 7,90 20,00

07/03/2013 12,26 58,10 7,55 -19,40 7,90 20,50

13/03/2013 10,85 81,40 7,05 -6,00 8,20 20,00

22/03/2013 29,00 70,80 7,50 -28,90 7,80 19,00

27/03/2013 15,80 65,36 7,41 -20,30 8,20 20,00

02/04/2013 13,56 73,40 7,38 -17,60 8,00 24,00

08/04/2013 14,50 71,66 7,33 -20,30 7,90 23,00

16/04/2013 14,23 62,53 7,14 -15,30 8,70 23,00

23/04/2013 12,03 57,43 7,28 -9,90 7,60 19,00

30/04/2013 11,20 55,26 7,12 -5,00 8,40 20,00

07/05/2013 12,70 55,20 7,46 -22,40 8,90 18,00

14/05/2013 8,66 54,43 7,23 -16,80 8,50 18,00

21/05/2013 13,66 59,56 7,39 -15,60 8,50 18,00

28/05/2013 124,30 62,26 7,19 -12,40 9,10 18,00

04/06/2013 14,80 69,10 7,28 -6,10 8,80 17,00

11/06/2013 16,56 59,53 7,21 -10,70 8,60 18,00

18/06/2013 13,73 59,53 7,27 -4,40 7,90 18,00

27/06/2013 15,40 67,80 7,11 -4,40 8,50 16,00

02/07/2013 11,66 60,80 7,27 -4,90 9,90 14,00

09/07/2013 19,46 64,30 7,22 -8,00 7,70 17,00

16/07/2013 14,66 55,46 7,27 -17,00 8,90 20,00

23/07/2013 13,06 51,23 7,56 -15,50 7,00 10,00

30/07/2013 15,53 52,30 7,39 -16,30 8,80 14,00

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Tabela C.1 – (Continuação) Análise das águas da Sub-bacia 1

Data Turb(NTU) CE

(µS/cm) pH

Eh

(mV)

OD

(mg/L)

T

(ºC)

08/08/2013 6,30 94,70 6,87 -1,50 8,30 15,00

16/08/2013 6,10 109,80 7,06 -3,00 7,60 14,00

27/08/2013 9,10 108,60 6,85 6,90 8,70 15,00

Tabela C.2 - Análises das águas da Sub-bacia 2

Data Turb

(NTU)

CE

(µS/cm) pH

Eh

(mV)

OD

(mg/L)

T

(ºC)

16/10/2012 12,50 90,30 7,01 0,70 6,80 -

24/10/2012 13,67 89,07 6,82 9,20 - -

29/10/2012 14,33 89,83 7,04 8,10 - -

06/11/2012 11,30 94,80 7,07 -8,70 7,00 -

12/11/2012 13,77 103,03 7,25 -12,80 7,80 -

22/11/2012 15,37 114,57 7,07 285,00 7,70 -

26/11/2012 9,90 123,37 7,05 2,30 7,70 22,00

05/12/2012 15,23 108,83 7,27 -26,70 - -

14/12/2012 23,33 129,70 6,94 8,90 8,00 25,00

17/12/2012 11,73 114,30 7,11 -8,10 7,70 25,00

04/01/2013 12,30 115,37 7,15 -1,10 7,90 -

11/01/2013 5,97 111,27 7,18 -0,30 7,80 22,00

15/01/2013 4,30 110,07 7,32 -8,90 6,90 23,00

21/01/2013 3,33 101,53 7,32 -22,40 7,20 24,00

28/01/2013 2,33 104,33 7,44 -11,90 7,70 20,00

08/02/2013 10,33 99,63 7,58 -10,40 7,90 20,00

13/02/2013 4,86 107,10 7,17 -4,80 7,90 22,00

19/02/2013 14,73 111,53 7,29 -9,40 7,80 22,00

27/02/2013 10,10 111,06 7,47 -21,30 8,00 20,50

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Tabela C.2 – (Continuação) Análises das águas da Sub-bacia 2

Data Turb

(NTU)

CE

(µS/cm) pH

Eh

(mV)

OD

(mg/L)

T

(ºC)

07/03/2013 8,46 114,23 7,47 -19,00 8,00 21,00

13/03/2013 11,16 106,13 6,90 5,90 7,80 20,00

22/03/2013 15,46 104,70 7,21 -5,40 8,20 19,00

27/03/2013 13,40 104,30 7,21 -7,10 8,50 21,00

02/04/2013 12,80 116,63 7,23 -7,50 7,90 24,00

08/04/2013 11,03 108,86 7,20 -9,40 8,00 21,00

16/04/2013 11,33 104,36 7,16 -7,00 8,80 22,00

23/04/2013 7,20 105,90 7,09 5,60 7,90 19,00

30/04/2013 6,10 105,13 7,20 -0,50 8,50 19,00

07/05/2013 17,40 108,90 7,24 -5,30 8,70 16,00

14/05/2013 0,32 110,80 7,08 -0,50 8,30 18,00

21/05/2013 9,76 105,10 7,28 -6,70 8,60 20,00

28/05/2013 94,66 97,50 7,09 -1,40 9,00 19,00

04/06/2013 22,00 93,50 7,19 5,00 8,90 17,00

11/06/2013 11,60 102,56 7,22 -5,80 8,60 17,00

18/06/2013 13,00 99,23 7,22 -6,30 7,90 19,00

27/06/2013 16,96 92,40 7,07 0,80 8,40 16,00

02/07/2013 12,40 93,00 7,22 -0,80 9,90 15,00

09/07/2013 18,30 99,00 7,20 -3,90 7,90 17,00

16/07/2013 10,80 96,70 7,14 -5,00 8,80 20,00

23/07/2013 13,06 97,16 7,37 -8,80 7,30 10,00

30/07/2013 8,70 100,40 7,41 -4,10 8,60 12,00

08/08/2013 46,00 79,10 6,77 -5,80 8,50 16,00

16/08/2013 6,50 85,40 6,85 11,00 7,60 14,00

27/08/2013 8,60 55,40 6,78 6,30 8,40 16,00

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APÊNDICE D – MÉDIAS MENSAIS DOS PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DAS

SUB-BACIAS 1 E 2

Tabela D.1 - Médias mensais da Sub-bacia 1

Mês Turb

(NTU)

CE

(µS/cm) pH

Eh

(mV)

OD

(mg/L)

T

(ºC)

Outubro/2012 12,66 62,91 7,13 6 9 -

Novembro/2012 14,07 58,99 7,31 -6,40 7,9 19,00

Dezembro/2012 17,04 71,03 7,25 -8,63 7,8 22,5

Janeiro/2013 11,59 55,99 7,32 -8,17 7,52 21,00

Fevereiro/2013 9,69 58,35 7,37 -11,47 7,77 21,00

Março/2013 16,97 68,91 7,37 -6,4 8,02 19,87

Abril/2013 13,10 64,05 7,25 -3,76 8,12 21,80

Maio/2013 11,67 56,39 7,36 -3,47 8,63 18,00

Junho/2013 15,12 63,99 7,21 -1,57 8,45 17,25

Julho/2013 14,87 56,81 7,34 -4,52 8,46 15,00

Agosto/2013 7,16 104,36 6,92 3,83 8,2 14,66

Tabela D.2 - Médias mensais da Sub-bacia 2

Mês Turb

(NTU)

CE

(µS/cm) pH

Eh

(mV)

OD

(mg/L)

T

(ºC)

Outubro/2012 13,50 89,73 6,95 -3,03 6,80 -

Novembro/2012 12,58 109,01 7,11 -22,3 7,55 22,00

Dezembro/2012 16,76 117,61 7,10 -12,2 7,85 25,00

Janeiro/2013 5,64 108,51 7,28 -13,08 7,50 22,25

Fevereiro/2013 10,00 107,33 7,37 -18,57 7,90 21,12

Março/2013 12,12 107,34 7,19 -18,65 8,12 20,25

Abril/2013 9,69 108,09 7,17 -13,62 8,20 21,00

Maio/2013 9,15 108,26 7,2 -16,80 8,53 18,00

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Tabela D.2 - Médias mensais da Sub-bacia 2

Mês Turb

(NTU)

CE

(µS/cm) pH

Eh

(mV)

OD

(mg/L)

T

(ºC)

Junho/2013 15,89 96,92 7,17 -6,40 8,40 17,25

Julho/2013 12,65 97,24 7,26 -12,34 8,50 14,80

Agosto/2013 20,36 73,30 6,80 0,80 8,16 15,30