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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE UNICENTRO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA - DEAGRO ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO EM DIFERENTES CENÁRIOS CLIMÁTICOS FUTUROS NA MICRORREGIÃO DE GUARAPUAVA-PR TESE DE DOUTORADO LAURO AUGUSTO RIBAS TEIXEIRA GUARAPUAVA 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTRO

PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA - DEAGRO

ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E

TRIGO EM DIFERENTES CENÁRIOS CLIMÁTICOS

FUTUROS NA MICRORREGIÃO DE GUARAPUAVA-PR

TESE DE DOUTORADO

LAURO AUGUSTO RIBAS TEIXEIRA

GUARAPUAVA

2019

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LAURO AUGUSTO RIBAS TEIXEIRA

ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO EM

DIFERENTES CENÁRIOS CLIMÁTICOS FUTUROS NA MICRORREGIÃO DE

GUARAPUAVA-PR

Professor Dr. Sidnei Osmar Jadoski

Orientador

Professor Dr. Robert Faggian

Co-Orientador

Professor Dr. Victor Sposito

Co-Orientador

GUARAPUAVA

2019

Tese apresentada à Universidade Estadual do

Centro-Oeste, como parte das exigências do

Programa de Pós-Graduação em Agronomia, área de

concentração em Produção Vegetal, para obtenção

do Título de Doutor em Agronomia.

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Catalogação na Publicação Biblioteca Central da Unicentro, Campus Santa Cruz

Teixeira, Lauro Augusto Ribas T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários

climáticos futuros na microrregião de Guarapuava-PR / Lauro Augusto Ribas Teixeira. – – Guarapuava, 2019.

xiv, 119 f. : il. ; 28 cm Tese (doutorado) - Universidade Estadual do Centro-Oeste, Programa

de Pós-Graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, 2019

Orientador: Sidnei Osmar Jadoski Coorientadores: Robert Faggian, Victor Sposito Banca examinadora: Sidnei Osmar Jadoski, Aline Marques Genú, Luciano Farinha Watzlawick, Edson Luis Piroli, Marcio Furlan Maggi

Bibliografia

1. Agronomia. 2. Produção vegetal. 3. Mudanças climáticas. 4.

Microrregião Guarapuava. 5. Trigo. 6. Milho. 7. Índice de aptidão agrícola. 8. IPCC. I. Título. II. Programa de Pós-Graduação em Agronomia.

CDD 630

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“Se enxerguei mais longe, foi porque me apoiei

sobre os ombros de gigantes”.

(Isaac Newton)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela Saúde, motivação e por ter colocado as pessoas certas na minha

vida para que eu conquistasse com muito empenho o título de Doutor.

Meu agradecimento em especial a minha família pelo incondicional amor e apoio, a

UNICENTRO em especial aos meus orientadores Prof.Dr. Sidnei Jadoski e Co-Orientadora

Profa. Dra. Aline Genú, a todos colegas de classe e funcionários que foram parceiros nessa

jornada.

A CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pela

oportunidade de realização do Programa Doutorado Sanduíche no Exterior, processo PDSE –

88881.133586/2016-01, fornecendo todo o suporte para a realização da pesquisa em parceria

com a DEAKIN University na Austrália.

Gostaria também de agradecer aos meus supervisores na Austrália, Prof. Dr. Robert

Faggian e Prof. Dr. Victor Sposito da DEAKIN University por toda a colaboração na minha

pesquisa e aos meus queridos amigos do Centre for Regional and Rural Futures, grupo de

pesquisa formado por Alejo Silvarrey, Eliana Nervi, Eduard Cornwell, Madeline Johnson,

Magdalena Borges, Lucília Bianchi e Jana Mrazova, que tanto me ajudaram na realização desse

projeto.

E a todas as pessoas que participaram direta e indiretamente nessa importante etapa da

minha vida me apoiando cada um à sua maneira.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................... ...................... 1

2 OBJETIVOS ................................................................................................................ 3

2.1 Objetivos específicos..................................................................................................3

3 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................. ...................... 4

3.1 Mudanças Climáticas ................................................................................................... 4

3.1.1 Impactos climáticos na agricultura ....................................................................... 4

3.1.2 Eventos climáticos e eventos extremos ................................................................ 6

3.1.3 Mudanças climáticas e eventos extremos no Brasil ............................................. 8

3.1.4 Adaptação e mitigação as mudanças climáticas ................................................... 9

3.1.5 Impacto do clima na produtividade .................................................................... 10

3.1.6 Caraterísticas de produtividade do trigo ............................................................. 11

3.1.7 Regiões tritícolas do Paraná ............................................................................... 13

3.1.8 Caraterísticas de produtividade do milho ........................................................... 15

3.2 Modelagem Climática ................................................................................................ 17

3.2.1 IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas ........................ 17

3.2.2 Modelos climáticos globais ................................................................................ 18

3.2.3 Modelos climáticos gerais de circulação ............................................................ 20

3.2.4 Diferentes modelos climáticos utilizados mundialmente ................................... 23

3.2.5 Modelos Climáticos Regionais ........................................................................... 24

3.2.6 Modelo do Sistema Terrestre - HadGEM2......................................................... 25

3.2.7 Variabilidade climática....................................................................................... 26

3.3 Geomática aplicada a modelagem de dados .............................................................. 28

3.3.1 Sistema de informações geográficas (SIG) ........................................................ 28

3.4 Análise do uso da terra agrícola utilizando SIG e AHP ............................................ 29

3.4.1 Processo de Hierarquia Analítica ....................................................................... 30

4 MATERIAL E MÉTODOS......................................................................................... 33

4.1 Caracterização da área de estudo. .............................................................................. 33

4.1.1 Características Econômicas e Agrícolas ............................................................. 34

4.1.2 Área de estudo. ................................................................................................... 35

4.2 Metodologia de processamento de dados .................................................................. 37

4.3 Projeções regional climática para a Microrregião de Guarapuava ............................ 39

4.3.1 Cenário base (1970-2000). ................................................................................. 39

4.4 Análise de Múltiplos Critérios na estimativa de aptidão agrícola ............................. 39

4.4.1 Análise de Múltiplos Critérios aplicada as culturas de trigo e milho. ................ 41

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4.5 Implicações do clima para a Microrregião de Guarapuava: ...................................... 47

4.6 Comparação dos resultados com os históricos de produção ...................................... 47

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................. 50

5.1 Projeção regional climática para a Microrregião de Guarapuava .............................. 50

5.1.1 Resultados das Avaliações do IAP para a cultura do Trigo. .............................. 62

5.1.2 Resultados das Avaliações do IAP para a cultura do Milho. ............................. 71

5.2 Comparação dos resultados com os históricos de produção ...................................... 81

5.2.1 Aptidão agrícola para o período do ciclo de cultivo da cultura do trigo ............ 81

5.2.2 Aptidão agrícola para o período do ciclo de cultivo da cultura do milho. ......... 85

6 CONCLUSÕES ........................................................................................................... 95

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 97

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Múltiplos impactos do aquecimento global na agricultura. ....................................... 6

Figura 2 - Número de eventos climáticos extremos em todo o mundo. ..................................... 8

Figura 3 - Zoneamento da cultura de trigo. .............................................................................. 13

Figura 4 - Distribuição das três macrorregiões tritícolas no estado do Paraná......................... 14

Figura 5 - Zoneamento da cultura de milho. ............................................................................ 16

Figura 6 - Zoneamento da cultura de milho superprecoce. ...................................................... 17

Figura 7 - Médias globais de modelos de aquecimento de superfície para cenários RCPs. ..... 22

Figura 8 - Precipitação acumulada 1981-2010 (mm). .............................................................. 28

Figura 9 - Localização do estado do Paraná e divisão por mesorregiões. ................................ 33

Figura 10 - Microrregião de Guarapuava no estado do Paraná. ............................................... 34

Figura 11 - Municípios que compõe a Microrregião de Guarapuava. ...................................... 36

Figura 12 - Fluxograma da metodologia de processamento de dados. ..................................... 37

Figura 13 – Estrutura organizacional dos atributos de solo...................................................... 40

Figura 14 - Atributos da variável topografia. ........................................................................... 41

Figura 15 - Atributos do variável clima.................................................................................... 41

Figura 16 - Ponderação dos atributos nas variáveis de solo. .................................................... 42

Figura 17 - Ponderação dos atributos nas variáveis de topografia. .......................................... 43

Figura 18 - - Ponderação dos atributos do variável clima. ....................................................... 44

Figura 19 - Análise de Múltiplos Critérios aplicada a cultura de trigo. ................................... 45

Figura 20 - Análise de Múltiplos Critérios aplicada a cultura de milho................................... 46

Figura 21 - Área de abrangência de cobertura do microclima regional (IAPAR). ................... 48

Figura 22 - Relação entre temp. e área de abrangência cenários base, RCP4.5 e 8.5. ............. 51

Figura 23 - Comparativo temperatura (jan-abril) cenário base e cenários RCP4.5 e 8.5. ........ 53

Figura 24 - Comparativo temperatura (maio-agos) cenário base e cenários RCP4.5 e 8.5. ..... 54

Figura 25 - Comparativo temperatura (set-dez) cenário base e cenários RCP4.5 e RCP8.5.... 55

Figura 26 - Relação entre precipitação e área de abrangência cenários base, RCP4.5 e 8.5. ... 57

Figura 27 - Comparativo precipitação (jan-abril) cenário base e cenários RCP4.5 e 8.5. ....... 59

Figura 28 - Comparativo precipitação (maio-agos) cenário base e cenários RCP4.5 e 8.5. .... 60

Figura 29 - Comparativo precipitação (set-dez) cenário base e cenários RCP4.5 e 8.5. .......... 61

Figura 30 - Correlação entre os índices relativos anuais de temp. e de precipitação .............. 62

Figura 31 - Aptidão agrícola para a cultura de trigo - Cenário base (1970-2000). .................. 64

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Figura 32 - Aptidão agrícola para a cultura de trigo - Cenário futuro RCP4.5 (2041-2060). .. 65

Figura 33 - Aptidão agrícola para a cultura de trigo - Cenário futuro RCP8.5 (2041-2060). .. 66

Figura 34 - Correlação entre índice relativo de temp.e IAP do trigo em diferentes períodos. . 70

Figura 35 - Correlação entre Índice relativo de precipitação e IAP do trigo ........................... 71

Figura 36 - Aptidão agrícola para a cultura de milho - Cenário base (1970-2000). ................. 72

Figura 37 - Aptidão agrícola para a cultura de milho - Cenário futuro RCP4.5 . .................... 74

Figura 38 - Aptidão agrícola para a cultura de milho - Cenário futuro RCP8.5 . .................... 76

Figura 39 - Correlação entre índice relativo de temp. e IAP do milho .................................... 79

Figura 40 - Correlação entre índice relativo de precipitação e IAP do milho . ........................ 80

Figura 41 - Aptidão agrícola para a cultura de trigo - Dados climáticos 2000......................... 82

Figura 42 - Aptidão agrícola para a cultura de trigo - Dados climáticos 2005......................... 83

Figura 43 - Aptidão agrícola para a cultura de trigo - Dados climáticos 2010......................... 84

Figura 44 - Correlação entre IAP e a produtividade média da cultura do trigo. ...................... 85

Figura 45 - Aptidão agrícola para a cultura de milho - Dados climáticos 2000. ...................... 88

Figura 46 - Aptidão agrícola para a cultura de milho - Dados climáticos 2005. ...................... 90

Figura 47 - Aptidão agrícola para a cultura de milho - Dados climáticos 2010. ...................... 91

Figura 48 - Correlação entre IAP e a produtividade média da cultura do milho ...................... 94

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Áreas dos municípios pertencentes a Microrregião de Guarapuava......................36

Tabela 2 - IAP para a cultura de trigo, comparativo cenário base e o cenário RCP4.5......... 63

Tabela 3 - IAP para a cultura de trigo, comparativo cenário base e o cenário RCP8.5....... 67

Tabela 4- IAP para a cultura de trigo, comparativo cenário base e RCP4.5 e 8.5................ 68

Tabela 5- IAP para a cultura de milho, comparativo cenário base e RCP4.5....................... 73

Tabela 6- IAP para a cultura de milho, comparativo cenário base e o RCP8.5................... 75

Tabela 7 - IAP para a cultura de milho, comparativo cenário base e RCP4.5 e RCP8.5..... 76

Tabela 8- IAP trigo, comparativo anos 2000, 2005 e 2010 com dados de produção SEAB. 86

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Principais diferenças entre a política de mitigação e adaptação. ................. 10

Quadro 2 - Descrição dos caminhos de concentração representativa (RCPs). ............... 21

Quadro 3 – Informações sobre cada modelo climático. ................................................. 24

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LISTA DE SIGLAS

AOGCM - Modelo de Circulação Geral Atmosfera-Oceano

AR5 - 5º Relatório de Avaliação

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento

GEE - Gases de efeito de estufa

GIS - Sistema de Informação Geográfica

HadGEM2 - Modelo Ambiental Global Hadley versão 2

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INMET - Instituto Nacional de Meteorologia

IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas

ISRIC - The World Data Centre for Soils

IAP – Índice de Aptidão de Produtividade Agrícola

IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná

IDW - Distância Inversa Ponderada

MGC - Modelo geral de circulação

OMM - Organização Meteorológica Mundial

RCM - Modelos Climáticos Regionais

RCP - Representative Concentration Pathway

SACZ - Zona de Convergência do Atlântico Sul

SALLJ - Jato de Baixos Níveis da América do Sul.

SEAB - Secretaria da Agricultura e do Abastecimento

USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos

UNFCCC - Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 1- Média mensal para temperatura cenário base (1970-2000). ................................... 114

Anexo 2- Média mensal para temperatura cenário RCP4.5 (2041-2060). ............................. 115

Anexo 3- Média mensal para temperatura cenário RCP8.5 (2041-2060). ............................. 116

Anexo 17 - Média mensal para precipitação cenário base (1970-2000). ............................... 117

Anexo 18 - Média mensal para precipitação cenário RCP4.5 (2041-2060). .......................... 118

Anexo 19 - Média mensal para precipitação cenário RCP8.5 (2041-2060). .......................... 119

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RESUMO

TEIXEIRA, Lauro Augusto Ribas. Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em

diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de Guarapuava-PR. 2019. 119f.

Tese (Doutorado) - Universidade Estadual do Centro-Oeste, Programa de Pós-Graduação em

Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal. Guarapuava, 2019.

As evidências de que ocorreram mudanças climáticas globais em função do aumento da

concentração de gases de efeito estufa têm se apresentado cada vez mais consistente e aceitas

pela comunidade científica internacional. Condições meteorológicas afetam drasticamente a

produtividade e a viabilidade econômica da agricultura que é desafiada pelas constantes

variações de temperatura e precipitação. A fim de avaliar os impactos das mudanças climáticas,

modelos de cenários climáticos fornecem informações relevantes otimizando as chances de

encontrar soluções para questões ambientais no planejamento regional e rural. Neste trabalho

procurou-se avaliar as alterações climáticas na microrregião de Guarapuava no estado do

Paraná, analisando seus impactos na produtividade das culturas de trigo e milho, utilizando

modelagem climática e banco de dados da produção local. Foi discutida a variabilidade tempo

espacial da temperatura média do ar e da precipitação pluvial média para a Microrregião de

Guarapuava. Foram ajustados modelos de adequação matemática utilizando Análise de

Múltiplos Critérios (MCA) e Processo de Hierarquia Analítica (AHP). Foram avaliados os

possíveis impactos das mudanças climáticas nas culturas de trigo e milho, utilizando os cenários

climáticos RCP4.5 e RCP8.5 (IPCC) para o cálculo do índice de aptidão agrícola das culturas

considerando as variáveis: Solo, Paisagem e Clima. Os resultados obtidos na análise climática

para o índice de aptidão agrícola foram comparados com os índices de produção obtidos em

campo nas safras de 2000, 2005 e 2010 gerando informações que possibilitam a discussão dos

impactos do clima na produtividade das culturas na região de estudo. Os resultados

demonstraram que os cenários RCP4.5 e RCP8.5 indicam projeção de aumento médio de

aproximadamente 2°C na temperatura média mensal da área de estudo, a projeção de elevação

da temperatura média influencia moderadamente para o aumento de áreas com maior índice de

precipitação mensal acumulada. No processo de estimativa com o modelo MCA, índices de

aptidão agrícola da área de cultivo de aproximadamente 80% ou superiores e 60% ou inferiores

demonstraram ser bons indicadores para mais provável expressão de índices de produtividade

mais elevados ou menos elevados, respectivamente, das culturas do milho e do trigo na

microrregião de Guarapuava.

Palavras-chave: mudanças climáticas; microrregião Guarapuava; trigo; milho; índice de

aptidão agrícola; IPCC.

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ABSTRACT

TEIXEIRA, Lauro Augusto Ribas Estimation of agricultural Land suitability potential for maize

and wheat in different future climate scenarios in the Guarapuava-PR. Guarapuava, 2019.

119f. Thesis (PhD) - State University of the Center-West, Post-Graduation Program in

Agronomy, area of concentration in Plant Production. Guarapuava, 2019.

Evidence that global climate change has occurred due to the increased concentration of

greenhouse gases has been increasingly consistent and accepted by the international scientific

community. Weather conditions drastically affect the productivity and economic viability of

agriculture that is challenged by constant temperature and precipitation variations. In order to

assess the impacts of climate change, climate scenario models provide relevant information

optimizing the chances of finding solutions to environmental issues in regional and rural

planning. This work aimed to evaluate the climatic changes in the Guarapuava microregion in

the state of Paraná, analyzing its impacts on wheat and maize crop productivity, using climate

modeling and local production database. The spatial time variability of mean air temperature

and mean rainfall for the Guarapuava Microregion was discussed. Mathematical adequacy

models were adjusted using Multiple Criteria Analysis (MCA) and Analytical Hierarchy

Process (AHP). The possible impacts of climate change on wheat and maize crops were

evaluated using the climatic scenarios RCP4.5 and RCP8.5 (IPCC) to calculate the agricultural

aptitude index of the crops considering the following variables: Soil, Landscape and Climate.

The results obtained in the climatic analysis for the agricultural Land suitability potential were

compared with the production indexes obtained in the field in the 2000, 2005 and 2010 harvests,

generating information that allows the discussion of climate impacts on crop productivity in the

study region. The results showed that the RCP4.5 and RCP8.5 scenarios indicate a projection

of average increase of approximately 2 ° C in the average monthly temperature of the study

area, the projection of elevation of the average temperature influences moderately for the

increase of areas with higher index of cumulative monthly rainfall. In the estimation process

with the MCA model, agricultural suitability indexes of approximately 80% or higher and 60%

or lower were shown to be good indicators for a more probable expression of higher or lower

productivity indexes, respectively, of the crops corn and wheat in the Guarapuava microregion.

Keywords: climate change; Guarapuava microregion; wheat; maize; land suitability potential;

IPCC.

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1

1 INTRODUÇÃO

O planeta Terra vive uma dinâmica climática em constante alteração, que ocorre

em escalas temporais que vão de meses a anos, de milênios a milhões de anos. As causas

naturais das alterações no clima estão associadas, entre outras menos significativas, às

variações na quantidade de radiação solar incidente na Terra, erupções vulcânicas que

injetam gases e aerossóis na atmosfera ou variações nas correntes oceânicas acopladas a

variações na circulação da atmosfera, neste caso buscando manter o equilíbrio

termodinâmico do planeta (DINIZ, 2008).

As evidências de que ocorreram mudanças climáticas globais (MCG), em função

do aumento da concentração de gases de efeito estufa como o gás carbônico (CO2), o

metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O), além do próprio vapor d’água (H2O), têm se

apresentado cada vez mais consistentemente e sido aceitas pela comunidade científica

internacional (QUEIROZ et al., 2007). Alley et al. (2007) mostram, inclusive, que

mudanças climáticas globais bruscas já ocorreram no passado e podem acontecer

novamente, adiantando os cenários previstos para um futuro mais distante. Segundo

Hatfield et al., (2011), há evidências de que nosso clima está mudando e que essas

mudanças de temperatura, precipitação (quantidade e frequência), CO2 e O3 afetarão a

agricultura, e em especial as culturas de trigo e milho analisadas nesse trabalho.

O trigo (Triticum aestivum L.) é o cereal mais importante para a alimentação

humana, sua cultura é a mais cultivada no mundo, com produção estimada em 730

milhões de toneladas (MICHEL et al., 2018). O estado do Paraná é o maior produtor de

trigo do país, de modo que sua produção, além de ser utilizada na indústria moageira

local, também atende uma parcela significativa da demanda da Região Sudeste. Os

problemas que limitam a produção de trigo no estado são majoritariamente de duas

ordens: econômica e climática (OLIVEIRA et al., 2017).

Dentre os cereais cultivados no Brasil, o milho é o mais expressivo, com cerca de

54,37 milhões de toneladas de grãos produzidos, em uma área de aproximadamente 12,93

milhões de hectares (CONAB, 2018a), referentes a duas safras: normal e safrinha. O

período de crescimento e desenvolvimento do milho é limitado pela água, temperatura e

radiação solar ou luminosidade. A cultura do milho necessita que os índices dos fatores

climáticos, especialmente a temperatura, a precipitação pluvial e o fotoperíodo, atinjam

níveis considerados ótimos, para que o seu potencial genético de produção se expresse ao

máximo (CRUZ et al., 2010).

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2

A fim de avaliar os impactos das mudanças climáticas e desenvolver políticas

adequadas de adaptação e mitigação, são necessárias previsões das mudanças climáticas

nas escalas global e, mais importante, regional e local (GIORGI, 2005). Modelos de

cenários climáticos utilizam métodos quantitativos e são desenvolvidos através de uma

abordagem estratégica em vários níveis temporais e espaciais, fornecendo ciência

relevante antes da grande mudança de longo prazo, otimizando as chances de encontrar

soluções para questões ambientais e sociais complexas que exigem ações

multidisciplinares.

Conforme discutido em Ebi et al. (2014), foi desenvolvida uma nova estrutura

para facilitar a produção de cenários integrados com base em combinações de projeções

do modelo climático, condições socioeconômicas e premissas sobre políticas climáticas.

De acordo com O’neill et al. (2014), um dos principais objetivos desses cenários

integrados é facilitar a pesquisa e a avaliação em várias comunidades de pesquisa,

podendo desta maneira caracterizar o grau de incerteza nos esforços de mitigação

necessários para alcançar resultados climáticos específicos e em esforços de adaptação

que poderiam ser empreendidos para se preparar e responder as mudanças climáticas e

impactos associados a esses processos.

O presente projeto se propôs avaliar estimativas de alterações climáticas na

microrregião de Guarapuava no estado do Paraná, analisando os impactos sobre as

culturas de trigo e milho, utilizando modelagem para futuros cenários e também cenários

climáticos passados comparando com dados reais de produção, com a finalidade de

colaborar para discussões científicas sobre o tema da relação entre agricultura e mudanças

climáticas.

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3

2 OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto das mudanças climáticas na

produtividade das culturas de trigo e milho na microrregião de Guarapuava aplicando

modelagem climática através de simulações de cenários futuros e dados meteorológicos

da região de estudo.

2.1 Objetivos específicos

Considerando o objetivo principal, o trabalho foi divido em quatro objetivos

específicos, sendo estes:

I. Avaliar a variabilidade tempo espacial da temperatura média do ar e da

precipitação pluvial média para a Microrregião de Guarapuava.

II. Ajustar modelos de adequação matemática utilizando Análise de Múltiplos

Critérios (MCA) e Processo de Hierarquia Analítica (AHP), aplicados no cálculo

de índices para aptidão agrícola das culturas de trigo e milho considerando três

variáveis principais: Solo, Topografia e Clima.

III. Avaliar possíveis impactos das mudanças climáticas nas culturas de trigo e milho,

utilizando modelos de adequação matemática e cenários climáticos futuros para o

cálculo do índice de aptidão agrícola das culturas.

IV. Comparar os resultados obtidos na análise climática para o índice de aptidão

agrícola com os índices de produção obtidos em campo nas safras de 2000, 2005

e 2010.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Mudanças Climáticas

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (International Panel on

Climate Change - IPCC) conclui, no seu Terceiro Relatório de Avaliação TAR (IPCC

2001 a), que a temperatura média da atmosfera tem aumentado em 0,6ºC + 0.2ºC durante

o século XX. Os modelos globais do IPCC têm mostrado que entre 1900 e 2100 a

temperatura global pode aquecer entre 1,4 e 5,8ºC, o que representa um aquecimento mais

rápido do que aquele detectado no século XX e que, aparentemente, não possui

precedentes durante, pelo menos, os últimos 10.000 anos (MARENGO, 2007).

A mudança climática é uma realidade, e para entender seus reais efeitos estão sendo

desenvolvidas uma série de pesquisas a nível mundial. Existe, no entanto, uma evidência

científica extensa de que o rápido aquecimento observado da Terra desde a Revolução

Industrial foi causado por fenômenos climáticos induzidos pelo homem, interagindo com

processos climáticos naturais (SPOSITO et al., 2013).

Mudanças em muitos eventos climáticos foram observadas desde 1950. Algumas

dessas mudanças foram ligadas a influências humanas, incluindo uma diminuição nos

extremos de temperaturas frias, um aumento nos extremos de temperaturas quentes, um

aumento nos níveis extremos do mar e aumento no número de eventos de precipitação

pesada em várias regiões (IPCC, 2014).

Segundo Challinor et al. (2007), as mudanças climáticas estão afetando a

agricultura, os ecossistemas e os meios de subsistência em todo o mundo. As principais

mudanças nas áreas adequadas para o cultivo de algumas importante culturas do mundo,

como trigo, milho e café, são projetadas.

Modelos climáticos globais e regionais projetam a continuação dessas tendências

para o futuro. Reichle et al. (2003), acrescentam que as projeções para o futuro são parte

de tal atividade, e todos os aspectos de um sistema de informação da Terra alimentam o

planejamento para o futuro, seja por adaptação planejada ou mitigação.

3.1.1 Impactos climáticos na agricultura

O clima é o principal determinante da produtividade agrícola. Dado o papel

fundamental da agricultura no bem-estar humano, a preocupação tem sido expressa por

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agências federais e outros em relação aos efeitos potenciais da mudança climática na

produtividade agrícola, (Adams et al., 1999). Olesen et al. (2014), observaram que,

paradoxalmente, o setor agrícola também é muito vulnerável a mudanças no clima,

particularmente a eventos climáticos extremos, que devem se tornar mais frequentes e

mais severos no futuro.

As mudanças climáticas devem produzir grandes impactos sobre os recursos hídricos

(PBMC, 2014). O aquecimento observado nas últimas décadas pode causar mudanças no

ciclo hidrológico, por meio de modificações dos padrões de precipitação e

evapotranspiração, o que pode impactar diretamente a umidade do solo, a reserva

subterrânea e a geração do escoamento superficial (IPCC, 2014).

Temporais, ventos fortes, inundações, geadas, granizo ou secas afetam grandemente

a produção chegando inclusive a determinar em alguns casos perdas totais. O efeito

indireto dos eventos climáticos extremos é a exacerbação do ataque de pragas e doenças

sobre as plantas, o que reduzirá a produção elevando preços pela queda de oferta

(EMBRAPA, 2014). A alteração na presença de microrganismos fitopatogênicos

(doenças) e as pragas devido a impactos dos eventos climáticos extremos são um dos

principais fatores responsáveis por reduções de produtividade e podem colocar em risco

a sustentabilidade do agro ecossistema (EMBRAPA, 2014). Portanto, em razão dos

efeitos na produção, é importante a adoção de práticas (uso de irrigação e telas de

sombreamento) que possam reduzir as perdas dos agricultores (Figura 1).

A produção agrícola global é desafiada pelas mudanças climáticas e suas constantes

variações de temperatura e precipitação (GODFRAY et al., 2010). Kucharik; Serbin

(2008), sugerem que a mudança climática afeta diferentes culturas e regiões de maneira

distinta, mas geralmente espera-se que a produtividade agrícola diminua. Warner et al.

(2009), também observaram que as perdas econômicas no setor agrícola estão

aumentando devido às mudanças climáticas.

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Figura 1 - Múltiplos impactos do aquecimento global na agricultura.

Fonte: Autor

Bita; Gerats (2013), sugeriram como os extremos climatológicos, incluindo

temperaturas muito altas, têm efeito geral negativo sobre o crescimento e

desenvolvimento das plantas, levando a perda catastrófica da produtividade das culturas

e resultando em fome generalizada. Se estas mudanças de temperatura ocorrerem nos

próximos 30 anos, a compreensão dos possíveis impactos no crescimento e

desenvolvimento das plantas ajudará a desenvolver estratégias de adaptação para

compensar esses impactos (HATFIELD; PRUEGER, 2015).

3.1.2 Eventos climáticos e eventos extremos

Está cada vez mais claro que os eventos climáticos extremos farão parte do dia a

dia das nações. Nos últimos anos em diversos países do mundo aconteceram enchentes e

secas extremas, incêndios e ondas de frio inclusive com mortalidade de pessoas. No país

alguns exemplos recentes de enchentes são os casos do Rio de Janeiro no início de 2010

e em Santa Catarina em 2013. Os eventos climáticos extremos, por afetarem a produção

agropecuária, alteram fortemente os preços de seus produtos trazendo insegurança e

pressionando os índices de inflação (NETO, 2014).

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Eventos climáticos extremos e anomalias climáticas têm grandes impactos na

agricultura. Do total das perdas anuais de colheitas na agricultura mundial, muitas são

devidas a efeitos climáticos diretos, como secas, inundações repentinas, chuvas

inesperadas, granizo gélido e tempestades (SIVAKUMAR; MOTHA, 2007).

Extremos climáticos podem ser classificados em dois grandes grupos:

(i) aqueles baseados em estatísticas climáticas simples, que incluem extremos

como uma temperatura diária muito baixa ou muito alta, ou uma quantidade

pesada de chuvas diárias ou mensais, que ocorrem todos os anos; e

(ii) extremos de eventos mais complexos, exemplos de secas, inundações ou

furacões, que não ocorrem necessariamente todos os anos em um determinado

local (EASTERLING et al., 2000).

Ebi; Meehl (2007) discutem que as ondas de calor ou eventos extremos de temperatura

são projetados para se tornarem mais intensos, mais frequentes e durarem mais do tem-se

observado nos últimos anos. Há também uma percepção geral de que o número de eventos

extremos aumentou em todo o mundo nos últimos anos, com base em registros de perigos

naturais compilados pelo setor de seguros (MUNICHRE., 2004). Na Figura 2 é possível

observar o número de eventos climáticos extremos em todo o mundo (incluindo ondas de

calor, períodos de frio, tempestades de vento, precipitação extrema e seca) e custos de

danos associados

No entanto, interpretações mais aproximadas dessas estatísticas mostram que a

maior parte do aumento nos custos de danos resultantes de eventos climáticos extremos

está relacionada a maiores densidades populacionais em áreas propensas ao risco do que

em décadas passadas e um aumento correspondente na infraestrutura segurada (KRUG et

al., 2012).

Eventos climáticos extremos podem ter graves efeitos prejudiciais no rendimento

das culturas e, portanto, na produção agrícola. A maioria das culturas é sensível aos

efeitos diretos da alta temperatura, diminuição da precipitação, inundação e

congelamentos intempestivos durante as fases críticas de crescimento. Attri et al. (2011),

acrescentam que outros efeitos sobre as culturas são indiretos, através de influências nos

processos do solo, dinâmica de nutrientes e organismos nocivos.

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Figura 2 - Número de eventos climáticos extremos em todo o mundo.

Fonte: MUNICHRE (2004).

3.1.3 Mudanças climáticas e eventos extremos no Brasil

Os eventos climáticos extremos ocorrem de muitas formas, como enchentes, secas

prolongadas, ondas de calor, tufões e tornados. No Brasil, ocorreram diversos eventos

extremos nos últimos anos. O furacão Catarina provocou enchentes e deslizamentos e

causou diversas mortes, assim como perdas econômicas significativas para a região Sul

do país. Tempos atrás, a mesma região sofreu com chuvas torrenciais e ventos fortes que

levaram a grandes danos (PINTO, 2012).

A variabilidade do clima e dos eventos extremos tem afetado seriamente o Brasil

durante os últimos anos. No Brasil subtropical, Groisman et al. (2005) e Marengo et al.

(2009) identificaram grande aumento sistemático da precipitação desde os anos de 1950

e, no Sudeste do Brasil, detectaram um aumento na frequência dos eventos pluviais

extremos. Sobre o estado de São Paulo, Carvalho et al. (2004) descobriram que os

eventos pluviais extremos exibem uma variabilidade interanual ligada ao El Niño e à La

Niña, assim como variações intrassazonais associadas à atividade da SACZ - Zona de

Convergência do Atlântico Sul e do SALLJ - Jato de Baixos Níveis da América do Sul.

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3.1.4 Adaptação e mitigação as mudanças climáticas

O efeito que a mudança climática tem sobre a produtividade e a viabilidade

econômica da agricultura dependerá de quanto é possível se adaptar para reduzir o

impacto da mudança (GORNALL et al., 2010). Portanto, as estimativas do impacto

econômico da mudança do clima provavelmente serão exageradas se a adaptação não for

permitida (HERTEL; LOBELL, 2014).

As negociações internacionais distinguiram duas opções para lidar com as

mudanças climáticas: mitigação (redução das fontes ou aumento dos sumidouros de gases

de efeito estufa) e adaptação (resposta aos efeitos das mudanças climáticas). Políticas e

negociações as trataram separadamente porque essas duas opções perseguem objetivos

diferentes e operam em diferentes escalas espaciais e temporais:

• A mitigação proporciona benefícios para o clima global a longo prazo (devido à

inércia do sistema climático);

• A adaptação proporciona mais benefícios locais, que podem ser obtidos a curto

prazo, bem como a longo prazo (SWART; RAES, 2007).

De acordo com Kane; Shogren (2000), a mitigação das mudanças climáticas é uma

ação privada ou pública feita para reduzir as chances de eventos climáticos adversos; é

uma forma de autoproteção. A adaptação às mudanças climáticas é uma ação, privada ou

pública, para reduzir o impacto de eventos climáticos adversos - também definidos como

autopreservação. Jorgensen; Termansen (2016) mencionam como tradicionalmente,

adaptação e mitigação, foram retratados como estratégias separadas: investir em

mitigação agora versus acumular riqueza ao longo do tempo por não investir em

mitigação que possa pagar pela adaptação no futuro. No entanto, se a adaptação necessária

for mais cara, ou o risco for maior que o esperado, a riqueza acumulada pode ser

insuficiente. As estratégias de mitigação, reduzindo a necessidade de adaptação, podem

ter altos custos de oportunidade e reduzir o crescimento econômico. Mitigação é a forma

pela qual são elaborados os processos que tentam minimizar nas plantas, os efeitos da

elevação das temperaturas ou do aumento dos períodos de estiagem. Adaptação refere-se

à capacidade que o ser vivo tem de se ajustar a novas condições climáticas ou suas

consequências (MARENGO, 2012).

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Jorgensen; Termansen (2016), comentam também que o setor agrícola pode, no

entanto, contribuir significativamente para a mitigação das mudanças climáticas,

aumentando ou mantendo os níveis de carbono do solo. A percepção e a ação dos

agricultores às mudanças climáticas antecipadas podem ser um determinante significativo

dos impactos das mudanças climáticas e dos esforços de mitigação na agricultura. O

Quadro 1 resume as principais diferenças entre mitigação e adaptação.

Quadro 1 - Principais diferenças entre a política de mitigação e adaptação.

Mudança Climática Mitigação Adaptação

Sistemas beneficiados Todos os sistemas Sistemas selecionados

Escala do efeito Global Local para regional

Tempo de vida Séculos Anos para séculos

Tempo de espera Décadas Imediato para décadas

Eficácia Certeira Incerta

Benefícios auxiliares As vezes Quase sempre

Potencial poluente Possivelmente Não necessariamente

Principais benefícios Pequenos Quase totalmente

Monitoramento Relativamente fácil Mais difícil

Fonte: FÜSSEL; KLEIN, (2006).

Para o setor agrícola, a adaptação e a mitigação são estratégias diferentes usadas

para lidar com os riscos, mas mudanças no manejo do solo podem ter efeitos sinérgicos.

Isto sugere que as percepções dos agricultores sobre os riscos associados às futuras

mudanças climáticas e sobre a eficácia das estratégias de adaptação podem ser um fator

importante para a mitigação das mudanças climáticas e vice-versa (ARBUCKLE et al.,

2013).

3.1.5 Impacto do clima na produtividade

A agricultura distingue-se das restantes atividades econômicas por, entre outras

características, se desenvolver maioritariamente ao ar livre. Desta característica resulta

uma extrema dependência face às condições meteorológicas. Desta forma, os regimes

termo pluviométricos de cada região devem ser amplamente conhecidos e considerados

quando se planeja um sistema de produção (BRAGA, 2009). A taxa de crescimento e

desenvolvimento das plantas depende da temperatura ao redor da planta e cada espécie

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tem uma faixa específica de temperatura representada por um mínimo, máximo e ótimo

(HATFIELD; PRUEGER, 2015).

As condições meteorológicas afetam drasticamente a produtividade agrícola. Desde

logo, a distribuição geográfica das culturas e pastagens é função do clima e do

fotoperíodo. A quantidade total de precipitação, assim como, o seu padrão de variação

são aspectos importantes para os sistemas agrários (BRAGA, 2009). Pinto (2012),

apresenta resultados que demonstram que cada planta tem sua própria adaptação às

condições climáticas predominantes em seu habitat. Condições térmicas ou hídricas,

quando excessivamente modificadas, causam a morte dessas plantas, geralmente devido

aos extremos incidentes. De acordo com Schwartz (1999), as relações fenologia-clima

também podem revelar os possíveis impactos das futuras mudanças climáticas.

Kramer et al. (2000), também concluíram que as diferenças nas respostas

fenológicas das espécies arbóreas às mudanças de temperatura podem ter consequências

a longo prazo em suas distribuições geográficas.

As culturas apresentam limites climáticos que afetam o seu crescimento,

desenvolvimento e produtividade. Há também fatores climáticos limitantes para a

produtividade que apenas são efetivos durante alguns dias, como no caso dos cereais e

árvores de fruto. Estes incluem valores de temperatura associados a fases fenológicas

específicas e que condicionam a formação de órgãos reprodutivos, como grãos e frutos

(BRAGA, 2009).

3.1.6 Caraterísticas de produtividade do trigo

Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (ABITRIGO, 2017), o

trigo chegou às terras brasileiras em 1534, trazido por Martim Afonso de Souza, que

desembarcou na capitania São Vicente. O Brasil é responsável por menos de 1% do trigo

produzido no mundo e é o quarto maior importador mundial. A produção de trigo

concentra-se principalmente no Paraná e no Rio Grande do Sul, que juntos somam 87%

da produção nacional, o que não deixa dúvidas da importância dessas regiões no

abastecimento de trigo no país (CONAB, 2018).

Além disso, o trigo faz parte do seleto grupo de commodities agrícolas que domina

tanto a produção quanto o comércio mundial de grãos (CUNHA et al, 2011), sendo um

cultivo de ciclo anual e de inverno. A qualidade do grão de trigo pode ser definida como

resultado da interação que a planta sofre no campo, pelo efeito das condições do solo, de

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clima, da incidência de pragas e doenças, manejo da cultura, do cultivar, bem como das

operações de colheita, secagem, armazenamento e moagem (VIECILI et al., 2011).

Entre os anos-safra 2007/2008 e 2016/2017, o Brasil foi responsável, em média,

por 0,8% da produção mundial de trigo. Os cinco maiores produtores no período foram a

União Europeia (20,6%), China (17,3%), Índia (12,5%), Rússia (8,3%) e Estados Unidos

(8,3%), somando 67% do total (USDA, 2018). Nesse mesmo período, o Brasil respondeu

por 4,63% do total de trigo importado, ocupando a terceira posição mundial, atrás do

Egito (6,98%) e Indonésia (4,81%). Somando-se a participação da Argélia (4,61%) e do

Japão (3,97%), tem-se 25% das importações totais (CONAB, 2018b).

O melhoramento de trigo no Brasil é feito, normalmente, utilizando indicações

gerais básicas de manejo comuns para todas as cultivares. Entretanto, para se atingir

potenciais de rendimento elevado no campo são necessários que ocorra uma combinação

ótima dos fatores de produção com o genótipo utilizado em cada situação de cultivo e

tipo de produtor (SCHEEREN, 2009). Dentro dos fatores de produção com enfoque na

genética da cultura do trigo, sabe-se que as características dos grãos dependem da

adaptação aos ambientes, com o uso e aperfeiçoamento das técnicas para produzir.

Interagindo juntamente com os fatores ambientais, é de extrema importância o

conhecimento sobre como afetará a qualidade e a produtividade do mesmo

(AKUTAGAWA et al, 2011).

O trigo plantado no Paraná é caracterizado pelo uso do plantio direto, sendo

mecanizado e sem uso de irrigação. Os produtores são, em sua vasta maioria, altamente

tecnificados: efetuam correção do solo, adquirem sementes específicas para a região,

fazem uso de fertilizantes, além de combaterem a pragas e doenças, que são

majoritariamente de origem fúngica. Além disso, ressalta-se que o cultivo do trigo

normalmente é antecedido pelo plantio de soja na safra de verão (CONAB, 2017). A

atividade agrícola por estar exposta às intempéries climáticas é uma atividade de alto

risco.

Para minimizar prejuízos relacionados ao clima, o Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (MAPA) desenvolveu o zoneamento agrícola de risco

climático (STEINMETZ et al, 2017). Na Figura 3 é possível visualizar a indicação dos

períodos de semeadura em cada município em cada município do Paraná com aptidão

para o cultivo de trigo segue o estabelecido pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático

do Mapa para a cultura de trigo (OKUYAMA, 2010).

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Figura 3 - Zoneamento da cultura de trigo.

Fonte: IAPAR (2018).

Historicamente, os períodos de maior probabilidade de geada nas regiões tritícolas

do Paraná têm sua maior frequência entre 11 e 31 de julho. De modo geral, as cultivares

indicadas para cultivo no PR têm, no seu ciclo, um fator de fundamental importância na

decisão de época ideal de semeadura (RIEDE, 2008).

Portanto, em locais onde a ocorrência de geada tem sido mais frequente,

especialmente no Centro Oeste e Sudeste do Estado, nas semeaduras em que a emergência

de trigo e triticale ocorre no intervalo entre 11 de abril a 31 de maio, essas lavouras,

provavelmente, estariam espigando durante o mês de julho. Assim, aconselha-se o

escalonamento de épocas de semeadura e diversificação de cultivares para uma mesma

propriedade rural, mas sempre objetivando que as cultivares atinjam o pleno espigamento

até 1º de junho (CUNHA et al. 2015).

3.1.7 Regiões tritícolas do Paraná

Segundo Bassoi et al. (2016), o estado do Paraná tem três macrorregiões tritícolas

(MRTs), distribuídas da seguinte forma (Figura 4):

Limite Microrregião Guarapuava

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• MRT 1: caracterizada como fria, úmida e de elevadas altitudes, abrangendo o

Centro-Sul e Sudeste do PR (Ponta Grossa, Campo Largo, Irati, Guarapuava,

Mangueirinha, Palmas, Lapa, etc.);

• MRT 2: moderadamente quente, úmida e de altitudes variadas, contemplando o

Sudoeste, Oeste, Centro-Oeste, Centro-Leste e Nordeste do PR (Cascavel, Toledo,

Palotina, Campo Mourão, Ivaiporã, Mauá da Serra, Wenceslau Braz, Tibagi, etc.);

• MRT 3: distinguida como quente, moderadamente seca e de baixas altitudes,

compreendendo o Norte e Noroeste do PR (Maringá, Londrina, Sertanópolis,

Cornélio Procópio, Jacarezinho, Cambará, etc.).

Figura 4 - Distribuição das três macrorregiões tritícolas no estado do Paraná.

Fonte: IAPAR (2014).

Segundo CONAB (2018), a colheita tem sua concentração nos meses de setembro,

outubro e novembro, enquanto a importação é constante durante todo o ano. O produtor,

ao tomar a decisão de plantio, conhece os impactos dos estoques de passagem, dos

resultados do trigo da safra anterior, os efeitos do processo de importação, os custos de

produção e o comportamento dos preços do trigo.

Limite Microrregião Guarapuava

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3.1.8 Caraterísticas de produtividade do milho

Dentre os cereais cultivados no Brasil, o milho é o mais expressivo, com cerca de

54,37 milhões de toneladas de grãos produzidos, em uma área de aproximadamente 12,93

milhões de hectares (CONAB, 2010), referentes a duas safras: normal e safrinha. O Brasil,

na média dos últimos quatro anos (EMBRAPA, 2014), é o segundo maior produtor e

exportador mundial de milho. Nos últimos quatro anos-safra, o país exportou em média

32% do que produziu de milho. No âmbito nacional, a produção tem duas safras anuais e

concentra-se nas regiões Centro-Oeste e Sul, onde se destacam os estados de Mato Grosso

e Paraná como os maiores produtores de milho.

Entre os anos-safra 2007/08 e 16/17, o Brasil foi responsável, em média, por

8,09% da produção mundial de milho, situando-se na terceira posição. Os maiores

produtores foram Estados Unidos e China, com as médias de 35,47% e 21,6%,

respectivamente, segundo dados do USDA - Departamento de Agricultura dos Estados

Unidos (USDA, 2018). Os três países são responsáveis por cerca de 57% da produção

mundial. Nesse mesmo período, o Brasil foi responsável por 17,8% do total de milho

exportado, ocupando também a terceira posição mundial, logo atrás dos Estados Unidos

e da Argentina. Somando-se o volume de exportação destes três países com o quarto

colocado, a Ucrânia, tem-se 83,4% das exportações totais (CONAB, 2018) .

Na Região Sul, somente o Paraná tem duas safras. A colheita vai de janeiro a

setembro. O período de crescimento e desenvolvimento do milho é limitado pela água,

temperatura e radiação solar ou luminosidade. A cultura do milho necessita que os índices

dos fatores climáticos, especialmente a temperatura, a precipitação pluviométrica e o

fotoperíodo, atinjam níveis considerados ótimos, para que o seu potencial genético de

produção se expresse ao máximo (CRUZ et al., 2010). A cultura do milho é afetada pela

distribuição da disponibilidade de água ao longo do ciclo fenológico e a probabilidade

média de redução de produção por deficiência hídrica é de aproximadamente 50%

(WAGNER et al., 2013).

A escolha do genótipo para uma determinada região, assim como a época de

semeadura, (Figuras 5 e 6) deve ser fundamentada em fatores como finalidade da

produção, disponibilidade de calor e água, ocorrência de veranicos durante o ciclo, bem

como no nível tecnológico a ser adotado, entre outros (FANCELLI et al., 2000).

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Figura 5 - Zoneamento da cultura de milho.

Fonte: IAPAR (2018).

O milho é cultivado em regiões cuja precipitação varia de 300 a 5.000 mm anuais,

sendo que a quantidade de água consumida por uma lavoura de milho durante o seu ciclo

está em torno de 600 mm. Dois dias de estresse hídrico no florescimento diminuem o

rendimento em mais de 20%, quatro a oito dias diminuem em mais de 50%

(EMABRAPA, 2010). O efeito da falta de água, associado à produção de grãos, é

particularmente importante em três estádios de desenvolvimento da planta: a) iniciação

floral e desenvolvimento da inflorescência, quando o número potencial de grãos é

determinado; b) período de fertilização, quando o potencial de produção é fixado; nessa

fase, a presença da água também é importante para evitar a desidratação do grão de pólen

e garantir o desenvolvimento e a penetração do tubo polínico; c) enchimento de grãos,

quando ocorre o aumento na deposição de matéria seca, o qual está intimamente

relacionado à fotossíntese, desde que o estresse vai resultar na menor produção de

carboidratos, o que implicaria menor volume de matéria seca nos grãos (LAGOAS,

2006).

Limite Microrregião Guarapuava

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Figura 6 - Zoneamento da cultura de milho superprecoce.

Fonte: IAPAR (2018).

3.2 Modelagem Climática

3.2.1 IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) é o órgão

internacional para avaliar a ciência relacionada à mudança climática. Foi criado em 1988

pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pelo Programa das Nações Unidas

para o Meio Ambiente (PNUMA) para fornecer aos legisladores avaliações regulares da

base científica das mudanças climáticas, seus impactos e riscos futuros e opções de

adaptação e mitigação (MASSON-DELMOTTE et al., 2018).

As avaliações do IPCC fornecem uma base científica para que os governos em

todos os níveis desenvolvam políticas relacionadas ao clima, e estão na base das

negociações na Conferência do Clima da ONU - a Convenção das Nações Unidas sobre

Mudança do Clima (UNFCCC). As avaliações são relevantes para a política, mas não

prescritivas à política: podem apresentar projeções de mudanças climáticas futuras

baseadas em diferentes cenários e os riscos que as mudanças climáticas representam e

discutir as implicações das opções de resposta, mas não dizem aos formuladores de

políticas quais ações devem ser tomadas (U.NATIONS, 2015) .

O IPCC incorpora uma oportunidade única de fornecer informações científicas

rigorosas e equilibradas aos tomadores de decisão, devido à sua natureza científica e

Limite Microrregião Guarapuava

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intergovernamental. A participação no IPCC está aberta a todos os países membros da

OMM e das Nações Unidas. Atualmente, possui 195 membros (AMBRIZZI, 2014). O

Painel, formado por representantes dos Estados membros, reúne-se em sessões plenárias

para tomar decisões importantes. O Bureau do IPCC, eleito pelos governos membros,

fornece orientação ao Painel sobre os aspectos científicos e técnicos do trabalho e

aconselha sobre questões relacionadas à gestão e estratégicas (HULME; MAHONY,

2010).

As avaliações do IPCC são escritas por centenas de cientistas renomados que

dedicam seu tempo e experiência como Autores Coordenadores Líderes e Autores Líderes

dos relatórios. Eles recrutam centenas de outros especialistas como Autores Contribuintes

para fornecer conhecimentos complementares em áreas específicas. Os relatórios do

IPCC passam por várias rodadas de redação e revisão para garantir que sejam

abrangentes, objetivos e produzidos de maneira aberta e transparente (BUDESCU et al.,

2009).

Milhares de outros especialistas contribuem para os relatórios atuando como

revisores, garantindo que os relatórios reflitam toda a gama de opiniões da comunidade

científica. Equipes de Editores de Revisão fornecem um mecanismo de monitoramento

completo para garantir que os comentários de revisão sejam abordados (HULME;

MAHONY, 2010).

3.2.2 Modelos climáticos globais

A base para um modelo dinâmico é um conjunto de equações diferenciais

discretizadas que são integradas para frente no tempo a partir do estado atual,

representando uma condição inicial. O exemplo mais proeminente do uso de modelos

dinâmicos é sem dúvida um modelo de circulação geral (MCG) (JAJCAY et al. 2016).

Os modelos climáticos dividem o globo em uma grade tridimensional de células

que representam localizações geográficas e elevações específicas. Cada um dos

componentes (atmosfera, superfície terrestre, oceano e gelo marinho) tem equações

calculadas na grade global para um conjunto de variáveis climáticas, como temperatura

(ALVICH, 2009).

Um modelo climático global (MCGs) de acordo com Sampaio; Dias (2014) é uma

representação matemática complexa dos principais componentes do sistema climático

(atmosfera, superfície terrestre, oceano e gelo marinho) e suas interações. O balanço de

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energia da Terra entre os quatro componentes é a chave para a previsão do clima a longo

prazo. Os principais componentes do sistema climático tratados em um modelo climático

são:

• O componente atmosférico, que simula nuvens e aerossóis, e desempenha um

papel importante no transporte de calor e água em todo o mundo.

• O componente da superfície da terra, que simula características da superfície,

como vegetação, cobertura de neve, água do solo, rios e armazenamento de

carbono.

• O componente oceânico, que simula movimento e mistura atuais e biogeoquímica,

já que o oceano é o reservatório dominante de calor e carbono no sistema

climático.

• O componente do gelo marinho, que modula a absorção da radiação solar e as

trocas de calor e água do ar com o mar.

• Clima

Os principais fatores responsáveis pela mudança climática e que contribuem para

o efeito estufa são o desmatamento, a alteração do uso do solo, o aumento da concentração

de GEE derivados do uso de combustíveis fósseis, entre outras atividades antrópicas

(OLESEN et al., 2014). Neste contexto, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças

Climáticas (IPCC) surgiu como um organismo internacional responsável por reunir

informações referentes às mudanças climáticas, disponibilizando regularmente relatórios

de avaliação (AR), sendo o mais recente o AR5, emitido no ano de 2014 (LIMA, 2014).

Conforme consta no quarto relatório (AR4), já foi registrado um aumento de 0,74ºC

na temperatura média global. No entanto, este aumento é pequeno se confrontado com as

projeções derivadas dos modelos globais do IPCC-AR4 que projetam, em um cenário

mais pessimista, um aumento de 1,1 a 6,4ºC na temperatura até o fim do século XXI

(LÁZARO, 2014). Além disso, acredita-se que algumas consequências sobre o sistema

hidrológico, como eventos extremos de secas e/ou enchentes mais severas, possam causar

influencias nas vazões dos rios (FOWLER et al. 2007).

A Fase 5 do Projeto de Intercomparação de Modelos Acoplados (CMIP5) é um

protocolo experimental padrão para estudar a saída de modelos de circulação geral

acoplados oceano-atmosfera (MGCs). Ele fornece uma infraestrutura baseada na

comunidade em apoio ao diagnóstico, validação, Intercomparação, documentação e

acesso a dados do modelo climático. O objetivo desses experimentos é abordar questões

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científicas pendentes que surgiram como parte do processo do Quarto Relatório de

Avaliação (AR4) do IPCC, melhorar a compreensão do clima e fornecer estimativas de

mudanças climáticas futuras que serão úteis para aqueles que consideram suas possíveis

consequências (STOCKER et al., 2013).

3.2.3 Modelos climáticos gerais de circulação

Os modelos climáticos, que contam com o uso de métodos quantitativos para simular

interações no sistema climático, são uma das ferramentas mais importantes para prever e

avaliar futuras projeções climáticas ou para estudar o clima do passado. Em geral, dois

tipos de modelos são usados principalmente: modelos dinâmicos e modelos estatísticos

(JAJCAY et al. 2016) . Laprise (2008), também observou que o clima é um dos sistemas

geofísicos mais desafiadores a serem simulados devido ao número de componentes que

interagem e à ampla gama de escalas temporais e espaciais de processos relevantes e sua

complexidade

Modelos gerais de circulação (MGCs) são uma ferramenta importante na avaliação

das mudanças climáticas. Estes modelos acoplados numéricos representam vários

sistemas terrestres, incluindo a atmosfera, os oceanos, a superfície terrestre e o gelo

marinho, e oferecem um potencial considerável para o estudo das alterações climáticas e

da variabilidade (TOGGWEILER; KEY, 2001).

Devido ao aumento da atividade humana, impulsionado por atividades econômicas e

desenvolvimentos tecnológicos, a análise dos sistemas climáticos está se tornando uma

tarefa cada vez mais complexa. A fim de melhor estimar o sistema climático, juntamente

com os MGCs, foram projetados diferentes cenários econômicos e demográficos

seguindo um conjunto de possibilidades de emissões baseados em Caminhos de

Concentração Representativa (Representative Concentration Pathway -RCPs), que são

derivados de cenários fornecidos pelo IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudanças

Climáticas (REIS-FILHO et al., 2002) .

O 5º Relatório de Avaliação (AR5) do IPCC recentemente publicado baseia-se nos

cenários de RCP8.5, 6, 4.5 e 2.6 Wm², que correspondem à variação do pessimista aos

otimistas cenários de emissão. Os MGCs utilizados no AR5, em geral, mostraram

melhora em relação aos MGCs anteriores utilizados em AR4, em particular as simulações

de precipitação sobre as áreas tropicais (CHOU et al., 2014).

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Os Caminhos de Concentração Representativa (RCPs) auxiliam no

desenvolvimento de resultados de MGC que respondem por “… diferentes combinações

de futuros econômicos, tecnológicos, demográficos, políticos e institucionais…” (MOSS

et al. 2008) e são usados para “… iniciar simulações de modelos climáticos para

desenvolver cenários climáticos para uso em uma ampla gama de pesquisas e avaliações

relacionadas à mudança climática” (CARTER, 2000). Os RCPs são usados como insumos

para a modelagem climática e são afetados pelas concentrações de uma variedade de gases

de efeito estufa, bem como pelo uso da terra, poluição do ar, mudanças na tecnologia,

população, produção de energia e uma variedade de fatores adicionais (VAN VUUREN

et al., 2011).

A comunidade internacional de modelagem climática adotou quatro RCPs,

através do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) visualizados no

Quadro 2 (CUBASCH et al., 2013). Os cenários mais recentes, usados no relatório do

IPCC de 2013, são chamados de Representative Concentration Pathways (RCPs)

(FARAG et al., 2016). Os cenários anteriores de gases de efeito estufa, usados nos

relatórios de 2001 e 2007 do IPCC, são descritos no Relatório Especial sobre Cenários de

Emissões (SRES) (JOSEPH ALCAMO et al., 2017).

Quadro 2 - Descrição dos caminhos de concentração representativa (RCPs).

RCP Descrição Concentração de CO2

(ppm) equivalente Percurso

Gravidade do

Cenário

Comparação

com SRES

2.6

Um pico radiativo de

aproximadamente 3 W/m ²

antes do ano de 2100, e

decaindo para 2.6 W/m² depois

do ano de 2100.

Pico de

aproximadamente 490

com declínio depois de

2100

Pico e declínio Baixo

Mais baixo que

todos os outros

cenários SRES

4.5 Estabilização sem ultrapassar

4.5 W/m² até o ano de 2100.

650 (estabilizado depois

de 2100)

Estabilização

sem ultrapassar.

Médio

a baixo

Similar ao SRES

B1

6.0 Estabilização sem ultrapassar.6

W/m² até o ano de 2100.

850 (estabilizado depois

de 2100)

Estabilização

sem ultrapassar.

Médio

a alto

Similar ao SRES

A1B

8.5

Cenário crescente resultando

em 8.5 W/m² até o ano de

2100, com radioatividade

crescente após o ano de 2100.

>1,370 em 2100 Crescendo Altíssimo

Superior ao

cenário SRES A2

(até o ano de

2100)

Fonte: Cubasch et al. (2013); IPCC (2007); Moss et al. 2010; van Vuuren et al. (2011).

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Os cenários variam de RCP8.5, que corresponde a um cenário de “política não

climática” traduzindo-se em impactos severos da mudança climática, a RCP2.6, que é um

futuro exigindo uma política climática rigorosa para limitar as emissões de gases de efeito

estufa, traduzindo-se em impactos de baixa severidade (VAN VUUREN et al., 2011).

Dois cenários intermediários, RCPs 4.5 e 6.0, foram selecionados pelo IPCC para serem

espaçados uniformemente entre os RCPs 2.6 e 8.5 (Figura 7). Juntos, esses cenários

representam a gama de forças radiativas disponíveis na literatura revisada por pares no

momento de seu desenvolvimento em 2007 (TREUT et al., 2007).

O termo “representante” indica que os RCPs representam um conjunto maior de

cenários disponíveis na literatura. O termo “via de concentração” enfatiza que os RCPs

não são finalizados, mas sim totalmente integrados a cenários compostos por um conjunto

completo de projeções socioeconômicas, de emissões climáticas, e conjuntos de projeções

internamente consistentes dos componentes de radioatividade onde, ao contrário dos

cenários anteriores do SRES, o termo “concentração” enfatiza o uso de concentrações

como a saída dos RCPs para uso em modelos climáticos, ao invés de emissões (VAN

VUUREN et al., 2011).

Figura 7 - Médias globais de multi-modelos de aquecimento de superfície para os cenários RCPs.

Fonte: Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, Resumo para os Formuladores de Políticas.

Fonte: CDIAC/GCP/IPCC/Fus et al 2014.

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Os RCPs foram adotados pelo IPCC para a geração de resultados do modelo

climático para o quinto Relatório de Avaliação do IPCC (AR5). Anteriormente, os

cenários de mudança climática publicados no Relatório Especial do IPCC sobre Cenários

de Emissões (SRES) foram aplicados pela comunidade de modelagem climática para

representar diferentes cenários futuros de emissões de gases de efeito estufa (IPCC,

2000). Para fins de comparação, o RCP8.5 resulta em um cenário futuro de mudanças

climáticas um pouco mais severo do que o cenário SRES A2. O RCP2.6 fornece um

cenário que levaria a uma menor severidade das mudanças climáticas do que todos os

cenários SRES (CUBASCH et al., 2013).

Grotch; Maccracken (1991), sugeriram que, mesmo com muitas incertezas associadas

a modelos globais, continuam sendo ferramentas úteis capazes de fornecer informações

relevantes ao conduzirem avaliações de impacto climático. No entanto, eles permanecem

relativamente grosseiros na resolução e são incapazes de resolver recursos significativos

da escala de sub-redes, como topografia, nuvens e uso da terra. Modelos Climáticos

Regionais (RCM) e Estatístico aplicados em uma área limitada e conduzida por MGCs

podem fornecer informações em escalas muito menores, apoiando um impacto mais

detalhado e avaliação e planejamento de adaptação, o que é vital em muitas regiões

vulneráveis do mundo (GONZALEZ-APARICIO; ZUCKER, 2015).

3.2.4 Diferentes modelos climáticos utilizados mundialmente

Os modelos climáticos são códigos computacionais com centenas de milhares de

linhas, que representam aproximações numéricas de equações matemáticas,

representativas das leis da física que regem os movimentos da atmosfera e as interações

com a superfície. As aplicações incluem a simulação do clima passado (paleoclima), do

clima presente (passado recente), bem como estudos de sensibilidade para identificação

de processos e entendimentos físicos.

Os MCGs (Quadro 3), são a principal ferramenta para fornecer informações de

alterações climáticas utilizando diferentes cenários de emissões de GEE. No entanto, as

grades destes modelos possuem tamanhos de 200-100 km. Recursos locais, como

topografia, bacias hidrográficas e zonas costeiras não podem ser capturados nas

simulações realizadas por esses MCGs (CHOU et al., 2014).

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Quadro 3 – Informações sobre cada modelo climático.

A previsão da variabilidade climática de curto prazo e sua mudança na escala

sazonal e decanal, na elaboração de projeções do clima futuro e redução da escala espacial

(downscaling) dessas projeções, têm como finalidade fornecer mais detalhamento nas

escalas regionais e locais (MARENGO et al., 2014). Sua função primária era entender a

dinâmica das componentes físicas do sistema climático (atmosfera, oceano, superfície e

gelo marinho) e elaborar projeções baseadas nas forçantes de GEE no futuro e aerossóis

(FILHO et al., 2015).

3.2.5 Modelos Climáticos Regionais

Os modelos climáticos regionais (RCMs) desempenham o importante papel de

reduzir as simulações climáticas globais para tamanhos de grade menores na área de

interesse, onde os estudos de impacto podem ser realizados. As simulações de RCMs com

tamanhos de grade de cerca de algumas dezenas de quilômetros são um compromisso

entre a resolução e a integração a longo prazo (CHOU et al., 2014).

Os esforços de modelagem regional são cruciais para entender os efeitos

cumulativos da mudança climática nos setores agrícolas e ecológicos da região e para

fornecer contexto a estudos de impacto nacionais e locais, bem como políticas e

programas de segurança alimentar, agricultura, mudança climática e conservação da

biodiversidade (HANNAH et al., 2017). Christensen (2007), também notou que projeções

regionais cada vez mais confiáveis de mudanças climáticas estão disponíveis para muitas

Modelo Complexidade Instituição País Publicações

CESM1-BGC

(CESM)GCM

National Center for

Atmospheric ResearchUSA Lindsay et al. (2014)

GFDL-ESM2M

(GFDL)GCM

Geophysical Fluid Dynamics

LaboratoryUSA Dunne et al. (2013)

GISS-E2-R-

TCADI (GISS)GCM

NASA Goddard Institute fo

space studiesUSA Dunne et al. (2013)

UVic ESCM 2.9

(Uvic)EMIC University of Victoria Canada Schmidt et al. (2014)

HadGEM2-ES

(HadGEM)GCM

Hadley Centre for

Climate Prediction and UK Collins et al. (2011)

IPSL-CM5A-LR

(IPSL)GCM

Institut Pierre Simon

LaplaceFrance Dufresne et al. (2013)

MPI-ESM-LR

(MPI)GCM

Max Planck Institut für

MeteorologieGermany Giorgetta et al. (2013)

Loveclim 1.3

(Loveclim)EMIC

Université catholique de

LouvainBelgium Goosse et al. (2010)

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regiões do mundo devido aos avanços na modelagem e compreensão dos processos físicos

do sistema climático.

Os Modelos de Circulação Geral Atmosfera-Oceano (AOGCMs) continuam

sendo a base das projeções, enquanto as técnicas de ampliação de escala regional agora

fornecem detalhes adicionais valiosos. Enquanto os métodos de ampliação de escala

regional estatísticos tentam preencher a lacuna usando as funções de transferência

empíricas entre o modelo climático de resolução bruta e as condições climáticas locais, a

ampliação de escala dinâmica emprega modelos climáticos regionais (RCMs) de alta

resolução aninhados na saída do modelo global (KOTLARSKI et al., 2014).

3.2.6 Modelo do Sistema Terrestre - HadGEM2

Projeções climáticas úteis dependem de ter os modelos mais abrangentes e

precisos do sistema climático. No entanto, qualquer modelo único ainda terá limitações

em sua aplicação para certas questões científicas e é cada vez mais aparente que

precisamos de uma gama de modelos para abordar a variedade de aplicações. Existem

duas razões principais para isso. Primeiro, há incerteza inerente nas projeções, o que

significa que as estruturas de conjuntos são necessárias com muitas integrações de

modelos. Em segundo lugar, os avanços tecnológicos não acompanharam os avanços

científicos (MARTIN et al., 2011). Por essas razões, o Centro Hadley do Met Office

adotou uma abordagem flexível à modelagem climática baseada em “famílias” modelo,

dentro da qual define-se um conjunto de modelos que visam abordar diferentes aspectos

do problema de projeção climática. Todos esses modelos são configurações do sistema

de modelagem climática e meteorológica unificado do Met Office, o MetUM, que foi

desenvolvido usando uma abordagem de engenharia de software que atende aos diversos

requisitos de aplicações (STEVE et al., 2009).

A família de modelos do Modelo Ambiental Global Hadley versão 2 (HadGEM2)

foi projetada para o propósito específico de simular e entender a evolução da escala

climática, incluindo retornos biogeoquímicos. A configuração do sistema da Terra é a

primeira no Centro Hadley do Met Office a ser executada sem a necessidade de correções

de fluxo (COLLINS et al., 2011).

O HadGEM2-ES utiliza-se de um calendário hipotético, no qual, cada ano possui 12

meses com 30 dias cada mês, ou seja, um calendário de 360 dias/ano. As variáveis

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utilizadas como condição inicial e de contorno para o modelo Eta-20 km são umidade

específica, temperatura, pressão ao nível médio do mar e à superfície e vento horizontal.

Os resultados indicam que o modelo HadGEM2-ES instalado no INPE fornece

resultados satisfatórios em comparação com o seu original no UK Met Office. Além disso,

o modelo HadGEM2-ES consegue simular de modo bastante satisfatório o clima sobre a

América do Sul, apresentando alguns erros como uma tendência a subestimar a

temperatura à superfície, mas reproduzindo bem padrões de precipitação em regiões como

a zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS) (BAXTER et al., 2008).

3.2.7 Variabilidade climática

A variabilidade climática é definida por White et al.(2001), como “variações no

estado médio e outras estatísticas (tais como desvios-padrão, a ocorrência de extremos,

etc.) do clima em todas as escalas temporais e espaciais além daquelas dos eventos

climáticos individuais.” Assim, a medida do CV também é medida da mudança climática

(ALLEY, 2004). Stull (1988), sugeriu que a variabilidade climática é impulsionada por

fenômenos como circulações da baixa atmosfera, correntes de jato, correntes oceânicas

superficiais e circulação termohalina. Diferenças de temperatura (termo) e salinidade

(halina) da água, resultando em variações de densidade, que resulta em um movimento

vertical, responsável pela circulação oceânica profunda.

Estudos relatam mudanças significativas no clima em todo o planeta (TREUT et

al., 2007), reconhecendo uma mudança climática global em curso na qual os elementos

temperatura do ar e precipitação parecem ser os mais afetados (COELHO; STEINKE,

2012). Sartori (2003), também notou que essas mudanças têm manifestações regionais

muito diversas, com variadas magnitudes e distribuições espaciais nos padrões de

precipitação, mudanças de temperatura, aumento do nível do mar, etc.

As culturas respondem às médias meteorológicas e extremos, representadas pela

temperatura e precipitação. Essa perspectiva considera o clima como uma estatística

climática de longo prazo. Os agricultores usam quantidades tais como os graus de

crescimento e a duração da estação de crescimento para traduzir esta informação

meteorológica para informação sobre a qual podem agir (PIELKE et al., 2007). Sparks et

al. (2011), sugeriram que a temperatura é o fator mais importante que influencia a taxa de

desenvolvimento da cultura durante todo o ciclo de vida e, em última análise, afeta o

rendimento biológico e econômico.

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De acordo com Giorgi (2005), as mudanças no clima global médio são

determinadas principalmente pelo orçamento radiativo do sistema acoplado atmosfera-

oceano-terra, modulado por retornos não-lineares internos e modos de variabilidade.

Portanto, um forçamento radiativo global positivo (por exemplo, devido a GEE)

geralmente resulta em aquecimento global e em um aumento da precipitação global em

resposta ao aumento da evaporação das superfícies terrestre e oceânica mais quentes

(HEGERL et al., 2003). Isso é mostrado por todas as simulações de modelos globais

(BRINKOP et al., 2001).

Mudanças significativas nos extremos de chuvas e períodos de seca também são

projetadas. Marengo et al. (2009), também notaram o aumento da intensidade de eventos

extremos de precipitação na maior parte do sudeste da América do Sul e oeste da

Amazônia, consistente com as projeções de aumento nas chuvas totais nessas regiões. O

Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) representa o Brasil junto à Organização

Meteorológica Mundial (OMM) e, por delegação desta Organização, é responsável pelo

tráfego das mensagens coletadas pela rede de observação meteorológica da América do

Sul e outros centros meteorológicos que compõem o sistema de vigilância meteorológica

mundial (SUGAHARA, 2003).

O INMET produz diariamente mapas pluviométricos acumulados em 24 horas, que

permitem, além da verificação diária de precipitação para todo o Brasil, avaliações das

precipitações diárias de todos os dias do último mês e chuvas acumuladas dos últimos 3,

5, 10 e 16 dias (INMET, 2014). No INMET Weather Database é possível verificar dados

meteorológicos diários em formato digital a partir de séries históricas das várias estações

meteorológicas convencionais da rede da estação INMET com milhões de informações

referentes a medições diárias de acordo com as normas técnicas internacionais da

Organização Meteorológica Mundial (Figura 8).

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Figura 8 - Precipitação acumulada 1981-2010 (mm).

Fonte: INMET (2018).

3.3 Geomática aplicada a modelagem de dados

3.3.1 Sistema de informações geográficas (SIG)

Tomar decisões com base na geografia é básico para o pensamento humano. Ao

entender a geografia e o relacionamento das pessoas com a localização, podemos tomar

decisões informadas sobre a maneira como vivemos em nosso planeta. Um sistema de

informação geográfica (SIG) é uma ferramenta tecnológica para compreender a geografia

e tomar decisões (ESRI, 2012).

Depois de passar em revista várias definições de SIG faz uma nova proposta de

definição (CHRISMAN, 1999), sendo a atividade organizada pela qual as pessoas: podem

medir aspectos de fenômenos e processos geográficos;

• Representar essas medidas, geralmente na forma de um banco de dados de

computador, para enfatizar temas, entidades e relacionamentos espaciais;

• Operar com base nessas representações para produzir mais medições e descobrir

novas relações, integrando fontes díspares; e

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• Transforme essas representações para se adequar a outras estruturas de entidades

e relacionamentos.

As definições típicas de Sistemas de Informações Geográficas referem-se à sua

capacidade de inserir, gerenciar, analisar, mapear e fornecer digitalmente saídas

estatísticas relacionadas a dados espaciais. Eles geralmente gastam tinta considerável

detalhando o hardware, o software e os procedimentos comumente rotulados como SIG.

O comum thread é a ligação da informação à sua localização geográfica, através dos

poderes analíticos e de gestão de dados fornecidos pela tecnologia informática (BAILEY;

SCHICK, 2009).

Um bom programa SIG é capaz de processar dados geográficos de uma variedade

de fontes e integrá-los em um projeto de mapa. Não apenas qualquer mapa - mapas

digitais inteligentes possibilitados pela tecnologia do sistema de informações geográficas

(SIG). Mesmo as pessoas que nunca usaram mapas para analisar dados estão descobrindo

que os mapas tornam as informações de processamento muito mais fáceis e mais eficazes

(ESRI, 2012).

3.4 Análise do uso da terra agrícola utilizando SIG e AHP

Com o aumento da população, assim como as atividades humanas, a pressão sobre

o solo foi intensificada (BANDYOPADHYAY et al., 2009). É fato conhecido que o uso

racional e sustentável de recursos naturais insubstituíveis, como o solo, é um dos

indicadores mais importantes do crescimento econômico. De fato, a Comissão Mundial

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento associou a adequação da terra ao

desenvolvimento sustentável e o definiu como uma resposta às necessidades do presente,

sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias

necessidades (FEIZIZADEH; BLASCHKE, 2013). A análise de adequação do uso da

terra é o processo de determinar a adequação de uma dada área de terra para um certo tipo

de uso (agricultura, floresta, recreação, etc.) e o nível de adequação. Uma parte importante

deste processo é a determinação dos critérios que afetam a adequação da terra (AL-

SHALABI et al., 2006).

Geoprocessamento é uma área de pesquisa inovadora dentro do campo de SIG e

análise geoespacial. Por esta razão, é fortemente influenciado pelos desenvolvimentos

recentes em programação, processamento de dados e design de interface. Em nenhum

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lugar isso é mais óbvio do que na preocupação com a modelagem de processos dinâmicos

(SMITH; GOODCHILD; LONGLEY, 2009).

O uso de métodos SIG Multicritérios de Tomada de Decisão (MCDM) permite ao

usuário derivar conhecimento de diferentes fontes, a fim de apoiar o planejamento e o

gerenciamento do uso da terra (Malczewski, 2004). A abordagem de avaliação

multicritério com base nas regras de decisão do SIG (RESHMIDEVI et al.,2009) pode

reduzir o número de fatores usados na análise de adequação da terra. Uma técnica

multiatributo que foi incorporada ao procedimento de adequação do uso da terra baseado

em SIG é o processo de hierarquia analítica (AHP) (MURAYAMA, 2014). Esta é uma

abordagem dupla realizada em um ambiente SIG. Primeiro, ele pode ser empregado para

derivar os pesos associados às camadas de mapa de adequação (atributo). Os pesos podem

então ser combinados com as camadas do mapa de atributos de uma maneira similar

àquela usada nos métodos de combinação de aditivos lineares (MALCZEWSKI, 2004).

3.4.1 Processo de Hierarquia Analítica

A análise do índice de aptidão do solo é o processo de determinar a aptidão de

uma dada área de solo para um certo tipo de uso (agricultura, floresta, recreação, etc.) e

o nível de adequação necessário. Uma parte importante deste processo é a determinação

dos critérios que afetam a adequação da terra (AL-SHALABI et al., 2006).

A presença de vários e múltiplos critérios torna a análise de aptidão do uso do solo

cada vez mais complexa porque, para apoiar o uso a longo prazo de um pedaço de solo

sem deterioração, critérios como os custos socioeconômicos e ambientais e as

consequências devem ser levados. em consideração, além das propriedades inerentes

dessa unidade de solo (BANDYOPADHYAY et al., 2009).Além disso, entende-se que

não há um padrão definido quanto aos critérios a serem levados em consideração ao

avaliar o índice de aptidão agrícola do solo para a agricultura e que os critérios usados em

estudos semelhantes são geralmente aqueles que são acessíveis (AKINCI; ÖZALP;

TURGUT, 2013).

Nestes tipos de estudos, as propriedades topográficas e do solo são amplamente

utilizadas. Por exemplo Wang (1994), relatou que a validação da aptidão agrícola do solo

envolve a análise de uma grande variedade e quantidade de aspectos fisiográficos,

incluindo características climáticas (temperatura e precipitação), características internas

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31

do solo (temperatura, umidade, aeração, fertilidade, profundidade, textura e salinidade) e

características externas do solo (declividade, inundação e acessibilidade).

Perveen et al. (2005) utilizaram os parâmetros de textura do solo, umidade do

solo, consistência do solo, pH do solo, drenagem do solo, teor de matéria orgânica e

declividade na análise de aptidão agrícola do solo. Enquanto Bolca et al. (2013) incluíram

os parâmetros de classe de uso do solo, profundidade do solo, propriedades limitantes do

solo, drenagem, erosão, declividade, aspecto, presença de água, precipitação,

temperatura, cobertura vegetal e transporte na aptidão agrícola do solo, Akbulak (2010)

utilizou os parâmetros de declividade, erosão, profundidade do solo, propriedades

limitantes do solo, elevação e proximidade de estradas.

Para determinar a aptidão agrícola do solo, Bandyopadhyay et al. (2009)

utilizaram os parâmetros de textura do solo, teor de matéria orgânica, profundidade do

solo, declividade e uso da terra / cobertura do solo. Finalmente, em uma aptidão agrícola

do solo conduzida em Tabriz, Irã para produção agrícola, Feizizadeh; Blaschke (2012)

usaram um total de 8 fatores causais (elevação, declividade, aspecto, fertilidade do solo,

pH do solo, temperatura, precipitação e água subterrânea), foram determinados dentro de

quatro critérios principais que determinaram (nomeadamente, topografia, clima,

propriedades do solo e recursos hídricos). Como estabelecido acima, para aptidão agrícola

do solo, muitos critérios precisam ser considerados em conjunto. Como nem todos os

critérios que afetam a aptidão agrícola do solo têm níveis iguais de significância, vários

métodos foram usados para determinar os pesos desses critérios e os escores dos

subcritérios (PRAKASH, 2003). Por exemplo, Perveen et al. (2007), que objetivaram

determinar a aptidão física para culturas de arroz, integraram Sistemas de Informação

Geográfica (SIG) com a abordagem de avaliação multicriterial e utilizaram o processo de

hierarquia analítica (AHP) na aplicação. Em outro estudo no qual os métodos SIG e AHP

foram integrados, Feizizadeh; Blaschke (2012), que investigaram o uso ótimo dos

recursos terrestres para a produção agrícola, realizaram análises de aptidão agrícola do

solo baseadas em SIG usando o método AHP. Além disso, Mokarram (2016)

apresentaram uma avaliação multicriterial de aptidão do solo baseada em SIG usando o

método Ordered Weight Averaging (OWA) - Peso Médio Ordenado, com uma

abordagem de quantificador difuso para a agricultura.

O método AHP é uma das abordagens de decisão de múltiplos critérios que são

comumente usadas na análise de aptidão agrícola do solo. O processo de hierarquia

analítica (AHP) é uma abordagem mulcriterial de tomada de decisão introduzida por

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Saaty (1977, 2004). O AHP atraiu o interesse de muitos pesquisadores principalmente

por causa das propriedades matemáticas efetivas do método (MANN, 1995). Uma das

abordagens de análise multicritério mais amplamente conhecidas e usadas, o método AHP

permite aos usuários determinar os pesos dos parâmetros na solução de um problema

multicritério.

No método AHP, um modelo hierárquico que consiste em objetivos, critérios,

subcritérios e alternativas é usado para cada problema (SAATY, 1990). Depois que o

problema é definido em uma estrutura hierárquica, os pesos dos critérios que formam a

hierarquia são calculados (ÖZTÜRK E BATUK, 2010).

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4 Material e Métodos

4.1 Caracterização da área de estudo.

O estado do Paraná está situado na região Sul do Brasil, abrangendo 199.880,200

km², cerca de 2,34% do território brasileiro (IPEA, 2015) (IPARDES, 2017), sendo

composto por 10 mesorregiões, as quais se subdividem em 39 microrregiões e compõem

399 municípios, conforme se observa na Figura 9.

Figura 9 - Localização do estado do Paraná e divisão por mesorregiões.

Fonte: IBGE (2014).

Em termos populacionais, de acordo com os censos de 2000 e 2010 realizados pelo

IBGE (2004), no ano de 2000 havia 9.563.458 habitantes no Paraná, dos quais 81,41%

caracterizavam-se como população urbana e 18,59% como população rural. Em 2010, o

Paraná detinha 10.444.526 habitantes, dos quais 85,33% encontrava-se no meio urbano e

14,67% no meio rural. Desse modo, em 2010 o Paraná possuía 5,47% da população

brasileira, caracterizando uma densidade demográfica de 52,4 habitantes/km², média

elevada se comparada às de grande parte dos estados brasileiros e à média nacional.

A Microrregião Geográfica de Guarapuava faz parte da mesorregião geográfica

Centro-Sul Paranaense (Figura 10), abrangendo 1.448.604 hectares do estado. Possui

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como característica histórica a constituição de grandes propriedades rurais, apresentando

significativa concentração em termos de estrutura ocupacional no meio rural (IPARDES,

2017).

Figura 10 - Microrregião de Guarapuava no estado do Paraná.

Fonte: IBGE (2014).

Com bases nos censos realizados no ano de 2000 e 2010 (IBGE, 2015), estimava-

se que em 2000 havia na microrregião de Guarapuava 363.645 habitantes, 3,8% da

população paranaense, sendo que 65,3% habitavam no meio urbano e 34,7% no meio

rural. Em 2010 havia 378.086 habitantes, 3,62% da população paranaense, sendo que

69,45% residia no meio urbano e 30,55% no meio rural.

4.1.1 Características Econômicas e Agrícolas

Referente a economia, em 1999, o PIB da microrregião de Guarapuava representava

2,86% do PIB paranaense, sendo a 9º maior microrregião em termos de representação

perante o PIB. Já em 2012, a microrregião de Guarapuava representava 2,44%, do PIB,

ainda se mantendo com a 9º posição. Por sua vez, o PIB per capita da microrregião de

Guarapuava no ano de 2002 era de R$ 14.935,98, ocupando a 19º posição em relação a

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todas as microrregiões paranaenses. Já em 2012, o valor passa a ser de R$ 16.391,00,

passando a ocupar a 27º posição.

Na região de Guarapuava, a prática da agricultura familiar possui significativa

representatividade. Segundo dados do Censo Agropecuário do ano de 2006, a

microrregião de Guarapuava apresentava 296.101 hectares de área ocupada com a

agricultura familiar, com cerca de 20.153 estabelecimentos. Muitos dos municípios

pertencentes à microrregião de Guarapuava possuem economia quase que exclusivamente

rural, e para algumas pessoas residentes na região a prática da agricultura familiar ainda

é o principal meio de sustento (BASTOS; FAJARDO, 2014). Segundo estes mesmos

autores, Guarapuava teve seu processo de modernização agrária vinculado à instalação

de empresas como a Cooperativa Agrária Agroindustrial e a Agrogen Desenvolvimento

Genético, que são duas das mais importantes empresas existentes na região, responsáveis

por uma significativa parcela da dinâmica econômica do município.

4.1.2 Área de estudo.

Em termos geográficos, a microrregião de Guarapuava é composta por 18

municípios: Campina do Simão, Candói, Cantagalo, Espigão Alto do Iguaçu, Foz do

Jordão, Goioxim, Guarapuava, Inácio Martins, Laranjeiras do Sul, Marquinho, Nova

Laranjeiras, Pinhão, Porto Barreiro, Quedas do Iguaçu, Reserva do Iguaçu, Rio Bonito do

Iguaçu, Turvo e Virmond, representando aproximadamente 8,1% do território

paranaense, melhor visualizado na Figura 11.

No Tabela 1, é possível observar as áreas correspondentes a cada município, sendo

a coluna Área (ha) representa o valor da área do município e a coluna Área % representado

a porcentagem de área que o respectivo município abrange dentro da microrregião de

Guarapuava.

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Figura 11 - Municípios que compõe a Microrregião de Guarapuava.

Fonte:Autor, adaptação shape files IBGE (2018).

Tabela 1- Áreas correspondentes aos municípios pertencentes a Microrregião de Guarapuava.

Fonte: IBGE (2018).

O cálculo das áreas dos municípios foi realizado a partir de arquivos Shapefiles

disponíveis para download no site do IBGE em https://downloads.ibge.gov.br/.

Turvo 81.748 5,64

9 Laranjeiras do Sul 53.710 3,71 18 Virmond 21.820 1,51

8 Inácio Martins 82.770 5,71 17

Reserva do Iguaçu 75.150 5,19

7 Guarapuava 282.474 19,50 16 Rio Bonito do Iguaçu 62.960 4,35

6 Goioxim 62.236 4,30 15

Porto Barreiro 33.020 2,28

5 Foz do Jordão 21.911 1,51 14 Quedas do Iguaçu 73.520 5,08

4 Espigão Alto do Iguaçu 35.120 2,42 13

Nova Laranjeiras 106.675 7,36

3 Cantagalo 53.225 3,67 12 Pinhão 180.118 12,43

2 Candói 137.084 9,46 11

Área %

1 Campina do Simão 39.783 2,75 10 Marquinho 45.280 3,13

Município ha Área % Município ha

1 17

7

8

12 15

2

6 3

10 11

9

16

4

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5

13

18

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4.2 Metodologia de processamento de dados

Alguns materiais e métodos de processamento de dados foram comuns a todos os

objetivos específicos propostos na pesquisa, estes serão descritos inicialmente visando

evitar repetições nas demais etapas da metodologia. As fases de desenvolvimento da

pesquisa podem ser melhor visualizadas no fluxograma da metodologia de processamento

de dados (Figura 12). Neste estudo foi utilizado o Sistema de Informações Geográficas

(SIG) ArcGIS versão 10.3, software desenvolvido pela Esri - Environmental Systems

Research Instituteb, mundialmente conhecido no processamento de dados

Georreferenciados.

Os dados climáticos utilizados para o cenário base (1970-2000) e para os cenários

RCP4.5 e RCP8.5 (2041-2060) foram provenientes do WorldClim (Global Climate Data).

Figura 12 - Fluxograma da metodologia de processamento de dados.

Características Produtivas da Cultura

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Os dados climáticos são referidos como o banco de dados "WorldClim versão 2" e

estão disponíveis para download, no formato grid, em http://worldclim.org/. Os dados de

solo utilizados foram provenientes da plataforma ISRIC - The World Data Centre for

Soils (WDC-Soils), onde as principais fontes de informações são compilações globais de

dados de perfis de solo e camadas ambientais a uma resolução de 1 km; e estão

disponíveis para download em http: //www.worldgrids.org (HENGL et al., 2014). Foram

utilizados dados de relevo e topografia da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária), disponíveis para download no site da Embrapa em

https://www.cnpm.embrapa.br/projetos/relevo/download.

Os dados de variáveis climáticas foram inseridos no banco de dados SIG, adotando

o sistema GCS WGS-84 de coordenadas geográficas (Latitude e Longitude), com

resolução espacial de 30” de arco (0,0110833 graus decimais) proporcionando uma

resolução aproximada de 1Km² recomendável para aplicações regionais, garantindo desta

maneira a qualidade e precisão das informações apresentadas neste trabalho. As variáveis

e suas respectivas unidades são médias mensais de Temperatura média (°C), precipitação

(mm/dia), temperatura máxima (°C), temperatura mínima (°C), radiação solar (W/m²) e

umidade relativa (%).

É importante considerar que devido à formatação, arredondamento e apresentação

dos resultados, ponderou-se apenas os valores mais representativos para cada cenário

climático, sendo assim foram desconsideradas variações de precipitação e temperatura

inferiores a 300 hectares. Importante também salientar que todos os mapas foram gerados

no ArcGIS versão 10.3, software desenvolvido pela Esri, e visando publicações

internacionais, os mesmos foram referenciados ao sistema WGS1984. No Brasil adota-se

o referencial SIRGAS2000, segundo IBGE (2006), na Resolução do Presidente do IBGE

nº 01, de 25 de fevereiro de 2005, o WGS84 e o SIRGAS2000 podem ser considerados

atualmente equivalentes.

Para avaliação dos 03 cenários considerados na área de estudo, foram

estabelecidos índices relativos para as variáveis temperatura e precipitação pluvial. Estes

foram determinados considerando o valor proporcional da área abrangida pelos diferentes

intervalos estabelecidos para cada variável no tempo devido (ciclo da cultura ou período

anual) em relação à área total, e sua proporção entre valores calculados para os diferentes

anos (cenários) avaliados. Os intervalos de temperatura variaram a cada 2 oC entre 10 e

26 oC, e os intervalos de precipitação variaram a cada 30mm no intervalo entre 60 e 270

mm, de acordo com banco de dados do local.

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A avaliação destes coeficientes foi realizada utilizando o coeficiente (r) de

Pearson, que foi determinado e representado graficamente por análise de dispersão com

uso do software Origin, versão 8. A interpretação da relação linear representada por (r)

foi realizada conforme Cohen (1988) sendo r<0,1 = insignificante, de 0,1 a 0,39 = fraca,

de 0,40 a 0,70 = moderada e > 0,70 = forte.

4.3 Projeções regional climática para a Microrregião de Guarapuava

4.3.1 Cenário base (1970-2000).

Considerou-se como cenário base os dados de 30 anos compreendidos entre o

intervalo de tempo de 1970 a 2000, disponíveis o banco de dados "WorldClim versão 2”.

Os dados das variáveis climáticas foram inseridos no banco de dados SIG, adotando o

sistema de coordenadas geográficas latitude e longitude, com resolução espacial de 0,5°

x 0,5°. Foram gerados os mapas de precipitação e temperatura média para as médias

mensais para a microrregião de Guarapuava. Os mapas foram analisados mês a mês e

foram identificados os municípios que apresentaram maiores variações de temperatura

média do ar e precipitação pluvial media. Para auxiliar a análise dos resultados, além das

figuras com as médias mensais de precipitação e temperatura, foram gerados quadros

mensais específicos para cada município.

.

4.4 Análise de Múltiplos Critérios na estimativa de aptidão agrícola

Para estimar o índice de aptidão agrícola das culturas de trigo e milho, foram

utilizados atributos ambientais considerando 3 variáveis principais: Solo, Topografia e

Clima. Foi utilizado o método Análise de Múltiplos Critérios (MCA) (SPOSITO et al.,

2013), no qual os atributos com seus componentes são ponderados utilizando o Processo

de Hierarquia Analítica (AHP). Neste procedimento são levadas em consideração a época

de cultivo e as diferentes caraterísticas fenológicas, foram desenvolvidas estruturas de

analise MCA específicos para ambas as culturas.

A primeira etapa da MCA é dedicada a definição e montagem da estrutura da arvore

de variáveis, e posteriormente a ponderação dos atributos para cultura trabalhada na

pesquisa. No caso da variável “solo” seu valor na estrutura final para o cálculo do índice

de aptidão agrícola foi ponderado de acordo com o método desenvolvido e aplicado nas

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pesquisas do CERRF - Centre for Regional and Rural Futures; Faculty of Science,

Engineering and Build Environment da DEAKIN University (MRAZOVA et al., 2017).

Após a montagem da estrutura MCA foram gerados mapas para os diferentes atributos de

solo e estes foram analisados individualmente com a finalidade de avaliar a qualidade das

informações.

Para a variável solo foram utilizados dados provenientes da plataforma ISRIC - The

World Data Centre for Soils (BATJES, 1995). Estes dados (Figura 13) foram comuns as

culturas de trigo e milho, porém os valores de ponderação de seus atributos foram

distintos para cada cultura em questão levando em consideração suas características

fenológicas.

Os atributos utilizados foram os seguintes:

• pH CaCl2 para superfície do solo (0- 0,10m);

• pH CaCl2 para a camada de subsuperfície (0 – 0,30m);

• CTC para a camada de subsuperfície (0 – 0,30m);

• MO para a camada de subsuperfície (0 – 0,30m);

• Textura para a camada de subsuperfície (0 – 0,30m);

• Profundidade de Rocha;

• Profundidade efetiva.

Figura 13 – Estrutura organizacional dos atributos de solo.

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Após a definição dos atributos da variável solo foram gerados (grids) mapas para

visualizar a distribuição geoespacial do valor dos atributos considerados. verificou-se que

tais valores se apresentaram próximos aos dados apresentados por Ribas (2010).

Para a variável Topografia foram considerados os seguintes atributos: Declive,

Aspecto e Altitude (Figura 14).

Figura 14 - Atributos da variável topografia.

A variável Clima foi dividida em dois atributos principais, sendo estes Temperatura

e Precipitação (Figura 15), e posteriormente esses atributos foram ponderados de acordo

com as caraterísticas fenológicas e necessidades hídricas de cada cultura (CUNHA;

CAIERÃO; ROSA, 2015).

Figura 15 -Atributos do variável clima

4.4.1 Análise de Múltiplos Critérios aplicada as culturas de trigo e milho.

A análise de muilticritérios para a cultura do trigo e milho foi realizada

considerando 3 variáveis principais: Solo, Topografia e Clima. Os atributos foram

ponderados utilizando o Processo de Hierarquia Analítica (AHP). Os valores médios

fixados para a variação dos os atributos foram ajustados considerando-se características

Vertente

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eco fisiológicas das culturas e ponderados com informações agronômicas verificadas na

literatura (BASSOI; SILVA, 2016; LIBARDI; COSTA, 1997; MOLSSATO et al., 2016;

MOHANTY et al., 2012; FERREIRA et al., 2006; FERNANDES et al., 2011; LAGOAS,

2006). Para a variável Solo, os valores dos atributos considerados podem ser melhor

visualizados na Figura 16. Foi aplicada a mesma metodologia para ponderação AHP para

ponderação dos atributos variáveis Topografia (Figura 17), e para a variável Clima

(Figura 18). O resultado final para a MCA utilizando AHP, considerando todas as

variáveis envolvidas para as culturas de trigo e milho podem ser melhor visualizadas

respectivamente nas Figuras 19 e 20.

Figura 16 - Ponderação dos atributos nas variáveis de solo.

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Figura 17 - Ponderação dos atributos nas variáveis de topografia.

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Figura 18 - - Ponderação dos atributos do variável clima.

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A Análise de Múltiplos Critérios (MCA) é uma metodologia comumente utilizada

para desenvolver os modelos de adequação matemática acima mencionados. Utilizando a

aptidão agrícola como proxy para os rendimentos de culturas que determinam os valores

de todos os atributos ambientais subjacentes (SPOSITO et al. 2013; ROMEIJN et al.

2016). Considerando três variáveis principais: Solo, Topografia e Clima, com pesos

atribuídos dependendo de sua influência sobre o crescimento e rendimento das culturas.

Essas variáveis são subdivididas em vários outros atributos, cujas faixas de valores são

definidas para atender ao rendimento ótimo, com índices que variam de 0,0 a 1,0,

dependendo do Índice de aptidão agrícola de 0% a 100%.

Os atributos com seus critérios são analisados usando um Processo de Hierarquia

Analítica (AHP) desenvolvido por Saaty (1987). As análises de IAP e são incorporados

em um ambiente SIG, produzindo uma representação espacial dos resultados, trabalhando

com Grids, e utilizando a ferramenta de sobreposição ponderada (Weighted Overlay) de

todos os atributos e seus respectivos valores (FERRETTI; POMARICO 2013;

MALCZEWSKI 2004; DUJMOVIC et al. 2009, BATHRELLOS et al., 2013).

Os modelos são desenvolvidos para múltiplos períodos de tempo, sendo o

primeiro um clima normal ou uma linha de base e projeções futuras. O cenário base

representa um clima atual pela média dos valores de dados históricos medidos de um

período de 1990-2000. Considerado um foco para a agricultura da área de estudo as

projeções foram modeladas para o ano de 2050.

4.5 Implicações do clima para a Microrregião de Guarapuava:

Foram escolhidos dois cenários para a microrregião de Guarapuava, RCP4.5 (mais

otimista) e RCP8.5 (mais pessimista), para o cenário futuro de 2050 (2041-2060). Os

mapas de cenários futuros são resultantes da média das respostas de seis modelos

climáticos globais de previsões futuras: CCSR/NIES.CGCM2, CSIRO-Mk2, ECHAM4,

GFDL-R30 e HadCM3 (MENDES et al., 2014), disponibilizados para download, no

formato grid, em http://worldclim.org/.

4.6 Comparação dos resultados com os históricos de produção

Nesta etapa foi realizado um processo de comparação entre os resultados de

produção obtidos por estimativa a partir dos Índices de Aptidão Agrícola calculados e os

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dados reais de produção das culturas de trigo e milho informados pela SEAB - Secretaria

da Agricultura e do Abastecimento. Os cálculos foram realizados para os anos de 2000,

2005 e 2010, definidos por serem de período relativamente recente, o que representa uma

certa homogeneidade regional referente a características agrícolas, como manejo do solo,

adubação, cultivares, tratos culturais, dentre outros.

Para este período as informações climáticas ainda não estão disponíveis no

Wordclim. Por este motivo foram obtidas junto ao banco de dados da rede de estações

agrometeorologias do Instituto Agronômicos do Paraná – IAPAR. Como na região de

estudo somente os municípios de Guarapuava, Laranjeiras do Sul e Quedas do Iguaçu

fazem parte da rede agrometeorológica do IAPAR, fez-se necessário calcular um

microclima regional com a elaboração de um grid a partir dos dados disponíveis para

municípios vizinhos a microrregião de Guarapuava (Figura 21).

Os cálculos dos grids de precipitação pluvial média mensal e temperatura média

mensal do ar para os anos de 2000, 2005 e 2010, foram executados no Software ArcGIS,

utilizando a ferramenta Spatial Analyst Tools> Interpolation> IDW. O método de

interpolação IDW – Distância Inversa Ponderada é considerado um dos melhores

métodos de interpolação para médias climáticas locais (CHENG et al., 2017).

Figura 21 - Área de abrangência de cobertura do microclima regional (IAPAR).

Fonte: autor

Com o ajuste dos grids para o microclima regional, realizado por regressão linear

considerando como variáveis fixas latitude e longitude e variável flutuante a altitude

Page 65: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

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(ASSAD et al., 2004), foi possível estabelecer a precipitação pluvial média mensal e

temperatura média mensal do ar para todos os municípios pertencentes a área de estudo,

gerando um banco de dados climáticos confiáveis para os anos de 2000, 2005 e 2010.

Com os dados ajustados aplicou-se a metodologia de MCA e posteriormente AHP

com os índices de aptidão agrícola devidamente calculados foi possível comparar os

dados reais de produção com os obtidos por estimativa.

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50

5 Resultados e Discussão

5.1 Projeção regional climática para a Microrregião de Guarapuava

Na Figura 22 são apresentadas as variações da temperatura ao longo do ano

considerando a porcentagem de área abrangida por determinada temperatura na região de

estudo para o cenário base 1970 a 2000, com centro da média em 1985 e para os cenários

RCP4.5 e RCP8.5 projetados para 2050. Os dados demonstram que no cenário base as

temperaturas predominantes na maior parte da área de estudo eram inferiores àquelas

projetadas para o ano de 2050, podendo notar-se claramente que no cenário base os

maiores índices de porcentagem de área apresentavam valores médios de temperatura

inferiores quando comparado às estimativas para 2050.

Observa-se que ocorre um incremento dos valores máximos da temperatura

estimados para 2050 em relação a 1985, de aproximadamente 2°C com exceção do mês

de março em que as temperaturas médias estimadas para 2050 em ambos os cenários

apontam incremento de 4°C, com 45% da área de estudo ajustando a temperatura média

de 19 para 23°C, sendo que este valor de 23°C não era representativo para o mês de março

no cenário base, também demostrado no Anexo 4.

Considerando ainda a Figura 23 e os cenários RCP4.5 e RCP8.5 verificam-se

tendências de similaridade na relação área vs. temperatura entre os meses de janeiro a

setembro, contudo, na relação área temperatura nos meses de outubro, novembro e

dezembro o cenário RCP8.5 apresenta valores de temperatura 2°C superiores aos

projetados pelo cenário RCP4.5. Salienta-se ainda as tendências apontadas para o mês de

julho em que ambos os cenários estimam aumento de temperatura de em 2°C em relação

ao cenário base, porém com o cenário RCP8.5 indicando que aproximadamente 90% da

área ajusta a temperatura de 13° para 15°C contra 60% para o cenário RCP4.5.

As alterações climáticas projetadas para o ano de 2050 a partir da avaliação anual

das variações da relação área vs. temperatura, indicam a necessidade de se considerar os

possíveis impactos das projeções de aumento de temperatura na maior parte da área, sobre

o desenvolvimento e resultados de produção das culturas agrícolas, especialmente

levando-se em conta a característica da área de estudo, com economia baseada na

agricultura, conforme demonstra IPARDES (2014).

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A respeito da estimativa de elevação da temperatura em Guarapuava o maior

município do estado do Paraná (19,5% da área de estudo), Teixeira et al., (2018)

demonstram que o aquecimento projetado para 2050 terá impacto negativo sobre as

culturas do trigo e da cevada que são consideradas culturas de inverno por serem

cultivadas nos meses mais frios do ano, tendo desenvolvimento e produtividade reduzidas

com o aumento da temperatura.

Considerando-se as Figuras 24, 25 e 26 (médias entre os três cenários) observa-se

que a área de estudo apresenta distinções quanto as variações das temperaturas

predominantes nos diferentes períodos do ano. Sendo que de modo geral a temperatura

tende a se elevar na direção de leste para oeste. Fatores que devem estar relacionados a

maior altitude dos municípios situados mais a leste, bem como características de

continentalidade, conforme pode ser observado em Bassoi et al. (2016) e Figura 27.

A respeito desta variações de temperatura na área, observando-se as Figuras 28,

29 e 30 (médias entre os três cenários) nos quais são apresentadas as variações médias da

temperatura na área para os cenários considerados no estudo, observa-se que o referido

aumento de temperatura estimado pelos cenários futuros, tende a reduzir as áreas de

menor temperatura de localidades tradicionalmente consideradas mais frias dos

município situados mais a leste da área, podendo ser destacados os municípios de

Guarapuava, Inácio Martins, Pinhão, Turvo, Campina do Simão e em parte também

Candói, Goioxim e reserva do Iguaçu. Entretanto, a avaliação destas mesmas figuras

demonstra claramente que no ano de 2050 a temperatura apresentará incremento em toda

a área, tendendo a ser mais acentuada no cenário RCP8.5. Assim elevando a temperatura

também de municípios que no cenário base apresentavam as maiores médias ao longo do

ano, como Quedas do Iguaçu, Espigão Alto do Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu, Porto

Barreiro, Laranjeiras do Sul, Nova Laranjeiras, e em parte os municípios de Marquinho,

Virmond, Foz do Jordão e Cantagalo.

Com estas perspectivas de temperaturas mais elevadas para o ano de 2050

(Anexos 5 a 16) considerando ambos os cenários, RCP4.5 e RCP8.5, devem ser esperados

impactos sobre o desenvolvimento e produção de culturas agrícolas consideradas de verão

como milho, soja e feijão, e sobre as culturas de inverno com destaque para trigo e cevada

predominantes nas áreas frias especialmente de Guarapuava, Inácio Martins, Pinhão,

Turvo, Campina do Simão, Candói e Goioxim. Neste caso tanto para culturas de inverno

como de verão poderá ocorrer necessidade de migração de área para cultivo por mudança

de aptidão para o cultivo, bem como redução tanto da área cultivada como do período

Page 69: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

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Figura 23 - Comparativo temperatura (janeiro - abril) cenário base e cenários RCP4.5 e RCP8.5.

Page 70: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

54

Figura 24 - Comparativo temperatura (maio - agosto) cenário base e cenários RCP4.5 e RCP8.5.

Page 71: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

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Figura 25 - Comparativo temperatura (setembro - dezembro) cenário base e cenários RCP4.5 e RCP8.5.

Page 72: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

56

adequado para o cultivo. Sendo o melhoramento genético e adaptação de cultivares

(YANG, 2007), uma das principais ferramentas a serem consideradas para evitar perdas

de produtividade das culturas e do volume de produção da área de estudo.

As variações da precipitação pluvial ao longo do ano são apresentadas na Figura

28. Nesta é considerada a porcentagem de área abrangida em diferentes índices de

precipitação pluvial na área de estudo para cenário base (1970-2000), com centro da

média em 1985 e para os cenários RCP4.5 e RCP8.5 em projeção para o ano de 2050

(Anexos 17,18 e 19). Em comparação à temperatura, as estimativas de mudanças nos

índices de precipitação pluvial projetados para os diferentes meses do ano são menos

expressivas comparando o cenário base e projeções para o ano de 2050.

Considerando-se a Figura 28 destacam-se os meses de primavera, com tendência

de aumento nos índices de precipitação para os cenários futuros, em relação ao cenário

base, em que aproximadamente 50% da área poderá apresentar índices de precipitação

em torno de 225mm, o que praticamente não ocorria no cenário base de 1985 (Figura 28i

e Figura 30), este índice poderá passar para aproximadamente 255mm no mês de outubro,

que como pode ser observado nas Figuras 28j (comparativo precipitação, setembro –

dezembro) e Figura 31 (comparativo das médias para o mês de outubro) cenário base e

cenários RCP4.5 e RCP8.5) apresenta-se como o mês em geral mais chuvoso do ano,

sendo que o mês de janeiro (Figura 28) apresenta valores aproximados, estando os dados

de acordo com os apresentados por Bork (2015). Conforme pode ser observado nas

Figuras 28k e 28l os meses de novembro e dezembro tenderão a apresentar notado

aumento na lâmina de precipitação ultrapassando no ano de 2050 165 e 195 mm, em mais

de 50% da área para ambos os cenários RCP4.5 e RCP8.5, respectivamente, sendo que

estes índices eram praticamente inexpressivos no cenário base de 1985.

Avaliando-se as Figuras 28d, 28y e 28f observa-se que também nos meses de abril,

maio e junho existe prospecção de aumento na lâmina máxima de precipitação, em que o

cenário RCP8.5 estima que 90% da área possa apresentar no mês de abril lâmina

acumulada de precipitação de 135mm, sendo que neste mês de abril este valor era de

aproximadamente 105mm em cerca de 55% da área no cenário base de 1985. Na Figura

28e, observa-se que para o mês de maio, ambos os cenários futuros apontam uma clara

tendência de elevação do índice de precipitação acumulado, que poderá passar de 105mm

em 85% da área no cenário de 1985, para 135mm em aproximadamente 75%

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58

da área no ano de 2050. Para o mês de junho (Figura 28f) os cenários futuros demonstram

tendência de aumento na área com máximo acumulado de 165mm de 50 para 70% além

do aumento da área com de lâmina acumulada de 195mm de cerca de 1% no cenário base

de 1985, para aproximados 10 ou 20 % para os cenários bases IPCC RCP4.5 e RCP8.5,

respectivamente, em 2050.

Tais resultados de tendência de aumento da área de abrangência de maiores

lâminas acumuladas de precipitação na área de estudo (Figura 28), estão relacionadas com

as projeções de aumento da temperatura, conforme discutido anteriormente e

considerando Pendergrass; Hartmann (2014), embora, tais elevações inerentes a

precipitação tendem a ser menos expressivas em relação as elevações de temperatura.

No que se refere as variações na distribuição da precipitação na área de estudo

para os diferentes cenários avaliados, verifica-se que nos meses de janeiro e outubro a

precipitação pluvial média apresentou maiores índices, e nos meses de abril, maio, julho

e agosto encontram-se os menores índices. No cenário base, no mês de outubro é possível

observar elevados índices de precipitação entre 210-240mm (Figura 31), no setor oeste

da área de estudo abrangendo os municípios de Quedas do Iguaçu e Espigão Alto do

Iguaçu, enquanto que no cenário RCP4.5 é possível visualizar um aumento do índice de

precipitação abrangendo toda a região de estudo, mas em ambos cenários observa-se uma

área com menor índice de precipitação pluvial na região central do município de

Guarapuava. Esta distribuição não ocorre da mesma forma na projeção do cenário

RCP8.5, onde fica clara a divisão do regime de precipitação nos setores norte e sul da

área de estudo. No geral mesmo com a desuniformidade na distribuição, a precipitação

média anual histórica para a região de estudo situa-se entre 1.600 e 2.000 mm (IAPAR,

2000).

Considerando os resultados, deve ser salientado que uma das principais

características que devem ser esperadas como consequência do aquecimento global seja

um incremento na desuniformidade da distribuição das precipitações. Tal condição que

pode aumentar a ocorrência de períodos de maior intensidade de precipitação provocando

enxurradas, inundações e aumentando os índices de erosão em área cultivadas

(PENDERGRASS; HARTMANN, 2014). Além disso a má distribuição das chuvas

poderá estar associada também com a ocorrência de períodos secos, de estiagens, que

poderão impactar os cultivos (GODOY; ASSAD 2002). Sendo assim, as tendências de

aumento de temperatura e em menor escala também de precipitação, indicam que devem

ser esperados impactos negativos sobre as culturas agrícolas cultivadas na região.

Page 75: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

59

Figura 27 - Comparativo precipitação (janeiro - abril) cenário base e cenários RCP4.5 e RCP8.5.

Page 76: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

60

Figura 28 - Comparativo precipitação (maio - agosto) cenário base e cenários RCP4.5 e RCP8.5.

Page 77: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

61

Figura 29 - Comparativo precipitação (setembro - dezembro) cenário base e cenários RCP4.5 e RCP8.5.

Page 78: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

62

Na Figura 30 é apresentado o resultado da avaliação da correlação linear entre o

índice relativo de temperatura anual e o índice relativo de precipitação anual na área de

estudo, sendo observada relação linear positiva de índice r moderado. Resultado que

indica que o aumento do índice de temperatura tende, embora moderadamente, a

aumentar o índice médio de precipitação na área, especialmente para o cenário RCP4,5.

Os resultados estão de acordo com estudos de Pendergrass; Hartmann (2014) que

salientam que o aquecimento global tende a aumentar os níveis de precipitação em

determinadas regiões aumentado a frequência de eventos com maiores índices de

intensidade das chuvas e, provavelmente, reduzindo a uniformidade temporal de sua

distribuição.

Figura 30 - Correlação entre os índices relativos anuais de temperatura e de precipitação pluvial em

diferentes períodos e cenários de projeção climática na microrregião de Guarapuava-PR.

5.1.1 Resultados das Avaliações do Índice de Aptidão Agrícola para a cultura do

Trigo.

Os resultados das avaliações referentes ao cenário base (1970 – 2000) para a

cultura do trigo empregando-se a metodologia MCA proposta são apresentados na Figura

31, ilustrando que a maior parte da área de estudo encontrava-se com IAP de 80%, e em

algumas regiões ao oeste de Guarapuava e Inácio Martins é possível observar de maneira

mais concentrada áreas com IAP de até 90%, enquanto que ao sudoeste de Pinhão e a

sudeste de Reserva do Iguaçu encontram se alguns pontos com 70%, pontos estes que

Page 79: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

63

também aparecem de forma mais dispersa em alguns municípios distribuídos no setor

oeste.

Os valores do IAP em porcentagem e suas respectivas distribuições em hectares

dentro da microrregião de Guarapuava podem ser observados na Tabela 2. Na projeção

climática para a cultura de trigo no cenário futuro RCP4.5 (2041-2060), ilustrado na

Figura 32, observa-se uma mudança significativa no IAP na microrregião de Guarapuava.

A partir da Tabela 2 é possível comparar os resultados obtidos para o cenário base

(1970-2000) com cenário futuro RCP4.5 (2041-2060). Uma análise detalhada por

município encontra-se na Tabela 4. Observa-se crescimento de 3% de áreas com 60% de

IAP ao sul da área de estudo. Áreas localizadas a leste, que anteriormente indicavam

índice de aptidão agrícola de 90% foram totalmente substituídas por áreas que apresentam

IAP de 80% e 70%. No restante da área é possível observar redução de 52,77% do IAP

de 80% e aumento de 59,67% do IAP com 70%, além do surgimento de áreas com 60%

de IAP.

Os resultados das avaliações referentes ao cenário futuro (2041-2060)

demonstraram diferenças para os resultados dos cenários 4.5 e 8.5. Na projeção climática

para a cultura de trigo no cenário futuro RCP4.5 (2041-2060), ilustrada na Figura 32,

observa-se uma mudança significativa no IAP na microrregião de Guarapuava.

Tabela 2 - IAP para a cultura de trigo, comparativo cenário base e o cenário RCP4.5 (2041-2060).

Na projeção climática para a cultura de trigo no cenário futuro RCP8.5 (2041-

2060), ilustrada na Figura 33 e apresentado na Tabela 3, ocorre uma mudança no IAP nos

municípios localizados a oeste na microrregião de Guarapuava.

Área (ha) Área % Área (ha) Área %

60% 0 0 42.014 3

70% 42.986 3 892.222 63

80% 1.240.139 87 489.097 34

90% 140.208 10 0 0

Trigo

Cenário Base Cenário RCP4.5

(1970-2000) (2041-2060)

Índice de

Aptidão

Agricola

Page 80: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

64

Figura 31 - Aptidão agrícola para a cultura de trigo - Cenário base (1970-2000).

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65

Figura 32 - Aptidão agrícola para a cultura de trigo - Cenário futuro RCP4.5 (2041-2060).

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66

Figura 33 - Aptidão agrícola para a cultura de trigo - Cenário futuro RCP8.5 (2041-2060).

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67

Essas áreas que indicavam um índice de aptidão agrícola de 80% foram

substituídas por áreas com IAP de 60% e 70%. Nos municípios de Guarapuava, Inácio

Martins, Pinhão e Turvo ocorreu redução no IAP de 80% e 90% para 70%, com alguns

pontos de 80% mais concentrados na zona oeste do município de Turvo. No restante da

área observa-se redução de 84,45% do IAP de 80% e aumento de 82,27% do IAP com

70%, além do surgimento de uma área de 171.389 ha com 60% de IAP.

Tabela 3 - IAP para a cultura de trigo, comparativo cenário base e o cenário RCP8.5 (2041-2060).

Analisando as variações do IAP e os seus resultados representados em valores de

área e porcentagem nos diferentes cenários propostos (Tabela 4), observa-se que o

município do Turvo, localizado a nordeste da área de estudo, mesmo sofrendo variações,

manteve bons resultados de IAP, enquanto que os municípios localizados a leste e sudeste

da área de estudo (Quedas do Iguaçu, Espigão Alto do Iguaçu, Nova Laranjeiras,

Laranjeiras do Sul, Rio Bonito do Iguaçu, Porto Barreiro, Cantagalo Virmond, Foz do

Jordão e Marquinho) que no cenário base apresentavam um bom valor de IAP, sofreram

impacto no cenário RCP4.5 e ainda mais expressivo no cenário RCP8.5. O município do

Candói sofreu considerável impacto nos dois cenários propostos, porém mesmo no pior

cenário RCP8.5, ainda apresenta regiões com IAP de 80%.

Área (ha) Área % Área (ha) Área %

60% 0 0 171.389 12

70% 42.986 3 1.213.750 85

80% 1.240.139 87 38.194 3

90% 140.208 10 0 0

Trigo

Cenário Base Cenário RCP8.5

(1970-2000) (2041-2060)

Índice de

Aptidão

Agricola

/

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68

Tabela 4- IAP para a cultura de trigo, comparativo cenário base e os cenários RCP4.5 e RCP8.5.

contínua...

Área (ha) Área % Área (ha) Área % Área (ha) Área %

60% 0 0 0 0 0 0

70% 1.458 4 15.208 38 38.819 99

80% 36.736 93 24.028 62 417 1

90% 1.042 3 0 0 0 0

60% 0 0 2.500 0 28.889 21

70% 3.750 3 105.486 80 99.653 75

80% 124.375 92 26.528 20 5.972 4

90% 6.389 5 0 0 0 0

60% 0 0 0 0 16.875 32

70% 2.361 4 26.250 49 36.528 68

80% 50.417 96 27.153 51 0 0

90% 625 1 0 0 0 0

60% 0 0 0 0 10.000 28

70% 2.222 6 31.944 92 24.444 71

80% 30.972 89 2.847 8 347 1

90% 1.597 5 0 0 0 0

60% 0 0 1.319 0 4.167 19

70% 417 2 19.167 87 16.806 77

80% 20.069 95 625 3 139 1

90% 625 3 0 0 0 0

60% 0 0 0 0 7.986 13

70% 3.333 5 22.986 38 53.056 87

80% 57.292 94 38.333 62 278 0

90% 694 1 0 0 0 0

60% 0 0 0 0 1.667 1

70% 208 0 158.264 56 268.958 95

80% 209.306 75 122.986 44 10.625 4

90% 71.736 25 0 0 0 0

60% 0 0 0 0 0 0

70% 0 0 22.569 27 79.375 97

80% 65.972 80 59.583 73 2.778 3

90% 16.181 20 0 0 0 0

60% 0 0 278 1 20.139 37

70% 2.500 5 26.181 49 33.542 63

80% 51.250 95 27.292 50 69 0

90% 0 0 0 0 0 0

Município

Trigo IAP

Cenário Base Cenário RCP4.5 Cenário RCP8.5

(1970-2000) (2041-2060) (2041-2060)

Campina do

Simão

Candói

Cantagalo

Espigão Alto do

Iguaçu

Foz do Jordão

Goioxim

Guarapuava

Inácio Martins

Laranjeiras do

Sul

Page 85: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

69

continuação Tabela 4.

Área (ha) Área % Área (ha) Área % Área (ha) Área %

60% 0 0 0 0 5.417 12

70% 3.056 7 18.819 42 37.847 86

80% 39.861 91 25.139 58 694 2

90% 1.042 2 0 0 0 0

60% 0 0 69 0 16.250 16

70% 4.792 4 50.347 47 84.792 80

80% 94.167 90 55.000 53 4.375 4

90% 6.458 6 0 0 0 0

60% 0 0 17.222 10 1.597 1

70% 7.847 4 156.736 88 169.861 96

80% 150.694 86 2.847 2 5.347 3

90% 18.264 10 0 0 0 0

60% 0 0 0 0 9.375 28

70% 1.042 3 27.778 93 20.694 72

80% 28.819 96 2.292 7 0 0

90% 208 1 0 0 0 0

60% 0 0 347 0 15.625 21

70% 2.639 4 60.069 86 54.444 78

80% 65.833 93 10.278 14 625 1

90% 2.222 3 0 0 0 0

60% 0 0 19.583 26 5.069 7

70% 3.958 5 53.056 74 66.181 90

80% 68.611 94 347 0 1.736 3

90% 417 1 0 0 0 0

60% 0 0 694 1 18.472 29

70% 2.083 3 55.833 89 41.389 71

80% 54.583 92 3.333 10 0 0

90% 3.194 5 0 0 0 0

60% 0 0 0 0 278 0

70% 69 0 27.222 34 73.750 94

80% 69.375 89 51.528 66 4.722 6

90% 9.306 11 0 0 0 0

60% 0 0 0 0 9.167 42

70% 1.181 5 13.056 60 12.222 58

80% 20.139 95 8.333 40 0 0

90% 69 0 0 0 0 0

Município

Trigo IAP

Cenário Base Cenário RCP4.5 Cenário RCP8.5

(1970-2000) (2041-2060) (2041-2060)

Marquinho

Nova

Laranjeiras

Pinhão

Porto Barreiro

Quedas do

Iguaçu

Reserva do

Iguaçu

Rio Bonito do

Iguaçu

Turvo

Virmond

Page 86: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

70

De acordo com as simulações climáticas aplicando a metodologia proposta, as

regiões noroeste, norte, oeste e sudoeste da área de estudo, apresentariam maior

produtividade para a cultura de trigo no futuro em regiões com IAP 80% como nos

municípios de Candói, Pinhão e Guarapuava.

Na Figura 34 verifica-se correlação linear negativa forte entre temperatura e o IAP

para a cultura do trigo na área de estudo. A relação inversa indica que o aumento da

temperatura está relacionado fortemente com a redução do IAP. O trigo é uma cultura que

se desenvolve melhor nos períodos frios do ano, sendo que o aumento de temperatura

projetado para 2050 de acordo com ambos os cenários RCP 4.5 e RCP8.5 poderá

contribuir potencialmente com a redução da aptidão agrícola e, consequentemente, da

produtividade das variedades atualmente cultivadas na área de estudo, conforme

consideram Streck;Alberto (2006) e, de forma mais expressiva, para o cenário RCP 8.5.

em que o IAP é reduzido de 80% para 69%.

Figura 34 – Correlação entre índice relativo de temperatura e Índice de aptidão agrícola para a cultura do

trigo em diferentes períodos e cenários de projeção climática na microrregião de Guarapuava-PR.

A avaliação da relação entre o Índice relativo de precipitação e o índice de aptidão

agrícola para a cultura do trigo é apresentada na Figura 35, na qual pode ser observada

correlação linear negativa forte. Nota-se que no período de cultivo do trigo (considerado

de abril a setembro), o índice relativo de precipitação na área de estudo apresenta projeção

de aumentar entre aproximadamente 15% e 10% para os cenários RCP4.5 e RCP8.5, em

relação ao cenário base, contudo o IAP tende a ser reduzido de 80,7% para 73% e 69%,

respectivamente.

Page 87: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

71

Estes resultados são melhor interpretados quando associados aos apresentados na

Figura 34, onde observa-se claro efeito negativo do aumento projetado da temperatura

sobre o IAP da cultura do trigo para o ano de 2050. Desta forma, observando-se a Figura

35 entende-se que o possível efeito positivo da projeção de aumento do índice relativo de

precipitação sobre o IAP, tende a ser anulado pela projeção de aumento dos índices de

temperatura na área, sendo estes os dois fatores climáticos de maior influência para

determinação do IAP para culturas agrícolas, de acordo com o descrito em Godoy; Assad

(2002).

Figura 35 - Correlação entre Índice relativo de precipitação e Índice de aptidão agrícola para a cultura do

trigo em diferentes períodos e cenários de projeção climática na microrregião de Guarapuava-PR.

5.1.2 Resultados das Avaliações do Índice de Aptidão Agrícola para a cultura do

Milho.

Os resultados obtidos para o índice de aptidão agrícola na cultura de milho podem

ser melhor observados na Figura 36.

Page 88: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

72

Figura 36 - Aptidão agrícola para a cultura de milho - Cenário base (1970-2000).

Índ

ice d

e A

ptidã

o A

grí

co

la

A

lto

M

édio

B

aix

o

M

uito

Baix

o

Page 89: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

73

Os valores do índice de aptidão agrícola em porcentagem e suas respectivas

distribuições em hectares dentro da microrregião de Guarapuava podem ser observados

na Tabela 5.

Na projeção climática para a cultura do milho no cenário futuro RCP4.5 (2041-

2060), ilustrado na Figura 37, é possível observar uma mudança no IAP com o

crescimento de 37.433 hectares da área de 60% concentrada na região

sudeste da área de estudo. Na Tabela 5 também é possível observar as principais

mudanças da IAP ocorridas entre o cenário base (1970-2000) e o cenário futuro RCP4.5

(2041-2060)

Observa-se que a região oeste da área de estudo nas projeções futuras o IAP

manteve-se relativamente o mesmo, sem alterações expressivas na distribuição espacial e

em número de hectares. Na região central, onde estão localizados os municípios de

Candói, Cantagalo, Goioxim, setor oeste de Guarapuava e noroeste de Pinhão, observa-

se um aumento no IAP de 60% e 70% incluindo alguns pontos de 80%, demostrando que

em parte da área, mesmo com as projeções de alteração climática, pode ser esperada

manutenção dos índices de aptidão da área para o cultivo de milho e, consequentemente,

de produtividade da cultura no ano de 2050. Indicando ainda a necessidade de trabalhos

que analisem detalhadamente as regiões de cultivo e as aptidões para as diferentes culturas

agrícolas em projeções futuras de condições climáticas.

No setor leste verifica-se aumento de 3% nas áreas com IAP de 60%, com maior

concentração na região nordeste do município do Pinhão, noroeste e a leste de Inácio

Martins e abrangendo também a parte sudeste e nordeste do município de Guarapuava,

para projeções do cenário RCP4.5.

Tabela 5- IAP para a cultura de milho, comparativo cenário base e o cenário RCP4.5 (2041-2060).

O cenário futuro RCP8.5 (2041-2060) quando aplicado a cultura do milho

apresentou o menor IAP para a área de estudo. Analisando os resultados (Figura 38)

Área (ha) Área % Área (ha) Área %

60% 71.736 5 109.167 8

70% 1.258.540 88 1.137.360 80

80% 92.986 7 176.806 12

90% 69 0 0 0

Índice de

Aptidão

Agricola

Milho

Cenário Base Cenário RCP4.5

(1970-2000) (2041-2060)

Page 90: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

74

Figura 37 - Aptidão agrícola para a cultura de milho - Cenário futuro RCP4.5 (2041-2060).

Page 91: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

75

observa-se visualmente o aumento do IAP de 50% na ordem de 286.181 hectares

(Tabela 6), localizada no setor sudeste, distribuída entre os municípios de Reserva do

Iguaçu, Pinhão, Inácio Martins e Guarapuava. Além do surgimento de áreas com IAP

50% é possível observar aumento significativo de 417.847 hectares com IAP de 60%

distribuídos nos setores leste entre os municípios de Quedas do Iguaçu, Espigão Alto do

Iguaçu e Rio Bonito do Iguaçu, assim consideráveis regiões dos municípios de Reserva

do Iguaçu, Pinhão, Inácio Martins e Guarapuava, e parte dos municípios de Campina do

Simão e Turvo, os valores em porcentagem e área podem analisados na Tabela 7.

De acordo com os exemplos que serão apresentados no item 5.2, o cultivo de

milho no cenário futuro RCP8.5 (2041-2060) seria mais recomendado na região central

da área de estudo, e estaria sujeito a menor produtividade nos setores oeste e

principalmente no setor leste nas regiões com IAP de 50%.

Tabela 6- IAP para a cultura de milho, comparativo cenário base e o cenário RCP8.5 (2041-2060).

As projeções climáticas para o ano de 2050, considerando ambos os cenários

RCP4.5 e 8.5, indicam elevação de temperatura durante os diferentes meses do ano que

atingirá toda a área de estudo assim como alterações na precipitação acumulada (Figuras

37 e 38). Tais alterações estão associadas também à alterações no IAP das culturas, pois

tanto temperatura como precipitação são dois fatores altamente condicionadores da

produção.

Com as prováveis reduções no IAP os resultados de produção irão depender de

como serão conciliadas as demandas fisiológicas da cultura com potencialidades do

ambiente, conforme discutem Godoy; Assad (2002). Assim, neste novo cenário deverão

ser ajustadas as características agronômicas dos cultivos, levando em conta, dentre outros

a disponibilidade de cultivares adaptadas as novas condições com processos que não

subestimem as interações genótipo ambiente (YANG, 2007), o uso de práticas de manejo

adequadas para as características edafoclimáticas locais (TAO; ZHANG, 2011) e

Área (ha) Área % Área (ha) Área %

50% 0 0 286.181 20

60% 71.736 5 417.847 29

70% 1.258.540 88 719.300 51

80% 92.986 7 0 0

90% 69 0 0 0

Índice de

Aptidão

Agricola

Milho

Cenário Base Cenário RCP8.5

(1970-2000) (2041-2060)

Page 92: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

76

Figura 38 - Aptidão agrícola para a cultura de milho - Cenário futuro RCP8.5 (2041-2060).

Índ

ice d

e A

ptidã

o A

grí

co

la

A

lto

M

édio

B

aix

o

M

uito

Baix

o

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77

Tabela 7 - IAP para a cultura de milho, comparativo cenário base e os cenários RCP4.5 e RCP8.5.

continua...

Área (ha) Área % Área (ha) Área % Área (ha) Área %

60% 6.042 15 1.458 4 5.833 15

70% 33.194 85 32.986 84 33.819 85

80% 0 0 4.792 12 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

60% 4.028 3 486 0 13.056 10

70% 118.264 89 98.056 75 123.681 90

80% 11.042 8 34.861 25 0 0

90% 69 0 0 0 0 0

60% 1.736 3 208 0 69 0

70% 42.222 80 39.792 75 53.333 100

80% 9.167 17 13.125 25 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

60% 1.944 6 1.806 5 33.681 96

70% 29.514 85 28.889 84 1.181 4

80% 3.125 9 3.889 11 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

60% 208 1 1.181 5 0 0

70% 17.778 82 15.694 74 21.806 100

80% 3.056 16 4.167 21 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

60% 5.556 9 833 1 833 1

70% 52.500 86 50.972 84 61.806 99

80% 3.194 5 9.444 15 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

50% 0 0 0 0 67.986 24

60% 17.986 6 30.625 11 145.347 52

70% 262.361 94 226.458 80 68.889 24

80% 556 0 23.819 9 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

50% 0 0 0 0 79.167 95

60% 4.583 6 27.639 34 3.958 5

70% 77.292 94 54.514 66 0 0

80% 0 0 0 0 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

60% 1.875 3 0 0 486 1

70% 44.653 84 44.583 83 53.264 99

80% 7.153 13 9.097 17 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

Cantagalo

Espigão Alto do

Iguaçu

Foz do Jordão

Goioxim

Guarapuava

Inácio Martins

Laranjeiras do

Sul

Cenário RCP8.5

1985 2050 2050

Campina do

Simão

Candói

Milho

IAP

Cenário Base Cenário RCP4.5

Município

Page 94: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

78

continuação Tabela 7.

Área (ha) Área % Área (ha) Área % Área (ha) Área %

60% 903 2 0 0 0 0

70% 37.569 86 38.194 86 44.653 100

80% 5.208 12 5.486 14 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

60% 694 1 0 0 21.528 20

70% 86.528 82 86.181 82 84.931 80

80% 17.431 17 18.472 18 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

50% 0 0 0 0 123.403 68

60% 9.653 6 33.056 18 38.958 22

70% 165.069 92 133.056 76 17.639 10

80% 1.528 2 10.486 6 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

60% 69 0 139 0 1.528 5

70% 23.542 71 23.750 72 31.389 95

80% 6.250 19 5.972 18 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

60% 5.625 9 7.083 12 73.056 99

70% 59.444 82 59.861 83 0 0

80% 5.486 8 3.681 5 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

50% 0 0 0 0 15.556 20

60% 1.875 3 2.708 4 22.222 30

70% 69.375 94 67.500 92 37.292 50

80% 1.667 3 2.708 4 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

60% 347 1 278 0 45.139 72

70% 49.792 82 49.722 82 17.778 28

80% 9.653 17 9.792 18 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

60% 8.333 10 1.597 2 11.181 14

70% 65.556 84 64.514 82 70.556 86

80% 4.514 6 12.569 16 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

60% 208 1 0 0 0 0

70% 17.569 83 17.431 80 21.736 100

80% 3.611 17 3.958 20 0 0

90% 0 0 0 0 0 0

Rio Bonito do

Iguaçu

Turvo

Virmond

Cenário Base Cenário RCP4.5 Cenário RCP8.5

1985 2050 2050

Marquinho

Nova

Laranjeiras

Pinhão

Município

Milho

IAP

Porto Barreiro

Quedas do

Iguaçu

Reserva do

Iguaçu

Page 95: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

79

atualização constante do zoneamento agroclimático para as culturas e cultivares

disponíveis, já que a elevação da temperatura é fator tido como crítico e tende a acarretar

alterações na aptidão de áreas de cultivo (DAWSON et al., 2015; SANTI et al., 2017).

Os resultados com redução no IAP derivado principalmente de estimativa de

elevação da temperatura expressam eminente indicativo de consequente redução no ciclo

fenológico das culturas tanto de verão como milho, como de inverno como o trigo,

considerados neste estudo. Conforme discutido em Climbar (2014) as culturas agrícolas

mais expressivas apresentam desenvolvimento vegetativo e reprodutivo altamente

dependentes da temperatura média do ar durante o ciclo de cultivo. Assim, o aumento da

temperatura afeta as culturas acelerando o ciclo fenológico a partir da redução das

fenofases das plantas, diminuindo consequentemente a produtividade de culturas de

inverno como trigo e cevada (RIBEIRO et al. (2009) FALLAHPOUR et al., 2012,

STRECK; ALBERTO, 2006) e de verão como o milho e a soja (MINUZZI; LOPES,

2015; OSBORNE et al., 2013; ROSE et al., 2013, GODOY; ASSAD, 2002).

Similarmente à cultura do trigo (Figura 34), verifica-se na Figura 39 uma relação

linear negativa forte entre o índice relativo de temperatura e IAP para a cultura do milho,

indicando que a projeção de aumento da temperatura poderá colaborar expressivamente

com a redução do IAP para a cultura na microrregião de Guarapuava.

Figura 39 - Correlação entre índice relativo de temperatura e Índice de aptidão agrícola para a cultura do

milho em diferentes períodos e cenários de projeção climática na microrregião de Guarapuava-PR.

Page 96: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

80

Embora o milho seja cultura que depende de soma térmica advinda de

temperaturas mais elevadas (MINUZZI; LOPES, 2015), é possível que os índices

projetados de aumento de temperatura apresentem potencial de ocasionar prejuízos à

cultura desencadeando e potencializando fatores como aceleração do ciclo fenológico

(WAGNER et al.,2011) e aumento da demanda evaporativa com períodos diários de

deficiência hídrica, murcha e enrolamento de folhas (BERGAMASCHI et al., 2004). Os

resultados indicam que esta redução de IAP está amplamente associada com diminuição

das áreas com maior potencial de produção para a cultura, especialmente pela projeção

do cenário RCP8.5 em que o IAP médio se reduz de 70 % para 63% em 2050.

Na Figura 40 é apresentada a avaliação da relação entre o índice relativo de

precipitação e o IAP para a cultura do milho na área estudo. Observa-se que o coeficiente

r de Pearson da correlação linear tende a zero, sendo considerado insignificante de acordo

com Cohen (1988). Pode ser notado também, que no período de cultivo do milho

(considerado setembro a abril), o cenário RCP4.5 projeta um incremento de 12% no

índice relativo de precipitação em relação ao cenário base, enquanto que para o cenário

RCP8.5 não há projeção de aumento deste índice.

Figura 40 - Correlação entre índice relativo de precipitação e Índice de aptidão agrícola para a cultura do

milho em diferentes períodos e cenários de projeção climática na microrregião de Guarapuava-PR.

Possivelmente estes resultados estejam associados diretamente com os níveis de

pressão ambiental pertinentes a cada um destes cenários, pois o de aumento de

temperatura em relação ao cenário base e mais sensível em relação ao cenário RCP4.5,

conforme já demonstrado (Figuras 31, 32 e 33). A não projeção de aumento do índice de

Page 97: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

81

precipitação no ano de 2050 na relação entre o cenário base e o cenário RCP8.5 vem de

encontro ao salientado por Santos et al. (2010) que salientam projeções do efeito do

aquecimento global sobre o regime de precipitação com variação no regime de chuvas

em diferentes regiões e eventos extremos de secas e chuvas em anos futuros. Alterações

que podem impactar a agricultura pois a partir de determinados índices normais de

precipitação anual, o fator mais importante passa a ser a distribuição normal das

precipitações no tempo, durante o ciclo das culturas (WAGNER et al., 2013).

5.2 Comparação dos resultados com os históricos de produção

5.2.1 Aptidão agrícola para o período do ciclo de cultivo da cultura do trigo

Na Figura 41 representa os resultados do IAP para o período do ciclo de cultivo

da cultura do trigo, utilizando o método MCA e a AHP em conjunto com os dados

climáticos do IAPAR, para a safra de 2000.

Os resultados obtidos utilizando a mesma metodologia e conjuntos de dados

climáticos do IAPAR para as safras de 2005 e 2010 estão representadas respectivamente

nas Figuras 42 e 43.

Na Tabela 8 encontram-se os resultados do IAP utilizando o método MCA e a

AHP em conjunto com os dados climáticos do IAPAR, apresentando os possíveis

impactos do IAP na produtividade na cultura do trigo nos municípios na microrregião de

Guarapuava ao longo das safras de 2000, 2005 e 2010. Os dados referentes as produções

foram obtidas junto a SEAB. Alguns municípios não tiveram plantio em determinadas

safras, como por exemplo Inácio Martins na safra de 2000, os mesmos estão indicados

como “sem plantio”.

Analisando os dados (Tabela 8, e as Figuras 41,42 e 43), no município de

Goioxim, ao longo das safras 2000, 2005 e 2010, observa-se que as variações nos índices

IAP ocorreram concentradas entre 70% e 80%, valores considerados satisfatórios, que

acabaram não impactando significativamente a produtividade. Entretanto quando o

mesmo critério de análise foi aplicado em municípios como Candói, Nova Laranjeiras,

Porto Barreiro e Rio Bonito do Iguaçu, observa-se o surgimento de áreas com IAP de

50% durante a safra de 2005 ocasionando considerável queda de produtividade.

Page 98: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

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Figura 41 - Aptidão agrícola para a cultura de trigo - Dados climáticos 2000.

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Figura 42 - Aptidão agrícola para a cultura de trigo - Dados climáticos 2005.

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84

Figura 43 - Aptidão agrícola para a cultura de trigo - Dados climáticos 2010.

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Page 101: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

85

Nos municípios de Pinhão, Quedas do Iguaçu e Reserva do Iguaçu observa-se o

surgimento de IAP de 60% na safra de 2005 coincidindo com uma queda de produtividade

na safra em questão. E nos municípios de Cantagalo na safra de 2000, Pinhão nas safras

de 2000 e 2010 e Turvo na safra de 2005 observa-se que com o surgimento de áreas com

IAP de 90% ocorrem aumento na produtividade.

O resultado da avaliação da correlação linear entre o Índice de aptidão agrícola da

área de estudo e a produtividade da cultura do trigo é apresentado na Figura 44. A relação

positiva forte indica que o aumento do IAP está fortemente relacionado com a

produtividade da cultura. Verifica-se que nos anos 2010 e 2000, que apresentaram IAP

de 74,5% e 73,3% a produtividade foi respectivamente 22,7% e 22,8% superior àquela

observada no ano de 2005 em que o IAP médio da área foi de 67,1%.

Figura 44 - Correlação entre índice de aptidão agrícola e a produtividade média da cultura do trigo em

diferentes anos na microrregião de Guarapuava-PR.

5.2.2 Aptidão agrícola para o período do ciclo de cultivo da cultura do milho.

Na Figura 45 são representados os resultados do IAP para o período do ciclo de

cultivo do milho, utilizando o método MCA e a AHP em conjunto com os dados

climáticos do IAPAR, para a safra de 2000.

Page 102: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

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Figura 45 - Aptidão agrícola para a cultura de milho - Dados climáticos 2000.

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89

Os resultados obtidos utilizando a mesma metodologia e conjuntos de dados

climáticos do IAPAR para as safras de 2005 e 2010 estão representadas respectivamente

nas Figuras 46 e 47.

Na Tabela 9, seguindo a mesma metodologia apresentada para o trigo estão

representados os possíveis impactos do IAP na produtividade na cultura do milho nos

municípios na microrregião de Guarapuava ao longo das safras de 2000, 2005 e 2010.

Analisando os possíveis impactos do IAP para 0 milho em todos os municípios da

microrregião de Guarapuava de acordo com os dados, é possível observar um diferente

comportamento das variáveis. Em comparação, na cultura trigo ficou evidente o impacto

negativo na produtividade quando surgiam áreas com IAP de 50% e 60%, e o impacto

positivo quando em casos de IAP de 80% e 90%, porém na cultura do milho os modelos

de IAP para a safra de 2005 e 2010 apresentaram pouca variação (Figuras 46 e 47) e não

foi possível estabelecer um padrão de impacto sobre a produtividade.

Na Figura 48 verifica-se correlação linear forte entre o Índice de aptidão agrícola

da área de estudo e a produtividade da cultura do milho, embora ao contrário do verificado

para o trigo, esta correlação seja negativa, sendo observado IAP de 71% no ano 2000 com

redução para 69% em 2005 e 67% em 2010, com resultados de produtividades médias de

3.621 kg ha-1 em 2000 e 3.430 kg ha-1 em 2005, porém elevando-se para 6.768 kg ha-1 em

2010.

Este resultado é controverso, pois IAP é um índice utilizado para quantificar o

nível aproximado de aptidão da área para determinada cultura, conforme discutem

Godoy; Assad (2002). Entretanto, em oposição ao trigo, de resultados mais lentos de

melhoramento de plantas para a produtividade, conforme observado em Ortiz et al (2008)

a cultura do milho tem apresentado significativos avanços nos níveis potenciais de

produtividade devido a disponibilidade de novas cultivares mais produtivas, além de

características agronômicas de manejo, como aumento da densidade de plantas por área,

e a própria tecnificação dos produtores que tende a aumentar ao longo do tempo,

conforme salientam Galvão; Miranda (2014), fatores que podem ter contribuído

decisivamente para o resultados de produção no ano de 2010.

Page 106: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

90

Figura 46 - Aptidão agrícola para a cultura de milho - Dados climáticos 2005.

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91

Figura 47 - Aptidão agrícola para a cultura de milho - Dados climáticos 2010.

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92

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93

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Page 110: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

94

Os índices de produção apresentados são relativamente baixos para a cultura do

milho, contudo, por exemplo, a produção média do ano de 2010 representa a média da

microrregião, conforme pode ser verificado em Wagner et al., (2013), sendo o resultado

médio de áreas de produção com diferentes níveis tecnológicos.

Figura 48 -Correlação entre índice de aptidão agrícola e a produtividade média da cultura do milho em

diferentes anos na microrregião de Guarapuava-PR.

Page 111: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

95

6 Conclusões

Considerando como cenário base o período dos anos 1970 a 2000 e cenário futuro

de 2040 a 2060 focado no ano 2050, os resultados demonstraram que:

- Os cenários RCP 4.5 e RCP8.5 indicam projeção de aumento médio de

aproximadamente 2oC na temperatura média mensal da área de estudo tendendo este

aumento a ser ainda mais acentuado nas projeções do cenário RCP8.5.

- A projeção de elevação da temperatura média influencia moderadamente para o aumento

de áreas com maior índice de precipitação mensal acumulada.

- A projeção indica aumento de precipitação, com predominância de áreas com

precipitação máxima acumulada aproximadamente 15% superior em relação ao cenário

base nos meses de outubro, novembro abril e maio e menos expressivamente nos meses

de junho e setembro para ambos os cenários futuros, podendo ainda ser expressiva no mês

de março considerando o cenário RCP4.5;

- Com modelo MCA ajustado para as culturas de trigo e milho e aplicando-se o processo

de hierarquia Analítica considerando as variáveis Solo, Paisagem e Clima foi possível a

determinação de índices de aptidão agrícola para as culturas e calcular projeções de

produção em cenários climáticos futuros bem como comparar resultados reais de anos

anteriores

- O índice médio de aptidão agrícola da área de estudo para a cultura do trigo tende a ser

reduzido de 80% no cenário base para 73% (cenário RCP4,5) e 69% (cenário RCP8.5);

No cenário RCP4.5 as reduções do IAP serão menos intensas nos municípios localizados

na borda norte e leste da área e no cenário RCP8.5 mais intensas nos municípios

localizados a oeste da área.

- O índice médio de aptidão agrícola da área de estudo para a cultura do milho tende a ser

reduzido de 70% no cenário base para 68% (cenário RCP4,5) e 63% (cenário RCP8.5);

sendo maiores as reduções do IAP ocorrentes em partes dos municípios de Guarapuava,

Inácio Martins e Candói no cenário RCP4.5 e nos municípios de pinhão e Inácio Martins

com IAP de 50% e parte dos municípios de Guarapuava, Reserva do Iguaçu, Turvo,

Campina do Simão, Quedas do Iguaçu, Rio Bonito do Iguaçu e Espigão alto do Iguaçu

com IAP 60% no cenário RCP 8.5.

- A metodologia com modelo MCA estimou adequadamente os índices de aptidão

agrícola para a cultura do milho na área de cultivo, entretanto fatores não ambientais como

Page 112: ESTIMATIVA DE APTIDÃO AGRÍCOLA PARA MILHO E TRIGO …...T266e Estimativa de aptidão agrícola para milho e trigo em diferentes cenários climáticos futuros na microrregião de

96

aumento do potencial produtivo de cultivares e aumento no stand de plantas não

resultaram em correlação significativa entre o IAP e a produtividade desta cultura;

- No processo de estimativa com o modelo MCA, índices de aptidão agrícola da área de

cultivo de aproximadamente 80% ou superiores e 60% ou inferiores demonstraram ser

bons indicadores para mais provável expressão de índices de produtividade mais elevados

ou menos elevados, respectivamente, das culturas do milho e do trigo na microrregião de

Guarapuava.

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ANEXOS

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Anexo 1- Média mensal para temperatura cenário base (1970-2000).

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Anexo 2- Média mensal para temperatura cenário RCP4.5 (2041-2060).

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Anexo 3- Média mensal para temperatura cenário RCP8.5 (2041-2060).

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Anexo 4 - Média mensal para precipitação cenário base (1970-2000).

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Anexo 5 - Média mensal para precipitação cenário RCP4.5 (2041-2060).

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Anexo 6 - Média mensal para precipitação cenário RCP8.5 (2041-2060).