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Governo do Município de Goiânia – Goiás Secretaria Municipal de Assistência Social – SEMAS Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 Goiânia, Goiás 2013

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Governo do Município de Goiânia – Goiás

Secretaria Municipal de Assistência Social – SEMAS

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

Adolescente – CMDCA

Estatuto da Criança e do Adolescente – ECALei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990

Goiânia, Goiás2013

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ENDEREÇO DO CMDCA/GOIÂNIA

Praça Santos Dumont, esquina com a AvenidaRepública do Líbano, nº 185 - Setor AeroportoFones/fax: (62) 3524-2601 / 3524-2602Endereço eletrônico www.cmdca.go.gov.brE-mail: [email protected]: 74070-040 – Goiânia, Goiás.

2013: Conselho Municipal dos Direitos

da Criança e do Adolescente

Tiragem: 2.400 exemplares

212 páginas

Goiânia, Goiás

FICHA CATALOGRÁFICA

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PAULO DE SIQUEIRA GARCIAPrefeito do Município de Goiânia

MARISTELA ALENCAR DE MELO BUENOSecretária Municipal de Assistência Social

AGUINALDO LOURENÇO FILHOPresidente do CMDCA/GOIÂNIA

ADRIANE PEDROSO BENTO CARNEIROVice-Presidenta do CMDCA/GOIÂNIA

GENIVALDA ARAUJO CRAVO DOS SANTOSSecretária Geral do CMDCA/GOIÂNIA

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COMPOSIÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DOSDIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

GESTÃO 2013 – 2015

REPRESENTANTES GOVERNAMENTAIS

SECRETARIAMUNICIPAL DE SAÚDE – SMSTitular: PatríciaAntunes de MoraesSuplente: Ticiane da Silva Nakae

SECRETARIAMUNICIPAL DEASSISTÊNCIASOCIAL – SEMASTitular: Nalu Dilene Silva LibânioSuplente: Mara Sandra deAlmeida

SECRETARIAMUNICIPAL DEDESENVOLIMENTO URBANO SUSTENTÁVEL –SEMDUSTitular: Rosa Ilenes Damasceno PenteadoSuplente: Pollyana de Oliveira Umbelino

SECRETARIAMUNICIPAL DE EDUCAÇÃO – SMETitular: GenivaldaAraújo Cravo dos SantosSuplente: Rosane Cândida deAlmeida

SECRETARIAMUNICIPAL DE GOVERNO – SEGOVTitular: CieneAparecida de Brito TrindadeSuplente: Maria do Socorro Conceição SouzaSECRETARIAMUNICIPAL DE FINANÇAS – SEFINTitular: Iracy de Sousa Santos CastilhoSuplente: Maria Isabel Rodrigues Novais

SECRETARIAMUNICIPAL DE ESPORTE E LAZER – SEMELTitular: Aguinaldo Lourenço FilhoSuplente: Larissa Carneiro de Oliveira

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CÂMARAMUNICIPAL DE GOIÂNIATitular: Tatiana LemosVereadora Elenira Vieira ChadudSuplente: Aguardando indicação.

REPRESENTANTES DE ENTIDADESNÃO-GOVERNAMENTAIS

TITULARES

CESAM – CENTRO SALESIANO DO ADOLESCENTEAPRENDIZAna Paula Leite

APAE –ASSOCIAÇÃO DE PAIS EAMIGOSDOS EXCEPCIONAIS DE GOIÂNIAEduardo Vieira Mesquita

OSGER – OBRAS SOCIAIS DO GRUPO ESPIRITAREGENERAÇÃO/LAR MÃE ZEFERINAAdriane Pedroso Bento CarneiroCAJU – ASSOCIAÇÃO JESUITA DE EDUCAÇÃO EASSISTÊNCIA SOCIALEduardo de Carvalho Mota

OBRAS SOCIAIS CENTRO ESPÍRITA IRMÃO ÁUREO –OSCEIAMaura Ferreira

ASSOCIAÇÃO CIRCO LAHETOSeluta Rodrigues de Carvalho

ASSOCIAÇÃO PESTALOZZIEida Rincon Ferreira

CENTRO CULTURAL ELDORADO DOS CARAJÁSNeusa MariaArantes

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SUPLENTES

CRESS – CONSELHO REGIONAL DE SERVIÇO SOCIALGOIÁS/19ª REGIÃONara Costa

OBRAS SOCIAIS ESPÍRITACAMINHEIROS DE JESUSSilvânia Eleusa Moraes de Carvalho

ASSOCIAÇÃO BEIJAFLORLaura da Conceição deAlmeida e SilvaONG MORADIAE CIDADANIA/GOElizângela Maria Ribeiro

MFTF – MINISTÉRIO FILANTRÓPICO TERRAFÉRTILMaristela de Castro Jardim

OBRAS SOCIAIS DO GRUPO ESPÍRITAO CONSOLADORAguardando indicação do representante

COMUNIDADE EVANGÉLICAJUVENIL VIDANOVAClefis Pereira da Rocha Xavier

FUNDAÇÃO MINISTÉRIO COMUNIDADE CRISTÃMaria InêsAssunção Lopes Cançado

SECRETARIA EXECUTIVA DO CMDCA/GOIÂNIA

ASSISTENTE SOCIALTereza Rodrigues Montalvão

ASSESSORIA/APOIOADMINISTRATIVOIlza Maria da SilvaArielli CuradoAndrade Bueno

ASSESSORIAJURÍDICAEdson Lucas Viana

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FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DOADOLESCENTE – FMDCA

GESTORADO FMDCAUéricaAgapito Pereira

ASSESSORIA/APOIOADMINISTRATIVODO FMDCAConceiçãoAparecida Sousa GuimarãesCleuza Maria Pereira da Silva

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CONSELHOS TUTELARES DE GOIÂNIA, GOIÁS

CONSELHO CENTRO SULFONES: 3524-1760 / 3524-8291

Rua 119 Esq. C/ 119-A, nº 84, Setor Sul,CEP:74085-420

Divina Pereira dos SantosJoão Batista Martins de OliveiraKarine Rodrigues Santos de AlmeidaNeila Gabiane Silva MartinsRafael Rodrigues Lopes

CONSELHO LESTEFONES: 3524-1875 / 3524-5046

Avenida Bucaresth, Qd. 244, Lt. 12,Jardim Novo Mundo

Benilton José BarrosJosé Marcio da SilvaLucimara Aguiar Santos MartinsPatrícia Ferreira Neres VieiraVicente Gomes Machado

CONSELHO OESTEFONES: 3524-1765 / 3524-8232

Rua U-59 c/ U-47- Vila União, CEP:74313-440

Dinorá Laurinda Miranda RodriguesGuilhermino Pereira CardosoLuane Luzia de Araújo DiogoOlegário José MarinhoOmar Borges de Sousa

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CONSELHO NORTEFONES: 3524-2467 / 3524-2468

Avenida Goiás, Qd.39, Lt.29Setor Urias Magalhães, CEP:74565-250

Daniela Paula de Freitas FernandesLázara Zita Rodrigues de OliveiraLúcia Ribeiro Viana DuartePaulo Henrique Rodrigues SilvaJorge Luiz de Souza

CONSELHO CAMPINASFONES: 3524-2481 / 3524-2403Rua dos Ferroviários, Qd.23 Lt.10

Esp. dos Anicuns, CEP:74433-090

Juarez Mariano de AlmeidaJorge da Silva PereiraMichelle Soares CabralVirginia Valéria Fernandes de SantanaSamuel Gomes Lima

CONSELHO NOROESTEFONES: 3595-5106 / 3595-5384

Avenida do Povo Qd.10, Lt.11Jardim Curitiba, CEP:74480-800

Alexandre Fernandes NetoCarlos Elias Santos LimaJosé Nilton Ribeiro de SouzaPedro Carlos Dantas da SilvaValdomiro Borba de Freitas

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“Nenhum tipo de violência é justificável etodo tipo de violência é evitável”

Frase extraída do Estudo Mundial sobreViolência contra as Crianças – ONU-2006.

Apresentar mais uma edição do Estatuto da Criança edo Adolescente – ECA, publicada pelo Conselho Municipal dosDireitos da Criança e doAdolescente do Município de Goiânia éuma ação estimulante. Estimulante porque promove a vida.Promove o exercício pleno da cidadania de crianças eadolescentes. Promove a disseminação de uma lei que garanteproteção integral, prioridade absoluta para nossas crianças eadolescentes. Estimulante porque assevera que é dever detodos prevenir a ocorrência de ameaças ou violação dosdireitos da criança e do adolescente.

Contemplamos nesta edição todas as alteraçõesadvindas das Leis 12.010, de 3 de agosto de 2009; 12.015, de 7de agosto de 2009; 12.038, de 1º de outubro de 2009; Lei nº12.415, de 9 de junho de 2011; Lei nº 12.594, de 18 de janeirode 2012 e Lei nº 12.696, de 25 de julho de 2012, para contribuircom a formação permanente e continuada de todos osprotagonistas do sistema de garantia dos direitos das criançase adolescentes.

Ao contrário do que supomos, o pior analfabeto dofuturo não será apenas aquele que não sabe ler e escrever, mastambém aquele que não for capaz de aprender, desaprender ereaprender sempre. Afinal, quanto mais aprendemosdescobrimos que nada sabemos.

Espera-se que esta edição comemorativa dos 23 anosdo ECA, oportunize ao Conselho Municipal dos Direitos daCriança e do Adolescente, aos Conselhos Tutelares, àsfamílias, à comunidade, à sociedade em geral e ao poderpúblico do Município de Goiânia, reafirmarem o compromissode assegurar com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos

APRESENTAÇÃO

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referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, aoesporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitáriadas nossas crianças e adolescentes.

John Shaar, escritor norte-americano e ProfessorEmérito de Filosofia Política na Universidade da Califórnia emSanta Cruz escreveu: “O futuro não é um lugar onde estamosindo, mas um lugar que estamos criando. O caminho para elenão é encontrado, mas construído, e o ato de fazê-lo mudatanto o realizador quanto o destino.”Apliquemos estas ideias naformulação e execução das políticas públicas de promoção,garantia e defesa dos direitos humanos fundamentais dascrianças, adolescentes e suas famílias.

Nesse sentido, o Conselho Municipal dos Direitos daCriança e do Adolescente, CMDCA e a Secretaria Municipal deAssistência Social – SEMAS, aproveitam a oportunidade parareafirmarem o seu compromisso em fazer avançar a revoluçãocultural instituída pelo ECA e, com prioridade, lutar para areversão do cenário de ameaças e violações dos direitosfundamentais das nossas crianças, em favor do seu plenodesenvolvimento, preparo para o exercício da cidadania equalificação para o trabalho.

Por fim, que os sucessivos descumprimentos do ECA,não nos intimide na defesa intransigente do desenvolvimentofísico, mental, moral, espiritual e social, em condições deliberdade e de dignidade das nossas crianças e adolescentes.

Abraços fraternos!

Goiânia, 20 de setembro de 2013.

Aguinaldo Lourenço FilhoPresidente do CMDCA/GO

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LIVRO IPARTE GERAL (arts. 1º ao 85)

Título IDas Disposições Preliminares (arts. 1º ao 6º) ......................17

Título IIDos Direitos Fundamentais (arts. 7º ao 69) ..........................19

Capítulo IDo Direito à Vida e à Saúde (arts. 7º ao 14).........................19

Capítulo IIDo Direito à Liberdade, ao Respeito e àDignidade (arts. 15 ao 18) ....................................................21

Capítulo IIIDo Direito à Convivência Familiar e Comunitária(arts. 19 ao 52-D) ..................................................................22

Capítulo IVDo Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte eao Lazer (arts. 53 ao 59).......................................................42

Capítulo VDo Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho(arts. 60 ao 69)......................................................................44

Título IIIDa Prevenção (arts. 70 ao 85) ..............................................46

SUMÁRIO

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Capítulo IDisposições Gerais (arts. 70 ao 73)......................................46

Capítulo IIDa Prevenção Especial (arts. 74 ao 85) ...............................47

LIVRO IIPARTE ESPECIAL (arts. 86 ao 267)

Título IDa Política de Atendimento (arts. 86 ao 89) .........................50

Capítulo IDisposições Gerais (arts. 86 ao 89)......................................50

Capítulo IIDas Entidades de Atendimento (arts. 90 ao 97) ...................52

Título IIDas Medidas de Proteção (arts. 98 ao 102) .........................59

Capítulo IDisposições Gerais (arts. 98)................................................59

Capítulo IIDas Medidas Específicas de Proteção (arts. 99 ao 102)......59

Título IIIDa Prática de Ato Infracional (arts. 103 ao 128) ...................65

Capítulo IDisposições Gerais (art. 103 ao 105) ...................................65

Capítulo IIDos Direitos Individuais (arts. 106 ao 109) ...........................66

Capítulo IIIDas Garantias Processuais (arts. 110 e 111) ........................66

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Capítulo IVDas Medidas Sócio-Educativas (arts. 112 ao 125) ...............67

Capítulo VDa Remissão (arts. 126 ao 128) ...........................................72

Título IVDas Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável(arts. 129 e 130)....................................................................73

Título VDo Conselho Tutelar (arts. 131 ao 140)................................74

Capítulo IDisposições Gerais (arts. 131 ao 135)..................................74

Capítulo IIDas Atribuições do Conselho (arts. 136 e 137) ....................75

Capítulo IIIDa Competência (arts. 138) ..................................................77

Capítulo IVDa Escolha dos Conselheiros (arts. 139) .............................77

Capítulo VDos Impedimentos (arts. 140)...............................................77

Título VIDo Acesso à Justiça (art. 141 ao 224) ..................................78

Capítulo IDisposições Gerais (art. 141 ao 144) ...................................78

Capítulo IIDa Justiça da Infância e da Juventude (arts. 145 ao 151)....79

Capítulo IIIDos Procedimentos (arts. 152 ao 197-E)..............................82

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Capítulo IVDos Recursos (arts. 198 e 199-E) ........................................98

Capítulo VDo Ministério Público (arts. 200 ao 205) .............................100

Capítulo VIDo Advogado (arts. 206 e 207) ...........................................102

Capítulo VIIDa Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusose Coletivos (arts. 208 ao 224) .............................................103

Título VIIDos Crimes e Das Infrações Administrativas(art. 225 ao 258-B) ..............................................................108

Capítulo IDos Crimes (arts. 225 ao 244-B) ........................................108

Capítulo IIDas Infrações Administrativas (arts. 245 ao 258-B) ............115

Disposições Finais e Transitórias (arts. 259 ao 267) ......119

ANEXOS

Lei Municipal Nº 8.483, de 29 de setembro de 2006(Texto Compilado) ..............................................................129

Convenção Sobre os Direitos da Criança...........................163

Declaração dos Direitos da Criança ...................................193

Índice Temático ...................................................................197

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Presidência da RepúblicaCasa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente edá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que oCongresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO IDas Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criançae ao adolescente.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, apessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescenteaquela entre doze e dezoito anos de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-seexcepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito evinte e um anos de idade.

LIVRO IPARTE GERAL

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Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos osdireitos fundamentais inerentes à pessoa humana, semprejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas asoportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar odesenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, emcondições de liberdade e de dignidade.

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedadeem geral e do poder público assegurar, com absolutaprioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde,à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, àprofissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, àliberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único.Agarantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquercircunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos oude relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticassociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nasáreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto dequalquer forma de negligência, discriminação, exploração,violência, crueldade e opressão, punido na forma da leiqualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitosfundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em contaos fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum,os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condiçãopeculiar da criança e do adolescente como pessoas emdesenvolvimento.

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TÍTULO IIDos Direitos Fundamentais

CAPÍTULO IDo Direito à Vida e à Saúde

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteçãoà vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociaispúblicas que permitam o nascimento e o desenvolvimentosadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

Art. 8º É assegurado à gestante, através do SistemaÚnico de Saúde, o atendimento pré e perinatal.

§ 1ºAgestante será encaminhada aos diferentes níveisde atendimento, segundo critérios médicos específicos,obedecendo-se aos princípios de regionalização ehierarquização do Sistema.

§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelomesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal.

§ 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentarà gestante e à nutriz que dele necessitem.

§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assistênciapsicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal,inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequênciasdo estado puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 3 de agosto de

2009)

§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deveráser também prestada a gestantes ou mães que manifesteminteresse em entregar seus filhos para adoção. (Incluído pela Lei

nº 12.010, de 2009)

Art. 9º O poder público, as instituições e osempregadores propiciarão condições adequadas aoaleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas amedida privativa de liberdade.

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos deatenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são

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obrigados a:

I - manter registro das atividades desenvolvidas,através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;

II - identificar o recém-nascido mediante o registro desua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe,sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridadeadministrativa competente;

III - proceder a exames visando ao diagnóstico eterapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;

IV - fornecer declaração de nascimento onde constemnecessariamente as intercorrências do parto e dodesenvolvimento do neonato;

V - manter alojamento conjunto, possibilitando aoneonato a permanência junto à mãe.

Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde dacriança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único deSaúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações eserviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.(Redação dada pela Lei nº 11.185, de 7 de outubro de 2005)

§ 1ºAcriança e o adolescente portadores de deficiênciareceberão atendimento especializado.

§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamenteàqueles que necessitarem os medicamentos, próteses e outrosrecursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.

Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúdedeverão proporcionar condições para a permanência em tempointegral de um dos pais ou responsável, nos casos deinternação de criança ou adolescente.

Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamentecomunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade,sem prejuízo de outras providências legais.

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Parágrafo único. As gestantes ou mães quemanifestem interesse em entregar seus filhos para adoçãoserão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância eda Juventude. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoveráprogramas de assistência médica e odontológica para aprevenção das enfermidades que ordinariamente afetam apopulação infantil, e campanhas de educação sanitária parapais, educadores e alunos.

Parágrafo único. É obrigatória a vacinação dascrianças nos casos recomendados pelas autoridadessanitárias.

CAPÍTULO II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito

e à Dignidade

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito àliberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanasem processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitoscivis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintesaspectos:

I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaçoscomunitários, ressalvadas as restrições legais;

II - opinião e expressão;

III - crença e culto religioso;

IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

V - participar da vida familiar e comunitária, semdiscriminação;

VI - participar da vida política, na forma da lei;

VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

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Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidadeda integridade física, psíquica e moral da criança e doadolescente, abrangendo a preservação da imagem, daidentidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dosespaços e objetos pessoais.

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade dacriança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquertratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ouconstrangedor.

CAPÍTULO III

Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a sercriado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente,em família substituta, assegurada a convivência familiar ecomunitária, em ambiente livre da presença de pessoasdependentes de substâncias entorpecentes.

§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inseridoem programa de acolhimento familiar ou institucional terá suasituação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses,devendo a autoridade judiciária competente, com base emrelatório elaborado por equipe interprofissional oumultidisciplinar, decidir de forma fundamentada pelapossibilidade de reintegração familiar ou colocação em famíliasubstituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º A permanência da criança e do adolescente emprograma de acolhimento institucional não se prolongará pormais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que

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atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentadapela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 3º A manutenção ou reintegração de criança ouadolescente à sua família terá preferência em relação aqualquer outra providência, caso em que será esta incluída emprogramas de orientação e auxílio, nos termos do parágrafoúnico do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dosincisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Incluído pela Lei nº

12.010, de 2009)

Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação docasamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos equa l i fi cações , p ro i b i das qua i sque r des ignaçõesdiscriminatórias relativas à filiação.

Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdadede condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser alegislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, emcaso de discordância, recorrer à autoridade judiciáriacompetente para a solução da divergência. (Expressão

subs�tuída pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento,guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, nointeresse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir asdeterminações judiciais.

Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiaisnão constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão dopoder familiar. (Expressão subs�tuída pela Lei nº 12.010, de 2009)

Parágrafo único. Não existindo outro motivo que por sisó autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescenteserá mantido em sua família de origem, a qual deveráobrigatoriamente ser incluída em programas oficiais de auxílio.

Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serãodecretadas judicialmente, em procedimento contraditório, noscasos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de

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descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a quealude o art. 22. (Expressão subs�tuída pela Lei nº 12.010, de 2009)

SEÇÃO II

Da Família Natural

Art. 25. Entende-se por família natural a comunidadeformada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.

Parágrafo único. Entende-se por família extensa ouampliada aquela que se estende para além da unidade pais efilhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximoscom os quais a criança ou adolescente convive e mantémvínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010,

de 2009)

Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderãoser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, nopróprio termo de nascimento, por testamento, medianteescritura ou outro documento público, qualquer que seja aorigem da filiação.

Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder onascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixardescendentes.

Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação édireito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendoser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquerrestrição, observado o segredo de Justiça.

SEÇÃO IIIDa Família Substituta

SUBSEÇÃO IDisposições Gerais

Art. 28. A colocação em família substituta far-se-ámediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da

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situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos destaLei.

§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescenteserá previamente ouvido por equipe interprofissional,respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau decompreensão sobre as implicações da medida, e terá suaopinião devidamente considerada. (Redação dada pela Lei nº

12.010, de 2009)

§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade,será necessário seu consentimento, colhido em audiência.(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta ograu de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, afim de evitar ou minorar as consequências decorrentes damedida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção,tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada acomprovada existência de risco de abuso ou outra situação quejustifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa,procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimentodefinitivo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010, de

2009)

§ 5º A colocação da criança ou adolescente em famíliasubstituta será precedida de sua preparação gradativa eacompanhamento posterior, realizados pela equipeinterprofissional a serviço da Justiça da Infância e daJuventude, preferencialmente com o apoio dos técnicosresponsáveis pela execução da política municipal de garantiado direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de

2009)

§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígenaou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, éainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 3 de agosto de

2009)

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I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidadesocial e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suasinstituições, desde que não sejam incompatíveis com osdireitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pelaConstituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente noseio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

III - a intervenção e oitiva de representantes do órgãofederal responsável pela política indigenista, no caso decrianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perantea equipe interprofissional ou multidisciplinar que iráacompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta apessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade coma natureza da medida ou não ofereça ambiente familiaradequado.

Art. 30. A colocação em família substituta não admitirátransferência da criança ou adolescente a terceiros ou aentidades governamentais ou não-governamentais, semautorização judicial.

Art. 31. A colocação em família substituta estrangeiraconstitui medida excepcional, somente admissível namodalidade de adoção.

Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsávelprestará compromisso de bem e fielmente desempenhar oencargo, mediante termo nos autos.

SUBSEÇÃO IIDa Guarda

Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistênciamaterial, moral e educacional à criança ou adolescente,conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,inclusive aos pais.

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§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nosprocedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção porestrangeiros.

§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora doscasos de tutela e adoção, para atender a situações peculiaresou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo serdeferido o direito de representação para a prática de atosdeterminados.

§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente acondição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito,inclusive previdenciários.

§ 4º Salvo expressa e fundamentada determinação emcontrário, da autoridade judiciária competente, ou quando amedida for aplicada em preparação para adoção, o deferimentoda guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede oexercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever deprestar alimentos, que serão objeto de regulamentaçãoespecífica, a pedido do interessado ou do Ministério Público.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 34. O poder público estimulará, por meio deassistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, oacolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescenteafastado do convívio familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de

2009)

§ 1º A inclusão da criança ou adolescente em programasde acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimentoinstitucional, observado, em qualquer caso, o carátertemporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo a pessoa ou casalcadastrado no programa de acolhimento familiar poderáreceber a criança ou adolescente mediante guarda, observadoo disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,

de 2009)

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Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo,mediante ato judicial fundamentado, ouvido o MinistérioPúblico.

SUBSEÇÃO IIIDa Tutela

Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, apessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. (Redação dada pela

Lei nº 12.010, de 2009)

Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe aprévia decretação da perda ou suspensão do poder familiar eimplica necessariamente o dever de guarda. (Expressão

subs�tuída pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquerdocumento autêntico, conforme previsto no parágrafo único doart. 1.729 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - CódigoCivil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura dasucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicialdo ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serãoobservados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei,somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada nadisposição de última vontade, se restar comprovado que amedida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoaem melhores condições de assumi-la. (Redação dada pela Lei nº

12.010, de 2009)

Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto noart. 24.

SUBSEÇÃO IVDa Adoção

Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á

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segundo o disposto nesta Lei.

§ 1º Aadoção é medida excepcional e irrevogável, à qualse deve recorrer apenas quando esgotados os recursos demanutenção da criança ou adolescente na família natural ouextensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei

nº 12.010, de 2009)

Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo,dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guardaou tutela dos adotantes.

Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado,com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios,desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo osimpedimentos matrimoniais.

§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho dooutro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e ocônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes.

§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado,seus descendentes, o adotante, seus ascendentes,descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem devocação hereditária.

Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos,independentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei nº

12.010, de 2009)

§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos doadotando.

§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que osadotantes sejam casados civilmente ou mantenham uniãoestável, comprovada a estabilidade da família. (Redação dada

pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anosmais velho do que o adotando.

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§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto queacordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que oestágio de convivência tenha sido iniciado na constância doperíodo de convivência e que seja comprovada a existência devínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor daguarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 5º Nos casos do § 4º deste artigo, desde quedemonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada aguarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei nº10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. (Redação dada

pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, apósinequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso doprocedimento, antes de prolatada a sentença. (Incluído pela Lei

nº 12.010, de 2009)

Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reaisvantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos.

Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração esaldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar opupilo ou o curatelado.

Art. 45.Aadoção depende do consentimento dos pais oudo representante legal do adotando.

§ 1º O consentimento será dispensado em relação àcriança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos outenham sido destituídos do poder familiar. (Expressão subs�tuída

pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º Em se tratando de adotando maior de doze anos deidade, será também necessário o seu consentimento.

Art. 46. A adoção será precedida de estágio deconvivência com a criança ou adolescente, pelo prazo que aautoridade judiciária fixar, observadas as peculiaridades docaso.

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§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado seo adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotantedurante tempo suficiente para que seja possível avaliar aconveniência da constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei

nº 12.010, de 2009)

§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, adispensa da realização do estágio de convivência. (Redação

dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente oudomiciliado fora do País, o estágio de convivência, cumprido noterritório nacional, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias. (Incluído

pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 4º O estágio de convivência será acompanhado pelaequipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e daJuventude, preferencialmente com apoio dos técnicosresponsáveis pela execução da política de garantia do direito àconvivência familiar, que apresentarão relatório minuciosoacerca da conveniência do deferimento da medida. (Incluído

pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentençajudicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado doqual não se fornecerá certidão.

§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes comopais, bem como o nome de seus ascendentes.

§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará oregistro original do adotado.

§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá serlavrado no Cartório do Registro Civil do Município de suaresidência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato poderáconstar nas certidões do registro. (Redação dada pela Lei nº

12.010, de 2009)

§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante

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e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificaçãodo prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 6º Caso a modificação de prenome seja requerida peloadotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado odisposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela

Lei nº 12.010, de 2009)

§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito emjulgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese previstano § 6º do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa àdata do óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 8º O processo relativo à adoção assim como outros a elerelacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seuarmazenamento em microfilme ou por outros meios, garantidaa sua conservação para consulta a qualquer tempo. (Incluído

pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origembiológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo noqual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, apóscompletar 18 (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de

2009)

Parágrafo único. O acesso ao processo de adoçãopoderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito)anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistênciajurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poderfamiliar dos pais naturais. (Expressão subs�tuída pela Lei nº

12.010, de 2009)

Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cadacomarca ou foro regional, um registro de crianças eadolescentes em condições de serem adotados e outro depessoas interessadas na adoção. (Vide Lei nº 12.010, de 2009)

§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após préviaconsulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o MinistérioPúblico.

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§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado nãosatisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer dashipóteses previstas no art. 29.

§ 3º A inscrição de postulantes à adoção será precedidade um período de preparação psicossocial e jurídica, orientadopela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude,preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pelaexecução da política municipal de garantia do direito àconvivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 4º Sempre que possível e recomendável, a preparaçãoreferida no § 3º deste artigo incluirá o contato com crianças eadolescentes em acolhimento familiar ou institucional emcondições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação,supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infânciae da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis peloprograma de acolhimento e pela execução da política municipalde garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº

12.010, de 2009)

§ 5º Serão criados e implementados cadastros estaduaise nacional de crianças e adolescentes em condições de seremadotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção. (Incluído

pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou casaisresidentes fora do País, que somente serão consultados nainexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadastrosmencionados no § 5º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de

2009)

§ 7º As autoridades estaduais e federais em matéria deadoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes atroca de informações e a cooperação mútua, para melhoria dosistema. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 8º A autoridade judiciária providenciará, no prazo de48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças eadolescentes em condições de serem adotados que nãotiveram colocação familiar na comarca de origem, e das

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pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação àadoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5ºdeste artigo, sob pena de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº

12.010, de 2009)

§ 9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar pelamanutenção e correta alimentação dos cadastros, composterior comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 10. A adoção internacional somente será deferida se,após consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados àadoção, mantido pela Justiça da Infância e da Juventude nacomarca, bem como aos cadastros estadual e nacionalreferidos no § 5º deste artigo, não for encontrado interessadocom residência permanente no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010,

de 2009)

§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casalinteressado em sua adoção, a criança ou o adolescente,sempre que possível e recomendável, será colocado sobguarda de família cadastrada em programa de acolhimentofamiliar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 12. A alimentação do cadastro e a convocaçãocriteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas peloMinistério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor decandidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamentenos termos desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010, de

2009)

I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela

Lei nº 12.010, de 2009)

II - for formulada por parente com o qual a criança ouadolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda

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legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desdeque o lapso de tempo de convivência comprove a fixação delaços de afinidade e afetividade, e não seja constatada aocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nosarts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, ocandidato deverá comprovar, no curso do procedimento, quepreenche os requisitos necessários à adoção, conformeprevisto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela naqual a pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliadofora do Brasil, conforme previsto no Artigo 2 da Convenção deHaia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Criançase à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, aprovadapelo Decreto Legislativo nº 1, de 14 de janeiro de 1999, epromulgada pelo Decreto nº 3.087, de 21 de junho de 1999.(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 1º A adoção internacional de criança ou adolescentebrasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quandorestar comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

I - que a colocação em família substituta é a soluçãoadequada ao caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

II - que foram esgotadas todas as possibilidades decolocação da criança ou adolescente em família substitutabrasileira, após consulta aos cadastros mencionados no art. 50desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

III - que, em se tratando de adoção de adolescente, estefoi consultado, por meios adequados ao seu estágio dedesenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida,mediante parecer elaborado por equipe interprofissional,observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º Os brasileiros residentes no exterior terãopreferência aos estrangeiros, nos casos de adoçãointernacional de criança ou adolescente brasileiro. (Redação

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dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção dasAutoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria deadoção internacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 52. A adoção internacional observará oprocedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com asseguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotarcriança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido dehabilitação à adoção perante a Autoridade Central em matériade adoção internacional no país de acolhida, assim entendidoaquele onde está situada sua residência habitual; (Incluído pela

Lei nº 12.010, de 2009)

II - se a Autoridade Central do país de acolhidaconsiderar que os solicitantes estão habilitados e aptos paraadotar, emitirá um relatório que contenha informações sobre aidentidade, a capacidade jurídica e adequação dos solicitantespara adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meiosocial, os motivos que os animam e sua aptidão para assumiruma adoção internacional; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará orelatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para aAutoridade Central Federal Brasileira; (Incluído pela Lei nº

12.010, de 2009)

IV - o relatório será instruído com toda a documentaçãonecessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipeinterprofissional habilitada e cópia autenticada da legislaçãopertinente, acompanhada da respectiva prova de vigência;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

V - os documentos em língua estrangeira serãodevidamente autenticados pela autoridade consular,observados os tratados e convenções internacionais, eacompanhados da respectiva tradução, por tradutor públicojuramentado; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

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VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazerexigências e solicitar complementação sobre o estudopsicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já realizadono país de acolhida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

VII - verificada, após estudo realizado pela AutoridadeCentral Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeiracom a nacional, além do preenchimento por parte dospostulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivosnecessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe estaLei como da legislação do país de acolhida, será expedidolaudo de habilitação à adoção internacional, que terá validadepor, no máximo, 1 (um) ano; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessadoserá autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízoda Infância e da Juventude do local em que se encontra acriança ou adolescente, conforme indicação efetuada pelaAutoridade Central Estadual. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 1º Se a legislação do país de acolhida assim oautorizar, admite-se que os pedidos de habilitação à adoçãointernacional sejam intermediados por organismoscredenciados. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira ocredenciamento de organismos nacionais e estrangeirosencarregados de intermediar pedidos de habilitação à adoçãointernacional, com posterior comunicação às AutoridadesCentrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais deimprensa e em sítio próprio da internet. (Incluído pela Lei nº

12.010, de 2009)

§ 3º Somente será admissível o credenciamento deorganismos que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convençãode Haia e estejam devidamente credenciados pela AutoridadeCentral do país onde estiverem sediados e no país de acolhidado adotando para atuar em adoção internacional no Brasil;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

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II - satisfizerem as condições de integridade moral,competência profissional, experiência e responsabilidadeexigidas pelos países respectivos e pela Autoridade CentralFederal Brasileira; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

III - forem qualificados por seus padrões éticos e suaformação e experiência para atuar na área de adoçãointernacional; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamentojurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pelaAutoridade Central Federal Brasileira. (Incluído pela Lei nº

12.010, de 2009)

§ 4º Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído

pela Lei nº 12.010, de 2009)

I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nascondições e dentro dos limites fixados pelas autoridadescompetentes do país onde estiverem sediados, do país deacolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluído

pela Lei nº 12.010, de 2009)

II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadase de reconhecida idoneidade moral, com comprovadaformação ou experiência para atuar na área de adoçãointernacional, cadastradas pelo Departamento de PolíciaFederal e aprovadas pela Autoridade Central FederalBrasileira, mediante publicação de portaria do órgão federalcompetente; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)

III - estar submetidos à supervisão das autoridadescompetentes do país onde estiverem sediados e no país deacolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento esituação financeira; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, acada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bemcomo relatór io de acompanhamento das adoçõesinternacionais efetuadas no período, cuja cópia será

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encaminhada ao Departamento de Polícia Federal; (Incluído

pela Lei nº 12.010, de 2009)

V - enviar relatório pós-adotivo semestral para aAutoridade Central Estadual, com cópia para a AutoridadeCentral Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois)anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de cópiaautenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do paísde acolhida para o adotado; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

VI - tomar as medidas necessárias para garantir que osadotantes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileiracópia da certidão de registro de nascimento estrangeira e docertificado de nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 5º A não apresentação dos relatórios referidos no § 4ºdeste artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar asuspensão de seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010,

de 2009)

§ 6º O credenciamento de organismo nacional ouestrangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoçãointernacional terá validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº

12.010, de 2009)

§ 7º A renovação do credenciamento poderá serconcedida mediante requerimento protocolado na AutoridadeCentral Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores aotérmino do respectivo prazo de validade. (Incluído pela Lei nº

12.010, de 2009)

§ 8º Antes de transitada em julgado a decisão queconcedeu a adoção internacional, não será permitida a saídado adotando do território nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de

2009)

§ 9º Transitada em julgado a decisão, a autoridadejudiciária determinará a expedição de alvará com autorizaçãode viagem, bem como para obtenção de passaporte,

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constando, obrigatoriamente, as características da criança ouadolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinaisou traços peculiares, assim como foto recente e a aposição daimpressão digital do seu polegar direito, instruindo odocumento com cópia autenticada da decisão e certidão detrânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, aqualquer momento, solicitar informações sobre a situação dascrianças e adolescentes adotados. (Incluído pela Lei nº 12.010, de

2009)

§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismoscredenciados, que sejam considerados abusivos pelaAutoridade Central Federal Brasileira e que não estejamd e v i d a m e n t e c o m p r o v a d o s , é c a u s a d e s e udescredenciamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem serrepresentados por mais de uma entidade credenciada paraatuar na cooperação em adoção internacional. (Incluído pela Lei

nº 12.010, de 2009)

§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro oudomiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano,podendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 14. É vedado o contato direto de representantes deorganismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, comdirigentes de programas de acolhimento institucional oufamiliar, assim como com crianças e adolescentes emcondições de serem adotados, sem a devida autorizaçãojudicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderálimitar ou suspender a concessão de novos credenciamentossempre que julgar necessário, mediante ato administrativofundamentado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade edescredenciamento, o repasse de recursos provenientes de

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organismos estrangeiros encarregados de intermediar pedidosde adoção internacional a organismos nacionais ou a pessoasfísicas. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Parágrafo único. Eventuais repasses somentepoderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e doAdolescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivoConselho de Direitos da Criança e doAdolescente. (Incluído pela

Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exteriorem país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo deadoção tenha sido processado em conformidade com alegislação vigente no país de residência e atendido o dispostona Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, seráautomaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea“c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença serhomologada pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei

nº 12.010, de 2009)

§ 2º O pretendente brasileiro residente no exterior empaís não ratificante da Convenção de Haia, uma vezreingressado no Brasil, deverá requerer a homologação dasentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasilfor o país de acolhida, a decisão da autoridade competente dopaís de origem da criança ou do adolescente será conhecidapelaAutoridade Central Estadual que tiver processado o pedidode habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato àAutoridade Central Federal e determinará as providênciasnecessárias à expedição do Certificado de NaturalizaçãoProvisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o MinistérioPúblico, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela

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decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamentecontrária à ordem pública ou não atende ao interesse superiorda criança ou do adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de

2009)

§ 2º Na hipótese de não reconhecimento da adoção,prevista no § 1º deste artigo, o Ministério Público deveráimediatamente requerer o que for de direito para resguardar osinteresses da criança ou do adolescente, comunicando-se asprovidências à Autoridade Central Estadual, que fará acomunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e àAutoridade Central do país de origem. (Incluído pela Lei nº 12.010,

de 2009)

Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasilfor o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida nopaís de origem porque a sua legislação a delega ao país deacolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, acriança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenhaaderido à Convenção referida, o processo de adoção seguiráas regras da adoção nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de

2009)

CAPÍTULO IVDo Direito à Educação, à Cultura, ao

Esporte e ao Lazer

Art. 53.Acriança e o adolescente têm direito à educação,visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparopara o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,assegurando-se-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanênciana escola;

II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendorecorrer às instâncias escolares superiores;

IV - direito de organização e participação em entidades

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estudantis;

V - acesso à escola pública e gratuita próxima de suaresidência.

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis terciência do processo pedagógico, bem como participar dadefinição das propostas educacionais.

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e aoadolescente:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusivepara os que a ele não tiveram acesso na idade própria;

II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidadeao ensino médio;

III - atendimento educacional especializado aosportadores de deficiência, preferencialmente na rede regular deensino;

IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças dezero a seis anos de idade;

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, dapesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cadaum;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado àscondições do adolescente trabalhador;

VII - atendimento no ensino fundamental, através deprogramas suplementares de material didático-escolar,transporte, alimentação e assistência à saúde.

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direitopúblico subjetivo.

§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poderpúblico ou sua oferta irregular importa responsabilidade daautoridade competente.

§ 3º Compete ao poder público recensear os educandosno ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aospais ou responsável, pela frequência à escola.

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Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação dematricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.

Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensinofundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:

I - maus-tratos envolvendo seus alunos;

II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar,esgotados os recursos escolares;

III - elevados níveis de repetência.

Art. 57. O poder público estimulará pesquisas,experiências e novas propostas relativas a calendário,seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, comvistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos doensino fundamental obrigatório.

Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão osvalores culturais, artísticos e históricos próprios do contextosocial da criança e do adolescente, garantindo-se a estes aliberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.

Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e daUnião, estimularão e facilitarão a destinação de recursos eespaços para programações culturais, esportivas e de lazervoltadas para a infância e a juventude.

CAPÍTULO VDo Direito à Profissionalização e à

Proteção no Trabalho

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores dequatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (Vide

Cons�tuição Federal)

Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes éregulada por legislação especial, sem prejuízo do dispostonesta Lei.

Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da

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legislação de educação em vigor.

Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aosseguintes princípios:

I - garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensinoregular;

II - atividade compatível com o desenvolvimento doadolescente;

III - horário especial para o exercício das atividades.

Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade éassegurada bolsa de aprendizagem.

Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorzeanos, são assegurados os dire i tos trabalhistas eprevidenciários.

Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência éassegurado trabalho protegido.

Art. 67.Ao adolescente empregado, aprendiz, em regimefamiliar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido ementidade governamental ou não-governamental, é vedadotrabalho:

I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um diae as cinco horas do dia seguinte;

II - perigoso, insalubre ou penoso;

III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e aoseu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;

IV - realizado em horários e locais que não permitam afrequência à escola.

Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalhoeducativo, sob responsabilidade de entidade governamental ounão-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar aoadolescente que dele participe condições de capacitação parao exercício de atividade regular remunerada.

§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral

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em que as ex igênc ias pedagóg icas re la t i vas aodesenvolvimento pessoal e social do educando prevalecemsobre o aspecto produtivo.

§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelotrabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos deseu trabalho não desfigura o caráter educativo.

Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e àproteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entreoutros:

I - respeito à condição peculiar de pessoa emdesenvolvimento;

II - capacitação profissional adequada ao mercado detrabalho.

TÍTULO IIIDa Prevenção

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaçaou violação dos direitos da criança e do adolescente.

Art. 71. A criança e o adolescente têm direito ainformação, cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos eprodutos e serviços que respeitem sua condição peculiar depessoa em desenvolvimento.

Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem daprevenção especial outras decorrentes dos princípios por elaadotados.

Art. 73. A inobservância das normas de prevençãoimportará em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nostermos desta Lei.

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CAPÍTULO IIDa Prevenção Especial

SEÇÃO IDa informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões

e Espetáculos

Art. 74. O poder público, através do órgão competente,regulará as diversões e espetáculos públicos, informandosobre a natureza deles, as faixas etárias a que não serecomendem, locais e horários em que sua apresentação semostre inadequada.

Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões eespetáculos públicos deverão afixar, em lugar visível e de fácilacesso, à entrada do local de exibição, informação destacadasobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada nocertificado de classificação.

Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso àsdiversões e espetáculos públicos classificados comoadequados à sua faixa etária.

Parágrafo único. As crianças menores de dez anossomente poderão ingressar e permanecer nos locais deapresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ouresponsável.

Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somenteexibirão, no horário recomendado para o público infanto juvenil,programas com finalidades educativas, artísticas, culturais einformativas.

Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentadoou anunciado sem aviso de sua classificação, antes de suatransmissão, apresentação ou exibição.

Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes efuncionários de empresas que explorem a venda ou aluguel defitas de programação em vídeo cuidarão para que não hajavenda ou locação em desacordo com a classificação atribuídapelo órgão competente.

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Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverãoexibir, no invólucro, informação sobre a natureza da obra e afaixa etária a que se destinam.

Art. 78. As revistas e publicações contendo materialimpróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverãoser comercializadas em embalagem lacrada, com aadvertência de seu conteúdo.

Parágrafo único. As editoras cuidarão para que ascapas que contenham mensagens pornográficas ou obscenassejam protegidas com embalagem opaca.

Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao públicoinfanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias,legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco,armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos esociais da pessoa e da família.

Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos queexplorem comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou porcasas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas,ainda que eventualmente, cuidarão para que não seja permitidaa entrada e a permanência de crianças e adolescentes no local,afixando aviso para orientação do público.

SEÇÃO IIDos Produtos e Serviços

Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescentede:

I - armas, munições e explosivos;

II - bebidas alcoólicas;

III - produtos cujos componentes possam causardependência física ou psíquica ainda que por utilizaçãoindevida;

IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles quepelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocarqualquer dano físico em caso de utilização indevida;

V - revistas e publicações a que alude o art. 78;

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VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.

Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ouadolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimentocongênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ouresponsável.

SEÇÃO IIIDa Autorização para Viajar

Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora dacomarca onde reside, desacompanhada dos pais ouresponsável, sem expressa autorização judicial.

§ 1º Aautorização não será exigida quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da residência dacriança, se na mesma unidade da Federação, ou incluída namesma região metropolitana;

b) a criança estiver acompanhada:

1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,comprovado documentalmente o parentesco;

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai,mãe ou responsável.

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ouresponsável, conceder autorização válida por dois anos.

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, aautorização é dispensável, se a criança ou adolescente:

I - estiver acompanhado de ambos os pais ouresponsável;

II - viajar na companhia de um dos pais, autorizadoexpressamente pelo outro através de documento com firmareconhecida.

Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial,nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacionalpoderá sair do País em companhia de estrangeiro residente oudomiciliado no exterior.

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LIVRO IIPARTE ESPECIAL

TÍTULO IDA POLÍTICA DE ATENDIMENTO

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criançae do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado deações governamentais e não-governamentais, da União, dosestados, do Distrito Federal e dos municípios.

Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:

I - políticas sociais básicas;

II - políticas e programas de assistência social, emcaráter supletivo, para aqueles que deles necessitem;

III - serviços especiais de prevenção e atendimentomédico e psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos,exploração, abuso, crueldade e opressão;

IV - serviço de identificação e localização de pais,responsável, crianças e adolescentes desaparecidos;

V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dosdireitos da criança e do adolescente.

VI - políticas e programas destinados a prevenir ouabreviar o período de afastamento do convívio familiar e agarantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar decrianças e adolescentes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob formade guarda de crianças e adolescentes afastados do convíviofamiliar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças

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maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas desaúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. (Incluídopela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:

I - municipalização do atendimento;

II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacionaldos direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos econtroladores das ações em todos os níveis, assegurada aparticipação popular paritária por meio de organizaçõesrepresentativas, segundo leis federal, estaduais e municipais;

III - criação e manutenção de programas específicos,observada a descentralização político-administrativa;

IV - manutenção de fundos nacional, estaduais emunicipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitosda criança e do adolescente;

V - integração operacional de órgãos do Judiciário,Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública eAssistência Social, preferencialmente em um mesmo local,para efeito de agilização do atendimento inicial a adolescente aquem se atribua autoria de ato infracional;

VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar eencarregados da execução das políticas sociais básicas e deassistência social, para efeito de agilização do atendimento decrianças e de adolescentes inseridos em programas deacolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápidareintegração à família de origem ou, se tal solução se mostrarcomprovadamente inviável, sua colocação em famíliasubstituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

VII - mobilização da opinião pública para a indispensávelparticipação dos diversos segmentos da sociedade. (Incluídopela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dosconselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do

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adolescente é considerada de interesse público relevante e nãoserá remunerada.

CAPÍTULO IIDas Entidades de Atendimento

SEÇÃO IDisposições Gerais

Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveispela manutenção das próprias unidades, assim como peloplanejamento e execução de programas de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes, em regimede:

I - orientação e apoio sócio-familiar;

II - apoio sócio-educativo em meio aberto;

III - colocação familiar;

IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº12.010, de 2009)

V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dadapela Lei nº 12.594, de 2012)

VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº12.594, de 18 de janeiro de 2012)

VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594,de 2012)

VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

§ 1ºAs entidades governamentais e não governamentaisdeverão proceder à inscrição de seus programas,especificando os regimes de atendimento, na forma definidaneste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança edo Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e desuas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelare à autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º Os recursos destinados à implementação e

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manutenção dos programas relacionados neste artigo serãoprevistos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicosencarregados das áreas de Educação, Saúde e AssistênciaSocial, dentre outros, observando-se o princípio da prioridadeabsoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo docaputart. 227 da Constituição Federal e pelo e parágrafo únicocaputdo art. 4º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 3º Os programas em execução serão reavaliados peloConselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios pararenovação da autorização de funcionamento: (Incluído pela Leinº 12.010, de 2009)

I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bemcomo às resoluções relativas à modalidade de atendimentoprestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança edo Adolescente, em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº12.010, de 2009)

II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido,atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e pelaJustiça da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº 12.010,de 2009)

III - em se tratando de programas de acolhimentoinstitucional ou familiar, serão considerados os índices desucesso na reintegração familiar ou de adaptação à famíliasubstituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009)

Art. 91. As entidades não-governamentais somentepoderão funcionar depois de registradas no ConselhoMunicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qualcomunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridadejudiciária da respectiva localidade.

§ 1º Será negado o registro à entidade que: (Incluídopela Lei nº 12.010, de 2009)

a) não ofereça instalações físicas em condiçõesadequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e

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segurança;

b) não apresente plano de trabalho compatível com osprincípios desta Lei;

c) esteja irregularmente constituída;

d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.

e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções edeliberações relativas à modalidade de atendimento prestadoexpedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e doAdolescente, em todos os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010,de 2009)

§ 2º O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos,cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de suarenovação, observado o disposto no § 1º deste artigo. (Incluídopela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 92. As entidades que desenvolvam programas deacolhimento familiar ou institucional deverão adotar osseguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de2009)

I - preservação dos vínculos familiares e promoção dareintegração familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de2009)

II - integração em família substituta, quando esgotadosos recursos de manutenção na família natural ou extensa;(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;

IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;

V - não desmembramento de grupos de irmãos;

VI - evitar, sempre que possível, a transferência paraoutras entidades de crianças e adolescentes abrigados;

VII - participação na vida da comunidade local;

VIII - preparação gradativa para o desligamento;

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IX - participação de pessoas da comunidade noprocesso educativo.

§ 1º O dirigente de entidade que desenvolve programade acolhimento institucional é equiparado ao guardião, paratodos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º Os dirigentes de entidades que desenvolvemprogramas de acolhimento familiar ou institucional remeterão àautoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses,relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança ouadolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliaçãoprevista no § 1º do art. 19 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,de 2009)

§ 3º Os entes federados, por intermédio dos PoderesExecutivo e Judiciário, promoverão conjuntamente apermanente qualificação dos profissionais que atuam direta ouindiretamente em programas de acolhimento institucional edestinados à colocação familiar de crianças e adolescentes,incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público eConselho Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 4º Salvo determinação em contrário da autoridadejudiciária competente, as entidades que desenvolvemprogramas de acolhimento familiar ou institucional, senecessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos deassistência social, estimularão o contato da criança ouadolescente com seus pais e parentes, em cumprimento aodisposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo. (Incluído pelaLei nº 12.010, de 2009)

§ 5º As entidades que desenvolvem programas deacolhimento familiar ou institucional somente poderão receberrecursos públicos se comprovado o atendimento dos princípios,exigências e finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010,de 2009)

§ 6º O descumprimento das disposições desta Lei pelodirigente de entidade que desenvolva programas deacolhimento familiar ou institucional é causa de sua destituição,sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade

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administrativa, civil e criminal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009)

Art. 93. As entidades que mantenham programa deacolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e deurgência, acolher crianças e adolescentes sem préviadeterminação da autor idade competente, fazendocomunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz daInfância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Parágrafo único. Recebida a comunicação, aautoridade judiciária, ouvido o Ministério Público e senecessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará asmedidas necessárias para promover a imediata reintegraçãofamiliar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer razãonão for isso possível ou recomendável, para seuencaminhamento a programa de acolhimento familiar,institucional ou a família substituta, observado o disposto no §2º do art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 94. As entidades que desenvolvem programas deinternação têm as seguintes obrigações, entre outras:

I - observar os direitos e garantias de que são titulares osadolescentes;

II - não restringir nenhum direito que não tenha sidoobjeto de restrição na decisão de internação;

III - oferecer atendimento personalizado, em pequenasunidades e grupos reduzidos;

IV - preservar a identidade e oferecer ambiente derespeito e dignidade ao adolescente;

V - diligenciar no sentido do restabelecimento e dapreservação dos vínculos familiares;

VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente,os casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamentodos vínculos familiares;

VII - oferecer instalações físicas em condiçõesadequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança

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e os objetos necessários à higiene pessoal;

VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes eadequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;

IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos,odontológicos e farmacêuticos;

X - propiciar escolarização e profissionalização;

XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;

XII - propiciar assistência religiosa àqueles quedesejarem, de acordo com suas crenças;

XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalomáximo de seis meses, dando ciência dos resultados àautoridade competente;

XV - informar, periodicamente, o adolescente internadosobre sua situação processual;

XVI - comunicar às autoridades competentes todos oscasos de adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas;

XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertencesdos adolescentes;

XVIII - manter programas destinados ao apoio eacompanhamento de egressos;

XIX - providenciar os documentos necessários aoexercício da cidadania àqueles que não os tiverem;

XX - manter arquivo de anotações onde constem data ecircunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seuspais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade,acompanhamento da sua formação, relação de seus pertencese demais dados que possibilitem sua identificação e aindividualização do atendimento.

§ 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigaçõesconstantes deste artigo às entidades que mantêm programasde acolhimento institucional e familiar. (Redação dada pela Leinº 12.010, de 2009)

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§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude esteartigo as entidades utilizarão preferencialmente os recursos dacomunidade.

SEÇÃO IIDa Fiscalização das Entidades

Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão fiscalizadas peloJudiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.

Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações decontas serão apresentados ao estado ou ao município,conforme a origem das dotações orçamentárias.

Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades deatendimento que descumprirem obrigação constante do art. 94,sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seusdirigentes ou prepostos:

I - às entidades governamentais:

a) advertência;

b) afastamento provisório de seus dirigentes;

c) afastamento definitivo de seus dirigentes;

d) fechamento de unidade ou interdição de programa.

II - às entidades não-governamentais:

a) advertência;

b) suspensão total ou parcial do repasse de verbaspúblicas;

c) interdição de unidades ou suspensão de programa;

d) cassação do registro.

§ 1º Em caso de reiteradas infrações cometidas porentidades de atendimento, que coloquem em risco os direitosassegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado aoMinistério Público ou representado perante autoridadejudiciária competente para as providências cabíveis, inclusivesuspensão das atividades ou dissolução da entidade.(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

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§ 2º As pessoas jurídicas de direito público e asorganizações não governamentais responderão pelos danosque seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes,caracterizado o descumprimento dos princípios norteadoresdas atividades de proteção específica. (Redação dada pela Leinº 12.010, de 2009)

TÍTULO IIDas Medidas de Proteção

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 98. As medidas de proteção à criança e aoadolescente são aplicáveis sempre que os direitosreconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:

I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;

III - em razão de sua conduta.

CAPÍTULO IIDas Medidas Específicas de Proteção

Art. 99.As medidas previstas neste Capítulo poderão seraplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídasa qualquer tempo.

Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão emconta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelasque visem ao fortalecimento dos vínculos familiares ecomunitários.

Parágrafo único. São também princípios que regem aaplicação das medidas: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

I - condição da criança e do adolescente como sujeitos dedireitos: crianças e adolescentes são os titulares dos direitosprevistos nesta e em outras Leis, bem como na ConstituiçãoFederal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

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II - proteção integral e prioritária: a interpretação eaplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve servoltada à proteção integral e prioritária dos direitos de quecrianças e adolescentes são titulares; (Incluído pela Lei nº12.010, de 2009)

III - responsabilidade primária e solidária do poderpúblico: a plena efetivação dos direitos assegurados a criançase a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvonos casos por esta expressamente ressalvados, é deresponsabilidade primária e solidária das 3 (três) esferas degoverno, sem prejuízo da municipalização do atendimento e dapossibilidade da execução de programas por entidades nãogovernamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

IV - interesse superior da criança e do adolescente: aintervenção deve atender prioritariamente aos interesses edireitos da criança e do adolescente, sem prejuízo daconsideração que for devida a outros interesses legítimos noâmbito da pluralidade dos interesses presentes no casoconcreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção dacriança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pelaintimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridadescompetentes deve ser efetuada logo que a situação de perigoseja conhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercidaexclusivamente pelas autoridades e instituições cuja ação sejaindispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção dacriança e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deveser a necessária e adequada à situação de perigo em que acriança ou o adolescente se encontram no momento em que adecisão é tomada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

IX - responsabilidade parental: a intervenção deve serefetuada de modo que os pais assumam os seus deveres para

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com a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009)

X - prevalência da família: na promoção de direitos e naproteção da criança e do adolescente deve ser dadaprevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem nasua família natural ou extensa ou, se isto não for possível, quepromovam a sua integração em família substituta; (Incluídopela Lei nº 12.010, de 2009)

XI - obrigatoriedade da informação: a criança e oadolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento ecapacidade de compreensão, seus pais ou responsável devemser informados dos seus direitos, dos motivos quedeterminaram a intervenção e da forma como esta se processa;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e oadolescente, em separado ou na companhia dos pais, deresponsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seuspais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar nosatos e na definição da medida de promoção dos direitos e deproteção, sendo sua opinião devidamente considerada pelaautoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§1º e 2º do art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas noart. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentreoutras, as seguintes medidas:

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediantetermo de responsabilidade;

II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;

I I I - matr ícu la e f requência obr igatór ias emestabelecimento oficial de ensino fundamental;

IV - inclusão em programa comunitário ou oficial deauxílio à família, à criança e ao adolescente;

V - requisição de tratamento médico, psicológico oupsiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;

VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de

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auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº12.010, de 2009)

VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº12.010, de 2009)

§ 1º O acolhimento institucional e o acolhimento familiarsão medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como formade transição para reintegração familiar ou, não sendo estapossível, para colocação em família substituta, não implicandoprivação de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciaispara proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e dasprovidências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento dacriança ou adolescente do convívio familiar é de competênciaexclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, apedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimointeresse, de procedimento judicial contencioso, no qual segaranta aos pais ou ao responsável legal o exercício docontraditório e da ampla defesa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009)

§ 3º Crianças e adolescentes somente poderão serencaminhados às instituições que executam programas deacolhimento institucional, governamentais ou não, por meio deuma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária,na qual obrigatoriamente constará, dentre outros: (Incluído pelaLei nº 12.010, de 2009)

I - sua identificação e a qualificação completa de seuspais ou de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela Lei nº12.010, de 2009)

II - o endereço de residência dos pais ou do responsável,com pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

III - os nomes de parentes ou de terceiros interessadosem tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

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IV - os motivos da retirada ou da não reintegração aoconvívio familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 4º Imediatamente após o acolhimento da criança ou doadolescente, a entidade responsável pelo programa deacolhimento institucional ou familiar elaborará um planoindividual de atendimento, visando à reintegração familiar,ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada emcontrário de autoridade judiciária competente, caso em quetambém deverá contemplar sua colocação em famíliasubstituta, observadas as regras e princípios desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 5º O plano individual será elaborado sob aresponsabilidade da equipe técnica do respectivo programa deatendimento e levará em consideração a opinião da criança oudo adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável. (Incluídopela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 6º Constarão do plano individual, dentre outros:(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluídopela Lei nº 12.010, de 2009)

II - os compromissos assumidos pelos pais ouresponsável; e (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

III - a previsão das atividades a serem desenvolvidascom a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ouresponsável, com vista na reintegração familiar ou, caso sejaesta vedada por expressa e fundamentada determinaçãojudicial, as providências a serem tomadas para sua colocaçãoem família substituta, sob direta supervisão da autoridadejudiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 7º O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá nolocal mais próximo à residência dos pais ou do responsável e,como parte do processo de reintegração familiar, sempre queidentificada a necessidade, a família de origem será incluída emprogramas oficiais de orientação, de apoio e de promoçãosocial, sendo facilitado e estimulado o contato com a criança ou

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com o adolescente acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009)

§ 8º Verificada a possibilidade de reintegração familiar, oresponsável pelo programa de acolhimento familiar ouinstitucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária,que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco)dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009)

§ 9º Em sendo constatada a impossibilidade dereintegração da criança ou do adolescente à família de origem,após seu encaminhamento a programas oficiais oucomunitários de orientação, apoio e promoção social, seráenviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qualconste a descrição pormenorizada das providências tomadas ea expressa recomendação, subscrita pelos técnicos daentidade ou responsáveis pela execução da política municipalde garantia do direito à convivência familiar, para a destituiçãodo poder familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Incluídopela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá oprazo de 30 (trinta) dias para o ingresso com a ação dedestituição do poder familiar, salvo se entender necessária arealização de estudos complementares ou outras providênciasque entender indispensáveis ao ajuizamento da demanda.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarcaou foro regional, um cadastro contendo informaçõesatualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime deacolhimento familiar e institucional sob sua responsabilidade,com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica decada um, bem como as providências tomadas para suareintegração familiar ou colocação em família substituta, emqualquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, oConselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os

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Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e doAdolescentee da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre aimplementação de políticas públicas que permitam reduzir onúmero de crianças e adolescentes afastados do convíviofamiliar e abreviar o período de permanência em programa deacolhimento.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 102. As medidas de proteção de que trata esteCapítulo serão acompanhadas da regularização do registrocivil.

§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, oassento de nascimento da criança ou adolescente será feito àvista dos elementos disponíveis, mediante requisição daautoridade judiciária.

§ 2º Os registros e cert idões necessários àregularização de que trata este artigo são isentos de multas,custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.

§ 3º Caso ainda não definida a paternidade, serádeflagrado procedimento específico destinado à suaaveriguação, conforme previsto pela Lei nº 8.560, de 29 dedezembro de 1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 4º Nas hipóteses previstas no § 3º deste artigo, édispensável o ajuizamento de ação de investigação depaternidade pelo Ministério Público se, após o nãocomparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir apaternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada paraadoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

TÍTULO IIIDa Prática de Ato Infracional

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descritacomo crime ou contravenção penal.

Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores dedezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.

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Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve serconsiderada a idade do adolescente à data do fato.

Art. 105. Ao ato infracional praticado por criançacorresponderão as medidas previstas no art. 101.

CAPÍTULO IIDos Direitos Individuais

Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sualiberdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordemescrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.

Parágrafo único. O adolescente tem direito àidentificação dos responsáveis pela sua apreensão, devendoser informado acerca de seus direitos.

Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o localonde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados àautoridade judiciária competente e à família do apreendido ou àpessoa por ele indicada.

Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob penade responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode serdeterminada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.

Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada ebasear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade,demonstrada a necessidade imperiosa da medida.

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não serásubmetido a identificação compulsória pelos órgãos policiais,de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação,havendo dúvida fundada.

CAPÍTULO IIIDas Garantias Processuais

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sualiberdade sem o devido processo legal.

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras,

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as seguintes garantias:

I - pleno e formal conhecimento da atribuição de atoinfracional, mediante citação ou meio equivalente;

II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e produzir todas as provasnecessárias à sua defesa;

III - defesa técnica por advogado;

IV - assistência judiciária gratuita e integral aosnecessitados, na forma da lei;

V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridadecompetente;

VI - direito de solicitar a presença de seus pais ouresponsável em qualquer fase do procedimento.

CAPÍTULO IVDas Medidas Sócio-Educativas

SEÇÃO IDisposições Gerai

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, aautoridade competente poderá aplicar ao adolescente asseguintes medidas:

I - advertência;

II - obrigação de reparar o dano;

III - prestação de serviços à comunidade;

IV - liberdade assistida;

V - inserção em regime de semi-liberdade;

VI - internação em estabelecimento educacional;

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

§ 1º Amedida aplicada ao adolescente levará em conta asua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidadeda infração.

§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será

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admitida a prestação de trabalho forçado.

§ 3º Os adolescentes portadores de doença oudeficiência mental receberão tratamento individual eespecializado, em local adequado às suas condições.

Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts.99 e 100.

Art. 114. Aimposição das medidas previstas nos incisosII a VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientesda autoria e da materialidade da infração, ressalvada ahipótese de remissão, nos termos do art. 127.

Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicadasempre que houver prova da materialidade e indíciossuficientes da autoria.

SEÇÃO IIa Advertência

Art. 115. A advertência consistirá em admoestaçãoverbal, que será reduzida a termo e assinada.

SEÇÃO IIIDa Obrigação de Reparar o Dano

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexospatrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, queo adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento dodano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.

Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade,a medida poderá ser substituída por outra adequada.

SEÇÃO IVDa Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consistena realização de tarefas gratuitas de interesse geral, porperíodo não excedente a seis meses, junto a entidadesassistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentoscongêneres, bem como em programas comunitários ougovernamentais.

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Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conformeas aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas durantejornada máxima de oito horas semanais, aos sábados,domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicara frequência à escola ou à jornada normal de trabalho.

SEÇÃO VDa Liberdade Assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre quese afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar,auxiliar e orientar o adolescente.

§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada paraacompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada porentidade ou programa de atendimento.

§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimode seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada,revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador,o Ministério Público e o defensor.

Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e asupervisão da autoridade competente, a realização dosseguintes encargos, entre outros:

I - promover socialmente o adolescente e sua família,fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, emprograma oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;

II - supervisionar a frequência e o aproveitamentoescolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;

III - diligenciar no sentido da profissionalização doadolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;

IV - apresentar relatório do caso.

SEÇÃO VIDo Regime de Semi-liberdade

Art. 120. O regime de semi-liberdade pode serdeterminado desde o início, ou como forma de transição para omeio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,

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independentemente de autorização judicial.

§ 1º São obr iga tó r ias a esco la r i zação e aprofissionalização, devendo, sempre que possível, serutilizados os recursos existentes na comunidade.

§ 2º A medida não comporta prazo determinadoaplicando-se, no que couber, as disposições relativas àinternação.

SEÇÃO VIIDa Internação

Art. 121. A internação constitui medida privativa dal i be rdade , su je i t a aos p r i nc íp i os de b rev idade ,excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa emdesenvolvimento.

§ 1º Será permitida a realização de atividades externas,a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressadeterminação judicial em contrário.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado,devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisãofundamentada, no máximo a cada seis meses.

§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo deinternação excederá a três anos.

§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior,o adolescente deverá ser liberado, colocado em regime desemi-liberdade ou de liberdade assistida.

§ 5ºA liberação será compulsória aos vinte e um anos deidade.

§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação seráprecedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.

§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1º poderáser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicadaquando:

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I - tratar-se de ato infracional cometido mediante graveameaça ou violência a pessoa;

II - por reiteração no cometimento de outras infraçõesgraves;

III - por descumprimento reiterado e injustificável damedida anteriormente imposta.

§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso IIIdeste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendoser decretada judicialmente após o devido processo legal.(Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)

§ 2º Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,havendo outra medida adequada.

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidadeexclusiva para adolescentes, em local distinto daqueledestinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação porcritérios de idade, compleição física e gravidade da infração.

Parágrafo único. Durante o período de internação,inclusive provisória, serão obrigatórias atividades pedagógicas.

Art. 124. São direitos do adolescente privado deliberdade, entre outros, os seguintes:

I - entrevistar-se pessoalmente com o representante doMinistério Público;

II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;

III - avistar-se reservadamente com seu defensor;

IV - ser informado de sua situação processual, sempreque solicitada;

V - ser tratado com respeito e dignidade;

VI - permanecer internado na mesma localidade ounaquela mais próxima ao domicílio de seus pais ouresponsável;

VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;

VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;

IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e

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asseio pessoal;

X - habitar alojamento em condições adequadas dehigiene e salubridade;

XI - receber escolarização e profissionalização;

XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:

XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;

XIV - receber assistência religiosa, segundo a suacrença, e desde que assim o deseje;

XV - manter a posse de seus objetos pessoais e disporde local seguro para guardá-los, recebendo comprovantedaqueles porventura depositados em poder da entidade;

XVI - receber, quando de sua desinternação, osdocumentos pessoais indispensáveis à vida em sociedade.

§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.

§ 2º A autoridade judiciária poderá suspendertemporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, seexistirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aosinteresses do adolescente.

Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física emental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidasadequadas de contenção e segurança.

CAPÍTULO VDa Remissão

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial paraapuração de ato infracional, o representante do MinistérioPúblico poderá conceder a remissão, como forma de exclusãodo processo, atendendo às circunstâncias e consequências dofato, ao contexto social, bem como à personalidade doadolescente e sua maior ou menor participação no atoinfracional.

Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessãoda remissão pela autoridade judiciária importará na suspensãoou extinção do processo.

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Art. 127. A remissão não implica necessariamente oreconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nemprevalece para efeito de antecedentes, podendo incluireventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstasem lei, exceto a colocação em regime de semi-liberdade e ainternação.

Art. 128. A medida aplicada por força da remissãopoderá ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediantepedido expresso do adolescente ou de seu representante legal,ou do Ministério Público.

TÍTULO IVDas Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ouresponsável:

I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário deproteção à família;

II - inclusão em programa oficial ou comunitário deauxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

III - encaminhamento a tratamento psicológico oupsiquiátrico;

IV - encaminhamento a cursos ou programas deorientação;

V - obrigação de matricular o filho ou pupilo eacompanhar sua frequência e aproveitamento escolar;

VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente atratamento especializado;

VII - advertência;

VIII - perda da guarda;

IX - destituição da tutela;

X - suspensão ou destituição do poder familiar.(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)

Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstasnos incisos IX e X deste artigo, observar-se-á o disposto nosarts. 23 e 24.

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Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressãoou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, aautoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar,o afastamento do agressor da moradia comum.

Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, afixação provisória dos alimentos de que necessitem a criançaou o adolescente dependentes do agressor. (Incluído pela Leinº 12.415, de 9 de junho de 2011)

TÍTULO VDo Conselho Tutelar

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente eautônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade dezelar pelo cumprimento dos direitos da criança e doadolescente, definidos nesta Lei.

Art. 132. Em cada Município e em cada RegiãoAdministrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)Conselho Tutelar como órgão integrante da administraçãopública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pelapopulação local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1(uma) recondução, mediante novo processo de escolha.(Redação dada pela Lei nº 12.696, de 25 de julho de 2012)

Art. 133. Para a candidatura a membro do ConselhoTutelar, serão exigidos os seguintes requisitos:

I - reconhecida idoneidade moral;

II - idade superior a vinte e um anos;

III - residir no município.

Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local,dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusivequanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais éassegurado o direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de2012)

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I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696,de 2012)

II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3(um terço) do valor da remuneração mensal; (Incluído pela Leinº 12.696, de 2012)

III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de2012)

IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de2012)

V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de2012)

Parágrafo único. Constará da lei orçamentáriamunicipal e da do Distrito Federal previsão dos recursosnecessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e àremuneração e formação continuada dos conselheirostutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)

Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiroconstituirá serviço público relevante e estabelecerá presunçãode idoneidade moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 25de julho de 2012)

CAPÍTULO IIDas Atribuições do Conselho

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:

I - atender as crianças e adolescentes nas hipótesesprevistas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas noart. 101, I a VII;

II - atender e aconselhar os pais ou responsável,aplicando as medidas previstas no art. 129, I a VII;

III - promover a execução de suas decisões, podendopara tanto:

a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde,educação, serviço social, previdência, trabalho e segurança;

b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de

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descumprimento injustificado de suas deliberações.

IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato queconstitua infração administrativa ou penal contra os direitos dacriança ou adolescente;

V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de suacompetência;

VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridadejudiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para oadolescente autor de ato infracional;

VII - expedir notificações;

VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito decriança ou adolescente quando necessário;

IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração daproposta orçamentária para planos e programas deatendimento dos direitos da criança e do adolescente;

X - representar, em nome da pessoa e da família, contraa violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, daConstituição Federal;

XI - representar ao Ministério Público para efeito dasações de perda ou suspensão do poder familiar, apósesgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou doadolescente junto à família natural. (Redação dada pela Lei nº12.010, de 2009)

Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições,o Conselho Tutelar entender necessário o afastamento doconvívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao MinistérioPúblico, prestando-lhe informações sobre os motivos de talentendimento e as providências tomadas para a orientação, oapoio e a promoção social da família. (Incluído pela Lei nº12.010, de 2009)

Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somentepoderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido dequem tenha legítimo interesse.

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CAPÍTULO IIIDa Competência

Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra decompetência constante do art. 147.

CAPÍTULO IVDa Escolha dos Conselheiros

Art. 139. O processo para a escolha dos membros doConselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizadosob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos daCriança e do Adolescente, e a fiscalização do MinistérioPúblico. (Redação dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)

§ 1º O processo de escolha dos membros do ConselhoTutelar ocorrerá em data unificada em todo o território nacionala cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubrodo ano subsequente ao da eleição presidencial. (Incluído pelaLei nº 12.696, de 2012)

§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia10 de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.(Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)

§ 3º No processo de escolha dos membros do ConselhoTutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ouentregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquernatureza, inclusive brindes de pequeno valor. (Incluído pela Leinº 12.696, de 2012)

CAPÍTULO VDos Impedimentos

Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselhomarido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genroou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho,padrasto ou madrasta e enteado.

Parágrafo único. Estende-se o impedimento doconselheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridadejudiciária e ao representante do Ministério Público com atuação

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na Justiça da Infância e da Juventude, em exercício nacomarca, foro regional ou distrital.

TÍTULO VIDo Acesso à Justiça

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ouadolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e aoPoder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.

§ 1º A assistência judiciária gratuita será prestada aosque dela necessitarem, através de defensor público ouadvogado nomeado.

§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça daInfância e da Juventude são isentas de custas e emolumentos,ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.

Art. 142. Os menores de dezesseis anos serãorepresentados e os maiores de dezesseis e menores de vinte eum anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, naforma da legislação civil ou processual.

Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curadorespecial à criança ou adolescente, sempre que os interessesdestes colidirem com os de seus pais ou responsável, ouquando carecer de representação ou assistência legal aindaque eventual.

Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais,policiais e administrativos que digam respeito a crianças eadolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.

Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fatonão poderá identificar a criança ou adolescente, vedando-sefotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco,residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.(Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)

Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que

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se refere o artigo anterior somente será deferida pelaautoridade judiciária competente, se demonstrado o interesse ejustificada a finalidade.

CAPÍTULO IIDa Justiça da Infância e da Juventude

SEÇÃO IDisposições Gerais

Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criarvaras especializadas e exclusivas da infância e da juventude,c a b e n d o a o P o d e r J u d i c i á r i o e s t a b e l e c e r s u aproporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em plantões.

SEÇÃO IIDo Juiz

Art. 146.Aautoridade a que se refere esta Lei é o Juiz daInfância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, naforma da lei de organização judiciária local.

Art. 147.Acompetência será determinada:

I - pelo domicílio dos pais ou responsável;

II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente,à falta dos pais ou responsável.

§ 1º Nos casos de ato infracional, será competente aautoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regrasde conexão, continência e prevenção.

§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada àautoridade competente da residência dos pais ou responsável,ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ouadolescente.

§ 3º Em caso de infração cometida através detransmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja maisde uma comarca, será competente, para aplicação dapenalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da

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emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas astransmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.

Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude écompetente para:

I - conhecer de representações promovidas peloMinistério Público, para apuração de ato infracional atribuído aadolescente, aplicando as medidas cabíveis;

II - conceder a remissão, como forma de suspensão ouextinção do processo;

III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;

IV - conhecer de ações civis fundadas em interessesindividuais, difusos ou coletivos afetos à criança e aoadolescente, observado o disposto no art. 209;

V - conhecer de ações decorrentes de irregularidadesem entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;

VI - aplicar penalidades administrativas nos casos deinfrações contra norma de proteção à criança ou adolescente;

VII - conhecer de casos encaminhados pelo ConselhoTutelar, aplicando as medidas cabíveis.

Parágrafo único. Quando se tratar de criança ouadolescente nas hipóteses do art. 98, é também competente aJustiça da Infância e da Juventude para o fim de:

a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;

b) conhecer de ações de destituição do poder familiar,perda ou modificação da tutela ou guarda; (Expressãosubstituída pela Lei nº 12.010, de 2009)

c) suprir a capacidade ou o consentimento para ocasamento;

d) conhecer de pedidos baseados em discordânciapaterna ou materna, em relação ao exercício do poder familiar;(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)

e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil,quando faltarem os pais;

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f) designar curador especial em casos de apresentaçãode queixa ou representação, ou de outros procedimentosjudiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ouadolescente;

g) conhecer de ações de alimentos;

h) determinar o cancelamento, a retificação e osuprimento dos registros de nascimento e óbito.

Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar,através de portaria, ou autorizar, mediante alvará:

I - a entrada e permanência de criança ou adolescente,desacompanhado dos pais ou responsável, em:

a) estádio, ginásio e campo desportivo;

b) bailes ou promoções dançantes;

c) boate ou congêneres;

d) casa que explore comercialmente diversõeseletrônicas;

e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.

II - a participação de criança e adolescente em:

a) espetáculos públicos e seus ensaios;

b) certames de beleza.

§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridadejudiciária levará em conta, dentre outros fatores:

a) os princípios desta Lei;

b) as peculiaridades locais;

c) a existência de instalações adequadas;

d) o tipo de frequência habitual ao local;

e) a adequação do ambiente a eventual participação oufrequência de crianças e adolescentes;

f) a natureza do espetáculo.

§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigodeverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas asdeterminações de caráter geral.

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SEÇÃO IIIDos Serviços Auxiliares

Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de suaproposta orçamentária, prever recursos para manutenção deequipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça daInfância e da Juventude.

Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentreoutras atribuições que lhe forem reservadas pela legislaçãolocal, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ouverbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhosde aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevençãoe outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridadejudiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista dotécnico.

CAPÍTULO IIIDos Procedimentos

SEÇÃO IDisposições Gerais

Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Leiaplicam-se subsidiariamente as normas gerais previstas nalegislação processual pertinente.

Parágrafo único. É assegurada, sob pena deresponsabilidade, prioridade absoluta na tramitação dosprocessos e procedimentos previstos nesta Lei, assim como naexecução dos atos e diligências judiciais a eles referentes.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada nãocorresponder a procedimento previsto nesta ou em outra lei, aautoridade judiciária poderá investigar os fatos e ordenar deofício as providências necessárias, ouvido o Ministério Público.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplicapara o fim de afastamento da criança ou do adolescente de suafamília de origem e em outros procedimentos necessariamente

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contenciosos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 154.Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

SEÇÃO IIDa Perda e da Suspensão do Poder Familiar

(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensãodo poder familiar terá início por provocação do MinistérioPúblico ou de quem tenha legítimo interesse. (Expressãosubstituída pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 156.Apetição inicial indicará:

I - a autoridade judiciária a que for dirigida;

II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência dorequerente e do requerido, dispensada a qualificação em setratando de pedido formulado por representante do MinistérioPúblico;

III - a exposição sumária do fato e o pedido;

IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desdelogo, o rol de testemunhas e documentos.

Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridadejudiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão dopoder familiar, liminar ou incidentalmente, até o julgamentodefinitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado apessoa idônea, mediante termo de responsabilidade.(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dezdias, oferecer resposta escrita, indicando as provas a seremproduzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas edocumentos.

Parágrafo único. Deverão ser esgotados todos osmeios para a citação pessoal.

Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade deconstituir advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de suafamília, poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado

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dativo, ao qual incumbirá a apresentação de resposta,contando-se o prazo a partir da intimação do despacho denomeação.

Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciáriarequisitará de qualquer repartição ou órgão público aapresentação de documento que interesse à causa, de ofícioou a requerimento das partes ou do Ministério Público.

Art. 161. Não sendo contestado o pedido, a autoridadejudiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por cincodias, salvo quando este for o requerente, decidindo em igualprazo.

§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimentodas partes ou do Ministério Público, determinará a realizaçãode estudo social ou perícia por equipe interprofissional oumultidisciplinar, bem como a oitiva de testemunhas quecomprovem a presença de uma das causas de suspensão oudestituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, ou noart. 24 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º Em sendo os pais oriundos de comunidadesindígenas, é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipeprofissional ou multidisciplinar referida no § 1º deste artigo, derepresentantes do órgão federal responsável pela políticaindigenista, observado o disposto no § 6 do art. 28 desta Lei.o

(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 3 Se o pedido importar em modificação de guarda,o

será obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva dacriança ou adolescente, respeitado seu estágio dedesenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicaçõesda medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que essesforem identificados e estiverem em local conhecido. (Incluídopela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciáriadará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias, salvoquando este for o requerente, designando, desde logo,

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audiência de instrução e julgamento.

§ 1ºArequerimento de qualquer das partes, do MinistérioPúblico, ou de ofício, a autoridade judiciária poderá determinara realização de estudo social ou, se possível, de perícia porequipe interprofissional.

§ 2º Na audiência, presentes as partes e o MinistérioPúblico, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-seoralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado porescrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, orequerido e o Ministério Público, pelo tempo de vinte minutoscada um, prorrogável por mais dez. A decisão será proferida naaudiência, podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente,designar data para sua leitura no prazo máximo de cinco dias.

Art. 163. O prazo máximo para conclusão doprocedimento será de 120 (cento e vinte) dias. (Redação dadapela Lei nº 12.010, de 2009)

Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou asuspensão do poder familiar será averbada à margem doregistro de nascimento da criança ou do adolescente. (Incluídopela Lei nº 12.010, de 2009)

SEÇÃO IIIDa Destituição da Tutela

Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á oprocedimento para a remoção de tutor previsto na leiprocessual civil e, no que couber, o disposto na seção anterior.

SEÇÃO IVDa Colocação em Família Substituta

Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos decolocação em família substituta:

I - qualificação completa do requerente e de seu eventualcônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste;

II - indicação de eventual parentesco do requerente e deseu cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente,

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especificando se tem ou não parente vivo;

III - qualificação completa da criança ou adolescente e deseus pais, se conhecidos;

IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento,anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;

V - declaração sobre a existência de bens, direitos ourendimentos relativos à criança ou ao adolescente.

Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os requisitos específicos.

Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sidodestituídos ou suspensos do poder familiar, ou houveremaderido expressamente ao pedido de colocação em famíliasubstituta, este poderá ser formulado diretamente em cartório,em petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada aassistência de advogado. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de2009)

§ 1º Na hipótese de concordância dos pais, esses serãoouvidos pela autoridade judiciária e pelo representante doMinistério Público, tomando-se por termo as declarações.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º O consentimento dos titulares do poder familiar seráprecedido de orientações e esclarecimentos prestados pelaequipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade damedida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 3º O consentimento dos titulares do poder familiar serácolhido pela autoridade judiciária competente em audiência,presente o Ministério Público, garantida a livre manifestação devontade e esgotados os esforços para manutenção da criançaou do adolescente na família natural ou extensa. (Incluído pelaLei nº 12.010, de 2009)

§ 4º O consentimento prestado por escrito não terávalidade se não for ratificado na audiência a que se refere o § 3ºdeste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 5º O consentimento é retratável até a data da

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publicação da sentença constitutiva da adoção. (Incluído pelaLei nº 12.010, de 2009)

§ 6º O consentimento somente terá valor se for dadoapós o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009)

§ 7º A família substituta receberá a devida orientação porintermédio de equipe técnica interprofissional a serviço doPoder Judiciário, preferencialmente com apoio dos técnicosresponsáveis pela execução da política municipal de garantiado direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009)

Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou arequerimento das partes ou do Ministério Público, determinaráa realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipeinterprofissional, decidindo sobre a concessão de guardaprovisória, bem como, no caso de adoção, sobre o estágio deconvivência.

Parágrafo único. Deferida a concessão da guardaprovisória ou do estágio de convivência, a criança ou oadolescente será entregue ao interessado, mediante termo deresponsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudopericial, e ouvida, sempre que possível, a criança ou oadolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público,pelo prazo de cinco dias, decidindo a autoridade judiciária emigual prazo.

Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, aperda ou a suspensão do poder familiar constituir pressupostológico da medida principal de colocação em família substituta,será observado o procedimento contraditório previsto nasSeções II e III deste Capítulo. (Expressão substituída pela Leinº 12.010, de 2009)

Parágrafo único. A perda ou a modificação da guardapoderá ser decretada nos mesmos autos do procedimento,observado o disposto no art. 35.

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Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-áo disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.

Parágrafo único. A colocação de criança ouadolescente sob a guarda de pessoa inscrita em programa deacolhimento familiar será comunicada pela autoridadejudiciária à entidade por este responsável no prazo máximo de5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

SEÇÃO VDa Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente

Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordemjudicial será, desde logo, encaminhado à autoridade judiciária.

Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de atoinfracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policialcompetente.

Parágrafo único. Havendo repartição policialespecializada para atendimento de adolescente e em setratando de ato infracional praticado em co-autoria com maior,prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que, apósas providências necessárias e conforme o caso, encaminhará oadulto à repartição policial própria.

Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracionalcometido mediante violência ou grave ameaça a pessoa, aautoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106,parágrafo único, e 107, deverá:

I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e oadolescente;

II - apreender o produto e os instrumentos da infração;

III - requisitar os exames ou perícias necessários àcomprovação da materialidade e autoria da infração.

Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, alavratura do auto poderá ser substituída por boletim deocorrência circunstanciada.

Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou

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responsável, o adolescente será prontamente liberado pelaautor idade pol ic ia l , sob termo de compromisso eresponsabilidade de sua apresentação ao representante doMinistério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, noprimeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do atoinfracional e sua repercussão social, deva o adolescentepermanecer sob internação para garantia de sua segurançapessoal ou manutenção da ordem pública.

Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policialencaminhará, desde logo, o adolescente ao representante doMinistério Público, juntamente com cópia do auto de apreensãoou boletim de ocorrência.

§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, aautoridade policial encaminhará o adolescente à entidade deatendimento, que fará a apresentação ao representante doMinistério Público no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Nas localidades onde não houver entidade deatendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade policial.À falta de repartição policial especializada, o adolescenteaguardará a apresentação em dependência separada dadestinada a maiores, não podendo, em qualquer hipótese,exceder o prazo referido no parágrafo anterior.

Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridadepolicial encaminhará imediatamente ao representante doMinistério Público cópia do auto de apreensão ou boletim deocorrência.

Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houverindícios de participação de adolescente na prática de atoinfracional, a autoridade policial encaminhará ao representantedo Ministério Público relatório das investigações e demaisdocumentos.

Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de atoinfracional não poderá ser conduzido ou transportado emcompartimento fechado de veículo policial, em condiçõesatentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à suaintegridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.

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Art. 179.Apresentado o adolescente, o representante doMinistério Público, no mesmo dia e à vista do auto deapreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial,devidamente autuados pelo cartório judicial e com informaçãosobre os antecedentes do adolescente, procederá imediata einformalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus paisou responsável, vítima e testemunhas.

Parágrafo único. Em caso de não apresentação, orepresentante do Ministério Público notificará os pais ouresponsável para apresentação do adolescente, podendorequisitar o concurso das polícias civil e militar.

Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigoanterior, o representante do Ministério Público poderá:

I - promover o arquivamento dos autos;

II - conceder a remissão;

III - representar à autoridade judiciária para aplicação demedida sócio-educativa.

Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ouconcedida a remissão pelo representante do Ministério Público,mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dosfatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária parahomologação.

§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, aautoridade judiciária determinará, conforme o caso, ocumprimento da medida.

§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessados autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despachofundamentado, e este oferecerá representação, designaráoutro membro do Ministério Público para apresentá-la, ouratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará aautoridade judiciária obrigada a homologar.

Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante doMinistério Público não promover o arquivamento ou conceder aremissão, oferecerá representação à autoridade judiciária,propondo a instauração de procedimento para aplicação da

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medida sócio-educativa que se afigurar a mais adequada.

§ 1º A representação será oferecida por petição, queconterá o breve resumo dos fatos e a classificação do atoinfracional e, quando necessário, o rol de testemunhas,podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instaladapela autoridade judiciária.

§ 2ºArepresentação independe de prova pré-constituídada autoria e materialidade.

Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para aconclusão do procedimento, estando o adolescente internadoprovisoriamente, será de quarenta e cinco dias.

Art. 184. Oferecida a representação, a autoridadejudiciária designará audiência de apresentação doadolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação oumanutenção da internação, observado o disposto no art. 108 eparágrafo.

§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serãocientificados do teor da representação, e notificados acomparecer à audiência, acompanhados de advogado.

§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, aautoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.

§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridadejudiciária expedirá mandado de busca e apreensão,determinando o sobrestamento do feito, até a efetivaapresentação.

§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada asua apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ouresponsável.

Art. 185. A internação, decretada ou mantida pelaautoridade judiciária, não poderá ser cumprida emestabelecimento prisional.

§ 1º Inexistindo na comarca entidade com ascaracterísticas definidas no art. 123, o adolescente deverá serimediatamente transferido para a localidade mais próxima.

§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o

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adolescente aguardará sua remoção em repartição policial,desde que em seção isolada dos adultos e com instalaçõesapropriadas, não podendo ultrapassar o prazo máximo de cincodias, sob pena de responsabilidade.

Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ouresponsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dosmesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado.

§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada aremissão, ouvirá o representante do Ministério Público,proferindo decisão.

§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medidade internação ou colocação em regime de semi-liberdade, aautoridade judiciária, verificando que o adolescente não possuiadvogado constituído, nomeará defensor, designando, desdelogo, audiência em continuação, podendo determinar arealização de diligências e estudo do caso.

§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, noprazo de três dias contado da audiência de apresentação,oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.

§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas astestemunhas arroladas na representação e na defesa prévia,cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipeinterprofissional, será dada a palavra ao representante doMinistério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo tempode vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, acritério da autoridade judiciária, que em seguida proferirádecisão.

Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, nãocomparecer, injustificadamente à audiência de apresentação, aautoridade judiciária designará nova data, determinando suacondução coercitiva.

Art. 188. A remissão, como forma de extinção oususpensão do processo, poderá ser aplicada em qualquer fasedo procedimento, antes da sentença.

Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquermedida, desde que reconheça na sentença:

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I - estar provada a inexistência do fato;

II - não haver prova da existência do fato;

III - não constituir o fato ato infracional;

IV - não existir prova de ter o adolescente concorridopara o ato infracional.

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando oadolescente internado, será imediatamente colocado emliberdade.

Art. 190.Aintimação da sentença que aplicar medida deinternação ou regime de semi-liberdade será feita:

I - ao adolescente e ao seu defensor;

II - quando não for encontrado o adolescente, a seuspais ou responsável, sem prejuízo do defensor.

§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-áunicamente na pessoa do defensor.

§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente,deverá este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.

SEÇÃO VIDa Apuração de Irregularidades em

Entidade de Atendimento

Art . 191 . O proced imento de apuração deirregularidades em entidade governamental e não-governamental terá início mediante portaria da autoridadejudiciária ou representação do Ministério Público ou doConselho Tutelar, onde conste, necessariamente, resumo dosfatos.

Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá aautoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretarliminarmente o afastamento provisório do dirigente daentidade, mediante decisão fundamentada.

Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, noprazo de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntardocumentos e indicar as provas a produzir.

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Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendonecessário, a autoridade judiciária designará audiência deinstrução e julgamento, intimando as partes.

§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e oMinistério Público terão cinco dias para oferecer alegaçõesfinais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.

§ 2º Em se tratando de afastamento provisório oudefinitivo de dirigente de entidade governamental, a autoridadejudiciária oficiará à autoridade administrativa imediatamentesuperior ao afastado, marcando prazo para a substituição.

§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridadejudiciária poderá fixar prazo para a remoção das irregularidadesverificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto,sem julgamento de mérito.

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigenteda entidade ou programa de atendimento.

SEÇÃO VIIDa Apuração de Infração Administrativa às Normas de

Proteção à Criança e ao Adolescente

Art. 194. O procedimento para imposição de penalidadeadministrativa por infração às normas de proteção à criança eao adolescente terá início por representação do MinistérioPúblico, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaboradopor servidor efetivo ou voluntário credenciado, e assinado porduas testemunhas, se possível.

§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração,poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se anatureza e as circunstâncias da infração.

§ 2º Sempre que possível, à verificação da infraçãoseguir-se-á a lavratura do auto, certificando-se, em casocontrário, dos motivos do retardamento.

Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias paraapresentação de defesa, contado da data da intimação, queserá feita:

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I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavradona presença do requerido;

II - por oficial de justiça ou funcionário legalmentehabilitado, que entregará cópia do auto ou da representação aorequerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;

III - por via postal, com aviso de recebimento, se não forencontrado o requerido ou seu representante legal;

IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou nãosabido o paradeiro do requerido ou de seu representante legal.

Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazolegal, a autoridade judiciária dará vista dos autos do MinistérioPúblico, por cinco dias, decidindo em igual prazo.

Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciáriaprocederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendonecessário, designará audiência de instrução e julgamento.

Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ãosucessivamente o Ministério Público e o procurador dorequerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um,prorrogável por mais dez, a critério da autoridade judiciária, queem seguida proferirá sentença.

SEÇÃO VIII(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009)

Da Habilitação de Pretendentes à Adoção

Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados noBrasil, apresentarão petição inicial na qual conste: (Incluídopela Lei nº 12.010, de 3 de agosto de 2009)

I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009)

II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009)

III - cópias autenticadas de certidão de nascimento oucasamento, ou declaração relativa ao período de união estável;(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

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IV - cópias da cédula de identidade e inscrição noCadastro de Pessoas Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009)

V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Leinº 12.010, de 2009)

VI - atestados de sanidade física e mental; (Incluído pelaLei nº 12.010, de 2009)

VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pelaLei nº 12.010, de 2009)

VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluídopela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48(quarenta e oito) horas, dará vista dos autos ao MinistérioPúblico, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído pelaLei nº 12.010, de 2009)

I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipeinterprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico aque se refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído pela Lei nº 12.010,de 2009)

II - requerer a designação de audiência para oitiva dospostulantes em juízo e testemunhas; (Incluído pela Lei nº12.010, de 2009)

III - requerer a juntada de documentos complementarese a realização de outras diligências que entender necessárias.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipeinterprofissional a serviço da Justiça da Infância e daJuventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, queconterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o preparodos postulantes para o exercício de uma paternidade oumaternidade responsável, à luz dos requisitos e princípiosdesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes emprograma oferecido pela Justiça da Infância e da Juventudepreferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela

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execução da política municipal de garantia do direito àconvivência familiar, que inclua preparação psicológica,orientação e estímulo à adoção inter-racial, de criançasmaiores ou de adolescentes, com necessidades específicas desaúde ou com deficiências e de grupos de irmãos. (Incluídopela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º Sempre que possível e recomendável, a etapaobrigatória da preparação referida no § 1º deste artigo incluirá ocontato com crianças e adolescentes em regime deacolhimento familiar ou institucional em condições de seremadotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão eavaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e daJuventude, com o apoio dos técnicos responsáveis peloprograma de acolhimento familiar ou institucional e pelaexecução da política municipal de garantia do direito àconvivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão daparticipação no programa referido no art. 197-C desta Lei, aautoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,decidirá acerca das diligências requeridas pelo MinistérioPúblico e determinará a juntada do estudo psicossocial,designando, conforme o caso, audiência de instrução ejulgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Parágrafo único. Caso não sejam requeridasdiligências, ou sendo essas indeferidas, a autoridade judiciáriadeterminará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguirvista dos autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias,decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante seráinscrito nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo asua convocação para a adoção feita de acordo com ordemcronológica de habilitação e conforme a disponibilidade decrianças ou adolescentes adotáveis. (Incluído pela Lei nº12.010, de 2009)

§ 1º A ordem cronológica das habilitações somentepoderá deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas

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hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quandocomprovado ser essa a melhor solução no interesse doadotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º A recusa sistemática na adoção das crianças ouadolescentes indicados importará na reavaliação dahabilitação concedida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

CAPÍTULO IVDos Recursos

Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça daInfância e da Juventude, inclusive os relativos à execução dasmedidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Leino 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil),com as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº12.594, de 18 de janeiro de 2012)

I - os recursos serão interpostos independentemente depreparo;

II - em todos os recursos, salvo nos embargos dedeclaração, o prazo para o Ministério Público e para a defesaserá sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº12.594, de 2012)

III - os recursos terão preferência de julgamento edispensarão revisor;

IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)

V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)

VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009)

VII - antes de determinar a remessa dos autos à superiorinstância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso deagravo, a autoridade judiciária proferirá despachofundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no prazode cinco dias;

VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivãoremeterá os autos ou o instrumento à superior instância dentrode vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do

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recorrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá depedido expresso da parte interessada ou do Ministério Público,no prazo de cinco dias, contados da intimação.

Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art.149 caberá recurso de apelação.

Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produzefeito desde logo, embora sujeita a apelação, que serárecebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratarde adoção internacional ou se houver perigo de danoirreparável ou de difícil reparação ao adotando. (Incluído pelaLei nº 12.010, de 2009)

Art. 199-B. Asentença que destituir ambos ou qualquerdos genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, quedeverá ser recebida apenas no efeito devolutivo. (Incluído pelaLei nº 12.010, de 2009)

Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoçãoe de destituição de poder familiar, em face da relevância dasquestões, serão processados com prioridade absoluta,devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado queaguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição, eserão colocados em mesa para julgamento sem revisão e comparecer urgente do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº12.010, de 2009)

Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo emmesa para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,contado da sua conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009)

Parágrafo único. O Ministério Público será intimado dadata do julgamento e poderá na sessão, se entendernecessário, apresentar oralmente seu parecer. (Incluído pelaLei nº 12.010, de 2009)

Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer ains tau ração de proced imen to para apuração deresponsabilidades se constatar o descumprimento dasprovidências e do prazo previstos nos artigos anteriores.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

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CAPÍTULO VDo Ministério Público

Art. 200. As funções do Ministério Público previstasnesta Lei serão exercidas nos termos da respectiva leiorgânica.

Art. 201. Compete ao Ministério Público:

I - conceder a remissão como forma de exclusão doprocesso;

II - promover e acompanhar os procedimentos relativosàs infrações atribuídas a adolescentes;

III - promover e acompanhar as ações de alimentos e osprocedimentos de suspensão e destituição do poder familiar,nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bemcomo oficiar em todos os demais procedimentos dacompetência da Justiça da Infância e da Juventude;(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009)

IV - promover, de ofício ou por solicitação dosinteressados, a especialização e a inscrição de hipoteca legal ea prestação de contas dos tutores, curadores e quaisqueradministradores de bens de crianças e adolescentes nashipóteses do art. 98;

V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para aproteção dos interesses individuais, difusos ou coletivosrelativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos noart. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;

VI - instaurar procedimentos administrativos e, parainstruí-los:

a) expedir notificações para colher depoimentos ouesclarecimentos e, em caso de não comparecimentoinjustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pelapolícia civil ou militar;

b) requisitar informações, exames, perícias edocumentos de autoridades municipais, estaduais e federais,da administração direta ou indireta, bem como promoverinspeções e diligências investigatórias;

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c) requisitar informações e documentos a particulares einstituições privadas;

VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligênciasinvestigatórias e determinar a instauração de inquérito policial,para apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção àinfância e à juventude;

VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantiaslegais assegurados às crianças e adolescentes, promovendoas medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;

IX - impetrar mandado de segurança, de injunção ehabeas corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, nadefesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetosà criança e ao adolescente;

X - representar ao juízo visando à aplicação depenalidade por infrações cometidas contra as normas deproteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção daresponsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;

XI - inspecionar as entidades públicas e particulares deatendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando depronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias àremoção de irregularidades porventura verificadas;

XII - requisitar força policial, bem como a colaboraçãodos serviços médicos, hospitalares, educacionais e deassistência social, públicos ou privados, para o desempenho desuas atribuições.

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as açõescíveis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nasmesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e estaLei.

§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluemoutras, desde que compatíveis com a finalidade do MinistérioPúblico.

§ 3º O representante do Ministério Público, no exercíciode suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontrecriança ou adolescente.

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§ 4º O representante do Ministério Público seráresponsável pelo uso indevido das informações e documentosque requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.

§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o incisoVIII deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:

a) reduzir a termo as declarações do reclamante,instaurando o competente procedimento, sob sua presidência;

b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridadereclamada, em dia, local e horário previamente notificados ouacertados;

c) efetuar recomendações visando à melhoria dosserviços públicos e de relevância pública afetos à criança e aoadolescente, fixando prazo razoável para sua perfeitaadequação.

Art. 202. Nos processos e procedimentos em que nãofor parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público nadefesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipóteseem que terá vista dos autos depois das partes, podendo juntardocumentos e requerer diligências, usando os recursoscabíveis.

Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquercaso, será feita pessoalmente.

Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Públicoacarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício pelojuiz ou a requerimento de qualquer interessado.

Art . 205. As mani fes tações processuais dorepresentante do Min is tér io Públ ico deverão serfundamentadas.

CAPÍTULO VIDo Advogado

Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ouresponsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interessena solução da lide poderão intervir nos procedimentos de quetrata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado para

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todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial,respeitado o segredo de justiça.

Parágrafo único. Será prestada assistência judiciáriaintegral e gratuita àqueles que dela necessitarem.

Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua aprática de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, seráprocessado sem defensor.

§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-ánomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo,constituir outro de sua preferência.

§ 2º A ausência do defensor não determinará oadiamento de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomearsubstituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito doato.

§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando setratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sidoindicado por ocasião de ato formal com a presença daautoridade judiciária.

CAPÍTULO VIIDa Proteção Judicial dos Interesses

Individuais, Difusos e Coletivos

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei asações de responsabil idade por ofensa aos direitosassegurados à criança e ao adolescente, referentes ao nãooferecimento ou oferta irregular:

I - do ensino obrigatório;

II - de atendimento educacional especializado aosportadores de deficiência;

III - de atendimento em creche e pré-escola às criançasde zero a seis anos de idade;

IV - de ensino noturno regular, adequado às condiçõesdo educando;

V - de programas suplementares de oferta de material

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didático-escolar, transporte e assistência à saúde do educandodo ensino fundamental;

VI - de serviço de assistência social visando à proteção àfamília, à maternidade, à infância e à adolescência, bem comoao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;

VII - de acesso às ações e serviços de saúde;

VIII - de escolarização e profissionalização dosadolescentes privados de liberdade.

IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoioe promoção social de famílias e destinados ao pleno exercíciodo direito à convivência familiar por crianças e adolescentes.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

X - de programas de atendimento para a execução dasmedidas socioeducativas e aplicação de medidas de proteção.(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

§ 1º As hipóteses previstas neste artigo não excluem daproteção judicial outros interesses individuais, difusos oucoletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidospela Constituição e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo únicopela Lei nº 11.259, de 30 de dezembro de 2005)

§ 2º A investigação do desaparecimento de crianças ouadolescentes será realizada imediatamente após notificaçãoaos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aosportos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias detransporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhestodos os dados necessários à identificação do desaparecido.(Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005)

Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serãopropostas no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a açãoou omissão, cujo juízo terá competência absoluta paraprocessar a causa, ressalvadas a competência da JustiçaFederal e a competência originária dos tribunais superiores.

Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interessesco le t i vos ou d i fusos , cons ideram-se leg i t imadosconcorrentemente:

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I - o Ministério Público;

II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federale os territórios;

III - as associações legalmente constituídas há pelomenos um ano e que incluam entre seus fins institucionais adefesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei,dispensada a autorização da assembleia, se houver préviaautorização estatutária.

§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre osMinistérios Públicos da União e dos estados na defesa dosinteresses e direitos de que cuida esta Lei.

§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação porassociação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimadopoderá assumir a titularidade ativa.

Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomardos interessados compromisso de ajustamento de sua condutaàs exigências legais, o qual terá eficácia de título executivoextrajudicial.

Art. 212. Para defesa dos direitos e interessesprotegidos por esta Lei, são admissíveis todas as espécies deações pertinentes.

§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo asnormas do Código de Processo Civil.

§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridadepública ou agente de pessoa jurídica no exercício deatribuições do poder público, que lesem direito líquido e certoprevisto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerápelas normas da lei do mandado de segurança.

Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimentode obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutelaespecífica da obrigação ou determinará providências queassegurem o resul tado prát ico equivalente ao doadimplemento.

§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda ehavendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é

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lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificaçãoprévia, citando o réu.

§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ouna sentença, impor multa diária ao réu, independentemente depedido do autor, se for suficiente ou compatível com aobrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento dopreceito.

§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito emjulgado da sentença favorável ao autor, mas será devida desdeo dia em que se houver configurado o descumprimento.

Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundogerido pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescentedo respectivo município.

§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após otrânsito em julgado da decisão serão exigidas através deexecução promovida pelo Ministério Público, nos mesmosautos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiroficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, emconta com correção monetária.

Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aosrecursos, para evitar dano irreparável à parte.

Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impusercondenação ao poder público, o juiz determinará a remessa depeças à autoridade competente, para apuração daresponsabilidade civil e administrativa do agente a que seatribua a ação ou omissão.

Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgadoda sentença condenatória sem que a associação autora lhepromova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagarao réu os honorários advocatícios arbitrados na conformidadedo § 4º do art. 20 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973(Código de Processo Civil), quando reconhecer que a

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pretensão é manifestamente infundada.

Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, aassociação autora e os diretores responsáveis pela propositurada ação serão solidariamente condenados ao décuplo dascustas, sem prejuízo de responsabilidade por perdas e danos.

Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, nãohaverá adiantamento de custas, emolumentos, honoráriospericiais e quaisquer outras despesas.

Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor públicodeverá provocar a iniciativa do Ministério Público, prestando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ação civil,e indicando-lhe os elementos de convicção.

Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos etribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar apropositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério Públicopara as providências cabíveis.

Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessadopoderá requerer às autoridades competentes as certidões einformações que julgar necessárias, que serão fornecidas noprazo de quinze dias.

Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob suapresidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer pessoa,organismo público ou particular, certidões, informações,exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderáser inferior a dez dias úteis.

§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas asdiligências, se convencer da inexistência de fundamento para apropositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos autosdo inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-ofundamentadamente.

§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informaçãoarquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em faltagrave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do MinistérioPúblico.

§ 3ºAté que seja homologada ou rejeitada a promoção de

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arquivamento, em sessão do Conselho Superior do Ministériopúblico, poderão as associações legitimadas apresentarrazões escritas ou documentos, que serão juntados aos autosdo inquérito ou anexados às peças de informação.

§ 4º A promoção de arquivamento será submetida aexame e deliberação do Conselho Superior do MinistérioPúblico, conforme dispuser o seu regimento.

§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar apromoção de arquivamento, designará, desde logo, outroórgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, asdisposições da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.

TÍTULO VIIDos Crimes e Das Infrações Administrativas

CAPÍTULO IDos Crimes

SEÇÃO IDisposições Gerais

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticadoscontra a criança e o adolescente, por ação ou omissão, semprejuízo do disposto na legislação penal.

Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei asnormas da Parte Geral do Código Penal e, quanto aoprocesso, as pertinentes ao Código de Processo Penal.

Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de açãopública incondicionada

SEÇÃO IIDos Crimes em Espécie

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigentede estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manterregistro das atividades desenvolvidas, na forma e prazoreferidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à

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parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta médica,declaração de nascimento, onde constem as intercorrências doparto e do desenvolvimento do neonato:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente deestabelecimento de atenção à saúde de gestante de identificarcorretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto,bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10desta Lei:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sualiberdade, procedendo à sua apreensão sem estar em flagrantede ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridadejudiciária competente:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele queprocede à apreensão sem observância das formalidadeslegais.

Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pelaapreensão de criança ou adolescente de fazer imediatacomunicação à autoridade judiciária competente e à família doapreendido ou à pessoa por ele indicada:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob suaautor idade, guarda ou v ig i lânc ia a vexame ou aconstrangimento:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7 de abril de1997)

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Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justacausa, de ordenar a imediata liberação de criança ouadolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade daapreensão:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixadonesta Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridadejudiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante doMinistério Público no exercício de função prevista nesta Lei:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder dequem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial,com o fim de colocação em lar substituto:

Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.

Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupiloa terceiro, mediante paga ou recompensa:

Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quemoferece ou efetiva a paga ou recompensa.

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de atodestinado ao envio de criança ou adolescente para o exteriorcom inobservância das formalidades legais ou com o fito deobter lucro:

Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.

Parágrafo único. Se há emprego de violência, graveameaça ou fraude: (Incluído pela Lei nº 10.764, de 12 denovembro de 2003)

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da penacorrespondente à violência.

Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ouregistrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou

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pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: (Redaçãodada pela Lei nº 11.829, 25 de novembro de 2008)

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

§ 1 Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita,ºrecruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia aparticipação de criança ou adolescente nas cenas referidas nocaput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agentecomete o crime: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretextode exercê-la; (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

II – prevalecendo-se de relações domésticas, decoabitação ou de hospitalidade; ou (Redação dada pela Lei nº11.829, de 2008)

III – prevalecendo-se de relações de parentescoconsanguíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, detutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, aqualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seuconsentimento. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ououtro registro que contenha cena de sexo explícito oupornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Redaçãodada pela Lei nº 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive pormeio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeoou outro registro que contenha cena de sexo explícito oupornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Incluído pelaLei nº 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

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§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Leinº 11.829, de 2008)

I – assegura os meios ou serviços para o armazenamentodas fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput desteartigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 25 de novembro de 2008)

II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede decomputadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata ocaput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1º desteartigo são puníveis quando o responsável legal pela prestaçãodo serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar oacesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquermeio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenhacena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ouadolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

§ 1ºApena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se depequena quantidade o material a que se refere o caput desteartigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem afinalidade de comunicar às autoridades competentes aocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por: (Incluídopela Lei nº 11.829, de 2008)

I – agente público no exercício de suas funções; (Incluídopela Lei nº 11.829, de 2008)

II – membro de entidade, legalmente constituída, queinclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, oprocessamento e o encaminhamento de notícia dos crimesreferidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

III – representante legal e funcionários responsáveis deprovedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de

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computadores, até o recebimento do material relativo à notíciafeita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao PoderJudiciário. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverãomanter sob sigilo o material ilícito referido. (Incluído pela Lei nº11.829, de 2008)

Art. 241-C. Simular a participação de criança ouadolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica pormeio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia,vídeo ou qualquer outra forma de representação visual:(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quemvende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica oudivulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena omaterial produzido na forma do caput deste artigo. (Incluídopela Lei nº 11.829, de 2008)

Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, porqualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com elapraticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:(Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

I – facilita ou induz o acesso à criança de materialcontendo cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim decom ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de2008)

II – pratica as condutas descritas no caput deste artigocom o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ousexualmente explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)

Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, aexpressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”compreende qualquer situação que envolva criança ou

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adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ousimuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ouadolescente para fins primordialmente sexuais. (Incluído pelaLei nº 11.829, de 2008)

Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ouentregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma,munição ou explosivo:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redaçãodada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)

Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente,ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ouadolescente, sem justa causa, produtos cujos componentespossam causar dependência física ou psíquica, ainda que porutilização indevida:

Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, seo fato não constitui crime mais grave. (Redação dada pela Lei nº10.764, de 12 de novembro de 2003)

Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ouentregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos deestampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seureduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquerdano físico em caso de utilização indevida:

Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.

Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como taisdefinidos no do art. 2º desta Lei, à prostituição ou àcaputexploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23 de junhode 2000)

Pena – reclusão de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, ogerente ou o responsável pelo local em que se verifique asubmissão de criança ou adolescente às práticas referidas nocaput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23 de junho de2000)

§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação acassação da licença de localização e de funcionamento do

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estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23 de junho de2000)

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menorde 18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ouinduzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 7 deagosto de 2009)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluídopela Lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009)

§ 1º Incorre nas penas previstas no deste artigocaputquem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se dequaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo dainternet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 2º As penas previstas no deste artigo sãocaputaumentadas de um terço no caso de a infração cometida ouinduzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 dejulho de 1990. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

CAPÍTULO IIDas Infrações Administrativas

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável porestabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental,pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competenteos casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ouconfirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário deentidade de atendimento o exercício dos direitos constantesnos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, semautorização devida, por qualquer meio de comunicação, nome,ato ou documento de procedimento policial, administrativo oujudicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato

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infracional:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ouparcialmente, fotografia de criança ou adolescente envolvidoem ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeitoou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitirsua identificação, direta ou indiretamente.

§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ouemissora de rádio ou televisão, além da pena prevista nesteartigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensãoda publicação ou a suspensão da programação da emissoraaté por dois dias, bem como da publicação do periódico até pordois números. (Expressão declara inconstitucional pela ADIN869-2).

Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária deseu domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar aguarda, adolescente trazido de outra comarca para a prestaçãode serviço doméstico, mesmo que autorizado pelos pais ouresponsável:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,ap l i cando-se o dobro em caso de re inc idênc ia ,independentemente das despesas de retorno do adolescente,se for o caso.

Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, osdeveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ouguarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ouConselho Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de2009)

Pena - multa de três a vinte salários de referência,aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art . 250. Hospedar cr iança ou adolescentedesacompanhado dos pais ou responsável, ou semautorização escrita desses ou da autoridade judiciária, emhotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada pela Lei nº12.038, 1º de outubro de 2009).

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Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 1ºde outubro de 2009).

§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena demulta, a autoridade judiciária poderá determinar o fechamentodo estabelecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Leinº 12.038, de 2009).

§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a30 (trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente fechadoe terá sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de2009).

Art. 251. Transportar criança ou adolescente, porqualquer meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84e 85 desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 252. Deixar o responsável por diversão ouespetáculo público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, àentrada do local de exibição, informação destacada sobre anatureza da diversão ou espetáculo e a faixa etáriaespecificada no certificado de classificação:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquerrepresentações ou espetáculos, sem indicar os limites de idadea que não se recomendem:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,duplicada em caso de reincidência, aplicável, separadamente,à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação oupublicidade.

Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso desua classificação:

Pena - multa de vinte a cem salários de referência;duplicada em caso de reincidência a autoridade judiciáriapoderá determinar a suspensão da programação da emissora

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por até dois dias.

Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênereclassificado pelo órgão competente como inadequado àscrianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:

Pena - multa de vinte a cem salários de referência; nareincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão doespetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinzedias.

Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita deprogramação em vídeo, em desacordo com a classificaçãoatribuída pelo órgão competente:

Pena - multa de três a vinte salários de referência; emcaso de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinaro fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e79 desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo deapreensão da revista ou publicação.

Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou oempresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acessode criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre suaparticipação no espetáculo:

Pena - multa de três a vinte salários de referência; emcaso de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinaro fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

Art. 258-A. Deixar a autoridade competente deprovidenciar a instalação e operacionalização dos cadastrosprevistos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei: (Incluído pelaLei nº 12.010, de 2009)

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00(três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas aautoridade que deixa de efetuar o cadastramento de crianças ede adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas

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ou casais habilitados à adoção e de crianças e adolescentesem regime de acolhimento institucional ou familiar. (Incluídopela Lei nº 12.010, de 2009)

Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente deestabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuarimediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso deque tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada ementregar seu filho para adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de2009)

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00(três mil reais). (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionáriode programa oficial ou comunitário destinado à garantia dodireito à convivência familiar que deixa de efetuar acomunicação referida no deste artigo.caput (Incluído pela Leinº 12.010, de 2009)

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados dapublicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondosobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes dapolítica de atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece oTítulo V do Livro II.

Parágrafo único. Compete aos estados e municípiospromoverem a adaptação de seus órgãos e programas àsdiretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.

Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aosFundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas,sendo essas integralmente deduzidas do imposto de renda,obedecidos os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº12.594, de 18 de janeiro de 2012)

I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devidoapurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucroreal; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)

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II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apuradopelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 dedezembro de 1997. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)

§ 1º (Revogado pela Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de1997)

§ 1º- A. Na definição das prioridades a serem atendidascom os recursos captados pelos Fundos Nacional, Estaduais eMunicipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, serãoconsideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção,Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes àConvivência Familiar, bem como as regras e princípios relativosà garantia do direito à convivência familiar previstos nesta Lei.(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

§ 2º Os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dosDireitos da Criança e do Adolescente fixarão critérios deutilização, através de planos de aplicação das doaçõessubsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamentepercentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma deguarda, de criança ou adolescente, órfãos ou abandonado, naforma do disposto no art. 227, § 3º, VI, da Constituição Federal.

§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério daEconomia, Fazenda e Planejamento, regulamentará acomprovação das doações feitas aos fundos, nos termos desteartigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12 de outubro de 1991)

§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca aforma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dosDireitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscaisreferidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12 deoutubro de 1991)

§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº9.249, de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata oinciso I do :caput (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012)

I - será considerada isoladamente, não se submetendo alimite em conjunto com outras deduções do imposto; e (Incluídopela Lei nº 12.594, de 2012)

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II - não poderá ser computada como despesa operacionalna apuração do lucro real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendáriode 2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que tratao inciso II do do art. 260 diretamente em sua DeclaraçãocaputdeAjusteAnual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

§ 1º A doação de que trata o poderá ser deduzidacaputaté os seguintes percentuais aplicados sobre o impostoapurado na declaração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 18 dejaneiro de 2012)

III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

§ 2º A dedução de que trata o :caput (Incluído pela Lei nº12.594, de 2012)

I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do impostosobre a renda apurado na declaração de que trata o inciso II docaput do art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº12.594, de 2012)

a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº12.594, de 2012)

b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pelaLei nº 12.594, de 2012)

c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Leinº 12.594, de 2012)

III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pelaLei nº 12.594, de 2012)

IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduçõesem vigor. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até adata de vencimento da primeira quota ou quota única doimposto, observadas instruções específicas da Secretaria da

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Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 18 dejaneiro de 2012)

§ 4º O não pagamento da doação no prazo estabelecidono § 3º implica a glosa definitiva desta parcela de dedução,ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferençade imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual comos acréscimos legais previstos na legislação. (Incluído pela Leinº 12.594, de 2012)

§ 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto apuradona Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivoano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dosDireitos da Criança e do Adolescente municipais, distrital,estaduais e nacional concomitantemente com a opção de quetrata o , respeitado o limite previsto no inciso II do art. 260.caput(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260poderá ser deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

I - do imposto devido no trimestre, para as pessoasjurídicas que apuram o imposto trimestralmente; e (Incluídopela Lei nº 12.594, de 2012)

II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual,para as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente.(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentrodo período a que se refere a apuração do imposto. (Incluídopela Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012)

Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Leipodem ser efetuadas em espécie ou em bens. (Incluído pelaLei nº 12.594, de 2012)

Parágrafo único. As doações efetuadas em espéciedevem ser depositadas em conta específica, em instituiçãofinanceira pública, vinculadas aos respectivos fundos de quetrata o art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administraçãodas contas dos Fundos dos Direitos da Criança e doAdolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem

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emitir recibo em favor do doador, assinado por pessoacompetente e pelo presidente do Conselho correspondente,especificando: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 18 dejaneiro de 2012)

II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) eendereço do emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)do doador; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluídopela Lei nº 12.594, de 2012)

§ 1º O comprovante de que trata o deste artigocaputpode ser emitido anualmente, desde que discrimine os valoresdoados mês a mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

§ 2º No caso de doação em bens, o comprovante deveconter a identificação dos bens, mediante descrição em campopróprio ou em relação anexa ao comprovante, informandotambém se houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereçodos avaliadores. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doadordeverá: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

I - comprovar a propriedade dos bens, mediantedocumentação hábil; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

II - baixar os bens doados na declaração de bens edireitos, quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, nocaso de pessoa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

III - considerar como valor dos bens doados: (Incluídopela Lei nº 12.594, de 2012)

a) para as pessoas físicas, o valor constante da últimadeclaração do imposto de renda, desde que não exceda o valorde mercado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de2012)

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b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão nãoserá considerado na determinação do valor dos bens doados,exceto se o leilão for determinado por autoridade judiciária.(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazode 5 (cinco) anos para fins de comprovação da deduçãoperante a Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº12.594, de 2012)

Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administraçãodas contas dos Fundos dos Direitos da Criança e doAdolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem:(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

I - manter conta bancária específica destinadaexclusivamente a gerir os recursos do Fundo; (Incluído pela Leinº 12.594, de 2012)

II - manter controle das doações recebidas; e (Incluídopela Lei nº 12.594, de 2012)

III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federaldo Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando osseguintes dados por doador: (Incluído pela Lei nº 12.594, de2012)

a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de18 de janeiro de 2012)

b) valor doado, especificando se a doação foi em espécieou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigaçõesprevistas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal doBrasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público.(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e doAdolescente nacional, estaduais, distrital e municipaisdivulgarão amplamente à comunidade: (Incluído pela Lei nº

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12.594, de 2012)

I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº12.594, de 18 de janeiro de 2012)

II - as ações prioritárias para aplicação das políticas deatendimento à criança e ao adolescente; (Incluído pela Lei nº12.594, de 2012)

III - os requisitos para a apresentação de projetos a serembeneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da Criançae do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais;(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor dos recursos previstos para implementaçãodas ações, por projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

V - o total dos recursos recebidos e a respectivadestinação, por projeto atendido, inclusive com cadastramentona base de dados do Sistema de Informações sobre a Infância eaAdolescência; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiadoscom recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e doAdolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cadaComarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivosfiscais referidos no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei nº12.594, de 2012)

Parágrafo único. O descumprimento do disposto nosarts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores a responder por açãojudicial proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar deofício, a requerimento ou representação de qualquer cidadão.(Incluído pela Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012)

Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos daPresidência da República (SDH/PR) encaminhará à Secretariada Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano,arquivo eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundosdos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital,

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estaduais e municipais, com a indicação dos respectivosnúmeros de inscrição no CNPJ e das contas bancáriasespecíficas mantidas em instituições financeiras públicas,destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos.(Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012)

Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasilexpedirá as instruções necessárias à aplicação do disposto nosarts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 18 de janeirode 2012)

Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos dacriança e do adolescente, os registros, inscrições e alterações aque se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Leiserão efetuados perante a autoridade judiciária da comarca aque pertencer a entidade.

Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aosestados e municípios, e os estados aos municípios, os recursosreferentes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tãologo estejam criados os conselhos dos direitos da criança e doadolescente nos seus respectivos níveis.

Art. 262. Enquanto não instalados os ConselhosTutelares, as atribuições a eles conferidas serão exercidas pelaautoridade judiciária.

Art. 263. O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintesalterações:

1)Art. 121....................................................

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de umterço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica deprofissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestarimediato socorro à vítima, não procura diminuir asconsequências do seu ato, ou foge para evitar prisão emflagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada deum terço, se o crime é praticado contra pessoa menor decatorze anos.

2)Art. 129 ........................................................

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§ 7ºAumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquerdas hipóteses do art. 121, § 4º.

§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art.121.

3)Art. 136.........................................................

§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime épraticado contra pessoa menor de catorze anos.

4)Art. 213 .......................................................

Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorzeanos:

Pena - reclusão de quatro a dez anos.

5)Art. 214.........................................................

Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorzeanos:

Pena - reclusão de três a nove anos.

Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembrode 1973, fica acrescido do seguinte item:

" ...........................................................Art. 102

6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "

Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas daUnião, da administração direta ou indireta, inclusive fundaçõesinstituídas e mantidas pelo poder público federal promoverãoedição popular do texto integral deste Estatuto, que será postoà disposição das escolas e das entidades de atendimento e dedefesa dos direitos da criança e do adolescente.

Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após suapublicação.

Parágrafo único. Durante o período de vacânciadeverão ser promovidas atividades e campanhas dedivulgação e esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.

Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1º dedezembro de 1964, e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Códigode Menores), e as demais disposições em contrário.

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Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e102º da República.

FERNANDO COLLORBernardo CabralCarlos ChiarelliAntônio MagriMargarida Procópio

Este texto não substitui o publicado no DOU 16.7.1990 eretificado em 27.9.1990

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PELA GRANDEZA DA PÁTRIA

LEI Nº 8.483, DE 29 DE SETEMBRO DE 2006.¹

Dispõe sobre a Política de Atendimento dos Direitos da Criançae doAdolescente no Município, e dá outras providências.²

A CÂMARA MUNICIPAL DE GOIÂNIA APROVA E EUSANCIONOASEGUINTE LEI:

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º O atendimento dos Direitos da Criança e doAdolescente, no âmbito municipal, far-se-á através de:

I - políticas sociais básicas de educação, saúde,alimentação, habitação, recreação, esportes, cultura, lazer,profissionalização e outras que assegurem o desenvolvimentofísico, afetivo, mental, moral, espiritual e social da criança e doadolescente, em condições de liberdade e dignidade e,fundamentalmente, o direito à convivência familiar ecomunitária;

II - políticas e programas de assistência social, em carátersupletivo para aqueles que deles necessitem;

III - serviços especiais, nos termos desta Lei.

Parágrafo único. O Município destinará os recursos eespaços públicos para programações culturais, esportivas e delazer voltadas para a infância e juventude.

Art. 2º São órgãos da política de atendimento dos Direitos

¹ Publicada no Diário Oficial do Município de Goiânia n.º 3.980, de 10 de outubro de 2006.

² Texto compilado com as alterações introduzidas pelas Leis n.ºs 8.537, de 20 de junhode 2007; 9.115, de 12 de dezembro de 2011 e 9.244, de 4 de abril de 2013.

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ANEXOS

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da Criança e doAdolescente:

I - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente – CMDCA;

II - Conselho Tutelar - CT.

Art. 3° O Município deverá criar os programas e serviçosaludidos nos incisos II e III do Artigo 1º, ou estabelecerconsórcio intermunicipal para atendimento regionalizado,instituindo e mantendo entidades governamentais deatendimento, bem como subsid iar ent idades nãogovernamentais, mediante prévia autorização do ConselhoMunicipal dos Direitos da Criança e doAdolescente.

§ 1º Os programas serão classificados como de proteçãoou sócio-educativos e destinar-se-ão à:

I - orientação, auxílio, apoio e acompanhamentotemporários à família, à criança e ao adolescente;

II - orientação e tratamento psicológico ou psiquiátrico acrianças e adolescentes vítimas de violência física, psíquica ousexual;

III - auxílio, orientação e tratamento a usuários de drogaslícitas, semi-ilícitas e ilícitas;

IV - colocação familiar;

V - abrigo; (leia-se acolhimento institucional como prevê aLei Federal nº 12.010, de 3.8.2009)

VI - prestação de serviços à comunidade;

VII - liberdade assistida;

VIII - inserção em regime de semiliberdade;

IX - internação em estabelecimento educacional.

§ 2º Os serviços especiais visam:

I - prevenção e atendimento médico e psicossocial àsvítimas de negligência, maus-tratos, exploração, abuso,crueldade e opressão;

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II - identificação e localização de pais, responsável,crianças e adolescentes desaparecidos;

III - proteção jurídico-social por entidades de defesa dosdireitos da criança e do adolescente;

IV - assistência aos portadores de necessidadesespeciais nos termos do Artigo 230, da Lei Orgânica doMunicípio.

Art. 4º As ent idades governamenta is e não-governamentais deverão proceder à inscrição de seusprogramas, especificando os regimes de atendimento, naforma definida no artigo anterior, junto ao Conselho Municipaldos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manteráregistro das inscrições e de suas alterações, do que farácomunicação aos Conselhos Tutelares e ao Juizado da Infânciae da Juventude.

Art. 5º As entidades não-governamentais, de defesa ouatendimento à criança e ao adolescente, somente poderãofuncionar depois de registradas no Conselho Municipal dosDireitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará oregistro aos Conselhos Tutelares e ao Juizado da Infância e daJuventude.

Parágrafo único. Será negado ou cassado registro àentidade que:

I - não ofereça instalações físicas em condiçõesadequadas de habitabilidade, higiene, salubridade esegurança;

II - não apresente plano de trabalho compatível com osprincípios estabelecidos no Estatuto da Criança e doAdolescente;

III - esteja irregularmente constituída;

IV - tenha em seus quadros pessoas inidôneas.

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CAPITULO IIDO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS

DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Art. 6º Fica criado o Conselho Municipal dos Direitos daCriança e do Adolescente - CMDCA, órgão normativo,deliberativo e controlador da política de atendimento,observada a composição paritária de seus membros, nostermos da Lei Federal 8.069/90 - ECA e da Lei Orgânica doMunicípio - LOM, vinculado administrativamente à SecretariaMunicipal de Assistência Social - SEMAS. (Redação dada pelaLei nº 8.537, de 20 de junho de 2007)

Art. 7º O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente será composto de dezesseis (16) membros,sendo:

I - 07 (sete) representantes do Poder Executivo;

II - 01 (um) representante do Poder Legislativo;

III - 08 (oito) representantes de entidades nãogovernamentais de defesa e ou atendimento aos direitos dacriança ou adolescentes, regularmente inscritas e registradasno Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente.

§ 1º Os representantes, titulares e suplentes, do PoderExecutivo serão indicados e nomeados pelo Prefeito Municipal,dentre pessoas de sua confiança com poder de decisão, dosseguintes Órgãos e Secretarias:

I - Secretaria Municipal de Assistência Social – SEMAS;(Redação dada pela Lei nº 9.244, de 4 de abril de 2013)

II - Secretaria do Governo Municipal - SEGOV;

III - Secretaria Municipal de Finanças - SEFIN;

IV - Secretaria Municipal da Educação - SME;

V - Secretaria Municipal de Saúde - SMS;

VI - Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano

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Sustentável – SEMDUS; (Redação dada pela Lei nº 9.244, de 4de abril de 2013);

II - Secretaria Municipal de Esporte e Lazer - SEMEL.

§ 2º O representante do Poder Legislativo será indicadopelo Presidente da Câmara Municipal de Goiânia, ouvida aslideranças de todos os partidos e com representantes dosvereadores que participam da Comissão dos Direitos daCriança e doAdolescente daquela Casa de Leis.

§ 3º As entidades não governamentais serão eleitas emassembléias próprias, convocadas pelo Presidente doConselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,mediante edital publicado no Diário Oficial e em jornal de maiorcirculação do município, um (1) mês antes do término domandato dos representantes em exercício.

§ 4º Realizada a assembléia, as entidades nãogovernamentais eleitas, titulares e suplentes, deverão indicar,no prazo de dez (10) dias, o nome de seus representantes.

§ 5º A nomeação e posse dos Conselheiros Municipaisdos Direitos da Criança e do Adolescente far-se-á pelo PrefeitoMunicipal, ou representante por ele indicado, no primeiro dia útilapós o término do mandato dos Conselheiros em exercício.

Art. 8º A ausência injustificada por três (3) reuniõesconsecutivas e ou seis (6) intercaladas, no decurso domandato, implicará na exclusão automática da entidade nãogovernamental eleita para o CMDCA, devendo serconvocadas, pela ordem, as entidades suplentes, que no prazode dez (10) dias indicarão o seu representante.

Parágrafo único. Sendo o representante do órgãopúblico o faltante, o Prefeito Municipal deverá serimediatamente cientificado, para as providências legaiscabíveis.

Art. 9º O mandato dos membros do Conselho Municipaldos Direitos da Criança e do Adolescente terá duração de dois(2) anos, sendo permitida a reeleição.

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Art. 10. A função de membro do Conselho Municipal dosDireitos da Criança e do Adolescente é considerada deinteresse público relevante e não será remunerada.

Art. 11.APrefeitura Municipal dará suporte administrativoe financeiro para o pleno funcionamento do Conselho Municipaldos Direitos da Criança e do Adolescente, utilizando-se paratanto, de servidores, espaços físicos e recursos destinadospara tal fim.

Art. 12. Compete ao Conselho Municipal dos Direitos daCriança e doAdolescente:

I - na primeira sessão anual, eleger seu presidente, vice-presidente e o secretário geral;

II - formular a política municipal dos direitos da criança edo adolescente, definindo prioridades e controlando as açõesde execução em todos os níveis;

III - promover anualmente audiências públicas parasubsidiar a formulação das políticas a que se refere o incisoanterior;

IV - deliberar sobre a conveniência e oportunidade deimplementação dos programas e serviços destinados aoatendimento às crianças e adolescentes, bem como sobre acriação de entidades governamentais ou realização deconsórcio intermunicipal regionalizado de atendimento;

V - analisar e deliberar a respeito dos auxílios oubenefícios, do tesouro municipal, bem como da aplicação dosmesmos, a serem concedidos a entidades não governamentaisque tenham por objetivo a proteção, a promoção e a defesa dosdireitos das crianças e adolescentes;

VI - sugerir modificações nas estruturas das Secretarias eÓrgãos da Administração ligados à promoção, proteção edefesa dos direitos das crianças e adolescentes;

VII - efetuar o registro das entidades não governamentaisque desenvolvam programas de atendimento a crianças eadolescentes, bem como a inscrição dos programas das

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entidades governamentais e não governamentais na formaestabelecida nesta Lei e nos artigos 90 e 91 do Estatuto daCriança e doAdolescente;

VIII - gerir o fundo municipal, alocando recursos para osprogramas das entidades governamentais e concedendoauxí l ios e ou subvenções para as ent idades nãogovernamentais que desenvolvam programas de atendimentoa crianças e adolescentes, regularmente inscritas e registradasno Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente;

IX - propor o orçamento-programa municipal destinado aofuncionamento dos Conselhos Tutelares, indicando asmodificações necessárias à consecução da política formulada;

X - fixar critérios de utilização, através de planos deaplicação das doações subsidiadas e demais receitas,destinando necessariamente percentual para o incentivo aoacolhimento sob a forma de guarda, de criança ou adolescente,órfão ou abandonado, na forma do disposto no artigo 227, § 3º,VI, da Constituição Federal e artigo 34 do Estatuto da Criança edoAdolescente;

XI - elaborar o seu Regimento Interno;

XII - estabelecer política de formação de pessoal comvista à qualificação do atendimento à criança e ao adolescente,principalmente para a função de Conselheiros Tutelares;

XIII - manter intercâmbio com entidades internacionais,federais e estaduais congêneres ou que tenham atuação naproteção, promoção e defesa dos direitos da criança e doadolescente;

XIV - realizar e incentivar campanhas promocionais deconscientização dos Direitos e Deveres das Crianças e dosAdolescentes;

XV - determinar e fiscalizar o trabalho da JuntaAdministrativa, prevista no art. 15 desta Lei;

XVI - regulamentar o processo de escolha dos membros

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dos Conselhos Tutelares, bem como convocá-lo na forma destaLei e do Estatuto da Criança e doAdolescente;

XVII - fiscalizar as entidades governamentais e nãogovernamentais regularmente inscritas e registradas norespectivo Conselho.

CAPÍTULO IIIDO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA

CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Art. 13. Fica criado o Fundo Municipal dos Direitos daCriança e do Adolescente, instrumento de captação, repasse eaplicação de recursos a serem utilizados segundo asdeliberações do Conselho Municipal dos Direitos da Criança edoAdolescente.

Art. 14. Constitui receita do Fundo Municipal dos Direitosda Criança e doAdolescente:

I - recursos orçamentários destinados pelo Município,pelo Estado e pela União;

II - recursos oriundos de convênios atinentes à execuçãode políticas para atendimento de crianças e adolescentesfirmados pelo Município;

III - doações, auxílios, contribuições e legados que lhevenham a ser destinados por entidades internacionais,nacionais, governamentais e não governamentais;

IV - os valores provenientes das multas previstas nos art.214 e 245 ao 258 da Lei Federal nº 8.069, de 13/07/1990 (ECA),bem como eventualmente de condenações advindas de delitosenquadrados na Lei 9.099, de 26/09/1995 e alteraçõesposteriores;

V - transferência de recursos financeiros oriundos dosFundos Nacional e Estadual da Criança e doAdolescente;

VI - recursos advindos de convênios, acordos e contratosfirmados no Município e instituições privadas e públicas,nacionais e internacionais;

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VII - outras que venham a ser instituídas.

Art. 15. O Fundo Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente é de responsabilidade da Secretaria Municipal deAssistência Social – SEMAS, e será administrado por umaJuntaAdministrativa. (Redação dada pela Lei nº 8.537, de 20 dejunho de 2007)

Parágrafo único. A Junta Administrativa fica obrigada aexecutar as deliberações do Conselho Municipal dos Direitosda Criança e do Adolescente, bem como limitada à autorizaçãodeste na liberação de recursos para atendimento aos direitosda criança e do adolescente.

Art. 16. A Junta Administrativa será composta pelosrepresentantes designados pela Secretaria Municipal deAssistência Social - SEMAS para exercerem esta função.(Redação dada pela Lei nº 8.537, de 20 de junho de 2007)

Parágrafo único. Ouvido o Conselho Municipal dosDireitos da Criança e do Adolescente o Chefe do PoderExecutivo, através de Decreto, regulamentará o FundoMunicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e nomearáos membros da JuntaAdministrativa.

Art. 17. São atribuições da JuntaAdministrativa:

I - registrar os recursos orçamentários próprios domunicípio ou a ele transferidos em benefício das crianças e dosadolescentes pelo Estado ou pela União;

II - registrar os recursos captados pelo Município atravésde convênios ou por doação ao Fundo Municipal dos Direitos daCriança e doAdolescente;

III - manter o controle escritural das aplicaçõesfinanceiras, levadas a efeito no Município, nos termos dasresoluções do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente;

IV - executar o cronograma de liberação de recursosespecíficos, segundo as resoluções do Conselho Municipal dos

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Direitos da Criança e doAdolescente;

V - trimestralmente, apresentar na reunião do ConselhoMunicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o registrodos recursos captados pelo Fundo, bem como de suadestinação;

VI - apresentar os planos de aplicação e a prestação decontas ao Estado ou Município, conforme a origem dasdotações orçamentárias;

VII - anualmente, apresentar à população os planos deaplicação e prestação de contas, mediante publicação dosmesmos.

Art.18. Excepcionalmente, o Conselho Municipal dosDireitos da Criança e do Adolescente poderá solicitar à JuntaAdministrativa a prestação de contas de suas atividades, tendoessa, quando solicitada, o prazo de 03 (três) dias úteis para suaapresentação.

CAPÍTULO IVDO CONSELHO TUTELAR

Seção IDas Disposições Gerais

Art. 19. Ficam criados 06 (seis) Conselhos Tutelares,órgãos integrantes da Administração Pública local,permanentes, autônomos e não jurisdicionados, cada umencarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dosdireitos das crianças e adolescentes definidos na Lei Orgânicado Município de Goiânia e no Estatuto da Criança e doAdolescente, com observância dos Princípios Constitucionaisda Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade eEficiência, nos termos do art. 37, , da Constituição Federalcaputde 1988. (Redação dada pela Lei nº 9.244, de 4 de abril de2013)

§ 1º Acircunscrição geográfica de atuação dos ConselhosTutelares será definida através de Resolução do Conselho

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Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,observados a densidade demográfica, a população domunicípio, a extensão territorial, a necessidade e problemas dapopulação infanto-juvenil e a forma de organizaçãoadministrativa do Município de Goiânia, ouvida a SecretariaMunicipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável. (Redaçãodada pela Lei nº 9.244, de 4 de abril de 2013)

§ 2º Os Conselheiros Tutelares serão eleitos pelo votodireto, secreto, universal e facultativo dos cidadãos doMunicípio de Goiânia/Goiás, que estejam inscritos na JustiçaEleitoral cinco (5) meses antes das eleições dos respectivosConselheiros.

§ 3º O processo eleitoral será organizado medianteResolução do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente - CMDCA e sob a fiscalização do MinistérioPúblico do Estado de Goiás, nos termos do artigo 139, da LeiFederal nº 8.069/90 (ECA) e na forma estabelecida nesta Lei.

§ 4º Considerar-se-ão eleitos cinco (5) candidatos decada Conselho que obtiverem maior votação, sendo os demais,pela ordem de classificação, suplentes até o número de dez(10).

Art. 20. O Conselho Tutelar será composto de 05 (cinco)membros, escolhidos pela população local para o mandato de04 (quatro) anos, permitida uma recondução, mediante novoProcesso de escolha na forma definida nesta Lei e na LeiFederal nº 8.069/90, alterada pela Lei nº 12.696, de 25 de julhode 2012. (Redação dada pela Lei nº 9.244, de 4 de abril de2013)

Parágrafo único. A recondução, permitida por uma únicavez, consiste no direito do Conselheiro Tutelar de concorrer aomandato subseqüente, em igualdade de condições com osdemais pretendentes, submetendo-se ao mesmo processo deescolha definido nesta Lei, vedada qualquer outra forma derecondução.

Art. 21. O Conselho Municipal dos Direitos da Criança edo Adolescente terá a competência para definir as normas

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complementares que regerão a eleição dos ConselhosTutelares, através de Resoluções e indicará ComissãoEleitoral, composta por sete (7) membros titulares e sete (7)suplentes, responsáveis pela organização do pleito, bem comode toda a condução do processo eleitoral.

Parágrafo único. Para compor a Comissão Eleitoral, oConselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescentepoderá indicar além dos membros do próprio Conselho,c i d a d ã o s ( ã s ) r e p r e s e n t a n t e s d e e n t i d a d e s n ã ogovernamentais de ilibada conduta, reconhecida idoneidademoral e que estejam registradas no CMDCA.

Art. 22. O Conselho Municipal dos Direitos da Criança edo Adolescente expedirá Resolução estabelecendo arespectiva área de abrangência de atuação dos ConselhosTutelares, a data do registro de candidaturas, os documentosnecessários à inscrição e o período de duração da campanhaeleitoral.

§ 1º O edital de convocação das eleições dosConselheiros Tutelares deverá ser publicado no Diário Oficial eem jornal de grande circulação do Município, no mínimo cinco(5) meses antes do término do mandato dos Conselheiros emexercício.

§ 2º Ficam vedadas medidas de qualquer natureza queabreviem ou prorroguem o período de mandato dosConselheiros Tutelares que é de 04 (quatro) anos. (Redaçãodada pela Lei nº 9.244, de 4 de abril de 2013)

Art. 23. O prazo para registro de candidaturas teráduração de, no mínimo 30 (trinta) dias, e será precedido deampla divulgação pelo Poder Público Municipal.

Parágrafo único.Acampanha eleitoral estender-se-á porperíodo não superior a 60 (sessenta) dias.

Seção IIDos Requisitos e da Prova de Conhecimentos

Subseção IDos Requisitos

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Art. 24. São requisitos para candidatar-se a exercer asfunções de membros dos Conselhos Tutelares:

I - reconhecida idoneidade moral;

II - idade superior a vinte e um (21) anos;

III - residir no Município de Goiânia, no mínimo há dois(02) anos;

IV - Possuir escolaridade mínima do Ensino Médio,devidamente comprovada;

V - efetivo trabalho com crianças e adolescentes ou emdefesa do cidadão pelo prazo não inferior a dois (2) anos,atestados no mínimo por duas (2) entidades governamentaisou não governamentais, regularmente inscritas e registradasno Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente e/ou Conselhos Setoriais da Educação da Mulhere daAssistência Social;

VI - ter participado de curso, seminário ou jornada deestudos cujo objeto seja o Estatuto da Criança e doAdolescente - ECA, ou a discussão de políticas de atendimentoà criança e ao adolescente;

VII - estar em pleno gozo das aptidões física e mental parao exercício do cargo de Conselheiro Tutelar;

VIII - não ter sido penalizado com a destituição da funçãode Conselheiro Tutelar, nos termos do que dispõe esta Lei, noscinco (5) anos antecedentes à eleição;

IX - ser aprovado em prova de conhecimentos geraissobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e PolíticasPúblicas;

X - Residir ou exercer atividade comprovada na Regiãopela qual o candidato pretende concorrer a Conselheiro Tutelar.

Parágrafo único. A nomeação e posse dos ConselheirosTutelares no âmbito do Município, somente será procedidamediante o atendimento do disposto no art. 20-A, da LeiOrgânica do Município de Goiânia, acrescido pela Emenda n.º

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050/2012. (Incluído pela Lei nº 9.244, de 4 de abril de 2013)

Art. 25. Submeter-se-ão à prova de conhecimentos oscandidatos que preencherem os requisitos à candidatura,constantes dos incisos I a VIII e X do artigo anterior.

Art. 26. A Comissão Eleitoral publicará a lista contendo onome dos candidatos que forem considerados aptos aprestarem a prova de conhecimentos.

Art. 27. Da decisão que considerar não preenchidos osrequisitos da candidatura, cabe recurso ao Conselho Municipaldos Direitos da Criança e do Adolescente, a ser apresentadoem 03 (três) dias da publicação da mesma.

Subseção IIDa Prova de Conhecimentos

Art. 28. O Conselho Municipal dos Direitos da Criança edo Adolescente é o responsável pela realização da prova a quese refere o inciso IX do artigo 24, desta Lei.

Art. 29. Para elaboração, correção da prova e aferição danota, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente constituirá Banca Examinadora composta porcinco (5) membros, com escolaridade de nível superior, dediferentes áreas, com notório conhecimento e vivência doEstatuto da Criança e doAdolescente e políticas públicas.

Art. 30. As provas abordarão os dispositivos legais doEstatuto da Criança e do Adolescente e de Política Públicasobre educação, saúde, trabalho, habitação, segurança eassistência social, definidas no Edital de Convocação daEleição.

Art. 31.Aprova será constituída por 30% (trinta por cento)de questões de conhecimentos gerais sobre o Estatuto daCriança e do Adolescente - ECA, 30% (trinta por cento)referentes à análise de casos concretos envolvendo aplicaçãode medidas de proteção relativas ao exercício da função deConselheiro Tutelar e 40% (quarenta por cento) sobre PolíticasPúblicas.

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Art. 32. Os candidatos que deixarem de atingir a média5,0 (cinco), não terão suas candidaturas homologadas, bemcomo não estarão aptos a submeterem-se ao processo deeleição.

Art. 33. Da decisão dos examinadores caberá recursodevidamente fundamentado ao Conselho Municipal dosDireitos da Criança e do Adolescente no prazo de três (3) dias,computados a partir da homologação e publicação doresultado, o qual disporá de igual prazo para decisão.

Art. 34. Após os prazos para recursos, o ConselhoMunicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente farápublicar a lista dos candidatos aptos a participar da eleição deConselheiro Tutelar.

Seção IIIDas Instâncias Eleitorais

Art. 35. Constituem instâncias eleitorais:

I - o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente;

II - a Comissão Eleitoral;

III - as Juntas Eleitorais.

Art. 36. Compete ao Conselho Municipal dos Direitos daCriança e doAdolescente:

I - escolher e formar a Comissão Eleitoral;

II - escolher e constituir a Banca Examinadora;

III - aprovar a composição das Juntas Eleitorais, propostapela Comissão Eleitoral;

IV - publicar a composição das Juntas Eleitorais;

V - expedir as resoluções acerca do processo eleitoral;

VI - julgar:

a) os recursos interpostos contra as decisões da

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Comissão Eleitoral e da Banca Examinadora da Prova deConhecimentos;

b) as impugnações apresentadas contra a indicação demembros das Juntas Eleitorais;

c) as impugnações ao resultado geral do pleito.

VII - Publicar o resultado geral do pleito, bem comoproclamar e diplomar os eleitos.

Art. 37. Compete à Comissão Eleitoral:

I - gerir o processo eleitoral;

II - adotar todas as providências necessárias para arealização do pleito;

III - indicar em seção conjunta com o Conselho Municipaldos Direitos da Criança e do Adolescente a composição dasJuntas Eleitorais;

IV - publicar a lista dos mesários e dos escrutinadores devotos;

V - receber e processar as impugnações apresentadascontra mesários e escrutinadores;

VI - analisar e homologar o registro das candidaturas;

VII - receber denúncias contra candidatos, nos casosprevistos nesta Lei, bem como adotar os procedimentosnecessários para apurá-las;

VIII - processar e decidir, em primeiro grau, as denúnciasreferentes à impugnação e cassação de candidaturas;

IX - julgar:a) os recursos interpostos contra as decisões das Juntas

Eleitorais;b) as impugnações apresentadas contra mesários e

escrutinadores.

X - publicar o resultado do Pleito nos termos desta Lei.

Art. 38. Compete às Juntas Eleitorais:

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I - responsabilizar-se pelo andamento da votação naRegião pela qual é responsável, bem como resolver oseventuais incidentes que venham ocorrer na área de suacompetência;

II - resolver as impugnações e demais incidentesverificados durante os trabalhos de apuração de votos.

Parágrafo único. A cada Região em que houver escolhade Conselheiros Tutelares corresponderá uma Junta Eleitoral.

Seção IVDo Registro das Candidaturas

Art. 39. Somente será admitido o registro de candidaturasque preencham os requisitos previstos nesta Lei e nasResoluções do Conselho Municipal dos Direitos da Criança edoAdolescente.

Art . 40 . As cand ida tu ras se rão reg is t radasindividualmente, sendo que o (a) candidato (a) a Conselheiro(a) pode concorrer apenas por uma Região Geográfica doConselho Tutelar.

Parágrafo único. Será vedada outra forma decandidatura que não a individual.

Art. 41. O candidato às eleições de Conselheiro Tutelarindicará, no requerimento de candidatura, além de seu nomecompleto, o nome que constará da cédula ou urna eletrônica,que poderá ser o prenome, sobrenome, cognome, nomeabreviado, apelido ou nome pelo qual é mais conhecido, desdeque não se estabeleça dúvida quanto à sua identidade, nãoatente contra o pudor e não seja ridículo ou irreverente.

§ 1º Verificada a ocorrência de homonímia, a ComissãoEleitoral, procederá atendendo ao seguinte:

I - havendo dúvida, poderá exigir do candidato prova deque é conhecido pela opção de nome indicada no requerimentode candidatura;

II - ao candidato que, até a data das eleições, esteja

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exercendo mandato de Conselheiro ou que tenha exercido nosúltimos três anos, ou que nesse mesmo prazo se tenhacandidatado com o nome que indicou, será deferido o seu uso,ficando outros candidatos impedidos de fazer propaganda comesse mesmo nome;

III - ao candidato que, pela sua vida social ou profissional,seja identificado pelo nome que tenha indicado, será deferido oseu uso, ficando outros candidatos impedidos de fazerpropaganda com o mesmo nome;

IV - tratando-se de candidatos cuja homonímia não seresolva pelas regras dos dois incisos anteriores, a ComissãoEleitoral deverá notificá-los para que, em dois dias, cheguem aacordo sobre os respectivos nomes a serem usados;

V - não havendo acordo no caso do inciso anterior, aComissão Eleitoral registrará cada candidato com o nome esobrenome constantes do requerimento de candidatura,observada a ordem de preferência ali definida.

§ 2º A Comissão Eleitoral poderá exigir do candidatoprova de que é conhecido pelo nome por ele indicado, quandoseu uso puder confundir o eleitor.

Art. 42. A comissão Eleitoral indeferirá o registro decandidatura que deixe de preencher os requisitos constantesdesta Lei.

§ 1º Indeferido o registro o candidato será notificado para,querendo, no prazo de 03 (três) dias úteis, apresentar recursoao CMDCA.

§ 2º O CMDCA terá o mesmo prazo para emitir a suadecisão.

Art. 43. Após o deferimento do registro das candidaturasa Comissão Eleitoral fará publicar a lista dos candidatos porRegião.

Parágrafo único. Os pedidos de impugnação decandidaturas deverão ser apresentados no prazo de 03 (três)dias úteis, a contar da data da publicação referida no “caput”

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deste artigo, por qualquer cidadão no gozo de seus direitospolíticos e sociais, em petição fundamentada, especificando osmeios de provas com que pretende demonstrar a veracidade doalegado, arrolando testemunhas, se for o caso, no máximo detrês.

Art. 44. Constitui caso de impugnação o nãopreenchimento de qualquer dos requisitos para candidatura oua incidência de alguma hipótese de impedimento para oexercício da função de conselheiro tutelar, previstas nalegislação em vigor.

Art. 45. Aos candidatos impugnados dar-se-á o direito dedefesa que deverá ser apresentada em 03 (três) dias úteis, acontar da notificação, que deverá especificar, desde logo, osmeios de provas com que pretende demonstrar a veracidade doalegado, arrolando testemunhas, se for o caso, no máximo detrês.

Art. 46. A Comissão Eleitoral avaliará a impugnação e adefesa e notificará o impugnante e o candidato da sua decisão,no prazo de 03 (três) dias úteis.

Parágrafo único. Da decisão da Comissão Eleitoralcaberá recurso ao Conselho Municipal dos Direitos da Criançae do Adolescente, que deverá ser apresentado em três (3) diascontados da notificação da decisão.

Art. 47. O Conselho Municipal dos Direitos da Criança edoAdolescente deverá manifestar-se em cinco (5) dias úteis.

Seção VDa Propaganda Eleitoral

Art. 48. A propaganda dos candidatos somente serápermitida após o registro das candidaturas, nos prazos enormas estabelecidos por esta Lei e pelas Resoluções doConselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente.

Art. 49. Toda propaganda eleitoral será realizada sob aresponsabi l idade dos candidatos, imputando- lhes

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solidariedade nos excessos praticados por seus simpatizantes.

Parágrafo único. No processo de escolha dos membrosdo Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer,prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal dequalquer natureza, inclusive brindes de pequeno valor.(Incluído pela Lei nº 9.244, de 4 de abril de 2013)

Art. 50. Não será permitida propaganda que implique emgrave perturbação à ordem, aliciamento de eleitores por meiosinsidiosos e propaganda enganosa.

Art. 51. Considera-se grave perturbação à ordem,propaganda que fira as posturas municipais, que perturbem osossego público ou que prejudique a higiene e a estéticaurbana.

Art. 52. Considera-se aliciamento de eleitores por meiosinsidiosos o oferecimento ou a promessa de dinheiro, dádivas,benefícios ou vantagens de qualquer natureza, mediante oapoio para candidaturas.

Art. 53. Considera-se propaganda enganosa a promessade resolver eventuais demandas que não são das atribuiçõesdo Conselho Tutelar, a criação de expectativas na populaçãoque não poderão ser equacionadas pelo Conselho Tutelar, bemcomo qualquer outra prática que induza dolosamente o eleitor aerro, auferindo com isso, vantagem a determinada candidatura.

Art. 54. Compete à Comissão Eleitoral processar edecidir sobre as denúncias referentes à propaganda eleitoral,podendo, inclusive, determinar a retirada ou a suspensão dapropaganda, o recolhimento do material e a cassação decandidaturas.

Art. 55. Qualquer cidadão, fundamentadamente, poderádirigir denúncia à Comissão Eleitoral sobre a existência depropaganda irregular.

Art. 56. Tendo a denúncia indício de procedência, aComissão Eleitoral determinará que a candidatura envolvidaapresente defesa no prazo de três (3) dias úteis.

Art. 57. Para instruir sua decisão a Comissão Eleitoral

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poderá ouvir testemunhas, determinar a anexação de provas,bem como efetuar diligências.

Art. 58. O candidato envolvido e o denunciante deverãoser notificados da decisão da Comissão Eleitoral.

Art. 59. Da decisão da Comissão Eleitoral caberá recursoao CMDCA que deverá ser apresentado em 03 (três) dias, acontar da notificação e decidido no prazo de 05 (cinco) dias.

Seção VIDa Eleição

Art. 60. O processo de escolha dos membros dosConselhos Tutelares ocorrerá a cada 04 (quatro) anos, noprimeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente ao daeleição presidencial, observados os critérios definidos nasResoluções do Conselho Municipal dos Direitos da Criança edo Adolescente, em consonância com a Legislação Federal.(Redação dada pela Lei nº 9.244, de 4 de abril de 2013)

Parágrafo único. A posse dos Conselheiros Tutelaresocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao processode escolha. (Incluído pela Lei nº 9.244, de 4 de abril de 2013)

Art. 61. A eleição será convocada pelo Presidente doConselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,no mínimo cinco (5) meses, antes do término do mandato dosmembros dos Conselhos Tutelares em exercício, mediantepublicação de edital.

Art. 62. A Comissão Eleitoral é o órgão eleitoralresponsável pela organização e desenvolvimento do pleito noMunicípio, cabendo às Juntas Eleitorais o exercício do trabalhona Região para a qual foram designadas.

Art. 63.AComissão Eleitoral afixará, em local público, umdos quais, obrigatoriamente, a Câmara Municipal de Goiânia,bem como publicará em jornal de grande circulação, editalcontendo a nominata dos mesários e escrutinadores quetrabalharão no pleito.

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§ 1º Para atendimento no disposto do “caput” deste artigo,o Município, através da Secretaria de Governo, fornecerálistagem de funcionários municipais que poderão trabalhar nopleito.

§ 2º Na impossibilidade de completar-se o quadro demesários e escrutinadores conforme o previsto no “caput” desteartigo, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente e a Comissão Eleitoral ficam autorizados aconvocar outros cidadãos indicados por entidades paraatuarem como mesários e escrutinadores.

§ 3º Ocorrendo o previsto no parágrafo anterior fica oMunicípio autorizado a remunerar mesários e escrutinadoresno valor mínimo de 20 (vinte) UFIR's (Unidade Fiscal deReferência) para cada mesário ou escrutinador.

Art. 64. Não podem atuar como mesários ouescrutinadores:

I - os candidatos e seus parentes ainda que por afinidadeaté o 2° grau;

II - o cônjuge ou o (a) companheiro (a) de candidato (a);

III - as pessoas que notoriamente estejam fazendocampanha para um dos candidatos concorrentes ao pleito.

Art. 65. Os candidatos ou qualquer cidadão poderãoimpugnar a indicação de mesário ou escrutinador,fundamentadamente, no prazo de 03 (três) dias úteis, após apublicação do edital em jornal de grande circulação.

Art. 66. A Comissão Eleitoral processará e decidirá asimpugnações a mesários e escrutinadores.

Art. 67. Cada candidato, devidamente credenciado,poderá inscrever junto à Comissão Eleitoral 01 (um) fiscal paraatuar junto à mesa receptora de votos.

Parágrafo único. A Comissão Eleitoral disciplinará afiscalização para que não haja tumulto no momento da votação.

Art. 68. O elei tor votará na mesa receptora

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correspondente à sua Zona e Seção Eleitoral, podendo votarem até cinco (5) candidatos de uma mesma Região Geográfica,na forma definida em Resolução expedida pelo ConselhoMunicipal dos Direitos da Criança e doAdolescente.

Parágrafo único. Será considerado nulo o voto queindicar candidatos de Regiões diferentes, bem como votos queindicarem mais de cinco (5) candidatos.

Art. 69. A cédula do processo de escolha deverá serelaborada da forma mais simplificada possível, para cadaregião e conterá os nomes de todos os candidatos em ordemalfabética, observado o que prescreve o artigo 41, desta Lei.

Seção VIIDa Apuração dos Votos e Proclamação dos Resultados

Art. 70. Cada candidato poderá credenciar 01 (um) fiscalpara atuar na apuração dos votos, junto à Comissão Eleitoral.

Parágrafo único. O fiscal indicado representará ocandidato em toda apuração, sendo vedada a presença depessoa não credenciada / autorizada, inclusive dos candidatosno recinto destinado a apuração.

Art. 71. Toda a apuração terá fiscalização da JuntaEleitoral e membros da Comissão Eleitoral.

Art. 72. Antes do início da contagem dos votos, a JuntaEleitoral resolverá as impugnações constantes das atasapresentadas junto à mesa receptora dos votos.

Art. 73. Compete à Junta Eleitoral decidir sobre:

I - as impugnações aos votos apresentadas pelos fiscais;

II - as impugnações de urnas apresentadas pelos fiscais,quando da sua abertura.

§ 1º As impugnações a votos e de urnas deverão serapresentadas pelos fiscais no momento em que estiveremsendo apurados, sob pena de preclusão.

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§ 2º Das decisões da Junta Eleitoral caberá recurso àComissão Eleitoral, que deverá ser apresentado no ato porescrito e devidamente fundamentado, sob pena de nãorecebimento.

§ 3º Os recursos, juntamente com os votos impugnados,serão deixados em separado, devendo constar do boletim deapuração e ocorrência.

Art. 74.AJunta Eleitoral expedirá boletim correspondentea cada urna apurada em sua Região, contendo o número devotantes, as seções eleitorais correspondentes, o local em quefuncionou a mesa receptora de votos, os candidatos quereceberam votos, bem como o número de votos brancos, nulose válidos.

Parágrafo único. O boletim de apuração será afixado emlocal que possa ser consultado pelo público em geral.

Art. 75. Encerrada a apuração na sua Região, as JuntasEleitorais entregarão o resultado e o material relativo àComissão Eleitoral.

Parágrafo único. Após as urnas serem apuradas edevidamente lacradas não poderão, em hipótese alguma, sernovamente abertas.

Art. 76. As urnas que tiverem votos impugnados deverãoser devidamente apuradas e ao final lacradas, sendo que osvotos impugnados deverão ser remetidos em separado àComissão Eleitoral.

§ 1º Na ata e no boletim de apuração deverá constar onúmero de votos impugnados e a indicação que eles estão emseparado.

§ 2º A ata de apuração deverá ficar anexada à urnaapurada.

§ 3º Juntamente com o voto em separado deverão serremetidas à Comissão Eleitoral as razões dos recursos e acópia da ata de apuração, com o indicativo da urna a quepertence o voto impugnado.

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Art. 77. A Comissão Eleitoral decidirá em definitivo osrecursos referentes à validade de votos e à violação de urnas.

Art. 78. Computados os dados constantes dos boletins deapuração, a Comissão Eleitoral publicará edital dandoconhecimento do resultado do pleito.

Art. 79. Do resultado final, cabe recurso ao ConselhoMunicipal dos Direitos da Criança e doAdolescente, que deveráser apresentado em três (3) dias úteis, a contar da publicaçãooficial.

§ 1º O recurso deverá ser por escrito e devidamentefundamentado.

§ 2º O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente decidirá os recursos apresentados, em reuniãoconvocada exclusivamente para esse fim, no prazo de cinco (5)dias úteis.

Art. 80. Havendo empate na votação entre os candidatos,será considerado vencedor o candidato mais idoso.

Art. 81. Encerrado o prazo e o julgamento dos recursos, aComissão Eleitoral e o Conselho Municipal dos Direitos daCriança e do Adolescente proclamarão o resultado e diplomaráos eleitos.

CAPÍTULO VDas Atribuições e Funcionamento do Conselho

Art. 82. Compete aos Conselhos Tutelares, na defesados direitos das crianças e adolescentes, cumprir o disposto noEstatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal nº8.069/1990), no que lhe competir.

Art. 83. Para atingir seus objetivos o Conselho Tutelarfuncionará diariamente, inclusive sábados, domingos eferiados, vinte e quatro (24) horas por dia.

Parágrafo único. Para o funcionamento de vinte e quatro(24) horas por dia, os Conselheiros poderão estabelecer regime

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de plantão, observando o que prescreve a seguir:

I - atendimento diário, inclusive aos sábados, domingos,feriados e dias santificados, com carga horária mínima de 40(quarenta) horas semanais por Conselheiro;

II - plantões no período das 18h às 08h, na sede doConselho Tutelar da Região Central;

III - plantões diários aos sábados, domingos, feriados edias santificados, também na sede do Conselho Tutelar deorigem de cada Conselheiro.

Art. 84. O horário de funcionamento e atendimento dosConselhos Tutelares nos dias úteis será das 08h às 18h.

Art. 85. O atendimento oferecido pelos ConselhosTutelares será informal ou personalizado, mantendo-se registrodas providências adotadas em cada caso.

§ 1º As decisões serão tomadas por maioria de votos,cabendo ao presidente o voto de desempate.

§ 2º As sessões serão instaladas com o mínimo de trêsConselheiros e realizadas em dias úteis.

Art. 86. O Presidente do Conselho será escolhido pelosseus pares, na primeira sessão, para mandato de um (1) ano,permitida a recondução, cabendo-lhe a presidência dassessões.

Parágrafo único. Na falta ou impedimento doPresidente, assumirá a presidência o conselheiro indicadopelos seus pares presentes na sessão em vigor.

CAPÍTULO VIDOS CONSELHEIROS TUTELARES

Art. 87. Os membros do Conselho Tutelar farão jus àremuneração equivalente à do cargo em comissão doMunicípio, de simbologia DAS-4.

§ 1º A remuneração percebida pelo Conselheiro não gerarelação de emprego com a Municipalidade.

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§ 2º Sendo eleito servidor público, fica-lhe facultado, emcaso de remuneração, optar pelo vencimento e vantagens doseu cargo efetivo, acrescidos da gratificação do cargo deConselheiro Tutelar, ou pela remuneração do cargo emcomissão, incluindo, em qualquer opção, férias regulamentaresacrescidas do terço constitucional, bem como a gratificaçãonatalina. (Redação dada pela Lei nº 9.115, de 12 de dezembrode 2011)

§ 3º Caso o eleito não seja servidor público, terá direito,além dos benefícios previstos no Regime Geral de PrevidênciaSocial - RGPS, a férias regulamentares, acrescidas do terçoconstitucional, e à gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº9.115, de 12 de dezembro de 2011)

Art. 88. Os recursos necessários ao pagamento daremuneração dos Conselheiros Tutelares correrão à conta dedotação orçamentária própria do Fundo Municipal dos Direitosda Criança e do Adolescente, especialmente aberta para estefim.

Art. 89. É vedado aos Conselheiros Tutelares:

I - receber honorários a qualquer título;

II - divulgar, por qualquer meio, notícia a respeito de fatoque possa identificar a criança, o adolescente ou sua família,salvo por autorização judicial, nos termos da Lei Federal n°8.069/1990.

Art. 90. O exercício efetivo da função de ConselheiroTutelar constituirá serviço público relevante, estabelecerápresunção de idoneidade moral e exigirá dedicação exclusiva.(Redação dada pela Lei nº 9.244, de 4 de abril de 2013)

Art. 91. São impedidos de servir no mesmo Conselhomarido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e genroou nora, irmãos, cunhados durante o cunhadio, tio e sobrinho,padrasto ou madrasta e enteado.

Parágrafo único. Estende-se o impedimento doconselheiro, na forma deste artigo, em relação à autoridade

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judiciária e ao representante do Ministério Público com atuaçãona Justiça da Infância e da Juventude, em exercício nacomarca, foro regional ou distrital.

Art. 92. Perderá o mandato o Conselheiro que seausentar injustificadamente a três (3) sessões consecutivas oua cinco (5) alternadas no mesmo mandato, for condenado porsentença irrecorrível por crime ou contravenção penal ou secandidatar a qualquer cargo eletivo.

Parágrafo único. A perda do mandato será decretadapelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente - CMDCA, mediante provocação do MinistérioPúblico, do próprio Conselho, do Juiz da Infância ou dequalquer cidadão, assegurada ampla defesa.

Seção IDa Convocação dos Suplentes

Art. 93. Convocar-se-ão, imediatamente, os suplentes deConselheiros Tutelares nos seguintes casos: (Redação dadapela Lei nº 9.244, de 4 de abril de 2013)

I - nos casos de férias e licenças que fazem jus osConselheiros Titulares; (Redação dada pela Lei nº 9.244, de 4de abril de 2013)

II - no caso de renúncia do Conselheiro Tutelar;III - perda do mandato de Conselheiro Tutelar por

descumprimento ao Regime de Dedicação Exclusiva ou nahipótese do artigo 89, desta Lei.

§ 1º O suplente de Conselheiro Tutelar perceberá aremuneração correspondente a de Conselheiro Titular,proporcional aos dias trabalhados, bem como todos os direitosdecorrentes do exercício da atividade. (Redação dada pela Leinº 9.244, de 4 de abril de 2013)

§ 2° A convocação do suplente obedecerá estritamente àordem resultante da eleição do Conselho de cada região.

§ 3° Findado o período de convocação do suplente, combase nas hipóteses previstas nos incisos acima, o Conselheiro

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titular será imediatamente reconduzido ao Conselho Tutelarrespectivo.

§ 4º A convocação do Conselheiro Tutelar Suplenteprevalecerá enquanto durar o afastamento do ConselheiroTutelar Titular. (Incluído pela Lei nº 9.244, de 4 de abril de 2013)

Art. 94. A requerimento fundamentado do ConselheiroTutelar interessado, encaminhado ao CMDCA, poderá lhe serconcedida licença não remunerada, pelo período mínimo de 03(três) e máximo de 06 (seis) meses, renovável somente umavez, por igual período.

Seção IIDo Controle, Funcionamento e Organização Interna

dos Conselhos Tutelares

Art. 95. Fica criada a Corregedoria dos ConselhosTutelares.

Art. 96. A Corregedoria é o órgão de controle sobre ofuncionamento dos Conselhos Tutelares.

Art. 97. A Corregedoria será composta por 02 (dois)Conselheiros Tutelares, 03 (três) representantes do ConselhoMunicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, 02 (dois)representantes do Poder Executivo, indicado pelo PrefeitoMunicipal e 02 (dois) representantes do Poder LegislativoMunicipal, para o mandato de 3 (três) anos, vedada arecondução.

Parágrafo único. Os representantes dos Conselhos e doPoder Legislativo serão escolhidos pelos seus pares em fórumpróprio.

Art. 98. Compete à Corregedoria:

I - fiscalizar o cumprimento do horário dos ConselheirosTutelares, o regime de trabalho, a forma de plantão, de modo agarantir o atendimento à população vinte e quatro (24) horaspor dia;

II - fiscalizar o regime de trabalho e a efetividade dosConselheiros Tutelares;

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III - instaurar e proceder à sindicância para apurareventual falta grave, cometida por Conselheiro Tutelar nodesempenho de suas funções;

IV - emitir parecer conclusivo nas sindicânciasinstauradas e notificar o Conselheiro Tutelar indiciado dadecisão;

V - remeter ao Conselho Municipal dos Direitos daCriança e do Adolescente, em reexame necessário, a suadecisão fundamentada.

Seção IIIDo Processo Disciplinar

Art. 99. Compete à Corregedoria instaurar sindicânciapara apurar eventual falta grave cometida por ConselheiroTutelar no exercício de sua função.

Art. 100. Constitui falta grave:

I - usar de sua função em beneficio próprio;

II - romper o sigilo em relação aos casos analisados peloConselho Tutelar do qual faz parte e dos outros que tenhaconhecimento em decorrência da função de Conselheiro;

III - exceder-se no exercício da função de modo aexorbitar sua competência abusando da autoridade que lhe foiconferida;

IV - recusar-se a prestar atendimento;

V - aplicar medida de proteção sem a decisão emcolegiado do Conselho Tutelar do qual faz parte;

VI - omitir-se quanto ao exercício de suas atribuições deConselheiro Tutelar;

VII - deixar de comparecer no horário de trabalhoestabelecido;

VIII - exercer outra atividade incompatível com adedicação exclusiva prevista nesta Lei.

Art. 101. Constatada a falta grave, a Corregedoria poderá

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aplicar as seguintes penalidades:

I - advertência;

II - suspensão não remunerada;

III - perda da função de Conselheiro Tutelar.

Art. 102. Para a aplicação das penalidades dos incisos doartigo anterior, a corregedoria estabelecerá os procedimentos ea forma adequados, através de Resolução normativa própria,baseada nesta Lei.

Art. 103. No processo para aplicação de quaisquer daspenalidades previstas no art. 101, cabe à Corregedoriaassegurar o exercício do contraditório e da ampla defesa doConselheiro Tutelar.

Art. 104. Da decisão final, esgotados os recursos, queaplicar a penalidade haverá reexame necessário do ConselhoMunicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, pelo prazoimprorrogável de 30 (trinta) dias; findo este prazo, sem amanifestação do prefalado Conselho, prevalecerá a penalidadeaplicada pela Corregedoria.

Art. 105. No caso de sindicância pela incidência de umadas hipóteses previstas nos artigos dos Capítulos I e II, do Títulodos Crimes e das Infrações Administrativas, do Estatuto daCriança e do Adolescente, os autos serão remetidosimediatamente ao Ministério Público Estadual, sem prejuízodas sanções administrativas cabíveis.

Art. 106. Perderá o mandato o Conselheiro que forcondenado por sentença irrecorrível pela prática de crimedoloso ou pela prática dos crimes e infrações administrativas,previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federalnº 8.069, de 13 de julho de 1990).

CAPÍTULO VIIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 107. Para contagem dos prazos previstos nesta Lei,

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exclui-se o dia do começo e inclui-se o do vencimento.

§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro diaútil, se o vencimento cair em feriado, sábado ou domingo.

§ 2º Os prazos somente começarão a contar a partir doprimeiro dia útil após a notificação na forma do artigosubseqüente.

Art. 108. As notificações que se referem esta Lei serãofeitas por meio de cartas oficio, telegrama, fax ou correioeletrônico.

Art. 109. Os funcionários públicos municipais que atuaremcomo mesários e/ou escrutinadores durante a eleição doConselho Tutelar serão, nos dois dias seguintes ao da eleição,dispensados de comparecerem ao trabalho, mediantecomprovação expedida pela Comissão Eleitoral.

Art. 110. O Município, no prazo de noventa (90) dias,contados da publicação desta Lei, promoverá a adaptação deseus órgãos e programas às diretrizes e princípiosestabelecidos por ela e no Estatuto da Criança e doAdolescente, bem como expedir novo Decreto regulamentandoo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e doAdolescente.

Parágrafo único. O Conselho Municipal dos Direitos daCriança e do Adolescente, no prazo de trinta (30) dias dapublicação desta Lei, deverá adaptar o atual Conselho ao queprescreve esta Lei, inclusive convocando novas eleições paraos representantes das entidades não governamentais.

Art. 111. O Conselho Municipal dos Direitos da Criança edo Adolescente solicitará ao Presidente do Tribunal RegionalEleitoral, com antecedência, o apoio necessário à realizaçãodas eleições dos Conselheiros Tutelares, no que fornecessário.

Art. 112. O número de seções eleitorais para escolha dosConselheiros Tutelares no Município de Goiânia será onecessário para conclusão da votação dentro do horárioprevisto nesta Lei.

Parágrafo único. Ouvido o órgão municipal competente,

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a Comissão Eleitoral fará publicar, com antecedência mínimade quinze (15) dias antes da realização da eleição para oConselho Tutelar, a relação dos locais de votação.

Art. 113. No prazo de um (1) ano, contado da vigênciadesta Lei, o Município de Goiânia providenciará sedes próprias,com os respectivos equipamentos e recursos humanos, paratodos os Conselhos Tutelares.

Parágrafo único. Para definição dos Locais/Sedes,deverá atentar para as áreas onde se registrem grandesconcentrações habituais de crianças e adolescentes, bemcomo o fácil acesso para a população mais necessitada.

Art. 114. O Município de Goiânia, no prazo de noventa (90)dias, designará dentre servidores dos seus quadros, para cadaConselho Tutelar, 01 (um) Assistente Social, 01 (um) Psicólogoe 01 (um)Advogado (a).

Art. 115. Fica facultado ao Conselho Municipal dosDireitos da Criança e do Adolescente aplicar, subsidiariamente,a Legislação Eleitoral vigente, bem como as Instruções doTribunal Superior Eleitoral, na regulamentação e fiscalização,propaganda, eleição e apuração dos votos no processo deescolha dos Conselheiros Tutelares.

Art. 116. Os Conselhos Tutelares criados por esta Leiserão efetivamente instalados com a posse dos novosConselheiros Tutelares escolhidos nas eleições que serãorealizadas em 2006.

Art. 117. Aos Conselheiros investidos de mandato (2004/2006), no ano de início de vigência desta Lei, que desejarem secandidatar, não serão exigidos o critério de escolaridade,exigido no inciso IV, do art. 24.

Art. 118. Fica o Poder Executivo autorizado a abrircréditos adicionais para as despesas decorrentes documprimento desta Lei.

Parágrafo único. Deverá o Poder Executivo Municipal,todos os anos, fazer constar na Lei de Diretrizes Orçamentáriase na Lei Orçamentária, recursos para as despesas inerentes à

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aplicação desta Lei, sob pena de responsabilidade.

Art. 118-A. Fica criada Diretoria provisória, composta por03 (três) membros, sendo 02 (dois) representantes do PoderExecutivo e 01 (um) representante do Poder Legislativo para,no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar de sua instalação,proceder à escolha das entidades não governamentais,prevista no inciso III, do art. 7º, desta Lei.

Parágrafo único. A diretoria provisória baixará, medianteresolução, as normas para a eleição prevista no § 3º, do art. 7º.

Art. 119. Esta Lei entrará em vigor na data de suapublicação.

Art. 120. Revogam-se as Leis n. 6.966, de 12 de junho de1991, e 7.181, de 18 de fevereiro de 1993, e as demaisdisposições em contrário.

GABINETE DO PREFEITO DE GOIÂNIA, aos 29 dias domês de setembro de 2006.

IRIS REZENDEPrefeito de Goiânia

FLÁVIO PEIXOTO DA SILVEIRASecretário do Governo Municipal

Agenor Mariano da Silva NetoClarismino Luiz Pereira Júnior

Dário Délio CamposEudes Cardoso Alves

Francisco Rodrigues Vale JúniorIram de Almeida Saraiva Júnior

João de Paiva RibeiroKleber Branquinho AdornoLuiz Antônio Teófilo RosaMárcia Pereira Carvalho

Paulo RassiWaldomiro Dall Agnol

Walter Pureza

Este texto não substitui o publicado no DiárioOficial do Município de 10/10/2006

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DECRETO N° 99.710, DE 21 DE NOVEMBRO DE 1990.

Promulga a Convenção sobre os Direitos da Criança.

O Presidente da República, usando da atribuição quelhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e

Considerando que o Congresso Nacional aprovou, peloDecreto Legislativo nº 28, de 14 de setembro de 1990, aConvenção sobre os Direitos da Criança, a qual entrou em vigorinternacional em 02 de setembro de 1990, na forma de seuartigo 49, inciso 1;

Considerando que o Governo brasileiro ratificou a referidaConvenção em 24 de setembro de 1990, tendo a mesmaentrado em vigor para o Brasil em 23 de outubro de 1990, naforma do seu artigo 49, inciso 2;

DECRETA:

Art. 1ºAConvenção sobre os Direitos da Criança, apensapor cópia ao presente Decreto, será executada e cumprida tãointeiramente como nela se contém.

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de suapublicação.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 21 de novembro de 1990; 169º daIndependência e 102º da República.

FERNANDO COLLORFrancisco Rezek

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CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇAPREÂMBULO

Os Estados Partes da presente Convenção,Considerando que, de acordo com os princípios

proclamados na Carta das Nações Unidas, a liberdade, ajustiça e a paz no mundo se fundamentam no reconhecimentoda dignidade inerente e dos direitos iguais e inalienáveis detodos os membros da família humana;

Tendo em conta que os povos das Nações Unidasreafirmaram na carta sua fé nos direitos fundamentais dohomem e na dignidade e no valor da pessoa humana e quedecidiram promover o progresso social e a elevação do nível devida com mais liberdade;

Reconhecendo que as Nações Unidas proclamaram eacordaram na Declaração Universal dos Direitos Humanos enos Pactos Internacionais de Direitos Humanos que todapessoa possui todos os direitos e liberdades neles enunciados,sem distinção de qualquer natureza, seja de raça, cor, sexo,idioma, crença, opinião política ou de outra índole, origemnacional ou social, posição econômica, nascimento ouqualquer outra condição;

Recordando que na Declaração Universal dos DireitosHumanos as Nações Unidas proclamaram que a infância temdireito a cuidados e assistência especiais;

Convencidos de que a família, como grupo fundamentalda sociedade e ambiente natural para o crescimento e bem-estar de todos os seus membros, e em particular das crianças,deve receber a proteção e assistência necessárias a fim depoder assumir plenamente suas responsabilidades dentro dacomunidade;

Reconhecendo que a criança, para o pleno e harmoniosodesenvolvimento de sua personalidade, deve crescer no seioda família, em um ambiente de felicidade, amor ecompreensão;

Considerando que a criança deve estar plenamentepreparada para uma vida independente na sociedade e deveser educada de acordo com os ideais proclamados na Cartas

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das Nações Unidas, especialmente com espírito de paz,dignidade, tolerância, liberdade, igualdade e solidariedade;

Tendo em conta que a necessidade de proporcionar àcriança uma proteção especial foi enunciada na Declaração deGenebra de 1924 sobre os Direitos da Criança e na Declaraçãodos Direitos da Criança adotada pela Assembléia Geral em 20de novembro de 1959, e reconhecida na Declaração Universaldos Direitos Humanos, no Pacto Internacional de Direitos Civise Políticos (em particular nos Artigos 23 e 24), no PactoInternacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (emparticular no Artigo 10) e nos estatutos e instrumentospertinentes das Agências Especializadas e das organizaçõesinternacionais que se interessam pelo bem-estar da criança;

Tendo em conta que, conforme assinalado na Declaraçãodos Direitos da Criança, "a criança, em virtude de sua falta dematuridade física e mental, necessita proteção e cuidadosespeciais, inclusive a devida proteção legal, tanto antes quantoapós seu nascimento";

Lembrado o estabelecido na Declaração sobre osPrincípios Sociais e Jurídicos Relativos à Proteção e ao Bem-Estar das Crianças, especialmente com Referência à Adoção eà Colocação em Lares de Adoção, nos Planos Nacional eInternacional; as Regras Mínimas das Nações Unidas para aAdministração da Justiça Juvenil (Regras de Pequim); e aDeclaração sobre a Proteção da Mulher e da Criança emSituações de Emergência ou de ConflitoArmado;

Reconhecendo que em todos os países do mundoexistem crianças vivendo sob condições excepcionalmentedifíceis e que essas crianças necessitam consideraçãoespecial;

Tomando em devida conta a importância das tradições edos valores culturais de cada povo para a proteção e odesenvolvimento harmonioso da criança;

Reconhecendo a importância da cooperaçãointernacional para a melhoria das condições de vida dascrianças em todos os países, especialmente nos países emdesenvolvimento;

Acordam o seguinte:

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PARTE I

ARTIGO 1Para efeitos da presente Convenção considera-se como

criança todo ser humano com menos de dezoito anos de idade,a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, amaioridade seja alcançada antes.

ARTIGO 21. Os Estados Partes respeitarão os direitos enunciados

na presente Convenção e assegurarão sua aplicação a cadacriança sujeita à sua jurisdição, sem distinção alguma,independentemente de raça, cor, sexo, idioma, crença, opiniãopolítica ou de outra índole, origem nacional, étnica ou social,posição econômica, deficiências físicas, nascimento ouqualquer outra condição da criança, de seus pais ou de seusrepresentantes legais.

2. Os Estados Partes tomarão todas as medidasapropriadas para assegurar a proteção da criança contra todaforma de discriminação ou castigo por causa da condição, dasatividades, das opiniões manifestadas ou das crenças de seuspais, representantes legais ou familiares.

ARTIGO 31. Todas as ações relativas às crianças, levadas a efeito

por autoridades administrativas ou órgãos legislativos, devemconsiderar, primordialmente, o interesse maior da criança.

2. Os Estados Partes se comprometem a assegurar àcriança a proteção e o cuidado que sejam necessários para seubem-estar, levando em consideração os direitos e deveres deseus pais, tutores ou outras pessoas responsáveis por elaperante a lei e, com essa finalidade, tomarão todas as medidaslegislativas e administrativas adequadas.

3. Os Estados Partes se certificarão de que asinstituições, os serviços e os estabelecimentos encarregadosdo cuidado ou da proteção das crianças cumpram com os

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padrões estabelecidos pelas autoridades competentes,especialmente no que diz respeito à segurança e à saúde dascrianças, ao número e à competência de seu pessoal e àexistência de supervisão adequada.

ARTIGO 4

Os Estados Partes adotarão todas as medidasadministrativas, legislativas e de outra índole com vistas àimplementação dos direitos reconhecidos na presenteConvenção. Com relação aos direitos econômicos, sociais eculturais, os Estados Partes adotarão essas medidas utilizandoao máximo os recursos disponíveis e, quando necessário,dentro de um quadro de cooperação internacional.

ARTIGO 5

Os Estados Partes respeitarão as responsabilidades, osdireitos e os deveres dos pais ou, onde for o caso, dos membrosda família ampliada ou da comunidade, conforme determinemos costumes locais, dos tutores ou de outras pessoaslegalmente responsáveis, de proporcionar à criança instrução eorientação adequadas e acordes com a evolução de suacapacidade no exercício dos direitos reconhecidos na presenteConvenção.

ARTIGO 6

1. Os Estados Partes reconhecem que toda criança tem odireito inerente à vida.

2. Os Estados Partes assegurarão ao máximo asobrevivência e o desenvolvimento da criança.

ARTIGO 7

1. A criança será registrada imediatamente após seunascimento e terá direito, desde o momento em que nasce, aum nome, a uma nacionalidade e, na medida do possível, aconhecer seus pais e a ser cuidada por eles.

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2. Os Estados Partes zelarão pela aplicação dessesdireitos de acordo com sua legislação nacional e com asobrigações que tenham assumido em virtude dos instrumentosinternacionais pertinentes, sobretudo se, de outro modo, acriança se tornaria apátrida.

ARTIGO 8

1. Os Estados Partes se comprometem a respeitar odireito da criança de preservar sua identidade, inclusive anacionalidade, o nome e as relações familiares, de acordo coma lei, sem interferências ilícitas.

2. Quando uma criança se vir privada ilegalmente dealgum ou de todos os elementos que configuram suaidentidade, os Estados Partes deverão prestar assistência eproteção adequadas com vistas a restabelecer rapidamentesua identidade.

ARTIGO 9

1. Os Estados Partes deverão zelar para que a criançanão seja separada dos pais contra a vontade dos mesmos,exceto quando, sujeita à revisão judicial, as autoridadescompetentes determinarem, em conformidade com a lei e osprocedimentos legais cabíveis, que tal separação é necessáriaao interesse maior da criança. Tal determinação pode sernecessária em casos específicos, por exemplo, nos casos emque a criança sofre maus tratos ou descuido por parte de seuspais ou quando estes vivem separados e uma decisão deve sertomada a respeito do local da residência da criança.

2. Caso seja adotado qualquer procedimento emconformidade com o estipulado no parágrafo 1 do presenteArtigo, todas as Partes interessadas terão a oportunidade departicipar e de manifestar suas opiniões.

3. Os Estados Partes respeitarão o direito da criança queesteja separada de um ou de ambos os pais de manterregularmente relações pessoais e contato direto com ambos, amenos que isso seja contrário ao interesse maior da criança.

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4. Quando essa separação ocorrer em virtude de umamedida adotada por um Estado Parte, tal como detenção,prisão, exílio, deportação ou morte (inclusive falecimentodecorrente de qualquer causa enquanto a pessoa estiver sob acustódia do Estado) de um dos pais da criança, ou de ambos,ou da própria criança, o Estado Parte, quando solicitado,proporcionará aos pais, à criança ou, se for o caso, a outrofamiliar, informações básicas a respeito do paradeiro do familiarou familiares ausentes, a não ser que tal procedimento sejaprejudicial ao bem-estar da criança. Os Estados Partes secertificarão, além disso, de que a apresentação de tal petiçãonão acarrete, por si só, conseqüências adversas para a pessoaou pessoas interessadas.

ARTIGO 10

1. De acordo com a obrigação dos Estados Partesestipulada no parágrafo 1 do Artigo 9, toda solicitaçãoapresentada por uma criança, ou por seus pais, para ingressarou sair de um Estado Parte com vistas à reunião da família,deverá ser atendida pelos Estados Partes de forma positiva,humanitária e rápida. Os Estados Partes assegurarão, ainda,que a apresentação de tal solicitação não acarretaráconseqüências adversas para os solicitantes ou para seusfamiliares.

2. A criança cujos pais residam em Estados diferentesterá o direito de manter, periodicamente, relações pessoais econtato direto com ambos, exceto em circunstâncias especiais.Para tanto, e de acordo com a obrigação assumida pelosEstados Partes em virtude do parágrafo 2 do Artigo 9, osEstados Partes respeitarão o direito da criança e de seus paisde sair de qualquer país, inclusive do próprio, e de ingressar noseu próprio país. O direito de sair de qualquer país estarásujeito, apenas, às restrições determinadas pela lei que sejamnecessárias para proteger a segurança nacional, a ordempública, a saúde ou a moral públicas ou os direitos e asliberdades de outras pessoas e que estejam acordes com osdemais direitos reconhecidos pela presente Convenção.

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ARTIGO 11

1. Os Estados Partes adotarão medidas a fim de lutarcontra a transferência ilegal de crianças para o exterior e aretenção ilícita das mesmas fora do país.

2. Para tanto, aos Estados Partes promoverão aconclusão de acordos bilaterais ou multilaterais ou a adesão aacordos já existentes.

ARTIGO 12

1. Os Estados Partes assegurarão à criança que estivercapacitada a formular seus próprios juízos o direito deexpressar suas opiniões livremente sobre todos os assuntosrelacionados com a criança, levando-se devidamente emconsideração essas opiniões, em função da idade e maturidadeda criança.

2. Com tal propósito, se proporcionará à criança, emparticular, a oportunidade de ser ouvida em todo processojudicial ou administrativo que afete a mesma, quer diretamentequer por intermédio de um representante ou órgão apropriado,em conformidade com as regras processuais da legislaçãonacional.

ARTIGO 13

1. A criança terá direito à liberdade de expressão. Essedireito incluirá a liberdade de procurar, receber e divulgarinformações e idéias de todo tipo, independentemente defronteiras, de forma oral, escrita ou impressa, por meio dasartes ou por qualquer outro meio escolhido pela criança.

2. O exercício de tal direito poderá estar sujeito adeterminadas restrições, que serão unicamente as previstaspela lei e consideradas necessárias:

a) para o respeito dos direitos ou da reputação dosdemais, ou

b) para a proteção da segurança nacional ou da ordempública, ou para proteger a saúde e a moral públicas.

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ARTIGO 14

1. Os Estados Partes respeitarão o direito da criança àliberdade de pensamento, de consciência e de crença.

2. Os Estados Partes respeitarão os direitos e deveresdos pais e, se for o caso, dos representantes legais, de orientara criança com relação ao exercício de seus direitos de maneiraacorde com a evolução de sua capacidade.

3. A liberdade de professar a própria religião ou aspróprias crenças estará sujeita, unicamente, às limitaçõesprescritas pela lei e necessárias para proteger a segurança, aordem, a moral, a saúde pública ou os direitos e liberdadesfundamentais dos demais.

ARTIGO 15

1. Os Estados Partes reconhecem os direitos da criança àliberdade de associação e à liberdade de realizar reuniõespacíficas.

2. Não serão impostas restrições ao exercício dessesdireitos, a não ser as estabelecidas em conformidade com a leie que sejam necessárias numa sociedade democrática, nointeresse da segurança nacional ou pública, da ordem pública,da proteção à saúde e à moral públicas ou da proteção aosdireitos e liberdades dos demais.

ARTIGO 16

1. Nenhuma criança será objeto de interferênciasarbitrárias ou ilegais em sua vida particular, sua família, seudomicílio ou sua correspondência, nem de atentados ilegais asua honra e a sua reputação.

2. A criança tem direito à proteção da lei contra essasinterferências ou atentados.

ARTIGO 17

Os Estados Partes reconhecem a função importantedesempenhada pelos meios de comunicação e zelarão para

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que a criança tenha acesso a informações e materiaisprocedentes de diversas fontes nacionais e internacionais,especialmente informações e materiais que visem a promoverseu bem-estar social, espiritual e moral e sua saúde física emental. Para tanto, os Estados Partes:

a) incentivarão os meios de comunicação a difundirinformações e materiais de interesse social e cultural para acriança, de acordo com o espírito doArtigo 29;

b) promoverão a cooperação internacional na produção,no intercâmbio e na divulgação dessas informações e dessesmateriais procedentes de diversas fontes culturais, nacionais einternacionais;

c) incentivarão a produção e difusão de livros paracrianças;

d) incentivarão os meios de comunicação no sentido de,particularmente, considerar as necessidades lingüísticas dacriança que pertença a um grupo minoritário ou que sejaindígena;

e) promoverão a elaboração de diretrizes apropriadas afim de proteger a criança contra toda informação e materialprejudiciais ao seu bem-estar, tendo em conta as disposiçõesdosArtigos 13 e 18.

ARTIGO 18

1. Os Estados Partes envidarão os seus melhoresesforços a fim de assegurar o reconhecimento do princípio deque ambos os pais têm obrigações comuns com relação àeducação e ao desenvolvimento da criança. Caberá aos paisou, quando for o caso, aos representantes legais, aresponsabi l idade primordial pela educação e pelodesenvolvimento da criança. Sua preocupação fundamentalvisará ao interesse maior da criança.

2. A fim de garantir e promover os direitos enunciados napresente Convenção, os Estados Partes prestarão assistênciaadequada aos pais e aos representantes legais para o

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desempenho de suas funções no que tange à educação dacriança e assegurarão a criação de instituições, instalações eserviços para o cuidado das crianças.

3. Os Estados Partes adotarão todas as medidasapropriadas a fim de que as crianças cujos pais trabalhemtenham direito a beneficiar-se dos serviços de assistênciasocial e creches a que fazem jus.

ARTIGO 19

1. Os Estados Partes adotarão todas as medidaslegislativas, administrativas, sociais e educacionaisapropriadas para proteger a criança contra todas as formas deviolência física ou mental, abuso ou tratamento negligente,maus tratos ou exploração, inclusive abuso sexual, enquanto acriança estiver sob a custódia dos pais, do representante legalou de qualquer outra pessoa responsável por ela.

2. Essas medidas de proteção deveriam incluir, conformeapropriado, procedimentos eficazes para a elaboração deprogramas sociais capazes de proporcionar uma assistênciaadequada à criança e às pessoas encarregadas de seucuidado, bem como para outras formas de prevenção, para aidentificação, notificação, transferência a uma instituição,investigação, tratamento e acompanhamento posterior doscasos acima mencionados de maus tratos à criança e,conforme o caso, para a intervenção judiciária.

ARTIGO 20

1. As crianças privadas temporária ou permanentementedo seu meio familiar, ou cujo interesse maior exija que nãopermaneçam nesse meio, terão direito à proteção e assistênciaespeciais do Estado.

2. Os Estados Partes garantirão, de acordo com suas leisnacionais, cuidados alternativos para essas crianças.

3. Esses cuidados poderiam incluir, a colocaçãointer alia,em lares de adoção, a do direito islâmico, a adoção ou,kafalahcaso necessário, a colocação em instituições adequadas de

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proteção para as crianças.Ao serem consideradas as soluções,deve-se dar especial atenção à origem étnica, religiosa, culturale lingüística da criança, bem como à conveniência dacontinuidade de sua educação.

ARTIGO 21

Os Estados Partes que reconhecem ou permitem osistema de adoção atentarão para o fato de que a consideraçãoprimordial seja o interesse maior da criança. Dessa forma,atentarão para que:

a) a adoção da criança seja autorizada apenas pelasautoridades competentes, as quais determinarão, consoanteas leis e os procedimentos cabíveis e com base em todas asinformações pertinentes e fidedignas, que a adoção éadmissível em vista da situação jurídica da criança com relaçãoa seus pais, parentes e representantes legais e que, casosolicitado, as pessoas interessadas tenham dado, comconhecimento de causa, seu consentimento à adoção, combase no assessoramento que possa ser necessário;

b) a adoção efetuada em outro país possa serconsiderada como outro meio de cuidar da criança, no caso emque a mesma não possa ser colocada em um lar de adoção ouentregue a uma família adotiva ou não logre atendimentoadequado em seu país de origem;

c) a criança adotada em outro país goze de salvaguardase normas equivalentes às existentes em seu país de origemcom relação à adoção;

d) todas as medidas apropriadas sejam adotadas, a fimde garantir que, em caso de adoção em outro país, a colocaçãonão permita benefícios financeiros indevidos aos que delaparticiparem;

e) quando necessário, promover os objetivos do presenteArtigo mediante ajustes ou acordos bilaterais ou multilaterais, eenvidarão esforços, nesse contexto, com vistas a assegurarque a colocação da criança em outro país seja levada a cabo

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por intermédio das autoridades ou organismos competentes.

ARTIGO 22

1. Os Estados Partes adotarão medidas pertinentes paraassegurar que a criança que tente obter a condição derefugiada, ou que seja considerada como refugiada de acordocom o direito e os procedimentos internacionais ou internosaplicáveis, receba, tanto no caso de estar sozinha comoacompanhada por seus pais ou por qualquer outra pessoa, aproteção e a assistência humanitária adequadas a fim de quepossa usufruir dos direitos enunciados na presente Convençãoe em outros instrumentos internacionais de direitos humanosou de caráter humanitário dos quais os citados Estados sejamparte.

2. Para tanto, os Estados Partes cooperarão, da maneiracomo julgarem apropriada, com todos os esforços das NaçõesUnidas e demais organizações intergovernamentaiscompetentes, ou organizações não-governamentais quecooperem com as Nações Unidas, no sentido de proteger eajudar a criança refugiada, e de localizar seus pais ou outrosmembros de sua família a fim de obter informações necessáriasque permitam sua reunião com a família. Quando não forpossível localizar nenhum dos pais ou membros da família, seráconcedida à criança a mesma proteção outorgada a qualqueroutra criança privada permanente ou temporariamente de seuambiente familiar, seja qual for o motivo, conforme oestabelecido na presente Convenção.

ARTIGO 23

1. Os Estados Partes reconhecem que a criançaportadora de deficiências físicas ou mentais deverá desfrutarde uma vida plena e decente em condições que garantam suadignidade, favoreçam sua autonomia e facilitem suaparticipação ativa na comunidade.

2. Os Estados Partes reconhecem o direito da criançadeficiente de receber cuidados especiais e, de acordo com os

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recursos disponíveis e sempre que a criança ou seusresponsáveis reúnam as condições requeridas, estimularão eassegurarão a prestação da assistência solicitada, que sejaadequada ao estado da criança e às circunstâncias de seuspais ou das pessoas encarregadas de seus cuidados.

3. Atendendo às necessidades especiais da criançadeficiente, a assistência prestada, conforme disposto noparágrafo 2 do presente Artigo, será gratuita sempre quepossível, levando-se em consideração a situação econômicados pais ou das pessoas que cuidem da criança, e visará aassegurar à criança deficiente o acesso efetivo à educação, àcapacitação, aos serviços de saúde, aos serviços dereabilitação, à preparação para o emprego e às oportunidadesde lazer, de maneira que a criança atinja a mais completaintegração social possível e o maior desenvolvimento individualfactível, inclusive seu desenvolvimento cultural e espiritual.

4. Os Estados Partes promoverão, com espírito decooperação internacional, um intercâmbio adequado deinformações nos campos da assistência médica preventiva e dotratamento médico, psicológico e funcional das criançasdeficientes, inclusive a divulgação de informações a respeitodos métodos de reabilitação e dos serviços de ensino eformação profissional, bem como o acesso a essa informação,a fim de que os Estados Partes possam aprimorar suacapacidade e seus conhecimentos e ampliar sua experiêncianesses campos. Nesse sentido, serão levadas especialmenteem conta as necessidades dos países em desenvolvimento.

ARTIGO 24

1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança degozar do melhor padrão possível de saúde e dos serviçosdestinados ao tratamento das doenças e à recuperação dasaúde. Os Estados Partes envidarão esforços no sentido deassegurar que nenhuma criança se veja privada de seu direitode usufruir desses serviços sanitários.

2. Os Estados Partes garantirão a plena aplicação dessedireito e, em especial, adotarão as medidas apropriadas com

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vistas a:

a) reduzir a mortalidade infantil;

b) assegurar a prestação de assistência médica ecuidados sanitários necessários a todas as crianças, dandoênfase aos cuidados básicos de saúde;

c) combater as doenças e a desnutrição dentro docontexto dos cuidados básicos de saúde mediante, , ainter aliaaplicação de tecnologia disponível e o fornecimento dealimentos nutritivos e de água potável, tendo em vista osperigos e riscos da poluição ambiental;

d) assegurar às mães adequada assistência pré-natal epós-natal;

e) assegurar que todos os setores da sociedade, e emespecial os pais e as crianças, conheçam os princípios básicosde saúde e nutrição das crianças, as vantagens daamamentação, da higiene e do saneamento ambiental e dasmedidas de prevenção de acidentes, e tenham acesso àeducação pertinente e recebam apoio para a aplicação dessesconhecimentos;

f) desenvolver a assistência médica preventiva, aorientação aos pais e a educação e serviços de planejamentofamiliar.

3. Os Estados Partes adotarão todas as medidaseficazes e adequadas para abolir práticas tradicionais quesejam prejudicais à saúde da criança.

4. Os Estados Partes se comprometem a promover eincentivar a cooperação internacional com vistas a lograr,progressivamente, a plena efetivação do direito reconhecido nopresente Artigo. Nesse sentido, será dada atenção especial àsnecessidades dos países em desenvolvimento.

ARTIGO 25

Os Estados Partes reconhecem o direito de uma criançaque tenha sido internada em um estabelecimento pelas

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autoridades competentes para fins de atendimento, proteçãoou tratamento de saúde física ou mental a um exame periódicode avaliação do tratamento ao qual está sendo submetida e detodos os demais aspectos relativos à sua internação.

ARTIGO 26

1. Os Estados Partes reconhecerão a todas as crianças odireito de usufruir da previdência social, inclusive do segurosocial, e adotarão as medidas necessárias para lograr a plenaconsecução desse direito, em conformidade com sualegislação nacional.

2. Os benefícios deverão ser concedidos, quandopertinentes, levando-se em consideração os recursos e asituação da criança e das pessoas responsáveis pelo seusustento, bem como qualquer outra consideração cabível nocaso de uma solicitação de benefícios feita pela criança ou emseu nome.

ARTIGO 27

1. Os Estados Partes reconhecem o direito de todacriança a um nível de vida adequado ao seu desenvolvimentofísico, mental, espiritual, moral e social.

2. Cabe aos pais, ou a outras pessoas encarregadas, aresponsabilidade primordial de propiciar, de acordo com suaspossibilidades e meios financeiros, as condições de vidanecessárias ao desenvolvimento da criança.

3. Os Estados Partes, de acordo com as condiçõesnacionais e dentro de suas possibilidades, adotarão medidasapropriadas a fim de ajudar os pais e outras pessoasresponsáveis pela criança a tornar efetivo esse direito e, casonecessário, proporcionarão assistência material e programasde apoio, especialmente no que diz respeito à nutrição, aovestuário e à habitação.

4. Os Estados Partes tomarão todas as medidasadequadas para assegurar o pagamento da pensão alimentíciapor parte dos pais ou de outras pessoas financeiramenteresponsáveis pela criança, quer residam no Estado Parte quer

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no exterior. Nesse sentido, quando a pessoa que detém aresponsabilidade financeira pela criança residir em Estadodiferente daquele onde mora a criança, os Estados Partespromoverão a adesão a acordos internacionais ou a conclusãode tais acordos, bem como a adoção de outras medidasapropriadas.

ARTIGO 28

1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança àeducação e, a fim de que ela possa exercer progressivamente eem igualdade de condições esse direi to, deverãoespecialmente:

a) tornar o ensino primário obrigatório e disponívelgratuitamente para todos;

b) estimular o desenvolvimento do ensino secundário emsuas diferentes formas, inclusive o ensino geral eprofissionalizante, tornando-o disponível e acessível a todas ascrianças, e adotar medidas apropriadas tais como aimplantação do ensino gratuito e a concessão de assistênciafinanceira em caso de necessidade;

c) tornar o ensino superior acessível a todos com base nacapacidade e por todos os meios adequados;

d) tornar a informação e a orientação educacionais eprofissionais disponíveis e accessíveis a todas as crianças;

e) adotar medidas para estimular a freqüência regular àsescolas e a redução do índice de evasão escolar.

2. Os Estados Partes adotarão todas as medidasnecessárias para assegurar que a disciplina escolar sejaministrada de maneira compatível com a dignidade humana dacriança e em conformidade com a presente Convenção.

3. Os Estados Partes promoverão e estimularão acooperação internacional em questões relativas à educação,especialmente visando a contribuir para a eliminação daignorância e do analfabetismo no mundo e facilitar o acesso aosconhecimentos científicos e técnicos e aos métodos modernosde ensino. A esse respeito, será dada atenção especial às

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necessidades dos países em desenvolvimento.

ARTIGO 29

1. Os Estados Partes reconhecem que a educação dacriança deverá estar orientada no sentido de:

a) desenvolver a personalidade, as aptidões e acapacidade mental e física da criança em todo o seu potencial;

b) imbuir na criança o respeito aos direitos humanos e àsliberdades fundamentais, bem como aos princípiosconsagrados na Carta das Nações Unidas;

c) imbuir na criança o respeito aos seus pais, à suaprópria identidade cultural, ao seu idioma e seus valores, aosvalores nacionais do país em que reside, aos do eventual paísde origem, e aos das civilizações diferentes da sua;

d) preparar a criança para assumir uma vida responsávelnuma sociedade livre, com espírito de compreensão, paz,tolerância, igualdade de sexos e amizade entre todos os povos,grupos étnicos, nacionais e religiosos e pessoas de origemindígena;

e) imbuir na criança o respeito ao meio ambiente.

2. Nada do disposto no presente Artigo ou no Artigo 28será interpretado de modo a restringir a liberdade dosindivíduos ou das entidades de criar e dirigir instituições deensino, desde que sejam respeitados os princípios enunciadosno parágrafo 1 do presente Artigo e que a educação ministradaem tais instituições esteja acorde com os padrões mínimosestabelecidos pelo Estado.

ARTIGO 30

Nos Estados Partes onde existam minorias étnicas,religiosas ou lingüísticas, ou pessoas de origem indígena, nãoserá negado a uma criança que pertença a tais minorias ou queseja indígena o direito de, em comunidade com os demaismembros de seu grupo, ter sua própria cultura, professar epraticar sua própria religião ou utilizar seu próprio idioma.

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ARTIGO 31

1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança aodescanso e ao lazer, ao divertimento e às atividades recreativaspróprias da idade, bem como à livre participação na vida culturale artística.

2. Os Estados Partes respeitarão e promoverão o direitoda criança de participar plenamente da vida cultural e artística eencorajarão a criação de oportunidades adequadas, emcondições de igualdade, para que participem da vida cultural,artística, recreativa e de lazer.

ARTIGO 32

1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança deestar protegida contra a exploração econômica e contra odesempenho de qualquer trabalho que possa ser perigoso ouinterferir em sua educação, ou que seja nocivo para sua saúdeou para seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ousocial.

2. Os Estados Partes adotarão medidas legislativas,administrativas, sociais e educacionais com vistas a assegurara aplicação do presenteArtigo. Com tal propósito, e levando emconsideração as disposições pertinentes de outrosinstrumentos internacionais, os Estados Partes, deverão, emparticular:

a) estabelecer uma idade ou idades mínimas para aadmissão em empregos;

b) estabelecer regulamentação apropriada relativa ahorários e condições de emprego;

c) estabelecer penalidades ou outras sançõesapropriadas a fim de assegurar o cumprimento efetivo dopresenteArtigo.

ARTIGO 33

Os Estados Partes adotarão todas as medidasapropriadas, inclusive medidas legislativas, administrativas,

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sociais e educacionais, para proteger a criança contra o usoilícito de drogas e substâncias psicotrópicas descritas nostratados internacionais pertinentes e para impedir que criançassejam utilizadas na produção e no tráfico ilícito dessassubstâncias.

ARTIGO 34

Os Estados Partes se comprometem a proteger a criançacontra todas as formas de exploração e abuso sexual. Nessesentido, os Estados Partes tomarão, em especial, todas asmedidas de caráter nacional, bilateral e multilateral que sejamnecessárias para impedir:

a) o incentivo ou a coação para que uma criança sededique a qualquer atividade sexual ilegal;

b) a exploração da criança na prostituição ou outraspráticas sexuais ilegais;

c) a exploração da criança em espetáculos ou materiaispornográficos.

ARTIGO 35

Os Estados Partes tomarão todas as medidas de caráternacional, bilateral e multilateral que sejam necessárias paraimpedir o seqüestro, a venda ou o tráfico de crianças paraqualquer fim ou sob qualquer forma.

ARTIGO 36

Os Estados Partes protegerão a criança contra todas asdemais formas de exploração que sejam prejudiciais paraqualquer aspecto de seu bem-estar.

ARTIGO 37

Os Estados Partes zelarão para que:

a) nenhuma criança seja submetida a tortura nem aoutros tratamentos ou penas cruéis, desumanos oudegradantes. Não será imposta a pena de morte nem a prisão

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perpétua sem possibilidade de livramento por delitos cometidospor menores de dezoito anos de idade;

b) nenhuma criança seja privada de sua liberdade deforma ilegal ou arbitrária. A detenção, a reclusão ou a prisão deuma criança será efetuada em conformidade com a lei e apenascomo último recurso, e durante o mais breve período de tempoque for apropriado;

c) toda criança privada da liberdade seja tratada com ahumanidade e o respeito que merece a dignidade inerente àpessoa humana, e levando-se em consideração asnecessidades de uma pessoa de sua idade. Em especial, todacriança privada de sua liberdade ficará separada dos adultos, anão ser que tal fato seja considerado contrário aos melhoresinteresses da criança, e terá direito a manter contato com suafamília por meio de correspondência ou de visitas, salvo emcircunstâncias excepcionais;

d) toda criança privada de sua liberdade tenha direito arápido acesso a assistência jurídica e a qualquer outraassistência adequada, bem como direito a impugnar alegalidade da privação de sua liberdade perante um tribunal ououtra autoridade competente, independente e imparcial e auma rápida decisão a respeito de tal ação.

ARTIGO 38

1. Os Estados Partes se comprometem a respeitar e afazer com que sejam respeitadas as normas do direitohumanitário internacional aplicáveis em casos de conflitoarmado no que digam respeito às crianças.

2. Os Estados Partes adotarão todas as medidaspossíveis a fim de assegurar que todas as pessoas que aindanão tenham completado quinze anos de idade não participemdiretamente de hostilidades.

3. Os Estados Partes abster-se-ão de recrutar pessoasque não tenham completado quinze anos de idade para servirem suas forças armadas. Caso recrutem pessoas que tenhamcompletado quinze anos mas que tenham menos de dezoito

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anos, deverão procurar dar prioridade aos de mais idade.

4. Em conformidade com suas obrigações de acordo como direito humanitário internacional para proteção da populaçãocivil durante os conflitos armados, os Estados Partes adotarãotodas as medidas necessárias a fim de assegurar a proteção e ocuidado das crianças afetadas por um conflito armado.

ARTIGO 39

Os Estados Partes adotarão todas as medidasapropriadas para estimular a recuperação física e psicológica ea reintegração social de toda criança vítima de qualquer formade abandono, exploração ou abuso; tortura ou outrostratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes; ouconflitos armados. Essa recuperação e reintegração serãoefetuadas em ambiente que estimule a saúde, o respeitopróprio e a dignidade da criança.

ARTIGO 40

1. Os Estados Partes reconhecem o direito de todacriança a quem se alegue ter infringido as leis penais ou a quemse acuse ou declare culpada de ter infringido as leis penais deser tratada de modo a promover e estimular seu sentido dedignidade e de valor e a fortalecer o respeito da criança pelosdireitos humanos e pelas liberdades fundamentais de terceiros,levando em consideração a idade da criança e a importância dese estimular sua reintegração e seu desempenho construtivona sociedade.

2. Nesse sentido, e de acordo com as disposiçõespertinentes dos instrumentos internacionais, os Estados Partesassegurarão, em particular:

a) que não se alegue que nenhuma criança tenhainfringido as leis penais, nem se acuse ou declare culpadanenhuma criança de ter infringido essas leis, por atos ouomissões que não eram proibidos pela legislação nacional oupelo direito internacional no momento em que foram cometidos;

b) que toda criança de quem se alegue ter infringido as

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leis penais ou a quem se acuse de ter infringido essas leis goze,pelo menos, das seguintes garantias:

i) ser considerada inocente enquanto não forcomprovada sua culpabilidade conforme a lei;

ii) ser informada sem demora e diretamente ou, quandofor o caso, por intermédio de seus pais ou de seusrepresentantes legais, das acusações que pesam contra ela, edispor de assistência jurídica ou outro tipo de assistênciaapropriada para a preparação e apresentação de sua defesa;

iii) ter a causa decidida sem demora por autoridade ouórgão judicial competente, independente e imparcial, emaudiência justa conforme a lei, com assistência jurídica ou outraassistência e, a não ser que seja considerado contrário aosmelhores interesses da criança, levando em consideraçãoespecialmente sua idade ou situação e a de seus pais ourepresentantes legais;

iv) não ser obrigada a testemunhar ou a se declararculpada, e poder interrogar ou fazer com que sejaminterrogadas as testemunhas de acusação bem como poderobter a participação e o interrogatório de testemunhas em suadefesa, em igualdade de condições;

v) se for decidido que infringiu as leis penais, ter essadecisão e qualquer medida imposta em decorrência da mesmasubmetidas a revisão por autoridade ou órgão judicial superiorcompetente, independente e imparcial, de acordo com a lei;

vi) contar com a assistência gratuita de um intérpretecaso a criança não compreenda ou fale o idioma utilizado;

vii) ter plenamente respeitada sua vida privada durantetodas as fases do processo.

3 . Os Estados Par tes buscarão promover oestabelecimento de leis, procedimentos, autoridades einstituições específicas para as crianças de quem se alegue terinfringido as leis penais ou que sejam acusadas ou declaradasculpadas de tê-las infringido, e em particular:

a) o estabelecimento de uma idade mínima antes da qual

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se presumirá que a criança não tem capacidade para infringir asleis penais;

b) a adoção sempre que conveniente e desejável, demedidas para tratar dessas crianças sem recorrer aprocedimentos judiciais, contando que sejam respeitadosplenamente os direitos humanos e as garantias legais.

4. Diversas medidas, tais como ordens de guarda,orientação e supervisão, aconselhamento, liberdade vigiada,colocação em lares de adoção, programas de educação eformação profissional, bem como outras alternativas àinternação em instituições, deverão estar disponíveis paragarantir que as crianças sejam tratadas de modo apropriado aoseu bem-estar e de forma proporcional às circunstâncias e aotipo do delito.

ARTIGO 41

Nada do estipulado na presente Convenção afetarádisposições que sejam mais convenientes para a realizaçãodos direitos da criança e que podem constar:

a) das leis de um Estado Parte;

b) das normas de direito internacional vigentes para esseEstado.

PARTE II

ARTIGO 42

Os Estados Partes se comprometem a dar aos adultos eàs crianças amplo conhecimento dos princípios e disposiçõesda Convenção, mediante a utilização de meios apropriados eeficazes.

ARTIGO 43

1. A fim de examinar os progressos realizados nocumprimento das obrigações contraídas pelos Estados Partes

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na presente Convenção, deverá ser estabelecido um Comitêpara os Direitos da Criança que desempenhará as funções aseguir determinadas.

2. O comitê estará integrado por dez especialistas dereconhecida integridade moral e competência nas áreascobertas pela presente Convenção. Os membros do comitêserão eleitos pelos Estados Partes dentre seus nacionais eexercerão suas funções a título pessoal, tomando-se emdevida conta a distribuição geográfica eqüitativa bem como osprincipais sistemas jurídicos.

3. Os membros do Comitê serão escolhidos, em votaçãosecreta, de uma lista de pessoas indicadas pelos EstadosPartes. Cada Estado Parte poderá indicar uma pessoa dentreos cidadãos de seu país.

4. A eleição inicial para o Comitê será realizada, no maistardar, seis meses após a entrada em vigor da presenteConvenção e, posteriormente, a cada dois anos. No mínimoquatro meses antes da data marcada para cada eleição, oSecretário-Geral das Nações Unidas enviará uma carta aosEstados Partes convidando-os a apresentar suas candidaturasnum prazo de dois meses. O Secretário-Geral elaboraráposteriormente uma lista da qual farão parte, em ordemalfabética, todos os candidatos indicados e os Estados Partesque os designaram, e submeterá a mesma aos Estados Partespresentes à Convenção.

5. As eleições serão realizadas em reuniões dos EstadosPartes convocadas pelo Secretário-Geral na Sede das NaçõesUnidas. Nessas reuniões, para as quais o quorum será de doisterços dos Estados Partes, os candidatos eleitos para o Comitêserão aqueles que obtiverem o maior número de votos e amaioria absoluta de votos dos representantes dos EstadosPartes presentes e votantes.

6. Os membros do Comitê serão eleitos para um mandatode quatro anos. Poderão ser reeleitos caso sejamapresentadas novamente suas candidaturas. O mandato decinco dos membros eleitos na primeira eleição expirará ao

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término de dois anos; imediatamente após ter sido realizada aprimeira eleição, o Presidente da reunião na qual a mesma seefetuou escolherá por sorteio os nomes desses cinco membros.

7. Caso um membro do Comitê venha a falecer ourenuncie ou declare que por qualquer outro motivo não poderácontinuar desempenhando suas funções, o Estado Parte queindicou esse membro designará outro especialista, dentre seuscidadãos, para que exerça o mandato até seu término, sujeito àaprovação do Comitê.

8. O Comitê estabelecerá suas próprias regras deprocedimento.

9. O Comitê elegerá a Mesa para um período de dois anos.

10. As reuniões do Comitê serão celebradas normalmentena Sede das Nações Unidas ou em qualquer outro lugar que oComitê julgar conveniente. O Comitê se reunirá normalmentetodos os anos. A duração das reuniões do Comitê serádeterminada e revista, se for o caso, em uma reunião dosEstados Partes da presente Convenção, sujeita à aprovação daAssembléia Geral.

11. O Secretário-Geral das Nações Unidas fornecerá opessoal e os serviços necessários para o desempenho eficazdas funções do Comitê de acordo com a presente Convenção.

12. Com prévia aprovação da Assembléia Geral, osmembros do Comitê estabelecido de acordo com a presenteConvenção receberão emolumentos provenientes dosrecursos das Nações Unidas, segundo os termos e condiçõesdeterminados pela assembléia.

ARTIGO 44

1. Os Estados Partes se comprometem a apresentar aoComitê, por intermédio do Secretário-Geral das NaçõesUnidas, relatórios sobre as medidas que tenham adotado comvistas a tornar efetivos os direitos reconhecidos na Convençãoe sobre os progressos alcançados no desempenho dessesdireitos:

a) num prazo de dois anos a partir da data em que entrou

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em vigor para cada Estado Parte a presente Convenção;

b) a partir de então, a cada cinco anos.

2. Os relatórios preparados em função do presente Artigodeverão indicar as circunstâncias e as dificuldades, casoexistam, que afetam o grau de cumprimento das obrigaçõesderivadas da presente Convenção. Deverão, também, conterinformações suficientes para que o Comitê compreenda, comexatidão, a implementação da Convenção no país em questão.

3. Um Estado Parte que tenha apresentado um relatórioinicial ao Comitê não precisará repetir, nos relatóriosposteriores a serem apresentados conforme o estipulado nosub-item b) do parágrafo 1 do presente Artigo, a informaçãobásica fornecida anteriormente.

4. O Comitê poderá solicitar aos Estados Partes maioresinformações sobre a implementação da Convenção.

5. A cada dois anos, o Comitê submeterá relatórios sobresuas atividades à Assembléia Geral das Nações Unidas, porintermédio do Conselho Econômico e Social.

6. Os Estados Partes tornarão seus relatóriosamplamente disponíveis ao público em seus respectivospaíses.

ARTIGO 45A fim de incentivar a efetiva implementação da

Convenção e estimular a cooperação internacional nas esferasregulamentadas pela Convenção:

a) os organismos especializados, o Fundo das NaçõesUnidas para a Infância e outros órgãos das Nações Unidasterão o direito de estar representados quando for analisada aimplementação das disposições da presente Convenção queestejam compreendidas no âmbito de seus mandatos. OComitê poderá convidar as agências especializadas, o Fundodas Nações Unidas para a Infância e outros órgãoscompetentes que considere apropriados a fornecerassessoramento especializado sobre a implementação daConvenção em matérias correspondentes a seus respectivos

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mandatos. O Comitê poderá convidar as agênciasespecializadas, o Fundo das Nações Unidas para Infância eoutros órgãos das Nações Unidas a apresentarem relatóriossobre a implementação das disposições da presenteConvenção compreendidas no âmbito de suas atividades;

b) conforme julgar conveniente, o Comitê transmitirá àsagências especializadas, ao Fundo das Nações Unidas para aInfância e a outros órgãos competentes quaisquer relatóriosdos Estados Partes que contenham um pedido deassessoramento ou de assistência técnica, ou nos quais seindique essa necessidade, juntamente com as observações esugestões do Comitê, se as houver, sobre esses pedidos ouindicações;

c) o Comitê poderá recomendar à Assembléia Geral quesolicite ao Secretário-Geral que efetue, em seu nome, estudossobre questões concretas relativas aos direitos da criança;

d) o Comitê poderá formular sugestões e recomendaçõesgerais com base nas informações recebidas nos termos dosArtigos 44 e 45 da presente Convenção. Essas sugestões erecomendações gerais deverão ser transmitidas aos EstadosPartes e encaminhadas àAssembléia geral, juntamente com oscomentários eventualmente apresentados pelos EstadosPartes.

PARTE III

ARTIGO 46A presente Convenção está aberta à assinatura de todos

os Estados.

ARTIGO 47A presente Convenção está sujeita à ratificação. Os

instrumentos de ratificação serão depositados junto aoSecretário-Geral das Nações Unidas.

ARTIGO 48

A presente convenção permanecerá aberta à adesão de

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qualquer Estado. Os instrumentos de adesão serãodepositados junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas.

ARTIGO 491. A presente Convenção entrará em vigor no trigésimo

dia após a data em que tenha sido depositado o vigésimoinstrumento de ratificação ou de adesão junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas.

2. Para cada Estado que venha a ratificar a Convençãoou a aderir a ela após ter sido depositado o vigésimoinstrumento de ratificação ou de adesão, a Convenção entraráem vigor no trigésimo dia após o depósito, por parte do Estado,de seu instrumento de ratificação ou de adesão.

ARTIGO 50

1. Qualquer Estado Parte poderá propor uma emenda eregistrá-la com o Secretário-Geral das Nações Unidas. OSecretário-Geral comunicará a emenda proposta aos EstadosPartes, com a solicitação de que estes o notifiquem casoapoiem a convocação de uma Conferência de Estados Partescom o propósito de analisar as propostas e submetê-las àvotação. Se, num prazo de quatro meses a partir da data dessanotificação, pelo menos um terço dos Estados Partes sedeclarar favorável a tal Conferência, o Secretário-Geralconvocará Conferência, sob os auspícios das Nações Unidas.Qualquer emenda adotada pela maioria de Estados Partespresentes e votantes na Conferência será submetida peloSecretário-Geral àAssembléia Geral para sua aprovação.

2. Uma emenda adotada em conformidade com oparágrafo 1º do presente Artigo entrará em vigor quandoaprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas e aceitapor uma maioria de dois terços de Estados Partes.

3. Quando uma emenda entrar em vigor, ela seráobrigatória para os Estados Partes que as tenham aceito,enquanto os demais Estados Partes permanecerão obrigadospelas disposições da presente Convenção e pelas emendasanteriormente aceitas por eles.

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ARTIGO 51

1. O Secretário-Geral das Nações Unidas receberá ecomunicará a todos os Estados Partes o texto das reservasfeitas pelos Estados no momento da ratificação ou da adesão.

2. Não será permitida nenhuma reserva incompatívelcom o objetivo e o propósito da presente Convenção.

3. Quaisquer reservas poderão ser retiradas a qualquermomento mediante uma notificação nesse sentido dirigida aoSecretário-Geral das Nações Unidas, que informará a todos osEstados. Essa notificação entrará em vigor a partir da data derecebimento da mesma pelo Secretário-Geral.

ARTIGO 52

Um Estado Parte poderá denunciar a presenteConvenção mediante notificação feita por escrito ao Secretário-Geral das Nações Unidas. A denúncia entrará em vigor um anoapós a data em que a notificação tenha sido recebida peloSecretário-Geral.

ARTIGO 53

Designa-se para depositário da presente Convenção oSecretário-Geral das Nações Unidas.

ARTIGO 54

O original da presente Convenção, cujos textos em árabechinês, espanhol, francês, inglês e russo são igualmenteautênticos, será depositado em poder do Secretário-Geral dasNações Unidas.

Em fé do que, os plenipotenciários¹ abaixo assinados,devidamente autorizados por seus respectivos Governos,assinaram a presente Convenção.

¹ Plenipotenciários adjetivo que tem plenos poderes substantivo� �

masculino agente diplomático investido de plenos poderes, em relação a,uma missão especial.

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DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA

Adotada pela Assembleia das Nações Unidas de 20de novembro de 1959 e ratificada pelo Brasil.

PREÂMBULO

VISTO que os povos das Nações Unidas, na Carta,reafirmaram sua fé nos direitos humanos fundamentais, nadignidade e no valor do ser humano, e resolveram promover oprogresso social e melhores condições de vida dentro de umaliberdade mais ampla,

VISTO que as Nações Unidas, na Declaração Universaldos Direitos Humanos, proclamaram que todo homem temcapacidade para gozar os direitos e as liberdades nelaestabelecidos, sem distinção de qualquer espécie, seja deraça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outranatureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ouqualquer outra condição,

VISTO que a criança, em decorrência de sua imaturidadefísica e mental, precisa de proteção e cuidados especiais,inclusive proteção legal apropriada, antes e depois donascimento,

VISTO que a necessidade de tal proteção foi enunciadana Declaração dos Direitos da Criança em Genebra, de 1924, ereconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos enos estatutos das agências especializadas e organizaçõesinternacionais interessadas no bem-estar da criança,

VISTO que a humanidade deve à criança o melhor deseus esforços,

ASSIM, A ASSEMBLEIA GERAL

PROCLAMA esta Declaração dos Direitos da Criança,

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visando que a criança tenha uma infância feliz e possa gozar,em seu próprio benefício e no da sociedade, os direitos e asliberdades aqui enunciados e apela a que os pais, os homens eas melhores em sua qualidade de indivíduos, e asorganizações voluntárias, as autoridades locais e os Governosnacionais reconheçam estes direitos e se empenhem pela suaobservância mediante medidas legislativas e de outranatureza, progressivamente instituídas, de conformidade comos seguintes princípios:

PRINCÍPIO 1º

A criança gozará todos os direitos enunciados nestaDeclaração. Todas as crianças, absolutamente sem qualquerexceção, serão credoras destes direitos, sem distinção oudiscriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião,opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social,riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua oude sua família.

PRINCÍPIO 2º

A criança gozará proteção social e ser-lhe-ãoproporcionadas oportunidade e facilidades, por lei e por outrosmeios, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental,moral, espiritual e social, de forma sadia e normal, emcondições de liberdade e dignidade. Na instituição das leisvisando este objetivo levar-se-ão em conta, sobretudo, osmelhores interesses da criança.

PRINCÍPIO 3º

Desde o nascimento, toda criança terá direito a um nomee a uma nacionalidade.

PRINCÍPIO 4º

A criança gozará os benefícios da previdência social.Terá direito a crescer e criar-se com saúde; para isto, tanto à

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criança como à mãe, serão proporcionados cuidados eproteção especial, inclusive adequados cuidados pré e pós-natais. A criança terá direito a alimentação, recreação eassistência médica adequadas.

PRINCÍPIO 5º

À criança incapacitada física, mental ou socialmenteserão proporcionados o tratamento, a educação e os cuidadosespeciais exigidos pela sua condição peculiar.

PRINCÍPIO 6º

Para o desenvolvimento completo e harmonioso de suapersonalidade, a criança precisa de amor e compreensão.Criar-se-á, sempre que possível, aos cuidados e sob aresponsabilidade dos pais e, em qualquer hipótese, numambiente de afeto e de segurança moral e material, salvocircunstâncias excepcionais, a criança da tenra idade não seráapartada da mãe. À sociedade e às autoridades públicascaberá a obrigação de propiciar cuidados especiais às criançassem família e aquelas que carecem de meios adequados desubsistência. É desejável a prestação de ajuda oficial e de outranatureza em prol da manutenção dos filhos de famíliasnumerosas.

PRINCÍPIO 7º

A criança terá direito a receber educação, que serágratuita e compulsória pelo menos no grau primário.

Ser-lhe-á propiciada uma educação capaz de promovera sua cultura geral e capacitá-la a, em condições de iguaisoportunidades, desenvolver as suas aptidões, sua capacidadede emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e social, ea tornar-se um membro útil da sociedade.

Os melhores interesses da criança serão a diretriz anortear os responsáveis pela sua educação e orientação; estaresponsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais.

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A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; asociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão empromover o gozo deste direito.

PRINCÍPIO 8º

A criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre osprimeiros a receber proteção e socorro.

PRINCÍPIO 9º

A criança gozará proteção contra quaisquer formas denegligência, crueldade e exploração. Não será jamais objeto detráfico, sob qualquer forma.

Não será permitido à criança empregar-se antes da idademínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ouemprego que lhe prejudique a saúde ou a educação ou queinterfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral.

PRINCÍPIO 10º

A criança gozará proteção contra atos que possamsuscitar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outranatureza. Criar-se-á num ambiente de compreensão, detolerância, de amizade entre os povos, de paz e de fraternidadeuniversal e em plena consciência que seu esforço e aptidãodevem ser postos a serviço de seus semelhantes.

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ÍNDICETEMÁTICO

Abuso sexualMedida cautelar aplicável aos pais ou ao

responsável 130 e Parágrafo único

Acolhimento institucionalRegime de 90, IVProgramas de princípios dos 92, I a IXDirigente de, equiparado a guardião 92Em caráter de urgência, comunicação 93Obrigações das entidades de 94,Como medida de proteção 101, VIIComo medida, conceituação 101,Abrigado, evitar transferência 92, VIProibição de privação de liberdade 101

AdoçãoAutoridade competente 148, IIIO Estatuto rege a 39Autoridade Central para 52Condição de filho do adotado 41Consentimento dos pais para 45Consentimento do adotando de 12 anos 45, par. 2ºEstado civil do adotante 42Efeitos da adoção 41, 47, VI, 48, 49Estágio de convivência 46, par. 1º e 2ºEstrangeiro candidato a 46, 2º, 51, 52Exigências para 42, 43, 45 e 46Idade do adotando 40, 46Idade do adotante 42Morte do adotante 42, V, 47, VII, 49Procuração, proibido adotar por 39, Parágrafo únicoRegistro civil do adotado 47

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Registro de candidatos a adoção 50

AdvogadoDefesa técnica por advogado, obrigatória 110Nomeado, aos que necessitam 141, 1ºAcompanha adolescente e para a audiência 184, 1ºConstituído ou nomeado, oferece defesa 186, 3ºIntervém nos procedimentos 20

AdolescenteDefinição para efeito do Estatuto 2ºProibição de trabalho até 14 anos 60Não responsabilidade penal 104Quando são aplicadas medidas a sua proteção 98

Alcoólatras e toxicômanosMedidas de proteção a 101, VIMedidas pertinentes aos pais ou responsável 129, IIAplicação de medida pelo Conselho Tutelar 136, II

AlimentaçãoAleitamento materno, dever do poder público, instituições e

empregadores 9ºObrigação dos programas de abrigo e internação 94, VIIIGestante e nutriz 8º

AprendizDefinição de aprendizagem 62Bolsa de aprendizagem até 14 anos 64Direitos trabalhistas, maior de 14 anos 65Vedado o trabalho a 67

Atendimento de direitosDa criança e do adolescente, política 86Linhas de ação da política 87Diretrizes da política 88Prazo para criação e adaptação de órgãos 259Não oferecimento ou oferecimento irregular - ações de

responsabilidade 208

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Entidade de, regimes 90Criar vara para 145

Ato infracionalConceituação 103Quando praticado por criança 105Quando, praticado por adolescente 106 e seguintesPena para quem violar direitos de criança ou adolescente

autor de, 230 a 235Medidas sócio-educativas aplicáveis aos seus autores, 112Proibição de trabalho forçado 112, § 2ºProibição da privação da liberdade 122, § 2ºCasos em que é admitida a privação da liberdade 122Definição da internação 121Quando é obrigatória a libertação 121, 4º, 5ºComo se concede a remissão 126, 127, 128Que medidas se aplicam aos pais 129

Autoridade judiciária(Ver "Justiça da Infância e da Juventude")

Autoridade policialComo quando criança pratica ato infracional 105, 136, 1ºComo agir quando adolescente pratica ato infracional 174Como agir em flagrante de ato com violência ou grave

ameaça à pessoa 173Em que casos pode apreender o adolescente 171, 172, 187Quando encaminhar o adolescente à entidade de

atendimento 175, 1ºCuidados para resguardar a dignidade e a integridade do

apreendido 178Crimes pela violação de direitos de autor de ato infracional

230 a 235

Autorização para viajarAdolescente não precisa de 83Em que condição criança precisa de 83Ao exterior, quando é dispensável a 84

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Ao exterior, quando é necessário, a criança e aadolescente 84

Requisito para viajar ao exterior acompanhado deestrangeiro 85

ComunidadeDever da 4ºPrestação de serviços à 112, IIIProgramas de abrigo e internação, participação da 92, IXRecursos da, utilização pelos programas de acolhimento

institucional e internação 94, par. 2ºRegime de semiliberdade, recursos da 120, par. 1º

CompetênciaRegra de, para Conselho Tutelar e Autoridade Judiciária 147

Conselho TutelarAtribuições do 136Conceituação do 135Encaminhar casos à Justiça 136, V, 148, VlIProvidenciar medida da justiça 136, VIRegras de funcionamento 132 a 135Eleição dos Conselheiros 139Impedimento dos Conselheiros 140Comunicação ao, de casos de maus tratos, evasão

escolar e repetência 56Revisão pela Autoridade Judiciária 137Fiscal de entidades de atendimento 95Enquanto não instalado, o Juiz exerce suas atribuições 262

Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais dos Direitosda Criança e do Adolescente

(Ver "Estado; Município e União")

Creche e pré-escolaDever do Estado 54, IVAções públicas por não oferecimento ou oferta

irregular de, 208

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Punição para quem violar direitos em, 232, 233Multa para quem não comunicar maus tratos acrianças em, 245

CriançaDefinição para efeito do Estatuto 2ºProibição de trabalho à 60Quando são aplicadas as medidas à sua proteção 98

CrimesContra a criança e o adolescente 225 a 244-B

CulturaDireito à 4º e 71Respeitar o acesso às fontes de, no processo

educacional 58Destinação de recursos e espaços por Municípios para

Programações de 59Dever do Estado e da União de apoiar os Municípios 59Obrigação dos programas de internação 149, XI

Defensoria PúblicaDiretriz para integração operacional 88, VGarantia de acesso à 141Garantia processual de defesa técnica a adolescente

acusado 111, IIIGarantia do adolescente internado avistar-se com seu

defensor 124Alteração na liberdade assistida com audiência obrigatória

do defensor 118, par. 2º

Deficiência, portador deGarantia de atendimento especializado 11, 1º e 2ºGarantia de educação especializada 54, IIIGarantia de trabalho protegido 66Quando infrator, tratamento individual especializado em

local adequado 112, par. 3º

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DeverGeral da família, da sociedade e do Estado 4ºDe todos quanto à dignidade da criança e do adolescente 18De se ouvir o que vai ser colocado em família substituta 28Da guarda, a quem é deferida a tutela 36, par. únicoDo Estado quanto à educação 54Do trabalho educativo capacitar para atividade regular

remunerada 68De afixar classificação de espetáculo 74, par. únicoDas publicações respeitarem os valores éticos e sociais 79Do funcionário público provocar o Ministério Público 220Multa para quem descumprir 257

Dirigente de entidadeDe Acolhimento Institucional, equiparado guardião 92Governamental, medidas aplicáveis por descumprimento de

obrigação 97, I, b e cApuração de irregularidades e punição para responsável

191,193, 228

DiversõesDireito de criança e adolescente a 71 e 75Limitações ao acesso a 75 e seguintesRegulamentação pelo Poder Público 74Como o Juiz autoriza caso a caso 149Como são proibidas determinações de caráter

geral 149, par. 2ºPenas para quem descumprir obrigações quanto a

espetáculos e diversões 240, 241-E, 252 a 258-B

EducaçãoEm que consiste a direito a 53, 54Quais os deveres do Estado 54, I a VII, pars., 57, 58, 59Como direito público subjetivo 54, par, 1ºComo dever dos pais 55Direito à creche e pré-escola 54, IVA responsabilidade pelo não oferecimento ou oferta

irregular 54, par. 2º

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Como se comportar o diligente de ensino nos casos demaus tratos evasão e elevados níveis de repetência? 56

Papel do Município, do Estado e da União quanto arecursos e espaços? 59

Como devem agir os programas de internação quanto àeducação internos? 124, XI, XII, XIII

EmpregadorDireitos a respeitar do adolescente trabalhador 60, 61, 67, 69Direitos a respeitar do adolescente aprendiz 62, 63, 64, 67Direitos a respeitar do adolescente portador de

deficiência 66Dever quanto a aleitamento materno 9º

Entidades de atendimento de direitosDos deveres e dos regimes 90 a 94Do registro para funcionamento 90Quando será negado o registro 91Quando será cassado o registro 97, dQuais os princípios para programa de acolhimento

institucional 92Quais as obrigações para programa de internação? 94Como é a sua fiscalização? 95 e 96E no caso de descumprimento? 97

Equipe interprofissionalComo órgão auxiliar do juiz 150Atribuições da 15

EstadosO Conselho e o Fundo Estaduais da Criança e do

Adolescente 88 II e IVAs entidades governamentais estados para crianças e

adolescente 90 e seguintesAdaptação de órgãos e programas às diretrizes do

Estatuto 259 par. únicoComo os fundos estaduais se beneficiam de doações

subsidiadas 260

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Como ficam autorizados os Estados a repassarem recursosaos Municípios 261, par. único

Como os Estados disporão sobre Varas Especializadas efuncionamento? 145

Como se fará a integração operacional para atenderacusados infração? 88, V

FamíliaDeveres gerais 4ºNatural, conceito 25Extensa ou ampliada, conceito 25, Parágrafo únicoDireito de ser criado no seio da 19Substituta - incompatibilidade para colocação em 29Programas de acolhimento institucional e 92, IIPetição para colocação em 166Procedimento contraditório para 169Conselho Tutelar - representa contra violações aos

direitos da 136, XAdvogado dativo para família em caso de perda de poder

familiar 159Proteção à - ações de responsabilidade visando a 208Polícia - crime por deixar de comunicar a apreensão de

adolescente a 231

FilhoVedadas discriminações na condição de 20Reconhecimento dos havidos fora do casamento 26O direito personalíssimo do reconhecimento do estado

de filiação 27A adoção atribuição condição de filho ao adotado com

todos os direitos 41De Conselheiro é impedido de servir no mesmo

Conselho 140

FiscalizaçãoDas entidades governamentais 95

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GestanteAtendimento pré e perinatal 8º

GuardaComo modalidade de, colocação familiar 28Características da 33 a 35De como a tutela implica no dever da 36, par. únicoRevogação a qualquer tempo 35Incentivo ao acolhimento sob forma de 260Critérios para incentivo – fixados pelos Conselhos

Municipais, Estaduais e Nacional 260Adotando - quando pode ter mais de 18 anos, se estiver

sob guarda 40Perda, por pais ou responsável 129, VIIIJustiça - competência para 148, único, bProcedimentos judiciais quanto à 161, 169, 170Multas por descumprir deveres quanto à 248, 249Crime - atrair criança de quem tem a 437Crime - vexame ou constrangimento 232Crime - tortura 233

GuardiãoDeveres do 32 e 33Dirigente de entidade de Acolhimento Institucional é

equiparado ao 92

InfraçãoAdministrativa por, descumprimento de deveres previstos no

Estatuto 245 a 258-BPraticada por criança ou adolescentes - Ver "ato infracional"

IdadeDa criança 22Do adolescente 29Da responsabilidade penal 104Para encaminhar autor de ato infracional ao

Conselho Tutelar 105 e 136, IPara a justiça apreciar casos de prática de ato

infracional 104 e 148, I

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Para adotar, nos termos do Estatuto 42Para ser adotado, segundo o Estatuto 40Para trabalhar 60Para ser aprendiz com bolsa 64Para ser aprendiz com direitos 65Diferença de, entre adotado e adotante 42, par. 39Para Estágio de Convivência em adoção 46

Interesses individuais, difusos e coletivosO que são, nos termos do Estatuto 208Quem é competente para julgá-los 148 e 209Quem tem legitimidade para acionar 210Que espécies de ações são pertinentes 212Como agir contra ato ilegal e abusivo que lese direito

líquido e certo 212, par. 2ºCondenado o Poder Público por ação ou omissão, como

responderá seu agente 216Como responde quem agir de má fé 218, par. únicoE as custas do processo? 219Qualquer pessoa poderá provocar a ação 220Funcionário público deverá provocá-la 220

Internação(Ver "Medida privativa da liberdade")

Justiça da Infância e da JuventudeQuem é autoridade judiciária 146Varas Especializadas, como se criam 145Competência, como se define 147, 148, 149Equipe interdisciplinar, o que e como é 150, 151Como recebe casos do Conselho Tutelar 136, V, 148, VIIComo envia casos ao Conselho Tutelar 136, VIQuando substitui o Conselho Tutelar 262Quando substitui o Conselho Municipal 261Quando revê decisões do Conselho Tutelar 137Medida privativa de liberdade quando não a pode

aplicar 110, 122, 2ºPrivação de liberdade - quando aplica 122

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Autorização para viajar, quando concede 83, 84, 85Violadores de direitos, quando processa 148, 209, 210Fiscalização das entidades de atendimento a direitos 95

LazerComo dever a ser assegurado 4ºComo prevenção 71Como dever dos Municípios garantirem recursos apoiados

por Estados/União 59Como direito dos privados de liberdade 124, XII

LiberdadeComo direito 15Em que consiste 16Pena para quem priva, ilegalmente 230

Liberdade AssistidaComo regime 90, 118Como medida de proteção 112Quando terá preferência na aplicação 118Quando é adotada, vencido o prazo para manter ainternação 121, 4º

Medidas aplicáveis aos pais ou responsávelQuais são as previstas pelo Estatuto 129Cuidados especiais para resguardar o poder familiar 23 e 24Conselho Tutelar, quais aplica 136, IIAutoridade Judiciária, quais aplica 148, I

Medida privativa da liberdadeEm que consiste 121Quando pode ser aplicada 122Quando está proibida sua aplicação 122, par. 2ºOnde o Estatuto impede sua aplicação.a criança 105, 123Quais os direitos dos adolescentes a ela submetidos 124Garantias processuais e requisitos 110, 171, seguintesObrigatória presença do advogado para suaaplicação 111,III

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Pena para os que violarem direitos 230, 231Deveres das entidades que mantêm programas para 94Medidas aplicáveis às entidades que violarem esses

direitos 97

Medidas de proteçãoQuando são aplicáveis 98Quais são as previstas no Estatuto 99 a 102Conselho Tutelar - quais aplicações 136, IAutoridade Judiciária, quais aplicações 148

Medidas sócio-educativasAplicáveis quando da prática de ato infracional 112Requisitos para sua aplicação 112, par. IºProibição de trabalho forçado 112, par. 2ºCuidados especiais para com os portadores de

deficiência 112, 3º

Ministério PúblicoCompetência 201Titular da representação para apuração dos atos

infracionais 148, I, 201, IITitular da remissão como forma de exclusão do

processo 201, ITitular das ações fundadas em interesses coletivos

e difusos 210Obrigatória presença para validade dos feitos 204Como fiscal de entidades de atendimento de direitos 95

MunicípioO Conselho e o Fundo Municipais dos Direitos da Criança

e do Adolescente 88, II e IVOs programas municipais de atendimento desses

direitos 88, IIIA política municipal de atendimento 88, IA destinação de recursos e espaços para cultura, esporte e

lazer 59O registro municipal das entidades de atendimentos de

direitos 90, par. único, 91

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Os Conselhos Tutelares 131 e seguintesA adaptação de seus órgãos às diretrizes do

Estatuto 259, par. únicoOs critérios municipais para aplicação de doações

subsidiadas 260, 2ºCriação do Conselho como condição para obter

recursos 88, IV, 261, par. único

NutrizCuidados especiais à 8º, III

Poder familiarExercido em igualdade de condições pelo pai e pela mãe 21Deveres dos pais 22Condições para sua perda 24Carência ou falta de recursos materiais não são motivos

para do 23Obrigatoriedade de incluir família carente em programa oficial

de auxilio 23, par. únicoProcedimentos para perda ou suspensão 155 e seguintes

ParturienteCuidados especiais à 8º, II, III, 10

Polícia(Ver "Autoridade policial")

Política de atendimento dos direitos da criança e doadolescente

Como conjunto articulado de ações 86Ações através das políticas básicas 87, IAções supletivas para os que necessitarem da assistência

social 87, IIServiços especiais e proteção jurídico-social 87, II, IV, VDiretrizes da 88

Poder Judiciário(Ver "Justiça da Infância e da Juventude")

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Prioridade absolutaEm que consiste a garantia de 4º par. único

ProcedimentosProcesso 152, seguintes

ProfissionalizaçãoConflito de aprendizagem 62A formação técnico-profissional 63Garantias no trabalho educativo 67, 68Aspectos obrigatórios do direito à 69(Ver também "aprendizagem")

Registro de entidade de atendimentoNo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

Adolescente 90 e 91Quando será negado 91Quando será cassado 97, dÀ falta do Conselho Municipal 261

Registro civilObrigatória sua regularização quando de qualquer medida

de proteção 102 e 1ºSua absoluta prioridade, com isenção de custas, multas e

emolumentos 102, 2ºSeu suprimento, cancelamento e retificação 148

RecursosNos procedimentos da Justiça da Infância e da

Juventude 198 e seguintes

RemissãoComo forma de exclusão do processo 126Como forma de suspensão ou extinção do

processo 126, par. únicoRevisão da 128

SaúdeComo dever geral 4º

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Como se efetiva 7° a 14Portadores de deficiência 11, 1º e 2ºVítimas de maus-tratos, abuso, crueldade e opressão 87, IIIRequisição pelo Conselho Tutelar 136, III, aEncaminhamento para Conselho Tutelar 129

Segurança Pública(Ver "Autoridade policial")

SemiliberdadeComo regime 112Como medida de proteção 120Quando é adotada, vencido o prazo para manter

a internação 4ºAdvogado, quando é obrigatória sua presença para adoção

do regime de 186, 6º

ToxicômanoMedida de proteção a 101, VIMedida aplicada aos pais ou responsável 129, II;, 136, II

TrabalhadorQuando é permitido o trabalho a adolescente 60Quando é proibido o trabalho à criança e ao adolescente 60Como é protegido o trabalho do adolescente 61Em que condições é vedado o trabalho 67Garantias ao portador de deficiência 66

TutelaA quem será deferida 36Perda ou suspensão, requisitos para 24, 38Como forma de colocação em família substituta 28, 2ºAplicação da medida de perda da 129, IX

UniãoPrazo para criação ou adaptação de seus órgãos às

diretrizes do Estatuto 259Conselho Nacional, criado por lei federal, com diretrizes

específicas 88, II

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Estatuto da Criança e do Adolescente

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Fundo Nacional vinculado ao Conselho 88, IVParte legítima em ações cíveis fundadas em interesses

difusos e coletivos 210, IIDescentralização político-administrativa - deveobedecer 88, III

Venda proibidaDe produtos a crianças e adolescentes como forma de

prevenção especial 81

Viagem(Ver "Autorização para viajar")

VidaComo se assegura o direito à 7º

Estatuto da Criança e do Adolescente

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