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Direito da Criança e do Adolescente p/ 1 a Fase da OAB - Teoria e exercícios comentados Prof. Vitor Alencar Aula 00 Prof. Vitor Alencar www.estrategianaoab.com.br Página 1 de 52 SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação 01 2. Cronograma 03 3. Introdução à aula inaugural 03 4. Marco Normativo-Institucional 04 5. Princípios e Direitos Fundamentais 28 6. Resumo da Aula 39 7. Questões comentadas 45 8. Referências 50 1. APRESENTAÇÃO Bem vindos ao Curso de Direito da Criança e do Adolescente, preparatório para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil OAB! Como vocês sabem, a OAB faz desde o ano passado 4 (quatro) exames por ano, aumentando sua chance de atingir o objetivo de se habilitar para a advocacia. Imagino que esteja bastante animado com as possibilidades que a inscrição na OAB oferece (tanto no âmbito privado como nas carreiras públicas)! O exame da OAB é um grande desafio para o Bacharel em Direito, com altos índices de reprovação no país inteiro, mas com a vantagem de ser uma luta que travamos contra nós mesmos. Ou seja, não precisamos competir com ninguém, bastando atingir os níveis mínimos exigidos. Assim, estudando com firmeza você certamente vai atingir o seu objetivo. VOCÊ VAI PASSAR! Meu nome é Vitor Alencar e estou aqui para contribuir com essa jornada, trabalhando os direitos da criança e do adolescente, tema cada vez mais exigido nas provas Brasil afora. Como advogado, também vivi esse momento, sei do esforço que precisamos fazer, mas a nossa dedicação sempre será recompensada. AULA 00: MARCO NORMATIVO-INSTITUCIONAL, PRINCÍPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS

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SUMÁRIO PÁGINA

1. Apresentação 01

2. Cronograma 03

3. Introdução à aula inaugural 03

4. Marco Normativo-Institucional 04

5. Princípios e Direitos Fundamentais 28

6. Resumo da Aula 39

7. Questões comentadas 45

8. Referências 50

1. APRESENTAÇÃO

Bem vindos ao Curso de Direito da Criança e do Adolescente,

preparatório para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB!

Como vocês sabem, a OAB faz desde o ano passado 4 (quatro)

exames por ano, aumentando sua chance de atingir o objetivo de se

habilitar para a advocacia. Imagino que esteja bastante animado com as

possibilidades que a inscrição na OAB oferece (tanto no âmbito privado

como nas carreiras públicas)!

O exame da OAB é um grande desafio para o Bacharel em Direito,

com altos índices de reprovação no país inteiro, mas com a vantagem de

ser uma luta que travamos contra nós mesmos. Ou seja, não precisamos

competir com ninguém, bastando atingir os níveis mínimos exigidos.

Assim, estudando com firmeza você certamente vai atingir o seu objetivo.

VOCÊ VAI PASSAR!

Meu nome é Vitor Alencar e estou aqui para contribuir com essa

jornada, trabalhando os direitos da criança e do adolescente, tema cada

vez mais exigido nas provas Brasil afora. Como advogado, também vivi

esse momento, sei do esforço que precisamos fazer, mas a nossa

dedicação sempre será recompensada.

AULA 00: MARCO NORMATIVO-INSTITUCIONAL,

PRINCÍPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS

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Quando me formei em dezembro de 2004 a prova da OAB passou a

ser um objetivo fundamental, visto que almejava trabalhar como

advogado. Assim, tracei uma rotina de estudos e me submeti ao primeiro

exame do ano de 2005 (naquela época eram dois por ano).

Acabei sendo bem sucedido após as duas fazes do processo, o que

me permitiu trabalhar como advogado ainda naquele ano. Desde então,

nunca mais parei de advogar, me especializando ao longo desses anos no

Direito da Criança e do Adolescente.

Esse ramo do Direito ainda é pouco estudado, sendo que muitas

faculdades de Direito nem exigem como disciplina obrigatória. Espero

contribuir com minha experiência, a partir de conhecimentos que adquiri

estudando e trabalhando na área.

Desde 2006 trabalho como advogado e/ou consultor de

organizações de defesa dos direitos da criança e do adolescente, primeiro

no Rio Grande do Norte e a partir de 2009 no Distrito Federal. Nesse

período, também tive a oportunidade de proferir inúmeras palestras e

ministrar aulas sobre o tema. Além do mais, conclui o mestrado em

Direito da Universidade de Brasília, onde trabalho os direitos da criança e

do adolescente em minha pesquisa.

Assim, como estratégia para abordar e aprender o tema, em todas

as aulas trabalharemos questões sobre os direitos da criança e do

adolescente, principalmente as questões que vem sendo cobradas nos

exames da OAB.

Desde que foi instituído o exame unificado (2010) tivemos dezenove

questões sobre os direitos infanto-juvenis, assim divididas: sete sobre

convivência familiar e comunitária; quatro sobre sistema socioeducativo;

duas sobre prevenção especial; uma sobre direito à profissionalização e à

proteção no trabalho; uma sobre acesso à justiça; uma sobre direito à

educação; uma sobre o Conselho Tutelar e duas que tratavam de

assuntos diversos (autorização para viajar, adoção, educação, prevenção

especial contra jogos de loteria, medidas de proteção, direito à liberdade,

direito à participação e prevenção especial).

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Na primeira aula trabalharemos as duas sobre prevenção especial,

as duas sobre assuntos diversos, uma sobre acesso à justiça, uma sobre

direito à educação, uma sobre o Conselho Tutelar e mais três questões de

concursos públicos. Na segunda aula trabalharemos as oito questões

sobre direito à convivência familiar e comunitária e mais duas de

concursos públicos. Na terceira aula trabalharemos a questão sobre

direito à profissionalização e à proteção no trabalho e mais nove de

concursos públicos. Na quarta e última aula trabalharemos as cinco

questões sobre sistema socioeducativo e mais cinco de concursos

públicos. Em todas as aulas dez questões serão abordadas.

Ao longo de todo o curso buscarei ser o mais didático possível,

trazendo resumo e ideias fundamentais para o aprendizado do tema

(sempre em vermelho). Estaremos juntos nesse desafio e sei que não

descansaremos enquanto não conseguirmos!

2. CRONOGRAMA

Para atingir o seu objetivo é preciso ter organização, objetividade e

planejamento. Assim, durante a parte do seu estudo destinada ao Direito

da Criança e do Adolescente, buscaremos identificar aquilo que é

prioritário, tendo por base o histórico dos exames da OAB e o Edital.

Nesse sentido, dividiremos nosso conteúdo em quatro pontos

específicos:

Aula 00 – Marco normativo-institucional, princípios e direitos

fundamentais (13 de julho de 2013).

Aula 01 – Direito à Convivência Familiar e Comunitária (20 de julho

de 2013).

Aula 02 – Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho (27

de julho de 2013).

Aula 03 - Sistema Socioeducativo (03 de agosto de 2013).

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A partir desse cronograma você poderá planejar os seus estudos,

seja disciplinado e aproveite parte do tempo disponível para corrigir suas

principais deficiências. Ao final do processo o esforço valerá a pena. Você

vai ser aprovado(a)!

3. INTRODUÇÃO À AULA INAUGURAL

Nessa primeira aula trabalharemos os principais marcos do sistema

de promoção e proteção dos direitos da criança e do adolescente. Além

das principais normas, trataremos de instâncias centrais trazidas pelo

Estatuto da Criança e do Adolescente (lei 8069/90), princípios e direitos

fundamentais previstos na ordem jurídica brasileira.

Nas aulas seguintes trataremos de temas mais específicos, sendo

essencial compreender o espírito da aula inicial, que norteia todo o

modelo de atenção à criança e adolescente vigente em nosso país.

4. MARCO NORMATIVO-INSTITUCIONAL

Não são raros os exemplos de como crianças e adolescentes foram

tratadas ao longo da história em diversas partes do mundo. Na Grécia

antiga crianças espartanas de sete anos de idade eram alistadas para o

serviço militar. Quadros renascentistas há mais de cinco séculos

reproduziam imagens de crianças vestidas como se fossem adultos em

miniatura. Crianças e adolescentes chegavam a trabalhar quatorze ou

dezesseis horas diárias durante a revolução industrial nos séculos XVIII e

XIX. Crianças e adolescentes palestinas têm sido personagens

importantes no conflito com Israel desde a segunda metade do século XX.

Em todos esses exemplos fica claro como crianças e adolescentes tem

assumido papéis importantes em diversos momentos da história mundial,

mas sem ter levada em consideração sua condição de ser humano em

etapa especial e diferenciada da vida.

No Brasil o reconhecimento social da infância só se opera a partir do

século XIX, quando emerge a necessidade de atribuir tratamento

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diferenciado ao segmento de meninos e meninas (Brito, 2001). De

acordo com Pinheiro (2006) ao longo de todo esse tempo foram

emergindo e sendo institucionalizadas diferentes representações

sociais da criança e do adolescente: objeto de proteção social,

objeto de controle e disciplinamento social, objeto de repressão

social, sujeito de direitos.

A primeira representação diz respeito fundamentalmente à criança

pequena, abandonada, e se configura a partir da ação de grupos

religiosos que correspondem a iniciativas voltadas para a saúde e

nutrição. Forjada em valores de caridade e compaixão, esse olhar para a

infância se materializava simbolicamente nas chamadas “Rodas dos

Expostos”, onde crianças abandonadas por pobreza ou por decorrer de

relações “ilegítimas” eram entregues a casas de misericórdia.

A Proclamação da República (1889) e o início do século XX

marcaram mudanças importantes no Brasil. Com o crescimento da

presença do Estado na vida social e a forte presença de ideias higienistas,

a criança e o adolescente passa a ser objeto de controle e disciplinamento

social. Iniciativas de prevenção à prática infracional e a preparação para o

mundo do trabalho constituem o núcleo central dessa representação

social da infância brasileira.

A terceira representação social se estabelece a partir dos processos

de urbanização e industrialização. A presença de crianças e adolescentes

nas ruas, não alcançados pelo sistema escolar e pelo mercado de

trabalho, desperta uma resposta estatal repressora. Consolidando as

ideologias predominantes, institui-se no Brasil o Código de Menores de

1927 (decreto 17943 – A), conhecido como “Código de Mello Mattos”.

O artigo 1º da normativa dizia que “o menor, de um ou outro sexo,

abandonado ou delinquente, que tiver menos de 18 anos de idade, será

submetido pela autoridade competente às medidas de assistência e

proteção contidas neste Código”. Dirigida a crianças e adolescentes

pobres e/ou envolvidas com delitos, a norma demonstrava todo o seu

conteúdo correcional.

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No primeiro governo do presidente Getúlio Vargas (1930-1945) é

criado o Serviço de Assistência ao Menor (SAM), instância governamental

de implementação das políticas voltadas para a infância objeto de

repressão social. Sob críticas, se aprofundam os debates pela

reformulação do modelo, interrompidos pelo golpe de 1964 e pela criação

da Política Nacional do Bem Estar do Menor, com a instituição da

Fundação Nacional do Bem Estar do Menor - FUNABEM e das Fundações

Estaduais do Bem Estar do Menor – FEBEM`s (Lei 4513/64).

O aparato normativo institucional da terceira representação social

da infância citada somente se completou com o Código de Menores de

1979 (Lei 6697/79), consagrando o que ficou conhecido como “Doutrina

da Situação Irregular”, personificada na figura do Juiz de Menores.

O contexto de luta por direitos e liberdades a partir da década de

1970, tanto em âmbito internacional (direitos humanos) como

internamente (liberdade e democracia), faz emergir a representação

social da criança e do adolescente sujeito de direitos. Finalmente

ganham força ideias que reconhecem na população infanto-juvenil

pessoas em condição peculiar de desenvolvimento, que devem ter

seus direitos fundamentais garantidos independente da sua

origem ou condição (“Doutrina da Proteção Integral”).

Destaca-se a criação da Frente Nacional de Defesa dos Direitos da

Criança e a atuação do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua

durante o processo constituinte, que culminou com o artigo 227 da

Constituição Federal de 1988, alterado recentemente pela Emenda

Constitucional n° 65 para incluir os jovens. Essa nova visão da infância e

da adolescência consolida-se no plano internacional com a Convenção

Internacional sobre os Direitos da Criança (1989).

No âmbito interno, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei

8069/90) consolida a normativa de promoção e proteção dos direitos

humanos infanto-juvenis e estabelece Sistema de Garantia de Direitos,

que se divide nos eixos de promoção, defesa e controle (Resolução

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113/2006 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

- CONANDA).

Esses são alguns dos acontecimentos históricos fundamentais para

o entendimento do processo de conquista dos direitos humanos de

crianças e adolescentes.

Constituição Federal de 1988 (CF/88)

Depois de mais de duas décadas de ditadura militar o Estado

brasileiro viveu rico processo de Assembleia Nacional Constituinte

(1987/1988), que culminou com a Constituição Federal de 1988.

No campo da infância e da juventude foram colhidas mais de um

milhão de assinaturas em todas as partes do país para produção de

emenda popular durante o processo constituinte. O resultado foi a

produção dos artigos 227 (mais tarde alterado pela Emenda

Constitucional 65/2010) e 228:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e

do Estado assegurar à criança, ao

adolescente e ao jovem, com absoluta

prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à

profissionalização, à cultura, à dignidade, ao

respeito, à liberdade e à convivência familiar

e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,

exploração, violência, crueldade e opressão.

(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65,

de 2010) § 1º O Estado promoverá programas de

assistência integral à saúde da criança, do

adolescente e do jovem, admitida a participação

de entidades não governamentais, mediante

políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela Emenda

Constitucional nº 65, de 2010)

I - aplicação de percentual dos recursos públicos

destinados à saúde na assistência materno-infantil;

II - criação de programas de prevenção e

atendimento especializado para as pessoas

portadoras de deficiência física, sensorial ou

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mental, bem como de integração social do

adolescente e do jovem portador de deficiência,

mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e

serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos

arquitetônicos e de todas as formas de

discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

§ 2º - A lei disporá sobre normas de construção

dos logradouros e dos edifícios de uso público e de

fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas

portadoras de deficiência.

§ 3º - O direito a proteção especial abrangerá os

seguintes aspectos: I - idade mínima de quatorze anos para admissão

ao trabalho, observado o disposto no art. 7º,

XXXIII;

II - garantia de direitos previdenciários e

trabalhistas; III - garantia de acesso do trabalhador

adolescente e jovem à escola; (Redação dada

Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação

processual e defesa técnica por profissional

habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar

específica; V - obediência aos princípios de brevidade,

excepcionalidade e respeito à condição

peculiar de pessoa em desenvolvimento,

quando da aplicação de qualquer medida

privativa da liberdade; VI - estímulo do Poder Público, através de

assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios,

nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de

guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;

VII - programas de prevenção e atendimento

especializado à criança, ao adolescente e ao

jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. (Redação dada Pela Emenda Constitucional

nº 65, de 2010)

§ 4º - A lei punirá severamente o abuso, a

violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.

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§ 5º - A adoção será assistida pelo Poder Público,

na forma da lei, que estabelecerá casos e

condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.

§ 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do

casamento, ou por adoção, terão os mesmos

direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

§ 7º - No atendimento dos direitos da criança e do

adolescente levar-se- á em consideração o

disposto no art. 204. § 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda

Constitucional nº 65, de 2010)

I - o estatuto da juventude, destinado a regular os

direitos dos jovens; (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

II - o plano nacional de juventude, de duração

decenal, visando à articulação das várias esferas

do poder público para a execução de políticas

públicas. (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

Art. 228. São penalmente inimputáveis os

menores de dezoito anos, sujeitos às normas da

legislação especial.

Ter na Carta da República o reconhecimento da dignidade de

crianças e adolescentes foi um avanço fundamental e o início de uma

nova era no tratamento desse segmento da população brasileira.

Além de reconhecê-los como sujeitos de direitos, a CF/88 os elevou

ao status de prioridade absoluta, reconheceu sua condição peculiar de

pessoa em desenvolvimento e atribuiu responsabilidade à família, à

sociedade e ao Estado em zelar pelos seus direitos e colocá-los a salvo de

violações.

A CF/88 também fixou a idade penal em dezoito anos e determinou

a criação de sistema especial para tratar de crianças e adolescentes

envolvidos com a prática de infrações.

Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (CDC)

Apresentada pela Polônia no âmbito das Nações Unidas, o projeto

de Convenção Internacional tramitou durante dez anos. Finalmente em

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1989 foi lançado o mais importante documento internacional de promoção

e proteção dos direitos humanos de crianças e adolescentes, que em

poucos anos passou a contar com a adesão de quase todos os países do

planeta (exceto Estados Unidos da América e Somália). Sobre a

importância da CDC, Roseno (2007):

Infelizmente, tardou muito para a humanidade

reconhecer a humanidade de uma grande parte de si mesma: a humanidade da infância. Mesmo

reconhecendo o valor histórico da Declaração dos

Direitos da Criança de 1924, elaborada ainda sob o

signo da antiga Liga das Nações, e da posterior Declaração dos Direitos da Criança de 1959 (já sob a

égide das Nações Unidas), o mundo carecia de um

tratado internacional que expressasse e materializasse a

proteção integral específica dos direitos da criança, deixando para trás as representações da criança com

um “ser-objeto”, alvo da tutela e da piedade. Fazia-se

necessária uma Convenção Internacional que

materializasse no mundo jurídico a luta política emancipatória de crianças pelo reconhecimento de sua

condição de sujeitos de direitos. A Convenção

Internacional sobre os Direitos da Criança é este

instrumento.

Importante esclarecer que a CDC considera criança todo ser

humano menor de 18 anos (art. 1º). Então, sempre que a

Convenção se referir à criança, estará falando de crianças e

adolescentes.

O Brasil recepcionou a CDC em seu ordenamento jurídico através do

Decreto do Presidente da República n° 99.710, de 21 de novembro de

1990, após aprovação pelo Congresso Nacional, nos termos de nossa

Constituição Federal.

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei 8069/90

Para regulamentar o que foi previsto na CF/88 sobre os direitos de

crianças e adolescentes o Congresso Nacional brasileiro produziu lei

federal instituindo o ECA. Para Volpi (2001):

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Ao adotar a doutrina da proteção integral da

Convenção das Nações Unidas sobre os direitos da

Criança, O Estatuto da Criança e do Adolescente consolida e reconhece a existência de um novo

sujeito político e social que, como portador de

direitos e garantias, não pode mais ser tratado por

programas isolados e políticas assistencialistas, mas deve ter para si a atenção prioritária de

todos, constituindo-se num cidadão

independentemente de sua raça, situação social ou

econômica, religião ou qualquer diferença cultural.

ATENÇÃO, ESSA DEFINIÇÃO ABAIXO COSTUMA CAIR EM

PROVAS ENVOLVENDO OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE!

A definição de crianças e adolescentes está logo no artigo 2º:

crianças (0 a 12 anos incompletos) e adolescentes (12 a 18 anos

incompletos). No parágrafo único do mesmo artigo o ECA

esclarece sua extensão: Nos casos expressos em lei, aplica-se

excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e

um anos de idade.

Vamos ver um exemplo de questão!

(Secretaria de Educação MG/2011) As regras do ECA podem ser

aplicadas:

a) apenas às crianças e aos adolescentes.

b) apenas às crianças e, excepcionalmente, aos adolescentes.

c) às crianças e adolescentes, mas nunca aos adultos.

d) excepcionalmente, aos adultos com idade entre 18 e 21 anos.

COMENTÁRIO: Essa situação está prevista no parágrafo único do artigo

segundo do ECA: “Nos casos expressos em lei, aplica-se

excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um

anos de idade.” Ou seja, em situações excepcionais, quando a própria lei

autoriza, o ECA pode ser aplicado em jovens adultos com idade entre 18 e

21 anos. O cumprimento de medida socioeducativa até os vinte e um

anos de idade é um exemplo. Portanto, a resposta correta é a letra d.

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A lei estabelece também que crianças e adolescentes gozam de

todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem

prejuízo da proteção integral estabelecida no ECA (art. 3º). A norma

detalha ainda sobre a garantia de prioridade absoluta, vejamos:

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,

com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos

referentes à vida, à saúde, à alimentação, à

educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao

respeito, à liberdade e à convivência familiar e

comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em

quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços

públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução

das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos

públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

O ECA parte da ideia de que os direitos fundamentais de crianças

e adolescentes devem ser respeitados e promovidos, principalmente

através das políticas públicas. Dos artigos 7º ao 69 estabelece respeito

aos seguintes direitos: vida, saúde, liberdade, respeito, dignidade,

convivência familiar e comunitária, educação, cultura, esporte,

lazer, profissionalização e proteção no trabalho.

Diante do histórico e da conjuntura de violações, todavia, o ECA

estabelece medidas de proteção especial aos direitos humanos

infanto-juvenis. Além de medidas de prevenção em relação à participação

de crianças e adolescentes em espaços de diversão e espetáculos

públicos, a norma também estabelece limitações de acesso a produtos e

serviços e impõe regras para a realização de viagens (artigos 70 a 85).

Visando promover reordenamento institucional do Estado brasileiro

para atender aos direitos de crianças e adolescentes, o ECA criou política

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de atendimento dos direitos da criança e do adolescente, com

responsabilidades para todos os entes da federação brasileira, tanto do

governo como da sociedade civil. Foram estabelecidas linhas de ação e

diretrizes, além de parâmetros para as entidades de atendimento (artigos

86 a 97).

Para enfrentar de maneira mais efetiva violações dos direitos de

meninos e meninas a lei previu medidas de proteção e medidas

pertinentes aos pais e responsáveis (artigos 98 a 102 e 129 e 130,

respectivamente), estabelecendo princípios em relação a aplicação das

primeiras (condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos,

proteção integral e prioritária, responsabilidade primária e solidária do

poder público, interesse superior da criança e do adolescente,

privacidade, intervenção precoce, intervenção mínima, proporcionalidade

e atualidade, responsabilidade parental, prevalência da família,

obrigatoriedade da informação, oitiva obrigatória e participação).

O ECA criou sistema especial para lidar com crianças e

adolescentes envolvidas com a prática infracional (artigos 103 a

128), que será objeto de estudo na nossa quarta aula.

A lei criou, ainda, o Conselho Tutelar, órgão encarregado de zelar

pelos direitos humanos de meninos e meninas (artigos 131 a 140). Em

momento específico falaremos dessa importante instância.

Além do mais, o ECA regulamentou o acesso à justiça para garantia

dos direitos infanto-juvenis, criando a justiça da infância e da

juventude em substituição aos juizados de menores (artigos 145 a 151).

Também trouxe normas processuais sobre a perda e suspensão do poder

familiar, destituição da tutela, colocação em família substituta, apuração

de ato infracional atribuído a adolescente, apuração de irregularidades em

entidade de atendimento, apuração de infração administrativa às normas

de proteção à criança e ao adolescente, habilitação de pretendentes à

adoção, recursos (artigos 152 a 199) e proteção judicial dos interesses

individuais, difusos e coletivos (artigos 208 a 224).

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Por fim o ECA enumera tipos penais e infrações administrativas que

tem como objetivo sancionar condutas praticadas contra crianças e

adolescentes (artigos 225 a 258).

Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE

Em 2006 o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do

Adolescente (CONANDA) deliberou a criação do Sistema Nacional de

Atendimento Socioeducativo. O próprio documento se definiu como o

conjunto ordenado de princípios, regras e critérios, de caráter jurídico,

político, pedagógico, financeiro e administrativo, que envolve desde o

processo de apuração de ato infracional até a execução de medida

socioeducativa. Este sistema nacional inclui os sistemas estaduais,

distrital e municipais, bem como todos as políticas, planos, e programas

específicos de atenção a esse publico.

Na mesma época foi encaminhado ao Congresso Nacional o Projeto

de Lei do SINASE, que deu origem à lei nº 12.594, de 18 de janeiro de

2012, que institui o Sistema Nacional de Atendimento

Socioeducativo (SINASE) e regulamenta a execução das medidas

socioeducativas destinadas a adolescente que pratique ato infracional.

Desde 1990 o ECA estabeleceu o sistema socioeducativo, no

entanto somente com a resolução do CONANDA e com a nova lei é que

foram detalhados os parâmetros para execução das medidas aplicadas

aos adolescentes envolvidos com atos infracionais. Essa parte também

será objeto de estudo da nossa quarta aula.

Sistema de Garantia de Direitos – SGD

Trata-se do Sistema de Promoção e Proteção de Direitos

Humanos de Crianças e Adolescentes, consubstanciado no plano

internacional pela CDC e no Brasil através da CF/88, do ECA e da

recepção da própria Convenção em 1990. O Sistema voltado para

crianças e adolescentes se insere, obviamente, no Sistema maior de

promoção e proteção de todos os direitos humanos.

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O SGD configura-se como articulação, num mesmo complexo, dos

atores e instâncias que promovem, defendem e fiscalizam a realização

dos direitos humanos de crianças e adolescentes.

Segundo o site da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência

da República:

O Sistema de Garantia de Direitos da Criança

e do Adolescente constitui-se na articulação e integração das instâncias públicas

governamentais e da sociedade civil, na

aplicação de instrumentos normativos e no

funcionamento dos mecanismos de promoção, defesa e controle para a

efetivação dos direitos da criança e do

adolescente, nos níveis Federal, Estadual,

Distrital e Municipal.

De acordo com a Resolução nº 113 do CONANDA de 2006 o SGD

organiza-se a partir da divisão em três eixos fundamentais: promoção,

defesa e controle. Sobre essa norma, Nogueira Neto (2009) diz:

Essa Resolução reconhece e institucionaliza o sistema de garantia dos direitos humanos de

crianças e adolescentes: o CONANDA não institui

aí um sistema operacional de política pública

(saúde, assistência social etc.) ou de acesso à Justiça (sistema de Justiça) e sim reconhece

institucionalmente a existência de uma ambiência

sistêmica ou holística onde todos se articulam e

integram no marco dos direitos humanos (do

paradigma da doutrina da proteção integral).

Mas afinal de contas, quem faz parte do SGD? Mais uma vez o site

Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República:

Eixo da Promoção dos Direitos

Eixo da Defesa dos

Direitos Humanos

Eixo do Controle e

Efetivação do

Direito

A política de

atendimento dos

direitos humanos de

os órgãos públicos

judiciais; ministério

público,

realizado através de

instâncias públicas

colegiadas próprias,

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crianças e

adolescentes

operacionaliza-se

através de três tipos

de programas,

serviços e ações

públicas: 1) serviços

e programas das

políticas públicas,

especialmente das

políticas sociais,

afetos aos fins da

política de

atendimento dos

direitos humanos de

crianças e

adolescentes; 2)

serviços e programas

de execução de

medidas de proteção

de direitos humanos

e; 3) serviços e

programas de

execução de medidas

socioeducativas e

assemelhadas.

especialmente as

promotorias de

justiça, as

procuradorias gerais

de justiça;

defensorias públicas;

advocacia geral da

união e as

procuradorias gerais

dos estados; polícias;

conselhos tutelares;

ouvidorias e

entidades de defesa

de direitos humanos

incumbidas de

prestar proteção

jurídico-social.

tais como: 1)

conselhos dos direitos

de crianças e

adolescentes; 2)

conselhos setoriais de

formulação e controle

de políticas públicas;

e 3) os órgãos e os

poderes de controle

interno e externo

definidos na

Constituição Federal.

Além disso de forma

geral, o controle

social é exercido

soberanamente pela

sociedade civil,

através das suas

organizações e

articulações

representativas.

Assim, o eixo de promoção configura-se como espaço de efetivação

dos direitos de crianças e adolescentes. Tal efetivação se dá a partir da

execução de políticas de atendimento dos direitos da criança e do

adolescente.

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O eixo de defesa, por sua vez, configura-se como o conjunto de

instituições que atua contra a violação de direitos. Busca-se cessar a

violação, responsabilizar o violador e implementar o Direito, quando

violado por omissão, garantindo o acesso à justiça para crianças e

adolescentes vitimizados.

O terceiro e último eixo (controle) une as instâncias estatais

próprias de controle (conselhos, agências reguladoras, corregedorias,

ouvidorias, tribunais de contas, etc.) com o controle desempenhado por

organizações da sociedade civil. Todas as políticas públicas precisam ser

fiscalizadas, avaliadas e monitoradas, seja pelos órgãos específicos da

estrutura do Estado, seja especialmente pela força participativa da

sociedade organizada.

O SGD configura-se, portanto, como esse complexo universo de

atores e instituições, que no exercício de suas atribuições, tem como

objetivo central a realização dos direitos humanos infanto-juvenis. Nesse

sentido, unem-se segmentos do poder público e da sociedade civil, em

todas as instâncias da federação brasileira (além daquelas internacionais

de que o Brasil faz parte), para realização de ações que promovem,

defendem e controlam a materialização desses direitos.

Política de Atendimento

Os esforços do Poder Público e da sociedade civil para viabilizar a

realização dos direitos humanos de crianças e adolescentes é o que

veremos a partir de agora. Mais uma vez o ECA traz os parâmetros: A

política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente

far-se-á através de um conjunto articulado de ações

governamentais e não-governamentais, da União, dos estados, do

Distrito Federal e dos municípios (art. 86).

As linhas da política de atendimento são definidas pelo art. 87,

vejamos:

Políticas sociais básicas, ou seja, saúde, educação, esporte,

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cultura, lazer, trabalho, etc.

Políticas e programas de assistência social, em caráter

supletivo, para aqueles que deles necessitem, ou seja, sempre

que crianças e adolescentes necessitarem serão fornecidos serviços

de assistência social para enfrentamento da pobreza e

vulnerabilidades sociais.

Serviços especiais de prevenção e atendimento médico e

psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos,

exploração, abuso, crueldade e opressão, ou seja, atendimento

especializado para crianças e adolescentes vitimizados.

Serviço de identificação e localização de pais, responsável,

crianças e adolescentes desaparecidos, ou seja, estratégias de

comunicação, busca e transporte para levar meninos e meninas

desaparecidos de volta ao convívio de suas famílias.

Proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos

da criança e do adolescente, ou seja, acompanhamento por

organizações de direitos humanos de casos de desrespeito aos

direitos de crianças e adolescentes, visando o acesso à justiça e uma

resposta qualificada ao contexto de violação.

Políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o

período de afastamento do convívio familiar e a garantir o

efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças

e adolescentes, ou seja, instrumentos de fortalecimento dos

vínculos familiares e comunitários, bem como estratégias de

enfrentamento dos fatores que levam ao afastamento de meninos e

meninas de suas famílias.

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O art. 88, por sua vez, estabelece diretrizes da política de

atendimento:

Municipalização do atendimento;

Criação de conselhos dos direitos da criança e do adolescente;

Criação e manutenção de programas específicos, observada a

descentralização político-administrativa;

Manutenção de fundos dos direitos da criança e do

adolescente;

Integração operacional de órgãos para efeito de agilização do

atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria

de ato infracional;

Mobilização da opinião pública no sentido da indispensável

participação dos diversos segmentos da sociedade;

Integração operacional de órgãos para efeito de agilização do

atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em

programas de acolhimento familiar ou institucional.

O ECA fala ainda das instituições de atendimento direto ao público

infanto-juvenil, determinando que as entidades governamentais e não

governamentais deverão proceder à inscrição de seus programas,

especificando os regimes de atendimento, no Conselho dos Direitos da

Criança e do Adolescente (art. 90). As entidades governamentais e não-

governamentais serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e

pelos Conselhos Tutelares (art. 95).

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MAIS UMA VEZ ATENÇÃO, O CONSELHO TUTELAR É UM

DOS ASSUNTOS MAIS COBRADOS EM PROVAS

ENVOLVENDO OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE E JÁ CAIU NO EXAME UNIFICADO DA OAB!

Conselho Tutelar

Com o objetivo de transferir boa parte do poder concentrado nas

mãos dos antigos juízes de menores, o legislador brasileiro criou uma

nova instância, o Conselho Tutelar, órgão permanente e autônomo,

não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo

cumprimento dos direitos da criança e do adolescente (art. 131,

ECA). Ou seja, a atuação jurisdicional foi reduzida e entregue nas mãos

dos juízes da infância e da juventude, sendo que a atividade direta e

cotidiana de defesa de meninos e meninas passou para as mãos desse

novo órgão do SGD.

O ECA determinou que todos os municípios brasileiros e em todas

as regiões administrativas do Distrito Federal devem ter pelo menos um

Conselho Tutelar, como órgão integrante da administração pública local,

com cinco membros, escolhidos pela população local para mandato de

quatro anos, permitida uma recondução, mediante novo processo de

escolha (art. 132).

O Estatuto da Criança e do Adolescente determinou ainda no artigo

139 que:

O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá

em data unificada em todo o território nacional a cada quatro

anos, no primeiro domingo do mês de outubro do ano subsequente

ao da eleição presidencial.

A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro

do ano subsequente ao processo de escolha.

No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é

vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor

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bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive brindes

de pequeno valor.

Todos aqueles que por ventura queiram ser conselheiro tutelar

devem ter reconhecida idoneidade moral, idade superior a vinte e

um anos e residir no município (art. 133), além de outros requisitos

estabelecidos por lei municipal.

Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de

funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos

respectivos membros, aos quais é assegurado o direito a: cobertura

previdenciária; gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de

1/3 (um terço) do valor da remuneração mensal; licença-

maternidade; licença-paternidade; gratificação natalina. Constará

da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos

recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à

remuneração e formação continuada dos conselheiros tutelares (art. 134).

O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá

serviço público relevante e estabelecerá presunção de idoneidade

moral (novo art. 135).

São atribuições do Conselho Tutelar, segundo o artigo 136 do ECA:

Atender as crianças e adolescentes com direitos

violados/ameaçados e aplicar medidas de proteção;

Atender, aconselhar e aplicar as medidas pertinentes aos pais

ou responsáveis;

Promover a execução de suas decisões, podendo para tanto: a)

requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação,

serviço social, previdência, trabalho e segurança; b) representar

junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento

injustificado de suas deliberações.

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Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua

infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou

adolescente;

Encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;

Providenciar as medidas de proteção estabelecidas pela autoridade

judiciária para o adolescente autor de ato infracional;

Expedir notificações;

Requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou

adolescente quando necessário;

Assessorar o Poder Executivo local na elaboração da

proposta orçamentária para planos e programas de atendimento

dos direitos da criança e do adolescente;

Representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos

direitos de crianças e adolescentes quando da participação em

diversões e espetáculos públicos, bem como em relação à defesa

de meninos e meninas quanto a programas ou programações de

rádio e televisão que contrariem o disposto na Constituição Federal;

Representar ao Ministério Público para efeito das ações de

perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as

possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto à

família natural.

OBS: Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar

entender necessário o afastamento do convívio familiar,

comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público, prestando-lhe

informações sobre os motivos de tal entendimento e as

providências tomadas para a orientação, o apoio e a promoção

social da família.

Cumpre registrar ainda que as decisões do Conselho Tutelar

somente poderão ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem

tenha legítimo interesse (art. 137, ECA). São impedidos de servir no

mesmo conselho marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e

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genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho,

padrasto ou madrasta e enteado. Os mesmos impedimentos se estendem

ao juiz e promotor de justiça da infância e da juventude com atuação na

comarca ou foro (art. 140, ECA).

Vamos resolver três questões sobre o Conselho Tutelar, incluindo

questão do VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO:

(Defensoria Pública SP/2009) Age FORA de suas atribuições legais o

Conselho Tutelar que

a) aplica, ao adolescente, medida específica de proteção de abrigo em

entidade.

b) entrega criança a seu responsável mediante termo de guarda

provisória.

c) fiscaliza entidade que executa programa em regime de internação.

d) aplica medida de advertência a pais ou responsável.

e) aplica medida a criança autora de ato infracional grave.

COMENTÁRIO: O primeiro item está correto, nos termos do art. 101, VII,

do ECA. O terceiro também está certo, pois é atribuição do conselho

tutelar fiscalizar as entidades de atendimento, inclusive de internação

(artigos 90, VIII, e 95 do ECA). O quarto item tem previsão no art. 129,

VII, do ECA e também está correto. A última alternativa também é

atribuição do Conselho Tutelar, nos termos do art. 105 do ECA. O

segundo item é que está fora das atribuições do Conselho Tutelar, que

não pode conceder guarda provisória (atribuição do juiz, art. 167, ECA).

(Escola da Magistratura SC/2007) São atribuições do Conselho Tutelar:

I. Delegar à autoridade policial ou administrativa competente, nos casos

de ato infracional, a execução das medidas cabíveis.

II. Atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts.

98 a 105 do ECA, aplicando as medidas previstas nos art. 101, I a VII do

citado diploma legal.

III. Representar junto à autoridade judiciária nos casos de

descumprimento injustificado de suas deliberações.

IV. Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração

administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente.

a) Só as proposições II, III e IV estão corretas.

b) Só a proposição II está incorreta.

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c) Só a proposição III está correta.

d) Todas as proposições estão corretas.

e) Todas as proposições estão incorretas.

COMENTÁRIO: A aplicação das medidas socioeducativas é atribuição do

juízo da infância e da juventude (art. 148, I, ECA), não sendo atribuição

do Conselho Tutelar. Assim, não poderia delegar uma atribuição que

simplesmente não possui. Conforme vimos acima as demais proposições

estão corretas. Assim o primeiro item está correto.

(VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Acerca das atribuições do Conselho Tutelar determinadas no Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a

alternativa correta.

A) O Conselho Tutelar, considerando sua natureza não jurisdicional,

destaca‐se no aconselhamento e na orientação à família ou responsável

pela criança ou adolescente, inclusive na hipótese de inclusão em

programa oficial ou comunitário de auxilio, orientação e tratamento a

alcoólatras e toxicômanos. B) O Conselho Tutelar, em consequência de sua natureza não

jurisdicional, não é competente para encaminhar ao Ministério Público as

ocorrências administrativas ou criminais que importem violação aos

direitos da criança e do adolescente.

C) O Conselho Tutelar pode assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de

atendimento dos direitos da criança e do adolescente, em decorrência de

sua natureza jurisdicional não autônoma.

D) O Conselho Tutelar não poderá promover a execução de suas decisões, razão pela qual só lhe resta encaminhar ao Ministério Público notícia de

fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da

criança ou adolescente.

COMENTÁRIO: O primeiro item mostra logo a resposta correta, pois é

atribuição do Conselho Tutelar atender as crianças e adolescentes com direitos violados/ameaçados e aplicar medidas de proteção (Art. 136, I,

do ECA). A segunda opção está errada, pois o ECA (art. 136, IV) permite

o encaminhamento de tais demandas ao Ministério Público. Também a

terceira alternativa está incorreta, visto que o Conselho Tutelar possui natureza não jurisdicional (art. 131, ECA). A última também está

equivocada, pois o artigo 136, III, do ECA permite ao Conselho Tutelar

promover a execução de suas decisões.

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ATENÇÃO, JUNTAMENTE COM O CONSELHO TUTELAR, O

CONSELHO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE APARECE EXPLICITAMENTE NO EDITAL DA

OAB!

Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente

A CF/88 estabeleceu em seu artigo 204, II (política de assistência

social) a participação da população, por meio de organizações

representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em

todos os níveis. Esse é um dos artigos que mostra o espírito da nossa

nova ordem constitucional no que diz respeito à participação popular na

construção e fiscalização das políticas públicas.

Já o ECA definiu em seu artigo 88 que uma das diretrizes da

política de atendimento é a criação de conselhos municipais, estaduais

e nacional dos direitos da criança e do adolescente, órgãos

deliberativos e controladores das ações em todos os níveis,

assegurada a participação popular paritária por meio de

organizações representativas, segundo leis federal, estaduais e

municipais.

A lei estabeleceu, portanto, a necessidade de criação dos Conselhos

dos Direitos da Criança e do Adolescente em âmbito Nacional, nos 26

estados, no Distrito Federal e nos 5565 municípios brasileiros. Também

determinou a participação paritária da população, ou seja, metade dos

integrantes tem que ser da sociedade civil, estabelecendo um importante

espaço de democracia participativa.

A lei 8242 criou o CONANDA em 1991, depois disso milhares de leis

estabeleceram a criação dos Conselhos Estaduais, Municipais e Distrital

por todo o país. Posteriormente o Decreto Presidencial n° 5.089 de 2004

tratou da composição, estruturação, competências e funcionamento do

CONANDA.

Aos Conselhos dos Direitos cabem, dentre outras funções:

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Deliberar e fiscalizar a política de atendimento dos direitos de

crianças e adolescentes, dando ciência às autoridades competentes

em situações de omissão e violação dos direitos humanos de

meninos e meninas;

Criar plano de aplicação dos recursos do Fundo dos Direitos da

Criança e do Adolescente;

Realizar as Conferências dos Direitos da Criança e do Adolescente;

Quando se tratar de Conselho Municipal e Distrital, realizar as

eleições dos Conselhos Tutelares;

Realizar campanhas sobre os direitos da criança e do adolescente;

Inscrever os programas governamentais e as entidades e

programas não governamentais de atendimento dos direitos da

criança e do adolescente.

A função de membro do conselho nacional e dos conselhos

estaduais, distrital e municipais dos direitos da criança e do adolescente é

considerada de interesse público relevante e não será remunerada

(art. 89, ECA).

Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente

Também é diretriz da política de atendimento dos direitos da

criança e do adolescente a manutenção de fundos nacional, estaduais,

distrital e municipais vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da

criança e do adolescente (art. 88, IV, ECA).

Os Fundos são previstos nos artigos 71 a 74 da Lei 4320 de 1964,

vejamos:

Art. 71. Constitui fundo especial o produto de

receitas especificadas que por lei se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços,

facultada a adoção de normas peculiares de

aplicação.

Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias vinculadas a turnos especiais far-se-á através de

dotação consignada na Lei de Orçamento ou em

créditos adicionais.

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Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei

que o instituiu, o saldo positivo do fundo especial

apurado em balanço será transferido para o exercício seguinte, a crédito do mesmo fundo.

Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá

determinar normas peculiares de controle,

prestação e tomada de contas, sem de qualquer modo, elidir a competência específica do Tribunal

de Contas ou órgão equivalente.

Mas afinal de onde vêm os recursos dos Fundos dos Direitos da

Criança e do Adolescente?

Recursos públicos

Doações de doações de pessoas físicas e jurídicas, sejam elas de

bens materiais, imóveis ou recursos financeiros

Destinações, ou seja, os contribuintes poderão deduzir do imposto

devido, na declaração do Imposto sobre a Renda, o total das

doações feitas aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente,

devidamente comprovadas, obedecidos os limites estabelecidos em

Decreto do Presidente da República. (art. 260, ECA).

Contribuições de governos estrangeiros e de organismos

internacionais multilaterais

Multas e penalidades

Aplicações financeiras

Transferências

Para utilização dos recursos do Fundo o Conselho dos Direitos

estabelecerá Plano de Aplicação, delimitando as prioridades para

utilização dos recursos.

5. PRINCÍPIOS E DIREITOS FUNDAMENTAIS

Nessa etapa trabalharemos os principais princípios do sistema de

promoção e proteção dos direitos da criança e do adolescente e alguns

dos direitos fundamentais garantidos de maneira especial para a esse

público, de acordo com as normas trabalhadas no item anterior.

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Fundamental conhecer, pelo menos, os princípios elencados abaixo.

Compreendendo o espírito desse sistema será fácil responder a maior

parte das questões e afastar de cara várias das assertivas colocadas.

Prioridade Absoluta (art. 227,

CF e 4º ECA)

Trata-se da primazia em receber

proteção e socorro, precedência e

preferência para acesso às

políticas públicas, além da

destinação privilegiada de

recursos públicos.

Corresponsabilidade (art. 227,

CF e 4º ECA)

da família, da comunidade, da

sociedade em geral e do poder

público assegurar a efetivação

dos direitos da criança e do

adolescente.

Não discriminação (art. 2º,

CDC e 35, VIII da lei

12594/2012)

todos os direitos devem ser

garantidos a todos as crianças e

adolescentes sem quaisquer

formas de discriminação.

Interesse superior (art. 3º,

CDC e art. 100, IV, ECA)

todas as medidas, sobretudo

aquelas adotadas por autoridades

administrativas, legislativas e

judiciais, devem ser adotadas

visando o interesse superior da

criança e do adolescente.

Sobrevivência e

desenvolvimento (art.6º, CDC)

o Estado deve assegurar ao

máximo as condições de

sobrevivência e desenvolvimento.

Participação (art.12, CDC e art.

100, XII, ECA)

a criança e o adolescente têm

direito de expressar suas

opiniões e juízos, assim como

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tem o direito de que estas

opiniões sejam levadas em

consideração, inclusive em

procedimentos administrativos e

judiciais.

Criança e adolescente como

sujeitos de direitos e

responsabilidades (art. 3° e 15

do ECA)

crianças e adolescentes não

podem ser tratados como objeto,

mas como seres com dignidade,

merecedores de respeito,

consideração e todos os direitos

inerentes à pessoa humana.

Proteção integral (art. 1°, ECA)

a criança e o adolescente devem

ser protegidos na integralidade

dos seus direitos, não podendo

ter alguns garantidos e outros

não.

Privacidade (art. 100, V, ECA)

a promoção dos direitos e

proteção da criança e do

adolescente deve ser efetuada no

respeito pela intimidade, direito à

imagem e reserva da sua vida

privada.

Brevidade, excepcionalidade e

respeito à condição peculiar

de pessoa em

desenvolvimento, quando da

aplicação de qualquer medida

privativa da liberdade (art.

227, CF):

a privação de liberdade

compreenderá o menor tempo

possível, em situações

excepcionais e respeitando a

condição de pessoa em etapa

especial da vida. Parte-se do

pressuposto de que o processo

socioeducativo de qualidade

depende de um maior convívio

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social.

Intervenção mínima (art. 100,

VII, ECA)

a intervenção deve ser exercida

exclusivamente pelas autoridades

e instituições cuja ação seja

indispensável à efetiva promoção

dos direitos e à proteção da

criança e do adolescente.

Proporcionalidade e

atualidade (art. 100, VIII, ECA)

a intervenção deve ser a

necessária e adequada à situação

de perigo em que a criança ou o

adolescente se encontram no

momento em que a decisão é

tomada.

Prevalência da família (art.

100, X, ECA)

na promoção de direitos e na

proteção da criança e do

adolescente deve ser dada

prevalência às medidas que os

mantenham ou reintegrem na

sua família natural ou extensa

ou, se isto não for possível, que

promovam a sua integração em

família substituta.

Obrigatoriedade da

informação (art. 100, XI, ECA)

a criança e o adolescente,

respeitado seu estágio de

desenvolvimento e capacidade de

compreensão, seus pais ou

responsável devem ser

informados dos seus direitos, dos

motivos que determinaram a

intervenção e da forma como

esta se processa.

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Garantia de atendimento

especializado para

adolescentes com deficiência

(art. 227, parágrafo único, inciso

II , da CF)

São duas situações especiais

juntas (deficiência e momento

peculiar de desenvolvimento),

que exigem uma resposta ainda

mais especializada por parte do

Estado.

A partir de agora cumpre ressaltar aspectos mais específicos dos

direitos fundamentais assegurados ao universo da criança e do

adolescente. Lembrem sempre que essa parcela da nossa população goza

de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, além da

proteção integral garantida pelo ECA (art. 3°).

1) DIREITO À VIDA E À SAÚDE: Antes de todas as outras coisas é

preciso assegurar ao ser humano uma vida saudável. Para que a

criança e o adolescente possam nascer e se desenvolver com saúde

e dignidade, o ECA assegura acompanhamento no Sistema Único de

Saúde - SUS durante a gravidez e o parto, além de apoio

nutricional, assistência psicológica à gestante e à mãe (art. 8°) e

aleitamento materno (art. 9°).

Nos hospitais: manter prontuários individuais durante 18 anos,

identificar o recém nascido, realizar exames, fornecer declaração de

nascimento e manter mãe alojada junto com o recém nascido (art.

10), acompanhamento dos pais por tempo integral em caso de

internação (art. 12), notificação ao Conselho Tutelar em casos de

suspeitas de maus tratos e encaminhamento à justiça da infância e

juventude se houver desejo de entrega da criança para adoção (art.

13).

Toda criança e adolescente tem direito a atendimento integral à

saúde, com atenção especial em caso de deficiência (art. 11) e

iniciativas de prevenção, como a vacinação obrigatória (art. 14).

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2 DIREITO À LIBERDADE, RESPEITO E DIGNIDADE: O primeiro

compreende: ir e vir, opinião, crença e culto, brincar, se divertir,

praticar esportes, participar da vida familiar, comunitária e política e

buscar ajuda (art. 16). O segundo consiste na inviolabilidade de sua

integridade, imagem, identidade, autonomia, valores, ideias e

crenças (art. 17). Já o terceiro pressupõe que crianças e

adolescentes estejam a salvo de qualquer tratamento desumano,

violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor (art. 18).

3 DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA (AULA

1)

ATENÇÃO MAIS UMA VEZ! EDUCAÇÃO JÁ CAIU DO EXAME

UNIFICADO DA OAB.

4 DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO

LAZER: Todos esses direitos decorrem do direito ao

desenvolvimento, com preparação para o exercício cidadania e

qualificação para o trabalho. Na educação o ECA garante: igualdade

para acesso à escola, respeito dos educadores, contestar critérios

avaliativos, organização e participação em entidades estudantis,

escola pública e gratuita próxima da residência, ciência aos pais ou

responsável do processo pedagógico (art. 53).

É dever do Estado garantir: ensino fundamental obrigatório e

gratuito, progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade do

ensino médio, creche e pré escola de 0 a 6 anos, acesso aos níveis

elevados da pesquisa e da criação artística, ensino noturno regular,

material didático, transporte, alimentação e assistência à saúde .

OBS: acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público

subjetivo, importando em responsabilidade da autoridade

competente em caso de não oferecimento ou oferta irregular

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(art. 54), além da obrigatoriedade dos pais ou responsáveis

em matricular os filhos ou pupilos (art. 55).

O Conselho Tutelar será comunicado pela autoridade escolar em

casos de maus tratos envolvendo alunos, evasão escolar e elevados

níveis de repetência (art. 56).

O processo educacional respeitará valores culturais, artísticos e

históricos (art. 58) e o Estado destinará recursos para espaços de

culturais, esportivos e de lazer voltadas para a infância e juventude

(art. 59).

Vamos ver uma questão do VII EXAME DE ORDEM UNIFICADO da

OAB:

Com forte inspiração constitucional, a Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990, consagra a doutrina da proteção integral da criança e do

adolescente, assegurando‐lhes direitos fundamentais, entre os quais o

direito à educação. Igualmente, é‐lhes franqueado o acesso à cultura, ao

esporte e ao lazer, preparando‐os para o exercício da cidadania e

qualificação para o trabalho, fornecendo‐lhes elementos para seu pleno

desenvolvimento e realização como pessoa humana. De acordo com as disposições expressas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto

afirmar que:

A) toda criança e todo adolescente têm direito a serem respeitados por

seus educadores, mas não poderão contestar os critérios avaliativos, uma vez que estes são estabelecidos pelas instâncias educacionais superiores,

norteados por diretrizes fiscalizadas pelo MEC.

B) é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente o ensino

fundamental, obrigatório e gratuito, mas sem a progressiva extensão da

obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio. C) não existe obrigatoriedade de matrícula na rede regular de ensino

àqueles genitores ou responsáveis pela criança ou adolescente que, por

convicções ideológicas, políticas ou religiosas, discordem dos métodos de

educação escolástica tradicional para seus filhos ou pupilos. D) os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão

ao Conselho Tutelar os casos de maus‐tratos envolvendo seus alunos, a

reiteração de faltas injustificadas e a evasão escolar, esgotados os

recursos escolares, assim como os elevados níveis de repetência.

COMENTÁRIO: Essa questão será respondida lendo o conteúdo acima. O

primeiro item está equivocado, pois questionar os critérios avaliativos é um direito (art. 53, III, ECA). O segundo está errado porque o art. 54, II,

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do ECA garante que o Estado deve assegurar a progressiva extensão da

obrigatoriedade e gratuidade do ensino médio. O terceiro item está

incorreto porque os pais ou responsável são obrigados a matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino (art. 55, ECA). A última

assertiva é a correta, nos termos do art. 56, ECA.

5 DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO E À PROTEÇÃO NO

TRABALHO (AULA 2)

6 DIREITO AO ACESSO À JUSTIÇA: Para se defender das violações

de direito ou para reivindicar alguma pretensão, toda criança e

adolescente tem direito de acessar o Sistema de Justiça. Para tanto,

pode e deve fazer uso da Defensoria Pública, Ministério Público e

Poder Judiciário, sendo garantida a assistência judiciária gratuita

para os que precisarem e a isenção de custas e emolumentos, salvo

hipótese de litigância de má-fé (art. 141, ECA). OBS: Com menos

de dezesseis anos = representado. Dos dezesseis aos vinte e

um = assistidos (art. 142, ECA). Quando os interesses da

criança ou do adolescente colidirem com os dos seus pais ou

responsável, quando carecer de representação ou assistência legal,

o juiz nomeará curador especial (art. 142, PU, ECA). É vedada a

divulgação de atos judiciais ou administrativos envolvendo crianças

e adolescentes a quem se atribua a prática de ato infracional.

Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança

ou o adolescente, sendo vedada fotografia, referência a nome,

apelido, filiação, parentesco, residência e iniciais de nome e

sobrenome (art. 143, ECA). Cópias ou certidões sobre esses fatos,

somente será concedida pelo juiz mediante demonstração do

interesse e justificada a finalidade (art. 144, ECA).

O DIREITO DE ACESSO À JUSTIÇA JÁ FOI OBJETO DO

EXAME UNIFICADO DA OAB:

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(V EXAME DE ORDEM UNIFICADO) - Com nítida inspiração na doutrina da

proteção integral, o ECA garantiu à criança e ao adolescente o mais amplo

acesso à Justiça, como forma de viabilizar a efetivação de seus direitos, consagrou-lhes o acesso a todos os órgãos do Poder Judiciário, assim

como lhes assegurou o acesso a órgãos que exercem funções essenciais à

Justiça, como o Ministério Público e a Defensoria. Tendo em conta tal

ampla proteção, assinale a alternativa correta.

A) As custas e emolumentos nas ações de destituição do poder familiar,

perda ou modificação da tutela deverão ser custeadas pela parte

sucumbente ao final do processo. B) Na hipótese de colisão de interesses entre a criança ou adolescente e

seus pais ou responsável, a autoridade judiciária lhes dará curador

especial, o mesmo ocorrendo nas hipóteses de carência de representação

ou assistência legal, ainda que eventual. C) Em obediência ao princípio da publicidade, é permitida a divulgação de

atos judiciais e administrativos que digam respeito à autoria de ato

infracional praticado por adolescente, podendo ser expedida certidão ou

extraída cópia dos autos, independentemente da demonstração do

interesse e justificativa acerca da finalidade. Tais fatos, no entanto, se noticiados pela imprensa escrita ou falada, devem conter apenas as

iniciais do nome e sobrenome do menor, sendo vedadas as demais formas

expositivas, como fotografia, referência ao nome, apelido, etc.

D) A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem por defensor público, sendo admitida a nomeação pelo juiz

de advogado se o adolescente não tiver defensor, não podendo,

posteriormente, o adolescente constituir outro de sua preferência.

COMENTÁRIO: O primeiro item está errado porque as ações judiciais da

competência da justiça da infância e da juventude são isentas de custas e

emolumentos, salvo em casos de litigância de má-fé (art. 141, 2°, ECA).

A terceira assertiva está incorreta, pois contraria o art. 143 do ECA, onde

o sigilo é a regra. Já o último item está equivocado, pois o adolescente pode constituir outro advogado posteriormente, de acordo com seus

interesses. Como vimos acima, o segundo item é o correto, nos termos do

parágrafo único do art. 142 do ECA.

Por fim, trabalharemos aspectos relacionados à prevenção

estabelecidos no ECA. A criança e o adolescente têm direito a informação,

cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e serviços que

respeitem sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento

(art. 71).

O poder público regulará as diversões e espetáculos públicos, com a

devida classificação etária (art. 74). OBS: Crianças com menos de dez

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anos somente poderão ingressar e permanecer nos locais de

apresentação ou exibição acompanhadas dos pais ou responsável

(art. 75).

RESTRIÇÕES:

Programação de rádio e televisão em horários permitidos para

criança e adolescente somente com programas com

finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas (art.

76);

Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de

empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de

programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou

locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão

competente. As fitas a que alude este artigo deverão exibir,

no invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa

etária a que se destinam (art. 77);

Revistas e publicações com materiais impróprios terão

embalagem opaca. As que se destinem ao público infanto-

juvenil não terão referências a bebidas alcoólicas, tabaco,

armas e munições (arts. 78 e 79);

Casas com jogos não permitirão a entrada e permanência de

crianças e adolescentes (art. 80).

Proibição de vendas: armas, munições, explosivos, bebidas

alcoólicas, produtos com componentes que possam causar

dependência, fogos (exceto os de potencial reduzido), revistas

e publicações com materiais impróprios, bilhetes de loteria

(art. 81);

Proibida hospedagem em hotéis, motéis, pensões e

congêneres, salvo se autorizado ou acompanhado por pelos

pais ou responsável (art. 82);

Crianças (apenas crianças) desacompanhadas não poderão

viajar para fora da comarca sem autorização judicial, salvo

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para comarca contígua à da residência da criança no mesmo

estado ou região metropolitana, ou ainda acompanhada de

ascendente ou colateral maior ou pessoa autorizada pelos pais

ou responsável. OBS: A pedido dos pais ou responsável, a

autoridade judiciária poderá conceder autorização de

viagem válida por dois anos (art. 83);

A autorização para criança e adolescente viajar ao exterior é

dispensável quando acompanhado de ambos os pais ou

responsável ou estiver na companhia de um e portar

autorização do outro com firma reconhecida (art. 84);

Criança ou adolescente nascido no território nacional só pode

sair do país acompanhado de estrangeiro residente ou

domiciliado no exterior com prévia autorização judicial (art.

85).

ATENÇÃO! A próxima questão caiu no primeiro exame

unificado da OAB e a maioria das assertivas diz respeito

ao conteúdo que acabamos de ver. Em seguida, duas

questões específicas sobre prevenção especial que caíram em

exames de ordem unificado, bem como outra questão que caiu no

exame unificado da OAB, que trata de assuntos diversos vistos em

nosso curso.

Considerando o que dispõe o Estatuto da Criança e do Adolescente,

assinale a opção correta.

A) Criança ou adolescente desacompanhados dos pais ou do responsável

estão proibidos de viajar para fora da comarca onde residem, sem

expressa autorização judicial. B) O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será

inscrita no registro civil mediante mandado, do qual se fornecerá,

administrativamente, certidão somente ao adotado e aos pais, biológicos

e adotivos, à vista de documentação comprobatória. C) É dever do Estado assegurar atendimento gratuito, em creche e pré-

escola, às crianças de zero a sete anos de idade.

D) É proibida a venda de bilhetes da Mega-Sena a crianças e

adolescentes.

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COMENTÁRIO: O primeiro item está errado porque a vedação é apenas

para crianças (art. 83, ECA). O segundo está equivocado porque não será fornecida certidão (art. 47, ECA). O terceiro está incorreto porque a idade

para creche e pré-escola é de zero a seis anos (art. 54, IV, ECA). A

resposta correta é confirmada pela leitura do art. 81, VI, do ECA, onde se

veda a venda à criança e ao adolescente de bilhetes de loteria e equivalentes. Assim, a certa é a última alternativa.

(VIII – EXAME DE ORDEM UNIFICADO) João e Maria, ambos adolescentes,

com dezessete e dezesseis anos, respectivamente, resolvem realizar uma viagem para comemorar o aniversário de um ano de namoro. Como

destino, o jovem casal elege Armação dos Búzios, no estado do Rio de

Janeiro, e efetua a reserva, por telefone, em uma pousada do balneário.

Considerando a normativa acerca da prevenção especial contida na Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, assinale a afirmativa correta.

A) O casal poderá hospedar‐se na pousada reservada sem quaisquer

restrições, já que ambos são maiores de dezesseis anos e, portanto, relativamente capazes para a prática desse tipo de ato civil, não podendo

ser exigido que estejam acompanhados dos pais ou responsáveis nem

que apresentem autorização destes.

B) O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe apenas a hospedagem de crianças e adolescentes em motel, desacompanhadas de seus pais ou

responsável, sendo permitida a hospedagem em hotéis ou

estabelecimentos congêneres, uma vez que estes são obrigados a manter

regularmente o registro de entrada de seus hóspedes.

C) A proibição da legislação especial refere‐se apenas às crianças, na

definição do ECA consideradas como as pessoas de até doze anos de

idade incompletos, sendo, portanto, dispensável que os adolescentes estejam acompanhados dos pais ou responsáveis, ou, ainda, autorizados

por estes para a regular hospedagem.

D) O titular da pousada, ou um de seus prepostos, pode, legitimamente e

fundado na legislação especial que tutela a criança e o adolescente,

negar‐se a promover a hospedagem do jovem casal, já que ambos estão

desacompanhados dos pais ou responsável e desprovidos, igualmente, da

autorização específica exigida pelo ECA.

COMENTÁRIO: No artigo 82 do ECA, fica proibida a hospedagem em

hotéis, motéis, pensões e congêneres, salvo se autorizado ou

acompanhado por pelos pais ou responsável. Assim, o item correto da questão 44 é a letra d, pois os responsáveis pelo estabelecimento

poderiam recusar a hospedar o casal.

(IX EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Juliana, estudante de 17 anos, em

comemoração a sua recente aprovação no vestibular de uma renomada universidade, saiu em viagem com Gustavo, seu namorado de 25 anos,

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funcionário público federal. Acerca de possíveis intercorrências ao longo

da viagem, é correto afirmar que

A) Juliana, por ser adolescente, independentemente de estar em companhia de Gustavo, maior de idade, não poderá se hospedar no local

livremente por eles escolhido, sem portar expressa autorização de seus

pais ou responsável.

B) Juliana, em companhia de Gustavo, poderá ingressar em um badalado bar do local, onde é realizado um show de música ao vivo no primeiro

piso e há um salão de jogos de bilhar no segundo piso.

C) Juliana, por ser adolescente e estar em companhia de Gustavo, maior

de idade, poderá se hospedar no local livremente por eles escolhido, independentemente de portar ou não autorização de seus pais.

D) Juliana poderá se hospedar em hotel, motel, pensão ou

estabelecimento congênere, assim como poderá ingressar em local que

explore jogos de bilhar, se portar expressa autorização dos seus pais ou responsável.

COMENTÁRIO: É proibida a hospedagem em hotéis, motéis, pensões e

congêneres, salvo se autorizado ou acompanhado por pelos pais ou

responsável (artigo 82 do ECA). Assim, o item correto da questão é a letra a, pois a hospedagem de Juliana dependia da autorização dos pais

ou responsável, independente da companhia de Gustavo.

(VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A Convenção sobre os Direitos da Criança estabelece que os Estados‐partes reconheçam a importância da

função exercida pelos órgãos de comunicação social, devendo assegurar o

acesso da criança à informação. Do mesmo modo o Estatuto da Criança e do Adolescente assegura que a informação é um direito da criança e do

adolescente. Acerca da política de informação envolvendo menores,

assinale a afirmativa correta.

A) No que concerne às Medidas Específicas de Proteção, é incabível, qualquer que seja o estágio de compreensão da criança, prestar‐lhe

informações sobre os motivos que determinam a intervenção, o que será

informado apenas aos pais e responsáveis. B) Deve haver o encorajamento dos órgãos de comunicação social a levar

em conta as necessidades linguísticas das crianças indígenas ou que

pertençam a um grupo minoritário.

C) Os proprietários das lojas que explorem a locação de fitas de programação respondem pela falta de informação no invólocro sobre a

natureza da obra e faixa etária a que se destinam, isentando os

funcionários e gerentes.

D) A criança tem direito à liberdade de expressão, que compreende, inclusive, liberdade de procurar, receber e expandir informações e ideias,

sem restrições, de forma oral ou por qualquer outro meio à escolha da

criança.

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COMENTÁRIO: O primeiro item está equivocado, pois o ECA (art. 100, XI)

garante o direito à informação. A terceira opção também está incorreta,

pois o ECA (art. 77) responsabiliza funcionários e gerentes pela exposição

de fitas de vídeo em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão

competente. A ausência de restrições do item D torna a assertiva

incorreta, pois do artigo 71 do ECA diz que o respeito à condição peculiar

de pessoa em desenvolvimento deve ser respeitada para o acesso à

informação de crianças e adolescentes. Assim, a segunda alternativa está

correta, pois o espírito das normativas nacionais e internacionais é o de

consideração das peculiaridades de todos os grupos de crianças e

adolescentes, tendo em vista ainda o momento especial de

desenvolvimento pelo qual estão passando pessoas entre zero e dezoito

anos.

RESUMO Vamos ao essencial dessas duas primeiras aulas!

Doutrina da Situação

Irregular (Menorismo)

Doutrina da Proteção Integral

Objeto de proteção social, de

controle e disciplinamento

social ou de repressão social

Sujeito de direitos, prioridade

absoluta, condição peculiar de

desenvolvimento, proteção

integral

Marcos Normativos:

Código de Menores de

Mello Mattos/1927

Código de

Menores/1979

Marcos Normativos:

CF/1988 – art. 227 e 228

CDC/1989

ECA/1990

SINASE/2006 e 2012

Conceitos:

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Crianças (0 a 12 anos incompletos) e Adolescentes (12 a 18 anos

incompletos).

OBS: Aplica-se excepcionalmente o ECA às pessoas entre dezoito e

vinte e um anos de idade, nos casos previstos na própria lei.

Direitos fundamentais e proteção integral:

Crianças e adolescentes fazem jus a todos os direitos

fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da

proteção integral.

Prioridade absoluta:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer

circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços

públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e

na execução das políticas sociais públicas; d) destinação

privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a

proteção à infância e à juventude.

Sistema de Garantia de Direitos:

Sistema de Promoção e Proteção de Direitos Humanos de Crianças

e Adolescentes (promoção, defesa e controle).

Política de atendimento dos direitos da criança e do

adolescente:

Conjunto articulado de ações governamentais e não-

governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e

dos municípios

LINHAS DIRETRIZES

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Políticas sociais básicas;

Políticas e programas de

assistência social;

Serviços especiais de

prevenção e atendimento

médico e psicossocial às

vítimas;

Serviço de identificação e

localização de pais,

responsável, crianças e

adolescentes desaparecidos;

Proteção jurídico-social por

entidades de defesa dos

direitos da criança e do

adolescente;

Políticas e programas

destinados a prevenir ou

abreviar o período de

afastamento do convívio

familiar;

Municipalização do

atendimento;

Criação de conselhos dos

direitos da criança e do

adolescente;

Criação e manutenção de

programas específicos,

observada a descentralização

político-administrativa;

Manutenção de fundos dos

direitos da criança e do

adolescente;

Integração operacional de

órgãos para efeito de

agilização do atendimento

inicial a adolescente a quem

se atribua autoria de ato

infracional;

Mobilização da opinião pública

no sentido da indispensável

participação dos diversos

segmentos da sociedade;

Integração operacional de

órgãos para efeito de

agilização do atendimento de

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crianças e de adolescentes

inseridos em programas de

acolhimento familiar ou

institucional.

CONSELHO

TUTELAR

CONSELHO DOS

DIREITOS

FUNDO DOS

DIREITOS

Todos os

municípios deve ter

pelo menos um

Cinco membros

escolhidos pela

população local

Data unificada

nacional a cada

quatro anos para o

processo de

escolha

Permitida uma

recondução

mediante novo

processo de

escolha

Processo para a

escolha em lei

municipal, sob a

responsabilidade

Todas as unidades

da federação

Órgãos

deliberativos e

controladores

Participação

popular paritária

por meio de

organizações

representativas

A função de

membro do

conselho é

considerada de

interesse público

relevante e não

será remunerada

Fundo especial

Previsto no

orçamento público

O saldo positivo

será transferido

para o exercício

seguinte

Receitas

provenientes de:

Recursos públicos

Doações pessoas

físicas e jurídicas

Destinações do

Imposto sobre a

Renda

Contribuições de

governos

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do Conselho

Municipal e

fiscalização do

Ministério Público

Reconhecida

idoneidade moral

Idade superior a

vinte e um anos

Residir no

município

Remuneração

obrigatória

Eleição no ano

subsequente ao da

eleição

presidencial

Vedada oferta de

bens e vantagens

aos eleitores

estrangeiros e de

organismos

internacionais

multilaterais

Multas e

penalidades

Aplicações

financeiras

Transferências

Para utilização dos

recursos do Fundo

o Conselho dos

Direitos

estabelecerá Plano

de Aplicação

Princípios Fundamentais:

Prioridade Absoluta; Corresponsabilidade da família, sociedade e

Estado; Não discriminação; Interesse superior; Sobrevivência e

desenvolvimento; Participação; Criança e adolescente como

sujeitos de direitos e responsabilidades; Proteção integral;

Privacidade; Brevidade, excepcionalidade e respeito à condição

peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de

qualquer medida privativa da liberdade; Intervenção mínima;

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Proporcionalidade e atualidade; Prevalência da família;

Obrigatoriedade da informação; Garantia de atendimento

especializado para adolescentes com deficiência.

Direito Fundamentais:

DIREITO À VIDA E À SAÚDE: Sistema Único de Saúde -> gravidez,

parto, nutrição, assistência psicológica à gestante e à mãe, aleitamento

materno. Prontuários individuais durante 18 anos, acompanhamento dos

pais por tempo integral em caso de internação, notificação ao Conselho

Tutelar em casos de suspeitas de maus tratos.

DIREITO À LIBERDADE, RESPEITO E DIGNIDADE: ir e vir, opinião,

crença e culto, brincar, se divertir, praticar esportes, participar da vida

familiar, comunitária e política e buscar ajuda. Inviolabilidade de sua

integridade, imagem, identidade, autonomia, valores, ideias e crenças.

Proteção contra qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante,

vexatório ou constrangedor.

DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER:

Acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo,

importando em responsabilidade da autoridade competente em caso de

não oferecimento ou oferta irregular, além da obrigatoriedade dos pais ou

responsáveis em matricular os filhos ou pupilos. Progressiva extensão da

obrigatoriedade e gratuidade do ensino médio, creche e pré-escola de 0 a

6 anos, acesso aos níveis elevados da pesquisa e da criação artística,

ensino noturno regular, material didático, transporte, alimentação e

assistência à saúde.

DIREITO AO ACESSO À JUSTIÇA: Acesso a Defensoria Pública,

Ministério Público e Poder Judiciário, sendo garantida a assistência

judiciária gratuita para os que precisarem e a isenção de custas e

emolumentos, salvo hipótese de litigância de má-fé. Com menos de

dezesseis anos = representado. Dos dezesseis aos vinte e um =

assistidos. Quando os interesses da criança ou do adolescente colidirem

com os dos seus pais ou responsável, quando carecer de representação

ou assistência legal, o juiz nomeará curador especial. É vedada a

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divulgação de atos judiciais ou administrativos envolvendo crianças e

adolescentes a quem se atribua a prática de ato infracional.

Prevenção:

O poder público regulará as diversões e espetáculos públicos, com a

devida classificação etária. Crianças com menos de dez anos somente

poderão ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição

acompanhadas dos pais ou responsável.

Proibição de vendas: armas, munições, explosivos, bebidas alcoólicas,

produtos com componentes que possam causar dependência, fogos

(exceto os de potencial reduzido), revistas e publicações com materiais

impróprios, bilhetes de loteria.

A pedido dos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá conceder

autorização de viagem válida por dois anos.

6. QUESTÕES COMENTADAS

1 – (VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Acerca das atribuições do

Conselho Tutelar determinadas no Estatuto da Criança e do Adolescente,

assinale a alternativa correta.

A) O Conselho Tutelar, considerando sua natureza não jurisdicional,

destaca‐se no aconselhamento e na orientação à família ou responsável

pela criança ou adolescente, inclusive na hipótese de inclusão em programa oficial ou comunitário de auxilio, orientação e tratamento a

alcoólatras e toxicômanos.

B) O Conselho Tutelar, em consequência de sua natureza não

jurisdicional, não é competente para encaminhar ao Ministério Público as ocorrências administrativas ou criminais que importem violação aos

direitos da criança e do adolescente.

C) O Conselho Tutelar pode assessorar o Poder Executivo local na

elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente, em decorrência de

sua natureza jurisdicional não autônoma.

D) O Conselho Tutelar não poderá promover a execução de suas decisões,

razão pela qual só lhe resta encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da

criança ou adolescente.

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2 - (V EXAME DE ORDEM UNIFICADO) - Com nítida inspiração na doutrina

da proteção integral, o ECA garantiu à criança e ao adolescente o mais

amplo acesso à Justiça, como forma de viabilizar a efetivação de seus direitos, consagrou-lhes o acesso a todos os órgãos do Poder Judiciário,

assim como lhes assegurou o acesso a órgãos que exercem funções

essenciais à Justiça, como o Ministério Público e a Defensoria. Tendo em

conta tal ampla proteção, assinale a alternativa correta.

A) As custas e emolumentos nas ações de destituição do poder familiar,

perda ou modificação da tutela deverão ser custeadas pela parte

sucumbente ao final do processo. B) Na hipótese de colisão de interesses entre a criança ou adolescente e

seus pais ou responsável, a autoridade judiciária lhes dará curador

especial, o mesmo ocorrendo nas hipóteses de carência de representação

ou assistência legal, ainda que eventual. C) Em obediência ao princípio da publicidade, é permitida a divulgação de

atos judiciais e administrativos que digam respeito à autoria de ato

infracional praticado por adolescente, podendo ser expedida certidão ou

extraída cópia dos autos, independentemente da demonstração do

interesse e justificativa acerca da finalidade. Tais fatos, no entanto, se noticiados pela imprensa escrita ou falada, devem conter apenas as

iniciais do nome e sobrenome do menor, sendo vedadas as demais formas

expositivas, como fotografia, referência ao nome, apelido, etc.

D) A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem por defensor público, sendo admitida a nomeação pelo juiz

de advogado se o adolescente não tiver defensor, não podendo,

posteriormente, o adolescente constituir outro de sua preferência.

3 – (VII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Com forte inspiração

constitucional, a Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990, consagra a

doutrina da proteção integral da criança e do adolescente,

assegurando‐lhes direitos fundamentais, entre os quais o direito à

educação. Igualmente, é‐lhes franqueado o acesso à cultura, ao esporte e

ao lazer, preparando‐os para o exercício da cidadania e qualificação para

o trabalho, fornecendo‐lhes elementos para seu pleno desenvolvimento e

realização como pessoa humana. De acordo com as disposições expressas

no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que

A) toda criança e todo adolescente têm direito a serem respeitados por seus educadores, mas não poderão contestar os critérios avaliativos, uma

vez que estes são estabelecidos pelas instâncias educacionais superiores,

norteados por diretrizes fiscalizadas pelo MEC.

B) é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente o ensino fundamental, obrigatório e gratuito, mas sem a progressiva extensão da

obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio.

C) não existe obrigatoriedade de matrícula na rede regular de ensino

àqueles genitores ou responsáveis pela criança ou adolescente que, por

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convicções ideológicas, políticas ou religiosas, discordem dos métodos de

educação escolástica tradicional para seus filhos ou pupilos.

D) os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de maus‐tratos envolvendo seus alunos, a

reiteração de faltas injustificadas e a evasão escolar, esgotados os recursos escolares, assim como os elevados níveis de repetência.

4 - (I EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Considerando o que dispõe o

Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a opção correta.

A) Criança ou adolescente desacompanhados dos pais ou do responsável

estão proibidos de viajar para fora da comarca onde residem, sem

expressa autorização judicial.

B) O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado, do qual se fornecerá,

administrativamente, certidão somente ao adotado e aos pais, biológicos

e adotivos, à vista de documentação comprobatória.

C) É dever do Estado assegurar atendimento gratuito, em creche e pré-escola, às crianças de zero a sete anos de idade.

D) É proibida a venda de bilhetes da Mega-Sena a crianças e

adolescentes.

5 - (VIII – EXAME DE ORDEM UNIFICADO) João e Maria, ambos

adolescentes, com dezessete e dezesseis anos, respectivamente,

resolvem realizar uma viagem para comemorar o aniversário de um ano

de namoro. Como destino, o jovem casal elege Armação dos Búzios, no

estado do Rio de Janeiro, e efetua a reserva, por telefone, em uma pousada do balneário. Considerando a normativa acerca da prevenção

especial contida na Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, assinale a

afirmativa correta.

A) O casal poderá hospedar‐se na pousada reservada sem quaisquer

restrições, já que ambos são maiores de dezesseis anos e, portanto,

relativamente capazes para a prática desse tipo de ato civil, não podendo ser exigido que estejam acompanhados dos pais ou responsáveis nem

que apresentem autorização destes.

B) O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe apenas a hospedagem

de crianças e adolescentes em motel, desacompanhadas de seus pais ou responsável, sendo permitida a hospedagem em hotéis ou

estabelecimentos congêneres, uma vez que estes são obrigados a manter

regularmente o registro de entrada de seus hóspedes.

C) A proibição da legislação especial refere‐se apenas às crianças, na

definição do ECA consideradas como as pessoas de até doze anos de

idade incompletos, sendo, portanto, dispensável que os adolescentes

estejam acompanhados dos pais ou responsáveis, ou, ainda, autorizados por estes para a regular hospedagem.

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D) O titular da pousada, ou um de seus prepostos, pode, legitimamente e

fundado na legislação especial que tutela a criança e o adolescente,

negar‐se a promover a hospedagem do jovem casal, já que ambos estão

desacompanhados dos pais ou responsável e desprovidos, igualmente, da

autorização específica exigida pelo ECA.

6 - (IX EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Juliana, estudante de 17 anos, em

comemoração a sua recente aprovação no vestibular de uma renomada

universidade, saiu em viagem com Gustavo, seu namorado de 25 anos,

funcionário público federal. Acerca de possíveis intercorrências ao longo da viagem, é correto afirmar que

A) Juliana, por ser adolescente, independentemente de estar em

companhia de Gustavo, maior de idade, não poderá se hospedar no local livremente por eles escolhido, sem portar expressa autorização de seus

pais ou responsável.

B) Juliana, em companhia de Gustavo, poderá ingressar em um badalado

bar do local, onde é realizado um show de música ao vivo no primeiro piso e há um salão de jogos de bilhar no segundo piso.

C) Juliana, por ser adolescente e estar em companhia de Gustavo, maior

de idade, poderá se hospedar no local livremente por eles escolhido,

independentemente de portar ou não autorização de seus pais. D) Juliana poderá se hospedar em hotel, motel, pensão ou

estabelecimento congênere, assim como poderá ingressar em local que

explore jogos de bilhar, se portar expressa autorização dos seus pais ou

responsável.

7 - (VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) A Convenção sobre os Direitos

da Criança estabelece que os Estados‐partes reconheçam a importância

da função exercida pelos órgãos de comunicação social, devendo

assegurar o acesso da criança à informação. Do mesmo modo o Estatuto

da Criança e do Adolescente assegura que a informação é um direito da

criança e do adolescente. Acerca da política de informação envolvendo

menores, assinale a afirmativa correta. A) No que concerne às Medidas Específicas de Proteção, é incabível,

qualquer que seja o estágio de compreensão da criança, prestar‐lhe

informações sobre os motivos que determinam a intervenção, o que será

informado apenas aos pais e responsáveis.

B) Deve haver o encorajamento dos órgãos de comunicação social a levar

em conta as necessidades linguísticas das crianças indígenas ou que pertençam a um grupo minoritário.

C) Os proprietários das lojas que explorem a locação de fitas de

programação respondem pela falta de informação no invólocro sobre a

natureza da obra e faixa etária a que se destinam, isentando os

funcionários e gerentes. D) A criança tem direito à liberdade de expressão, que compreende,

inclusive, liberdade de procurar, receber e expandir informações e ideias,

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sem restrições, de forma oral ou por qualquer outro meio à escolha da

criança.

8 - (Secretaria de Educação MG/2011) As regras do ECA podem ser

aplicadas:

a) apenas às crianças e aos adolescentes. b) apenas às crianças e, excepcionalmente, aos adolescentes.

c) às crianças e adolescentes, mas nunca aos adultos.

d) excepcionalmente, aos adultos com idade entre 18 e 21 anos

9 – (Defensoria Pública SP/2009) Age FORA de suas atribuições legais o

Conselho Tutelar que

a) aplica, ao adolescente, medida específica de proteção de abrigo em entidade.

b) entrega criança a seu responsável mediante termo de guarda

provisória.

c) fiscaliza entidade que executa programa em regime de internação.

d) aplica medida de advertência a pais ou responsável. e) aplica medida à criança autora de ato infracional grave.

10 - (Escola da Magistratura SC/2007) São atribuições do Conselho

Tutelar:

I. Delegar à autoridade policial ou administrativa competente, nos casos

de ato infracional, a execução das medidas cabíveis.

II. Atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 a 105 do ECA, aplicando as medidas previstas nos art. 101, I a VII do

citado diploma legal.

III. Representar junto à autoridade judiciária nos casos de

descumprimento injustificado de suas deliberações.

IV. Encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente.

a) Só as proposições II, III e IV estão corretas.

b) Só a proposição II está incorreta. c) Só a proposição III está correta.

d) Todas as proposições estão corretas.

e) Todas as proposições estão incorretas.

1 – B, 2 – D, 3 –B, 4 – D, 5 – C, 6 – D, 7 - A, 8 - B, 9 - A, 10 - E

7. REFERÊNCIAS

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ALENCAR,Vitor. Observações acerca da decisão sobre prioridade absoluta

de crianças e adolescentes na corte suprema brasileira. Observatório da

Jurisdição Constitucional, Brasília: IDP, Ano 5, 2011/2012.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5

de outubro de 1988. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>

Acesso em 10 fev. 2012.

BRASIL. Lei Federal nº 4320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas

Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e

balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm>

Acesso em 15 fev. 2012.

BRASIL. Lei Federal nº 12594, de 18 de janeiro de 2012. Institui o

Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), regulamenta

a execução das medidas socioeducativas destinadas a adolescente que

pratique ato infracional. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-

2014/2012/Lei/L12594.htm> Acesso em 15 fev. 2012.

BRASIL, Lei Federal nº. 8069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o

Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Disponível

em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm> Acesso em

10 fev. 2012.

CONSELHO nacional dos direitos da criança e do adolescente. Dispõe

sobre os parâmetros para a institucionalização e fortalecimento do

Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente. Resolução

nº. 113, 2006.

CONSELHO nacional dos direitos da criança e do adolescente. Dispõe

sobre Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo. SINASE, 2006.

CONSELHO nacional dos direitos da criança e do adolescente. Dispõe

sobre os parâmetros para a criação e o funcionamento dos Fundos

Nacional, Estaduais e Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente

e dá outras providências. Resolução nº. 137, 2010.

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CONSELHO nacional dos direitos da criança e do adolescente. Dispõe

sobre os parâmetros para a criação e funcionamento dos Conselhos

Tutelares no Brasil e dá outras providências. Resolução nº. 139, 2010.

CONSELHO dos direitos da criança e do adolescente e Conselho Nacional

de Assistência Social. Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do

Direito de

Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. Resolução

conjunta, 2006.

Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança e do Adolescente.

São Paulo: ANCED, 2007.

NOGUEIRA Neto, Wanderlino. Garantia (promoção & proteção) dos

direitos humanos de crianças e adolescentes. Recife: UNICEF, 2009.

PINHEIRO, Ângela. Criança e Adolescente no Brasil: Porque o Abismo

entre a Lei e a Realidade. Fortaleza: Editora UFC, 2006.

Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República – SDH/PR.

Disponível em: <www.direitoshumanos.gov.br> Acesso em 10 fev. 2012.

STJ, Recurso Especial Nº 493.811 - SP (2002/0169619-5), Relatora:

Ministra Eliana Calmon, publicado no Diário da Justiça no dia 11 de

novembro de 2003.

VOLPI, Mário. Sem Liberdade, sem Direitos: a Privação de Liberdade na

Percepção do Adolescente. São Paulo: Cortez, 2001.

____________. O Adolescente e o Ato Infracional. 8ª ed. São Paulo:

Cortez, 2010.