estatuto da cidade. 1.competências urbanísticas 2.aspectos constitucionais 3.o estatuto da cidade...
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Estatuto da Cidade
1. Competências urbanísticas2. Aspectos constitucionais 3. O Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001) e suas
diretrizes gerais4. Instrumentos de política urbana 5. Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios da
Propriedade Urbana6. Instrumentos Tributários para a Implementação da
Política Urbana7. Desapropriação como instrumento de política urbana8. Usucapião especial
ÍNDICE DA AULA COMPLETA:
9. Direito de superfície10.Direito de preempção11.Outorga onerosa do Direito de construir12.Transferência do direito de construir13.Operação urbana consorciada14.Estudo de impacto de vizinhança15.Plano Diretor16.Gestão Democrática da Cidade17.Improbidade Administrativa
ÍNDICE DA AULA COMPLETA:
Considerações Iniciais
• Para Benevolo (1997), a cidade se forma quando as indústrias e os serviços já não são executados pelas pessoas que cultivam a terra, mas por outras que não têm esta obrigação, e que são mantidas pelas primeiras com o excedente do produto total.
• A cidade, desde a pré-história, é formada fundamentalmente pelos produtos e serviços que são oferecidos em determinado território por meio do trabalho de pessoas humanas mantidas por outras.
• Qual é o motivo que ensejou ao ordenamento urbano tratamento especial? A imensa e rápida urbanização pelas quais passou a sociedade brasileira foi uma das principais questões sociais experimentadas no país no século XX.
• Em 1960, a população urbana representava 44,7% da população total – contra 55,3% de população rural.
• Dez anos depois essa relação se invertera, com números quase idênticos: 55,9% de população urbana e 44,1% de população rural. No ano 2000, 81,2% da população brasileira vivia em cidades (Fiorillo, 2006).
• A urbanização vertiginosa, coincidindo com o fim de um período de acelerada expansão da economia brasileira, introduziu no território das cidades um novo e dramático significado: mais do que evocar progresso ou desenvolvimento, elas passam a retratar – e reproduzir – de forma paradigmática as injustiças e desigualdades da sociedade.
• Noutros países do mundo, as cidades se desenvolvem com a mesma velocidade ou ainda mais depressa, levando sempre a paralelos muito diferentes, com desigualdades enormes.
• As injustiças e desigualdades se apresentam no território das cidades sob várias morfologias, todas elas bastante conhecidas:
a) nas imensas diferenças entre as áreas centrais e as periféricas das regiões metropolitanas;
b) na ocupação precária do mangue em contraposição à alta qualidade dos bairros da orla nas cidades de estuário;
c) na eterna linha divisória entre o morro e o asfalto;
d) Nos edifícios projetados, planos urbanísticos, serviços públicos, ruas, parques, etc, de um lado e estabelecimentos irregulares, sem projetos, sem título, sem serviços básicos pré- instalados, etc. do outro lado; e
e) Em muitas outras variantes dessa cisão, presentes em cidades de diferentes tamanhos, diferentes perfis econômicos e regiões diversas.
• Hodiernamente, os estabelecimentos irregulares (marginais), crescem com muito maior velocidade do que os regulares, e abriga em muitos países a maior parte da população.
• Essa também é a realidade do Brasil, marcado pela necessidade de acomodar 176.000.000 de seres humanos, sendo que em algumas capitais do país existe mais de 1 milhão de pessoas (Fiorillo, 2006, p. 21 e 23).
• O crescimento da urbanização e a concentração das populações em grandes centros urbanos, leva a conflitos com o meio ambiente, principalmente ao se considerar as condições de vida das gerações futuras.
• Um dos fatores determinantes para o crescimento de conflitos é o fato de que o crescimento populacional ocorre de forma geométrica.
• Nessas concentrações urbanas, algumas necessidades são iminentes e essenciais, tais como água, saneamento básico, transporte, etc., razão porque se faz necessária a implantação de políticas de desenvolvimento urbano visando o pleno desenvolvimento das funções sociais e econômicas das cidades e a garantia do bem-estar de seus habitantes.
• Isso obriga o Brasil a considerar uma realidade no campo jurídico que tenha origem em regramento constitucional com vistas a superar as discriminações sociais, de forma a garantir a brasileiros e estrangeiros que aqui residem uma cidade que corresponda aos benéficos de um meio ambiente artificial cientificamente concebido.
• Não é mais aceitável a ideia originária do direito público e privado em que as cidades programadas são reservadas para a minoria e, ao mesmo tempo imposta como modelo inalcançável à maioria.
• Com o regramento constitucional, a cidade e suas duas realidades – estabelecimentos regulares e irregulares – passa a ter natureza jurídica ambiental, deixando de ser observada sob o enfoque de bem privado ou público e passa a ser estruturada a partir da disciplina jurídica do bem ambiental, com todos os benefícios e encargos a ele inerentes.
• Portanto, a partir de 1988, a cidade passa a obedecer ao comando constitucional no contexto dos parâmetros jurídicos adaptado ao final do século XX e início do XXI, obedecendo à denominada ordem urbanística.
• As bases constitucionais são ditadas de forma mediata pelo art. 225 da CF/88 e,
• De forma imediata pelos art. 182 e 183 da CF/88, retromencionados.
• O regramento atual vê as cidades não só em função de seu território, mas também em face de sua:
a) estrutura econômica (produtos e serviços que criam destinados a satisfazer as necessidades de consumo interno e externo);
b) relações de consumo; e
c) relações sociais que fundamentam juridicamente o piso vital mínimo disposto no art. 6o da CF/88 – in verbis, “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”, destacando-se as relações laborais.
• É nesse contexto jurídico constitucional do que significa uma cidade, com o conceito de ordem urbanística, associado à ordem econômica e social, que nasce o Estatuto da Cidade – Lei 10.257/2001.
• Com ele inverte-se a lógica tradicional de “adaptar o homem ao território e a cidade” passando a “condicionar o território e a cidade à dignidade da pessoa humana”.
Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001)
Instrumentos de política urbana
Art. 4o do EC
• O art. 182, § 4º da CF/88 da ao Poder Público Municipal a faculdade de, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, utilizar-se de determinados instrumentos para fazer com que o proprietário do imóvel urbano promova o seu adequado aproveitamento (em solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado), permitindo:
a) parcelamento ou edificação compulsórios;b) imposto sobre a propriedade predial e territorial
urbana progressivo no tempo;c) desapropriação com pagamento mediante títulos da
dívida pública.
• Objetivo: a) obrigar o proprietário a um comportamento
positivo de promover uma destinação concreta para a sua propriedade.
b) impedir e inibir o processo de especulação imobiliária;
c) Garantir a função social, com a intervenção do Poder Público.
• Requisitos para aplicação dos instrumentos: a) Que a propriedade urbana que não atenda a função
social seja integrante de área definida no Plano Diretor como sujeita à aplicação dos instrumentos;
b) Que seja instituído o plano urbanístico local (lei municipal específica); dispondo sobre as exigências concretas para a propriedade urbana atender sua função social, bem como sobre o procedimento e o prazo para o cumprimento das exigências;
c) Que haja lei federal (lei federal de desenvolvimento urbano) dispondo sobre a regulamentação dos referidos instrumentos .
• O EC, trata dos instrumentos em seu artigo 4º e seguintes.
Parcelamento, Edificação ou Utilização
Compulsórios da Propriedade Urbana artigos 5º e 6º do EC
• Parcelamento ou Edificação Compulsórios são instrumentos urbanísticos a serem utilizados pelo Poder Público municipal, (mediante Lei municipal específica para área incluída no Plano Diretor ) que condicionam o proprietário a um comportamento positivo, de utilizar, de construir, de parcelar, de eliminar a subutilização, de forma a assegurar o uso social da propriedade.
• Esta obrigação pode ser: a) o parcelamento de uma área urbana
subutilizada ou não utilizada, com a qual o proprietário está se beneficiando do processo de especulação imobiliária; ou
b) a edificação de uma área urbana não edificada, visando o uso máximo do potencial construtivo e de uso da propriedade.
• Lei deve fixar:a) a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser
aplicado o parcelamento, edificação ou utilização compulsória;
b) as exigências concretas para a propriedade urbana atender sua função social, (critérios para ser considerada sub utilizada...)
c) o procedimento (pode ser por consorcio que edifique e dê ao proprietário alguns imóveis em troca do terreno, basta este requerer justificadamente); e
d) o prazo para o cumprimento da obrigação de parcelar edificar ou utilizar (A notificação deve ser averbada no RGI e após o decurso dos prazos o PP pode aplicar o IPTU, ).
• Requisitos para a Aplicação do Instrumento:a) quais formas de uso, de ocupação; e b) quais atividades a área urbana delimitada no Plano
Diretor deve conter para atender os objetivos da política urbana.
Instrumentos Tributários para a Implementação da
Política Urbana art. 7º do EC
• O art. 7º, institui o tributo ambiental, em caso de descumprimento das condições e dos prazos previstos sobre parcelamento
• O IPTU progressivo no tempo, poderá ser aplicado como medida coercitiva (não sancionatória – neste caso geraria multa não cumprir).
• O IPTU progressivo no tempo, pode ter a alíquota majorada pelo prazo de 5 anos consecutivos (O valor da alíquota a ser aplicada a cada ano será fixado em Lei Municipal específica, não podendo exceder a 2 vezes o valor do ano anterior, sendo que a alíquota máxima é de 15% do valor do lançamento fiscal do imóvel, até que o proprietário cumpra com a obrigação).
• A progressividade do imposto predial territorial urbano pode ser: Fiscal (sua aplicação é independente da ocorrência dos pressupostos estabelecidos no art. 182, § 4º) e Extrafiscal: pressupõe que o proprietário de imóvel urbano não cumpra o prazo da obrigação, de parcelar ou edificar nos termos do plano urbanístico local. Relaciona-se com o art. 182, § 4º).
• Não tem finalidade arrecadatória e sim de mudar o comportamento do agente econômico (parcelar, edificar ou utilizar).
• No caso de a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não ser atendida em cinco anos, o Município manterá a cobrança pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação, ficando garantida, alternativamente, a prerrogativa de desapropriar o imóvel para fins de reforma urbana, sendo proibida a concessão de isenções ou de anistia relativas à tributação progressiva para os proprietários não cumpridores.
Desapropriação como instrumento de política
urbana art. 8º do EC
• Se o proprietário deixar o prazo para conferir a destinação social passar e também não o fizer durante os 5 anos de aplicação de IPTU o PP pode desapropriar, com pagamento da indenização feito por meio de títulos da dívida pública, resgatados no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais de seis por cento ao ano (diferente da indenização prevista no 5º, inciso XXIV CF, justa, prévia e em R$ - mas aceito em função da finalidade ambiental + isonomia e equidade quanto à destinação social).
• Os títulos não podem ser utilizados para pagamento de tributos e tarifas públicas.
• Base de cálculo = a mesma usada para cobrar IPTU (nem sempre coincide com o valor imobiliário).
• O Poder Público municipal, fica obrigado a proceder ao adequado aproveitamento do imóvel no prazo máximo de 5 anos, contado a partir da sua incorporação ao patrimônio público, de forma a concretizar a destinação social prevista.
• Isso pode ser feito diretamente ou por meio de alienação ou concessão a terceiros, respeitado o processo licitatório.
• Aquele que adquirir imóvel nessas condições passa a ter a obrigação anteriormente imposta pelo Poder Público.
Usucapião especial Art. 9º ao 14 do EC e 183
CF/88.
• O usucapião urbano também chamado usucapião ambiental é instrumento que reconhece o direito ao domínio àquele que possuir como sua área ou edificação urbana nas seguintes condições (requisitos):
a) tratar-se de área urbana privada (público não é usucapível (art. 183, § 3º e 191 CF/88);
b) Que tenha possuído como sua área ou edificação urbana de até 250 m²;
c) por 5 anos ininterruptamente e sem oposição;d) utilizando-a para a sua moradia ou de sua família;e) não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
• É vedado o reconhecimento deste direito a mesma pessoa mais de uma vez.
• O título pode ser concedido a homem, mulher ou a ambos, independentemente o estado civil.
• É possível reconhecer o direito do usucapião urbano coletivamente, mediante sentença judicial (onde o juiz atribuirá fração ideal de terreno para cada possuidor) que servirá de título para o registro no Cartório de Imóveis (independente do parcelamento e da edificação estar regularizada - artigo 55 do EC – isso altera o artigo 167, inciso I, da lei n° 6.015/73 que dispõe sobre os registros públicos).
• É possível a sucessão se o sucessor reside no imóvel à época de abertura da sucessão.
• São legitimados para promover ação coletiva de usucapião urbano:
a) Ativo: Os possuidores, individualmente, em litisconsorte ou em estado de composse e a associação de moradores da comunidade, regularmente constituída com personalidade jurídica (O possuidor pode, para o fim de contagem de prazo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas);
b) Passivo é o proprietário privado.
Direito de superfície(art. 21 a 24 do EC e 1.369 a
1.377 do CC
• O EC trata do direito de superfície dispondo que “o proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis”.
• Nascem dois direitos reais distintos e autônomos: a construção (edilícia) ou plantação (rústica, agrária, agrícola ou vegetal) do superficiário e o solo do proprietário.
• É atribuído ao superficiário o domínio útil, ficando o dono do solo com o domínio direto (só o direito de superfície é transferido para outras pessoas).
• Não é transferida a propriedade do terreno. • Aquilo que for construído pelo superficiário
torna-se sua propriedade, mas não lhe da o direito ao solo.
• Direito de lage???
• Pode ser utilizado para, por ex. fins de cancelamento de débitos tributários e conceder à Prefeitura para fins de construção de habitação recebendo em troca transferência do direito de construir; etc.
• Características da concessão da propriedade superficiária:
a) Pode ser gratuito ou oneroso;b) Por tempo determinado ou indeterminado;
c) É um direito transferível a terceiros e a herdeiros, nos termos do contrato original;
d) É um direito resolúvel, já que, uma vez cessada a concessão, o titular do domínio pleno adquire a res superficiaria, independentemente de indenização se não foi convencionado diferentemente.
• O superficiário responde integralmente pelos encargos e tributos que incidirem sobre a propriedade superficiária.
• Em caso de alienação do terreno, ou do direito de superfície, o superficiário e o proprietário, respectivamente, terão direito de preferência, em igualdade de condições à oferta de terceiros.
• O direito de superfície se extingue:a)pelo advento do termo;b)pelo descumprimento das obrigações
contratuais assumidas pelo superficiário.c) Também pode se extinguir antes do advento do
termo se o superficiário der ao terreno destinação diversa daquela para a qual foi concedida.
Direito de preempçãoart. 26 a 27 do EC
• O direito de preempção confere ao Poder Público municipal preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares, quando a área estiver enquadrada numa das finalidades relacionadas como passíveis do exercício do direito de preferência, como por ex.:
a) regularização fundiária;b) execução de programas e projetos habitacionais de
interesse social;c) constituição de reserva fundiária;
c) ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
d) implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
e) criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
f) criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental;
g) proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico.
• Procedimento:
• O proprietário notifica o Município da sua intenção de alienar o imóvel, anexando proposta da compra por terceiro interessado na aquisição do imóvel (preço, prazo e validade) para que o Município, no prazo máximo de 30 dias, manifeste por escrito seu interesse em comprá-lo.
• No silêncio do Município, o proprietário poderá realizar a venda ao terceiro (vinculada à proposta apresentada, sendo nula de pleno direito se feita de forma diversa, neste caso o PP pode adquirir pelo valor da base de cálculo do IPTU).
Outorga onerosa do Direito de construir
Art. 28 a 31 do EC
• A outorga onerosa do direito de construir, é instrumento que amplia o direito de construir, que poderá ser exercido acima do coeficiente de aproveitamento básico adotado (Pode ser igual em toda a área urbana ou distinta conforme as especificidades da zona urbana), bem como permite a alteração do uso do solo, sempre mediante contrapartida.
• O plano diretor definirá os limites máximos a serem atingidos pelos coeficientes de aproveitamento, considerando: a proporcionalidade entre a infra-estrutura existente; e o aumento de densidade esperada em cada área.
• Lei municipal específica estabelecerá: a fórmula de cálculo para a cobrança; os casos passíveis de isenção do pagamento da outorga; a contrapartida do beneficiário.
• Os valores arrecadados devem ser utilizados para dar efetividade aos diferentes objetivos descritos nos incisos I a VIII do art. 26 do EC, em decorrência do direito de preempção.
Transferência do direito de construir
Art. 35 do EC
• Lei municipal, baseada no plano diretor, poderá autorizar o proprietário de imóvel urbano, privado ou público, a exercer em outro local (exercer pessoalmente), ou alienar (para terceiro construir), mediante escritura pública, o direito de construir previsto no plano diretor ou em legislação urbanística dele decorrente, quando o referido imóvel for considerado necessário para fins de:
a) implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
b) preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico, ambiental, paisagístico, social ou cultural;
c) servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda e habitação de interesse social.
• Preserva os imóveis ou áreas de importante valor histórico ou ambiental e compensa os proprietários pela impossibilidade de usufruir do coeficiente previsto para a região.
• O proprietário pode construir ou vender para outro construir (transferir) se o proprietário participar de algum programa de preservação elaborado em conjunto com o poder público ou elaborado pelo setor privado e aprovado pelo ente técnico responsável.
• O proprietário também poderá se utilizar do instrumento se doar ao poder públicos imóvel, ou parte dele, para as finalidades previstas neste tópico.
• Cabe ao Poder Público:a) Definir claramente as condições de transferência; b) listar ou cadastrar os imóveis possíveis de aplicação do
instrumento;c) Estabelecer critérios de transferência (preço, etc.);d) Mediar as negociações dos particulares;e) Formular planos de preservação para que as metas
sejam executadas;f) Acompanhar e monitorar os imóveis preservados.
Operação urbana consorciadaArt. 32 a 34
• O EC dispõe que Lei municipal poderá autorizar áreas para aplicação de operações consorciadas, que se entende como um conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental.
• Em suma, as operações urbanas articulam um conjunto de intervenções, coordenadas pela prefeitura e definidas em lei municipal, em que se recortam da ordenação geral do uso e ocupação do solo um conjunto de quadras e se definem para estas um projeto de estrutura fundiária, potencial imobiliário, formas de ocupação do solo e distribuição de usos distintas da situação presente deste setor e das regras gerais de uso e ocupação do solo vigentes para este.
Estudo de impacto de vizinhança
Art. 36 a 38 do EC
• O EIV é um estudo prévio necessário para obtenção de licenças ou autorizações de construção, ampliação ou funcionamento, cabendo ao poder público a sua exigência.
• É um conjunto de estudos preliminares sócio-econômico-ambiental, que apresenta relatório, planos de recuperação, projeto de controle, diagnóstico ambiental, análise preliminar de risco, etc, às custas do empreendedor, ou seja, é instrumento preventivo (apura as condições que o ambiente ficará, caso o empreendimentos seja realizado e propõe medidas mitigadoras), ao qual deve ser dado publicidade.
• O EIV analisa, por ex. (não substituí o EIA): adensamento populacional; uso e ocupação do solo; valorização imobiliária; geração de tráfego e demanda por transporte público; ventilação e iluminação; etc.
Plano DiretorArt. 39 a 42 do EC
• A política de desenvolvimento urbano é traçada pelo plano diretor, que é criado por lei municipal e dispõe sobre diretrizes e estratégias para o desenvolvimento urbano e econômico das cidades e orienta os investimentos públicos.
• O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana. É um plano urbanístico auto-aplicável, que planeja a gestão das cidades (zoneando-a comercial, residencial, industrial, regras sobre preempção, coeficiente de construção, alteração de uso, etc.) e deve ser revisto a cada 10 anos.
• A ele é reservada a definição da função social da propriedade e a delimitação das áreas subutilizadas, sujeitas a parcelamento e edificação compulsórios, utilização extra-fiscal do IPTU e desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública (§§ 2º e 4º do art. 182).
• A participação popular deve ser garantida pela administração no processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de sua implementação (audiência pública, publicidade, acesso à informação).
• É obrigatório para cidades (prazo venceu em 10/10/2006 :
a) com mais de 20.000 habitantes (182, § 1º CF/88);b) integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações
urbanas;
c) onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os instrumentos constitucionalmente, quais sejam: o parcelamento ou edificação compulsórios; IPTU progressivo e a desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública;
d) integrantes de áreas de especial interesse turístico; e) inseridas na área de influência de
empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional.
Gestão Democrática da Cidade
Art. 43 a 45
• O Estatuto da cidade incorpora a gestão democrática como uma diretriz geral da política urbana, por meio do inciso II, do artigo 2° e artigos 43 a 45.
• A ideia é trabalhar com modelos de gestão do interesse público, em que o papel do cidadão é valorizado como colaborador, co-gestor, prestador e fiscalizador das atividades da Administração Pública (exercício da cidadania).
• Parte-se da concepção de que para reverter o quadro da desigualdade social, o controle da Administração Pública, da gestão das políticas públicas, da destinação e utilização dos recursos públicos, de medidas que priorizem investimentos na área social, deve ser efetuado pelas instituições que representam o cidadão, com base no sistema da democracia representativa, ou de forma direta com base no sistema da democracia participativa ou direta (debates, audiências e consultas públicas).
• Com vistas a garantir a gestão democrática, o EC dispõe que devem ser utilizados os seguintes instrumentos:
a) órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, estadual e municipal (pode ser composto pelo Poder Público, proprietários, moradores, usuários e os investidores privados e o MP);
b) debates, audiências e consultas públicas; c) conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos
níveis nacional, estadual e municipal; d) iniciativa popular de projeto de lei e de planos,
programas e projetos de desenvolvimento urbano.
Improbidade administrativa – art. 52 do EC
• Sem prejuízo da punição de outros agentes públicos envolvidos e da aplicação de outras sanções cabíveis, o Prefeito incorre em improbidade administrativa, nos termos da Lei 8.429/92, quando:
a) deixar de proceder, no prazo de cinco anos, o adequado aproveitamento do imóvel incorporado ao patrimônio público, conforme o disposto no § 4o do art. 8o do EC;
b) utilizar áreas obtidas por meio do direito de preempção em desacordo com o disposto no art. 26 desta Lei;
c) aplicar os recursos auferidos com a outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso fora dos casos do exercício da preempção;
d) aplicar os recursos auferidos com operações consorciadas em outros locais que não o do consórcio;
e) impedir ou deixar de garantir a participação popular e a publicidade;
f) deixar de tomar as providências necessárias para garantir a observância do disposto no § 3o
do art. 40 (EIV) e no art. 50 (implementar PD) do EC;
g) adquirir imóvel objeto de direito de preempção, pelo valor da proposta apresentada, se este for, comprovadamente, superior ao de mercado.
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Tribunais, 2007.• PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de direito civil, v.1. Rio de Janeiro: Forense. 2004.• POLETTI, Ronaldo. Introdução ao Direito. 4. ed., São Paulo: Saraiva, 2010..• PRADO, Luiz Regis. Curso de direito penal brasileiro. 11. ed. São Paulo : RT, 2007, v. 2.• REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 27.ed São Paulo: Saraiva, 2006.• REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 1977, v. 1 e 2.• RUSSOMANO, Mozart Victor. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2005.• SELL, Carlos Eduardo. Sociologia Clássica . Itajai: EdUnivali, 2002• VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil (Parte Geral), v.1 – 3 ed. São Paulo: Atlas. 2003.
REFERÊNCIAS
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autoria. Este material se destina para fins de estudo e não se encontra completamente atualizado.
• _________________Obrigado pela atenção!!
• Acimarney C. S. Freitas – Advogado – OAB-BA Nº 30.553
• Professor de Direito do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA – campus de Vitória da Conquista
• Diretor do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA – campus de Brumado.
• Bacharel em Teologia
• Especialista em Direito Educacional - FTC
• Especialista em Educação Profissional e de Jovens e Adultos - IFBA
• Mestrando em Filosofia - UFSC
Email: [email protected]
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FIM