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Estado e Desenvolvimento Econômico no Brasil Contemporâneo DAESHR005- 13SB/DBESHR005- 13SB/NAESHR005- 13SB (4-0-4) Professor Dr. Demétrio G. C. de Toledo – BRI [email protected] UFABC – 2017.II (Ano 2 do Golpe) Aula 5 3ª-feira, 13 de junho

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Estado e Desenvolvimento Econômico

no Brasil ContemporâneoDAESHR005- 13SB/DBESHR005- 13SB/NAESHR005- 13SB

(4-0-4)

Professor Dr. Demétrio G. C. de Toledo – BRI

[email protected]

UFABC – 2017.II

(Ano 2 do Golpe)

Aula 5

3ª-feira, 13 de junho

Blog da disciplina:

https://edebcufabc.wordpress.com/

No blog você encontrará todos os materiais do curso:

• Programa

• Textos obrigatórios e complementares

• ppt das aulas

• Links para sites, blogs, vídeos, podcasts, artigos e outros materiais de interesse

Para falar com o professor:

• São Bernardo, sala 322, Bloco Delta, 3as-feiras, 19-20h, e 5as-feiras, das 15-16h (é só chegar)

• Atendimentos fora desses horários, combinar por email com oprofessor: [email protected]

Módulo I:

Aula 5 (3ª-feira, 13 de junho): Industrialização porsubstituição de importações

Texto obrigatório:

BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos (1981) “Substituição deimportações e Estado populista”, p. 116-130.

Texto complementar:

TAVARES, Maria da Conceição. (1983) “Cap. II: O caso doBrasil”, p. 59-124.

DRAIBE, Sônia (2004) “Cap. 2: O governo Dutra: a direçãoconservadora e a neutralização da ação econômica estatal”, p.125-159.

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Industrialização

por

substituição de importações

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• A tese da industrialização por substituição deimportações (ISI) é uma das bases da interpretaçãocepalina sobre o desenvolvimento (e osubdesenvolvimento) da América Latina.

• Lembremos que quando falamos em Cepal epensamento cepalino estamos no mais das vezes nosreferindo a interpretações sobre processos cujoespaço político-geográfico é a América Latina em suacondição periférica no sistema capitalista mundial.

• Algumas autoras e autores usam também a expressãoprocesso de substituição de importações e arespectiva sigla (PSI).

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• Primeiro proposta por Raúl Prebisch, a tese daindustrialização por substituição de importações foitambém adotada e desenvolvida por Celso Furtado eMaria da Conceição Tavares, gozando de largaaceitação entre autoras e autores de diferentesextrações teóricas, constituindo desde a década de1960 uma interpretação em grande medida consensualsobre os processos de desenvolvimento (esubdesenvolvimento) da América Latina.

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• Definição geral de industrialização por substituição deimportações: processo de desenvolvimento (esubdesenvolvimento) característico da AméricaLatina entre as décadas de 1930 e 1960 que consistiuna acelerada industrialização (com especialização eheterogeneidade estrutural) das nações da região emconsequência dos choques externos das décadas de1920 e 1930.

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• Na interpretação de Celso Furtado (1958/1999), aindustrialização por substituição de importaçõesresulta do “deslocamento do centro dinâmico daeconomia brasileira” da produção para o mercadoexterno (setor primário-exportador) para a produçãopara o mercado interno resultando no processo deindustrialização por substituição de importações.

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• Para Furtado (1958/1999), o processo é causado pelodesequilíbrio externo gerado nas economias primário-exportadoras latino-americanas pela crise de 1929 e aGrande Depressão e pelos efeitos intencionais e não-intencionais da política de proteção da economiacafeeira, que teria sustentado a demanda interna,com isso fornecendo as bases para o processo deindustrialização por substituição de importações

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• Maria da Conceição Tavares (1972) também segueFurtado e o pensamento cepalino de modo mais geral(ela própria trabalhou na Cepal em Santiago do Chilepor mais de uma década a partir de 1961) ao apontarque “a importância das exportações como principaldeterminante (exógeno) do crescimento foisubstituída pela variável endógena investimento (...).O setor externo não deixou de desempenhar papelrelevante em nossos países (...) a sua contribuiçãopassou a ser decisiva no processo de diversificação daestrutura produtiva, mediante importações deequipamentos e bens intermediários.” (1972: 34)

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• Também para Maria da Conceição Tavares (1972), “de1914 a 1945 as economias latino-americanas foramsendo abaladas por crises sucessivas no comércioexterior decorrente de um total de 20 anos de guerrae/ou depressão. A crise prolongada dos anos trinta,no entanto, pode ser encarada como o ponto críticoda ruptura do funcionamento do modelo primário-exportador.” (1972: 32).

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• Segundo Tavares (1972), “a violenta queda na receitade exportação acarretou de imediato uma diminuiçãode cerca de 50% na capacidade para importar damaior parte dos países da América Latina, a qualdepois da recuperação não voltou em geral, aos níveisda pré-crise. (...) A profundidade do desequilíbrioexterno fez com que a maior parte dos governosadotasse uma série de medidas tendentes a defendero mercado interno dos efeitos da crise no mercadointernacional.” (1972: 32-33)

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• Maria da Conceição Tavares (1972) avançaria aindamais na explicação da industrialização por substituiçãode importações conforme interpretada por Prebisch eFurtado, desenvolvendo um modelo do processo deISI que é até hoje considerado a principalinterpretação sobre a ISI.

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• Segundo Tavares (1972), o processo de industrializaçãopor substituição de importações - então (década de1930) um “novo modelo de desenvolvimento daAmérica Latina” - era parcial e fechado.

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• Parcial porque “as transformações da estruturaprodutiva circunscreveram-se, praticamente, ao setorindustrial e atividades conexas sem modificar demodo sensível a condição do setor primário, inclusiveas atividades tradicionais de exportação”. (Tavares1972: 34)

• Fechado porque “os novos setores dinâmicosaparecem e se expandem no âmbito restrito dosmercados nacionais. (...) A mudança na divisão dotrabalho social (...) não foi acompanhada de umatransformação equivalente na divisão internacionaldo trabalho.” (Tavares 1972: 35)

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• “Em suma, o ‘processo de substituição dasimportações’ pode ser entendido como um processode desenvolvimento ‘parcial’ e ‘fechado’ que,respondendo às restrições do comércio exterior,procurou repetir aceleradamente, em condiçõeshistóricas distintas, a experiência de industrializaçãodos países desenvolvidos”. (Tavares 1972: 35)

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• O modelo do processo de ISI/PSI de Tavares, que elageneralizou para a experiência histórica da AméricaLatina, consiste na alternância de eventos deestrangulamento externo (ESEX) que resultam emindustrialização por substituição de importações (ISI)que por sua vez vão gerar estrangulamento externo(ISI) até o ciclo se esgotar por constrangimentosrelativos à a) dimensão e estrutura dos mercadosnacionais, b) à natureza da evolução tecnológica e c)à constelação de recursos produtivos.

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• Sequência do processo:

– Estrangulamento externo;

– Proteção do mercado interno;

– Aumento dos investimentos em industriassubstitutivas;

– Novos investimentos em indústrias substitutivasdemandam importações de bens intermediários ede capital (demanda por divisas);

– Novo estrangulamento externo (motor doprocesso).

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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A economia vai se tornando quantitativamente menosdependente e muda qualitativamente a naturezadessa dependência.

O processo, que se inicia de modo espontâneo(industrialização espontânea), é dinamizado peloaprofundamento do planejamento e intervençãoestatal, pois havia a necessidade de se aproveitar aomáximo os recursos internos existentes.

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Industrialização por etapas:

a. Bens de consumo não duráveis: têxteis, calçados,alimentos, bebidas etc.

b. Bens de consumo duráveis: eletrodomésticos,automóveis etc;

c. Bens intermediários: ferro, aço, cimento, petróleo,químicos etc;

d. Bens de capital: máquinas, equipamentos etc.

Duas formas de industrializar: sequencial - um setordepois do outro - ou paralela - construir diferentessetores ao mesmo tempo (interdependência desetores).

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• Em relação à sequência de setores industriais ao longodo processo de industrialização por substituição deimportações, Tavares afirma que “nas condições domodelo de substituição de importações, épraticamente impossível que o processo deindustrialização se dê da base para o vértice dapirâmide produtiva, isto é, partindo dos bens deconsumo menos elaborados e progredindo lentamenteaté atingir os bens de capital. É necessário (...) que o‘edifício’ seja construído em vários andaressimultaneamente, mudando apenas o grau deconcentração em cada um deles de período paraperíodo”. (Tavares 1972: 46)

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• Condicionantes do processo de industrialização porsubstituição de importações:

– A dimensão e a estrutura dos mercadosnacionais: concentração de capitais edistribuição de renda;

– A natureza da evolução tecnológica:dependência de tecnologias capital intensivas;

– A constelação de recursos produtivos: energiae outros bens que não abundam no país.

Industrialização por substituição de importações (ISI)

• Principais dificuldades do ISI:

– A. Tendências ao desequilíbrio externo:

– A política cambial transferia divisas daagricultura para a indústria (confisco cambial);

– Indústria sem competitividade externa devidoao protecionismo;

– Elevada demanda por importações devido aoinvestimento industrial e ao aumento darenda.

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• Principais dificuldades do ISI:

– B. Aumento da participação do Estado:

– Adequação do arcabouço institucional àindústria;

– Criação da infra-estrutura básica;

– Fornecimento dos insumos básicos;

– Captação e distribuição de poupança.

– Problema (?): necessidade de capacidade deplanejamento e financiamento crescentes.

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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Como o Estado se financiava?

– Poupanças compulsórias, por exemplo, atravésdos recursos da recém criada previdênciasocial;

– Dos ganhos de arbitragem do mercadomúltiplo de câmbio;

– Financiamento inflacionário (emissãomonetária);

– Endividamento externo.

Industrialização por substituição de importações (ISI)

• Principais dificuldades do ISI:

– C. Aumento do grau de concentração de renda:

– Êxodo rural;

– Investimento industrial capital intensivo:

– Desequilíbrio no mercado de trabalho: excesso deoferta da mão de obra pouco qualificada e baixossalários, o inverso ocorrendo no mercado de mãode obra qualificada.

– O protecionismo e a concentração industrialpermitiam preços elevados e altas margens delucro para as indústrias.

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Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• Principais dificuldades do ISI:

– D. Escassez de fontes de financiamento “outras”:

– Quase inexistência do sistema financeiro, emdecorrência principalmente da “Lei da Usura”.

– Ausência de uma reforma tributária amplaapesar das mudanças ocorridas na economiabrasileira.

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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O papel da agricultura na industrialização:

– Liberação da mão-de-obra (modelo de doissetores de Lewis);

– Fornecimento de alimentos e matérias-primas;

– Transferência de capital (imposto sobre asdivisas);

– Geração de divisas;

– Mercado consumidor.

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• Críticas ao processo:

– Contradição do processo: ISI não implicou emmenor dependência das importações ouautarquia, pois tendia a elevar demanda denovos bens, em especial bens de capital;

– Portanto, o processo de ISI não foi acompanhadode uma transformação histórica do processo dedivisão internacional do trabalho pois nãomudou as especializações das economiasindustrializadas e das subdesenvolvidas nointercâmbio mundial.

Industrialização por substituição de importações (ISI)

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• Críticas ao processo:

– Problema do emprego: elevado desempregoestrutural de mão de obra pouco qualificada,tecnologia capital intensiva. Mudanças ocasionaiscom obras públicas (construção de Brasília, porexemplo).

– No fundo não internalizou a produção de bensintensivos em tecnologia nem levou àautonomia tecnológica.

Substituição de importações e Estado Populista (Bresser-Pereira, 1981)

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• “O Estado Populista é fruto do colapso do EstadoOligárquico Mercantil. Surge quando a velhaoligarquia agrário-mercantil entra em decadênciaeconômica e política e nenhuma outra classe oufração de classe tem condição de, sozinha, assumir opapel de classe dirigente. (...) Nenhuma das classes oufrações de classe, todavia, tem condições de assumir ocontrole do Estado por sua própria conta.” (Bresser-Pereira, 1981: 81)

Substituição de importações e Estado Populista (Bresser-Pereira, 1981)

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• “Define-se o Estado Populista como o resultado de umpacto social. (...) O pacto social populista reúne as novasclasses em ascensão – a burguesia industrial, os estratosmédios urbanos, os operários industriais e os setoresagrário-mercantis menos comprometidos com o modeloprimário-exportador. É em princípio excluído desse pactoo setor da burguesia agrário-mercantil mais envolvidonos negócios de exportação. Não só é esse grupo queperde o poder com o fim do Estado OligárquicoMercantil, mas também é dele que deverá ser transferidaa maior parte da renda necessária para aindustrialização.” (Bresser-Pereira, 1981: 82)

Substituição de importações e Estado Populista (Bresser-Pereira, 1981)

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• “O Estado Populista é antes de tudo um Estadoburguês. O fato de a burguesia estar dividida, o fato deas classes populares serem chamadas a participar doprocesso político não devem obscurecer esse fatobásico. O Estado Populista é na verdade oinstrumento por excelência para a implantação docapitalismo industrial nos países periféricos.”(Bresser-Pereira, 1981: 82)

Substituição de importações e Estado Populista (Bresser-Pereira, 1981)

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• “No Estado populista as massas têm pela primeira veza oportunidade de participar do processo político. (...)Em consequência dessa participação, os trabalhadores,especialmente os trabalhadores urbanos, recebemalgumas vantagens. Seus salários aumentam, aindaque tendam a crescer menos que a produtividade. Umalegislação trabalhista é definida, a qual, ao mesmotempo que concede certos benefícios aostrabalhadores, serve para regulamentar e controlar omercado de trabalho capitalista. O processo deconcentração de renda, embora ocorra, é limitado(...).” (Bresser-Pereira, 1981: 82-83)

Substituição de importações e Estado Populista (Bresser-Pereira, 1981)

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• “Bem ou mal, o Estado Populista na América Latina éo responsável, ou mais precisamente, o resultado deuma revolução política. (...) Para legitimar essarevolução política o Estado Populista torna-se veículode uma ideologia sob muitos aspectos progressista.Os traços básicos dessa ideologia são o industrialismo,o nacionalismo, o antiliberalismo econômico, odesenvolvimentismo, a afirmação da inexistência deconflitos profundos de classe e a tese da burguesianacional.” (Bresser-Pereira, 1981: 83)

Substituição de importações e Estado Populista (Bresser-Pereira, 1981)

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• “Da mesma forma que o modelo de substituição deimportações é eminentemente transitório (...), oEstado Populista também é um momento entre oEstado Oligárquico Mercantil e o EstadoTecnoburocrático-capitalista Dependente. (...) Emoutras palavras, no final do processo, o modelo desubstituição de importações foi substituído pelomodelo de subdesenvolvimento industrializado; nolugar do Estado Populista está surgindo um EstadoTecnoburocrático-capitalista Dependente.” (Bresser-Pereira, 1981: 85-86)

Substituição de importações e Estado Populista (Bresser-Pereira, 1981)

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• “O modelo de substituição de importações esgotou-se (...) porque já havia desenvolvido plenamentetodas as suas virtualidades, porque reduzira aomínimo possível para cada país o coeficiente deimportações, porque substituíra todos os bens que osrespectivos mercado internos eram capazes deabsorver, porque desafiara até o limite a lei dasvantagens comparativas do comércio internacional e aexistência de economias de escala na produçãoindustrial.” (Bresser-Pereira, 1981: 87)

Substituição de importações e Estado Populista (Bresser-Pereira, 1981)

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• “O populismo, por sua vez, entra em colapso mais oumenos na mesma época, à medida que o pacto socialpopulista torna-se inviável ou desinteressante para asclasses que dele participam. O pacto social ou osesquemas de frente única eram necessários ou viáveisquando a burguesia estava dividida, quando aoligarquia agrário-mercantil e a burguesia industrialtinham interesses diversos. Com a consolidação daindústria substitutiva de importações e a decadênciadefinitiva da velha economia primário-exportadora,esse conflito perde sentido.” (Bresser-Pereira, 1981:88)

Substituição de importações e Estado Populista (Bresser-Pereira, 1981)

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• “(...) Outros fatos explicam a crescente inviabilidadeda aliança das esquerdas com a burguesia industrial.Esse pacto só seria viável enquanto a consciência declasse fosse muito limitada. À medida que aconsciência política, principalmente dostrabalhadores urbanos, faz progressos, que osindicalismo ganha certo grau de autonomia emrelação ao Estado que o controla, que os grupospolíticos de esquerda começam a organizar-se e adefinir uma ideologia mais coerente os esquemas defrente única tornam-se inviáveis. Depois da SegundaGuerra Mundial e especialmente nos anos cinquentatodos esses fatos novos ocorrem.” (Bresser-Pereira,1981: 881)

Substituição de importações e Estado Populista (Bresser-Pereira, 1981)

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• “O Estado Populista, embora fosse um Estadoburguês, não lograra estabelecer uma burguesiapoliticamente estruturada. A burguesia agrário-mercantil foi politicamente forte no passado. A novaburguesia industrial jamais consegue firmar-sepoliticamente, jamais consegue definir um projetopolítico próprio, jamais consegue agir politicamente deforma autônoma. (...). Em qualquer hipótese, o certo éque a burguesia, que em sua qualidade de classedominante deveria assumir a direção política doEstado, revela-se sempre particularmenteincompetente para desempenhar essa missão.”(Bresser-Pereira, 1981: 89)

Substituição de importações e Estado Populista (Bresser-Pereira, 1981)

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• “Por outro lado, ao nível do Estado desenvolvera-se nostrinta ou quarenta anos de vigência do Estado populistauma tecnoburocracia civil e militar cada vez maisorganizada e capaz. Estava aberto o caminho para aemergência do Estado Tecnoburocrático-capitalista, aomesmo tempo que o esgotamento do modelo desubstituição de importações permitia a definição de umnovo modelo de subdesenvolvimento – osubdesenvolvimento industrializado. Este modeloemerge durante a segunda fase do modelo desubstituição de importações, quando o setor modernoda economia é implantado” (Bresser-Pereira, 1981: 89-90)

Para pensar...

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1. Segundo Bresser-Pereira (1981), o Estado Populistana América Latina caracteriza-se por um conjunto deideologias sob muitos aspectos progressistas ecorrelacionadas. Quais são essas ideologias? Quais osprincipais traços de cada uma delas?

2. De acordo com Bresser-Pereira (1981), quais foramas razões que levaram ao esgotamento do modelo desubstituição de importações?