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Estado de Mato Grosso Centro de Processamento de Dados de Mato Grosso Diretoria de Gestão de Tecnologia da Informação 1 JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO PROCESSO Nº. 009.431/2014 PREGÃO Nº. 003/2014/CEPROMAT OBJETO: REGISTRO DE PREÇOS PARA EVENTUAL CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO E MANUTENÇÃO DE SISTEMAS, EM REGIME DE FABRICA DE SOFTWARE, VISANDO ATENDER A SEDUC, SEDTUR, SECITEC, SEC, FAPEMAT, SEEL, SEPLAN, SESP, SEMA, SEFAZ E CEPROMAT, POR UM PERIODO DE 12 (DOZE) MESES, CONFORME ESPECIFICAÇÕES E CONDIÇÕES CONTIDAS NESTE EDITAL E ANEXOS. O CENTRO DE PROCESSAMENTO DE DADOS DE MATO GROSSO - CEPROMAT, neste ato representado por seu Pregoeiro, designado pela PORTARIA n. º 026/2014/CEPROMAT, de 24 de janeiro de 2014, publicado no diário oficial de 03 de fevereiro de 2014, vem em razão do RECURSO INTERPOSTO pela: ÁBACO TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO LTDA, inscrita no CNPJ: 37.432.689/0001-33, sediada na Rua Barão de Melgaço, nº 3726, 1º andar, Centro Norte CEP: 78005-300 Cuiabá-MT, Contra decisão deste Pregoeiro que declarou habilitadas as empresas: - SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA para os LOTES 01 e 02, inscrita no CNPJ sob o nº 12.023.465/0001- 47, com sede à Rua Frederico Simões, nº 125, Ed. Liz Empresarial, 7º andar Caminhos das Árvores Salvador-BA, CEP: 41820-774; - CPM BRAXIS S.A. para o LOTE 03, inscrita no CNPJ sob o nº 65.599.953/0001-63, com sede à Alameda Araguaia, nº 1930 Alphaville CEP: 06455-000; - FREIRE INFORMÁTICA LTDA para o LOTE 04, inscrito no CNPJ sob o nº 01.210.562/0001-22, com sede à Rua André Luiz Ribeiro da Fonte, nº 25, Edf. Mediterrâneo Trade & Medical, Sala 312, Bairro: Centro, Lauro de Freitas-BA, CEP: 42700-000, na sessão pública realizada no dia 24 de abril de 2014 do Pregão em epígrafe, decidir motivadamente a respeito, conforme as razões de direito que passa a expor. 1. RELATÓRIO DA SESSÃO DO PREGÃO No dia 24 de abril de 2014, conforme ata da sessão, foi aberta a licitação do Pregão 003/2014 FÁBRICA DE SOFTWARE. Estavam presentes as seguintes empresas: 1) SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA, 2) CPM BRAXIS S.A., 3) FREIRE INFORMÁTICA LTDA, 4) ÁBACO

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Estado de Mato Grosso Centro de Processamento de Dados de Mato Grosso

Diretoria de Gestão de Tecnologia da Informação

1

JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO PROCESSO Nº. 009.431/2014 PREGÃO Nº. 003/2014/CEPROMAT OBJETO: REGISTRO DE PREÇOS PARA EVENTUAL CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO E MANUTENÇÃO DE SISTEMAS, EM REGIME DE FABRICA DE SOFTWARE, VISANDO ATENDER A SEDUC, SEDTUR, SECITEC, SEC, FAPEMAT, SEEL, SEPLAN, SESP, SEMA, SEFAZ E CEPROMAT, POR UM PERIODO DE 12 (DOZE) MESES, CONFORME ESPECIFICAÇÕES E CONDIÇÕES CONTIDAS NESTE EDITAL E ANEXOS.

O CENTRO DE PROCESSAMENTO DE DADOS DE MATO GROSSO - CEPROMAT, neste ato representado por seu Pregoeiro, designado pela PORTARIA n. º 026/2014/CEPROMAT, de 24 de janeiro de 2014, publicado no diário oficial de 03 de fevereiro de 2014, vem em razão do RECURSO INTERPOSTO pela:

ÁBACO – TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO LTDA, inscrita no CNPJ: 37.432.689/0001-33, sediada na Rua Barão de Melgaço, nº 3726, 1º andar, Centro Norte – CEP: 78005-300 – Cuiabá-MT,

Contra decisão deste Pregoeiro que declarou habilitadas as empresas:

- SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA para os LOTES 01 e 02, inscrita no CNPJ sob o nº 12.023.465/0001-47, com sede à Rua Frederico Simões, nº 125, Ed. Liz Empresarial, 7º andar – Caminhos das Árvores –Salvador-BA, CEP: 41820-774; - CPM BRAXIS S.A. para o LOTE 03, inscrita no CNPJ sob o nº 65.599.953/0001-63, com sede à Alameda Araguaia, nº 1930 – Alphaville – CEP: 06455-000; - FREIRE INFORMÁTICA LTDA para o LOTE 04, inscrito no CNPJ sob o nº 01.210.562/0001-22, com sede à Rua André Luiz Ribeiro da Fonte, nº 25, Edf. Mediterrâneo Trade & Medical, Sala 312, Bairro: Centro, Lauro de Freitas-BA, CEP: 42700-000, na sessão pública realizada no dia 24 de abril de 2014 do Pregão em epígrafe, decidir motivadamente a respeito, conforme as razões de direito que passa a expor.

1. RELATÓRIO DA SESSÃO DO PREGÃO

No dia 24 de abril de 2014, conforme ata da sessão, foi aberta a licitação do Pregão 003/2014 – FÁBRICA DE SOFTWARE. Estavam presentes as seguintes empresas: 1) SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA, 2) CPM BRAXIS S.A., 3) FREIRE INFORMÁTICA LTDA, 4) ÁBACO

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TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO LTDA, 5) IOS INFORMÁTICA ORGANIZAÇÃO E SISTEMAS S.A. e a 6) EUROSIS DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE LTDA.

Conforme o rito do Pregão, os licitantes foram credenciados, classificados e foi dado início então à fase de lances.

Quanto ao Lote 01: Após a rodada de lances a empresa SOLUTIS

TECNOLOGIAS LTDA, ofertou o menor preço no valor de R$13.243.000,00 (treze milhões e duzentos e quarenta e três mil reais), sagrando-se como a melhor classificada.

Abertos os documentos de habilitação, foi solicitada a participação da equipe técnica do quadro do CEPROMAT, Srs. Luis Lobo e Cleberson Gomes, representantes da DGTI para análise dos documentos de habilitação referentes à qualificação técnica operacional e profissional. Constatado o atendimento integral aos requisitos do instrumento convocatório pela equipe técnica, a empresa SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA foi declarada vencedora do lote 01.

Inconformada com a decisão acima, a empresa ÁBACO TECNOLOGIA

DE INFORMAÇÃO LTDA, 3º colocada no lote 01 (valor final de R$ 25.840.000,00 – vinte e cinco milhões e oitocentos e quarenta mil reais), entrou com recurso contra a decisão de habilitação da empresa SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA.

Quanto ao Lote 02: Após a rodada de lances a empresa SOLUTIS

TECNOLOGIAS LTDA, ofertou o menor preço no valor de R$ 14.402.000,00 (quatorze milhões e quatrocentos e dois mil reais), sagrando-se como a melhor classificada.

Reanalisados os documentos de habilitação, foi solicitada a

participação da equipe técnica do quadro do CEPROMAT, Srs. Luis Lobo e Cleberson Gomes, representante da DGTI para análise dos documentos de habilitação referentes à qualificação técnica operacional e profissional. Constatado o atendimento integral aos requisitos do instrumento convocatório pela equipe técnica, a empresa SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA foi declarada vencedora do lote 02.

Inconformada com a decisão acima, a empresa ÁBACO TECNOLOGIA

DE INFORMAÇÃO LTDA, 2º colocada no certame (valor final de R$ 14.435.000,00 – quatorze milhões e quatrocentos e trinta e cinco mil reais), entrou com recurso contra a decisão de habilitação da empresa SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA.

Quanto ao Lote 03: Após a rodada de lances a empresa CPM BRAXIS S.A., ofertou o menor preço no valor de R$ 10.875.000,00 (dez milhões e oitocentos e setenta e cinco mil reais), sagrando-se como a melhor classificada.

Abertos os documentos de habilitação, foi solicitada a participação

da equipe técnica do quadro do CEPROMAT, Sr. Luis Lobo e Cleberson Gomes representante da DGTI, bem como os técnicos da DIRC, os Senhores Robson Silva Dolores Dias, Paulo Macedo, João Martins de Carvalho e Weber Souza para análise dos documentos de habilitação referentes à qualificação técnica operacional e profissional. Constatado o atendimento integral aos requisitos do

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instrumento convocatório pela equipe técnica, a empresa CPM BRAXIS S.A. foi declarada vencedora do lote 03.

Inconformada com a decisão acima, a empresa ÁBACO TECNOLOGIA

DE INFORMAÇÃO LTDA, 3º colocada no certame (valor final de R$ 14.500.000,00 – quatorze milhões e quinhentos mil reais), entrou com recurso contra a decisão de habilitação da empresa CPM BRAXIS S.A.

Quanto ao Lote 04: A empresa FREIRE INFORMÁTICA LTDA, ofertou

o menor preço no valor de R$ 6.591.000,00 (seis milhões e quinhentos e noventa e um mil reais), sagrando-se como a melhor classificada.

Abertos os documentos de habilitação, foi solicitada a participação

da equipe técnica do quadro do CEPROMAT, Srs. Luis Lobo e Cleberson Gomes representante da DGTI, bem como os técnicos da DIRC, os Srs. Robson Silva Dolores Dias, Paulo Macedo, João Martins de Carvalho e Weber Souza para análise dos documentos de habilitação referentes a qualificação técnica operacional e profissional. Constatado o atendimento integral aos requisitos do instrumento convocatório pela equipe técnica, a empresa FREIRE INFORMÁTICA LTDA, foi declarada vencedora do lote 04.

Inconformada com a decisão acima, a empresa ÁBACO TECNOLOGIA

DE INFORMAÇÃO LTDA, 2º colocada no certame (valor final de R$ 8.385.000,00 – oito milhões e trezentos e oitenta e cinco mil reais), entrou com recurso contra a decisão de habilitação da empresa FREIRE INFORMÁTICA LTDA.

É o essencial a relatar.

2. DAS RAZÕES RECURSAIS E CONTRARRAZÕES

2.1. RAZÕES RECURSAIS

A empresa ÁBACO TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO LTDA, alegou em

suas razões que:

“A RECORRIDA apresentou diversos atestados de Capacidade Técnica com o intuito de comprovar cumprir com as condições do edital, especialmente quanto ao item 9.5.2.2 e seguintes do edital, que tratada da qualificação técnica e atestado de capacidade técnica. Isso por que, em que pese terem apresentado atestados de capacidade técnica a fim de atender aos requisitos editalícios, nem todos foram capazes de comprovar sua qualificação técnica, impugnando-os desde já. Ocorre que de plano a RECORRENTE conseguiu verificar no momento da sessão pública que nenhum dos atestados apresentados comprovou que a RECORRIDA executou as atividades que a seguir descreveremos.

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A concorrente SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA foi declarada vencedora dos lotes I e II do presente certame, contudo, a recorrente passa a demonstrar o não atendimento ao item 9.5.2.2.1 do edital, requerendo desde já sua inabilitação. (...) De acordo com o item em questão, a recorrida não comprova sua qualificação técnica no que diz respeito à área de negócio “GESTÃO DE REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL” e “EDUCAÇÃO”. No que se refere à área de negócio “REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL”, a recorrente tenta demonstrar o atendimento ao edital, utilizando-se do sistema de folha de pagamento. Ocorre que o sistema de folha de pagamento por si só, não engloba a Gestão de Previdência, que possui parâmetros específicos legais para que operacionalize o gerenciamento dessa área de negócio, citando por exemplo a concessão de benefícios, arrecadação, cobrança, investimento, perícia médica, avaliação atuarial, controle de óbito etc., que não estão contempladas em um sistema de folha de pagamento. Tanto que na descrição do sistema contida no atestado, não há qualquer referência à gestão de previdência, ou às atividades inerentes à essa área de Gestão Pública. Dessa forma, fica evidente que o atestado em referência não atende aos requisitos insertos no edital, merecendo a inabilitação da recorrida, o que desde já se requer. (...) Já no que tange a área de negócio “educação” a recorrida utiliza do mencionado atestado para se habilitar nesse particular, ocorre que não se atesta a prestação de serviços de desenvolvimento/manutenção de software de gestão pública, apenas a criação de um “portal”, denominado “Portal Unicorp!”. Ora, sem maiores esforços de interpretação, resta evidente que o atestado de capacidade técnica deve ter relação direta com sistema de gestão pública, sendo certo que existe uma diferença gritante entre um sistema de informação e um mero portal que apenas possibilita o acesso à informação (notícias), diferentemente do primeiro que faz a gestão de subáreas agregadas à área de negócio. Ou seja, um atestado que certifica a prestação de serviços relacionada à criação de um portal (sítio de internet de notícias) não pode ser considerado como um “sistema de informação/gestão”, isso beiraria o absurdo. Por derradeiro, insta salientar que o atestado de capacidade técnica da proponente que concorre no lote I, também deve atender em sua plenitude os requisitos listados no item 9.5.2.3, devendo contemplar, portanto, o desenvolvimento/manutenção de sistemas de gestão pública utilizando a plataforma JAVA “PURO”, ou seja, sem a utilização de ferramentas que auxiliam no desenvolvimento, no caso o “FRAMEWORK”. Todavia, todos os atestados em tecnologia JAVA apresentados pela ora recorrida, contemplam os serviços de desenvolvimento/manutenção de sistemas utilizando a ferramenta “framework”, atendendo assim, apenas ao lote II (item 9.5.2.4). (...) A concorrente CPM BRAXIS S/A foi declarada vencedora do lote III do presente certame, contudo, a recorrente passa a demonstrar o não atendimento ao item 9.5.2.2.1 do edital requerendo desde já sua inabilitação. A recorrida não comprova sua qualificação técnica no que diz respeito a área de negócio “CONTABILIDADE”, “ADMINISTRATIVA”, “PREVIDÊNCIA” e “EDUCAÇÃO”. (...) Isso por que no que se refere área de negócio “CONTABILIDADE” a recorrida busca a comprovação de sua qualificação técnica por meio de atestado de capacidade técnica emitida pelos órgãos abaixo indicados, conforme relacionados em seus documentos de habilitação, que por sua vez não atendem aos requisitos editalícios. Vejamos. - O atestado conferido pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais-COPASA não atende ao quesito tecnológico na medida em que não compõe no desenvolvimento do sistema a metodologia Unified Modeling Language – UML, obrigatória conforme determina o item 9.5.2.2.1. - Já o atestado emitido dela DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S/A não atende ao quesito tecnológico na medida em que não compõe no desenvolvimento do sistema a metodologia Unified Modeling Language –UML, obrigatória conforme determina o item 9.5.2.2.1, assim como o gerenciamento dos processos não foram elaborados com base no Project Management Body of Knowledge – PMBOK, requisito obrigatório nos termos do item 9.5.2.2.1 parte final.

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- Os atestados conferidos pela Secretaria de Fazenda do Estado da Bahia - SEFAZ/BA, no caso os emitidos tanto em 21/02/2008, quanto em 24/09/2009, não atendem a metodologia de gerenciamento dos processos, pois não foram elaborados com base no Project Management Body of Knowledge – PMBOK, requisito obrigatório nos termos do item 9.5.2.2.1 parte final. (...) No que tange a área de negócio “ADMINISTRATIVA”, que é subdividida em licitações, almoxarifado e patrimônio, a licitante deixou de atender as duas últimas sub áreas. Vejamos. - O atestado emitido pelo Ministério da ciência e Tecnologia – MCT, contempla apenas a sub área de licitações, que a priori pode ser considerada válido para essa sub área. - O atestado confeccionado pelo Banco Nacional do Petróleo – ANP, não contempla em seu escopo de desenvolvimento de sistemas as demais sub áreas, no caso licitações, almoxarifado e patrimônio, sendo portanto imprestável para o fim que se pretende. - O atestado confeccionado pelo Banco do Nordeste do Brasil S/A – BNB, não contempla em seu escopo de desenvolvimento de sistemas as demais sub áreas, no caso de licitações, almoxarifado e patrimônio, além do mais seu escopo é voltado para a gestão bancária, sendo certo que o edital exige o direcionamento para a Gestão Pública. - O atestado conferido pela secretaria da Administração do Estado da Bahia – SAEB-BA e também pela Universidade federal da Bahia – UFBA, no caso emitidos tanto em 21/11/2012, quanto em 28/03/2014, não atendem a metodologia de gerenciamento dos processos, pois não foram elaborados com base no Project Management Body of Knowledge – PMBOK, requisito obrigatório nos termos do item 9.5.2.2.1 parte final. Já o atestado emitido pelo serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo – SENAI/SP resta evidente que também é imprestável para o fim de atestar a qualificação técnica da concorrente, na medida em consigna que os serviços inerentes ao desenvolvimento e manutenção do sistema ainda está em implantação, não contemplando todas as fases de execução de um desenvolvimento na fábrica de software. (...) acerca da área de “REGIME DE PREVIDÊNCIA e EDUCAÇÃO”, os documentos apresentados também não são capazes de atender ao edital. Vejamos: - O atestado emitido pela agência Nacional de Petróleo – ANP não pode ser considerado como válido para ensejar a habilitação da recorrida nesse particular, tendo em vista que seu objeto não tem ligação com o do presente certame. Isso pois descreve a “Sistema Integrado de Movimentação de Produtos (ISIMP); Sistema de Gestão da fiscalização do Downstream (SGF); Sistema de Remessas DCP (Demonstrativo de Controle de Produtos); Sistema de ensino à distância e Portal e Software Educativos”. Como se sabe, a ANP apenas como órgão regulador do setor petrolífero do País, não tem como finalidade atender a educação pública (objeto desse certame), o que leva a crer a incompatibilidade entre o contrato firmado com o órgão e o objeto dessa licitação. Ora, o presente certame tem o condão de contratar empresa apta e com experiência em fornecer produtos e serviços à Administração Pública, o próprio edital em seu item 9.5.2.1 deixa claro que o atestado deve comprovar a prestação de serviços compatíveis com o edital, no caso sistema de Gestão Pública. Vejamos: “(...) a prestação de serviços compatíveis com o objeto deste edital e com as características abaixo descritas:” O que é ratificado pelo que consta no item 9.5.2.2, quando determina que o atestado de capacidade técnica deve comprovar a execução de serviços de desenvolvimento e/ou manutenção de software na área de gestão pública, assim como na interpretação da resposta à impugnação da empresa CASE PARTNES TECNOLOGIA E GESTÃO ORGANIZACIONAL LTDA DE 23/04/2014.

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Dessa forma, somente atestados que comprovem a atividade em favor da Administração Pública, poderia ser apto há atender o requisito, o que não é o caso do confeccionado pela ANP. - O atestado confeccionado pelo Banco do Nordeste do Brasil S/A –BNB, não contempla em seu escopo de desenvolvimento de sistema a área de “Regime de Previdência Social” e “Educação” uma vez que o escopo apresentado do sistema é voltado para a gestão bancária, sendo certo que o edital exige o direcionamento para a Gestão Pública. Inclusive no que se refere ao grifo da comissão Técnica de Avaliação no atestado “pagamento de benefícios do INSS”, esse item se traduz em uma operação financeira de pagamentos de benefícios, jamais podendo se equiparar a uma “Gestão de Regime de Previdência Social”, na medida em que não se trata por exemplo de concessão de benefícios, arrecadação, cobrança, investimento, perícia médica, avaliação atuarial, controle de óbito, etc. - O atestado emitido pela CETEAD – Centro Educacional de Tecnologia em Administração, não atesta em nome próprio os serviços prestados, mas sim indica que foram realizados no Ministério da Previdência Social –MPAS. Mesmo tratando-se de um contrato entre a CETEAD e o MPAS, para que o atestado seja válido, esse deveria atestar os serviços da CETEAD, que por sua vez, aí sim, atestaria os serviços da licitante, demonstrando claramente a cadeia de fornecimento. Não sendo idôneo, portanto, para atender as duas áreas de negócio “REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL E EDUCAÇÃO”. Salientando que a CETEAD trata-se de “Associação Privada, conforme se infere no seu cartão de CNPJ (nº 13.323.779/0001-28), não demonstrando o vínculo entre as contratadas. Além do mais, não atende ao quesito tecnológico na medida em que não compõe no desenvolvimento do sistema a metodologia Unified Modeling Language – UML, obrigatória conforme determina o item 9.5.2.2.1, assim como o gerenciamento dos processos não foram elaborados com base no Project Management Body of Knowledge – PMBOK, requisito obrigatório nos termos do item 9.5.2.2.1 parte final. - O atestado emitido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia – SEC/BA, apresentado com o fim de atender a área de “Educação”, não atende ao quesito tecnológico na medida em que não compõe no desenvolvimento do sistema a metodologia Unified Modeling Language – UML, obrigatória conforme determina o item 9.5.2.2.1, assim como o gerenciamento dos processos não foram elaborados com base no Project Management Body of Knowledge – PMBOK, requisito obrigatório nos termos do item 9.5.2.2.1 parte final. - Já o atestado emitido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo SENAI/SP, resta evidente que também é imprestável para o fim de atestar a qualificação técnica da concorrente, na medida em consigna que os serviços inerentes ao desenvolvimento e manutenção do sistema ainda está em implantação. É certo que somente com as atividades concluídas é que as pessoas jurídicas podem atestar que os serviços foram prestados de acordo com o contratado, não sendo possível utilizar esse documento como meio de se garantir a qualificação técnica de algo inacabado. - O atestado emitido pelo Serviço Social da Indústria de São Paulo – SESI/SP, não pode ser utilizado para atestar a qualificação da técnica da proponente, eis que em que pese tratar mencionar de “Educação”, é certo que o referido sistema não tem identidade com o sistema de “Gestão de Educação Pública”. Ora, o presente certame tem o condão de contratar empresa apta e com experiência em fornecer produtos e serviços à Administração Pública, o próprio edital em seu item 9.5.2.1 deixa claro que o atestado deve comprovar a prestação de serviços compatíveis com o edital, no caso sistemas de Gestão Pública. Vejamos: “(...) a prestação de serviços compatíveis com o objeto deste edital e com as características abaixo descritas:” O que é ratificado pelo consta no item 9.5.2.2, quando determina que o atestado de capacidade técnica deva comprovar a execução de serviços de desenvolvimento e/ou manutenção de software na área de gestão pública, assim como na

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interpretação da resposta à impugnação da empresa CASE PARTNES TECNOLOGIA E GESTÃO ORGANIZACIONAL LTDA DE 23/04/2014. Dessa forma, somente atestados que comprovem a atividade em favor da Administração Pública, poderia ser apto há atender o requisito, o que não é o caso do confeccionado pelo SESI/SP. - No caso de atestado fornecido pelo Tribunal de Justiça da Bahia – TJ/BA, que tenta sustentar o sistema de gestão da “PREVIDÊNCIA SOCIAL”, não é apto para tal fim. Isso por que indica a prestação dos serviços de desenvolvimento e manutenção de sistema de “RECURSOS HUMANOS” e sistema de “FOLHA DE PAGAMENTO”, que a bem da verdade, comodito em linhas pretéritas é bem diferente de um sistema de “GESTÃO DE REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL”. Com efeito, a “FOLHA DE PAGAMENTO” apenas realiza a integração de dados com o sistema previdenciário, gerido pelo respectivo instituto ligado ao poder executivo, esse sim realizando a gestão, ficando a cargo do órgão (TJ/BA) o desconto em folha de pagamento. É o que ocorre na relação entre o INSS e a União. Verdadeiramente, não há se falar que um sistema de “FOLHA DE PAGAMENTO”, possui a mesma finalidade de um sistema de “GESTÃO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL” que gere a concessão de benefícios, arrecadação, cobrança, investimentos, perícia médica, avaliação atuarial, controle de óbito etc., que não estão contempladas em um sistema de folha de pagamento. - O atestado conferido pela Secretaria da Administração do Estado da Bahia – SAEB-BA, e também pela Universidade Federal da Bahia –UFBA, no caso os emitidos tanto em 21/11/2012, quanto em 28/03/2014, não atendem a metodologia de gerenciamento dos processos, pois não foram elaborados com base no Project Management Body of Knowledge – PMBOK, requisito obrigatório nos termos do item 9.5.2.2.1 parte final. (...) A concorrente FREIRE INFORMÁTICA LTDA foi declarada vencedora do lote IV do presente certame, contudo, a recorrente passa a demonstrar o não atendimento aos itens 9.5.2.2.1 e 9.5.2.2.2 do edital requerendo desde já sua inabilitação. A recorrida não comprova sua qualificação técnica no que diz respeito a área de negócio “REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL”. Isso por que no que se refere área de negócio “REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL” a recorrida busca a comprovação de sua qualificação técnica por meio de atestado de capacidade técnica emitida pelos órgãos abaixo indicados, conforme relacionados em seus documentos de habilitação, que por sua vez não atendem aos requisitos editalícios. Vejamos: - A atestado emitido tanto pela Prefeitura Municipal de Simões Filho/BA, quanto pela companhia das Docas do Estado da Bahia – CODEBA, não apresentam em seu escopo a área de gestão de “REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL”. - Já o atestado emitido pelo Instituto de Previdência Social dos servidores Públicos do Município de Teotônio Vilela/AL, contempla somente as áreas de “Contabilidade Pública” e “Folha de Pagamento”, não mencionando nada acerca da área de “Gestão de Previdência Social”. Em que pese o emitente do atestado tratar-se de Instituto de Previdência, o sistema fornecido não contemplava “Gestão de Previdência Social”, não servindo para contemplar essa área de negócio. Apenas para argumentar, resta necessário fazer algumas considerações acerca da razão de existência da habilitação técnica e por consequência dos atestados de capacidade técnica como forma de se comprovar a idoneidade do fornecedor e sua condição de prestar os serviços com eficácia. As contratações levadas a efeito pela Administração Pública buscam sempre atender o princípio da maior vantajosidade na contratação, a fim de atender ao interesse público, concretizado pela contratação de fornecimento sempre do menor preço atrelado a qualidade e eficácia da prestação do serviço ou fornecimento de produtos. Dessa forma, o ente público não tem autorização constitucional para contratar quem bem entender, mas sim, na espécie, aqueles que ofereçam o menor preço desde que atendam aos critérios de habilitação, no caso da habilitação técnica para

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evitar a contratação de aventureiros que na certa trarão prejuízos à Administração Pública. Assim, resta necessário que os proponentes demonstrem afinidade com o objeto do contrato e experiências anteriores, justamente para garantir a execução eficaz do contrato, sem contratempos e etc. Na espécie, o fornecedor deve garantir a prestação de serviços anteriores nos mesmos moldes do que se pretende contratar no presente certame. Só assim se pode aferir a real qualificação técnica do proponente. Resta evidente, portanto que a recorrida não atende ao edital no que diz respeito a comprovação de sua habilitação técnica, merecendo sua desclassificação, o que desde já requer. Diante das razões recursais, requer que Vossa Senhoria se digne a reconsiderar a decisão que declarou como vencedora a empresa SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA (Lote I e II), a concorrente CPM BRAXIS S/A (Lote III), bem como empresa FREIRE INFORMÁTICA LTDA (Lote IV), culminando por convocar as concorrentes seguintes na ordem de classificação. Caso não seja esse o vosso entendimento, requer a remessa das razões recursais a superior instância a fim de processar e julgar o presente recurso.

2.2 CONTRARRAZÕES RECURSAIS

A empresa SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA, vencedora dos Lotes I e II,

contrarrazoa as razões da recorrente nos seguintes termos:

(...) 01. Irresignada, a empresa ÁBACO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA. (“ÁBACO”) apresentou as suas razões de recurso, impugnando os documentos relacionados à qualificação técnica de todos os demais licitantes, nos lotes I, II, III e IV. 02. De acordo com as razões da ÁBACO, os demais licitantes vencedores, a exceção dela própria - por razões óbvias -, não teriam comprovado a satisfatória capacidade técnica para a execução do objeto da licitação. 03. Especificamente com relação aos atestados apresentados pela SOLUTIS Tecnologias Ltda (“SOLUTIS”), as supostas falhas apontadas pela ÁBACO estão sempre relacionadas à aderência ou não dos atestados ao software de gestão pública de sua propriedade, sem atentar para a delimitação editalícia dos requisitos de qualificação técnica. 04. Conforme ver-se-á detalhadamente a seguir, em suas razões recursais, a ÁBACO, a todo momento, inclui, modifica, detalha e restringe as exigências da qualificação técnica em total inovação ao texto do edital, em seu próprio e único benefício, em flagrante tentativa de violação ao princípio da vinculação ao edital. 05. É importante que se esclareça que o CEPROMAT não está adquirindo a licença de um software de gestão pública com determinadas especificações. Trata-se de registro de preços para futura e eventual contratação de serviços de fábrica de software para desenvolvimento e/ou manutenção de sistemas, em que deve haver ampla competitividade, como a Lei requer. 06. A SOLUTIS demonstrou possuir clientes de destaque, ricas e satisfatórias experiências anteriores, comprovadas pelos Atestados juntados, e apropriadamente avaliadas pela Comissão Técnica, conferindo a necessária segurança a

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Administração. 07. Aliado a isso, o edital em seu item 17.9 expressamente permite a subcontratação de parte dos serviços a serem prestados, desde que com a expressa anuência da Contratante, ampliando ainda mais as possibilidades da perfeita execução do objeto. 08. Em verdade, por meio de suas razões de recurso, a ÁBACO quer impor a desclassificação da SOLUTIS, da CPM Braxis S.A. e da Freire Informática Ltda, depois da EUROSIS DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE LTDA. para ao final, adjudicar sozinha todos os lotes da licitação. 09. Assim, conforme restará especificamente demonstrado, o certame privilegiou a ampla competitividade desde o momento da formulação do edital, tendo a SOLUTIS atendido integralmente aos requisitos habilitatórios.

- II - Do Mérito

10. No mérito, a ÁBACO se insurge contra a habilitação da SOLUTIS, alegando, em síntese que: i) os atestados de capacidade técnica apresentados pela SOLUTIS não atenderiam ao item 9.5.2.2.1 do edital porque não comprovariam a qualificação técnica do licitante nas áreas de “Gestão de Regime de Previdência Social” e “Educação”; ii) os atestados de capacidade técnica apresentados pela SOLUTIS não demonstram a sua qualificação técnica para executar os serviços do Lote I (item 9.5.2.3 do edital) porque não teriam comprovado a utilização da plataforma Java “Puro”. 11. Ocorre que a SOLUTIS demonstrou possuir experiência bem superior aos 9.000 (nove mil) pontos de função em desenvolvimento e manutenção de sistemas de Gestão Pública, em todas as áreas requeridas pelo edital, com contratos de alto volume, atendendo a clientes de grande porte e visibilidade no cenário nacional, sendo estes: Secretaria da Fazenda do Município de Salvador, Tribunal de Justiça da Bahia, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, além desta própria Companhia de Processamento de Dados do Estado do Mato Grosso. 12. Com efeito, o CEPROMAT elegeu algumas áreas de maior relevância da Gestão Pública para que as empresas comprovassem experiência. A SOLUTIS apresentou atestados de capacidade técnica que comprovam a sua experiência pregressa em todas elas, sem exceção. 13. A comissão avaliou corretamente a documentação e habilitou a SOLUTIS, considerando o binômio ampla competitividade e segurança da contratação, que norteia a essência da qualificação técnica. 14. Ainda que esteja autorizada a fixação de livres parâmetros e critérios para a qualificação técnico-operacional, a exigência da Administração encontrará limites no princípio da razoabilidade, ex vi do disposto no art. 37, inciso XXI, da Lei Maior, que somente admite exigências de qualificação técnica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. Exigências desarrazoadas não podem ser legitimadas sob o argumento de que a Administração necessita de segurança maior do que a efetivamente necessária à execução do objeto a ser contratado, sob pena de ofensa ao texto constitucional, que, autoriza apenas o mínimo de exigências, sempre alicerçadas em critérios razoáveis. 15. A ÁBACO, em seu recurso, tenta induzir a Comissão a conferir uma interpretação restritiva e equivocada aos critérios eleitos para aferir a qualificação técnica dos licitantes.

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16. O Recurso da ÁBACO, portanto, no mérito, não merece prosperar, como restará demonstrado. II. 1. Da Experiências nas áreas de Regime de Previdência Social e Educação (item 9.5.2.2.1 do edital). 17. Dentre os critérios de aferição da qualificação técnica dos licitantes, o edital, em seu item 9.5.2.2.1., requereu: “ . . . . Execução de serviços de desenvolvimento e/ou manutenção de so ware de gestão pública, contemplando as áreas de Planejamento, Orçamento, Finanças, Contabilidade Pública, Tributário, Administra va (Licitações, almoxarifado e patrimônio), Recursos Humanos, Folha de Pagamento, E , com volume igual ou superior a . pontos de função ou 90.000 horas.” (g/a) 18. Impugna a ÁBACO o atestado apresentado pela SOLUTIS e expedido pelo Tribunal de Justiça da Bahia para a comprovação da sua experiência anterior em serviços em desenvolvimento e/ou manutenção de sistemas de gestão pública que envolvam Regime de Previdência Social e Educação. 19. Quanto à Previdência Social, com rápidos argumentos, aduz a ÁBACO que o sistema de Folha de Pagamento e de Recursos Humanos do Tribunal de Justiça da Bahia não engloba Previdência Social, e, consequentemente, não atenderia ao edital, já que, segundo ela própria, deveria englobar as áreas de “concessão de benefícios, arrecadação, cobrança, investimentos, perícia médica, avaliação atuarial, controle de óbito etc.”, somente, assim, atenderia à área de negócio “Regime de Previdência Social”. 20. Observe-se que a interpretação restritiva ao ditame editalício foi conferida, única e exclusivamente, pela ÁBACO, em nenhum momento o edital elege que funcionalidades deveria, supostamente, o sistema que abrange a previdência social ter, até porque, repise-se, o edital não está contratando um sistema específico de previdência social. 21. Muito embora a ÁBACO tenha tentado desconsiderar ou diminuir o sistema do TJ/BA, é importante ressaltar que os sistemas indicados, fazem a gestão de toda a vida dos servidores públicos do TJ/BA, inclusive quanto aos aspectos previdenciários, específicos dos servidores e do órgão de um modo geral. 22. Ademais, a SOLUTIS também comprovou possuir experiência no GSAU (Sistema de Gestão de Saúde) que controla toda a saúde dos servidores, incluindo perícias, afastamentos, prontuário eletrônico, entre outros, funções relacionadas pela própria ÁBACO em seu recurso, como sendo típicas de um sistema de previdência social, restando incontroverso o atendimento pela SOLUTIS da exigência do edital nesse particular. 23. Assim, do ponto de vista previdenciário, o GSAU controla a saúde do servidor e a Folha/SRH controla o benefício, não havendo maneira de se sustentar que a SOLUTIS não teria a necessária experiência em previdência social. 24. Para operar, e consequentemente gerar o cálculo da folha de pagamento, são necessárias informações complementares (descontos e proventos). O Sistema Folha realiza o controle e cálculo da previdência social dos servidores estatutários e comissionados através das faixas salariais. Observe que os cálculos são diferenciados

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para cada categoria de cargos e o sistema também acompanha essa complexidade. Todas as informações são controladas no Sistema Folha, mantido pela SOLUTIS. 25. O Sistema Folha apresenta várias funcionalidades e realiza integração com outros sistemas para realizar os créditos e débitos na Folha de pagamento: (i) Benefícios: Plano de Saúde (de acordo com o plano escolhido pode ser descontado por faixa etária ou faixa salarial), Transporte (depende da quantidade de transporte por dia e região de moradia, além do desconto ter limite de percentual na folha) e Refeição; (ii) Previdência: Controle da Previdência e Cálculo da contribuição dos comissionados e estatutários de acordo com a faixa salarial; (iii) Afastamento: Licenças médica, prêmio, maternidade, atestados, etc; (iv) Perícia Médica: Realizada pelo sistema de Gestão de Saúde (GSAU), que tem a finalidade de controlar informações de perícias, laudos, peritos e médicos; registrar procedimentos de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia; exibir prontuários de atendimento, emitir atestados de comparecimento/ afastamento e receituário médico; (v) Controle de óbito: O desligamento e controle é realizado no SRH (Sistema de RH), sendo verificado o atestado de óbito no sistema de registro Civil (SCC); dentre outras. (vi) Cálculo Atuarial: Cálculos dos encargos previdenciários de seus servidores. 26. Diante dos descritivos acima, pode-se verificar que a SOLUTIS atende ao requisito de experiência na área de Previdência, apresentando inclusive funções relacionadas pela ÁBACO no seu recurso como típicas de sistemas desse tipo, sobretudo considerando a forma genérica com o que foi mencionado o referido requisito no edital. 27. Com efeito, compulsado o edital, observa-se que o único sistema relacionado à área de previdência citado (pag. 56) é o E-Turmalina. O E-Turmalina é um Sistema de propriedade da empresa ÁBACO, e no próprio site da ÁBACO está descrito como um Sistema de Gestão de Pessoas, conforme a seguir: “E-Turmalina é a denominação dada ao Sistema de Gestão de Pessoas para a Administração Pública. Sua função é melhorar o processo de comunicação, troca e gerenciamento das informações pessoais, funcionais e financeiras dos servidores, por intermédio dos processos de negócio proporcionando agilidade e qualidade nos serviços prestados.” 28. Nesse ponto, cabe mais uma vez alertar, o edital é para registro de preços de fábrica de software de desenvolvimento e manutenção de sistemas e atenderá a, pelo menos, onze órgãos distintos. A contratação não abrangerá o fornecimento de licença de software de gestão pública na área de previdência, hipótese em que, sim, as funcionalidades do sistema poderiam figurar como requisitos obrigatórios. 29. Trata-se, repita-se, de uma contratação de serviços de desenvolvimento / manutenção em regime de fábrica de software em que a experiência em sistemas similares é requerida, mas não necessariamente o sistema deverá conter as mesmas rotinas e procedimentos previstos nos sistemas dos órgãos participantes, até porque, sendo onze, ao certo, possuem sistemas distintos. 30. De acordo com a ÁBACO, o atestado expedido pelo Tribunal de Justiça da Bahia para comprovar a capacidade técnica da SOLUTIS na área de educação representaria, por inferência sua, apenas um “sitio de notícias” na internet “não podendo ser considerado como um sistema de Informação / Gestão”.

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31. A despeito de a ÁBACO tentar diminuir a experiência da Requerente, a SOLUTIS é responsável pelo Sistema UniCorp (Universidade Corporativa) do TJ/BA. 32. O portal UNICORP é um Portal que na internet disponibiliza gerais para o público http://www5.tjba.jus.br/unicorp/, contendo na intranet, um conjunto de módulos/aplicações, englobando o gerenciamento e conteúdos de cursos/treinamentos (material didático, instrutor, frequência e histórico do aluno). 33. Além da Universidade Corporativa, a SOLUTIS desenvolveu / mantém outras aplicações no TJ/BA na área de Educação, p. ex.: Portal TJ - Bibliojud (Sistema Bibliotecas do Poder Judiciário do Estado da Bahia), onde é possível ter informações gerais sobre as bibliotecas jurídicas do TJBA, além de buscas, reservas e renovações de publicações já cadastrados pelo setor. PROGRAMA SER (Portal SER) – Promoção do SABER, BEM-ESTAR e RECONHECIMENTO do SERvidor, que tem como objetivo disponibilizar ao servidor iniciativas de desenvolvimento que se traduzam em oportunidades de crescimento pessoal e profissional, sendo disponibilizada uma rede de benefícios, incluindo ensino (convênios com instituições) – vide atestado de capacidade técnica juntado aos autos.

34. Cabe, ainda, ressaltar o trecho do atestado, que embora transcrito pela ÁBACO no seu recurso, foi ignorado em suas razões, o qual deixa evidente que “para a maioria dos sistemas disponíveis na Intranet, existe um módulo na internet, permitindo acesso a busca de informações pertinentes ao sistema”. É o caso do UNICORP. 35. Os Portais são gerenciados pelas áreas responsáveis pelas informações, através de uma área restrita, sendo que na Internet são disponibilizadas informações para o Público em geral e não o sistema com todas as suas funcionalidades. 36. Não se pode perder de vista que o próprio Edital (pag. 56), quando trata do Sistema de Gestão Integrada de Educação (“SigEduca”) da SEDUC, lista entre as suas principais funções: Portal do Aluno, Gestão do acervo de biblioteca, Gestão dos Cursos e Eventos oferecidos pela SEDUC, entre outros. 37. A experiência comprovada pela SOLUTIS é bastante similar ao descritivo constante do edital com relação ao Sistema de Educação do Estado do Mato Grosso, podendo ser considerado até má-fé da ÁBACO, reduzir a experiência da SOLUTIS a um “sítio de notícias”. 38. Muito embora a SOLUTIS não tenha apresentado atestados que comprovam a sua experiência nos sistemas que atualmente rodam no CEPROMAT na área de Educação e Previdência Social, pois estes são Softwares de propriedade da ÁBACO, desenvolvidos em GENEXUS, comprovou, à saciedade, possuir experiência em todas as áreas requeridas, estando plena e tecnicamente apta a bem executar o objeto licitado. 39. Assim, a Comissão Técnica acertadamente julgou a SOLUTIS tecnicamente qualificada a executar o objeto do edital, tendo esta apresentado atestados de capacidade técnica que mais do que demonstram a sua experiência anterior em desenvolvimento / manutenção de sistemas de gestão pública, em todas as áreas requeridas, sem exceção. Para enriquecer, anexamos à nossa contrarrazão algumas telas principais dos sistemas supracitados. 40. Vale transcrever o escólio do Prof. Marçal Justen Filho que foi usado pelo CEPROMAT em resposta ao pedido de impugnação da CASE PARTNERS TECNOLOGIA E GESTÃO ORGANIZACIONAL LTDA. e que bem se amolda ao presente caso concreto, senão veja-se:

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“Em primeiro lugar, não há cabimento em impor a exigência de que o sujeito tenha executado no passado obra ou serviço exatamente idêntico ao objeto da licitação. Parece evidente que o sujeito que executou obra ou serviço idêntico preenche os requisitos para disputar o certame e deve ser habilitado. Mas também se deve reconhecer que a idoneidade para executar o objeto licitado pode ser evidenciada por meio da execução de obras ou serviços similares, ainda que não idênticos. Em outras palavras, a Administração não pode exigir que o sujeito comprove experiência anterior na execução de um objeto exatamente idêntico àquele licitado – a não ser que exista alguma justificativa lógica, técnica ou científica que dê respaldo a tanto. (...) Daí se segue que a Administração deverá identificar os aspectos mais complexos e diferenciados do objeto licitado, para efeito de exigência da experiência anterior. É evidente que não teria cabimento subordinar a participação à comprovação de atividade secundária ou irrelevante que o objeto licitado apresente.” II. 2. Da Experiências em desenvolvimento / manutenção de software utilizando a plataforma J “ U O” ( t 9.5.2.3 t ). 41. Aduz a ÁBACO que a SOLUTIS teria apresentado atestados que contemplam serviços de desenvolvimento / manutenção de sistemas utilizando a ferramenta “framework”, não atendendo, assim, às exigências de comprovação de experiência técnica para o Lote I que prevê a utilização da plataforma Java “PURO”. 42. Extrai-se do texto editalício que a empresa deveria comprovar experiência anterior de no mínimo 7.600 PF em plataforma JAVA Padrão J2EE ou JEE. Por mais óbvio que pareça ser, cabe ressaltar que quando se utiliza os frameworks CDI, Struts, JBoss Seam, entre outros, obrigatoriamente, está se utilizando a plataforma padrão Java EE ou J2EE. 43. O que a Administração solicita, nesse ponto, é a comprovação e a segurança de que a empresa vencedora tem experiência suficiente para trabalhar na plataforma Java padrão J2EE. A sua experiência com framework em nada desagrega a essa comprovação, muito pelo contrário, é mais uma competência agregada. 44. Não há no edital, em nenhum item sequer conforme quer induzir a ÁBACO, a afirmação de que frameworks não poderiam ser utilizados nos sistemas da plataforma Java EE, até porque, tecnicamente, não haveria qualquer sustentação. 45. De todo modo, vale ressaltar que a plataforma Java EE é uma plataforma para desenvolvimento de aplicações distribuídas que apresenta várias camadas compostas por componentes, serviços e frameworks que são providos por um container. 46. Struts e JBoss Seam são frameworks que estendem e agregam funcionalidades a algumas tecnologias providas pela plataforma Java EE, sem, contudo, deixar de ser Plataforma padrão JEE e sem abstrair do desenvolvedor as inúmeras outras tecnologias presentes na plataforma. 47. CDI é um framework que faz parte integrante da plataforma Java EE, sendo impossível implementar uma aplicação utilizando CDI sem estar trabalhando com tecnologias na plataforma Java EE. 48. Podemos afirmar ser impossível desenvolver de forma eficiente uma aplicação com framework Struts, JBoss Seam ou CDI sem conhecimento no desenvolvimento de aplicações Java EE como um todo. 49. Ou seja, não é possível desenvolver eficientemente uma aplicação

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utilizando o framework Struts sem ter conhecimento de HttpServletRequests, HttpServletResponses, HttpSessions e tantas outras classes providas pela API de Servlets provida pelo Java EE. Além disso este framework é totalmente baseado no uso inalterado de JavaServer Pages (JSPs), também da plataforma padrão Java EE. 50. No caso do JBoss Seam, existe ainda a necessidade do conhecimento extensivo de JavaServer Faces (JSF), conhecimento em CDI (Context and Dependency Injection é utilizado como base do JBoss Seam desde a sua versão 3), Servlets, Sessions, entre outras tecnologias. 51. Em todos os frameworks citados é necessário saber configurar a aplicação, estrutura de diretórios, padrão de nomenclatura e diversos outros conceitos de acordo com a plataforma Java EE.

52. Nota-se, portanto, que uma empresa que desenvolve sistemas utilizando os frameworks citados no edital para Java – FRAMEWORK, por conseqüência, está trabalhando na plataforma padrão JEE e possui necessária expertise no desenvolvimento de aplicações utilizando a Plataforma PADRÃO J2EE ou JEE, ou o Lote I do edital. 53. Assim, fica mais do que evidente a comprovação da experiência da SOLUTIS na plataforma JAVA Padrão, atendendo, plena e integralmente, ao requisito editalício. 54. Vale salientar também que todos os atestados apresentados pela SOLUTIS para os Sistemas desenvolvidos em JAVA/Frameworks deixavam claro que a Plataforma utilizada era a JAVA Padrão JEE, sendo assim, apropriadamente avaliada pela Comissão Técnica. 55. Adicionalmente, vale ressaltar que a SOLUTIS possui mais de 7.600 PF ou 114.000 horas em plataforma JEE sem a utilização dos frameworks relacionados, como é o caso das 134.934 horas de manutenção conforme atestado do TJ-BA. II. 3 Da Qualificação Técnica e do Princípio da Vinculação ao Edital 56. À administração cumpre observância aos princípios que regem a sua atuação, com especial atenção àqueles constitucionalmente eleitos, quais sejam, os da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 57. A qualificação técnica visa demonstrar que o licitante detém minimamente o domínio do conhecimento e das habilidades teóricas e práticas para a execução objeto a ser contratado. 58. A escolha dos critérios de qualificação técnica que constarão como requisitos mínimos no instrumento convocatório passa por decisão discricionária da Administração. 59. Nesse contexto, ao órgão contratante é lícito “escolher” de acordo com a sua conveniência e oportunidade, observadas as diretrizes traçadas em lei, que requisitos técnicos serão imprescindíveis para garantir que o futuro contratado executará os serviços licitados com a qualidade técnica necessária. 60. Com efeito, após a publicação do edital em que constem os requisitos habilitatórios eleitos, a Administração Pública passa a se vincular integral e incondicionalmente às disposições ali lançadas, em observância ao princípio da vinculação do instrumento convocatório. 61. Na definição do Prof. Marçal Justen Filho, “A expressão ‘qualificação técnica’ tem grande amplitude de significado. Em termos sumários, consiste no

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domínio de conhecimentos e habilidades teóricas e práticas para execução do objeto a ser contratado. Isso abrange, inclusive, a situação de regularidade em face de organismos encarregados de regular determinada profissão.”

1.

62. Nesse diapasão, a inabilitação, ou desclassificação do Licitante está diretamente ligada à incapacidade de prestar os serviços licitados, fato de maior preocupação da Administração, uma vez que, invariavelmente, se converte em prejuízo imensurável para o Estado. 63. Assim, somente deverá ser inabilitado o licitante que não demonstrou possuir os requisitos técnicos mínimos necessários a comprovar a sua aptidão para o desempenho do objeto licitado. 64. Não se trata, pois, de simples avaliação fria dos documentos. Trata-se de aferir a real capacitação da empresa, diante, especificamente, dos requisitos técnicos eleitos. A Administração, na aplicação dos termos do edital, jamais poderá criar restrições ou mesmo detalhamentos não contidos no texto editalício, mormente quando não agregam qualquer valor à avaliação da segurança da contratação. 65. Os documentos de habilitação apresentados pela SOLUTIS, por todos os motivos esposados, atendem integralmente aos requisitos mínimos de qualificação técnica eleitos pelo edital, conferindo à Administração a segurança almejada para a contratação. 66. A ÁBACO fundamenta o pedido de inabilitação da ora Requerente com argumentos frágeis, irrelevantes e sem qualquer conseqüência prática para o desfecho do certame, especificamente contestados, pelo que a SOLUTIS pugna pelo indeferimento do Recurso.

- III - Conclusões.

67. Diante do exposto, requer sejam acolhidas as presentes contrarrazões para que V.Sa. declare improcedente o Recurso pela ÁBACO TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO LTDA., mantendo a decisão que declarou a SOLUTIS TECNOLOGIAS Ltda. vencedora dos Lotes I e II do certame.

A empresa CPM BRAXIS S/A, vencedora do Lote III, por sua vez

contrarrazoa:

DAS ALEGAÇÕES DA RECORRENTE A Recorrente fundamenta seu apelo na alegação de a CPM Braxis não ter atendido às exigências do item 9.5.2.2 e seguintes que tratam da qualificação técnica: “...nem todos (os atestados técnicos) foram capazes de comprovar sua qualificação técnica,...”. Acrescenta que não foram apresentados atestados que atendessem a todas às áreas de negócio (item 9.5.2.2), especificamente em relação à “CONTABILIDADE”, “ADMINISTRATIVA”, “PREVIDÊNCIA” e “EDUCAÇÃO”, bem como à técnica exigida no item 9.5.2.2.1. A tese defendida pela Recorrente não demonstra nenhuma objetividade em relação às exigências não atendidas em contrapartida ao constante no instrumento convocatório.

1 MARÇAL JUSTEN FILHO, Comentários à lei de licitações e contratos administrativos, 10 ed., São Paulo, Dialética, 2004 p. 316.

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DAS CONTRARRAZÕES Em primeiro lugar, é imprescindível trazer à baila as disposições do dispositivo supostamente violado para interpretá-lo à luz dos princípios constitucionais e legais, de sorte a que o interesse público seja plenamente atendido. (...) Está claro que a análise do item 9.5.2 exige que as empresas licitantes deverão comprovar serviços compatíveis, mediante a apresentação de atestado de capacidade técnica, expedido por pessoa jurídica de direito público ou privado. Mais ainda, a redação do dispositivo é patente no sentido de apontar que essa inequívoca compatibilidade (e, frise-se, não identidade) é parametrizada: a) com o objeto do edital; e b) com as características descritas nos demais subitens, dentre os quais se incluem os subitens 9.5.2.2, 9.5.2.2.1 e 9.5.2.5.1. A propósito, sabiamente constou no edital o parâmetro norteador previsto especificamente no inciso II, art. 30, Lei 8.666/93, com destaque. Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a: (...) II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos; (...) Portanto, a primeira importante conclusão a que se chega é a de que a h b t q s t “q f té p ” comprovação com atividades compatíveis, e não idênticas, à descrição dos subitens que o edital enumera para a exigência. (...) Sobre a matéria, a jurisprudência do TCU está consolidada, a exemplo dos Acórdãos 112/2011-Plenário, de 26.01.2011, 556/2010-Plenário, de 24.03.2010 e 1041/2010-Plenário, de 12.05.2010. Em âmbito judicial, há muito a jurisprudência é uníssona no mesmo sentido, como se observa na ementa de decisão da lavra da Desembargadora Federal GERMANA MORAES do TRF da 5ª Região, na Remessa Ex Officio 9605099802 (DJ de 10/10/1997, p.84342), com destaque. ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. EXIGÊNCIA DE DESEMPENHO ANTERIOR DE ATIVIDADE COMPATÍVEL COM O OBJETO DO EDITAL. RESTRIÇÃO NÃO PREVISTA EM LEI. ARTIGO 30, PARÁGRAFO PRIMEIRO, INCISO I, DA LEI Nº 8.666, DE 1993. 1. Em edital de processo licitatório, têm-se como inadmissíveis as exigências que comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo do prélio. 2. Inadmissibilidade de cláusula editalícia que exige atestado de anterior execução de atividade em proporções equivalentes à que se pretende contratar. 3. A Lei nº 8.666, de 1993, ao exigir capacitação técnica para a habilitação no certame, não requer a anterior execução de idêntico serviço. Restrições como a do edital impugnado implicariam eterna impossibilidade de participação de novas empresas em licitações públicas. 4. A lei de licitações, em seu artigo 30, inciso II, refere-se à "comprovação de aptidão para desempenho de atividade" compatível com o objeto da licitação, e não à comprovação de desempenho anterior de atividade similar àquela que é objeto do concurso. A tênue diferença entre o texto da lei e o texto constante do edital é bastante para que se altere todo o sentido dos dizeres, viciando de ilegalidade a disposição editalícia. 5. a exigência editalícia,

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além de instituir restrição ofensiva ao princípio da igualdade, não atentou para o artigo 30, parágrafo primeiro, inciso i, da lei nº 8.666, de 1993, onde se enumeram as únicas exigências permitidas no tocante à comprovação da capacitação técnica do licitante. e porque foi a lei taxativa, limitando as exigências admitidas, não poderia um edital contrariá-la, pena de (ao menos neste tocante) ser considerado nulo. 6. Remessa oficial improvida. A interpretação conjunta dos dispositivos aqui comentados sugere a constatação de que o objetivo da Administração foi amalgamar a necessária qualificação técnica operacional (desenvolvimento e ou manutenção de software de gestão pública), sem se descuidar da competitividade. Neste diapasão, privilegiou, no mesmo compasso, a exigência da peculiaridade do serviço e sua respectiva dimensão (representada pelos ramos de negócio e pelo quantitativo de pontos de função – item 9.5.2.2) com a técnica empregada (plasmada na exigência dos itens 9.5.2.2.1 e 9.5.2.5.1). No entanto, não se pode inferir que o serviço eventualmente realizado em cada uma das áreas de negócio exigiria especificamente a utilização da técnica prevista nos itens 9.5.2.2.1 e 9.5.2.5.1, haja vista que a exigência (macro) é a compatibilidade dos serviços de desenvolvimento e ou manutenção aplicados em software de gestão pública. Assim, a empresa licitante deve comprovar ter prestado serviços compatíveis com a prestação de serviços de desenvolvimento e/ou manutenção em um ou mais softwares de gestão pública (valendo-se de um ou de mais atestados), cujo somatório contemple as áreas de Planejamento, Orçamento, Finanças, Contabilidade Pública, Tributário, Administrativa (Licitações, almoxarifado e patrimônio), Recursos Humanos, Folha de Pagamento, Regime de Previdência Social e Educação, utilizando, em um ou mais softwares e não individualmente nas áreas, a técnica e o volume previstos nos itens 9.5.2.2 e 9.5.2.5.1. Em relação ao somatório de atestados, vale a transcrição do teor da resposta do Esclarecimento nº 4: (...) Resposta: Sim a capacidade técnica pode ser atestada por mais de um atestado, desde que o somatório dos pontos de função ou horas atenda o volume definido pelo edital. A partir desse ponto deve ser espraiado todo o julgamento da documentação das licitantes, como, aliás, procedeu corretamente o Sr. Pregoeiro. Outro ponto que merece comentário diz respeito à literalidade dos atestados apresentados pela CPM Braxis, na qual se apegou a Recorrente. Limita-se ao confronto pueril entre o que está escrito nas exigências e o que está escrito nos atestados. Não disseca o conteúdo e não coteja com as atividades desenvolvidas pela CPM Braxis nos respectivos contratos. A licitação não se resume a verificar quem tem mais aptidão de reproduzir literalmente o que consta no Edital. Ao contrário, idênticas descrições entre exigências de edital e atividades previstas em atestados, muitas vezes consubstanciam evidências de atestados forjados. As atividades afetas à tecnologia de informação são por demais peculiares e específicas. Trata-se de contratação de apurada complexidade e que requer minuciosa análise por parte do órgão julgador, sob pena de restringir equivocadamente a competitividade e, com isso, alijar empresas potencialmente qualificadas para a prestação dos serviços. Assim, é impossível os atestados de capacidade técnica conterem todas as informações relativas aos serviços de TI prestados em órgãos públicos.

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Sob outro foco, transformar a apresentação de atestados em mero cotejo de palavras entre exigências do edital e teor de documentos é inócuo para a real finalidade da licitação. Como já apontado, a verificação da compatibilidade dos atestados apresentados com as atividades requeridas deve levar em conta a natureza e similaridade dos serviços, sendo irrelevante a nomenclatura aplicada por cada órgão emitente. Assim, pois, o exame da compatibilidade técnica deve ser adstrito ao conteúdo das atividades relacionadas nos respectivos atestados. O órgão julgador deve, no cotejo com os serviços que se deseja contratar, observar os serviços comuns, mesmo que indireta ou subliminarmente possam estar descritos nos atestados. Vale o conteúdo e autenticidade de cada atestado apresentado e não sua aparência, exceto quando agrida preceito normativo ou formal relevante, o que não é o caso. Como ato acessório do julgamento, a Administração Pública se utiliza da promoção de diligências junto ao órgão emissor do atestado que, inclusive, é prevista no item 9.5.3.1 do Edital. Alega a Recorrente que a CPM Braxis não comprova qualificação técnica nas áreas de negócio “Contabilidade”, “Administrativa”, “Previdência” e “Educação”. Pela equivocada interpretação da Recorrente, as empresas licitantes deveriam comprovar a aplicação da técnica, prevista nos itens 9.5.2.2.1 e 9.5.2.5.1, em todos ramos de negócio em softwares exclusivamente de gestão pública, o que não condiz com a exigência deste certame. Todavia, a técnica empregada não está vinculada especificamente à área da gestão pública, bastando que a técnica tenha sido empregada em qualquer dos softwares de gestão pública, independentemente da área de aplicação. Será que é indispensável para a contratação que a empresa licitante tenha aplicado a técnica exigida em todos os ramos de negócio? A metodologia de aplicação da técnica não difere se for utilizada em áreas diferentes. É como se a técnica da fundação por sapatas de obras civis variasse em função da aplicação em edifício ou outra espécie de construção civil. A Recorrente parte de premissas equivocadas e se perde em suas alegações. Tome-se como exemplo os comentários em relação às áreas de “Previdência” e “Educação”, reproduzido com destaque, mesmo com as incorreções gramaticais.

Dessa forma, somente atestados que comprovem a atividade em favor da Administração Pública, poderia ser apto há atender o requisito, o que não é o caso do confeccionado pela ANP. (sic) Ora, a Recorrente, sem qualquer respaldo no Edital, afirma que somente atestados emitidos pela Administração Pública poderiam ser aptos a comprovar o atendimento nas áreas de “Previdência” e “Educação”. Mais uma vez a Recorrente demonstra a inconsistência de suas alegações com as exigências do instrumento convocatório, haja vista que, em atendimento ao Art. 30, inciso II, parágrafo 1º, da Lei 8666/93, o item 9.5.2.1 não exige que os atestados sejam emitidos por instituições com idêntico objeto social da

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Administração promotora do certame, o que nem seria admitido pelas orientações dos tribunais. O foco é a pertinência e a compatibilidade dos serviços prestados com as características do objeto licitado e tampouco não exige que as atividades comprovadas sejam iguais. Esquece-se também de que a ANP é uma agência reguladora e faz parte da Administração Pública Indireta, sendo, pois, pessoa jurídica de direito público, idônea a emitir atestados na forma do item 9.5.2.1. Como já mencionado, a exigência prevista no Edital privilegia a compatibilidade entre serviços e não a identidade, de modo que serviços de desenvolvimento ou manutenção de softwares prestados nas áreas de educação e previdência, independentemente da aplicação, podem ser considerados compatíveis com o requerido pelo objeto da licitação. Sobre as alegações específicas da Recorrente, cabe a observação de que a Recorrente se prende a cotejar palavras nos documentos apresentados pela CPM Braxis, sem se debruçar no conteúdo das atividades descritas. DOS ATESTADOS APRESENTADOS PELA CPM BRAXIS I - ÁREA DE NEGÓCIO CONTABILIDADE A) Atestado COPASA (2010-10-19) O atestado emitido pela empresa COPASA não deixa margem à dúvida quanto ao atendimento de qualificação da CPM Braxis no que se refere a desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública nas áreas de negócio de ORÇAMENTO, FINANÇAS, CONTABILIDADE GERENCIAL, ADMINISTRATIVO (LICITAÇÕES E CONTRATOS), RECURSOS HUMANOS (SISAP – ACOMPANHAMENTO DE PESSOAL), E REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (CONTROLE MÉDICO – MÓDULO CONVENIADO). O referido atestado apresenta em suas páginas 02/03 em Ambiente Computacional e Padrões Tecnológicos o uso da ferramenta Case System Architect. Sendo de domínio pelo mercado de Tecnologia da Informação que o uso do System Architect dispensa o uso dos termos Unified Process (UP) e Unified Modeling Language (UML), por ser uma ferramenta de modelagem de processos, dados e sistemas, robusta, de fácil utilização/aprendizado e que oferece um excelente custo-benefício, com as seguintes características principais: - suporte ao ciclo de vida de modelagem de processos, dados e sistemas; - permite utilização de técnicas de levantamento e documentação de Requisitos; - contempla Inúmeras notações e técnicas (BPMN, UML, Modelagem de Dados, SOAML, SysML, ARCGis e outras); - com abordagem completa em Análise e Projeto de Sistemas conforme a UML; - automatização na engenharia de código (geração, reversa e sincronização), contemplando múltiplas linguagens de programação; - rastreabilidade entre todos os elementos de modelagem (processos, regras, requisitos, casos de uso, classes, componentes, tabelas, etc); e - integração com ferramentas de gerenciamento de configuração e versionamento (como CVS, Subversion, SourceSafe, entre outras).

B) Atestado DERSA (2013-04-08)

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O referido atestado apresenta em sua página 02/03 a descrição do Projeto Protheus (ERP Totvs versão 10): No projeto Protheus, ... : - Upgrade de versão de Totvs versão 8.11 para versão 10. - Implantação do módulo Financeiro: Contas a Pagar e a Receber, Comunicação Bancária (CNAB a Pagar e Receber), Ativo Fixo, Tesouraria; Integração do módulo Financeiro com o módulo de Planejamento e Controle Orçamentário e Desenvolvimento de rotinas e relatórios específicos. - Implantação do módulo de Suprimentos: Controle de Estoques, Cadastro de Fornecedores, Cadastro de Materiais, Gestão de Compras e Recebimento. - Parametrização e customização do Módulo PCO (Planejamento e Controle Orçamentário). - Implantação do módulo de Cargos e Salários customizados. - Implantação da funcionalidade de auditoria do sistema (Audittrail). -Implantação do módulo de DataWarehouse. - Monitoramento, ajustes e atualizações do sistema nos servidores master, slave e servidor do banco de dados Oracle. - Integração do sistema Totvs com o sistema Sigero (.Net). - Análise e desenvolvimento da integração do sistema Totvs com o sistema de pedágio das Travessias; - Suporte e desenvolvimento de customizações nos seguintes módulos: Ativo Fixo, Contabilidade Gerencial, Estoque, Compras, Contabilidade Gerencial, Financeiro, Livros Fiscais, Planejamento e Controle Orçamentário, Gestão de Pessoal, Cargos e Salários, Workflow, Audittrail. - Em ambiente de teste, upgrade do Totvs versão 10 para versão 11. Em anexo à documentação apresentada, encontra-se o Edital da Concorrência que originou o contrato celebrado com a empresa DERSA, em cujo conteúdo pode ser verificada evidência objetiva da utilização do UML e do PMBOK. Ressalta-se mais uma vez as infundadas alegações da Recorrente, haja vista que os serviços prestados ao cliente DERSA demonstram a qualificação técnica da CPM Braxis em desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública nas áreas de negócio de PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO, FINANÇAS, CONTABILIDADE GERENCIAL, ADMINISTRATIVO (ALMOXARIFADO E PATRIMÔNIO) e RECURSOS HUMANOS (GESTÃO PESSOAL, CARGOS E SALÁRIOS). Por si só, este atestado apresenta um volume de 77.472 horas, em um período de 04 anos,ou seja, 19.368 horas anuais de serviços de desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública nas áreas de negócio acima apresentadas. Por se tratar de domínio e conhecimento do mercado de Tecnologia da Informação, notoriamente na área de ERP, o projeto Protheus da Totvs é desenvolvido com uso da metodologia Unified Process (UP) com uso de Unified Modeling Language (UML), tratando-se de desenvolvimento orientado a objeto, não sendo assim necessário a redundância desta informação no referido atestado. Quanto ao atendimento do gerenciamento dos processos com base no Project Management Body of Knowledge – PMBOK, na página 01/03 do mesmo atestado, temos a referência das atividades desenvolvidas em regime de fábrica de software, que pressupõe esta formalidade no gerenciamento dos processos. Contudo, ainda para redimir qualquer dúvida quanto ao atendimento do subitem 9.5.2.2.1, basta analisar o item 7 do ANEXO VI (Termo de Referência) do Edital da DERSA (processo DERSA nº 47.323/2008) que deu ensejo ao contrato, objeto do referido atestado, com destaque. 7 – METODOLOGIAS/PROCESSOS No desenvolvimento de projetos, onde couber, deverão ser utilizados as metodologias / processos abaixo: • Análise estruturada, orientada o objetos/eventos e essencial; • Processo unificado e UML; • Gerenciamento de projetos (PMI);

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• Acordo de nível de serviço (ANS); • Ponto de função (IFPUG), caso de uso (UCP) e tabela de complexidade.

C) Atestados SEFAZ BA (2008-02-21 e 2009-09-24) Ambos os atestados emitidos pela SEFAZ BA (2008-02-21) comprovam o atendimento de qualificação técnica da CPM Braxis em desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública nas áreas de negócio de FINANÇAS, CONTABILIDADE GERENCIAL e TRIBUTÁRIO. Quanto ao atendimento do gerenciamento dos processos com base no Project Management Body of Knowledge – PMBOK, na página 08/08 do Atestado SEFAZ BA (2008-02-21), observa-se referência das atividades desenvolvidas em regime de fábrica de software, que pressupõe o uso dessa formalidade no gerenciamento dos processos, principalmente pela fábrica de software da CPM Braxis, detentora, à época, da certificação CMMI Nível 3.

A despeito dos atestados enumerados para atendimento da área de “C t b ”, s s t s atestados igualmente atendem à referida área de “Contabilidade”: - Atestado TCM-BA (2009-11-27) - Atestado SAEB-BA (2003-01-10) - Atestado SENAI-SP (2012-08-23) - Atestado SEPLANTEC-BA (2002-07-25) II - ÁREA DE NEGÓCIO ADMINISTRATIVA

A) Atestado ANP (2005-12-17) O atestado emitido pela ANP atende à qualificação técnica em desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública nas áreas de negócio ADMINISTRATIVO (ALMOXARIFADO E PATRIMÔNIO, através do SISTEMA INTEGRADO DE MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS (I-SIMP) e do SISTEMA DE REMESSAS DCP -DEMONSTRATIVO DE CONTROLE DE PRODUTOS), de EDUCAÇÃO (PORTAL E SOFTWARES EDUCATIVOS, SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA, todos voltados a atividades educativas relacionadas à suas funções regulatórias), e de PLANEJAMENTO (SISTEMA DE REMESSAS DCP -DEMONSTRATIVO DE CONTROLE DE PRODUTOS).

B) Atestado BNB (2012-10-04) Antes da análise do documento, cabe registrar o desconhecimento demonstrado pela Recorrente em seu recurso. É dever esclarecer que o Banco do Nordeste do Brasil S. A. é o maior banco de desenvolvimento regional da América Latina e diferencia-se das demais instituições financeiras pela missão que tem a cumprir: Atuar na promoção do desenvolvimento sustentável, como Banco Público competitivo e rentável. Sua visão é a de ser o Banco preferido na Região Nordeste, reconhecido pela excelência no atendimento e efetividade na promoção do desenvolvimento sustentável, ou seja, não se furtando de sua função de Gestão, e que além de ter controle estatal é instrumento para o fomento regional do Nordeste. Esclarecida a questão, o atestado do BNB qualifica a CPM Braxis em desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública na área de negócio ADMINISTRATIVO (PATRIMÔNIO, através do Sistema de Gestão de Contratos e do Sistema Integrado de Recursos Logísticos – S320), e de REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (Sistema de Pagamentos de Benefícios do INSS).

C) Atestado MCT (2011-06-22) Como abordado em seu próprio recurso, a Recorrente admite que o atestado emitido pelo MCT qualifica a CPM Braxis em desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública na área de negócio ADMINISTRATIVO (LICITAÇÕES). Contudo, a distorce as informações quando, prendendo-se à literalidade do documento, não reconhece (equivocadamente) que os sistemas de EQUIPAMENTOS

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e SILC qualificam a CPM Braxis na área de negócio ADMINISTRATIVO (AMOXARIFADO E PATRIMÔNIO), o sistema SIGMCT qualifica na área de PLANEJAMENTO, os sistemas SIGRH, Frequência e SAGD qualificam-na na área de RECURSOS HUMANOS, e os sistemas Semana C&T e SGVE, na área de EDUCAÇÃO.

D) Atestado SAEB-BA (2003-01-10) O atestado emitido pela SAEB atende à qualificação técnica da CPM Braxis em desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública nas áreas de negócio ADMINISTRATIVO (LICITAÇOES, ALMOXARIFADO E PATRIMÔNIO). E) Atestado SENAI-SP (2012-08-23) Este atestado qualifica a CPM Braxis no desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública nas áreas de negócio de PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO, FINANÇAS, CONTABILIDADE GERENCIAL, ADMINISTRATIVO (ALMOXARIFADO E PATRIMÔNIO), RECURSOS HUMANOS e EDUCAÇÃO. O atestado refere-se a 02 sistemas, ambos com 750 PF, estando um em fase de desenvolvimento (SISTEMA DE INSTRUTORIA) e outro em fase de implantação (SISTEMA DE CONTROLE DE PROJETOS PARA UNIDADE ESCOLARES). Para quem está familiarizado com o conceito de processo ágil, reconhece que todos os ciclos de desenvolvimento de sistemas ocorrem a cada sprint (unidade básica de desenvolvimento) da metodologia SCRUM (processo ágil que permite manter o foco na entrega do maior valor de negócio, no menor tempo possível), sendo totalmente infundada a alegação da Recorrente de que o serviço ainda está em implantação e, por isso, o respectivo atestado não deveria ser considerado. O que diferencia uma fase de um sistema de outro, é que o SISTEMA DE CONTROLE DE PROJETOS PARA UNIDADE ESCOLARES já atingiu um estágio em que o cliente não necessita mais efetuar sprints para viabilizar o sistema ao usuário final. Os eventuais sprints posteriores referem-se a desenvolvimentos de somenos importância em face do núcleo do sistema que, como já mencionado, está à disposição do usuário. III - ÁREA DE NEGÓCIO REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL E EDUCAÇÃO

Os atestados emitidos pela ANP (2005-12-17) e pelo BNB (2012-10-04) foram objeto de comentários anteriormente. A) Atestado SENAI-SP (2012-08-23) O atendimento às exigências do Edital pode ser verificado mediante análise do escopo do contrato, para cuja comprovação foi emitido o atestado. Comprova-se que as atividades envolvem todo o ciclo de desenvolvimento, ao contrário do alegado pela Recorrente. Ademais, como previsto no próprio atestado, alguns sistemas já estão em implantação. B) Atestado SESI-SP (2013-08-19) O atestado emitido pelo SESI-SP comprova o atendimento da qualificação técnica da CPM Braxis em desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública nas áreas de negócio ADMINISTRATIVO (ALMOXARIFADO E PATRIMÔNIO), de EDUCAÇÃO (Educação Básica e Educação de Jovens e Adultos), de PLANEJAMENTO, de CONTABILIDADE GERENCIAL e de FINANÇAS. O que causa espécie é a demonstração de desconhecimento da Recorrente da função pública desenvolvida pelos Serviços Sociais há mais de meio século, estabelecida pelo Decreto-Lei nº 9.403, de 25 de junho de 1946, sobretudo em seus artigos 4º, 5º e 6º.

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C) Atestado TJ-BA (2012-10-25): O Edital não especifica que tipo de atividade deve ser comprovada em relação à Gestão de Regime de Previdência Social, tampouco menciona a necessidade de se comprovar um sistema completo de Gestão de Regime de Previdência Social. Com este entendimento, o atestado do TJ-BA atende à exigência de qualificação técnica da CPM Braxis no desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública nas áreas de negócio de REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL, pois na descrição dos sistemas pode-se observar “controle do regime jurídico e previdenciário”, “definição, revisão e implantação de métodos e instrumentos de acompanhamento do registro funcional, previdenciário e de folha de pagamento, com definição de mecanismo de atualização e controle”.

D) Atestado CETEAD-BA (2003-01-10) O atestado do CETEAD, já em seu primeiro parágrafo, demonstra estar a CPM Braxis qualificada no desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública nas áreas de negócio de REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. Destaca-se a prestação de Serviços de Consultoria em Informática e Serviços Técnicos Especializados de Informática ao Ministério da Previdência Social (MPAS), com ênfase (do item 01 ao 05 do atestado) nos serviços de consultoria e/ou desenvolvimento e manutenção em sistemas de regime previdenciário. O referido atestado apresenta em sua página 02/05 o uso da ferramenta Case System Architect, cujo uso dispensa o uso dos termos Unified Process (UP) e Unified Modeling Language (UML), conforme explanado, quando dos comentários referentes ao atestado emitido pela empresa COPASA.

E) Atestado SEC-BA (2004-11-25) O atestado da SEC-BA, no objeto de cada contrato, qualifica a CPM Braxis no desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública nas áreas de negócio de EDUCAÇÃO, pois destaca o processo de matrícula dos candidatos ao Sistema Estadual de Ensino Público. O referido atestado apresenta em sua página 03/09 o uso da ferramenta Case ERWIN, similar a ferramenta Case System Architect, conforme explanado, quando dos comentários referentes ao atestado emitido pela empresa COPASA. Em conclusão, ao contrário do que alega a Recorrente, os atestados apresentados demonstram a capacidade da CPM Braxis em prestar os serviços inerentes ao objeto licitado e causaria bastante estranheza que uma empresa com a pujança da CPM Braxis não reunisse condições técnicas para tanto, em face da inegável dimensão de seu portfólio. DO PEDIDO Diante do exposto, REQUER que V.S.ª se digne a julgar TOTALMENTE IMPROCEDENTES os pedidos constantes no recurso interposto pela empresa ÁBACO TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO LTDA., mantendo a CPM BRAXIS S.A. vencedora do Lote III, em atendimento ao princípio da legalidade, por dever de JUSTIÇA e no interesse da Administração Pública.

A empresa FREIRE INFORMÁTICA LTDA, vencedora do Lote IV,

também contrarrazoa nos seguintes termos:

O Centro de Processamento de Dados do Mato Grosso promoveu licitação na modalidade Pregão Presencial de Nº 003/2014, do tipo técnica e preço, tendo por objeto a eventual contratação de empresa especializada na prestação de serviços

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de tecnologia da informação para desenvolvimento e manutenção de sistemas, em regime de Fabrica de Software, visando atender a SEDUC, SEDTUR, SECITEC, SEC, FAPEMAT, SEEL, SEPLAN, SESP, SEMA, SEFAZ e CEPROMAT, por um periodo de 12 (doze) meses. No Edital constou todos os requisitos que deveriam ser seguidos pelos concorrentes, em consonância ao que determina os arts. 27 a 31 da Lei de Licitações. Tendo a Freire Informática LTDA. cumprido com todos os requisitos, um a um, e diante disto fora apta à participar do Pregão em questão e obteve êxito no Lote de nº 004. Ocorre que, em ata de 25 de abril de 2014 a recorrente manteve intenção de recorrer à decisão de habilitação alegando que a Freire Informática LTDA. supostamente não atendeu aos itens 9.5.2.2 e 9.5.2.6.1 do Edital. A ÁBACO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA. em 30.04.2014 interpôs o Recurso de Administrativo no qual pugna pela reforma da decisão que declarou a Freire Informática LTDA. como vencedora do lote IV, sob o argumento que a mesma não atende ao edital no que diz respeito a comprovação de sua habilitação técnica. A Freire Informática LTDA. instada a manifestar-se acerca do recurso, referente a reforma da decisão que a habilitou, o faz da seguinte forma: DAS NORMAS DO EDITAL Inicialmente, deve-se frisar que o processo licitatório é regido pelo caráter OBJETIVO da análise das propostas, no que se refere a conformidade ou não aos requisitos previstos no EDITAL e na legislação. Assim o é, em virtude de não se estabelecer a insegurança jurídica entre os participantes, os quais conhecem previamente as normas constates no EDITAL, os requisitos que serão exigidos para que a empresa seja habilitada para participar do certame, a fim de se garantir uma participação isonômica, sob pena de ferirem-se os princípios da igualdade e da competitividade, daí o caráter geral da norma esculpida no art. 27 da Lei 8.666/93. O exame do direito de licitar é denominado de Habilitação, que consiste num conjunto de atos orientados a apurar a idoneidade e a capacitação de um sujeito para contratar com a Administração Pública; a habilitação sujeita-se ao disposto na Lei e no Edital. Ressalte-se, que a habilitação enquanto ato decisório é ato vinculado, não é informada por qualquer juízo de conveniência; nem pode se fundar na vantajosidade de propostas. Há uma radical dissociação entre habilitação (exame de presença das condições do direito de licitar) e julgamento das propostas. Nesse diapasão, se infere que a participante tem o direito de participar da licitação; estando seu direito de contratar com a administração condicionado a seleção no processo licitatório, o qual é regido pelas disposições previstas em Lei e no Edital. DA HABILITAÇÃO DA FREIRE A recorrente apenas alega que a Freire Informática LTDA. não comprova sua qualificação técnica, entretanto não demonstra, data vênia, os fundamentos para a reforma da decisão.

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Da analise de processo licitatório se infere que a Freire Informática LTDA. não comprova sua qualificação técnica consoante Da análise de processo licitatório se infere que a Freire Informática LTDA. comprova sua qualificação técnica consoante atestados técnicos apresentados no certame desenvolvendo 26 sistemas de programas, cumprindo os itens 9.5.2.2 e 9.5.2.6.1. 9.5.2.2. Execução de serviços de desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública, contemplando as áreas de Planejamento, Orçamento, Finanças, Contabilidade Pública, Tributário, Administrativa (Licitações, almoxarifado e patrimônio), Recursos Humanos, Folha de Pagamento, Regime de Previdência Social e Educação, com volume igual ou superior a 9.000 pontos de função ou 90.000 horas. 9.5.2.6.1. Execução de serviços de desenvolvimento e/ou manutenção de software, com volume igual ou superior 3.954 pontos de função ou 39.540 horas, desenvolvidos utilizando SGBD Oracle e/ou Microsoft SQL Server e/ou Postgree, plataforma Java ou. Net gerados pelo MAKER, linguagem Procedural baseada em SQL; A Freire Informática LTDA., inclusive, comprova a execução de serviços previstos nos itens do EDITAL, através do atestado de capacidade técnica do Instituto de Previdência Social dos servidores públicos do Município de Teotônio Vilela no Estado de Alagoas, onde demonstra o sistema de folha de pagamento. À titulo de ilustração, chama-se atenção que o sistema de folha de pagamento foi personalizado para o cliente dispor de dados do regime de previdência social, pois de qualquer forma o mesmo teria de ser integrado ao sistema de folha de pagamento, não gerando desta forma duplicidade de cadastros, devido ao sistema de regime de previdência social utilizar praticamente todo o seu cadastro e movimentação para gerar os dados da previdência. Destarte, não existe qualquer sustentáculo jurídico para a alegação da recorrente, uma vez que o Tribunal de Contas da União - Plenário em decisão de nº 1618/2002 esclarece que é desnecessária a exigência de atestado de capacidade técnica de itens irrelevantes e mesmo assim a Recorrida os apresentou. “É indevida a exigência de atestado de capacidade técnica em relação a itens que não sejam significativos dentro do contexto da obra/serviço como um todo. Podem ser estabelecidos quantitativos mínimos nos atestados de capacidade técnico-operacional. Entretanto, em cada caso concreto, deverá ser verificado se as exigências estabelecidas são pertinentes e necessárias para que a administração tenha as garantias necessárias que aquela empresa possui as condições técnicas para a boa execução dos serviços (Decisão 1618/2002-TCU-Plenário).” “Decisão 1618/ -TCU-Plenário 8.2 determinar ao (...) que: 8.2.1. somente exija a apresentação de atestado de capacidade técnica com referência àquelas parcelas de maior relevância e significatividade do objeto da licitação, em cumprimento ao que dispõe o art. 3 , §1º,inciso I da Lei nº 8.666/ 3;” A Freire Informática LTDA. apresentou toda documentação exigida no EDITAL, a fim de comprovar sua Habilitação Jurídica; Regularidade Fiscal, Qualificação Técnica, Qualificação Econômica-Financeira, e Declaração em cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º, da CF. Destarte, a FREIRE INFORMÁTICA LTDA. cumpriu as determinações do EDITAL, apresentando toda a documentação necessária, não havendo razão para questionamentos acerca da sua HABILITAÇÃO. DOS REQUERIMENTOS

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Requer que não seja conhecido o Recurso Administrativo interposto pela ÁBACO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA., sendo julgado IMPROCEDENTE, mantendo-se a decisão do Centro de Processamento de Dados do Estado do Mato Grosso - CEPROMAT que HABILITOU a FREIRE INFORMÁTICA LTDA., por ser de DIREITO.

3. DO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO – EXIGÊNCIAS DOS SUBITENS 9.5.2.2.,

9.5.2.2.1, 9.5.2.3., 9.5.2.4., 9.5.2.5.e 9.5.2.6.:

O instrumento convocatório em apreço solicitou como parte da qualificação técnica, a comprovação a seguir:

9.5.2.2. Execução de serviços de desenvolvimento e/ou manutenção de software de gestão pública, contemplando as áreas de Planejamento, Orçamento, Finanças, Contabilidade Pública, Tributário, Administrativa (Licitações, almoxarifado e patrimônio), Recursos Humanos, Folha de Pagamento, Regime de Previdência Social e Educação, com volume igual ou superior a 9.000 pontos de função ou 90.000 horas. 9.5.2.2.1. Baseado no Processo Unificado (Unified Process), orientação a objetos e padrões definidos na Unified Modeling Language – UML e gerenciados por processos estabelecidos pelo Project Management Institute – PMI, no Project Management Body of Knowledge – PMBOK, para os lotes I, II e III. 9.5.2.2.2. Baseado no Processo Unificado (Unified Process), modelagem visual por fluxogramas e gerenciados por processos estabelecidos pelo Project Management Institute – PMI, no Project Management Body of Knowledge – PMBOK, para os lotes IV e V. 9.5.2.3. APLICAVEL AO LOTE I - JAVA - PURO Execução de serviços de desenvolvimento e ou manutenção de software com volume igual ou superior a 7.600 pontos de função ou 114.000 horas, desenvolvidos utilizando SGBD relacional Oracle e/ou Microsoft SQL Server e/ou PostgreSQL, plataforma JAVA PADRÃO J2EE ou JEE, arquitetura WEB 3 camadas, linguagem Procedural baseada em SQL. 9.5.2.4. APLICAVEL AO LOTE II - JAVA - FRAMEWORKS Execução de serviços de desenvolvimento e ou manutenção de software com volume igual ou superior 7.600 pontos de função ou 76.000 horas, desenvolvidos utilizando SGBD Oracle e/ou Microsoft SQL Server, e/ou PostgreSQL, plataforma JAVA utilizando pelos menos um dos seguintes frameworks: Struts, JBoss Seam ou CDI. 9.5.2.5. APLICAVEL AO LOTE III - PHP / . NET / VISUAL STUDIO Execução de serviços de desenvolvimento e ou manutenção de software com volume igual ou superior a 5.000 pontos de função ou 50.000 horas, desenvolvidos utilizando SGBD Oracle e/ou Microsoft SQL Server, e/ou PostgreSQL, plataforma plataforma PHP ou . NET ou VISUAL STUDIO, arquitetura WEB - 3 camadas, linguagem Procedural baseada em SQL. 9.5.2.6. APLICAVEL AO LOTE IV – MAKER Execução de serviços de desenvolvimento e/ou manutenção de software, com volume igual ou superior 3.954 pontos de função ou 39.540 horas, desenvolvidos

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utilizando SGBD Oracle e/ou Microsoft SQL Server e/ou Postgree, plataforma Java ou. Net gerados pelo MAKER, linguagem Procedural baseada em SQL; Execução de serviços de Licenciamento, treinamento e consultoria técnica para manter e criar aplicações Maker e Maker Mobile.”

Observamos inclusive que o Edital em apreço trouxe em seu bojo

disposição quanto à interpretação de suas exigências:

20.12. As normas que disciplinam este pregão serão sempre interpretadas em favor da ampliação da disputa entre os interessados, sem comprometimento da segurança do futuro contrato.

Ainda o Decreto Estadual nº 7217/2006, também rege norma neste

mesmo sentido:

Art. 23. A licitação na modalidade de pregão será sempre interpretadas em favor da ampliação da disputa entre os interessados, desde que não haja comprometimento da legalidade, o interesse da Administração, a finalidade e a segurança da contratação.

Por fim colacionamos o Decreto Federal nº 3.555/2000 que solidifica

a interpretação das cláusulas na modalidade Pregão Presencial:

Art. 4º A licitação na modalidade de pregão é juridicamente condicionada aos princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo, bem assim aos princípios correlatos da celeridade, finalidade, razoabilidade, proporcionalidade, competitividade, justo preço, seletividade e comparação objetiva das propostas. Parágrafo único. As normas disciplinadoras da licitação serão sempre interpretadas em favor da ampliação da disputa entre os interessados, desde que não comprometam o interesse da Administração, a finalidade e a segurança da contratação.

4. DA ANÁLISE DA ÁREA TÉCNICA

Como os argumentos apresentados pela recorrente, ABACO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA, são de matéria predominantemente técnica, este pregoeiro solicitou novamente a manifestação da equipe técnica da Diretoria de Relacionamento com o Cliente – DIRC, sendo que por meio da CI nº 04/2014, recebemos os seguintes posicionamentos:

Quanto aos Lotes 01 e 02: SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA “RELATÓRIO TÉCNICO LOTE I (JAVA PURO) E LOTE 2 (JAVA FRAMEWORKS)

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Este relatório foi realizado para avaliar o recurso administrativo interposto pela empresa ÁBACO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA, referente ao lote I e II do pregão presencial nº 03/2014/CEPROMAT para aquisição de fábrica de software utilizando plataforma JAVA “PURO”, em desfavor da empresa SOLUTIS TECNOLOGIA LTDA, baseado nas alegações da RECLAMANTE, na contra razão da reclamada e nos documentos de qualificação técnica apresentados pela RECORRIDA. A RECLAMANTE alega em seu recurso que a RECORRIDA em suas qualificações apresentadas não atendem aos itens 9.5.2.2 e 9.5.2.3 do edital requerendo sua inabilitação e a imediata convocação do segundo colocado no certame. Mais especificamente se coloca em dúvida que a RECORRIDA não se qualifica tecnicamente na área de negócio “REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL”, “EDUCAÇÃO” e plataforma JAVA “ PURO”. Motivado pelo recurso administrativo interposto pela RECLAMANTE, após o recebimento da Contra Razão, as alegações de ambas as partes e os documentos de qualificação sofreram uma reavaliação, onde foi constatado que a empresa RECORRIDA, continua habilitada como vencedora do lote I, pelas seguintes razões:

1. O atestado de capacidade técnica emitida pelo Tribunal de Justiça do Estado da

Bahia comprova a execução de 9.158 pontos de função desenvolvidos, prestados a aquela instituição, mantendo sistemas nas áreas de Planejamento, Orçamento, Finanças, Contabilidade Pública, Tributário, Administrativa (Licitações, almoxarifado e patrimônio), Recursos Humanos, Folha de Pagamento, Regime de Previdência Social e educação.

2. Entre as áreas de negócio mencionadas acima, são citados sistemas cuja área

de negócio refere-se a REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL, exemplo: sistema de recursos humanos, onde é responsável por toda a vida funcional do servidor, inclusive aposentadoria conforme atestado de capacidade técnica apresentado.

3. A RECORRIDA explicou ainda em sua contra razão, que o sistema de folha de

pagamentos realiza o controle e calculo da previdência social dos servidores estatutários e comissionados. Também comprovou possuir experiência na gestão de benefícios (pericias, afastamentos, prontuário eletrônico entre outros), qualificada a este domínio de negocio.

4. Quanto a área de gestão pública EDUCAÇÃO, a RECLAMANTE contesta o

atestado técnico “Portal Unicorp”, alegando que o mesmo seria um sitio e não um sistema que comprovasse qualificação técnica, A RECORRIDA em sua contra razão apresenta imagens que seriam da área restrita do portal, onde demonstra que o mesmo trata de um portal acadêmico com disponibilização de materiais e controle de cursos, alunos e conteúdo para estudo, demonstrando ter experiência com o domínio de negócio.

5. No que tange ao item 9.5.2.3 JAVA “PURO”, uma empresa que desenvolva

sistemas Java plataforma web JEE servlet, jsp/xhtml e Javabeans permitem que o sistema seja construído em 3 camadas(MVC) isso qualifica uma empresa para o lote I pois não há presença de frameworks.

6. Contudo um sistema Java web que possua um framework (hibernate, jsf, cdi,

Jboss Seam, etc) está habilitado para o lote II pois está fazendo utilização de frameworks conhecidos do mercado, e este por sua vez se habilita para o lote I pois esta contido no mesmo as especificações JEE.

7. Portanto, como a empresa comprovou domínio na plataforma JavaEE com

framework por consequente, esta também está comprovando o conhecimento

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em Java “Puro”, saliento também que os frameworks utilizados mais comuns são desenvolvidos sob a plataforma JEE de forma que faça uma abstração do JEE para agilizar o desenvolvimento de sistema, conforme imagem abaixo retirada da documentação oficial do JavaEE.

http://download.oracle.com/otn-pub/jcp/javaee-6.0-fr-eval-oth-JSpec/javaee-6_0-fr-spec.zip

8. Por essas razões, entendemos que a empresa SOLUTIS TECNOLOGIA LTDA, tem as qualificações técnicas requeridas pelo edital desse certame para o lote I e II.

Quanto ao Lote 03: CPM BRAXIS S/A:

RELATÓRIO TÉCNICO LOTE III (PHP / .NET / VISUAL STUDIO) Este relatório foi realizado para avaliar o recurso administrativo interposto pela empresa ÁBACO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA, referente ao lote III do pregão presencial nº 03/2014/CEPROMAT para aquisição de fábrica de software utilizando plataforma "PHP/.NET/VISUAL STUDIO", em desfavor da empresa CPM BRAXIS S.A., baseado nas alegações da RECLAMANTE, na contra razão da reclamada e nos documentos de qualificação técnica apresentados pela RECORRIDA. A RECLAMANTE alega em seu recurso que a RECORRIDA em suas qualificações apresentadas não atendem ao item 9.5.2.2.1 do edital requerendo sua inabilitação e a imediata convocação do segundo colocado no certame. Mais especificamente, alega que a RECORRIDA não se qualifica tecnicamente nas

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áreas de negócio "CONTABILIDADE", "ADMINISTRATIVA", "REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL" e "EDUCAÇÃO".

Após detida análise do recurso administrativo da RECLAMANTE e da contra razão da RECORRIDA, tem-se os seguintes pareceres técnicos: 1. Em relação à não comprovação da qualificação técnica na área de negócio

"CONTABILIDADE": 2. Apesar dos atestados da Secretaria de Fazenda do Estado da Bahia -

SEFAZ-BA de 21/02/2008 e de 24/09/2009 e da DERSA - Desenvolvimento Rodoviária S/A de 08/04/2013 não trazerem explicitamente a gerência de projetos, através de processos estabelecidos pelo Project Management Institute - PMI, ambos, trazem em seu texto informações sobre atividades desenvolvidas de gerência, planejamento e acompanhamento de projetos, que revela a experiência da RECORRIDA no quesito desejado, a saber, gerenciamento de projetos;

a. Adicionalmente, foi identificado que o atestado do SENAI-SP de 23/08/2012 atende ao item 9.5.2.2.1 do edital, na área de negócio "CONTABILIDADE", conforme suas páginas 1, 3, 4 e 5, observadas abaixo: Página 1

Página 3

Página 4

Página 5

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3. Em relação à não comprovação da qualificação técnica na área de negócio "ADMINISTRATIVA":

a. No atestado da Agência Nacional de Petróleo - ANP de 17/12/2005, através do Sistema Integrado de Movimentação de Produtos I-SIMP e do Sistema de Remessas DCP (Demonstrativo de Controle de Produtos), percebe-se claramente a relação destes com a área de negócio "ADMINISTRATIVA", visto que lidam com o controle, movimentação e inventário de produtos; b. No atestado do Banco do Nordeste do Brasil S/A de 04/10/2012, através do Sistema Integrado de Recursos Logísticos e do Sistema de Gestão de Contratos, percebe-se claramente a relação destes com a área de negócio "ADMINISTRATIVA", visto que são controles inerentes às áreas administrativas das organizações. O referido atestado assegura também o atendimento ao item 9.5.2.2.1 do edital em sua página 1, conforme abaixo:

c. Apesar dos atestados da Universidade Federal da Bahia - UFBA de 21/11/2012 e de 28/03/2014 não trazerem explicitamente a gerência de projetos, através de processos estabelecidos pelo Project Management Institute - PMI, ambos, trazem em seu texto informações sobre atividades desenvolvidas de gerência e condução de projetos, que revela a experiência da RECORRIDA no quesito desejado, a saber, gerenciamento de projetos;

4. Em relação à não comprovação da qualificação técnica na área de

negócio "PREVIDÊNCIA SOCIAL E EDUCAÇÃO": a. No atestado da Agência Nacional de Petróleo - ANP de 17/12/2005, através do Portal e Softwares Educativos e do Sistema de Ensino a Distância, percebe-se claramente a relação destes com a área de negócio "EDUCAÇÃO", visto que lidam com informações e controles, ligados à educação e ao ensino; b. No atestado do Banco do Nordeste do Brasil S.A. de 04/10/2012, através do Sistema de Pagamentos de Benefícios de INSS, percebe-se claramente a relação com a área de negócio "PREVIDÊNCIA SOCIAL", visto se tratar de benefícios administrados pela Previdência Social; c. No atestado da Secretaria da Educação do Estado da Bahia de 25/11/2004, não traz explicitamente a gerência de projetos, através de processos estabelecidos pelo Project Management Institute - PMI, entretanto, traz em seu texto informações sobre atividades desenvolvidas de gerenciamento de projetos e uso de metodologia própria de gerência de

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projeto, que revela a experiência da RECORRIDA no quesito desejado, a saber, gerenciamento de projetos; d. No atestado do Serviço Social da Indústria de São Paulo - SESI/SP de 19/08/2013, através do Sistema de Gestão Integrada do SESI, percebe-se claramente a relação com a área de negócio "EDUCAÇÃO", como pode ser observado pela cópia abaixo do atestado:

e. No atestado do Tribunal de Justiça da Bahia - TJ/BA 25/10/2012, resta evidente que o Sistema Integrado de Recursos Humanos (SIRH) e o Sistema de Folha de Pagamento (FOLHA) tratam de informações relacionadas à área de negócio "PREVIDÊNCIA SOCIAL", como pode ser observado pelas páginas abaixo do atestado: Página 1

Página 2

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Página 3

f. (...) g. Diante da análise da qualificação técnica apresentada pela RECORRIDA, do recurso administrativo interposto pela RECLAMANTE, da Contra Razão da RECORRIDA e dos pareceres técnicos acima descritos, o entendimento é que a empresa CPM BRAXIS S.A. atende ao item 9.5.2.2.1 do edital e por consequência reune as qualificações técnicas necessárias para a sua habilitação no referido pregão.

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Quanto ao Lote 04 FREIRE INFORMÁTICA LTDA:

RELATÓRIO TÉCNICO LOTE IV(MAKER)

Este relatório foi realizado para avaliar o recurso administrativo interposto pela empresa ÁBACO TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO LTDA, referente ao lote IV do pregão presencial nº 03/2014/CEPROMAT para aquisição de fábrica de software utilizando tecnologia Maker, em desfavor da empresa FREIRE INFORMÁTICA LTDA, baseado nas alegações da RECLAMANTE, na contra razão da reclamada e nos documentos de qualificação técnica apresentados pela RECORRIDA. A RECLAMANTE alega em seu recurso que a RECORRIDA em suas qualificações apresentadas não atendem aos itens 9.5.2.2.1 e 9.5.2.2.2 do edital requerendo sua inabilitação e a imediata convocação do segundo colocado no certame. Mais especificamente se coloca em dúvida que a RECORRIDA não se qualifica tecnicamente na área de negócio “REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL”. É importante frisar que em primeira análise ainda no momento do processo licitatório, houveram dúvidas sobre o atendimento a área de negócio “TRIBUTÁRIO”, onde o presidente da sessão, pediu para que essa fosse paralisada até o dia seguinte, onde seria realizada uma diligência para avaliar informação na certidão de qualificação técnica emitida pela Prefeitura Municipal de Simões Filho – BA. Realizada a diligência, a RECORRIDA foi declarada habilitada como vencedora do lote IV desse certame. Motivado pelo recurso administrativo interposto pela RECLAMANTE, após o recebimento da Contra Razão, as alegações de ambas as partes e os documentos de qualificação sofreram uma reavaliação, onde foi constatado que a empresa RECORRIDA, continua habilitada como vencedora do lote IV, pelas seguintes razões: 1. O atestado de capacidade técnica emitida pelo Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de Teotônio Vilela – AL, comprova a execução de 18.000 horas de serviços prestados a aquela instituição, mantendo sistema de contabilidade pública e folha de pagamento. 2. A área de negócio que esses sistema estão empregados se refere à PREVIDÊNCIA SOCIAL, ou seja, os sistemas de contabilidade pública e folha de pagamento, são empregados diretamente na área de negócio em voga. Sendo que comprova que a RECORRIDA tenha experiência com o domínio de negócio referente à PREVIDÊNCIA. 3. A RECORRIDA explicou ainda em sua contra razão, que o sistema de folha de pagamentos sofreu customizações para atender especificidades da área de previdência social, acrescentando ainda mais qualificação a esse domínio de negócio.

Por essas razões, entendemos que a empresa FREIRE INFORMÁTICA LTDA, tem as qualificações técnicas requeridas pelo edital desse certame para o lote IV em questão.

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5. DAS DILIGÊNCIAS REALIZADAS

Concomitantemente e amparado pelo Edital, o Pregoeiro e equipe de apoio decidiram realizar diligência nos atestados de capacidade técnica apresentados pelos licitantes a fim de averiguar a idoneidade da emissão destes, garantindo assim maior segurança na contratação, nos seguintes termos:

9.5.3.1. Conforme art. 43, §3º da Lei nº 8.666/93, os conteúdos dos atestados/declarações poderão ser objeto de averiguação pelo CEPROMAT, mediante diligências. Nesse procedimento, poderão ser exigidos todos os insumos (contratos, ajustes, ordens de serviço, ordens de pagamento, notas fiscais, termos de aceite, planilhas, relatórios, gráficos, documentação de sistemas e ambiente operacional, sistemas informatizados, base de dados, controle de versão e outros) que comprovem a veracidade do conteúdo dos atestados. Se forem encontradas divergências entre o especificado nos atestados de capacidade e o apurado em eventual diligência, além da desclassificação no presente processo licitatório, a Licitante ficará sujeita às penalidades cabíveis. 9.5.4. O Pregoeiro poderá consultar sítios oficiais de órgãos e entidades emissores de certidões, para verificar as condições de habilitação dos licitantes. 9.5.5. A recusa do emitente do atestado em prestar esclarecimentos, informações, fornecer documentos comprobatórios, etc, desconstituirá o atestado de capacidade técnica e poderá configurar prática de falsidade ideológica, ensejando comunicação ao CEPROMAT e abertura de Processo Administrativo Disciplinar, para fins de apuração de responsabilidade, em atendimento aos termos do Acórdão nº. 1724/2010-Plenário: “9.4. recomendar ao Ministério da Educação que preveja expressamente, em seus futuros Instrumentos convocatórios para aquisição de bens e serviços de TI, possibilidades de aplicação de sanções no que tange à apresentação de atestados de capacidade técnica incompatíveis com o objeto do certame, buscando, de antemão, inibir a participação de empresas que não satisfaçam as condições editalícias e/ou interfiram negativamente no normal andamento de qualquer ato da licitação; (destacamos)

Sendo assim foram realizadas as diligências a seguir conforme de acordo com cada Lote:

5.1. LOTE 01 (JAVA PURO) E LOTE 02 (JAVA FRAMEWORKS) – EMPRESA VENCEDORA: SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA

No período entre os dias 16/05/2014 a 21/05/2014 foram realizadas as diligências, por meio de contato telefônico e por email, para o órgão Tribunal de Justiça da Bahia, a fim de constatar a veracidade do atestado de capacidade técnica apresentado no momento da licitação pela empresa vencedora dos lotes 01e 02 - SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA.

Em resposta aos nossos questionamentos, o representante do órgão

nos encaminhou: 1) Cópia do contrato nº 069/11, firmado entre o Tribunal de Justiça da Bahia e a empresa SOLUTIS em 2012, 2) Cópia da publicação no Diário da Justiça Eletrônico, página 78, comprovando a publicação do extrato do contrato e 3) termo de aditamento deste contrato firmado em 2012. (ANEXO)

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5.2. LOTE III (PHP / .NET / VISUAL STUDIO)– EMPRESA VENCEDORA : CPM BRAXIS S.A

No período entre os dias 16/05/2014 a 21/05/2014 foram realizadas as diligências, por meio de contato telefônico e por email, para os seguintes órgãos, a fim de constatar a veracidade dos atestados de capacidade técnica apresentados no momento da licitação pela empresa vencedora do lote III - CPM BRAXIS S.A: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo- SENAI-SP, Ministério de Ciência e Tecnologia – MCT, Agência Nacional de Petróleo – ANP, Banco do Nordeste do Brasil S/A – BNB, Tribunal de Justiça da Bahia – TJ-BA, Serviço Social da Indústria de São Paulo- SESI-SP, Secretaria de Administração do Estado da Bahia – SAEB-BA, CETEAD – Centro Educacional de Tecnologia em Administração e UFBA – Universidade Federal da Bahia.

Em resposta aos nossos questionamentos, o representante do Ministério de Ciência e Tecnologia – MCT nos encaminhou: 1) Cópia do contrato nº 02.0015.00/2009, firmado em 2009, 2) Primeiro termo aditivo ao contrato nº 02.0015.00/2009, em 2009, 3) Segundo termo aditivo ao contrato nº 02.0015.00/2009 em 2010, 3) Terceiro termo aditivo ao contrato nº 02.0015.00/2009, em 2010 (ANEXO);

Em resposta aos nossos questionamentos, o representante da Agência Nacional de Petróleo – ANP nos encaminhou: 1) Cópia do contrato nº 6.041/02 – ANP 004.941, firmado em 2002, 2) Nota de Empenho nº 2004NE001523, no valor de R$ 139.000,00 emitida em 17/05/2002 3) Cópia do Contrato nº 1.077/02- ANP 017.111 firmado em 23/09/2002 (ANEXO);

Em resposta aos nossos questionamentos, o representante do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo- SENAI-SP nos encaminhou: 1) Cópia do contrato firmado em 2011, no valor de R$ 1864.000,00 (ANEXO);

Em resposta aos nossos questionamentos, o representante do

Serviço Social da Indústria de São Paulo- SESI-SP nos encaminhou: 1) Cópia do contrato firmado entre o SESI/SENAI - SP e a empresa CPM Braxis S.A. em 2012, 2) Termo de aditamento e ratificação ao Contrato em 2013, 3) Cópia das Notas Fiscais nº 043681 (ANEXO);

Em resposta aos nossos questionamentos, o representante da CETEAD – Centro Educacional de Tecnologia em Administração nos encaminhou: 1) Cópia do contrato firmado em 1998, 2) Primeiro Termo Aditivo em 30/06/1998, 3) Segundo Termo Aditivo em 05/08/1999, 4) Terceiro Termo Aditivo em 25/05/2000, e 5) Quarto Termo Aditivo em 10/03/1999 (ANEXO);

Em resposta aos nossos questionamentos, o representante da UFBA

– Universidade Federal da Bahia nos encaminhou: 1) Cópia do Contrato baseado no Pregão Eletrônico nº 55/2008, firmado com a UFBA em 06/03/2009, 2) Cópia do contrato, baseado na Concorrência nº 008/2003, firmado com a UFBA em 11/09/2008, no valor de R$ 89.700,00, 3) Cópia do Contrato baseado na Concorrência 008/2003, firmado com a UFBA em 11/09/2008, no valor de R$ 63.245,80, 4) Cópia do contrato emergencial nº 002/2003, firmado com a UFBA em 10/03/2003,

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no valor de R$ 38.463,88 e 5) Cópia do contrato, baseado na Tomada de Preços nº 008/1997, firmado com a UFBA em 10/12/1997, no valor de R$ 51.367,38, (ANEXO);

Em resposta aos nossos questionamentos, o representante da Secretaria de Administração do Estado da Bahia – SAEB-BA nos encaminhou: 1) Cópia do contrato nº 004/1999, firmado em 15/03/1999, 2) Primeiro Termo Aditivo ao contrato nº 004/1999 em 2000, 3) Segundo Termo Aditivo ao contrato nº 004/1999 em 16/10/2000, 4) Terceiro Termo Aditivo ao contrato nº 004/1999 em 2000, 5) Quarto Termo Aditivo ao contrato nº 004/1999 em 2001, 6) Quinto Termo Aditivo ao contrato nº 004/1999 em 2002, 7) Sexto Termo Aditivo ao contrato nº 004/1999 em 2003, (ANEXO);

Em resposta aos nossos questionamentos, o representante do Tribunal de Justiça da Bahia – TJ-BA nos encaminhou: 1) Cópia do contrato nº 68/2006-S, firmado com Instituto Pedro Ribeiro de Administração Judiciária – IPRAJ em 26/11/2009, 2) Cópia do Extrato do Contrato publicado no Diário da Justiça Eletrônico no dia 27/11/2009 (ANEXO);

Em resposta aos nossos questionamentos, o representante do Banco do Nordeste do Brasil S/A – BNB nos encaminhou: 1) Cópia do contrato nº 2011/37, firmado entre o BNB e a empresa CPM BRAXIS OUTSOURSING S.A. em 2011, 2) Cópia do Primeiro termo de aditivo ao Contrato nº 2011/37 em 2011, 3) Cópia do Extrato do Contrato publicado no Diário Oficial da União de 19/12/2011, 4) Cópia do Segundo termo de aditivo ao Contrato nº 2011/37 em 2012, 5) Cópia do Extrato do Contrato publicado no Diário Oficial da União de 19/03/2012, , 6) Cópia do Terceiro termo de aditivo ao Contrato nº 2011/37 em 2012, 7) Cópia do Extrato do Contrato publicado no Diário Oficial da União de 28/01/2013, 8) Cópia do Quarto termo de aditivo ao Contrato nº 2011/37 em 2013, 9 ) Cópia do Extrato do Contrato publicado no Diário Oficial da União de 21/03/2013, 10) Cópia do quinto termo de aditivo ao Contrato nº 2011/37 em 2013, 11) Cópia do Extrato do Contrato publicado no Diário Oficial da União de 17/06/2013, (ANEXO); 12) Cópia do sexto termo de aditivo ao Contrato nº 2011/37 em 2013, 13) Cópia do Extrato do Contrato publicado no Diário Oficial da União de 10/10/2013 (ANEXO); 5.3. LOTE IV (MAKER) – EMPRESA VENCEDORA : FREIRE INFORMÁTICA LTDA:

No período entre os dias 16/05/2014 a 21/05/2014 foram realizadas as diligências, por meio de contato telefônico e por email, para os órgãos Prefeitura Municipal de Simões Filho – BA, Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos no Município de Teotônio Vilela – AL e Prefeitura Municipal Lauro de Freitas - BA, a fim de constatar a veracidade dos atestados de capacidade técnica apresentados no momento da licitação pela empresa vencedora do lote IV - FREIRE INFORMÁTICA LTDA.

Em resposta aos nossos questionamentos, o representante da

Prefeitura Municipal de Simões Filho – BA nos encaminhou: 1) Cópia do contrato nº 129/2009 PMSF, firmado entre o Município de Simões Filho e a empresa FREIRE INFORMÁTICA LTDA em 2009, 2)

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Quarto termo de aditamento contratual nº 0129/2009-PMSF em 2013, 3) Cópia do Extrato do Contrato publicado no Diário Oficial Municipal (ANEXO);

Em resposta aos nossos questionamentos, o representante do

Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos no Município de Teotônio Vilela – AL nos encaminhou: 1) Cópia das Notas Fiscais 20144281, 20144291 (ANEXO);

Em resposta aos nossos questionamentos, o representante do

Município de Teotônio Vilela – AL nos encaminhou: 1) Cópia do contrato nº 34-01, firmado entre o Fundo de Previdência Social de Teotônio Vilela e a empresa FREIRE INFORMÁTICA LTDA em 2009 (ANEXO);

6. DO JULGAMENTO DO RECURSO

Em princípio, cabe acentuar que o procedimento licitatório, na modalidade Pregão, tem por ato normativo Estadual, o Decreto nº 7.217/06, e Federal a Lei nº. 10.520/2002, bem como, a Lei 8.666/93, que deverá ser aplicada de forma subsidiária, conforme preceito do art. 9º, da Lei nº 10.520/2002.

Cumpre-nos salientar que o processo licitatório em questão fora

amplamente divulgado, conforme preceitua a Lei 8.666/93. Assim sendo, todos os interessados, desde que cumprissem as normas do edital, poderiam participar e ofertar seus serviços. Isto posto, para passa-se a análise e julgamento das peças recursais:

6.1. QUANTO À TEMPESTIVIDADE:

Preliminarmente destaca-se que os recursos foram interpostos por

todas as empresas licitantes dentro dos ditames impostos pelo instrumento convocatório, o que assiste razão quanto ao atendimento do requisito da TEMPESTIVIDADE, já que o pedido foi protocolado dentro do prazo estabelecido de 03 (três) dias úteis. Igual observação vale para as licitantes que apresentaram contrarrazões ao recurso.

Sendo assim, atendidos os pressupostos de admissibilidade, quais

sejam, legitimidade ad causam, possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir, tempestividade e inconformismo das empresas insurgentes, este Pregoeiro tomou conhecimento, para à luz dos preceitos legais e das normas editalícias que regem a matéria analisar os fundamentos expendidos pelas recorrentes.

Ressalta-se que a decisão deste Pregoeiro é compartilhada pelos demais membros da equipe de pregão e tem pleno amparo na legislação que dispõe sobre licitação na modalidade pregão, especialmente no que concerne ao momento processual para interposição de recursos contra ato do pregoeiro proferido no decorrer da sessão. Ora, o art. 4°, XVIII da lei nº 10.520/2002 estabelece claramente o momento apropriado para oportunizar aos licitantes manifestação quanto a intenção de interpor recurso, o qual não pode ser dado antes que seja conhecido o vencedor do certame, senão vejamos:

“Lei nº 10.520/2002:

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Art. 4º. A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras: ... XVIII – Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contra-razões em igual numero de dias, que começarão a correr do termino do prazo do decorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos”(grifo nosso).

Neste mesmo sentido reza o Decreto 7.217/2006, que regulamenta

as aquisições no Estado de Mato Grosso, em seu artigo 31, XVI :

“Art 31. Para a abertura da sessão do pregão, os procedimentos mínimos serão os seguintes: ... XVI – a manifestação da intenção de interpor recurso será feita no final da sessão, com registro em ata da síntese das suas razões, devendo os interessados juntar memoriais no prazo de três dias úteis”;

6.2. DA LEGALIDADE DA LICITAÇÃO E VINCULAÇÃO AO

INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO

A licitação, procedimento administrativo determinado por norma constitucional originária, constitui verdadeiro elemento de concretização dos direitos e garantias fundamentais elencados na Carta Magna que estruturam um Estado Democrático de Direito, in verbis:

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também ao seguinte: (...) XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação publica que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.”

2 (grifos nosso)

A legalidade, erigida à categoria de princípio na Constituição, visa

através dessa qualidade a si atribuída, garantir a sua própria efetivação, em outras palavras, a legalidade como princípio visa garantir a própria obediência à norma, ao texto legal, nesse diapasão:

2 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. A Constituição de o Supremo 4ª Ed. Supremo Tribunal Federal, Brasília, 2011. p. 798 e 898.

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“Veja-se que conhecer o conteúdo da norma que se deve cumprir é algo valorizado pelo próprio ordenamento jurídico por meio dos princípios da legalidade e da publicidade, por exemplo.”

3

Percebe-se a importância da obediência da norma como próprio

atendimento aos princípios que norteiam a Administração Pública e o Procedimento licitatório. Assim, a Lei Federal 8.666/93, que regulamenta o procedimento

licitatório bem como contratual, determina que:

“Art. 3° A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhe são correlatos.” (grifo nosso).

Complementando ao artigo 3°, o artigo 41 do mesmo diploma legal

dispõe: “Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do Edital, ao qual se acha estritamente vinculada.”4

Fazendo uma leitura atenta da norma que institui a vinculação ao

instrumento convocatório como princípio, entendemos a sua importância crucial:

“É a partir do instrumento convocatório que a licitação deixa de ser uma regra em abstrato no Ordenamento Jurídico. É ele, o edital (instrumento convocatório, que pode ser carta, no caso da modalidade de carta convite) que irá delimitar o objeto a ser licitado, todas as condições de participação e obrigações da execução contratual. O princípio de vinculação ao instrumento convocatório, garante que a Administração irá cumprir as regras delimitadas e de conhecimento de todos (...)5”(grifos nossos)

Conclui-se, que, uma regra estabelecida no edital de um procedimento licitatório, desde que não afronte a outras normas do ordenamento jurídico, não restrinja/comprometa a competividade e encontre respaldo no objeto a ser contratado, essa norma deverá ser obedecida, não cabendo juízo de valor subjetivo ou seu afastamento por parte do Administrador.

3 AVILA, Humberto Bergmann. TEORIA DOS PRINCÍPIOS da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 14ª Ed. Malheiros Editores, São Paulo, 2013. p.111. 4 BRASIL. Lei 8.666 de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal (sic), institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. 5OLIVEIRA, L. L. M. Inexigibilidade de Licitação: Contratação e Aquisição de Bens e Serviços através de Inexigibilidade de Licitação. 2011. 57f. Monografia - Universidade de Cuiabá - Cuiabá - Mato Grosso, 2011 p. 22.

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6.3. DA HABILITAÇÃO

O legislador infraconstitucional no decorrer dos artigos 27 ao 32 da Lei 8.666/93, determinou uma série de documentos a serem apresentados no procedimento licitatório e até mesmo naqueles em que a mesma for dispensável ou inexigível, in verbis:

“Art. 27. Para habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a: I – habilitação jurídica; II – qualificação técnica; III – qualificação econômico-financeira; IV – regularidade fiscal e trabalhista. V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal.”

Todos os documentos decorrentes de cada inciso do artigo supracitado, tem por finalidade garantir que a Administração irá firmar contrato com alguém capaz de executar o objeto da licitação, que possui aptidão e que se encontra juridicamente quite com as suas obrigações fiscais, trabalhistas e outras.

No mesmo sentindo esclarece Marçal Justen Filho:

“É um conjunto de requisitos que se poderiam dizer indiciários, no sentido de que sua presença induz a presunção de que o sujeito dispõe de condições para executar satisfatoriamente o objeto licitado. Por decorrência, a ausência de requisito de habilitação acarreta o afastamento do licitante do certame, desconsiderando-se sua proposta

6.”

A habilitação é a fase em que o “joio é separado do trigo”, e dentre todas as propostas apresentadas, restará apenas aquela que completar o binômio: menor preço + atendimento integral aos requisitos de habilitação. No momento em que esses dois valores são preenchidos positivamente, tem se o licitante vencedor do certame e que será o detentor do direito de contratar com a Administração Pública.

Por ser de extrema importância e possuir um caráter determinante no resultado final do certame, a habilitação não está adstrita aos juízos de conveniência e nem de oportunidade do Administrador Público e muito menos dos servidores de sua repartição, a mesma é mandamento legal, da qual um procedimento licitatório não deve se afastar.

Nesse delta:

“Enquanto ato decisório, a habilitação é ato vinculado. Não é informada por qualquer juízo de conveniência. Nem pode se fundar na vantajosidade. Há uma radical dissociação

6 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 15 ed. Sao Paulo. Dialética,2012. p 454.

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entre “habilitação” (exame da presença das condições do direito de licitar) e julgamento das propostas”. 7

Reforçando a análise objetiva e impessoal dos documentos de habilitação bem como todos os outros do procedimento licitatório, a Lei 8.666/93, prevê que:

“Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.”

Desse modo, é penalizado também o Agente que em nome da Administração pública, habilitar empresa que deixe de apresentar algum documento solicitado no edital ou até mesmo apresente documentos incompatíveis ao objeto do certame. O mesmo vale para o agente público que desconsiderar os documentos apresentados e inabilitar a licitante que tenha atendido os requisitos do instrumento convocatório.

Por ser umbilicalmente conectado com a legalidade - verdadeiro

gene do Direito Administrativo - o procedimento licitatório, para que atinja os seu fim de melhor atender o interesse público, deverá sempre se pautar em critérios objetivos, impessoais, morais, não deixando espaço para arbitrariedades e subjetivismos que podem comprometer de vícios insanáveis futuros contratos administrativos.

Em diversos momentos, o legislador deixa claro que as exigências serão as mínimas possíveis, e estas não deverão corresponder “ipsi litteris” ao objeto da licitação, mas sim ser compatíveis e/ou similares, deverão se referir apenas aquilo que possuir maior relevância no objeto. Destaca-se que a relevância é dada pela necessidade da Administração Pública e dos fins a serem alcançados com a contratação e/ou aquisição.

Em comentário sobre o artigo acima, Marçal Justen Filho, nos ensina

que: “Em primeiro lugar, não há cabimento em impor a exigência de que o sujeito tenha executado no passado obra ou serviço exatamente idêntico ao objeto da licitação. Parece evidente que o sujeito que executou obra ou serviço idêntico preenche os requisitos para disputar o certame e deve ser habilitado. Mas também se deve reconhecer que a idoneidade para executar o objeto licitado pode ser evidenciada por meio da execução de obras ou serviços similares, ainda que não idênticos. Em outras palavras, a Administração não pode exigir que o sujeito comprove experiência anterior na execução de um objeto exatamente idêntico àquele licitado – a não ser que exista alguma justificativa lógica, técnica ou científica que dê respaldo a tanto. (...) Daí se segue que a Administração deverá identificar os aspectos mais complexos e diferenciados do objeto licitado, para efeito de exigência da experiência anterior. É evidente que não teria cabimento subordinar a participação à comprovação de atividade secundária ou irrelevante que o objeto licitado apresente.8” Marçal. Comentários. p. 441.

7 Ibid. p. 453. 8 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 14 ed. São Paulo: Dialética. 2010. p. 441.

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Corroborando a lição apresentada acima, é o entendimento do Tribunal de Contas da União, que exaustivamente já se manifestou sobre a temática:

● TCU - Acórdão 1699/2007 Plenário: “Para favorecer a competitividade e a obtenção de menor preço as exigências para participação em licitação não devem passar do mínimo necessário para assegurar a normalidade na execução do futuro contrato, em termos de situação jurídica, qualificação técnica, capacidade econômica e regularidade fiscal.” ● TCU - Acórdão 2382/2008 Plenário (Voto do Ministro Relator): “O art. 30, inciso II da Lei 8.666/1993, estabelece que a comprovação de aptidão para desempenho de atividade deve ser pertinente e compatível em características, quantidades e prazos, com o objeto da licitação. A melhor exegese da norma é a de que a referida comprovação de aptidão deva ser demonstrada exclusivamente mediante a comprovação de serviços similares. Nesse sentido o §5º do referido art. 30, veda a exigência de comprovação de aptidão com quaisquer limitações não previstas na lei que iniba a participação na licitação.” ● TCU - Acórdão 1771/2007 Plenário (Sumário): “A exigência de atestados de capacitação técnico-profissional ou técnico-operacional deve limitar-se às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto licitado.” ● TCU – Acórdão 168/2009: “Estabeleça nos editais, nas licitações, especialmente naquelas destinadas à aquisição de bens e serviços de informática, relativamente à qualificação técnica das licitantes, tão-somente requisitos de natureza essencial, que sejam indispensáveis a assegurar o cumprimento da parcela mais relevante do objeto licitado, em conformidade com o disposto no art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal.” ● TCU – Acórdão 2882/2008 Plenário: “Abstenha-se de estabelecer exigências desnecessárias ou excessivas, que restrinjam indevidamente a competitividade dos certames, tal como a exigência de capacidade técnica do licitante para a execução de parcelas de serviços de natureza especializada que não tenha maior relevância e valor significativo, nos termos do art. 30, §§ 1º e 2º, inciso I, da Lei nº 8.666/1993, limitando-se a previsão de exigências de capacidade técnica aos requisitos mínimos necessários à garantia da execução do contrato e à segurança da obra ou serviço.” Acórdão 2882/2008 Plenário. ● TCU - Acórdão 2170/2008 Plenário (Voto do Ministro Relator): “Certo é que, via de regra, itens de maior relevância figuram no orçamento da obra com considerável peso. Assim, procurou o legislador ordinário amparar os casos gerais e diminuir o aspecto discricionário do comando normativo, ao não permitir que situações fáticas excepcionais nele pudessem, de plano, encontrar guarida. Não obstante, casos atípicos que fogem à regra geral podem justificar a apresentação de atestados de qualificação técnico-profissional para itens relevantes - embora não figurem necessariamente dentre os mais significativos no orçamento final da obra -, desde que

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tomados à luz do interesse público e dos princípios da administração pública, em particular os da eficiência, economicidade e razoabilidade”.

Portanto podemos concluir que as exigências de habilitação estão subordinadas especialmente aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Portanto, devemos submissão aos principios da licitação e não a interpretação restritiva que fere de morte os principio da legalidade, razoabilidade e competitividade.

6.4. DA HABILITAÇÃO DA EMPRESA SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA – LOTE 01 E 02:

Em suas razões o Recorrente- ABACO TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO LTDA

insurge-se contra a habilitação do licitante SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA, alegando que os atestados de capacidade técnica apresentados pela mesma, para fins de habilitação, não teria atendido às exigências do edital, pois não comprovaria qualificação técnica no que diz respeito às áreas de negócio “GESTÃO DE REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL” e “EDUCAÇÃO”.

Pois bem, com base no que foi requerido pela empresa ÁBACO em sua peça recursal, e em análise aos argumentos da licitante SOLUTIS em suas contrarrazões e ainda os relatórios técnicos providos pela Diretoria de Relacionamento com o Cliente do Cepromat, este Pregoeiro prudentemente diligenciou por meio de contato telefônico e email ao emissor do atestado Tribunal de Justiça da Bahia – TJ-BA, solicitando manifestação quanto à veracidade das informações constantes no atestado de capacidade técnica apresentado na licitação, momento em que este nos encaminhou cópia do Instrumento Contratual nº 69/11 – S (em anexo), portanto não há dúvidas por parte desta entidade, quanto à integralidade e veracidade e que o atestado apresentado pela empresa SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA para fins de qualificação técnica nos lotes 01 e 02, atendem a todos os requisitos do edital, não havendo motivos que necessitassem de reforma na decisão acertada deste Pregoeiro.

Da interpretação do supracitado item editalício, de pronto deve-se afastar

qualquer anotação que remeta à restrição da competitividade no certame, haja vista que os serviços ali descritos tiveram o objetivo de aferir a compatibilidade com o objeto do certame, e não a exatidão dos serviços executados nos sistemas corporativos do estado de Mato Grosso, o que privilegiaria somente os atuais contratados, e sucumbiria com o principio da competitividade.

É compreensível que a recorrente ÁBACO em sua peça recursal pretenda

ver reformada a decisão correta deste Pregoeiro, que habilitou a empresa SOLUTIS, argumentando e interpretando de forma restritiva o item editalício acima demonstrado, por outro lado, não poderia o Pregoeiro exigir de qualquer empresa participante deste certame, que em seu atestado de capacidade técnica estivesse escrito “Ips s tt s” as palavras aludidas no item em comento, pois aí sim, seria um excesso de rigor formal e desproporcional, ferindo de morte os princípios norteadores da licitação. Arremata-se ainda, que, entender de forma contrária, constituiria um abuso e um rigorismo vazio, privilegiando um formalismo injustificado, em detrimento da essência do ato e desfavorável aos objetivos da Administração.

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Sendo assim, CONCLUI-SE, de forma coerente e responsável, respaldados

na manifestação da Área Técnica e nos princípios norteadores da atuação administrativa, pela manutenção da decisão proferida quanto à habilitação da licitante SOLUTIS, para os lotes 01 e 02, restando as razões aduzidas pela licitante ÁBACO, IMPROCEDENTES.

6.5. DA HABILITAÇÃO DA EMPRESA CPM BRAXIS S.A., – LOTE 03:

Em suas razões o Recorrente- ABACO TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO LTDA insurge-se contra a habilitação do licitante CPM BRAXIS S.A, alegando que os atestados de capacidade técnica apresentados pela mesma, para fins de habilitação, não teriam atendido às exigências do edital, pois não comprovariam qualificação técnica no que diz respeito às áreas de negócio “CONTABILIDADE” e “ADMINISTRATIVA”, “PREVIDÊNCIA” e “EDUCAÇÃO”.

Analisando o que foi requerido pela empresa ÁBACO em sua peça recursal,

e em análise aos argumentos da licitante CPM BRAXIS em suas contrarrazões, e ainda com os relatórios técnicos providos pela Diretoria de Relacionamento com o Cliente do Cepromat, e baseado nas diligências realizadas nos órgãos Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo- SENAI-SP, Ministério de Ciência e Tecnologia – MCT, Agência Nacional de Petróleo – ANP, Banco do Nordeste do Brasil S/A – BNB, Tribunal de Justiça da Bahia – TJ-BA, Serviço Social da Indústria de São Paulo- SESI-SP, Secretaria de Administração do Estado da Bahia – SAEB-BA, CETEAD – Centro Educacional de Tecnologia em Administração e UFBA – Universidade Federal da Bahia, solicitando manifestação quanto à veracidade das informações constantes no atestado de capacidade técnica apresentado na licitação, momento em que estes nos encaminharam cópia de documentação comprobatória da execução dos serviços e sendo assim não há dúvidas por parte desta entidade quanto à integridade e veracidade dos atestados apresentados pela empresa CPM BRAXIS S.A para fins de qualificação técnica no lote 03, sendo que estes atendem todos os requisitos do edital, não havendo motivos que necessitassem de reforma na decisão acertada deste Pregoeiro.

Após a manifestação da Área Técnica, coube ao Pregoeiro, a análise dos aspectos jurídicos que envolvem a aceitação do atestado apresentado. Sendo assim, em análise jurídica dos atestados de capacidade técnica apresentados pela empresa CPM BRAXIS S.A, o Pregoeiro entende que os mesmos atendem às determinações editalícias, uma vez que comprovam a experiência anterior da empresa em serviço similar ao contratado.

Assim sendo, a questão suscitada pela recorrente ÁBACO, quanto aos

atestados, constitui-se em formalismo exasperado e injustificado, e caso fosse acolhida, diminuiria consideravelmente a ampla competitividade do certame.

Sendo assim, CONCLUI-SE respaldados na manifestação da Área Técnica e

nos princípios norteadores da atuação administrativa, pela manutenção da decisão proferida

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quanto à habilitação da licitante CPM BRAXIS S.A, para o lote 03, restando as razões aduzidas pela licitante ÁBACO, IMPROCEDENTES.

6.6. DA HABILITAÇÃO DA EMPRESA FREIRE INFORMÁTICA LTDA – LOTE 04:

Em suas razões o Recorrente ÁBACO TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO LTDA insurge-se contra a habilitação do licitante FREIRE INFORMÁTICA LTDA, alegando que os atestados de capacidade técnica apresentados pela mesma, para fins de habilitação, não teriam atendido às exigências do edital, pois não comprovariam qualificação técnica no que diz respeito à área de negócio “GESTÃO DE REGIME DE PREVIDÊNCIA SOCIAL”.

Analisando o que foi requerido pela empresa ÁBACO em sua peça recursal, e em análise aos argumentos da licitante FREIRE em suas contrarrazões, e ainda com os relatórios técnicos providos pela Diretoria de Relacionamento com o Cliente do Cepromat, e baseado nas diligências realizadas nos órgãos Prefeitura Municipal de Simões Filho – BA, Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos no Município de Teotônio Vilela – AL e Prefeitura Municipal Lauro de Freitas - BA, solicitando manifestação quanto à veracidade das informações constantes no atestado de capacidade técnica apresentado na licitação, momento em que estes nos encaminharam cópia de documentação comprobatória da execução dos serviços. Sendo assim não há dúvidas por parte desta entidade quanto à integridade e veracidade que os atestados apresentados pela empresa FREIRE INFORMÁTICA LTDA para fins de qualificação técnica no lote 04, sendo que estes atendem todos os requisitos do edital, não havendo motivos que necessitassem de reforma na decisão acertada deste Pregoeiro.

Mantivemos o mesmo entendimento anteriormente aplicado, quanto à

razoabilidade da exigência não nos apegando em aspectos que remetam à restrição da competitividade no certame.

É fato que a qualificação técnica desempenha relevante papel enquanto

elemento de habilitação nas licitações públicas. É por meio dela que se afere a capacidade e as condições de experiência dos licitantes para bem desempenhar as atividades ligadas ao objeto do futuro contrato. Isso é feito por meio do exame da “vida profissional pregressa” do interessado.

A qualificação técnica objetiva avaliar a experiência do interessado, no

sentido de tornar possível que se identifique a sua aptidão em bem executar o objeto do futuro contrato. Assim, é analisando as experiências profissionais anteriores do licitante, constantes de atestados emitidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, que a Administração colherá elementos objetivos para concluir pela sua capacidade ou não e, assim, declará-lo, quanto a esse aspecto, habilitado ou inabilitado.

Os atestados a serem apresentados para a comprovação de qualificação

técnica em procedimentos licitatórios devem demonstrar claramente a aptidão das licitantes por meio da comprovação de desempenho de atividade anterior pertinente e compatível em

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características, quantidades e prazos com o objeto da licitação. Essa é a determinação constante do art. 30, inc.II, c/c § 1°, inc. I, da Lei n° 8.666/93.

A pertinência e a compatibilidade devem ser avaliadas a partir da

natureza da experiência retratada nos atestados, da forma pela qual foi executada e da sua semelhança com os demais elementos do objeto licitado (como quantidades e prazos, por exemplo), cujos critérios para tanto devem ser definidos a partir das particularidades do objeto.

Nesse sentido, cumpre citar o precedente que segue, decidido pelo

Tribunal de Contas da União, que vem de encontro com os argumentos até então apresentados:

O art. 30 da Lei 8.666, de 1993, e seu inciso II dizem, entre outras coisas, que a exigência para a qualificação técnica deve ser compatível em quantidades. Portanto, é possível se exigir quantidades, desde que compatíveis. Por compatível, se entende ser assemelhada, não precisa ser idêntica. (TCU, Decisão n° 1.288/2002, Plenário) (negritamos)

Logo, para que os atestados possam surtir efeitos, eles devem trazer

elementos relativos à experiência do licitante que possam ser confrontados com as características do objeto licitado. Eles devem descrever a atividade executada pelo interessado de modo a possibilitar o confronto dela com as características do objeto.

Portanto, com base nestes entendimentos, é certo que a providência que

competia ao Pregoeiro neste momento, e como de fato fez, seria o encaminhamento dos documentos para análise da Equipe Técnica, que detém a expertise para sua verificação quanto ao cumprimento das exigências editalícias em relação ao atestado apresentado.

Desta forma, mantida a aprovação do atestado, por parte da Área Técnica,

coube ao Pregoeiro, a análise dos aspectos jurídicos que envolvem a aceitação do atestado apresentado. Sendo assim, em análise jurídica perfunctória do atestado de capacidade técnica apresentado pela empresa FREIRE, o Pregoeiro entende que o mesmo atende às determinações editalícias, uma vez que comprova a experiência anterior da empresa em serviço similar ao contratado.

Assim sendo, a questão suscitada pela recorrente ÁBACO, quanto ao referido atestado, constitui-se em formalismo exacerbado e injustificado, e caso fosse acolhida, diminuiria consideravelmente a ampla competitividade do certame. Vale mencionar que a Administração Pública tem poder discricionário para exigir o atestado na forma que entender suficiente, sendo vedadas apenas as exigências que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, que limitem a competição.

Sabe-se que a análise objetiva constitui-se como um dos princípios do

Direito Administrativo que garante a imparcialidade e evita a prática do subjetivismo. Entretanto, as decisões do pregoeiro devem também se orientar pelos princípios constitucionais da razoabilidade e proporcionalidade, segundo os quais todas as normas devem ser adequadas (apropriadas), necessárias (exigíveis) e proporcionais (com justa medida).

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Diretoria de Gestão de Tecnologia da Informação

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Sendo assim, CONCLUI-SE, de forma coerente e responsável, respaldados na manifestação da Área Técnica e nos princípios norteadores da atuação administrativa, pela manutenção da decisão proferida quanto à habilitação da licitante FREIRE INFORMÁTICA LTDA, para o lote 04, restando as razões aduzidas pela licitante ÁBACO, IMPROCEDENTES.

7. DECISÃO

Diante do todo o Exposto, conheço do Recurso da empresa ÁBACO TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO LTDA e em perfeita harmonia com os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, do julgamento objetivo e da vinculação ao instrumento convocatório, negando provimento in totum, para manter habilitadas a empresas: 1) Lote 01: SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA 2) Lote 02: SOLUTIS TECNOLOGIAS LTDA, 03) Lote 03 CPM BRAXIS S.A e 4) Lote 04: FREIRE INFORMÁTICA LTDA.

Remeto essa decisão para a Autoridade Superior para análise, ratificação

ou retificação.

Cuiabá/MT, 22 de maio de 2014.

JOENIR COUTO ALVES DOS SANTOS PREGOEIRO OFICIAL - CEPROMAT

RATIFICO A DECISÃO ACIMA, por estar em consonância com os ditames da Lei 8.666/93, 10.520/2002 e Decreto Estadual 7.217/2006.

WILSON CELSO TEIXEIRA DIRETOR PRESIDENTE

CENTRO DE PROCESSAMENTO DE DADOS DE MATO GROSSO