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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO TOCANTINS – UNITINS CEE/TO - RECREDENCIADA PELO DECRETO Nº 4.898,
DE 27/09/201 D.O.E. Nº .971 DE 0/09/201 CA!PUS DE DIAN"POLIS/TOCEE/TO –CREDENCIADO PELO DECRETO Nº #.110, DE 21/08/2014 D.O.E. Nº 4.197 DE 21/08/2014
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Estabilidade Constitucional
Por estabilidade entende-se a capacidade de uma Constituição ou de uma
organização constitucional de persistir e transforma-se no tempo, preservando
suas principais características.
Constituição imutável
Constituição imutável é aquela que não prev nen!um processo de alteração de
suas normas, sob o fundamento de que a vontade do poder constituinte e"aure-
se com a manifestação da atividade originária. #m termos de constituição
escrita, não !á e"emplos !o$e de Constituição imutável, não passando este tipo
de Constituição de simples lembranças !ist%ricas.
&e fato, como $á e"aminado neste Curso, as Constituiç'es e"istem para regular e dinamizar os aspectos fundamentais da realidade social, que é sempre
cambiante. (al circunst)ncia não s% autoriza como imp'e a alteração das
Constituiç'es em face da necessidade de !armonizá-las com as novas
e"igncias da sociedade, que é a sua maior destinatária. *ma Constituição
imutável, decerto, embaraçaria o desenvolvimento da pr%pria vida em
sociedade implicando em retrocesso.
+as é certo lembrar que a Constituição é a base fundamental do #stado e por
isso mesmo deve gozar de certa estabilidade, uma vez que a instabilidade de
uma Constituição pode reverter-se na pr%pria instabilidade do #stado que
regula. Porém, estabilidade não pode significar imutabilidade constitucional,
pois, como reiteradamente $á sustentamos, a Constituição deve guardar íntima
relação dialética ou de interação com a realidade político-social de seu tempo,
sob pena de esvaecer a sua força normativa e de instrumento dedesenvolvimento e $ustiça social.
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(odavia, cumpre lembrar que a Constituição do mpério do rasil /0123 foi
provisoriamente imutável, pelo período de quatro anos ap%s a sua outorga,
tendo em vista o que previa o seu art. /425 67e passados quatro anos, depois de
$urada a Constituição do rasil, se con!ecer, que algum dos seus artigos
merece reforma, se fará a proposição por escrito, a qual deve ter origem na
C)mara dos &eputados, e ser apoiada pela terça parte deles6.
Constituição rígida
8oi o 9ord :ames r;ce quem apresentou uma distinção entre Constituição
rígida e Constituição fle"ível.
Constituição rígida é aquela que não pode ser alterada com a mesma
simplicidade com que se modifica uma lei. Caracteriza-se por estabelecer e
e"igir procedimentos especiais, solenes e formais, necessários para a reforma
de suas normas, distintos e mais difíceis, portanto, do que aqueles previstos
para a elaboração ou alteração das leis. < o modelo ideal de Constituição
porque nela se re=nem as duas necessidades das Constituiç'es
contempor)neas5 a evolução e a estabilidade. > evolução, porque as
Constituiç'es devem acompan!ar a mudança das forças sociais, abrindo-se
para reformas? a estabilidade, em razão da e"igncia de que as reformas
constitucionais ocorram com moderação, equilíbrio e cautela. &aí a vantagem
das Constituiç'es rígidas5 permitem reformas evolução3, mas submetem essas
reformas a um procedimento especialmente solene no qual se$a possível uma
maior refle"ão, debate e ponderação estabilidade3.
> rigidez constitucional decorre, assim, da maior dificuldade de alteração da
Constituição e pode ser constatada com a s% comparação entre o processo
legislativo de emenda constitucional processo de reforma da Constituição3 e o
processo legislativo ordinário processo de elaboração e reforma das leis3.
Constituição brasileira de /@00 é rígida. asta, pois, confrontar o seu art. AB
que prev um comple"o processo legislativo de emenda constitucional, comuma iniciativa legislativa restrita, necessidade de dois turnos de discussão e
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aprovação em cada casa do Congresso, qu%rum de DE para aprovação, etc.3
com o seu art. A/ que prev um singelo processo legislativo ordinário, com a
previsão de uma iniciativa legislativa geral, em regra comum =nico turno,
qu%rum de maioria simples para aprovação das leis ordinárias e maioria
absoluta para aprovação das leis complementares, etc.3.
Constituição flexível
:á a Constituição fle"ível é aquela que, em sentido oposto, pode ser alterada
pelo mesmo procedimento observado para as normas legais. > Constituição
não e"ige, para sua alteração, qualquer processo mais solene. ne"istem, aqui,
as dificuldades apontadas para a reforma da Constituição rígida.
>ssim, se a Constituição fle"ível pode ser modificada por meio do processo
legislativo ordinário das leis, isso significa que a pr%pria lei contrária F
Constituição muda o seu te"to, não se falando aí de qualquer
inconstitucionalidade. Por conseguinte, não !á qualquer supremacia formal
entre as normas de uma Constituição fle"ível e as normas legais.
#"emplo de Constituição fle"ível é a Constituição inglesa. < preciso, todavia,
não confundir Constituição fle"ível com Constituição não-escrita ou
costumeira, pois a fle"ibilidade constitucional é possível tanto nas
Constituiç'es não-escritas ou costumeiras como nas Constituiç'es escritas/E2.
>pesar de $uridicamente fle"íveis, as Constituiç'es não-escritas ou
costumeiras podem ser socialmente rígidas, uma vez que, na prática, se
mantém indefinidamente.
Constituição semi-rígida ou semiflexível
Cuida-se de uma Constituição parcialmente rígida e parcialmente fle"ível, ou
se$a, uma parte é rígida e"igindo-se, pois, para sua alteração procedimentos
especiais3 e outra é fle"ível podendo ser alterado por processos mais fáceis, F
semel!ança das leis3.
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< e"emplo deste tipo de Constituição, a Constituição imperial de /012, cu$o
art. /40 assim dispun!a5 G< s% Constitucional o que diz respeito aos limites, e
atribuiç'es respectivas dos Poderes Políticos, e aos &ireitos Políticos, e
individuais dos Cidadãos. (udo o que não é Constitucional, pode ser alterado
sem as formalidades referidas, pelas 9egislaturas ordináriasH.
Iá Constituiç'es, como a Constituição brasileira de /@00, que tm um n=cleo
material imodificável as impropriamente c!amadas cláusulas pétreas3, isto é,
que não pode ser alterado por emenda constitucional. >lguns autores, a
e"emplo de +ic!el (emer, entendem que esse n=cleo imutável encerraria,
nessas Constituiç'es, um grau má"imo de rigidez, apresentando-se como
Constituiç'es super-rígidas. Jão estamos de acordo. &e feito, com 9uiz
>lberto &avid >ra=$o e Kidal 7errano Junes :=nior/EE, entendemos que
rigidez não se compatibiliza com imutabilidade, uma vez que rigidez é
qualidade do que é alterável. >ssim, as cláusulas pétreas estão fora do conceito
de rigidez, podendo ser de ob$eto para outra classificação.
Constituição super-rígida
8inalmente, segundo >le"andre de +oraes, a brasileira de /@00 seria e"emplo
de Constituição super-rígida, $á que, além de possuir um processo legislativo
diferenciado para a alteração de suas normas rígida3, e"cepcionalmente,
algumas matérias apresentam-se como imutáveis cláusulas pétreas, art. AB, L
2.M3. NE/O
Pelo meu entendimento a nossa Constituição brasileira de /@00 é consideradarígida, e por causa das cláusulas pétreas, alguns doutrinadores a apontam como
super-rígida.
REFERÊNC!" ##$%&R!FC!"
C*JI> :JQR, &irle; da' Curso de (ireito Constitucional' A. ed. rev.
ampl. atual. #ditora :usPQ&K+, 1B/1.
9#JS>, Pedro. (ireito Constitucional Es)uemati*ado. /A. ed. rev. atual eampl. 7ão Paulo5 #ditora 7araiva, 1B/1.