esquema-resumo grécia antiga

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Prof. Eduardo F. Sallenave Grécia Antiga Período Pré-Homérico (2800-1100 a.C.) Também chamado de Idade do Bronze. Civilização Cretense ou Minóica (apogeu 1700-1450 a.C.) Grandes palácios labirínticos; povo pacífico (cidades sem muralhas, cerâmicas sem cenas de batalhas). Contatos comerciais e culturais com os demais povos do mar Egeu e Mediterrâneo. Religião: estatuas de mulheres (deusa-mãe); sacralização do figura do touro. Arte: representações da vida natural em cerâmicas e afrescos. Escrita em linear A. Colapso: invasão dos aqueus (micênicos) por volta de 1400 a.C. Civilização Micênica (apogeu 1400-1230 a.C.) Influenciados pelo contato com Creta (desenvolvem a escrita linear B, assumem as rotas comerciais e adaptam o modelo palaciano). Sistema monárquico centrado no palácio. Sociedade bélica: cidades muradas e presença de carros de combate, armas de bronze. Mas não há evidência de unificação política entre as cidades; a cidade mais preeminente era Micenas . O comércio se confundia com a pirataria. Grandes túmulos e ricos tesouros funerários. Decadência: pressão gradual dos dóricos (dominavam o ferro) por volta de 1200 a.C. início da chamada "idade das trevas". Explicação análoga à da queda de Roma.

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Prof. Eduardo F. Sallenave

Grécia Antiga

Período Pré-Homérico (2800-1100 a.C.)

Também chamado de Idade do Bronze.

Civilização Cretense ou Minóica (apogeu 1700-1450 a.C.)

Grandes palácios labirínticos; povo pacífico (cidades sem

muralhas, cerâmicas sem cenas de batalhas). Contatos

comerciais e culturais com os demais povos do mar Egeu e

Mediterrâneo.

Religião: estatuas de mulheres (deusa-mãe); sacralização do

figura do touro. Arte: representações da vida natural em

cerâmicas e afrescos.

Escrita em linear A.

Colapso: invasão dos aqueus (micênicos) por volta de 1400 a.C.

Civilização Micênica (apogeu 1400-1230 a.C.)

Influenciados pelo contato com Creta (desenvolvem a escrita

linear B, assumem as rotas comerciais e adaptam o modelo

palaciano).

Sistema monárquico centrado no palácio. Sociedade bélica:

cidades muradas e presença de carros de combate, armas de

bronze. Mas não há evidência de unificação política entre as

cidades; a cidade mais preeminente era Micenas.

O comércio se confundia com a pirataria.

Grandes túmulos e ricos tesouros funerários.

Decadência: pressão gradual dos dóricos (dominavam o ferro)

por volta de 1200 a.C. início da chamada "idade das trevas".

Explicação análoga à da queda de Roma.

Prof. Eduardo F. Sallenave

Período Homérico (1100-800 a.C.)

Também chamado de Idade do Ferro.

Consequências das "invasões" dóricas: grande ruptura,

decadência da organização palaciana, ruralização,

desaparecimento da escrita, interrupção das relações

comerciais no Egeu e Mediterrâneo (o mar se torna uma

barreira), isolamento entre as localidades gregas, migração

para outras regiões (1ª diáspora grega), declínio populacional,

pobreza material.

Poemas épicos homéricos, aproximadamente do século VIII

a.C.: Ilíada e Odisseia. São a principal fonte histórica sobre

este período. Mistura de três temporalidades nos poemas: Idade

do Bronze, Idade do Ferro, tempo de Homero resultado de

uma longa tradição oral difundida por bardos itinerantes (os

dois poemas são uma costura de lendas e memórias de épocas

antigas que ganham forma escrita no século VIII a.C.).

Comunidade gentílica (genos): unidades agrícolas

autossustentáveis lideradas pelo patriarca. Não há um forte

poder centralizado ou a figura de um poderoso rei.

Poemas de Hesíodo, contemporâneo de Homero: Teogonia

(Nascimento dos Deuses) e Trabalhos e Dias (sucessão da

decadência das idades: Ouro, Prata, Bronze e Ferro).

Período Arcaico (800-500 a.C.)

Fim da "idade das trevas": ressurgimento da escrita (adaptação

do alfabeto fenício). Renascimento do comércio e artesanato

(tensão social entre os enriquecidos e a aristocracia de

nascimento); crescimento populacional; contato com outras

regiões do Egeu e Mediterrâneo; migração e colonização (2ª

diáspora grega). 776 a.C. primeiros jogos olímpicos.

Gradativa formação da pólis: união de vários genos; governo

aristocrático (grandes proprietários de terras, os eupátridas).

Acrópole: parte alta da cidade, local dos prédios principais.

Ágora: praça central, local dos debates políticos.

Predominantemente agrícolas. Desenvolvimento da falange de

hoplitas.

Prof. Eduardo F. Sallenave

Emergência das tiranias (VII-VI a.C.): governantes que chegaram

ao poder de forma não tradicional; resultado das tensões sociais

advindas do renascimento comercial; amiúde pessoas com muita

riqueza; apoio "popular" (hoplitas) pois os tiranos

quebraram o monopólio de poder da antiga aristocracia

terratenente. Realizações: incentivo ao comércio; melhorias

urbanas; construção de templos; colonização. Valiam-se de

mercenários. Declínio da popularidade das tiranias.

Período Clássico (500-336 a.C.)

Esparta (fundada no séc. IX a.C. pelos dórios):

Predomínio da agricultura, pouco comércio, navegação e

artesanato. Conquista da Messênia (VIII-VII a.C.).

Sociedade militarizada e fechada em si mesma; rígida

educação militar; morte de bebês com deficiências; primazia

da comunidade sobre a família Estado acima dos

indivíduos.

Liga do Peloponeso (570 a.C.): liderança espartana de uma

coalizão de cidades.

Divisão social

Espartanos Cidadãos da pólis

Periecos Sem direitos políticos; comércio e artesanato;

em caso de guerra tinham obrigações militares

Hilotas Escravos pertencentes à pólis

Organização política (criação atribuída a Licurgo)

Atenas:

Atenas do Período Arcaico: inicialmente, governo

monárquico, depois, estabelece-se um governo aristocrático

Dois reis (diarquia)Funções religiosas e

militares

Ápela (assembleia composta por todos os

cidadãos) elegia:

Conselho de Anciãos, a gerúsia (28 membros

com + de 60 anos)

Funções legistativas e judiciárias

Eforato (5 membros eleitos anualmente)

Funções administrativas e política externa

Prof. Eduardo F. Sallenave

composto pelos eupátridas (aristocracia de nascimento,

possuidores de terras):

Período de expansão comercial e de colonização (sul da

Itália, região do Mar Negro) parte do movimento de

renascimento comercial do Período Arcaico. Paralelo

crescimento da escravidão.

Tensões sociais: choque entre eupátridas (aristocracia

de nascimento) e demiurgos (comerciantes

enriquecidos) e gergois (pequenos e médios

agricultores sujeitos à escravidão por dívidas) A

prosperidade material abala os alicerces da sociedade

tradicional ateniense!

Código de Drácon (621 a.C.): publicidade das leis

(sinal de declínio da aristocracia); não retirou os

privilégios dos eupátridas; marcado pela severidade.

Arcondado de Sólon (594 a.C.): eleito arconte único

por um ano com amplos poderes necessidade de

mudanças para evitar risco de agitações sociais

(possibilidade de surgir uma tirania); qualidade de

Sólon: moderação.

Medidas: eliminação da escravidão por

dívidas; novo sistema de pesos e medidas;

extensão da cidadania ateniense aos

estrangeiros.

Novo arranjo político-constitucional: divisão da

sociedade por critério censitário (permitiu a

ascensão dos demiurgos); criação da bulé

(conselho dos 400, com representantes de todas

as regiões de Atenas); criação da eclésia

(assembleia popular que aprovava as leis

preparadas pela bulé); helieu (tribunal aberto a

todos os cidadãos) essas medidas quebraram o

monopólio da aristocracia de nascimento.

Logo após o arcondado de Sólon: caos, conflitos

sociais, disputas entre facções:

Areópago: Conselho de Eupátridas.

Arcondado (mandatos anuais)

Arconte polemarco: poder militar

Arconte epônimo: principal governante

Arconte basileus: funções religiosas

Thesmothetas (6): funções jurídicas

Prof. Eduardo F. Sallenave

Tirania de Psístrato (561-556 a.C.): apoio dos mais pobres;

distribuição mais igualitária da terra; não governou com

severidade; diminuiu o poder da aristocracia; primeiro

imposto fixo de Atenas. Não destruiu o legado de Sólon.

Sucedido pelos filhos. Queda da tirania: devido à oposição

aristocrática com o apoio de Esparta. Tirania: passo para o

estabelecimento da democracia posteriormente.

Reformas de Clístenes (510 a.C.): conter a reação aristocrática

após a queda da tirania. "Implementação" da democracia.

No lugar da divisão em 4 tribos tradicionais, criação de

10 tribos. Cada uma das tribos divididas em três

regiões da polis: costa, planície e Atenas. Novas divisões

administrativas, 160 demos (localidades).

Criação do Conselho dos 500 (aberto a todos os

cidadãos). Para os cargos mais elevados, ainda havia

restrições censitárias.

Eleição de um general por cada tribo.

Ostracismo: banimento da cidade por 10 anos (evitar

golpes de Estado e traições).

Guerra Médicas (os persas também eram conhecidos como medos):

1ª guerra (490-479 a.C.): Dario I, campanha punitiva contra

Atenas que apoiara a rebelião das cidades gregas sob jugo

persa na Ásia Menor. Vitória ateniense na Batalha de Maratona.

Crescimento do poder ateniense.

2ª guerra (480 a.C.): rei Xerxes, enorme exército persa. Gregos:

formação de uma aliança pan-helênica. Batalha das Termópilas

(300 de Esparta derrotados), saque de Atenas. Reação grega:

vitória na Batalha naval de Salamina (poderosa frota ateniense).

Expulsão definitiva dos persas: batalhas de Plateias e Mícale.

A) preservar o legado de Sólon

B) defender a antiga aristocracia

C) ampliar as conquistas populares

Prof. Eduardo F. Sallenave

Império e Democracia Atenienses:

Estariam os gregos livres da ameaça persa? Formação da Liga

de Delos (478 a.C.): continuar a combater os persas até findar

a ameaça de um retorno. Cidades das ilhas do Egeu e cidades

da Ásia Menor sob a liderança de Atenas (a Liga do

Peloponeso deixou a guerra). Manutenção da Liga de Delos

mesmo após a vitória militar imperialismo ateniense (cobrança

de tributos dos membros). Paz com os persas em 449 a.C..

Grande crescimento do poder de Atenas. Crescimento da

influência dos generais atenienses.

"Idade de Péricles" (461-429 a.C.): auge de Atenas; ampliação da

democracia.

Quem era Cidadão: homens adultos filhos de pais

atenienses (excluídos: mulheres, escravos e estrangeiros).

Igualdade jurídica sem igualdade econômica.

"Legislativo" Assembleia (eclesia): aberta a todos os

cidadãos, principal local de tomada de decisões.

Conselho dos 500: preparação das leis a serem

deliberadas na eclesia.

"Executivo" não havia um governo, apenas uns

poucos cargos administrativos. Alguns cargos eram

escolhidos por sorteio; outros, pela competência

técnica. Fim das barreiras censitárias. Eleição de 10

generais anualmente.

"Judiciário" julgamentos com jurados, tribunais

abertos a todos os cidadãos.

Década de 440 a.C.: construção de grandiosas obras

públicas.

Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.):

Antecedentes: crescimento do poder ateniense com a formação da

Liga de Delos rivalidade espartana. Alguns choques

militares ainda na década de 450 a.C..

Prof. Eduardo F. Sallenave

Liga de Delos x Liga do Peloponeso após idas e vindas,

vitória espartana (recebeu apoio persa).

Governo dos Trinta Tiranos (404 a.C.): estabelecido pelos

espartanos com apoio de parte da aristocracia ateniense.

Reação democrática liderada por Trasíbulo restabelecimento

da democracia em Atenas (governo de moderação e

conciliação).

Principal consequência da guerra: enfraquecimento de ambos os

lados.

Conjuntura do mundo grego após a guerra:

Esparta incapaz de manter um império ocupando o lugar de

Atenas. Ascensão de Tebas: invasão do Peloponeso com uma

força de 70.000 soldados fim do poderio espartano para

sempre. Breve hegemonia tebana entre 371-362 a.C..

Debilidade geral das cidades-estado gregas. Manutenção da

tendência descentralizadora em detrimento da formação de

amplas alianças de cidades.

Período Helenístico (338 a.C. - 31 a.C.)

A ascensão da Macedônia: povo helenizado, incorporou-se ao

mundo grego.

Felipe II (chega ao trono em 359 a.C.): unificação da

Macedônia; desenvolvimento de poderoso exército

profissional; vitória contra Atenas e Tebas (Batalha de

Queroneia 338 a.C.); intento de Felipe: unificar a Grécia e

conquistar a Pérsia, porém falece antes, em 336 a.C..

Alexandre, o Grande (356-323 a.C.): filho de Felipe; educado

por Aristóteles; manteve a Grécia sob seu controle e avançou

sobre o império Persa, conquistou o Egito, a Fenícia, a Pérsia e

chegou até a Índia. Difusão da cultura helenística. Após sua

morte, o império macedônico foi dividido entre seus generais.

Helenismo: combinação das principais características culturais

gregas com elementos das culturas orientais.

Prof. Eduardo F. Sallenave

Os diversos reinos helenísticos após a morte de Alexandre:

Mundo helenizado: intenso contato ("globalização") incluindo

comércio, produtos manufaturados, cultura, mercenários,

migrantes, elites políticas, conhecimentos, religião etc. Mundo

que seria conquistado pelos romanos.