esquema resolução comercial
DESCRIPTION
esquemaTRANSCRIPT
Direito Comercial I
Como resolver um caso prático?
1. Ver o tipo de acto em causa. Se é facto jurídico, acto jurídico, negócio jurídico, facto
natural... doutrina (CA vs MC).
1.1 Ver sentido objectivo (art. 2.º/ 1.º parte, art. 230.º actividade – MC + CA, art. 463.º).
i) Possibilidade de actos comerciais por analogia. Contra: letra da lei, razão histórica
/ Favor: MC e CA através de analogia legis e iuris.
2. Ver sentido subjectivo (art. 2.º/ 2º parte).
i) É comerciante? Art. 13.º, também o art. 230.º organização.
ii) Tem capacidade? (art.7.º Ccomercial que remete para o CC)
2.1 Prática de acto de comércio?
2.2 Profissionalidade? (lucro, prática reiterada, tendencialmente exclusiva - quando
todos os bens estão afectos à actividade comercial - e juridicamente autónoma).
3. Natureza exclusivamente civil?
4. Resulta o contrário do próprio contrato?
Temos sempre de fazer estas perguntas de ambos os lados, isto é, do lado do comprador e do lado do vendedor. Só assim sabemos quando temos um acto misto (quando temos um lado comercial e outro civil).
Quando temos um acto misto, o art. 99.º do Ccomercial diz-nos que se aplica a todos o regime comercial. Porém, no caso de existirem dívidas, o art. 100.º, parágrafo único, refere que a regra do art. 99.º não é extensiva aos não comerciantes nem aos seus actos.
Basicamente, temos sempre de dissecar o art. 2º Ccomercial para resolver o caso.
Vejamos:
São considerados actos de comércio todos aqueles que se acharem especialmente regulados neste código, e, além deles, todos os contratos e obrigações dos comerciantes, que não forem de natureza exclusivamente civil, se o contrário do próprio acto não resultar.
- São considerados actos de comércio (ponto 1)
- todos aqueles que se acharem especialmente regulados neste código (ponto 1. sentido
objectivo).
- todos os contratos e obrigações dos comerciantes ( ponto 2. Dissecar o art. 13.º. Ver se há
capacidade, qual o acto de comércio praticado, ver se há profissionalidade (lucro, prática
João Andrade Nunes
reiterada, juridicamente autónoma e tendencialmente exclusiva) ou se é Sociedade
Comercial: se for, preenche logo os requisitos todos). Possibilidade de interpretação mista
do art. 230.º Ccom (OA + Profa. CP)
- não forem de natureza exclusivamente civil (ponto 3.) Doutrina (CA vs OA)
- se o contrário do próprio acto não resultar (ponto 4.). Há conexão com o comércio? Se a
resposta for positiva, qual a finalidade? Ex. caso do comerciante que compra o quadro para a
sua mulher como presente (acto civil, CV). O mesmo homem compra o quadro para vender
a outra pessoa (acto comercial, art.463.º/1)
Actos acessórios
COUTINHO DE ABREU: acto de comércio acessórios são aqueles que devem a sua comercialidade aos facto de se ligarem ou conexionarem a actos mercantis.
Podemos dizer que um acto passa a ser comercial, por conexão a um acto objectivamente comercial, ainda que não o seja subjectivamente ?
Há doutrina que responde positivamente, ou seja, todos os actos de não comerciantes que se conectassem com um acto objectivamente mercantil seriam um actos de comércio – teoria do acessório.
Porém, a doutrina maioritária, responde negativamente, ou seja, não admite o recurso à analogia iuris. Não parece legítimo afirmar um princípio geral de que todo e qualquer acto de não comerciante quando conexionado com actos objectivos de comércio passa a ser um acto comercial.
Não obstante, COUTINHO DE ABREU, entende ser legítimo qualificar comerciais certos actos de não comerciantes por serem análogos a actos acessórios de comércio previstos na lei (analogia legis).
João Andrade Nunes