espírito da diversidade

Espírito

da

Diversidade _________________________________________ Rui Emanuel Medeiros Patrício Pais

POESIA

O Céu é a nossa grande Universidade de Astronomia para a interpretação do Cosmos

Círculo do Graal

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Espírito da Diversidade Página 1

Espírito da Diversidade

Poesia

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I

UM RIO

Um rio faz seu percurso natural… Recebe a chuva que cai espaçada…

Depois de deixar a terra encharcada Ruma para a foz num ciclo imortal.

Um rio é um manancial eterno Onde as águas fluem serenas. Um rio é envolvente e fraterno

Um caudal de brancas açucenas.

Um rio quando chora dissimula Oculta as lágrimas nessas águas. Um rio não pode parar, circula… Envia para o fundo suas mágoas.

Um rio é um curso de água pura… Transporta a vida e seu sustento…

Num trajecto que flui pela planura… Vezes sem conta e sem lamento!

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II

NA ORIGEM DE TUDO

Com um sopro Deus criou Uma nuvem de vapor

O espaço propagou A vontade do Criador.

Água em estado gasoso… Fruto dum acto generoso Água brotando todo o ano Seja dum rio ou oceano.

Água que nutre populações Vinda de todas as direcções

Água fértil na terra abençoada Que sorvo na fonte distanciada.

Água fluindo em grande abundância Assim te conheci no alvor da infância Água cristalina nas veredas que traças Da Vida e da morte por onde passas!

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III

PECADOR EU ME CONFESSO

Eu, pecador me confesso Senhor, aqui diante de Ti!

Em miúdo já muito travesso Ao longo da Vida me perverti!

Troquei a minha pureza interior Por espaços corruptos sem valor. Minha esposa é frágil e delicada Meu filho a sua alma associada.

Mostraste-me o caminho certo

Ao ver um pomar em Céu aberto Como Adão provei do fruto negado Afastei-me do trilho por Ti traçado.

Depois deambulei por rotas incertas

Na ilusão longe de minhas portas Procurei o Deus da reconciliação Na Paz ao encontro do perdão!

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IV

TERRA, O FENÓMENO VIDA

A Terra vai passar por mudanças Numa viagem às antigas origens. Recupera seu sorriso de criança

E renasce para uma vida virgem!

A alteração mexe com o seu sistema Como já sucedeu em épocas remotas… A história repete-se com estes sintomas

A vida é um puzzle de abrir e fechar portas!

O universo actua num todo de forma única… Prodígio que depois de sua estrutura ser sacudida A Terra continuará a albergar o fenómeno Vida!

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V

A VIA DA DEVOÇÃO

Deus falou-me dos males da humanidade Contei-lhe como escrevia meus poemas Sentindo-me o escritor da irmandade!

Deus ouviu-me mas não comentou… No seu olhar não havia reprovação Ajeitando-se melhor me observou…

Eu sentia o renascer duma relação.

Eu Sou o Espírito Purificador do Universo É na Via da Devoção que valorizo o esforço!

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VI

O QUE DEUS VIU EM TI

Deus bordou a noite de astros Com rosas ornou teus cabelos.

Para a paz usou antigos castelos Içou bandeiras nos seus mastros!

No teu fino porte um esplendor

A musa que sempre hei-de amar. Viu no teu sorrir a mais pura flor E dessa candura formou o mar.

Pressenti no teu olhar que me amas

Ergui minha voz ao céu e bati palmas. Na luz do Sol vi no oceano um espelho…

Amo teu semblante maça rosa vermelho Tomei-te nos meus braços com acuidade E beijei-te seduzido de tanta felicidade!

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VII

O CAMINHO ESPIRITUAL

Na entrada do terceiro milénio Num planeta do nosso sistema solar

Deus envia-nos um dos seus emissários Para investigar os conflitos fora do Lar!

Emerge uma nova tomada de consciência Com uma filosofia de vida através da alma

Cai o império do mal repleto de incoerência E uma venturosa Era Espiritual aflora calma!

Esta nação emerge fortalecida no divino amor… Respeita o sentimento das virtudes na essência O Espírito do Criador fortalece o nosso interior E as Almas despem-se de toda a discrepância!

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VIII

AS ÁGUAS E O VENTO

Num sono repleto de pesadelos Vi as águas cismando com o vento. Quando segredam há que temê-los Fazem do clima o principal evento.

Fervilham no âmago estas terras Os oceanos agitam-se num pavor

Deus vem e excomunga as guerras O regresso à Paz expulsa o invasor.

Chegam as crianças Cristal e Índigo

Almas de luz, génios da nova geração… Ocupam terras isentas de qualquer perigo Num ápice Deus procede à transformação!

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IX

O ACESSO À FERTILIDADE

Eu sou o caudal da fonte perpétua O fluxo da Vida por Deus abençoada Forneço à humanidade toda a água Encharco o solo duma só assentada.

Estou na essência do vosso sustento

Venho celebrar um pacto de intimidade Trago na bagagem meu amigo o vento E proponho-lhes o acesso à fertilidade.

Dedico à terra esta singular riqueza a fluir

Tão cristalina como a pureza dum diamante… Um filão único que jamais se há-de exaurir Nutrindo o ambiente e sua Vida abundante!

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X

INTROSPECÇÃO

Aguardo à beira-mar o nascer da aurora O ritmo interno indica-me o aproximar da hora.

Aos primeiros raios de Sol vê-se o milagre da vida No Sol que desponta na manhã límpida e colorida.

Minha alma não adormece… é a sentinela de vigia. No silêncio da noite ela é mais que contemplação…

Reflecte sobre tudo com o seu poder da magia Em redor dum pedestal onde exerce meditação.

Como uma nave viaja à mais longínqua estrela Move-se no infinito hábil como no mar a vela.

Ausenta-se em distâncias longe de minha visão Nesse sítio obscuro onde apenas sinto a evasão.

Falo-lhe da fragilidade dos meus sentimentos… Por onde andam navegando os pensamentos. Alma caridosa dá-me sempre saúde e alento Para que consiga arredar todo o sofrimento.

Observa-me duvidosa mantendo distância

Como se eu emergisse dum planeta diverso. Busco a harmonia para sintonizar esse espaço Após sua introspecção ganhamos confidência.

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XI

O ESPÍRITO DA LIBERDADE

Quando o oceano se vê calmo Mostrando nas águas a serenidade É como se a vida não tivesse termo E o mar fosse o elo da fraternidade.

Quando o Sol se eleva no horizonte Atento aos rumores ocultos na vida Investiga as espécies no ambiente

Que relatam uma existência sofrida.

Quando se altera o percurso do drama Sem que alguém interfira na sua grandeza

É o Espírito da Liberdade que vem e proclama Um estatuto especial para a Mãe Natureza!

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XII

O ALTAR DA MINHA PÁTRIA

Hoje meu canto é dedicado à Terra… Por isso subo ao mais elevado da serra

Altar panorâmico da minha pátria querida Abençoado santuário berço da minha vida!

Observo com o olhar atento este panorama

O que apenas uma cuidadosa visão proclama. Olho o céu com seu manto revestido de azul

Do templo das altitudes estou virado para sul!

Um tapete verde estende-se para o mar plano Onde a Vida no começo é conhecida no oceano.

Nave fecunda em ricas espécies nesta proeza Numa rota incerta entre a fortuna e a tristeza!

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XIII

PONTO DE RUPTURA

Ia caminhando neste chão Que hospeda a minha vida

Minha Mãe Terra tem razão De tanta maldade agredida!

Navegando no vasto Oceano Também ele estava exaltado

Queixando-se do ser humano Da forma como o tem lesado!

Na atmosfera idêntico impasse

Uma respiração à beira da ruptura Como se toda a vida se sublevasse

Contra esta perversa aventura!

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XIV

O PURIFICADOR DA VIDA

O olhar atento de Deus paira acima Das Almas da Criação

Não se vêem sinais de pureza… Talvez vasculhando no fundo…

O Supremo assiste ao fim dum Ciclo Neste torreão do mundo!

Abençoadas sejam todas as Almas

Que vêm para formar a Nova geração Na Terra a água baixa e sobe… Sem deixar vestígios na idade…

O Purificador da Vida vem Brinda-nos a Paz pela imortalidade!

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XV

UM SER DIVINO

Um ser divino tem qualidades especiais Seus pensamentos são sempre puros…

Não anda por becos nem com marginais Nem tão pouco por atalhos obscuros!

Um ser divino é uma criatura de bem Constante em todas as suas acções… Um ser divino toca nossos corações Como um foco de luz vindo do além!

Um ser divino tem um fundo excepcional Trás sempre consigo o amor e a felicidade

Ele não busca o corrosivo e afasta-se do mal Torna-se num manancial de espiritualidade!

Um ser divino voa mesmo sem as asas Sabe criá-las nesse momento presente

Um ser que é divino jamais mente Conhece bem as leis e as causas!

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XVI

A PRIMEIRA IDADE DO OURO

Primeiro foi criado o Espírito de Deus O Senhor deu prioridade à Luz e à Água.

Iluminou na noite as estrelas nos céus Concebeu as vidas isentas de mágoa.

Viu como o pensamento era importante Vivia-se os primórdios da nossa Criação. Ao pensar deu-lhe um poder dominante

Tudo ainda era vago na consolidação!

O solo era próspero adequado à semente Ouviam-se as chuvas e as aves chilreando Neste paraíso assentou a humana gente A água, o mel, o leite, tudo frutificando.

O homem usurpou este Jardim de Lazer… Humilhou seu irmão após a Era Dourada… Gerou o motim e ganhou gosto pelo poder… As águas subiram levando-o na enxurrada!

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XVII

ÁGUA DOS RIOS LAGOS E OCEANOS

Água que tombas sem nenhum lamento Do berço à foz és a respiração, o alento.

Água fenómeno de toda a vida ambiental O mais pródigo tesouro e o mais natural!

Água que nutres os rios, lagos e oceanos Por onde passas embebes os terrenos. Precioso filamento bordado aos folhos

Água dos meus sonhos nos meus olhos!

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XVIII

A PONTE POR ATRAVESSAR

Busca nas vias que levam às rotundas Da vida por onde devemos circundar.

Procura nessa ponte por atravessar Como as que já foram vencidas!

Examina a corrente impetuosa do rio

Ou do cume duma montanha escarpada. Sente-me destemido enfrentando o desafio Onde a vitória ainda não foi consolidada!

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XIX

A VIDA É UMA VIAGEM

A vida é uma viagem neste plano Sente-se uma respiração sufocante

De tanta gente sem lar ao abandono A costa é árida, a estepe asfixiante!

A vida dá-nos um tempo contado E o percurso é ambíguo no rumo

À vinda tudo nos é facultado… Na volta poucos atingem o cimo!

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XX

DEUS O ESPÍRITO DA CRIAÇÃO

Deus é o Espírito acima da criação Num céu infindo de belezas singelas Ele vê na família uma Sagrada União Deus habita para além das estrelas!

Deus é o solfejo na harpa dum anjo

Seu reino é tão vasto que não abranjo Deus concede sua bênção à Alma divina O oxigénio, a Luz, a Água, a Vida Eterna!

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XXI

DENTRO E FORA DO SILÊNCIO

Quis mergulhar num silêncio profundo Lá fora ouvia motores em aceleração

Concentrei-me apenas no meu mundo Mas ruídos emergiam de perto e longe.

Sentia este silêncio apenas como parcial Havia um leve rumor por toda a parte… Com aves, insectos no meio ambiental Ruídos emergindo de perto e distante.

Ouvia vozes de gente falando à janela… Não se notava o menor sopro do vento! Na rua ladravam cães vadios sem trela

E uma ladainha aflorava dum convento.

O céu vestia o seu manto azul celeste Pressenti uma noite translúcida e calma

O Sol afastava-se no horizonte para oeste Já sentia as estrelas cintilando na alma!

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Pensamento

O perdão e a tolerância estão na misericórdia de Deus num gesto de bem-aventurança para com todas as almas.

Rui Pais

FIM

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