(espiritismo) andré luiz - desobsessão (chico xavier)

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Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira Desobsessão Ditado pelo Espírito André Luiz FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA DEPARTAMENTO EDITORIAL Rua Souza Valente, 17 20941-040 - Rio - RJ - Brasil http://www.febnet.org.br/

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  • Francisco Cndido Xavier e

    Waldo Vieira

    Desobsesso

    Ditado pelo Esprito Andr Luiz

    FEDERAO ESPRITA BRASILEIRA DEPARTAMENTO EDITORIAL

    Rua Souza Valente, 17 20941-040 - Rio - RJ - Brasil

    http://www.febnet.org.br/

  • Francisco Cndido Xavier - Desobsesso - pelo Esprito Andr Luiz

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    (Contra-capa) Desobsesso Pelo Esprito Andr Luiz

    Como nos assinala Emmanuel, destaca-se, da coleo de Andr Luiz, este livro diferente.

    Objetiva prestar valioso auxlio queles que se pro-pem a tratar, com a devida seriedade, em reunies espe-cficas da Casa Esprita, o grave problema da obsesso, que, como as mais diferentes e temveis doenas do corpo fsico, se constitui em flagelo da humanidade.

    Atravs de 73 captulos, devidamente ilustrados, es-critos de maneira objetiva, aborda temas que orientam os trabalhadores das reunies de desobsesso, desde o des-pertar no dia da reunio, superao de impedimentos, conversao anterior reunio, pontualidade, equipe, e-ducao medinica, passes, at o seu encerramento. Trata, ainda, de importantes procedimentos posteriores ao traba-lho de desobsesso.

    Alerta sobre a gravidade do assunto, salientando que cada templo esprita deve possuir a sua equipe de servido-res da desobsesso, no somente para sua defesa e con-servao, como tambm para socorrer as vtimas da deso-rientao espiritual.

  • Francisco Cndido Xavier - Desobsesso - pelo Esprito Andr Luiz

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    ndice

    Um livro diferente ........................................................................ 6 Desobsesso ................................................................................. 9 1 Preparo para a reunio: Despertar .......................................... 12 2 Preparo para a reunio: Alimentao...................................... 14 3 Preparo para a reunio: Repouso fsico e mental .................... 15 4 Preparo para a reunio: Prece e meditao ............................. 16 5 Superao de impedimentos: Chuva....................................... 17 6 Superao de impedimentos: Visitas ...................................... 18 7 Superao de impedimentos: Contratempos ........................... 19 8 Impedimento natural .............................................................. 20 9 Templo esprita ...................................................................... 21 10 Recinto das reunies............................................................. 22 11 Chegada dos companheiros .................................................. 23 12 Conversao anterior reunio ............................................ 24 13 Dirigente .............................................................................. 25 14 Pontualidade......................................................................... 27 15 Mobilirio para os trabalhos................................................. 29 16 Cadeiras................................................................................ 30 17 Iluminao............................................................................ 31 18 Isolamento hospitalar ........................................................... 32 19 Aparelhos eltricos............................................................... 34 20 Componentes da reunio ...................................................... 35 21 Visitantes.............................................................................. 37 22 Ausncia justificada ............................................................. 39 23 Chegada inesperada de doente.............................................. 40 24 Mdiuns esclarecedores........................................................ 41

  • Francisco Cndido Xavier - Desobsesso - pelo Esprito Andr Luiz

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    25 Equipe medinica: Psicofnicos........................................... 43 26 Equipe medinica: Passistas................................................. 45 27 Livros para leitura ................................................................ 46 28 Leitura preparatria .............................................................. 47 29 Prece inicial.......................................................................... 48 30 Manifestao inicial do mentor ............................................ 49 31 Consultas ao mentor ............................................................. 50 32 Manifestao de enfermo espiritual (1) ................................ 51 33 Manifestao de enfermo espiritual (2) ................................ 52 34 Manifestao de enfermo espiritual (3) ................................ 54 35 Manifestao de enfermo espiritual (4) ................................ 56 36 Manifestao de enfermo espiritual (5) ................................ 57 37 Esclarecimento ..................................................................... 58 38 Cooperao mental ............................................................... 60 39 Manifestaes simultneas (1).............................................. 61 40 Manifestaes simultneas (2).............................................. 62 41 Interferncia do benfeitor ..................................................... 63 42 Atitude dos mdiuns (1) ....................................................... 64 43 Atitude dos mdiuns (2) ....................................................... 65 44 Mal-estar imprevisto do mdium.......................................... 66 45 Educao medinica (1) ....................................................... 67 46 Educao medinica (2) ....................................................... 68 47 Educao medinica (3) ....................................................... 69 48 Educao medinica (4) ....................................................... 70 49 Educao medinica (5) ....................................................... 71 50 Interferncia de enfermo espiritual ....................................... 72 51 Radiaes ............................................................................. 73 52 Passes ................................................................................... 74 53 Imprevistos........................................................................... 75

  • Francisco Cndido Xavier - Desobsesso - pelo Esprito Andr Luiz

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    54 Manifestao final do mentor ............................................... 76 55 Gravao da mensagem........................................................ 77 56 Prece final ............................................................................ 79 57 Encerramento ....................................................................... 80 58 Conversao posterior reunio........................................... 81 59 Reouvindo a mensagem........................................................ 83 60 Estudo construtivo das passividades..................................... 84 61 Sada dos companheiros ....................................................... 85 62 Comentrios domsticos....................................................... 86 63 Assiduidade.......................................................................... 88 64 Benefcios da desobsesso.................................................... 89 65 Reunies de mdiuns esclarecedores .................................... 91 66 Reunies de estudos medinicos .......................................... 92 67 Reunies medinicas especiais............................................. 93 68 Visita a enfermo ................................................................... 94 69 Visita a hospital.................................................................... 95 70 Culto do evangelho no lar .................................................... 97 71 Culto da assistncia .............................................................. 98 72 Estudos extras ...................................................................... 99 73 Formao de outras equipes ............................................... 100

  • Francisco Cndido Xavier - Desobsesso - pelo Esprito Andr Luiz

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    Um livro diferente

    E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual o teu no-me? E ele disse: Legio, porque tinham entrado nele muitos demnios.

    LUCAS, versculo 8, captulo 30.

    Atendendo ao trabalho da desobsesso nos arredores de G-dara, vemos Jesus a conversar fraternalmente com o obsesso que lhe era apresentado, ao mesmo tempo que se fazia ouvido pelos desencarnados infelizes.

    Importante verificar que ante a interrogativa do Mestre, a perguntar-lhe o nome, o mdium, consciente da presso que sofria por parte das Inteligncias conturbadas e errantes, informa cha-mar-se Legio, e o evangelista acrescenta que o obsidiado assim procedia porque tinham entrado nele muitos demnios.

    Sabemos hoje com Allan Kardec, conforme palavras textuais do Codificador da Doutrina Esprita, no item 6 do captulo 12, Amai os vossos inimigos, de O Evangelho segundo o Espiri-tismo, que esses demnios mais no so do que as almas dos homens perversos, que ainda se no despojaram dos instintos ma-teriais.

    No episdio, observamos o Cristo entendendo-se, de maneira simultnea, com o mdium e com as entidades comunicantes, na benemrita empresa do esclarecimento coletivo, ensinando-nos que a desobsesso no caa a fenmeno e sim trabalho paciente do amor conjugado ao conhecimento e do raciocnio associado f.

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    Seja no caso de mera influenciao ou nas ocorrncias da possesso profunda, a mente medianmica permanece jugulada por pensamentos estranhos a ela mesma, em processos de hipnose de que apenas gradativamente se livrar. Da ressalta o imperativo de se vulgarizar a assistncia sistemtica aos desencarnados prisi-oneiros da insatisfao ou da angstia, por intermdio das equipes de companheiros consagrados aos servios dessa ordem que, alis, demandam pacincia e compreenso anlogas s que caracterizam os enfermeiros dedicados ao socorro dos irmos segregados nos meandros da psicose, portas a dentro dos estabelecimentos de cura mental.

    Sentindo de perto semelhante necessidade, o nosso amigo Andr Luiz organizou este livro diferente de quantos lhe constitu-em a coleo de estudioso dos temas da alma, no intuito de arre-gimentar novos grupos de seareiros do bem que se proponham reajustar os que se vem arredados da realidade fora do campo fsico. Nada mais oportuno e mais justo, de vez que, se a ignorn-cia reclama o devotamento de professores na escola e a psicopato-logia espera pela abnegao dos mdicos que usam a palavra e-quilibrante nos gabinetes de anlise psicolgica, a alienao men-tal dos Espritos desencarnados exige o concurso fraterno de cora-es amigos, com bastante entendimento e bastante amor para auxiliar nos templos espritas, atualmente dedicados recuperao do Cristianismo, em sua feio clara e simples.

    Salientando, pois, neste volume, precioso esforo de sntese no alvio aos obsessos, atravs dos colaboradores de todas as con-dies, rogamos ao Senhor nos sustente a todos tarefeiros en-carnados e desencarnados na obra a realizar, porquanto obsidia-dos e obsessores, consciente ou inconscientemente arrojados desorientao, no mundo ou alm do mundo, so irmos que nos pedem arrimo, companheiros que nos integram a famlia terrestre, e o amparo famlia no ministrio que devamos relegar para a

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    esfera dos anjos e sim obrigao intransfervel que nos compete abraar por servio nosso.

    EMMANUEL

    Uberaba, 2 de janeiro de 1964 (Pgina recebida pelo mdium Francisco Cndido Xavier.)

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    Desobsesso

    Teraputicas diversas merecem estudos para a supresso dos males que flagelam a Humanidade. Antibiticos atacam processos de infeco, institutos especializados examinam a patologia do cncer, a cirurgia atinge o corao para sanar o defeito cardaco e a vacina constitui defesa para milhes. Ao lado, porm, das en-fermidades que supliciam o corpo, encontramos, aqui e alm, as calamidades da obsesso que desequilibram a mente.

    Para l das teias fisiolgicas que entretecem o carro orgnico de que se vale o Esprito para o estgio educativo no mundo, possvel identificar os quadros obscuros de semelhantes desastres, nos quais as foras magnticas desajustadas pelo pensamento em desgoverno assimilam foras magnticas do mesmo teor, estabe-lecendo a alienao mental, que vai do tique loucura, escalando por fobias e molstias-fantasmas. Vemo-los instalados em todas as classes, desde aquelas em que se situam as pessoas providas de elevados recursos da inteligncia quelas outras onde respiram companheiros carecentes das primeiras noes do alfabeto, des-bordando, muita vez, na tragdia passional que ocupa a ateno da imprensa ou na insnia conduzida ao hospcio. Isso tudo, sem relacionarmos os problemas da depresso, os desvarios sexuais, as sndromes de angstias e as desarmonias domsticas.

    Espritos desencarnados e encarnados de condio enfermia sintonizam-se uns com os outros, criando prejuzos e perturbaes naqueles que lhes sofrem a influncia vampirizadora, lembrando vegetais nobres que parasitos arrasam, depois de solapar-lhes to-das as resistncias.

    Refletindo nisso e diligenciando cooperar na medicao a es-ses males de sintomatologia imprecisa, imaginamos a organizao

  • Francisco Cndido Xavier - Desobsesso - pelo Esprito Andr Luiz

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    deste livro1, dedicado a todos os companheiros que se interessam pelo socorro aos obsidiados livro que se caracteriza por absoluta simplicidade na exposio dos assuntos indispensveis constitu-io e sustentao dos grupos espritas devotados obra libertado-ra e curativa da desobsesso. Livro que possa servir aos recintos consagrados a esse mister, estejam eles nos derradeiros recantos das zonas rurais ou nos edifcios das grandes cidades, cartilha de trabalho em que as imagens2 auxiliem o entendimento da explica-o escrita, a fim de que os obreiros da Doutrina Esprita atendam desobsesso, consoante os princpios concatenados por Allan Kardec.

    Nenhuma instituio de Espiritismo pode, a rigor, desinteres-sar-se desse trabalho imprescindvel higiene, harmonia, amparo ou restaurao da mente humana, traando esclarecimento justo, seja aos desencarnados sofredores, seja aos encarnados desprovi-dos de educao ntima que lhes sofram a atuao deprimente, conquanto, s vezes, involuntria.

    Cada templo esprita deve e precisa possuir a sua equipe de servidores da desobsesso, quando no seja destinada a socorrer as vtimas da desorientao espiritual que lhes rondam as portas, para defesa e conservao de si mesma.

    Oferecemos, desse modo, estas pginas despretensiosas aos que sintam suficiente amor pelos que jazem transviados nas trevas das iluses e paixes em que se consomem, circunscritos aos mar-cos estreitos da ignorncia, na Terra e alm da Terra, nos tormen- 1 O Esprito Andr Luiz convidou os mdiuns Waldo Vieira e Francisco Cndido Xavier a psicografarem com ele o presente volume, responsa-bilizando-se ambos pelos captulos de nmeros mpares e pares, respec-tivamente. 2 As fotografias que ilustram este volume representam gentileza dos companheiros de ideal e pertencem aos arquivos da Exposio Esprita Permanente da CENTRO ESPRITA C., de Uberaba, Minas.

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    tos e desvarios do eu. E entregando-as aos amigos que nos pos-sam acolher o desejo de acertar e avaliar conosco a extenso e a gravidade do problema, recordemos, reconhecidamente, junto de todos eles, que o Espiritismo o Cristianismo Restaurado e que o pioneiro nmero um da desobsesso, esclarecendo Espritos infe-lizes e curando obsidiados de todas as condies, foi exatamente Jesus.

    ANDR LUIZ

    Uberaba, 2 de janeiro de 1964 (Pgina recebida pelo mdium Waldo Vieira.)

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    1 Preparo para a reunio:

    Despertar

    No dia marcado para as tarefas de desobsesso, os integrantes da equipe precisam, a rigor, cultivar atitude mental digna, desde cedo.

    Ao despertar pela manh, o di-rigente, os assessores da orientao, os mdiuns incorporadores, os companheiros da sustentao ou mesmo aqueles que sero visitas ocasionais no grupo, devem elevar o nvel do pensamento, seja orando ou acolhendo idias de natureza superior.

    Intenes e palavras puras, ati-tudes e aes limpas.

    Evitar deliberadamente rusgas e discusses, sustentando paci-ncia e serenidade, acima de quaisquer transtornos que sobreve-nham durante o dia.

    Trata-se de preparao adequada a assunto grave: a assistn-cia a desencarnados menos felizes, com a superviso de instruto-res da Vida Espiritual.

    Imaginem-se os companheiros no lugar dos Espritos necessi-tados de socorro e compreendero a responsabilidade que assu-mem.

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    Cada componente do conjunto pea importante no meca-nismo do servio. Todo o grupo instrumentao.

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    2 Preparo para a reunio:

    Alimentao

    A alimentao, durante as ho-ras que precedem o servio de in-tercmbio espiritual, ser leve.

    Nada de empanturrar-se o companheiro com viandas desne-cessrias.

    Estmago cheio, crebro in-bil.

    A digesto laboriosa consome grande parcela de energia, impe-dindo a funo mais clara e mais ampla do pensamento, que exige segurana e leveza para exprimir-se nas atividades da desobsesso.

    Aconselhveis os pratos ligeiros e as quantidades mnimas, crendo-nos dispensados de qualquer anotao em torno da impro-priedade do lcool, acrescendo observar que os amigos ainda ne-cessitados do uso do fumo e da carne, do caf e dos temperos excitantes, esto convidados a lhes reduzirem o uso, durante o dia determinado para a reunio, quando no lhes seja possvel a abs-teno total, compreendendo-se que a posio ideal ser sempre a do participante dos trabalhos que transpe a porta do templo sem quaisquer problemas alusivos digesto.

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    3 Preparo para a reunio: Repouso fsico e mental

    Aps o trabalho, seja ele pro-fissional ou domstico, braal ou mental, faa o seareiro da desob-sesso o horrio possvel de refa-zimento do corpo e da alma.

    Repouso externo e interno. Relaxe, com ideaes edifican-

    tes. Absteno de pensamentos im-

    prprios. Aspiraes para cima. Distncia de preocupaes in-

    feriores. Preparao ntima, podendo incluir leitura moralizadora e sa-

    lutar. Formao de ambiente particular respeitvel, de cujos agentes

    espirituais, enobrecidos e puros, se valham os instrutores para a composio dos recursos de alvio e esclarecimento aos irmos que, desenfaixados da veste fsica, ainda sofrem.

    Os responsveis pelas tarefas da desobsesso devem compre-ender que as comunicaes reclamam espontaneidade e que o preparo a que nos referimos de ordem geral, sem a fixao da mente em exigncias ou gratificaes de sentimento pessoal.

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    4 Preparo para a reunio:

    Prece e meditao

    Pelo menos durante alguns mi-nutos, horas antes dos trabalhos, seja qual for a posio que ocupe no conjunto, dedique-se o compa-nheiro de servio prece e medi-tao em seu prprio lar.

    Ligue as tomadas do pensa-mento para o Alto.

    Retire-se, em esprito, das vul-garidades do terra-a-terra, e ore, buscando a inspirao da Vida Maior.

    Reflita que, em breve tempo, estar em contacto, embora ligeiro,

    com os irmos domiciliados no Mundo Espiritual, para onde ir igualmente, um dia, e antecipe o cultivo da simpatia e do respeito, da compaixo produtiva e da bondade operosa para com todos aqueles que perderam o corpo fsico sem a desejada maturao espiritual.

    Dessa forma, estar caminhando para a colaborao digna com os benfeitores desencarnados que so os legtimos ministra-dores do bem.

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    5 Superao de impedimentos:

    Chuva

    Hora de sair para a reunio. Necessrio vencer os percalos

    que o tempo capaz de oferecer. No raro, a promessa de a-

    guaceiro iminente ou a ventania forte, comparecendo por empeci-lhos habituais.

    Chuva ou frio... O integrante da equipe no se

    prender em casa por semelhantes obstculos.

    Conservar, sempre mo, o agasalho preciso e enfrentar

    quaisquer desafios naturais, consciente das obrigaes que lhe competem.

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    6 Superao de impedimentos:

    Visitas

    Na lista dos impedimentos na-turais, um existe dos mais freqen-tes: a visita inesperada.

    Compreende-se o constrangi-mento dos companheiros j prestes a sair de casa para o servio espiri-tual.

    Em alguns casos, um parente necessitando de palavras amigas; de outros, um companheiro recla-mando ateno.

    Que isso no seja tomado conta de bice insupervel.

    O tarefeiro da desobsesso es-clarecer o assunto delicadamente, empregando franqueza e hu-mildade, sem esconder o mvel da ausncia a que se v compeli-do, cumprindo, assim, no apenas o dever que lhe assiste, como tambm despertando simpatia nos circunstantes e assegurando a si mesmo o necessrio apoio vibratrio.

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    7 Superao de impedimentos:

    Contratempos

    Na srie de obstculos que, em muitas ocasies, parecem inteligen-temente determinados a lhe entra-varem o passo, repontam os mais imprevistos contratempos frente do servidor da desobsesso.

    Uma criana cai, explodindo em choro...

    Desaparece a chave de uma porta...

    Um recado chega, de improvi-so, suscitando preocupaes...

    Algum chama para solicitar um favor...

    Certo familiar se queixa de dores sbitas... Colapso do sistema de conduo... Dificuldades de trnsito... O colaborador do servio de socorro aos desencarnados so-

    fredores no pode hesitar. Providencie, de imediato, as solues razoveis para esses pequeninos problemas e siga ao encontro das obrigaes espirituais que o aguardam, lembrando-se de que mesmo as festas de natureza familiar, quais sejam as comemora-es de aniversrio ou os jbilos por determinados eventos do-msticos, no devem ser categorizados conta de obstruo.

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    8 Impedimento natural

    Circunstncias existem que pe-sam na balana do trabalho por obstculos naturais.

    Uma viagem inesperada, por exemplo.

    Pode acontecer que a obrigao profissional assim o exija.

    Noutros casos, a molstia gra-ve comparece em casa ou na pessoa do prprio cooperador, obstando-lhe o comparecimento reunio.

    Temos ainda a considerar o impedimento por enfermidades

    epidmicas, qual a gripe, e, em nossas irms, razovel aceitar como motivos justos de ausncia os cuidados decorrentes da gra-videz e os embaraos peridicos caractersticos da organizao feminil.

    Surgindo o impasse, importante que o companheiro ou a companheira se comunique, rpido, com os responsveis pela sesso, atentos a que se deve assegurar a harmonia do esforo de equipe tanto quanto possvel.

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    9 Templo esprita

    medida que se nos aclara o entendimento, nas realizaes de carter medinico, percebemos que as lides da desobsesso pedem o ambiente do templo esprita para se efetivarem com segurana.

    Para compreender isso, recor-demos que, se muitos doentes con-seguem recuperar a sade no clima domstico, muitos outros reclamam o hospital.

    Se no lar dispomos de agentes empricos a benefcio dos enfer-mos, numa casa de sade encon-

    tramos toda uma coleo de instrumentos selecionados para a assistncia pronta.

    No templo esprita, os instrutores desencarnados conseguem localizar recursos avanados do plano espiritual para o socorro a obsidiados e obsessores, razo por que, tanto quanto nos seja pos-svel, a, entre as paredes respeitveis da nossa escola de f viva, que nos cabe situar o ministrio da desobsesso. Razovel, ainda, observar que os servidores de semelhante realizao no podem assumir, sem prejuzo, compromissos para outras atividades me-dianmicas, antes ou depois do trabalho em que se comprometem a benefcio dos sofredores desencarnados.

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    10 Recinto das reunies

    O recinto das reunies pede limpeza e simplicidade.

    A mesa, com alguns dos livros bsicos da Doutrina Esprita, de preferncia O Livro dos Espri-tos, O Evangelho segundo o Es-piritismo e um volume que desen-volva o pensamento kardequiano, conjugado aos ensinamentos do Cristo, estar cercada pelas cadei-ras devidas ao nmero exato dos componentes da reunio, apresen-tando-se despida de toalhas, orna-mentos, recipientes de gua e obje-

    tos outros. Em seguida fila dos assentos, colocar-se- pequena acomo-

    dao, seja um simples banco ou algumas cadeiras para visitas eventuais.

    Um relgio ser colocado vista ou mo, seja numa parede, no bolso ou no pulso do dirigente, para que o horrio e a discipli-na estabelecida no sofram distores, e o aparelho para a grava-o de vozes, na hiptese de existir no aposento, no dever per-turbar o bom andamento das tarefas e ser colocado em lugar de-signado pelo orientador dos trabalhos.

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    11 Chegada dos companheiros

    Os benfeitores espirituais de planto, na obra assistencial aos irmos desencarnados sofredores, esperam sempre que os integrantes da equipe alcancem o recinto de servio em posio respeitosa.

    Nada de vozerio, tumulto, gri-tos, gargalhadas.

    Lembrem-se os companheiros encarnados de que se aproximam de enfermos reunidos, como num hospital, credores de ateno e ca-rinho.

    A obra de socorro est prestes a comear.

    Necessrio inclinar o sentimento ao silncio e compaixo, bondade e elevao de vistas, a fim de que o conjunto possa funcionar em harmonia na construo do bem.

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    12 Conversao anterior reunio

    H sempre margem a conver-saes no recinto para os que che-gam mais cedo, cabendo aos searei-ros do conjunto evitar a disperso de foras em visitas, mesmo rpi-das, mas imprprias, a locais vizi-nhos, sejam casas particulares ou restaurantes pblicos.

    Compreensvel rogar aos cola-boradores da tarefa a total absten-o de temas contrrios dignidade do trabalho que vo desempenhar.

    Evitem-se os anedotrios joco-sos, as consideraes injuriosas a

    quem quer que seja. Esqueam-se crticas, comentrios escandalosos, queixas, a-

    zedumes, apontamentos irnicos. Toda referncia verbal fator de induo. Se somos impelidos a conversar, durante os momentos que

    precedem a atividade assistencial, seja a nossa palestra algo de bom e edificante que auxilie e pacifique o clima do recinto, ao invs de conturb-lo.

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    13 Dirigente

    O dirigente das tarefas de de-sobsesso no pode esquecer que a Espiritualidade Superior espera nele o apoio fundamental da obra.

    Direo e discernimento. Bon-dade e energia.

    Certo, no se lhe exigiro qua-lidades superiores do homem comum; no entanto, o orientador da assistncia aos desencarnados so-fredores precisa compreender que as suas funes, diante dos mdiuns e freqentadores do grupo, so semelhantes s de um pai de fam-

    lia, no instituto domstico. Autoridade fundamentada no exemplo. Hbito de estudo e orao. Dignidade e respeito para com todos. Afeio sem privil-

    gios. Brandura e firmeza. Sinceridade e entendimento. Conversao construtiva. Para manter-se na altura moral necessria, o diretor dispensa-

    r a todos os componentes de conjunto a ateno e o carinho idn-ticos queles que um professor reto e nobre cultiva perante os alunos e, como se erguer, perante os instrutores Espirituais, na

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    posio de mdium esclarecedor mais responsvel, designar dois a trs companheiros, sob a orientao dele prprio, a fim de que se lhe faam assessores em servio e o substituam nos impedi-mentos justificados.

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    14 Pontualidade

    Pontualidade tema essencial no quotidiano, disciplina da vida.

    Administraes no respeitam funcionrios relapsos.

    Em casa, estimamos nos fami-liares os compromissos em dia, os deveres executados com exatido.

    Habitualmente no falhamos no horrio marcado pelas persona-lidades importantes do mundo, a fim de corresponder-lhes ao apreo.

    A entrevista com um industri-al...

    A fala com um Ministro de Estado... Nas lides da desobsesso, foroso entender que benfeitores

    espirituais e amigos outros desencarnados se deslocam de obriga-es graves da Vida Superior, a fim de assistir-nos e socorrer-nos.

    Pontualidade sempre dever, mas na desobsesso assume ca-rter solene.

    No haja falha de servio por nossa causa. No se pode es-quecer que o fracasso, na maioria das vezes, o produto infeliz dos retardatrios e dos ausentes.

    A hora de incio das tarefas precisa mostrar-se austera, enten-dendo-se que o instante do encerramento varivel na pauta das circunstncias.

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    Aconselhvel se feche disciplinarmente a porta de entrada, 15 minutos antes do horrio marcado para a abertura da reunio, tempo esse que ser empregado na leitura preparatria.

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    15 Mobilirio para os trabalhos

    O mobilirio no recinto dedi-cado desobsesso no apenas necessita estar escoimado de obje-tos e apetrechos que recordem ritu-ais e amuletos, smbolos e dolos de qualquer espcie, mas tambm deve ser integrado por peas simples e resistentes.

    A mesa deve ser slida e as ca-deiras talhadas em madeira, lem-brando, sem adornos desnecess-rios, a austeridade de uma famlia respeitvel.

    Se tivermos de acrescentar al-go, aditemos dois bancos, igualmente de madeira, para visitas casuais ou para o socorro magntico a esse ou quele companhei-ro do grupo quando necessite de passe, a distncia do crculo for-mado em comunho de pensamento.

    Evitarmos tapetes, jarros, telas e enfeites outros, porquanto o recinto consagrado, alm de tudo, ao alvio de Espritos sofredo-res ou alienados mentais autnticos, necessitados de ambiente limpo e simples, capaz de auxili-los a esquecer iluses ou expe-rincias menos felizes vividas na Terra.

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    16 Cadeiras

    As cadeiras para a reunio me-recem apontamentos particulares.

    Evite-se o uso de poltronas que sugiram a sesta, como tambm o emprego de mveis desprovidos de qualquer anteparo, feio de tam-boretes que imponham desconforto.

    Utilizemo-nos de cadeiras, pe-sadas na constituio, para frustrar os impulsos de queda ou de agita-o excessiva, habituais nos m-diuns em transe, mas construdas em estilo singelo, com o espaldar amplo e alto que suporte com fir-

    meza os seareiros empenhados no socorro espiritual aos irmos perturbados, alm do plano fsico.

    Evitem-se as cadeiras desconjuntadas ou rangedoras que s rudos desnecessrios e perturbaes outras provocam no ambien-te.

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    17 Iluminao

    A iluminao no recinto ser, sem dvida, aquela de potenciali-dade normal, na fase preparatria das tarefas, favorecendo vistorias e leituras.

    Contudo, antes da prece inicial, o dirigente da reunio graduar a luz no recinto, fixando-a em uma ou duas lmpadas, preferivelmente vermelhas, de capacidade fraca, 15 watts, por exemplo, de vez que a projeo de raios demasiado inten-sos sobre o conjunto prejudica a formao de medidas socorristas,

    mentalizadas e dirigidas pelos instrutores espirituais, diretamente responsveis pelo servio assistencial em andamento, com apoio nos recursos medianmicos da equipe.

    As lmpadas devem ser situadas a distncia da mesa dos tra-balhos para se evitarem acidentes.

    Nas localidades no favorecidas pela energia eltrica, o orien-tador da reunio diminuir no recinto o teor da luz empregada.

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    18 Isolamento hospitalar

    A desobsesso abrange em si obra hospitalar das mais srias.

    Compreenda-se que o espao a ela destinado, entre quatro paredes, guarda a importncia de uma en-fermaria, com recursos adjacentes da Espiritualidade Maior para tra-tamento e socorro das mentes de-sencarnadas, ainda conturbadas ou infelizes.

    Arrede-se da desobsesso qualquer sentido de curiosidade intempestiva ou de formao espe-taculosa.

    Coloquemo-nos no lugar dos desencarnados em desequilbrio e entenderemos, de pronto, a inoportunidade da presena de qual-quer pessoa estranha a obra assistencial dessa natureza.

    O amparo e o esclarecimento aos Espritos dementados ou so-fredores servio para quem possa compreend-los e am-los, respeitando-lhes a dor.

    Da nasce o impositivo de absoluto isolamento hospitalar para o recinto dedicado a semelhantes servios de socorro e esclareci-mento, entendendo-se, desse modo, que a desobsesso, tanto quanto possvel, deve ser praticada de preferncia no templo esp-rita, ao invs de ambientes outros, de carter particular.

    Nesse sentido, importante que os obreiros da desobsesso, notadamente os mdiuns psicofnicos e os mdiuns esclarecedo-

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    res, visitem os hospitais e casas destinadas segregao de de-terminados enfermos, para compreenderem com segurana o im-perativo de respeitosa cautela no trato com os Espritos revoltados e desditosos.

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    19 Aparelhos eltricos

    Os aparelhos eltricos, no re-cinto, quando a desobsesso seja efetuada em lugar capaz de utiliz-los, devem ser restritos a uma lan-terna eltrica, destinada a serventia eventual, e, quando seja possvel, a um aparelho para gravao de vo-zes das entidades, notadamente aquelas que se caracterizam por manifestaes construtivas, para que se lhes fixem os ensinos ou experincias com objetivo de estu-do.

    Repitamos que o grupo apenas usar o aparelho para gravao de vozes, quando semelhante me-dida esteja em suas possibilidades, sem que isso seja fator essen-cial e inadivel realizao do programa em pauta.

    O dirigente da reunio ou o companheiro indicado para o ma-nejo desses engenhos precisa, porm, estar atento, verificando-lhes o estado e o funcionamento, antes das atividades da equipe, prevenindo quaisquer necessidades, de maneira a evitar aborreci-mentos e atropelos de ltima hora.

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    20 Componentes da reunio

    Os componentes da reunio, que nunca excedero o nmero de quatorze, conservem, acima de tudo, elevao de pensamentos e correo de atitudes, antes, durante e depois de cada tarefa.

    Nenhuma preocupao com pa-ramentos ou vestes especiais.

    Compenetrem-se de que se a-cham no recinto exercendo frater-nalmente um mandato de confian-a.

    Na Doutrina Esprita no h lugar para f cega. Evitem-se, no

    entanto, no ambiente da desobsesso, pesquisas ociosas e vs in-dagaes, crticas e expectaes insensatas.

    Todos os componentes da equipe assumiro funes especfi-cas. Num grupo de 14 integrantes, por exemplo, trabalharo 2 a 4 mdiuns esclarecedores; 2 a 4 mdiuns passistas e 4 a 6 mdiuns psicofnicos.

    Os mdiuns esclarecedores e passistas, alm dos deveres es-pecficos que se lhes assinala, serviro, ainda, na condio de elementos positivos de proteo e segurana para os mdiuns psi-cofnicos, sempre que estes forem mobilizados em servio. Im-prescindvel reconhecer que todos os participantes do conjunto so equiparveis a pilhas fludicas ou lmpadas, que estaro sen-sibilizadas ou no para os efeitos da energia ou da luz que se lhes

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    pede em auxlio dos que jazem na sombra de esprito. Da o impe-rativo do teor vibratrio elevado nos componentes da reunio, a fim de que os doentes da alma se reaqueam para o retorno ao equilbrio e ao discernimento.

    Os componentes encarnados da reunio no se rendam ao so-no nas tarefas dedicadas desobsesso, para se evitarem desdo-bramentos desnecessrios da personalidade, cabendo-nos salientar igualmente que nas realizaes dessa natureza no devem compa-recer quaisquer outras demonstraes ou experincias de mediu-nidade.

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    21 Visitantes

    O servio de desobsesso no um departamento de trabalho para cortesias sociais que, embora res-peitveis, no se compadecem com a enfermagem espiritual a ser de-senvolvida, a benefcio de irmos desencarnados que amargas difi-culdades atormentam.

    Ainda assim, h casos em que companheiros da construo espri-ta-crist, quando solicitem permis-so para isso, podem ter acesso ao servio, em carter de observao construtiva; entretanto, foroso

    preservar o cuidado de no acolh-los em grande nmero para que o clima vibratrio da reunio no venha a sofrer mudanas ino-portunas.

    Essas visitas, no entanto, devem ser recebidas apenas de raro em raro e em circunstncias realmente aceitveis no plano dos trabalhos de desobsesso, principalmente quando objetivem a fundao de atividades congneres. E antes da admisso necess-ria imperioso que os mentores espirituais do grupo sejam previ-amente consultados, por respeito justo s responsabilidades que abraam, em favor da equipe, muito embora saibamos que a ori-entao das atividades espritas vigora na prpria Doutrina Espri-ta e no no arbtrio dos amigos desencarnados, mesmo aqueles que testemunhem elevada condio.

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    Compreende-se que os visitantes no necessitem de compare-cimento que exceda de 3 a 4 reunies.

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    22 Ausncia justificada

    Freqentemente, surge o caso da impossibilidade absoluta de comparecimento desse ou daquele companheiro s atividades prede-terminadas.

    Uma viagem rigorosamente i-nadivel...

    Um problema caseiro de grave expresso...

    Exigncia profissional inopi-nada...

    Enfermidade sbita... Que o amigo numa situao as-

    sim no olvide o compromisso em que se acha incurso na obra de desobsesso e expea um aviso direto, sempre que possvel com antecedncia mesmo de horas ou minutos, ao dirigente da reunio, justificando a ausncia, para evitar indisciplinas que ocorrero fatalmente, no campo mental do grupo, atravs de apreenses e consideraes descabidas.

    De qualquer modo, ainda mesmo com nmero reduzido de participantes, a reunio pode ser efetuada.

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    23 Chegada inesperada de doente

    Em algumas ocasies aparece um problema sbito: a chegada de enfermos ou de obsidiados sem aviso prvio, sejam adultos ou cri-anas.

    Necessrio que o discernimen-to do conjunto funcione, ativo.

    Na maioria dos acontecimentos dessa ordem, o doente e os acom-panhantes podem ser admitidos por momentos rpidos, na fase prepara-tria dos servios programados, recebendo passes e orientao para que se dirijam a rgos de assistn-

    cia ou doutrinao competentes, trabalho esse que ser executado pelos componentes que o diretor da reunio designar.

    Findo o socorro breve, retirar-se-o do recinto. Nesses casos se enquadram igualmente os obsessos apenas in-

    fluenciados ou fixados em fase inicial de perturbao, para os quais o contacto com os comunicantes, menos felizes ou franca-mente conturbados, sem a devida preparao, sempre inconve-niente ou prejudicial, pela suscetibilidade e pelas sugestes nega-tivas que apresentam na semilucidez em que se encontram.

    Diante, porm, dos processos da obsesso indiscutivelmente instalada, o grupo deve e pode acolher o obsidiado e seus acom-panhantes, acomodando-os no banco ou nas cadeiras, colocados retaguarda, onde recebero a assistncia precisa.

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    24 Mdiuns esclarecedores

    Na equipe em servio, os m-diuns esclarecedores, mantidos sob a conduo e inspirao dos Ben-feitores Espirituais, so os orienta-dores da enfermagem ou da assis-tncia aos sofredores desencarna-dos. Constitudos pelo dirigente do grupo e seus assessores, so eles que os instrutores da Vida Maior utilizam em sentido direto para o ensinamento ou o socorro necess-rios.

    Naturalmente que a esses com-panheiros compete um dos setores

    mais importantes da reunio. Vejamos alguns dos itens do trabalho fundamental que se lhes

    assinala: 1. guardarem ateno no campo intuitivo, a fim de registra-

    rem, com segurana, as sugestes e os pensamentos dos benfeitores espirituais que comandam as reunies;

    2. tocar no corpo do mdium em transe somente quando ne-cessrio;

    3. estudar os casos de obsesso, surgidos na equipe de m-diuns psicofnicos, que devam ser tratados na rbita da psi-quiatria, a fim de que a assistncia mdica seja tomada na medida aconselhvel;

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    4. cultivar o tato psicolgico, evitando atitudes ou palavras violentas, mas fugindo da doura sistemtica que anestesia a mente sem renov-la, na convico de que preciso aliar raciocnio e sentimento, compaixo e lgica, a fim de que a aplicao do socorro verbalista alcance o mximo rendi-mento;

    5. impedir a presena de crianas nas tarefas da desobsesso. Outros aspectos de suas funes so lembrados nos captulos

    13 e 32 a 37.

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    25 Equipe medinica:

    Psicofnicos

    Na obra da desobsesso, os mdiuns psicofnicos so aqueles chamados a emprestar recursos fisiolgicos aos sofredores desen-carnados para que estes sejam so-corridos. Deles se pede atitude de f positiva, baseada na certeza de que a Espiritualidade Superior lhes acompanha o trabalho em moldes de zelo e superviso. Compreen-dendo que ningum chamado por acaso a tarefa de tamanha enverga-dura moral, verificaro facilmente que, da passividade construtiva que demonstrem, depende o xito da

    empreitada de luz e libertao em que foram admitidos. Atentos funo especial de colaboradores e medianeiros em

    que se acham situados, justo se lhes rogue o cuidado para alguns pontos julgados essenciais ao xito e segurana da atividade que se lhes atribui:

    1. desenvolvimento da autocrtica; 2. aceitao dos prprios erros, em trabalho medianmico, pa-

    ra que se lhes apure a capacidade de transmisso; 3. reconhecimento de que o mdium o responsvel pela co-

    municao que transmite;

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    4. absteno de melindres ante apontamentos dos esclarecedo-res ou dos companheiros, aproveitando observaes e avi-sos para melhorar-se em servio;

    5. fixao num s grupo, evitando as inconvenincias do com-promisso de desobsesso em vrias equipes ao mesmo tem-po;

    6. domnio completo sobre si prprio, para aceitar ou no a in-fluncia dos Espritos desencarnados, inclusive reprimir to-das as expresses e palavras obscenas ou injuriosas, que es-sa ou aquela entidade queira pronunciar por seu intermdio;

    7. interesse real na melhoria das prprias condies de senti-mento e cultura;

    8. defesa permanente contra bajulaes e elogios, conquanto saiba agradecer o estmulo e a amizade de quantos lhes in-centivem o corao ao cumprimento do dever;

    9. discernimento natural da qualidade dos Espritos que lhes procurem as faculdades, seja pelas impresses de presena, linguagem, eflvios magnticos, seja pela conduta geral;

    10. uso do vesturio que lhes seja mais cmodo para a tarefa, alijando, porm, os objetos que costumem trazer jungidos ao corpo, como sejam relgios, canetas, culos e jias.

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    26 Equipe medinica:

    Passistas

    Entre os seareiros do bem que integram o conjunto, destaca-se, como sendo de particular valimen-to, a colaborao dos mdiuns pas-sistas, que permanecero atentos ao concurso eventual que se lhes pea, no transcurso da reunio.

    Diligncia e devotamento. Vigilncia e espontaneidade. Agora um problema que ir-

    rompe entre os prprios colegas de atividade; em seguida, um que ou-tro mdium psicofnico possivel-mente cado em exausto; depois, o

    pedido de auxlio para esse ou aquele dos assistentes a lhes solici-tarem concurso, e, por fim, a assistncia de rotina, na fase termi-nal do trabalho.

    Os medianeiros do passe traaro a si mesmos as disciplinas aconselhveis em matria de alimentao e adestramento, a fim de corresponderem plenamente ao trabalho organizado para o grupo em sua edificao assistencial, entendendo-se que os mdiuns esclarecedores, se necessrio, acumularo tambm as funes de mdiuns passistas, mas no a de psicofnicos, de modo a no se deixarem influenciar por Espritos enfermos.

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    27 Livros para leitura

    Os livros para leitura prepara-tria no grupo sero, de prefern-cia:

    1. O Evangelho segundo o Es-piritismo;

    2. O Livro dos Espritos; 3. Uma obra subsidiria que

    comente os princpios karde-quianos luz dos ensinamen-tos do Cristo.

    Bastaro esses recursos, por-quanto neles sintonizar-se-o os assistentes no mesmo padro de pensamento, em torno dos temas

    vitais do Espiritismo Cristo, compondo clima vibratrio adequa-do ao trabalho em mira.

    O Livro dos Mdiuns e obras tcnicas correlatas no devem ser lidos nas reunies de desobsesso, mas sim em oportunidades adequadas, referidas nos captulos 66 e 72.

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    28 Leitura preparatria

    A leitura preparatria, que no ultrapassar o tempo-limite de 15 minutos, constituir-se-, preferen-temente, de um dos itens de O Evangelho segundo o Espiritismo, seguindo-se-lhe uma das questes de O Livro dos Espritos, com um trecho de um dos livros de co-mentrios evanglicos, em torno da obra de Allan Kardec.

    Efetuada a leitura, o dirigente retirar os livros de sobre a mesa, situando-os em lugar prprio.

    O contacto com o ensino esp-rita, antes do intercmbio com os irmos desencarnados, ainda sofredores, dispe o ambiente edificao moral, favorecendo a integrao vibratria do grupo para o socorro fraterno a ser de-senvolvido.

    O conjunto evitar entretecer comentrios ao redor dos temas expostos, atento que precisa estar em unssono, recepo das entidades enfermas em expectativa, quase sempre aguardando alvio com angustiosa ansiedade.

    Repitamos, assim: o dirigente providenciar a leitura, apro-ximadamente quinze minutos antes do momento marcado para o incio do intercmbio, pronunciando a prece de abertura, depois de lida a pgina ltima, com o que se iniciaro, para logo, as tare-fas programadas.

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    29 Prece inicial

    Sobrevindo o momento exato em que a reunio ter comeo, o orientador diminuir o teor da ilu-minao e tomar a palavra, formu-lando a prece inicial.

    Cogitar, porm, de ser preci-so, no se alongando alm de dois minutos.

    H quem prefira a orao deco-rada; todavia, aconselhvel que o dirigente ore com suas prprias palavras, envolvendo a equipe nos sentimentos que lhe fluem da alma.

    A prece, nessas circunstncias, pede o mnimo de tempo, de vez que h entidades em agoniada espera de socorro, feio do doente desesperado, reclamando medicao substancial. Em diversas circunstncias, acham-se ligadas desde muitas horas antes mente do mdium psicofnico, alterando-lhe o psiquismo e at mesmo a vida orgnica, motivo pelo qual o socorro direto no deve sofrer dilao.

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    30 Manifestao inicial do mentor

    Feita a orao inicial, o diri-gente e a equipe medinica espera-ro que o mentor espiritual do gru-po se manifeste pelo mdium psico-fnico indicado.

    Essa medida necessria, por-quanto existem situaes e proble-mas, estritamente relacionados com a ordem doutrinria do servio, apenas visveis a ele; sendo assim, o amigo espiritual, na condio de condutor do agrupamento, perante a Vida Maior, precisar dirigir-se ao conjunto, lembrando minudncias e

    respondendo a alguma consulta ocasional que o dirigente lhe queira fazer, transmitindo algum aviso ou propondo determinadas medidas.

    Esse entendimento, no limiar do programa de trabalho a exe-cutar-se, indispensvel harmonizao dos agentes e fatores de servio, ainda mesmo que o mentor se utilize do medianeiro to-s para uma simples orao que, evidentemente, significar tran-qilidade em todos os setores da instrumentao.

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    31 Consultas ao mentor

    Comeada a reunio, o dirigen-te, por vezes, tem necessidade de ouvir o mentor espiritual para o exame de assuntos determinados.

    Freqentemente, um amigo que deseja acesso reunio e que no pode ser acolhido sem a con-sulta necessria; de outras, a loca-lizao mais aconselhvel para as visitas que venham a ocorrer, a ministrao de socorro medicamen-toso ou magntico a esse ou aquele companheiro que se mostre subita-mente necessitado de assistncia,

    a pergunta inevitvel e justa em derredor de problemas que sobre-venham no mecanismo da equipe, ou o pedido de cooperao em casos imprevisveis.

    Nessas circunstncias, o dirigente esperar que o mentor fina-lize a pequena instruo de incio, atravs do mdium respons-vel, e formular as indagaes que considere inevitveis e oportu-nas.

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    32 Manifestao de enfermo espiritual (1)

    As manifestaes de enfermos espirituais iro at o limite de uma hora a uma hora e meia, na totali-dade delas, para que a reunio per-dure no mximo por duas horas, excluda a leitura inicial.

    O Esprito desencarnado em condio de desequilbrio e sofri-mento utiliza o mdium psicofni-co (ou mais propriamente, o m-dium de incorporao), com as deficincias e angstias de que portador, exigindo a conjugao de bondade e segurana, humildade e

    vigilncia no companheiro que lhe dirige a palavra. Natural venhamos a compreender no visitante dessa qualida-

    de um doente, para quem cada frase precisa ser medicamento e blsamo. Claro que no ser possvel concordar com todas as exi-gncias que formule; no entanto, no justo reclamar-lhe enten-dimento normal de que se acha ainda talvez longe de possuir.

    Entendamos cada Esprito sofredor qual se nos fosse um fa-miliar extremamente querido, e acertaremos com a porta ntima, atravs da qual lhe falaremos ao corao.

    Neste e nos prximos captulos so indicadas algumas atitu-des naturais dos mdiuns psicofnicos em transe.

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    33 Manifestao de enfermo espiritual (2)

    Os mdiuns esclarecedores, pe-lo que ouam do manifestante ne-cessitado, deduzam qual o sexo a que ele tenha pertencido, para que a conversao elucidativa se efetue na linha psicolgica ideal; anali-sem, sem esprito de censura ou de escndalo, os problemas de ani-mismo ou mistificao inconsciente que porventura venham a surgir, realizando o possvel para esclare-cer, com pacincia e caridade, os mdiuns e os desencarnados envol-vidos nesses processos de manifes-taes obscuras, agindo na equipe

    com o senso de quem retira criteriosamente um desajuste do corpo sem comprometer as demais peas orgnicas; anulem qualquer intento de discusso ou desafio com entidades comunicantes, dan-do mesmo razo, algumas vezes, aos Espritos infelizes e obsesso-res, reconhecendo que nem sempre a desobsesso real consiste em desfazer o processo obsessivo, de imediato, de vez que, em casos diversos, a separao de obsidiado e obsessor deve ser praticada lentamente; e pratiquem a hipnose construtiva, quando necessrio, no nimo dos Espritos sofredores comunicantes, quer usando a sonoterapia para entreg-los direo e ao tratamento dos instru-tores espirituais presentes, efetuando a projeo de quadros men-tais proveitosos ao esclarecimento, improvisando idias providen-ciais do ponto de vista de reeducao, quer sugerindo a produo

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    e ministrao de medicamentos ou recursos de conteno em fa-vor dos desencarnados que se mostrem menos acessveis enfer-magem do grupo.

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    34 Manifestao de enfermo espiritual (3)

    No curso do trabalho medini-co, os esclarecedores no devem constranger os mdiuns psicofni-cos a receberem os desencarnados presentes, repetindo ordens e su-gestes nesse sentido, atentos ao preceito de espontaneidade, fator essencial ao xito do intercmbio.

    Os esclarecedores permitiro aos Espritos sofredores que se exprimam pelos mdiuns psicof-nicos tanto quanto possvel, em matria de desinibio ou desabafo, desde que a integridade dos m-

    diuns e a dignidade do recinto sejam respeitadas, considerando, porm, que as manifestaes devem obedecer s disciplinas de tempo.

    Os mdiuns, sejam eles esclarecedores ou psicofnicos, sus-tentaro o mximo cuidado para no prejudicarem as atividades espirituais que lhes competem. Alimentando dvidas e atitudes suspeitosas, inconciliveis com a obra de caridade que se dispem a prestar, muitas vezes pem a perder excelentes servios de de-sobsesso, por favorecerem a intromisso de Inteligncias perver-sas.

    Os mdiuns de qualquer grupo de desobsesso, como alis acontece a todo esprita, so chamados a honrar sempre e cada vez mais as obrigaes de famlia e profisso, abstendo-se de todas as

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    manifestaes e atitudes suscetveis de induzi-los a cair em pro-fissionalismo religioso.

    Compreendam os dirigentes e seus assessores que o esclare-cimento aos desencarnados sofredores semelhante psicoterapia e que a reunio tratamento em grupo, cabendo-lhes, quando e quanto possvel, a aplicao dos mtodos evanglicos. Observan-do, ainda, que a parte essencial no entendimento atingir o centro de interesse do Esprito preso a idias fixas, para que se lhes des-congestione o campo mental, devem abster-se, desse modo, de qualquer discurso ou divagao desnecessria.

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    35 Manifestao de enfermo espiritual (4)

    Convm observar que h m-diuns psicofnicos para quem os Amigos Espirituais designam de-terminados tipos de manifestantes que lhes correspondam s tendn-cias, caracteres, formao moral e cultural, especializando-lhes as possibilidades medinicas.

    Urge no confundir esse impe-rativo do trabalho de intercmbio com o chamado animismo ou su-postas mistificaes inconscientes.

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    36 Manifestao de enfermo espiritual (5)

    Os mdiuns esclarecedores permanecero atentos aos caracte-rsticos dos manifestantes em dese-quilbrio, de vez que entre estes se encontram, freqentemente, sofre-dores que comparecem pela primei-ra vez, bem como os reincidentes sistemticos, os companheiros infe-lizes do pretrito alusivo aos inte-grantes da reunio e recm-desencarnados em desorientao franca, os suicidas e homicidas, os casos de zoantropia e de loucura, os malfeitores trazidos desobsesso para corrigendas e os irmos toca-

    dos de exotismos por terem desencarnado recentemente em terras estrangeiras, as inteligncias detidas no sarcasmo e na galhofa, os vampirizadores conscientes e inconscientes interessados na ocul-tao da verdade, e toda uma extensa famlia de Espritos necessi-tados, nos vrios graus de sombra e sofrimento que assinalam a escala da ignorncia e da crueldade.

    Imperioso observar que todos so carecedores de compreen-so e tratamento adequados, cada qual na dor ou no problema em que se exprimem, exigindo pacincia, entendimento, socorro e devotamento fraternais.

    Desobsesso no se realiza sem a luz do raciocnio, mas no atinge os fins a que se prope sem as fontes profundas do senti-mento.

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    37 Esclarecimento

    O dirigente do grupo, que con-tar habitualmente com dois ou trs assessores em exerccio para o tra-balho do esclarecimento e do ampa-ro reeducativo aos sofredores de-sencarnados, assumir o comando da palavra, seja falando diretamen-te com os irmos menos felizes, atravs dos mdiuns psicofnicos, seja indicando para isso um dos auxiliares.

    A conversao ser vazada em termos claros e lgicos, mas na base da edificao, sem qualquer

    toque de impacincia ou desapreo ao comunicante, mesmo que haja motivos de induo ao azedume ou hilaridade. O esclare-cimento no ser, todavia, longo em demasia, compreendendo-se que h determinaes de horrio e que outros casos requisitam atendimento. A palestra reeducativa, ressalvadas as situaes ex-cepcionais, no perdurar, assim, alm de dez minutos.

    Se o comunicante perturbado procura fixar-se no braseiro da revolta ou na sombra da queixa, indiferente ou recalcitrante, o diretor ou o auxiliar em servio solicitar a cooperao dos ben-feitores espirituais presentes para que o necessitado rebelde seja confiado assistncia de organizaes espirituais adequadas a isso. Nesse caso, a hipnose benfica ser utilizada a fim de que o magnetismo balsamizante asserene o companheiro perturbado, amparando-se-lhe o afastamento da cela medinica, maneira do

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    enfermo desesperado da Terra a quem se administra a dose cal-mante para que se ponha mais facilmente sob o tratamento preci-so.

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    38 Cooperao mental

    Enquanto persista o esclareci-mento endereado ao sofredor de-sencarnado, imperioso que os assistentes se mantenham em har-moniosa unio de pensamentos, oferecendo base s afirmativas do dirigente ou do assessor que rete-nha eventualmente a palavra.

    No lhes perpasse qualquer i-dia de censura ou de crueldade, ironia ou escndalo.

    Tanto o amigo que orienta o irmo infortunado quanto os com-panheiros que o escutam abrigaro

    na alma a simpatia e a solidariedade, como se estivessem socor-rendo um parente dos mais queridos, para que o necessitado en-contre apoio real no socorro que lhe seja ministrado.

    Foroso compreender que, de outro modo, o servio assisten-cial enfrentaria perturbaes inevitveis, pela ausncia do concur-so mental imprescindvel.

    O dirigente assumir a iniciativa de qualquer apelo coope-rao mental, no momento em que a providncia se mostre preci-sa, e ativar o nimo dos companheiros que, porventura, se reve-lem desatentos ou entorpecidos, desde que o conjunto em ao comparvel a um dnamo em cujas engrenagens a corrente mental do amparo fraterno necessita circular equilibradamente na presta-o de servio.

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    39 Manifestaes simultneas (1)

    Os mdiuns psicofnicos, mui-to embora por vezes se vejam pres-sionados por entidades em aflio, cujas dores ignoradas lhes percu-tem nas fibras mais ntimas, edu-car-se-o, devidamente, para s oferecer passividade ou campo de manifestao aos desencarnados inquietos quando o clima da reuni-o lhes permita o concurso na equi-pe em atividade. Isso, porque, na reunio, desaconselhvel se veri-fique o esclarecimento simultneo a mais de duas entidades carecentes de auxlio, para que a ordem seja

    naturalmente assegurada. Ainda quando o sensitivo tenha as suas faculdades assinala-

    das por avanado sonambulismo, deve e pode exercitar o autodo-mnio, afeioando-se observao e ao estudo, a fim de colaborar na vigilncia precisa, desincumbindo-se, com segurana, do en-cargo da enfermagem espiritual que lhe atribudo.

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    40 Manifestaes simultneas (2)

    S se devem permitir, a cada mdium, duas passividades por reunio, eliminando com isso maio-res dispndios de energia e mani-festaes sucessivas ou encadeadas, inconvenientes sob vrios aspectos.

    Em todas as circunstncias, o mdium a servio da desobsesso no se pode alhear da equipe em que funciona, conservando a con-vico de que dentro dela asseme-lha-se a um rgo no corpo, e que precisa estar no lugar que lhe prprio para que haja equilbrio e

    produo no conjunto.

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    41 Interferncia do benfeitor

    Em algumas ocasies, tarefa em meio, aparece um ou outro de-sencarnado em condies de quase absoluto empedernimento.

    Tal desequilbrio da entidade pode coincidir com algum momen-to infeliz da mente medinica, es-tabelecendo desarmonia maior.

    O fenmeno suscetvel de raiar na inconvenincia. Assim sendo, o mentor espiritual, se con-siderar oportuno, ocupar esponta-neamente o mdium responsvel e partilhar o servio do esclareci-

    mento, dirigindo-se ao comunicante ou ao mdium que o expe, ficando, por outro lado, o dirigente com a possibilidade de recor-rer interveno do orientador referido, se julgar necessrio, ro-gando-lhe a manifestao pelo psicofnico indicado, a fim de sanar o contratempo.

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    42 Atitude dos mdiuns (1)

    O mdium de incorporao, como tambm o mdium esclarece-dor, no podem esquecer, em cir-cunstncia alguma, que a entidade perturbada se encontra, para eles, na situao de um doente ante o enfermeiro.

    No socorro espiritual, os ben-feitores e amigos das Esferas Supe-riores, tanto quanto os companhei-ros encarnados, quais o diretor da reunio e seus assessores que ma-nejam o verbo educativo, funcio-nam lembrando autoridades compe-

    tentes no trabalho curativo, mas o mdium o enfermeiro convo-cado a controlar o doente, quanto lhe seja possvel, impedindo a este ltimo manifestaes tumulturias e palavras obscenas.

    O mdium psicofnico deve preparar-se dignamente para a funo que exerce, reconhecendo que no se acha dentro dela maneira de fantoche, manobrado integralmente ao sabor das Inte-ligncias desencarnadas, mas sim na posio de intrprete e en-fermeiro, capaz de auxiliar, at certo ponto, na conteno e na reeducao dos Espritos rebeldes que recalcitram no mal, a fim de que o dirigente se sinta fortalecido em sua ao edificante e para que a equipe demonstre o mximo de rendimento no trabalho assistencial.

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    43 Atitude dos mdiuns (2)

    Ainda mesmo quando o m-dium absolutamente sonmbulo, incapaz de guardar lembranas posteriores ao socorro efetuado, semidesligado de seus implementos fsicos dispe de recursos para go-vernar os sentidos corpreos de que o Esprito comunicante se utiliza, capacitando-se, por isso, com o auxlio dos instrutores espirituais, a controlar devidamente as manifes-taes.

    No se diga que isso impos-svel. Desobsesso obra de ree-

    quilbrio, refazimento, nunca de agitao e teatralidade. Nesse sentido, vale recordar que h mdium de incorporao

    normal e mdium de incorporao ainda obsidiado. E sempre que o mdium, dessa ou daquela espcie, se mostre obsidiado, neces-sita de socorro espiritual, atravs de esclarecimento, emparelhan-do-se com as entidades perturbadas carecentes de auxlio.

    Realmente, em casos determinados, o medianeiro da psicofo-nia no pode governar todos os impulsos destrambelhados da Inte-ligncia desencarnada que se comunica na reunio, como nem sempre o enfermeiro logra impedir todas as extravagncias da pessoa acamada; contudo, mesmo nessas ocasies especiais, o mdium integrado em suas responsabilidades dispe de recursos para cooperar no socorro espiritual em andamento, reduzindo as inconvenincias ao mnimo.

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    44 Mal-estar imprevisto do mdium

    Todo servio na Terra prev a possibilidade de falhas compreen-sveis.

    O automvel, comumente, so-fre perturbaes em determinados implementos, a meio da viagem.

    Um tear interrompe a tecela-gem pela exausto de uma pea.

    Na desobsesso, o mal-estar suscetvel de sobrevir num mdium ou num dos colaboradores em ao, principalmente no que tange a uma crise orgnica francamente impre-vista.

    Verificado o incidente, o companheiro ou a irm necessitada de assistncia permanecer fora do crculo em atividade, reco-lhendo o amparo espiritual do ambiente, quando o mal-estar no seja de molde a se lhe aconselhar o recolhimento imediato em casa.

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    45 Educao medinica (1)

    Evite o mdium as posies de desmazelo na acomodao entre os companheiros, quando se ache sob a influncia ou presena dos desen-carnados em desequilbrio, e con-trole as expresses verbais, empe-nhando-se em cooperar na adminis-trao do benefcio aos Espritos sofredores, frustrando a produo de gritos e a enunciao de palavras torpes.

    No olvidem os medianeiros que o recinto empregado nos servi-os da desobsesso comparvel

    intimidade respeitvel de um hospital.

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    46 Educao medinica (2)

    Os medianeiros psicofnicos nunca admitam tanto descontrole que cheguem ao ponto de derribar mveis ou quaisquer objetos, tu-multuando o ambiente.

    Lembrem-se de que no se en-contram revelia das manifesta-es menos felizes que venham a ocorrer.

    Benfeitores desencarnados es-to a postos, na reunio, sustentan-do a harmonia da casa, e resguarda-ro as foras de todos os mdiuns em servio para que se desincum-

    bam com limpeza e dignidade das obrigaes que lhes assistem.

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    47 Educao medinica (3)

    Atitude positivamente desa-conselhvel a de permitir que comunicantes enfermos ensaiem qualquer impulso de agresso.

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    48 Educao medinica (4)

    Dever inadivel impedir que os manifestantes doentes subvertam a ordem com pancadas e rudos que os mdiuns psicofnicos conse-guem facilmente frustrar.

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    49 Educao medinica (5)

    Os mdiuns psicofnicos evi-tem a todo custo, em qualquer per-odo da reunio, vergar a cabea sobre os braos.

    Essa atitude favorece o sono, desarticula a cooperao mental e propicia ensejo a fcil hipnose por parte de enfermos desencarnados.

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    50 Interferncia de enfermo espiritual

    No curso da manifestao de determinado Esprito menos feliz, possvel a interferncia de outra entidade desditosa ou perturbada que comparea, arrebatadamente, por intermdio desse ou daquele mdium psicofnico ainda fraca-mente habilitado ao controle de si prprio.

    Em alguns lances da desobses-so, o Esprito que interfere chega mesmo a provocar elementos ou-tros do conjunto, citando-os de forma nominal para que se estabe-

    leam conversaes marginais sem nenhum interesse para o escla-recimento.

    O dirigente tomar providncias imediatas para que se evite desarmonia ou tumulto, designando sem delonga o assessor que se incumbir da necessria soluo ao problema, a fim de que a in-terferncia no degenere em perturbao, comprometendo a or-dem e a segurana do esforo geral.

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    51 Radiaes

    Rogando aos companheiros re-unidos vibraes de amor e tranqi-lidade para os que sofrem, o diretor do grupo, terminadas as tarefas da desobsesso propriamente ditas, suspender a palavra, pelo tempo aproximado de dois a quatro minu-tos, a fim de que ele mesmo e os integrantes do crculo formem cor-rentes mentais com as melhores idias que sejam capazes de articu-lar, seja pela prece silenciosa, seja pela imaginao edificante.

    Todo pensamento onda de fora criativa e os pensamentos de paz e fraternidade, emitidos pelo grupo, constituiro adequado clima de radiaes benfazejas, facultando aos amigos espirituais presentes os recursos precisos formao de socorros diversos, em benefcio dos companheiros que integram o crculo, dos desencarnados atendidos e de irmos outros, necessitados de amparo espiritual a distncia.

    Um dos componentes da equipe, nomeado pelo diretor do conjunto, pode articular uma prece em voz alta, lembrando, na orao, os enfermos espirituais que se comunicaram, os desencar-nados que participaram silenciosamente da reunio, os doentes dos hospitais e os irmos carecentes de socorro e de alvio, inter-nados em casas assistenciais e instituies congneres.

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    52 Passes

    Os mdiuns passistas, logo que o conjunto entre no silncio neces-srio s radiaes, segundo as ins-trues traadas pelo dirigente, se deslocaro dos lugares que lhes sejam habituais e, conquanto se mantenham no trabalho ntimo das ideaes construtivas, para auxilia-rem no apoio vibratrio aos sofre-dores, atendero aos passes, minis-trando-os a todos os componentes do grupo, sejam mdiuns ou no.

    Semelhante prtica deve ser observada regularmente, de vez que

    o servio de desobsesso pede energias de todos os presentes e os instrutores espirituais esto prontos a repor os dispndios de fora havidos, atravs dos instrumentos do auxlio magntico que se dispem a servi-los, sem rudos desnecessrios, de modo a no quebrarem a paz e a respeitabilidade do recinto.

    Fora dos momentos normais, os mdiuns passistas atendero aos companheiros necessitados de auxlio to-s nos casos de exceo, respeitando com austeridade disposies estabelecidas, de modo a no favorecerem caprichos e indisciplinas.

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    53 Imprevistos

    O grupo deve contar com im-previstos.

    Existem aqueles de natureza externa a que no se pode dar aten-o, quais sejam chamamentos inoportunos de pessoas incapacita-das ainda para compreender a gra-vidade do trabalho socorrista que a desobsesso desenvolve, batidas porta j cerrada, por irmos do cr-culo, iniciantes e retardatrios, ain-da no afeitos disciplina, rudos festivos da vizinhana e barulhos outros, produzidos vulgarmente por

    insetos, animais, viaturas, etc. H, porm, os embaraos no campo interno da reunio, dentre

    os quais se destacam a luz apagada de chofre ou o mal-estar sbi-to de algum.

    Nesses casos, o dirigente da casa tomar providncias imedia-tas para que os problemas em curso se faam compreensivelmente atendidos.

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    54 Manifestao final do mentor

    Aproximando-se o horrio de encerramento, o dirigente da reuni-o, depois de verificar que todos os assuntos esto em ordem, tomar a palavra, explicando que as ativida-des se acham na fase terminal, soli-citando aos presentes pensamentos de paz e reconforto, notadamente a benefcio dos sofredores.

    Em seguida, recomendar aos mdiuns passistas atenderem ao encargo que lhes compete e solici-tar da assemblia a continuidade da ateno e do silncio, para que o

    mdium indicado observe se o orientador espiritual da reunio ou algum outro instrutor desencarnado deseja transmitir aviso ou anotao edificante para estudo e meditao do agrupamento. Se a casa dispe de aparelho gravador, importante que a mquina esteja convenientemente preparada e em condies de fixar a pa-lavra provvel do comunicante amigo.

    Na hiptese de verificar que o orientador desencarnado no deseja trazer nenhum aviso ou instruo, o mdium indicado dar cincia disso ao dirigente, a fim de que ele profira a prece final e, em seguida, declare encerrada a reunio.

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    55 Gravao da mensagem

    O diretor da reunio, se existe no grupo a possibilidade de grava-o da mensagem final, que possa servir na edificao comum, no se alhear do trabalho dessa natureza, conquanto designe esse ou aquele companheiro para auxili-lo.

    Responsabilizar-se- direta-mente pelo material de que os ben-feitores espirituais se utilizaro, fazendo-se zelador atencioso do aparelho gravador e dos respectivos implementos, compreendendo que os servios programados para cada

    reunio devem ser executados sem atropelos ou omisses. O grupo ouvir atenciosamente a palavra do comunicante a-

    migo, seja ele o orientador da casa ou algum benfeitor recomen-dado por ele.

    Freqentemente, o visitante encaminhado reunio pelo men-tor pode no ser um luminar da Espiritualidade Maior, e sim um companheiro recm-convertido Verdade, disposto a relatar as prprias experincias, quase sempre esmaltadas de lembranas dolorosas, ocorrncia essa que se verifica objetivando-se o con-forto ou a edificao.

    De qualquer modo, a palavra do visitante espiritual, pelo m-dium, deve ser ouvida com o respeito mximo, procurando-se

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    nela, acima de qualquer preceito gramatical, o sentido, a lgica, a significao e a diretriz.

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    56 Prece final

    A orao final, proferida pelo dirigente da reunio, obedecer conciso e simplicidade.

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    57 Encerramento

    Terminada a prece final, o dire-tor, com uma frase breve, dar a reunio por encerrada e far no recinto a luz plena.

    Vale esclarecer que a reunio pode terminar antes do prazo de duas horas, a contar da prece inici-al, evitando-se exceder esse limite de tempo.

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    58 Conversao posterior reunio

    Claro que, terminada a reunio, se sintam os integrantes da equipe inclinados a entrelaar pensamen-tos e palavras na conversao cons-trutiva, porquanto, se a alegria da obrigao cumprida no lhes marca o ntimo, algo existe na equipe a ser necessariamente retificado.

    Euforia de confraternizao, reconforto do dever nobremente atendido.

    No raro, surge a oportunidade da prosa afetiva em torno de um caf ou enquanto se espera condu-

    o. Falemos, cultivando bondade e otimismo. Importante que a palestra no descambe para qualquer ex-

    presso negativa. Se um dos desencarnados sofredores emitiu conceitos menos

    felizes, ou se um dos mdiuns em ao no conseguiu desincum-bir-se corretamente das atribuies que lhe foram conferidas em servio, evitem-se com empenho reprovaes, crticas, motejos, sarcasmos.

    Compreendamos que uma equipe para a desobsesso se de-senvolve e se aperfeioa com servio e tempo, como qualquer outra empresa produtiva, e algum comentrio desairoso, destacan-

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    do deficincias e males, constitui prejuzo na obra do progresso e na consolidao do bem.

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    59 Reouvindo a mensagem

    Ainda no recinto ou nos dias subseqentes, aconselhvel que os lidadores da desobsesso, quan-do seja necessrio, reouam a men-sagem educativa, obtida na fase terminal das tarefas, caso haja sido gravada. Procurar repitamos nas frases do comunicante a essncia e a orientao. Por outro lado, abster-se do impulso da divulgao, sem estudo.

    Cabe refletir que as primeiras instrues para a criatura reencar-nada se verificam no plano doms-

    tico. A criatura humana recebe dos pais e dos instrutores do lar conselhos e indicaes inesquecveis, mas, por isso, nem todos podem ser encaminhados s tipografias para o trabalho publicit-rio. Ningum se lembrar de enviar uma advertncia maternal qualquer para a imprensa, conquanto um aviso de me seja sem-pre uma pea preciosa para os filhos a que se destine.

    O dirigente, na hiptese da recepo de mensagens destinadas propagao, precisar joeir-las em rigorosa triagem, solicitan-do, para esse fim, o concurso de companheiros habituados s lides culturais e doutrinrias, com autoridade bastante para emitir opi-nies, verificando, igualmente, se as instrues obtidas no coin-cidem, na forma literal, com essa ou aquela pgina esprita, medi-nica ou no, j consagrada na leitura comum, embora o fundo moral seja respeitvel.

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    60 Estudo construtivo das passividades

    interessante que dirigente, assessores, mdiuns psicofnicos e integrantes da equipe, finda a reu-nio, analisem, sempre que poss-vel, as comunicaes havidas, indi-cando-se para exame proveitoso os pontos vulnerveis dessa ou daque-la transmisso.

    As observaes fraternas e de-sapaixonadas, nesse sentido, alerta-ro os companheiros da mediuni-dade quanto a senes que precisem evitar e recordaro aos encarrega-dos do esclarecimento pequenas

    inconvenincias de atitude ou palavra nas quais no devem rein-cidir.

    De semelhante providncia, efetuada com o apreo recproco que necessitamos sustentar uns para com os outros, resultar que todos os componentes da reunio se investiro, por si mesmos, na responsabilidade que nos cabe manter no estudo constante para a eficincia do grupo.

    Se os mdiuns esclarecedores julgam conveniente a ateno desse ou daquele mdium psicofnico em determinado tema de servio espiritual, cham-lo-o a entendimento particular, evitan-do-se a formao de suscetibilidades, salientando-se que os pr-prios mdiuns psicofnicos, se libertos de teias obsessivas, so os primeiros a se regozijarem com o exame sincero do esforo que apresentam.

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    61 Sada dos companheiros

    A sada dos companheiros rea-lizar-se- nos moldes da discrio seguidos na entrada.

    Evitar-se-o gritos, gargalha-das, referncias maliciosas, anedo-trio picante.

    O servio da desobsesso re-clama a tranqilidade e o respeito que se deve a um sanatrio de do-enas mentais.

    Considerem os companheiros dessa sementeira de amor que esto sendo, muitas vezes, seguidos e observados por muitos enfermos

    desencarnados que lhes ouviram, com interesse, as exortaes e os ensinos, no curso da reunio, e ser contraproducente, alm de indesejvel, qualquer atitude ou comentrio pelos quais os tarefei-ros do socorro espiritual desmanchem, invigilantes, os valores morais que eles prprios construram na conscincia e no nimo dos Espritos beneficiados.

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    62 Comentrios domsticos

    De volta a casa, convm que os servidores da desobsesso silenci-em qualquer nota inconveniente acerca de transmisses, influncias, fenmenos ou revelaes havidas na reunio.

    Se os comunicantes se referi-rem a problemas infelizes, como sejam crimes, ofensas, mgoas ou faltas diversas, cabe-nos recordar que a obra da desobsesso, no fun-do, libertao das trevas de espri-to e no existe libertao das som-bras sem esquecimento do mal.

    Conversas acerca de quaisquer manifestaes ou traos de-primentes do amparo espiritual efetuado estabelecem ms de atrao, criando correntes mentais de ao e reao entre os co-mentaristas e os que se tornam objeto dos comentrios em pauta, realidade essa que faz de todo desaconselhveis as referncias sobre o mal, de vez que funcionam maneira de bisturis visveis, revolvendo inutilmente as chagas mentais dos enfermos desencar-nados que foram atendidos, arrancando-os do alvio em que esto mergulhados, para novas sndromes de angstia.

    Isto, porm, no impede que mdiuns esclarecedores, m-diuns psicofnicos e companheiros outros analisem determinadas passagens da palavra ou da presena das entidades sofredoras, em crculo ntimo, para estudo construtivo, com efeitos na edificao

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    do bem, ao modo de especialistas num simpsio conduzido com discrio.

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    63 Assiduidade

    Assiduidade lio que co-lhemos na escola da Natureza, to-dos os dias.

    Lavradores enriquecem os ce-leiros da Humanidade, confiando na pontualidade das estaes.

    A desobsesso, para alcanar os objetivos libertadores e recon-fortativos a que se prope, solicita lealdade aos compromissos assu-midos.

    Aprendamos, durante a sema-na, a remover os empecilhos que provavelmente nos visitaro no dia

    e na hora prefixados para o socorro espiritual aos desencarnados menos felizes.

    Observemos a folhinha, estejamos atentos s obrigaes que os Benfeitores Espirituais depositam em nossas mos e nas quais no devemos falhar.

    Muito natural que a ausncia no justificada do companheiro a trs reunies consecutivas seja motivo para que se lhe promova a necessria substituio.

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    64 Benefcios da desobsesso

    Erraramos frontalmente se jul-gssemos que a desobsesso apenas auxilia os desencarnados que ainda pervagam nas sombras da mente.

    Semelhantes atividades benefi-ciam a eles, a ns, bem assim os que nos partilham a experincia quotidiana, seja em casa ou fora do reduto domstico, e, ainda, os pr-prios lugares espaciais em que se desenvolve a nossa influncia.

    Reunies dedicadas desob-sesso constituem, bastas vezes,

    trabalho difcil, pois, em muitas circunstncias, parece cair em monotonia desagradvel, no s pela repetio freqente de mani-festaes anlogas umas s outras, como tambm porque a elas comparecem, durante largo tempo, entidades cronicificadas em rebeldia e presuno. Isso, porm, no pode e no deve desenco-rajar os tarefeiros desse gnero de servio, de vez que nenhum pesquisador encarnado na Terra est em condies de avaliar os benefcios resultantes da desobsesso quando est sendo correta-mente praticada.

    Todos possumos desafetos de existncias passadas, e, no es-tgio de evoluo em que ainda respiramos, atramos a presena de entidades menos evolvidas, que se nos ajustam ao clima do pensamento, prejudicando, no raro, involuntariamente, as nossas disposies e possibilidades de aproveitamento da vida e do tem-

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    po. A desobsesso vige, desse modo, por remdio moral especfi-co, arejando os caminhos mentais em que nos cabe agir, imuni-zando-nos contra os perigos da alienao e estabelecendo vanta-gens ocultas em ns, para ns e em torno de ns, numa extenso que, por enquanto, no somos capazes de calcular. Atravs dela, desaparecem doenas-fantasmas, empeos obscuros, insucessos, alm de obtermos com o seu apoio espiritual mais amplos hori-zontes ao entendimento da vida e recursos morais inapreciveis para agir, diante do prximo, com desapego e compreenso.

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    65 Reunies de mdiuns esclarecedores

    Os mdiuns esclarecedores no podem alhear-se do imperativo de entendimento recproco e estudo constante em torno das atividades que lhes dizem respeito.

    Para isso, reunir-se-o, perio-dicamente, ou quando lhes seja possvel, para a troca de impres-ses, luz da Doutrina Esprita, analisando tpicos do trabalho ou apresentando planos entre si com o objetivo de melhoria e aperfeioa-mento do grupo.

    Semelhantes reunies so ab-solutamente necessrias para que se aparem determinadas arestas da mquina de ao e se ajustem providncias a benefcio das obras em andamento. Esses ajustes, maneira de sodalcios dou-trinrios, constituem, ainda, meios de atuao segura e direta dos mentores espirituais do grupo para assumirem medidas ou plas-marem advertncias, aconselhveis ao equilbrio e ao rendimento do conjunto.

    Os mdiuns esclarecedores no devem esquecer que, ao tr-mino de cada tarefa de desobsesso, quase sempre ficam indaga-es e temas de servio que, com tempo e madureza de raciocnio, merecem analisadas, a benefcio geral.

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    66 Reunies de estudos medinicos

    As reunies de estudos medi-nicos, de ordem geral, no grupo, so necessrias.

    No curso delas, em dias e hor-rios que no sejam os prefixados para a desobsesso, os esclarecedo-res e os companheiros ouviro os medianeiros da equipe, registrando-lhes as consultas e impresses, a fim de que os problemas suscitados pelas faculdades e indagaes de cada um sejam solucionados luz dos princpios espritas conjugados ao Evangelho de Jesus.

    Aconselha-se-lhes o estudo metdico de O Livro dos M-diuns, de Allan Kardec, e todas as obras respeitveis que se rela-cionem com a mediunidade.

    Os benfeitores desencarnados e os Espritos familiares estu-dam sempre a fim de se tornarem mais teis na obra da educao e do consolo junto da Humanidade Terrestre.

    imprescindvel que os lidadores encarnados estudem tam-bm.

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    67 Reunies medinicas especiais

    Em determinadas circunstn-cias, as reunies medinicas podem surgir como sendo necessrias a fins determinados.

    Nessa hiptese, realizar-se-o sem qualquer prejuzo para as reu-nies habituais.

    Para que isso acontea, porm, claramente preciso que o mentor espiritual do agrupamento trace instrues especiais.

    Noutros casos, o prprio grupo, atravs do dirigente, propor ao mentor espiritual a realizao de

    reunies dessa natureza para atender a equaes de trabalho so-corrista, consideradas de carter urgente.

  • Francisco Cndido Xavier - Desobsesso - pelo Esprito Andr Luiz

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    68 Visita a enfermo

    Algumas vezes, a equipe dedi-cada a desobsesses chamada ao contacto com determinado enfer-mo, retido no prprio lar.

    Indiscutivelmente que a visita deve ser feita, havendo possibilida-des para isso, aconselhando-se, porm, que o grupo se faa repre-sentar por uma comisso de com-panheiros junto ao doente.

    Essa comisso ter o cuidado de recolher o endereo do irmo necessitado, para que o grupo pres-te a ele a assistncia possvel.

    Na visita a qualquer doente, a equipe deve abster-se da ao medinica, diante dele, no que tange doutrinao e ao socorro aos desencarnados sofredores, reservando-se semelhante tarefa para o recinto dedicado a esse mister.

  • Francisco Cndido Xavier - Desobsesso - pelo Esprito Andr Luiz

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    69 Visita a hospital

    Um grupo dedicado ao trabalho da desobsesso constantemente requestado prestao de servio. Em meio aos pedidos diversos de concurso e auxlio, aparecem as solicitaes de visita a hospitais.

    Considerando a hiptese do a-tendimento, importante que o conjunto de servio se represente por irmos do crculo habilitados a desincumbir-se da obrigao, de modo construtivo, isto , mantendo no trato com o enfermo ou com os enfermos atitudes edificantes de

    recon