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ESPECIAL DIA DO ÍNDIO

Dia 19 de abril comemora-se o Dia do Índio em todo o continente americano. No

Brasil, essa data foi reconhecida oficialmente em 1943, pelo presidente Getúlio

Vargas.

O programa Turma Legal propõe para esse dia uma atividade complementar

opcional que leve as crianças a conhecer a situação dos índios Munduruku, que

enfrentam diversas ameaças, para se colocar no lugar deles (empatia) e, a partir

dessa percepção, elaborar mensagens solidárias.

Essas mensagens serão posteriormente entregues aos Munduruku . Veja o plano

de aula a seguir.

Com esta atividade opcional, você dará mais potência ao Turma Legal este mês

de abril . Só realize a atividade complementar se você estiver em dia com as

outras atividades do programa.

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Quem são os Munduruku

Povo de tradição guerreira, os Munduruku dominavam a região do Vale do Tapajós,

que eles chamavam de Mundurukânia. Os Munduruku são atualmente em número de

13.775 (dados de 2014) e habitam territórios diferentes nos estados do

Pará, Amazonas e Mato Grosso. Eles moram geralmente em regiões de f lorestas, às

margens de rios navegáveis.

Os Munduruku enfrentam diversas ameaças , pois a região passa por grandes

transformações. Existe um plano para construir 43 usinas hidroelétricas na bacia do

Tapajós. Duas delas já foram construídas, sendo que uma cobriu um lugar sagrado,

onde na mitologia Munduruku mora a Mãe dos Peixes. Também se pla neja transformar

o rio Tapajós em hidrovia, com 30 portos e duas ferrovias conectadas, para escoar a

produção de soja, que provoca o desmatamento na f loresta e provocará ainda mais

quando essa infraestrutura estiver pronta. Agregam -se a isso os garimpos, que

explodiram nos últimos anos por causa do aumento do preço do ouro. O garimpo

despeja grandes quantidades de mercúrio nas águas do rio, além de provocar outros

danos ambientais (erosão, desmatamento). As represas também estão gerando o

aumento do mercúrio na água, por um processo complexo de interação das águas

paradas com o mercúrio existente no solo da região.

Os Munduruku estão organizados e lutando por seus direitos em condições adversas,

inclusive porque essa luta é desconhecida da maioria da populaç ão brasi leira.

Eis aí onde entra esta proposta: conheçamos a s ituação dos Munduruku e

manifestemos nossa solidariedade .

Você encontrará neste material l inks para mais informações sobre os Munduruku e

também material para fotocopiar e colocar no mural proposto na atividade a real izar

com os alunos/as.

Plano de aula Turma Legal no Dia do Índio (30 minutos)

Primeiro momento

Conte para as crianças a história dos Munduruku.

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Um dos rios mais lindos da Amazônia é o Tapajós. É um grande rio de águas

transparentes, contrariamente aos outros rios da região. Nas terras por onde ele

passa habitam desde sempre os índios Munduruku, que eram temidos antigamente

por serem grandes e valentes guerreiros. Eles chamam o rio Tapajós de Irichiri.

Os Munduruku vivem tradicionalmente nas suas aldeias, da agricultura, da caça, da

coleta de frutas e da pesca.

Há quase 300 anos chegaram a essa região os colonizadores brancos e os índios

foram perdendo partes de seu território, que eles chamam de Mundurukânia. A

situação nunca parou de piorar e hoje essa tribo está enfrentando diversos

problemas. Eles querem que seu territórios seja reconhecido e protegido. Também

se opõem ao desmatamento e à construção de grandes represas no rio Tapajós , que

vão alagar a floresta. Outro problema é o garimpo de ouro, que joga grandes

quantidades de um produto chamado mercúrio no rio. Há mais de três mil garimpos

clandestinos na região! O mercúrio é consumido pelos peixes e depois pelas

pessoas que comem os peixes, e pode causar graves danos à saúde.

Os Munduruku estão lutando para preservar seu estilo de vida, su a cultura e as

terras onde vivem. São os guardiões da floresta e estão pedindo nosso apoio.

Segundo momento

Terminado o relato, promova uma conversa entre as crianças a partir das seguintes

perguntas:

Como vocês acham que os Munduruku se sentiam ao morar na floresta, antes da

chegada dos homens brancos?

Como vocês acham que eles estão se sentindo agora que seu território está

sendo desmatado e a água envenenada pelo mercúrio?

O que vocês fariam se fossem índios Munduruku?

Após cada pergunta, aguarde um tempo, de modo a que as crianças possam

pensar nas suas respostas. Estimule a conversa entre elas, sem muitas

interferências de sua parte. Lembre que esta não é uma atividade cognitiva,

mas de formação de atitudes.

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Após a conversa encerre esse momento com o grito de luta e de vitória dos

Munduruku.

Organize os alunos numa roda e ensine palavra sawe [a pronúncia é saué]. Escreva

no quadro e explique que é o grito de luta e de vitória dos Munduruku, e que eles

dizem três vezes seguidas: Sawe! Sawe! Sawe!

Conte 1, 2, 3 e todo mundo grita três vezes Sawe.

Terceiro momento

Proponha às crianças que enviem uma mensagem de solidariedade aos Munduruku,

através de um cartaz. Diga a elas que primeiro será feito um mural na escola, e

depois os cartazes serão enviados aos índios.

Cada criança faz um cartaz numa folha A4 com uma mensagem para os Munduruku.

Todos tratam de fazer o mais bonito possível e assinam com o nome, idade, escola

e município.

As crianças menores poderão fazer apenas um desenho e você escreve a mensagem

deles, no papel de escriva.

Quarto momento

Realize uma exposição na escola com esses materiais. Veja algumas imagens em

anexo, que você pode fotocopiar.

Posteriormente envie os cartazes feitos pelas crianças para o endereço indicado

abaixo. Nós entregaremos aos Munduruku e enviaremos fotos para você do

momento da entrega. Você poderá mostrar essas fotos a seus alunos/as, para

fechar o ciclo (para esse retorno, é necessário que você também escreva ou nos

envie fotos ou vídeos para [email protected]).

Envie os cartazes para

Comunicação e Cultura Rua Castro e Silva 121 60030.010 Fortaleza

(a entrega aos Mundurukus será feita em parce ria com a ONG Saúde e Alegria, de Santarém PA)

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Quer saber mais sobre os Munduruku? Acesse estes links

Enciclopédia dos Povos Indígenas no Brasil. Autor André Ramos, Indigenista e historiador.

https://pib.socioambiental.org/pt/povo/munduruku/print

Munduruku em luta, Comissão Pastoral da Terra

https://cptnacional.org.br/publicacoes/noticias/acoes -dos-movimentos/3749-indigenas-

munduruku-bloqueiam-transamazonica-por-demarcacao-de-terras-e-contra-o-desmonte-da-funai

Vídeo “Munduruku: Tecendo a Resistencia”.

https://vimeo.com/112160970 (duração 25 minutos)

Movimento Mundial pelas Florestas Tropicais

https://wrm.org.uy/pt/artigos-do-boletim-do-wrm/secao1/o-povo-munduruku-no-brasil-concessoes-florestais-se-impondo-em-territorio-indigena/

Invasão de garimpeiros

https://oglobo.globo.com/brasil/tres -mil-garimpos-clandestinos-no-para-ameacam-rio-tapajos-8710538

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A bacia do rio Amazonas, com o rio Tapajós, afluente à sua margem direita.

No mapa está marcada a cidade de Itaituba (PA), centro do garimpo de ouro no vale do Tapajós.

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Índios Mundukuru em uma manifestação em defesa de suas terras.

Índios Mundukuru. Aquarela de 1828, autor Hércules Florence.

Aldeia Mundukuru, à margem do rio Cururu, afluente do rio Tapajós.

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Índios Munduruku, guardiões da floresta

Povo de tradição guerreira, os Munduruku dominavam a região do

Vale do Tapajós, na Amazônia, que era conhecida como

Mundurukânia. Os Munduruku são atualmente em número de

13.775 (dados de 2014) e habitam territórios diferentes nos estados

do Pará, Amazonas e Mato Grosso. Eles moram geralmente em

regiões de florestas, às margens de rios navegáveis.

Os Munduruku enfrentam diversas ameaças. A região passa por

grandes transformações. Existe um plano para construir 43 usinas

hidroelétricas na bacia do Tapajós. Duas delas já foram construídas,

sendo que uma cobriu um lugar sagrado, onde na mitologia

Munduruku mora a Mãe dos Peixes. Também se planeja transformar

o rio Tapajós em hidrovia, com 30 portos e duas ferrovias

conectadas, para escoar a produção de soja, que provoca o

desmatamento na floresta e provocará ainda mais quando essa

infraestrutura estiver pronta. Agregam-se a isso os garimpos, que

explodiram nos últimos anos por causa do aumento do preço do

ouro. O garimpo despeja grandes quantidades de mercúrio nas

águas do rio, além de outros danos ambientais. As represas também

estão gerando o aumento do mercúrio na água, pela interação das

águas paradas com o mercúrio existente no solo da região.

Os Munduruku estão organizados e lutando por seus direitos, em

condições adversas, inclusive porque essa luta é desconhecida da

maioria da população brasileira . Vamos divulgar!