especial aos mestres e doutores com carinho

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Jornal do empreendedor São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 2013 ESPECIAL Número de mestres e doutores cresceu mais de 300% entre 1996 e 2011, impulsionado pela maior oferta de cursos em instituições de ensino particulares. Estudo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, traçou um panorama do setor de pós- graduação no Brasil. Titulados tendem a se deslocar rumo às indústrias, que têm procurado profissionais de alta formação Sofia Daher Divulgação MARLEINE COHEN O número de mes- tres e doutores formados pelas uni versid ades brasileiras mais que quadripli- cou entre 1996 e 2011. Em 15 anos, a concessão de títulos passou de 13.219 para 55.047, uma diferença de mais de 300%. A informação faz parte de um estudo inédito do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organi- zação social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O levantamento do CGEE, intitulado Mestres 2012: demo- grafia da base técnico-científica b ra si le i ra , também apontou que este crescimento foi im- pulsionado, em grande parte, pela maior oferta de cursos de mestrado em instituições de ensino particulares. Este é mais um trabalho elaborado pelo CGEE, nos úl- timos anos, sobre a demanda e perfil dos recursos huma- nos necessários ao desenvol- vimento do País. Ele mostra um panorama detalhado da pós-graduação no Brasil, com farto conjunto de esta- tísticas sobre os programas, a formação e o emprego dos mestres. A pesquisa considerou da- dos do Censo Demográfico do IBGE e dos ministérios da Edu- cação (MEC) e do Trabalho e Emprego (MTE) e se segue ao livro D o u t o- res 2010: Estudos da demografia da base técnico- científica brasileira, que deu início à produção de dados es- tatísticos do CGEE sobre a for- mação e o emprego de mão de obra em nível de pós-gra- duação. Segundo o presiden- te do Centro, Mariano Lapla- ne, "este é um tema central nas discussões sobre políti- cas de desenvolvimento eco- nômico e social, em especial quando se pretende que este desenvolvimento tenha co- mo alicerce a ciência, a tecno- logia e a inovação". De acordo com os resulta- dos apurados, quase um ter- ço dos mestres e doutores brasileiros reside em São Paulo, mas, neste Estado, o número por mil habitantes é bem menor do que o do Distri- to Federal e do Rio de Janeiro. Ainda de acordo com a pes- quisa, São Paulo, Rio de Janei- ro e Rio Grande do Sul respon- dem pela formação de mais da metade (54,1%) de todos os mestres brasileiros. Em 2010, São Paulo concentrava 30,14% dos títulos de mes- trado entregues e 32,88% dos doutores formados; em 1996, 38,8% dos mestres brasileiros concluíam seus estudos no Estado. Os dados também mos- tram uma descentralização da pós-graduação em termos geográficos: apesar de ainda predominante, a região Su- deste registrou recuo de par- ticipação no número de pro- gramas de mestrado ofereci- dos ao público, passando de 62% para 50%. Instituições particulares Outro dado interessante: embora a pós-graduação ain- da esteja anco- rada nas universida- des públicas, aos poucos, as particulares vêm ganhando expressiva fatia do mercado, com um crescimento supe- rior à média, e imprimindo às federais e estaduais menor participação relativa. Em 1996, as federais concede- ram 56,5% dos títulos de mestrado e as estaduais, 30,2%. Em 2009, estes nú- meros caíram para 51,9% e 25%, respectivamente. O au- mento ocorreu por conta das particulares, que passaram de 13,3% dos titulados, em 1996, para 22,4% em 2009. Outro aspecto levantado é que o crescimento nas insti- tuições particulares se con- centra especialmente nas áreas de Ciências Sociais e Humanas. "O perfil privado se voltou para as áreas de mais fácil estruturação do ponto de vista da oferta do curso; são as que precisam de uma infraestrutura mais leve", ressalta o supervisor da pesquisa do CGEE, Antô- nio Carlos Galvão. Em números absolutos, as instituições de ensino parti- c ul ar es formaram 8.696 mestres em 2009, en- quanto as estaduais conferi- ram diploma a 9.712 mes- trandos e as federais, 20.142 títulos. Desigualdades persistem Do ponto de vista dos alu- nos, a pesquisa do CGEE per- mitiu apurar que oito de cada dez pós-graduados, no Bra- sil, pertencem à raça branca. Embora ela corresponda a 47% da população total do País, segundo as estatísticas oficiais, quando analisada a cor da pele do contingente de detentores de títulos de mes- tres e doutores, a fatia cor- respondente à raça branca chega a 80%. Apenas 3% do total de títulos de mestrado pertencem a pessoas da raça negra e 12% dos doutores são pardos, o que reflete a se- letividade do sistema educa- cional. Os dados obtidos pelo estu- do também apontam uma significativa desigualdade de gêneros na elite acadêmi- ca brasileira. Embora as mu- lheres já representem mais da metade dos mestres do País desde 1997, a remune- ração média que lhes corres- ponde é 42% inferior à dos homens com a mesma titula- ção, sendo a discrepância mais acentuada nas re- giões Sul e Sudeste (44%) e menos na região Norte (18%). Ainda segundo a pesquisa do CGEE, a maior parte dos ti- tulados no Brasil (42,73%) atua na área acadêmica: apenas 27,4% estão empre- gados no setor privado e ou- tros 29,63% se encontram no serviço público. A disparidade é ainda maior quando se trata de doutores: de cada 10 deten- tores do título que se encon- tram em postos de trabalho formais, 8 são empregados por estabelecimentos de en- sino. Entre os mestres, a pro- porção é de 4 para 10. Ainda com relação a este aspecto, verificou-se que a proporção de mestres com emprego formal na indústria de transformação é mais de três vezes maior que a dos doutores titulados no País, entre 1996 e 2009. Nesse pe- ríodo, o primeiro grupo teve participação de 4,6%, contra 1,4% do segundo nas ativida- des produtivas. Migração para a indústria De acordo com Sofia Daher, assessora técnica do CGEE e uma das autoras da pesquisa, a tendência é de que a força de trabalho composta por mes- tres e doutores deixe de se concentrar nas universida- des. O fortalecimento do setor industrial nacional tem atraí- do profissionais com título de doutorado. "Titulados mais re- centes tendem a se deslocar rumo às indústrias, que têm procurado profissionais de al- ta formação", explica a pes- quisadora. O processo de elaboração do estudo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos envol- veu várias instituições de re- nome, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pes- soal de Nível Superior (Capes), o Ministério do Trabalho e Em- prego (MTE), o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi- co e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação Geral de Indica- dores do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Arte Paulo Zilberman

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Número de mestres e doutores cresceu mais de 300% entre 1996 e 2011, impulsionado pela maior oferta de cursos em instituições de ensino particulares. Estudo do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, traçou um panorama do setor de pós-graduação no Brasil.

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Page 1: Especial aos mestres e doutores com carinho

Jornal do empreendedor

São Paulo, segunda-feira, 3 de junho de 2013

E S P ECI A LNúmero de mestres e

doutores cresceu maisde 300% entre 1996 e2011, impulsionadopela maior oferta de

cursos em instituiçõesde ensino particulares.

Estudo do Centro deGestão e Estudos

Estratégicos (CGEE),supervisionada peloMinistério da Ciência,

Tecnologia e Inovação,traçou um panorama

do setor de pós-graduação no Brasil.

Tituladostendem a se

deslocar rumoàs indústrias,

que têmprocurado

profissionais dealta formação

Sofia Daher

Divulgação

MARLEINE COHEN

Onúmero de mes-tres e doutoresformados pelasun i vers id ades

brasileiras mais que quadripli-cou entre 1996 e 2011. Em 15anos, a concessão de títulosp a s s o u d e 1 3 . 2 1 9 p a r a55.047, uma diferença demais de 300%. A informaçãofaz parte de um estudo inéditodo Centro de Gestão e EstudosEstratégicos (CGEE), organi-zação social supervisionadapelo Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovação.

O levantamento do CGEE,intitulado Mestres 2012: demo-grafia da base técnico-científicab ra si le i ra , também apontouque este crescimento foi im-pulsionado, em grande parte,pela maior oferta de cursos demestrado em instituições deensino particulares.

Este é mais um trabalhoelaborado pelo CGEE, nos úl-timos anos, sobre a demandae perfil dos recursos huma-nos necessários ao desenvol-vimento do País. Ele mostraum panorama detalhado dapós-graduação no Brasi l ,com farto conjunto de esta-tísticas sobre os programas,a formação e o emprego dosmestres.

A pesquisa considerou da-dos do Censo Demográfico doIBGE e dos ministérios da Edu-cação (MEC) e do Trabalho eEmprego (MTE) e se segue ao

livro D o ut o-res 2010: Estudos da

demografia da base técnico-científica brasileira, que deuinício à produção de dados es-tatísticos do CGEE sobre a for-mação e o emprego de mãode obra em nível de pós-gra-duação. Segundo o presiden-te do Centro, Mariano Lapla-ne, "este é um tema centralnas discussões sobre políti-cas de desenvolvimento eco-nômico e social, em especialquando se pretende que estedesenvolvimento tenha co-mo alicerce a ciência, a tecno-logia e a inovação".

De acordo com os resulta-dos apurados, quase um ter-ço dos mestres e doutoresbrasileiros reside em SãoPaulo, mas, neste Estado, onúmero por mil habitantes ébem menor do que o do Distri-

to Federa l edo Rio de Janeiro.

Ainda de acordo com a pes-quisa, São Paulo, Rio de Janei-ro e Rio Grande do Sul respon-dem pela formação de maisda metade (54,1%) de todosos mestres brasileiros. Em2010, São Paulo concentrava30,14% dos títulos de mes-trado entregues e 32,88%dos doutores formados; em1996, 38,8% dos mestresbrasileiros concluíam seusestudos no Estado.

Os dados também mos-tram uma descentralizaçãoda pós-graduação em termosgeográficos: apesar de aindapredominante, a região Su-deste registrou recuo de par-ticipação no número de pro-gramas de mestrado ofereci-dos ao público, passando de62% para 50%.

Instituições particulares

Outro dado interessante:embora a pós-graduação ain-

da esteja anco-rada nas universida-

des públicas, aos poucos, asparticulares vêm ganhandoexpressiva fatia do mercado,com um crescimento supe-rior à média, e imprimindo àsfederais e estaduais menorparticipação relativa. Em1996, as federais concede-ram 56,5% dos t í tu los demestrado e as estaduais,30,2%. Em 2009, estes nú-meros caíram para 51,9% e25%, respectivamente. O au-mento ocorreu por conta dasparticulares, que passaramde 13,3% dos titulados, em1996, para 22,4% em 2009.

Outro aspecto levantado éque o crescimento nas insti-tuições particulares se con-centra especialmente nasáreas de Ciências Sociais eHumanas. "O perfil privadose voltou para as áreas demais fácil estruturação doponto de vista da oferta docurso; são as que precisamde uma infraestrutura maisleve", ressalta o supervisorda pesquisa do CGEE, Antô-nio Carlos Galvão.

Em números absolutos, asinstituições de ensino parti-

c u l a r e sformaram 8.696

mestres em 2009, en-quanto as estaduais conferi-ram diploma a 9.712 mes-trandos e as federais, 20.142títulos.

Desigualdades persistem

Do ponto de vista dos alu-nos, a pesquisa do CGEE per-mitiu apurar que oito de cadadez pós-graduados, no Bra-sil, pertencem à raça branca.Embora ela corresponda a47% da população total doPaís, segundo as estatísticasoficiais, quando analisada acor da pele do contingente dedetentores de títulos de mes-tres e doutores, a fatia cor-respondente à raça brancachega a 80%. Apenas 3% dototal de títulos de mestradopertencem a pessoas da raçanegra e 12% dos doutoressão pardos, o que reflete a se-letividade do sistema educa-cional.

Os dados obtidos pelo estu-do também apontam umasignificativa desigualdadede gêneros na elite acadêmi-ca brasileira. Embora as mu-lheres já representem maisda metade dos mestres doPaís desde 1997, a remune-ração média que lhes corres-ponde é 42% inferior à doshomens com a mesma titula-

ção, sendoa d iscrepânc ia

mais acentuada nas re-giões Sul e Sudeste (44%) em e n o s n a r e g i ã o N o r t e(18%).

Ainda segundo a pesquisado CGEE, a maior parte dos ti-tulados no Brasil (42,73%)atua na área acadêmica:apenas 27,4% estão empre-gados no setor privado e ou-tros 29,63% se encontram noserviço público.

A d i s p a r i d a d e é a i n d amaior quando se trata dedoutores: de cada 10 deten-tores do título que se encon-tram em postos de trabalhoformais, 8 são empregadospor estabelecimentos de en-sino. Entre os mestres, a pro-porção é de 4 para 10.

Ainda com relação a esteaspecto, verificou-se que aproporção de mestres comemprego formal na indústriade transformação é mais detrês vezes maior que a dosdoutores titulados no País,entre 1996 e 2009. Nesse pe-ríodo, o primeiro grupo teveparticipação de 4,6%, contra1,4% do segundo nas ativida-des produtivas.

Migração para a indústria

De acordo com Sofia Daher,assessora técnica do CGEE euma das autoras da pesquisa,a tendência é de que a força detrabalho composta por mes-tres e doutores deixe de seconcentrar nas universida-des. O fortalecimento do setorindustrial nacional tem atraí-do profissionais com título dedoutorado. "Titulados mais re-centes tendem a se deslocarrumo às indústrias, que têmprocurado profissionais de al-ta formação", explica a pes-quisadora.

O processo de elaboraçãodo estudo do Centro de Gestãoe Estudos Estratégicos envol-veu várias instituições de re-nome, como a Coordenaçãode Aperfeiçoamento de Pes-soal de Nível Superior (Capes),o Ministério do Trabalho e Em-prego (MTE), o DepartamentoIntersindical de Estatísticas eEstudos Socioeconômicos(Dieese), o Conselho Nacionalde Desenvolvimento Científi-co e Tecnológico (CNPq) e aCoordenação Geral de Indica-dores do Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovação.

Arte Paulo Zilberman

Page 2: Especial aos mestres e doutores com carinho

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de junho de 20132 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

O profissional com mestrado ganha84% mais em comparação a quempossui apenas um curso superior

cando próximo a 1,5% para osprimeiros e a 1% para os se-gundos. "Como o número depessoas que atingiram estesníveis de escolaridade é aindamuito pequeno em relação aototal da população, há a ne-cessidade de se formar muitomais gente, em todos os níveisde escolaridade", argumentaa assessora técnica do CGEE.

De acordo com o levanta-mento feito, apenas 0,32%dos brasileiros detêm um di-ploma de mestrado e 0,12%,um título de doutor.

Bom ou ruim?

É justamente neste pontoque o debate em torno do bo-om da titulação se acirra noBrasil. Se, por um lado, é con-senso que "tanto para a vidadas pessoas quanto pela suaimportância para o País, é pre-ciso continuar expandindo aformação do brasileiro em to-

dos os níveis",como sustentaSof ia Daher ,por outro lado éinegável quees ta co r r idatem suas con-sequências ne-gativas, tantosobre a quali-dade da forma-ção e dos cur-sos propostos,quanto sobre opróprio merca-do de trabalho.

Para a psicopedagoga Mér-cia Falcini, diretora pedagógi-ca da Saberes Consultoria eAssessoria Educacional, é im-portante entender o significa-do desta titulação a partir dediferentes pontos de vista:"Um mestrado não habilita auma profissão, e tampoucotransforma alguém em espe-cialista. Ele não outorga capa-cidade e competência ao pro-fissional, mas lhe ensina a ex-plorar de forma científica, éti-ca, metodológica e honestaum problema ou um processono seu campo de atuação", ex-plica, defendendo ser este"um grande ganho, pois aindase conserva muito amadoris-mo no mercado de trabalhonacional".

Lembrando que um espe-

cialista só se forma com "mui-tíssimas horas de trabalho ededicação", Mércia avaliaque, no Brasil, o mestrado ain-da é bastante teórico e distan-te do mercado. "As pesquisasnão dialogam com a realidadee acabam formando um pro-fissional que não se encaixa nocontexto social", sustenta.

Outro ponto de vista que me-rece análise, segundo a con-sultora, diz respeito à clarezaem relação ao futuro profissio-nal, que o candidato ao mes-trado deve ter. Para trajetóriasacadêmicas, de pesquisa e do-cência superior, certamente abusca pela titulação é funda-mental, opina Mércia. "Mas se

a carreira está ligada ao mer-cado, competência e técnica,uma pós-graduação e até mes-mo um MBA fora do País, paraampliar o conhecimento espe-cializado, pode ser uma deci-são mais assertiva."

Tamanha polarização entremestrado e doutorado, de umlado, e MBA (Master in Busi-

ness Administration), de ou-tro, não agrada a todo mundo.A pedagoga Lucy Duró, sócia-diretora da Evoluir Educacio-nal, por exemplo, não poupacríticas ao mercado profissio-nal, que, de seu lado, valorizaexcessivamente quem detémum MBA, e aos alunos "que sóse dispõem a fazer uma póspara crescer profissionalmen-te", quando o que deveria mo-vê-los é, em sua opinião, a bus-ca por mais conhecimento.

Ascensão profissional

Segundo Lucy Duró, porconta de uma estrutura edu-cacional tradicional, ainda vi-gente no Brasil, "o MBA adqui-riu uma conotação de statusprofissional", que faz par comuma ascensão rápida e melho-res salários.

Esta sede de se destacar ra-pidamente no mercado é quetem moldado o comporta-mento de muitos jovens saí-dos das universidades, queb u s c a m i m p r e s s i o n a rheadhunters e empresas derecrutamento e seleção, colo-cando sobre a mesa uma cole-ção de diplomas e títulos depós-graduação – o que, segun-do a pedagoga, só faz estimu-lar uma formação em escalaindustrial e uma banalizaçãodos cursos, principalmente naseara dos lato sensu.

Para ela, na esteira dastransformações de ordem tec-nológica, cultural e econômicaque o País está vivendo, seriaimperioso que o mercado na-cional valorizasse os novos sa-beres e a atualização profissio-nal: "Para perseguir uma car-reira bem-sucedida, é precisoinvestir numa efetiva educa-ção continuada e buscar o querealmente agrega valor, isto é,o conhecimento", adverte a di-retora da Evoluir Educacional –uma mudança de prisma que osetor de cursos de especializa-ção não parece muito dispostoa assumir. (M.C.)

Conhecimento para o dia a dia

Diretor de RedaçãoMoisés Rabinovici

E d i t o r- C h e feJosé Guilherme

Rodrigues Ferreira

EdiçãoCarlos Ossamu

Repor tagemMarleine Cohen

D i ag r a m a ç ã oLino Fernandes

Ar tePaulo Zilberman

Gerente Executivade PublicidadeSonia Oliveira

Telefone: [email protected]

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OCentro Universitário Belas Artesde São Paulo, que conta com 16cursos de graduação, 16 de pós-

graduação e uma variedade de cursoslivres, de extensão e de Ensino aDistância, vem perseguindo aestratégia de lançar pelo menos doiscursos por ano. Neste início de anoletivo, a escola formatou, segundo aprofessora Lúcia Fernanda de SouzaPirró, gestora dos cursos de PósGraduação, o curso "Inteligência deMercado", com carga horária de 420horas divididas ao longo de trêssemestres.

Moldado para "quem buscaconhecimento específico, pois está naiminência de se tornar uma liderança noseu ambiente de trabalho" –administradores, profissionais demarketing, produto, planejamento evendas, gerentes de pesquisa e outros–, o curso visa familiarizar o aluno comas diferentes formas de captação deinformação e monitoramento de dadosnos processos de decisão decomunicação e marketing,capacitando-o a compreender osestudos de mercado num contextoempresarial e orientar sua tomada dedecisões em cenários cada vez maiscompetitivos.

"Um dos grandes diferenciais docurso é a sua grade curriculardiferenciada, que permite aos alunosum amplo conhecimento das questõesrelacionadas à inteligência de mercado,além do corpo docente, formado pormestres e doutores com grandeexperiência na academia eprincipalmente no mercado", explicaLúcia Fernanda, adiantando que aescola fechou parceria com entidadesde classe e profissionais do mercadopara a apresentação de palestras ecases relacionados ao tema e comeditoras para publicar os melhorestrabalhos.

Outro curso recentemente lançadopelo Centro Universitário Belas Artes deSão Paulo é o de "ComunicaçãoOrganizacional e Negócios", dirigido aprofissionais da área de Comunicaçãoque atuam em empresas privadas oupúblicas, agências de comunicaçãocorporativa, publicidade, imprensa eRelações Públicas, entre outros.

Também com carga horária de 420horas e duração de três semestres,"este curso de especialização se

estrutura", segundo a gestora doscursos de Pós Graduação do Centro, "naconvergência entre a comunicação e agestão de negócios e tem comoproposta curricular o enriquecimentoda prática profissional contextualizadono cotidiano dasempresas eagências pormeio doconhecimentoaprofundado deteorias, estudose análises dacomunicaçãoorganizacional eda gestão denegócios".Governançacorporativa,finanças,estratégiasempresariais,branding, marketing, comunicaçãointerna, gestão de crise, avaliação emensuração de resultados emcomunicação são alguns dos temastrabalhados. "A ideia", segundo ocoordenador Júlio César Barbosa, "é queo aluno saiba adotar o BalancedScorecard, o Modelo de Excelência emGestão (MEG) da FNQ (FundaçãoNacional de Qualidade), e adaptá-lo aum planejamento de comunicação".

Aplicado a área similar, o curso"Comunicação, Redes Sociais e OpiniãoPública" é o terceiro curso deespecialização recentemente lançadopelo Centro Universitário Belas Artes deSão Paulo. Seu objetivo é promoverdiscussões de conteúdo e estudos decaso que proporcionem ao aluno umavisão crítica e estratégica dasmodernas ferramentas dacomunicação. Sua atualidade repousano fato de que a habilidade de utilizarestrategicamente as mídias digitaisvem se tornando cada vez mais umaexigência do mercado nacional para oprofissional de comunicação", explicasua coordenadora, a professora VâniaPenafieri de Farias, para quem "é cadavez mais raro uma empresa não estarpresente em alguma rede social, nosdias de hoje".

Segundo Lúcia Fernanda, a primeiraturma, com 11 alunos, está prestes a seformar e é majoritariamente constituídade "empreendedores que querem daruma guinada na carreira." (M.C.)

Um dos aspectos maisimportantes do es-tudo Mestres 2012:demografia da base

técnico-científica brasileira, doCGEE, diz respeito à inserçãodos profissionais com títulosde pós-graduação no merca-do de trabalho não acadêmi-co. Segundo Antônio CarlosGalvão, supervisor da pesqui-sa, os mestres têm mais facili-dade para arrumar empregodo que os doutores. Enquanto40% dos mestres formadosentre 1996 e 2009 têm umposto de trabalho no setoreducacional, este percentualchega a 80% em se tratandode profissionais com nível dedoutorado. "Isso confirma queos doutores têm um perfil maisacadêmico e corrobora a ideiade que o mestrado não é sóuma etapa de graduação, éuma titulação com finalidadeprópria, que tem um encaixesocial mais abrangente", justi-fica Galvão.

P a r a S o f i aDaher, asses-sora técnica doCGEE, "o queo bs e r va mo sno nosso estu-d o s o b r e o sMestres 2012 éque há um 'bô-nus' importan-te associadoaos níveis deformação maisaltos, com im-pacto sobre oemprego e a remuneração. Ouseja, o desemprego diminui ea remuneração aumenta mui-to a partir da graduação". Se-gundo o levantamento, profis-sionais que concluíram a gra-duação ganham, em média,170% a mais que os que con-cluíram o ensino médio. Já osalário de quem tem um mes-trado é cerca de 84% maior emcomparação a quem só fez agraduação; e quem concluiuum doutorado recebe cerca de35% mais do que aqueles quetêm título de mestre.

Outra vantagem socioeco-nômica da pós-graduação dizrespeito à taxa de empregabi-lidade. Segundo Sofia Daher,entre mestres e doutores, opercentual de desemprego di-minui significativamente, fi-

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Abaixo, instalações doCentro UniversitárioBelas Artes deSão Paulo e LúciaFernanda de Souza Pirró,gestora dos cursos dePós-Graduação

TÍTULO DÁStatus

E MELHORESSalários

Divulgação

Lucy Duró: mercadovaloriza excessivamente

quem possui MBA.

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sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de junho de 2013 ESPECIAL - 3DIÁRIO DO COMÉRCIO

Page 4: Especial aos mestres e doutores com carinho

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de junho de 20134 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

AQUI, O BrasilFEZ BEM A Lição de casaConheça as escolas de negócio e universidades brasileiras que estão no ranking das melhores instituições de ensino do mundo

Ao lado, prédio daFundação DomCabral, em MinasGerais, a mais bempontuada escola denegócios do País,segundo o FinancialTimes; abaixo (esq.)instalações doInsper e a CidadeUniversitária (dir.),principal campusda USP.

Divulgação/Guilherme BergaminiPara frequentar uma dasmelhores universida-des por disciplina domundo ou se matricular

em um curso customizado deeducação executiva de umadas principais escolas de ne-gócios existentes, não é preci-so ir até os Estados Unidos, on-de Harvard, MIT e UC Berkeleydespontam como as favoritasno ranking mundial de univer-sidades.

Aqui mesmo, no Brasil, aFundação Dom Cabral ficoucom a 16ª posição no rankingdo jornal britânico Financial Ti-mes, que elege os melhoresprogramas de educação exe-cutiva. A escola de negóciosde Minas Gerais que, em 2011,chegou a desbancar a reno-mada Harvard Business Scho-ol e ocupar o terceiro lugar dopódio, recuou oito posiçõesem relação a 2012. Mesmoassim, ela segue como amelhor brasileira em maté-ria de educação executiva,segundo o FT: atrás delavem o Insper, de São Pau-lo, na 36ª colocação, re-gistrando igualmenteum retrocesso em rela-ção a 2012, quando de-tinha o 29º lugar na listados melhores progra-mas customizados.

No ranking dos me-lhores programasabertos latino-ameri-canos, a Dom Cabraltambém está mais bem posi-cionada: detém a 23ª posição,com um recuo de cinco pontosem relação ao período ante-rior. Depois dela, aparece oInsper em 38º lugar.

Avaliação

Ainda segundo a lista elabo-rada pelo jornal britânico, osuíço IMD foi escolhido como omelhor curso em matéria deprograma aberto de educaçãoexecutiva e a Duke Corpora-tion Education, americana, le-vou o título de escola de negó-cios que oferece os melhoresprogramas personalizados.Para elaborar este ranking, oFinancial Times ouviu cente-nas de presidentes e diretoresde empresas, que avaliaramos cursos executivos destasescolas nos quesitos "infraes-trutura", "lógica de planeja-mento do programa" e "méto-dos de ensino".

No ranking mundial de uni-versidades por disciplinas QS-2013, a USP (Universidade deSão Paulo) ficou entre as 50 me-lhores universidades do mundoem cinco disciplinas: agricultu-ra e silvicultura (24º lugar), filo-sofia (41º), estatística e pesqui-sa operacional (41º), educação(45º) e comunicação e mídia(48º). A Unicamp (Universida-de Estadual de Campinas), porsua vez, ganhou a 19ª posiçãocom as disciplinas de agricultu-ra e silvicultura.

As duas brasileiras dividi-ram o pódio com várias outrasuniversidades onde se falaessencialmente o inglês. En-tre elas, destacam-se Har-vard, dez vezes em primeirolugar, MIT, UC Berkeley, Ox-ford, Cambridge e ImperialCollege London. Para elabo-

rar o ranking, foram ouvidosmais de 70 mil acadêmicos eempregadores.

Opção pelo MBA

Mas se tempo é dinheiro,uma pós-graduação é tempo,dinheiro e carreira: no Brasilou fora dele, como não levargato por lebre? Como fazeruma boa opção, sabendo quequalquer escolha indevida nogrande caldeirão onde se acu-mulam, atualmente, mais de 9mil formatos de cursos de es-pecialização no País?

Criado nos EUA há quase um

século para proporcionar umavisão prática e aplicada da ges-tão de empresas por parte deprofessores, cuja principal ca-racterística é possuir experiên-cia acumulada, o MBA, ou Mas-ter in Business Administration,sempre visou formar líderes."A capacitação para o exercí-cio da liderança e do gerencia-mento de uma organização seconsolida nas escolas de negó-cios, por meio da realização deum curso de MBA", explica Ro-berto Fialkovits, professor daBBS Business School. Assim, os

temas de que trata o curso sãopertinentes a todo gestor: lo-gística, contabilidade, produ-ção em série. Com o tempo, po-rém, assuntos como marke-ting, tecnologia e gestão de ta-lentos também ganharamimportância, e, para alguns, asigla se banalizou.

Para escolher um bom MBAnos dias de hoje, ensina Fialko-vits, "o aluno deve antes demais nada aferir o quanto estecurso contribuirá para a sua

carreira". Para isso, é impor-tante que ele tenha um planopré-estabelecido, ou pelo me-nos uma boa ideia do caminhoque quer trilhar e de onde pre-tende chegar profissional-mente, adverte o professor.

Outro ponto importante:"Como quem busca um MBAsão empreendedores e profis-sionais que ocupam posiçãode liderança e valorizam oconteúdo educacional alinha-

do com a vivência na prática,cabe à instituição de ensino in-corporar esta dinâmica corpo-ra t i va , com pro fessoresatuantes, que possam trazer e

trocar experiências",explica Fialkovits,destacando o fato deo aluno precisar "co-nhecer bem o corpodocente e se informarse todos os professo-res são profissionaisde mercado ou consul-tores experientes e ocu-pam posições de deci-são nas empresas emque trabalham". Só as-sim, acredita Fialkovits,"ele terá em sala informa-ções acerca de situaçõesreais facilmente adapta-

das à teoria".Outro pon-

to que agregavalor na esco-lha do curso,s e g u n d o oprofessor daBBS BusinessSchool, são asparcerias in-te rn ac ion ai s,"a oportuni-dade de o alu-no acrescen-tar um diplo-ma in terna-cional ao seuM B A n a c i o-nal". Mas, ad-ver te e le , oprete ndente

deve avaliar bem se elas seadequam à sua disponibilida-de de permanecer fora do Paíse, também, checar a qualida-de dos programas e das uni-versidades, lembrando que aescolha de uma entidade re-nomada no mercado "ajuda adar um upgrade no curricu-lum, além de ser garantia dequalidade de ensino".

Observar a quantidade dealunos por turma é, por fim,um aspecto a ser observado,na medida em que "turmas nu-merosas demandam muito doprofessor, limitando o acessodo aluno a questionamentosdiretos". (M.C.)

Estrangeirosquerem

estudar aqui

Inegável constatação: o númerode estrangeiros que vêm para oBrasil fazer uma pós-graduação

está cada vez maior. Dados doMinistério da Educação e Culturareferentes ao ano passado,segundo os quais o País recebeu41% a mais de bolsistas do exteriordo que em 2011, num total de1.576 alunos, comprovam o fato.

Diretores de grandesinstituições de ensino, algumasdas quais incluídas nos melhoresrankings internacionais, tambémendossam a afirmação: "Osestudantes que vêm ingressandono País para fazer estudos, sejameles de curta ou de longa duração,são cada vez mais numerosos",atesta o professor Sérgio Pio

Bernardes, diretor acadêmicointernacional da ESPM (EscolaSuperio de Propaganda eMarketing). Para John Schulz,presidente da BBS BusinessSchool, "o fluxo de estrangeiros nomercado de trabalho brasileiroainda é relativamente pequeno,mas não há dúvidas de que deveaumentar".

Vários fatores explicam ofenômeno: mais do que os grandeseventos esportivos, como asOlimpíadas e a Copa do Mundo, oumesmo as grandes obras praexploração do petróleo do pré-sal,"a tendência se deve aos grandesinvestimentos e à presença demultinacionais instaladas noBrasil", avalia Bernardes,explicando que "a cidade de SãoPaulo é considerada, hoje, umacidade globalizada".

Além disso, no novo arranjocorporativo global pesa ageopolítica da oportunidade:"Portugueses que não encontramperspectivas em seu próprio país,vão para Angola; americanos vêm

para o Brasil", resume Schulz.

Cidade Maravilhosa

Por conta disso, as estatísticasespelham, na ESPM, a mobilidadedos estudantes. "Entre 2004 e2012, registramos nos campi deSão Paulo, Rio de Janeiro e PortoAlegre um aumento do número dematrículas de alunos de fora daordem de 400%", reporta o diretorda escola, apontando tambémoutros indicadores, como umincremento do número dedelegações estrangeiras.

Na corrida pelas melhoresescolas do Brasil, o Rio de Janeirocontinua liderando o maiorpercentual de destino, indica oprofessor Pio Bernardes.

De fato, uma maior visibilidadedo País no exterior acabouconvergindo para a CidadeMaravilhosa, onde os setores nosquais ela mais se destaca – comoóleo e gás – e um maiorconhecimento das característicasdo mercado nacional se tornaramatrativos para os estrangeiros queescolhem o Brasil como destinopara fazer um mestradoprofissional.

Na Fundação Getúlio Vargasdo Rio de Janeiro, por exemplo,o aumento do número dealunos estrangeiros matriculados nos cursos de MBAs temsido expressivo: mais de 60%nos últimos dois anos. "O focodos programas, principalmentedo MBA internacional, é traduzirpara o expatriado o ambientede negócios brasileiro",justifica Alvaro Bruno Cyrino,

vice-diretor da EBAPE/FGV.

Estrangeiros

Para John Schulz, que tambémcoordena na BBS Business Schoolum grupo de ex-alunos queentrevistam candidatos para umagraduação na Yale, existe umanova tendência de mercado quejustifica uma presença cada vezmaior de estrangeiros no Brasil:"Há quatro décadas, omultinacional típico eraexpatriado. A tendência era obrasileiro assumir as diretorias edepois a própria presidência daempresa.

Hoje, como os quadrosbrasileiros se tornaram muitocaros, as multinacionais estãotrazendo gerentes médios paraas suas filiais. São eles que vêmfazer um MBA no País, em buscade três valores, de acordo com asua faixa etária: informaçãoprática e networking, além dotítulo em si". (M.C.)

Sérgio Pio Bernardes: estudantesestrangeiros estão vindo ao País.

Fotos: Divulgação

Divulgação/Fernando Esselin

Paulo Pampolin/Hype

Page 5: Especial aos mestres e doutores com carinho

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de junho de 2013 ESPECIAL - 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

Aliança COM ESCOLASInternacionais Com algum atraso, vem

se consolidando aparceria entre escolas

de negócios brasileirase instituições na

Europa e EUA

Até 1995, oensino

superior eramuito

fechado noBrasil

M a rce l oS araceni,

presidente daABIPG

Div

ulga

ção

Na corr ida pelasalianças mais pe-renes e atraen-tes, a Escola de

Administração de Empresasde São Paulo, da Fundação Ge-túlio Vargas (FGV), criou umconsórcio com quatro escolasde administração internacio-nais (Instituto Tecnológico deMonterrey, da Egade BusinessSchool, mexicana; Kenan-Fla-gler Business School, da Uni-versidade de North Carolina,norte-americana; RotterdamSchool of Management, daErasmus University, holande-sa; e Chinese University ofHong Kong) para oferecer oseu OneMBA, um dos cursosmais bem cotados no rankingdo jornal inglês Financial Ti-mes de 2012. Em se tratandode oferecer módulos interna-cionais em seus programas,outras instituições não ficamatrás: o MBA Executivo Em-presarial da Fundação DomCabral, em Minas Gerais, porexemplo, permite aos alunosaproveitar os créditos cursa-dos durante uma semana naKellogg Graduate School ofManagement, nos EUA. A ca-rioca Coppead, por sua vez,oferece aos diplomados re-cém-saídos do MBA Executivoum dual degree, isto é, um cur-

so de seis semanas na França,com projeto final a ser defen-dido seja na Audencia de Nan-tes, seja na Rouen BusinessSchool ou na Reims Manage-ment School, e certificado in-ternational equivalente.

Produtos educacionais dediversos formatos e duraçãonão faltam numa das econo-mias de mais rápido cresci-mento no mundo e flagrante

oferta de cursos de especiali-zação. "Daquele ano em dian-te, o mercado cresceu e se so-fisticou muito, abrindo espaçopara que as instituições maisatentas estabelecessemalianças internacionais para ointercâmbio de seus alunos."

Ainda assim, o lapso de tem-po decorrido entre meadosdos anos de 1990 e o presentemomento gerou consequên-

ses, a presença delas melho-rou a qualidade dos cursosoferecidos: hoje, nada menosdo que nove escolas de admi-nistração asiáticas estão en-tre os 50 melhores MBA emtempo integral do mundo, se-gundo o ranking de 2012 do Fi-nancial Times.

Mais: no ano passado, se-gundo estimativas, mais de 40mil chineses prestaram o Gra-duate Management Admis-sion Test (GMAT) – a prova deaptidão lógica e verbal em in-glês, que é requisito básico pa-ra a inscrição em vários cursosde MBA em universidades nor-te-americanas e europeias –contra 1.697 brasileiros, o quesugere que a China está anos-luz à frente do Brasil na forma-ção de futuros líderes empre-sariais.

Bombardeio educacional

Para recuperar o tempo per-dido, as escolas de adminis-tração mais importantes domundo viraram sua atençãopara o mercado nacional. Em-bora presente no País há maisde uma década, a espanholaIESE ampliou sua atuação apartir de 2011, inaugurandoum campus em São Paulo, on-de oferece um MBA executivoao público brasileiro. A norte-americana Thunderbird, porsua vez, fechou um convêniocom o Institute of Performan-ce Leadership (IPL), de SãoPaulo. E a Darden, escola denegócios da Universidade daVirgínia (EUA), inaugurou umaresidência brasileira para oseu Global Executive MBA,programa durante o qual,além de visitar São Paulo e Riode Janeiro, os alunos conhe-cem empresas nacionais e sefamiliarizam com as peculiari-dades do ambiente de negó-cios de cada uma delas.

Para se diferenciar no mer-cado e em relação a estas es-trangeiras que estão se insta-lando no País, algumas esco-las brasileiras mais atuantespassaram a estabelecer alian-ças com instituições de prestí-gio internacional. A ideia é es-colher uma escola credencia-da pelas principais entidadesde avaliação de programas domundo e atuar como ponta delança. Assim, a BBS BusinessScholl se associou à Universityof Richmond, à Universitat Au-tònoma de Barcelona e à JindalGlobal University, indiana, pa-ra oferecer suas modalidadesde MBA executivo, enquanto,também na área de saúde, oscursos de especialização latosensu e stricto sensu do Insti-tuto Sírio-Libanês de Ensino ePesquisa e lato sensu do Insti-tuto Israelita de Ensino e Pes-quisa Albert Einstein são mi-nistrados por profissionais einstituições de ensino reno-mados internacionalmente.

Para Marcelo Saraceni, háque se diferenciar, no entanto,este novo formato de curso depós, que incorpora creden-

ciais do exterior, e a modalida-de de MBA, mestrado ou dou-torado, que o aluno faz fora doBrasil, estabelecendo-se numpaís estrangeiro por um perío-do muitas vezes longo.

Além de atender estes alu-nos que, no passado, podiamfazer um curso no exterior,mas agora, com a economianacional mais aquecida, pre-ferem estudar no Brasil e semanter no mercado de traba-lho, o chamado MBA interna-cional visa os profissionaisque chegam interessados emfazer carreira no País.

"Este MBA não substitui, to-

davia, o diploma conferido inloco", adverte o presidente daABIPG. Um curso customiza-do, generalista, atende aoprofissional que não pode seausentar do trabalho por mui-to tempo e visa o intercâmbioacadêmico em algumas pou-cas semanas. Além disso,busca otimizar a experiênciado aluno, mostrando-lhe co-mo se dá a gestão empresa-rial em outros mercados, demodo a ajudá-lo a se familiari-zar com as melhores práticasna sua área de atuação, emoutros mercados", explicaSaraceni. (M.C.)

Novos cursos depós-graduação da FIA

Desde 2005, o programa deEspecialização emAconselhamento de Carreira da

FIA (Fundação Instituto deAdministração) tem sido o principal meiode formação de profissionaispreparados para enfrentar e lidar com asinovações impostas pelas novasperspectivas da trajetória profissional.Visando atender às necessidades de umpúblico cada vez mais exigente, a FIAoferece um curso de especialização de500 horas em Aconselhamento deCarreira, que está em sua 5ª edição.O curso tem no seu corpo docenteacadêmicos renomados, tanto nacionalcomo internacionalmente, e tambémos profissionais mais experientes emaconselhamento de carreira no Brasil.Essa combinação garante aoparticipante se aprimorar, ligandoos modelos de vanguarda às práticasconsolidadas em aconselhamentode carreira.

O curso oferece também aoportunidade de participação noSeminário Internacional sobre Carreiras,que foi concebido especialmente paraalunos FIA e conta com a presença dosacadêmicos da Escola de Boston,membros das principais Universidadesamericanas. "No módulo internacional(Seminário) teremos a chance dediscutir as principais tendências, osmodelos teóricos e as práticasinovadoras com os grandes gurus doassunto, professores da Boston College,Simmons School of Management,Boston University, Harvard University,Suffolk University, The University ofQueensland, University of St. Thomas eBowling Green State University",comenta Tânia Casado, acadêmica da

FIA que divide a coordenação doSeminário com o professor MichaelArthur, criador do modelo das CarreirasSem Fronteiras (Boundaryless Career).

Gestão de Negócios Esportivos

Por conta dos grandes eventosesportivos que acontecerão no Brasil nospróximos anos, vem se aprofundando adiscussão da gestão do esporte com umolhar mais corporativo. Para atender estacrescente demanda por especialistas emadministração no setor esportivo, a FIAcriou o curso de extensão em Gestão deNegócios Esportivos.

Com 180 horas de duração, o curso,online, permite que alunos de todo Paíspossam adquirir e aprimorar seusconhecimentos com o que há de maisatual em termos de técnicas eferramentas gerenciais aplicadas aoesporte. O conteúdo é conduzido porprofessores e especialistas com amplaexperiência prática e acadêmica, comuma metodologia estruturada ematividades via web conferências, vídeoaulas e autoestudo. Os alunos terão aulascom especialistas renomados em gestãoesportiva do Brasil, encontros presenciaispara promoção de networking (nãoobrigatórios) e poderão visitar centros detreinamentos, arenas e instituiçõesesportivas de diferentes modalidades.

Destinado a profissionais atuantes naindústria esportiva, como gestores edirigentes de clubes esportivos,executivos de empresas do setor,profissionais de agências, jornalistasesportivos, além de interessados notema, o curso aborda aspectos únicosdesta gestão tão diferente da praticadaem outros segmentos.

Para o professor Michel Mattar, um doscoordenadores do curso e profundoestudioso de Gestão Esportiva, a indústriaesportiva no Brasil necessita deprofissionais com visão global do setor. "Oesporte no País vem se desenvolvendo,mas ainda faltam executivos queconsigam aliar as características própriasdo segmento, no que diz respeito ainstituições, fornecedores, clientes, entreoutros fatores, com o ambientesocioeconômico. Somente assim,analisando essas complexas variáveis, ogestor irá obter resultados positivos naárea. Diferentemente de outros setores, oesporte tem muitas particularidades. Oque pretendemos com este curso éfornecer uma abordagem prática porémmuito bem fundamenta em conceitossólidos de administração, objetivandoelevar a eficácia da gestão dasinstituições esportivas no Brasil".

A FIA é uma das principais escolas denegócios do Brasil.

escassez de talentos em ges-tão. "Até 1995, o ensino supe-rior era muito fechado no Bra-sil", avalia Marcelo Saraceni,presidente da ABIPG (Associa-ção Brasileira das Instituiçõesde Pós-Graduação), entidadecujos principais objetivos con-sistem em defender parâme-tros de qualidade e padrõeséticos no setor, regulando a

cias: como muitas grandes es-colas de negócios tradicionaisvoltaram suas baterias princi-palmente para o Leste, e nãopara o Sul, concentrando-seem lugares como a Índia, a Chi-na ou Cingapura para recrutarcandidatos para o seu MBA,desenvolver programas con-juntos com instituições locaise instalar campus nestes paí-

Page 6: Especial aos mestres e doutores com carinho

sábado, domingo e segunda-feira, 1, 2 e 3 de junho de 20136 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

OS DIVERSOS CAMINHOSDA Pós-Graduação Os cursos stricto sensu são para quem deseja

seguir a carreira acadêmica, os cursos lato sensusão especializações para o mercado

Embora a legislação bra-sileira considere quetodos os cursos realiza-dos após a graduação

são de pós-graduação, a dúvi-da acerca do melhor caminhoacadêmico a perseguir, umavez obtido o diploma superior,ainda preocupa muitos profis-sionais que desejam investir noconhecimento como diferen-cial de carreira. Por mais quetodas as opções agreguem sa-ber, uma escolha errada poderepresentar tempo e dinheiroperdidos. Por isso, o melhor afazer, antes de se decidir, éuma boa pesquisa de mercadoque permita garimpar o cursoque melhor convém entre osmais de 900 modelos ofereci-dos. Para tanto, é preciso en-tender o beabá da pós-gradua-ção e saber distinguir os tiposde especialização.

No Brasil, os cursos ofereci-dos após a conclusão do cursosuperior (bacharelado, licen-ciatura ou tecnológico) se divi-dem em duas grandes modali-dades: os de stricto sensu fo-cam a pesquisa e o estudo dasteorias em determinada área.Destinam-se aos profissionaisque almejam seguir a carreiraacadêmica, como professores,ou científica, como pesquisa-dores. Dentro dessa modalida-de, estão os cursos de mestra-do e doutorado.

O mestrado destina-se parti-cularmente a quem quer serprofessor ou pesquisador, em-bora também ofereça bonssubsídios ao profissional que

deseja ampliar seus conheci-mentos para ter uma melhorformação no mercado de traba-lho onde atua. Ao fim do progra-ma, o aluno deve produzir umadissertação sobre seu assuntode interesse.

O doutorado, por sua vez, sesegue à conclusão do mestra-do, com o objetivo de formarpesquisadores. Este é o graude titulação mais elevado den-tro da hierarquia educacionalbrasileira, embora ainda existao pós-doutorado (PhD) em ou-tros países. Para receber o títu-lo, o aluno deve produzir umatese, na qual desenvolve umtema que possa contribuir parao crescimento de determinadaárea de conhecimento.

Para o mercado

Os cursos lato sensu são deespecialização: têm objetivotécnico-profissional específi-co, e não abrangem o campototal do saber em que se inse-re a especialidade. Estão vol-tados ao treinamento em umramo profissional ou científicobem definido e têm como me-ta o domínio de uma limitadaárea do saber ou da profissão,para formar o profissional es-pecializado. Nesta categoriase incluem os cursos de espe-cialização e o MBA. Um títulodeste porte é decisivo paraquem está desempregado,em transição profissional ouquer alavancar a carreira.

O curso de especializaçãotem como público-alvo quem

deseja se especializar em de-terminada área, bem específi-ca, que pode estar ou não rela-cionada à primeira graduação,e é ideal para profissionais quebuscam atualização ou aper-feiçoamento. Por exemplo:quem se formou em Adminis-tração de Empresas, pode seespecializar em administraçãopública, hoteleira ou hospita-lar. Quem cursou Direito, podefazer uma especialização latosensu em Direito do Consumi-dor. O mesmo acontece comquem atua na área de marke-ting, finanças ou recursos hu-manos. A conclusão do cursoconfere ao aluno um certifica-do de especialista, não um títu-lo de mestre ou doutor.

O Master in Business Admi-nistration (MBA) – que, na tra-dução literal para o português,significa "mestre em adminis-tração de empresas" –, por suavez, não é considerado ummestrado no Brasil, apesar donome, o que sempre provocoumuita confusão. Não passa deum curso de especialização la-to sensu, voltado para a práti-ca profissional. Mais procura-do por quem já está no merca-do e quer ampliar ou reciclarseus conhecimentos na áreade gestão e negócios, formaessencialmente gestores,executivos e pode ajudar em-preendedores natos.

Diferenças básicas

Aos olhos da legislação in-ternacional, o MBA feito nos

EUA, por exemplo, confere o tí-tulo de mestre em administra-ção de empresas. Trata-se deum programa genérico, volta-do para quem já tem algumaexperiência profissional e pre-cisa de um upgrade na carrei-ra graças ao título.

No Brasil, uma das grandesdiferenças entre o curso latosensu e o MBA é a carga horária:o primeiro tem pelomenos 360horas; o segundo, em média,1.200 horas.

Outro diferencial é o perfil doaluno. Em geral, cursos latosensu interessam mais aos jo-vens, que têm foco em determi-nada especialidade. Já quemcursa um MBA é o gestor, quedeseja uma visão integrada dosnegócios, tem mais idade – emmédia, 37 anos – e, também,mais experiência profissional.

Nos programas lato sensu, osprofessores têm peso decisivo;no MBA, os estudos de caso são

importantes e o aluno deveconstruir o seu conhecimento apartir deles. É por isso funda-mental que o aspirante a umMBA tenha experiência profis-sional consolidada como ges-tor. A Fundação Dom Cabral,por exemplo, exige que os inte-grantes do seu MBA tenham de-sempenhado a função de ges-tor durante cinco anos, no míni-mo, seja na gestão de equipe,de resultado, risco, financeiraou mercadológica.

Para bem escolher um curso,é importante trocar ideias comquem já concluiu o programa echecar o quanto a instituição deensino está sintonizada com omercado global. Outro aspectoa considerar é o registro do cur-so no MEC. A pós-graduaçãostricto sensu confere grau aca-dêmico; a especialização, umcertificado. (M.C.)

Dê um upgrade na carreira

Uma via de mão dupla:se, por um lado, "quemfaz pós visa se tornar

empregável", nas palavras deSheila Nowicki, da NowickiConsultoria em RH, e, já porconta desta atitude pró-ativa,mostra talento e se diferenciados seus pares, é preciso dizerque nos últimos dez anos, cadavez mais, o MBA representauma exigência de mercado,"um must have sem o qualninguém chega a um cargo dedireção".

Refletindo uma realidadenorte-americana e europeia,alunos brasileiros que queremdar um upgrade na carreiratêm procurado uma titulaçãogeneralista para aprender agerir sua área dentro de umacorporação. "Todo mundo viragestor em algum momento",advoga Sheila, lembrandoque, de modo geral, faltam aoscursos superiores subsídios decomo empreender dentro dacarreira, motivo pelo qual oMBA acaba sendo tãonecessário, uma hora ou outra.

Assim é que, muitas vezes,por exemplo, um psicólogopode se empregar numa áreade Recursos Humanos e, emdeterminado momento, porforça de sua ascensãoprofissional, acaba ocupandoa cadeira de gerente ou diretorda empresa e se vê às voltascom a necessidade deadministrar seudepartamento, aplicandoconhecimentos de gestão.

Para este profissional, quepassa a ter nas mãos umbusiness, como explica Sheila,ao lado do diploma superior dePsicologia, será precisodesenvolver uma visãogeneralista da corporação.

Mas, se este é umdenominador comum àmaioria das carreiras, o fato éque algumas profissõespodem ser alavancadas maisdo que outras graças a uma

mestrado ao currículo. Damesma forma, o salário médiode um bacharel em gerênciade negócios, de U$ 62.723,68,segundo o CareerBliss, sofreacréscimo de cerca de 22,02%se o profissional tiver o títulode mestre, podendo chegar aU$ 80.439,55. O mesmoacontece com quem trabalhana área de marketing ouadministração de empresas:nos dois casos, ter a

bacharelado na área. Tambémum administrador de banco dedados pode ter um aumentode salário de 21,06% – um dosmais altos percentuaisapurados pelo CareerBliss –, seele acrescentar um curso depós-graduação ao seucurrículo, passando de cercade U$ 75.807,21 paraU$ 96.028,15.

Também no Brasil,reconhece a sócia-diretora da

trabalha, ele precisa ternoções de vendas paraadministrar a parte financeirada sua área. Ser capaz deassumir a gestão do negóciose torna, neste caso, tãoimportante quanto acumularconhecimentos técnicos deengenharia. Da mesma forma,um advogado ou umpublicitário que assume umcargo de confiança, e começaa dirigir o seu departamento,

pós-graduação – e o salárioacaba acompanhando estaprogressão.

Nos Estados Unidos, via deregra, gastar alguns anosfazendo um mestrado permitefazer jus a uma remuneraçãocerca de 20% maior, segundoo site de recrutamento eseleção CareerBliss.

Exemplos não faltam: quempersegue a carreira deassessor financeiro, chega aganhar 19,2% a mais seacrescentar um diploma de

graduação de bacharel eaplicar os conhecimentosadquiridos durante o cursoresulta em um aumento desalário da ordem de 20%, deacordo com avaliação do site.

Mas engana-se quem pensaque a tendência se restringeàs carreiras administrativas.Ainda segundo o site, quemtem aptidão artística e ganhao seu pão como designergráfico, pode incrementar suarenda mensal em cerca de18,9% caso faça um curso de

Nowicki Consultoria, algumasprofissões podem ganhargrande projeção, naatualidade, por conta de umdiploma de pós. É o caso daengenharia – seja ela deprodução, elétrica ou desoftware –, do Direito, daPublicidade e Propaganda ouda área de Recursos Humanos,para citar apenas algumas.

De fato, quando umengenheiro industrialconquista o posto de diretor ougerente da companhia onde

deve lançar mão dehabilidades específicas paragerir a sua área.

Em um ou outro caso, avaliaSheila Nowicki, o profissionalsó terá sucesso se tivercapacidade de tocar o seudepartamento como se fosseum business: "O MBA serevela, então, um passaportepara cargos de direção".

"Estas demandas exigemuma visão generalista daempresa", conclui a consultorada Nowicki. (M.C.)