espaço solidario - odps · e sucessor de pedro, o desejo de con-vocar um ano santo da...
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espaçosolidarioObra Diocesana de Promoção SocialAno X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
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Ficha Técnica
Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Manuel Amial e Pedro PimentaDirecção/Redacção: Manuel Pereira AmialPropriedade/Editor: Obra Diocesana de Promoção SocialColaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ana Luísa Santos, Ângelo Santos, António Coutinho, Aurora Rouxinol, Bernardino Chamusca, Chefe Hélio Loureiro, Confhic, Cónego Rui Osório, Cristina Figueiredo, D. António Francisco dos Santos, D. Carlos Azevedo, D. João Lavrador, D. João Miranda, D. Manuel Clemente, D. Manuel Martins, D. Pio Alves, Diana Cancela, Elvira Almeida, Emanuel Cunha, Filipa Martins, Frei Bernardo Domingues, João Alves Dias, João Pratas, José Augusto Silva Vieira, Liliana Sofia Soares, Luísa Preto, Manuel Amial, Manuel Tavares, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Albina Padrão, Maria Anjos Pacheco, Maria Barroso Soares, Maria Isabel Cristina Vieira, Liliana Sofia Soares, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Monsenhor Victor Feytor Pinto, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre José Maia, Padre Lino Maia, Padre Mário Salgueirinho, Paulo Alexandre Dias, Paulo Lapa, Pedro Pimenta, Pedro Rhotes, Professor António Jácomo, Professor Daniel Serrão, Professor Eugénio da Fonseca, Professor Francisco Carvalho Guerra, Ricardo Azevedo, Rosa Maria Seabra, Rute Monteiro e Susana Carvalho. Gráfica - Lusoimpress, Artes Graficas, S.A.; www.lusoimpress.comPeriodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da JuventudeSede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO
Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555
04 - Editorial Manuel Amial
05 - Ide! Ide dizer! CONFHIC
06 - O rosto da misericórdia D. António Francisco dos Santos
08 - Centenário de D. Florentino Andrade e Silva Américo Ribeiro
10 - O ICONE do professor Daniel Serrão Professor António Jácomo
12 - Pobres têm direito ao pão e à beleza Cónego Rui Osório
13 - Mundo, dignidade e futuro Padre Lino Maia
14 - Pedagogia pertinente para hoje, amanhã e sempre Frei Bernardo Domingues, O.P.
17 - Caminhando Maria Teresa Souza-Cardoso
20 - Aventura Fonte Quente
24 - ODPS no Congresso da Cáritas Américo Ribeiro
28 - Janeiro > “A Alegria na nossa Missão” Centro Social de São João de Deus
33 - Fevereiro > “A Alegria na nossa Missão” Centro Social de Rainha D. Leonor
41 - Março > “A Alegria na nossa Missão” Centro Social da Pasteleira
46 - Mensagens Espaço Solidário
47 - Amigos em crescendo
Sumário
3Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Edito
rial
Findo o Ano de 2014, em que se comemoraram os 50 Anos de vida da
Obra Diocesana de Promoção Social, é justo agradecer as inúmeras mensagens
de felicitação recebidas pelo trabalho de divulgação das suas atividades solidárias
e das comemorações relevadas no Espaço Solidário.
-
taría de partilhar com o Conselho de Administração, na pessoa do seu Presidente
Senhor Américo Ribeiro, e com os Colaboradores da Obra espalhados pelos seus
doze Centros Sociais porque entenderam a potencialidade e a mais-valia desta
publicação e nela colaboraram em espírito de equipa.
Ver reconhecido o nosso trabalho é muito importante!
Mas mais importante é a prova de que foi cumprida a nossa Missão com
agrado generalizado dos seus recetores, entidades e particulares, que estiveram
atentos aos conteúdos, que lhes mereceram especial atenção, que os valorizaram
positivamente e acima de tudo denotam o carinho que lhes merece a Obra Dioce-
sana e se revêm no trabalho solidário que ela realiza.
aqui continuamos a manter acesa esta chama de visibilidade e a dar nota
que o trabalho generoso desta Instituição continua porque, infelizmente, as carên-
de uma atenção e de uma resposta social.
Manuel Amial
Espaço Solidário Continua a sua Missão
Obra Diocesana de Promoção Social4
Foi o mandato do Ressuscitado!Imperativo que dura séculose, ano após ano,está diante de nós!Ide!Se queremos vê-Lo,temos de sair dos esconderijos do medoe partir para dizer, a rebentar de alegria,que Ele está vivoe nos precede na Galileia!Na Galileia de hoje,no nosso quotidiano,nos lugares onde nos movemos,nos nossos trajetos e encontros,nas nossas buscas diárias,nas relações que nos constroem…Hoje, esta é a Galileia,onde Ele sempre nos antecipa,em todo o lugar e momento,de encontros e reencontrosque nos ressuscitam!Este é o tempo de agradecertodas as galileias da vida,onde, em cada apariçãoJesus deixa, serenamente,a Paz em nós.A Sua Paz! Não a que o mundo dá.A Sua Paz!Maria, especialista na Fé,guardando e calandoo mistério de uma vida ressuscitada,segreda, maternalmente,à humanidade sofredora,a força serena da Alegria Pascal!
Feliz Páscoa!
CONFHICCongregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Imaculada Conceição
Ide dizer aos meus irmãos que partam para a Galileia.Lá me verão [Mt 28,10].
Ide! Ide dizer!
5Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
1. O Papa Francisco anunciou
no dia 13 de março, segundo aniversá-
rio da sua eleição como Bispo de Roma
e Sucessor de Pedro, o desejo de con-
vocar um Ano Santo da Misericórdia e
no passado dia 11 de abril publicou a
Bula “O rosto da misericórdia”.
A Igreja é chamada a ser no
mundo rosto de misericórdia, a exemplo
de Jesus Cristo, rosto da misericórdia
de Deus.
Há momentos e lugares, em que
somos chamados, de maneira ainda
-
córdia divina, para nos tornarmos, nós
-
cordioso de Deus.
Se a “arquitrave que suporta a
Igreja é a misericórdia” (n.º 10), como
nos diz o Papa Francisco, é fácil com-
preender que toda a ação pastoral da
Igreja deve estar envolvida pela ternura
com que se dirige às pessoas e pelo
testemunho de bondade que oferece ao
mundo. A credibilidade da Igreja passa
pela estrada do amor misericordioso e
compassivo, sobretudo dirigido aos que
mais sofrem.
Faço minhas as palavras do
Papa Francisco: “Neste Ano Santo, po-
deremos fazer a experiência de abrir o
coração àqueles que vivem nas mais
variadas periferias existenciais, que
muitas vezes o mundo contemporânea
cria de forma dramática. Neste Jubi-
leu, a Igreja sentir-se-á chamada ainda
mais a cuidar destas feridas, aliviá-las
com o óleo da consolação e a tratá-
-las com a solidariedade e a atenção
devidas” (n.º 15).
2. Cumpre-nos ser rosto de
bondade, de ternura e de misericórdia
que espelhem no nosso ser e agir o ros-
to do amor e da compaixão de Deus por
cada um de nós. É na misericórdia que
Deus revela a sua omnipotência. Deve
ser igualmente na bondade que o ho-
mem manifesta a sua humanidade.
O caminho da Igreja passa ne-
cessariamente por este testemunho dos
cristãos e por esta experiência vivida em
cada comunidade. Só assim a alegria
do evangelho se irradia e a boa nova
do Reino de Deus se anuncia. Mais do
que uma atitude exterior, a misericórdia
é uma forma de vida trabalhada por um
coração educado para acolher o amor
de Deus por cada um de nós e para o
multiplicar. Num coração habitado pelo
amor de Deus e numa vida impregnada
de misericórdia divina não há lugar para
o egoísmo, para a vaidade, para a indi-
ferença, para a inveja, para a vingança
ou para a violência. É um mundo novo
que nasce sempre que a misericórdia
de Deus inspira o nosso ser e preside
ao nosso viver.
Se assim acolhermos a vida e a
cumprirmos no nosso quotidiano vere-
mos que um mundo novo nasce e se re-
cria à nossa volta, na beleza da família,
em formas novas de proximidade e no
sentido fraterno da solidariedade e da
caridade cristã. Viveremos este mesmo
espírito pelo anúncio feliz da alegria do
evangelho da misericórdia e pela cele-
bração mais frequente do sacramento
da reconciliação nas nossas comunida-
des cristãs.
3. As instituições da Igreja, con-
cretamente as instituições sócio-carita-
tivas, têm aqui, também, um dos seus
critérios fundadores e o seu carisma
inspirador.
São imensas as atividades
realizadas pelas instituições de solida-
riedade social, onde se espelha a mi-
sericórdia divina pelo serviço aos que
mais precisam. Damos graças a Deus
por tanto bem repartido e multiplicado!
Sabemos que essa é a nossa missão!
Mas sabemos também quanto todos
devemos aos que cumprem esta mis-
são de forma tão bela e com inexcedível
dedicação e inesgotável generosidade!
Importa, por isso, que este con-
vite do Papa Francisco e o Ano Santo
que ele convoca, a iniciar no próximo
dia 8 de dezembro, ofereça às institui-
ções da Igreja que estão na vanguarda
do serviço aos que mais precisam, um
caminho de valorização deste carisma
inspirador para que em cada gesto e em
cada momento sejamos rosto da mise-
ricórdia de Deus junto daqueles a quem
somos enviados.
As Santas Casas da Misericór-
dia, as Ordens Seculares, a Cáritas
Diocesana, a Obra Diocesana de Pro-
moção Social, os Centros Sociais Pa-
roquiais, as Conferências Vicentinas,
os Visitadores dos Doentes, os Minis-
tros Extraordinários da Comunhão, os
Grupos de Voluntariado e tantas outras
formas de ação da Igreja, tão presentes
e interventivas na nossa Diocese, são o
rosto diário deste modo crente de viver
e deste testemunho solidário que faz
multiplicar em obras de misericórdia hu-
mana a misericórdia de Deus.
Quero testemunhar a minha
gratidão ao bem realizado pela nossa
Obra Diocesana tão presente e ativa
no Porto como sinal deste amor mise-
ricordioso de Deus, cheio de bondade
e de ternura, para com os mais peque-
nos, os mais simples e os mais frágeis
da nossa Cidade.
Peço ao nosso “Espaço So-
lidário” que seja, assim também, ao
longo deste Ano Santo lugar e voz de
misericórdia, como abençoado teste-
munho do bem realizado pela nossa
Obra Diocesana, e através dela pela
Igreja do Porto.
7Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Um nome… uma nascente social e humanitária
D. Florentino Andrade e Silva
O meu testemunho no seu Centenário
sito, bem marcante, de exercer uma ação apostólica e social junto das populações
desenraizadas e mais fragilizadas, que residiam em ilhas, no centro da cidade, e
tiveram de ir viver, sem alternativa, em bairros camarários, situados na zona peri-
férica do Porto.
Este empreendimento sentiu os seus primeiros impulsos dentro do Se-
cretariado Diocesano de Ação Social até se formar a “Obra dos Bairros”, que, pro-
gressivamente, se autonomizou e se desenvolveu, mediante as possibilidades e in-
teriorizando, de modo contínuo, o enfoque sobre as necessidades da comunidade
foram aprovados, por despacho ministerial de 17 de abril de 1967 e alterados em
março de 1985.
Vários relatos, consubstanciados em testemunhos vivos, de pessoas que
ele protagonizou e desenvolveu, como por exemplo, o Dr. João Alves Dias e o Dr.
Bernardino Chamusca, referindo-o, inclusivamente, nos seus livros, respetivamen-
te: “Nos Alvores da Obra Diocesana” e “Obra Diocesana, 40 anos de Promoção
Social” asseveram que D. Florentino encarava a Obra como “a menina dos seus
olhos”, a alma do seu sentir, querer, e crer. Com a inteligência e olhar de co-
ração, que lhes eram peculiares, vislumbrava, antecipadamente, os extraordinários
efeitos do seu empreendedorismo social.
Esta Obra, que tem como parceiros a Câmara Municipal do Porto e Segu-
-
dades, correspondeu às exigências e mutações dos tempos, evoluiu nas diferentes
trabalho excelso no universo da soli-
dariedade e da benignidade,
Instituição paradigmática.
O tempo decorreu, velozmente, numa linha cronológica, e talvez profecia
desse mesmo tempo e de uma correlação com um pensamento situado na mesma
latitude, que faz ver, sentir e mover, cinquenta anos depois voltou um feirense a
gerir os rumos desta grande (em dimensão física e em dimensão social e humani-
tária) Instituição de Solidariedade Social, que é a Obra Diocesana de Promoção
Social.
Conforme me foi solicitado, sin-
to copiosa alegria e até alguma emoção
em proferir o nome de D. Florentino
de Andrade e Silva, pois várias evo-
cações me reportam a ele… Foi um
importante feirense, natural de Mostei-
rô, nascido a 09 de abril de 1915, tendo
sido Bispo Auxiliar do Porto, na déca-
da de cinquenta, mais precisamente,
desde 13 de dezembro de 1953 e Ad-
ministrador Apostólico da Diocese do
Porto, nomeado para o cargo em 08 de
outubro de 1959, desempenhando esta
função até 1969.
A razão de uma afetividade ge-
rada, naturalmente, não resulta do meu
conhecimento direto com a pessoa em
causa, até pela diferença de gerações,
mas sim pelo facto de D. Florentino
ter sido o elemento chave na criação
da Obra Diocesana de Promoção
Social da cidade do Porto, onde as-
sumo a presidência do Conselho de Ad-
ministração, há já alguns anos. O feito
de D. Florentino, só por si, evidencia a
visão humanista e cristã, que lhe atri-
buía um cariz muito especial, fazendo
infundir admiração e apreço.
Foi ele o grande dinamizador e
impulsionador, o grande obreiro para
que em fevereiro de 1964, então Ad-
ministrador Apostólico da Diocese,
fosse fundada uma obra com o propó-
Américo RibeiroPresidente do Conselho de Administração da ODPS
Obra Diocesana de Promoção Social8
D. Florentino merece todo o mérito no trabalho que alicerçou, ence-
tou, multiplicou e promoveu. Apenas por curiosidade, apresento uma resenha
sobre a atual Obra Diocesana, que a ele lhe deve eterna gratidão.
Semeando, quotidianamente, o Bem, que é o móbil da alegria, da espe-
rança, da razão e sentido de vida de uma numerosa população desfavorecida, ela
presta serviço a cerca de 2.600 clientes distribuídos pelos 12 Centros Sociais, que
entram na sua constituição e que estão inseridos nos Bairros Sociais da cidade do
Porto, designadamente: Carriçal, Cerco do Porto, Fonte da Moura, Lagartei-
ro, Machado Vaz, Pasteleira, Pinheiro Torres, Rainha D. Leonor, Regado,
São João de Deus, São Roque da Lameira e São Tomé.
Cada Centro Social reúne as valências: Creche; Pré-Escolar; Centro de Ati-
vidades de Tempos Livres (CATL), no apoio à Infância.
Centro de Dia; Centro de Convívio; Apoio Domiciliário (nos dias úteis da se-
Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP).
A nossa realidade anual:
215 mil Pequenos-almoços em merendas;
580 mil Almoços;
505 mil Lanches;
125 mil Suplementos;
650 toneladas de Roupa;
485 mil Kms percorridos por toda a Frota.
Além dos Centros Sociais, a nossa Instituição possui um Armazém para
acondicionamento de géneros alimentícios e outros; uma Lavandaria, que trata e
cuida de toda a roupa dos utentes; agrega-se, também, a ela uma Central de Cos-
tura.
Acrescem-se a todo este aglomerado, os Serviços Centrais da Instituição,
que se localizam na Rua D. Manuel II.
Os serviços diferenciados são operacionalizados, realizados e monitoriza-
dos por 389 Colaboradores, mediante as suas funções e responsabilidades. Eles
são determinantes nas respostas requeridas, nos resultados que se desejam, no
sucesso pretendido, o qual é tão abran-
dúvidas e reservas, pois trata-se de
uma matéria tangível e intangível, con-
comitantemente.
É, inerentemente, difícil men-
surar a geração do seu valor social e
humanitário, mas permite efetuar um
balanço, uma consideração, uma ava-
liação… e estes são imprescindíveis na
cuidada e criteriosa gestão e no prosse-
necessária.
D. Florentino de Andrade e
Silva criou, incrementou e deixou um
legado grandioso. Este legado material
e imaterial foi, sucessivamente, objeto
-
ção, mostrando a todos a importância,
que assume o serviço socio carita-
tivo organizado, envolto na dinâmica
de Amor ao Próximo, que é imparável,
não possui fronteiras, recruta sempre
recursos e não esquece quem realiza
com sentimento e despretensão.
9Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Nos dias 9 e 10 de Abril, a Fun-
dação Calouste Gulbenkian recebeu
um conjunto de especialistas de re-
nome internacional para discutir o es-
tado das neurociências e debater os
limites da mente humana.
Esta iniciativa promovida pelo
Instituto de Bioética da Universidade
Católica, intitulada ICONE – Interna-
tional Conference on Neuroethics,
serve para falar da liderança do
professor Daniel Serrão no contex-
to da Bioética, especialmente na área
da Neuroética.
O professor Serrão é o gran-
-
roética, associando o domínio das
grandes fronteiras das neurociências
a uma sólida fundamentação das
questões bioéticas relacionadas com
as implicações dos soberbos avanços
cérebro.
-
fessor foi desenvolvendo comigo ao
longo das últimas quatro edições do
ciclo de seminários “Mente à sexta-
-feira”, o ICONE, arrancou com a in-
tervenção do professor Alexandre
Castro Caldas – neurologista e diretor
do Instituto das Ciências da Saúde
da Universidade Católica. Na sua in-
tervenção, o professor Castro Caldas
abordou a questão nas fronteiras das
neurociências e as suas implicações
comportamentais. Nesta conferencia
podemos reconhecer a atualidade do
pensamento Serroniano e a importân-
António JácomoDoutor em Filosofia, professor no Centro de Investigação de Bioética (GIB), do Instituo de Bioética da Universidade Católica Portuguesa e coordenador da representação do Instituto no Human Brain Project
O ICONE do professor Daniel Serrão
Obra Diocesana de Promoção Social10
cia da neuroética no discurso bioético.
O segundo dia de conferên-
cia foi marcado pela apresentação
de Elkhonon Goldberg – diretor do
Instituto de Neurociência de Luria –
atenção na perspetiva do síndrome
de Tourette, transtorno que origina di-
versos tiques físicos. A este respeito,
revelo aqui a forma como iniciamos o
contacto com o professor Goldberg.
Numa das sessões do “Mente
à Sexta-feira”, o professor Serrão
a questão do cérebro executivo.
Esta foi uma das sessões que mais
prazer nos deu na medida em que
debatemos a importância da área
pré-frontal no contexto da estrutura
cerebral. “Sabemos que é uma activi-
dade cerebral que implica estruturas
supra-talâmicas e corticais e circuitos
neuronais percorridos por mediado-
res químicos que provocam respostas
celulares. Os excelentes estudos de
-
nio Damásio ilustram bem as conse-
quências de certas lesões sobre o
processo decisório e os consequen-
tes comportamentos; mas nada, ou
quase nada, nos dizem sobre o modo
como estruturas orgânicas celulares
e circulação de mediadores químicos
se transformam em auto-consciência,
em soi même, em eu pessoal, em es-
pírito (no sentido profundo da rüah, na
tradição hebraica)”.
A presença do professor
Jean-Pierre Changeux, investiga-
dor em Neurociência no Collège de
France, foi uma das mais valiosas
contributos do professor Serrão.
Não fora os seus contactos interna-
cionais, não teríamos oportunidade de
ouvir esta referência mundial. Em per-
feito alinhamento com a perspectiva
desenvolvida no ciclo de seminários
o professor Changeaux desenvolveu
a problemática das questões éticas
associadas ao progresso na investi-
gação em neurociências, propondo
uma associação horizontal dos neu-
rónios de axónio longo do córtex, em
especial pré-frontal dorso-lateral, com
os do córtex pré-motores, temporais
superiores, parietais inferiores, singu-
lares anteriores e posteriores e ainda
com estruturas mais profundas; e uma
associação descendente do conjunto
do córtex cerebral com os neurónios
talâmicos. Esta arquitetura do espaço
-
mada por ressonância magnética nu-
clear funcional.
Um dos outros contributos
do professor Serrão foi o desenho
da tarde do dia 10 de Abril. Desde o
inicio sonhamos como lançar um de-
fazer com
que os Centros de referência de inves-
tigação nas neurociências se juntas-
sem para falar de neuroética.
Este ensejo tinha dois desa-
-
tros aceitassem estar juntos e repre-
sentados pelos seus investigadores
seniores e mais conhecidos; por ou-
tro lado, convidá-los para falar de um
tema perante o qual os investigadores
expressar: a neuroética. Esta ses-
são foi um objetivo alcançado e com
grande sucesso. Os professores Nuno
Sousa (Instituto de Ciências da Vida e
da Saúde da Universidade do Minho),
Catarina Resende (Centro de Investi-
gação em Neurociências da Univer-
sidade de Coimbra), Zachary Mainen
(Fundação Champalimaud), Rui Vaz
(Centro de Neurocirurgia do Hospital
de S. João) e Aníbal Gil Lopes (Acade-
mia de Ciências do Brasil) aceitaram
este convite.
Por último, e talvez o mais im-
portante, o professor Daniel Serrão
é o “ícone” deste congresso tam-
bém porque não quisemos fazer uma
Tal como o “Mente à sexta”,
ou tal como muitas das atividades
do professor, o ICONE quis ser um
facilitador de comunicação em
ciência pela linguagem, pelas par-
cerias, mas especialmente por um
sentimento de comum comunica-
ção. Fiquei com a sensação de que,
tal como nas outras iniciativas organi-
zados no âmbito do Instituto de Bioéti-
ca, quem esteve em Lisboa, sentiu-se,
como nos sentimos sempre ao lado
do professor.
Por tudo isso, o ICONE é a
projeção do professor Serrão e ele
mesmo está projetado no ICONE.
11Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Pobres têm direito ao pão e à beleza
Quando profeticamente o Papa Francisco chama a atenção para uma
“economia que mata”, refere-se àquela que subverte os quatro princípios ba-
silares da moderna Doutrina Social da Igreja – a dignidade da pessoa huma-
na; a defesa e a promoção do bem comum; as redes de solidariedade; e as
exigências da subsidiariedade. É natural que provoque reações e resistências.
Um dos conselheiros mais estimados pelo Papa Francisco, o cardeal
hondurenho D. Oscar Rodríguez Maradiaga, presidente da Cáritas Interna-
cional, esteve, em princípios de abril, em Fafe, onde afirmou que a dimensão
social é imprescindível na ação da Igreja Católica: “Vale a pena que a Igreja
sublinhe, em especial através dos leigos, a necessidade de um compromisso
social mais exigente.”
Criticou o atual sistema económico centrado em “produzir mais” para
“consumir mais”, defendendo que a “ética” deve estar em toda a ação huma-
na, para que “a economia não seja egoísta”.
Salvaguardando que a “austeridade é uma palavra de que a Europa
não gosta, mas é virtude cristã”, nem por isso deixou de sublinhar que os
“ajustes” do Fundo Monetário Internacional “não beneficiaram nada” os povos
e “produziram mais pobreza”.
Preveniu também, em entrevista à agência “Ecclesia” que o exces-
so de individualismo leva a esquecer a “dimensão comunitária”, mesmo na
vivência dos católicos. “É muito necessário que a dimensão social entre na
evangelização”, acentuou.
Sem papas na língua, durante uma conferência sobre “O cristão na
ação social’, defendeu que, além de “assegurar a todos a comida ou um
“... a dignidade da pessoa humana; a defesa e a promoção do bem comum;
as redes de solidariedade; e as exigências da subsidiariedade.”
Cónego Rui OsórioJornalista e pároco da Foz do Douro
decoroso sustento, é necessário lu-
tar, também, para que os pobres te-
nham prosperidade sem exceção de
bem algum. E, finalmente, é neces-
sário anunciar com insistência que,
para a Igreja, a opção pelos pobres
é uma categoria teológica, mais do
que cultural, sociológica, política ou
filosófica.”
Naqueles primeiros dias de
abril, tomei nota que outro cardeal,
o italiano D. Gianfranco Ravasi, ao
anunciar a participação do Vatica-
no na Exposição Internacional de
Arte na Bienal de Veneza, de maio
a novembro próximos, fazia alian-
ça, aparentemente espúria, entre
pobreza e a beleza, citando um
célebre provérbio indiano: “Se tens
dois pães, oferece um aos pobres,
depois vende o outro e compra uma
flor de jacinto e doa, também ela,
aos pobres”.
Obra Diocesana de Promoção Social12
Mundo, dignidade e futuro
Por decisão do Parlamento e do Conselho Europeu e com o lema “o
nosso mundo, a nossa dignidade, o nosso futuro”, 2015 é o “Ano Europeu
para o Desenvolvimento”. Tem como objetivos: informar sobre a coopera-
ção para o desenvolvimento da União e dos respetivos Estados-Membros;
fomentar a participação direta, o pensamento crítico e o interesse ativo na
cooperação para o desenvolvimento, inclusive na formulação e execução das
respetivas políticas; sensibilizar para os benefícios decorrentes da política de
cooperação não apenas para os beneficiários da ajuda ao desenvolvimento
da União mas também para os cidadãos.
O “ano europeu para o desenvolvimento” decorre quando se sabe que
já, no próximo ano, metade da riqueza mundial estará nas mãos de cerca de
1% da população. É um número impressionante e que mostra como há muita
coisa errada na distribuição da riqueza. Poucos com muito e muitos com
pouco ou sem nada. É certo que a existência de quem cria riqueza é decisiva
para o desenvolvimento, através da criação e emprego em larga escala, mas
como se pode combater a pobreza e as desigualdades (mais de mil milhões
vivem com pouco mais de um euro por dia) se, no final, grande parte do “bolo”
fica nas mãos de poucos, alguns dos quais provavelmente à revelia do bem
comum?
Os cultores da ciência económica, os operadores do sector e os res-
ponsáveis políticos devem advertir para a urgência de se repensar a eco-
nomia, considerando, por um lado, a dramática pobreza mundial de milhões
de pessoas e, por outro, o facto de que as atuais estruturas económicas,
sociais e culturais sentem dificuldade em assumir as exigências de um autên-
tico progresso. As legítimas exigências de eficiência económica deverão ser
mais harmonizadas com as exigências da verdade, da participação política e
da justiça social. Em concreto, isto significa tecer de solidariedade as redes
das interdependências económicas, políticas e sociais, que os processos de
globalização em curso tendem a acrescentar.
Neste esforço de repensamento, que se perfila articulado e tende a
incidir nas conceções da realidade económica importa ter presente aquele
princípio segundo o qual os bens são bem quando ao serviço da pessoa toda
e do maior número possível de pessoas. É também preciosa a cultura de uma
verdadeira “civilização do amor” em que o imperativo do dom poderá levar
a uma forma de vida assente e orientada para a verdadeira esperança. Civili-
zação onde mais que querer ter um lugar, sobressai o querer ser e o procurar
ser o lugar onde cada um se poderá
encontrar consigo mesmo, com os
outros e com o mundo. Será sempre
uma civilização do bem maior, para
o qual são orientadas vontades e
bens, capacidades e dons.
Construir e contribuir para
uma civilização do amor para o “De-
senvolvimento do nosso Mundo, da
nossa Dignidade e do nosso Futuro”,
implica audácia e capacidade de ro-
bustecer uma vivência do Encontro
(como lembra o papa Francisco na
Evangelii Gaudium). Vivência onde
todos se reconhecem igualmente
dignos, mas diferentemente capa-
zes de sonhar e realizar as condi-
ções de vida que da relação leve à
comunhão.
Assim se constrói uma socie-
dade onde o desenvolvimento co-
letivo se manifesta no crescimento
de cada um e de todos e em que o
desenvolvimento pessoal faz senti-
do, por ser parte de um desenvolvi-
mento coletivo assente na justiça e
na verdadeira solidariedade (aquela
que solidifica a fraternidade), que
não sinta vergonha em partilhar para
assistir aqueles que mais necessi-
tam, mas sempre na senda da ple-
nitude da Pessoa toda e de todas as
Pessoas.
Padre Lino Maia
13Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Pedagogia pertinente para hoje, amanhã e sempre
Introdução
a. Em cada situação é fundamental questionar-se lealmente: “quem sou”,
donde venho”:
O meu percurso de vida, com sucessos e fracassos que marcaram a minha
identidade nos modo de ser, de ponderar e agir com determinados critérios; tam-
bém é conveniente apurar “como estou” nesta fase da minha vida pessoal, fami-
“para onde vou” ou seja: como me adaptar, de modo pertinente, para responder
à situação dos educandos, cuidando deles como eles precisam para enfrentarem
o futuro de modo competente, honesto e solidário.
b. Outro aspecto a estudar são as circunstâncias características
deste mundo
aspectos mais marcantes, nesta fase de crise e de transição são de notar
especialmente:
• A instabilidade familiar e o envelhecimento populacional devido à bai-
xa fertilidade e ausência de valores comuns;
• No mundo globalizado prevalecem o desequilíbrio entre ricos e pobres
e o investimento insensato em armamentos para destruir em vez de cons-
truir;
• Prevalece a dinâmica dum mundo sem regras e sem valores éticos,
prevalecendo o vazio do apetecer sobre o dever;
• Valoriza-se o provisório em detrimento dos fundamentos metafísicos e
do conhecimento causal e valorativo do essencial;
• Prevalece o espectáculo ilusório do sucesso em detrimento da ver-
dade, da honestidade e da justiça equitativa e atempada;
• Em vez de valorizar a inteligência e o conhecimento objectivo para
aprofundar a liberdade e a responsabilidade solidária, é frequente pro-
teger a “esperteza saloia” que favorece a corrupção recorrendo à
habilidades mentirosas, não olhando a meios para conseguir desonesta-
mente os próprios interesses. Etc.
Neste contexto é urgente desencadear processos avaliativos em bus-
ca da verdade e acreditando na vocação positiva da humanidade que é
caminhar para a possível autonomia dada no respeito pelas legítimas diferenças
c. Neste tempo e circunstâncias, para um correcto desempenho pe-
dagógico, é essencial investir no fundamentado optimismo de que o ser humano
é vocacionado para evoluir na linha da verdade e da responsabilidade solidária,
desenvolvendo os conhecimentos e apurando a consciência ética, moral e deon-
tológica para ser em si, por si e como
“pessoa comunitária” competente, ho-
nesta, original e complementar.
Como ponto de partida realis-
ta parece essencial, para um concreto
desempenho informativo e formativo,
dever ter em esclarecida conta o con-
texto dos alunos e os determinantes
respectivas famílias na sua estrutura
económica, cultural, princípios éticos,
estabilidade relacional assim como as
importante apurar o número de irmãos
e respectivo relacionamento recíproco.
É útil adquirir informações, res-
peitando a intimidade devida, da even-
tual referência aos avós, tios, primos e
amigos de livre escolha que podem ser
útil referência de “modelos” a imitar para
o positivo ou negativo. E é evidente que
cada pessoa é uma entidade e identida-
de única e irrepetível.
E tendo isto na devida conta e
para que cada um se torne participante
positivo na educação, é essencial que
todos possam convergir nos objectivos
e nos valores familiares, éticos, religio-
sos e cívicos; se assim não for, directa
ou indirectamente, abalam o desenvol-
vimento psicossomático, intelectual,
social e moral, num contexto de regras
contraditórias:
-
cador neste “tempo sem regras”, como
ponto de partida e de forma realista, é
conveniente rever a própria entida-
Frei Bernardo Domingues, O.P.
Obra Diocesana de Promoção Social14
de e identidade ao longo do arco da
vida já percorrido. Nesta revisão de vida
e de projecto para o futuro previsível é
essencial uma atitude de autentici-
dade avaliativa. Esta dinâmica ana-
lítica e projectiva deve conduzir-me à
autenticidade de vida competente rela-
tivamente ao que fui, sou e poderei vir a
ser nos serviços à comunidade.
2. As estratégicas a utilizar
devem envolver os diversos aspec-
-
ções de vida pessoal, familiar, social,
-
tariado, ponderando com verdade os
sucessos e os fracassos, assim como
as respectivas causas e circunstâncias
-
ponderação, decisão e operacionalida-
de equitativa.
3. No apuramento da autentici-
dade, da liberdade e responsabilidade
no que já aconteceu, não vale muito a
-
dio a não ser como lição para no futuro
não repetir idênticos erros. No apura-
mento da competência operativa, devo
enfrentar os objectivos a atingir e
seleccionar os métodos adequados
e disponíveis para o bom desempe-
tendo em conta as próprias capacida-
des actualizadas e os direitos dos edu-
candos.
tempos e frágeis, numa direcção de
apuramento da maturidade psicosso-
mática, temperamental e relacional, é
dever de todos o desenvolvimento
intelectual, afectivo e pedagógico
adaptativo às circunstâncias dos
educandos e respectivas motivações
ou eventuais preconceitos e resistên-
cia às aconselháveis mudanças para se
tornarem progressivamente capazes de
possível autonomia e de solidariedade.
A missão comum de todos
é desenvolver o ser em si, por si e
para adquirir competências teóri-
cas e práticas, de modo evolutivo e
com disponibilidade para adaptar-se
às situações emergentes e até inespe-
radas.
5. Em cada fase da vida pessoal,
avaliar o passado, ponderar o presente
e programar o eventual futuro, que está
sempre a principiar.
Nesta perspectiva analítica e
projectiva ou prospectiva, é pois per-
tinente questionar-se donde venho,
onde estou, para onde pretendo ir
e de que meios disponho efectiva-
mente neste contexto etário, familiar e
a. Donde venho? Cada pessoa
é um desaguar, melhor ou pior articu-
de limitações e capacitações: a heredi-
tariedade directa, prevalente e recessi-
va, assim como a situação de sanidade
global dos Pais e respectivo papel, me-
lhor ou pior assumido evolutivamente,
por casa membro da família integrada
ou crise de dearticulação. E para bom
desempenho dos pedagogos have-
ria que articular esclarecidamente
a missão dos Pais, irmãos, avós e
outros familiares intervenientes
com a missão complementar da Escola
-
tes.
Pelo que cada pedagogo
deve avaliar-se com autenticidade
a bem estimular cada um dos seus
alunos e respectivas capacidades
no auto - desenvolvimento a caminho
da própria identidade evolutiva cada vez
mais competente e positiva.
b. Com quem todos poderão
envolver-se completamente após a
Operacionalidade e produti-
vidade? Nesta avaliação da presente
identidade é
quem sou, como estou e se no fu-
turo poderei desencadear as res-
pectivas capacidades pedagógi-
cas, o que envolve apuramento de
saberes e da respectiva pertinente
comunicação de modo que os des-
tinatários acolham a mensagem, a
-
ladamente com os outros saberes.
Por isso se repete que para ensinar é
necessário conhecer bem a matéria, os
destinatários, para aplicar as ajustadas
metodologias, viradas para um futuro
15Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
-
do possível, realista.
6. Portanto é essencial per-
manentemente promover-me na
linha das competências, da ho-
nestidade, apurando a arte de bem
cuidar de desenvolvimento integral
dos alunos, que me estão provisoria-
globalização, de crise e de competitivi-
dade. Recorrendo à memória, à his-
tória mestra da vida, é essencial iden-
e adaptar-se às situações envolventes.
Todos devem perceber que
os saberes são autênticas fontes
de poder enquanto que a ignorância e
a falta de respeito pela entidade e iden-
tidade virtuosa são fonte de males pes-
soais e sociais.
7. Bem combinando o passa-
do e o presente estamos a construir
o futuro com competência, solida-
riedade e felicidade pela estimulação
ajustada e o respeito recíproco. Em
cada situação há pois que apurar os
saberes e os processos comunicativos,
tendo em conta o percurso de cada
pessoa envolvida: saúde, contexto fa-
miliar e social, ambiente afectivo, cultu-
ral e a vontade de ser e viver.
Os alunos devem ser respei-
tados e “alimentados” estimulando o
desenvolvimento das respectivas po-
tencialidades e transmitindo saberes
teórico – práticos percebidos como
úteis para a vida quotidiana.
8. -
tiva dos destinatários é essencial
conseguir um bom relacionamento
para que as potencialidades sejam de-
tendo em conta a proporcionalidade
entre necessidades e disponibilidades
temporais previstas. Tendo porém em
conta as características de cada alu-
no é essencial ajudá-los a recorrer aos
métodos indutivos, dedutivos, analógi-
cos e intuitivos, no pertinente esforço e
continuidade, auxiliando-os a saborear
e a festejas a alegria de saber tendo
em conta os “porquês”, os “para quê” e
“como” aplicar os métodos ajustados a
cada matéria a estudar.
9. -
tivos para onde pretendemos ir, é
essencial escolher adequados cami-
nhos da ciência, da ética, da estética
em vista das atitudes humanas que
implicam razão para tornar-se alguém
apto, consciente que cada pessoa é
uma personalidade ou uma identidade
irrepetível. Nesta perspectiva ninguém
substitui ninguém na respectiva entida-
de e funcionalidade, correspondentes à
respectiva missão descoberta e assu-
essencial e adaptativa às circunstâncias
ou ocorrências a ter em consideração.
10. Desenvolvendo a funda-
mentada auto-estima e respeito,
cada pessoa deve tornar-se pro-
gressivamente livre e responsável
pelo o ser e bem fazer. Isto implica per-
correr os caminhos do auto – domínio,
do apuramento dos saberes teórico –
práticos pela educação e a instrução,
treinando capacidades e apurando a
consciência dos deveres éticos, no-
meadamente o civismo.
No apuramento da inteligência e
o treino da vontade para assumir os va-
lores, a pessoa torna-se cada vez mais
competente, livre e feliz, superando a
ignorância, as paixões, os medos des-
proporcionados, superando a preguiça,
a vida parasitária ou de fuga para os
tóxicos, a cleptomania, etc., tornando-
de modo realista no desempenho duma
aculturação e solidariedade de ser com,
por e para os outros na busca da equi-
dade acolhedora.
11. Em suma: é essencial pra-
ticar a verdade, buscando a unidade
no essencial e evidente, respeitar
as diferentes opiniões fundamen-
tadas, desenvolvendo a possível
convergência pela prática da soli-
dariedade, que implica compaixão
recíproca devido às fragilidades
de cada pessoa – todas da mesma
espécie, mas todas únicas na res-
pectiva identidade e percurso histórico.
Neste tempo sem referências sólidas a
um perigoso mundo sem regras, o que
exige especial cuidado educativo
Obra Diocesana de Promoção Social16
CaminhandoEncontro de gerações
Maria Teresa de Souza-CardosoEducadora de Infância
“A qualidade da sociedade, direi da civilização, julga-se também de como
os idosos são tratados e do lugar a eles reservado no seu viver comum” são pala-
vras sábias do Papa Emérito Bento XVI.
E o Papa Francisco não deixa de insistir na necessidade tão actual de res-
peitarmos o 4º mandamento: “Honrar pai e mãe”.
Ele diz-nos que cumprindo este mandamento estamos a valorizar a fun-
-
damento tem grande actualidade para a sociedade contemporânea onde a lógica
da utilidade tende a ultrapassar os valores da solidariedade e da gratuidade, que o
abandono é a ‘doença’ mais grave dos idosos e também a injustiça maior. Que não
nos podemos conformar com o modelo consumista actual que olha com impaciên-
cia, indiferença e desprezo para a velhice; os idosos são homens e mulheres, pais
e mães que percorreram antes de nós, as mesmas estradas, estiveram na mesma
casa, travaram a mesma luta diária por uma vida digna. Uma civilização na qual
não há lugar para os idosos que são descartados porque criam problemas, leva
consigo o vírus da morte. Onde não são honrados os idosos, não há futuro para
os jovens.
Paradoxalmente é na sociedade ocidental, onde o aumento da esperança
de vida, a queda da natalidade e o desemprego de grande duração a partir da
meia-idade que o respeito pelos idosos mais se degradou.
Contrapondo à arrogância exibicionista ocidental de modelos de solidarie-
dade, que tudo transforma num mero problema económico, há sociedades africa-
nas e asiáticas que têm um respeito crescente pelos mais idosos, que os ouvem e
que os ajudam a manter-se vivos, activos e mais úteis que nunca. Daí não admirar
o provérbio africano que diz que “Cada velho que morre é uma biblioteca que
arde”
demorada do tempo, de vivências e testemunhos de um passado que, verdadeiro
legado, se transmite e perpetua nas gerações seguintes.
Ao contrário, no mundo ocidental vigora um modelo de solidariedade que,
preocupando-se minimamente em assegurar uma pensão, tantas e tantas vezes
afasta as pessoas da sociedade e muitas vezes da família desbaratando um capital
Plenamente consciente destes factos a Obra Diocesana de Promoção So-
cial pratica para com os seus idosos uma solidariedade que não se limita de forma
alguma a uma redistribuição de bens materiais.
saber que desconheciam eles terem.
17Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Como nos testemunha um dos Assistentes da nossa Obra:
“A integração de um idoso numa valência de Centro de Dia é sempre mar-
cada por um processo de habituação a um novo espaço e que poderá ser moroso.
Uma das estratégias para a promover (e um envelhecimento bem sucedido) passa,
de entre outras, pelo desenvolvimento de actividades relacionadas com o fomento
da proximidade com a família, de modo a preservar os laços afectivos e as compe-
tências gerais do idoso e que este sinta que não foi ‘despejado ‘no Centro Social.
É aqui que a Obra Diocesana tem um papel fundamental. Proporcionar e
motivar a integração da família com o idoso dentro da instituição, mostrar à família
a importância das visitas
periódicas aos idosos; bem como a sua participação em eventos da institui-
ção, como festas temáticas, aniversários, actividades de lazer; sendo importantes
para o bem-estar dos idosos, permitem o reatar dos vínculos familiares.
Vários estudos em populações idosas referem que, indivíduos que sofrem
-
timentos mais calorosos e com uma maior sensação de conforto após o contacto
com estes. Eles podem rapidamente esquecer-se, mas uma visita de um parente
poderá deixá-los com um sentimento de alguma satisfação.
Em suma, o trabalho realizado diariamente com os nossos idosos passa
sempre por fomentar nestes a importância do vínculo afectivo seja com família seja
com amigos”.
Sabendo também do grande dom que são as crianças, e da alegria e do
entusiasmo que a todos contagia, a Obra Diocesana promove, fomenta e dinamiza
inúmeras actividades intergeracionais todas de grande sucesso, como a ‘Horta
o respeito, a alegria e o amor numa verdadeira cumplicidade entre ‘avós’ e ‘netos’
mas também a ‘Hora do Conto’ onde os avós contam uma história às crianças atra-
vés de dramatizações, canções e poemas ganhando uma motivação e uma alegria
de viver extraordinários; e que verdadeiros talentos não se têm revelado!
Como nos refere uma Animadora Cultural de um dos Centros da Obra Dio-
cesana:
“Envolver crianças e idosos na mesma actividade é uma das nossas prio-
Centros da ODPS, desde a horta do avô, a hora do conto, a partilha do pão e todas
as outras.
As crianças trazem alegria e vontade de viver, os idosos com a sua ex-
periência e conhecimento, enriquecem os mais novos. Numa troca de abraços e
beijinhos todos partilham estes laços afectivos e emocionais, que vão crescendo
a cada actividade realizada. Quando perguntamos aos idosos do que mais gosta-
ram, a resposta é sempre rápida e a mesma: ‘ foi das crianças’. Esta aproximação
de gerações, por vezes do mesmo sangue, ou como vizinhos, ou ainda ‘neto/avô
adoptado’ vai proporcionar conviver e preencher vazios que de outra forma não
seria possível, como nos dizia uma avó na actividade da partilha do pão: ‘já que
Obra Diocesana de Promoção Social18
partilho com todas estas crianças que se portaram tão bem e pensando em todas
as outras do mundo inteiro que tenham sempre pão para comer’. O idoso não volta
a ser criança… mas gosta de fazer parte da vida de uma criança.”
Voltando ao incontornável Papa Francisco “As crianças são em si mesmas
uma riqueza para a humanidade e também para a Igreja, porque nos chamam de
volta constantemente à condição necessária para entrar no Reino de Deus: aquela
de perdão. E todos precisamos de ajuda, de amor e de perdão!”.
É pois de forma consciente e responsável que a Obra Diocesana fomenta
e luta por uma verdadeira união de gerações, onde as crianças possam aprender
com as palavras e as vivências dos mais velhos e estes possam sentir-se úteis,
necessários e amados.
uma cliente de um dos nossos Centros: “ Quando entrei neste Centro foi por dois
dias, com muita pena minha, mas o meu estado de saúde, não me permitia vir para
o Centro. Foi-me dado todo o apoio em minha casa.
Lutei durante um ano com todas as minhas forças, para poder voltar. Hoje
mais velhinho, todos são meus amigos, é a minha segunda casa, saio duma entro
noutra.
Sempre que necessito ir ao médico, fazer exames ou tratar qualquer as-
sunto, é no Centro que encontro apoio. Aqui tenho sempre o meu dia ocupado,
ainda consigo ajudar os outros, colaboro em todas as actividades que me são
propostas e ainda vou aos passeios. Faço trabalhinhos e às vezes levo para fazer
em casa.
Nunca me sinto só, e nem quero imaginar como seria a minha vida sem
esta Obra”.
É pois vivendo um verdadeiro amor ao próximo que as diferentes gerações
da nossa Obra se entreajudam e apoiam mutuamente.
-
co Ribeiro: “O amor ao próximo
Humanidade! Ele continua a ser a vocação máxima e também a máxima pretensão
da ODPS
não está nas grandes declarações de generosidade, mas sim numa solidariedade
inteligente e numa cidadania proactiva e responsável em busca de compromissos
social”.
19Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Alex, Sofia e Cristina
Aventura
Fonte QuenteTocha - Março 2015
Ainda bem cedo, os Centros
Sociais ganharam vida com a chega-
da das crianças com as suas malas e
bagagens cheias de indumentárias e re-
pletas de muitas expectativas. Os pais,
avós, tios, outros familiares e amigos, já
com muita saudade à espreita, espera-
vam a chegada dos autocarros para a
despedida! Os dias 26 e 27 de março
nas memórias das nossas crianças da
Valência CATL da Obra Diocesana de
Promoção Social.
A audácia de dois dias passa-
dos fora de suas casas, a curiosidade
e interesse nas dinâmicas a realizar, o
conhecer e fazer novos amigos, o par-
ticipar no jantar de gala e a diversão na
discoteca foram desde o anúncio desta
atividade as maiores motivações para a
participação nesta aventura, na Tocha.
Talvez devêssemos começar
pelo cenário.
O nome do lugar: Quinta da
Fonte Quente. Soa meio sumptuoso,
mas tem a sua razão de ser!
Olhando-se por cima, a quinta
é uma imensa área verde, cortada ao
meio por uma avenida em terra batida.
Do lado esquerdo, aparece a igreja, as
ruínas de um prédio antigo e as ruelas
ladeadas por árvores ainda despidas
devido ao Inverno. As diversas ruelas
originalmente existentes, iam aparecen-
do e conduzindo-nos a várias áreas de
animação que as nossas crianças pu-
deram desfrutar, tais como, o parque
aventura, para a prática de desportos
radicais, o campo de areia, o campo
Obra Diocesana de Promoção Social20
polidesportivo, o minigolfe e o campo
de jogos tradicionais, entre outros. To-
dos os anos a Quinta da Fonte Quen-
te - Turismo Social, recebe grupos das
escolas, grupos de jovens e menos
jovens, grupos de seniores da terceira
outros, que partilham o gosto e a von-
tade de estar em harmonia com o meio
natural, aliando o lazer, o desporto, a
natureza e o ar puro.
Assim, e apesar do chuvisco
inoportuno que teimosamente se fazia
sentir, a alegria resplandecia no rosto
das nossas crianças! A chegada ao Ho-
tel Branco deu-se de forma tranquila
mas simultaneamente expectante e im-
pregnada de euforia. Ordeiramente en-
caminhadas para os respetivos quartos,
as crianças acomodaram-se e, como
-
guns tentaram...). Pouco depois, o pon-
to de encontro deu-se numa sala de ati-
vidades do hotel para que, desta feita,
se procedesse à saudação de boas vin-
das, com a intervenção do Exmo. Presi-
dente da Obra Diocesana de Promoção
Social – Sr. Américo Ribeiro.
De seguida, num ambiente con-
tagiante de desportivismo e sentimento
de pertença, efectuou-se a distribuição
das crianças por equipas, a apresenta-
ção do adulto de referência e a atribui-
-
ção e crédito/ prémio. Distribuídas as
diferentes equipas, estas foram enca-
minhadas para o Arraial, no espaço ex-
terior, onde se desenvolveu a atividade
“Quebra gelo”, na qual o nosso “capi-
tão”, de forma bem divertida apresentou
com a colaboração de todas as crianças
“Chu Chuua da Brigada Bum”. Parecia
até, que S. Pedro também sorrira e
mandara parar a chuva, dando-nos
ao ar livre! No seguimento desta ati-
vidade com música, surgiram diferentes
crianças e adultos puderam mostrar as
suas aptidões.
Terminado o momento de aco-
lhimento, as equipas foram dividas em
dois grandes grupos para desta forma,
a caminho do refeitório, efectuarem uma
visita de reconhecimento ao espaço
visita, as crianças dirigiram-se ao refei-
tório dando-se início ao almoço.
No período da tarde, iniciou-se
a atividade “Jogos de Equipa” com di-
versos jogos espalhados por diferentes
espaços do empreendimento – Jogo de
21Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Futebol, Jogo do Mata, Jogo do Stop,
Jogo da Petanca e Jogo do Mini Golf.
-
-se a um período de descanso, com dis-
tribuição do lanche da tarde e, de segui-
da iniciaram-se os “Jogos Tradicionais”
distribuídos no campo polidesportivo,
em 2 circuitos bem divertidos! Assim,
com entusiasmo, empenho e muita
diversão, crianças e adultos puderam
descobrir e relembrar jogos como: “O
arco e a forqueta”, o “Jogo do ele-
fante”, o “Jogo da farinha”, o “Jogo
da bola equilibrada na cabeça”, o
“Jogo dos pés na tábua” e o “Jogo
da bolacha”.
Então já um pouco cansadas,
mas cheias de entusiasmo, todas as
crianças passaram para os tão dese-
jados “Jogos de Prémio”, um circuito
em jeito de uma pequena feira popular
no qual, para sua alegria, todas con-
seguiram ganhar doces, livros, porta-
-chaves, batons, entre outros prémios.
Já noite, aproximava-se o “Jan-
tar de Gala” envolto na temática da
Primavera. Nos quartos gera-se o fre-
nesim por causa dos preparativos das
indumentárias a usar neste evento. Os
para o cabelo delicadamente elabora-
das para o jantar e sobre o tema acima
referido, foram envergados com gosto e
elegância!
A sala de jantar estava ao rubro
com uma singela mas apelativa deco-
ração e repleta de crianças emanando
boa disposição.
“Jogo do Bingo”, no qual muitos, ao
completarem o seu cartão, receberam
mais e mais prémios.
Chega, então o momento tão
desejado por todas as crianças – a
“Discoteca” onde num ambiente de
enorme festa todos se divertiram ao
som dos Hits desta geração, degus-
tando deliciosas bebidas ao gosto de
cada um. O espaço, também, com uma
decoração alusiva à Primavera envolveu
marcará as nossas memórias.
Tardia já era a hora e, batendo-
-se contra o cansaço e o sono, termina
a noite e todos recolhem aos seus quar-
tos para descansar, mas não, sem antes
realizar uma ceia bem deliciosa. Alguns
resistem e o burburinho permanece nos
corredores até que o silêncio invade
todo o Hotel.
Ao amanhecer, o Sol aliou-se à
nossa passagem pela Quinta da Fonte
Quente. O alvoroço começou a sentir-
Obra Diocesana de Promoção Social22
-se com o despertar das nossas crian-
ças. Seguia-se, o pequeno-almoço e o
“Concurso do Pijama”. Todos os que
Júri – Sr. Américo Ribeiro e a Enfer-
meira Vera Azevedo – avaliar e pre-
miar. Difícil foi a escolha mas, os dois
primeiros lugares premiaram o tradi-
cional pijama feminino e masculino
e quatro menções honrosas a outros,
pela sua originalidade.
A “Caça ao Tesouro” foi um
dos momentos de maior esforço das
equipas. Na perseguição de pistas per-
correram, durante cerca de uma hora,
espaços desconhecidos em íntimo con-
tacto com a natureza até alcançarem
o desejado tesouro. Conscientes e em
equipa, escolheram uma das caixas que
nem a maior ou mais bonita seria a mais
recheada!
Após o almoço foi passado um
-
colhidas ao longo desta “Aventura Fonte
Quente 2015” e que a todos marcou! A
par deste momento, o Sr. Presidente
Américo Ribeiro proferiu algumas pala-
vras de agradecimento por todo o esfor-
ço e trabalho demonstrado, pelos de-
mais colaboradores da Obra Diocesana
de Promoção Social, nesta inovadora
iniciativa e, para encerrar esta aventu-
ra, foram oferecidos, pelo Conselho
de Administração, na pessoa do seu
Presidente, Senhor Américo Ribeiro,
a todas as crianças, um porta-chaves
da nossa Instituição como lembrança
destes momentos passados enquanto
“pessoas a sentirem pessoas”.
Em jeito de despedida todos
os presentes cantaram a música
“Dizer adeus”.
Talvez devêssemos terminar
pelo cenário:
o Sol radioso e um vento
suave, faz as árvores dançarem
uma triste melodia do adeus. Soa
meio melancólico mas, tem a sua
-
cam as memórias dos espaços, das
brincadeiras, da partilha, do com-
panheirismo, da alegria que todas
as crianças puderam vivenciar…
Não é um adeus, é um até
sempre…
23Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
“O papel da Igreja e das Instituições de Solidariedade num contexto de crise”
Um convite bastante simpático chegou até mim, colocado pelo Senhor
Presidente da Caritas Diocesana do Porto, Bom Amigo Dr. Barros Marques: o
de ter uma intervenção nesta Conferência.
Acedendo com alegria, pois gosto de colaborar, agradeço a oportuni-
corresponder às expectativas previstas, apresentando algumas considerações
sobre a temática: “O papel da Igreja e das Instituições de Solidariedade
num contexto de crise”.
É do conhecimento comum, por serem, claramente visíveis os seus efei-
tos, que o papel da Igreja e das Instituições de Solidariedade, independen-
temente da situação, mais ou menos favorável, em que as comunidades vivam,
assumem, sempre, lugar destacado no contexto socio caritativo, dado o
valor, que geram à sua volta, que fazem brotar do seu seio, em termos de digni-
-
blema e veste a roupagem de crise, a sua ação torna-se ainda mais premente e,
absolutamente, imprescindível.
A Igreja, com a sua “doutrina social”, arroga a missão de evangelizar
e de proteger, atos sustentados na mensagem cristã e inspirados num enorme
desejo e objetivo de colaborar na construção de um mundo melhor, na forma-
ção de comunidades mais justas e mais fraternas,
identidade da pessoa humana.
Na sua dinâmica, que pretende ser persistente, atenta e completa, pre-
serva e implementa valores sociais, morais, éticos e espirituais, os quais indicam
as coordenadas para muitas vidas, oferecendo rumos de esperança num
horizonte, muitas vezes, fragmentado, obscuro e sem perspetiva.
Cabe, fundamentalmente, a todos os cidadãos contribuir para a promo-
ção de uma sociedade mais unida e humana, repercutindo-se no mundo glo-
balizado, onde a permuta do dar e do receber é resultante de uma consciência,
solidamente, formada e de uma responsabilidade social, que tem como intenção
A solidariedade é a adesão circunstancial a uma causa, implicando
olhar atento e penetrante, impulsionador para o compromisso. Ela chama a si o
altruísmo, mobilizando no sentido da consecução de intenções.
Altruísmo e solidariedade são valores morais, socialmente, consti-
tuídos e encarados como agentes transformadores no crescimento pessoal e,
consequentemente, grupal.
Como sustenta o pensamento do especializado sociólogo alemão Ulri-
ch Beck (1998), a solidariedade assenta na sociabilidade da pessoa hu-
mana, na igualdade em dignidade e direitos e na unidade dos indivíduos
como sujeitos.
S. João Paulo II (1998) aludiu que a solidariedade deve ser enten-
Américo RibeiroPresidente do Conselho de Administração da ODPS
e perseverante, de se empenhar
pelo Bem Comum, onde todos são
responsáveis de todos.
Aplicando uma expressão
Igreja e as
Instituições de Solidariedade a ela
ligadas são excelsas fazedoras de
Bem, geradoras de paz, acolhedoras
e apaziguadoras na dor, comparti-
-
nação em alcançar, empreendedoras
no realizar…
Encaminhadas pelo propósito
do Bem, cada vez com mais desvelo
e organização, transformam-no em
paradigma.
A este respeito, Sua Exce-
lência o Senhor Presidente da
República, ainda no passado dia 11
de Fevereiro, proferiu estas palavras:
- “Aquilo que não posso es-
quecer é o contributo que as Ins-
tituições de Solidariedade Social
sofrimento de todos os portugue-
ses no desemprego ou que viram
os seus salários diminuídos, com
cortes nas prestações sociais e
aumentos de impostos”.
As Instituições de Solida-
riedade consagram um apoio social,
nestas diferenciam-se as da Igreja
ou a ela associadas, pois possuem
motivação fundacional de inspi-
ração cristã católica, o que lhes
concede, só por este facto, uma iden-
tidade própria.
Assumem um papel de relevo
pelo seu cariz na identidade nacional,
experiência, potência e papel inter-
médio na sociedade portuguesa.
Obra Diocesana de Promoção Social24
O autor do livro “As Institui-
ções de Solidariedade Social”,
Licínio Lopes, considera estas en-
tidades
em tempo de crise, pois impedem a
revolta da população, atenuando efei-
tos nocivos, que facilmente se pode-
riam gerar.
A sua capacidade de “acudir
a situações problemáticas” faz de-
no sentido de chamar a paz social e
evitar a revolta motivada pela própria
condição da existência humana.
Segundo ele, o papel das
Instituições de Solidariedade é
“insubstituível” em situações de
fragilidade, como a que vivemos,
atualmente, e isso não pode ser ne-
gligenciado.
A garante da paz social sus-
tenta-se com o apoio por elas presta-
do e sustentado.
Em épocas de maior debilida-
de do Estado, no que diz respeito às
necessidades das pessoas, a função
das Instituições de Solidariedade
faz-se sobressair muito mais, pois re-
força a sua ação social, institucional e
económica, a qual afasta ou até mes-
mo anula fenómenos perturbadores.
A solidariedade entre as
pessoas, criada através da sua obra
socorrista de acudir, de responder
prontamente, mesmo nos seus mo-
mentos mais críticos de sustentabili-
Instituições
de Solidariedade uma marca civi-
lizacional e uma nascente gerado-
ra de amor.
Atesta-o, irrefutavelmente, o
seu lema, que é o de ajudar, prote-
ger, oferecer, fazer encontrar, tanto
quanto possível, atempadamente, as respostas ajustadas às necessidades das
pessoas em situação difícil.
As Instituições de Solidariedade assumiram, desde tempos bem dis-
tantes - a sua história é notável - um papel importante na sociedade portu-
guesa.
Contudo, no contexto de mudanças estruturais profundas, provocadas
-
vância ganhou uma nova expressão e uma nova dimensão.
As situações de alarme social tornaram-se, gradualmente, mais visíveis e
percetíveis e estas entidades são procuradas com maior regularidade, vendo
nelas os recursos fundamentais para as resolver.Necessidades sociais relacio-
nadas com situações de carecimento material, como pobreza, pobreza enver-
encontraram soluções, em grande parte, pelo serviço, incansável e meritó-
rio por elas oferecido.
As Instituições de Solidariedade têm vindo a empenhar-se, cada vez
com maior ênfase, no combate e na solução a situações e circunstâncias con-
frangedoras, que só elas o poderão descrever, há casos verdadeiramente
chocantes, e o serviço por elas desenvolvido é testemunho vivo para que se
retire a ilação de que, sem o seu contributo, o panorama de agravamento
social seria ainda mais dramático.
Através da sua rede de serviços e equipamentos sociais, envidam, per-
manentemente, os máximos esforços para facultar a resposta, as respostas
aos diferentes casos que delas necessitam, formando um objetivo, um desejo
em virtude da prontidão imposta, muitas vezes, e das expectativas colocadas
por quem espera.
A atuação das Instituições de Solidariedade ocupa um lugar rele-
vante na nossa sociedade e na vida dos portugueses, mas os seus propó-
-
gente, dada a escassez atual, a curto e a médio prazo de recursos públicos, tor-
nando a possibilidade da sua sustentação muito difícil ou até mesmo impossível.
O Empreendedorismo Social, criado por Bill Dryton -
-se como um maravilhoso instrumento nas Instituições de Solidariedade
os multifacetados problemas sociais através de dinâmica inovadora e sustentá-
“agora” mobilizando uma ação social na prevenção e no apoio às várias circuns-
tâncias de fragilidade, exclusão ou carência humana, promovendo a inclusão, a
integração social e o desenvolvimento local.
O ano de 2012 foi marcado pelo acontecimento que deu voz ao Ano Eu-
25Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
ropeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre as Gerações.
A esperança da média de vida aumentou, substancialmente. Segundo o
Estatuto Nacional de Estatística, dados reportados a 2013, residiam em Portu-
gal 3393 pessoas com mais de 100 anos de idade.
É uma alegria e um grande progresso da ciência, a exaltar.
O bom seria que todos estes idosos tivessem bem-estar e qualidade de
vida, pressupondo um envelhecimento ativo, o que, infelizmente, não acontece.
-
sica, psicológica e da autonomia para o desempenho das tarefas indispensáveis
e normais do dia a dia, acrescendo o problema relacionado com o isolamento
e tristeza em que se envolvem.
As famílias estão, quase sempre, distantes e superocupadas com as
Este fenómeno favorece o isolamento.
O mesmo e a perda de autonomia provocam o empobrecimento do quo-
tidiano, impedem a participação na vida comunitária e geram degradação, mui-
tas vezes, até aos limites mais chocantes das condições de vida.
A resposta a estas situações adversas passa pelo desenvolvimento de
serviços de ação social, que se vão ajustandando às necessidades de cada
caso e à sua evolução.
Mais uma vez, as Instituções de Solidariedade -
nário.
Os serviços que prestam nos apoios domiciliários aos idosos, muitos
dos quais exibindo grande dependência,
e tranquilidade.
Tais serviços não asseguram apenas os apoios materiais, como opor-
tunidades de participação e enriquecimento da vida pessoal e relacional, direi-
tos essenciais para a qualidade de vida, olhando, com particular atenção, as
pessoas idosas mais pobres, cujos rendimentos se encontram, quase sempre,
abaixo do que é necessário para assegurar a subsistência normal, reforçan-
do a posição de desigualdade, que marca a sua existência.
Para ilustrar, um pouco, a exposição, vou descrever alguns exemplos
concretos sobre o que se efetiva e como se efetiva na Obra Diocesana de
Promoção Social, a Instituição cujo Patrono é sua SER D. António Francisco
dos Santos, Bispo do Porto, a qual tenho o privilégio e honta de ser o Presidente
do seu Conselho de Administração.
Como atesta o seu impacte social na comunidade portuense, a Obra
Diocesana é uma Instituição de grandes dimensões e com peculiaridades, as
quais lhe atribuem um rosto muito próprio, uma identidade, uma diferenciação...
Semeando, quotidianamente, o Bem, que é o móbil da alegria, da es-
perança, da razão e sentido de vida de uma numerosa população desfavoreci-
da, ela presta serviço a cerca de 2.700 clientes distribuídos pelos 12 Centros
Sociais, que entram na sua constitui-
ção e que estão inseridos nos Bairros
Sociais da cidade do Porto, designa-
damente: Carriçal, Cerco do Porto,
Fonte da Moura, Lagarteiro, Ma-
chado Vaz, Pasteleira, Pinheiro
Torres, Rainha D. Leonor, Rega-
do, São João de Deus, São Roque
da Lameira e São Tomé.
Cada Centro Social reúne as
valências: Creche; Pré-Escolar; Cen-
tro de Atividades de Tempos Livres
(CATL), no apoio à Infância.
Centro de Dia; Centro de
Convívio; Apoio Domiciliário (nos dias
e feriados), no que concerne ao apoio
à Terceira Idade.
Tem ainda um Centro de
Apoio Familiar e Aconselhamento Pa-
rental (CAFAP).
Todos os Centros Sociais
onde estamos instalados são proprie-
dade da Câmara Municipal do Porto
um parceiro incondicional e excep-
cional para o bom serviço que pres-
tamos à comunidade do Porto.
Em espaços próprios possui-
mos um Armazém para acondicio-
namento de géneros alimentícios e
outros; uma Lavandaria, que trata e
cuida de toda a roupa dos utentes e
dos Centros e uma Central de Costu-
ra situados em Ermesinde.
Acrescem-se a todo este
aglomerado, os Serviços Centrais da
Instituição, que se localizam na Rua
D. Manuel II, em instalações cedidas
pela Diocese do Porto.
A nossa realidade anual regis-
ta:
215 mil Pequenos-almoços
e merendas;
Obra Diocesana de Promoção Social26
580 mil Almoços;
505 mil Lanches;
125 mil Suplementos;
650 toneladas de Roupa a
cuidar;
485 mil Kms percorridos
por toda a Frota.
Os serviços diferenciados, a
sua operacionalização, realização e
monitorização contam com 389 Co-
laboradores, mediante as suas fun-
ções e responsabilidades.
A Obra Diocesana de Pro-
moção Social é sustentada e regu-
lada pelos Valores Absolutos, sus-
tentados em DEUS.
Qualidade, Inovação, Coo-
peração, Empenhamento, Com-
promisso, Transparência, Res-
ponsabilidade e Personalização
marcam os institucionais.
Os elementos que com-
põem o Conselho de Administra-
ção têm a função de agentes de
mudança no tecido social por ati-
var uma missão de gerar e manter
valor social;
reconhecer e chamar à
Instituição, através de forma
-
tunidades para servir tal missão;
implementar um processo
de inovação, adaptação e apren-
dizagem contínuos;
agir, determinantemente,
no sentido de angariar, de encon-
trar novos recursos não se limi-
tando aos disponíveis.
Iniciativa é imprescindível.
Criar, conceber, desenvolver
e avaliar projetos, ter ideias diferen-
tes, mas não se limitar a isso, ir para
o campo implantá-las, colocá-las em
prática.
Contextualizam-se:
-
- Espaço Solidário, uma publicação trimestral, a qual proporciona a
oportunidade de comunicação, grande visibilidade e sensibilização para os ami-
gos existentes e outros, que através dela surgem...
- Amigos em Crescendo. Criámos a Liga dos Amigos da Obra, que
tem sido um importante meio de angariação de fundos.
- Confeção de Bolos de Aniversário;
- Férias com a Obra;
- Diversão Sénior;
- Fazer Sorrir a Solidão - esta inicitiva consiste no seguinte:
-
luntariado e num horário pós-laboral, das 18:00 às 20:30 horas, deslocam-se
aos nossos utentes, sem apoio de retaguarda, e que vivem isolados para lhes
proporcionar todo o serviço relacionado com a higiene pessoal, alimentação,
limpeza dos espaços e ainda oferecer-lhes aquele afeto do coração, que tanto
representa e tanto realiza, visível no sorriso, no escutar e na palavra do conforto,
tónico da esperança;
- Gesto de Amor – O Gesto de Amor, em cada mês, num determinado
-
vo número de pessoas carenciadas (entre quarenta e sessenta) da área onde
está inserido, não sendo nossos untentes, para as presentear com uma refeição
quente, organizada e preparada pelas colaboradoras, também em horário pós-
-laboral;
- Vida pelas Vidas: a Instituição calendariza, durante o ano, cinco co-
lheitas de sangue, que assumem, sempre, grande expressão de dádiva.
Cabe aqui referenciar que, em tempo de crise, houve a necessidade de
criar um “olhar interno especial”, para apoiar colaboradores, que não con-
Apoiaram-se cerca de setenta colaboradores, basicamente, com ali-
mentos, vestuário, calçado e medicamentos.
A Criatividade e a Motivação são importantes companheiras na ca-
minhada.
A Liderança e a Gestão, distintas e aliadas, têm feito a grande dife-
rença.
O Mundo contemporâneo precisa de inteligências ágeis, mentes
abertas, vontades fortes, braços laboriosos, mãos dedicadas... para que a
intervenção fortaleça o humanismo integral em defesa da dignidade huma-
na e da fraternidade entre todos.
Servir é realizar-se, amando!
27Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Actividades dos Centros Sociais
Janeiro > A Alegria na nossa Missão Centro Social de São João de Deus
Em 2014 a Obra Diocesana de
Promoção Social (ODPS) comemorou
o seu 50.º aniversário. Com toda a ex-
periência e bons resultados obtidos ao
longo desse ano, o Conselho de Ad-
ministração decidiu que, em 2015, as
atividades da Instituição funcionariam
em moldes semelhantes – cada Centro
-
vas de cada mês – este ano tendo como
tema mobilizador “A Alegria na nossa
Missão”.
Assim, o mês de Janeiro foi di-
namizado pelo Centro Social de São
João de Deus.
Como primeira atividade rea-
lizou-se um Concerto de Reis, a 6 de
Janeiro, para os utentes da terceira
idade e infância, com a participação da
banda popular portuguesa “Os Boinas
da Bela”.
Para esta atividade todos os
representar, com os seus clientes, jun-
tamente com os seus Coordenadores,
além da presença do Presidente do
Conselho de Administração da ODPS,
Sr. Américo Ribeiro e do Vogal do mes-
mo, Sr. Pedro Pimenta, além da presen-
ça da Diretora dos Recursos Humanos
e Jurídicos Dra. Mónica Taipa De Car-
valho.
A Iniciativa de “Cantar as
Janeiras” ao longo de vários dias do
mês, permitiu às crianças e idosos de
São João de Deus deslocarem-se e co-
nhecerem todos os outros espaços da
ODPS.
Acompanhados por instrumen-
tos musicais diversos e muita satis-
fação, deparamo-nos com excelente
acolhimento em todos os espaços bem
como lembranças simbólicas de agra-
decimento à nossa visita.
Os Serviços Centrais da ODPS
foram o último espaço a ser visitado,
tendo o Exmo. Senhor Dr. João Pratas,
Obra Diocesana de Promoção Social28
feito as honras da casa com a apresen-
tação e explicação de todas as divisões
do Edifício, tal era a curiosidade dos In-
tervenientes em conhecerem tão nobre
espaço.
Nos dias 8 e 14 de janeiro,
esta mesma iniciativa foi replicada em
-
jeto “Fazer Sorrir a Solidão”, nas zonas
Ocidental e Oriental da Cidade, zonas
de intervenção da ODPS com os seus
12 centros.
Foi um momento marcante para
os colaboradores e clientes de São João
de Deus, que voluntariamente participa-
ram nesta atividade, muito bem aceite,
algo bem visível no rosto de todos os
utentes visitados e na simbologia que tal
momento lhes proporcionou.
A 10 de Janeiro, a Liga dos
Amigos da Obra Diocesana de Promo-
ção Social, presidida pelo Senhor Hé-
lio Loureiro, organizou um Concerto de
Reis com Luiz Caracol, que decorreu no
Seminário de Vilar. O artista apresentou-
-se neste concerto em trio com os seus
músicos Ivo Costa e André Moreira e
teve a colaboração de duas convidadas
especiais – a atriz e cantora Lúcia Moniz
e a cantora brasileira Luanda Cozetti.
A meio do mês, no dia 15,
aconteceu outra grande iniciativa – um
concerto musical, a cargo dos artistas
do Centro Cultural e Desportivo dos
Trabalhadores da Segurança Social do
Porto, dirigido a todos os seniores da
ODPS. O evento decorreu no Centro
Social do Cerco do Porto. Aí, os idosos
encheram este espaço para assistir a
uma fantástica tarde de animação mu-
sical, com muitos momentos de alegria.
Este musical teve dois momen-
tos, o primeiro com a atuação de um
grupo Coral e outro com a participação
do grupo de Cavaquinhos, do CCD, que
proporcionaram uma fantástica tarde de
animação musical, com muitos momen-
tos de alegria.
Seguiu-se um lanche convívio
para os centros e para todos os artistas
e restante comitiva também presentes,
além dos convidados onde se incluiu a
presença do Sr. Pedro Pimenta, Vogal
do Conselho de Administração e do
Dr. João Pratas, diretor de Logística e
Economato, Coordenadores de Centro,
29Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Actividades dos Centros Sociais
questão de estar presentes no 1º mu-
sical de 2015.
-
te, uma vez que a realização do espe-
táculo contou com a ajuda de colabo-
radores de ambos os centros com uma
palavra de agradecimento aos colabo-
radores do Centro Social do Cerco do
Porto pela disponibilidade total.
Nas tardes dos dias 13 e 27
de Janeiro, os clientes das valências
de Infância, Centro de Dia, Convívio e
Apoio Domiciliário do Centro Social de
São João de Deus deliciaram-se com
a atividade “Hora do Conto” (que per-
mitiu ao mais idosos contarem variadas
e alucinantes histórias aos utentes da
infância).
O dia 27 de Janeiro , contou
com a presença do Sr. Pedro Pimenta,
que apresentou em suporte interativo a
história da Cidade do Porto, desde as
suas primeiras imagens conhecidas e a
sua evolução até aos nossos dias. Para
muitos tratou-se do reviver de uma cida-
de maravilhosa e para outros o conhe-
cimento e a surpresa pelas mudanças
e pela riqueza cultural que o passado
desta Cidade permite também na atua-
lidade.
A 22 de Janeiro realizou-se o
1.º Passeio Sénior, comum a todos os
Centros Sociais, e que teve como desti-
no a Senhora da Lapa, em Sernancelhe.
No dia 28 de janeiro de-
correu a atividade “Um Gesto de
Amor”. Nesta iniciativa, plena de espe-
e colaboradores confecionaram uma
sopa, com ingredientes variados (ao
estilo “sopa da pedra”), que posterior-
mente serviram à população carenciada
referenciada na comunidade, sinaliza-
dos por diversas entidades, como por
exemplo por técnicos da segurança so-
cial ou através de outras de instituições
contactadas que acolheram e divulga-
ram positivamente esta iniciativa junto
dos seus utentes.
A preparação da atividade co-
meçou logo pela manhã, com clientes
de todas as valências e colaboradores
a prepararem todo o tipo de ingredien-
tes para este “Gesto”, orientados pelas
colaboradoras da cozinha, numa dispo-
nibilidade emocionante de todos, sem
pressas, antes ansiosos por poderem
Obra Diocesana de Promoção Social30
contribuir para um momento de parti-
lha, de afetividade e de solidariedade à
comunidade que rodeia o Centro.
O objetivo da atividade, para
além contar com a população referen-
ciada como carenciada, pretendeu ir
muito mais além, como expor-se e re-
lembrar a toda a população envolvente
ao próprio Centro, a certeza da nossa
presença e atenção a toda a comuni-
dade que nos circunda referindo como
exemplo todos os moradores do Bair-
ro de São João de Deus, contactados
na totalidade, sem exceções, para que
sentissem toda a proximidade e tam-
bém a certeza de poderem sempre
contar connosco através de todas as
nossas valências.
Esta atividade contou com a
importante presença do Presidente do
Conselho de administração, Sr. Américo
Ribeiro, o Sr. Pedro Pimenta, Vogal do
mesmo, Dr. Carlos Pereira, Diretor Téc-
nico da Instituição e colegas Coordena-
de estar presente em tão nobre ativida-
de, reforçando a sua importância.
Inserida no projeto “Tempo
e Vida Ativa”, destaca-se ainda a
Iniciativa “Horta do Avô e do Neto”
(onde as crianças e os idosos, em ple-
na intergeracionalidade, semearam e
cuidaram de várias plantações de es-
pécies vegetais), que decorreu durante
todas as semanas do mês de Janeiro
e continuará durante os meses que se
seguem.
Todos quiseram participar, de
forma ativa na delimitação do espaço,
bem como na introdução do cultivo,
além do acompanhamento semanal
-
ção da mesma.
No dia 22 de Janeiro iniciou-
-se a atividade “Dia da Culinária” - em
que as crianças confecionaram vários
alimentos que no dia seguinte- 23 de
Janeiro - foram distribuídos aos utentes
do Serviço de Apoio Domiciliário).
Esta atividade contou com uma
familiar de uma utente de SAD, Profes-
sora Maria de Lourdes, que usando de
toda a sua experiência numa atividade
em que incluiu por exemplo magia, mo-
tivou todas as crianças das salas dos
3,4 e 5 anos juntamente com utentes
de centro de dia e Convívio para a con-
31Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Actividades dos Centros Sociais
feção de uma sobremesa deliciosa e
cheia de carinho.
A 29 de Janeiro realizou-se a
1º Palestra da Saúde de 2015, tendo
como tema, neste mês, os riscos e os
problemas associados ao Acidente Vas-
cular Cerebral (AVC). Foram palestran-
tes técnicos da UCC de Ermesinde e
da Fundação AVC de Barcelos, que
gentilmente aceitaram participar nesta
sessão.
Perante uma sala preenchida na
sua totalidade por clientes de todos os
centros ODPS, familiares e colaborado-
res dos mesmos, a atividade permitiu a
toda a audiência participar na palestra,
ativamente, com perguntas, exemplos
de problemas associados ao assunto
muito mais esclarecidos sobre cuidados
a ter e como evitar alguns comporta-
mentos de risco para melhorarem a sua
qualidade de vida .
pela festa de encerramento, animada
pelo Rancho Folclórico da “Ceifei-
ras de Canedo” de Santa Maria da
Feira.
Num momento de animação,
que contou com a presença interativa
de clientes e também do Sr. Pedro Pi-
menta, em representação do conselho
de Administração, além de clientes de
outros centros e da presença especial
do Centro Social Rainha D. Leonor, na
pessoa da Coordenadora de Centro ,
Exma. Senhora Dra. Isabel Cristina Viei-
ra que simbolicamente recebeu um pe-
mês de 2015 de cada Centro ODPS,
relativo ao tema dinamizador para 2015
“A Alegria na Nossa Missão”.
pelas “Aulas de Motricidade” (também
partilhadas entre crianças e seniores).
Nesta atividade os nossos clientes das
valências de 3ª Idade exprimiram toda a
energia e consequente alegria por reali-
zarem exercícios físicos de forma muito
divertida que muitos acreditavam já não
conseguirem desenvolver.
Obra Diocesana de Promoção Social32
Fevereiro > A Alegria na nossa Missão Centro Social Rainha D. Leonor
“Com Amor, abraçamos a missão
de fazer crescer a Alegria no cora-
ção dos outros”
Seguindo o esquema de atribuir
um mês a cada Centro Social, a dina-
mização das actividades do 2º mês do
ano foram da responsabilidade do Cen-
tro Rainha D. Leonor.
Foi com entusiasmo, alegria e
lançado a 08 de Novembro de 2014 na
Reunião Geral de Trabalhadores pelo
nosso Conselho de Administração na
pessoa do Sr. Américo Ribeiro que nos
deu o repto “A Alegria na Nossa Missão”.
Comemoração do Aniversário da
ODPS
No dia 6 de Fevereiro comemo-
rou-se o 51º Aniversário da Instituição.
Realizaram-se Celebrações Eucarísti-
cas simultâneas em três pólos, desti-
nadas aos seniores, crianças do Pré-
-Escolar e famílias. Na Igreja da Senhora
do Calvário (para os Centros Sociais do
Cerco do Porto, Lagarteiro, Machado
Vaz e São Roque da Lameira); na Igreja
dos Capuchinhos (para os Centros So-
ciais do Carriçal, Regado, São João de
Deus e São Tomé); e na Igreja da Paste-
leira (para os Centros Sociais da Fonte
da Moura, Pasteleira, Pinheiro Torres e
Rainha D. Leonor).
33Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Actividades dos Centros Sociais
A presidir a Celebração Eucarís-
tica na Igreja da Pasteleira esteve o Sr.
Padre Domingos Oliveira que, na sua
homilia realçou o trabalho solidário que
a ODPS desenvolve junto dos mais ca-
renciados. Os cânticos da Celebração
foram da responsabilidade do Grupo
Coral da Igreja, idosos, crianças e cola-
boradores do Centro Rainha D. Leonor
que deram uma especial solenidade a
esta comemoração.
Seguiu-se um almoço convívio
em todos os Centros Sociais. Sendo o
comemorações do mês de Fevereiro,
a equipa de colaboradores teve espe-
cial empenho na decoração do espaço
onde decorreu o almoço comemorativo
do aniversário da Instituição. Este teve o
prazer de receber o Sr. Pedro Pimenta,
membro do Conselho de Administra-
ção, a Dra. Mónica Taipa, Directora de
Serviço, a Dra. Maria Albina e o Sr. Pa-
dre Domingos Oliveira. O almoço decor-
reu num ambiente festivo e de partilha e
a alegria era visível nos olhos e sorrisos
de todos.
Um Gesto de Amor
No dia 13 de Fevereiro decor-
reu a actividade “Um Gesto de Amor”
que foi sem dúvida uma das actividades
-
trega, partilha, empenhamento, alegria
e amor estiveram presentes.
Começamos por fazer um le-
vantamento junto das instituições da
comunidade de famílias e indivíduos ca-
renciados residentes nas freguesias Foz
do Douro e Lordelo do Ouro de forma
a sensibilizar todos para esta iniciativa.
Da entreajuda entre colaborado-
Obra Diocesana de Promoção Social34
res, clientes e alguns familiares destes
foram angariados os produtos neces-
sários para confeccionar uma refeição
quente. Para esta actividade contamos
também com a solidária colaboração
da confeitaria “Paparoca da Foz” que
gentilmente ofereceu pão e bolos para
tornar esta refeição mais aconchegante.
A recepção das famílias/indiví-
duos teve inicio às 18.00 e, aos poucos
e poucos a sala foi-se enchendo tendo
estado presente um total de quarenta
pessoas a quem foi proporcionada uma
noite diferente num espírito de solidarie-
dade e amor ao próximo.
Apesar do cansaço, toda a equi-
pa que partilhou este gesto, terminou a
noite com o coração repleto de alegria e
amor pela satisfação que viu estampada
nos rostos destas pessoas tornando o
momento de grande simbolismo.
Cortejo de Carnaval
A meio do mês, no dia 16 de
Fevereiro celebrou-se o Carnaval com
um animado cortejo carnavalesco. Este
cortejo, cujo tema foi “O Circo” foi rea-
lizado em três pólos distintos enchendo
de cor, brilho e animação a Cidade.
Os fatos foram confeccionados
com materiais reciclados e de desperdí-
cio dando asas à imaginação e à criati-
vidade de cada Centro.
os Centros Sociais da Fonte da Mou-
ra, Pasteleira, Pinheiro Torres e Rainha
D. Leonor. No lado central da cidade
Sócias do Carriçal, Regado, São João
oriental da cidade os Centros Sociais do
Cerco do Porto, Lagarteiro, Machado
35Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Actividades dos Centros Sociais
Vaz e São Roque da Lameira.
Depois de uma semana de chu-
com uma manhã soalheira. Crianças,
idosos e familiares envolvidos pelo espí-
rito de alegria participaram activamente
no acompanhamento do cortejo.
Cerca de quatrocentas pessoas
trajadas a preceito, saíram do Centro
Rainha D. Leonor onde se fez a concen-
até ao Jardim do Passeio Alegre promo-
vendo uma excelente e divertida manhã
embelezando as ruas por onde passa-
mos alegrando todos.
No cortejo contamos com a parti-
cipação do avô de uma das nossas crian-
-
do a preceito e permitiu que as crianças
se deliciassem no convívio com este.
De salientar a colaboração da
Policia da Escola Segura, Policia Mu-
nicipal e Policia de Proximidade da Es-
quadra da Foz que regulou o trânsito
zelando pela segurança de todos.
2ª Palestra da Saúde
No dia 18 de Fevereiro realizou-
-se a 2º Palestra da Saúde que teve
como tema “ A importância do exer-
cício físico na Terceira Idade”. Esta
actividade contou com a presença do
enfermeiro António Coutinho e a par-
Procurou-se sensibilizar os idosos da
necessidade de praticarem exercício
físico e alterarem alguns comporta-
a sua condição física e aumentar a
sua autonomia nas actividades da vida
diária.
Obra Diocesana de Promoção Social36
1ª Edição “Vida pelas Vidas”
A primeira recolha de sangue
decorreu no dia 19 de Fevereiro nas
instalações do CATL do Centro Rainha
D. Leonor com o apoio do Instituto Por-
tuguês de Sangue e da Transplantação
numa manhã aberta a toda a comunida-
de.
Através de cartazes apelativos e
da sensibilização junto das famílias dos
nossos clientes, colaboradores e comu-
nidade em geral motivamos à participa-
ção de todos num gesto de cidadania e
amor. Foi grande a adesão nesta acção
solidária tendo o I.P.S.T. contabilizado
quarenta e duas inscrições e realizadas
vinte e três recolhas.
e a simpatia do I. P.S.T. que foi determi-
nante para criar um ambiente tranquilo e
de segurança para todos os dadores.
A presença solidária quer dos
colaboradores deste Centro, famílias e
comunidade contribuíram para aumen-
tar a esperança de vida de muitas pes-
soas que esperam ansiosamente por
esta dádiva.
“Dar sangue faz toda a diferença”
Torneio de Boccia
Nos dias 23 e 24 de Feverei-
ro o Centro Social Rainha D. Leonor
organizou um torneio de Boccia des-
tinado à população sénior da ODPS.
Decorreu no salão polivalente do Cen-
tro Social da Pasteleira e teve como
objectivo promover a socialização e o
convívio através de uma competição
sã onde reinou a boa disposição de to-
dos. Podemos contar com a presença
amiga do Sr. Pedro Pimenta que pode
constatar a alegria e boa disposição
de todos. Saiu vencedora a equipa do
37Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Actividades dos Centros Sociais
Centro Social de São João de Deus
que levou triunfante o troféu para o seu
Centro.
2º Momento Musical
Para encerramento das nos-
sas actividades, recebemos no dia 25
de Fevereiro a Universidade Sénior de
Gondomar através do seu grupo de
Danças e Cantares Regionais para o 2º
momento musical do ano.
Actividade destinada a todos os
seniores da Instituição realizou-se no
salão polivalente do Centro Social da
Pasteleira. Tivemos também a presença
amiga das Instituições da comunida-
de que trabalham com idosos (Centro
Social da Arrábida, Casa de Lordelo e
Centro Social da Foz do Douro).
Este grupo da Universidade Sé-
nior de Gondomar fez-se representar
por trinta elementos que durante uma
hora dançaram e cantaram para os nos-
sos idosos proporcionando uma tarde
animada com alegria e boa disposição
e onde todos puderam interagir com os
dançarinos.
É de enaltecer o empenho deste
grupo tão dinâmico que veio generosa-
mente partilhar a sua boa disposição
com todos.
Nesta actividade podemos con-
tar mais uma vez, com a simpática pre-
sença do Sr. Pedro Pimenta, da Direc-
tora de Serviço, Dra. Margarida Aguiar
e alguns Coordenadores dos Centros
Sociais.
O grupo foi presenteado com
uma tela elaborada pelos nossos idosos
e colaboradores como reconhecimento
da nossa gratidão. Uma outra tela foi ofe-
recida ao Conselho de Administração na
Obra Diocesana de Promoção Social38
pessoa do Sr. Pedro Pimenta que gentil-
mente dirigiu umas palavras de agrade-
cimento e reconhecimento a todos.
Paralelamente a estas iniciati-
vas, ao longo do mês decorreram ou-
tras actividades inseridas no projecto
“Tempo e Vida Activa” das quais são
de salientar:
“Horta do Avô e Neto” - crian-
ças e idosos dão continuidade ao traba-
lho iniciado no mês de Janeiro fazendo
pequenas plantações e cuidando des-
tas numa partilha intergeracional que
é motivadora para o desenvolvimento
equilibrado da criança gerando afectos.
Além de promotora de afectos e partilha
de experiências, a actividade tem tam-
bém a acção pedagógica de sensibilizar
a criança para a importância da Nature-
za e da sua protecção.
“A Hora do Conto” - activida-
de realizada com a parceria da Parque
Ambiental da Quinta do Covelo que veio
animar as tardes das nossas crianças e
idosos. Também uma idosa do nosso
Centro de Dia partilhou com entusias-
mo as histórias da sua infância. Todos
se envolveram em momentos de parti-
lha e ternura mobilizados pelas palavras
da narradora.
“Aulas de Motricidade” - ac-
tividade partilhada entre crianças e ido-
sos tem também o objectivo para além
do exercício físico o estreitar laços entre
gerações. Esta actividade é promovida
por monitores da Múltipla Escolha.
“Dia da Culinária” - actividade
realizada com as crianças dos 5 anos
que confeccionaram bolachas para ofe-
recerem aos nossos clientes seniores
do SAD. Os idosos presenteados com
39Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Actividades dos Centros Sociais
visita e desta forma conseguimos gerar
laços afectivos e momentos enriquece-
dores no encontro de gerações.
Contámos também com a cola-
boração do grupo de Ocarinas e Ukulélé
do Centro Social da Pasteleira composto
por colaboradores e crianças que trou-
xeram a sua música aos nossos senio-
res do SAD. Totalmente surpresa para
os idosos que não contavam com esta
visita, a felicidade estava estampada no
seu rosto mostrando-nos que, com pou-
co podemos tornar alguém feliz.
mês com a satisfação de termos cum-
prido com a nossa missão mas conti-
nuando a trabalhar com a mesma mo-
tivação e dedicação sobre o lema a
“Alegria na Nossa Missão”.
O sucesso destas activida-
des só foi possível com o empenho e
a dedicação de todos aqueles que nos
acompanharam e tornaram possível a
sua concretização.
Obra Diocesana de Promoção Social40
Março > A Alegria na nossa Missão Centro Social Cerco do Porto
“Aulas de Motricidade”
– (2/9/16/23/30 de Março)
Semanalmente, decorreram
aulas de motricidade com técnica es-
pecializada, onde todos os idosos parti-
ciparam ativa e entusiasticamente, con-
tribuindo para a manutenção das suas
capacidades pessoais e consequente
bem-estar físico e intelectual.
“Tempo e Vida Ativa”:
> Hora do Conto – (3/13 de Março)
Iniciamos no mês de março a
atividade “Hora do Conto”, em que avós
e outros familiares dos nossos clientes
vieram partilhar com as crianças do
nosso Centro histórias de vida e contos
engraçados proporcionando verdadei-
ros momentos de emoção e divertimen-
to.
> Horta do Avô e do Neto
Construção de hortas nas salas
de Jardim e Creche com o objetivo de
criar um espaço que proporcione ao
longo do ano fazer plantações com a
ajuda dos idosos e familiares das crian-
ças.
Pretendeu-se, assim, promover
um contato saudável com a natureza e,
simultaneamente, propiciar um encon-
tro enriquecedor tanto para as crianças,
como adultos e idosos, através da parti-
lha de experiências e saberes.
> Culinária – (5/6 de Março)
Esta atividade de confeção de
bolos e biscoitos pelas crianças para
posterior distribuição pelos clientes
SAD, alguns sem possibilidade de mo-
bilidade, permitiu a implicação efetiva
das nossas crianças num gesto de al-
truísmo e amor ao próximo. Assim, para
além de proporcionarem momentos do-
ces, as nossas crianças presentearam
os nossos utentes SAD com alegria e
com bonitas canções tradicionais fa-
zendo com que tivessem um sorriso de
agradecimento.
“3º Musical Sénior” – (13 de Março)
Esta tarde de animação mu-
41Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Actividades dos Centros Sociais
sical para todos os utentes seniores
da ODPS a cargo do grupo de música
popular portuguesa “Serões da Aldeia”
contou ainda com a estreia da tuna in-
fantil “Obra a Crescer”, constituída por
crianças dos 4 e 5 anos, utentes se-
niores e colaboradores. Foi uma tarde
plena de satisfação quer pela magia e
encanto das crianças da tuna infantil,
grupo “Serões da Aldeia”, que propor-
cionaram a todos quantos assistiram
momentos de alegria, entusiasmo e
muitos sorrisos.
“Tarde Musical com a Gestrintuna”
– (14 de Março)
Este musical Solidário de anga-
riação de alimentos para a realização da
atividade “Um gesto de Amor” contou
com a presença da Gestrintuna - Tuna
de veteranos de Gondomar, uns mais
velhos do que outros, já envelhecidos
em casca de carvalho (tal como o vi-
nho do Porto), com um gosto forte pela
música e a paixão das serenatas. A boa
disposição, as bonitas canções e a forte
participação e contribuição de colabo-
radores e familiares dos nossos clientes
traduziu o sucesso desta iniciativa.
“Vida pelas Vidas” – (17 Março)
Mais uma vez viveu-se no Cen-
tro Social do Cerco do Porto um am-
biente de partilha, solidariedade, con-
forto e carinho para com o próximo,
onde também não faltou a animação
por parte das nossas crianças (as goti-
nhas de sangue animadas).
Nesta 2ª edição de “Dádiva de
Sangue” em parceria com o IPST, con-
comunidade, quando solicitada, faz
questão de marcar presença, traba-
lhando em conjunto com a equipa deste
centro de forma a contribuir para o su-
cesso das atividades promovidas.
“Danças com Vida” – (19 Março)
No dia 19 de Março teve lugar
a 1ª Edição da actividade “Danças com
Vida”, onde cerca de uma centena de
idosos da Obra Diocesana e de Institui-
ções da comunidade, confraternizam,
dançaram, cantaram e viveram verda-
deiros momentos de diversão.
Na animação tivemos o voca-
lista do grupo musical “Albatroz”, que
alegrou e dinamizou esta tarde, pro-
porcionando e estimulando todos os
Obra Diocesana de Promoção Social42
presentes à participação efetiva nestas
“Danças com Vida”.
“Passeio Sénior do Cerco do Porto”
(20 Março)
2º Passeio Sénior – (5 de Março)
No decurso do mês de Março
realizaram-se 2 passeios seniores.
No dia 5 de Março os seniores
dos diferentes Centros que constituem
a ODPS deslocaram-se a Valença do
Minho e no dia 20 de Março, os utentes
do Centro Social do Cerco do Porto visi-
taram a zona piscatória de Ílhavo.
Foram dois passeios divertidos,
nos quais os nossos idosos puderam
confraternizar, apreciar as bonitas pai-
sagens e desfrutar da gastronomia típi-
ca destas localidades.
“3ª Palestra da Saúde” – (23 Março)
No passado dia 23 de Março
a Equipa de Enfermagem teve a honra
de convidar todos os clientes da Obra
Diocesana de Promoção Social do Por-
to a estarem presentes numa sessão
de educação para a saúde cujo tema
foi “OSTEOPOROSE – cuide dos seus
ossos”. Atividade esta inserida no pro-
grama do Centro Social Cerco do Porto.
A osteoporose é considerada
atualmente um sério problema de saúde
pública do mundo. É uma doença que
se caracteriza por alterações esquelé-
ticas que comprometem a resistência
óssea, predispondo o indivíduo a fra-
turas. A perda de massa óssea é uma
consequência inevitável do processo de
envelhecimento. Entretanto, no indiví-
duo com osteoporose a perda é tão im-
portante que a massa óssea diminui até
ao patamar das fraturas, principalmente
em determinados locais, como anca,
redução de massa óssea pode ocorrer
especialmente em mulheres após a me-
nopausa.
Pelo facto deste tema ser tão
preocupante e atual, estiverem presen-
tes cerca de 80 clientes dos diversos
Centros Sociais da Instituição, tornando
a tarde bastante interativa e especial.
“Partilha do Pão” – (24 Março)
Em representação simbólica da
partilha que Jesus fez com os apósto-
los, o nosso centro promoveu durante
a semana santa a atividade “Partilha do
Pão”.
Esta atividade organizada pelo
43Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
Actividades dos Centros Sociais
nosso Centro contou com a colabora-
ção de todas as valências e teve como
convidado principal o Exmo. Senhor
Pároco Milheiros da Paróquia de Nossa
Senhora do Calvário.
A dinamização desta atividade
permitiu vivenciar o verdadeiro espírito
de partilha e amor pelo próximo, teste-
munhando assim a mensagem deixada
por Jesus.
A nossa intenção visou sensibi-
lizar os “mais novos” e apelar à dispo-
nibilidade dos mais velhos em partilhar
o que cada um tem e assim contribuir
para uma comunidade mais sustentá-
vel, justa e equilibrada.
Neste sentido, o salão poliva-
lente foi previamente decorado com
a recriação da “última ceia de Jesus”.
Enquanto este episódio era narrado, as
crianças caracterizadas de Jesus e dos
doze apóstolos percorreram um trajeto
delineado por velas pequeninas e colo-
caram objetos simbólicos e os cestos
com pão numa toalha que estenderam
no chão, onde partilharam a refeição e
receberam os ensinamentos de Jesus.
Simultaneamente, um grupo de crian-
ças surgiu com mensagens inscritas
em corações, apelando aos valores que
Após este momento, o Senhor
Padre Milheiros proferiu algumas pa-
lavras e convidou todos os presentes
como a partilha e a amizade. De segui-
da, ao som da música “Sementinha de
Trigo”, o pão foi distribuído por todas as
crianças e adultos. Finalizamos com a
música “Guiado pela mão com Jesus
eu vou”.
Com a participação ativa de
crianças, idosos e colaboradores, a
“Partilha do Pão” traduziu um momento
-
deu a todos os familiares e amigos dos
utentes através da mensagem, que um
pequeno pão transportou para casa de
todos os presentes.
“Hora do Conto com Inácia Cruz” –
(26 de Março)
Através da interatividade, Inácia
Cruz contou e provocou os espetado-
res, crianças de todas as valências do
nosso Centro a participarem e intera-
girem na história narrada, despertan-
do sentimentos, sensações, emoções
e transmitindo valores e ideais da vida
humana.
Obra Diocesana de Promoção Social44
Foi uma manhã mágica vivida
no Centro Social do Cerco do Porto,
onde fomos todos transportados para
um mundo diferente, um mundo onde
a imaginação, a magia, a cor e a alegria
se juntaram e formaram um arco-íris de
emoções e sensações… atividade a
repetir…
“Um Gesto de Amor” – (31 Março)
Este “gesto” de amor pretendeu
ser um sinal de partilha onde colabo-
radores, clientes e familiares se uniram
num gesto altruísta de solidariedade,
contribuindo com géneros alimentares
e para confecção de uma refeição que
posteriormente foi servida.
Foi ainda proporcionado aos
nossos convidados (pessoas carencia-
das do bairro) um momento de convívio
e festa, animado pela Tuna Académica
do ISEP.
Esta atividade constituiu ainda
uma oportunidade de dar a conhecer
aos presentes a nossa instituição e os
serviços dos quais poderão no futuro vir
Visitas/atuações da Tuna Infantil “A
Obra a Crescer”
Após a estreia da tuna infantil
“Obra a Crescer”, no passado dia 13 de
Março, o sucesso alcançado exigia que
estes “pequenos tunos” se dessem a
conhecer. Nesse sentido, realizamos no
dia 16 visita às escolas básicas do Fal-
cão e Corujeira, no dia 18 visita à escola
básica do Cerco e ao Centro de Saúde
do Ilhéu, no dia 20 visita ao Centro So-
cial do Calvário e no dia 24 à Junta de
Freguesia de Campanhã.
Foram momentos muito espe-
ciais, em que as nossas crianças es-
palharam, através de bonitas canções,
alegria e entusiasmo para todos aque-
les que assistiram.
Com estas visitas, os elementos
da tuna, crianças dos 4 e 5 anos, apro-
veitaram também para conhecer as es-
colas existentes na nossa localidade e
que poderão optar quando ingressarem
no 1ºCiclo.
45Ano X . n.º38 . Trimestral . Março 2015
A Arte de Ser Pessoa Solidária
Aprende a escutar e a entender a intenção do que o outro te pretende transmitir.
Dispõe-te a aprender com todos os outros, ultrapassando os preconceitos insensatos.
Como a vida é uma caminhada, põe-te a caminho dos objectivos com os outros, como eles preci-sarem.
Não resistas às mudanças ajustadas à tua realização integrada para bem servires.
Estima e estimula os outros partilhando, sem calculismos infantis, o que tens e o que és.
Torna-te disponível, servindo quem precisa sem busca de compensações egoístas.
Sê delicado e desenvolve a capacidade de perdoar com simplicidade e sem medida.
No serviço dos outros, procura ser sensato e serviçal, sem azedumes ou ciúmes.
Não ponhas rótulos às pessoas: aceita-as como são: diferentes e complementares.
Não te precipites no julgamento dos outros: tenta colocar-te no lugar deles.
O diálogo supõe uma janela aberta para partilhar com verdade e discrição sensata.
A vida é curta e o tempo é precioso; não percas com mesquinharias; seria pecado.
Para partilhar o que és e tens, não rotules e aprende a sorrir sensatamente e oportunamente.
O diálogo de janela aberta e coração limpo é um processo para seres feliz, pela partilha total.
Desenvolve a auto-imagem realista e habitua-te a adaptar-te às diversas circunstâncias.
Desenvolve os critérios de discernimento para decidir e agir bem, no tempo oportuno.
Aprende a ser realista, a bem distinguir o que é evidente e razoável.
características do amor cristão, sempre aberto ao futuro, que começa agora, e a viver na Esperança, com inteligência e coração despertos.
Frei Bernardo Domingues, OP
Exmo. Senhor
Américo Ribeiro
M.I. Presidente do CA da ODPS
Venho, por este meio, agradecer-lhe as palavras amigas e os sentimentos de comunhão eclesial que elas revelam, por ocasião do meu aniversário natalício.
Imploro do Senhor as suas benções para si, para a sua família e para o seu trabalho à frente da ODPS.
Um abraço amigo
+D. João Lavrador
Bispo Auxiliar do Porto
Prezado Américo Ribeiro:
Recebi a tua mensagem e apelo a favor da Obra Diocesana de Promoção Social que, cá no meu canto, vou acompanhando com muito interesse através do “Espaço Solidário” que com regularidade recebo.
Recompense Deus o teu trabalho e dedicação.
Sabes que não sou rico, mas neste tempo de quaresma, de despojamento e conversão, não posso – não quero – esquecer os teus “cerca de 2.900 clientes” (crianças, jovens e idosos) desse meritória Obra Diocesana, para o envio de cheque de € 200,00. Por cá também temos necessidades que não esquecer para o que recorro ao gestão do “pão partido aos bocadinhos”, de que falava o nosso Pe. Manuel Bernardes.
Deus te ajude no teu trabalho e recompense.
Um agrande abraço do
José Domingues, Dr.
Trofa
espaçosolidariomensagens recebidas sobre o novo
Obra Diocesana de Promoção Social46
A.A.M.J. Padaria e Pastelaria, Lda. 499,37 €
Albino de Almeida Fernandes, Pe. 25,00 €
Amílcar Gil Alves 150,00 €
Anónimo 50,00 €
António Silva, Lda. 20,00 €
Clínica Dentária Dra. Célia Portela Sousa, Lda. 300,00 €
Consignação IRS 21 980,98 €
Coro Gregoriano do Porto 200,00 €
Distribui, Comércio e Dist. Produtos Alim., Lda. 60,00 €
Drogaria Vitória - Armando Teixeira, Lda. 20,00 €
F3M 60,00 €
Farmanegócio, Lda. 100,00 €
Feiramédica - Imp. e Comércio de Equip. Hospitalar, Lda. 20,00 €
Gertal, S.A. 600,00 €
HIGICERTA - UNIPESSOAL, LDA. 20,00 €
Instituto Missionário Filhas de São Paulo 30,00 €
JAC STORE 40,00 €
Jorge Filipe Oliveira Costa Ribeiro, Dr. 350,00 €
José Domingues dos Santos, Dr. 200,00 €
José Manuel Linhares Lopes Rocha 250,00 €
José Pereira & Lemos, Lda 40,00 €
Junta de Freguesia de Campanhã 300,00 €
Manuel Augusto Silva Coelho 100,00 €
Manuel José Silva Álvares da Cunha, Eng. 260,00 €
Manuel Soares Azevedo 1 000,00 €
Maria Azália Pires da Silva Cardoso 10,00 €
Maria Cristina Nunes Cabrita, Dra. 100,00 €
Maria Fernanda Machado Casa Nova Monteiro 434,31 €
Maria Rosário Pereira Silva Álvares da Cunha 350,00 €
Mega Assist - Equip. Hoteleiros, Unip. Lda. 60,00 €
Minhomédica - Equipamento médico e hospitalar, Lda. 40,00 €
Moreira & Carneiro, Lda. 250,00 €
Padaria São Pedro - Irmãos Barbosa Oliveira, Lda. 20,00 €
Paulo Falcão Tavares, Dr. 10,00 €
Pedro Alberto Alves Pimenta 150,00 €
ROLCAR - Comércio e Indústria de Automóveis, Lda. 20,00 €
Rui Manuel Dias Martins Pinheiro, Pe. 25,00 €
Rui Manuel Silva Álvares da Cunha 500,00 €
VAZ, OLIVEIRA & CIA, LDA. 20,00 €
Voz Portucalense 200,00 €
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