espa - paranဦ · espados de viv Çncia e a viol Çncia na escola autor: adalton sutil de...

26

Upload: others

Post on 22-Sep-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com
Page 2: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

ESPA OS DE VIV NCIA E A VIOL NCIA NA ESCOLA

Autor: Adalton Sutil de Oliveira1

Orientador: Nelson Ros rio de Souza2

Resumo

A escola vem deparando-se com o fen meno da viol ncia escolar, atrav s de cenas deagressividade entre alunos, tr fico de drogas, furtos, indisciplina, depreda es edesrespeito com os profissionais que nela atuam. Esse fato revela que ocomportamento estudantil na atualidade precisa, mais do que nunca, uma pol ticaeducacional de qualidade, atendendo verdadeiramente s demandas da escola atual,bem como o envolvimento da sociedade no contexto educacional. A viol ncia na escolan o pode ser trabalhada como um fen meno isolado, j que parte integrante de umprocesso mais amplo que diz respeito a toda uma conjuntura social. A escola diantedessa realidade desafiada a desenvolver atividades did tico-pedag gicas embasadasnuma metodologia que respeite a doutrina da prote o integral inf ncia e adolesc ncia, bem como promover a reflex o do educando a partir dos acontecimentospresentes em seu cotidiano, de modo que os conflitos existentes possam sersolucionados de forma pac fica. Com as atividades propostas em torno deste temaqueremos desencadear um estudo que, partindo da realidade local, estabele a rela escom realidades mais distantes. importante que os alunos percebam que o espa oonde vivem foi diferente, est em permanente mudan a e resulta de processos quev m se desenvolvendo h tempos, atrav s da transforma o do espa o geogr fico.

Palavras-chave: Espa o geogr fico; viol ncia; viol ncia escolar; urbaniza o recente;paisagem geogr fica

Introdu o

No col gio estadual objeto do estudo, na regi o sul de Curitiba, ocorrem v rios tipos de

viol ncia, dentro e fora do ambiente escolar. Dentro da escola os profissionais da

educa o, professores e funcion rios, enfrentam a falta de respeito e indisciplina dos

alunos. Entre os alunos ocorre desrespeito, com acusa es, confus es, brigas, n mero

grande de alunos por sala de aula, falta de interesse de alguns para com os estudos.

No bairro Sitio Cercado, ou seja, fora do col gio, os problemas s o maiores ainda:

assaltos, com rcio e consumo de drogas, roubos, assassinatos, desemprego, moradias

prec rias, reas de ocupa o, falta de locais de lazer, brigas por pontos de drogas.

1

Especializa o em Educa o em Valores Humanos. FIES - Licenciado em Geografia-UFPR-Professor de Geografiado Col gio Estadual Hasdrubal Bellegard EFM

2

Doutor e Mestre em Sociologia pela Universidade de S o Paulo-USP-Graduado em Ci ncias Sociais pela UFPR-Professor do Departamento de Ci ncias Sociais da UFPR.

Page 3: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

O com rcio est ref m de assaltos aos seus estabelecimentos, a cada dia aumenta o

controle das lojas com seguran as e meios de prote o particulares.

O projeto pretendeu demonstrar alguns destes problemas e aplicou material did tico

com a tem tica da viol ncia, do ambiente onde eles vivem. E investigou o ambiente

externo do entorno do col gio Hasdrubal Bellegard.

Na segunda metade do s culo XX, o Paran sofreu grandes transforma es. Houve

uma a urbaniza o r pida. Esse processo traz benef cios e problemas, avan os e

precariza es, afetando pessoas, ambiente e governos.

O crescimento da urbaniza o teve como incid ncia da propor o populacional do rural

para o urbano, isto implicam na gest o das cidades, que se adensam e que passam a

receber novas demandas, como as condi es de vida dos habitantes. Os h bitos s o

alterados pela mudan a de lugar, ou seja, do rural para o urbano no caso aqueles que

chegam s cidades.

O padr o de produ o e consumo que caracteriza o atual est gio de desenvolvimento

est nas cidades. Elas passam ser o espa o privilegiado das oportunidades da inova o

do trabalho, da cultura, da pol tica e da riqueza, j que permitem ampliar a oferta de

bens e servi os, cujo acesso facilitado pelo alto grau de concentra o populacional.

Mas as cidades s o tamb m o espa o da car ncia e da desigualdade na efetiva o do

direito ao trabalho participa o pol tica, e mesmo aos bens e servi os, exprimindo as

causas estruturais da forma o econ micos e social das na es.

Em an lise do processo de urbaniza o traduz, em n meros, a quantidade de pessoas

que foram transformadas e de cidades expandidas ou constru das para abrigar os

contingentes que se deslocaram, atra dos pelas novas perspectivas dos setores

produtivos urbanos, ou destitu dos da possibilidade de perman ncia no campo e a

qualidade melhor de vida no meio urbano.

No Brasil o processo de urbaniza o, deu-se num per odo de intenso crescimento

populacional, cujo pice foi nos anos 60, quando se agregou ao conjunto da popula o

um crescimento igual ao total de pessoas do pa s no ano de 1950. No Paran , a

popula o tamb m cresceu no per odo correspondente. A base produtiva passou a ser

diversificada na agropecu ria, com moderniza o e a expans o de culturas, o que

permitiu o avan o da agroind stria. No setor industrial, surgiram ramos modernos na

ind stria, os segmentos modernos concentram-se na regi o metropolitana de Curitiba.

O padr o teve incremento nos anos 90.

A regi o metropolitana de Curitiba sofreu um processo de crescimento demogr fico

r pido e sem controle, as demandas sempre est o defasadas, os munic pios e a capital

Page 4: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

chegaram ao fim do s culo XX com v rios problemas de infra estrutura urbana. Dentro

da cidade de Curitiba houve um processo de ocupa o da regi o Sul da cidade, onde

hoje concentra grande parte dessas fam lias. Essa concentra o demogr fica

excessiva, provocam v rios problemas de infraestrutura e social. Hoje os problemas de

moradias, saneamento b sico, viol ncia urbana e outros est o na pauta de autoridades

e da pr pria sociedade que sofre a influ ncia dessa desorganiza o.

A viol ncia urbana e escolar, um tema para ser estudado e compreendido por toda a

sociedade, hoje temos uma popula o que a cada dia procura mais prote o.

Com base no local de trabalho de profissionais da educa o em um col gio estadual,

inserido no meio de um bairro de urbaniza o recente, onde houve v rios projetos

governamentais de constru o de moradias e assentamento populacional e tamb m

houve ocupa o de terrenos p blicos e particulares, criando um espa o de densidade

populacional grande. Dentro desse sistema social, esta ocorrendo v rios fatos e

problemas relacionados com essa popula o do entorno ao col gio. No meio externo e

pr ximo ao col gio e as moradias dos alunos, em seus trajetos de casa at a escola a

popula o em geral sofre a influ ncia e a ocorr ncia de conflitos e viol ncia urbana

como, por exemplo: assaltos, roubos, comercializa o e consumo de drogas,

confrontos entre bandidos e policiais, assassinatos, brigas e amea as entre alunos.

Dentro do col gio ocorre a viol ncia escolar, por exemplo: brigas, discuss es, amea as,

falta de respeito, fofocas, dificuldade de relacionamento, preconceito (racismo,

preconceito de g nero e de n vel social), intoler ncia as diferen as, depreda o e

picha o.

Surgiu a d vida da consci ncia da import ncia do estudo da viol ncia escolar, e

procurar meios de praticar a n o viol ncia e melhorar o ambiente escolar para alunos e

profissionais da educa o.

O objetivo geral foi de investigar o local de viv ncia dos alunos e a viol ncia

escolar.

Os Objetivos Espec ficos foram de realizar uma pesquisa bibliogr fica sobre a

viol ncia escolar e aplica o de quest es e analise.

Foi aplicada unidade-did tica com o titulo de Meus Espa os de Viv ncia, em turmas de

7 s ries ou 8 anos no segundo semestre do ano de dois mil e onze.

Durante o segundo semestre de dois mil e onze foi realizado um grupo de estudos

dist ncia o GTR (Grupo de Trabalho em Rede), com a participa o de quinze

professores de geografia da rede estadual de educa o do Paran , com v rios m dulos

de discuss es sobre a viol ncia escolar e a unidade-did tica aplicada para os alunos.

Page 5: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

1.1 Viol ncia.

A produ o intelectual sobre a viol ncia e suas v rias manifesta es no Brasil tem-se

intensificado e diversificada, nos ltimos anos.

A bibliografia privilegia os estudos realizados a partir da d cada de oitenta, quando a

viol ncia urbana torna-se objeto de uma imensa produ o das ci ncias sociais.

Os eixos principais que nos servem de refer ncia se fundamentam nas contribui es

desenvolvidas a partir da sociologia, antropologia e psicologia, com nfase na dimens o

hist rico-cultural da problem tica da viol ncia na sociedade brasileira.

O que se entende por viol ncia?

O conceito e as manifesta es de viol ncia abarcam freq entemente uma gama

grande de comportamentos. No entanto, geralmente identifica-se viol ncia com

criminalidade ou agress o f sica. tamb m comum uma abordagem mais abrangente

da viol ncia, como por exemplo, os comportamentos percebidos como violentos se

ampliam significativamente. Desta forma, diluem-se as barreiras que permitiriam

distinguir uma situa o de viol ncia de outra, n o inclu da na mesma caracteriza o,

apesar da exist ncia de elementos comuns entre ambas. Neste sentido, necess rio

que de nos detenhamos um pouco sobre o significado do termo viol ncia.

Para Amora (2009, p. 770) Viol ncia: 1. Qualidade de violento; 2 abuso da for a; 3 a o

violenta; 4 a o de violentar.

Nesta perspectiva, a viol ncia est intimamente ligada ao uso da for a no plano f sico

ou moral

Outra defini o deste termo do Dicion rio do pensamento marxista

apud (citado por Candau, Dicion rio do pensamento marxista, 1988).Porviol ncia entende-se a interven o f sica de um individuo ou grupo (ou tamb mcontra si mesmo). Para que haja viol ncia preciso que a interven o f sicaseja volunt ria (...), A interven o f sica, na qual a viol ncia consiste tem porfinalidade destruir, ofender e coagir (...). A viol ncia pode ser direta ou indireta.

direta quando atinge de maneira imediata o corpo de quem sofre. indiretaquando opera atrav s de uma altera o do ambiente f sico no qual a v tima seencontra (...) ou atrav s da destrui o, da danifica o da subtra o dosrecursos materiais. Em ambos os casos, o resultado o mesmo: umamodifica o prejudicial do estado f sico do indiv duo ou do grupo que o alvoda a o violenta (p.1291).

Percebemos nestas defini es diferentes enfoques. No primeiro, caracteriza o da

Page 6: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

viol ncia ultrapassa o limite da agress o f sica, admitindo uma viol ncia de car ter

psicol gico e moral, ao passo que, no segundo, a nfase esta exatamente no aspecto

relacionado ao dano f sico, ao uso da for a no sentido de destruir ou machucar.

Hannah Arendt j alertara para a falta de grandes estudos sobre o fen meno da

viol ncia e a banaliza o do conceito. Segundo esta autora, a viol ncia caracteriza-se

por uma instrumentalidade, distinguindo-se do poder, do vigor, da for a e, mesmo

autoridade. A pol tica constitui-se o campo de interpreta o da viol ncia, que n o nem

natural, pessoal ou irracional. A viol ncia contrap e-se ao poder: de forma que onde

domina um, o outro est ausente. A reflex o de Hannah Arendt sobre viol ncia fornece

um referencial te rico, a partir da filosofia pol tica, para entender o fen meno na sua

complexidade e amplitude. Nota-se, igualmente, como o pensamento de Arendt funda

um caminho de a o no campo da educa o em vista de uma interven o na realidade

de viol ncia social. Uma educa o que n o efetiva o discurso e a o, onde os sujeitos e

protagonistas, isto , uma educa o que perpetua e reitera a viol ncia dentro e fora

dela.

O fen meno da viol ncia urbana no Brasil emergiu como um problema para os

indiv duos e sociedades no final do s culo. Embora n o aprofundado e sujeito

influencia da m dia, assumiu propor o de um debate popular, expresso tanto na

conversa cotidiana de homens e mulheres, dos seus comportamentos e sentimentos,

como na pauta das institui es que comp em a sociedade.

As respostas a este fen meno t m se mostrado de diversas maneiras, abrangendo

uma gama de medidas, nos mais diversos n veis: individual, comunit rio,

governamental. As pessoas se armam e cercam as casas. As comunidades fazem

passeatas pedindo paz e seguran a e o governo procura programar medidas como a

restri o venda de armas. O tema da seguran a inclu do na agenda do dia de

muitos organismos e grupos.

Segundo estudo sobre a viol ncia e juventude no Brasil, Via de regra, nas an lises

sociais quanto a imagem divulgada pela m dia t m privilegiado a adolesc ncia e a

juventude como momento de produ o da viol ncia, como agressora, destacando seu

envolvimento com a delinq ncia e a criminalidade, com os tr ficos de drogas e armas,

com torcidas organizadas, com grupos e gangues na periferia das grandes cidades.

Todavia, existem algumas investiga es, como as realizadas pelo UNICEF (1995), por

Cec lia Minayo (1994), pela equipe de CLAVES/FIOCRUZ, Jacobo Waiselfisz (1998),

que apontam o jovem como vitima priorit ria da viol ncia. J as pesquisas de Zaluar

(1996) mostram estes jovens n o apenas como vitimas, mas tamb m como algozes. A

Page 7: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

viol ncia aparece como um problema ligado educa o, percebido tanto em rela o

escola quanto cultura, e investigando a quest o, o estudo de suas causas e

manifesta es, at a proposi o de uma educa o para a paz.

Estes debates demonstram que, em rela o a esta problem tica, n o h consenso

entre os pesquisadores quanto s causas que produzem a viol ncia nem quanto ao

fen meno em si.

1.2 Urbaniza o acelerada e a viol ncia no Brasil

Nos anos 80, o Brasil conheceu em quase todos os estados da federa o e suas

grandes cidades, mas principalmente nas regi es metropolitanas (Rio de Janeiro, S o

Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre), um grande crescimento da

criminalidade.

A urbaniza o acelerada a partir da d cada de 50, fez surgir grandes regi es

metropolitanas e muitas m dias no interior do pa s. Com isso, os problemas das

grandes concentra es urbanas relativas habita o, trabalho, sa de e educa o

coexistem com os do controle social e da vigil ncia policial eficazes. Os movimentos

migrat rios, na d cada de 80, haviam mudado sua dire o: n o se davam mais nem do

Nordeste para o Sudeste, nem para o Rio de Janeiro e S o Paulo. Ao contr rio, a

principal corrente migrat ria do per odo deu-se do Sul para o Centro Oeste e o Norte do

Pa s.

O Brasil nesta d cada j apresentava uma economia diversificada e moderna, mas com

institui es e tradi es pol ticas e jur dicas antigas e com uma das piores distribui es

de renda do mundo. Ap s um grande crescimento econ mico nas d cadas anteriores,

durante o regime militar, em que a riqueza produzida nunca chegou a ser distribu da, o

pa s retornava para praticas da democracia, em um quadro de crise econ mica e de

infla o acelerada.

No final da d cada de 90 o Brasil conseguiu controlar a infla o da economia e reiniciou

um crescimento econ mico, que est a cada dia melhor, mas n o conseguiu resolver

problemas de distribui o de renda de sua popula o.

No mbito da sociedade brasileira, t m sido cada vez mais preocupantes os ndices e

n veis complexos e banaliza o da viol ncia. Fatores como pol cia ineficiente ou

corrupta, pobreza, desemprego, m distribui o de renda, aumento do narcotr fico,

Page 8: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

com rcio ilegal de armas, s o respons veis pela dificuldade de erradica o da viol ncia

urbana.

A acumula o de capital contempor nea exerce as mesmas fun es da pirataria dos

prim rdios do capitalismo comercial europeu, convive na atualidade com as grandes

organiza es que fazem parte da cultura capitalista monopolista. A riqueza muda de

m os e apropriada por outros agentes, que n o possuem a legitimidade social do

empreendedor. No setor informal, hoje, atividades empresariais organizadas e il citas

valem-se da impunidade.

Na atividade altamente rendosa do tr fico de drogas, grandes organiza es com

v nculos internacionais comandam o atacado da comercializa o. No varejo, pequenos

traficantes realizam lucros extraordin rios, com coca na, maconha e na atualidade o

crack. fundamental entender como o il cito e o ilegal enraizou-se no setor do comercio

informal para comandar um contingente de empregados e s cios menores

Quando as taxas de crimes, especialmente os acompanhados de viol ncia,

chegam a um patamar muito elevado, o medo da popula o e a inseguran a amea am

a qualidade de vida conquistada em d cadas de desenvolvimento econ mico e de

reivindica es sociais. As pessoas em casas, seja na favela, sejam nos bairros

populares ou bairros de classe m dia, deixam de se organizar, participam pouco das

decis es locais que afetam o seu meio, convivem pouco entre si. Muitas se trancam,

armam-se e preparam-se para enfrentar os pr ximos perigos como se estivessem

numa guerra. Uma guerra em que n o h inimigos claros e o bandido pode ser o filho

do vizinho, que rouba para pagar os seus v cios, ou o policial corrupto que o extorque.

O resultado disso o desrespeito pelas regras da conviv ncia social.

Para Zaluar (1996, p.103) Finalmente, a viol ncia, al m de piorar a qualidade de

vida porque o medo e a inseguran a criam um problema para todas as fam lias pobres,

remediadas e ricas .

1.3 Viol ncia na escola

As manifesta es da viol ncia na escola observam-se uma crescente

preocupa o de pais e educadores com as variadas express es da viol ncia no interior

das escolas.

Algumas causas de viol ncia na escola citadas, por estudiosos da tem tica s o:

Page 9: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

profissionais com discurso bastante repetitivo e do senso comum; problemas de gest o

e de lideran a; falta de integra o e entrosamento dentro da equipe diretora; falta de

organiza o e planejamento: n o se estabelece prioridades, n o d continuidade ao que

foi planejado e n o cumpre os combinados; aula ruim, sem criatividade; quest es

pessoais colocadas acima de quest es profissionais; falta de comprometimento com o

trabalho (falta e n o participa o das atividades, etc.); falta de capacita o dos

profissionais para lidar com conflitos; falta de clareza acerca do papel da escola e da

fam lia; querer que crian as e adolescentes comportem-se como adultos; problemas de

comunica o; preocupa o excessiva com o conte do; falta de exemplos dos adultos;

a o policialesca com os alunos.

Todas essas causas acabam gerando: Profissionais desgastados, estressados,

desmotivados e mal-humorados; alunos indisciplinados; perda da autoridade; alunos

com dificuldades de aprender; ambiente tumultuado; afastamento das fam lias; muitas

situa es emergenciais as quais a escola n o est preparada para resolver; mal

entendidos; fofocas e inefici ncia; n o assun o das responsabilidades.

A viol ncia est tamb m presente dentro de nossas escolas e de n s. A no o

da viol ncia externa nos imposta, difundida, por exemplo, por imagens de fatos que

amea am a integridade f sica de grupos sociais espec ficos, como no caso de

seq estros, roubos e assaltos nas ruas, estupros em mulheres e crian as e os casos de

assassinatos, cujos agentes est o, geralmente, na popula o menos favorecida

economicamente. Com isso, as formas pelas quais a viol ncia praticada s o

justificadas sobre essa no o e seus agentes nem sempre podem ser identific veis.

N o h como ignorar a quest o da viol ncia quando se parte dos espa os

educacionais, seja na fam lia ou na escola,seja ensinando. De fato como agentes

educativos, estamos obrigatoriamente envolvidos e cercados pelos atos de viol ncia.

Entretanto, somos parte dessa viol ncia.

Estudos realizados desde os anos 70 desvelando alguns n veis de viol ncia mostram as

praticas educacionais reproduzindo a desigualdade social, que foi, naquele momento,

categorizada como viol ncia simb lica. Mas e reprodu o da viol ncia n o est

somente no n vel simb lico. Ela surge concretamente nas praticas da desigualdade. Na

realidade o professor ou professora s o em si objetos da viol ncia nas rela es de

trabalho, suscet veis a press es e conflitos decorrentes dessas rela es desiguais, s

vezes, o professor vive a experi ncia da desmoraliza o de seu trabalho, com a

imposi o continua de mudan as no sistema de ensino. Entretanto, pode ser tamb m

co-autor de atitudes discriminat rias contra alunos que escapam s vezes, reflex o.

Page 10: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

Um exemplo: o rendimento. Se a avalia o serve de instrumento de orienta o ao

professor no processo ensino-aprendizagem, a no o de processo pode ser por vezes,

esquecida, e a avalia o esvaziada, tornando-se um instrumento, de controle da

disciplina. Se muitos utilizam de sua autoridade para obter maior dedica o dos alunos

aos estudos, alguns enfrentam dificuldades e lan am m o da autoridade da avalia o e

da nota em seu lugar. Nesse processo notam-se tamb m praticas controversa.

Pode-se perceber a viol ncia na escola a partir de diferentes enfoques. Ver a estrutura

do sistema escolar, conservadora e autorit ria, refletindo nas a es assumidas pela

dire o escolar e pelo corpo docente, tamb m podendo ser, visualizada a partir dos

alunos. Teorias desenvolvidas atrav s da Sociologia da Educa o, bem como a

contribui o de autores, teis no sentido de elucidar e desvelar algumas quest es.

Com as teorias da reprodu o social e cultural encontra-se criticas a escola

enquanto elemento que serve para legitimar as rela es de domina o, a divis o social

do trabalho e reproduzir as classes sociais.

J a teoria da resist ncia ter como ponto de partida, em suas an lises, os

conceitos de conflito e resist ncia. O espa o escolar visualizado como l cus cultural

ativo, que funciona tanto para impor como reagir aos valores e cren as da sociedade

dominante.

As pesquisas demonstram algumas tend ncias ao aumento da viol ncia na escola,

como rea o aos m todos aplicados.

A tend ncia o aumento da viol ncia escolar, porque o pr prio comportamento e

as expectativas dos estudantes mudaram. Eles mostram um desencanto e um

desinteresse que s o frutos da situa o social de que prov m, ressentindo-se quanto

falta de perspectivas de futuro.

No descompasso entre o desejo de consumir e a falta de meios para satisfaz -lo, os

alunos, principalmente, com condi es financeiras desfavor veis, buscam alternativas,

caindo, muitas vezes, na marginalidade, refletindo no ambiente escolar.

No intuito de evitar esses problemas, intensificam-se os discursos, medidas e aparatos

quanto a seguran a escolar. No entanto, com medidas disciplinares, coercitiva n o se

resolve a quest o da viol ncia.

A discuss o transcende os muros das escolas, abrangendo o seu entorno e o

transporte que conduz a elas.

Pesquisa realizada em 2000 pela UNESCO (Organiza o das Na es Unidas para a

Educa o, a Ci ncia e a Cultura) em 14 capitais brasileiras, por meio de question rios

aplicados a alunos, pais e professores, estudou as diversas modalidades de viol ncia

Page 11: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

que acontecem no ambiente escolar e seu entorno. Apontam o entorno da escola como

o espa o onde acontece grande parte dos atos de viol ncia contra alunos. Os alunos

relatam que os pontos de nibus e o caminho entre o local de moradia e a escola s o

os locais onde ocorrem mais problemas. Observou-se que, no entorno da escola,

acontecem dois importantes fen menos associados viol ncia: a presen a de gangues

e o tr fico de drogas. Relatam que as gangues e o tr fico comp em os principais

problemas da escola. Esses dois aspectos causam preocupa o entre alunos, pais e

professores, al m de influenciar diretamente a rotina do ambiente escolar, por

facilitarem e ampliarem o acesso s drogas. O estudo tamb m destaca que a principal

manifesta o de viol ncia nas escolas de natureza f sica. As brigas s o rotineiras,

sugerindo a banaliza o da viol ncia e sua legitima o como mecanismo de resolu o

de conflitos.

A escola atual j n o pode mais ser considerada como um lugar seguro, onde os

docentes, discentes e funcion rios est o protegidos dos perigos de uma sociedade

violenta, de fr geis la os humanos e de alunos que atormentam e acabam gerando

confus es. Esses fatos fazem com que no ambiente educativo seja criado um clima de

inseguran a e desconforto.

Diante do exposto, importante refletir sobre qual o sentido da educa o escolar

diante de toda essa realidade que se apresenta no contexto escolar?

1.4 A viol ncia na escola - pesquisa.

Em pesquisa realizada no Col gio Estadual Hasdrubal Bellegard localizado no

bairro Sitio Cercado em Curitiba -Pr. Com a participa o de 99 (noventa e nove) alunos

de 7 s rie ou 8 ano do ensino fundamental, realizada no segundo semestre de 2011,

com idades de 12, 13 e acima de 13 anos, analisaram a viol ncia na escola e no seu

entorno, como vitimas e provocadores e outros motivos.

A pesquisa demonstrou os seguintes dados:

. Mais de metade dos alunos inquiridos s o do sexo feminino (73%) do total.

. 48,5% dos alunos afirmaram ter conhecimento de viol ncia pr ximo de sua

resid ncia, e 51,5% que n o conhecem.

. 94% dos alunos afirmaram ter conhecimento e presenciaram problemas de viol ncia

dentro da escola.

Page 12: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

. 25% dos alunos participaram ou foram levados a brigar e entrar em confus o dentro

do col gio.

. 37% afirmaram que brigou ou discutiu com funcion rios do col gio. Na poca da

pesquisa havia muito problema de relacionamento entre os alunos e os funcion rios.

. 25% dos alunos brigaram ou discutiram com algum professor.

. 98% dos entrevistados afirmam que existe viol ncia dentro da escola.

. 77% n o ouviram ou participaram de programas de n o viol ncia.

. Na pesquisa 63% dos alunos moram com a fam lia formada por pai e m e ; 32%

moram somente com a m e; 3% moram com os av s, 2% moram com outras

pessoas da fam lia.

. Esse dado interessante porque 32% dos alunos a m e o chefe de fam lia e o

aluno precisa ser mais respons vel, pois vive praticamente um ou dois per odos durante

o dia sozinho, enquanto a m e est no trabalho.

Para a realiza o da pesquisa houve uma dificuldade muito grande, porque n o

t nhamos hor rios dispon veis para abordar os alunos, com a negocia o de espa os

em aulas de colegas conseguimos efetivar o trabalho.

Os dados demonstram que os alunos vivem em um ambiente com a presen a da

viol ncia em todos os espa os escolares, ou seja, no p tio, na entrada do col gio ou

dentro da sala de aula. Nesse per odo houve v rios problemas de brigas e em alguns

casos com gravidade e com a interfer ncia da autoridade policial. Um dos problemas

enfrentados por parte da dire o e equipe pedag gica a falta de professores no

per odo das aulas, isto se deve por diversos motivos, existe o profissional suprido no

col gio, mas n o conseguem a substitui o ou reposi o. Isto gera uma ociosidade nas

turmas que ficam sem aulas e no p tio sem o monitoramento ou atividades estudadas

para este tipo de problema que se tornou corriqueiro. Os alunos livres de atividades t m

a oportunidade de provocar conflitos entre eles e funcion rios respons veis pelo p tio,

quando retornam para a sala de aula com o professor da pr xima disciplina n o

conseguem se concentrar ou demoram certo per odo para entrar em sintonia com a

mat ria seguinte. Neste per odo n o houve medidas para solucionar os problemas

apresentados. Para a solu o destes v rios conflitos existentes, a uma necessidade de

capacita o dos profissionais envolvidos em programas de n o viol ncia, e uma

organiza o melhor da escola com os per odos de ociosidade de seus alunos dentro do

hor rio escolar, o planejamento da equipe pedag gica e gest o deveram contemplar

essas falhas existentes. Outra dificuldade falta de comprometimento com o coletivo.

Page 13: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

1.5 Unidade did tica com o t tulo de Meus Espa os de Viv ncia.

Foi elaborado o material did tico pedag gico Meus Espa os de Viv ncia, para o p blico

alvo de alunos de 6 s rie ou 7 ano do ensino fundamental com o objetivo geral de

investigar o local de viv ncia os alunos e a viol ncia. Com as atividades propostas em

torno do tema viol ncia desencadeou-se um estudo, partindo da situa o local e

estabelecendo rela es com realidades distantes.

Para realizarmos a unidade coletamos dados, atrav s de fotos, ilustra es antigas do

entorno do col gio, para entendermos a hist ria local e as transforma es do espa o de

viv ncia dos alunos. Foram feitas observa es, coleta, organiza o e registro de dados

sobre os espa os dos alunos.

A apresenta o das produ es dos alunos, foi realizada na semana cultural do col gio.

Organizaram uma sala de aula com o tema viol ncia, trouxeram fotos, jornais,

depoimento de moradores entre outros materiais.

As produ es te ricas e experi ncias sobre o tema foram apresentadas por alunos,

atrav s de cartazes, livros e revistas expostos nos estandes. As paredes da sala de aula

foram desenhadas e coloridas com o tema pelos alunos participantes. Trataram do

tema viol ncia como se apresenta na atualidade e dando dicas de como procurarmos

solu es para minimizar a situa o. A apresenta o foi apenas um dia, mas a

prepara o foi longa na montagem dos materiais e no convencimento dos alunos.

Na coleta de dados sobre aspectos de seguran a p blica do bairro, os alunos

observaram a falta de policiamento, viaturas e outros equipamentos. E sobre a viol ncia

no bairro, citaram assaltos, tr fico de drogas, assaltos, roubos a resid ncia e ao

com rcio, brigas, assassinatos e etc. E que essa viol ncia est a cada ano aumentando

no bairro Sitio Cercado, e as autoridades n o tomam providencias, a sensa o de

inseguran a grande na popula o.

Na coleta de dados sobre as condi es de infraestrutura e servi os do bairro os

estudantes apontaram para a falta de posto de sa de e os que existem est o com

atendimento prec rio, com falta de m dicos. O tratamento de esgoto n o atinge a

totalidade das moradias, alguns moram pr ximo de rios da regi o e que conhecem

como valet o . O transporte coletivo apesar de existir um terminal rodovi rio no bairro

prec rio, est saturado e existe a falta de coletivos, alguns moradores dizem ser um

terminal itinerante , porque passam por ali v rias linhas de nibus, mas nenhuma faz o

Page 14: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

ponto final a n o ser os alimentadores da regi o, os usu rios reclamam da superlota o

e a dificuldade de embarcar para seguir viagem.

O tr nsito ca tico nas ruas principais, n o existe uma organiza o e fiscaliza o pelos

rg os respons veis, os usu rios aproveitam para desrespeitar as leis de transito, falta

a abertura de algumas ruas para desafogar o transito. A indigna o dos alunos a falta

de reas de laser, o poder p blico n o destinou reas para esses fins, e as que existem

s o prec rias e longe do col gio e das resid ncias, e existe um agravante que s o

inseguras. Alguns estudantes sugeriram a constru o de um shopping na regi o. O

laser dos jovens nos finais de semana o uso de alguns espa os nas ruas e o p tio de

um posto de combust veis, para o consumo de bebidas alco licas e som alto, com a

coniv ncia das autoridades, geralmente nesses dias acontece maioria das brigas e

assassinatos, por diversos motivos. Os estabelecimentos comerciais s o em sua

maioria de venda de m veis e eletroeletr nicos, farm cias, consult rios, bares e

lanchonetes. Existe durante o dia nas ruas principais a prolifera o do com rcio

informal, que por vezes fica dif cil do pedestre transitar nas estreitas cal adas das ruas

principais

Os estabelecimentos comerciais de pequeno porte como, por exemplo, panificadoras,

farm cias, mercearias entre outros sofrem com assaltos todos os dias, eles procuram

se proteger e fecham os estabelecimentos ao escurecer, n o abrem nos finais de

semana e feriados por medo dos assaltos.

Este trabalho de coleta de dados a apresenta o de resultados, foi interessante para

que os alunos pudessem comparar com outros bairros e com outras cidades do Brasil e

do mundo.

Alguns moradores relataram que antigamente n o existiam ruas no bairro, era um

matagal, onde, bois, vacas e mulas que pastavam. E somente no ano de 1978 que foi

surgir primeira rua com asfalto no bairro. Passaram-se vinte anos e o asfalto come ou

a piorar, ligaram para a prefeitura, demorou quatro anos para consertarem, mas fizeram

apenas um trabalho paliativo que n o soluciona o problema por completo. As quadras

de esportes gratuitas devem ter mais infraestrutura e manuten o, porque quando

chove ningu m se preocupa em limpar as mesmas. Se houver uma reforma geral

nestas quadras, as crian as, adolescentes, jovens e at os adultos poder o utilizar.

Dizem que o esporte praticado nessas quadras melhor do que ver as pessoas

consumindo drogas.

Page 15: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

1.6 GTR - Grupo de Trabalho em Rede. Meus Espa os de Viv ncia e a Viol ncia na

Escola.

Foi um momento de discuss o em EAD (Ensino a Dist ncia) que propiciou a troca de

experi ncias e sugest es sobre o tema viol ncia.

O grupo foi formado por quinze professores de geografia da rede estadual de educa o

do Paran .

Colocaremos algumas produ es e opini es dos professores que participaram desse

GTR. Eles ser o identificados por n meros:

Professor n 1

A viol ncia um problema social que est presente nas a es dentro das

escolas, e se manifesta de diversas formas entre todos os envolvidos no processo

educativo. Isso n o deveria acontecer, pois escola lugar de forma o da tica e da

moral dos sujeitos ali inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcion rios.

A viol ncia estampada nas ruas das cidades, a viol ncia dom stica, os latroc nios, os

contrabandos, os crimes de colarinho branco t m levado jovens a perder a credibilidade

quanto a uma sociedade justa e igualit ria, capaz de promover o desenvolvimento

social em iguais condi es para todos, tornando-os violentos, conforme esses modelos

sociais. Nas escolas, as rela es do dia a dia deveriam traduzir respeito ao pr ximo,

atrav s de atitudes que levassem amizade, harmonia e integra o das pessoas,

visando atingir os objetivos propostos no projeto pol tico pedag gico da institui o.

Inadmiss vel adiar provid ncias enquanto se buscam as causas da viol ncia escolar e

nos perdemos em um labirinto de "achismos". De um lado, muitos cr em que as

escolas s o autorit rias, sufocam os alunos e favorecem sua agressividade. Outros

acham que falta mais disciplina. De que lados est o? Muitas vezes n o sabemos como

agir em sala de aula, com tanta agressividade

O problema se alastra pelo mundo, mas no Brasil, embora o governo admita sua

exist ncia, ele. n o priorit rio dentro das pol ticas educacionais. Iniciativas para

combat -lo geralmente partem de entidades como Unesco, pesquisadores e secretarias

de Educa o. O MEC as ap ia, mas elas contemplam um n mero reduzido entre os

mais de 200 mil estabelecimentos e n o h diretrizes para um combate efetivo

viol ncia escolar. As discuss es s o est reis e as solu es apontadas abarcam desde

munir escolas com modernos aparatos de seguran a at a implementa o de projetos

que visam oferta de atividades culturais e esportivas para os alunos, passando pelo

Page 16: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

treinamento de professores em media o de conflitos. Todas t m seu lado positivo e

devem ser tentadas em conjunto, desde que n o se caia em exageros: nem podemos

transformar escolas em fortalezas, onde olhos eletr nicos vigiam qualquer movimento,

e, tampouco podemos nutrir a ilus o de que um jogo de bola nos fins de semana

remover jovens infratores do h bito de portar armas e drogas e amea ar a integridade

f sica e mental de professores e colegas. A import ncia de n s educadores discutirmos

e encontrarmos solu es, gritante, pois essa realidade ocorre em todas as institui es

de ensino sem exce o, por isso e essencial tentarmos amenizarmos a viol ncia nas

escolas e com os professores, a fim de ajudarmos essas crian as a se encontrarem e

assim podendo se tornar um adulto melhor, seguro e confiante, longe das drogas e

criminalidade.

Professor n 2

Freq entemente, a vulnerabilidade social refletida na viv ncia escolar reduz a

for a socializadora da escola, interferindo no ambiente relacional e permitindo que os

alunos construam a viol ncia como uma forma habitual de experi ncia escolar

(Camacho, 2000).

A viol ncia escolar n o se restringe apenas a agress es f sicas, mas tamb m

a agress es verbais, denomina o mais atual bullyng. Aonde venho percebendo que o

respeito e valoriza o pelo colega e o bem-estar social est o sendo deixando muitas

vezes de ser usadas e valorizadas para dar lugar viol ncia.

A exist ncia de bullying nas escolas tem sido tema reiteradamente investigado

nos ltimos anos, no exterior e no Brasil. O termo em ingl s refere-se a uma

denomina o diferenciada para a viol ncia nesse mbito, evidenciando uma

repercuss o negativa da viol ncia nas rela es entre pares, com destaque para o

ambiente escolar. Bullying caracteriza-se por atos repetitivos de opress o, tirania,

agress o e domina o de pessoas ou grupos sobre outras pessoas ou grupos,

subjugados pela for a dos primeiros. Trata-se de indiv duos valentes e brig es que

p em apelidos pejorativos nos colegas, aterrorizam e fazem sofrer seus pares, ignoram

e rejeitam garotos da escola, amea am, agridem, furtam, ofendem, humilham,

discriminam, intimidam ou quebram pertences dos colegas, entre outras a es

destrutivas (Lopes, Aramis, Saavedra, 2003).

A viol ncia manifesta uma afirma o de poder sobre o outro e a conquista

esse poder o que gera as diversas formas de viol ncia. Suas ocorr ncias s o

conseq ncia das pr ticas cotidianas de discrimina o, preconceito, da crise de

autoridade do mundo adulto ou da fraca capacidade demonstrada pelos profissionais de

Page 17: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

criar mecanismos justos e democr ticos de gest o da vida escolar.

Poss veis causas da viol ncia na escola, sendo ela uma escola com alunos de

v rios bairros oriunda de fam lias de baixa-renda em sua grande maioria: a

desagrega o familiar; problemas socioecon micos; a viol ncia que o aluno v em

casa; a baixa auto-estima; a falta de limites em rela o aos seus atos; a falta de di logo

na fam lia e na escola; a falta de amor; alcoolismo, t xico depend ncia, promiscuidade,

deten o prisional, s o as principais causas que deterioram o ambiente familiar e tem

reflexo direto na escola.

N s, sociedade democr tica, somos respons veis pelas consequ ncias educativas das

nossas a es. Ter que haver um esfor o financeiro governamental, n o s econ mico,

mas tamb m no n vel de recursos humanos para que programas de combate

viol ncia e exclus o social sejam realmente concretizados e obtenham bons resultados.

N o podemos deixar que as crian as se transformem em futuros inadaptados ou

futuros marginais, s porque n o tiveram refer ncias positivas na inf ncia elas

necessitam de carinho, de afeto, que tamb m s o seres humanos como todas as

outras crian as.

Professor n 3

At para mim, que trabalho em uma escola do interior do estado, a viol ncia vem

se tornando cada vez mais crescente e presente no cotidiano e na maioria das vezes

n o sabemos exatamente o que fazer perante ela enquanto profissionais da educa o.

E se sou uma profissional da educa o, me incomoda o fato de n o saber como

'educar' ou instruir meus alunos perante essa realidade de viol ncia que vem se

mostrando em nosso dia-a-dia... preciso parar para pensar: o que fazer? Como

transformar a realidade? Qual a for a (ou a falta dela) real do professor perante a

viol ncia escolar? Temos muito a, pensar, temos muito a descobrir.

Uma coisa ineg vel, a viol ncia n o apenas escolar, ela um problema social. Para

compreender o que acontece dentro da escola, preciso parar para analisar o contexto

no qual a institui o est inserida. Qual realidade os alunos enfrentam que o levam a

agir de tal maneira? Quais s o seus valores sociais?

Outro 'problema' ou 'erro' da sociedade achar que s o professores ou a escola que

devem educar passar valores, instruir, e que toda a responsabilidade sobre aos 'desvios'

da sociedade acabam recaindo sobre as 'falhas da educa o'. A realidade que a falha

n o est somente na educa o, mas muitas vezes se encontra enraizada na cultura da

sociedade e nos valores que est o sendo repassados de gera o em gera o, no seio

Page 18: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

da fam lia, pelo governo, pela m dia e at , pela pr pria escola. Mais do que mudar a

educa o, preciso mudar a cultura da sociedade em que vivemos, e esta n o uma

fun o espec fica do professor, por m necess rio que o professor, pense, repense e

reflita sobre o poder de transforma o social que realmente tem em suas m os,

deixando de lado os mitos e as demagogias, mas a partir de uma reflex o real de seu

papel. Da a import ncia deste GTR, analisar o espa o de viv ncia do aluno e procurar

compreender como sua realidade leva viol ncia na escola, e mais do que isso,

estudar de que forma a escola, que representada por todos os profissionais da

educa o, e, principalmente por n s, professores. Pode atuar como um agente de

transforma o social e como combater a viol ncia. Ent o m os obra n o ? Vamos

analisar refletir e buscar respostas.

Professor n 4

O tema do projeto Meus Espa os de Viv ncia e Viol ncia na Escola , um tema

de cunho social muito importante, pois se trata de uma tem tica que merece aten o

dentro dos estudos acad micos. A delimita o do espa o de pesquisa o Col gio

Estadual Hasdrubal Bellegard e seu entorno, esse traz refer ncia a outras localidades e

de institui es escolares que tamb m se defrontam com essa realidade. Na disciplina

de Geografia o espa o geogr fico como principal objeto de estudo permite compreender

a constru o e configura o do espa o escolhido para sua pesquisa para assim

entender os fatores que emergem a viol ncia presente ao entorno da escola que acaba

agregando ao interior desta. Diante da sua proposta de elaborar um material did tico

com a tem tica da viol ncia escolar atrelado ao ambiente de viv ncia dos alunos,

levando em considera o o que pode ser trabalhado nas aulas geografia acredito ser

de grande valia, pois permite ao professor trabalhar com seus alunos demonstrando os

males que a viol ncia provoca na vida das pessoas e quais s o os valores sociais e

morais que poder estar agregando no processo cognitivo das crian as, que mesmo

vivendo em locais de alto ndice de viol ncia, pode sim fazer a diferen a desde que fa a

a sua parte enquanto cidad o de bem, que consiga crescer culturalmente com seus

pr prios esfor os que assim consiga viver de forma harmoniosa dentro de uma

sociedade, por mais dif cil e complicada que essa seja.

Professor n 5

Esse projeto retrata a realidade da maioria das escolas do pa s. Estamos

vivenciando momentos de extrema viol ncia nos espa os das escolas e entorno delas,

que muitas vezes nos deixam sem a es. N o estamos capacitados, e nem podemos,

necessitamos de profissionais de outras reas como psic logos, psiquiatras, assistentes

Page 19: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

sociais, e outros, al m de projetos mais eficazes por parte do governo e da sociedade,

que nos d suporte para realizar nosso trabalho.

Professor n 6

Tal tema de suma import ncia, pois ser uma forma de aprofundamento no

conhecimento de suas causas e formas de evit -la, dentro da rea educacional.

Considera-se importante este estudo, pois possibilitar momentos de reflex o sobre os

fatores que provocam a viol ncia nas escolas p blicas, por ser um tema pol mico e

vem se agravando nos ltimos tempos, trazendo problemas s rios para a escola

desenvolver o seu papel. No contexto sociocultural, esse enfoque ajudar a

compreender a complexidade da problem tica educacional bem como as dificuldades

encontradas pelos professores, pela escola e pela sociedade na busca de solu es para

resolver esse problema. A meu ver, o tema em quest o, ajudar a compreender a atual

situa o de viol ncia das escolas possibilitando fazer uma reflex o cr tica sobre este

assunto e organizar diretrizes que busquem solucionar ou, pelo menos, minimizar o

problema melhorando a conviv ncia no contexto da escola.

Professor n 7

O aumento da viol ncia uma preocupa o da sociedade como um todo. O que

desencadeia tamanha viol ncia e preocupa o? Muitas coisas, come ando pela falta

de orienta o por parte da fam lia e vai ganhando propor es cada vez maiores na

sociedade. As crian as e os adolescentes dessa nova gera o, est o mais rebeldes, os

pais mais ausentes n o interagem com seus filhos, por diversas raz es (tempo,

trabalho, separa o. . . ) e a influ ncia da tecnologia na forma o do jovem, estes

acabam se perdendo entre o certo e o errado em saber os seus limites.A viol ncia

uma agress o verbal ou f sica que o ser humano sofre ou se defende dela que pode ser

um deboche, uma situa o vexat ria, um apelido, um descaso pol tico com o cidad o,

falta de uma fam lia estruturada, o uso de drogas, por causa de alguns esportes,

relacionamentos amorosos, bebidas, tr nsito, depreda o ou destrui o de patrim nios

p blicos. Os jovens sabem muito sobre todos os tipos de viol ncias, n o a toa que

ouvimos ou assistimos em notici rios acontecimentos ocorridos sempre deixando

v timas, o mais preocupante e grave que nem sempre s o espont neas, s vezes s o

atitudes ou atos planejados por parte de alguns grupos, como brigas entre gangues em

escolas, ruas, sa das de baladas. . . e os pr prios colegas incentivam e filmam para

exibir como trof u para reprimir outros. importante reunir os segmentos da

comunidade escolar ( pais, professores, alunos, funcion rios, comunidade. ) para que

juntos possam fazer uma reflex o sobre o que est bom, o que necess rio modificar

Page 20: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

ou melhorar para os pr ximos anos.Os investimentos e o reconhecimento do trabalho

da institui o p blica torna-se um instrumento a servi o da melhoria da qualidade da

escola e da qualidade do ensino e aprendizagem dos alunos, sendo a educa o um dos

passos importantes para amenizar a viol ncia, investir no jovem para formar bons

cidad os.

Professor n 8

Not cias sobre a viol ncia escolar s o cada vez mais frequentes: brigas,

confus es, viol ncia com armas, inclusive de fogo, viol ncia sexual, homofobia,

xenofobia, preconceito, viol ncia associado as drogas, bullying, viol ncia grave por

motivo banal. E n o apenas em escolas p blicas ou em ambientes de pobreza, escola

particular, bairros nobres, em pa ses ricos, tamb m tem apresentado quadros de

viol ncia nas escolas. A viol ncia na escola aquela que produz dentro do espa o

escolar e se liga a um comportamento social, porque ela exclui indiv duos de

possibilidade de conv vio no ambiente escolar. Diante desses fatos, nos sentimos

inseguros e nos questionamos em rela o as nossas atitudes e o nosso trabalho como

docente.

Professor n 9

A viol ncia surge em contextos e em situa es bem conhecidos. Torna-se

imperiosa uma interven o educativa, n o s dirigida aos jovens e adolescentes, mas a

todos os cidad os, pois todos, enquanto sociedade global somos culpados e devemos

ser chamados a intervir para contribuirmos para uma sociedade mais justa e igualit ria.

Rosseau afirmava que os homens n o nascem naturalmente maus, a sociedade que

os transforma. De fato, nenhum ser humano nasce violento ou criminoso, o seu destino

n o est tra ado ap s a nascen a, os seus comportamentos s o fruto do ambiente a

que s o expostos. Numa sociedade tecnol gica, consumista e competitiva, que valoriza

a aquisi o de bens de qualquer forma, que s d oportunidade aqueles que j

possuem algo, o comportamento desses jovens poder ser considerado adaptativo. De

fato o jovem s o de acordo como convivem ou se inserem. N o podemos rotular as

fam lias sem as investigar, Os conselhos tutelares dever o tomar a es preventivas,

buscando solu es junto s fam lias ou lares sem r tulos, buscando conhecer e fazer

algo para a mudan a. A educa o deve ser registrada imediatamente quando nasce

crian a, baseada em valores, normas e modelos de condutas. Que dar o formas de

personalidade e car ter ao individuo.Ou na escola ou o educador social deve ser formal

ou informal tendo suas compet ncias, a responsabilidade de atividade escolar,

transmitindo conhecimentos e conte dos sensibilizando-os contra a conduta violenta na

Page 21: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

escola.

Professor n 10

N s professores, pelo menos os que realmente escolheram esta profiss o, que

s o professores nos sentimos realmente preocupados, pois n o sabemos se vamos

conseguir trabalhar, preparamos algumas aulas e nem sempre conseguimos efetivar,

fazemos o que humanamente poss vel, pois se ainda somos professores acreditamos

na nossa miss o de ensinar, e sempre acreditamos em alguns de nossos alunos e

procuramos aparelh -los para que tenham uma vida mais f cil e cada vez melhor. N s

como escola p blica vivemos esta realidade no nosso dia a dia, essa realidade se

mostra atrav s da viol ncia entre os pr prios alunos e deles para com os professores e

tamb m com outros funcion rios, poucos s o os que t m coragem de enfrentar, s

vezes a pr pria dire o n o toma provid ncias, vai levando, empurrando, eles fazem

uso de palavras agressivas, fazem uso de drogas e de lcool, onde o professor s

vezes se omite, para conseguir trabalhar e tamb m para n o se incomodar. E neste

contexto que ocorrem as depreda es as picha es e a destrui o do patrim nio

p blico. Quando o nosso aluno deixa a escola alguns dos problemas que aqui dentro

conseguimos amenizar, l fora o problema se adensa, ou seja, ele ataca com for a

total. S o comuns na segunda feira termos alguns pais que querem resolver o problema

do final de semana na escola. Como somos uma comunidade sem infra-estrutura de

lazer para que os jovens gastem energia e se divirtam, eles costumam ficar nas

esquinas nos finais de semana bebendo ouvindo m sica e conversando e algumas

vezes consumindo drogas. Quando se encontram grupos rivais muitas vezes acaba em

brigas gerando mortes. s vezes acabam passando por revistas e de alguma forma

apanhando da pr pria policia. Acredito que a escola ainda tem muito a que fazer, s

precisa escolher o caminho mais correto e que consiga atingir a nossa juventude.

Professor n 11

A viol ncia escolar acredita ser um dos principais desafios enfrentado pelas

escolas e por todo o conjunto de indiv duos que fazem parte do cotidiano escolar.

Agressividade (verbal ou f sica), depreda es, desrespeito as autoridades e regras que

est o presentes no Regimento Escolar, a falta de limites entre crian as, adolescentes e

jovens, a aus ncia da fam lia na vida desses sujeitos, a sociedade desfigurada e

violenta. Todos esses fatores eclodem no ambiente escolar promovendo for as

antag nicas de um lado a sociedade (doente em sua fun o social de conv vio

harmonioso entre as pessoas que convivem num mesmo espa o geogr fico) e do outro

Page 22: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

a escola que tenta impor valores morais e culturais. Nesse embate, ocorrem os

conflitos. Diante dessa problem tica a escola n o pode demonstrar neutralidade ou

parcialidade em rela o viol ncia escolar, e sim promover a es conjuntas de

integra o entre a escola e comunidade para pensar em alternativas, seja atrav s de

projetos que agregue e exalte os valores simples, como respeito, amizade,

solidariedade, perd o etc., os quais andam esquecidos nas rela es sociais. N o temos

uma receita pronta e acabada, mas temos opini es, id ias que podem ser

implementadas de forma democr tica na escola.

Conclus o

A viol ncia vem revelando-se cada vez mais forte no ambiente escolar. Falta de

respeito autoridade docente, depreda o do patrim nio, socos e chutes,

comercializa o de drogas, furtos e acertos de contas de grupos rivais s o algumas das

situa es presenciadas pelos professores. Conviver e atuar nessa realidade est

fazendo com que muitos profissionais que atuam na educa o escolar, n o somente os

docentes, desmotivados, despreparados e inclusive, com problemas de sa de.

Identificar com maior precis o o que se diz quando se fala de viol ncia na escola

fundamental para identificar e discutir as causas, assim como elaborar estrat gias

espec ficas de enfrentamento adequadas a cada problema. Al m disso, construir para o

reconhecimento de forma que sequer s o reconhecidas como viol ncias podem ajudar

a ampliar a requalificar o debate.

Quando se trata de viol ncia, outro ponto que se deve ser lembrado que os casos

graves, nos quais a vida claramente colocada em risco, um fen meno

predominantemente urbano. Muitos destes casos ocorrem em locais onde h presen a

do crime organizado e demarcado e nestes contextos, a escola tem um complicador a

mais, pois, algumas vezes, situa es de viol ncia que tem origens no campo

extra-escolar, acabam se manifestando e repercutindo no espa o escolar. Nestes casos

espec ficos, ter de lidar com este tipo de conflito um problema a mais para a escola.

Muitas vezes abandonada nestes locais, a escola n o apenas torna-se v tima como,

frequentemente passa a se exigir dela que lide com esta situa o. Tarefa que, sozinha,

n o tem a m nima condi o de fazer.

A escola n o pode ignorar que os conflitos e problemas sociais existem, e por isso tem

vindo a adaptar-se como pode.

As dificuldades em reconhecer a viol ncia em suas amplas dimens es podem

Page 23: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

contribuir para evitar a produ o de cen rios e personagens da viol ncia, na medida em

que os atos de um individuo s o decorrentes da institui o social que se realiza no

contexto de experi ncias grupais combinadas, direitos e obriga es. Nessa perspectiva,

nossas a es cotidianas est o sempre na mira da reflex o.

Agir diante da viol ncia na escola tomar consci ncia de que a educa o tarefa de

todos e que o professor, enquanto agente do processo educativo, precisa ser respeitado

enquanto profissional da educa o, pois pe a fundamental na forma o de uma

sociedade mais humana, mais tica, mais cidad .

Tamb m chamamos a aten o para a pr tica pedag gica ser voltada ao

desenvolvimento de uma educa o que promova a paz e que proporcione ao educando

a conscientiza o sobre a import ncia do exerc cio da cidadania, do di logo e do

trabalho coletivo nas atividades di rias de sala de aula.

Frequentemente, a vulnerabilidade social refletida na viv ncia escolar reduz a for a

socializadora da escola, interferindo no ambiente relacional e permitindo que os alunos

construam a viol ncia.

A viol ncia escolar n o se restringe apenas a agress es f sicas, mas tamb m a

agress es verbais, denomina o mais atual bullyng. Onde o respeito e valoriza o pelo

colega e o bem estar social est o deixados de lado e desvalorizados.

importante reunir os segmentos da comunidade escolar (pais, professores,

alunos, funcion rios, comunidade...) para que juntos possam fazer uma reflex o sobre o

que est bom e o que necess rio modificar ou melhorar para os pr ximos anos.

Os investimentos e o reconhecimento do trabalho da institui o p blica

tornam-se um instrumento a servi o da melhoria da qualidade da escola e do ensino e

aprendizagem dos alunos, sendo a educa o um dos passos importantes para

amenizar a viol ncia, investir no jovem para formar bons cidad os

A viol ncia surge em contextos e situa es bem conhecidos. Torna-se imperiosa

uma interven o educativa, n o s dirigida aos jovens e adolescentes, mas a todos os

cidad os..

N s, sociedade democr tica, somos respons veis pelas conseq ncias

educativas das nossas a es. Ter que haver um esfor o financeiro governamental,

n o s econ mico, mas tamb m no n vel de recursos humanos para que programas de

combate viol ncia e exclus o social sejam realmente concretizados e obtenham bons

resultados.

Os professores participantes do GTR opinaram e registraram algumas

produ es, afirmaram que a unidade-did tica Meus Espa os de Viv ncia importante

Page 24: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

porque leva o aluno a refletir sobre a constru o do seu espa o de viv ncia atrav s de

pesquisas, imagens, depoimentos que fazem parte da realidade de seus bairros. A

problematiza o pode lev -lo a pensar na reconstru o desse espa o geogr fico de

modo mais organizado e tamb m a valorizar o seu bairro e melhorar sua alto-estima. A

abordagem de grande contribui o para a escola p blica principalmente se

pensarmos em algo que contribua para a forma o de um aluno participativo e critico e

que reconhe a a compreens o da viol ncia do lugar onde vive. Acreditamos que

papel da escola possibilitar ao aluno a sistematiza o do conhecimento partindo do

senso comum para o cientificamente produzido e constru do.

A viol ncia um tema t o corriqueiro, que muitas vezes banalizamos e

chegamos a encarar determinadas situa es como algo normal, nos tornando

indiferentes ou nos fazendo de cegos para evitar ter de tomar partido ou mesmo

buscar uma solu o para o problema.

Esse estudo do local de viv ncia uma forma de mostrar a realidade social na

qual o aluno est inserido e induzi-lo a pensar em transforma es que beneficiem

a comunidade.

Os professores relataram algumas experi ncias e projetos relativos ao nosso

tema, foi excelente a participa o de todos.

O objetivo do estudo foi atingido, na sua proposta de ensino a dist ncia, houve

uma troca de experi ncias e um aprofundamento no tema sobre a viol ncia escolar.

A aplicabilidade do tema viol ncia escolar no Col gio Estadual Hasdrubal Bellegard,

ficou prejudicado no ano de dois mil e onze, por falta de oportunidades e obordagens

com os alunos envolvidos, dever ser retomado nos anos seguintes, mas para que isto

aconte a, necessitaremos do envolvimento de toda a comunidade escolar.

A capacita o de todos os profissionais da educa o no tema sobre a viol ncia escolar

necess ria. As gest es escolares dever o propiciar meus e recursos para sua

efetiva o. Sem estas a es torna-se dif cil a implementa o de uma educa o para a

n o-viol ncia e um trabalho fragmentado e solit rio sem o envolvimento dos agentes

escolares.

Por fim, as reflex es sinalizam para a necessidade de futuros estudos sobre o tema e

refor am o pensamento da capacita o dos profissionais envolvidos.

Refer ncias

Page 25: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

AMORA, Ant nio Soares, Minidicion rio Soares Amora da l ngua portuguesa, 19.

ed.S o Paulo: Saraiva, 2009.

ARRIETA, Gricelda Azevedo... [et al], A viol ncia na escola: a viol ncia na

contemporaneidade e seus reflexos na escola. Canoas: Ulbra, 2000.

ARROYO, Miguel Gonz lez, Quando a viol ncia infanto-juvenil indaga a pedagogia,

Dispon vel em http://search.scielo.org/index.php Acesso em 24.02.2011.

CANDAU, Vera Maria; LUCINDA, Maria da Consola o; NASCIMENTO, Maria das

Gra as, Escola e Viol ncia. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.

FAJARDO, Indinalva Nepomuceno... [et al],Pressupostos de uma avalia o de contexto

existencial da viol ncia escolar para o planejamento de condutas motoras educacionais

voltadas para pr -adolescentes de classes de progress o, Dispon vel em

http://search.sciello.org/index.php Acesso em 22.03.2011

GOHN, Maria da Gl ria, Novas Teorias dos Movimentos Sociais, 2 ed. S o Paulo:

Edi es Loyola, 2009

GUIMAR ES, urea Maria, Vigil ncia, puni o e depreda o escolar, 3 ed. rev. e

atualizada .Campinas, SP: Papirus, 2003.

ITANI, Alice, A viol ncia no imagin rio dos agentes educativos, Dispon vel em

http://search.sciello.org/index.php . Acesso em 24.02.2011.

LA TALLIE, Yves de; Pedro-Silva, Nelson; Justo, Jos Sterza, Indisciplina/disciplina:

tica, moral e a o do professor. Porto Alegre: Media o, 2010.

MOREIRA, Ruy, Pensar e ser em geografia: ensaios de hist ria, epistemologia de

ontologia do espa o geogr fico/Ruy Moreira, 1 ed. , reimpress o. S o Paulo: Editora

Contexto, 2008.

PIGATTO, Naime, A Doc ncia e a viol ncia estudantil no contexto atual, Dispon vel em:

http://search.scielo.org/index.php Acesso em 22.03.2011

Page 26: ESPA - Paranဦ · ESPAdOS DE VIV ÇNCIA E A VIOL ÇNCIA NA ESCOLA Autor: Adalton Sutil de Oliveira1 Orientador: Nelson Rosirio de S ouza2 Resumo A escola vem deparando-se com

SANTOS, Milton, Manual de Geografia Urbana/Milton Santos, 3 ed. S o Paulo: Editora

da Universidade de S o Paulo,2008.

_______,T cnica, Espa o, Tempo: Globaliza o e Meio T cnico cient ficoinformacional,

5 ed. S o Paulo, Editora da Universidade de S o Paulo, 2008.

TOBIAS, Jos Ant nio, Filosofia da Educa o / Jos Ant nio Tobias: 6 ed. rev. S o

Paulo: Editora Ave-Maria, 2002.

ZALUAR, Alba, Da revolta ao crime S/A / Alba Zaluar, S o Paulo: Moderna, 1996.

________;LEAL, Maria Cristina, Viol ncia extra e intramuros, Dispon vel

em:http://search.scielo.org/index.php/art6. Acesso EM: 24 FEV. 2011