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Direito do Consumidor Profª. Tatiana Marcello [email protected]

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Page 1: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Direito do Consumidor Profª. Tatiana Marcello

[email protected]

Page 2: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Premissas

CF: art. 5°, XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a

defesa do consumidor. - cláusula pétrea CDC: Lei 8.078/1990, cujas normas são de interesse social

e de ordem pública. Vulnerabilidade (art. 4º, I, CDC) – todo consumidor é

presumidamente vulnerável.

Page 3: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

CONCEITOS

CONSUMIDOR

GERAL (art. 2º) - Pessoa física ou jurídica - Destinatário final POR EQUIPARAÇÃO - Coletividade (art. 2º, p.u.) - Vítimas de acidente de consumo (art. 17) - Pessoas expostas a práticas comerciais e contratuais (art. 29).

Page 4: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

FORNECEDOR – art. 3º Pessoa física ou jurídica; pública ou privada; nacional ou estrangeira; entes despersonalizados; Que desenvolve atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,

importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Page 5: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

PRODUTO (art. 3º, § 1º)

Bem móvel ou imóvel, material ou imaterial

SERVIÇO (art. 3º § 2º) Toda atividade fornecida no mercado, mediante remuneração Incluindo: natureza bancária, financeira, crédito, securitária. Excluindo: relações trabalhistas

Súmulas do STJ: 297 (instituição financeira)

Page 6: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

DIREITOS BÁSICOS (ART. 6º) I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos

provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;

Page 7: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;

VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;

VIII - ?

X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

Page 8: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA Sempre em favor do consumidor! Requisitos?

Page 9: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

RESPONSABILIDADE – OBJETIVA FATO (art. 12)

• dano causado por um defeito ou informação insuficiente ou inadequada

• exclui a responsabilidade: I - não colocou o produto no mercado; II - inexiste o defeito; III - culpa exclusiva do consumidor ou 3º. • profissional liberal – subjetiva

• Prazo 5 anos PRESCRICIONAL – a

contar do conhecimento do dano e autoria.

----------------------------------------------------------- • Quem responde? fabricante, produtor,

construtor, nacional ou estrangeiro e importador.

• E o comerciante? I - não achar os outros; II - não tiver identificação dos outros; III - não armazenou bem produtos perecíveis

VÍCIO (art. 18)

• Inadequação de quantidade/qualidade • - 30 dias ---------- não duráveis • - 90 dias ---------- duráveis

• Aparente/fácil constatação: entrega do

produto ou fim execução serviço

• oculto: quando ficar evidente

• Fornecedor: 30 dias para sanar

• Se não sanar no prazo: - Substituição; - Restituição; - Abatimento; - Complementação (se quantidade) • Opções de imediato (qualidade): a) comprometer a característica ou

qualidade, b) diminuir-lhe o valor; c) produto essencial.

---------------------------------------------------------- • Quem responde?

Page 10: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

OFERTA (art. 30)

A oferta obriga o fornecedor e vincula o contrato

Recusa: I – exigir o cumprimento; II – aceitar outro produto ou serviço; III - rescisão do contrato, com restituição de $ pagos + perdas e danos. - É proibida a publicidade de bens e serviços por telefone, quando a

chamada for onerosa ao consumidor que a origina. - O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos

atos de seus prepostos ou representantes autônomos. - Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de

componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de tempo.

Page 11: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

PUBLICIDADE (arts. 36 e 37)

Tem que ser explicito que é publicidade

ENGANOSA: inteira ou parcialmente falsa, induz em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. Pode ser enganosa por omissão, quando deixa de informar dados essenciais.

ABUSIVA: ofende valores (discriminatória de qualquer natureza, a

que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança).

Ônus da prova é de quem patrocina (art. 38).

Page 12: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

PRÁTICAS ABUSIVAS (ART. 39) É vedado ao fornecedor, dentre outras (rol exemplificativo):

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço (venda casada), bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;

II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes;

III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; (se enviar?)

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;

V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;

VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;

Page 13: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;

VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela ABNT ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);

IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;

X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços;

XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;

XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido.

Page 14: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Orçamento (art. 40) - 10 dias de validade a partir do recebimento. - aprovado, obriga os contraentes e somente poderá ser

modificado mediante livre negociação das partes.

- O consumidor não responde por ônus ou acréscimos decorrente da contratação de 3º não previsto no orçamento.

Page 15: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores - art. 43

Comunicação por escrito; Entidades de caráter público;

Prazos: - 5 dias úteis para o arquivista. - 5 anos máximo para ficar negativado pela mesma dívida, ou quando

consumada a prescrição do débito.

- Súmula 323 – A inscrição de inadimplente pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito por, no máximo, cinco anos, independentemente da prescrição da execução.

- Súmula 359 – Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a notificação do devedor antes de proceder à inscrição.

- Súmula 385 - Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.

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Cobrança de Dívidas – art. 42

O consumidor não poderá ser exposto a ridículo, constrangimento ou ameaça.

Pagou quantia indevida = repetição do indébito em dobro + correção monetária e juros legais, salvo engano justificável (repetição simples).

Documentos de cobrança - nome, o endereço e o número de CPF ou CNPJ.

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Direito de Arrependimento (art. 49)

7 dias, contados da assinatura ou do recebimento.

fora do estabelecimento.

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GARANTIAS (art. 50 + art. 26)

Art. 26 – legal - imposta por lei. Art. 50 – contratual - faculdade do fornecedor.

Contratual complementa a legal

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CLÁUSULAS ABUSIVAS (ART. 51)

São nulas de pleno direito, dentre outras, as cláusulas contratuais:

I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;

II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos

casos previstos neste código; III - transfiram responsabilidades a terceiros; IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o

consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;

Page 20: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; VIII - imponham representante para concluir ou realizar negócio jurídico

pelo consumidor (ex.: cláusula-mandato em contrato de cartão de crédito);

IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora

obrigando o consumidor; X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de

maneira unilateral;

Page 21: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;

XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua

obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a

qualidade do contrato, após sua celebração; XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias

necessárias.

Page 22: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

A nulidade de uma cláusula não invalida o contrato, salvo se

o comprometer.

Súmula 381, STJ - nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.

Interpretação mais favorável ao consumidor.

Page 23: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Crédito ou financiamento fornecedor deverá informar: a) preço em moeda nacional; b) juros de mora e taxa efetiva anual; c) acréscimos legais; d) número e periodicidade das prestações; e) soma total a pagar, com ou sem financiamento.

Multas de mora não poderão ser superiores 2% do valor das prestações.

É assegurado liquidação antecipada, total ou parcial, mediante redução proporcional de juros e demais acréscimos.

Compra e venda de móveis ou imóveis a prestação, bem como nas alienações fiduciárias em garantia é nula de pleno direito cláusula que estabeleça a perda total das prestações pagas em benefício do credor em razão de inadimplemento.

Consórcio - a compensação ou a restituição das parcelas quitadas terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.

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CONTRATO DE ADESÃO (ART. 54)

É aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.

A inserção de cláusulas não desfigura a natureza de adesão;

Admite-se cláusula resolutória, desde que alternativa ao consumidor;

Redigidos em termos claros, caracteres ostensivos, fonte não inferior ao tamanho 12;

Cláusulas que implicam em limitação de direitos deverão ser redigidas com destaque.

Page 25: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Defesa do consumidor - Art. 81

A defesa do consumidor individualmente ou coletivamente:

Será coletiva quando se tratar de:

A) direitos difusos (não há vínculo jurídico entre os titulares, apenas circunstancias fáticas; ex.: publicidade abusiva, poluição do ar);

B) direitos coletivos (stricto sensu) (grupo, categoria ou classe - pessoas ligadas por uma mesma relação jurídica, entre si ou com o fornecedor. ex.: má qualidade no ensino de uma escola);

C) direitos individuais homogêneos (decorrentes de origem comum;

ex.: queda de aviões, como o da TAM)

Page 26: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Legitimados CONCORRENTEMENTE – art. 82

I - O MP (quando não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei); II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou

indireta, destinados à defesa dos consumidores; IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 ano e que

incluam entre seus fins institucionais a defesa do consumidor. (a pré-constituição pode ser dispensada se houver manifesto interesse social, ou por relevância do bem jurídico a ser protegido)

- Lei 7.347/1985 (Lei da ACP), art. 5º, II – Defensoria Pública

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Ações de Responsabilidade do Fornecedor

Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, serão observadas as seguintes normas:

I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; Em contrato de adesão, caso haja cláusula de eleição de

foro, impedindo o consumidor de ajuizar ação no seu domicílio, esta será considerada nula de pleno direito.

Page 28: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

PRINCÍPIOS

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:

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Princípio da Vulnerabilidade

Ao estudar o Direito do Consumidor, deve-se ter como premissa que todo consumidor é presumidamente vulnerável na relação de consumo. A intenção do legislador foi de criar uma situação jurídica mais favorável à parte mais fraca na relação (consumidor), a fim de equilibrar as desigualdades.

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Princípio do Dever Governamental

É visto sob dois aspectos, o primeiro diz respeito

ao dever do Estado em promover mecanismos suficientes à efetiva proteção do consumidor e o segundo diz respeito ao dever do Estado em promover a racionalização e melhoria do serviço público enquanto Estado-fornecedor.

Page 31: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Princípio Harmonização das Relações

A Política Nacional das Relações de Consumo deve propiciar a harmonia entre a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico do mercado de consumo e a proteção do consumidor, evitando-se que um desses interesses prejudique ou inviabilize o outro.

Page 32: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Princípio da Garantia de Adequação

Emana da necessidade de garantir ao consumidor

produtos e serviços adequados, atendendo-se sempre ao binômio qualidade/segurança.

Page 33: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Princípio da Boa-fé Objetiva

Norma de conduta norteadora das relações de

consumo, consubstanciada no dever de honestidade, lealdade e confiança entre fornecedor e consumidor.

Page 34: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Princípio Educação/Informação/Transparência

Quanto mais bem informado estiver o consumidor

sobre os produtos e serviços, mais conscientes serão suas escolhas. Para tanto, é preciso que haja a educação para o consumo, ao mesmo tempo que os produtos e serviços ofertados devem trazer de forma correta e clara todas as informações ao consumidor.

Page 35: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Princípio do Acesso à Justiça De natureza constitucional, esse princípio é direcionado ao

legislador, para que forneça mecanismos de acesso à justiça ao consumidor.

Exemplos: Art. 5º, I - assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor

carente;

Art. 6º, VII- o acesso aos órgãos judiciários e administrativo, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados.

Art. 6º, VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a

inversão do ônus da prova. Art. 100, I – a ação de responsabilidade em face do fornecedor pode ser

proposta no domicílio do consumidor.

Page 36: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

RESOLUÇÃO CMN/BACEN Nº 3849/2010

As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BACEN devem instituir componente organizacional de ouvidoria, com a atribuição de atuar como canal de comunicação entre essas instituições e os clientes e usuários de seus produtos e serviços, inclusive na mediação de conflitos.

A estrutura da ouvidoria deve ser compatível com a natureza e a complexidade dos produtos, serviços, atividades, processos e sistemas de cada instituição.

Page 37: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Deveres das Instituições: I - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria, bem

como de informações completas acerca da sua finalidade e forma de utilização;

II - garantir o acesso gratuito dos clientes e usuários de

produtos e serviços ao atendimento da ouvidoria, por meio de canais ágeis e eficazes; e

III - disponibilizar acesso telefônico gratuito, cujo número

deve ser:

Page 38: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

a) divulgado e mantido atualizado em local e formato visível ao público no recinto das suas dependências e nas dependências dos correspondentes no País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos na internet e nos demais canais de comunicação utilizados para difundir os produtos e serviços da instituição;

b) registrado nos extratos, nos comprovantes, inclusive eletrônicos, nos contratos formalizados com os clientes, nos materiais de propaganda e de publicidade e nos demais documentos que se destinem aos clientes e usuários dos produtos e serviços da instituição; e

c) registrado e mantido permanentemente atualizado em sistema de informações, na forma estabelecida pelo Bacen.

Page 39: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Estrutura das ouvidorias:

bancos comerciais; bancos múltiplos; caixas econômicas; sociedades de crédito, financiamento e investimento; associações de poupança e empréstimo; sociedades de arrendamento mercantil que realizem

operações de arrendamento mercantil financeiro ↓ devem instituir o componente organizacional de ouvidoria

na própria instituição.

Page 40: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

cooperativas singulares de crédito filiadas a cooperativa central

Podem firmar convênio com a respectiva central, confederação ou banco cooperativo do sistema, para compartilhamento e utilização de componente organizacional de ouvidoria único, mantido em uma dessas instituições.

Page 41: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

cooperativas singulares de crédito não filiadas a cooperativa central

podem firmar convênio com cooperativa central, ou com federação ou confederação de cooperativas de crédito, ou com associação representativa da classe, para compartilhamento e utilização de ouvidoria mantida em uma dessas instituições.

Page 42: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

demais instituições não referidas anteriormente

podem firmar convênio com a associação de classe a que sejam afiliadas ou com as bolsas de valores ou as bolsas de mercadorias e de futuros nas quais realizam operações, para compartilhamento e utilização da ouvidoria mantida em uma dessas entidades.

Page 43: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

instituições que fazem parte de conglomerado financeiro

podem instituir componente organizacional único que

atuará em nome de todos os integrantes do grupo.

Page 44: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

instituições que não façam parte de conglomerado financeiro

↓ podem firmar convênio com empresa não financeira

ligada, que possuir ouvidoria, para compartilhamento e utilização da respectiva ouvidoria.

Page 45: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

bancos comerciais sob controle direto de bolsas de mercadorias e de futuros que operem exclusivamente no desempenho de funções de liquidante e custodiante central das operações cursadas

↓ ficam excluídos da exigência estabelecida (não precisam

instituir ouvidorias)

Page 46: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Atribuições das ouvidorias: I - receber, registrar, instruir, analisar e dar tratamento

formal e adequado às reclamações dos clientes e usuários de produtos e serviços das instituições que não forem solucionadas pelo atendimento habitual realizado por suas agências e quaisquer outros pontos de atendimento;

II - prestar os esclarecimentos necessários e dar ciência aos reclamantes acerca do andamento de suas demandas e das providências adotadas;

III - informar aos reclamantes o prazo previsto para resposta final, o qual não pode ultrapassar 15 dias, contados da data da protocolização da ocorrência;

Page 47: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

IV - encaminhar resposta conclusiva para a demanda dos reclamantes até o prazo de 15 dias;

V - propor ao conselho de administração ou, na sua ausência, à diretoria da instituição medidas corretivas ou de aprimoramento de procedimentos e rotinas, em decorrência da análise das reclamações recebidas; e

VI - elaborar e encaminhar à auditoria interna, ao comitê de auditoria, quando existente, e ao conselho de administração ou, na sua ausência, à diretoria da instituição, ao final de cada semestre, relatório quantitativo e qualitativo acerca da atuação da ouvidoria, contendo as proposições de que trata o inciso V.

Page 48: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

O serviço prestado pela ouvidoria aos clientes e usuários dos produtos e serviços das instituições deve ser identificado por meio de número de protocolo de atendimento.

Os relatórios de que (tratados no inciso VI) devem permanecer à disposição do Bacen pelo prazo mínimo de 5 anos na sede da instituição.

Page 49: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Previsões no estatuto ou contrato social:

I - as atribuições da ouvidoria;

II - os critérios de designação e de destituição do ouvidor e o tempo de duração de seu mandato; e

III - o compromisso expresso da instituição no sentido de: a) criar condições adequadas para o funcionamento da

ouvidoria, bem como para que sua atuação seja pautada pela transparência, independência, imparcialidade e isenção; e

b) assegurar o acesso da ouvidoria às informações necessárias para a elaboração de resposta adequada às reclamações recebidas, com total apoio administrativo, podendo requisitar informações e documentos para o exercício de suas atividades.

Page 50: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Em sendo criada ouvidoria em instituição já em funcionamento, conforme a natureza jurídica da sociedade, tal deve ser incluída no estatuto ou contrato social da instituição, na 1º alteração que ocorrer após a criação da ouvidoria.

Page 51: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Designação de ouvidor e diretor responsável:

As instituições devem designar perante o BACEN os nomes do ouvidor e do diretor responsável pela ouvidoria, estabelecendo-se as seguintes disposições:

I - não há vedação a que o diretor responsável pela ouvidoria desempenhe outras funções na instituição, exceto a de diretor de administração de recursos de terceiros;

II - nos casos dos bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento e associações de poupança e empréstimo, o ouvidor não poderá desempenhar outra atividade na instituição, exceto a de diretor responsável pela ouvidoria; e

III - na hipótese de recair a designação do diretor responsável pela ouvidoria e do ouvidor sobre a mesma pessoa, esta não poderá desempenhar outra atividade na instituição.

Page 52: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Relatório:

O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar relatório semestral, na forma definida pelo Bacen, relativo às atividades da ouvidoria nas datas-base de 30/06 e 31/12 e sempre que identificada ocorrência relevante. Esse relatório deve ser:

I - revisado pela auditoria externa, a qual deve manifestar-se acerca da qualidade e adequação da estrutura, dos sistemas e dos procedimentos da ouvidoria, bem como sobre o cumprimento dos demais requisitos estabelecidos nesta resolução;

II - apreciado pela auditoria interna ou pelo comitê de auditoria, quando existente;

Page 53: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

III - encaminhado ao Bacen, na forma e periodicidade estabelecida por aquela Autarquia;

IV - arquivado na sede da respectiva instituição, à disposição do

Bacen pelo prazo mínimo de 5 anos, acompanhado da revisão e da apreciação de que tratam os incisos I e II.

Page 54: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

Disposições Finais As instituições não obrigadas, no termos desta resolução, à remessa

do relatório do diretor responsável pela ouvidoria ao Bacen, devem manter os relatórios ainda não enviados, na sede da instituição.

As instituições devem adotar providências para que todos os integrantes da ouvidoria sejam considerados aptos em exame de certificação organizado por entidade de reconhecida capacidade técnica. Esse exame deve abranger, no mínimo, temas relacionados à ética, aos direitos e defesa do consumidor e à mediação de conflitos, bem como ter sido realizado após 30 de julho de 2007. A designação dos membros da ouvidoria fica condicionada à comprovação de aptidão no exame de certificação, além do atendimento às demais exigências desta resolução.

Page 55: Escriturário Banco do Brasil - Direito do Consumidor

As instituições são responsáveis pela atualização periódica dos conhecimentos dos integrantes da ouvidoria. O diretor responsável pela ouvidoria deve passar pelo exame de capacitação somente na hipótese na hipótese de recair a designação do diretor responsável pela ouvidoria e do ouvidor sobre a mesma pessoa.

Nas hipóteses de instituições que firmaram convênios para compartilhamento e utilização de ouvidorias, os respectivos convênios devem conter cláusula exigindo exame de certificação de todos os integrantes das ouvidorias das associações de classe, entidades e empresas conveniadas.

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A ouvidoria deve manter sistema de controle atualizado das reclamações recebidas, de forma que possam ser evidenciados o histórico de atendimentos e os dados de identificação dos clientes e usuários de produtos e serviços, com toda a documentação e as providências adotadas. Essas informações e documentação devem permanecer à disposição do Bacen na sede da instituição, pelo prazo mínimo de 5 anos, contados da data da protocolização da ocorrência.

O Bacen poderá adotar medidas complementares necessárias à execução do disposto nesta resolução.