escritores da liberdade melhor

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Em um país como os EUA, aparentemente a terra da liberdade, o que existe, na verdade, são territórios restritos, demarcados por cada etnia aí representada, compondo um caldeirão étnico-cultural em constante ebulição. Todas as tribos acalentam a ilusão de ter que lutar contra o outro; sempre há um inimigo à espreita. É neste cenário caótico que a Professora Erin Gruwell vê o desafio de educar um grupo de alunos aceito compulsoriamente na Escola Wilson, após a criação de uma lei de integração racial, aprovada pela Secretaria de Educação. Nesta classe do 1º ano colegial, brancos, negros, hispânicos e asiáticos são obrigados a conviver no mesmo espaço. Muitos dos alunos faziam parte de gangues, todos viviam em uma situação socioeconômica muito precária, não se respeitavam e nem se interessavam pelos estudos, alguns estavam lá apenas como alternativa ao reformatório, eles eram alvos de descrédito dos professores e da direção da escola, que os acusavam de afastar boa parte dos bons alunos que antes ali estudavam. Na própria sala de aula, eles criam pequenos guetos, com fronteiras bem estabelecidas. A professora chega à escola repleta de sonhos e ideais. Previsivelmente, ela é recepcionada por uma realidade completamente diferente da que imagina; aí ela não encontra ativistas sociais, mas sim uma juventude completamente marginalizada; não se depara com professores e diretores dispostos a acolher; ao invés disso, tem diante de si um universo preconceituoso e resistente. A própria disciplina que lhe cabe lecionar, a língua e a literatura inglesa, parece deslocada diante deste contexto. Como impor a esta esfera multirracial, composta por grupos aparentemente tão diversificados e distintos, uma linguagem considerada estrangeira por eles e, mais que isto, um instrumento de manipulação política? Em seu 1º dia de aula Erin já se depara com uma antevisão do universo violento e caótico que a aguarda. A escola, que já havia sido um centro de excelência e agora testemunha a perda de seus ‘melhores alunos’, depois do ingresso de alunos que, para alguns representam a escória da sociedade, se transformou em cenário de constantes combates de gangues. Diante desta realidade, Erin questiona sua vocação e o papel do educador. Mas, a partir do momento em que uma caricatura desenhada por um dos alunos, com o objetivo de humilhar um dos estudantes negros, vai parar em suas mãos, ela inicia uma nova trajetória. Deste momento em diante, a professora passa a encontrar caminhos alternativos para sensibilizar seus alunos, através de um inusitado paralelo entre o contexto racial atual nos EUA e o Holocausto, praticado durante a 2ª Guerra Mundial contra judeus, negros e outras raças consideradas inferiores pelos nazistas. Através desta analogia, Erin começa a transmitir a estes jovens noções fundamentais sobre tolerância, respeito, aceitação das diferenças e convivência pacífica. Ela desenvolve, então, um método que parte da realidade de cada aluno, expressa por meio da escrita e da leitura iniciada com o livro “O diário de Anne Frank" em que os alunos poderão registrar o que quiserem sobre suas vidas. Esta surpreendente história se baseia em fatos reais, retratados no livro Diário dos Escritores da Liberdade, publicado em 1999, a partir dos diários desenvolvidos pelos jovens, estimulados por Erin a representar nestes cadernos suas trajetórias existenciais. Aos poucos, estes textos despertam nos estudantes uma visão diferente do outro, até então visto apenas como o inimigo. Eles percebem que, entre eles, há mais coisas em comum do que poderiam imaginar. No inicio da relação da professora e os alunos não foi boa. Pois a professora é vista como representante do domínio dos brancos nos EUA. Suas iniciativas para conseguir quebrar as barreiras muitas vezes foram frustrantes, mas Erin não desiste. Mesmo não contando com o apoio da direção da escola, ela acredita que há possibilidades de superar as mazelas sociais e étnicas ali existentes. A Sra. G (como era chamada pela turma) começou a ganhar a confiança dos alunos, e do Secretário de Educação. Ela descobre um meio de comunicação muito interessante, que quebra as barreiras raciais, éticas e sociais entre ela e os alunos, sendo possível assim que os alunos da sala 203, tidos como incapazes, começassem a descobrir o mundo da aprendizagem. O trabalho desta professora foi muito além da sala de aula. Ela possibilitou que seus alunos tivessem outras perspectivas de mundo, por exemplo, visitando o museu do holocausto, possibilitando aos jovens conhecer os efeitos traumáticos da ideologia da “grande gangue” nazista, que provocou a 2ª. Guerra Mundial, e também reconhecer as semelhanças entre esse acontecimento e suas “pequenas gangues” da escola. Inspirada no livro “O diário de Anne Frank”, que despertou grande interesse nos alunos, a Sra. G solicitou que cada um escrevesse seus sentimentos, aflições, alegrias, desagrados, etc. O método de ensino e a empatia de Erin resultaram, não só no sucesso acadêmico dos alunos, mas também na mudança de perspectiva de vida. A ação da Sra. G é inovadora, pois motiva os alunos a expressar seus sentimentos, ler, pensar, escrever, e mudar a partir do reconhecimento de que eles são capazes. Como a história de Erin Gruwell e a sala 203 da escola Wilson é real, em 1997, Erin e os alunos fundam a associação “Freedom Writers Fundation” (Associação dos Escritores da Liberdade - http://www.freedomwritersfoundation.org/) e publica um livro que reúne os diários escritos por cada um. Além de ser um filme extremamente envolvente e que leva a uma reflexão sobre desigualdades nas classes sociais, racismo, desestrutura familiar, intolerância ao que é diferente, a funcionalidade de políticas públicas, exclusão social, entre outros, em termos de prevenção à violência o filme faz pensar sobre a escola como fator de proteção e como meio de implementar política de prevenção à violência, seja para pessoas que ESCRITORES DA

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Relatório de filme para ensino médio

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Em um pas como os EUA, aparentemente a terra da liberdade, o que existe, na verdade, so territrios restritos, demarcados por cada etnia a representada, compondo um caldeiro tnico-cultural em constante ebulio. Todas as tribos acalentam a iluso de ter que lutar contra o outro; sempre h um inimigo espreita. neste cenrio catico que a Professora Erin Gruwell v o desafio de educar um grupo de alunos aceito compulsoriamente na Escola Wilson, aps a criao de uma lei de integrao racial, aprovada pela Secretaria de Educao. Nesta classe do 1 ano colegial, brancos, negros, hispnicos e asiticos so obrigados a conviver no mesmo espao. Muitos dos alunos faziam parte de gangues, todos viviam em uma situao socioeconmica muito precria, no se respeitavam e nem se interessavam pelos estudos, alguns estavam l apenas como alternativa ao reformatrio, eles eram alvos de descrdito dos professores e da direo da escola, que os acusavam de afastar boa parte dos bons alunos que antes ali estudavam. Na prpria sala de aula, eles criam pequenos guetos, com fronteiras bem estabelecidas. A professora chega escola repleta de sonhos e ideais. Previsivelmente, ela recepcionada por uma realidade completamente diferente da que imagina; a ela no encontra ativistas sociais, mas sim uma juventude completamente marginalizada; no se depara com professores e diretores dispostos a acolher; ao invs disso, tem diante de si um universo preconceituoso e resistente. A prpria disciplina que lhe cabe lecionar, a lngua e a literatura inglesa, parece deslocada diante deste contexto. Como impor a esta esfera multirracial, composta por grupos aparentemente to diversificados e distintos, uma linguagem considerada estrangeira por eles e, mais que isto, um instrumento de manipulao poltica? Em seu 1 dia de aula Erin j se depara com uma anteviso do universo violento e catico que a aguarda. A escola, que j havia sido um centro de excelncia e agora testemunha a perda de seus melhores alunos, depois do ingresso de alunos que, para alguns representam a escria da sociedade, se transformou em cenrio de constantes combates de gangues. Diante desta realidade, Erin questiona sua vocao e o papel do educador. Mas, a partir do momento em que uma caricatura desenhada por um dos alunos, com o objetivo de humilhar um dos estudantes negros, vai parar em suas mos, ela inicia uma nova trajetria. Deste momento em diante, a professora passa a encontrar caminhos alternativos para sensibilizar seus alunos, atravs de um inusitado paralelo entre o contexto racial atual nos EUA e o Holocausto, praticado durante a 2 Guerra Mundial contra judeus, negros e outras raas consideradas inferiores pelos nazistas. Atravs desta analogia, Erin comea a transmitir a estes jovens noes fundamentais sobre tolerncia, respeito, aceitao das diferenas e convivncia pacfica. Ela desenvolve, ento, um mtodo que parte da realidade de cada aluno, expressa por meio da escrita e da leitura iniciada com o livro O dirio de Anne Frank" em que os alunos podero registrar o que quiserem sobre suas vidas. Esta surpreendente histria se baseia em fatos reais, retratados no livro Dirio dos Escritores da Liberdade, publicado em 1999, a partir dos dirios desenvolvidos pelos jovens, estimulados por Erin a representar nestes cadernos suas trajetrias existenciais. Aos poucos, estes textos despertam nos estudantes uma viso diferente do outro, at ento visto apenas como o inimigo. Eles percebem que, entre eles, h mais coisas em comum do que poderiam imaginar. No inicio da relao da professora e os alunos no foi boa. Pois a professora vista como representante do domnio dos brancos nos EUA. Suas iniciativas para conseguir quebrar as barreiras muitas vezes foram frustrantes, mas Erin no desiste. Mesmo no contando com o apoio da direo da escola, ela acredita que h possibilidades de superar as mazelas sociais e tnicas ali existentes. A Sra. G (como era chamada pela turma) comeou a ganhar a confiana dos alunos, e do Secretrio de Educao. Ela descobre um meio de comunicao muito interessante, que quebra as barreiras raciais, ticas e sociais entre ela e os alunos, sendo possvel assim que os alunos da sala 203, tidos como incapazes, comeassem a descobrir o mundo da aprendizagem. O trabalho desta professora foi muito alm da sala de aula. Ela possibilitou que seus alunos tivessem outras perspectivas de mundo, por exemplo, visitando o museu do holocausto, possibilitando aos jovens conhecer os efeitos traumticos da ideologia da grande gangue nazista, que provocou a 2. Guerra Mundial, e tambm reconhecer as semelhanas entre esse acontecimento e suas pequenas gangues da escola. Inspirada no livro O dirio de Anne Frank, que despertou grande interesse nos alunos, a Sra. G solicitou que cada um escrevesse seus sentimentos, aflies, alegrias, desagrados, etc. O mtodo de ensino e a empatia de Erin resultaram, no s no sucesso acadmico dos alunos, mas tambm na mudana de perspectiva de vida. A ao da Sra. G inovadora, pois motiva os alunos a expressar seus sentimentos, ler, pensar, escrever, e mudar a partir do reconhecimento de que eles so capazes. Como a histria de Erin Gruwell e a sala 203 da escola Wilson real, em 1997, Erin e os alunos fundam a associao Freedom Writers Fundation (Associao dos Escritores da Liberdade - http://www.freedomwritersfoundation.org/) e publica um livro que rene os dirios escritos por cada um. Alm de ser um filme extremamente envolvente e que leva a uma reflexo sobre desigualdades nas classes sociais, racismo, desestrutura familiar, intolerncia ao que diferente, a funcionalidade de polticas pblicas, excluso social, entre outros, em termos de preveno violncia o filme faz pensar sobre a escola como fator de proteo e como meio de implementar poltica de preveno violncia, seja para pessoas que sofrem ou que fazem uso da violncia. Ao criar um elo de contato com o mundo Erin fornece aos alunos um elemento real de comunicao que permite aos seus alunos se libertarem de seus medos, anseios, aflies e inseguranas. Erin consegue mostrar aos alunos que os impedimentos e situaes de excluso e preconceito podem afetar a todos independente da cor, da pele, da origem tnica, da religio etc vo existir sempre e em todos os lugares e que quando se quer algo tem que se lutar ate o fim. A professora Erin Gruwell combate um sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faa a diferena na vida dos estudantes. Contando suas prprias histrias, e ouvindo as dos outros, uma turma de adolescentes supostamente indomveis descobriu o poder da tolerncia, recupera suas vidas desfeitas e muda seu mundo. http://www.filmesonlinegratis.com/escritores-da-liberdade.html

ATIVIDADE AVALIADACopie do texto a parte que justifica dizer que os EUA apenas aparenta ser uma terra de liberdade.

Qual foi o objetivo da lei de integrao racial?

Que etnias ocupam o espao da sala 203?

Como era a situao social dos alunos da sala 203?

Como os alunos faziam uso do espao na sala 203, quando a professora Erin comeou a trabalhar com eles?

Que realidade a professora encontra ao comear a trabalhar na escola Wilson?

A professora Erin dever ensinar o Ingls aos alunos da sala 203, por que o texto acima diz que essa uma linguagem considerada estrangeira por eles?

Por que a sala 203 chamada de multirracial?

O que voc acha que significa a escria da sociedade?

O que motivou a professora a mudar suas aulas?Que caminho alternativo a professora usa para sensibilizar seus alunos, j que eles se desrespeitam e no aceitam as diferenas?

Quais valores a professora transmitia aos alunos atravs do paralelo da excluso que eles faziam com o Nazismo?

Que livro usado pela professora para inspirar seus alunos a escreverem?

Como foi chamado o livro escrito pelos alunos da professora Erin?

Que sentimento os textos escritos pelos alunos despertam um no outro?

Por que de incio a professora no foi aceita pelos alunos?

Que foi chamado pela professora de Grande Gangue?

O que a professora pediu para que os alunos escrevessem em seus dirios?

Por que o mtodo de ensino da professora foi chamado de inovador?

Quais reflexes so instigadas pelo filme?

ESCRITORES DA LIBERDADE