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ESCOLA SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO, MARKETING E COMUNICAÇÃO ESAMC SOROCABA JEFERSON BELZARENA RAFAEL FRANZINI TIAGO DIAS CARDOSO CARREIRA TI: UMA FERRAMENTA DE SUPORTE DE TOMADA DE DECISÃO NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE AVALIAÇÃO E ALOCAÇÃO DE PROFISSIONAIS A SERVIÇOS DE ACORDO COM SUAS HABILIDADES Sorocaba SP 2013

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ESCOLA SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO, MARKETING E

COMUNICAÇÃO – ESAMC SOROCABA

JEFERSON BELZARENA

RAFAEL FRANZINI

TIAGO DIAS CARDOSO

CARREIRA TI:

UMA FERRAMENTA DE SUPORTE DE TOMADA DE DECISÃO NO PROCESSO DE

AVALIAÇÃO DE AVALIAÇÃO E ALOCAÇÃO DE PROFISSIONAIS A SERVIÇOS DE

ACORDO COM SUAS HABILIDADES

Sorocaba – SP

2013

JEFERSON BELZARENA RAFAEL FRANZINI

TIAGO DIAS CARDOSO

CARREIRA TI:

UMA FERRAMENTA DE SUPORTE DE TOMADA DE DECISÃO NO PROCESSO DE

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E ALOCAÇÃO DE PROFISSIONAIS A SERVIÇOS

DE ACORDO COM SUAS HABILIDADES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como exigência parcial para obtenção do título de

Especialista ao curso de MBA em Gestão de

Tecnologia da Informação da Escola Superior de

Administração, Marketing e Comunicação.

Orientador: Prof. MSc. Valdinei Castelan

Sorocaba – SP

2013

BELZARENA, Jeferson Rosa, CARDOSO, Tiago Dias, FRANZINI, Rafael Augusto Oliveira. CARREIRA TI: Uma Ferramenta De Suporte De Tomada De Decisão No Processo De Avaliação De Performance E Alocação De Profissionais A Serviços De Acordo Com Suas Habilidades./ BELZARENA, Jeferson Rosa, CARDOSO, Tiago Dias, FRANZINI, Rafael Augusto Oliveira. Sorocaba: Escola Superior De Administração, Marketing E Comunicação. 86 p. Projeto de Pós Graduação ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação, 2012. 1. Performance 2. Feedback 3. Desempenho Profissional 4. Tomada de decisão 5. Recursos Humanos

JEFERSON BELZARENA RAFAEL FRANZINI

TIAGO DIAS CARDOSO

CARREIRA TI:

UMA FERRAMENTA DE SUPORTE DE TOMADA DE DECISÃO NO PROCESSO DE

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E ALOCAÇÃO DE PROFISSIONAIS A SERVIÇOS

DE ACORDO COM SUAS HABILIDADES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como exigência parcial para obtenção do título de

Especialista ao curso de MBA em Gestão de

Tecnologia da Informação da Escola Superior de

Administração, Marketing e Comunicação.

Orientador: Prof. MSc. Valdinei Castelan

Data de Aprovação:

Banca Examinadora:

Sorocaba – SP

2012

DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a nossas esposas, que

carinhosamente colaboraram de forma indireta, porém vital,

para a conclusão do mesmo.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus, pelo dom da vida concedido a

cada manhã. Agradecemos às nossas famílias, que sempre

estiveram ao nosso lado durante o desenvolvimento deste

trabalho, oferecendo suporte e dedicação incondicional.

Agradecemos às nossas empresas, onde adquirimos as

experiências e vivências necessárias para o

desenvolvimento deste trabalho, e agradecemos ao nosso

orientador por todo o apoio e amparo oferecidos.

Resumo

Este trabalho tem por principal objetivo propor uma ferramenta de suporte ao processo de avaliação de profissionais e a análise da alocação de profissionais em serviços específicos, com foco na área de Tecnologia da Informação. O principal motivador deste trabalho foram os diversos problemas existentes nos processos de avaliação realizados em diversas empresas de TI, onde, apesar de todos os sistemas disponíveis, ainda existe um alto grau de descontentamento para com os sistemas de avaliação existentes, os resultados obtidos destas avaliações e a forma como o processo e os ciclos de avaliação são conduzidos. A ferramenta proposta, cerne deste trabalho, visa oferecer uma abordagem alternativa aos processos formais de avaliação, baseada na sub divisão das perguntas utilizadas no processo de avaliação em diferentes dimensões e atribuindo pesos para cada dimensão, sendo assim capaz de oferecer resultados quantitativos e imediatos, de forma a complementar os processos formais já existentes nas empresas. Através destas perguntas sub divididas em dimensões, propõe-se transformar questões relacionadas a aspectos qualitativos em valores reais, comparáveis e calculáveis. Além disso, a ferramenta proposta visa oferecer uma interface onde será possível definir, a partir de parâmetros específicos, quais são as necessidades que um serviço específico possui e a ferramenta irá apresentar como resultado os profissionais que enquadram-se nos filtros aplicados. O resultado esperado é a validação da transformação das avaliações dos aspectos qualitativos em índices numéricos representando os profissionais envolvidos, tendo por consequência uma forma mais clara de avaliar e comparar profissionais, identificando quais são os profissionais mais valiosos para a empresa.

Palavras-chave: 1. Performance 2. Feedback 3. Desempenho Profissional 4.

Tomada de decisão 5. Recursos Humanos.

Abstract

This work has as main objective to offer a supporting tool to the professional evaluation process and allocation analysis of professionals to specific services, focused on the Information Technology area. The main drive of this work was the several problems faced during the evaluation processes across IT companies, where, in despite of all available systems, was still felt a high degree of unhappiness towards the existing systems, the obtained results on these evaluations and the way the process and the evaluation cycles are conducted. The proposed tool, core of this work, works towards offer an alternative approach to the formal evaluation processes, based on the split of every question used during the evaluation process into different dimensions, setting weights to each dimension, offering quantitative and immediate results, fulfilling the already existent formal processes. Through these questions split into dimensions, is proposed to transform questions related to qualitative aspects into real, comparable, calculable values. Besides, the proposed tool offers one interface where will be possible to define, based on specific parameters, what are the needs that one specific service has and the tool will present as a result the professionals that fit the request. The expected result is the validation of the transformation of evaluations from qualitative aspects into numerical indexes, representing the involved professionals, and therefore a clearer way to compare professionals, identifying which ones are the most valuable professionals to the company. Key-words: 1. Performance 2. Feedback 3. Professional performance 4. Decision

taken 5. Human Resources.

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ...................................................................................................................................11

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................12

1. REFERENCIAL TEÓRICO ...........................................................................................................................14

1.1. HISTÓRICO DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO .................................................................................................. 14

1.2. A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ATUALMENTE ................................................................................................. 16

1.3. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NO TRABALHO .................................................................................................. 17

1.4. AS METAS E OBJETIVOS EM UM PROCESSO DE AVALIAÇÃO .................................................................................. 17

1.5. TIPOS DE AVALIAÇÃO ................................................................................................................................. 18

1.5.1. Avaliação Convencional............................................................................................................... 18

1.5.2. Avaliação 360º ............................................................................................................................ 19

1.6. A APRESENTAÇÃO DO RESULTADO DA AVALIAÇÃO ............................................................................................ 19

2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .....................................................................................................................20

2.1. OS PROBLEMAS DECORRENTES DE UM PROCESSO DE AVALIAÇÃO FALHO ............................................................... 20

2.2. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ........................................................... 20

2.3. FREQUÊNCIA DO PROCESSO DE AVALIAÇÃO .................................................................................................... 24

2.4. AS NECESSIDADES DA EMPRESA .................................................................................................................... 24

3. PROPOSTA ..............................................................................................................................................28

3.1. APOIO AO FEEDBACK ................................................................................................................................. 29

3.2. APOIO À CARREIRA .................................................................................................................................... 29

3.3. APOIO À DEFINIÇÃO DE PROMOÇÕES ............................................................................................................. 30

3.4. DADOS HISTÓRICOS ................................................................................................................................... 30

3.5. A AVALIAÇÃO DO PROFISSIONAL ................................................................................................................... 31

3.6. AS NECESSIDADES DO SERVIÇO ..................................................................................................................... 32

3.7. A UTILIZAÇÃO DE UMA ESCALA SUBJETIVA ...................................................................................................... 33

3.8. FREQUÊNCIA DA AVALIAÇÃO ........................................................................................................................ 34

3.9. DIMENSÕES SUGERIDAS .............................................................................................................................. 35

3.10. PESOS ATRIBUÍDOS .................................................................................................................................... 36

3.11. O DIFERENCIAL ......................................................................................................................................... 41

4. A FERRAMENTA ......................................................................................................................................42

4.1. MANUTENÇÃO DAS INFORMAÇÕES BÁSICAS ................................................................................................... 43

4.1.1. Informações de Avaliação ........................................................................................................... 43

4.1.2. Informações Pessoais .................................................................................................................. 51

4.2. O PROCESSO DE ACOMPANHAMENTO DE AVALIAÇÃO ...................................................................................... 55

4.2.1. A Criação de Uma Nova Avaliação .............................................................................................. 56

4.2.2. O Preenchimento da Avaliação ................................................................................................... 57

4.3. OS RESULTADOS DA FERRAMENTA ............................................................................................................... 58

4.3.1. Visão Básica................................................................................................................................. 58

4.3.2. Lista de Perguntas x Notas Recebidas ......................................................................................... 59

4.3.3. Visão Histórica ............................................................................................................................. 61

4.3.4. Visão Comparativa ...................................................................................................................... 62

5. APLICAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ...............................................................................................65

5.1. OBTENÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS – AVALIAÇÃO DO PROFISSIONAL .............................................................. 65

5.2. PESQUISA PILOTO ..................................................................................................................................... 65

5.3. A COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS ENTRE O PROCESSO E A FERRAMENTA ............................................................. 67

6. CONCLUSÕES ..........................................................................................................................................72

6.1. FACILIDADE EM COMPARAR OS PROFISSIONAIS ................................................................................................ 72

6.2. DESTAQUE NAS CARACTERÍSTICAS MAIS DESENVOLVIDAS EM CADA PROFISSIONAL .................................................. 72

6.3. ANÁLISE DO PERFIL DO PROFISSIONAL EM RELAÇÃO AO PROJETO QUE ESTÁ ALOCADO .............................................. 73

6.4. IDENTIFICAÇÃO DAS COMPETÊNCIA(S) NAS QUAIS O PROFISSIONAL DEVE INVESTIR .................................................. 73

6.5. OUTRAS CONSIDERAÇÕES ........................................................................................................................... 73

6.6. A CONQUISTA .......................................................................................................................................... 74

7. BIBLIOGRAFIA .........................................................................................................................................76

8. GLOSSÁRIO .............................................................................................................................................79

9. ANEXO A - PROJECT CHARTER ................................................................................................................81

9.1. NOME DO PROJETO ................................................................................................................................... 81

9.2. JUSTIFICATIVA DE NEGÓCIO ......................................................................................................................... 81

9.3. DECLARAÇÃO DO ESCOPO ........................................................................................................................... 81

9.4. OBJETIVOS DO PROJETO ............................................................................................................................. 82

9.5. PREMISSAS E RESTRIÇÕES ........................................................................................................................... 82

9.5.1. Premissas..................................................................................................................................... 82

Restrições ...................................................................................................................................................... 83

9.6. CRONOGRAMA MACRO .............................................................................................................................. 83

9.7. ORÇAMENTO GERAL .................................................................................................................................. 83

9.8. NOME DO GERENTE DE PROJETOS ................................................................................................................ 83

9.9. LISTA DE REQUISITOS ................................................................................................................................. 84

9.9.1. Requisitos Funcionais .................................................................................................................. 84

9.9.2. Requisitos Não Funcionais ........................................................................................................... 84

9.10. ESTIMATIVAS DE RECURSOS ........................................................................................................................ 84

9.10.1. Humanos ..................................................................................................................................... 84

9.10.2. Físicos .......................................................................................................................................... 85

9.11. WBS ...................................................................................................................................................... 85

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Listagem das Áreas de Conhecimentos. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ ........................................ 44

Figura 2: Detalhes de uma Área de Conhecimento. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ ..................................... 45

Figura 3: Exemplo de questão e valores possíveis para cada dimensão. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ ..... 47

Figura 4: Listagem parcial das questões cadastradas. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ .................................. 48

Figura 5: Listagem dos parâmetros cadastrados. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ ......................................... 49

Figura 4: Listagem parcial das avaliações cadastradas. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ ................................ 50

Figura 7: Detalhe parcial de uma avaliação. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ ................................................. 50

Figura 8: Listagem dos usuários cadastrados. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ .............................................. 52

Figura 9: Listagem dos perfis cadastrados. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ ................................................... 53

Figura 10: Detalhes de um perfil. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ ................................................................. 53

Figura 11: Listagem dos projetos cadastrados. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ ............................................ 54

Figura 12: Detalhes de um projeto. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ .............................................................. 55

Figura 13: Criando uma avaliação. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ ............................................................... 57

Figura 14: Preenchendo uma avaliação. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ ....................................................... 58

Figura 15: Apresentação dos resultados da avaliação de um profissional. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ .. 59

Figura 16: Apresentação de resultados comparativos por competência. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ .... 60

Figura 17: Apresentação dos resultados históricos por competência. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ ......... 61

Figura 18: Comparativo de avaliações superpostas de áreas de conhecimento. Fonte: http://www.aid-

on.com.br/ ............................................................................................................................................................. 63

Figura 19: Resultado a partir de filtragens aplicadas. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ .................................. 64

Figura 20: Profissional com desempenho abaixo do esperado. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ ................... 68

Figura 21: Profissional com desempenho acima do esperado. Fonte: http://www.aid-on.com.br/ .................... 69

12

INTRODUÇÃO

Na atual conjuntura econômica mundial, todas as organizações buscam a

maximização de resultados e otimização de produtividade. E é de conhecimento

comum que o maior capital que qualquer organização possui é o capital humano, ou

seja, a experiência e valor que cada profissional agrega ao negócio. Da mesma

forma, é sabido que um dos grandes motivos de frustração em qualquer organização

é a falta de reconhecimento profissional por seus méritos e a baixa capacidade de

avaliar-se de forma clara e objetiva quem são os profissionais indicados para tarefas

específicas. Diariamente, decisões estratégicas referentes ao capital humano são

tomadas baseadas não em meritocracia, mas sim nas afinidades de seus gestores.

Esta falta de clareza e objetividade na tomada de decisões constantemente gera

frustrações para os envolvidos, diminuindo a capacidade da empresa de identificar e

manter seus melhores profissionais. Na área de tecnologia da informação, onde a

demanda por mão de obra qualificada é ainda maior, torna-se vital para o sucesso

da organização a retenção dos melhores talentos.

A partir desta necessidade e de experiências passadas de avaliação de

profissionais, surge a proposta de uma abordagem diferenciada de

acompanhamento profissional, onde propõe-se a utilização de perguntas observadas

por diferentes dimensões no sentido de oferecer uma interpretação mais clara da

própria pergunta em si e, em cada pergunta, atrelar-se um índice numérico a fim de

obter visões quantitativas sobre todos os aspectos sob os quais os profissionais são

constantemente avaliados (ainda que de forma subjetiva, em sua maioria).

A transformação dos fatores qualitativos e subjetivos em questões

quantitativas e objetivas tem por objetivo oferecer índices numéricos reais,

calculáveis e comparáveis, no sentido de oferecer uma forma clara e justa de

13

interpretação de resultados. Esta proposta foi concretizada em uma ferramenta

online, onde as informações são inseridas e os resultados obtidos de acordo com os

parâmetros apresentados no decorrer do trabalho.

Esta proposta apresenta em seu referencial teórico as bases do processo de

avaliação e sua atual aplicação. Na definição do problema, as questões e

dificuldades enfrentadas nas organizações são esmiuçadas e interpretadas, sejam

estas dificuldades relacionadas à avaliação dos profissionais e a comparação entre

eles, sejam as dificuldades em definir-se quais pessoas são ideais para serviços

específicos.

Nos capítulos referentes à proposta, aplicação e ferramenta, são expostas em

detalhes as bases sobre as quais a proposta fundamenta-se, a mecânica utilizada

na obtenção de resultados e a forma como estes resultados serão apresentados.

A análise de resultados e conclusões demonstra a validade da proposta, a

partir de um paralelo realizado entre os resultados obtidos na ferramenta e os

resultados obtidos através do projeto piloto realizado em uma empresa que possui

um processo formal de avaliação.

Apresenta-se, ao final deste trabalho, seu glossário, onde constam

expressões necessárias para a correta interpretação do mesmo e o Project Charter,

onde foi definida a estrutura inicial da ferramenta proposta.

14

1. REFERENCIAL TEÓRICO

1.1. Histórico da Avaliação de Desempenho

A Revolução Industrial mudou o mundo em uma infindável lista de aspectos.

Seus maiores efeitos são amplamente conhecidos e discutidos, como o aumento de

renda per capita, que aumentou dez vezes, e o crescimento da população mundial,

que aumentou seis vezes (HARTWELL,1971). O desenvolvimento de fábricas,

substituindo as pequenas unidades de produção familiar, expõe diversas pessoas às

mesmas tarefas, independente da sua origem. As profissões de família não eram

mais, necessariamente, o único caminho, o que impactou profundamente na

estrutura social da época. Porém, as condições de trabalho eram consideradas

longe das necessárias para ter-se uma vida decente e digna, incluindo longas

jornadas de trabalho, que já existiam desde antes da Revolução Industrial.

Neste ambiente, destaca-se o trabalho de Frederick Taylor, considerado um

dos primeiros consultores dos tempos modernos. O trabalho de Taylor teve como

principal objetivo melhorar a produtividade do trabalho com a aplicação de

metodologias científicas à engenharia de processos e gerenciamento. Suas teorias

de gerenciamento são conhecidas como Taylorismo (RAGO,1993).

O extensivo trabalho científico de Taylor, medindo o desempenho dos

profissionais foi a base do estudo do casal Frank e Lillian Gilbreth em seu estudo

dos movimentos e da fadiga humana, que avaliava os movimentos repetitivos na

anatomia humana e os efeitos de fadiga na produtividade do operário (GILBRETH,

FRANK & LILLIAN,1920).

A meta deste estudo era reduzir a jornada de trabalho até atingir o melhor

coeficiente jornada de trabalho por produtividade. Embora tais estudos não sejam

15

diretamente mencionados como as primeiras avaliações de desempenho, estas são

as primeiras métricas em escala de que se tem notícia. (STEPHEN, 1994).

Com isto, surge um dos diversos problemas colaterais criados pela Revolução

Industrial: as pessoas passam a ser analisadas de forma ainda mais explícita como

mais uma engrenagem em uma grande máquina, e não como pessoas.

Com o passar dos anos, os processos e as pessoas foram mudando,

adaptando-se às mudanças e avanços da humanidade. Viu-se, então, que era

necessário avaliar o comportamento do indivíduo e o que este realmente sabia. Esta

avaliação deu aos gestores a oportunidade de conhecerem melhor os seus

colaboradores e, com isso, aprimorar cada vez mais o trabalho executado.

No entanto, para atingir o objetivo de melhora no desempenho é necessário

conhecer algumas variáveis complexas.

O ser humano gosta de dar sua opinião a respeito do outro, mas rejeita

quando é sobre si, isto faz parte da natureza humana. Essa atitude resultou num tipo

de julgamento, chamado de avaliação comportamental, a qual é utilizada para

avaliar o comportamento do indivíduo (LETTNER,1998).

Segundo Bergamini (1988), existem paradoxalmente ao mesmo tempo muitas

e poucas respostas a estas misteriosas indagações. Muitas, porque atualmente já se

conhece como o ser humano se desenvolve; como tem sua personalidade

estruturada a partir de fatores inatos e influências ambientais recebidas; como

constrói sua matriz de identidade e como ela é modelada a partir do

desenvolvimento da autoimagem e da autoestima do indivíduo. Poucas, porque os

conhecimentos atuais sobre a natureza e o comportamento humanos não explicitam

a totalidade desse fenômeno, uma vez que frequentemente nos deparamos com

16

perguntas sem respostas e questionamentos que ficam à espera de explicações,

que tardam ou nunca acontecem.

Neste contexto, a avaliação de desempenho caracteriza-se, em termos

institucionais, como o processo que provê oportunidades mais definidas de

entendimento entre as pessoas, propondo a revisão do seu próprio comportamento.

1.2. A avaliação de desempenho atualmente

Nos dias atuais, a avaliação de desempenho permeia todos os ambientes de

trabalho, das grandes multinacionais às pequenas empresas familiares de poucas

pessoas. É preciso avaliar periódica e sistematicamente a produtividade do

funcionário em relação a um conjunto pré-estabelecido de objetivos e metas da

organização.

Segundo Levinson (1970), são três os principais objetivos do processo de

avaliação:

1- Prover um feedback adequado a cada profissional em relação a seu

desempenho;

2- Servir como base para definir mudanças de comportamento, atitude em

busca de hábitos de trabalho mais efetivos e eficazes;

3- Prover dados para os gerentes de forma a auxiliar na definição de futuras

promoções e reajustes de salário.

A utilização dos resultados e a forma como o processo de avaliação é

conduzido são tão vastos quanto o número de empresas a possuir sistemas de

avaliação. Porém, apesar do consenso da existência de benefícios inerentes à

execução de um processo claro de avaliação de desempenho, como o aumento na

efetividade da organização como um todo e o aumento na produtividade dos

funcionários, dentre vários outros benefícios, existem também diversas

17

complicações em potencial inerentes ao processo de avaliação de desempenho,

principalmente quando este não é aplicado corretamente (BURKE, 1971).

1.3. Avaliação de Desempenho no Trabalho

A avaliação de desempenho é parte fundamental do contínuo processo de

otimização de qualquer organização, pois é neste momento que o gestor ou

avaliador deve oferecer uma retrospectiva sobre todas as tarefas desempenhadas

pelo profissional de forma clara, objetiva e direta, abrangendo os pontos fortes do

profissional assim como apresentando, com total honestidade e franqueza, os

pontos em que o profissional tem de melhorar. E apenas feedbacks honestos e

constantes tornam possível a cada profissional avançar em suas carreiras por

méritos próprios.

Welch (2005), porém, adverte que na grande maioria dos processos de

avaliação, tal honestidade não existe, seja para evitar conflitos ou não entristecer e

desmotivar os profissionais. Tal atitude, porém, resulta em feedbacks que não

refletem a verdade em sua totalidade, criando um problema a longo prazo e

impactando diretamente no desempenho de toda a companhia. O autor ainda

levanta um dado estarrecedor: a falta de feedbacks honestos e francos é tão grande

que a percentagem de profissionais que crêem ter recebido um feedback honesto

em suas últimas avaliações varia entre 10% e 20%.

1.4. As metas e objetivos em um processo de avaliação

Cummings e Schwab (1978) sugerem que a avaliação de desempenho tem

potencial para desenvolvimento dos profissionais quando metas objetivas e

desafiadoras podem ser estabelecidas e acordadas. Keeley (1978) e Cummings e

18

Schwab (1978) advertem que definir metas objetivas é menos realizável para

algumas carreiras do que para outras.

O problema da definição e medição de algo considerado subjetivo, como

objetivo e meta, é exemplificado por Gilbert (2006), ao falar da medição de outro

estudo, o da felicidade. Gilbert explica que medir um conceito considerado subjetivo

e, portanto, sujeito à percepção dos envolvidos, é como realizar um exame

oftalmológico. O exame é feito com diversas lentes sendo expostas ao avaliado, que

indica qual das lentes apresenta a melhor visão para ele. Desta forma, a informação

que o avaliado passa ao avaliador é convertida em dados, que por sua vez são

submetidos ao processo de análise para entender e captar a percepção do avaliado,

tudo baseado no que o avaliador ouviu do avaliado em sua experiência subjetiva.

1.5. Tipos de Avaliação

1.5.1. Avaliação Convencional

A avaliação convencional, que também pode ser chamada de avaliação 180º,

é a avaliação em que os gestores e líderes fazem a avaliação de seus

colaboradores, retornando os resultados obtidos. Este método depende fortemente

do departamento de Recursos Humanos, oferecendo suporte aos avaliadores e aos

avaliados. Neste tipo de avaliação, somente os gestores tem um resumo de como

sua equipe de colaboradores está, pois apenas a equipe é avaliada (ROCHA, 2003).

Como todas as avaliações, é baseada em competências chave, pois cada

instituição tem suas competências e necessidades específicas para o seu negócio.

19

1.5.2. Avaliação 360º

A avaliação de desempenho 360º refere-se ao contexto geral que envolve

cada pessoa. Trata-se de uma avaliação que é feita de modo circular por todos os

elementos que mantêm alguma forma de integração com o avaliado. Assim,

participam da avaliação superior, os colegas e pares, os subordinados, os clientes

internos e externos, os fornecedores e todas as pessoas que giram em torno do

avaliado, com uma abrangência de 360º, conforme segue:

É uma forma mais rica de avaliação, pelo fato de produzir diferentes informações vindas de todos os lados. A avaliação 360º proporciona condições para que o funcionário se adapte e se ajuste às várias e diferentes demandas que recebe de seu contexto de trabalho ou de seus diferentes parceiros. O avaliado, contudo, fica sob os olhos de todos, o que não é nada fácil. Ele pode tornar-se vulnerável, se não for bem preparado ou não tiver a mente aberta e receptiva para esse tipo de avaliação ampla e envolvente.1

1.6. A apresentação do resultado da avaliação

O feedback sobre o desempenho do profissional é tão importante quanto o

processo de avaliação em si, visto que se o ciclo de feedback não for conduzido

corretamente, podem acarretar diversos problemas, independente de quão bem o

processo todo de avaliação foi conduzido até o dado momento.

Existem várias formas de dar e receber um feedback, são eles (ROCHA, 2003):

Descritivo: o avaliador apresenta, na forma escrita, como o avaliado

desempenhou suas tarefas durante o período.

Oral: há um diálogo entre o avaliador e o avaliado para informar o resultado

da avaliação e assim, ambos expõem suas opiniões.

1 CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos: O capital humano das organizações, 8ª ed.

São Paulo: ATLAS, 2004.

20

Individual ou em grupo: a apresentação do resultado da avaliação é feita

individualmente ou em grupo quando não há tempo hábil para atender cada

um individualmente.

Positivo: o avaliado é incentivado sempre, incitado a ser melhor, é orientado

pelo avaliador de que está no caminho certo.

Negativo: o avaliador salienta somente os aspectos negativos e as atitudes

erradas que o avaliado executou. Não são mencionados os aspectos

positivos.

2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

2.1. Os problemas decorrentes de um processo de avaliação falho

O número de problemas que um processo de avaliação de desempenho falho

pode causar para uma empresa é composto por uma extensa lista, onde pode-se

citar principalmente a percepção negativa por parte dos funcionários, os erros ou

injustiças e problemas referentes à definição de objetivos claros. Além disso, Yap e

Ferreira (2010) lembram que, devido à instabilidade econômica e a crise global, é

vital para a organização manter a eficiência e eficácia de sua atividade, o que só é

possível retendo os melhores talentos disponíveis no mercado.

Os problemas acima citados, dentre diversos outros, tem como uma de suas

raízes, de acordo com Pimentel (2005), a falta de clareza e objetividade dos

aspectos que são avaliados e a diferença de percepção entre avaliador e avaliado.

2.2. Avaliação de Desempenho na Área de Tecnologia da Informação

Como já exposto, o processo de avaliação de desempenho desde a sua

origem, vem tornando-se cada vez mais complexo devido à necessidade de

21

especialização de profissionais em uma gama cada vez maior de funções, o que

ocorre também em outras áreas de mercado.

Enquanto em seus primórdios o desempenho podia ser medida diretamente a

partir da produção de cada profissional individualmente (número de materiais

manufaturados, número de falhas cometidas, número de objetos produzidos) por

uma escala de tempo, atualmente, a complexidade da avaliação vem crescendo

exponencialmente, visto que, hoje em dia, o desempenho não pode mais ser medido

totalmente pela individualidade do profissional, mas pelo seu desempenho dentro de

um projeto ou contexto no qual este profissional está inserido e, não raras vezes,

pelo desempenho de toda a empresa.

Profissionais da área de vendas, por exemplo, podem possuir seu

desempenho atrelado à venda de produtos ou projetos que dependem do

desempenho da empresa como um todo, como a sua imagem, inserção no mercado,

conhecimento regional, qualidade, marca, dentre diversos outros fatores.

No outro lado do espectro, encontram-se os profissionais da área industrial,

que de certa forma ainda podem ter o seu desempenho avaliado diretamente pela

sua produção, ainda que o número de fatores a interagir com o profissional seja bem

maior se comparado com o início da era industrial (e as metodologias aplicadas no

estágio embrionário do processo de avaliação como conhecemos hoje). Por

exemplo, o desempenho deste profissional pode ser (injustamente) impactado pelo

baixo desempenho das máquinas com as quais ele interage.

Na área de tecnologia da informação, o número de fatores que impactam na

avaliação de desempenho é alto, dependente de diversos fatores fora do domínio do

próprio profissional e de parâmetros altamente qualitativos e / ou subjetivos. Devido

22

a todos estes fatores, não é raro ter-se profissionais desmotivados ou frustrados

após o ciclo de avaliações.

A falta de uma definição clara das tarefas e atribuições para cada cargo

profissional dentro da empresa aumenta a complexidade da avaliação do

profissional. Em uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha (2012), na região de

São Paulo, constatou-se que é de 43% a desaprovação das políticas de cargos e

salários por parte das empresas, sendo este o maior motivo de descontentamento

entre os profissionais. O segundo maior fator de descontentamento profissional,

ainda de acordo com a pesquisa do Instituto Datafolha, é o fato de os profissionais

sentirem-se desvalorizados. Este fator, de forma mais contundente que o primeiro,

demonstra a importância e complexidade do processo de avaliação na área de

tecnologia da informação (IT CAREERS, 2012).

A área de tecnologia da informação também é conhecida por exigir de seus

profissionais uma flexibilidade e adaptabilidade a mudanças de ambiente com uma

frequência considerável. O ciclo de desenvolvimento de software possui fases muito

específicas com tarefas igualmente específicas e singulares – análise e

levantamento de requisitos, desenvolvimento, teste e validação, manutenção e

gerenciamento – e ainda assim, muitos profissionais estão expostos a ser movidos

entre projetos, atuando em fases totalmente distintas (com necessidades e

habilidades muito específicas), sem obrigatoriamente passar por períodos de

adaptação aos novos ambientes. Com isso, alguns profissionais, ao invés de

excederem suas qualidades e atributos mais valiosos em fases específicas, acabam

tendo de adaptar-se constantemente a novos desafios, exercendo com isto suas

tarefas com apenas o mínimo de desempenho esperado. É como ter um médico

especializado em dermatologia trabalhando como oncologista, um oncologista

23

trabalhando como obstetra e um obstetra, como dermatologista. Neste paralelo

traçado entre profissionais de TI e médicos, a grande diferença é a vítima. No

primeiro exemplo, as vítimas são sistemas, enquanto no último, vidas. No entanto,

hoje em dia qualquer falha em sistemas de TI que necessitam de informações em

tempo real, como sistemas de controle aéreo, sistemas de defesa, sistemas de

navegação e até mesmo sistemas da área médica, pode causar dezenas de vítimas

ao mesmo tempo.

Não obstante, a rapidez com que as novas tecnologias aparecem no mercado

de TI faz com que a necessidade por especialização e habilidade em utilizar novas

ferramentas seja não o diferencial, mas o mínimo esperado. Um especialista em

uma tecnologia de cinco anos atrás, dificilmente encontrará – salvo tecnologias que

são “imunes” ao passar do tempo – oportunidades no mercado.

Face ao exposto, ter no quadro de funcionários de qualquer empresa de

Tecnologia da Informação as melhores pessoas é hoje um desafio diário, e uma das

formas de reter talentos é com um processo de avaliação claro e objetivo. Winer

(1997) define de forma muito clara a diferença entre o processo de avaliação de um

profissional de tecnologia da informação e os profissionais de outras áreas, ao

destacar que todos os desenvolvedores possuem um conceito muito bem definido

entre certo e errado, provavelmente advindo da lógica computacional onde não

existe “talvez”. Um computador interpreta apenas sinais de sim e não, e nada mais.

Não é possível mentir para um computador. Spolski (2006) reforça esta teoria.

Profissionais ligados à área de Tecnologia da Informação tendem ao pragmatismo

quando trata-se de certo ou errado. Ou seu produto funciona, ou não funciona.

Spolski destaca como um dos meios de reter os melhores profissionais o

oferecimento de um ambiente livre de imparcialidades, e a avaliação de

24

desempenho é um dos processos mais suscetíveis à parcialidades por parte de seus

envolvidos.

2.3. Frequência do Processo de Avaliação

O conceito de que a avaliação de desempenho é algo pontual e a ser executado

apenas de tempos em tempos, adiciona um nível a mais de complexidade e

possíveis falhas ao processo. A avaliação é idealmente um processo contínuo e

constante, que exige dedicação de ambos avaliadores e avaliado. Miner, (1974,

1975) em uma pesquisa com 150 organizações indicou que os funcionários,

empregados e gerentes foram formalmente avaliados anualmente em

aproximadamente 90% destas organizações, sendo que na vasta maioria esta

avaliação foi realizada apenas uma vez ao ano (avaliações com uma periodicidade

maior que anual, portanto, são raras). No sentido de manter a continuidade do

processo, Cummings e Schwab (1978) sugerem a utilização de sessões

intermediárias entre os processos de avaliação, as quais chamam de sessões de

desenvolvimento, onde são acordados objetivos e metas. Com a utilização desta

abordagem, a entrega do resultado do processo de avaliação idealmente tende a

não ser uma surpresa para o avaliado.

2.4. As necessidades da empresa

Em cada empresa, cada tarefa requer aptidões específicas de seus

executores. Definir o profissional ideal para as tarefas existentes dentro de cada

serviço prestado é um trabalho que exige tempo, dedicação e conhecimento dos

profissionais.

25

Cada organização possui uma abordagem própria, ideal e amadurecida de

acordo com o seu ambiente interno e externo. Porém, quando uma conjuntura de

fatores une-se, é possível que as pessoas alocadas para tarefas específicas não

sejam as pessoas ideais por diversos fatores, como as suas características,

habilidades e atitudes pessoais dentre diversos outros fatores externos aos atributos

pessoais, como custo, disponibilidade, maturidade e confiabilidade.

Na área de tecnologia da informação, diversas abordagens estão sendo

constantemente desenvolvidas, das quais as boas práticas sugeridas pela

Information Tecnology Infrastructure Library, entidade mundialmente conhecida pela

sua sigla, ITIL, são destaque. A ITIL, que teve início como um conjunto de boas

práticas a serem seguidas na infra-estrutura de tecnologia da informação, tem nos

dias de hoje como um de seus principais objetivos a agregação de valor ao cliente.

Neste sentido, apresenta o conceito de ativos de serviço, os quais são categorizados

como recursos ou habilidades. Dentre estas duas categorias, apenas o ativo de

serviços identificado como pessoas apresenta-se em ambas as categorias,

destacando a importância da otimização do gerenciamento de pessoas para agregar

valor ao cliente.

Segundo Rousseau (1995, apud LEPAK, 1999) existem duas formas de

economizar valor em se tratando de recursos humanos: investindo no capital

humano interno da empresa ou terceirizando o capital humano.

Para as empresas que escolhem a primeira opção, saber quais são seus

melhores recursos é fundamental. Porém, é importante destacar que cada empresa

possui um conjunto de habilidades específicas para executar seus serviços, o que

não necessariamente implica em ter os melhores profissionais disponíveis do

mercado, mas sim os melhores profissionais para as necessidades específicas. Esta

26

otimização só é possível com métricas claras, não só para a empresa mas também

para os profissionais.

As frases abaixo são lemas da ITIL:

- Você não pode gerenciar o que não pode controlar;

- Você não pode controlar o que não pode medir;

- Você não pode medir o que não pode definir.

A partir do exposto, surge a necessidade de apresentar definições básicas das

necessidades de cada serviço para sua execução ideal. O conhecimento de tais

definições poderia ser utilizado durante todo o período de contribuição do

profissional na empresa, desde a sua contratação - que teria uma entrevista focada

nas reais necessidades do serviço ao qual o profissional seria alocado - até o

planejamento de sua carreira.

Conhecendo as necessidades de cada serviço, faz-se necessário aplicar uma

medida quantitativa a estas necessidades. Se a definição das necessidades de cada

serviço de forma clara e objetiva não é algo comum no mercado atual, a aplicação

de medidas quantitativas a estas necessidades é ainda mais rara. Os líderes e

avaliadores possuem, ainda que de forma inconsciente, a sua própria lista de

necessidades - e consequentemente, o quanto foi atingido dentro de aspectos

específicos pelos profissionais - para cada serviço. Porém, a falta de transparência

na explicitação de tais necessidades acaba sendo um dos motivos de frustração no

processo de avaliação, independentemente dos resultados atingidos.

Levinson (1970) apresenta o cenário do executivo que recebe do presidente

de uma empresa a complexa tarefa de tirar da crise um setor da empresa que

estava com problemas. Após superar a crise e tornar o setor novamente rentável, o

executivo crê ter executado com sucesso a tarefa que lhe foi designada. Contudo, o

27

presidente o repreende pela forma como o processo foi conduzido: demitindo

pessoas que a empresa considerava valiosas e aumentando as responsabilidades

de pessoas consideradas incapazes. Ao tomar tal atitude, apesar de atingir o

objetivo inicialmente proposto, o executivo enfraqueceu a imagem da empresa e

exaltou a sua própria, por mostrar que as escolhas da empresa estavam erradas.

Levinson destaca que o problema no processo de avaliação está em seu próprio

conceito, que é a falta de clareza do que está sendo avaliado.

Dentre os problemas destacados por Levinson (1970), um fator pode ser

considerado paradigma de avaliação de desempenho: ainda que seja esperado que

os avaliadores deem feedbacks constantes e objetivos, não existem mecanismos

para garantir que eles o façam. Atrasos e demoras em feedbacks criam frustração,

quando o bom desempenho não é reconhecido, e sensação de impotência quando o

julgamento é baseado em erros ocorridos há muito tempo – e possivelmente, já

corrigidos com o passar do tempo.

Baseado no exposto, faz-se necessário um mecanismo de auxílio ao

processo de avaliação de desempenho de forma holística, abordando as visões

tanto do profissional como do serviço. Pelo lado do profissional, uma visão objetiva e

quantitativa de onde estão seus pontos fortes e fracos o auxilia a desenvolver

melhor as suas qualidades, traçando metas e planejando sua carreira. Pelo lado do

serviço, ter os profissionais com o conjunto ideal de conhecimentos, habilidades e

atitudes para a sua execução não só assegura a atuação dos profissionais de forma

mais objetiva, mas também garante que o maior valor ao cliente é assegurado.

28

3. PROPOSTA

Esta proposta aborda o problema das avaliações de desempenho falhas – em

que houve injustiça e/ou parcialidade em algum nível – e a má alocação de recursos.

Tal proposta baseia-se em uma ferramenta de suporte aos processos de

Avaliação de Desempenho e de alocação de profissionais dentro de cada serviço

executado em uma empresa, tendo como principal funcionalidade oferecer suporte

aos processos de avaliação e alocação de recursos de forma clara, rápida e

objetiva.

A ferramenta não busca substituir os processos de avaliação já existentes,

mas sim ser uma ferramenta de auxílio na tomada de decisão, podendo ser

adaptada às diversas realidades de cada empresa a partir da criação e definição de

questões chave, agrupadas dentro de áreas de conhecimento exigidas pela

empresa ou pelas tarefas desempenhadas por um grupo de profissionais. Sugere-se

a divisão destas questões em diferentes dimensões (tais como sucesso,

complexidade, frequência, dentre outras). A cada dimensão, é atribuído um valor

numérico, e a composição destes valores numéricos atribuirá um total numérico para

cada pergunta.

A média dos valores obtidos em cada pergunta dentro de uma mesma área

de conhecimento resultará em um valor numérico para esta.

A acurácia dos resultados obtidos pela ferramenta - assim como de qualquer

sistema de avaliação - é diretamente proporcional à atenção que os atores

envolvidos dedicarem a ela.

O diferencial desta proposta, portanto, é o fato de oferecer uma ferramenta de

apoio que possa agregar valor ao processo de feedback de forma imediata, sem

necessitar dispender uma grande quantidade de tempo dos envolvidos.

29

Busca-se com isto inverter o ciclo vicioso de qualquer processo de avaliação,

que é em sua maioria considerado falho por não oferecer feedbacks claros e

constantes assim como por tomar muito tempo das partes.

Para apresentar a mudança comportamental esperada dos atores envolvidos,

faz-se necessário inicialmente apresentar o que a ferramenta visa oferecer, já que

as atividades dos envolvidos serão descritas de acordo com a interação com a

ferramenta.

É importante destacar que as questões e parâmetros apresentados como

exemplo no decorrer deste trabalho poderão ser alterados e / ou adaptados de

acordo com as necessidades de cada empresa. Portanto, quando da implantação

desta ferramenta em uma empresa, é possível aproveitar-se das perguntas já

existentes nos processos de avaliação de desempenho desta.

3.1. Apoio ao Feedback

Por receber a avaliação não apenas ao final do ciclo de avaliação e sim no

momento em que alguma atividade ou evento ocorre, o profissional poderá receber o

seu feedback formal de avaliação sem surpresas, já que este será baseado em fatos

documentados. Ainda, o profissional não poderá dizer que não tinha conhecimento

de que o seu desempenho em algum aspecto não condizia com a expectativa de

seus superiores.

3.2. Apoio à Carreira

Ao receber feedbacks sobre as suas ações no momento em que elas

ocorrem, o profissional pode adaptar o seu comportamento de forma mais ágil e

dinâmica. Além disso, o profissional terá indicadores mais frequentes que o

30

auxiliarão no conhecimento sobre o seu desempenho, isto é, se está conduzindo a

sua carreira no caminho desejado.

Do mesmo modo, caso o profissional tenha problemas de comportamento ou

falhas ao adaptar-se a alguns ambientes ou situações específicas, ficará evidente a

necessidade de mudanças, seja por parte da empresa - alocando o profissional em

outro serviço - ou por parte do profissional, que poderá buscar por treinamentos

específicos na área em questão.

3.3. Apoio à definição de promoções

Com o histórico do profissional claramente documentado sob diversos

aspectos, torna-se mais claro e justo o processo de promoções e ajustes de

remuneração dos profissionais, uma vez que será possível observar claramente

quais são os pontos fracos e fortes de cada profissional e o sucesso obtido em cada

aspecto avaliado no decorrer do período.

Não obstante, tal informação é vital para identificar para todos os profissionais

– não apenas para os beneficiados com promoções ou ajustes de remuneração –

quais foram as suas ações que os levaram a tais avanços em suas carreiras. Uma

visão clara dos motivos pelos quais certos profissionais são promovidos em

detrimento de outros é vital para manter a moral de toda a empresa em alta, e tais

questões oferecem esta visão que torna mais fácil e compreensível a comparação

dos profissionais.

3.4. Dados históricos

A ferramenta, ao armazenar de forma objetiva o histórico do profissional ao

longo do seu tempo de empresa, oferece balizas aos avaliadores, evitando pré-

julgamentos a partir de pouca experiência e contato entre avaliador-avaliado. Ainda,

31

pode destacar de antemão quais são os problemas já conhecidos de cada

funcionário e quais as suas maiores qualidades, o que é vital no momento de liderar

pessoas efetivamente. Esta visão também é altamente importante no momento em

que existem mudanças e rotatividades entre as pessoas responsáveis pelos

profissionais. No caso de um desligamento por parte de um avaliador que

acompanha a carreira de um profissional durante muitos anos, todo o histórico de

problemas e conquistas deste profissional – por parte de seu avaliador – perde-se.

Esta informação não será totalmente perdida com a utilização da proposta

ferramenta.

3.5. A avaliação do profissional

A proposta inicial da ferramenta é oferecer visões quantitativas para cada

pergunta-chave em um processo de avaliação. Tais perguntas serão definidas a

partir do cargo do funcionário e da tarefa na qual ele está atualmente alocado.

Dentro de cada pergunta, dimensões serão avaliadas para compor a nota

quantitativa do profissional. As dimensões propostas neste trabalho são a

Frequência, a Complexidade e os critérios de Sucesso para cada pergunta. Para

cada par “pergunta-dimensão”, um valor numérico será atribuído. A soma dos

valores das dimensões (nesta proposta, três dimensões) resultará na nota para a

pergunta específica para este funcionário.

As perguntas podem ser agrupadas em competências, e a média das

perguntas dentro de uma mesma competência resultará na nota para a área de

conhecimento, e as notas de cada área de conhecimento do profissional apresentará

para ele onde estão seus pontos fortes e fracos, de forma quantitativa.

32

3.6. As necessidades do serviço

Ao possuir avaliações quantitativas do quadro de funcionários e avaliando as

necessidades do serviço de acordo com as perguntas propostas, é possível avaliar

quantitativamente quais profissionais possuem o perfil de acordo com as

necessidades do serviço específico. Normalmente, a escolha de profissionais é feita

puramente baseada no conhecimento que cada gestor possui sobre os funcionários

disponíveis. Não raro, porém, este gestor conhece apenas uma parcela dos

profissionais da empresa, conhecendo-os a ponto de poder avaliar (ainda que

subjetivamente) qual profissional adapta-se a qual serviço. Com esta ferramenta,

porém, o gestor poderá ter conhecimento, através das avaliações realizadas por

outros gestores, do domínio total de profissionais envolvidos e listados na

ferramenta, não havendo portanto a restrição de gestores limitarem-se aos

profissionais incluídos apenas dentro de sua área de atividade, seja esta área um

projeto, um cliente, uma unidade física específica. Um gestor poderá agora conhecer

os profissionais disponíveis em unidades localizadas remotamente a milhares de

quilômetros, baseando-se nas informações que ele julgar necessária.

Com isto, supõe-se que, a longo prazo, haverá uma maior sinergia entre

unidades distintas, rompendo barreiras e tornando ainda mais claro quem são os

profissionais mais adequados para específicas tarefas, independentemente do quão

próximo estes profissionais estão ligados a gestores-chave na organização. Busca-

se, com isto, uma maior e mais abrangente utilização e vivência de avaliações

baseadas em meritocracia.

33

3.7. A utilização de uma escala subjetiva

Baseado no conhecimento empírico dos autores do projeto deduziu-se que se

faz necessário, a critério de comparações mais claras e objetivas, a utilização de

valores para cada um dos critérios aos quais os profissionais são constantemente

submetidos.

Porém, desta inferência, surge a primeira questão quanto à validade do

modelo, visto que este tenta impor uma escala quantitativa a conceitos altamente

qualitativos, e portanto de difícil comparação.

Neste sentido, Gilbert (2006) oferece uma grande contribuição em seu estudo

sobre a utilização de uma escala de felicidade - tida como uma escala altamente

subjetiva.

O exemplo segue:

Imagine uma farmácia vendendo um punhado de termômetros baratos que não foram bem calibrados. Pessoas com temperaturas normais podem ter leituras de 37º, e duas pessoas com a mesma temperatura podem ter leituras diferentes. Estas faltas de acurácia podem levar pessoas a procurar um tratamento médico que elas não precisariam ou então não buscar um tratamento quando precisariam. Termômetros mal calibrados algumas vezes causam problemas - mas não sempre. Por exemplo, se eu trouxer 100 pessoas ao meu laboratório, expuser metade delas ao vírus da gripe, e então usar os meus termômetros mal calibrados para medir a temperatura deles uma semana depois, a média das temperaturas das pessoas que foram expostas quase que certamente serão mais altas que a média das temperaturas daqueles não expostos. Alguns termômetros vão medir a temperatura um pouco para baixo, alguns vão medir um pouco para cima, mas contanto que seja medida uma quantidade suficiente de pessoas, os erros irão anular-se. Ainda que com instrumentos mal calibrados, pode-se comparar um número grande de pessoas2.

Portanto, no caso de uma avaliação de desempenho e de necessidades de

um serviço, antes utilizar-se de um “termômetro mal calibrado” a não utilizar

“termômetro” algum.

2 Gilbert, D. T. (2006). Stumbling on happiness. New York: Knopf.

34

É esperado que a utilização frequente do sistema leve a criação de novas

perguntas e com isto dimensões sejam adicionadas ao domínio de cada empresa,

de forma a oferecer uma visão mais realista das realizações de cada profissional.

Destaca-se mais uma vez a importância da atuação dos avaliadores de forma

dinâmica e constante, no sentido de manter a ferramenta sempre com perguntas

que possam abranger o domínio de necessidades, tarefas e habilidades que a

empresa exige, adicionando e sugerindo novas perguntas.

Além de sugerir novas perguntas, também é possível, por parte das pessoas

responsáveis pela manutenção do sistema na empresa, desativar perguntas que

porventura não agreguem valor diferencial entre os profissionais. O objetivo de

oferecer a possibilidade de desativar perguntas é de evitar que o sistema seja

tomado por uma quantidade muito grande de perguntas, o que por consequência

faria com que os avaliadores encontrassem problemas ao tentar responder uma

pergunta específica e, por conseguinte impactar no aspecto-chave da ferramenta,

que é a facilidade e dinamismo no processo de feedback.

É importante ressaltar que, assim como as empresas e serviços dentro de

cada empresa são dinâmicos, a forma como os profissionais são avaliados deve

seguir tal dinamismo. Portanto, um sistema dinâmico que está sempre se adaptando

aos novos desafios propostos pode refletir cada vez mais acertadamente a realidade

em que a empresa encontra-se.

3.8. Frequência da avaliação

A plataforma apresentada oferece resultados dinâmicos ao avaliador e ao

avaliado, e por ser uma ferramenta ao suporte de decisão (e não uma ferramenta

destinada a substituir o processo de avaliação já existente em cada empresa), não

35

se faz necessário ater-se a períodos fechados de avaliação. Com isso, no momento

em que uma avaliação é adicionada ao sistema, ela fica armazenada para posterior

consulta. A partir desta possibilidade, cabe aos envolvidos na avaliação (tanto o

avaliador como o avaliado) definir com que frequência as avaliações - ou seja,

responder perguntas - devem ocorrer. É necessário observar que a frequência com

que tais avaliações ocorrerão deverá tender para a maior frequência possível sem

impactar nas tarefas diárias dos envolvidos. O objetivo é evitar que os profissionais

invistam mais tempo na ferramenta do que na condução de seus trabalhos diários, o

que certamente impactaria negativamente no seu desempenho.

É sugerido que esta avaliação seja revisada ao menos mensalmente pelos

envolvidos, de forma a possuir uma base consistente de resultados no decorrer do

período de avaliação, no sentido de evitar avaliações formais baseadas em apenas

poucos fatos isolados, mas sim na soma das atitudes e conquistas do profissional

durante o período.

3.9. Dimensões sugeridas

As dimensões abordam diferentes aspectos de uma mesma pergunta, no

sentido de oferecer uma visão mais objetiva e clara a todos os envolvidos das

razões que levam à criação das notas. A estrutura desta ferramenta foi desenvolvida

no sentido de oferecer um número de dimensões para cada pergunta de acordo com

as necessidades de cada empresa, ao invés de um número estático de dimensões.

A proposta deste projeto contempla três dimensões: a FREQUÊNCIA, a

COMPLEXIDADE e o SUCESSO em cada aspecto.

Para cada dimensão sugerida, existe uma escala específica de valores

possíveis, a qual também pode variar de acordo com as necessidades de cada

empresa.

36

A proposta oferece três possíveis medidas dentro de cada dimensão, com

definições, pesos e nomenclaturas específicas. Por exemplo, as dimensões

frequência e complexidade oferecem - em linhas gerais - respostas que significam

alta / média / baixa enquanto a dimensão sucesso oferece as medidas sucesso /

sucesso parcial / fracasso.

Destaca-se que se optou por utilizar uma escala de três valores (ao invés de

uma escala de sim / não ou uma escala com um maior número de variações, como

uma escala com cinco valores) pela sua simplicidade e objetividade.

Com isso, para cada dimensão, existe (de acordo com a proposta aqui

apresentada) três possíveis medidas. Para cada pergunta, por conseguinte, existem

três possíveis valores.

3.10. Pesos atribuídos

Os valores numéricos a serem atribuídos a cada dimensão dentro de cada

pergunta desempenham papel vital na apresentação dos resultados, visto que a

partir destes valores é que será calculada a nota para cada questão e, a partir

destas notas, será calculada a nota por competência do profissional ou do serviço.

As combinações numéricas possíveis de valores para cada dimensão são

inúmeras, portanto apenas com a utilização frequente do sistema será possível

atingir uma grade de valores amadurecida no sentido de refletir com precisão os

resultados obtidos.

Neste sentido, portanto, quanto mais simples os valores envolvidos, mais fácil

será para os interessados interpretar os resultados obtidos.

Um dos problemas iniciais a ser definido é caracterizar o ponto de referência

de equilíbrio de expectativa para cada pergunta, sabendo que a nota de cada

pergunta é composta pela soma das notas de suas dimensões. Ou seja, é

37

necessário definir o valor específico para cada pergunta a partir do qual as notas

acima do mesmo serão consideradas acima da expectativa e, consequentemente,

as notas abaixo serão consideradas abaixo da expectativa. Este ponto refletirá a

média esperada para cada questão.

Ainda que a tendência natural seja interpretar o valor zero como o ponto

inicial absoluto (e com isso, valores negativos indicariam um valor abaixo do

esperado e um valor positivo acima do esperado), dois problemas surgem desta

abordagem:

Um sistema tendo zero como ponto de equilíbrio necessitaria utilizar-se de

valores maiores para demonstrar resultados abaixo do esperado. Dentre as

dimensões iniciais definidas neste projeto, apenas a dimensão de sucesso

possui uma avaliação claramente tendendo a um valor abaixo do esperado,

portanto as outras duas dimensões (complexidade e frequência) não

oferecem inicialmente avaliações negativas. Tal fato decorre do pressuposto

de que, caso a nota tenha de ser negativa, o sucesso atrelado à questão em

específico deve destacar a falha do todo, e não as outras dimensões.

Exemplo: Um restaurante em que está avaliando-se a prestatividade do

garçom junto aos seus clientes. Na dimensão frequência, o escopo de

possibilidades vai de um restaurante pouco movimentado a um restaurante

muito movimentado (logo, não existe uma frequência caracterizada como

‘negativa’). O mesmo acontece para a dimensão de complexidade, onde

pode-se pensar em complexidade de clientes em uma escala de clientes

casuais, rápidos e pouco exigentes (menos complexos) até clientes buscando

serviços exclusivos e altamente críticos (mais complexos). Mais uma vez, a

dimensão não apresenta um valor negativo. Porém, é possível que o

38

funcionário trate com uma frequência baixa de clientes pouco exigentes e

ainda assim, apresentar um atendimento falho. Neste caso, a dimensão de

sucesso (e apenas ela) apresentaria um valor negativo para diminuir o valor

obtido pela pessoa na questão ‘prestatividade de serviço’.

Com base no exposto, o valor nominal atrelado à falha na dimensão sucesso

deveria ser um valor negativo alto, o que poderia causar confusão na interpretação

dos resultados.

Visto que utilizar questões em que o ponto de equilíbrio é o zero pode causar

os problemas apresentados, optou-se por ajustar a abordagem do problema para

uma definição de pontos de equilíbrio específicos por questão.

Com isso, no intuito de tornar a matemática por trás do sistema a mais clara

possível, definiu-se que o ponto inicial absoluto de cada pergunta deverá ser

definido pergunta a pergunta, e não necessariamente um valor negativo. Além disso,

a utilização de uma variação menor de pesos para cada dimensão resulta em um

domínio de valores mais restrito, o que facilita a interpretação dos resultados.

Os coeficientes propostos para cada dimensão são de 1 a 3 (onde o 1

representa a mais baixa graduação e a 3 a mais alta) com exceção da métrica de

sucesso, onde a falha (a graduação mais baixa) possui peso -1. Novamente, os

coeficientes atribuídos a cada dimensão não são tão importantes quanto a clara

definição do ponto de equilíbrio (a nota esperada) para cada questão.

Exemplo: Dois profissionais, A e B, desempenham tarefas específicas, não

sendo simples a comparação direta sobre o seu desempenho nestas tarefas.

Aplicando-se a abordagem proposta, neste exemplo utilizaremos apenas uma

questão – referente a comunicação – dentre as várias questões às quais tais

39

profissionais seriam expostos. Esta questão oferece as seguintes possibilidades

dentro de cada dimensão:

Complexidade

o Alta: Requer conhecimento do negócio

o Média: Requer conhecimento funcional

o Baixa: Apenas conhecimentos técnicos

Frequência

o Alta: Comunicação diária

o Média: Até duas vezes por semana

o Baixa: Menos de uma vez por semana

Sucesso

o Total: Não houve falhas na comunicação

o Parcial: Alguns pontos necessitaram revisão interna, sem

impactar na imagem junto ao cliente

o Falha: Houve falha na comunicação, e esta falha foi observada

pelo cliente final

O profissional A recebe sua lista de tarefas de seu supervisor, da sua mesma

empresa (complexidade: baixa), a cada quinze dias (frequência: baixa), através de

uma reunião de revisão de progresso e definição de tarefas. O profissional A nunca

teve problemas de comunicação com seu supervisor (sucesso: total).

O profissional B está alocado no cliente (frequência: alta), e este cliente

diversas vezes ao dia busca o profissional B para esclarecer questões, utilizando o

linguajar próprio de sua profissão, expressões de negócio com as quais muitas

vezes o profissional de TI pode não estar habituado (complexidade: alta). O

profissional B teve alguns problemas de comunicação durante o período, visto que

40

ele não conseguiu compreender corretamente uma das requisições do cliente

(sucesso: falha).

Transpondo-se os casos A e B para a proposta neste trabalho apresentada, o

profissional A receberia um índice de comunicação igual a 5 (1 ponto pela baixa

complexidade mais 1 ponto pela baixa frequência mais 3 pontos por comunicar-se

com sucesso com seu superior), enquanto o profissional B também receberia o

índice de comunicação igual a 5 (sendo 3 pontos pelo contato com o cliente da área

de negócios mais 3 pontos pelo contato diário e -1 ponto por ter falhado em

comunicar-se com o cliente em algum momento).

Ainda que o profissional B não tenha tido sucesso no aspecto comunicação

para o período (visto que detectou-se uma falha de comunicação) e o profissional A

tenha tido total sucesso dentro do escopo de seu projeto, entende-se que o

profissional B estava muito mais exposto, em uma situação de riscos muito maiores

que o profissional A, que encontra-se em uma situação de total conforto. As outras

dimensões (frequência e complexidade), balancearam os resultados apresentados.

41

3.11. O Diferencial

Ainda que as ferramentas de avaliação hoje utilizadas pelas empresas sejam,

em sua maioria, baseadas em perguntas e respostas, a adição de um novo nível de

granularidade de dimensões específicas dentro de cada pergunta é algo inovador,

por desmembrar questões complexas em diferentes aspectos. Além disso, por ser

uma ferramenta objetiva e quantitativa, incentiva os avaliadores ou gerentes a

oferecer feedbacks mais constantes, apenas adicionando uma nova resposta às

perguntas de cada avaliado, não apenas ao final dos períodos comumente utilizados

nos processos de avaliação de desempenho formais, sejam estas semestrais ou

anuais.

Além disso, por ser uma ferramenta informal online, é possível para o

avaliador disponibilizar um feedback sobre alguma ação no momento em que ela

ocorre sem precisar necessariamente estar próximo ao avaliado ou sentir-se

acanhado em notificar claramente o profissional em questão sobre a ação, seja ela

correta ou incorreta. A ação que gerou esta avaliação pode ser o fator chave para

desencadear uma reunião particular entre as partes para discutir sobre o tema em

questão.

É importante ressaltar que tal ferramenta deve ser utilizada com seu devido

treinamento por parte dos avaliadores. Uma avaliação negativa realizada

precipitadamente pode ter resultados tão nefastos quanto uma correspondência

eletrônica enviada em um momento de ânimos exaltados. O avaliador deve pesar os

fatos ocorridos de forma clara e objetiva, no sentido de fornecer sempre feedbacks

construtivos aos seus avaliados.

42

4. A FERRAMENTA

Um dos requerimentos básicos da ferramenta é a sua disponibilidade e

acessibilidade, uma vez que a confiabilidade e maturidade dos dados são

diretamente proporcionais à utilização da mesma. Por isso, optou-se pela criação de

um portal online para o desenvolvimento da ferramenta.

Similar aos processos de avaliação de desempenho existentes em diversas

empresas, a ferramenta baseia-se em perguntas e respostas. Como já mencionado,

esta ferramenta difere dos atuais sistemas de avaliação por dois princípios básico:

Foi projetada para ser um sistema de auxílio ao processo de avaliação de

desempenho

Possui cada pergunta dividida em dimensões específicas

A principal apresentação de dados da ferramenta é feita através de gráficos

de comparações. São diversos os resultados apresentados de forma gráfica, para

facilitar a interpretação dos resultados.

Os gráficos listados a seguir (que serão apresentados em detalhes à frente)

são considerados os de maior valor:

Visão Histórica: apresenta a evolução do desempenho dentro de um período

pré-definido (como um gráfico anual);

Visão Comparativa: apresenta os resultados obtidos na avaliação em

comparação com outros fatores;

Visão Comparativa por Área de Conhecimento: é o gráfico mais importante

na definição de movimentações salariais e de cargo, onde é possível filtrar os

resultados, no sentido de analisar quais são os principais recursos para

desempenhar tarefas em serviços específicos.

43

A estrutura da ferramenta está dividida em três funcionalidades, a serem

detalhadas como segue.

4.1. Manutenção das Informações Básicas

O primeiro passo para a utilização da ferramenta é a transposição das

informações da empresa em questão para a estrutura utilizada. As informações

básicas estão agrupadas dentro das seguintes categorias:

4.1.1. Informações de Avaliação

4.1.1.1. Área de Conhecimento

Partindo-se da ideia inicial de que um processo de avaliação é composto de

diversas combinações entre questões e respostas, faz-se necessário que as

questões similares estejam agrupadas no sentido de oferecer aos observadores dos

resultados uma visão menos granular de cada profissional. Definiu-se que cada

pergunta deva fazer parte de um grupo maior de perguntas, denominado Área de

Conhecimento ou Competência. Crê-se que algumas empresas já apresentem tal

conceito (talvez utilizando-se de outra nomenclatura), mas que em seu cerne trata-

se de oferecer o mesmo resultado, o agrupamento de questões em um único ponto

comum.

Para critérios de comparação, o coeficiente de uma pessoa em sua área de

conhecimento é a média das notas obtidas dentre as questões presentes em cada

área de conhecimento.

Cada pergunta deve obrigatoriamente pertencer a uma e apenas uma área de

conhecimento.

44

Para cada área de conhecimento, pode-se definir quais os projetos aos quais

as áreas em questão serão aplicadas e a quais perfis de profissionais tais áreas

aplicar-se-ão. Para exemplificar estas funcionalidades, pode-se pensar em um

restaurante em que uma das áreas de conhecimento é Relacionamento

Interpessoal.

Esta área é vital para a avaliação dos profissionais mais expostos aos

clientes, como garçons e recepcionistas, enquanto que um profissional encarregado

de limpeza não necessariamente necessite responder perguntas desta área de

conhecimento.

Figura 1: Listagem das Áreas de Conhecimentos. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

45

Figura 2: Detalhes de uma Área de Conhecimento. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

4.1.1.2. Questões

As questões são o centro do processo de avaliação. A definição de questões

claras, objetivas e específicas é fundamental para o sucesso na utilização da

ferramenta. Apresentar as questões certas para cada profissional é vital para obter

os resultados mais acurados possíveis, e o processo de definição destas perguntas

pode levar muito tempo. Alternativamente, é possível obter informações valiosas

sobre quais perguntas submeter aos profissionais revendo o processo de avaliação

que a empresa já possui. Além disso, a atuação constante da área de recursos

46

humanos da empresa é extremamente necessária, já que as perguntas – e as

necessidades de cada negócio – estão sempre em constante mudança e, portanto,

as perguntas devem também acompanhar tais mudanças.

A proposta de questão neste trabalho apresentada engloba “n” parâmetros,

que podem ser consideradas as ‘respostas’ para a questão. A partir da soma dos

valores atribuídos a cada parâmetro, obtém-se o índice da questão, o qual é um

valor numérico inteiro. Além disso, a cada pergunta, pode-se definir um índice

esperado, independentemente do nível do profissional em questão.

O domínio de questões a serem apresentadas a cada profissional está

configurado para depender de dois fatores básicos:

O perfil do profissional

O projeto do profissional

47

Figura 3: Exemplo de questão e valores possíveis para cada dimensão. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

Tais fatores foram definidos no sentido de oferecer as perguntas mais

objetivas possíveis aos profissionais. Assim como na definição da área de

conhecimento previamente apresentada pode-se definir áreas de conhecimento

específicas para projetos específicos, definem-se perguntas específicas para perfis e

projetos específicos seguindo a mesma lógica. O objetivo é apresentar perguntas

específicas de acordo com as funções desempenhadas em cada perfil e de acordo

com as tarefas requeridas em cada projeto. Por exemplo, perguntas referentes ao

gerenciamento de pessoas em sua grande maioria não se aplicam a perfis de

entrada, como desenvolvedores.

48

Figura 4: Listagem parcial das questões cadastradas. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

4.1.1.3. Parâmetros

Sendo o menor nível de granularidade oferecido pelo sistema, os parâmetros

apresentam os possíveis valores para as dimensões a serem avaliadas dentro de

cada pergunta, assim como os pesos atribuídos a cada parâmetro.

Os parâmetros oferecem a base sobre a qual as respostas possíveis para

cada questão serão preenchidas.

Vale lembrar que as dimensões iniciais definidas neste trabalho são:

COMPLEXIDADE, FREQUÊNCIA E SUCESSO.

É nos parâmetros onde os pesos de cada dimensão deverão ser ajustados

para refletir as expectativas da empresa.

49

Figura 5: Listagem dos parâmetros cadastrados. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

4.1.1.4. Avaliações

Na parte de avaliações é onde o valor do sistema é criado. A avaliação define

o ponto no tempo em que as questões serão respondidas pelo avaliador sobre o

avaliado. Somente após a criação de uma avaliação é que será possível responder

as perguntas. O objetivo é oferecer aos avaliados a possibilidade de definir à que

período referem-se as perguntas a serem respondidas.

As perguntas que cada avaliação apresentará dependerão do projeto a que o

avaliado está alocado e da categoria profissional do avaliado. Tal funcionalidade foi

adicionada pelo fato de que as mesmas perguntas não necessariamente aplicam-se

a todos e, além disso, quando mais específicas as perguntas apresentadas forem ao

ambiente em que o avaliado está inserido, mais objetivo serão os dados obtidos.

Não existe sentido em avaliar a capacidade de liderança de uma pessoa em

uma categoria de entrada, visto que os profissionais de categoria de entrada não

lideram pessoas na grande maioria dos casos.

50

Figura 6: Listagem parcial das avaliações cadastradas. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

Figura 7: Detalhe parcial de uma avaliação. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

51

4.1.2. Informações Pessoais

4.1.2.1. Usuários

Unidade básica de qualquer sistema que envolva pessoas, o cadastro de

usuário é a primeira tarefa referente a informações pessoais a ser realizada na

ferramenta.

Visto que a grande maioria, senão todas as empresas, já possuem um banco

de dados de informações de seus profissionais amplamente consolidada, os campos

apresentados na ferramenta não necessitam ser preenchidos em sua totalidade.

Foram disponibilizados apenas campos considerados essenciais para o

processo de avaliação. É importante ressaltar que a ferramenta não armazenará em

sua versão inicial os conhecimentos técnicos dos profissionais, por tratar-se

novamente de uma informação que as empresas já devem possuir de seus próprios

funcionários, armazenadas em formatos altamente específicos e qualquer tipo de

migração de dados da plataforma da empresa para a ferramenta aqui apresentada

iria requerer um grande esforço. Além do fato de que, como em toda a informação

redundante, a consistência de tais dados poderia ser colocada em risco.

Desta categoria, a única informação mandatória é a identificação (ID) do

profissional.

52

Figura 8: Listagem dos usuários cadastrados. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

4.1.2.2. Perfis

As informações estáticas referentes ao perfil de cada profissional criam a

primeira relação entre profissional e avaliação.

A informação referente a perfil se faz necessária visto que nem todas as

perguntas aplicam-se a todos os perfis.

Um dos objetivos fundamentais da ferramenta é ser objetiva e clara;

apresentar questões fora de escopo para perfis específicos iria de encontro a este

objetivo.

53

A informação de perfil pode variar de nomenclatura de empresa para

empresa, mas valores como ‘desenvolvedor’, ‘analista’ dentre outros são os mais

comuns perfis na área de TI.

Figura 9: Listagem dos perfis cadastrados. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

Figura 10: Detalhes de um perfil. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

54

4.1.2.3. Projetos

O objetivo de armazenar a informação referente a projetos na ferramenta é no

sentido de oferecer perguntas específicas para projetos específicos. Como podem

existir projetos voltados a fases específicas do ciclo de desenvolvimento de

software, as perguntas a serem apresentadas a estes profissionais podem ser mais

objetivas.

Com isto, as questões listadas tornam-se mais objetivas para o profissional

em questão. Em um projeto de levantamento de análise de requisitos, não existe

razão em apresentar questões voltadas à manutenção do software, por exemplo,

visto que, por se tratarem de fases específicas, não compartilham todas as

perguntas.

Figura 11: Listagem dos projetos cadastrados. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

55

Figura 12: Detalhes de um projeto. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

4.2. O Processo de Acompanhamento de Avaliação

Após a apresentação da ferramenta, entra-se no principal objetivo deste

trabalho, o da apresentação da utilização da ferramenta como uma proposta de

acompanhamento contínuo de desempenho.

Como já exposto, um dos grandes problemas conhecidos dos processos de

avaliação é a falta de feedback constante sobre o desempenho do profissional. Tal

demora em fornecer feedback muitas vezes não é por problemas da ferramenta

disponível na empresa, mas sim pela dificuldade em atrelar o acompanhamento de

desempenho ao dia-a-dia dos profissionais envolvidos.

Muitos sistemas suprem todas as necessidades para acompanhamento em

detalhes do histórico do profissional, porém devido a sua complexidade (e baixa

flexibilidade), estes mesmos sistemas não são ideais para um acompanhamento

contínuo.

56

Neste sentido, a ferramenta proposta busca oferecer uma interface capaz de

ser ao mesmo tempo funcional, simples e rápida de ser utilizada, mas sem toda a

complexidade existente em uma ferramenta de avaliação. Por isso, trata-se de uma

ferramenta de suporte ao processo de avaliação, agindo concomitantemente às

ferramentas já existentes em cada empresa.

Cada profissional pode emitir avaliações sobre qualquer outro profissional

relacionado a ele a qualquer momento. Logo, no exato momento em que um evento

específico ocorre, seja bom ou ruim profissionalmente, pode ser acrescentado ao

sistema. Pode-se criar uma avaliação para um período específico (um mês, por

exemplo) e no decorrer do período, responder as perguntas de acordo com os fatos

ocorridos.

Desta forma, diferente dos processos normais de acompanhamento de

desempenho onde as questões são respondidas todas ao mesmo tempo, neste

formato as questões podem ser preenchidas baseadas em fatos e acontecimentos,

respondendo cada pergunta independentemente.

Partindo-se da prerrogativa de que a ferramenta já possui os dados estáticos

necessários para a sua devida utilização – ou seja, o sistema já foi alimentado com

as informações referentes aos profissionais, projetos, perfis, competências e

perguntas – o ciclo de avaliação é feito nos passos definidos a seguir:

4.2.1. A Criação de Uma Nova Avaliação

A qualquer momento, cria-se uma nova avaliação, definindo-se:

O projeto sobre o qual o profissional estará sendo avaliado

Quem é o avaliador

Quem é o avaliado

57

O período ao qual a avaliação criada faz referência

Figura 13: Criando uma avaliação. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

No momento em que uma nova avaliação é criada, as perguntas referentes

ao profissional avaliado e ao projeto selecionado são automaticamente designadas à

avaliação criada, conforme a lógica apresentada previamente neste trabalho, na

apresentação das questões da ferramenta.

4.2.2. O Preenchimento da Avaliação

A partir do momento em que a avaliação está criada, é possível acessá-la

respondendo as perguntas que sejam de interesse do avaliador.

Quanto mais perguntas respondidas, mais realista será o índice final

apresentado para o profissional. Vale lembrar, porém, que não existem perguntas a

serem obrigatoriamente respondidas. Pelo contrário, algumas perguntas –

baseando-se nas tarefas desempenhadas pelo profissional avaliado – não deverão

ser respondidas.

Caso uma pergunta específica trate das experiências que o profissional teve

junto ao cliente, sendo que o profissional não teve contato algum com o cliente, não

58

deve ser respondida. Perguntas desnecessariamente respondidas podem, ao

contrário, desvirtuar os valores apresentados pelo sistema.

Figura 14: Preenchendo uma avaliação. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

4.3. Os Resultados da Ferramenta

A partir do momento em que a primeira pergunta é respondida, já é possível

para os envolvidos no processo obter e analisar os primeiros resultados.

Os resultados são apresentados em quatro formatos distintos:

4.3.1. Visão Básica

A primeira visualização dos resultados é a mais básica, apresentando apenas

a lista de perguntas respondidas, suas áreas de competência, as notas esperadas e

as notas obtidas.

59

Caso existam comentários referentes a cada pergunta, estes também serão

listados nesta sessão.

Os valores apresentados resumem-se às informações do profissional apenas,

diferente dos próximos resultados a serem apresentados que de alguma forma

comparam o profissional dentro de diversas dimensões.

Figura 15: Apresentação dos resultados da avaliação de um profissional. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

4.3.2. Lista de Perguntas x Notas Recebidas

Nesta visão, torna-se possível para os envolvidos observar as respostas

obtidas pelo avaliado, comparando estes resultados com a média das notas para os

profissionais do mesmo perfil, a média das notas dos profissionais do mesmo projeto

60

e a nota esperada para o seu perfil/projeto em cada questão. As notas são

agrupadas por competências, visto que listar as respostas obtidas para todas as

questões tornaria o gráfico demasiadamente poluído. É possível ainda habilitar ou

desabilitar os resultados por categoria. O exemplo apresentado exibe apenas as

informações referentes à média dos valores por perfil e os resultados do avaliado,

ocultando portanto os resultados da média do projeto e da média esperada.

Figura 16: Apresentação de resultados comparativos por competência. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

Nota-se que neste gráfico existe a comparação dos resultados obtidos pelo

profissional com os resultados médios e esperados, sem oferecer, porém, uma

comparação direta entre profissionais.

61

Esta visão, portanto, demonstra se o profissional está acima ou abaixo dos

esperados (por projeto, categoria ou questão) dentro do contexto em que ele está

inserido.

4.3.3. Visão Histórica

Havendo mais de uma avaliação envolvendo os mesmos personagens

(projeto, avaliado) é possível traçar-se séries contendo as variações de nota em

cada questão apresentada.

Figura 17: Apresentação dos resultados históricos por competência. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

Esta visão é extremamente útil por apresentar os avanços e retrocessos de

desempenho do profissional com o passar do tempo, sendo especialmente

importante para os momentos em que existem mudanças nas tarefas ou no

62

ambiente em que o profissional está alocado; com a observação de redução de

desempenho em dimensões específicas, torna-se mais claro o processo de

averiguação dos fatores causadores de tal mudança. Da mesma forma, profissionais

alocados em projetos diferentes, mais próximos de suas habilidades e

competências, tendem a ter um ganho de desempenho que refletirá no gráfico da

série histórica.

4.3.4. Visão Comparativa

A última visão a ser apresentada, a visão comparativa, oferece a

oportunidade de apresentar, de forma sobreposta, os desempenhos de mais de um

profissional, de acordo com a média das notas obtidas em cada área de

conhecimento.

Esta comparação visa facilitar principalmente os processos de promoção,

uma vez que pode apresentar um comparativo entre pessoas de categorias

diferentes e as notas obtidas em cada área de conhecimento.

Esta visão também possui o propósito de oferecer a interface capaz de filtrar

os resultados obtidos no sentido de obter a relação de profissionais que se

enquadram em um determinado conjunto de notas. Esta filtragem é a base para a

avaliação de quais profissionais estão capacitados para desempenhar as tarefas de

um serviço específico.

63

Figura 18: Comparativo de avaliações superpostas de áreas de conhecimento. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

Através da filtragem dos resultados, apenas os profissionais que se

enquadram no filtro são apresentados. A definição dos valores a serem aplicados no

filtro deve ser decidida por parte dos gestores de cada serviço, seja a partir dos

profissionais já alocados no serviço, seja por uma análise das áreas de

conhecimento requeridas para o serviço.

64

Figura 19: Resultado a partir de filtragens aplicadas. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

65

5. APLICAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1. Obtenção e Análise de Resultados – Avaliação do Profissional

Os processos de avaliação de desempenho por sua natureza não são

realizados em um curto espaço de tempo; ainda que os feedbacks informais devam

ser constantes, o resultado formal do processo normalmente é apresentado apenas

uma ou no máximo duas vezes ao ano a cada profissional, já que são processos que

demandam uma carga considerável de dedicação por parte dos envolvidos. Com

base nisto, optou-se, a critério de validação da proposta apresentada neste trabalho,

realizar uma pesquisa piloto de percepção entre avaliadores e avaliados tendo por

base as questões propostas e resultados gerados pela ferramenta em comparação

com os resultados obtidos pelo processo formal de avaliação da empresa onde foi

aplicada a pesquisa piloto. Os resultados obtidos por esta pesquisa piloto foram

posteriormente comparados aos resultados obtidos pelo processo formal de

avaliação realizado ao final de setembro, referente ao primeiro semestre de 2012.

5.2. Pesquisa Piloto

A proposta da ferramenta, de oferecer um questionário com perguntas

subdivididas em dimensões, foi aplicada por quatro mentores (conselheiros)

voluntários de forma implícita aos seus pupilos (avaliados). Tais mentores

submeteram ao sistema as informações de seus pupilos pertencentes a um mesmo

perfil (desenvolvedor sênior) no sentido de gerar comparações mais realísticas.

Caso fossem submetidas ao sistema avaliações para diferentes perfis, diferentes

comparações seriam necessárias, assim como um grupo de estudo maior, o que não

agregaria tanto valor aos resultados.

66

Por forma implícita de aplicação entende-se que as perguntas não foram

expostas tal quais apresentadas neste trabalho, visto que apresentar uma nova

ferramenta de avaliação de cunho formal em uma empresa implicaria na

necessidade de diversas ações e, principalmente, aprovações.

Por tratar-se de uma empresa multinacional, a introdução de qualquer

metodologia requer revisões e aprovações em larga escala. Por isto, este projeto

piloto foi conduzido informalmente, sem ser apresentado em sua totalidade aos

avaliados, e portanto os resultados obtidos foram apenas parciais e sujeitos somente

à interpretação do avaliador.

Contudo, os resultados positivos demonstram que a proposta de definir em

dimensões os critérios de avaliação é válida e, com uma utilização mais frequente

da abordagem de auxílio ao processo de avaliação, os resultados tendem a ser

ainda melhores.

Os quatro conselheiros aplicaram as perguntas a seus pupilos, durante

reuniões privadas de forma a obter uma compreensão mais clara sobre as tarefas

desempenhadas pelo profissional, seus pontos fortes e fracos e servindo também

como um exercício de autoavaliação para o profissional que está sendo avaliado,

uma vez que para responder as perguntas propostas faz-se necessário uma reflexão

mais detalhada sobre o período e suas realizações.

Tal reflexão, quando da utilização da ferramenta em sua plenitude, poderá ser

bem mais fluida e rápida, já que o profissional e o avaliador poderão acrescentar

comentários a cada questão.

As perguntas apresentadas tiveram como período definido os 6 meses iniciais

de 2012, de forma a oferecer resultados equivalentes ao processo formal que foi

67

conduzido na empresa em que o projeto piloto foi realizado, a qual realiza avaliações

semestrais.

Os resultados obtidos através dos dados inseridos pelos conselheiros na

ferramenta foram comparados com os resultados formais obtidos ao final do ciclo de

avaliação dos profissionais para o período de seis meses, entre início e o meio de

2012.

Visto que a metodologia atualmente empregada pela empresa onde foi

submetido o piloto possui formas distintas de avaliar os profissionais, a análise de

resultados baseou-se nas diferenças entre os profissionais avaliados, ou seja, a

análise dos resultados obtidos pela ferramenta visa mostrar se os profissionais que

foram formalmente melhor ou pior conceituados estão com índices condizentes com

tais conceitos, dentro da ferramenta. Portanto, é esperado que pessoas com baixo

desempenho, quando colocadas em comparação com os demais profissionais de

sua mesma categoria ou projeto, estejam claramente aparecendo com índices (por

área(s) de conhecimento ou por pergunta(s)) abaixo também. O mesmo aplica-se

para profissionais com altos índices na avaliação formal de desempenho e na

ferramenta.

5.3. A comparação dos resultados entre o processo e a ferramenta

Como já exposto, a proposta da comparação dos resultados obtidos pela

ferramenta em comparação com os resultados obtidos após o exaustivo trabalho de

avaliação dos profissionais teve como objetivo averiguar a possibilidade de obter

resultados automatizados similares ao processo de avaliação tradicional.

Os resultados obtidos foram altamente positivos. Dentre os profissionais

avaliados no projeto piloto, é possível citar o exemplo do profissional – de nome

fictício Dexter Morgan – que obteve no processo formal uma nota abaixo do

68

esperado. Da mesma forma, comprovando a validade da proposta, este apresentou

na ferramenta também uma pontuação claramente abaixo do esperado. Note que a

nota esperada é apresentada no gráfico na cor azul.

Figura 20: Profissional com desempenho abaixo do esperado. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

A mesma validade aplicou-se aos profissionais com a pontuação mais alta.

Dentre o domínio de profissionais avaliados no projeto piloto, dois deles foram

avaliados como acima da média durante o processo formal de avaliação. Tal

resultado é refletido claramente em sua apresentação gráfica.

69

Figura 21: Profissional com desempenho acima do esperado. Fonte: http://www.aid-on.com.br/

Estes profissionais claramente superaram-se em todos os aspectos avaliados,

estando com médias acima do esperado em todas (ou quase todas) as

competências.

Os demais profissionais obtiveram notas dentro do esperado em mais de uma

dimensão, não podendo, portanto ser categorizados como profissionais acima do

esperado.

A critério de comparação, abaixo seguem os resultados formais obtidos pelo

processo formal de avaliação.

70

Mentee Committee Grade Commitee Result

Harvey Spencer 4,0 Exceeds

Egon Spengler 4,0 Exceeds

Presto Smith 3,5 Meets +

White Snow 3,5 Meets +

Homer Simpson 3,0 Meets

Barney Rubble 3,0 Meets

Dexter Morgan 2,0 Meets Some

Tabela 1 - Resultados obtidos pelo processo formal de avaliação na empresa piloto

A critério de interpretação da tabela 1 é válido mencionar que o processo

formal de avaliação na empresa onde o projeto piloto foi aplicado possui o seguinte

espectro de grades (descrição da grade e seu valor numérico):

Outstanding (5)

Exceeds + (4,5)

Exceeds (4)

Meets + (3,5)

Meets (3)

Meets Some + (2,5)

Meets Some (2)

Does not Meet + (1,5)

Does not Meet (1)

Observando-se os resultados obtidos pela ferramenta e comparando-os com

os resultados obtidos pelo processo formal, as seguintes constatações podem ser

feitas:

Graficamente, profissionais avaliados próximos ao esperado (meets,

grade 3) estão de fato sobrepostos sobre a linha definida como

71

esperada na ferramenta, ainda que uma dimensão ou outra possa

estar acima do esperado.

Existem dois profissionais avaliados como acima do esperado pela

ferramenta, dos quais Harvey Spencer apresenta estar acima do

esperado em todas as dimensões, enquanto Egon Spengler apresenta

uma dimensão dentro do esperado. Tal situação decorre do fato de

que, como anteriormente colocado, as questões podem vir a ser

melhoradas e otimizadas no sentido de tornar a nota oferecida pela

ferramenta mais condizente com o desempenho do profissional ou o

sentido contrário, o profissional pode ter sua nota diminuída visto que

em uma comparação direta entre os dois profissionais avaliados com

notas acima do esperado tenha demonstrado claramente que um

profissional é superior ao outro.

O profissional que enquadrou-se abaixo do esperado no processo

formal, teve também sua nota devidamente refletida graficamente na

ferramenta, oferecendo portanto base concreta para esclarecimento da

baixa nota.

72

6. CONCLUSÕES

A partir da análise dos resultados realizada comparando-se as informações

fornecidas pela ferramenta com os dados formais obtidos através do processo de

avaliação, concluiu-se o que segue:

6.1. Facilidade em comparar os profissionais

Todo o processo de avaliação é influenciado – e baseado – em uma série

interminável de fatores de sucesso ou falhas. Porém, através da visualização da

comparação de profissionais fornecida pela ferramenta, ficou graficamente visível

quais profissionais destacaram-se em um número maior de qualidades. Em uma

determinada situação, um profissional A apresentou um desempenho excelente em

suas técnicas de desenvolvimento de software, sendo uma pessoa referência em

uma determinada tecnologia. Uma pessoa B, teve como grande destaque a forma de

conduzir processos e domínio de metodologias específicas. Porém, um profissional

C, além de apresentar um excelente desempenho de desenvolvimento de código,

também apresentou uma maturidade de conhecimento de processos e metodologias

que o colocou, de forma irrefutável, acima dos profissionais A e B previamente

citados.

6.2. Destaque nas características mais desenvolvidas em cada profissional

Na representação gráfica das perguntas, é possível observar quais são as

características mais marcantes de cada profissional, ao analisar em quais perguntas

ele se saiu melhor ou pior. Tendo tais características claramente expostas, torna-se

mais simples e clara a avaliação de desempenho do profissional, já que se torna

possível destacar seus pontos fortes e fracos.

73

6.3. Análise do perfil do profissional em relação ao projeto em que está

alocado

Um dos fatores-chave para o sucesso de um projeto é ter as pessoas com os

perfis certos, desempenhando as tarefas certas. Através do gráfico que compara o

profissional em relação às médias - da categoria, do projeto e as esperadas para a

categoria - fica mais claro a avaliação e revisão de o profissional estar no perfil de

projeto correto ou não. Na área de TI, apesar de existir uma baixa nomenclatura de

categorias e níveis (tais como desenvolvedor, analista e gerente), existem diversas

funções distintas realizadas por profissionais de uma mesma categoria.

6.4. Identificação das competência(s) nas quais o profissional deve investir

Através da visualização gráfica, é possível analisar em qual das competências

o profissional deve investir esforços no sentido de obter melhores resultados. Esta

informação é extremamente valiosa uma vez que um dos grandes problemas

existentes em processos de avaliação é a falta de clareza na definição de metas

para os próximos períodos, problema este que pode ser mitigado com o auxílio da

correta utilização da ferramenta proposta.

6.5. Outras considerações

Os gráficos de demonstração de histórico do profissional não possuem dados

suficientes a ponto de agregar valor ao processo de avaliação realizado. Tal gráfico

necessita de, no mínimo, dois períodos distintos de avaliação para demonstrar as

variações de desempenho de um determinado profissional. Todos os dados

apresentados relacionados a séries históricas baseiam-se puramente em exemplos

de avaliações que não tiveram qualquer tipo de equivalente em processos formais.

74

6.6. A Conquista

A apresentação dos resultados obtidos por este trabalho foi apresentada ao

setor de recursos humanos e à liderança do grupo de conselheiros avaliadores onde

o projeto piloto foi conduzido, sendo recebida de forma muito positiva, uma vez que

demonstrou de forma objetiva e clara pontos que foram discutidos à exaustão

durante o processo de definição de notas dos profissionais. Com isto, a utilização da

ferramenta como suporte ao processo de avaliação comprova-se válida, visto que

pode auxiliar no processo de apresentação de características de destaque de cada

profissional e também auxiliaria no momento de definir o quanto cada profissional

cumpriu dentro, abaixo ou além do esperado.

A ferramenta também é útil para definir de forma visual o que é esperado

dentro de cada categoria, tornando a definição do que é esperado dentro de cada

cargo um processo mais dinâmico e abrangente, ainda que de uma forma parcial. É

importante destacar que o objetivo maior da proposta era de atestar a validade da

ferramenta como um sistema de suporte ao processo de avaliação, nunca buscando

substituir em nenhum nível os processos já existentes. Ainda assim, iniciativas como

esta estão sendo valorizadas pela empresa e sugeridas para compor a base de

informações a ser utilizada durante os próximos ciclos de avaliação.

Apenas quando o sistema estiver com uma base sólida de avaliações de

diversos profissionais, poderá ser avaliada a eficácia dela no sentido de apresentar

os melhores profissionais para serviços específicos. Ainda assim, baseando-se nos

resultados otimistas obtidos através da avaliação do profissional, as expectativas de

sucesso são altamente positivas também ao buscar-se profissionais para serviços

específicos, uma vez que as perguntas presentes na ferramenta já provaram-se

válidas. Portanto, é apenas uma questão de aplicar-se uma engenharia reversa para

75

obter resultados válidos, ou seja, ao invés de submeter as avaliações e obter os

resultados, para avaliar qual profissional é ideal para determinado serviço basta

submeter os resultados para obter-se as avaliações de cada profissional.

76

7. BIBLIOGRAFIA

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8. GLOSSÁRIO

Feedback – Palavra de origem inglesa, hoje altamente difundida e utilizada

no linguajar relacionado ao processo de avaliação profissional. Segundo Moscovici

(2008, 37), pode ser entendido como “o processo de fornecer dados a uma pessoa

ou grupo ajudando-o a melhorar seu desempenho no sentido de atingir seus

objetivos.”. Pode-se dizer também que Feedback é “o procedimento que consiste no

provimento de informação à uma pessoa sobre o desempenho, conduta ou

eventualidade executada por ela e objetiva reprimir, reorientar e/ou estimular uma ou

mais ações determinadas, executadas anteriormente” (MASCARENHAS, 2007, 22).

De acordo com o Dicionário Michaelis, Feedback é “1 regeneração, realimentação. 2

resposta. 3 retro informação: comentários e informações sobre algo que já foi feito

com o objetivo de avaliação.

Performance – Originalmente inglesa, esta palavra atualmente já é listada

em dicionários da língua portuguesa, como o Michaelis. Neste dicionário,

performance significa "1 - realização, feito, façanha; 2 - atuação, desempenho".

Trata-se, portanto, de um sinônimo para a palavra desempenho.

Competência – Competência é a transformação de conhecimentos, aptidões,

habilidades, interesse, vontade, etc. em resultados práticos. Ter conhecimento e

experiência e não saber aplicá-los em favor de um objetivo, de uma necessidade, de

um compromisso, significa não ser competente (RESENDE, 2003, p. 32).

Desempenho – É o comportamento real do empregado em face de uma

expectativa ou de um padrão de comportamento estabelecido pela organização

(Wagner Siqueira,2000).

Avaliação – É apreciar, estimar, fazer ideia de, ajuizar, criticar ou julgar.

Assim, avaliação de desempenho é a crítica que deve ser feita, na defasagem

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existente no comportamento do empregado, entre a expectativa de desempenho

definida com a organização e o seu desempenho real. (Wagner Siqueira, 2000).

Mentor – O conceito de mentor pode variar dependendo do contexto

aplicado. Algumas empresas, possuem o conceito de mentor como toda a pessoa

que é formalmente designada para oferecer suporte à carreira de seus pupilos como

um conselheiro, visando o desenvolvimento do potencial destes pupilos. O mentor é

o primeiro canal de comunicação entre seu pupilo e a empresa, participando da vida

do desse na empresa desde o seu ingresso na organização até seu desligamento.

Também pode ser a pessoa que apresenta os resultados obtidos pelo profissional

nos períodos de avaliação.

Interface – Expressão comumente utilizada na área da computação para

definir uma forma de comunicação que liga duas entidades. A interface com o

usuário se compõe dos meios pelos quais um programa se comunica com o usuário,

incluindo uma linha de comandos, menus, caixas de diálogos, sistema de ajuda on

line, etc. As interfaces com os usuários podem ser classificadas com baseadas em

caracteres (texto), baseados em menus ou baseadas em elementos visuais.

Granularidade – Pode ser visto como o nível de detalhamento de algo. Por

exemplo, um quintal dividido em centímetros possui granularidade mais fina que um

quintal dividido em metros.

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9. ANEXO A - Project Charter

9.1. Nome do Projeto

Sistema de Avaliação – Carreira TI

9.2. Justificativa de Negócio

Descentralização das informações referentes ao processo de avaliação de

profissionais (dificultando gestão do conhecimento)

Alto custo de mão de obra para compilar informações de desempenho

Falta de critérios claros de avaliação e acompanhamento

Perda de conhecimento devido a rotatividade de profissionais

9.3. Declaração do Escopo

O projeto consiste numa ferramenta onde irá ter o histórico dos profissionais, que

com isso facilitará a gestão, pois o gestor terá uma visão mais detalhada do seu

pessoal. Será entregue um sistema de avaliação com critérios pré definidos, essa

ferramenta será web onde será possível armazenar e obter estas informações de

performance a qualquer momento.

Os critérios serão entregues no formato de um documento que apresentará uma

matriz de itens a serem avaliados x nível de conhecimento / utilização. Estes itens

serão agrupados em macro grupos (a serem acordados com o cliente, tais como

frequência, complexidade e sucesso). A ferramenta web oferecerá recursos de

inserção de informações referentes à performance dos avaliados (sendo possível ao

avaliador inserir comentários e notas específicas de acordo com o item avaliado),

uma interface para obter um resumo de performance do profissional dentro de um

período específico de tempo, uma interface para planejar, traçar e acompanhar os

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objetivos acordados entre profissional e avaliador, uma interface de comparação de

performance entre profissionais e uma interface de gerenciamento de informações

armazenadas (manutenção de dados).

Os critérios de avaliação serão resumidos à categoria de tecnologia da informação,

não sendo obrigado a apresentar critérios válidos para outras carreiras dentro da

empresa, como recursos humanos, jurídicos e afins. Os critérios levarão em conta o

mercado de tecnologia da informação atual, não se comprometendo a atualizar os

critérios quando houver mudanças no mercado. Os critérios a serem apresentados

guardam-se o direito de não apresentar parâmetros externos amplamente

divulgados no mercado (como faixa salarial) caso seja avaliado que tais parâmetros

podem vir a influenciar com relevância na avaliação final do profissional.

9.4. Objetivos do Projeto

Acompanhar o desempenho do profissional

Identificar as necessidades do Serviço

Identificar o perfil do profissional que mais se adéqua ao serviço

Sistema de notas simplificado

9.5. Premissas e Restrições

9.5.1. Premissas

A qualidade das informações dependerá diretamente da dedicação por parte dos

participantes do processo de avaliação. O sistema não será capaz de gerar

informações sem o input dos participantes.

Os critérios globais serão baseados em três pilares: Frequência, Complexidade e

Sucesso. Havendo disponibilidade e participação por parte dos profissionais

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envolvidos no processo de avaliação, será possível enriquecer estes critérios de

forma a refletir com mais exatidão e clareza nas avaliações.

O sistema oferecerá uma interface aos usuários onde estes poderão adicionar

informações referentes aos processos de avaliações passados.

Restrições

Acredita-se que a empresa emprega atualmente um sistema de avaliação deficitário,

com critérios de avaliação muito abrangentes.

Tem-se como maior restrição à aplicação do projeto, o tempo e o conhecimento do

processo de avaliação atual.

9.6. Cronograma Macro

O projeto terá duração de 8 meses dividido da seguinte maneira

1 mês para a preparação da estrutura necessária

1 mês para a inserção das informações da companhia

5 meses para o desenvolvimento / implantação da ferramenta

1 mês para testes e avaliação

9.7. Orçamento Geral

O projeto custará R$ 150,00/hora e tem previsão de duração de 8 meses, mais R$

0.05 por dia do serviço de hospedagem.

9.8. Nome do Gerente de Projetos

Jeferson Rosa Belzarena

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9.9. Lista de Requisitos

9.9.1. Requisitos Funcionais

Apresentação do perfil básico do profissional

Visualização do histórico profissional

Sistema de avaliação de performance profissional baseado em parâmetros

pré-definidos

9.9.2. Requisitos Não Funcionais

Banco de dados

Tecnologia

Infraestrutura

90% de uptime

Aplicação deverá rodar na nuvem

Informações restritas por empresas – podendo ser estendida a projetos

Acesso simultâneo às informações

Compatibilidade / Portabilidade

9.10. Estimativas de Recursos

9.10.1. Humanos

1 Project Manager

· Gerencia do Projeto

1 Analista de sistemas

· Definição de dados e projeto do sistema

2 Developers

· Desenvolvimento da aplicação

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1 Tester / Documentador

1 consultor de RH

9.10.2. Físicos

3 notebooks

1 Licença de Banco de dados

1 domínio web

3 sistemas operacionais Microsoft Windows

3 Licenças do Microsoft office

1 Licença de Cloud Computing (Nuvem)

9.11. WBS

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Project