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ESCOLA: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS
Resumo Este trabalho, de cunho interpretativo e exploratório, objetivou identificar a estrutura e organização dos elementos constituintes das representações sociais de alunos do último ano do Ensino Fundamental sobre escola, tendo por suporte a Teoria do Núcleo Central, proposta e desenvolvida por Jean‐Claude Abric. A seleção das escolas (2) teve por critério o de integrarem a rede pública de ensino do município (Londrina–PR) e com pontuações extremas no IDEB‐2011. Participaram 97 alunos da escola com pontuação inferior (2,7) e 161 da escola com maior pontuação (5,8), respondendo a um questionário sociociodemográfico e a um teste de associação de palavras com o indutor “Escola é...”. Análises prototípicas do corpus das evocações iniciais lematizadas e dessas respostas hierarquizadas foram realizadas, além de análises de similitude do corpus das últimas. Os resultados evidenciaram como elementos do provável núcleo central dessa representação os vocábulos: importante, aprendizagem, futuro, estudo e educação. Embora prontamente evocados, os qualificativos chata e legal para escola, não evidenciaram serem importantes para o grupo, e demonstraram pouca força nessa representação: professor e aluno. A literatura pertinente conduziu as conclusões e desdobramentos dos resultados. Palavras‐chave: Representações sociais. Escola. Alunos. Ensino Fundamental. Educação.
Selma Rosa
Elsa Maria Mendes Pessoa Pullin Universidade Estadual de Londrina
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Introdução
A compreensão dos fenômenos e os sentidos que os indivíduos atribuem aos
objetos, de modo geral, não costumam ser iguais, uma vez que suas relações se
distinguem em função do espaço‐tempo de seu pertenciamento e de sua história pessoal.
Como se diante de uma janela, a posição na qual se situa o indivíduo dirige seu olhar,
atenção, valorações e sentimentos para diferentes aspectos do que vê e não foi levado a
ver no que se configura como realidade para cada grupo. Essa peculiaridade de relações,
grupais e subjetivas, com o mundo, físico e simbólico, é compartilhada pelos efeitos das
práticas e da comunicação entre os membros de um grupo. Partilha essa que confere ao
grupo uma identidade (TAFANI e HAGUEL, 2009), e restringe a um e não a outro campo
os fenômenos e significados apreendidos individualmente em processos sociocognitivos
(MOLINER e RATEAU, 2009), em um esforço contínuo de ajustamento – individual e
coletivo – a esse mundo.
A importância da Teoria das Representações Sociais justifica‐se por clarear essas
idiossincrasias, definindo os indivíduos como não passivos ao social, porém nele inscritos,
assim como para explicar as funções das RS. Jodelet (2001, p. 17) pondera:
Frente a esse mundo de objetos, pessoas, acontecimentos ou ideias, não somos (apenas) automatismos, nem estamos isolados num vazio social: partilhamos esse mundo com os outros, que nos servem de apoio, às vezes de forma convergente, outras pelo conflito, para compreendê‐lo, administrá‐lo ou enfrentá‐lo. Eis por que as representações são sociais e tão importantes na vida cotidiana. Elas nos guiam no modo de interpretar esses aspectos de tomar decisões e, eventualmente, posicionar‐se frente a eles de forma defensiva.
Alunos, um dos atores principais da escola e para os quais ela foi criada, percebem‐
na de acordo com suas experiências no grupo de seu pertenciamento. Sendo as relações
de alunos, como sujeitos dessa instituição, múltiplas e complexas pelas problemáticas
que as caracterizam, ganham relevância as significações que circulam nessa instituição e
as que lhes são atribuídas por eles.
Tais circunstâncias deflagram inquietações cotidianas, sociais e disciplinares, por
exemplo, a sociólogos (LAHIRE, 2006; GIMENO‐SACRISTÁN, 2008), educadores
(LIBÂNEO, 2007; SAVIANI, 2012) e psicólogos (ALVES‐MAZZOTTI, 1994; WITTER, 2007)
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impelindo pesquisadores iniciantes, lugar de onde o autor deste trabalho fala, a
empreender esforços colaborativos com o coautor a fim de compreender como alunos
percebem a escola, cientes de que “Para a compreensão de uma dada realidade é
necessário identificar as formas como a população que vive determinadas conjunturas
reconhece, explica e elabora essa situação” (OLIVEIRA et al., 2004, p.34). O interesse em
dar voz ao aluno sobre essa instituição, em um processo de escuta de seus dizeres pela
análise de suas RS, trespassou a proposição deste trabalho. O estudo das RS é adequado
a tal propósito, como explica Alves‐Mazzotti (1994, p.61):
[...] investiga justamente como se formam e como funcionam os sistemas de referência que utilizamos para classificar pessoas e grupos e para interpretar os acontecimentos da realidade cotidiana. Por suas relações com a linguagem, a ideologia e o imaginário social e, principalmente, por seu papel na orientação de condutas e das práticas sociais, as representações sociais constituem elementos essenciais à análise dos mecanismos que interferem na eficácia do processo educativo.
As raízes dos dizeres sobre os objetos costumam ter razões mais antigas e
profundas do que o indivíduo supõe por elas estarem irremediavelmente comprometidas
com seu pertencimento a um dado grupo e com o modo como os objetos são por ele
compreendidos e representados. Assim, as significações e as relações de alunos com a
instituição escolar se apresentam difíceis (nomeadamente as segundas) de observação e
análise, pois marcadas continuamente por pertencimentos a grupos, memórias,
tradições, cultura e aos tempos dos diferentes alunos. Como sujeitos sociais, estes nem
sempre compartilham as mesmas representações acerca da escola, possivelmente
porque ela oportuniza distintas experiências de humanização para quem as frequenta.
Por essas razões, investigações no campo das RS são defendidas com diferentes
argumentos, por exemplo, por Paulo Freire: “É fundamental, [...], partirmos de que o
homem, ser de relações e não só de contatos, não apenas está no mundo, mas com o
mundo.” (FREIRE, 1999, p.47), e por Madeira (2000, p.249): “[...] as representações
sociais permitem integrar a um dado objeto pelo sujeito, as relações complexas que a
ambos constitui, em diferentes níveis, vinculando‐os ao dinamismo de uma cultura e de
uma história”. Lembra, ainda, Gilly (2001) que para se compreender os fenômenos
educacionais não basta uma perspectiva macroscópica (acerca dos sentimentos de
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pertença, relações entre grupos sociais, atitudes e comportamentos diante da escola),
porque as mais microscópicas possibilitam detalhar aspectos do cotidiano e de saberes
pertinentes à escola.
Denise Jodelet caracteriza as RS como “[...] ‘um saber prático’ como sistemas de
interpretações com o mundo e com os outros e organizam as comunicações e as
condutas sociais” (JODELET, 2001, p.22).
Cientes de que “Somos todos aprendizes e ensinantes, numa interlocução com o
outro, presente ou suposto” (MADEIRA, 2000, p.241), e por concordarmos com essa
autora quanto a que “A educação é um processo amplo, que envolve o homem todo e
todo o homem, no concreto de seu viver e de seu fazer, [que a educação] não se
restringe à escola. Esta é um espaço com função social específica” (p.241), situaremos, a
seguir, nossa posição acerca dessa instituição.
Escola, por uma conversão do olhar
Entendemos a escola enquanto espaço histórico, social e politicamente
construído (CHARLOT, 2006; TEDESCO, 2004; FILIPAK; SOHON, 2013), e por isso
paradoxalmente geradora de insatisfação e de esperança, visto se constituir para muitos
em “Lugar do projeto e, portanto, do sonho, [...] também é o lugar da frustração e do
desânimo, quer estes se manifestam como cínica aceitação dos limites ou como virulenta
crítica da realidade” (VALLE, 1997, p.17), bem como “Os códigos e regras que
caracterizam a escola, encontram referenciais em suas histórias” (MADEIRA, 2000, p. 241)
A escola é um lugar privilegiado onde parte dos saberes e fazeres previstos para
as novas gerações se acham encarnados. Para Lílian Valle (1997, p.8): “A educação é
como um espelho fiel que reproduz com clareza o que uma sociedade é, o que ela deseja
fazer de si e o que ela afirma desejar tanto quanto as enormes distâncias que por vezes se
criam entre cada um destes termos.”
A essas considerações soma‐se a propagada diferença entre a rede pública e a
rede privada de ensino. Segundo Pedro Demo, “A distância entre escola pública e
particular no Brasil é considerável, em favor da escola particular” (DEMO, 2007, p.181).
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Para esse autor, em termos de desempenho, a escola particular está em posição de
vantagem pelo fato de ser administrada pela iniciativa privada e pela consequente
cobrança e pressão dos pais sobre ela. Diferenças outras, por exemplo, pertinentes à
injustiça na escola, como informam Carbone e Menin (2004), indicam que as
representações de alunos da rede pública e privada não se assemelham.
Na medida em que “os fenômenos de representação social estão “espalhados”
por aí, na cultura, nas instituições, nas práticas sociais, nas comunicações interpessoais e
de massa e nos pensamentos individuais” (SÁ, 1998, p. 21), estimuladas pela realidade que
se apresenta e pelo interesse enquanto pesquisadoras e educadoras é que nos
propusemos a investigar as RS de escola de alunos da rede pública estadual de ensino.
Estudos e reflexões, como os de Alves‐Mazzotti (1994; 2001) e Madeira (2000)
têm destacado a relevância da abordagem das representações sociais nas pesquisas em
Educação. Conforme Margot Campos Madeira (2000, p. 240):
Mais que um novo modismo, está em questão o esforço para aprender os problemas da educação no processo que articula o homem concreto, em sua complexidade, à totalidade social, no movimento histórico que os faz e circunscreve em espaços e tempos precisos.
Desse modo, circundados e circunscritos num tempo e espaço definidos
encontram‐se os sujeitos, no caso alunos, seus discursos, dizeres e possibilidades
interpretativas acerca dos fenômenos que os cercam, que em seu conjunto lhes propicia
a dimensão filosófica e social acerca de sua existência, situando‐os enquanto
protagonistas que vão desenhando marcas para seu papel político, histórico e cultural e
para a sua busca ontológica do ser mais (FREIRE, 1999).
De inegável relevância e complexidade, a escola emerge nesse contexto e
mantém‐se sustentada pela teia de relações‐ pacíficas e conflituosas‐ que estabelece e
alimenta com a diversidade cultural de seu tempo e atores, não mais regulados com
primazia pela tradição ou religião, mas afetados por constantes e aceleradas
transformações e rupturas (JULIA, 2001).
Para Zygmunt Bauman (2001, p.10) “os tempos modernos encontraram os
sólidos pré‐modernos em estado avançado de desintegração” quando se refere ao
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desafio e à necessidade humana de ceder ao velho e antigo para receber o novo. A
escola, instituição histórica, tem buscado ressignificações para sua prática, assim afirmam
Gimeno Sacristán e Pérez Gomes (2007, p.25): “Na sociedade contemporânea, a escola
perdeu o papel hegemônico na transmissão e distribuição da informação” lembrando aos
educadores que “A criança chega à escola com um abundante capital de informações e
com poderosas e acríticas pré‐concepções sobre os diferentes âmbitos da realidade”.
Nesse cenário, a função da escola no exercício de um de seus históricos papéis –
o de transmissão cultural ‐ ofusca‐se diante da não mais assertiva decisão de escolha de
saberes significativos a ensinar e de valores a resgatar ou manter (FORQUIN, 1993). Ao
discurso dessa instituição com problemas se junta o de uma cultura igualmente em crise,
pois, como assinala Eagleton (2005) “Cultura [...] deixou de ser parte da solução para ser
parte do problema” (p.61).
Se as fronteiras entre escola, cultura e saberes a serem ensinados tornaram‐se
aparentemente flexíveis, a educação ‐ comumente associada a elementos de ordem
imutável e atemporal (VALLE, 1997, p.11), não pode “temer o debate” (FREIRE, 1999,
p.104), omitir‐se ao diálogo, negar‐se à busca constante de novos caminhos e ao
enfretamento de si. Fará isso se instrumentalizando para a execução de outros papéis
que ainda lhe cabem e a caracterizam: o de fomentar e produzir o novo (VALLE, 1997), o
de promover o valor do conhecimento na relação ensinar‐aprender, na dinâmica do
individual e do coletivo, de sua cultura e história (MADEIRA, 2000).
Diante da pluralidade presente nas sociedades contemporâneas e no espaço
escolar, entendemos ser de profunda relevância conhecer os sistemas de representação
que alunos oriundos da rede pública compartilham sobre a escola, verificando se os
modos como a concebem confirmam ou colocam em questão sua relevância. Partimos da
hipótese de que essas representações são construídas em função das diferentes
expectativas em relação: à função da escola; ao locus da culpabilização do fracasso dos
alunos; às práticas educativas dos professores com vistas à autonomia de seus
aprendizes; à tradição familiar quanto à importância que atribui à escola; à admissão ou
não do capital cultural do aluno e às novas relações que a ela se impõem no mundo
contemporâneo.
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A execução deste trabalho foi subsidiada pelas proposições da TRS, sob a
perspectiva da abordagem estrutural, cerne da Teoria do Núcleo Central (TNC) de ABRIC
(1994).
A Teoria das Representações Sociais
Sérge Moscovici, em 1961, propôs e demonstrou a pertinência da nomenclatura
“representação social” para diferenciá‐la de “representações coletivas”, em sua tese de
doutoramento acerca das representações de parisienses sobre Psicanálise, parte dela
publicada posteriormente na sua obra La psychanalyse: son image et son public
(MOSCOVICI, 1961/2012). Nas palavras de Denise Jodelet, as representações sociais
Como fenômenos cognitivos, associam o pertencimento social dos indivíduos às implicações afetivas e normativas, às interiorizações das experiências, das práticas, dos modelos de conduta e de pensamento, socialmente inculcados ou transmitidos pela comunicação social, que aí estão ligados. Por esta razão, seu estudo constitui uma contribuição decisiva para a aproximação da vida mental individual e coletiva (JODELET, 2001, p. 22).
Antes desses dizeres, a autora refere RS como “fenômenos complexos sempre
ativados e em ação na vida social. [seus elementos] são organizados sob a aparência de
um saber que diz algo sobre o estado da realidade” (Jodelet, 2001, p.21).
Quanto ao uso dessa perspectiva teórica em pesquisas, declarações como as de
que “Cada trabalho traz uma pequena contribuição na sua delimitação e possível
aprofundamento conceitual” (GUARESCHI, 2000, p.35) nos permitiram adentrar nesse
campo por admitirmos como princípio o de que as RS
podem ser compreendidas como um conhecimento do senso comum, socialmente construído e socialmente partilhado, que se vê nas mentes das pessoas e na mídia, nos bares e nas esquinas, nos comentários das rádios e TVs. São um conhecimento, mas diferente do conhecimento cientifico, que é reificado e fundamentalmente cognitivo (GUARESCHI, 2000, p.38).
Para a TRS, o indivíduo é um sujeito ativo, tecido e simultaneamente tecendo as
múltiplas relações e situações, fenômenos, objetos com os quais se relaciona não
podendo ser compreendido apenas pela idiossincrasia de suas experiências pessoais: seu
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pertencimento a um grupo legitima determinadas cognições, valores e práticas que,
como saberes‐ senso comum ‐ constituem sua consciência social. Esse entendimento e
valoração do senso comum justificam o volume de investigações realizadas em distintos
campos disciplinares, tendo por aporte a TRS. Nesse sentido, Almeida e Santos declaram:
É nessa perspectiva que o senso comum vai adquirir valor como objeto de estudo, na medida em que deixa de ser considerado meramente como folclore ou como um pensamento tradicional ou primitivo para ser tomado como algo moderno, originado, em parte da própria ciência e que assume formas particulares quando é tomado como parte da cultura (ALMEIDA e SANTOS, 2011, p. 289).
Assim, pode‐se depreender que pesquisas em RS cobrem campos como o
científico, cultural, social, institucional, da produção, ambiental, biológico, psicológico,
educacional (JODELET, 2001), por se aterem aos saberes, produzidos na dinâmica social,
bem como aos processos de apropriação (ancoragem e objetivação) desses
conhecimentos por parte dos indivíduos/grupos. O estudo das RS exige a implicação na
busca criteriosa dos conhecimentos, sentimentos e valores construídos pelos indivíduos
em suas relações no grupo de seu pertenciamento, tarefa na qual nos empenhamos.
Identificar as RS inclui, por princípio, o reconhecimento de seu caráter social ‐ de
sua articulação com uma memória social que se torna presente em cada relação ‐ visto
que de geração a geração, a transmissão da tradição ressalta o passado legitimado pelo
grupo, fazendo que “a construção que o presente faz do passado passa a ser importante,
na medida em que a memória, considerada como sentido plural é a expressão de um
sentimento, e modo de compreender e se relacionar no mundo” (MORAES, 2000, p. 95).
Por conseguinte, o estudo das RS propicia‐nos a possibilidade de ao conhecê‐las
identificar os elementos que as constituem e como estes se configuram em uma
determinada teia de conexões, cujos fios se prendem ao passado e se ligam ao presente,
os quais, sob a perspectiva das TRS fornecem sistemas de referência para que os
indivíduos/grupos re/conheçam e interpretem as informações a que têm acesso.
Sob esse ponto de vista, os conteúdos e conhecimentos dos quais os alunos se
apropriam não acontecem unicamente pela transmissão de conteúdos curriculares, mas
também pela rede de relações e interações sociais que compõem as teias da dinâmica do
grupo de seu pertencimento, entre as quais o da escola, visto que:
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Os alunos/as aprendem e assimilam teorias, disposições e condutas não apenas como consequência da transmissão e intercâmbio de ideias e conhecimentos explícitos no currículo oficial, mas também e principalmente como consequência das interações sociais de todo tipo que ocorrem na escola ou na aula. (GOMES‐PÉRES, 2007, p. 17).
Neste trabalho, adotamos a abordagem estrutural das representações sociais
tendo por aporte a teoria apresentada por Jean‐Claude Abric, em 1976, em sua tese de
doutorado Jeux, conflits e et representations sociales. Têm contribuído para o
desenvolvimento da TNC pesquisadores como Claude Flament, Christian Guimelli, Pascal
Moliner, Pierre Vergès, destacando‐se, no Brasil, Sá (1996; 1998a; 1998b; 2002), pela sua
produção e divulgação dessa teoria.
Jean‐Claude Abric destaca a pertinência da abordagem estrutural para contextos
específicos, como o brasileiro, por considerá‐la “particularmente útil para a análise, a
compreensão e a intervenção sobre os grandes problemas sociais atuais” (SÁ, 2002, p. 9).
Essa abordagem, segundo Sá (2002, p.52): “Ela é, de fato, como não poderia deixar de
ser, uma teoria menor do que a grande teoria, mas é também uma das maiores
contribuições atuais ao refinamento conceitual, teórico e metodológico do estudo das
representações sociais”.
Para a TNC uma representação opera e é gerida por dois sistemas: um central, no
qual se posicionam os elementos do núcleo central (NC), e um periférico, onde se situam
e gravitam os demais componentes. Toda representação encontra‐se organizada em
torno de um NC, determinante para a significação e organização dessa representação.
Alves‐Mazzotti (2002) esclarece que o NC depende de três fontes/dimensões: natureza do
objeto representado, relações do grupo com o objeto representado e ideologia‐ valores e
normas sociais que compõem o cenário/contexto do grupo, e em seu desempenho o NC
exerce três funções: geradora‐ cria ou transforma uma representação; organizadora– que
se refere à natureza das ligações presentes entre os elementos da representação e
estabilizadora – que explica a resistência a mudanças.
Na estrutura de uma RS, se por um lado o sistema central é mais estável, o
sistema periférico, dependente e indispensável ao sistema central, desempenha “um
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papel de modulação individual sem colocar em cheque a significação central” (MENIN,
2007, p.130).
Considerando que o NC e seu sistema periférico, constituintes da estrutura dos
elementos de uma RS, possuem características e funções distintas, porém
complementares, lançamos mão de alguns esclarecimentos sobre a função do núcleo e
periferia, tendo por suporte a obra de Sá (1996). O primeiro liga‐se à memória coletiva e
aos aspectos sócio‐históricos, “é estável, coerente. resistente à mudança, assegurando
assim a continuidade e a permanência da representação” (p.22). Além disso, “Suas
funções são gerar o significado básico da representação e determinar a organização
global de todos os elementos” (p.22). Os demais elementos da representação compõem
o sistema periférico, o qual “[...] permite a integração das experiências e histórias
individuais; [...] suporta a heterogeneidade do grupo e as contradições [...]. é evolutivo e
sensível ao contexto imediato ( p.22).
Os elementos do NC se ligam, pois, a questões históricas, sociológicas e
ideológicas, memórias e normas do grupo de pertenciamento do indivíduo. Para que se
identifique a RS de um grupo é preciso identificar o que é comum e compartilhado.
Metodologia
Os procedimentos metodológicos deste trabalho ‐ aprovado pelo Comitê de Ética
da UEL, Parecer no. 261/2013‐ delinearam‐se a partir da TNC, que nos auxiliou a conhecer a
organização e estrutura dos elementos constituintes das RS de escola partilhadas por
alunos.
Como pesquisa exploratória, de cunho interpretativo, este trabalho procurou
conhecer a estrutura e organização das RS de alunos da rede pública acerca da escola
com o intuito de identificar quais concepções de escola prevalecem entre alunos de
Ensino Fundamental II, matriculados em duas escolas da rede pública estadual de ensino,
situadas no município de Londrina (PR).
O critério utilizado para seleção dessas instituições foi o de terem obtido
pontuações extremas nos indicadores do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
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(IDEB): 2,7, menor índice e 5,8, maior índice. Doravante, por razões éticas, as escolas
selecionadas serão identificadas, respectivamente, como A e B, situadas,
respectivamente, na região periférica e central do município.
Contribuíram para a coleta dos dados, 258 alunos matriculados no 9º ano do
Ensino Fundamental II. Dois instrumentos foram utilizados: um questionário
sociodemográfico com 30 itens, para caracterização dos participantes, e um teste de
associação de palavras (TAP) com o indutor “Escola é...”, com quatro solicitações: fossem
escritas as palavras que de imediato completassem a frase, hierarquizassem‐nas,
justificassem a considerada mais importante e construíssem uma frase relacionando
escola à palavra mais importante. Apenas as respostas às duas primeiras solicitações
foram objeto de análise neste trabalho.
A condução da coleta de dados ocorreu em duas sessões de cada turma do 9º ano,
após a apresentação e esclarecimentos relativos à pesquisa prestados à direção da
escola, agendamento da coleta pela coordenadora de cada escola, envio e recebimento
assinado de um termo de consentimento dos pais referente ao aceite da participação dos
filhos na pesquisa. Na aplicação dos instrumentos na primeira sessão foi aplicado o
questionário sociodemográfico e na segunda o do TAP.
As palavras evocadas e hierarquizadas no TAP foram lançadas em planilhas Excel e
posteriormente lematizadas. O corpus dessa lematização foi submetido ao software EVOC
Ensemble de Programmes Permetettantt’s l’Analyse des Evocations, desenvolvido por
Pierre Vergès (2000) para dados obtidos em testes similares. O Randgraf, programa que
integra esse software, informa a distribuição dos elementos em um quadro de quatro
quadrantes. O 1º indicativo dos elementos que constituem o sistema central (provável NC)
e os demais dos elementos do sistema periférico, assim distribuídos pela frequência e
ordem média (OM) das palavras registradas pelo grupo. As recomendações de Walcheke
e Wolter (2011) foram seguidas para a definição dos critérios de corte utilizados para
rodar o software, isto é, quanto à frequência e ordem média admitidas.
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Resultados e Discussão
De acordo com a listagem oficial de matriculados por turma, concedida pelas
escolas, os índices de participação dos alunos por escola foi superior a 80% dos
matriculados (88,2% da Escola A; 86,5% da Escola B), conforme pode ser constatado no
Quadro 1
Quadro 1 – Perfil Geral dos Participantes
Distribuição por Escola
Matriculados Participantes
Escola A 110 Escola A 97
Escola B 186 Escola B 161
Total 296 258
Fonte: Autoras, 2014.
Dados do questionário sociodemográfico indicaram que mais da metade dos
participantes são meninas (55,4%), com idades distribuídas no intervalo de 13 (47,6%) a 17
anos (0,03%); 27,5% dos participantes informaram já terem reprovado em seu trajeto
escolar. Quanto à inserção dos pais no mercado de trabalho, constatou‐se que a maioria
deles trabalha fora de casa (65% das mães; 80% dos pais). Além de estudar, 17% dos
participantes declararam trabalhar. De modo geral, assistir TV diariamente por mais de 1
hora é uma prática comum entre eles (22% menos de uma hora; 40% de 3 a 5h; 12,4% mais
de 5h), possivelmente por ser o suporte de um dos bens culturais selecionados pelos pais
e demais adultos para terem em casa e compartilharem com as crianças
(MORDUCHOWICZ, 2014).
Na análise dos dados obtidos na situação OME (TAP) verificou‐se que o total de
respostas (1113) foi reduzido a 207 após a lematização.
Os critérios adotados para rodar o EVOC foram: frequência mínima=22
(correspondente a 10% dos 224 que responderam ao TAP), e intermediária=44, com
ordem média (OM) de 3. O quadro 2 sintetiza por quadrante os vocábulos presentes nas
duas situações de resposta (Evocação inicial‐ OME, e de Hierarquização das respostas‐
OMI). Os resultados obtidos, com os pontos de corte adotados, indicaram que 14 palavras
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integram a estrutura da RS Escola dos participantes. A posição de cada uma nas situações
de evocação inicial (OME) e de hierarquização (OMI) pode ser verificada no quadro 2.
Quadro 2‐ RS Escola: Organização dos Elementos nas situações OME e OMI (N=224)
Ponto de corte
1ª Quadrante (Provável Núcleo Central)
Vocábulos OME OMI
f OM f OM
Freq>=22 OM<3
aprendizagem 55 2,236 70 2,000
chata 65 2,385
importante 44 2,250 76 1,776
legal 76 2,342
educação 53 2,623
estudo 44 2,545
futuro 49 2,306
Freq>=22 OM<3
2º. Quadrante (1ª Periferia)
chata AUSÊNCIA DE ELEMENTOS
85 3,788
legal 103 3,495
Freq <22 OM>=3
3º Quadrante (Zona de Contraste)
amigos 25 2,760
cansativa 24 2,250
divertido 43 2,581
educação 38 2,447
entediante 24 2,417
estudo 30 2,167
futuro 34 2,088
boa 29 2,966
interessante 23 2,391 30 2,733
Freq<22 OM>=3
4º Quadrante ‐ 2ª Periferia
amigos
AUSÊNCIA DE ELEMENTOS
28 3,250
cansativa 28 3,071
divertido 41 3,463
professores 22 3,364
Fonte: Autoras, 2014
Em termos semânticos, os elementos constituintes das RS, nas situações OME e
OMI permitem antecipar algumas discussões pela posição/quadrantes em que se
localizaram as palavras. Atentaremos a alguns vocábulos em especial.
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Os adjetivos chata e legal apareceram em situações diferenciadas: no 1º quadrante
(possível NC), na situação OME, foram altamente lembrados pelos participantes,
contudo, na situação OMI sequer figuram, o que sinaliza a pouca importância para o
grupo, pois embora com considerável evocação não foram caracterizados como
elementos de alto valor cognitivo ao se situarem na 2ª periferia, na condição OMI .
O termo professores ‐ juntamente com amigos, cansativa, divertido ‐ por sua
posição (2ª periferia) indica a pouca relevância atribuída pelos participantes para
referirem escola, visto os elementos desse quadrante estarem mais sujeitos ao contexto
do cotidiano, por princípio.
Aprendizagem, importante, educação, estudo e futuro compõem o possível NC da
RS escola para os participantes. Os elementos desse núcleo indicam um alto teor
sociocognitivo para o grupo, associando valores, normas e cultura, enfim a memória do
meio social de pertenciamento dos sujeitos. O termo importante destaca‐se por sua
elevada OM (1,776 na condição OMI) permitindo que se afirme sua posição no 1º
quadrante; reforça ainda o fato de constituir o provável NC sua ausência nos demais
quadrantes.
Os elementos registrados na estrutura do provável NC da RS permitem inferir a
importância que alunos do 9º ano atribuem à escola, que os prepara, como informaram
no questionário sociodemográfico, para “ser alguém na vida”, “conseguir um emprego”
e “se formar”. Os termos – de alto teor social e educacional ‐ revelam uma rede de
significações e valores interiorizados, que o grupo partilha e compartilha. Na revisão de
literatura, trabalhos como o de Lima et al. (2008) indicam que tal expectativa é comum,
particularmente no ambiente familiar:
os pais tendem a atribuir à escola o papel de traçar a trajetória social de seus filhos, desencadeando possibilidades de ascensão profissional, econômica e familiar, para que eles sejam incluídos socialmente e reconhecidos pela sociedade em que vivem (LIMA et al., 2008, p.32).
É curioso que ao modo positivo e significativo como a escola é representada pelos
participantes contrapõem‐se alguns discursos pessimistas sobre o aluno e a escola em
pesquisas afins. Trabalhos, como os de Alves‐Mazzotti (2006; 2008) indicam que o aluno
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de escola pública é percebido por professores como não tendo apoio da família, pobre,
carente de afeto, desinteressado, que encontra muitas dificuldades e não possui
bagagem cultural suficiente para acompanhar o que a escola precisa ensinar.
A análise de similitude procura mostrar a “quantidade de laços ou conexões que
um dado elemento mantenha com outros elementos da representação” (SÁ,1996, p.123).
Os índices nas figuras abaixo são representativos da força que liga os elementos
componentes das representações de escola e nos permitem conhecer os que são
significativos para o grupo, inferir acerca da importância da escola partilhada pelos
participantes e ressignificar os termos chata e legal pelas conexões que estabelecem com
os mais salientes ‐ frequência e ordem ‐ como evidenciado a seguir nas Figuras 1 e 2.
Figura 1 – Força de relações ‐ Escola A (situação OMI)
Fonte: Autoras, 2014.
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Figura 2 – Força de relações ‐ Escola B (situação OMI).
Fonte: Autoras, 2014
Considerações Finais
A aparente relação conflitante com a escola ‐ verificada em termos como chata e
legal – dá lugar a um profundo senso da relevância dessa instituição para os participantes.
Os resultados, ainda que parciais, permitem‐nos ratificar que aproximações entre
participantes e escola costumam carregar a expectativa das ressignificações em torno
dos conteúdos relativos às questões educacionais.
Os caminhos para os quais os elementos do provável NC apontam podem orientar
o olhar de pesquisadores da Educação em direção a uma análise mais contextualizada da
escola no exercício de seu papel. Os dados provocaram questões instigadoras tanto pela
presença quanto pela ausência de alguns sujeitos (alunos) e papéis (cidadania)
relacionados a escola, bem como para a pouca força de alguns termos. Os resultados,
mesmo iniciais e parciais, instigaram outras reflexões: como a escola interage com suas
problemáticas; por que a escola, projetada sociopoliticamente como preparo para o
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futuro, é pouco para o presente na voz dos alunos; de onde provêm e qual o porquê dos
valores e conceitos relacionados à escola e interiorizados pelos participantes; por que a
figura do professor possui pouca força no grupo e por que a importância dada a essa
instituição pelos alunos não se solidifica. Embora, em discursos oficiais seja comum
indicar que a escola eduque para o exercício da cidadania, sequer esse termo foi
registrado pelos participantes deste estudo.
Diante da expectativa de um futuro melhor que possibilite a todos o exercício de
uma cidadania plena e digna, cabe à sociedade, com suas agências reguladoras,
nomeadamente, a pesquisadores e aos professores desenharem o papel da escola na
realidade de nosso tempo, visto que “ela não é só o local de transmissão da cultura, mas
[...], também, o local onde se pensa sobre essa cultura, sobre esses saberes culturais
acumulados” (COSTA, 2007, p.106). Se a condição de realização com êxito no Ensino
Fundamental está entre os dispositivos dispostos pelo estado (BRASIL, 2010) tendo por
apoio a família, a escola tem por tarefa garantir qualidade nesse nível de ensino, visto que
esse aluno “[...] tem direito a formar sua mentalidade, seus valores, sua identidade, a
formar sua percepção de mundo, da realidade, independentemente de ele ir ou não para
o ensino médio”(ARROYO, 2007, p.121).
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