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ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ
ANA CAROLINA FERNANDES CANTUÁRIA
FABIANO FRANKLIN BATISTA PEREIRA
HÁBITOS ALIMENTARES E OBESIDADE DE ADOLESCENTES DE UMA
ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL E DE UMA ESCOLA PARTICULAR DE UMA
CIDADE DO SUL DE MINAS
ITAJUBÁ
2012
ANA CAROLINA FERNANDES CANTUÁRIA
FABIANO FRANKLIN BATISTA PEREIRA
HÁBITOS ALIMENTARES E OBESIDADE DE ADOLESCENTES DE UMA
ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL E DE UMA ESCOLA PARTICULAR DE UMA
CIDADE DO SUL DE MINAS
Trabalho de pesquisa apresentado ao Programa de Bolsa de Iniciação Científica (PROBIC) da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, apoiado pela FAPEMIG. Orientadora: Profª. M.ª Valdinéa Luiz Hertel.
ITAJUBÁ
2012
C229r Cantuária, Ana Carolina Fernandes.
Hábitos alimentares e obesidade de adolescentes de uma escola... / Ana Carolina Fernandes Cantuária; Fabiano Franklin Batista Pereira. – 2012. 68 f. Orientadora: Profª. M.ª Valdinéia Luiz Hertel. Trabalho de Pesquisa (Programa de Bolsa Científica – PROBIC/FAPEMIG) Escola de Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, 2012. 1. Adolescentes. 2. Avaliação nutricional. 3. Enfermagem. I. Pereira, Fabiano Franklin Batista. II. Título. NLM: WS 115
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação elaborada pela Bibliotecária Karina Morais Parreira CRB 6/2777 da Escola de
Enfermagem Wenceslau Braz – EEWB
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que nos guiou e nos deu força nos momentos de dificuldade e de sofrimento, quando tudo parecia dar errado, estendendo sobre nós a Tua mão e nos encorajando para prosseguir;
A nossa família, sempre presente, vivenciando conosco
todos os momentos, nos apoiando nessa longa caminhada; A professora orientadora Valdinéa, que sempre nos
ajudou quando necessário, fazendo de tudo para a conclusão do trabalho;
Aos responsáveis pelas escolas, que generosamente nos
cederam espaço e tempo para a realização desta pesquisa; Aos adolescentes pela participação na pesquisa, e aos
responsáveis por aqueles menores de 18 anos, pois sem os mesmos seria impossível a realização do trabalho;
Aos nossos colegas da turma 54 pela companhia e pelos
momentos inesquecíveis; A direção, funcionários e professores da Escola de
Enfermagem Wenceslau Braz responsáveis por todo aprendizado e crescimento que temos hoje;
A Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas
Gerais (FAPEMIG), pela confiança depositada na realização deste estudo;
Ao colega Daniel Machado Rodrigues, pelo auxílio
durante a montagem do banco de dados.
Adolescência.
Talvez a melhor, ou a pior fase da nossa vida.
Fase em que conhecemos novas pessoas, saímos,
nos divertimos, nos apaixonamos!
Fase onde não queremos saber de nada,
queremos curtir o momento e deixar o futuro pra depois.
Fase onde descobrimos quem somos,
onde definimos nosso estilo,
nossa personalidade, nosso caráter.
Fase onde nos rebelamos,
onde não aceitamos a vida, as injustiças.
Fase onde sofremos, por causa de pessoas
que não respeitam nossos sentimentos
e quem somos. Fase onde o amor, não existe.
Fase onde a solidão e a depressão,
apesar de tanta gente ao nosso redor,
nos dominam. Mas mesmo assim,
ser adolescente, é a melhor coisa que existe!
Curtir, sair, dançar, fazer loucuras ..
Isso você não vai poder fazer quando for um adulto,
portanto aproveite cada minuto da sua adolescência ,
pois a vida passa rápido demais
e com ela se vão todos os momentos bons e felizes.
Adolescentes: rebeldes, porém determinados!
(Melissa Lambrecht)
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo identificar os hábitos nutricionais, avaliar e comparar o nível de obesidade dos adolescentes de uma escola pública estadual e de uma escola particular de uma cidade do sul de Minas Gerais. Foi utilizado uma abordagem quantitativa, com delineamento descritivo e exploratório, cujo local de estudo foram duas escolas da cidade de Itajubá, MG, sendo uma escola pública estadual e a outra particular, com a participação de 204 adolescentes, utilizando a amostragem probabilística. A coleta de dados ocorreu por meio de agendamento com os responsáveis pelas escolas e após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi aplicado um questionário abrangendo questões alimentares, de atividade física e dados antropométricos, na qual foi mensurado peso e estatura para o cálculo do IMC. Como resultado observou-se que a maioria dos adolescentes faz em média 4 refeições diárias (35,29%), 75% realizavam alguma atividade física, sendo a mais praticada o futebol (14%), 55,39% dos adolescentes estão com IMC normal para a idade, 25,87% estão abaixo do peso e 18,72% estão acima do peso ideal para a idade. A pesquisa seguiu a resolução 196/96 e foi aprovada pelo CEP/EEWB. Conclui-se que os hábitos nutricionais dos adolescentes vêm mudando nos últimos anos e que a Enfermagem deve estar atenta para trabalhar com os adolescentes, pois a somatória de atividade física, alimentação saudável e um bom estado nutricional são imprescindíveis para o desenvolvimento físico, mental e social dos adolescentes. Sendo assim, considera-se necessário a realização de novas pesquisas nessa área que aprofundem a questão alimentar e alimentos mais consumidos pelos adolescentes brasileiros, visto que a maior parte das referências traz alimentos não inseridos em nossa realidade. Palavras-chave: Adolescentes. Avaliação nutricional. Enfermagem.
ABSTRACT
The objective of this current study is to identify, analyze and compare the nutritional habits and the level of obesity of the adolescents in a state public school and in a private school of a city in the southern of Minas Gerais. A quantitative descriptive and exploratory approach was used; the local study were the schools mentioned before, both in Itajubá city. The probabilistic sampling has 204 adolescents. The collect of dates was made by scheduling with the responsible for the schools and signing the Term of Enlightened Free Consent. It was applied a questionnaire including food issues, physic activities, anthropometric dates, measured weight and high for the IMC calculation. As result, we have observed that the majority of the adolescents have in mean four meals daily (31.90%); 87.69% perform any physic activity; 50.97% have normal IMC by their age; 15.58% are underweight and 32.43% are overweight by their age. The research followed the 196/96 resolution and it was approved by CEP/EEWB. We have concluded that the nursing must be aware to work with adolescents, due to the fact that the sum of physic activities, healthy foods and nutritional status are essential to the physic, mental and social development of the adolescents. This way, it is necessary to perform a new research in this area to further the food issue and the kind of food consumed by the Brazilian adolescents, since the most part of the references bring not considered foods in our reality. Key Words: Adolescents. Nutritional Evaluation. Nursing.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................10
1.1 Justificativa .......................................................................................................11
1.2 Objetivos...........................................................................................................13
2 MARCO CONCEITUAL....................................................................................14
2.1 Adolescência.....................................................................................................14
2.2 Avaliação Nutricional ........................................................................................17
2.2.1 Rastreamento Nutricional ..............................................................................19
2.2.2 Nutrição Normal ..............................................................................................20
2.2.3 Avaliação Nutricional .....................................................................................21
2.2.4 Histórico Nutricional Completo .....................................................................21
2.2.5 Obtenção da história clínica ..........................................................................21
2.2.5.1 História clínica pregressa................................................................................. 21
2.2.5.2 História clínica atual ......................................................................................... 21
2.3 PROSAD...........................................................................................................22
2.3.1 Público Alvo ....................................................................................................22
2.3.2 Características Do Programa.........................................................................22
2.3.3 Objetivos do Programa...................................................................................22
2.3.4 Áreas Prioritárias de Ação .............................................................................23
2.4 Necessidades Nutricionais: recomendações alimentares.................................23
3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA ....................................................................25
3.1 Cenário de Estudo ............................................................................................25
3.1.1 Caracterização dos Locais da Pesquisa.......................................................26
3.2 Delineamento do Estudo...................................................................................27
3.3 Sujeitos, Amostra, Amostragem e Critérios de Inclusão ...................................28
3.3.1 Critérios de Inclusão ......................................................................................29
3.3.2 Critérios de Exclusão .....................................................................................29
3.4 Coleta de Dados: procedimentos......................................................................30
3.4.1 Instrumentos para a Coleta de Dados...........................................................31
3.5 Pré-teste ...........................................................................................................31
3.6 Estratégias para Análise de Dados...................................................................31
3.7 Estratégias para Apresentação dos Resultados ...............................................32
3.8 Aspectos Éticos da Pesquisa............................................................................32
4 RESULTADOS....................................................................................................34
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................45
6 CONCLUSÃO .....................................................................................................51
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................52
REFERÊNCIAS...................................................................................................55
APÊNDICE A- Instrumento para a coleta de dados........................................59
ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (para maiores
de 18 anos).........................................................................................................62
ANEXO B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Para
Adolescentes)....................................................................................................64
ANEXO C - Percentil do IMC diagnóstico nutricional.....................................66
ANEXO D – Parecer Consubstanciado Nº 597/2010 .......................................67
10
1 INTRODUÇÃO
Segundo o Ministério da Saúde (2010), uma alimentação saudável, de modo
geral, deve favorecer o deslocamento do consumo de alimentos pouco saudáveis
para alimentos mais saudáveis, respeitando a identidade cultural alimentar das
populações ou comunidades. Uma boa alimentação é necessária para promover o
crescimento, satisfazer as funções fisiológicas normais e prevenir possíveis sintomas
de carências. Na adolescência, ela é de extrema importância, visto que deficiências
nutricionais nesta fase influenciarão negativamente e, muitas vezes de forma
irreversível, no desenvolvimento físico, mental e intelectual. A alimentação deve
conter todos os nutrientes necessários à formação e manutenção do organismo,
precisando ser variada, rica em alimentos energéticos, reguladores e construtores,
desse modo irá de encontro à pirâmide alimentar.
Conforme Almeida et al. (2009), estudos sobre alimentação de adolescentes
brasileiros mostram a ocorrência de uma dieta inadequada. Perdeu-se o hábito da
ingestão de alimentos naturais e nutritivos, como frutas, verduras e legumes. E há
uma supervalorização de alimentos industrializados, como “fast-food”, refrigerantes,
doces e frituras. Os hábitos alimentares são influenciados por fatores econômicos
(renda, acesso), sociais (modismos, mídia), estéticos e culturais (costumes,
descendência).
De acordo com nossas observações cotidianas, a mídia exerce grande
influência sobre os adolescentes, os mesmos acreditam que se não acompanharem
o modismo ditado por ela, ficarão à margem do seu grupo social. Ao mesmo tempo
em que se prega uma beleza fundamentada em uma magreza excessiva e corpos
definidos, mostra pessoas sadias ingerindo alimentos “saborosos”, que não são
nutritivos nem saudáveis. Na busca pelo corpo perfeito, os adolescentes submetem-
se às mais variadas dietas, sob nenhuma orientação nutricional, sem atentar para os
riscos à saúde.
O hábito de vida moderna tem contribuído ainda mais para um desequilíbrio
nutricional, estimulando os adolescentes a permanecer horas em atividades
sedentárias, como internet, jogos eletrônicos e televisão, deixando de praticar
atividades físicas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), tínhamos no Brasil na
década de 70, 8% de crianças e adolescentes subnutridos e apenas 4% obesos.
11
Porém, segundo Korin (2009), atualmente esse quadro se inverteu, os dados
apontam para 9% de obesidade e somente 3% de subnutridos. A obesidade pode
ocasionar diversas alterações metabólicas associadas a vários tipos de doenças,
tais como hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças coronarianas, problemas
respiratórios, entre outros. As pesquisas apontam que adolescentes obesos tendem
a se tornar adultos obesos, acarretando uma série de problemas na saúde e
diminuindo o tempo e a qualidade de vida.
Este assunto despertou nosso interesse em conhecer como é a realidade
nutricional dos adolescentes de nossa cidade e, de posse dos dados, formular
estratégias para intervir positivamente em seus resultados, além de contribuir para o
nosso enriquecimento acadêmico e crescimento científico de nossa escola.
1.1 JUSTIFICATIVA
De acordo com Baruzzi (2007), os países da América Latina vêm
atravessando um período de transição demográfica e nutricional, o que resulta no
aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade em todas as idades e nas
diferentes classes sociais; e está havendo um declínio de indivíduos de baixo peso.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a adolescência é um
período da vida compreendida entre os 10 anos e os 20 anos de idade. Entretanto,
de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, a adolescência é
compreendida entre os 12 e os 18 anos. Para Silva e Vasconcelos (2003), a
adolescência é uma fase caracterizada por profundas transformações somáticas,
psicológicas e sociais.
Conforme Souza, Albano (2001) os adolescentes atuais passam por dois
extremos: de um lado aqueles acometidos pelo aumento do peso, levando ao
sobrepeso e a obesidade; e do outro aqueles que passam por distúrbios de perda de
peso, como anorexia e bulimia nervosa, levando a desnutrição e perda da qualidade
de vida. Os dois extremos são muito prejudiciais, acarretando comorbidades que
podem se estender à vida adulta.
Os profissionais médicos e enfermeiros consideram importante o
conhecimento e atendimento diferenciado aos adolescentes, reconhecendo suas
limitações e referem que não foram capacitados para o mesmo; desta forma,
precisam transcender os limites dos serviços buscando novos caminhos para
12
atender o adolescente na sua integralidade (FERRARI; THOMSON; MELCHIOR,
2006).
O conhecimento do estado nutricional dos adolescentes poderá contribuir
para um melhor entendimento do problema, propiciando informações para um
trabalho na área de planejamento das políticas públicas, com o objetivo de
direcionar intervenções que visem a minimizar a questão (SILVA; VASCONCELOS,
2003).
Quanto à avaliação do estado nutricional na adolescência, a antropometria é
especialmente importante, porque permite monitorar a evolução das modificações do
crescimento. Além disso, durante a fase de crescimento, o indivíduo pode estar
sujeito tanto aos déficits nutricionais quanto aos excessos, e a antropometria é um
indicador do estado nutricional e de risco para a saúde (ALBANO, 2001).
Visto que os pilares fundamentais no tratamento de distúrbios nutricionais e
prevenção de doenças crônicas são as mudanças nos hábitos alimentares e a
prática de atividades físicas, torna-se necessária a realização da avaliação do
consumo alimentar, a fim de identificar os hábitos alimentares juvenis e sua situação
nutricional, prevenindo o surgimento de comorbidades associadas (ALMEIDA, 2009).
Segundo Araújo; Bertold e Dutra (2006), no Brasil poucos são os estudos de
base populacional que avaliam a situação nutricional em adolescentes de 10 a 19
anos. A maioria dos estudos brasileiros é de base escolar, portanto, não
representativo da população.
Desta forma, torna-se importante a realização de estudo que avalie as
condições nutricionais dos adolescentes, tanto para fornecer dados confiáveis a
profissionais da saúde e acadêmicos de enfermagem a fim de desenvolver
estratégias de enfrentamento aos problemas detectados, pois segundo Bismarck-
Nasr; Frutuoso; Gambardella (2007), quanto antes forem detectados e tratados tais
distúrbios, maior será o êxito na prevenção de comorbidades associadas à vida
adulta.
A relevância científica mostra-se presente, visto que essa pesquisa irá
enriquecer nossa vida acadêmica e profissional, por meio das informações que
serão geradas da mesma.
Além disso, a partir da pesquisa bibliográfica percebemos que não há dados
científicos suficientes, constando na literatura brasileira. A maior parte das pesquisas
13
sobre hábitos nutricionais e alimentação foi realizada com adolescentes americanos,
que não se encontram em nossa realidade.
Já a relevância social pode ser observada a partir do momento em que os
dados obtidos com a realização desta pesquisa serão de grande valia para que
possamos oferecer aos adolescentes das escolas citadas no trabalho orientações
acerca de uma alimentação adequada, prática de atividades física, levando a
mudanças nos hábitos de vida.
Cabe, então, a enfermagem estar preparada e munida de embasamento
científico para fornecer as orientações necessárias.
Após, todas essas considerações, surgiu o seguinte questionamento: em que
condições se encontram o estado nutricional dos adolescentes da Escola Estadual
Professor Antonio Rodrigues D’Oliveira e do Curso G9?
Os resultados obtidos, com a realização deste estudo, poderão fornecer
informações aos pesquisadores para que os mesmos possam desenvolver
estratégias de intervenções educativas e até mesmo a realização de palestras e a
elaboração de um folder educativo, concernente a forma adequada de alimentar-se
nesta faixa etária, para um desenvolvimento e crescimento satisfatórios, a fim de
proporcionar aos adolescentes das referidas escolas uma melhor educação
alimentar e nutricional.
1.2 OBJETIVOS
O presente estudo tem como objetivos:
- Identificar hábitos nutricionais dos adolescentes de uma escola do ensino
público estadual e de outra do ensino particular de Itajubá;
- Avaliar a obesidade dos adolescentes de uma escola do ensino público
estadual e de outra do ensino particular de Itajubá;
- Comparar o nível de obesidade com os hábitos nutricionais dos
adolescentes de uma escola do ensino público estadual e de outra do ensino
particular de Itajubá.
14
2 MARCO CONCEITUAL
Neste capítulo serão conceituados conceitos importantes referentes a
pesquisa realizada: Adolescência, Avaliação Nutricional, Rastreamento Nutricional ,
PROSAD e Necessidades Nutricionais.
2.1 ADOLESCÊNCIA
A adolescência é uma fase caracterizada por profundas transformações
somáticas, psicológicas e sociais. Cronologicamente, a adolescência corresponde ao
período de 10 a 19 anos, sendo a mesma dividida em duas fases: fase 1-10 a 14
anos, e fase 2-15 a 19 anos (SILVA; VASCONCELOS, 2003). A faixa etária
compreendida entre 10 e 14 anos inclui o início das mudanças puberais. O término
da fase de crescimento e de desenvolvimento morfológicos ocorre no período de 15
a 19 anos (OMS, 1995).
Segundo Boog; Rodrigues (2006), alguns autores consideram que a
adolescência inicia-se por volta dos 11 anos e termine aos 20 anos, enquanto outros
propõem faixas etárias diferentes. O autor acrescenta que, muitas vezes, as
manifestações físicas precedem as de natureza psicossocial e tem-se um indivíduo
apresentando características sexuais secundárias, porém com atitudes infantis ou
imaturas, ou mesmo, indivíduos rebeldes, contestadores e em crises existenciais.
Em Paula; Pereira; Silva (2008), encontramos que a adolescência é um marco
na vida dos indivíduos e o momento crucial do desenvolvimento, na qual o
adolescente, além das transformações físicas, está construindo, ao nível do
emocional e psicológico, sua imagem corporal definitiva e estruturando sua
personalidade.
Para Costa; Bigras (2007), na adolescência o indivíduo vive um momento de
"crise", na qual adquire novos conhecimentos, se reestrutura e amadurece. Aponta
ainda, o autor, que esse período é necessário, podendo resultar em um ser mais
saudável, maduro e preparado para enfrentar a vida adulta.
Por meio das citações dos vários autores, observamos que o adolescente
está vivendo um momento peculiar da fase de desenvolvimento do ser humano, com
várias modificações ocorrendo ao mesmo tempo, o que o torna um ser vulnerável e
necessitado de apoio, proteção e orientação.
15
A partir das últimas décadas, a adolescência passou a ser vista de maneira
mais global, e as mudanças físicas, psíquicas e sociais se configuram em um quadro
de vulnerabilidade aos agravos sociais e, portanto, os adolescentes passam a
merecer maior atenção em termos de saúde (FERRARI; MELCHIOR; THOMSON,
2006).
A adolescência é uma categoria sociocultural, historicamente construída a
partir de critérios múltiplos que abrangem tanto a dimensão bio-psicológica, quanto à
cronológica e a social. O fato é que estar na adolescência é viver uma fase em que
múltiplas mudanças acontecem e se refletem no corpo físico, pois o crescimento
somático e o desenvolvimento em termos de habilidades psicomotoras se
intensificam e os hormônios atuam vigorosamente levando a mudanças radicais de
forma e expressão (COSTA; BIGRAS, 2007).
No que tange ao aspecto psicológico, muitas são as transformações,
principalmente as relacionadas à labilidade no humor. Surgem dúvidas e questões
de várias ordens, desde sobre como viver a vida, os modos de ser, de estar com os
outros, até a construção do futuro com as escolhas profissionais.
No entanto, esta fase não deve ser tomada como um conjunto de fenômenos
universais implicados no crescimento e desenvolvimento somático-mental, uma vez
que as transformações pelas quais passam os adolescentes também resultam de
processos inerentes aos contextos sociais (históricos, políticos e econômicos) nos
quais os sujeitos estão imersos. Neste sentido, pensar na saúde do adolescente
implica pensar nos diversos modos de viver a adolescência e repensar as práticas
de saúde e de educação em saúde, que se voltam para esta parcela significativa da
sociedade.
Segundo Carvalho; Martins (2006), no contexto das políticas sócio-
econômicas brasileiras, os campos da saúde e da educação pública ainda deixam a
desejar e não atingem de forma satisfatória a grande massa da população. Grande
parte das pessoas sofre com a carência de bases mínimas que atendam às
necessidades de alimentação, moradia, saneamento básico, e um emprego formal
com salário digno que garanta condições de uma vida saudável.
As consequências deste quadro se vêem refletidas no ingresso precoce de
adolescentes no mercado de trabalho, muitas vezes em condições de subemprego
com exploração da sua força de trabalho e irregularidades de carga horária, as quais
se submetem por necessidade financeira, em virtude das precárias condições sócio-
16
econômicas familiares. Muitos são iniciados na prostituição, excluídos do sistema
formal de ensino, aliciados pelo crime organizado e tráfico de drogas, sofrem vários
tipos de violência e engrossam as estatísticas dos moradores de rua.
Conforme Almeida et al (2009), a partir da década de 80, observa-se um
incremento de medidas político-sociais voltadas à população jovem. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) proclamou o ano de 1985 como sendo o Ano Internacional
da Juventude, com vistas a entender melhor as questões que envolvem este estrato
da população. Com o lema "Juventude: hora de buscar, hora de entender", os países
passaram a destinar maior atenção às especificidades da saúde do adolescente e a
sua vulnerabilidade. No Brasil, a partir desta década, setores da sociedade civil
organizada se articularam e empreenderam avanços importantes no campo político.
No que tange ao adolescente, o destaque se dá ao Art. 277 da Constituição de 1988
que ressalta ser dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar à criança e
ao adolescente o direito à vida, à saúde e à educação, direitos sociais básicos dos
cidadãos.
Em 13 de julho de 1990, é sancionada a Lei 8.069 e entra em vigor, em 14 de
outubro deste mesmo ano o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no
governo Collor de Mello. O objetivo principal do ECA é colocar "os direitos da criança
e do jovem numa perspectiva condizente com sua condição de pessoa em
desenvolvimento e que, por sua vulnerabilidade, merecem proteção integral: física,
psíquica e moral". O destaque à saúde é dado no Título II que trata dos Direitos
Fundamentais, sendo o Capítulo I referente ao Direito à Vida e à Saúde, cujo artigo
7º diz que "a criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde,
mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o
desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência".
O ECA imprime uma mudança de ótica e afirma a condição cidadã da criança
e do adolescente, na medida em que rompe a divisão entre "menor" e "criança",
pois, legalmente, elimina o termo "menor". A partir daí, a população infanto-juvenil
não é vista mais como objeto de tutela, mas sim como sujeito cujos direitos devem
ser garantidos, merecedores de atenção integral, em condição peculiar de
desenvolvimento.
Neste sentido, o ECA inova ao deslocar a ótica da ação governamental e
social para a garantia de condições básicas e dignas de vida para que tanto a
criança quanto o adolescente exerçam a cidadania.
17
2.2 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Conforme Albano; Souza (2001), dentre os problemas nutricionais que
acometem os adolescentes, destaca-se, nos últimos anos, o aumento do sobrepeso
e obesidade.
Para Henrique et al (2007), vários fatores interferem no consumo alimentar
neste período da vida, tais como: valores sócio-culturais, imagem corporal,
convivências sociais, situação financeira familiar, alimentos consumidos fora de
casa, aumento do consumo de alimentos semipreparados, influência exercida pela
mídia, hábitos alimentares, disponibilidade de alimentos e facilidade de preparo.
Além disso, manter-se entretido em frente à televisão e aos jogos eletrônicos
por longos períodos de tempo, dentre outros aspectos culturais, diminuem as
oportunidades para a prática de atividade física, acarretando um aumento de 2% na
prevalência da obesidade em jovens de 12 a 17 anos. (HENRIQUE, 2007).
O adolescente tem como características típicas desta fase comportamentos
de contestação que o tornam vulnerável, volúvel, seguidor de líderes, grupos e
modas, desenvolvendo preocupações ligadas ao corpo e à aparência física
(ALBANO; SOUZA, 2001).
Alguns fatores podem influenciá-lo como aqueles que refletem características
próprias do adolescente como a contestação dos padrões familiares, inclusive
alimentares, orientando o jovem para alternativas inadequadas muitas vezes
influenciadas pelo grupo. O imediatismo que o leva a consumir refeições rápidas
nem sempre satisfatórias, o abuso dos modismos influenciados pela propaganda, a
falta de informação sobre a alimentação mais correta, a noção de indestrutibilidade,
envolvendo a ideia de não precisar se alimentar bem hoje, para ter boa saúde
amanhã, são alguns dos aspectos que vão influenciar os adolescentes
independentemente de seu nível socioeconômico.
Segundo Korin (2009), há uma forte tendência sócio-cultural em considerar a
magreza como uma situação ideal de aceitação e êxito. Ao lembrarmos da evolução
histórica da figura feminina, percebemos que a obesidade era valorizada e
representada nas artes, ao contrário do que se preconiza atualmente. É cada vez
maior a exigência de aparência magra e formas de emagrecimento em detrimento,
muitas vezes, da saúde do indivíduo.
18
Aparentemente, a dieta dos adolescentes caracteriza-se pela preferência por
produtos alimentícios com inadequado valor nutricional, ou seja, aqueles com
elevado teor de gordura saturada e colesterol, além de grande quantidade de sal e
açúcar (ARAÚJO; FERREIRA; PEREIRA, 2008). O consumo excessivo destes
alimentos pode provocar aumento na quantidade de gordura corporal e, em
decorrência disto, sobrepeso.
Estudos epidemiológicos demonstram que sobrepeso em adolescentes
associa-se à elevação do risco de sobrepeso na vida adulta e, conseqüentemente,
ao aumento do risco de doenças coronarianas e degenerativas, podendo apresentar
também outras patologias associadas como obesidade, hipertensão, dislipidemia e
diabetes não-insulino dependente (BARUZZI et al 2007).
O aumento no consumo de alimentos gordurosos, com alta densidade
energética, e a diminuição da prática de exercícios físicos são os dois principais
fatores ligados ao meio ambiente, que colaboram para o aumento da prevalência da
obesidade (BARUZZI et al 2007).
Um hábito muito comum entre os adolescentes é a omissão das refeições.
Esta atitude, especialmente o desjejum, faz parte do estilo de vida dos mesmos e é
referida como um fator de risco nutricional, podendo contribuir para o
desenvolvimento da obesidade (ARAÚJO; BERTOLDI; DUTRA, 2006).
Em concordância com a omissão de refeições, o consumo de energia
relacionou-se inversamente com o IMC, mesmo depois de ser ajustado para
atividade física. Outra possibilidade de explicação para esta associação negativa é a
subestimação de consumo entre os indivíduos de peso elevado, principalmente em
relação aos meninos. Observou-se em adolescentes obesos uma subestimação da
ingestão de alimentos ricos em açúcar. Outra explicação provável é de que fatores
da dieta são mais importantes no início da obesidade, ao passo que atividade física
e/ou fatores metabólicos têm importância na manutenção da obesidade.
(HENRIQUE et al 2007).
Para Sampaio (2009), é de grande importância que se conheça o consumo
alimentar dos adolescentes, fato este que mantém uma correlação positiva entre
dieta e risco de morbimortalidade. Dietas inadequadas, aquelas com elevado teor de
lipídios, energia e carboidratos simples, podem ser consideradas fatores de risco
para doenças crônicas e obesidade.
19
As relações que levam em consideração peso e altura apresentam grande
precisão porque essas medições oferecem baixa margem de erro, desde que as
técnicas para a tomada das medidas sejam seguidas adequadamente. O Índice de
Massa Corporal, conhecido como IMC (ANEXO I) é a relação mais conhecida. O
cálculo é feito dividindo-se o peso, expresso em quilogramas, pela altura, expressa
em metros e elevada ao quadrado: IMC = peso(kg)/altura(m²) (SAMPAIO, 2009).
Para Carvalho; Martins (2006), existem controvérsias na literatura em se
utilizar o IMC para medir adiposidade. Para alguns autores, este índice é utilizado
somente para classificar indivíduos com sobrepeso e não obesidade, pois não mede
a quantidade de gordura corporal.
Outro problema em relação ao IMC é o estabelecimento dos pontos de corte
para avaliar sobrepeso e obesidade; a International Obesity TaskForce estabelece
valores para a mesma (ANEXO G). Há a necessidade de que esses pontos de corte
sejam estabelecidos especificamente para cada população de acordo com suas
características de desenvolvimento, por meio de estudos longitudinais (SILVA;
VASCONCELOS, 2003). No Brasil, não há dados sobre estudos longitudinais com
adolescentes. Desta forma, utilizam-se os pontos de corte estabelecidos para a
população americana (estudos do NCHS) e recomendada como referência pela
Organização Mundial da Saúde (ANEXO H).
No contexto atual, observa-se que é escasso o número de informações sobre
o estado nutricional dos adolescentes, bem como sobre a metodologia utilizada para
sua avaliação a nível individual e populacional, não existindo estudos comparativos
entre os diferentes referenciais existentes.
Espera-se que este estudo possa servir de ponto de partida para outros,
contribuindo para a elaboração de diagnósticos cada vez mais precisos do estado
nutricional na adolescência, facilitando a escolha das intervenções mais adequadas
que diminuirão suas carências e agravos.
2.2.1 Rastreamento Nutricional
Entende-se por rastreamento nutricional o processo de avaliação do conteúdo
de ingestão alimentar do adolescente e a comparação com suas necessidades,
considerando a fase do crescimento e desenvolvimento em que se encontra e
qualquer outro fator de risco específico. Este processo precisa ser baseado no
20
conhecimento das necessidades nutricionais específicas do estirão puberal, na
prevalência das deficiências nutricionais desta faixa etária e na população da qual o
adolescente se origina (ALBANO; SOUZA, 2001).
O método mais adequado para avaliar o estado nutricional e o processo de
crescimento baseia-se em medidas cuidadosas, usando técnicas padrão de
antropometria, comparando estes dados, periodicamente, em relação a uma
população de referência. Os critérios de maturação sexual e/ou idade óssea também
são importantes para comparar com acurácia o desenvolvimento do adolescente em
relação aos demais. Os valores de altura e peso numa tabela com as curvas dos
percentis específicos para a idade e sexo, comparando-os com medidas anteriores
do mesmo indivíduo e com a população de referência. Os valores dos índices de
peso para idade e peso para altura também devem ser comparados com as tabelas,
principalmente para os indivíduos situados nos extremos dos percentis para altura.
Também deve ser analisado o percentil de adequação de peso para altura. Dentre
os métodos prefere-se utilizar para esta análise o IMC (Índice de Massa Corporal),
calculado como peso(kg)/altura(m²). Os percentis de IMC por idade e sexo para a
população americana e para a população brasileira foram recentemente publicados.
O perímetro braquial e a prega tricipital também podem ser usados em comparação
com normas populacionais para calcular a porcentagem de gordura corporal e
massa corporal magra. Estas medidas simples, quando realizadas por um
profissional treinado, descrevem estimativas da composição corporal que auxiliam
no acompanhamento e tratamento nutricional do adolescente (ARAÚJO; FERREIRA;
PEREIRA, 2008).
Assim, é avaliado por meio da análise de informações, triagem nutricional,
história clínica, achados de exames físicos e resultados laboratoriais.
Com as informações obtidas no histórico nutricional, o cliente pode sofrer
restrições em sua dieta ou uma correção terapêutica.
2.2.2 Nutrição Normal
Segundo Almeida (2009), é a soma dos processos pelos quais um ser vivo
ingere, digere, absorve, transporta, utiliza e excreta os nutrientes.
21
2.2.3 Avaliação Nutricional
Examina algumas variáveis para detectar o risco de problemas nutricionais
em algumas populações.
Os aspectos mais comumente examinados são: antecedentes de altura e
peso, perda de peso não condicional (mais de 5% em 30 dias), valores nutricionais,
integridade cutânea, apetite, doença ou diagnóstico atual, antecedentes clínicos,
dieta, estado funcional e idade avançada (ALMEIDA, 2009).
2.2.4 Histórico Nutricional Completo
Para Albano; Souza (2001), o histórico nutricional abrangente é comumente
realizado em clientes de risco moderado e alto e com algum grau de desnutrição
protéico-calórica. Os principais parâmetros são: antecedentes médicos, achados do
exame físico e resultados de exames laboratoriais.
2.2.5 Obtenção da história clínica
Neste item, abordaremos sobre a obtenção da história clínica pregressa,
história clínica atual.
2.2.5.1 História clínica pregressa
A importância é identificar uma patologia existente que possa influenciar o estado
nutricional (ALBANO; SOUZA, 2001).
2.2.5.2 História clínica atual
A importância é obter informações sobre o estado nutricional atual do cliente,
revelando mudanças recentes sobre o mesmo (BOOG; RODRIGUES, 2006).
22
2.3 PROSAD
Segundo o Ministério da Saúde, o PROSAD (Programa de Saúde do
Adolescente) foi criado pela Portaria do Ministério da Saúde nº 980/GM de
21/12/1989. O programa fundamenta-se numa política de Promoção de Saúde, de
identificação de grupos de risco, detecção precoce dos agravos com tratamento
adequado e reabilitação, respeitadas as diretrizes do Sistema Único de Saúde,
garantidas pela Constituição Brasileira de 1988.
2.3.1 Público Alvo
Jovens de ambos os sexos de 10 a 19 anos de idade, cerca de 32 milhões de
pessoas, o que significa 21,84% da população total do Brasil (IBGE/1991). A 1ª
causa de mortalidade na adolescência são as causas externas, isto é, acidentes de
trânsito, homicídios e suicídios. Em relação ao uso de drogas, um estudo feito em
1987, 1989 e 1993 em 10 capitais, entre estudantes de 1º e 2º graus, mostra que a
maior incidência refere-se ao grupo de estudantes que trabalham e/ou que estão
atrasados em três anos ou mais na relação série escolar/idade e/ou têm pais
separados ou falecidos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).
2.3.2 Características Do Programa
O PROSAD é dirigido aos jovens entre 10 a 19 anos e é caracterizado pela
integralidade das ações e pelo enfoque preventivo e educativo. O programa visa
garantir aos adolescentes o acesso à saúde, com ações de caráter multiprofissional,
intersetorial e interinstitucional.
O Programa estabeleceu para a adolescência a faixa etária que vai dos 10
aos 19 anos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).
2.3.3 Objetivos do Programa
O PROSAD tem como principais objetivos: promover a saúde integral do
adolescente, favorecendo o processo geral de seu crescimento e desenvolvimento,
buscando reduzir a morbimortalidade e os desajustes individuais e sociais;
23
normatizar as ações consideradas nas áreas prioritárias; estimular e apoiar a
implantação e/ou implementação dos Programas Estaduais e Municipais, na
perspectiva de assegurar ao adolescente um atendimento adequado às suas
características, respeitando as particularidades regionais e realidade local; promover
e apoiar estudos e pesquisas multicêntricas relativas à adolescência; contribuir com
as atividades intra e interinstitucional, nos âmbitos governamentais e não
governamentais, visando à formulação de uma política nacional para a adolescência
e juventude, a ser desenvolvida a nível Federal, Estadual e Municipal (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2010).
2.3.4 Áreas Prioritárias de Ação
Segundo Ministério da Saúde (2010), as principais áreas de ação do
PROSAD são: crescimento e desenvolvimento, sexualidade, saúde mental, saúde
reprodutiva, saúde do escolar adolescente, prevenção de acidentes, violência e
maus-tratos da família.
2.4 NECESSIDADES NUTRICIONAIS: RECOMENDAÇÕES ALIMENTARES
Uma alimentação nutricionalmente correta é importante para sustentar o
crescimento acelerado, as modificações na composição corporal que ocorrem neste
período e a atividade física. As diferenças marcantes entre os sexos afetam as
necessidades de nutrientes e energia: as meninas iniciam o processo de maturação
aproximadamente dois anos mais cedo que os meninos; os meninos iniciam maior
crescimento corporal que as meninas e possuem maior proporção de massa magra
em relação ao tecido adiposo, o que leva a uma maior necessidade energética que
as mulheres (HENRIQUE, 2007).
A dieta nutricionalmente correta deverá suprir as quantidades necessárias para o
crescimento e manutenção do organismo. Dietas pobres em gordura geralmente não
fornecem a energia e os nutrientes essenciais, acarretando prejuízos à puberdade. A
recomendação de uma alimentação com alto conteúdo de fibras e baixo em
gorduras não prejudica o conteúdo energético ou de nutrientes. Sempre que
necessário, os profissionais de saúde devem aconselhar os adolescentes a diminuir
a quantidade de gorduras e aumentar a quantidade de fibras, em conjunto com a
24
promoção de exercícios e de hábitos de vida saudáveis, para a promoção do próprio
bem-estar (KORIN, 2009).
Com o aumento da massa óssea na adolescência, aumenta as necessidades
diárias de cálcio. Aproximadamente metade da estrutura óssea adulta é depositada
durante a adolescência. O cálcio é importante para que os jovens completem seu
pico de crescimento linear, mesmo que a deposição deste mineral continue por mais
uma década.
Para Silva; Vasconcelos (2003), além de correta, a alimentação deve ser
saborosa e atrativa, pois comer é um dos grandes prazeres da vida. Para auxiliar na
seleção de alimentos e num estilo de vida saudável, alguns pontos devem ser
enfatizados: praticar exercícios físicos regularmente, fazer as refeições em horários
regulares, evitar comer em frente à televisão, mastigar bem os alimentos, beber
bastante líquido (como água, suco e evitar refrigerantes), evitar ingestão excessiva
de doces, frituras e salgadinhos, comer frutas e verduras diariamente e dar
preferência a assados ou cozidos.
O profissional de saúde deve mostrar ao adolescente que ele não precisa deixar
de consumir os alimentos de que gosta, e que pequenas mudanças na alimentação
poderão conciliar o prazer e a aceitação grupal com uma alimentação saudável,
propiciando-lhe a aparência e desempenho tão almejados.
Deve-se também prevenir, alertar ou detectar o mais precocemente possível
condutas de risco na dieta que possam levar a transtornos alimentares, como
anorexia, bulimia ou compulsão alimentar (FERRARI; MELCHIOR; THOMSON,
2006).
Necessidades energéticas recomendadas pela Organização Mundial da
Saúde/Fao: SEXO IDADE ENERGIA (kcal): Masculino, 10 – 12 anos, 2.600 kcal; 13
– 15 anos, 2.900 kcal; 16 – 19 anos, 3.070 kcal; Feminino, 10 – 12 anos, 2.350 kcal;
13 – 15 anos, 2.490 kcal e 16 – 19 anos, 2.310 kcal.
25
3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
Esta parte do trabalho abrangeu os aspectos relacionados com o
delineamento metodológico, cenário de estudo, caracterização do local de estudo,
sujeitos, natureza de amostra e amostragem, instrumento da coleta de dados,
procedimento para coleta de dados, pré-teste, estratégias de análise de dados,
assim como preceitos éticos da pesquisa.
3.1 CENÁRIO DE ESTUDO
O estudo foi realizado em duas escolas, da cidade de Itajubá, Minas Gerais,
sendo uma da rede de ensino público estadual e a outra da rede particular.
O município foi fundado em 19 de março de 1819, pelo padre Lourenço da
Costa Moreira. Está localizado no sul do estado de Minas Gerais, pertencendo à
Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí, cuja nascente fica na cidade de Campos do
Jordão, na Serra da Mantiqueira. Limita-se ao Norte com os municípios de São José
do Alegre e Maria da Fé, ao Sudeste com Wenceslau Braz, à Sudoeste com
Piranguçu, à Oeste com Piranguinho e a Leste com Delfim Moreira. Exerce
influência direta sobre 14 municípios da microrregião. A principal rodovia que corta o
município é a BR 459, que liga Lorena-SP a Poços de Caldas-MG.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população
estimada do município em 2009 é de 90.225 habitantes, com população
predominantemente urbana (93%). O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é
de 0,815, sendo um dos mais altos em Minas Gerais.
Há predominância da religião católica na cidade, destacando-se as seguintes
igrejas: Igreja Matriz de Nossa Senhora da Soledade, padroeira local e de
arquitetura neoromântica; Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade; Igreja Matriz
de São José Operário e Santuário de Nossa Senhora da Agonia; Igreja Matriz de
São Benedito; Igreja de Nossa Senhora Aparecida (Vila Vicentina); Capela de Nossa
Senhora dos Remédios (Colégio das Irmãs), além de diversas outras capelas
urbanas e rurais.
As atividades econômicas principais são a agropecuária e indústria. Possui
um dos maiores distritos industriais da região de Minas Gerais, com indústrias de
26
grande e médio porte, em fase de crescimento, concentradas principalmente no
setor de tecnologia, gerando aproximadamente 2500 empregos.
Possui uma das menores taxas de analfabetismo em todo o país, e é uma das
cidades com maior número de pesquisadores pós-graduados por número de
habitantes. Conta com dezessete escolas particulares, quatorze estaduais, vinte e
cinco municipais e quatro de Ensino Técnico Profissionalizante.
É reconhecida nacionalmente por ter um dos melhores sistemas de Ensino
Universitário do país, possuindo seis estabelecimentos de Ensino Superior:
Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Faculdade de Medicina de Itajubá (FMIt),
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), Centro Universitário de Itajubá
(Universitas), Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Sul de Minas (FACESM)
e Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC). Está presente também o
CESEC (Centro de Estudos Supletivos de Educação Continuada Padre Mário
Penocki) e escolas mantidas pelo SESI, SENAI, SENAC e Fundação Bradesco.
3.1.1 Caracterização dos Locais da Pesquisa
A Escola Estadual Professor Antonio Rodrigues D’Oliveira (EEPARO) está
localizada no Bairro Estiva, na cidade de Itajubá, sul de Minas Gerais. Atualmente,
atende a 570 alunos do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio,
sendo 10 turmas do turno matutino e 9 turmas do turno vespertino. Também estão
matriculados na escola 13 alunos com necessidades educacionais especiais, sendo
12 alunos no turno matutino cursando o 8º ano e 1 aluno no turno vespertino
cursando o 6º ano. Quanto ao espaço físico, a escola apresenta 2 quadras de
esporte (não cobertas), campo de futebol, laboratórios de ciências, laboratório de
informática, sala de vídeo, biblioteca, secretaria, salas da direção, sala das
especialistas, sala dos professores, cantina, banheiros, 9 salas de aula, 2 salas para
atendimento dos alunos com necessidades educacionais especiais, sala para
atividades de projetos da escola e aprofundamento de estudos.
O Curso e Colégio G9 localiza-se no bairro São Judas Tadeu, na cidade de
Itajubá, sul de Minas Gerais. Fundado em 1995, iniciou com o Ensino Médio e o Pré-
Vestibular. Em 1996, passou a oferecer o Ensino Fundamental II e em 2007, o
Ensino Fundamental I. A partir do ano de 2009, o Curso G9 passou a oferecer o
Jardim II, para atender as crianças de 5 anos. Atualmente, conta com 606 alunos,
27
sendo estes do Jardim II, Ensino Fundamental I, Ensino Fundamental II, Ensino
Médio e Pré-Vestibular. Quanto ao espaço físico, a mesma apresenta 13 salas de
aulas, 1 banheiro feminino para alunos, 1 banheiro masculino para alunos, 1
banheiro feminino para professores, 1 banheiro masculino para professores, 2
banheiros femininos infantis e 2 banheiros masculinos infantis, 1 cozinha e 1
biblioteca. O Curso G9 conta ainda com uma equipe de professores qualificados e
em constante aperfeiçoamento pedagógico. Para que todas as atividades possam
ser realizadas de forma efetiva, a escola busca constante interação com as famílias
de seus alunos, através de reuniões pedagógicas e sociais, entrevistas, contatos
telefônicos e internet. A escola tem como missão principal oferecer aos alunos
espaços e oportunidades que os transformem em cidadãos possuidores de uma
mentalidade lógica e crítica, que sejam capazes de compreender a sociedade e a
natureza para nelas conseguirem uma inserção harmoniosa. A fim de que essa
finalidade tão ampla se concretize, o G9 reconhece e desenvolve as potencialidades
individuais de seus alunos, tanto nos aspectos técnico-científico quanto humanístico
(emocional, afetivo e social).
3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO
O estudo utilizou-se de abordagem quantitativa, com delineamento descritivo
e exploratório.
Dyniewicz (2009) define a pesquisa quantitativa como aquela que dá ênfase
ao raciocínio lógico, aos atributos mensuráveis. Ela utiliza de procedimentos
estruturados e instrumentos formais para coleta de dados, como questionários,
teses, entrevistas e escalas; enfatiza a objetividade na coleta e análise de
informações. Os instrumentos são testados quanto a sua confiabilidade e validade
antes da coleta de dados propriamente dita, o pré-teste. As informações são
analisadas por procedimentos estatísticos.
Polit, Beck e Hungler (2004), esclarecem que o tipo de pesquisa descritiva é
adequado para se estudar os fenômenos naturais, nele se descrevem as relações
existentes entre as variáveis, sem a preocupação de se chegar até as causas que as
produzem.
28
De acordo com Dyniewicz (2009), os estudos descritivos têm como objetivo
observar, descrever, explorar, classificar e interpretar fatos e fenômenos. Busca
assim freqüência, característica, relação e associação entre as variáveis.
Segundo Polit, Beck e Hungler (2004), a pesquisa exploratória começa com
algum fenômeno de interesse; no entanto, mais do que simplesmente observar e
descrever o fenômeno, investiga a sua natureza complexa e os outros fatores com
os quais ele está relacionado.
3.3 SUJEITOS, AMOSTRA, AMOSTRAGEM E CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Os sujeitos da pesquisa foram adolescentes da faixa etária entre 10 a 19
anos, matriculados na Escola Estadual Professor Antonio Rodrigues D’Oliveira e
Curso e Colégio G9, situadas na cidade de Itajubá, Minas Gerais. Para definir o
adolescente, quanto ao tempo de vida, foi utilizado o critério estabelecido pela OMS
e Ministério da Saúde, conforme mencionado anteriormente.
A amostra, na abordagem quantitativa, segundo Dyniewicz (2009), para a
coleta dos dados, preconiza, no mínimo, dez sujeitos para cada item do instrumento.
A amostragem da pesquisa foi probabilística, sendo que os adolescentes de
cada escola foram selecionados de forma aleatória simples.
No entanto, Polit, Beck e Hungler (2004, p. 225) dizem que:
uma questão importante na condução e avaliação de uma pesquisa é o tamanho da amostra, ou a quantidade de sujeitos da mesma. Ainda que não exista qualquer equação que possa responder automaticamente à indagação acerca do tamanho necessário para uma amostra, os pesquisadores costumam ser esclarecidos a fazer uso da maior possível. Quanto maior a amostra, maior probabilidade existe de ela ser mais representativa na população.
A amostragem aleatória simples é o delineamento mais básico de
amostragem de probabilidade. Os delineamentos mais complexos de amostragem
de probabilidade incorporam aspectos da amostragem aleatória simples. Após a
definição da população, o pesquisador estabelece uma estrutura de amostragem,
nome técnico para a lista dos elementos da população. Na prática, a população às
vezes é definida em termos de estrutura de amostragem existente. Após a listagem
dos elementos da população ter sido desenvolvida ou localizada, os elementos são
numerados consecutivamente. Uma tabela de números aleatórios ou um
29
computador é usado, para selecionar aleatoriamente uma amostra do tamanho
desejado (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).
Sendo assim, a pesquisa foi realizada com 200 adolescentes, divididos
proporcionalmente entre a rede de ensino público e privado.
3.3.1 Critérios de Inclusão
Os critérios de inclusão utilizados foram os seguintes:
Os adolescentes, entre 10 e 18 anos, aceitassem participar da
pesquisa;
Os adolescentes com idade igual a 18 e 19 anos aceitassem participar
da pesquisa e assinassem o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido;
Os pais ou responsáveis pelos adolescentes (menores de 18 anos)
também aceitassem que os mesmos participassem da pesquisa e
assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;
Os adolescentes tenham capacidade de comunicar-se verbalmente;
Os adolescentes tivessem capacidade cognitiva preservada;
Os adolescentes tivessem idade entre 10 e 19 anos;
Os adolescentes estivessem matriculados nas referidas escolas;
Os responsáveis pelas escolas autorizassem a realização da pesquisa
nas escolas.
3.3.2 Critérios de Exclusão
Os critérios de exclusão foram os seguintes:
Os adolescentes, entre 10 e 18 anos, não aceitassem participar da
pesquisa;
Os adolescentes com idade igual a 18 e 19 anos não aceitassem
participar da pesquisa e não assinassem o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido;
30
Os pais ou responsáveis pelos adolescentes (menores de 18 anos)
não aceitassem que os mesmos participassem da pesquisa e não
assinassem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido;
Os adolescentes não tivessem capacidade de comunicar-se
verbalmente;
Os adolescentes não tivessem capacidade cognitiva preservada;
Os adolescentes não tivessem idade entre 10 e 19 anos;
Os adolescentes não estivessem matriculados nas referidas escolas;
Os responsáveis pelas escolas não autorizassem a realização da
pesquisa nas escolas.
3.4 COLETA DE DADOS: PROCEDIMENTOS
Após autorização dos responsáveis pelos adolescentes e instituições citadas
no cenário de estudo, através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido e aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de
Enfermagem Wenceslau Braz, iniciamos a coleta de dados. A mesma foi realizada
pelos próprios pesquisadores do estudo, na escola Professor Antonio Rodrigues
D’Oliveira (EEPARO) e Curso e Colégio G9. Em seguida, houve um agendamento
com as escolas quanto aos dias e horários para a realização da coleta de dados.
Antes da coleta das informações, também foi verificado se os respondentes
atendiam aos critérios de elegibilidade, já mencionados anteriormente.
As estratégias utilizadas para a coleta de dados foram:
Agendamento com os responsáveis pelas escolas, respeitando-se os dias,
locais e horários que lhes foram mais viáveis;
Antes do início da entrevista, o adolescente tomou ciência do objetivo do
estudo, da entrevista e da garantia do anonimato;
Esclarecimento de dúvidas quando necessário;
Assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos
pais e/ou responsáveis pelos adolescentes de 10 a 18 anos e pelos
adolescentes que eram maiores de 18 anos, após sua permissão
(ANEXOS E e F).
31
3.4.1 Instrumentos para a Coleta de Dados
Para o presente estudo foi utilizado como instrumento para a coleta de dados
um questionário (APÊNDICE A) abrangendo dados pessoais, alimentares e
referentes à atividade física dos adolescentes. No questionário também constavam
os dados antropométricos (como peso e estatura) que foram coletados pelos
próprios pesquisadores e posteriormente analisados por meio do IMC (Índice de
Massa Corporal).
3.5 PRÉ-TESTE
O pré-teste foi realizado com 10 adolescentes, sendo 5 da rede de ensino
público e 5 da rede particular, na faixa etária de 10 a 19 anos e que não fizeram
parte da amostra definitiva, porém, que estiveram de acordo com os critérios de
elegibilidade.
Para Gil (2004), é a partir do pré-teste que o instrumento da pesquisa estará
sendo validado para o levantamento de dados. O autor diz ainda que o pré-teste
está centrado na avaliação dos instrumentos, “[...] visando garantir que meçam
exatamente o que pretendem medir”. (GIL, 2004).
DINIEWICZ (2009) acrescentam ainda que:
O pré-teste serve para subsidiar análise quanto à adequação das perguntas, se as respostas denotam dificuldade no entendimento das questões, se as respostas respondem corretamente às perguntas, ou seja, verificar o que pode implicar a inadequação do questionário. Assim, em resumo, os objetivos do pré-teste são garantir que os instrumentos de pesquisa atingirão objetivos de pesquisa; evitar perguntas ambíguas, de linguagem inacessível, mal formuladas; diagnosticar tendências de respostas equivocadas; viabilidade de tempo para a pesquisa; reformulação do questionário.
3.6 ESTRATÉGIAS PARA ANÁLISE DE DADOS
Primeiramente, os dados foram organizados e inseridos em bancos de dados
confeccionados com o auxílio do sistema computacional Microsoft Excel 2007 e
SPSS versão 18. Em seguida foi utilizada a estatística descritiva para a obtenção
das frequências absolutas e relativas, assim como as medidas de tendência central
representadas pela média, mediana, moda, desvio padrão, valor mínimo, máximo e
amplitude.
32
Polit, Beck e Hungler (2004) afirmam que, a estatística descritiva é usada
para descrever e sintetizar os dados, permitindo que o pesquisador organize,
interprete e comunique a informação numérica. Sem essa estatística, os dados
quantitativos seriam uma massa caótica de números. A média aritmética,
porcentagens, moda, desvio padrão, e assim por diante, são exemplos de uma
estatística descritiva.
3.7 ESTRATÉGIAS PARA APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Os resultados foram apresentados por meio de tabelas, levando em
consideração a natureza dos dados e os critérios metodológicos.
3.8 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA
A autonomia dos participantes do estudo foi respeitada pela sua livre decisão
em participar da pesquisa. Após o fornecimento de orientações que permitiram a sua
decisão, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO E) foi assinado
pelos adolescentes que eram maiores de 18 anos; e o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (ANEXO F) foi assinado pelos pais ou responsáveis dos
adolescentes da faixa etária de 10 a 18 anos. Este documento oficializou a decisão
dos voluntários em participarem da pesquisa, de maneira livre e espontânea,
permitindo-lhes também sua retirada, se assim o desejassem e quando quisessem.
Foram respeitados os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos,
bem como os hábitos e costumes dos participantes. Também foram previstos os
procedimentos que assegurassem a confidencialidade, o anonimato das
informações, assim como a privacidade e a proteção da imagem dos participantes,
garantindo-lhes que as informações obtidas não seriam utilizadas em prejuízo, de
qualquer natureza, para eles. Desta forma, o estudo garantiu o anonimato dos
voluntários, denominando-os como “estudante” e numerando-os com números
ordinais conforme a ordem da entrevista (Ex: estudante 01, estudante 02, estudante
03...).
Faz-se necessário evidenciar que este estudo seguiu os preceitos éticos
estabelecidos pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Os
dados foram colhidos após a aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em
33
Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, Itajubá, MG. Para isto, se
encontra ao final deste projeto a folha de rosto para pesquisa envolvendo seres
humanos do CONEP devidamente preenchida tanto do Curso G9 (ANEXOS A e B)
como da Escola Estadual Professor Antonio Rodrigues D’Oliveira (ANEXOS C e D).
34
4 RESULTADOS
Os resultados do presente estudo são apresentados, a seguir em cinco partes
distintas. Na primeira, são mostrados os resultados referentes às características de
identificação dos adolescentes participantes da pesquisa. Na segunda parte, são
evocados os dados referentes à alimentação dos voluntários do estudo, sendo que
esta parte se subdivide em número de refeições e grupos alimentares. A terceira
parte aborda a prática de exercícios físicos realizados pelos adolescentes; a quarta
parte se refere ao uso de televisão, internet e jogos de computador e videogame; a
quinta e última parte consiste em identificar os dados antropométricos dos
adolescentes, sendo eles peso, estatura e IMC.
Tabela 1 - Identificação das escolas participantes da pesquisa. Escolas e número de alunos. Itajubá, MG, 2012 (n= 204)
Escola onde estuda: N %
Colégio G9 52 25,5
EEPARO 152 74,5
Fonte: Instrumento de pesquisa
Observou-se que 74,5% dos adolescentes estudavam na Escola Estadual
Professor Antonio Rodrigues D’Oliveira (EEPARO), evidenciando uma maior adesão
à pesquisa por parte dos adolescentes.
35
Tabela 2 - Características de identificação dos adolescentes. Idade e gênero. Itajubá, MG, 2012 (n= 204)
EEPARO Colégio G9 n % n % Idade
10 anos 2 1,31 0 0
11 anos 45 29,6 12 23,07
12 anos 35 23,02 20 38,46
13 anos 34 22,36 10 19,23
14 anos 30 19,73 5 9,61
15 anos 3 1,97 3 5,76
16 anos 1 0,65 2 3,84
17 anos 0 0 0 0
18 anos 0 0 0 0
19 anos 2 1,31 0 0
Gênero
Masculino 62 40,78 31 59,61
Feminino 88 57,89 21 40,38
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Observou-se que 29,6% dos adolescentes da Escola Estadual Professor
Antonio Rodrigues D’Oliveira (EEPARO) possuíam 11 anos de idade, 38,46% dos
adolescentes do Curso e Colégio G9 possuíam 12 anos; quanto ao gênero, 57,89%
dos adolescentes da escola EEPARO pertenciam ao gênero feminino e 59,61% dos
adolescentes do Curso e Colégio G9 eram do gênero masculino.
36
Tabela 3 - Características referentes à alimentação dos adolescentes. Refeições e número de refeições por dia. Itajubá, MG, 2012 (n= 204)
EEPARO Colégio G9 n % n %
Refeições
1,2,3,4,5,6 7 4,6 3 5,76
1,2,3,4,6 9 5,92 1 1,92
1,2,3,5,6 9 5,92 1 1,92
1,3,4,5,6 7 4,6 3 5,76
1,3,6 7 4,6 3 5,76
1,3,4,6,7 6 3,94 6 11,53
1,3,6,7 12 7,89 3 5,76
1,3,4,6
23 15,13 7 13,46
Outros 72 47,36 25 4,8
Número de refeições
2 refeições/dia 5 3,28 3 5,76
3 refeições/dia 21 13,81 12 23,07
4 refeições/dia 59 38,81 13 25
5 refeições/dia 46 30,26 17 32,69
Acima de 5
refeições/dia 20 13,15 6 11,53
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Legenda:
1- Café da manhã
2- Lanche (entre o café da manhã
e o almoço)
3- Almoço
4- Café da tarde
5- Lanche (entre o café da tarde e
o jantar)
6- Jantar
7- Lanche da noite (antes de
dormir)
8- Outros
37
Evidenciou-se que 38,81% dos adolescentes da escola EEPARO e 25% dos
adolescentes do Curso e Colégio G9 realizam , no mínimo,4 refeições por dia, sendo
as principais refeições café da manhã, almoço, café da tarde e jantar.
Tabela 4 - Características referentes aos grupos alimentares existentes na pirâmide alimentar e seus principais representantes. Grupo dos Construtores e frequência. Itajubá, MG, 2012 (n= 204)
EEPARO Colégio G9 n % n %
Leite e derivados
1x ao dia 41 26,97 16 30,76
2x ao dia 52 34,21 10 19,23
3x ao dia 16 10,58 2 3,84
Todos os dias 23 15,13 7 13,46
Outros 20 13,15 17 11,18
Ovos
1x por dia 49 32,23 14 26,92
2x por dia 13 8,55 7 13,46
1x por semana 37 24,34 13 25
2x por semana 17 11,18 6 11,53
Outros 36 23,68 12 23,07
Feijão
1x por dia 41 26,97 13 25
2x por dia 37 24,34 11 21,25
Todos os dias 41 26,97 14 26,92
Outros 33 21,71 14 26,92
Fonte: Instrumento de pesquisa
Quanto ao grupo dos construtores, evidenciou-se que 34,21% dos
adolescentes da escola EEPARO consumiam leite e derivados duas vezes ao dia,
30,76% dos adolescentes do Curso e Colégio G9 consumiam leite e derivados
apenas uma vez ao dia; 32,23% dos adolescentes da escola EEPARO e 26,92% dos
38
adolescentes do Curso e Colégio G9 ingeriam ovos apenas uma vez por dia. Quanto
ao consumo de feijão, 26,97% dos adolescentes da escola pública e 26,92% dos
adolescentes da escola particular ingeriam feijão diariamente.
Tabela 5 - Características referentes aos grupos alimentares existentes na pirâmide alimentar e seus principais representantes. Grupos dos Energéticos e frequência. Itajubá, MG, 2012 (n= 204)
EEPARO Colégio G9
n % n %
Pães
1x ao dia 29 19,07 9 17,3
2x ao dia 49 32,23 14 26,92
3x ao dia 11 7,23 4 7,69
Todos os dias 24 15,78 14 26,92
Outros 39 25,65 11 21,25
Massas
1x por dia 33 21,72 10 19,23
2x por dia 21 13,81 5 9,61
1x por semana 26 17,1 7 13,46
2x por semana 25 16,44 17 32,69
Outros 47 30,27 13 25
Arroz
1x por dia 28 18,44 2 3,84
2x por dia 44 28,94 14 26,92
Todos os dias 60 39,47 28 53,84
Outros 20 13,15 8 15,38
Fonte: Instrumento de pesquisa
Por meio desta tabela é possível perceber que 32,23% dos adolescentes da
escola EEPARO e 26,92% dos adolescentes do Curso e Colégio G9 ingerem pão
uma vez ao dia; 21,72% dos adolescentes da escola pública ingerem massas uma
vez ao dia e 32,69% dos adolescentes da escola particular ingerem massas duas
39
vezes por semana. Quanto ao consumo de arroz, tanto os adolescentes da escola
pública como os adolescentes da escola particular ingerem arroz todos os dias,
respectivamente 39,47% e 53,84%.
Tabela 6 - Características referentes aos grupos alimentares existentes na pirâmide alimentar e seus principais representantes. Grupos dos Reguladores e frequência. Itajubá, MG, 2012 (n= 204)
EEPARO Colégio G9
n % n %
Frutas
Todos os dias 37 24,34 16 30,76
1x ao dia 36 23,68 4 4,69
3x ao dia 35 23,02 8 15,38
1x por semana 17 11,18 5 9,61
Outros 27 17,76 19 36,53
Verduras/legumes
1x por dia 52 34,21 9 17,3
2x por dia 35 23,02 8 15,38
Todos os dias 34 22,36 16 30,76
3x por semana 15 9,86 5 9,61
Outros 16 10,58 14 26,92
Fonte: Instrumento de pesquisa
Encontrou-se que 24,34% dos adolescentes da escola EEPARO e 30,76%
dos adolescentes do Curso e Colégio G9 ingerem frutas todos os dias; quanto às
verduras e legumes, 34,21% dos adolescentes da escola pública ingerem uma vez
ao dia e 30,76% dos adolescentes da escola particular ingerem todos os dias.
Tabela 7 - Características referentes aos grupos alimentares existentes na pirâmide alimentar e seus principais representantes. Grupos dos Energéticos Especiais e frequência. Itajubá, MG, 2012 (n= 204)
EEPARO Colégio G9
n % n %
40
Doces
Todos os dias 42 27,63 12 23,07
1x ao dia 40 26,31 9 17,3
4x ao dia 23 15,13 6 11,53
2x ao dia 21 13,81 3 5,76
Outros 26 17,1 22 42,3
Sorvetes e
refrigerantes
1x por dia 30 19,73 6 11,53
1x por semana 30 19,73 8 15,38
2x por semana 27 17,76 8 15,38
2x por dia 19 12,5 8 15,38
Outros 46 30,26 22 42,3
Fonte: Instrumento de pesquisa
Essa tabela nos mostra que 27,63% dos adolescentes da escola EEPARO e
23,07% dos adolescentes do Curso e Colégio G9 ingerem doces todos os dias;
19,73% dos adolescentes da escola pública consomem sorvetes e refrigerantes pelo
menos uma vez ao dia e 15,38% dos adolescentes consomem sorvetes e
refrigerantes duas vezes ao dia.
41
Tabela 8 - Características referentes à prática de exercício físico pelos adolescentes. Modalidade e frequência. Itajubá, MG, 2011 (n= 204)
EEPARO Colégio G9
N % n %
Realiza exercício
físico
Sim 138 90,78 44 84,61
Não 14 9,21 8 15,38
Modalidade
Futebol 21 13,81 8 15,38
Bicicleta 16 10,52 5 9,61
Caminhada 12 7,89 6 11,53
Outros 103 67,76 25 48,07
Frequência
Todos os dias 33 21,71 12 23,07
1x por semana 29 19,07 9 17,3
2x por semana 30 19,73 6 11,53
Finais de semana 18 11,84 8 15,38
3x por semana 18 11,84 4 7,69
Outros 10 6,57 5 9,61
N. A. 14 9,21 8 15,38
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Constatou-se que 90,78% dos adolescentes da escola EEPARO e 84,61%
dos adolescentes do Curso e Colégio G9 realizavam algum tipo de exercício físico,
sendo sua frequência diária, respectivamente 21,72% e 23,07%; o futebol foi o
exercício físico mais referido tanto pelos adolescentes da escola pública como os
adolescentes da escola particular, respectivamente, 13,81% e 15,38%.
42
Tabela 9 - Características referentes ao uso de televisão, acesso a internet, jogos de computador e videogame pelos adolescentes. Horas por dia. Itajubá, MG, 2012 (n= 204)
EEPARO Colégio G9
n % n %
Internet, TV e jogos
Sim 152 100 51 98,07
Não 0 0 1 1,92
Frequência/Dia
Menos de 1 hora 17 11,18 5 9,61
De 1 a 2 horas 35 23,02 16 30,76
De 2 a 4 horas 44 28,94 11 21,15
De 4 a 6 horas 25 16,44 7 13,46
De 6 a 8 horas 16 10,52 4 7,69
Outros 15 9,86 8 15,38
N. A. 0 0 1 1,92
Fonte: Instrumento de Pesquisa
Encontrou-se que tanto os adolescentes da escola pública como os
adolescentes da escola particular tinham acesso à internet, televisão e jogos,
respectivamente 100% e 98,07%; a frequência diária correspondente aos
adolescentes da escola pública foi de 2 a 4 horas/dia (28,94%), 30,65% dos
adolescentes da escola particular permaneciam de 1 a 2 horas na internet, televisão
e em jogos de computador e videogame.
43
Tabela 10 - Características referentes aos dados antropométricos dos adolescentes. Peso e estatura. Itajubá, MG, 2012 (n= 204)
EEPARO Colégio G9
N % n %
Peso
20 a 30 kg 0 0 1 1,92
30 a 39 kg 16 10,52 12 23
40 a 49 kg 64 42,1 13 25
50 a 59 kg 39 25,65 16 30,76
60 a 69 kg 18 11,84 6 11,53
70 a 79 kg 9 5,92 4 7,69
80 a 89 kg 6 3,94 0 0
Estatura
1,30 a 1,39 m 3 1,97 2 3,84
1,40 a 1,49 m 27 17,76 13 25
1,50 a 1,59 m 66 43,42 23 44,23
1,60 a 1,69 m 38 25 9 17,3
1,70 a 1,79 m 18 11,84 4 7,69
1,80 a 1,89 m 0 0 1 1,92
Fonte: Instrumento de pesquisa
Evidenciou-se que a maioria dos adolescentes pesavam entre 50 e 59 kg,
respectivamente 25,65% da escola pública e 30,76% da escola particular; quanto a
estatura, a média foi de 1,50 a 1,59 m de ambas as escolas, sendo 43,42% dos
adolescentes da escola EEPARO e 44,23% dos adolescentes do Curso e Colégio
G9.
44
Tabela 11 - Características referentes ao Índice de Massa Corporal. Classificação. Itajubá, MG, 2012 (n= 204)
EEPARO G9
n % n %
IMC
Baixo peso 24 15,78 8 15,38
Adequado ou
eutrófico 82 53,94 26 48
Sobrepeso 46 30,26 18 34,61
Fonte: Instrumento de pesquisa
Evidenciou-se que 15,78% dos adolescentes da escola EEPARO e 15,38%
dos adolescentes Curso e Colégio G9 encontravam-se em baixo peso; estavam com
IMC adequado ou eutrófico 53,94% e 48% na escola EEPARO e no Curso e Colégio
G9 respectivamente e por fim encontravam-se em sobrepeso 30,26% na EEPARO e
34,61% no Curso e Colégio G9 , o que reforça a ideia de que são necessárias
orientações acerca dos hábitos nutricionais e de mudança nos hábitos de vida.
45
5 DISCUSSÃO
Ao analisar as características de identificação dos adolescentes, detectou-se
que a maior parte dos entrevistados era procedente da escola pública Escola
Estadual Professor Antonio Rodrigues D’Oliveira (EEPARO), visto que a adesão e a
aceitação por parte dos adolescentes e de seus pais foi maior.
No presente estudo, a maioria dos adolescentes participantes pertencia ao
gênero feminino. De acordo com IBGE (2011), 54,6% da população brasileira
pertencem ao gênero feminino.
Em relação à idade, os adolescentes pesquisados encontravam-se na faixa
etária dos 10 aos 19 anos de idade, uma vez que pertencer a esta faixa etária era
um dos critérios para a participação na pesquisa.
A maior parte dos adolescentes relatou realizar em média quatro refeições por
dia, sendo as principais café da manhã, almoço, café da tarde e jantar. Este fato
pode ser decorrente da correria da vida moderna, na qual as pessoas tem cada vez
mais atividades a serem realizadas, e na maior parte das vezes se descuidam de
seus hábitos de vida. Segundo Brasil (2011), é importante que o adolescente realize
ao menos 5 refeições por dia, sendo imprescindível que não se pule refeições.
De acordo com Marchini; Oliveira (2006), uma alimentação variada é
importante para a manutenção ou melhoria da saúde, mas além da variedade, é
necessário também comer a quantidade adequada de alimentos. As normas da boa
alimentação recomendam que se consuma vários tipos de alimentos, pois cada um
deles é formado de substâncias que devem estar à disposição do nosso organismo
todos os dias. Sendo assim, essa alimentação variada deve estar distribuída, em
pelo menos, três refeições diárias: café da manhã, almoço e jantar. É extremamente
importante que não se deixe de comer nenhuma dessas refeições, lembrando-se de
comer em intervalos regulares.
De acordo com as tabelas apresentadas anteriormente, quanto ao grupo dos
construtores, evidenciou-se que 34,21% dos adolescentes da escola EEPARO
consumiam leite e derivados duas vezes ao dia, 30,76% dos adolescentes do Curso
e Colégio G9 consumiam leite e derivados apenas uma vez ao dia; 32,23% dos
adolescentes da escola EEPARO e 26,92% dos adolescentes do Curso e Colégio
G9 ingeriam ovos apenas uma vez por dia. Quanto ao consumo de feijão, 26,97%
dos adolescentes da escola pública e 26,92% dos adolescentes da escola particular
46
ingeriam feijão diariamente. Estes alimentos são boas formas de oferta de proteínas,
além de ser acessível a grande parte da população brasileira. Segundo Marchini;
Oliveira (2006), as proteínas depois de metabolizadas fornecem aminoácidos ao
organismo, essenciais ao anabolismo (síntese de proteínas e polipeptídeos);
catabolismo ou degradação e produção de energia de compostos de pequeno peso
molecular. Desta forma, os aminoácidos servirão na construção e manutenção dos
tecidos, formação de enzimas, hormônios, anticorpos, fornecimento de energia e
regulação dos processos energéticos. O leite é fonte de energia, proteínas, minerais
e vitaminas; o leite de vaca deveria ser mais consumido no Brasil por todas as
camadas sociais devido a sua grande disponibilidade em nosso território
(MARCHINI; OLIVEIRA, 2006).
Quanto ao grupo dos energéticos, é possível perceber que 32,23% dos
adolescentes da escola EEPARO e 26,92% dos adolescentes do Curso e Colégio
G9 ingerem pão uma vez ao dia; 21,72% dos adolescentes da escola pública
ingerem massas uma vez ao dia e 32,69% dos adolescentes da escola particular
ingerem massas duas vezes por semana. Referente ao consumo de arroz, tanto os
adolescentes da escola pública como os adolescentes da escola particular ingerem
arroz todos os dias, respectivamente 39,47% e 53,84%. Os carboidratos são a
principal fonte de energia rápida para o organismo, tal energia é vital para a prática
de atividades físicas e para os estudos, além do próprio metabolismo do corpo.
Segundo Marchini; Oliveira (2006), os carboidratos desempenham funções especiais
em muitos tecidos corporais, dentre elas reserva de glicogênio no fígado e
músculos, ação poupadora de energia (em quantidade suficiente para satisfazer a
demanda energética permite a função básica de construção do tecido) e efeito
anticetogênico (em quantidade suficiente, determina como as gorduras poderiam ser
quebradas para suprir uma fonte de energia imediata, afetando a formação e
disposição das cetonas). A mistura de arroz com feijão (energético e construtor,
respectivamente) torna a alimentação bastante equilibrada em proteína e energia,
além de fornecer também minerais, vitaminas e fibras (MARCHINI; OLIVEIRA,
2006). Segundo Brasil (2011), esta mistura de arroz e feijão deve ser consumida na
seguinte proporção: duas medidas de arroz para uma medida de feijão, pois juntos
fornecem carboidratos e proteínas completas, além de ajudar no equilíbrio dos níveis
de glicose sanguínea. Entretanto, nos últimos anos, esta mistura vem sendo menos
consumida pelos brasileiros, pois a grande maioria acredita que o preparo é difícil e
47
demorado, principalmente do feijão. Cabe a nós, profissionais da saúde, incentivar
seu consumo na proporção correta, alertando a população dos benefícios da
mistura.
Encontrou-se que 24,34% dos adolescentes da escola EEPARO e 30,76%
dos adolescentes do Curso e Colégio G9 ingerem frutas todos os dias; quanto às
verduras e legumes, 34,21% dos adolescentes da escola pública ingerem uma vez
ao dia e 30,76% dos adolescentes da escola particular ingerem todos os dias.
Segundo Marchini; Oliveira (2006), as frutas fornecem ao organismo vitaminas,
minerais e fibras, alimentos estes necessários diariamente e que podem ser obtidos
com facilidade. Brasil (2011) afirma que para o adolescente, é importante introduzir
legumes e verduras em pelo menos duas refeições do dia; oferecer também
diariamente duas frutas nas sobremesas e lanches, pois além das funções já
citadas, elas ajudam na prevenção de doenças e melhoram a resistência do
organismo. É importante variar os tipos de frutas, verduras e legumes, além de estar
atento àquelas que são da época, para proporcionar uma alimentação mais fresca e
barata.
De acordo com a pesquisa, 27,63% dos adolescentes da escola EEPARO e
23,07% dos adolescentes do Curso e Colégio G9 ingerem doces todos os dias;
19,73% dos adolescentes da escola pública consomem sorvetes e refrigerantes pelo
menos uma vez ao dia e 15,38% dos adolescentes consomem sorvetes e
refrigerantes duas vezes ao dia. Hirschbruch (2000) afirma que é frequente o
consumo excessivo de refrigerantes, açucares e fast food.
Constatou-se que 90,78% dos adolescentes da escola EEPARO e 84,61%
dos adolescentes do Curso e Colégio G9 realizavam algum tipo de exercício físico,
sendo sua frequência diária, respectivamente 21,72% e 23,07%; o futebol foi o
exercício físico mais referido tanto pelos adolescentes da escola pública como os
adolescentes da escola particular, respectivamente, 13,81% e 15,38%. Marchini;
Oliveira (2006) afirmam que os dois fatores mais importantes na determinação do
peso são a ingesta alimentar e a atividade física; o ideal é equilibrar a quantidade da
alimentação com a prática de exercício físico, por meio do controle periódico do
peso, anotando-o em uma caderneta. Há evidências de que a prática de atividade
física protege contra o ganho excessivo de peso, enquanto os hábitos sedentários
promovem-no. Estudos demonstraram que as pessoas que exercem atividade física
regular em quantidade moderada a grande apresentam menor ganho de peso e
48
menor ocorrência de sobrepeso e obesidade. Para tanto, deve-se reduzir os hábitos
sedentários, incorporando novas atividades no dia-a-dia e na recreação
(FOGEHOLM; KUKKONEN, 2000).
A pesquisa mostrou que tanto os adolescentes da escola pública como os
adolescentes da escola particular tinham acesso à internet, televisão e jogos,
respectivamente 100% e 98,07%; a frequência diária correspondente aos
adolescentes da escola pública foi de 2 a 4 horas/dia (28,94%), 30,65% dos
adolescentes da escola particular permaneciam de 1 a 2 horas na internet, televisão
e em jogos de computador e videogame. Grande parte do ócio dos jovens é
consumido em horas em frente à televisão, onde estereótipos consumistas são
largamente oferecidos à juventude. O agravante do tempo gasto em frente à TV é
que na maioria das vezes está associado ao consumo de alimentos considerados
pouco saudáveis.
Evidenciou-se que a maioria dos adolescentes pesavam entre 50 e 59 kg,
respectivamente 25,65% da escola pública e 30,76% da escola particular; quanto a
estatura, a média foi de 1,50 a 1,59 m de ambas as escolas, sendo 43,42% dos
adolescentes da escola EEPARO e 44,23% dos adolescentes do Curso e Colégio
G9. Segundo IBGE (2011), os jovens e adolescentes brasileiros estão mais altos
que as gerações de algumas décadas atrás. Parte disso se explica principalmente
pela melhoria das condições de saúde, conseguidas nos últimos anos, pela maior
oferta de proteínas e condição de vida mais saudável, embora discreta, da
população brasileira.
Evidenciou-se que 15,78% dos adolescentes da escola EEPARO e 15,38%
dos adolescentes Curso e Colégio G9 encontravam-se em baixo peso; estavam com
IMC adequado ou eutrófico 53,94% e 48% na escola EEPARO e no Curso e Colégio
G9 respectivamente e por fim encontravam-se em sobrepeso 30,26% na EEPARO e
34,61% no Curso e Colégio G9 , o que reforça a ideia de que são necessárias
orientações acerca dos hábitos nutricionais e de mudança nos hábitos de vida.
Segundo Pinho et al. (2011), o excesso de peso definido pelo IMC está
relacionado ao aumento da morbimortalidade por predispor o indivíduo a graves
transtornos na pressão arterial e no metabolismo dos lipídios e glicídios, tendo como
consequências marcantes doenças cardio e cérebro vasculares, principais causas
de morte e incapacitação de adultos em todo o mundo. Conforme Brasil (2011), o
excesso de peso na infância e na adolescência está intimamente ligado ao excesso
49
de peso na vida adulta e aos fatores de risco que este acarreta. Por outro lado, o
baixo peso na adolescência configura um sério dano ao desenvolvimento físico,
psíquico e intelectual, visto que nesta fase os sistemas corporais estão se
desenvolvendo.
Os adolescentes que se encontram abaixo do peso também são motivo de
grande preocupação, pois segundo Bee (1997) e Wong (2011) doenças como a
bulimia e anorexia nervosa têm crescido nos últimos anos, já que nesta fase existe
uma grande discrepância entre a imagem interna que a pessoa tem da espécie de
corpo desejada e a maneira como ela percebe o próprio corpo. Desde o início da
vida, especialmente as garotas, são explícita e implicitamente ensinadas sobre a
importância de manterem-se bonitas e atraentes, e que a magreza constitui uma das
variáveis de beleza.
Além disso, na adolescência, o indivíduo passa por um processo de aceitação
social, no qual procura de todas as formas, ser aceito em um grupo com o qual se
identifica, e uma das estratégias pode ser se sentir bonito e magro devido aos
padrões de beleza atuais.
Wong (2011) afirma que a probabilidade de que adolescentes acima do peso
ou obesos tornem-se adultos obesos é estimada em 70% a 80%. A obesidade na
adolescência foi relacionada a níveis elevados de colesterol, pressão arterial,
distúrbios respiratórios, problemas ortopédicos, alguns tipos de câncer na vida
adulta e diabetes mellitus. As consequências emocionais comuns da obesidade na
adolescência incluem imagem corporal negativa, baixa autoestima, isolamento social
e sentimentos de depressão e rejeição.
A enfermagem tem um papel importante nas fases de adesão e manutenção
de muitos programas de redução de peso. Os enfermeiros investigam, intervém e
avaliam o progresso de adolescentes acima e abaixo do peso. Eles também têm um
papel importante em reconhecer problemas de peso em potencial e ajudar pais e
filhos a evitar a obesidade (WONG, 2011).
De acordo com Wong (2011), os adolescentes precisam assumir uma
responsabilidade pessoal pelos hábitos dietéticos e atividade física. Caso forçados
pelos pais ou profissionais a aderir a um plano de tratamento, raramente são
motivados, tornam-se rebeldes e não estarão dispostos a controlar sua ingesta
alimentar.
50
51
6 CONCLUSÃO
Com esse trabalho foi possível identificar os hábitos nutricionais dos
adolescentes de uma escola do ensino público estadual e de outra do ensino
particular de Itajubá. Observou-se que a maioria dos adolescentes do EEPARO
realizavam 4 refeições por dia e os adolescentes do Curso G9 5 refeições diárias.
Em ambas as escolas, observou-se a grande ingestão de alimentos muito calóricos,
como balas, doces e sorvetes. A ingestão de alimentos energéticos (arroz, pães,
massas) está dentro do preconizado pelo Ministério da Saúde. Quanto à ingestão de
frutas e verduras, observou-se um dado preocupante, pois em ambas as escolas a
maioria dos adolescentes ingeriam estes alimentos em apenas uma refeição e o
preconizado pelo Ministério da Saúde é em 3 refeições diárias.
Foi possível contemplar os outros dois objetivos que eram avaliar e comparar
o nível de obesidade, com os hábitos nutricionais dos adolescentes de uma escola
do ensino público estadual e de outra do ensino particular de Itajubá. Por meio
destes objetivos, evidenciou-se que 15,78% dos adolescentes da escola EEPARO e
15,38% dos adolescentes Curso e Colégio G9 encontravam-se em baixo peso;
estavam com IMC adequado ou eutrófico 53,94% e 48% na escola EEPARO e no
Curso e Colégio G9 respectivamente e por fim encontravam-se em sobrepeso
30,26% na EEPARO e 34,61% no Curso e Colégio G9 , o que reforça a ideia de que
são necessárias orientações acerca dos hábitos nutricionais e de mudança nos
hábitos de vida.
52
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para nós foi muito gratificante realizar esse trabalho, visto que é uma área de
grande interesse para nós a prevenção em saúde, voltada para a adolescência. Para
nós pesquisar e trabalhar com hábitos alimentares, atividade física, IMC com
adolescentes, é uma forma de trabalhar a prevenção de doenças e promoção da
saúde com adolescentes, visto que nas referências pesquisadas evidencia-se que
tais fatores tem estreita relação com o desenvolvimento e crescimento dos
adolescentes, o surgimento ou não de doenças crônico degenerativas e a qualidade
de vida na adolescência e nas próximas etapas de vida.
Atuar na prevenção e na promoção da saúde é uma das funções do
enfermeiro, visto que desonera os serviços de saúde e baseia-se em atividades
simples diárias para melhoria dos hábitos de vida, porém que requerem empenho e
educação em saúde, no caso do profissional enfermeiro.
Durante a realização do trabalho o que mais dificultou foi a não aceitação de
alguns adolescentes e também dos pais, visto que estes é que deviam assinar o
termo de consentimento livre e esclarecido, pois se tratavam de indivíduos menores
de idade. Foi necessária fazer uma busca e entregar um número quase duas vezes
maior ao estimado para que conseguissemos a amostra desjada. No momento da
coleta, muitos adolescentes sentiam-se constrangidos, e não queriam que fosse
verificado o peso e a estatura, porém a quase totalidade deles permitiu tal aferição
depois que foi explicado pelos próprios pesquisadores novamente que tratavam-se
de dados confidenciais, que serviriam apenas para a confecção dos dados e que
nenhum deles em hipótese alguma seria identificado.
É curioso perceber que mesmo aqueles que sentiam-se constrangidos, logo
após a aferição das medidas antropométricas, revelavam eles mesmos aos colegas.
Durante a análise dos dados o mais trabalhoso foi a classificação dos
adolescentes em seu respectivo percentil do índice de massa corpórea, visto que
para a adolescência esse enquadramento se baseia no IMC, no gênero, e na idade .
Dessa maneira cada adolescente teve que ser analisado de maneira individual,
devido às três variáveis.
Tanto na escola pública como na escola particular, percebeu-se o grande
consumo de doces, refrigerantes, sorvetes, alimentos estes que agregam grande
valor calórico, porém destituídos de substâncias essenciais ao organismo, como
53
fibras e vitaminas. Alimentos como refrigerantes, frituras, fast foods, também são
ricos em sódio, substância associada ao aumento da pressão arterial e prejuízos a
órgãos como os rins.
Outro fator importante é que quase a totalidade dos adolescentes tem acesso
aos modernos meios de comunicação e entretenimento (TV, internet, jogos de
computador e videogame), dedicando aos mesmos parte considerável do seu
tempo. Contrapõe-se a este dado que a maioria dos adolescentes também pratica
pelo menos um tipo de atividade física, sendo que o exercício mais referido foi o
futebol. Este fato pode ser explicado segundo Whaley; Wong (2011) afirmam que a
adolescência é uma idade em que o organismo está se preparando para a plenitude
da capacidade física o que propicia a atividade física. Além do mais, a atividade
física serve como uma forma de interação social e uma válvula de escape e para as
tensões geradas por essa fase repleta de transformações físicas, hormonais,
psicológicas e emocionais.
Em relação ao IMC percebe-se que apesar do grande consumo de alimentos
altamente calóricos e do tempo de permanência em atividades sedentárias, a
maioria dos adolescentes se encontra dentro da faixa da normalidade. Este fato
também pode ser explicado, pois grande parte dos adolescentes pratica atividade
física, e nesta fase o organismo dos adolescentes destina grande parte de sua
energia para o crescimento estatural, o chamado estirão do crescimento que ocorre
durante a puberdade. (OLIVEIRA; MARQUES, 2009).
Porém, quase metade dos adolescentes encontram-se fora de sua faixa
normal do IMC: 25,87% estão com IMC abaixo do esperado e 18,72% estão com
IMC acima da faixa de normalidade, o que reforça a ideia de que são necessárias
orientações acerca dos hábitos nutricionais e de mudança nos hábitos de vida.
O Estatuto da Criança e do adolescente em seu artigo 4° afirma que é dever
da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar,
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade, á convivência familiar e comunitária. Este artigo
prova que é dever de todos, especialmente de nós futuros enfermeiros, integrantes
da sociedade civil, zelar pelo bem estar dos adolescentes, o que inclui cuidar da
saúde e da qualidade alimentar e nutricional.
54
No artigo 11, capítulo II é assegurado atendimento integral a saúde da criança
e do adolescente, por intermédio do SUS, garantido o acesso universal e igualitário
ás ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde (redação
dada pela lei n° 11185, de 7/10/2005).
Consideramos que é necessária a realização de novas pesquisas nessa área
que aprofundem mais na questão alimentar e nos alimentos mais consumidos pelos
adolescentes brasileiros, visto que em nosso trabalho procuramos dar um enfoque
amplo na pirâmide alimentar brasileira, visto que a maior parte das referências traz
alimentos não inseridos em nossa realidade.
55
REFERÊNCIAS
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58
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59
APÊNDICE A- Instrumento para a coleta de dados
1ª PARTE: DADOS PESSOAIS
Nome da Escola:
Data de Nascimento: Idade: _____ anos Gênero: ( ) M ( ) F
2ª PARTE: QUESTÃO REFERENTE A ALIMENTAÇÃO DOS ADOLESCENTES
Assinale abaixo com um “X” quais as refeições você faz por dia:
( ) Café da manhã ( ) Lanche (entre o café da tarde e o jantar)
( ) Lanche (entre café da manhã e o almoço) ( ) Jantar
( ) Almoço ( ) Lanche da noite (antes de dormir)
( ) Café da tarde (na escola) ( ) Outros: _____________________________
1) INFORMAÇÕES ALIMENTARES
A seguir estão descritos os grupos alimentares existentes na pirâmide alimentar e seus principais
representantes. Assinale abaixo com um “X” qual a freqüência que você ingere esses alimentos.
CONSTRUTORES
a) LEITE E DERIVADOS (queijo, iogurte, margarina, coalhada)
( ) 1x por dia ( ) 1x por semana ( ) 5x por semana
( ) 2x por dia ( ) 2x por semana ( ) todos os dias
( ) 3x por dia ( ) 3x por semana ( ) nunca
( ) 4x por dia ( ) 4x por semana ( ) outros: ___________________
b) OVOS (cozido / frito / omelete)
( ) 1x por dia ( ) 1x por semana ( ) 5x por semana
( ) 2x por dia ( ) 2x por semana ( ) todos os dias
( ) 3x por dia ( ) 3x por semana ( ) nunca
( ) 4x por dia ( ) 4x por semana ( ) outros: ___________________
c) FEIJÃO (feijão marrom, feijão preto, feijoada)
( ) 1x por dia ( ) 1x por semana ( ) 5x por semana
( ) 2x por dia ( ) 2x por semana ( ) todos os dias
( ) 3x por dia ( ) 3x por semana ( ) nunca
( ) 4x por dia ( ) 4x por semana ( ) outros: ___________________
60
ANEXOS
ENERGÉTICOS
d) PÃES (pão francês, pão doce, pão de batata)
( ) 1x por dia ( ) 1x por semana ( ) 5x por semana
( ) 2x por dia ( ) 2x por semana ( ) todos os dias
( ) 3x por dia ( ) 3x por semana ( ) nunca
( ) 4x por dia ( ) 4x por semana ( ) outros: ___________________
e) MASSAS (macarrão, lazanha, panqueca, canelone, nhoque)
( ) 1x por dia ( ) 1x por semana ( ) 5x por semana
( ) 2x por dia ( ) 2x por semana ( ) todos os dias
( ) 3x por dia ( ) 3x por semana ( ) nunca
( ) 4x por dia ( ) 4x por semana ( ) outros: ___________________
f) ARROZ
( ) 1x por dia ( ) 1x por semana ( ) 5x por semana
( ) 2x por dia ( ) 2x por semana ( ) todos os dias
( ) 3x por dia ( ) 3x por semana ( ) nunca
( ) 4x por dia ( ) 4x por semana ( ) outros: ___________________ REGULADORES
a) FRUTAS (banana, laranja, maçã, morango, abacaxi, goiaba, pêra, pêssego, melão, caqui, melancia)
( ) 1x por dia ( ) 1x por semana ( ) 5x por semana
( ) 2x por dia ( ) 2x por semana ( ) todos os dias
( ) 3x por dia ( ) 3x por semana ( ) nunca
( ) 4x por dia ( ) 4x por semana ( ) outros: ___________________
b) VERDURAS E LEGUMES (alface, tomate, cenoura, beterraba, pepino, batata, batata doce, couve-flor, brócolis, inhame)
( ) 1x por dia ( ) 1x por semana ( ) 5x por semana
( ) 2x por dia ( ) 2x por semana ( ) todos os dias
( ) 3x por dia ( ) 3x por semana ( ) nunca
( ) 4x por dia ( ) 4x por semana ( ) outros: ___________________ ENERGÉTICOS ESPECIAIS
a) DOCES (chocolate, bala, pirulito, chiclete)
( ) 1x por dia ( ) 1x por semana ( ) 5x por semana
( ) 2x por dia ( ) 2x por semana ( ) todos os dias
( ) 3x por dia ( ) 3x por semana ( ) nunca
( ) 4x por dia ( ) 4x por semana ( ) outros: ___________________
61
b) SORVETES / REFRIGERANTES
( ) 1x por dia ( ) 1x por semana ( ) 5x por semana
( ) 2x por dia ( ) 2x por semana ( ) Todos os dias
( ) 3x por dia ( ) 3x por semana ( ) Nunca
( ) 4x por dia ( ) 4x por semana ( ) Outros: ______________________ 3ª PARTE: QUESTÃO REFERENTE À ATIVIDADE FÍSICA
A seguir queremos saber se você pratica alguma atividade física fora do horário escolar.
a) Você pratica algum exercício físico?
( ) Sim ( ) Não
b) Se a resposta for sim, assinale abaixo com um “X” qual atividade você faz:
( ) Futebol ( ) Caminhada ( ) Bicicleta
( ) Natação ( ) Vôlei ( ) Handebol
( ) Tênis ( ) Basquete ( ) Outros: ______________________
c) Se pratica algum exercício, qual a freqüência?
( ) 1x por semana ( ) 4x por semana ( ) Finais de semana
( ) 2x por semana ( ) 5x por semana ( )Outros: ______________________
( ) 3x por semana ( ) Todos os dias
4ª PARTE: QUESTÃO REFERENTE AO USO DE INTERNET E TELEVISÃO
A seguir queremos saber se você assiste à televisão, faz uso de internet e jogos de videogame.
a) Você assiste à televisão, faz uso da internet, jogos no computador ou de videogame? ( ) Sim ( ) Não
b) Se a resposta for sim, assinale com um “X” aproximadamente quantas horas / dia:
( ) Menos de 1 hora ( ) De 4 a 6 horas ( ) Mais de 10 horas
( ) De 1 a 2 horas ( ) De 6 a 8 horas ( ) Outros: _____________________
( ) De 2 a 4 horas ( ) De 8 a 10 horas
5ª PARTE: DADOS ANTROPOMÉTRICOS
Peso: ________________ IMC (Índice de Massa Corporal): ________________________ Estatura: ____________
OBRIGADA PELA PARTICIPAÇÃO!
62
ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (para maiores de 18
anos)
Nós, Valdinéa Luiz Hertel, Ana Carolina Fernandes Cantuária e Fabiano
Franklin Batista Pereira, docente e graduandos em enfermagem do 7º período da
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), da cidade de Itajubá, MG,
estamos realizando uma pesquisa, com os adolescentes da cidade de Itajubá
objetivando “identificar os hábitos nutricionais, avaliar a obesidade dos adolescentes
e comparar o nível de obesidade com os hábitos nutricionais dos adolescentes de
uma escola pública estadual e de uma escola particular da cidade de Itajubá”. A
partir do conhecimento destes dados, os enfermeiros poderão compreender o que
ainda, na comunicação e no cuidado, se faz necessário melhorar e, com isso,
estabelecer uma relação interpessoal mais humana e aberta. Isso fará com que
estes profissionais tenham uma comunicação adequada e possam atuar junto aos
adolescentes de forma mais segura e apropriada.
Para efetivar esta pesquisa, precisamos que você concorde em participar da
mesma, respondendo a uma questão desse assunto e outras sobre seus dados
pessoais.
Esclarecemos que as informações obtidas serão mantidas em sigilo e que
você, em momento algum, será identificado pelo nome. Todas as suas informações
ficarão sob nossa responsabilidade e trabalharemos com elas de forma global, isto
é, reunindo dados de todos os adolescentes que participarem do estudo. É
importante lembrar que a sua participação é estritamente voluntária e a qualquer
momento você terá a liberdade de desistir, se assim o desejar.
Este Termo de Consentimento Pós-informação e Esclarecimento é um
documento que comprova a sua permissão. Precisamos da sua assinatura para
oficializar o seu consentimento. Agradecemos desde já sua valiosa colaboração e
nos colocamos à sua disposição para outros esclarecimentos necessários.
63
DECLARAÇÃO
Declaro para os fins que entendi tudo o que me foi explicado a respeito desta
pesquisa, estou ciente dos objetivos, assim como do seu desenvolvimento e
entrevista a qual serei submetido(a).
Diante, disso, confirmo minha participação nesta pesquisa e, para isto, lavro
minha assinatura no presente documento.
Itajubá, / / .
Nome:
Assinatura do Participante Assinatura do Pesquisador
Para possíveis informações ou esclarecimentos a respeito da pesquisa, você poderá contatar o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/EEWB) no telefone: (35) 3622-0930 ramal 323, em Itajubá-MG.
64
Anexo B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Para adolescentes)
Nós, Valdinéa Luiz Hertel, Ana Carolina Fernandes Cantuária e Fabiano
Franklin Batista Pereira, docente e graduandos em enfermagem do 7º período da
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), da cidade de Itajubá, MG,
estamos realizando uma pesquisa com os adolescentes da cidade de Itajubá
objetivando “identificar os hábitos nutricionais, avaliar a obesidade dos adolescentes
e comparar o nível de obesidade com os hábitos nutricionais dos adolescentes de
uma escola pública estadual e de uma escola particular da cidade de Itajubá”. A
partir do conhecimento destes dados, os enfermeiros poderão compreender o que
ainda, na comunicação e no cuidado, se faz necessário melhorar e, com isso,
estabelecer uma relação interpessoal mais humana e aberta. Isso fará com que
estes profissionais tenham uma comunicação adequada e possam atuar junto aos
adolescentes de forma mais segura e apropriada.
Para efetivar esta pesquisa, precisamos que você concorde em participar da
mesma, respondendo a uma questão desse assunto e outras sobre seus dados
pessoais.
Esclarecemos que as informações obtidas serão mantidas em sigilo e que
você, em momento algum, será identificado pelo nome. Todas as suas informações
ficarão sob nossa responsabilidade e trabalharemos com elas de forma global, isto
é, reunindo dados de todos os adolescentes que participarem do estudo. É
importante lembrar que a sua participação é estritamente voluntária e a qualquer
momento você terá a liberdade de desistir, se assim o desejar.
Este Termo de Consentimento Pós-informação e Esclarecimento é um
documento que comprova a sua permissão. Precisamos da sua assinatura para
oficializar o seu consentimento. Agradecemos desde já sua valiosa colaboração e
nos colocamos à sua disposição para outros esclarecimentos necessários.
65
DECLARAÇÃO
Declaro para os fins que entendemos tudo o que nos foi explicado a respeito
desta pesquisa, estamos cientes dos objetivos, assim como do seu desenvolvimento
e entrevista a qual o adolescente (menor de idade) sob minha responsabilidade será
submetido(a).
Diante, disso, confirmamos a participação voluntária do adolescente nesta
pesquisa e, para isto, lavramos as assinaturas no presente documento.
Itajubá, / / .
Nome:
Assinatura do Participante Adolescente Assinatura do Responsável
Assinatura do Pesquisador
Para possíveis informações ou esclarecimentos a respeito da pesquisa, você poderá contatar o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/EEWB) no telefone: (35) 3622-0930 ramal 323, em Itajubá-MG.
66
ANEXO C - Percentil do IMC diagnóstico nutricional
Cálculo do IMC e pontos de corte estabelecidos para adolescentes
Idade Percentil de IMC por Idade adolescente Sexo Feminino
5 15 50 85 95 10 14,23 15,09 17 20,19 23,2 11 14,6 15,53 17,67 21,18 24,59 12 14,98 15,98 18,35 22,17 25,95 13 15,36 16,43 18,95 23,08 27,07 14 15,67 16,79 19,32 23,88 27,97 15 16,01 17,16 19,69 24,29 28,51 16 16,37 17,54 20,09 24,74 29,1 17 16,59 17,81 20,36 25,23 29,72 18 16,71 17,99 20,57 25,56 30,22
19 16,87 18,2 20,8 25,85 30,72
Índice de Massa Corporal (IMC) = Peso (kg)/ Altura² (m)
< Percentil 5: Baixo Peso
Percentil 5 e < Percentil 85: Adequado ou Eutrófico
Percentil 85: Sobrepeso
Idade Percentil de IMC por Idade adolescente Sexo Masculino
5 15 50 85 95
10 14,42 15,15 16,72 19,6 22,6
11 14,83 15,59 17,28 20,35 23,7
12 15,24 16,06 17,87 21,12 24,89
13 15,73 16,62 18,53 21,93 25,93
14 16,18 17,2 19,22 22,77 26,93
15 16,59 17,76 19,92 23,63 27,76
16 17,01 18,32 20,63 24,45 28,63
17 17,31 18,68 21,12 25,28 29,32
18 17,54 18,89 21,45 25,95 30,02
19 17,8 19,2 21,86 26,36 30,66 Fonte: WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO. Physical Status: the use and interpretation of anthropometry. WHO Technical Report Series n. 854. Geneva: WHO, 1995.
67
ANEXO D – Parecer Consubstanciado Nº 597/2010
68