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ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ GLEICE KELLY DE SOUZA OLIVEIRA CUIDADOS PALIATIVOS SOB A ÓPTICA DE ENFERMEIROS E MÉDICOS DE UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR ITAJUBÁ-MG 2013

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ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ

GLEICE KELLY DE SOUZA OLIVEIRA

CUIDADOS PALIATIVOS SOB A ÓPTICA DE ENFERMEIROS E MÉDICOS DE UMA

INSTITUIÇÃO HOSPITALAR

ITAJUBÁ-MG

2013

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GLEICE KELLY DE SOUZA OLIVEIRA

CUIDADOS PALIATIVOS SOB A ÓPTICA DE ENFERMEIROS E MÉDICOS DE UMA

INSTITUIÇÃO HOSPITALAR1

Trabalho de Pesquisa do Programa de Bolsa de Iniciação Científica (PROBIC), apresentado à Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, desenvolvido com apoio financeiro do Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).

Orientadora: Prof.ª M.ª Ivandira Anselmo Ribeiro Simões.

ITAJUBÁ-MG

2013

1 Pesquisa desenvolvida com a colaboração das alunas Ângela Michele Fernandes, Lethícia Thaís Rezende Gomes e Thays Cristina Vieira Rodrigues. Cumpre ressaltar que as três alunas citadas acima utilizaram-na como Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de Enfermeira.

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O48c Oliveira, Gleice Kelly de Souza. Cuidados paliativos sob a óptica de ... / Gleice Kelly de Souza Oliveira ... [et al.]. - 2013. 95 f.

Orientadora: Profª. M.ª Ivandira Anselmo Ribeiro S. Trabalho de Pesquisa (Programa de Bolsa de Iniciação Científica - PROBIC/FAPEMIG) -Escola de Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, 2013.

1. Cuidados paliativos. 2. Enfermeiros. 3. Médicos. I. Fernandes, Ângela Michele, colab. II. Gomes, Lethícia Thaís Resende, colab. III. Rodrigues, Thays Cristina Viei- ra, colab. IV. Título.

NLM: WB 310

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB)

Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB 6/2777

© reprodução autorizada pela autora

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos pacientes sem possibilidade de cura que foram inspiração para

a realização do mesmo.

Aos enfermeiros e médicos que aceitaram participar da pesquisa.

Aos meus pais que estão sempre torcendo pelo meu sucesso.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me capacitar e me dar força para concretizar esta tarefa.

A minha orientadora Ivandira Anselmo Ribeiro Simões pela atenção, dedicação e

compreensão dadas a mim durante a realização de todo o trabalho.

Aos meus familiares por todo o carinho e apoio, mesmo não estando perto.

Aos enfermeiros e médicos participantes da pesquisa que me possibilitaram a realização

deste trabalho.

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“Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem, ou que

seus planos nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém”

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RESUMO

A pesquisa teve como objetivos: Identificar a percepção de cuidados paliativos para enfermeiros e médicos que trabalham no Hospital Escola da cidade de Itajubá, MG. Foi uma abordagem qualitativa, descritiva, exploratória e transversal. Foram entrevistados 15 enfermeiros e 15 médicos. A amostragem foi do tipo proposital (ou intencional ou racional). A coleta de dados foi realizada mediante roteiro de entrevista semi-estruturada contendo uma pergunta norteadora: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de cuidados paliativos? Poderia me contar? Do ponto de vista dos enfermeiros foram identificadas as seguintes ideias centrais quanto a percepção de cuidados paliativos: “cuidados prestados ao paciente em fase terminal”, “cuidados que abrangem a família”, “proporcionar conforto no final da vida”, “prática da não maleficência”, “os cuidados paliativos são importantes”, “engloba uma equipe multiprofissional” e “cuidados que minimizam a dor”. Para os médicos observamos as seguintes ideias centrais: “cuidados prestados ao paciente em fase terminal”, “proporcionar conforto no final da vida”, “cuidados que minimizam a dor”, “cuidados para que se tenha uma boa morte”, “prática da não maleficência”, “cuidados que abrangem a família”, “os cuidados paliativos são importantes” e “engloba uma equipe multiprofissional”. O método utilizado foi o discurso do sujeito coletivo e o cenário foi uma instituição hospitalar da cidade de Itajubá, MG. Seguiu a resolução 196/96 CNS. Foi possível perceber que os cuidados paliativos ainda é um tema pouco discutido no ambiente hospitalar e que seria de grande relevância que outras pesquisas sobre o tema fossem realizadas a fim de melhor compreensão.

Palavras-chave: Cuidados paliativos. Enfermeiros. Médicos.

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ABSTRACT

The research aimed to: identify the perception of palliative care for nurses and doctors working in the University Hospital of the city of Itajubá, MG. It was a qualitative, descriptive, exploratory and crosses. We interviewed 15 nurses and 15 doctors. Sampling was purposeful type (either intentional or rational). Data collection was performed by script semi structured interview containing a guiding question: Considering your experiences and experiences on (care), to treat critically ill patients, what is your perception of palliative care? Could you tell me? The method used was the collective subject discourse and the setting was a hospital in the city of Itajubá, MG. Followed theresolution 196/96. From the point of view of nurses were identified the following core ideas as the perception of palliative care: “patient care in the terminal phase”, “covering family care”, “provide comfort at the end of life”, “practice of nonmaleficence”, “palliative care are important”, “encompasses a multidisciplinary team” and “care that minimize pain.” For doctors observe the following core ideas: “care to the terminally ill patient”, “comfort at end of life”, “care that minimize pain”, “care in order to have a good death”, “practice of nonmaleficence” , “covering family care” , “palliative care are important” and “embraces a multidisciplinary team” . It could be observed that palliative care is still a topic rarely discussed in the hospital and would be of great relevance to other research on the topic were held in order to better understanding.

Keywords: Palliative care. Nurses. Doctors.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Características pessoais e profissionais dos enfermeiros de uma

instituição hospitalar ...................................................................................................33

Quadro 2 – Características pessoais e profissionais dos médicos de uma

instituição hospitalar ...................................................................................................34

Quadro 3 - Ideias centrais, sujeitos e frequência das ideias centrais do tema:

experiências e vivências sobre (cuidar) tratar de pacientes gravemente enfermos.

Enfermeiros ..................................................................................................................35

Quadro 4 - Ideias centrais, sujeitos e frequência das ideias centrais do tema:

experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos.

Médicos .......................................................................................................................39

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Ideias centrais dos enfermeiros sobre experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos ..................................................38

Figura 2 - Ideias centrais dos médicos sobre experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos ..................................................42

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................13

1.1 INTERESSE ........................................................................................................14

1.2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................14

1.3 OBJETIVO...........................................................................................................17

2 MARCO CONCEITUAL.......................................................................................18

2.1 HISTÓRICO E FILOSOFIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS ...............................18

2.2 PRINCÍPIOS DOS CUIDADOS PALIATIVOS .....................................................19

2.3 CUIDADOS PALIATIVOS NO BRASIL................................................................19

2.4 CUIDADOS PALIATIVOS E A BIOÉTICA ...........................................................19

2.5 CUIDADOS PALIATIVOS E A ESPIRITUALIDADE ............................................20

2.6 CUIDADOS PALIATIVOS E A ENFERMAGEM ..................................................20

2.7 CUIDADOS PALIATIVOS E A MEDICINA...........................................................22

3 REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO ...................................................24

3.1 REPRESENTAÇÃO SOCIAL ..............................................................................24

3.1.1 O discurso do sujeito coletivo em partes....................................................... 25

4 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA .......................................................................27

4.1 CENÁRIO DE ESTUDO ......................................................................................27

4.2 LOCAL DO ESTUDO...........................................................................................27

4.3 DELINEAMENTO DO ESTUDO ..........................................................................28

4.4 PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM ..............................................29

4.5 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS .........................................................30

4.5.1 Procedimentos de coleta de dados................................................................. 30

4.6 PRÉ-TESTE ........................................................................................................30

4.7 ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DOS DADOS .......................................................31

4.8 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA..................................................................31

4.9 RESULTADOS DO ESTUDO ..............................................................................31

5 RESULTADOS....................................................................................................32

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA ............................32

5.1.1 Enfermeiros....................................................................................................... 32

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5.1.2 Médicos ............................................................................................................. 33

5.2 TEMA, IDEIA CENTRAL E DSC..........................................................................34

5.2.1 Tema: Cuidados paliativos sob a óptica de enfermeiros e médicos de uma . .

instituição hospitalar ...................................................................................... 35

6 DISCUSSÃO .......................................................................................................44

7 CONCLUSÃO .....................................................................................................53

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................54

REFERÊNCIAS...................................................................................................56

APÊNDICE A - Instrumento de análise de discurso – 1 (IAD – 1)..................61

APÊNDICE B - Instrumento de análise de discurso – 2 (IAD – 2)..................72

APÊNDICE C - Roteiro de entrevista semiestruturada...................................85

APÊNDICE D - Características pessoais dos profissionais de saúde

.. (Enfermeiros e Médicos)...................................................................................86

APÊNDICE E - Carta de solicitação para coleta de dados destinada à .

instituição ..........................................................................................................88

APÊNDICE F - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.......................90

ANEXO A - Folha de Rosto para Pesquisa com Seres Humanos..................92

ANEXO B – Parecer Consubstanciado N. 795/2011........................................94

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1 INTRODUÇÃO

Para Melo e Figueiredo (2006), a ortotanásia procura abrir pistas para as

pessoas garantirem a dignidade no seu viver e no seu morrer e respeitar o bem-

estar da pessoa. Permite ao doente, que já entrou na fase final, enfrentar a morte

com tranquilidade porque, nessa perspectiva, a morte é algo que faz parte da vida e

não é uma doença a ser curada.

De acordo com Juver e Riba (2009), a missão do cuidado paliativo é oferecer

uma melhor qualidade de vida durante a evolução da doença ameaçadora à vida e

dignidade no momento da morte. O início precoce dos cuidados paliativos apresenta

algumas vantagens como uma maior interação das equipes com o paciente e seus

familiares, o tratamento de sintomas físicos e psíquicos decorrentes do próprio

tratamento curativo, a redução do sentimento de abandono por uma possível “troca

de equipe” vivenciado por alguns pacientes.

Segundo Melo e Caponero (2009), o conceito de cuidados paliativos teve

origem no movimento hospice, originado por Cecily Saunders e colaboradores. A

partir daí, disseminou-se pelo mundo uma nova filosofia sobre o cuidar, que se

baseou em dois elementos fundamentais: o controle efetivo da dor e de outros

sintomas decorrentes dos tratamentos em fase avançada das doenças e o cuidado

abrangendo as dimensões psicológicas, sociais e espirituais de pacientes e suas

famílias.

Na perspectiva de Melo e Caponero (2009), a palavra hospice tem origem no

latim hospes, significando estranho e depois anfitrião, hospitalis, que significa

amigável, ou seja, “bem vindo ao estranho” e evoluiu para o significado de

hospitalidade. Começou a ser introduzido um novo conceito de cuidar e não só

curar, focado no paciente até o final de sua vida. Foi criado um novo campo, o da

medicina paliativa. Equipes de saúde especializadas no controle da dor e no alívio

de sintomas foram incorporadas a essa filosofia. O termo palliare origina-se do latim

e significa proteger, amparar, cobrir, abrigar, ou seja, a perspectiva de cuidar, e não

somente curar, surge amplamente, trazendo a essência da medicina como foco

principal.

Na óptica de Benarroz, Faillace e Barbosa (2009), os cuidados paliativos são

definidos como uma modalidade que melhora a qualidade de vida dos pacientes

sem possibilidade de cura, quando enfrentam determinada doença, e de seus

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familiares, por meio de prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce,

da avaliação impecável e do tratamento da dor e de outros sintomas físicos,

psicossociais e espirituais.

Segundo Castro, Alves e Magalhães (2009), por meio de observações no

ensino clínico, percebe-se que a equipe de enfermagem preocupa-se mais com os

cuidados básicos de higiene, curativo, alimentação, administração de medicamento,

do que em fornecer um atendimento holístico e humanizado ao paciente que está

fora da possibilidade de cura. Já os médicos se privam em oferecer atenção apenas

para a patologia do paciente.

1.1 INTERESSE

O interesse pelo tema surgiu quando observamos que muitos pacientes sem

possibilidade de cura estão sendo submetidos a tratamentos fúteis e

desnecessários. Pois, a equipe de saúde, presta os cuidados de forma técnica sem

levar em consideração a real condição dos pacientes, muitas vezes severamente

debilitados e sem expectativas de vida. A autonomia dos pacientes não é respeitada,

pois não se preocupam em conhecer o desejo do mesmo, assim são submetidos a

vários procedimentos desgastantes e até invasivos, que só irão prolongar o

sofrimento. Contudo torna-se necessário maior atenção à ortotanásia.

Enquanto alunos da graduação percebemos que devemos cuidar do paciente

de uma forma integral, oferecendo todos os tipos de assistência, considerando suas

reais condições e cuidando de forma humanizada.

Pretende-se, que os acadêmicos, futuros profissionais e aqueles já atuantes

façam a diferença e prestem os cuidados paliativos em todas as suas variadas

dimensões.

Contudo, observou-se no ensino clínico que os profissionais da área de saúde

em geral estão muito sobrecarregados de suas tarefas diárias e dão pouca atenção

ao atendimento holístico do paciente. As instituições hospitalares deveriam capacitar

os profissionais para que conheçam e realizem os cuidados paliativos.

1.2 JUSTIFICATIVA

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De acordo com Silva (2009), calcula-se que, no ano de 2025, o Brasil se

tornará a sexta maior população de idosos do mundo, e que a faixa que terá maior

crescimento será a dos “muitos velhos”, pessoas com mais de 80 anos.

Diante disso, é possível observar que o Brasil será um país de população

idosa. E os idosos, muitas vezes em virtude da idade, são acometidos por doenças

crônico-degenerativas, o que lhes confere maior necessidade de cuidados paliativos.

Na perspectiva de Doyler (2009), o cuidado paliativo enxerga o paciente como

um ser total, respeitando-o não só como um corpo, mas valorizando também a sua

mente, a sua alma e o seu círculo social no qual ele transita. Esse conceito nos diz,

resumidamente, que devemos prestar o cuidado para a pessoa inteira, e não apenas

para com a parte dela que funciona mal.

Para Melo e Caponero (2009), a medicina paliativa tem como foco principal o

cuidar. Assim, alguns princípios básicos são primordiais: escutar o paciente; fazer

um diagnóstico antes de tratar; conhecer muito bem as drogas a serem

administradas; empregar drogas que tenham mais de um objetivo de alívio; manter

tratamentos o mais simples possível; nem tudo que dói deve ser tratado com

medicamentos e analgésicos; cuidados paliativos são intensivos; aprender a

reconhecer e desfrutar pequenas realizações e ter consciência de que sempre há

algo que pode ser feito. Com bases nesses princípios, os profissionais de saúde

podem valorizar pequenas realizações e dividi-las com seus pacientes.

Segundo Melo e Figueiredo (2006), não é fácil discutir cuidados paliativos e a

filosofia hospice, pois as questões referentes ao final da vida não são discutidas na

nossa sociedade e nem foram aprendidas por ela. É preciso mudar a ideia de que

nada se pode fazer para esses enfermos e mudar de atitude. Muito se pode e deve

ser feito para o bem-estar de quem está sofrendo ou chegando aos momentos finais

da vida, e isso não compreende nem o abandono nem tratamentos agressivos e

desnecessários.

Conforme Arantes (2010), o Código de Ética Médica sofreu mudanças, dentre

elas, o artigo 41, parágrafo único relata sobre os cuidados paliativos:

“Nos casos de doença incurável e terminal, deve o médico oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal.”

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Faz-se necessário conhecer a filosofia e os princípios, respeitar as vontades e

não cometer distanásia.

De acordo com Aurélio, citado por Pessini (2006), o termo distanásia é

definido como morte lenta, ansiosa e com muito sofrimento. É, portanto, um

tratamento inútil e fútil que prolonga a agonia, o sofrimento e adia a morte.

Já na enfermagem, tem-se o Conselho Regional de Enfermagem de Minas

Gerais. Segundo o mesmo (2009), o Código de Ética dos profissionais de

Enfermagem em seu artigo 18, seção I, das relações com a pessoa, família,

coletividade. Sendo assim, são responsabilidades e deveres dos enfermeiros:

“Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da pessoa ou de seu representante legal de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento, conforto e bem-estar.”

Na óptica de Caponero e Vieira (2006), a equipe de saúde, tornou-se

demasiadamente técnica e esqueceu-se do humano. Pacientes sem possibilidade

de cura são encaminhados para serviços de retaguarda em um processo de ruptura

entre o lado “curativo” e o “paliativo”.

Para Benarroz, Faillace e Barbosa (2009), os cuidados paliativos abordam,

frequentemente, o tema bioética, pois lidam com a dor, a perda, o sofrimento e a

morte. Assim, o paciente, ainda que sem possibilidade de cura ou em fase terminal,

deve ser tratado com dignidade.

Conforme Benarroz, Faillace e Barbosa (2009), o aumento da expectativa de

vida, o novo cenário de avanço tecnológico, a integração entre perspectivas e a

formação profissional mais diferenciada, humanizada, pautada na ética, na biologia

e no respeito à vida, buscam a qualidade de vida e a dignidade humana, adequando

ações que envolvem a vida e o viver. O conhecimento técnico – científico baseado

nos pilares da bioética principalista (autonomia, justiça, beneficência, não-

maleficência), aplicada na prática clínica como norteadora de decisões, deve ser

considerada em favor da qualidade de atendimento ao paciente.

O presente trabalho é de relevância para os profissionais e acadêmicos de

enfermagem atuantes na área de saúde, à medida que visa trazer uma nova

perspectiva em relação à percepção de cuidados e principalmente o cuidado

paliativo sob a óptica de enfermeiros e médicos. Esses profissionais possuem um

conhecimento técnico sobre a morte e, ao final da vida, muitas vezes, o cuidado

humanizado fica a desejar. Sendo assim, o trabalho será importante para a

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sociedade científica, já que, por meio deste, outros profissionais de saúde poderão

obter novos conhecimentos, refletir e ter uma nova visão sobre o morrer com

dignidade. Percebe-se também a escassez de artigos que dão ênfase ao assunto.

Esse trabalho trará benefícios à sociedade, à família e aos pacientes na medida em

que possibilitará um melhor cuidado prestado às pessoas frente ao doente fora de

possibilidade de cura, diminuindo a sua dor e garantindo o morrer com dignidade.

Diante do exposto, emergiu a seguinte inquietação: Qual a percepção de

cuidados paliativos para enfermeiros e médicos da cidade de Itajubá-MG?

1.3 OBJETIVO

Identificar a percepção de cuidados paliativos para enfermeiros e médicos

que trabalham no Hospital Escola da cidade de Itajubá, MG.

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2 MARCO CONCEITUAL

Nesse capítulo, abordaremos o histórico dos cuidados paliativos, seus

princípios, no Brasil, a relação com a bioética, espiritualidade, enfermagem e

medicina.

2.1 HISTÓRICO E FILOSOFIA DOS CUIDADOS PALIATIVOS

De acordo com Rodrigues e Zago (2009), na década de 1960, surgiu no

Reino Unido um dos grandes movimentos visando à abordagem do cuidado integral

do doente e não da doença, dando início ao desenvolvimento dos cuidados

paliativos, o chamado movimento hospice moderno. A palavra francesa hospice

significa hospedagem, hospitalidade e traduz um sentimento de acolhida.

Segundo Floriani e Schramm (2008), na mesma década, surgiram vozes

denunciando o desconforto com o modo com que os pacientes com doenças

terminais eram tratados, geralmente abandonados por seus médicos, cercados por

tubos e aparelhos, e não por pessoas próximas e queridas a eles.

Na perspectiva de Floriani e Schramm (2008), o termo hospice se fundamenta

na compaixão e em um tipo de cuidado global com o paciente, estendendo-se aos

cuidados à família, em uma busca de práticas que aliviem os sintomas angustiantes,

principalmente a dor, percebendo a morte como parte de um processo natural e não

como um inimigo a ser enfrentado.

Conforme Souza e Bifulco (2010), a filosofia hospice envolve a assistência

integral ao ser humano e segue o paradigma do cuidado: controle da dor e de outros

sintomas; comunicação franca e honesta; qualidade de vida; autonomia; equipe

multiprofissional; princípios da bioética e da ortotanásia; morte como acontecimento

natural da vida.

Segundo Floriani e Schramm (2008), os cuidados paliativos são uma

modalidade emergente da assistência na fase final da vida, construídos dentro de

um modelo de cuidados totais, ativos e integrais prestados ao paciente com doença

avançada e terminal, e a sua família, legitimados pelo direito do paciente de morrer

com dignidade.

Para Guimarães (2008), a mensagem dos cuidados paliativos é: qualquer que

seja a doença, não importa quão avançada esteja ou quais tratamento já tenham

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sido realizados, há sempre algo que pode ser feito a fim de melhorar a qualidade de

vida que resta para o paciente.

2.2 PRINCÍPIOS DOS CUIDADOS PALIATIVOS

Conforme Melo e Figueiredo (2006), o foco principal dos cuidados paliativos é

o cuidar, portanto alguns princípios são importantes: escutar o paciente; levantar o

diagnóstico; conhecer as drogas que serão utilizadas; propor tratamento simples;

não tratar com medicamentos e analgésicos tudo que dói e aprender a reconhecer

pequenas realizações e desfrutar delas.

2.3 CUIDADOS PALIATIVOS NO BRASIL

De acordo com Pimenta e Mota (2006), os cuidados paliativos tiveram início

na Brasil há mais de 20 anos, com implementação de serviços de dor nos estados

do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Em 1983, foi

criada a associação brasileira para estudos da dor e, em 1997, a sociedade

brasileira de cuidados paliativos. Atualmente, no Brasil, há pelo menos 30 centros de

cuidados paliativos em onze estados.

Para Pimenta e Mota (2006), pode-se considerar recente o ressurgimento da

assistência à dor e dos cuidados paliativos, embora o alívio de sintomas seja tão

antigo quanto a história do cuidado com a doença. É importante lembrar que poucos

profissionais sabem praticar esses cuidados, ensinar e treinar outros profissionais.

Segundo Melo e Caponero (2009), os cuidados paliativos vêm obtendo um

crescente olhar nos últimos anos por parte dos profissionais de saúde, gestores,

administradores de instituições hospitalares, governo, mas principalmente da

sociedade em geral. Há um crescente número de pessoas acometidas pelas

diversas doenças crônico- evolutivas, em especial o câncer, segundo as estatísticas.

Diante do exposto, os cuidados paliativos passaram a ter que ser compreendidos e

incorporados definitivamente nos tratamentos dos pacientes e nas unidades

hospitalares.

2.4 CUIDADOS PALIATIVOS E A BIOÉTICA

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Na perspectiva de Pessini (2006), são elucidadas inúmeras reflexões

bioéticas ao tratarmos da temática dos cuidados paliativos. A definição do conceito

cuidados paliativos e a compreensão de sua filosofia nos levam a uma reflexão

profunda acerca do paradigma do cuidado e da cura, enfatizando-se que o cuidado

deve sempre ter prioridade sobre a cura por inúmeras razões.

Na óptica de Pessini (2006), na implementação da medicina paliativa, cinco

referenciais éticos são fundamentais, os quais são: a veracidade (base para a

confiança no relacionamento profissional/paciente); a proporcionalidade terapêutica

(defende a implementação apenas das medidas terapêuticas úteis); o referencial de

duplo efeito (quando se teme que os efeitos negativos sejam maiores que os

positivos), da prevenção (defende a implementação de medidas para prevenir

complicações e para a orientação de familiares) e do não abandono (mesmo quando

há sensação de impotência, deve-se acompanhar o paciente e a família e ser

solidário).

2.5 CUIDADOS PALIATIVOS E A ESPIRITUALIDADE

De acordo com Santos (2009), desde que o homem se entende como ser

pensante, ele vem usando a espiritualidade para compreender o significado da vida

e da morte; da sua presença no mundo; para melhorar a saúde e como ferramenta

para lidar com (coping) as adversidades e a dor, seja ela física, moral e/ou espiritual.

Conforme Souza e Bifulco (2010), a espiritualidade em cuidados paliativos é

considerada uma ferramenta importante para o controle da dor e de outros sintomas.

O modo como vivenciamos nossa espiritualidade durante a vida pode influenciar

sobremaneira o momento e as decisões na hora de nossa passagem.

Para Souza e Bifulco (2010), em cuidados paliativos, temos o conhecimento

do quão é importante encarar de maneira serena o processo do adoecimento e

morte. Decisões de cunho puramente espiritual como perdoar, ser perdoado, e

perdoar-se a si mesmo traz ao paciente e à família sensação de força e paz para

recomeçar na ausência física de quem está partindo.

2.6 CUIDADOS PALIATIVOS E A ENFERMAGEM

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Conforme Fernandes, Reis e Martins (2008), com o passar dos anos, a

enfermagem vem desenvolvendo continuamente uma base de conhecimento próprio

e singular. Em sua trajetória emergiram conceitos, princípios e definições que

subsidiam a elaboração de teorias em enfermagem. Essas teorias constituem-se

como base segura para a ação eficaz do cuidado, que exige olhares específicos e

interpretativos de conceitos.

Segundo Fernandes, Reis e Martins (2008), desde o princípio a enfermagem

tem como função precípua o cuidado. Antes da regulamentação de profissões como

nutrição, fisioterapia e assistência social, essas funções eram exercidas pelos

profissionais de enfermagem.

Na perspectiva Fernandes, Reis e Martins (2008), a medicina paliativa, como

especialidade que deve ser exercida na forma de uma equipe interdisciplinar, tem,

como parte integrante, profissionais de enfermagem que trazem todo esse

conhecimento acumulado em sua prática profissional.

Conforme Fernandes, Reis e Martins (2008), durante sua vida acadêmica, os

profissionais de enfermagem adquirem conhecimentos para planejar e implementar

o cuidado de forma holística. Os cuidados de enfermagem estão para além da

entidade doença e se realizam em situações de saúde, bem como, em situações em

que não há mais nada a fazer do ponto de vista curativo.

Para Silva, Araujo e Firmino (2008), oferecer cuidados paliativos em

enfermagem é vivenciar e compartilhar momentos de amor e compaixão,

aprendendo com os pacientes que é possível morrer com dignidade e graça. É dá-

los a certeza de que não estão sozinhos no momento da morte, é oferecer o cuidado

holístico, atenção humanística, associados ao controle da dor e de outros sintomas.

É mostrar ao paciente que uma morte tranquila e digna é seu direito. É contribuir

para que a sociedade perceba que é possível desassociar a morte e o morrer do

medo e da dor. A enfermagem, especialmente o enfermeiro, tem enorme potencial

para otimizar esse cuidado.

De acordo com Silva, Araujo e Firmino (2008), no Brasil, o termo

“enfermagem paliativa” não é reconhecido e parece sofrer os mesmos

questionamentos conceituais que os termos “cuidados paliativos” e “pacientes

terminais”.

Na óptica de Fernandes, Reis e Martins (2008), o enfermeiro tem papel

importante, em vários níveis, no cuidado do paciente em fase terminal, como na

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aceitação do diagnóstico, na ajuda para conviver com a enfermidade, no apoio à

família antes e depois da morte.

Segundo Fernandes, Reis e Martins (2008), os enfermeiros devem trabalhar

com a família para aumentar sua participação nos cuidados relacionados ao

paciente, oferecendo apoio e proporcionando crescimento para ambos.

De acordo com Fernandes, Reis e Martins (2008), os cuidados paliativos

devem se realizar por meio de boa comunicação, controle adequado dos sintomas,

emprego de medidas para aliviar ou atenuar o sofrimento e apoio à família diante da

morte e durante o processo de dor.

Para Fernandes, Reis e Martins (2008), o enfermeiro deve saber guiar e

orientar o cuidado global ao paciente, sendo imprescindível que aprenda a escutar

com atenção, tentando sempre que possível reduzir a ansiedade dos pacientes em

razão de medo da doença e do futuro.

2.7 CUIDADOS PALIATIVOS E A MEDICINA

Na óptica de Guimarães (2008), o constante avanço da tecnologia vem

provocando mudanças na medicina e no modo como os profissionais da área se

relacionam com os pacientes. Tratar apenas da doença, sem escutar e compreender

o lado humano que existe na pessoa enferma é um modelo que vem sendo

substituído por outros, entre eles os modelos curativo e paliativo.

Segundo Guimarães (2008), o modelo curativo enfatiza a doença e sua

fisiopatologia mais do que o paciente. A investigação e diagnóstico com o objetivo

de se alcançar a cura são os principais destaques dessa abordagem que deixa de

lado o foco humano, obscurecido pela ciência e pela tecnologia. O modelo paliativo

adota como primeiro plano o paciente e engloba mais do que o cuidado com as

necessidades físicas, visa atingir às necessidades espirituais e psicológicas do

paciente e de sua família.

De acordo com Guimarães (2008), para muitos médicos, quando já foram

feitos todos os recursos de cura e o sucesso não foi atingido, os pacientes passam a

ser vistos como perdedores, e “nada mais pode ser feito”. Ocorre assim o que se

chama de morte social, antes mesmo da morte biológica. Todavia, o fim do

tratamento para a doença não significa o final de todos os tratamentos ativos, indica

apenas uma mudança de estratégia.

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Conforme Guimarães (2008), historicamente, cabe ao médico o papel de

coordenador da equipe interdisciplinar, integrando-a ao redor do paciente, com o

objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida ao enfermo. Infelizmente, os

médicos, em sua formação acadêmica, não são treinados para aceitar a morte como

parte da vida e não estão acostumados a ver o paciente com um todo.

Na perspectiva de Paiva (2009), geralmente os médicos não conseguem lidar

de forma positiva com os limites da medicina e suas próprias limitações. Sendo

assim, fica difícil encarar o fim e os limites do ser humano.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO

É tratada, nesse capítulo a representação social e o DSC em partes. O estudo

teve abordagem qualitativa e a pesquisa de campo foi do tipo descritivo, exploratório

e transversal.

3.1 REPRESENTAÇÃO SOCIAL

De acordo com Lefevre e Lefevre (2010), a sociedade é constituída por um

plano simbólico que pode ser configurado como um sistema de crenças ou

Representações Sociais (RS) compartilhadas que permitem a comunicação entre

seus membros, conferindo-lhe coesão. Os membros de uma formação social

costumam falar a mesma língua, mas não compartilham necessariamente as

mesmas ideias. Entretanto, possuem um determinado nível de compartilhamento

que permite que essas ideias, mesmo que divergentes, possam ser trocadas.

O contexto histórico, presente nesse começo de século XXI, é o do mundo

globalizado, no qual se desenvolvem e crescem formações sociais que se

caracterizam, no plano da infraestrutura, entre outras coisas, por serem sociedades

pelo princípio do consumo individualizado, que tende a impor sua marca a todo

custo. Para os mesmos autores, as Representações Sociais são reelaborações de

conhecimentos e informações geradas em certo número de espaços sociais, onde

esses conhecimentos são produzidos como escola, internet, locais de trabalho,

veículos de comunicação, dentre outros (LEFEVRE; LEFEVRE, 2010).

Para Lefevre e Lefevre (2010), o Discurso do Sujeito Coletivo consiste em um

conjunto de instrumentos destinados a recuperar as Representações Sociais sob a

forma verbal de textos escritos e falados, apresentando as representações. Uma

forma adequada de expressar as representações seria instituir um sujeito individual,

que atualize todas as variantes individuais das opiniões socialmente compartilhadas

que uma determinada pesquisa conseguiu resgatar. Todavia, a opção do Discurso

do Sujeito Coletivo pela primeira pessoa coletiva do singular para expressar o

pensamento coletivo sinaliza, explicitamente, a vinculação dessa proposta

metodológica com a teoria das Representações Sociais. A proposta do mesmo é

fazer o pensamento coletivo pensar diretamente. Para o DSC, o qualitativo e

quantitativo são aspectos da mesma coisa, duas faces da mesma moeda. Como

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técnica de pesquisa empírica, que tem como objeto o pensamento de coletividades,

ilumina o campo social pesquisado, resgatando nele o universo das diferenças e

semelhanças entre as visões dos sujeitos coletivos que o habitam. As seleções dos

sujeitos devem possibilitar que as diferentes opiniões existentes surjam do universo

das entrevistas. Por fim, cada opinião coletiva é apresentada sob a forma de um

discurso que recupera os distintos conteúdos e argumentos que confirmam a dada

opinião na escala social ou coletiva.

Após planejar a pesquisa, deve-se aplicar o formulário. Dessa forma, o

pesquisador terá um grande número de depoimentos individuais que necessitam ser

processados para que se obtenha o pensamento da coletividade analisada. Para tal,

o Discurso do Sujeito Coletivo lança mão de alguns operadores ou figuras

metodológicas que são: Expressões-chave, fundamentais para confecção do

Discurso do Sujeito Coletivo, pedaços, trechos ou segmentos, contínuos ou

descontínuos, do discurso, que devem ser selecionados pelo pesquisador e que

revelam a essência do conteúdo do depoimento ou discurso, ou da teoria subjacente

(LEFEVRE; LEFEVRE, 2010).

Segundo Lefevre e Lefevre (2010), Ideias Centrais, é um nome ou expressão

linguística que revela e descreve de maneira mais sintética e precisa possível o

sentido ou os sentidos das ECH de cada um dos discursos analisados e cada

conjunto homogêneo de ECHs. Algumas ECHs remetem não apenas a um IC, mas

também, e explicitamente, a uma afirmação que é denominada. Afirmam que

ancoragem é definida como expressão de uma dada teoria ou ideologia que o autor

do discurso professa e que está embutida no seu discurso como se fosse uma

afirmação qualquer. Nem sempre estão presentes nos discursos analisados.

3.1.1 O discurso do sujeito coletivo em partes

Tendo sido as entrevistas gravadas e transcritas, foram necessários, para a

construção dos DSCs, os seguintes passos que foram seguidos rigorosamente:

1- Transcrevemos o conteúdo integralmente de todas as respostas referentes às

questões 1 e 2 no instrumento de análise de discurso I (IAD-1) (APÊNDICE A) na

coluna de Expressão- chave (ECH) do quadro de apresentações.

2-Identificamos em cada uma das respostas, as ECH e IC.

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3- Identificamos e agrupamos as IC equivalentes no instrumento de análise 2 (IAD-2)

(APÊNDICE B).

4- Denominamos cada um dos agrupamentos A, B, C, D e outros que, na realidade,

implicou em criar uma ideia central que expressasse, da melhor forma possível,

todas as IC de mesmo sentido. Às vezes, todas, ou várias, IC tiveram o mesmo

título, ou nome, o que evidentemente facilitou o processo.

5- Construímos o DSC. Para isto foi preciso utilizar o instrumento de Análise de

Discurso 2 (IAD2) (APÊNDICE B). Foi necessário construir um DSC para cada

agrupamento identificado no passo anterior.

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4 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

Na trajetória metodológica, serão expostos o cenário, local e delineamento do

estudo, os participantes, amostra e amostragem, a coleta de dados, o pré-teste, as

estratégias para coleta de dados, os aspectos éticos da pesquisa e os resultados do

estudo.

4.1 CENÁRIO DE ESTUDO

O cenário do estudo foi a cidade de Itajubá, que está localizada no Sul de

Minas Gerais.

De acordo com o IBGE (2010), a cidade de Itajubá possui 90.658 habitantes.

4.2 LOCAL DO ESTUDO

O local da pesquisa foi o Hospital Escola (HE), localizado na Rua Miguel

Viana, nº 420, Bairro: Morro Chic, na cidade de Itajubá, MG.

O Hospital Escola de Itajubá é mantido pela AISI – Associação de Integração

Social de Itajubá, possui 13.450 M2 de área construída, estando localizado no

município de Itajubá - Minas Gerais, sendo referência direta para 15 municípios.

Além de compor um seleto grupo de Hospitais referência na macro região Sul de

Minas Gerais em procedimentos Hospitalares, de média e alta complexidade, com

regulação direta pelo SUS Fácil.

O Departamento de Enfermagem é composto por 189 profissionais, sendo 26

Enfermeiras, 115 Técnicos e 48 Auxiliares de Enfermagem. O corpo clínico é

formado por 152 médicos.

Possui 137 leitos ativos de internação, nas especialidades de Clinica Médica,

Cirurgia Geral, Ginecologia, Obstetrícia, Ortopedia / Traumatologia, Pediatria e

Unidade de Terapia Intensiva, dos quais 102 leitos são destinados ao SUS. Seu

objetivo é promover a saúde de forma eficaz e formar profissionais na área com

qualidade científica e ética, em busca de excelência.

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4.3 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Para a realização dessa pesquisa, optamos pela pesquisa qualitativa,

descritiva e exploratória e, como método, utilizamos o discurso do sujeito coletivo

que tem como referencial a teoria das representações sociais.

Na perspectiva de Dyniewicz (2009), as pesquisas de abordagem qualitativa

se baseiam na premissa de que o conhecimento sobre as pessoas só é possível a

partir da descrição da experiência humana tal como ela é vivida e tal como é definida

pelos seus próprios autores.

Para Dyniewicz (2009), esse tipo de pesquisa é guiada pela visão de mundo

do pesquisador e por sua capacidade em captar a realidade dinâmica e complexa do

seu objeto de estudo. O pesquisador precisará estar, de alguma maneira, inserido

em seu local de estudo, pois este propicia um melhor entendimento da realidade que

enfrenta. A abordagem qualitativa como atividade humana e social traz consigo,

inevitavelmente, a carga de valores, preferências, interesses e princípios que

orientam o pesquisador.

Segundo Creswell (2010), a investigação qualitativa emprega diferentes

concepções filosóficas, estratégias de investigação e métodos de coleta, análise e

interpretação dos dados. Embora os processos sejam similares, os procedimentos

qualitativos baseiam-se em dados de texto e imagem, têm passos singulares na

análise dos dados e se valem de diferentes estratégias de investigação.

De acordo com Hendem et. al. (2008), as pesquisas exploratórias têm como

principal objetivo o aprimoramento de ideias, proporcionando maior familiaridade

com o problema, ou seja, tornando-o mais explícito. As pesquisas descritivas têm

como objetivo a descrição das características de determinada população ou

fenômenos, ou então o estabelecimento de relações entre variáveis obtidas por meio

da utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como a observação

sistêmica e questionários.

Segundo Hendem et. al. (2008), as pesquisas descritivas, juntamente com as

exploratórias, são realizadas pelos pesquisadores sociais preocupados com a

atuação prática. Descrevem com exatidão os fenômenos de determinada realidade,

o que exige do pesquisador uma série de informações sobre o que se deseja

pesquisar.

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Conforme Giolo (2007), nos estudos transversais são coletadas

simultaneamente, de um grupo ou população de indivíduos, informações sobre uma

variedade de características que são posteriormente cruzadas em tabelas de

contingência. Esta coleta é realizada em um ponto único no tempo. Os estudos

transversais podem ser vistos como avaliações fotográficas de grupos ou

populações de indivíduos. O termo transversal é utilizado para indicar que os

indivíduos estão sendo estudados em um ponto no tempo (corte transversal). O

interesse está em avaliar a associação entre as respostas obtidas. Nesses estudos,

é comum considerar algumas das variáveis como fatores.

4.4 PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM

Os participantes desse estudo foram 15 médicos e 15 enfermeiros do Hospital

Escola da cidade de Itajubá- MG. A amostra foi constituída de 30 participantes. O

tipo de amostragem utilizada para esse estudo foi proposital (ou intencional ou

racional).

Os critérios de inclusão foram:

Enfermeiros e Médicos que já prestaram cuidados aos clientes gravemente

enfermos e que trabalham no Hospital Escola da cidade de Itajubá- MG, por pelo

menos seis meses.

De acordo com Hendem et. al. (2008), as pesquisas exploratórias envolvem

entrevistas com pessoas que tiverem experiências práticas com o problema

pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão.

Segundo Mamedi (2005), o ser humano necessita de um período de até seis

meses para que possa entrar em contato com a realidade, ajustar-se e emitir ideias.

Aceitarem participar da pesquisa.

Os critérios de exclusão foram:

Enfermeiros e Médicos que não prestaram cuidados aos clientes gravemente

enfermos e que não trabalham no Hospital Escola da cidade de Itajubá- MG, por

pelo menos seis meses.

Não aceitarem participar da pesquisa.

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4.5 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada por meio de:

Roteiro de entrevista semiestruturada, contendo uma pergunta norteadora:

Levando em consideração suas experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de

pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de cuidados paliativos?

Poderia me contar? (APÊNDICE C)

Instrumento referente às características pessoais e profissionais dos

participantes da pesquisa (enfermeiros e médicos) (APÊNDICE D)

4.5.1 Procedimentos de coleta de dados

Na perspectiva de Minayo (2007), a entrevista é a estratégia mais usada no

processo de trabalho de campo.

A coleta de dados foi gravada com um celular e realizada em horário e dia

agendado com os entrevistados, mediante a assinatura do termo de consentimento

livre e esclarecido e aprovação do comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Escola de

Enfermagem Wenceslau Braz.

Os participantes da pesquisa foram informados sobre o objetivo da mesma e

orientados quanto ao termo de consentimento livre e esclarecido. Após as

explicações, se o mesmo concordou e assinou o termo, dá-se início à pesquisa.

Os dados foram gravados, e após a transcrição dos mesmos, foram

deletados, ou seja, foram apagadas todas as falas gravadas, a fim de manter o sigilo

e anonimato dos participantes e ainda preservar o meio ambiente, não descartando

nem incinerando os aparelhos gravadores.

4.6 PRÉ-TESTE

O pré-teste foi realizado com dois enfermeiros e dois médicos que

obedeceram aos critérios de inclusão e não fizeram parte da amostra.

O pré-teste forneceu uma base às autoras da pesquisa sobre o grau de

compreensão das perguntas para que, se necessário, ocorressem modificações.

Não foram necessárias correções.

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4.7 ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE DOS DADOS

Os dados coletados durante a pesquisa foram analisados a partir do método

do discurso de sujeito coletivo (conforme explicado anteriormente). Com o

Instrumento de análise de discurso - IAD 1 (APÊNDICE A) e Instrumento de análise

de discurso - 2: IAD 2 (APÊNDICE B)

4.8 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

A aplicação do instrumento para a coleta de dados só foi possível após a

aprovação do comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau

Braz e a assinatura da carta de solicitação para coleta de dados destinada à

instituição (APÊNDICE E).

Os entrevistados tiverem total autonomia para decidirem se iriam ou não

participar da pesquisa após o esclarecimento, que foi realizado pelas autoras. Os

participantes poderiam, a qualquer momento, desistir da mesma. Foram

comunicados quanto à privacidade e ao anonimato. Participaram da pesquisa após

assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE F).

Segundo Brasil (1996), a pesquisa obedeceu à resolução 196/96 do Conselho

que “aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo

seres humanos”. Esta resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das

coletividades, os quatro referenciais básicos da bioética: autonomia, não

maleficência, beneficência e justiça, entre outros, e visa assegurar os direitos e

deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao

Estado.

A folha de rosto envolvendo pesquisas com seres humanos encontra-se

devidamente preenchida e assinada (ANEXO A).

4.9 RESULTADOS DO ESTUDO

Os resultados foram obtidos por meios de dados estatísticos (APÊNDICE G),

e mediante o Discurso do Sujeito Coletivo após o estabelecimento das ideias

centrais que surgiram com as análises do conteúdo das entrevistas.

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5 RESULTADOS

Os resultados, neste capítulo, serão expostos em três etapas distintas: na

primeira, são apresentados os dados relativos à caracterização dos respondentes

quanto aos seus aspectos pessoais e profissionais. A segunda etapa admite

visualizar o tema explorado, suas ideias centrais e respectivos DSC de cada uma

delas. Na terceira, está exposta a síntese das ideias centrais subjacentes aos

cuidados paliativos sob a óptica de enfermeiros e médicos de uma instituição

hospitalar.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA

Com base nos dados que se encontram no APÊNDICE D, são apresentadas,

a seguir, as características pessoais e profissionais dos pesquisados: enfermeiros e

médicos. No APÊNDICE E são apresentados os dados estatísticos.

5.1.1 Enfermeiros

Observa-se que no Quadro 1 foi possível notar que 100% dos enfermeiros

entrevistados eram do gênero feminino, com média de idade de 28 anos. 80%

professavam a religião católica e 20% evangélica; 33,33% são pós-graduados,

53,33% são apenas graduados e 13,33% estão cursando a pós-graduação; 100%

dos entrevistados atuam no Hospital Escola. A média do tempo de atuação

profissional é de seis anos.

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Quadro 1 – Características pessoais e profissionais dos enfermeiros de uma instituição hospitalar

Características Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

Média Desvio

padrão

Gênero:

Masculino 0 0 - -

Feminino 15 100

Idade: - - 28,33 5,93

Religião:

Católico 12 80 - -

Evangélico 3 20 - -

Outras 0 0 - -

Graduação:

Enfermagem 15 100 - -

Pós-Graduação:

Sim 5 33,33 - -

Não 8 53,33 - -

Cursando 2 13,33 - -

Unidade onde atua:

Hospital Escola 15 100 - -

Tempo de Formação: - - 6,15 8,54

Fonte: Das autoras

5.1.2 Médicos

De acordo com o Quadro 2 obteve-se que 53,33% dos médicos entrevistados

eram do gênero masculino e 46,66%, do gênero feminino, com a média de idade de

32 anos. A religião católica foi a que apresentou maior porcentagem, sendo 66,66%.

13,33% professaram ser evangélicos e 20% ser de outras religiões. 53,33% dos

médicos são pós-graduados e 46,66 estão cursando a pós-graduação. 100% atuam

no Hospital Escola. A média do tempo de atuação profissional é de sete anos.

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Quadro 2 – Características pessoais e profissionais dos médicos de uma instituição hospitalar

Características Frequência

Absoluta

Frequência

Relativa

Média Desvio

padrão

Gênero:

Masculino 8 53,33 - -

Feminino 7 46,66 - -

Idade: - - 32,8 8,61

Religião:

Católico 10 66,66 - -

Evangelico 2 13,33 - -

Outras 3 20 - -

Graduação:

Medicos 15 100 - -

Pós-Graduação:

Sim 8 53,33 - -

Não 0 0 - -

Cursando 7 46,66 - -

Unidade onde atua:

Hospital Escola 15 100 - -

Tempo de Formação: - - 6,88 8,58

Fonte: Das autoras

5.2 TEMA, IDEIA CENTRAL E DSC

Será apresentado o tema estudado, um quadro representando cada ideia

central, seus respondentes, assim como sua frequência. Logo após, encontram-se

as ideias centrais com seus respectivos DSC.

QUESTÃO 1 Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

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5.2.1 Tema: Cuidados paliativos sob a óptica de enfermeiros e médicos de

uma instituição hospitalar

Quadro 3 - Ideias centrais, sujeitos e frequência das ideias centrais do tema: experiências e vivências sobre (cuidar) tratar de pacientes gravemente enfermos. Enfermeiros

NO IDEIAS CENTRAIS SUJEITOS FREQUENCIA

DAS IDEIAS

CENTRAIS

1 Cuidados prestados ao paciente em

fase terminal

1,2,3,4,5,8,9,10,1

1,13,14,15

12

2 Cuidados que abrangem a família 2,5,6,7,9,10,11,1

3,14,15

10

3 Proporcionar conforto no final da vida 1,2,3,4,9,10, 12,

13

8

4 Prática da não maleficência 7,8,10 3

5 Os cuidados paliativos são importantes 1,4 2

6 Engloba uma equipe multiprofissional 6,10 2

7 Cuidados que minimizam a dor 11,12 2

Fonte: Das autoras

1ª Ideia Central: Cuidados prestados ao paciente em fase terminal

DSC

Cuidados paliativos são o cuidado que vamos prestar ao paciente em fase

terminal quando não há mais um tratamento que pode levar à cura dele. No

Hospital Escola, já existe uma equipe de cuidados paliativos, porém, os

profissionais ainda não estão preparados para lidar com isso. Muitas vezes, as

pessoas falam: “já está no final da vida”, e não fazem o que é necessário.

Cuidados paliativos é um tipo de cuidado muito prazeroso e reflexivo

prestados aos pacientes sem cura. Por mais que o paciente não evolua, vemos

o quão frágil somos e o quanto dependemos um dos outros. Sinto compaixão

e me fortaleço com os cuidados prestados. Aprendo a cada dia e agradeço a

Deus por tudo. Cuidados paliativos é o cuidado aos pacientes fora de

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possibilidade de cura, que já fizeram de tudo para sobreviver, e que não vão

sair do quadro em que se encontram.

2ª Ideia Central: Cuidados que abrangem a família

DSC

Estes cuidados abordam a família para que ela entenda que a morte é uma fase

da vida. É mais fácil prestar cuidados paliativos quando o paciente está em

sua casa porque o contato com a família é maior e, quando está internado, é

mais difícil. Esses cuidados tentam evitar a internação, pois, na área

hospitalar, recebemos o doente e, dependendo do quadro, fazemos

medicação, um atendimento que não se pode fazer em casa. Os cuidados

paliativos propiciam uma mais fácil aceitação da realidade, procurando apoiá-

los nesse momento difícil, para que ele possa passar esses últimos momentos

em casa. Quando se trata de criança, é mais difícil ainda, porque ela está no

começo da vida e ninguém espera a morte dela. Então, na maioria das vezes,

são feitos muitos procedimentos invasivos e a família tem mais dificuldade em

aceitar a morte. Os próprios familiares não sabem do que se tratam os

cuidados paliativos, que são para evitar a piora e esperar a hora dele falecer.

Não sabem que para esses pacientes são mais válidos os cuidados não

invasivos, realizados em casa, do que os cuidados hospitalares.

3ª Ideia Central: Proporcionar conforto no final da vida

DSC

É o cuidado que vai fazer com que o paciente tenha o mínimo de conforto num

momento pelo qual todos nós vamos passar um dia. São usados para aliviar o

sofrimento, para que o paciente tenha uma qualidade de vida boa e muito

conforto. A equipe de enfermagem tem que ser muito atuante nessa área,

temos que fazer o melhor que podemos para levar a qualidade desse cuidado,

para o paciente viver o final de sua vida com conforto. Muitas vezes, o

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paciente terminal, que não tem mais tratamento, é esquecido. Cuidados

paliativos é permitir que a pessoa tenha momentos agradáveis nos seus

últimos dias de vida. Cuidados paliativos é uma forma de promover o bem

estar em todos os aspectos do paciente, procurando proporcionar o máximo

de conforto, é assim que tento prestar os cuidados paliativos.

4ª Ideia Central: Prática da não maleficência

DSC

Os cuidados paliativos servem para não prolongar a vida do paciente sem

possibilidade de cura com procedimentos invasivos e não entrando com

nenhuma droga que prolongue a vida dele. Não adianta prolongar a vida por

algum tempo, isso não vai trazer ele de volta. Cuidados paliativos são todos

aqueles cuidados que não prolonguem a vida do paciente.

5ª Ideia Central: Os cuidados paliativos são importantes

DSC

Eu vejo que os cuidados paliativos são importantes, porque são realizados em

uma fase delicada, em que o paciente não tem mais perspectiva de vida, e a

gente faz o possível para dar o melhor para ele, e não deixar faltar o que

precisa: os alimentos, os cuidados de higiene, principalmente no final, onde o

paciente já passou por tudo, por experiências dolorosas. Eu acho importante

fazer o melhor que a gente pode, mesmo sabendo que a vida do paciente está

no fim. Sendo assim, há mais interesse em cuidar de pacientes que tem

tratamento ou procedimentos invasivos a serem feitos, entretanto os cuidados

paliativos são tão importantes quanto os cuidados invasivos. É comum

submeter o paciente a procedimentos que não vão levar à qualidade de vida

dele, e só vão prolongar o sofrimento, é aí que entram os cuidados paliativos.

6ª Ideia Central: Engloba uma equipe multiprofissional

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DSC

Os cuidados paliativos é um tema novo, que tem sido discutido atualmente.

Muita gente tem dúvida, não sabe nem do que se trata nem que engloba uma

equipe de médicos, enfermeiros. Essa equipe multiprofissional, principalmente

a médica, quer prolongar a vida a qualquer custo, e o paciente acaba ficando

muito tempo internado. Os profissionais estão deixando a desejar em cuidados

paliativos, não sei se por falta de conhecimento ou por obsessão.

7ª Ideia Central: Cuidados que minimizam a dor

DSC

Os cuidados paliativos amenizam no máximo a dor.

Figura 1- Ideias centrais dos enfermeiros sobre experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos

Fonte: Dos autores

Cuidados prestados ao paciente em fase terminal

Cuidados que abrangem a família

Proporcionarconforto no final da vida

Prática da não maleficência

Os cuidados paliativos são importantes

Engloba uma equipe

multiprofissional

Cuidados que Minimizam a dor

IDEIASCENTRAIS

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As ideias centrais referentes à questão: “Levando em consideração suas

experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos,

qual a sua percepção de cuidados paliativos? Poderia me contar?” foram: “cuidados

prestados ao paciente em fase terminal”, “cuidados que abrangem a família”,

“proporcionar conforto no final da vida”, “prática da não maleficência”, “os cuidados

paliativos são importantes”, “engloba uma equipe multiprofissional” e “cuidados que

minimizam a dor”.

Quadro 4 - Ideias centrais, sujeitos e frequência das ideias centrais do tema: experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos. Médicos

NO IDEIAS CENTRAIS SUJEITOS FREQUENCIA

DAS IDEIAS

CENTRAIS

1 Cuidados prestados ao paciente em

fase terminal

1,2, 5, 6, 7, 8, 9,

10, 11,13

10

2 Proporcionar conforto no final da vida 1, 3, 5, 9, 10, 12 6

3 Cuidados que minimizam a dor 1, 6, 8, 10, 12 5

4 Cuidados para que se tenha uma boa

morte

2, 6, 7, 9, 10 5

5 Prática da não maleficência 1, 3, 6, 7, 15 5

6 Cuidados que abrangem a família 1, 4, 6, 14 4

7 Os cuidados paliativos são

importantes

4, 11, 12, 15 4

8 Engloba uma equipe multiprofissional 8, 10 2

Fonte: Das autoras

1ª Ideia Central: Cuidados prestados ao paciente em fase terminal

DSC

Cuidados paliativos são um conjunto de procedimentos e atividades realizadas

em pacientes terminais quando não se tem mais prognóstico, quando a

terapêutica não funciona mais, quando se está no fim, com alguma doença ou

patologia incapacitante. Consiste em cuidados mínimos ao paciente com

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diagnóstico fechado, seja em estado de neoplasia, ou sequelas patológicas

debilitantes, progressivas sem nenhuma expectativa de vida e também

medidas alternativas para tratamento de idosos ou crianças, não

necessariamente com doença grave. Amenizam o sofrimento de pacientes que

não vão ter melhora, mas nem sempre recebem o cuidado como deveria ser,

pois o objetivo é tratar da melhor maneira.

2ª Ideia Central: Proporcionar conforto no final da vida

DSC

Cuidados paliativos são uma forma de promover o bem estar do doente e

oferecer conforto ao mesmo. São realizados quando o paciente não tem mais

prognóstico, mas a gente quer manter qualidade de vida. São medidas

tomadas a fim de reduzir sofrimento, aumentar qualidade de vida do paciente

sem causar mais danos a sua saúde. Devemos escutar atentamente as suas

queixas e tentar atingir o tratamento.

3ª Ideia Central: Cuidados que minimizam a dor

DSC

Os cuidados paliativos têm como objetivo amenizar a dor, o sofrimento, tudo o

que for possível, mas cura mesmo ele não tem.

4ª Ideia Central: Cuidados para que se tenha uma boa morte

DSC

São cuidados que proporcionam ao paciente uma morte digna para dar uma

qualidade de morte para a pessoa, tirar os sintomas, melhorar um pouco o

emocional, manter alimentado, fazer com que ele tenha uma morte com

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qualidade. Ele não vai ser mais curado, mas vai ter qualidade, uma morte

humanizada.

5ª Ideia Central: Prática da não maleficência

DSC

São cuidados que mantêm a prática da não maleficência evitando qualquer

tipo de procedimentos invasivos, proporcionado nutrição mínima para

necessidade diária, analgesia, conforto e cuidados para evitar novas

comorbidades, como escaras e infecções. Sempre se deve perguntar antes de

fazer algum procedimento ao paciente. A gente pensa assim: vai fazer uma

cirurgia ou até mesmo entubar, vai valer a pena este sofrimento, pensamos

nessa parte. No começo eu sempre queria reanimar, sempre ficava com culpa

de não fazer, mas com o passar do tempo você vai vendo, vai avaliando cada

caso particularmente, decidindo se compensa ou não. O mais importante não é

o que queremos fazer com o paciente e sim o que ele deseja, mantendo a

pratica da não maleficência. Às vezes, tratamos clinicamente o paciente que

deveria ser cuidado apenas com cuidados paliativos.

6ª Ideia Central: Cuidados que abrangem a família

DSC

Cuidados paliativos para mim é manter o paciente com qualidade de vida e

perto da família, evitar ao máximo o sofrimento dele. Acho necessário, é bom

tanto para os familiares, cuidadores e para o próprio paciente, todo ser

humano deve ter direito a cuidados. Na nossa área de trabalho não tem muitos

casos, porém, quando podemos, tentamos o máximo, abordando também a

família. A experiência mais próxima que eu tive foi com minha avó, ela teve

câncer de colo do útero e optamos por cuidar dela em casa, porque lá ela teve

um tratamento mais afetivo ao lado de seus familiares. Ela foi cuidada com

todo carinho e atenção, mas, às vezes, falta o cuidado paliativo por falta de

informação.

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7ª Ideia Central: Os cuidados paliativos são importantes

DSC

Considero o cuidado paliativo muito importante, diante de qualquer caso

porque envolve muito o lado humano. Muitas vezes, o paciente é tratado sem o

lado humano. O paciente, às vezes, ouve conversas indelicadas sobre sua

condição, sem que seja informado diretamente sobre seu estado. Sendo

assim, é um cuidado muito importante.

8ª Ideia central: Engloba uma equipe multiprofissional

DSC

São medidas adotadas pela equipe multiprofissional composta por médicos,

enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos. É uma área em crescimento que

sempre norteia os cuidados em saúde.

Figura 2 - Ideias centrais dos médicos sobre experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos

Fonte: Das autores

Prática da não maleficência

Cuidados prestados ao paciente em fase terminal

Proporcionarconforto no final da vida

Cuidados que minimizam a

dor

Cuidados para que se tenha

uma boa morte

Cuidados que abrangem a

família

Os cuidados paliativos são importantes

Engloba uma equipe

multiprofissional

IDEIASCENTRAIS

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As ideias centrais referentes à questão: “Levando em consideração suas

experiências e vivências sobre (cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos,

qual a sua percepção de cuidados paliativos? Poderia me contar?” foram: “cuidados

prestados ao paciente em fase terminal”, “proporcionar conforto no final da vida”,

“cuidados que minimizam a dor”, “cuidados para que se tenha uma boa morte”,

“prática da não maleficência”, “cuidados que abrangem a família”, “os cuidados

paliativos são importantes” e “engloba uma equipe multiprofissional”.

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6 DISCUSSÃO

Ao analisarmos as ideias centrais do tema experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, observamos que a ideia central

mais frequente entre os médicos e enfermeiros foi “cuidados prestados ao

paciente em fase terminal”.

Esta IC vem ao encontro do que diz Vieira e Goldim (2012), que, na

humanização, procura-se a integralidade do cuidado, o atendimento às

necessidades de pacientes fora de possibilidades terapêuticas de cura, em processo

de morte e morrer e buscando-se o cuidado individualizado, que são promovidos

pela a prática assistencial.

Pessini (2006) cita que ortotanásia é morrer saudavelmente, cercado de amor

e carinho. Lembramos um adágio francês do século XV, muito atual, que vê a

missão da medicina como sendo a de: “curar às vezes, aliviar frequentemente,

confortar sempre”.

Podemos confirmar isso na fala dos enfermeiros: “Cuidados paliativos são

o cuidado que vamos prestar ao paciente em fase terminal, quando não tem

mais um tratamento que pode levar à cura dele...”

No discurso dos médicos sobre a ideia central em questão temos: “Cuidados

paliativos são um conjunto de procedimentos e atividades realizadas em

pacientes terminais, quando não se tem mais prognóstico, quando a

terapêutica não funciona mais, quando se está no fim, com alguma doença ou

patologia incapacitante...”

Segundo Pessini (2006), a distanásia é um tratamento fútil e inútil que

prolonga o sofrimento, a agonia e adia a morte. Sendo assim, não se prolonga a

vida, mas o processo de morrer.

Desta forma, cuidados paliativos são cuidados prestados para pacientes em

fase terminal que não possuem mais perspectiva de vida. São cuidados que não vão

levar à cura, mas vão fazer com que o mesmo sofra o menos possível e tenha

“dignidade e elegância no despedir-se da vida”.

A ideia central “proporcionar conforto no final da vida” foi outra ideia muito

expressiva entre enfermeiros e médicos.

De acordo com Pessini (2006), citado por Besse (2009), os cuidados

paliativos tendem a assegurar aos doentes condições que os capacitem e os

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encorajem a viver suas vidas de uma forma útil, produtiva e plena, até o momento de

sua morte. A importância da reabilitação, em termos de bem estar físico, psíquico e

espiritual, jamais pode ser negligenciado.

Para Vasconcelos (2012), quando um paciente se encontra fora de

possibilidades de cura, o objetivo principal do cuidado não é mais preservar a vida,

mas torná-la o mais confortável e digna possível. O foco da atenção ao paciente é a

busca pela qualidade de vida que deve ser alcançada por meio do alívio e controle

dos sintomas, suporte espiritual, psicossocial e apoio no processo de enlutamento.

Os enfermeiros assim se expressaram: “É o cuidado que vai fazer com que

o paciente tenha o mínimo de conforto num momento pelo qual todos nós

vamos passar um dia. São usados para aliviar o sofrimento, para que o

paciente tenha uma qualidade de vida boa...”

Os médicos disseram: “Cuidados paliativos são uma forma de promover o

bem estar do doente e oferecer conforto ao mesmo, são realizados quando o

paciente não tem mais prognóstico, mas a gente quer manter qualidade de

vida...”

Sendo assim, os cuidados paliativos oferecem conforto para os pacientes em

fase terminal, para que eles tenham a melhor qualidade de vida possível, neste

momento tão delicado.

Outra ideia central que merece atenção entre enfermeiros e médicos é

“Cuidados que abrangem a família”.

Na perspectiva de Nucci (2011), acontecimentos de ordem acidental ou

natural afetam a família quando algum de seus membros sofre qualquer tipo de

mudança vital. A doença traz dores e sofrimento e é um evento frequentemente

causador de comoção e crise. À medida que evolui, passa a exigir da família uma

mobilização geral, centrando toda a atenção no membro doente. Os familiares fazem

grandes sacrifícios para satisfazer às necessidades do doente, porém o fator que

determina crises é o desequilíbrio existente entre os recursos do familiar e a vivência

da doença por parte da família.

Conforme Pessini (2006), um dos princípios dos cuidados paliativos é

trabalhar com a família do doente, que é o núcleo fundamental de apoio.

Na óptica de Fratezi e Gutierrez (2009), no contexto da família, cuidar de um

doente demanda um processo de adaptação de todos os membros. Sabe-se que os

membros da família são interconectados e dependentes uns dos outros. Sendo

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assim, os comportamentos e as ações expressados por um dos membros

influenciam e são influenciados pelos demais, afetando todo o sistema familiar.

Concordamos com Nucci (2011) quando relata que, se a doença evoluiu para

cuidados paliativos, sem possibilidades terapêuticas de cura, essa atenção deve ser

intensificada, buscando significados que paciente e familiares atribuem à morte e

considerar as questões sociais, emocionais e espirituais envolvidas.

Os enfermeiros participantes do discurso disseram: “Esses cuidados

abordam a família para que ela entenda que a morte é uma fase da vida. É mais

fácil prestar cuidados paliativos quando o paciente está em sua casa, porque o

contato com a família é maior e quando ele está internado é mais difícil...”

Os médicos expressaram: “Cuidados paliativos para mim é manter o

paciente com qualidade de vida e perto da família, evitar ao máximo o

sofrimento dele. Acho necessário, é bom tanto para os familiares, cuidadores e

para o próprio paciente, todo ser humano deve ter direito a cuidados...”

Os familiares necessitam de cuidados paliativos tanto quanto os pacientes,

pois com o adoecimento de um membro e com a proximidade da morte, toda a

família é afetada, causando um desequilíbrio no sistema familiar, podendo aumentar

ou diminuir os vínculos.

Outra ideia central que foi citada pelos enfermeiros e médicos participantes foi

“os cuidados paliativos são importantes”.

Conforme Melo e Caponero (2009), as estatísticas demonstram que, cada vez

mais, vem aumentando o número de pessoas acometidas pelas diversas doenças

crônico-degenerativas, em especial, o câncer. Esse cenário vem se manifestando de

tal forma que os cuidados paliativos tiveram que ser compreendidos e incorporados

definitivamente nos tratamentos dos pacientes e nas unidades hospitalares,

tornando-se de extrema importância.

Como a enfermagem tem em seu foco o cuidar, tal relato vem ao encontro da

nossa assistência.

Para Peres (2011), a importância dos cuidados paliativos aumenta quando

qualquer pessoa se aproxima dos últimos momentos de uma condição debilitante.

Nessa fase, e após o óbito, essa atenção administrada em uma instituição de saúde

ou na própria residência, propicia melhor qualidade do processo de morte e morrer.

Na perspectiva Melo e Caponero (2009), é impossível encontrar alguém, hoje,

que não esteja sofrendo de alguma doença fora de possibilidade de cura ou alguém

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que já não tenha um histórico anterior na família ou que não vivera uma situação

como essa, necessitando dos cuidados paliativos.

Os enfermeiros se expressaram sobre essa ideia central: “Eu vejo que os

cuidados paliativos são importantes, porque é realizado em uma fase delicada,

em que o paciente não tem mais perspectiva de vida, e a gente faz o possível

para dar o melhor para ele, e não deixar faltar o que precisa...”.

A enfermagem percebe seu papel na assistência do paciente fora de

possibilidade de cura. Devemos ocupar nosso espaço em todos os momentos da

vida da pessoa desde o nascer até o morrer.

Os médicos participantes relataram: “Considero o cuidado paliativo muito

importante, diante de qualquer caso, porque envolve muito o lado humano...”

Com base nos dados acima, podemos perceber que os cuidados paliativos

são um tema em constante desenvolvimento e aperfeiçoamento, que vêm obtendo

um crescente olhar pelos profissionais, familiares e toda a sociedade. Esses

cuidados, por promoverem alívio em todas as dimensões do ser humano, devem ser

respeitados e não mais vistos como algo banal. Nos cursos de medicina e

enfermagem, esses assuntos deveriam ser cada vez mais discutidos.

“Engloba equipe multiprofissional” foi outra ideia citada pelos participantes

do estudo, pois não tem como hoje cuidar sem o trabalho de uma equipe

multiprofissional.

Na óptica de Melo e Caponero (2009), o principal objetivo é que esses

cuidados sejam oferecidos por médicos, equipe de saúde, paciente e família, criando

um vínculo de confiança e, em conjunto, estabelecendo um plano estratégico de

assistência contínua e integral.

Os enfermeiros expressaram: “Os cuidados paliativos são um tema novo,

que está sendo discutido atualmente. Muita gente tem dúvida, não sabe nem

do que se trata nem que engloba uma equipe de médicos, enfermeiros. Essa

equipe multiprofissional, principalmente a médica, quer prolongar a vida a

qualquer custo, e o paciente acaba ficando muito tempo internado. Os

profissionais estão deixando a desejar em cuidados paliativos, não sei se por

falta de conhecimento ou por obsessão.”

Os médicos disseram que: “São medidas adotadas pela equipe

multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e

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psicólogos, é uma área em crescimento que sempre norteia os cuidados em

saúde.”

Entretanto, segundo Araújo et al (2010), muitos profissionais, para melhorar a

maneira de cuidar desses pacientes, precisam de treinamento, atualização do

aprendizado, bem como de discussões sobre esse tema para sustentar a

compreensão sobre o cuidado paliativo.

Conforme Arrieira et al (2011), destaca-se a necessidade da equipe de

multiprofissionais para atuar de modo interdisciplinar, para atender às diferentes

condições de saúde da pessoa que vivencia a sua finitude, pois essas pessoas, que

vivem crises intensas e mergulham profundamente nas dimensões inconscientes,

elaboram novos significados para suas vidas, sendo capazes de mobilizá-los na

difícil tarefa de reorganização do sobreviver exigida para a conquista da saúde.

Segundo Pessini (2006), outro princípio dos cuidados paliativos é empregar

um trabalho multidisciplinar como os profissionais da saúde.

De acordo com Melo; Caponero (2009), utiliza-se uma abordagem

multiprofissional para reduzir o sofrimento, oferecendo um cuidado total, aliviando

expectativas e necessidades físicas, psicológicas, sociais e espirituais, integrando

todos os seus valores.

Para Arrieira et al, (2011), é importante ressaltar que o sucesso da proposta

de trabalho multiprofissional na saúde irá depender da interdependência entre os

profissionais, porque isso pode significar a necessidade de inventar caminhos e

soluções que estão além do saber e competência de cada um.

Oliveira e Silva (2010) afirmam que esses cuidados dependem de uma

abordagem multiprofissional para produzir uma assistência harmônica e convergente

ao indivíduo sem possibilidade de cura e à família, voltando o foco para o paciente e

não só para a doença.

Desta forma, para a eficiência dos cuidados prestados, é indispensável uma

equipe multiprofissional atuante, pois somente com ela todas as dimensões e

necessidades dos pacientes podem ser supridas, já que cada profissional

desempenha um papel diferente e cada pessoa (paciente) apresenta uma

necessidade única. E para tal, é necessário aperfeiçoamento e conhecimento dessa

temática.

A ideia central “Prática da não maleficência” também foi citada pelos

enfermeiros e médicos participantes da pesquisa.

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Na perspectiva de Piva e Carvalho (2009), quando o paciente se encontra em

fase terminal, sem possibilidade de cura, os objetivos se concentram na não

maleficência. Devem ser tomadas medidas que, primeiramente, proporcionem o

alívio do sofrimento. O objetivo é defender os interesses do paciente, evitar

submetê-lo a intervenções, cujo sofrimento resultante seja maior do que o benefício

conseguido, ou que determinem desrespeito a sua dignidade como pessoa. E deve

ser estendido tanto aos familiares quanto aos responsáveis por esses pacientes.

De acordo com Melo e Caponero (2009), com os avanços tecnológicos, pode-

se ter uma maior sobrevida, mas com quantidade de dias e com o prolongamento

desnecessário como tratamentos fúteis, como a obstinação terapêutica, a qualquer

custo. Pois essa é uma questão ética importante já que houve uma mudança

fundamental na relação médico-paciente em que a decisão e a autoridade foram

distribuídas. Questões como viver mais e sofrer menos, para um paciente que está

no final da vida, passam a ser questionadas.

Na óptica de Figueiredo e Figueiredo (2009), todo doente tem o direito de ver

aceita sua autonomia em relação ao tratamento por toda a equipe. Inclusive a de

não abandoná-lo, mantendo-se alívio apenas dos sintomas. Também tem o direito

de participar das decisões a respeito do seu tratamento, de recusar tratamentos

fúteis e dolorosos, cabendo-lhe a palavra final, desde que adequadamente

esclarecido a respeito dos fatos que lhes interessam.

Conforme Peres (2011), os avanços tecnológicos não precisam ser

incompatíveis com a humanização dos cuidados do enfermo em processo de morte,

ou seja, pode-se usar das novas tecnologias, mas jamais se esquecer da

humanização.

Os enfermeiros relataram: “Os cuidados paliativos servem para não

prolongar a vida do paciente sem possibilidade de cura com procedimentos

invasivos e não entrando com nenhuma droga que prolongue a vida dele...”

Já os médicos discorreram: “São cuidados que mantém a prática da não

maleficência, evitando qualquer tipo de procedimentos invasivos,

proporcionando nutrição mínima para necessidade diária, analgesia, conforto

e cuidados para evitar novas comorbidades, como escaras e infecções.

Sempre se deve perguntar antes de fazer algum procedimento ao paciente...”

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Sendo assim, a vontade do paciente deve ser preservada a fim de não

aumentar seu sofrimento. Pois, com tratamentos fúteis e inúteis apenas iremos

prolongar o seu fim.

“Cuidados que minimizam a dor” foi outra ideia central que emergiu entre

os enfermeiros e médicos. Sabe-se que a dor é um dos medos que o usuário mais

tem e deve-se ter sempre cuidado com esse sintoma.

Segundo Pinto et al, (2011), os cuidados paliativos não se caracterizam por

apressar ou prolongar a morte com práticas repletas de tecnologia, tratamentos

invasivos e caros, mas de favorecer o alívio da dor e de outros sintomas

angustiantes, oferecendo apoio à família durante o processo de doença e durante o

processo de morrer do paciente, com o objetivo de garantir qualidade de vida a

ambos. As ações de enfermagem valorizam o sofrimento e as conquistas do

paciente, o que fortalece o ser cuidado e quem cuida, ajudando-os a encontrar

significados para as situações vivenciadas.

Para Barbosa et al, (2011), a dor é uma experiência subjetiva, complexa e

pessoal, cabendo ao profissional de saúde atentar a esse sintoma. A sua inclusão

como “quinto sinal vital” é uma estratégia inteligente, pois confere uma atenção

dinâmica e constante à dor, antes só percebida pelo relato espontâneo do próprio

paciente. A dor deve ser mensurada e acompanhada ao longo do tempo para que

possa ser efetivamente tratada.

De acordo com Carvalho (2011), quase todos os pacientes sofrem, ao menos

transitoriamente, com dor moderada a severa. Sempre que possível, a causa da dor

deve ser eliminada ou suficientemente inibida. Como isso só é possível em uma

minoria dos casos, a analgesia efetiva envolve a administração regular de

medicação para a dor.

O DSC dos enfermeiros relata: “os cuidados paliativos amenizam no

máximo a dor”.

Os médicos disseram: “Os cuidados paliativos têm como objetivo

amenizar a dor, o sofrimento, tudo o que for possível, mas cura mesmo ele não

tem.”

O que vem ao encontro do que deparamos na literatura, em que vários

autores referem que os cuidados paliativos têm como objetivo minimizar no máximo

a dor do paciente, já que esta causa um enorme desconforto para ele. Desta forma,

seu desconforto será menor.

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A única ideia central citada apenas pelos médicos foi “Cuidados para que se

tenha uma boa morte”.

Conforme Menezes (2011), é importante que a equipe de saúde busque

proporcionar qualidade de vida aos enfermos, tendo em vista a preparação do

produto final, uma boa morte. Para isso, é preciso que todos aceitem a iminência do

término da vida sem revolta.

Na perspectiva de Figueiredo e Figueiredo (2009), não podemos ser curados

da nossa mortalidade, esse é o desafio, viver intensamente a vida e aceitar a morte

com humildade, cuidando para que ela seja justa e digna desde o nascimento, não a

abreviando e nem a prolongando, mas minimizando o sofrimento inerente a ela.

Segundo Peres (2011), atribui-se de um sentido maior ao trabalho do

cuidador paliativo como acompanhante da morte, sendo essa uma importante

passagem da vida. Faz-se o cuidado paliativo para que sua realização possa

diminuir o esgotamento emocional proveniente da impotência e da incapacidade

provocadas pela morte. Há que se abordar a educação para a morte com novas

contribuições científicas que evidenciam a continuidade da vida além dos limites do

corpo físico. O caminho para confortar o enfermo em sua passagem pela morte e

para o trabalho do cuidador paliativo inclui a valorização dos aspectos psicológicos e

espirituais do paciente.

Conforme Silva e Simões (2010), morrer com os melhores recursos

tecnológicos nem sempre é o que o paciente mais necessita, mas a compreensão

dos familiares, apoio dos amigos, a solidariedade são meios que certamente devem

envolver as pessoas no momento em que estão morrendo.

Para Carssola (2009), ao lidarmos com a negação da morte, não podemos

deixar de lembrar que o ser humano deve ser respeitado em relação aos

mecanismos psicológicos. Também deve ser respeitado em relação às suas

crenças, sem as quais, muitas vezes, a vida se torna intolerável. Deve ter um

espaço relacional onde possa colocar suas dúvidas, ansiedades e medos. A

possibilidade de ser compreendido permite que o indivíduo possa organizar sua

mente de forma que suas ansiedades se tornem suportáveis e utilizáveis para

melhorar sua qualidade de vida e de morte.

Na perspectiva de Silva e Simões (2010), nos momentos que precedem a

morte, o homem se volta mais a sua dimensão espiritual e a necessidade de

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encontrar Deus é muito visível, pois essa dimensão é a única que nessa hora pode

lhe dar apoio, aceitação e tranquilidade.

O DSC dos médicos a respeito dessa ideia central foi: “São cuidados que

proporcionam ao paciente uma morte digna para dar uma qualidade de morte

para a pessoa, tirar os sintomas, melhorar um pouco o emocional, manter

alimentado, fazer com que ele tenha uma morte com qualidade. Ele não vai ser

mais curado, mas vai ter qualidade em uma morte humanizada.”

Segundo a OMS citado por Melo; Caponero (2009), cuidados paliativos são

uma abordagem que melhora a qualidade de vida dos pacientes e de seus

familiares, diante da terminalidade, através da prevenção e diminuição do sofrimento

por meio da identificação precoce, avaliação rígida e tratamento da dor e de

problemas físicos, psicossociais e espirituais.

Sendo assim, acredita-se que os cuidados paliativos têm como objetivo,

dentre outras coisas, proporcionar uma boa morte ao paciente, levando em

consideração o cuidado em todas as dimensões. Nesse momento de se estar perto

da morte, suas dimensões espirituais e psicológicas devem ser bem consideradas,

suas crenças respeitadas e seus medos diminuídos.

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7 CONCLUSÃO

De acordo com os objetivos do presente trabalho, os resultados permitiram as

seguintes conclusões para o tema: cuidados paliativos sob a óptica de enfermeiros e

médicos de uma instituição hospitalar. Para os enfermeiros foram: “cuidados

prestados ao paciente em fase terminal”, “cuidados que abrangem a família”,

“proporcionar conforto no final da vida”, “prática da não maleficência”, “os cuidados

paliativos são importantes”, “engloba uma equipe multiprofissional” e “cuidados que

minimizam a dor”.

Cuidados paliativos, sob a óptica de médicos, foram: “cuidados prestados ao

paciente em fase terminal”, “proporcionar conforto no final da vida”, “cuidados que

minimizam a dor”, “cuidados para que se tenha uma boa morte”, “prática da não

maleficência”, “cuidados que abrangem a família”, “os cuidados paliativos são

importantes” e “engloba uma equipe multiprofissional”.

Obtivemos que: 100% dos enfermeiros entrevistados eram do gênero

feminino, com média de idade de 28 anos. 80% professavam a religião católica e

20% evangélica; 33,33% são pós-graduados, 53,33% são apenas graduados e

13,33% estão cursando a pós-graduação; 100% dos entrevistados atuam no

Hospital Escola. A média do tempo de atuação profissional é de seis anos.

Referente aos médicos participantes, temos que 53,33% dos médicos

entrevistados eram do gênero masculino e 46,66% eram do gênero feminino, com a

média de idade de 32 anos. A religião católica foi a que apresentou maior

porcentagem, sendo 66,66%. 13,33% professaram ser evangélicos e 20% ser de

outras religiões. 53,33% dos médicos são pós-graduados e 46,66 estão cursando a

pós-graduação, 100% atuam no Hospital Escola. A média do tempo de atuação

profissional é de sete anos. Concluiu-se que as IC entre os respondentes foram

muito semelhantes.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Silva (2010), diz que cuidados paliativos são uma abordagem que melhora a

qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares, diante de uma doença

terminal, através da prevenção e do alívio do sofrimento e, também, por meio da

identificação precoce, avaliação rigorosa, tratamento da dor e de outros problemas

físicos, psicossociais e espirituais.

Percebe-se que o termo “cuidados prestados ao paciente em fase terminal” foi

a ideia central mais encontrada entre os enfermeiros e médicos. Entretanto,

sabemos que hoje a terminologia usada é paciente fora de possibilidade de cura, o

que pode ser confirmado com Paulini (2007), que diz que o termo “fora de

possibilidade de cura” é o que mais tem sido utilizado pela comunidade cientifica.

Analisando os discursos dos entrevistados, concluímos que os mesmos

sabem o significado de cuidados paliativos, apresentam ideias semelhantes, embora

não apliquem integralmente na prática, pois, com os avanços tecnológicos, alguns

profissionais querem prolongar a vida a qualquer custo. Pode-se confirmar isso

através do DSC dos enfermeiros: “...essa equipe multiprofissional,

principalmente a médica, quer prolongar a vida a qualquer custo, e o paciente

acaba ficando muito tempo internado. Os profissionais estão deixando a

desejar em cuidados paliativos, não sei se por falta de conhecimento ou por

obsessão...” Os médicos relataram: “... às vezes, tratamos clinicamente o

paciente que deveria ser cuidado apenas com cuidados paliativos.”

Outro aspecto que temos que considerar é que o trabalho em equipe

multiprofissional nos cuidados paliativos é fundamental.

Percebe-se que os cuidados paliativos ainda são um tema pouco discutido no

ambiente hospitalar. Seria de grande relevância que outras pesquisas sobre o tema

cuidados paliativos fossem realizadas, a fim de melhor compreensão, já que a

literatura é escassa. A pesquisa teve como cenário de estudo apenas uma

instituição hospitalar de uma cidade do Sul de Minas Gerais e seria interessante que

fosse realizada em outras instituições. Gostaríamos que esse estudo servisse como

reflexão e subsídio para que os profissionais de saúde possam melhorar a

assistência prestada aos pacientes fora de possibilidade de cura.

Realizar este trabalho foi importante para nosso crescimento enquanto

acadêmicas e como futuras profissionais, pois obtivemos um grande aprendizado

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através do contato com os entrevistados. Percebe-se que os cuidados paliativos são

de fundamental importância para pacientes fora de possibilidade de cura e seus

familiares, pois abordam os pacientes de forma integral, levando em consideração

que estes merecem ser tratados com dignidade até o momento da sua morte,

mesmo não havendo mais expectativa de cura.

Finalmente, percebe-se que ter conhecimento do que são cuidados paliativos

é tão importante quanto realizá-los, pois não adianta apenas a teoria, mas colocá-lo

em prática. Logo, admiti-se a importância de incluir nos cursos de medicina e

enfermagem a disciplina cuidados paliativos.

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APÊNDICE A - Instrumento de análise de discurso – 1 (IAD – 1)

INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 1 (IAD – 1)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre (cuidar),

tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de cuidados

paliativos? Poderia me contar?

ENFERMEIROS

NO EXPRESSÔES – CHAVE IDEIA CENTRAL

1

2

Eu vejo que os cuidados paliativos são importantes,

porque são realizados em uma fase delicada, em que o

paciente não tem mais perspectiva de vida, e a gente faz

o possível para dar o melhor para ele, e não deixar faltar

o que ele precisa: os alimentos, os cuidados de higiene,

isso tudo, que eu acho que é importante, principalmente

no final, onde o paciente já passou por tudo, por

experiências dolorosas. Eu acho importante fazer o

melhor que a gente pode, mesmo sabendo que a vida do

paciente está no fim. Muitas vezes as pessoas falam: “já

está no final da vida”, e não fazem o que é necessário.

Temos que fazer o melhor que podemos, para o paciente

viver o final de sua vida com conforto.

Cuidados paliativos são aqueles cuidados que você vai

prestar para o paciente na terminalidade dele,

procurando proporcionar o máximo de conforto e

procurando apoiar sua família nesse momento tão difícil.

1ª Os cuidados

paliativos são

importantes.

2ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

3ª Proporcionar

conforto no final da

vida.

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

2ª Proporcionar

conforto no final da

vida.

3ª Cuidados que

abrangem a família.

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3

4

5

6

Cuidados paliativos são o cuidado que vamos prestar ao

paciente em fase terminal. Aqui no Hospital Escola já

existe uma equipe de cuidados paliativos, porém os

profissionais ainda não estão preparados para lidar com

isso. É o cuidado que vai fazer com que o paciente tenha

o mínimo de conforto num momento pelo qual todos nós

vamos passar um dia.

Os cuidados paliativos envolvem quando o paciente está

em fase terminal, não tem mais um tratamento que pode

levar à cura dele, são usados para aliviar o sofrimento,

para que o paciente tenha uma qualidade de vida boa. A

equipe de enfermagem tem que ser muito atuante nessa

área, para levar a qualidade desse cuidado. Muitas

vezes, o paciente terminal, que não tem mais tratamento,

é esquecido. Há mais interesse em cuidar de pacientes

que tem tratamento ou procedimentos invasivos a serem

feitos, mas os cuidados paliativos são tão importantes

quanto os cuidados invasivos. É comum submeter o

paciente a procedimentos invasivos que não vão levar à

qualidade de vida dele, e só vão prolongar o sofrimento,

é aí que entram os cuidados paliativos.

Cuidados paliativos são cuidados com o paciente

terminal e são poucas as famílias que estão preparadas

para cuidar do doente, principalmente na fase terminal.

Na área hospitalar, recebemos o doente e, dependendo

do quadro, fazemos medicação, um atendimento que não

se pode fazer em casa.

Os cuidados paliativos são um tema novo, que está

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

2ª Proporcionar

conforto no final da

vida.

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

2ª Proporcionar

conforto no final da

vida.

3ª Os cuidados

paliativos são

importantes.

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

2ª Cuidados que

abrangem a família.

1ª Engloba uma

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7

8

9

sendo discutido atualmente, muita gente tem dúvida, não

sabe nem do que se trata e que engloba uma equipe de

médicos, enfermeiros. Os próprios familiares dos

pacientes não sabem do que tratam os cuidados

paliativos, não sabem que para esses pacientes são mais

válidos os cuidados não invasivos, realizados em casa,

do que os cuidados hospitalares.

Os cuidados paliativos servem para não prolongar a vida

do paciente sem possibilidade de cura com

procedimentos invasivos; abordam a família para que ela

entenda que a morte é uma fase da vida. É mais fácil

prestar cuidados paliativos quando o paciente está em

sua casa, porque o contato com a família é maior e,

quando ele está internado, já é mais difícil. É mais difícil

ainda quando se trata de criança, porque ela está no

começo da vida e ninguém espera a morte dela, então na

maioria das vezes são feitos muitos procedimentos

invasivos e a família tem mais dificuldade em aceitar a

morte.

Cuidados paliativos são o cuidado ao paciente fora de

possibilidade de cura, hidratando, alimentando, mas não

fazendo nenhum procedimento e não entrando com

nenhuma droga que prolongue a vida dele. Não adianta

prolongar a vida dele por algum tempo, isso não vai

trazê-lo de volta. Cuidados paliativos são todos aqueles

cuidados que não prolonguem a vida do paciente.

Cuidados paliativos são cuidados com pacientes sem

possibilidade de cura, em fase terminal e proporcionam

conforto; esses cuidados abrangem também os familiares

destes pacientes.

equipe

multiprofissional.

2ª Cuidados que

abrangem a família.

1ª Prática da não

maleficência.

2ª Cuidados que

abrangem a família.

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

2ª Prática da não

maleficência

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

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11

Os cuidados paliativos são cuidados prestados ao

paciente em fase terminal. A equipe multiprofissional,

principalmente a médica, quer prolongar a vida a

qualquer custo, e o paciente acaba ficando muito tempo

internado. Os profissionais estão deixando a desejar em

cuidados paliativos, não sei se por falta de conhecimento

ou por obsessão, são cuidados que não prolongam a

vida. Tento prestar cuidados paliativos e dar para o

paciente um conforto, ter um contato maior com a família.

Cuidados paliativos são cuidados para pacientes em fase

terminal, que já fizeram de tudo para sobreviver. Esses

cuidados tentam evitar a internação desse paciente, para

ele passar esses últimos momentos em casa, ao lado de

seus familiares, já que a internação hospitalar traz um

dano muito grande ao paciente. Mas se o paciente ficar

2ª Proporcionam

conforto no final da

vida.

3ª Cuidados que

abrangem a família.

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

2ª Engloba uma

equipe

multiprofissional.

3ª Prática da não

maleficência

4ª Proporcionar

conforto no final da

vida.

5ª Cuidados que

abrangem a família.

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

2ª Cuidados que

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12

13

14

15

internado, temos que minimizar ao máximo sua dor.

Cuidados paliativos são o permitir que a pessoa tenha

momentos agradáveis nos seus últimos dias de vida. Os

cuidados paliativos amenizam a dor.

Cuidados paliativos são uma forma de promover o bem

estar em todos os aspectos do paciente e também

propicia uma mais fácil aceitação da realidade, tanto para

a família quanto para o paciente.

Cuidados paliativos são cuidados para pacientes que não

vão sair do quadro em que se encontram. São cuidados

para o paciente e sua família, evitando piora e esperando

a hora dele falecer.

Cuidados paliativos são um tipo de cuidado muito

prazeroso e reflexivo prestados aos pacientes sem cura,

por mais que o paciente não evolua vemos o quão frágil

somos e o quanto dependemos um dos outros. Sinto

compaixão e me fortaleço com os cuidados prestados.

Aprendo a cada dia e agradeço a Deus por tudo, tendo

abrangem a família.

3ª Cuidados que

minimizam a dor.

1ª Proporcionar

conforto no final da

vida.

2ª Cuidados que

minimizam a dor.

1ª Proporcionar

conforto no final da

vida.

2ª Cuidados que

abrangem a família.

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

2ª Cuidados que

abrangem a família.

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

2ª Cuidados que

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em vista o sofrimento que vejo frente às famílias e

pacientes nessa situação.

abrangem a família.

INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 1 (IAD – 1)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre (cuidar),

tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de cuidados

paliativos? Poderia me contar?

MÉDICOS

NO EXPRESSÔES – CHAVE IDEIA CENTRAL

1

2

Cuidados paliativos são realizados quando o paciente

não tem mais prognóstico, mas a gente quer manter

qualidade de vida. Então não há mais cura para ele,

esses cuidados devem evitar sofrimento, dor, tudo o que

for possível, mas cura mesmo ele não tem. Evitar fazer

procedimentos invasivos, sempre perguntar antes de

fazer algum procedimento tentando manter a prática da

não maleficência. A gente pensa assim: vai fazer uma

cirurgia ou até mesmo, vai entubar, vai valer a pena este

sofrimento? A gente sempre pensa nessa parte... No

começo eu sempre queria reanimar, sempre ficava com

culpa de não fazer, com o passar do tempo você vai

vendo, vai avaliando cada caso particularmente,

decidindo se compensa ou não, o que vai ser de um

sofrimento maior ou não, não só para o paciente, mas

para a família também. Para mim, é manter o paciente

com qualidade de vida e perto da família, evitar ao

máximo o sofrimento dele, não fazer nada que seja

invasivo, doloroso e que não tenha resultado.

Cuidados paliativos são realizados quando a terapêutica

não funciona mais, quando se está no fim para dar uma

qualidade de morte para a pessoa, tirar os sintomas,

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

2ª Proporciona

conforto no final da

vida.

3ª Cuidados que

minimizam a dor.

4ª Prática da não

maleficência.

5ª Cuidados que

abrangem a família.

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

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3

4

5

6

melhorar um pouco o emocional, manter alimentado,

fazer com que ele tenha uma morte com qualidade. Ele

não vai ser mais curado, mas vai ter qualidade de morte.

Cuidado paliativo é amenizar o sofrimento do paciente

sem causar mais danos a sua saúde. Devemos escutar

atentamente as suas queixas e tentar atingir o

tratamento. O mais importante não é o que queremos

fazer com o paciente e sim o que ele deseja, sempre, é

claro, mantendo a prática da não maleficência.

Considero o cuidado paliativo muito importante, diante de

qualquer caso. Acho necessário, é bom tanto para os

familiares, cuidadores e para o próprio paciente. Todo ser

humano deve ter direito a cuidados. Na nossa área de

trabalho, não há muitos casos, porém, quando podemos,

tentamos o máximo para ter esses cuidados.

São medidas tomadas a fim de reduzir sofrimento,

aumentar qualidade de vida dos pacientes que se

encontram em estado terminal, com alguma doença ou

patologia incapacitante. Medidas alternativas para

tratamento de idosos ou crianças, não necessariamente

com doença grave. O objetivo é tratar da melhor maneira.

Cuidados paliativos são cuidados prestados para

pacientes em fase terminal. São cuidados que amenizam

a dor, o sofrimento, para haver uma morte digna,

abordando também a família. São evitados quaisquer

terminal.

2ª Cuidados para

que se tenha uma

boa morte.

1ª Proporcionar

conforto no final da

vida.

2ª Prática da não

maleficência.

1ª Os cuidados

paliativos são

importantes.

2ª Cuidados que

abrangem a família.

1ª Proporcionar

conforto no final da

vida.

2ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

1ª Cuidados

prestados para

pacientes em fase

terminal.

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7

8

tipos de procedimentos invasivos.

Consiste em cuidados mínimos ao paciente com

diagnóstico fechado, seja em estado terminal de

neoplasia, ou sequelas patológicas debilitantes e

progressivas, as quais consistem em nutrição mínima

para necessidade diária, analgesia, conforto e cuidados

para evitar novas comorbidades, como escara e

infecções, proporcionando uma boa morte.

São medidas adotadas pela equipe multiprofissional

(médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos) para

oferecer alívio da dor em pacientes terminais.

2ª Cuidados que

minimizam a dor.

3ª Cuidados para

que se tenha uma

boa morte.

4ª Cuidados que

abrangem a família.

5ª Prática da não

maleficência.

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

2ª Prática da não

maleficência.

3ª Cuidados para

que se tenha uma

boa morte.

1ª Engloba uma

equipe

multiprofissional.

2ª Cuidados que

minimizam a dor.

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9

10

Cuidados paliativos são uma forma de conforto para o

doente terminal. Mesmo sem nenhuma expectativa de

vida, o paciente recebe os cuidados para uma morte

digna.

Cuidados paliativos são um conjunto de procedimentos e

atividades realizadas em pacientes terminais com o

objetivo de aliviar a dor, proporcionando ao paciente uma

morte humanizada. É uma área de crescimento, que

conta com uma equipe multiprofissional e que sempre

norteia os cuidados em saúde para promover o bem

estar do doente.

3ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

1ª Proporcionam

conforto no final da

vida.

2ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

3ª Cuidados para

que se tenha uma

boa morte.

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

2ª Cuidados que

minimizam a dor.

3ª Cuidados para

que se tenha uma

boa morte.

4ª Engloba uma

equipe

multiprofissional.

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11

12

13

14

Cuidados paliativos amenizam o sofrimento do paciente

que está no final da vida. Esses cuidados são muito

importantes.

Cuidados paliativos são um cuidado cada vez mais

importante, porque envolve muito o lado humano. Muitas

vezes o paciente é tratado sem o lado humano. O

paciente ouve, às vezes, conversas indelicadas sobre

sua condição, sem que seja informado diretamente sobre

seu estado. Esses cuidados servem para minimizar a dor

e dar conforto ao mesmo.

É um cuidado prestado ao paciente que está em fase

terminal, não vai ter melhora e em alguns locais, os

pacientes nem sempre têm o cuidado adequado como

deveria ser.

A experiência mais próxima que eu tive foi com minha

avó. Ela teve câncer de colo do útero e optamos por

cuidar dela em casa, porque lá ela teve um tratamento

5ª Proporcionar

conforto no final da

vida.

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

2ª Os cuidados

paliativos são

importantes.

1ª Os cuidados

paliativos são

importantes.

2ª Cuidados que

minimizam a dor.

3ª Proporcionar

conforto no final da

vida.

1ª Cuidados

prestados ao

paciente em fase

terminal.

1ª Cuidados que

abrangem a família.

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15

mais afetivo ao lado de seus familiares. Ela foi cuidada

com todo carinho e atenção, mas, às vezes, falta o

cuidado paliativo por falta de informação.

É um cuidado muito importante, pois evita os cuidados

invasivos mantendo a prática da não maleficência. Às

vezes, tratamos clinicamente o paciente que deveria ser

cuidado apenas com cuidados paliativos.

1ª Os cuidados

paliativos são

importantes.

2ª Prática da não

maleficência.

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APÊNDICE B - Instrumento de análise de discurso – 2 (IAD – 2)

INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Os cuidados paliativos são importantes

ENFERMEIRAS

NO EXPRESSÔES –CHAVE

1

4

Eu vejo que os cuidados paliativos são importantes, porque são

realizados em uma fase delicada, em que o paciente não tem mais

perspectiva de vida, e a gente faz o possível para dar o melhor para

ele, e não deixar faltar o que ele precisa: os alimentos, os cuidados

de higiene, isso tudo, que eu acho que é importante, principalmente

no final, onde o paciente já passou por tudo, por experiências

dolorosas. Eu acho importante fazer o melhor que a gente pode,

mesmo sabendo que a vida do paciente está no fim.

Há mais interesse em cuidar de pacientes que têm tratamento ou

procedimentos invasivos a serem feitos, mas os cuidados paliativos

são tão importantes quanto os cuidados invasivos. É comum

submeter o paciente em procedimentos invasivos que não vão levar à

qualidade de vida dele, e só vão prolongar o sofrimento, é aí que

entram os cuidados paliativos.

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INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Proporcionar conforto no final da vida.

ENFERMEIRAS

NO EXPRESSÔES –CHAVE

1

2

3

4

9

10

12

13

Temos que fazer o melhor que pudermos, para o paciente viver o

final de sua vida com conforto.

...procurando proporcionar o máximo de conforto...

É o cuidado que vai fazer com que o paciente tenha o mínimo de

conforto num momento pelo qual todos nós vamos passar um dia.

...são usados para aliviar o sofrimento, para que o paciente tenha

uma qualidade de vida boa. A equipe de enfermagem tem que ser

muito atuante nessa área, para estar levando a qualidade desse

cuidado. Muitas vezes, o paciente terminal, que não tem mais

tratamento, é esquecido.

...e proporcionam conforto...

Tento prestar cuidados paliativos e dar para o paciente um conforto...

Cuidados paliativos são o permitir que a pessoa tenha momentos

agradáveis nos seus últimos dias de vida.

Cuidados paliativos são uma forma de promover o bem estar em

todos os aspectos do paciente...

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INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Cuidados prestados ao paciente em fase terminal

ENFERMEIRAS

NO EXPRESSÔES –CHAVE

1

2

3

4

5

8

9

10

Muitas vezes as pessoas falam: “já está no final da vida”, e não

fazem o que é necessário.

Cuidados paliativos são aquele cuidado que você vai prestar para o

paciente na terminalidade dele...

Cuidados paliativos são o cuidado que vamos prestar ao paciente em

fase terminal. Aqui no Hospital Escola já existe uma equipe de

cuidados paliativos, porém os profissionais ainda não estão

preparados para lidar com isso.

Os cuidados paliativos envolvem quando o paciente está em fase

terminal, não tem mais um tratamento que pode levar à cura dele...

Cuidados paliativos são cuidados com o paciente terminal...

Cuidados paliativos são o cuidado ao paciente fora de possibilidade

de cura; hidratando, alimentando...

Cuidados paliativos são cuidados com pacientes sem possibilidade

de cura, em fase terminal...

Os cuidados paliativos são cuidados prestados ao paciente em fase

terminal.

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11

13

14

15

Cuidados paliativos são cuidados para pacientes em fase terminal,

que já fizeram de tudo para sobreviver.

Cuidados paliativos são... paciente em fase terminal.

Cuidados paliativos são cuidados para pacientes que não vão sair do

quadro em que se encontram.

Cuidados paliativos são um tipo de cuidado muito prazeroso e

reflexivo prestados aos pacientes sem cura, por mais que o paciente

não evolua vemos o quão frágil somos e o quanto dependemos uns

dos outros. Sinto compaixão e me fortaleço com os cuidados

prestados. Aprendo a cada dia e agradeço a Deus por tudo...

INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Cuidados que abrangem a família

ENFERMEIRAS

NO EXPRESSÔES –CHAVE

2

5

6

...e procurando apoiar sua família nesse momento tão difícil.

Na área hospitalar, recebemos o doente. Dependendo do quadro,

fazemos medicação, um atendimento que não se pode fazer em

casa.

Os próprios familiares dos pacientes não sabem do que se tratam os

cuidados paliativos, não sabem que, para esses pacientes, são mais

válidos os cuidados não invasivos, realizados em casa, do que os

cuidados hospitalares.

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7

9

10

11

13

14

15

...aborda a família para que ela entenda que a morte é uma fase da

vida. É mais fácil prestar cuidados paliativos quando o paciente está

em sua casa, porque o contato com a família é maior, quando ele

está internado já é mais difícil. É mais difícil ainda quando se trata de

criança, porque ela está no começo da vida e ninguém espera a

morte dela, então, na maioria das vezes, são feitos muitos

procedimentos invasivos e a família tem mais dificuldade em aceitar a

morte.

...esses cuidados abrangem também os familiares desses pacientes.

...ter um contato maior com a família...

Esses cuidados tentam evitar a internação desse paciente, para ele

passar esses últimos momentos em casa, ao lado de seus familiares,

já que a internação hospitalar traz um dano muito grande ao paciente.

E também propicia uma mais fácil aceitação da realidade, tanto para

a família quanto para o paciente.

São cuidados para o paciente e sua família, evitando piora e

esperando a hora dele falecer.

...tendo em vista o sofrimento que vejo frente às famílias e pacientes

nessa situação.

INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Engloba uma equipe multiprofissional

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ENFERMEIRAS

NO EXPRESSÔES –CHAVE

6

10

Os cuidados paliativos são um tema novo, que está sendo discutido

atualmente, muita gente tem dúvida, não sabe nem do que se trata,

que engloba uma equipe de médicos, enfermeiros.

A equipe multiprofissional, principalmente a médica, quer prolongar a

vida a qualquer custo, e o paciente acaba ficando muito tempo

internado. Os profissionais estão deixando a desejar em cuidados

paliativos, não sei se por falta de conhecimento ou por obsessão...

INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Prática da não maleficência.

ENFERMEIRAS

NO EXPRESSÔES –CHAVE

7

8

10

Os cuidados paliativos servem para não prolongar a vida do paciente

sem possibilidade de cura com procedimentos invasivos;

...mas não fazendo nenhum procedimento e não entrando com

nenhuma droga que prolongue a vida dele. Não adianta prolongar a

vida dele por algum tempo, isso não vai trazê-lo de volta. Cuidados

paliativos são todos aqueles cuidados que não prolonguam a vida do

paciente.

...são cuidados que não prolongam a vida.

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INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Cuidados que minimizam a dor

ENFERMEIRAS

NO EXPRESSÔES –CHAVE

11

12

Mas se o paciente ficar internado, temos que minimizar no máximo

sua dor.

Os cuidados paliativos amenizam a dor.

INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Cuidados prestados ao paciente em fase terminal

MÉDICOS

NO EXPRESSÔES -CHAVE

1

2

5

Cuidados paliativos são realizados quando o paciente não tem mais

prognóstico...

Cuidados paliativos são realizados quando a terapêutica não funciona

mais, quando se está no fim...

...dos pacientes que se encontram em estado terminal, com alguma

doença ou patologia incapacitante. Medidas alternativas para

tratamento de idosos ou crianças, não necessariamente com doença

grave... O objetivo é tratar da melhor maneira.

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6

7

8

9

10

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13

Cuidados paliativos são cuidados prestados para pacientes em fase

terminal...

Consiste em cuidados mínimos ao paciente com diagnóstico fechado,

seja em estado terminal de neoplasia, ou sequelas patológicas

debilitantes e progressivas...

...em pacientes terminais...

...para o doente terminal. Mesmo sem nenhuma expectativa de vida.

Cuidados paliativos são um conjunto de procedimentos e atividades

realizadas em pacientes terminais...

Cuidados paliativos amenizam o sofrimento do paciente que está no

final da vida...

É um cuidado prestado ao paciente que está em fase terminal, não

vai ter melhora e, em alguns locais, os pacientes nem sempre têm o

cuidado adequado como deveria ser.

INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Proporcionar conforto no final da vida.

MÉDICOS

NO EXPRESSÔES -CHAVE

1 Cuidados paliativos são realizados quando o paciente não tem mais

prognóstico, mas a gente quer manter qualidade de vida...

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1 3

5

9

10

12

Cuidado paliativo é amenizar o sofrimento do paciente sem causar

mais danos a sua saúde. Devemos escutar atentamente as suas

queixas e tentar atingir o tratamento.

São medidas tomadas a fim de reduzir sofrimento, aumentar

qualidade de vida...

Cuidados paliativos são uma forma de conforto...

...para promover o bem estar do doente.

...e dar conforto ao mesmo.

INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Cuidados que minimizam a dor.

MÉDICOS

NO EXPRESSÔES –CHAVE

1

6

8

10

12

Então não tem mais cura para ele, esses cuidados devem evitar

sofrimento, dor, tudo o que for possível, mas cura mesmo ele não

tem...

...são cuidados que amenizam a dor, o sofrimento...

...para oferecer alívio da dor...

... com o objetivo de aliviar a dor...

...esses cuidados servem para minimizar a dor...

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INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Cuidados que abrangem a família

MÉDICOS

NO EXPRESSÔES –CHAVE

1

4

6

14

...o que vai ser de um sofrimento maior ou não, não só para o

paciente, mas para a família também. Para mim é manter o paciente

com qualidade de vida e perto da família, evitar ao máximo o

sofrimento dele, não fazer nada que seja invasivo, doloroso, e que

não tenha resultado.

...Acho necessário, são bons tanto para os familiares, cuidadores e

próprio paciente. Todo ser humano deve ter direito a cuidados. Na

nossa área de trabalho não há muitos casos, porém quando podemos

tentamos o máximo para ter estes cuidados.

...abordando também a família...

A experiência mais próxima que eu tive foi com minha avó. Ela teve

câncer de colo do útero e optamos por cuidar dela em casa, porque lá

ela teve um tratamento mais afetivo ao lado de seus familiares. Ela foi

cuidada com todo carinho e atenção, mas, às vezes, falta o cuidado

paliativo por falta de informação.

INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Cuidados para que se tenha uma boa morte

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MÉDICOS

NO EXPRESSÔES –CHAVE

2

6

7

9

10

...para dar uma qualidade de morte para a pessoa, tirar os sintomas,

melhorar um pouco o emocional, manter alimentado, fazer com que

ele tenha uma morte com qualidade. Ele não vai ser mais curado,

mas vai ter qualidade de morte.

...para haver uma morte digna...

...proporcionando uma boa morte.

...o paciente recebe os cuidados para uma morte digna.

...proporcionando ao paciente uma morte humanizada...

INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Pratica da não maleficência.

MÉDICOS

NO EXPRESSÔES –CHAVE

1 Evitar fazer procedimentos invasivos, sempre perguntar antes de

fazer algum procedimento tentando manter a prática da não

maleficência. A gente pensa assim: vai fazer uma cirurgia ou até

mesmo, vai entubar, vai valer a pena este sofrimento? A gente

sempre pensa nessa parte. No começo eu sempre queria reanimar,

sempre ficava com culpa de não fazer, com o passar do tempo você

vai vendo, vai avaliando cada caso particularmente, decidindo se

compensa ou não... Evitar ao máximo o sofrimento dele, não fazer

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3

6

7

15

nada que seja invasivo, doloroso e que não tenha resultado.

...o mais importante não é o que queremos fazer com o paciente e

sim o que ele deseja, sempre, é claro, mantendo a prática da não

maleficência.

São evitados qualquer tipo de procedimentos invasivos.

...as quais consistem em nutrição mínima para necessidade diária,

analgesia, conforto e cuidados para evitar novas comorbidades, como

escara e infecções...

...pois evita os cuidados invasivos mantendo a prática da não

maleficência. Às vezes, tratamos clinicamente o paciente que

deveria ser cuidado apenas com cuidados paliativos.

INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Os cuidados paliativos são importantes

MÉDICOS

NO EXPRESSÔES –CHAVE

4

11

12

Considero o cuidado paliativo muito importante, diante de qualquer

caso...

...esses cuidados são muito importantes.

Cuidados paliativos são um cuidado cada vez mais importante,

porque envolve muito o lado humano. Muitas vezes o paciente é

tratado sem o lado humano. O paciente ouve, às vezes, conversas

indelicadas sobre sua condição, sem que seja informado diretamente

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sobre seu estado...

É um cuidado muito importante...

INSTRUMENTO DE ANÁLISE DE DISCURSO – 2 (IAD – 2)

QUESTÃO: Levando em consideração suas experiências e vivências sobre

(cuidar), tratar de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de

cuidados paliativos? Poderia me contar?

IDEIA CENTRAL: Engloba uma equipe multiprofissional

MÉDICOS

NO EXPRESSÔES –CHAVE

8

10

São medidas adotadas pela equipe multiprofissional (médicos,

enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos)...

...é uma área de crescimento que conta com uma equipe

multiprofissional e que sempre norteia os cuidados em saúde...

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APÊNDICE C - Roteiro de entrevista semiestruturada

Levando em consideração suas experiências e vivências sobre (cuidar), tratar

de pacientes gravemente enfermos, qual a sua percepção de cuidados paliativos?

Poderia me contar?

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APÊNDICE D - Características pessoais dos profissionais de saúde

(Enfermeiros e Médicos)

1 Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino

Idade: ____ anos

Religião: ( ) Católico (a)

( ) Evangélico (a)

( ) Protestante

( ) Outros: ____________________

4 Graduação: ( ) Enfermagem

( ) Medicina

5 Pós-Graduação: ( ) Especialização: área ________________________________

Especificar

( ) Mestrado: área _____________________________________

Especificar

( ) Doutorado: área ____________________________________

Especificar

( ) Outro: área ________________________________________

Especificar

6 Unidade onde atua: ( ) Clínica especializada

( ) Clínica particular

( ) Santa Casa de Misericórdia

( ) Pronto Socorro

( ) Programa de Saúde da Família

( ) Unidade Básica de Atendimento

( ) Hospital Escola

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( ) Policlínica

( ) Consultório

( ) Outros ____________________

7 Tempo de formação: _____________________________

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APÊNDICE E - Carta de solicitação para coleta de dados destinada à instituição

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APÊNDICE F - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Nós Ângela Michelle Fernandes, Lethícia Thaís Rezende Gomes, Thays

Cristina Vieira Rodrigues e Ivandira Ribeiro Anselmo Simões, acadêmicas e

docente, respectivamente, da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz estamos

realizando uma pesquisa para verificar a percepção de cuidados paliativos sob a

óptica de enfermeiros e médicos de uma instituição hospitalar.

O objetivo da pesquisa será: identificar qual a percepção dos enfermeiros e

médicos sobre os cuidados paliativos e, com isso, propiciar uma melhor assistência

ao paciente. Como relevância social, visa intervir na divulgação de informações que

possam de alguma maneira aumentar o conhecimento da população e possibilitar

uma melhora nos cuidados prestados às pessoas frente à morte, diminuindo a sua

dor, sofrimento e garantindo o morrer com dignidade. Será importante para a

sociedade científica, já que por meio dele outros profissionais de saúde poderão

acrescentar novos conhecimentos e ter uma nova visão sobre o morrer com

dignidade, considerando que há escassez na literatura sobre o assunto.

Este será um trabalho de conclusão de curso de graduação em enfermagem

das pesquisadoras.

Esta pesquisa será realizada no Hospital Escola (HE) da cidade de Itajubá

MG, com enfermeiros e médicos. Os dados serão coletados por meio de um

instrumento contendo um roteiro de entrevista semiestruturada, que deverá ser

respondida por você. Você será abordado dentro da instituição ou em um local que

você queira e que tenha privacidade e será nos dias e horário que você tiver

disponibilidade. A sua participação e todos os dados referentes a sua pessoa serão

exclusivos para a pesquisa em questão e de inteira responsabilidade das

pesquisadoras, que garantem seu anonimato e total sigilo, assegurando a

privacidade de suas informações. As entrevistas serão gravadas e depois de

transcritas, as fitas serão descartadas.

É importante lembrar que a sua participação nessa pesquisa é de livre e

espontânea vontade e a qualquer momento o (a) senhor (a) poderá desistir de

participar. O (a) senhor (a) concorda em participar do estudo?

Este termo de consentimento pós-informado é o documento que comprova a

sua permissão. Precisamos de sua assinatura para oficializar seu consentimento.

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Agradecemos desde já por sua valiosa colaboração e colocamos a sua

disposição o comitê de ética em pesquisa para outros esclarecimentos necessários

através do seguinte telefone para contato (35) 36220930, ramal 323, funcionamento

de segunda a sexta-feira, das 7h00 às 11h00 das 13h00 às 16h00 horas.

Participante da Pesquisa: _______________________________________________

(assinatura)

Itajubá, _____ de ________________ de ________

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ANEXO A - Folha de Rosto para Pesquisa com Seres Humanos

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ANEXO B – Parecer Consubstanciado N. 795/2011

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