escola da rocinha tem nota 10 em gestão e autonomia educação - i g

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24/4/2014 Escola da Rocinha tem nota 10 em gestão e autonomia - Educação - iG

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21/04/2014 00:08:03

ANGÉLICA FERNANDES

Rio - Saem as carteiras enfileiradas, cadernos e quadros-negros. Entram mesas redondas,

notebooks e lousas digitais. Na primeira escola tecnológica no Município do Rio, em

funcionamento há um ano na Rocinha, não há salas de aula. Os alunos se dividem em times e

ficam distribuídos em dois grandes salões, num ambiente sem paredes e repletos de pufes no

chão.

As três únicas séries da unidade — sétima, oitava e nona — estudam juntas, em horário integral,

Escola da Rocinha tem nota 10 emgestão e autonomia

Na comunidade, a primeira escola high-tech do Rio abolecadernos e incentiva os alunos a criarem seus métodosde aprendizagem num ambiente sem paredes

Alunos de séries diferentes se dividem em times e estudam em horário integral, em dois grandes salões,num ambiente sem paredes

Foto: Divulgação

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com apoio de mentores, em vez de professores. Toda a inovação do Ginásio Experimental de

Novas Tecnologias Educacionais (Gente) existe para conquistar um único objetivo: a autonomia

do aluno.

"Ele fica livre para criar seu método de estudo e, com isso, adquire responsabilidade”, diz a

coordenadora pedagógica da instituição, Renata Martielo, à frente da unidade desde a criação.

O lema no Gente é não ter rotina. A cada aula, os alunos ficam à vontade para sentar em

qualquer uma das quatro mesas redondas com seis lugares. Em cada salão, cinco mentores são

encarregados de orientar os estudantes, que usam a ‘educopédia’ — plataforma digital com

videoaulas, jogos e animações — em vez de cadernos.

As clássicas avaliações no papel não existem. Na escola, a ‘máquina de testes’ causa sensação.

Pelo computador, alunos fazem avaliações semanalmente de cada disciplina. Se o jovem errar a

mesma questão duas vezes, o teste é bloqueado, e ele é direcionado à revisão de todo o

conteúdo. “Por ali sabemos qual é o conteúdo que ele tem mais dificuldade”, completa.

Além das matérias regulares, cada jovem pode escolher uma das seis disciplinas eletivas:

robótica, ginástica rítmica, natação, teatro, produção de videoclipes e cinema. No próximo

semestre, outras serão incorporadas.

Método de ensino já foi conhecido por 300 profissionais e exportado

O espaço físico e a metodologia de ensino do Gente estão sendo exportados para fora do país.

No ano passado, a instituição recebeu quase uma visita por dia. “Tivemos a presença de mais de

300 profissionais da Educação na escola. Desde o ministro da Educação do Equador até

professores da Finlândia”, orgulha-se o relações públicas da Secretaria Municipal de Educação,

Cristiano Americano.

Na quinta-feira passada, um grupo de seis professores de Brasília viajou até a Rocinha só para

conhecer o colégio. “Dá para copiar várias propostas pedagógicas, como a forma de sentar em

círculo e não em fila”, conta Fabiana Queiroz, professora de Espanhol do Centro Interescolar de

Línguas do Distrito Federal.

Duas escolas municipais do Rio — a Bolívar, no Engenho de Dentro; e a Epitácio Pessoa, no

Andaraí — já começam a importar a infraestrutura do Gente. Ambas derrubaram as paredes e

criaram salões em vez de salas de aula.

Para o idealizador do Ginásio, o ex-subsecretário de Novas Tecnologias, Rafael Parente, a escola

da Rocinha é a tendência do futuro. “O modelo atual é muito fracassado e o Gente vem como

uma alternativa para estimular o interesse dos alunos”, afirma.

Redes sociais não podem ser usadas nas aulas

No Gente vale tudo menos navegar no Facebook. Por conta do mau comportamento de alguns

alunos, as redes sociais foram vetadas neste ano. “Foi muito doloroso ter que bloquear o

Facebook porque queríamos trazer as redes sociais para o ambiente escolar, mas não deu certo.

Eles ficavam navegando escondido e isso atrapalhava o rendimento”, explica a coordenadora

Renata.

Outro artifício adotado pela unidade para combater os alunos bagunceiros foi a filmagem das

aulas. “Os mentores filmam e depois mostram o vídeo para a classe. É impressionante, pois os

próprios colegas apontam aquele que tem mau comportamento. Isso é autonomia com

responsabilidade”, acrescenta a coordenadora.

Nas assembleias semanais de alunos, professores e diretores, todos passam uma hora

debatendo sobre a escola. O evento começa com a distribuição de um papel em branco em que

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os jovens escrevem o que elogiam, criticam e solicitam do colégio. Nas reclamações, há desde a

porta do banheiro quebrada até a desorganização na hora da saída.

“Vimos que as queixas dos alunos são coisas que eles provocam. O bom do debate é que eles

acabam percebendo o próprio equívoco”, conta a pedagoga.

Entre as dezenas de elogios, estudar numa escola de referência mundial e a tecnologia são os

itens mais citados por eles.

Tags: educação , Rocinha