escola, comunidade e ciÊncia: fragmentos do olhar … · b) os projetos de iniciação científica...
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Revista Educação: Teoria e Prática. Rio Claro: UNESP – Instituto de Biociências, Volume 9, número 16, 2001. (CD-Rom arquivo: tr19.pdf)
ESCOLA, COMUNIDADE E CIÊNCIA: FRAGMENTOS DO OLHAR POR ENTRE AS ÁRVORES
Antonio Carlos R. de Amorim UNICAMP Luiza S. Kinoshita UNICAMP
Roseli B. Torres IAC Eliana R. Forni-Martins UNICAMP
Tatiana Spinelli UNICAMP Sábata Silva Constancio UNICAMP
Yu Jie Ahn UNICAMP palavras-chave: Currículo; Relação universidade-escola; Conhecimento escolar Resumo: O presente artigo apresenta e discute extratos de uma experiência que vem
ocorrendo na cidade de Campinas, dentro do Programa de Ensino do Projeto Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo (FAPESP 97/02322-00). Focaliza, em especial, trabalhos com árvores do entorno e da área verde de uma Escola Municipal, em que professores de diferentes disciplinas escolares, alunos e pesquisadores da UNICAMP e do IAC buscaram leituras para as relações estabelecidas com a vegetação próxima pelos alunos e moradores do bairro onde a escola está situada. Essas são imaginadas como redes, sempre expandidas e fraturadas nas condições de produção dos significados escolares, cotidianos e científicos das árvores do entorno, que contribuem para o desenvolvimento da pesquisa em educação ambiental imaginando-a como campo heterogêneo e múltiplo.
SCHOOL, COMMUNITY, AND SCIENCE: FRAGMENTS OF A POINT OF VIEW
FROM AMONG THE TREES keywords: Curriculum; University-School relationship; School knowledge Abstract: This article introduces and discusses extracts from an experiment that has been
conducted as a part of the teaching program in the project entitled "Phanerogamic Flora in the State of São Paulo". The project is supported by FAPESP in the city of Campinas-SP. It focuses primarily on tree-related work around and inside one of the city’s state schools. Teachers of different subjects, students, and researchers from Unicamp and I.A.C. (City of Campinas Institute of Agronomy) sought for information on the relationship between the vegetation and the school’s students and neighbourhood. This relationship can be seen as a cognitive network, expanded and fractured in the creation of academic, scientific, and more commonplace meanings of trees in the immediate environment. This network contributes to the development of Environmental Education research, the latter being understood as a diverse and heterogeneous field.
Introduzir o leitor na leitura deste texto é fazer-lhe um convite a adentrar em espaços e
tempos em que estabelecemos os ritmos de nosso trabalho de pesquisa e ação educativas ao
participarmos do Programa de Ensino do Projeto Flora Fanerogâmica do Estado de São
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Pauloi. Esses espaços e tempos são múltiplos e plurais, perceptíveis quando se puxam fios
das reflexões individuais e em grupo que os professores pesquisadores realizaram, das
transformações nas práticas pedagógicas, das questões de investigação que consideramos
interessantes para o grupo pesquisar, dos resultados das análises empreendidas, entre as
culturas científicas e as escolares.
Neste trabalho, abordaremos resultados produzidos no grupo de pesquisa da cidade de
Campinas. Somos pesquisadores e professores da educação básica da Universidade
Estadual de Campinas (UNICAMP), do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), bem
como alunas de iniciação científica e de prática de ensino de biologia. Com diferentes
níveis de inserção, atuamos em parceria com professores da educação básica (Ciências,
Português, Geografia, Educação Artística, História e Educação Física), na Escola
Municipal de Ensino Fundamental Padre Francisco Silva.
Um conjunto de interpretações que temos realizado do nosso trabalho no Projeto de
Ensino (AMORIM et al., 2000 a, 2000b, 2001c) permite que o imaginemos como território
que se delimita nas fronteiras entre as práticas de pesquisa botânica e práticas de ensino das
disciplinas escolares, cujas diferenças e similaridades entre esses dois campos culturais são
analisadas pelos processos de incorporação das metodologias dos trabalhos científicos. As
linhas para que teçamos os mapeamentos são desfiadas de algumas situações práticas do
nosso trabalho:
a) as visitas ao IAC, UNICAMP e Mata São Francisco, nas quais participam da
produção curricular a dinâmica do trabalho dos cientistas, a relevância da pesquisa para
a comunidade em geral, a importância da preservação de áreas nativas;
b) os projetos de iniciação científica e as interpretações da dinâmica da
transformação dos resultados das práticas de pesquisa em atividades didáticas;
c) os projetos de produção de materiais didáticos e a iniciativa à incorporação das
formas resultantes do trabalho da ciência botânica;
d) os resultados de pesquisa sobre a arborização urbana e as composições do
currículo escolar na perspectiva de solução de problemas reais da comunidade com
ações de intervenção para a melhoria da qualidade de vida.
Neste texto, em particular, iremos analisar episódios da produção do currículo
escolar, escolhendo algumas atividades que ocorreram nos anos de 1999 e 2000 e que
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tiveram como interesse de investigação os movimentos na interface entre Universidade e
Escola Básica, a partir de três projetos de iniciação científicaii. Esses projetos pretenderam
investigar de que maneiras é possível aproximar a produção do conhecimento científico na
área de Botânica dos conhecimentos disponíveis no currículo escolar. Para tanto, buscamos
elaborar práticas de ensino, em parceria com professores da EMEF Padre Francisco Silva e
com pesquisadores da UNICAMP e IAC, nas quais os conhecimentos e procedimentos
metodológicos na pesquisa em Botânica foram transpostos para o currículo escolar (dentro
e fora do espaço escolar); analisamos de que maneiras estas atividades contribuíram para a
aprendizagem dos alunos e professores da educação fundamental no que se referiu às
concepções de ciência e dos métodos de produção do conhecimento científico; criamos
estratégias de trabalho e refletimos sobre elas com os alunos e professores da educação
fundamental, as quais buscam dimensionar problemáticas ambientais do entorno da escola e
de remanescentes de mata nativa do município de Campinas; buscamos novas temáticas
para a incorporação no currículo escolar, advindas principalmente do trabalho com o
entorno da escola e com o fragmento do Sítio São Francisco, sistematizando-as em
materiais para uso didático.
A partir de uma aproximação gradativa com o cotidiano escolar, a qual incluiu a
participação em atividades desenvolvidas pelos professores e em reuniões de planejamento
e avaliação numa pesquisa do campo educacional do tipo “etnográfica” (ANDRÉ, 1995), as
bolsistas realizaram : visitas ao espaço escolar; interações com alunos e professores em
situações de aulas dentro e fora da escola; entrevistas com professores e pesquisadores para
levantamento de temas de interesse, intenções e formas de abordagem; levantamento
bibliográfico e produção de roteiros de atividades. Tais roteiros foram discutidos com
professores e pesquisadores e, posteriormente, utilizados na realização das práticas de
ensino. Estas atividades foram registradas em vídeo e em caderno de campo, subsidiando
uma posterior reflexão. A reflexão sobre estas ações forneceram, continuamente, elementos
que orientaram as ações futuras, subsidiadas por referenciais teóricos das áreas de
sociologia da ciência e de organização dos conhecimentos escolares - na sua relação com os
científicos - foram avaliadas e elaboradas diferentes atividades.
Do conjunto de atividades construídas, algumas delas tiveram como objeto principal
o estudo florístico realizado na área verde e entorno da escola e no fragmento do Sítio São
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Francisco. Experimentamos a iniciativa de incorporar alguns conteúdos e formas desses
estudos no currículo escolar, tais como: as interações ent re fauna e flora via síndromes de
polinização e dispersão; a edição de registros, em vídeo e fotografias, de visitas realizadas a
instituições de pesquisa, mostrando diferentes dinâmicas de produção do conhecimento
científico; a introdução de práticas mais sistematizadas de coleta e análise de dados pelos
alunos da EMEF Padre Francisco Silva utilizando técnicas variadas tanto na área de
Botânica quanto na área de etnografia (por exemplo, a elaboração de entrevistas).
Com as atividades que iremos apresentar neste artigo, tivemos a intenção de buscar
promover a aproximação dos alunos com o espaço que os cerca a partir da observação das
espécies vegetais que compõem a arborização de áreas no entorno da escola. Esta
aproximação foi mediada por informações a respeito da fenologia, ecologia e morfologia
destas espécies, o que permitiu o contato dos alunos com os conhecimentos gerados nos
projetos de iniciação científica. As reflexões a respeito da tessitura que realizamos geraram
a produção de conhecimentos a respeito de dimensões da organização curricular, tais como
a interdisciplinaridade; os papéis dos diferentes atores no cenário escolar; as relações entre
conhecimentos científicos e a formação do cidadão em um contexto que problematize
questões ambientais; a contínua formação do professor-pesquisador e a conseqüente
incorporação das práticas de ensino com pesquisa.
A exposição dessas atividades, que faremos a seguir, terá uma composição em que
múltiplas vozes a narrarão, permitindo leituras da produção curricular como teia de
entrelaces dos conhecimentos científicos e escolares, em condições de produção que
visavam à aproximação entre esses dois universos culturais e a questões ambientais amplas,
por exemplo a conservação e preservação ambiental.
Partilhamos de um conjunto de referenciais que têm destacado a sensibilização como
fundamental para a análise das relações entre homens, mulheres e ambiente
(HUNGERFORD e VOLK, 1990; NEGRA e MANNING, 1997), buscando reconhecer os
valores atribuídos aos componentes da natureza. Queremos, neste artigo, entender como
esses valores compõem alguns episódios das práticas escolares, sobretudo em situações nas
quais foi estimulado o diálogo entre os conhecimentos científicos e os de outros campos
culturais. Acreditamos que o diálogo entre as diferenças, assim como afirmam Burbules e
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Rice (1993, p. 182), ao falarem dos pós-estruturalistas, coloca-as em processo de interação
constante, de forma que cada uma delas muda na medida em que tenta fixar o outro.
O uno na multiplicidade: observando as árvores do entorno da EMEF Padre Francisco Silva
GALLO (1997) utiliza a caracterização, proposta por Deleuze e Guattari (1995), de um
novo paradigma, contraposto ao arbóreo (linear), denominado rizomático. Dos seis
princípios básicos que o regem, dois deles nos são bastante inspiradores na produção deste
texto: o princípio da heterogeneidade e o da multiplicidade, com os quais podemos negar a
hierarquia e a unidade da árvore, imagem interessantíssima, pois foi perseguida por nós no
seu conhecer por alunos e professores da escola e, neste instante, teoricamente torna-se
refigurada no contraste com o rizoma.
A discussão dos textos subsidiou a decisão de que trabalharíamos na perspectiva de um
currículo em que a escolha da solução de problemas não seria uma atividade fim - como
tínhamos exercitado no segundo semestre de 1999 - e passaria a ser encarada como
geradora do planejamento, a partir da qual puxaríamos os fios necessários para a
continuidade da tessitura.
O entorno da escola foi escolhido como o espaço para a busca dessas questões,
principalmente porque os dados que obtivemos no ano de 1999 nos permitem inferir que é
um espaço de grande potencial para a escolha de temáticas e, mais, que apesar de muito
significativo para os alunos, esses sabem avaliar pouco criticamente as suas características
relativas à urbanização, arborização, relevância história e cotidiana e planejamento urbano.
Uma remodelagem no trabalho interdisciplinar, também nascida das reflexões do grupo,
vê necessidade de levar para as práticas de sala de aula, outras construções que não apenas
a multidimensionalidade dos conteúdos disciplinares ou temas geradores. A produção do
currículo nas formas coletiva e interdisciplinar fez-se, em alguns momentos, pela
continuidade às atividades realizadas em aula e as visitas ao entorno da escola, por exemplo
propondo-se aos alunos que acompanhassem uma árvore ao longo do ano, observando
características relacionadas à sua fenologia e ecologia, tais como: crescimento, período de
floração e frutificação, deciduidade e interações com polinizadores e dispersores. Neste
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contexto, uma das atividades foi preparada de forma a fornecer um conjunto de
conhecimentos e levantar questões problematizadoras a respeito da vegetação que compõe
o entorno da escola contribuindo para a escolha da árvore a ser observada. A preparação
dessa atividade envolveu a elaboração de uma listagem das árvores presentes no entorno da
escola, apresentando informações sobre sua fenologia, morfologia e sistema de polinização
e dispersão; e colocando algumas questões problematizadoras que auxiliariam na discussão
de tais informações.
A seguir, apresentaremos um extrato da listagem das 38 espécies de vegetais cujas
informações foram utilizadas na atividade, e que foi um dos referenciais norteadores da
atividade de observação e escolha da árvore.
Esta listagem foi avaliada e discutida pelos professores. Para que os alunos tivessem um
contato prévio com as informações apresentadas, os professores realizaram, em aula,
atividades envolvendo a pesquisa bibliográfica da origem destas espécies e a elaboração de
placas de material reciclado contendo a origem da espécie, seu nome popular e científico e
a família a que pertence. Em um período anterior à visita, foi realizada uma caminhada
com os professores na área de estudo, de forma a esclarecer algumas dúvidas quanto às
características das espécies e contribuir para a sua atuação junto aos alunos.
Quadro 1 - Algumas espécies utilizadas na arborização da área verde e entorno da
EMEF Padre Francisco Silva.
Nome científico
Família Nome Popular
Floração Frutificação Observações
Artocarpus heterophyllus
Moraceae Jaqueira Set-Out Abr-Ago Corte uma folha e observe a presença de seiva. O fruto nasce direto de tronco e é um dos maiores do mundo
Eugenia jambolana
Myrtaceae Jambolão Mai-Out Jan-Abr A pitanga e o jambolão são do mesmo gênero. Será que eles são parecidos?
Hovenia dulcis Rhamnaceae Uva japonesa
Set-Nov Abr-Ago O que comemos não é o fruto, e sim
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é o fruto, e sim o pedúnculo (cabinho) entumecido da flor.
Murraya paniculata
Rutaceae Dama da noite
Abr Set-Jun Flores brancas, com cheiro forte, que se abrem no fim da tarde.
Cada classe foi dividida em cinco grupos, acompanhados por um monitor (um professor
ou uma bolsista de Iniciação Científica). Após uma breve explicação a respeito da
atividade, os grupos saíram a campo para a observação das espécies. Neste momento, os
monitores tiveram o papel de discutir as informações e questões problematizadoras
apresentadas na listagem de espécies, direcionando e ampliando o olhar do aluno. Nesta
atividade foram fornecidos aos grupos equipamentos de coleta, ficando a critério dos alunos
a sua utilização de forma a facilitar a observação de material botânico de difícil acesso.
Com a finalidade de proporcionar a troca de informações e observações entre os grupos
após a visita, eles se reuniram em sala de aula e elaboraram um registro da atividade a partir
do seguinte roteiro, apresentado pelo professor: 1. Relacionar as árvores observadas; 2.
Quais perguntas que surgiram e não puderam ser observadas? 3. Curiosidades
No seu relatório individual de pesquisadora, a Professora de Ciências tece os
seguintes comentários sobre essa atividade: Todos professores do Programa de Ensino se
organizaram para este trabalho. Inicialmente fez-se uma visita nestes espaços para que
todos, juntamente com as alunas de iniciação científica, observassem as plantas,
analisassem os detalhes e tirassem suas dúvidas quanto a alguns termos botânicos
encontrados na tabela. Nas aulas de Ciências fez-se um estudo dos dados contidos na
tabela, com o objetivo de aproximar os alunos aos resultados aí apresentados, desde os
nomes vulgares dos vegetais, os científicos, características morfológicas externas, assim
como algumas curiosidades relacionadas aos órgãos dos sentidos.
Foi muito interessante ver a profa. de Educação Física analisar as glândulas
existentes nas folhas de limão. Ou a profa. de Português conversar com os alunos sobre os
tipos diferentes de folhas. Sinto que a barreira das disciplinas se rompe aí. A botânica não
mais pertence à Biologia, mas a todos nós.
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Para a Professora de Ciências, essa atividade permite analisar algumas características
do trabalho interdisciplinar, que extraí da seguinte citação de Ferreira (1995, p. 80) : “Na
visão tradicional, cada saber tem um lugar certo, uma disciplinas certa; os assuntos são
divididos por fronteiras entendidas como barreiras a serem respeitadas. Na visão
interdisciplinar, as fronteiras adquirem novo significado: em vez de barreiras que separam,
transformam-se em regiões partilhadas!”
Nas perspectivas discutidas por BURBULES e RICE (1993), a diferença é uma
qualidade constitutiva da existência, é um termo relativo, pois depende do quadro de
referência de cada um e sublinham que os critérios de diferença entre subgrupos não
deveria levar a obscurecer critérios coexistentes de similaridade entre esses grupos. Assim,
“agrupar membros de um grupo mais amplo em subgrupos de diferenças é a mesma coisa,
conceitualmente, que identificar similaridades entre os membros de cada grupo (...) a
diferença implica a similaridade (Burbules e Rice, 1993p. 186)”. Essas idéias nos levam a
refletir a respeito das práticas curriculares, que têm as questões ambientais como enfoque,
contexto, temas geradores e trabalho interdisciplinar, como espaços de produção das
similaridades nas diferenças, num processo de produção que intercambia as potencialidades
das trocas, das rupturas de fronteiras da (re)constituição de conhecimentos.
O Professor de Geografia, também em seus escritos, registra dessa forma o seu
trabalho: A partir da observação das árvores do entorno, estudamos a classificação. Com o
atlas localizamos os domínios vegetais e a situação atual de conservação. Durante essas
comparações, classificações e discussões surgiram as questões: Como era a vegetação de
Campinas há 150 anos atrás? O que sobrou da vegetação original? Por que as árvores do
entorno são quase todas exóticas? Passamos a procurar as respostas para estas questões.
Utilizando os trabalhos feitos pelos alunos e as monografias das estagiárias de iniciação
científica. Fizemos dois mapas, um mostrando a vegetação original de Campinas e outro
mostrando a vegetação atual, resquícios de mais de dois séculos de ocupação. A
comparação desses dois mapas levou-nos ao estudo dos ciclos econômicos de Campinas.
Utilizando as informações levantadas pelas estagiárias de iniciação científica foi possível
chegar a algumas respostas. Quem plantou as árvores do entorno foram: a Prefeitura, os
próprios moradores, os professores e alunos. Costuma-se plantar as mudas de árvores que
se consegue com maior facilidade.
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Essas considerações do professor expressam um movimento de inserção de novas
fontes de conhecimentos que estão sendo validados nos espaços/tempos escolares, ao serem
considerados como possibilitadores da contínua produção de conhecimentos.
As vozes dos alunos são trazidas no Relatório de Pesquisa da Profa. de Português:
“Essa semana nós fizemos uma coisa diferente. Nós fomos lá fora e vimos o
entorno da escola. Foi interessante, tem muitos tipos de plantas diferentes e
estranhas.”
“Nós saímos da escola para pesquisar as plantas e árvores do entorno da
escola... Eu entendi que as plantas têm seu tempo para brotar, crescer e
morrer e também que as folhas compostas são folhas menores formando uma
folha grande...”
Em campo, os alunos, de forma geral, se mostraram bastante interessados, fazendo
observações a respeito das características trabalhadas e participando das discussões
propostas pelos monitores. A participação do aluno na preparação da atividade -
contribuindo na elaboração do material utilizado (placas de identificação das árvores) e
participando da pesquisa de dados a respeito das espécies observadas – bem como a
manipulação dos equipamentos de coleta, contribuiu para a sua aproximação do processo
de produção do conhecimento científico e das práticas científicas utilizadas na área de
Botânica.
Segundo SERRÃO (1999), alguns dos elementos que caracterizam a teoria e a prática
correntes na Educação Ambiental foram identificador por Hart (1981) e Charton (1990): o
caráter interdisciplinar de suas temáticas, atingindo todos os níveis de escolaridade; uma
nova ética ambiental global; o fornecimento de informações aos estudantes sobre o
ambiente, de maneira que eles possam desenvolver seu processo cognitivo, afetivo e
comportamental, participando da solução de problemas ambientais complexos numa ato de
respeito e amor ao mundo natural e social.
A Escolha de uma Árvore : conhecimentos científicos e cotidianos entrelaçam-se
Depois desse trabalho no entorno, os alunos, divididos em grupos menores, fizeram a escolha de uma árvore a ser observada durante o ano todo. Cada grupo fez a sua escolha e justificou, por escrito, o porquê de terem escolhido aquela árvore específica. Os motivos, em sua maioria, foram bem pessoais bem pessoais e efetivos. Um grupo escolheu a uva japonesa, porque vem do país da família de um
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dos componentes do grupo. Vários grupos escolheram determinada árvore (amoreira, goiabeira, pitangueira, dama da noite) por ser uma planta bonita e os frutas serem gostosos ou por terem um cheiro agradável. Podemos perceber que os sentidos estão bem presentes na escolha (olfato-paladar), assim como o lado estético (porque as árvores são bonitas). Registro da Professora de Português
SERRÃO (1990) ao explorar aspectos de um currículo que contemple a educação
ambiental, afirma que esse deveria abordar aspectos técnicos, econômicos, políticos e
científicos do ambiente a fim de estimular a revisão do sistema de valores humano,
mediante o conflito homem-mundo natural, privilegiando o estudo dos problemas da vida.
Os estudos no nosso grupo de Campinas, a partir dos registros de aulas e das produções
escritas dos alunos, procurou entender as questões ambientais nas seguintes dimensões:
conscientização, mudança de posturas, questionamento quanto às relações antropocêntricas,
criação de situações que envolvem tomadas de decisão e conhecimento dos significados de
aspectos da vegetação do entorno da escola pelos alunos e comunidade. Podemos
considerar que, no trabalho, entrelaçamos pontos extraídos dos diferentes discursos que
têm, geralmente, sido considerados relevantes para a configuração da educação ambiental
em espaços de educação formal e não-formal.
Para conhecermos os elementos que os alunos consideraram relevantes na escolha da
árvore que acompanharam durante todo o ano de 2000, fizemos uma atividade em que os
alunos elaboraram redações apresentando a árvore escolhida para o acompanhamento e os
motivos que determinaram esta escolha. A análise destas redações permitiu construir alguns
dos critérios utilizados pelos alunos nesta escolha, que apresentamos a seguir:
Critérios estéticos: muitos alunos basearam sua escolha em aspectos relacionados à beleza
da árvore, destacando principalmente a forma e coloração de flores e frutos: “Escolhemos a
Pitanga porque é uma planta bonita e suas flores são muito bonitas, suas flores são brancas
e têm um cheiro agradável.” e “Essa planta tem flor amarela e nos chamou muito a
atenção.”
Conhecimentos prévios e preferências pessoais: em sua maioria, as espécies escolhidas
foram aquelas amplamente conhecidas e utilizadas pela população. Nota-se também uma
preferência por espécies frutíferas, muitas delas presentes na escola e consumidas pelos
alunos, como Amoreira (Morus nigra), Uva-Japonesa (Hovenia dulcis), Pitangueira-
vermelha (Eugenia uniflora) e Goiabeira (Psidium guajava). Estes critérios são explicitados
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nos seguintes trechos: “Nós escolhemos está árvore porque ela tem vários frut os muito
gostosos” e “Porque eu gosto de árvores que dão frutos.” Facilidade de observação: alguns
alunos escolheram espécies encontradas nas proximidades de suas casas, o que facilitaria o
desenvolvimento da atividade. Os seguintes trechos indicam a utilização deste critério:
“Nós escolhemos a Dama-da-noite porque tem uma árvore igual a essa na rua onde mora a
Mariana ...” e “Escolhemos a Pitanga porque são frutos muito bons e tem na casa do
Vinícius e é mais fácil de analisar.” Informações apresentadas na visita ao entorno da
escola: muitos alunos utilizaram as informações apresentadas e discutidas na atividade
anterior para a escolha da árvore. Percebe-se assim que o conhecimento científico
apresentado foi reconhecido por uma parte dos alunos na escolha das árvores. Os seguintes
trechos são escavações nessa direção: “Escolhemos esta planta por causa de sua floração.
Quando acontece a floração há uma pétala diferente e em outros flamboyants as flores são
de outras cores ...” e “Nós escolhemos esta planta porque ao colocar a folha dela contra a
luz nós percebemos alguns furos nas folhas ...”
Em algumas redações é possível perceber que as observações realizadas na visita
despertaram a curiosidade dos alunos de forma que estes passam a utilizar a atividade de
acompanhamento da árvore como meio de investigação de questões de seu interesse; o
que é evidenciado nos seguintes trechos: “Nós escolhemos a Uva-Japonesa pois achamos
interessante saber que não comemos o fruto e sim o cabinho (pedúnculo) e queríamos saber
mais sobre esta árvore. Achamos que nesta planta ocorre muitas modificações e quanto
mais modificações melhor será a pesquisa ...” e “Nós escolhemos essa árvore porque nós
queremos aprender mais sobre ela e também queremos saber porque ela tem aquele cheiro
tão forte ... e também queremos saber se ela possui algum tipo de veneno.” Deve-se
destacar ainda que os alunos em sua maioria basearam sua escolha em apenas um dos
critérios apresentados, o que pode indicar que não reconhecem na atividade a possibilidade
de se trabalhar diversos aspectos e leituras da realidade, fato esse a ser mais
explorado/explicitado em atividades posteriores.
Buscando, nas histórias das árvores do entorno, sensibilidades e racionalidades Promover a aproximação dos alunos com o espaço que os cerca a partir do levantamento
da história dos diferentes espaços que compõem o entorno da escola e da vegetação neles
existente, bem como da relação dos moradores do bairro com estes elementos, foi uma
ampliação que se desejou no nosso trabalho.
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Inicialmente uma atividade foi realizada em parceria com os alunos da escola e com a
professora de Português. Os alunos, divididos em grupos, elaboraram as perguntas que
poderiam ser feitas aos moradores do bairro. A análise destas entrevistas, feita pelas
bolsistas e pela professora, mostrou que o direcionamento dado pelos alunos não permitiria
a obtenção dos dados relevantes para explorar aspectos sociais, históricos e afetivos, devido
às dificuldades encontradas pelos alunos com os conceitos de etnografia e também ao fato
de que, na escola, pouco se tem exercitado o trabalho de sistematização de conhecimentos
como fase de sua própria produção. Assim, o trabalho posterior realizado em sala de aula
por esta professora visou esclarecer os objetivos de se proceder a uma entrevista, quais as
perguntas que devem ser feitas e qual o tipo de abordagem e linguagem mais adequados.
Podem ser notadas diferenças quanto à especificidade, objetividade e que tipo de
resposta é pretendida para se obter com a pergunta. Algumas das perguntas apresentavam
questões centrais que poderiam ser respondidas facilmente por outros meios de
investigação, fugindo assim dos objetivos da atividade que foi a preparação e
desenvolvimento de entrevistas Ao final da discussão, optou-se pela elaboração de um
questionário único, apresentado no quadro 2.
Quadro 2 - Questões das entrevistas com Moradores do Jardim Londres
Perguntas iniciais
“Diga 5 exemplos de plantas que tinha no entorno”
“Quais as árvores frutíferas do entorno?”
“Quais são as árvores mais velhas? E a mais nova?”
“Qual a sua planta favorita do entorno?”
“Você sabe o significado de alguma planta do entorno da escola?”
Perguntas reelaboradas: questionário final.
“Há quanto tempo você mora nas proximidades da escola?”
“Você ou alguém da sua família costuma cuidar dessas plantas?”
“Você ou alguém de sua família já plantou alguma coisa no entorno da
escola?”
“Existem plantas medicinais e frutíferas no entorno. Você ou alguém da
sua família as utilizam?”
“Qual é a sua opinião a respeito do lixo que há nas praças e terrenos?"
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Foram momentos de bastante conflito, tanto para a professora quanto para as bolsistas,
essa (re)elaboração conjunta do questionário com os alunos. A concepção de que os alunos
poderiam produzir resultados específicos com essas questões e que a estruturação do
questionário deveria permitir a coleta mais precisa e detalhada de impressões da
comunidade sobre as árvores do entorno foram elementos que encontraram dificuldade para
serem levados adiante no trabalho em aula. Para o grupo de professores da escola despertou
o desafio de trabalhar com os conhecimentos produzidos pelos alunos e sistematizados na
forma de relatórios, livros e dados empíricos, prática quase inexistente no cotidiano escolar.
A partir deste questionário, os alunos obtiveram o seguinte panorama: Do total de 30
entrevistados, 13 moram há mais de 20 anos na proximidade da escola; 4 moram entre 11 a
20 anos; 2 entrevistados moram entre 6 a 10 anos; 6 moram entre 2 a 5 anos e 5
entrevistados moram há menos de um ano. Quanto aos hábitos de cuidar das plantas do
entorno da escola (praças e calçadas), 13 não o têm e 17 sim. Apenas 12 já plantaram
algum vegetal no entorno da escola, com destaque para o plantio de pitanga, palmeira e
abacateiro. Dezenove pessoas fazem uso de plantas medicinais e de frutíferas, plantadas na
região estudada.
Algo que foi objeto de interesse dos alunos, o lixo que se espalha pelo bairro também
representa preocupação por parte dos moradores. “Teria que manter as praças mais limpas e
não sujá-las”, “É uma falta de respeito e consciência da própria população que polui o seu
próprio ambiente”, “Limpar o lixo e conversar com as pessoas para que não joguem mais
lixo”. Em um recente artigo, TEIXEIRA (2000) discute características de trabalhos em
Educação Ambiental que consideram temas que geralmente a população considera como
relevantes na sua vida cotidiana, mas que não sabe muito bem como resolvê-los. O conflito,
que o autor aponta entre a natureza natural e a social - contrastada entre limpo e sujo,
respeito, consciência e poluição - são possíveis pontos que indicam a necessária
contextualização das abordagens mais ecológicas, biológicas, nos cenários da discussão
política, ética, econômica. Fios esses que os alunos puxaram para a tessitura da história das
árvores do entorno, fraturando a continuidade da relação homem/natureza produzida pelo
viés das narrativas de uso, conservação e preservação da vegetação.
Os fazeres, as reformulações, as organizações dos dados, as análises compuseram o
trabalho conjunto de alunos, professores, pesquisadoras. Esses destaques são fundamentais
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quando se propõe a contextualização ambiental do currículo escolar - como ocorreu neste
Projeto - para a qual a participação, envolvimento, análise e interpretação dos
problemas/possibilidades da realidade são condições necessárias à diferenciada produção
de conhecimentos.
As árvores do entorno têm também os seguintes significados, buscados por entrevistas
realizadas pelas bolsistas de iniciação científica:
I - Históricos: quando os primeiros moradores chegaram no bairro, a praça era um
campinho, coberto somente por gramíneas. A presença constante de crianças jogando
futebol incomodava aos moradores, que optaram por plantar árvores de maior porte, com o
objetivo de ocupar a área e impedir tais práticas. Apesar da resistência inicial (as mudas
eram arrancadas), com o tempo, o campinho com grama foi substituído pelas árvores que
ainda hoje são cuidadas por estes mesmos moradores.
II - Categorias para a escolha das espécies: há preferência por árvores frutíferas, tanto pela
possibilidade de consumi-las, como pela facilidade de obtenção de mudas e sementes, já
que são utilizadas mudas que os moradores ganham dos amigos ou da prefeitura, ou, ainda,
as obtidas a partir das frutas que consomem (por exemplo: manga, jaca e pitanga). Também
foi citada a preferência por árvores que atraem pássaros (Dicella) e ainda por aquelas que
possuem odor agradável (Murraya). A forma de obtenção de mudas faz com que os
moradores plantem espécies nativas, sem haver, contudo, uma escolha proposital neste
sentido.
III - Percepções: foi observado também que existem diferentes pontos-de-vista dos
moradores em relação à vegetação presente no entorno da comunidade. Jovens e
adolescentes relataram preferir a praça sem árvores, para que ela se torna-se mais uma vez
o "campinho de futebol". Também é possível observar que moradores antigos (aqueles
responsáveis pelo plantio das primeiras árvores) possuem uma relação mais estreita com a
vegetação. Tal relação pode ser caracterizada como um sentimento de “posse” ou
“responsabilidade” pelas árvores, seja por mais plantios ou mesmo o manejo Moradores
mais novos assumem, de um modo geral, duas posturas: ou são indiferentes em relação à
área verde e à presença de lixo na praça ou ainda resistem ao plantio de árvores em frente a
suas residências, inclusive arrancando mudas.
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Quisemos, neste artigo, olhar a realidade com estranhamento e assombro. Utilizando
o zoom de nosso olhar, procurarmos pontos da totalidade e do singular em cada momento.
Sairmos do nosso lugar provido de tantos anteparos teóricos que pré-vêem e corrermos atrás
do inédito, do que se distingue, do diferenciado dentro da aparente rotina monótona das
escolas. Um olhar que busca novas dimensões culturais que estão ou podem estar presentes
nos fenômenos da educação, como a produção do conhecimento escolar. É necessário
identificar e analisar movimentos pelos quais a escola toma elementos que mostram a
autenticidade das diversidades culturais presentes em nossa sociedade e constrói um
conhecimento que preserve muitos dos conteúdos revolucionários presentes nas diferentes
formas de expressão cultural. A forma que se daria à apresentação desse conjunto
multicultural, captado em objetos de particularidade significativa, deve representar uma
moldura que não transforme a obra em algo estático e sim que faça explodir o tempo. Que
possa ser desmontada, transformada, ultrapassada.
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Antonio Carlos Rodrigues de Amorim - [email protected]
i Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - Brasil (Proc. No. 97/02322-00) ii “Composição florística do estrato arbóreo e espécies de lianas de uma floresta estacional semidecídua e da arborização do entorno da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Francisco Silva, município de Campinas, SP” (Proc. 99/03200-1) “Síndromes de polinização e dispersão de uma floresta estacional semidecídua e da arborização do entorno da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Francisco Silva, município de Campinas, SP “ (Proc. 99/03174-0) “Composição florística dos estratos arbustivo e herbáceo de uma floresta estacional semidecídua e da arborização do entorno da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Francisco Silva, município de Campinas, SP (Proc. 99/03173-4)”